Softwares de Iluminação: Usos e benefícios
Light+Building e Expolux Perfil Escritórios: Espaço Luz
ANO X - Nº 56 JUN/JUL 2012 R$ 20,00
Projetos de Iluminação: Ponte, Capela, Lagoa, Restaurante, Loja e Escritório
índice Capa Ponte Manaus - Iranduba Manaus / AM Projeto Luminotécnico: Fabiano Xavier e Alain Maître Foto: Eduardo Raimondi
entrevista
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Rafael Leão Novo presidente da AsBAI fala sobre as diretrizes da diretoria formada por jovens profissionais
18 capa Ponte Manaus-Iranduba Iluminação funcional e ornamental realça maior estaiada do Brasil em águas fluviais
case 74 Capela Santo Antônio Luz e arquitetura transformam estande de vendas em capela
04
editorial
06
cartas
24
acontecendo
88 case Multinacional de logística LEDs e arquitetura caracterizam escritório da Expeditors do Brasil
56 perfil escritórios 72 lançamentos 86
prateleira
92
biblioteca
94
luz e design em foco
106
Plinio Godoy
108
44
artigo
evento internacional
holofote
60
Light+Building 2012 Edição bate recorde de público e mostra a evolução dos LEDs
case 34
opinião
Lagoa Rodrigo de Freitas Ciclovia recebe nova iluminação com luminárias LED
Julio Takano
ponto de vista
evento nacional
Softwares de iluminação Uso e benefícios
Expolux 2012 Mercado aquecido impulsiona evento no Expo Center Norte
case 38 Restaurante árabe Luminárias exclusivas criam desenhos de luz no Manish
96
66
Vitrina e Luz Como a janela luminosa é capaz de seduzir e provocar compras por impulso
luz e linguagem visual A radiação nossa de cada dia Uma submersão no oceano invisível das formas
case 28 Loja de luxo Iluminação pontual ressalta produtos da Daslu Cidade Jardim
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Agradecemos a presenรงa de todos em nosso Stand na
EXPOLUX 2012
editorial
O sucesso é de todos
A participação da Lume Arquitetura durante a Expolux 2012 foi um
grande sucesso! Mais uma vez, recebemos centenas de visitantes entre arquitetos, lighting designers, estudantes, engenheiros, fornecedores e especialistas do setor. Mais importante que isso, nosso estande foi um ponto de encontro para os apaixonados por iluminação; tivemos a felicidade de encontrar bons e velhos amigos, que nos apoiam e caminham ao nosso lado desde o início de nossa trajetória, há quase 10 anos.
O lançamento do livro “Luz e arte: um paralelo entre as ideias de
grandes mestres da pintura e o design de iluminação”, também obteve grande êxito. Durante o primeiro dia da feira, o autor Valmir Perez foi muito requisitado e, diria até, tietado; distribuiu autógrafos, tirou fotos e interagiu com todos que passaram pelo estande para comprar ou conhecer sua obra.
Todo esse sucesso durante a Expolux 2012 não teria sido possível
sem o esforço e a dedicação de toda a equipe da revista Lume Arquitetura. Todos os profissionais que compõem os departamentos da De Maio Comunicação e Editora – redação, revisão, arte, publicidade, marketing, circulação e assinaturas – se empenharam durante meses para que o estande da Lume Arquitetura fosse um dos mais admirados e bem falados da feira.
