1 minute read
Kika Souza
Kika Souza Nova Iguaçu/RJ
Nem pense em me matar
Advertisement
Segunda Dona Maria Terça, a Isabela Quarta, a Zumira Quinta Dona Eva Sexta, a Daiana Sabado, Dona Ana No Domingo é sua vez Em minutos Dona Vanda No proximo segundo dessa fala Uma Mulher indigena
Será assassinada Estrangulada Decapitada Esfaqueada Esquartejada Na rua, nas favelas No beco, nas vielas Na vala Dentro da sua propria casa
Preta Trans Lesbica Quilombola Mãe de Santo
115
Pari Limpa Lava Passa
Deixa isso no passado Nós não vamos mais carregar no colo O peso do seu patriarcado
Deixa nosso corpo Solto Livre Exposto Se expressar
Tira sua mão suja da minha boca Porque agora eu vou gritar E não é "para" quando voce tentar me estuprar Me assediar Meu coctel de palavras seu macho escroto Cê vai ter que aguentar Diz que feminismo é mimimi Vai pro puto que te abortou com seu BLA BLA BLA Acha que tô sempre sozinha? Melhor se readaptar Nada vai nos deixar inerte Somos sementes Marielle Somos filhas de Dandara Do dialeto yorubá Dendezera de Aruanda Filhas de Iansã, Oxum e Oxalá A primavera há de chegar Pra ecoar o nosso grito feminista Ainda que muitas das nossas desista E pra soprar o vento desses novos ares Eu invoco aqui Elza Soares: "a mulher de dentro de mim prendeu seu carrasco Eu não vou sucumbir. Eu não vou sucumbir".
@kikaoficiall