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Ana Maria Fazio de Freitas
Ana Maria Fazio de Freitas Assis/SP
Vida encerrada
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É madrugada e já cansada da lida Eu não consigo um poema escrever. Será que perdi o encanto da vida, Ou será que começo de Alzheimer sofrer? É tão deprimente viver isolada Em um canto da casa, sem nada lembrar. Invólucro vazio, história encerrada, Vida ceifada, sem ao menos findar.
Olhar fixado num ponto distante, Lutas, sonhos e projetos inacabados, Sorriso apagado, tristonho semblante, Seres estranhos, outrora amados.
Com alma e sem vida, largada a sorte, De cuidados e carinhos um ser tão carente. Meu Deus, é preferível mil vezes a morte Do que ter que viver tão dependente.
Já não sei o que tenho, nem para onde eu vou, O que vivi, o que sofri, se perdi ou se ganhei. De nada me recordo, já não sei quem eu sou, O que fiz de minha vida, nem que fim eu terei.