Seria injusto citar nomes e eventualmente esquecer algum, e,
felizmente, este espaço seria pequeno para isso. Durante esta jornada, tivemos muitos parceiros – incluindo aí nossos anunciantes – e valiosos
Ano X – no 56 – Jun/Jul 2012 www.lumearquitetura.com.br Editora Maria Clara de Maio MTB 19570 mariaclara@lumearquitetura.com.br Editor-assistente Erlei Gobi MTB 54344 erlei@lumearquitetura.com.br Reportagem Adriano Degra adriano@lumearquitetura.com.br Revisão Izabel Cristina Lourenço Editor de arte Eduardo Garcia Marques da Costa arte@lumearquitetura.com.br Publicidade Nelson Rodrigues nelson@lumearquitetura.com.br Rubens Campo rubens@lumearquitetura.com.br Circulação e assinaturas Katia Pereira katia@lumearquitetura.com.br Assistente de marketing Daniela Bessa de Siqueira daniela@lumearquitetura.com.br Projeto gráfico Marcelo Crelier - www.crelier.com.br Colaboram nesta edição: Filipe Xavier, Julio Takano, Luis Lancelle, Nathália Gregoletto, Paulo Oliveira, Valmir Perez, Wladimir Pedrone. Lume Arquitetura é uma publicação bimestral da De Maio Comunicação e Editora, dirigida a arquitetos, lighting designers, decoradores, engenheiros, construtoras, incorporadoras, órgãos públicos ligados à iluminação urbana e viária, fabricantes e lojistas do setor de iluminação. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados. Proibida a reprodução parcial ou integral das matérias publicadas sem autorização da Editora.
colaboradores provedores de ricos conteúdos. Todos, sem exceção, fazem parte de nossa história e contribuíram para que chegássemos até aqui. Neste mundo, ninguém faz nada sozinho, e somente tendo acesso a esta gama de especialistas e conquistando o respeito e a admiração
@lumearquitetura
de fabricantes e assinantes é que conseguimos produzir a Lume Arquitetura – uma revista efetivamente útil para o mercado em todas as suas frentes; uma referência segura e confiável. Obrigado a todos!
Boa leitura!
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L U M E ARQUITETURA
Revista Lume Arquitetura
De Maio Comunicação e Editora Ltda. Rua Cotoxó, 611 Cj. 11 Pompéia CEP 05021-000 São Paulo SP Tels.: (11) 3801-3497, 3873-3675 e 3872-8411
cartas Chegaram minhas duas revistas, e a matéria do meu projeto na Nana Store ficou ótima. Parabéns! Leonardo Alves Lighting designer Belém – PA
EDIÇÃO 55 Numa reunião no Palácio Guanabara, apresentei a edição 55 da revista Lume Arquitetura. Foi uma sensação muito boa ver a reação das pessoas envolvidas. Solicitaram-me 10 exemplares, pois precisam entregar nas secretarias de governo como estratégia para aprovar os projetos de iluminação dos jardins. Agradeço antecipadamente o envio. Milton Giglio Lighting designer Rio de Janeiro – RJ
Queridos amigos, a matéria ficou linda e a edição nº 55 toda está maravilhosa. Estou meio no “ar”, ainda; por essa razão, estou com certa dificuldade em escrever. Mais uma vez, quero agradecer por tudo e pelo carinho de toda a equipe. Mais do que uma referência em iluminação no país, vocês, cada um, são pessoas superqueridas e de quem quero poder compartilhar da amizade por muitos e muitos anos. Um grande beijo e muito sucesso, cada vez mais, para vocês. Rose Elizabeth Mello Designer de interiores especialista em iluminação Fortaleza – CE
EDIÇÕES ANTERIORES Muito obrigado pela rapidez com que me enviaram os dois exemplares da edição nº 54 da Lume Arquitetura que eu precisava! Abraço forte. Nils Ericson Lighting designer Rio de Janeiro – RJ
Parabenizo todos da revista Lume Arquitetura por seu excelente conteúdo! Cristiane Fernandes Arquiteta e engenheira Guarujá – SP
CONTEÚDO EDITORIAL
Recebi minha revista Lume Arquitetura e sempre fico muito feliz com seu conteúdo! Meus parabéns à grande equipe da Lume Arquitetura pela dedicação ao jornalismo. Ainda não li a revista inteira, mas já posso dizer que a edição nº 55 está de PARABÉNS! Adorei a objetividade de Ricardo Kauffmann e a poesia de Howard Brandston. Um superabraço com muito carinho. Silvia Carneiro Lighting designer São Paulo – SP
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Em nome do Grupo Lumicenter Lighting gostaria de agradecer a visita da Lume Arquitetura em nosso estande na 13ª Expolux. Parabenizo o profissionalismo e agradeço o atendimento e presteza de toda a equipe da Lume Arquitetura, muito obrigada! Tamyres Haas Hein Lumicenter São José dos Pinhais – PR
Agradeço mais uma vez a oportunidade de ter participado com meu artigo na edição nº 55 da Lume Arquitetura. Grande abraço e sucesso para vocês.
