Lume Arquitetura - Ed.94

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ISSN 1806-0382




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cartas

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entrevista Lume Arquitetura: Como surgiu a ideia de empreender no mercado de iluminação e com um produto tão distinto?

Wilson Sallouti

Wilson Sallouti: Não tem como responder essa questão sem parar um pouco pela nossa infância. Lembro que, desde muito cedo, a gente – com 6 ou 7 anos de idade, já brincava com luz, sem nunca

“Tivemos que trabalhar muito a confiança dos profissionais de iluminação, como lighting designers, ou mesmo profissionais de arquitetura, e isso só foi possível graças a um trabalho de não ser simplesmente desenvolvedores e fornecedores de produtos de iluminação, mas trabalhar com suporte ao projeto”

imaginar que isso um dia pudesse vir a ser uma profissão. Acho que também tem

FASA e sua história com a fibra ótica na iluminação arquitetural do Brasil

um pouco do espírito empreendedor do

de iluminação, como lighting designers,

com a fibra ótica, em 2016, que foi um

Sami, meu pai e fundador da empresa,

ou mesmo profissionais de arquitetura, e

grande marco para a empresa; e vamos

isso só foi possível graças a um trabalho

fechar em 2018 com uma entrevista para

Junto com tudo isso, houve o contato

de não ser simplesmente desenvolve-

a revista Lume Arquitetura [brincou].

com a fibra ótica, e posso dizer que desde

dores e fornecedores de produtos de

o meu primeiro contato com esse material

iluminação, mas trabalhar com suporte

Lume Arquitetura: Como vê o mercado

fiquei encantado e apaixonado por todas

ao projeto. Vale lembrar que quando

de iluminação hoje quando comparado ao

as possibilidades que essa poderosa fer-

começamos a trabalhar com fibra ótica

período em que a FASA abriu as portas?

ramenta de iluminação pode proporcionar

no Brasil o que tínhamos de iluminação

Wilson Sallouti: Bom, vejo um mercado

na arquitetura e no design de interiores.

no país eram basicamente lâmpadas

de iluminação mais capacitado, mais

que foi muito corajoso na ocasião.

Por Erlei Gobi

Acho que foi por aí o caminho.

André Klotz

A FASA FibrA ÓticA Foi A primeirA

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fluorescentes, incandescentes, algumas

profissionalizado, mais exigente, mais

de vapores de sódio e a dicroica, que

seletivo e diria, principalmente, mais

havia acabado de chegar ao mercado.

disseminado, o que gera uma maior

empresa a montar uma estrutura total-

Lume Arquitetura: A cultura de ilumi-

mente voltada para a iluminação com

nação no Brasil está mais consolidada

fibras óticas para fins arquiteturais e de-

atualmente em relação à década de 90,

Lume Arquitetura: Durante estes quase

corativos no Brasil. Durante seus quase

quando você ajudou a fundar a FASA Fi-

28 anos, vocês realizaram diversos proje-

28 anos de história, a empresa realizou

bra Ótica. Quais as maiores dificuldades

tos inovadores com fibra ótica. Conte-nos

Lume Arquitetura: Além de diretor da

fornecimento e suporte para centenas

enfrentadas para se consolidar e perma-

quais foram os mais importantes.

FASA, você também é professor e já re-

de arquitetos, lighting designers e outros

valorização do profissional de iluminação em todas as áreas e âmbitos.

necer por quase 28 anos neste mercado?

Wilson Sallouti: Nessa pergunta vou ter

alizou centenas de palestras pelo Brasil.

parceiros, consolidando e ganhando

Wilson Sallouti: É preciso lembrar que

que apelar para a minha colinha [mo-

Qual a importância de disseminar conhe-

respeito destes profissionais e de todo

estamos falando de quase 30 anos atrás,

mento em que pega o celular], porque

cimento nesta área?

o mercado, inclusive sendo premiada

quando malemá tínhamos uma cultura de

foram muitos projetos realizados. Em

Wilson Sallouti: Dar aulas e palestras

algumas vezes no Prêmio Abilux Design

iluminação no país, quanto menos uma

1995, fizemos o primeiro outdoor de fibra

de iluminação em fibra ótica foi algo que

de Luminárias.

cultura de iluminação por fibra ótica, en-

ótica da América Latina, um marco; em

me trouxe extremo prazer, pois pude

Um dos fundadores da FASA Fibra

tão foi muito desafiador no sentido de ter

1997, fizemos o primeiro piso de concreto

compartilhar um pouquinho das coisas

Ótica, Wilson Sallouti é o entrevistado

que introduzir esta cultura e desmistificar

fundido com fibras óticas da América

boas que tivemos ao longo da nossa

desta edição e conta um pouco dos

um pouco que a fibra ótica seria algo para

Latina; em 2001, fizemos o primeiro mu-

história, em especial da minha trajetória

desafios durantes estas quase três

fazer “abajurzinhos decorativos” e pode-

seu brasileiro com uma vitrine iluminada

profissional. Também sempre tive o con-

décadas. Fala também dos momentos

ria ser uma ferramenta de iluminação.

