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Cândida Carpena
Cândida Carpena
Jardim Botânico, Brasília/DF
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Portais das cidades
Uns coloridos, outros brancos - de metal, madeira, concreto, com formas geométricas, símbolo ou nome do lugar. Avistamos os portais das cidades durante todo o percurso na estrada, é raro não ter. Alguns são como um convite a passar por ali, e nem sempre conseguimos aceitar embora a vontade esteja presente. Viajantes, com prazo de validade, têm dessas coisas, porém temos uma lista de desejos para breve.
Há ocasiões em que atravessamos os portais. Aliás, ocorre seguido e, pensamos serem necessários uns 3 dias para conhecer esse lugar e participar do viver dele. Sempre paramos em praças, em geral, a igreja está em frente, ou seria a praça em frente à igreja? Taí uma ótima pergunta e um motivo para pesquisa. E quanto menor o município, mais vida se percebe: cães, jardineiros,
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pessoas nos bancos conversando, lendo - de máscaras, alguns -, caminhando no sol, vendendo e comprando produtos.
Entre uma dessas passagens, pelo “seja bem-vindo” e “volte sempre”, comentamos sobre a representação dos Portais, também, em nossas vidas, sendo mais específica, em nós mesmos. Cada um tem seu portal de entrada/saída. Fazendo uma analogia, uns são mais coloridos, agitados; outros, neutros, tranquilos, num formato flexível; outros, resistentes. Com frases amistosas, como um convite a conhecer, ficar; às vezes, com um “proibido a entrada”. Portais humanos que fazem história no contexto, cativam, causam desejo de ficar, vontade de voltar.
Como visitantes, também, temos formatos de portais em vários lugares que passamos, natural, né? E a estrada favorece reflexões (autopensamentos), momentos mágicos de viajar fora do asfalto. Eis que essa constatação gerou uma pergunta pessoal: temos dado atenção aos nossos portais? Cuidado e renovado nosso cartão de visita?
Pode parecer, literalmente, uma viagem - pesamos que não – e, depois de um bom papo, cheio de argumentos, encantamentos e risadas, seguimos viagem. Mais uma vez, com a sensação de termos adquirido, tomado posse de novas coisas, levado algo desses locais e ter deixado um pouco de nós. Afinal, embora haja outros retornos, nunca seremos os mesmos, jamais será igual. Até um dia!
@candida.carpena https://www.facebook.com/candidacarpena