Mais uma vez o trabalho de vocês está surpreendente! Cada página que se folheia dá vontade de ler imediatamente. As fotografias são um deleite; fico por um tempo olhando os detalhes de cada uma. Parabéns, vocês se superam a cada edição.
Marcela de Carvalho Fontes Designer de interiores e lighting designer Belo Horizonte – MG
Daniela de O. Meireles Carvalho Lighting designer Belo Horizonte – MG
L U M E ARQUITETURA
Sou pós-graduada em iluminação pelo IPOG de Belo Horizonte e gostaria de saber se aceitam artigos para serem publicados. Quais seriam os critérios para envio? Obrigada! Juliana Mara Arquiteta Juiz de Fora – MG
Gosto muito da revista Lume Arquitetura e ficarei superfeliz em ver meus projetos publicados nela! Ana Spina Lighting designer São Paulo – SP Para enviar artigos acadêmicos, cases de projetos de iluminação ou qualquer conteúdo editorial para avaliação, basta entrar em contato com a redação da revista Lume Arquitetura pelo e-mail redação@ lumearquitetura.com.br
entrevista
Rafael Leão
Por Erlei Gobi
Novo presidente da AsBAI fala sobre as diretrizes da diretoria formada por jovens profissionais
A AsBAI (Associação Brasileira
de
Arquitetos de Iluminação), que desde sua criação é presidida apenas por membros fundadores, está sob novo comando. Em janeiro de 2012, Rafael Leão, lighting designer da nova geração, assumiu a presidência – juntamente com uma diretoria formada por jovens profissionais – com o intuito de renovar e atrair novos associados à instituição.
Nesta entrevista exclusiva à Lume Ar-
quitetura, Rafael Leão fala a respeito de sua trajetória na AsBAI e de como se tornou presidente; sobre o novo estatuto e o novo site; acerca das ações que deseja realizar em sua gestão, como o programa Aprendiz AsBAI e o Padrão AsBAI de Projetos de Iluminação, e o que mudará efetivamente na entidade com uma diretoria composta por profissionais mais jovens. Trata também de assuntos polêmicos, como as rigorosas exigências para se tornar membro da associação, a regulamentação da Divulgação
profissão de lighting designer e a qualidade
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dos cursos sobre iluminação que são oferecidos no Brasil. L U M E ARQUITETURA
Participamos mais da associação e percebemos que o mercado a vê como um círculo fechado, mas notamos que não é bem assim. Como muitas de nossas ações acontecem nos bastidores, o mercado acaba tendo essa falsa impressão. Lume Arquitetura: Conte-nos um pouco
a construção de um conceito de projeto
site foi criar parâmetros para o mercado
de sua história profissional. Como ingres-
que esteja ligado às impressões espaciais
escolher um profissional de iluminação
sou na área de iluminação e quando se
e à resposta emocional do observador.
atuante em cada região e ainda saber sua
associou a AsBAI?
Acredito que há espaço para todos, mas
experiência na área. Além disso, pedimos
Rafael Leão: Sou graduado em arquite-
é interessante que o mercado saiba dife-
para os lighting designers colocarem
tura e urbanismo desde 1997. Embora,
renciar o escopo de trabalho de cada um.
seus currículos e projetos realizados no site, para complementar as informações.
na época, o curso não tenha oferecido nenhum embasamento sobre iluminação,
Lume Arquitetura: Fale sobre sua traje-
Dessa maneira, contratantes de qualquer
pesquisei mais sobre o tema depois de
tória dentro da associação.