com fibra ótica, o Museu das Cobras,

ceito que conhecimento retido não tem

de satisfação, como os projetos inova-

Naquele tempo, também não havia

no Butantã (SP); em 2002, recebemos o

a menor importância, não tem o menor

dores no Brasil e na América Latina com

muita abertura de mercado, então os

primeiro prêmio de inovação tecnológica

fundamento, não faz o menor sentido,

fibra ótica; dos prêmios recebidos; das

processos de importação eram muito

da empresa, pela Abilux, por um sistema

então poder compartilhar isso com os

mudanças no mercado de iluminação

complexos e isso foi um desafio para a

de iluminação subaquática – que conti-

profissionais que estavam interessados

neste período; acerca de suas pesquisas

gente colocar produtos e serviços de fibra

nua atual e utilizamos até hoje; em 2003,

em evoluir na iluminação foi algo abso-

sobre iluminação e saúde; da fusão dos

ótica no Brasil.

fizemos o primeiro museu brasileiro com o

lutamente encantador para mim.

LEDs com a fibra ótica; das participa-

Por fim, outro desafio que também

acervo iluminado 100% com fibras óticas,

ções da empresa nas edições da Expo-

está ligado um pouco à cultura de ilumi-

o Museu Carlos Costa Pinto, em Salvador

condutor de informação, nada além dis-

lux e na Abilux (Associação Brasileira da

nação é o fato de que tivemos que traba-

(BA). Vou pular alguns porque são muitos,

so, e foi muito gratificante ver muita gente

Indústria de Iluminação); e muito mais.

lhar muito a confiança dos profissionais

mas vou citar a fusão da tecnologia LED

que tomou gosto pela coisa e seguiu

Costumo dizer que eu sou um reles

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holofote

Marina Frigeri De que forma a iluminação se tornou

compreender suas necessidades e an-

sua principal atividade como arquiteta?

seios, e, então, traduzir para efeitos lumino-

Nos últimos dois anos do curso de

sos. Podem servir como inspiração estilos

Arquitetura e Urbanismo da UFRGS esta-

de iluminação aplicados como referências,

giei na área. Até então, a iluminação era

ou a busca de inspirações mais efêmeras.

praticamente desconhecida e o currículo

Desta forma, desde projetos de iluminação

da FAU não tinha uma cadeira específica

até experiências em viagens e referências

em iluminação artificial. Depois de formada,

de arte podem servir como inspiração para

o interesse em me especializar na área só

o projeto.

Divulgação

aumentou. Você é sócia do Studio FOS Iluminação. Quais as dificuldades de empreender no mercado de iluminação brasileiro? São vários os fatores a serem considerados. Após cinco anos dedicados à

LD afirma que a Cultura da Luz deve ser propagada e multiplicada entre todos os envolvidos

iluminação na Itália – onde, no primeiro ano fiz o master no Politécnico de Milão e nos

Que tipo de formação você acredita que um lighting designer deve ter? O lighting designer deve ter uma formação que permita ler os espaços – abertos, fechados, construídos ou não. Por experiência própria, o curso que abrange a maior tipologia de espaços é Arquitetura e

não seja apenas estética, mas que reflita a

Urbanismo, no qual não se vê só a parte

seguintes trabalhei como lighting designer

personalidade do cliente e garanta a quali-

técnica da espacialidade, mas se discute

na Artemide –, retornei ao Brasil e notei as

dade de vida ao exercer as mais diversas

muito o comportamento humano, através

diferenças culturais e tecnológicas entre

atividades nos ambientes onde projetamos

da História da Arquitetura e do Urbanismo.

os mercados. Culturalmente, no Brasil, a

a luz. O projeto premiado era uma ala de

Desconheço outros cursos da área para

própria Arquitetura tem muito a avançar,

oncologia e, pensando na experiência

ter uma opinião definitiva sobre qual deles

a se popularizar. O ramo da iluminação

dos pacientes durante os atendimentos,

seria o mais adequado. Após este “saber

é mais exclusivo ainda. A Cultura da Luz

buscamos trazer a possibilidade de gerir

pensar sobre espaços e comportamentos”,

precisa ser disseminada para então gerar

a luz para mais perto do usuário, com a

vejo ser fundamental especializar-se em

um público consciente, que saiba diferen-

possibilidade de escolher a intensidade e

iluminação. O concentrar-se sobre o tema

ciar e apreciar uma boa iluminação. Assim,

a cor da luz em cada box de Quimioterapia,

(estudar e entender todos os aspectos

o avanço tecnológico terá que seguir um

conforme o estado de ânimo de cada um.

teóricos, fisiológicos, humanos e tecnoló-

padrão de qualidade que corresponda às

Após o projeto executado, soubemos que

gicos) faz o profissional ter discernimento

a relação equipe hospitalar e paciente tinha

para tomadas projetuais coerentes. Existe

se aproximado, com o assunto recorrente

enorme demanda por profissionais ca-

da “luz dinâmica”.

pacitados e interessados em fazer boa

Iluminação. Qual o peso desta conquista

Quais são suas inspirações no momento

propagada e multiplicada entre todos os

em sua carreira?

de realizar um projeto de iluminação?

envolvidos – profissionais, fabricantes,

expectativas do usuário. Em 2017, O Studio FOS foi agraciado com o VII Prêmio Abilux Projetos de

iluminação. A Cultura da Luz deve ser

A sensação é de que estamos no ca-

Primeiramente, entender quem é o

minho certo. Buscamos uma solução que

cliente final, sua personalidade, buscar

fornecedores, executores, setor público e regulamentadores.

