LiteraLivre Vl. 4 - nº 23 – Set./Out. de 2020
Guilherme Hernandez Filho Santos/SP
Chaves, não o bolivariano. Didi e os Trapalhões, ou Mazaroppi, estão ligados à nossa história da cinematografia e TV, como personagens célebres, e estão vivos, os primeiros na realidade e o segundo na memória popular. São criadores de figuras marcadas e facilmente identificáveis para qualquer um de nós, assim como Chaplin. Palhaços, no
bom
sentido.
Agradam
crianças
e
adultos,
homens
e
mulheres,
indistintamente da origem, raça ou credo. Pensando sobre isto ponderei outro dia que desde pequeno sempre gostei de cinema, mas sem ser um cinéfilo inveterado. Para mim foi mais um passatempo, uma oportunidade de sonhar, com visuais mais reais e com direito a sonorização. Adorava a sessão “zás-trás” com seus desenhos animados do Tom e Jerry, nos domingos de manhã. Já as tardes
de
fim
de
semana
eram
dedicadas
aos
longas-metragens,
preferencialmente em sessão dupla. Naquele tempo, para nós garotos, a moda era os filmes de faroeste, “westerns”, e comédias. Os romances e dramas não me atraiam. Às vezes ficção científica e eventualmente grandes épicos. O cinema brasileiro então era devagar e pouco eu assistia. Basicamente eram as “chanchadas”, da Atlântida, nome pelo qual ficaram conhecidos os filmes de enredo bem básico, que geralmente sustentava esquetes carnavalescos musicais. Éramos inundados pelo cinema internacional, como ainda o somos, e dentre as minhas comédias preferidas, Jerry Lewis e Cantinflas se destacavam. O primeiro, agora já falecido também, fez uma breve aparição recentemente num filme nacional do Leandro Hassum, num papel de “bell boy”, parodiando a si mesmo no que já o havia consagrado e marcado, em 1960. Nunca havia duplo sentido em suas falas, nem preconceitos ou maus exemplos. Iniciou seu trabalho
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