parte do país podem realizar buscas por
ver duas palestras do arquiteto Gilberto
Rafael Leão: Em 2005, durante a gestão
profissionais que melhor atendam às
Franco e percebi que havia poucos pro-
do Gilberto Franco, foi aberta a oportu-
suas necessidades. Isto democratiza a
fissionais no setor, então resolvi entrar na
nidade para criar o novo site e participei
escolha de arquitetos de iluminação e
área e gostei. Trabalho com iluminação
desse projeto juntamente com os dire-
facilita a contratação daqueles que são
desde que saí da faculdade, iniciando
tores da associação na época. Este site
menos conhecidos, mas que desenvol-
minha atuação no escritório Franco e
ficou no ar até a metade da gestão da
vem um bom trabalho, deixando claro ao
Fortes em 1998.
Esther, quando eu já estava na diretoria
mercado que existem profissionais para
Ingressei na AsBAI na gestão da
de relações sociais. Ao longo desta últi-
realizar qualquer tipo de projeto.
Esther Stiller, em 2004, como membro
ma gestão conseguimos promover dois
júnior. Meu objetivo ao me associar foi
fóruns sobre iluminação e criar o novo
Lume Arquitetura: Como se tornou pre-
ajudar na regulamentação da nossa pro-
site, mais adequado para pesquisa na
sidente da AsBAI? O mandato ainda é de
fissão; a separar o que é um projeto de
área de iluminação e na busca de pro-
dois anos?
iluminação realizado por um especialista
fissionais atuantes no país – soluções
Rafael Leão: O mandato continua
e outro feito por um fornecedor, além
idealizadas em conjunto com a arquiteta
sendo de dois anos. Não digo que foi
de contribuir para o fortalecimento da
Luciana Costantin. Também é um site
uma oportunidade, mas algo pensado e
imagem do profissional de iluminação
mais alinhado às mídias digitais como
negociado. Alguns diretores mais antigos
no Brasil, pois temos uma cultura de
Twitter e Facebook.
acreditavam que eu tinha o perfil para
projetos de iluminação muito recente, que
Ao longo do tempo, também revisa-
ocupar o cargo e, além disso, contei com
começou a melhorar apenas nos últimos
mos nossos estatutos de acordo com o
o aval de Cláudia Torres, Nídia Borelli,
cinco anos, com o avanço da economia
novo código civil. Todos esses trabalhos
Junia Azenha e Altimar Cypriano, atuais
nacional.
não são visíveis aos olhos dos associa-
diretores e profissionais mais jovens,
Não são todos os profissionais de
dos, mas eram importantes para manter
diferentemente dos fundadores da As-
arquitetura que procuram um lighting
a associação funcionando. Outro trabalho
BAI que possuem mais de 30 anos de
designer, e depender apenas de indica-
que desenvolvemos na antiga gestão foi
profissão. O plano foi criar uma diretoria
ções não é a melhor maneira de captar
estabelecer contato com associações
toda composta de jovens profissionais,
clientes; é preciso estabelecer um elo
internacionais, como PLDA (Professional
na qual teria um presidente também da
com arquitetos, designers de interiores e
Lighting Designers’ Association) e o IES
nova geração.
construtoras. Para isso acontecer, estes
unidade México (Illuminating Engineering
profissionais precisam saber diferenciar
Society of North America – Sección Mexi-
da Esther, tivemos a oportunidade de
o projeto de iluminação feito por um pro-
co).
participar mais da associação e perceber
Na gestão passada, sob o comando
que o mercado a vê como um círculo
fissional especialista, livre de conflitos de interesse, e aquele feito por um lojista,
Lume Arquitetura: Quais benefícios o site
fechado, mas notamos que não é bem
que muitas vezes trabalha apenas com a
disponibiliza aos associados?
assim. Como muitas de nossas ações
planta, sem realizar a leitura do espaço e
Rafael Leão: A grande sacada do novo
acontecem apenas nos bastidores, por L U M E ARQUITETURA
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sermos uma associação pequena, o mer-
tudo o que já foi feito e começa algo
teórica que nós acreditamos, sem neces-
cado acaba tendo essa falsa impressão.
novo, não temos a intenção de mudar o
sariamente fazer parte da mesma escola.
