4ª Ediçao Literatura & Cia - 2014

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Revista

4ª Edição - Nov/Dez 2014

Rita Elisa Seda

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

“Toda biografia compõe um toque de verdade que acorda as almas mais adormecidas.”

Ozires Silva

A Busca Incessante dos Talentos

Christina Hernandes

Literatura no mundo dos contos de fadas


Editorial Olá, amigos leitores. Mais um ciclo se fecha! O ano de 2014 chega ao fim com um saldo significativo para cada pessoa. A vida se renova! Mas acredito que a mesma vontade e a mesma alegria permaneçam em nossas vidas independentemente da virada do ano. A revista Literatura & Cia. fecha o ano com um ar e um sentimento positivo. Sempre, todos os anos, em qualquer tempo, há adversidades, diferenças e dificuldades, mas a vida apresenta principalmente muitas realizações, trazendo boas novas para todos nós. Vamos aprendendo a entender que “uma andorinha não faz verão”. A revista Literatura & Cia não é um sonho que se realizou sozinho. Sem dúvida, esse meio de comunicação se agraciou com uma família que se formou com pessoas essenciais. Sempre há alguém para nos estender a mão, dar aquele apoio que é um impulso para seguirmos em frente com força total e afinco. Todos, sem exceção, depositaram confiança na revista. Sem contar com o total apoio de autores consagrados, parceiros, colaboradores, jornalistas, assessores de imprensa... enfim, sem dúvida, este último editorial não existiria. Foi criado um elo entre todos os envolvidos e idealizadores para que pudéssemos apresentar o melhor para o nosso querido leitor. O propósito foi alcançado. O incentivo ao bem, o incentivo ao novo, o incentivo ao conhecimento, o incentivo ao empreendedorismo, o incentivo à educação. Tudo através da literatura. A literatura é só um pedaço do crescimento e do amadurecimento. É por todos esses acontecimentos e fatores que sempre digo: é nos pequenos detalhes que descobrimos mais, talvez tudo. A revista nasceu! A revista cresce! As raízes... ah, as raízes! Isso só o tempo nos fornece.

Nada como o tempo para nos presentear com boas novas. Com toda a certeza, o ano de 2015 é esperado com louvor para atender os nossos amados leitores, mantendo o foco e criando sempre grandes novidades. Que tudo prossiga para o bem em todas as estações do ano. Muito obrigada a todos. Sintam-se abraçados. Patricia Borges

Expediente Editora e jornalista responsável: Patricia Borges MTB: 59.846-SP Diagramação e editoração: Alexei Augustin Woelz Assistente editorial: Laís Cristine de Sousa Colunistas: Ozires Silva Christina Hernandes Colaboradores: Publish News Mirian Menezes de Oliveira Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Focus Vale Distribuidor: Omar Lanziloti Distribuição Gratuita: São José dos Campos, Jacarei, Caçapava, Taubaté, São Luiz do Paraitinga, Lorena, Cruzeiro, Moreira César, Aparecida, Pindamonhangaba e Roseira e Livrarias MaxSigma Contato: Tel: (12) 3302-1533 / 9-8115-7506 revistaliteraturaecia@gmail.com Não nos responsabilizamos pelas informações contidas nos anúncios publicados ou nas matérias assinadas, que não representam necessariamente a opinião do veículo.

Realização:


Mercado editorial Site que oferece livros para download gratuito está ameaçado

Livros - Sugestões Poesia

O Estado de S. Paulo - 03/12/2014 - Maria Fernanda Rodrigues

São 3 mil títulos, entre lançamentos e best-sellers; associação que representa editores ainda investiga os responsáveis pelo projeto

No ar há quase dois anos, o site Le Livros construiu um acervo de mais de três mil obras (o último de Chico Buarque já está lá), atraiu 402 mil seguidores no Facebook e, mais incrível, manteve-se fora do radar das editoras e da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR). Os livros oferecidos lá gratuitamente são protegidos pela Lei de Direitos Autorais e envolveram diversos profissionais em sua produção. A questão é polêmica. Trata-se de pirataria ou de democratização do acesso à cultura? “Acreditamos que o conhecimento deva ser livre, que todos necessitam ter acesso à cultura. E que se o sistema e os governantes fazem nada ou muito pouco, nós o faremos, é nosso dever ajudar as pessoas”, disse um dos representantes do grupo. Mas, enquanto uma nova lei de direitos autorais ainda é discutida, o argumento não convence juízes. Agora mesmo, a ABDR ganhou uma ação contra uma pessoa que oferecia três obras acadêmicas para download. A indenização, pela lei, seria no valor de 3 mil exemplares de cada obra. Mas foi fixada em 100 exemplares porque não houve venda. Entre janeiro e setembro, foram excluídos 92.847 links desse tipo.

