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Geraldo Ramiere
Geraldo Ramiere
Planaltina/DF
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Versos em Diásporas
A poesia é uma imigrante ilegal Fugindo de guerras ou da pobreza Com medo de morrer, de ser presa Ao passar escondida numa fronteira É quem enfrenta cercas e muros Ou a criança que morreu afogada Quando tentou atravessar o mar Junto com a família inteira
O poema é um imigrante ilegal Fugindo para não ser deportado Tentando recomeçar a vida Numa hostil terra estrangeira É alguém em trabalho escravo Enganado por falsas promessas Ou quem sofre com a intolerância De uma sociedade em cegueira
Nós somos versos em diásporas Refugiados pelo mundo afora Sobrevivendo e se encontrando Cada qual a sua maneira Mas a maioria se esquece Que todas as palavras já migraram Nem que seja em suas origens E de imigrantes são herdeiras
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