Nós trabalhamos muito, mas algumas de
que vinha sendo realizado, afinal, parti-
Será muito importante ter mais gente que
nossas ações não aparecem aos olhos
cipamos dos projetos anteriores. É mais
acredite na capacitação profissional.
dos associados. Nosso trabalho junto a
um crescimento da associação do que
outras associações; as trocas de e-mail;
uma mudança de rumo. A maioria das
sofrer uma enxurrada de mão de obra
reuniões em eventos internacionais; o
pessoas que está na chapa atual fez parte
do exterior devido ao aquecimento de
esforço para colocar o estatuto dentro
da administração passada, portanto isso
nossa economia enquanto alguns países
do novo código civil; o trabalho de rede-
nos deu experiência suficiente para saber
europeus sofrem com o desemprego.
senho do novo site, que ainda continua
quais os caminhos que devemos seguir
Estes profissionais chegarão com mais
em andamento; a idealização antecipada
e como seguir. A equipe trabalha com
conhecimento em iluminação de grandes
dos eventos, tudo isso levou meses de
grande harmonia e toma as decisões sem
obras e urbanística do que muitos de nós
reuniões.
conflitos, idealizando o mesmo objetivo.
brasileiros. Nunca vivemos algo do gêne-
O grande objetivo de compor uma
chapa de jovens profissionais era mos-
O que eu procuro nessa nova gestão é que a AsBAI tenha um papel com o futuro, visando a qualidade do profissional a médio e longo prazo.
trar ao mercado e aos associados que a AsBAI é uma associação democrática. Os interesses da associação são os mesmos dos profissionais de iluminação e não apenas de seus fundadores. Essa foi a principal questão que nos motivou a idealizar esta nova gestão; queremos deixar claro que a AsBAI tem espaço para todos, basta ter conhecimento científico
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Nos próximos anos, o Brasil irá
ro, pois o Brasil sempre foi um exportador de mão de obra. Neste momento, ter uma associação sólida e estruturada será importantíssimo para cuidar de nossos interesses e evitar que os nossos profissionais percam espaço no mercado. Muitos acreditam que ser membro da associação europeia PLDA (Professional Lighting Designers Association) ou da americana IALD (International Association of Lighting Designers) dá mais status,
comprovado com os projetos desenvol-
Todos nós temos, em média, dez anos
mas elas não irão ajudar os profissionais
vidos.
de experiência profissional, alguns mais
brasileiros a se proteger, não é mesmo?
O interesse será justamente o contrário.
A AsBAI está aberta àqueles que
e outros menos. Nossa trajetória é muito
estão dispostos a enriquecer o seu co-
parecida: anos de formação, os primeiros
nhecimento científico. O mercado reco-
dois anos trabalhando em um importante
Lume Arquitetura: Quem pode se as-
nhece os bons profissionais por meio de
escritório de iluminação e depois a aber-
sociar e de que forma? Quanto custa ser
seus projetos. Nosso objetivo é capacitar
tura de um escritório próprio; sabemos
associado?
nossos associados para que desempe-
as dificuldades que passamos. Quere-
Rafael Leão: Existem quatro categorias
nhem trabalhos melhores e, com isso,
mos mostrar aos novos profissionais os
de associados: Estudante, Assinante,
pressionar o mercado a contratar bons
caminhos que eles devem trilhar para
Aspirante e Membro. Na categoria
profissionais de iluminação, recusando
chegar aos bons resultados. É claro
Estudante podem se associar aqueles
projetos que não sejam bem fundamenta-
que para isso existem várias frentes,
que estiverem cursando faculdades
dos. Precisamos atrair mais profissionais
como promover cursos, palestras em
de arquitetura, engenharia ou desenho
para a associação e incentivar os novos
faculdades de arquitetura, programas de
industrial, além de cursos relacionados
lighting designers a se capacitar; isso
inicialização em projetos de iluminação e
com a área de iluminação, sejam eles de
também nos motivou a criar uma chapa
workshops em áreas práticas, tudo para
nível superior, técnico ou de tecnologia.
de novos talentos.
atrair os novos profissionais e mostrar as
Esta categoria dá direito aos seguintes
dificuldades, soluções e alternativas para
benefícios: acesso à área restrita do site
Lume Arquitetura: Uma nova geração de
adquirir bons resultados.
com conteúdo informativo, como artigos
profissionais assumiu a AsBAI, mas o que
O que eu procuro nessa nova gestão
e vídeos; informações atualizadas sobre
isso muda efetivamente na associação?