Contos


Entrevista

Rita Elisa Seda Rita Elisa é uma escritora santarritense de nascença (MG), joseense de coração (SP) e vilaboense de alma (GO). Suas atividades são moldadas com formação em: fotografia, jornalismo e arqueologia. Embaixadora da Paz pela ordem da Coroa dos Arameus e dos Auranitas. Comendadora oficial pelo Estado de São Paulo com a Medalha Leão de Judá. Membro da Confederação Brasileira de Letras e Artes - CONBLA. Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico do Grande ABC - IHGG Membro da União Brasileira de Escritores – UBE, São Paulo-SP, à Academia Valeparaibana de Letras e Artes – AVLA, Taubaté. A Academia Joseense de Letras – AJL, São José dos Campos. É Fundadora e Diretora Cultural da ONG Catar Feijão e das Manhãs literárias, em São José dos Campos. Fundadora e Diretora Cultural da CIA TEATRAL FARRICORA, Cidade de Goiás. Agraciada com a Sala de Leitura Rita Elisa Seda pela Rede Estadual de Ensino Fundamental do Estado de São Paulo na EEEF. Prof. Nelson do Nascimento Monteiro. Agraciada com a Sala de Leitura Rita Elisa Seda pela Rede Municipal de Ensino Fundamental de São José dos Campos na EMEF. Prof. Geraldo de Almeida. Rita Elisa é uma mulher que apresenta um curriculo extenso e significativo, e que sem dúvida declara o seu imenso prazer e alegria em se trabalhar com a arte e literatura.


Literatura & Cia - Rita Elisa, você tem diversos livros publicados, incluindo temas da literatura infantil, poesias, crônicas e biografias históricas. É mais fácil criar histórias infantis para despertar interesse nas crianças ou buscar relíquias, encontrar papéis antigos e se deparar com registros nunca antes encontrados, em suas pesquisas históricas? Rita Elisa Seda – Escrevo literatura infantil há muitos anos, tenho guardado mais de dez livros inéditos, datilografados, desde um tempo em que a arte da escrita era mais difícil do que atualmente, tínhamos de pensar bem nas palavras porque errar na datilografia trazia um desconforto na imagem impressa no papel, e mesmo assim eu escrevia sem parar, pois fluía e posso dizer que ainda flui sem que eu coloque barreiras. A pesquisa para biografias é mais difícil, é cheia de barreiras. Estórias infantis escrevo em uma semana, ou até menos. Histórias biográficas eu levo anos para escrever. A respeito da vida e obra de Cora Coralina comecei a colher registros em 1983, desde essa data não mais parei. Morei quase sete anos na cidade de Goiás e nesse tempo eu registrei e adquiri para meu acervo pessoal inúmeros documentos primários e secundários. Mesmo assim me certifico sempre se tudo está correto, ao ponto de registrar os inéditos, em cartório. A maioria consta na obra: Cora Coralina Raízes de Aninha. L&C - As redes sociais citam muitas frases e pensamentos sobre observações da vida sobre o olhar de diversos escritores consagrados e autores que ainda permanecem no anonimato. Você acredita que a internet ou as redes sociais colaborou para despertar mais interesse em ler livros?

R. E. S. – Sim, pela minha experiência posso dizer que as redes sociais são vitrines para todos os tipos de escritores, os consagrados ou não, todos têm o direito de expor seus pensamentos através de fragmentos literários, com citações de suas obras, e até mesmo com textos inteiros de contos, crônicas, poesias e pequenos romances. Dessa forma vendem seus livros, participam de eventos literários, conhecem outros escritores, mantendo interligada a grande teia mundial literária WWWL. Segundo pesquisas realizadas e divulgadas neste ano de 2014 pela assessoria ministerial da Secretaria de Comunicação Social, a internet é o meio de comunicação que mais cresce no Brasil. O brasileiro passa mais tempo conectado a uma rede de computadores do que em frente a uma televisão. L&C - Rita, Cora Coralina era uma mulher simples. Sua forma leve de observar a vida a tornou uma grande escritora, se destacando no segmento literário. Como você pontua uma escritora simples, sem tantos diplomas, mas com uma grande sensibilidade que a torna uma escritora renomada e respeitada de um grande autor de livros de grande intelectualidade. Ser um grande escritor independe de grau de instrução, estudos? R. E. S. - Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas – Cora Coralina, nasceu na capital do estado de Goiás, na cidade mais importante na região centro-oeste nacional, ali viveu até seus 22 anos de idade, depois fixou residência em Jaboticabal (interior paulista) durante 16 anos; em São Paulo (capital) durante oito anos; em Penápolis (interior paulista) durante cinco anos; em Andradina (interior paulista) durante 15 anos e, então, voltou para a sua cidade natal quando Villa Boa