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case

Wine bar em Porto Alegre

case

Por Adriano Degra Foto: Guilherme Jordani

Luz quente e dimerizável cria ambientes boêmios e aconchegantes no Vineria 1976 Após

morAr um tempo nA

europA,

um jovem cAsAl retornou Ao

BrAsil

e

decidiu abrir um espaço para as pessoas apreciarem vinhos de diversas safras de forma democrática, agradando todos os gostos e bolsos. Assim nasceu o Vineria 1976, um wine bar situado em Porto Alegre com extensa carta de vinhos e que oferece desde garrafas tradicionais até taças mais acessíveis para consumo individual. A arquitetura

Bar e Karaokê

ficou por conta do arquiteto Eduardo Felin, do escritório Projetebem Arquitetura, que transformou a antiga casa de 195 metros quadrados em uma atmosfera de taberna contemporânea, com tijolos aparentes e teto exposto, deixando o espaço acolhedor e sofisticado. “Os proprietários são produtores de vinho e me pediram para dar ao espaço um ar descontraído. A proposta é uma desconstrução da ideia de que se precisa de muita solenidade para se apreciar a bebida. Além disso, para valorizar o produto principal, em uma das paredes laterais foi criada uma moderna adega, toda

Instalação de luz dinâmica e dramaticidade transformam Sofia em point das selfies

em vidro e aço”, detalhou Felin. Desenvolvida pelas lighting designers Marina Frigeri e Marília Saccaro, titulares do Studio FOS Iluminação, a iluminação buscou valorizar a arquitetura do imóvel, já que deixaram os caibros e toda a estrutura de madeira da cobertura do primeiro pavimento aparente. “Criamos o drama e o charme de ter uma luz quente, dramática, focada e dimerizável. Afinal, dependendo do dia, os proprietários podem promover um evento e necessitarem de um pouco mais de luz, enquanto no dia a dia precisam deixar um

Por Erlei Gobi Fotos: Marcelo Donadussi

clima mais boêmio, com a luz aconchegante”, disse Marina. “A iluminação fez parte da composição do ambiente que queríamos criar. No caso do wine bar Vineria 1976, desejávamos um espaço intimista, agradável e aconchegante. O fato de a luz ser dimerizada, com a opção de ficar mais sutil e suave, fez toda a diferença para deixar os clientes mais relaxados, além de combinar com a opção de termos sofás e poltronas, ao invés de cadeiras. Aliado a tudo isso também tem a música, que sintetiza o clima que queremos proporcionar aos nossos clientes”, explicou Priscila Ortiz, proprietária do empreendimento comercial.

Inaugurado

em dezembro de

2017

no baIrro

moInhos

de

Vento,

em

Porto

Alegre (RS), o Sofia é um bar e karaokê com vista para o Parcão, com pegada jovem e descontraída, ideal para ase divertir em happy hours, fazer novos amigos e soltar a voz, além de oferecer amplo cardápio de drinks gelados e comidinhas. O projeto de arquitetura ficou a cargo do escritório 0E1 Arquitetos, dos titulares Ana Cristina Castagna, Anna Carolina Manfroi, Gabriel Giambastiani e Mario Guidoux, que seguiram um pedido dos proprietários para transformarem o bar em um point para os clientes tirarem muitas fotos e postarem nas redes sociais. “Todo o projeto foi pensado para que houvesse diversos espaços onde os clientes pudessem tirar selfies e postar nas redes sociais, como Instagram e Facebook. Segundo os proprietários, precisava ser um bar ‘instagramado’, pois a ideia é que a divulgação fosse feita pelos próprios frequentadores. Até as fotos que usam no site para divulgar o bar são as feitas pelos clientes”, contou Mario. 46 M EE AARRQQUUIITTEETTUURRAA 46 L U M

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Acesso Como o Vineria 1976 fica no primeiro pavimento do edifício, não havia uma área grande de fachada para iluminar e chamar a atenção. “Portanto, utilizamos um corrimão iluminado por fita de LED de 8.7W/m a 3000K e IP66 com toda a estrutura metálica e a fonte de luz integrada, de baixa tensão, para não ocasionar nenhum acidente. Tiramos partido desse corrimão iluminado para chamar a atenção das pessoas e ‘convidá-las’ a subir os degraus e entrarem no estabelecimento” detalhou Marina. L U M E A R Q U I T E T U R A 39


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biblioteca

Linha 2018/2019

Site reformulado

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Site de Lighting Designer


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meu projeto

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