é que a AsBAI tenha um papel com o futu-
os eventos do setor; descontos em inscri-
Rafael Leão: Temos várias frentes de
ro, visando a qualidade do profissional a
ções de eventos ligados à associação, na
atuação. Diferente do que ocorre em uma
médio e longo prazo. Estamos abertos a
compra de livros e assinaturas de revistas
eleição para prefeito ou outros cargos
novos membros que façam projetos com
relacionadas à Iluminação e em pacotes
públicos importantes, quando se nega
a mesma qualidade e fundamentação
de viagens nacionais e internacionais;
L U M E ARQUITETURA
consultas à biblioteca da associação e
área restrita. Eles ainda têm direito a
além de número mínimo de 50 projetos
participação no painel de oportunidades
participar das reuniões de conselho, a
executados. Esses requisitos foram flexi-
do site. A contribuição associativa pode
votar e a montar chapas nas eleições. A
bilizados, porque a associação acredita
ser anual (90 reais) ou trimestral (25 re-
contribuição associativa anual custa 540
que para comprovar a sua experiência e
ais pagos em março, junho, setembro e
reais, enquanto a trimestral fica em 150
bagagem profissional, basta apresentar
dezembro).
reais. Porém, membro de honra é isento.
seus trabalhos. Não é um número míni-
A categoria Assinantes engloba
A categoria Aspirante é dedicada
mo de obras ou o tempo de profissão o
aqueles que não compõem os requisitos
aos formados em arquitetura, engenharia
mais importante, mas sim a qualidade do
para serem membros ou aspirantes a
ou desenho industrial que se dedicam à
trabalho. Existe um conselho curricular
membros, como projetistas, fabricantes,
prática de projetos de iluminação, mas
que analisa a qualidade dos trabalhos
autônomos ou profissionais ligados
não são titulares e responsáveis plenos
apresentados pelos profissionais que
genericamente a área de iluminação.
no desenvolvimento desses projetos e
desejam se tornar membro. Como um
Os benefícios desta categoria são os
não atingem os requisitos necessários
dos principais objetivos da AsBAI é a
mesmos da categoria de Estudantes. A
para ser membro. Os aspirantes poderão
qualificação profissional, seria um tanto
contribuição associativa anual custa 270
ascender à categoria de membros ao
contraditório permitir o acesso a categoria
reais, enquanto a trimestral fica em 75
apresentar os trabalhos e as qualificações
de Membro sem exigir alguma comprova-
reais.
ção. Atualmente, temos um pouco mais
de 140 associados no total, sendo 25
A categoria Membros engloba os
profissionais formados em arquitetura e urbanismo e também os formados em engenharia ou desenho industrial com doutorado em áreas relativas à iluminação aplicada à arquitetura. Estes lighting designers precisam ter cinco anos de atividade como arquiteto autor e titular de projetos de iluminação; ao menos 20
A AsBAI está aberta àqueles dispostos a enriquecer seu conhecimento científico. O mercado reconhece os bons profissionais por meio de seus projetos.
