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Rian Lucas da Silva

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Teresa Azevedo

Teresa Azevedo

Rian Lucas da Silva Poço Dantas/PB

Paz

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Esses dias, uma pergunta feita pelo meu amigo me deixou bastante curioso e me provocou diversas reflexões, senão até uma crise existencial: “você já encontrou a paz?” Eu fiquei a me questionar acerca desse questionamento e me vi perdido, no entanto, antes de conseguir chegar a um consenso, ou melhor, a uma resposta, eu o retruquei da seguinte forma: “depende”. Meu amigo pareceu não entender, e só continuei minha resposta após ele me questionar: “mas, por que depende?” Eu respondi que depende do conceito... depende da definição que você usa para conceituar a palavra paz. Paz, palavra de apenas três letras, esconde por trás das letras miúdas extensas divagações. É, antes de tudo, muito subjetivo: afinal, o que pode ser considerado como paz para mim, pode ser considerado guerra para outras pessoas. Paz pode ser chegar em casa após um dia estressante no trabalho e encontrar uma linda família sentada à mesa te esperando para o jantar; mas também pode ser chegar em casa, tomar um banho, não haver ninguém à sua espera e achar agradável estar assim. Paz pode ser o sorriso do filho ao receber do pai o presente que ele pediu no último aniversário; mas também pode ser não ter filhos nenhum, e mesmo assim se contentar com a criação de um cachorro, quem sabe. Paz pode ser o clima leve, sem falatórios alheios, sem protuberâncias, sem notícias do mundo exterior; mas também pode ser paz aquela algazarra em torno de uma mesa de um bar em plena sexta-feira com os amigos. É claro que eu não disse tudo isso ao meu amigo porque, certamente, deixá-lo-ia na mesma crise

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existencial que estou agora. Uma crise fundada em bases filosóficas que, embora tenha refletido sobre inúmeras opções, ainda assim não consegui chegar a um ponto para chamá-lo de fim. Poupando-o de reflexões talvez até desnecessárias, eu o respondi, talvez com uma meticulosidade enorme ao escolher minhas palavras que paz, no meu singelo e, acima de tudo, subjetivo e individual entendimento, seria aquilo que o dinheiro não compra e que nenhum ser humano pode ousar a nos roubar. Mas eu menti! Menti porque não faria diferença alguma contá-lo sobre o que eu consideraria encontrar a paz. Logo, eu só falei aquilo porque sabia que meu amigo estava perdendo o restinho de paz e saúde mental por alguém que não o merecia. Eu só disse aquela definição de paz na tentativa de que ele soubesse que era para ele que eu estava contando, especificamente para que entendesse que ninguém nos vale tanto a ponto de roubar a nossa paz e saúde mental. Ninguém!

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