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Ítalo Saldanha
Ítalo Saldanha
Pina a bailar
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Eu vi tanta magia em teu gesto quanto as que tinha. em todos os terreiros de umbanda que eu conheci.
Eu queria tocar curimba pra você e decifrar a voz da tua pele que flutuando no ar me dizia algo inexplicável Só me coube sentir.
Eu fui testemunha da sua engenharia transcendental de construir uma ponte entre o sagrado e o profano só por se movimentar
Eu vi , em teu gesto, tanta alquimia que só o mais velho pajé só o mais sábio xamã Poderiam evocar
Eu vi, tu calada dizer um dos poemas mais bonitos que um corpo pode conceber
A ponta do teu dedo indicador riscava no universo o caminho para a Terra Pura
Enquanto você dançava nem parecia que o mundo acaba um pouco todo dia