projetos de média ou grande complexi-
Lume Arquitetura: O que pensa sobre os cursos especializados em iluminação? Eles realmente capacitam os profissionais para trabalharem na área? Rafael Leão: Algo muito comum é que a maior parte dos cursos é desenvolvida por docentes da própria instituição que,
dade na área de iluminação aplicada à
previstas nos Estatutos da associação
infelizmente, não possuem muita expe-
arquitetura; não podem possuir vínculo,
para comprovar o atendimento das exi-
riência no universo de projetos de ilumi-
ligação ou participação em empresas
gências relativas ao ingresso na catego-
nação, limitando o potencial informativo
públicas e privadas de fabricação ou
ria. O valor da contribuição associativa é o
destes cursos. Mesmo que você tenha
comercialização de equipamentos de ilu-
mesmo da categoria Assinantes, mas os
um conhecimento teórico muito rico, a
minação e precisam estar desvinculados
benefícios são os mesmos dos Membros,
realidade do mercado e a aplicação des-
de relação empregatícia com empresas
exceto o direito ao voto e a participar das
se conhecimento é diferente; não é só o
concessionárias do serviço público e
eleições.
embasamento teórico que lhe oferece a
órgãos públicos ligados à atividade de
12
deles como membros.
sensibilidade de saber o melhor caminho
instalação, geração e distribuição de
Lume Arquitetura: Alguns profissionais
a ser tomado. O que sugiro às pessoas
energia elétrica, tanto quanto aos projetos
reclamam que as exigências para se tor-
que me questionam sobre os cursos de
de iluminação pública.
nar Membro da AsBAI são muito rigorosas,
especialização em iluminação é para
mais até do que associações internacio-
pesquisar se os docentes são vinculados
tes benefícios: informações atualizadas
nais. Isso é verdade?
a AsBAI e em quais categorias esses
sobre os eventos do setor, descontos em
Rafael Leão: Os requisitos foram re-
profissionais se encaixam. Afinal, quanto
inscrições de eventos ligados à associa-
visados. Anteriormente, havia uma má
maior o posto dele na associação, mais
ção, na compra de livros e assinaturas
interpretação, até por conta do nosso
embasamento técnico e teórico ele terá
de revistas relacionadas à iluminação
antigo estatuto, que exigia três questões
para tratar do assunto.
e em pacotes de viagens nacionais e
juntas: o membro deveria ser formado em
internacionais; consultas à biblioteca
arquitetura e urbanismo ou mestrado e
lhando num programa de capacitação,
da associação; participação no painel
doutorado na área de arquitetura, possuir
chamado Aprendiz AsBAI, que irá iniciar
de oportunidades do site e acesso à
mais dez anos de atuação profissional,
com palestras nas faculdades de arqui-
Os membros têm direito aos seguin-
L U M E ARQUITETURA
A nova gestão da AsBAI está traba-
baloodesign
Ambientes iluminados com lâmpadas de catodo frio.
Catodo Frio Brancos de 1.900k a 9.000k
Fotos: Rubens Campo
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tetura. Claro que seria ótimo oferecer um
participou em março de 2012 da reunião
do discurso e a escolha da carga emo-
curso, mas por hora não adianta realizar
nacional do CAU em Brasília, juntamente
cional que será empregada na solução. A
esse trabalho, porque consideramos que
com a ex-presidente Esther Stiller, apre-
diretriz de trabalho inicial é praticamente a
não é somente com bons cursos que
sentando a AsBAI ao novo conselho para
mesma, por isso é mais comum encontrar
iremos qualificar o mercado e difundir a
que possamos fazer parte do Colégio
arquitetos do que outros profissionais da
cultura de projetos de iluminação. Com
Brasileiro de Arquitetos (CBA) juntamente
construção e do design no desempenho
o curso podemos formar uma turma de
com outras entidades, como o IAB (Ins-
de nossa profissão.
20 a 30 alunos em dois anos e em uma
tituto de Arquitetos do Brasil), a AsBEA
palestra podemos abrir os olhos de 40 a
(Associação Brasileira dos Escritórios
medida que as restrições aumentarem.
60 jovens profissionais em duas horas,
de Arquitetura) e a ABAP (Associação
Contudo, será muito mais provável que
proporcionando-lhes senso crítico rela-
Brasileira de Arquitetos Paisagistas).
o mercado aprenda a escolher melhor
cionado à iluminação artificial que levarão
Acho complexo existir algo que
os profissionais do que a lei exigir um
consigo aonde forem. