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Mestre Tinga das Gerais Natália Bueno de Oliveira e Pedro
Mestre Tinga das Gerais Corinto/MG
Terra
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Terra dos altares escondidos Das sombras das ilhas misteriosas Que das entranhas do universo se esvai Pó sobre pó das cinzas da Fênix Asas de Ícaro eu plebeu.
Fertilidade da lua Serenidade que do sertão clarão Fulgor de o sol espargir Semear por entre lágrimas e sonhos O alvorecer semeando encontros.
Encontros de almas pungentes Lavradores no limiar da tempestade Ventos que lapidam pesadelos Garimpando e sentido da vida Terra em transe viagem infinita.
Quisera os planetas cultivar O antídoto da saga serena Caminhar no labirinto da busca E ostentar o sabor do fruto Com mãos estendidas ao tempo. Terra sobre terra Agasalhos de mares e oceanos Crateras de rios mercantes Pescadores de ilusão viagem Sinas no navio negreiro. Ó terra firme! Raízes de matas virgens Porão de cobras e lagartos Mas sempre terra De abrigo e profusão.
O gorjeio do verão É o colo do outono na terra Folhas secas bailando O pousar é tão somente a sutileza À espera das águas de março... Um inverno que salpica a brisa A primavera explode E a essência embriaga o universo Tímida terra sorri Empunhando seus rebentos.
Idolatrada terra! Eu descalço em teu seio Força de ti poder Alicerce dos movimentos hostis Que suporta tremores e dores... Ao pó desceremos Agasalho de ossos E vidas interrompidas Mas que a terra em sua magnitude Aponta o mistério a desvendar.
Somos o gritar a esmo Mas nos encontramos nos alaridos Que mesmo lúgubres os sentimentos O norte terra é farol Da sustentação da vida humana!