LiteraLivre Vl. 4 - nº 23 – Set./Out. de 2020
Ítalo Saldanha
Pina a bailar
Eu vi tanta magia em teu gesto
que só o mais velho pajé
quanto as que tinha.
só o mais sábio xamã
em todos os terreiros
Poderiam evocar
de umbanda que eu conheci. Eu vi, tu calada Eu queria tocar curimba
dizer um dos poemas
pra você
mais bonitos
e decifrar a voz da tua pele
que um corpo pode conceber
que flutuando no ar me dizia algo inexplicável
A ponta do teu dedo indicador
Só me coube sentir.
riscava no universo o caminho
Eu fui testemunha
para a Terra Pura
da sua engenharia transcendental de construir uma ponte
Enquanto você dançava
entre o sagrado e o profano
nem parecia que o mundo
só por se movimentar
acaba um pouco todo dia
Eu vi , em teu gesto, tanta alquimia
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