de Goiás já não era mais a capital do estado, onde viveu mais 29 anos. Esta é a ordem cronológica biográfica de Cora Coralina. Cora frequentou a escola da Mestra Silvina pouco mais de dois anos, tendo de se mudar para a fazenda Paraíso quando tinha apenas 11 anos de idade. Foi nessa fazenda lugar onde a mãe Jacyntha alfabetizou a filha Aninha, com muito esmero. Jacyntha era muito culta, dominava os idiomas: espanhol, italiano e francês, além de leitora assídua de livros e periódicos de várias regiões do Brasil. Foi nessa fazenda que Aninha criou o pseudônimo Cora Coralina e, também, foi na Paraíso que escreveu seus primeiros textos. A pesquisa que eu e Clóvis Carvalho Britto fizemos trouxe à luz alguns periódicos que estavam esquecidos em uma gaveta no Gabinete Literário

de Goiás. Neles constam as primeiras publicações de Cora Coralina, datados de 1908, onde ela fez questão da inclusão do local: “Fazenda Paraíso”, Cora tinha 19 anos de idade. Algumas polêmicas vieram à tona com a publicação do livro Cora Coralina - Raízes de Aninha, e uma delas foi justamente a quebra do paradigma de uma memória construída onde consta a imagem de uma velhinha que quase nada estudou e que só conseguiu publicar aos 76 anos de idade. Em todas as cidades em que morou no estado de São Paulo, Coralina escreveu crônicas belíssimas para jornais, inclusive para o jornal O Estado de São Paulo que já na época era um dos mais importantes no país. Cora era tão culta que em algumas sessões jurídicas em que seu marido (advogado) não po-


Hoje em dia o aluno pode ofender o professor, mas tiraram o direito do professor de se defender.

dia comparecer era ela quem atuava. Em São Paulo durante a revolução de 1932 foi audaciosa em pedir o voto feminino, em Andradina foi candidata ao cargo de vereadora pela UDN, e quando no palanque seus discursos eram ovacionados pelos trabalhadores rurais que levantavam as ferramentas de trabalhos, insuflados pelas palavras de dona Cora. Ela foi tão à frente de seu tempo que ao lermos suas crônicas da década de 1910 veremos que a Cora ambientalista tinha ideias vanguardistas, as crônicas das décadas de 1940 mostram que naquela época ela já pleiteava um banco de leite para os recém-nascidos carentes. Cora tinha tanta intelectualidade que a União Brasileira de Escritores – UBE, com


R. E. S. - Visitei escolas em diversos estados brasileiros, do Rio Grande do Sul ao Tocantins, vi que é importantíssima a visita do autor às escolas públicas e privadas. Em todas elas recebi cartinhas, releituras de meus livros, assisti encenações teatrais e vídeos que fizeram baseados nos meus livros infantis. Nesse primeiro contato notei que os alunos leram meus livros, não somente uma vez, mas duas vezes no mínimo, pois me diziam frases inteiras. Posso dizer que essa é uma maneira dos alunos pegaram o gosto pela leitura. Existe um bom número de alunos de escoo patrocínio da Folha de São Paulo a homelas em que visitei que se tornaram meus amigos nageou com o troféu Juca Pato e o título de na rede social via Internet e me colocam a par Intelectual do Ano de 1983. de suas leituras, não só dos meus livros, mas de A intelectualidade não está no diploma todos os livros que leem. Fico fascinada com a recebido em uma instituição educacional e, diversidade de títulos, e sempre questiono a ressim, na leitura constante, na formação de peito da obra para ter maior entendimento, pois opiniões, na escrita diária, no conhecimennão consigo ler tudo que me direcionam. to empírico e na determinação em saber mais e mais. Tem pessoas que mostram L&C - Qual a sua observação e posição à sua intelectualidade através de um diploeducação no Brasil? ma, seguindo um mestre; outras mostram R. E. S. – O país está passando por um períosua sapiência através de seus atos e seus do de transição educacional. Antigamente havia escritos, ditando normas e abrindo novos o regime de notas, avaliações e vestibulares bem caminhos, sendo O mestre; Cora Coralina definidos. Atualmente já não existe obrigatoriepertence ao segundo grupo. dade em notas, em passar de ano, nem mesmo em se ingressar a uma boa faculdade. L&C - Você acredita que a visita de escriVi em algumas escolas que quanto mais temtores em escolas públicas e privadas colabopo o aluno permanecer no ensino mais os pais ra para aumentar o interesse do aluno nos recebem uma compensação monetária para isso, estudos e a ler mais livros de literatura?


cheguei a escutar de uma mãe que o filho dela (com 17 anos de idade) não precisava saber escrever corretamente o nome dele. Hoje em dia o aluno pode ofender o professor, mas tiraram o direito do professor de se defender. Apesar destes tristes casos existem escolas onde os estudantes são tão educados que eu me sentava no chão para ficar ao lado deles, de tanto que me encantaram, por causa da educação com que tratam todas as pessoas. Participei de muitos eventos em escolas no Vale do Paraíba e todas elas são de alto nível educacional, um verdadeiro celeiro cultural no Brasil. Vale citar que na Revista Exame, Editora Abril, 2014, a matéria “Educação no Brasil deveria ser solução e não tragédia”, assinada por Fábio Pereira Riberio, Sócio-Diretor na empresa Rm Law & Business School, informa que “mais uma vez o Brasil está nas piores posições dos indicadores internacionais sobre Educação”. As avaliações feitas pela OCDE e pela ONU mostram que o ensino brasileiro continua estagnado em baixa qualidade. É muito triste saber que atualmente o Brasil é o terceiro pior em 40 países desenvolvidos. L&C - Qual seu ponto de vista sobre a literatura regional, já que realizou estudos sobre duas senhoras escritoras, Eugênia Sereno, com a publicação de “A Menina dos Vagalumes” e sobre Cora Coralina “Raízes de Aninha”?

R. E. S. – A literatura regional me fascina. Sempre lia Cora Coralina, na adolescência em Minas Gerais e na fase adulta no estado de São Paulo, me deliciava com os poemas coralineanos. Mas, foi somente depois de morar alguns anos na cidade de Goiás que consegui entender os escritos de Cora. A sinestesia vilaboense me introduziu ao mundo encantado de Aninha, a menina feia da Ponte da Lapa; e consegui sentir cada palavra dentro de regionalidade em que foi


escrita. Entendi, então, que é preciso vivenciar o que estudamos. Com essa sabedoria adquirida aos longos dos sete anos fui pesquisar a respeito de Eugênia Sereno. Quase todos os fins de semana (durante quase dois anos) eu ia até a cidade de São Bento do Sapucaí, nem que fosse só para andar descalça pela cidade (sem me importar com os olhares), ia até a Pedra do Baú (subia pela escadinha de ferro), passeava pelo cemitério (onde fiz amigo), escutava com atenção o badalar dos sinos (ainda mais o da Matriz), participava das festas em dias santos (festa de São Bento é boa demais), comia os quitutes nas vendas mais antigas (o pé de moleque com rapadura), subia nas árvores (tirei fotos até com as crianças em cima da árvore) e acompanhava os vagalumes na hora do luscofusco (magia pura). Tudo isso eu fiz com alegria e desprendimento só para entender a obra “O Pássaro da Escuridão”. Essa sinestesia me levou a escrever um dicionário eugeniano de expressões populares, pois além das expressões que encontrei na obra de Eugênia Sereno, sempre anotava em meu caderninho o falar gostoso típico da região do Sul de Minas, afinal é minha terra natal e as conversas me parecem antigas cantigas.

