LiteraLivre Vl. 6 - nº 34 – Jul./Ago. de 2022
Keli Vasconcelos São Paulo/SP
Da periferia ao centro Passo rápido na ladeira íngreme O sol nem acordou e vamos lá rumo ao nada Pouco assento, muita gente Todos pulam dentro da carcaça metálica a cada lombada Gente ri, gente chora Olha o mendigo perambulando do lado de fora Será que ele comeu? Será que você tomou o café? E nós contamos os trocados para sanar o ronco dos estômagos Passo, compasso, régua, computador Há um currículo sendo aberto pelo diretor Terno amassado, termo aprumado Eu no escritório lotado Um ‘talvez’ é pior que um ‘não’! De novo, na estaca zero! Nessa ginga a vida prossegue Mais um dia adormece E eu, porta-bandeira sem mestre-sala Tiro o sapato para descansar meu pé de desempregada! Sou o fio da navalha! Pronta para cortar toda a maldade
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