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Keli Vasconcelos

Keli Vasconcelos São Paulo/SP

Da periferia ao centro

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Passo rápido na ladeira íngreme O sol nem acordou e vamos lá rumo ao nada Pouco assento, muita gente Todos pulam dentro da carcaça metálica a cada lombada

Gente ri, gente chora Olha o mendigo perambulando do lado de fora Será que ele comeu? Será que você tomou o café? E nós contamos os trocados para sanar o ronco dos estômagos

Passo, compasso, régua, computador Há um currículo sendo aberto pelo diretor Terno amassado, termo aprumado Eu no escritório lotado

Um ‘talvez’ é pior que um ‘não’! De novo, na estaca zero! Nessa ginga a vida prossegue Mais um dia adormece

E eu, porta-bandeira sem mestre-sala Tiro o sapato para descansar meu pé de desempregada! Sou o fio da navalha! Pronta para cortar toda a maldade

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Descendente de nordestinos fugidos da seca no pau-de-arara Me ensinaram a não desistir da batalha Enganar o leão com uma espada: a palavra!

Da periferia ao centro, eu represento! Durmo logo porque a amanhã a rotina continua Espero que ‘muda’! Como aquela muda que mãe água agora

Cresce árvore, cresce esperança E assim segue a dança...

Blog: keliv1.tumblr.com

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