R. E. S. – Levar o leitor à procura de escritoras que traçam o perfil de alguma região brasileira. Temos o exemplo de dona Ruth Guimarães. Foi ela quem me incentivou a continuar com minhas pesquisas. Quando o livro Cora Coralina - Raízes de Aninha estava quase pronto, ainda no boneco, levei-o para que a amiga Ruth Botelho desse a sua opinião, e o mesmo fiz com o livro Eugênia Sereno - A Menina dos Vagalumes; inclusive levei parceiros de escrita biográfica para conhecer a casa de dona Ruth para que as instruções dela não ficassem apenas comigo, compartilhar saberes é caminhar com luz própria. Assim como aprendi com dona Ruth a ter um olhar diferenciado para as escritoras brasileiras quero deixar informações para os que desejam saber um pouco mais da biografia de suas escritoras prediletas.

L&C - Qual é o papel de uma obra literária biográfica na vida de um leitor, podendo ser qualquer profissional, aluno ou professor? R. E. S. – Toda biografia compõe um toque de verdade que acorda as almas mais adormecidas. Biografia consta de fatos vivenciados e traz o leitor a uma realidade onde ele poderá se encaixar e dizer: “igualzinho aconteceu comigo”. L&C - Qual é o seu objetivo em transmitir Dessa forma a leitura torna-se mais interessante, ao leitor biografias de escritoras regionais e suas estimulada pela procura de algo mais com que o obras? leitor possa se identificar.


Mirian Menezes de Oliveira FECHADA (OU ABERTA) PARA BALANÇO Dezembro de 2014... Sinto que este ano teve mais do que 365 dias, tendo em vista a multiplicidade de situações vividas: perdas, vitórias, tristezas, alegrias, doenças, saúde... VIDA. Realmente, este ano foi repleto de ROTINAS E SURPRESAS, como todos os nossos ciclos de existência. Tantos foram os acontecimentos, que posso “fechá-lo”, com saldo positivo. Se tivesse que listar tudo o que me aconteceu nesse intenso período, teria, inevitavelmente, de mudar o gênero textual. Teríamos uma lista de supermercado, para, no mínimo, um mês de consumo. “Adoeci”, como qualquer “ser humano”, entretanto, vivi, fervorosamente, cada segundo e, nas rotinas surpreendentes da vida, aprendi com a própria respiração! Posso dizer que estou pronta para fechar mais um ciclo... ou abri-lo? Tanto faz! Desejos de Feliz Natal! Feliz Ciclo Novo!

JOGO DE DAMAS

Por que me surpreendo? Em determinado momento sou jogadora, Em 01 segundo sou peça. Algum problema? Além do tabuleiro, há a tarde dourada. In.: “ROTINAS E SURPRESAS – ESPIRAIS DE VIDA” – SCORTECCI EDITORA.


Ozires Silva -Educação e Empreendedorismo A Busca Incessante dos Talentos O que vem a ser a globalização? Sem dúvida, é um fenômeno derivado diretamente das comunicações universais e instantâneas, permitindo que pessoas em qualquer lugar do mundo possam obter, fácil e diretamente, qualquer informação, usando os mecanismos criativamente oferecidos pela Tecnologia da Informação e pela disseminação dos meios de comunicação. O amplo e aberto compartilhamento de informações e de produtos, embora possam ser consideradas lógicas e normais pelo cidadão comum, somente foi possível graças a um enorme esforço de padronização que ganhou corpo, criando e sendo aceitos globalmente métodos e processos na transmissão e na interconexão da enorme massa de dados e de produtos que circulam pelo mundo. Esses resultados fantásticos, não contabilizados pelo usuário global, representam saltos de extremo valor para fortalecer e acelerar o processo universal de desenvolvimento e progresso de países, hoje completamente diferentes do que eram no passado até recente! É fácil observar que, há poucos anos tudo era mais simples. Por exemplo, um telefone era somente usado para se comunicar. Hoje, a comunicação é apenas um entre vários atributos de um celular. Um televisor, branco e preto, nada tem mais a ver com seu equivalente moderno. A constatação é que um produto moderno coloca-se agora bem mais distante das matérias primas que os originaram. Ou seja: são muito mais complexos e sofisticados do que se poderia fabricar há uns poucos anos. Vale a pergunta: Como são conseguidos tais produtos que ganham o mundo e justificam o sucesso de empresas, organizações, regiões e países? Ora, concordam os analistas, são resultados de concepções criativas, fabricadas e vendidas por pessoas de talento, inovadoras e… corajosas. E, pergunta-se: tais talentos, como surgem e de onde vêm? Quem são e porque

os talentosos se diferenciam das demais pessoas? As respostas óbvias vêm dos sistemas educacionais e de treinamento que lhes são oferecidos pelas melhores instituições mundiais. Os talentosos parecem cultivar valores e motivações diferentes das demais pessoas. São diferentes dos demais e certamente precisam de gerentes que os entendam, que possam deles extrair o melhor que possam oferecer. Cada empreendimento precisa contar com a competência do seu time de colaboradores. Eles, se de um lado contribuem para produzir riquezas, precisam em contrapartida de reconhecimento e de estímulos. É impressionante se constatar que a cultura, muito aceita pela maioria das pessoas, é que todos sejam iguais, resultando numa tendência de nivelamento estabelecendo regras generalizadas, esquecendo-se o recado constante da Mãe Natureza. Embora sejamos hoje da ordem de sete bilhões no mundo moderno, entre os seres humanos habitando no Planeta não se encontram dois iguais. Sabe-se que tratamentos iguais podem não prevalecer, mas não se deveria deixar de tentar a identificação daqueles que podem mudar o mundo em que vivemos e a eles dedicar uma atenção particular, oferecendo-lhes ambientes operativos que não inibam sua capacidade de inovar e de criar. Basta olhar ao nosso redor e nos lembrarmos de quem criou ou produziu aquilo que estamos usando neste preciso momento e perguntar como tudo surgiu. Quem produziu tantas realizações, invenções e soluções contribuintes para que nossas vidas sejam mais fáceis e práticas? Precisamos refletir e agir, deixando espaço para que as cabeças inteligentes façam o seu trabalho, lembrando-nos que serão delas a determinação das tendências e dos novos horizontes no futuro.



Christina Hernandes - Universo Infantil Literatura no mundo dos contos de fadas O que seria da criança do passado se não fossem aquelas histórias contadas por seus avós, antes de irem dormir, que apesar de assustadoras, misteriosas e infinitamente sedutoras, as hipnotizavam na trama sem se darem conta que seu inconsciente era invadido por pensamentos mirabolantes trazendo a solução dos complicados enigmas, num passo de mágica. Avançar, seguir em frente na evolução é primordial para a sobrevivência do intelecto humano, porém, fico pensando como deve ser difícil para a criança de hoje vivenciar a fantasia através dos contos de fadas, com lindas princesas e príncipes, lindos castelos, onde o ou a protagonista é sempre um personagem bonito, meigo, pensando no bem estar de todos e de tudo ao seu redor. Aquela ingenuidade pura da criança do passado sumiu, dando lugar a uma criança mais racional, conectada nas redes sociais recebendo informação através da internet e tantos outros meios de comunicação, descobrindo cedo demais a realidade, muitas das vezes sem o desenvolvimento psíquico/ emocional para essa compreensão. A criança do passado tinha certeza de que a princesa que sofria ou que estava presa logo seria salva por seu grande amor dando fim ao seu sofrimento. O que escutava do texto lido era quase verdade absoluta, ficando por horas a fio pensando em estar no lugar daquela princesa para viver uma grande historia de aventura, onde tudo era possível, como a hipnótica figura do Papai Noel, Coelhinho

da Páscoa e tantos outros. Não tinham noção do que estava sendo apresentado através dos enredos aparentemente ingênuos e envolventes, temas fortes, importantes escondidos propositalmente nas entrelinhas de uma história espetacular. A criança de hoje racionaliza a história, menos aberta para os contos de fadas, o espírito natalino, muitas só com presentes, coelhinho da páscoa, um grande ovo de Páscoa. Cuca, imagine só, sai da fantasia para dizer que aquilo não é possível, que é invenção, isso quando não diz que é mentira. Está preocupada com o futuro, entender a historia ao pé da letra deixando de viver o presente, fruto dos seus sonhos de brincar com sua imaginação, onde literalmente pode ser o que quiser, dentro daquele reino de faz de conta. Diante desse quadro triste, onde temos pequenos adultos de cinco ou seis anos, é urgente resgatar os contos de fadas, as leituras de livros infantis convencionais e aqueles que apresentam a verdade sobre as datas comemorativas religiosas ou não, para que possam entender o seu significado. A leitura para adormecer a criança entra no seu inconsciente pela porta secreta da imaginação construindo os sonhos que torna tudo possível com menos explicações. Esse exercitar lhe permite criar e vivenciar a fantasia podendo ser uma das fadas ou bruxa, à sua escolha e risco, experimentando o belo e o feio e por fim ter mais confiança para crescer e ir compreendendo gradativamente a vida como ela é.




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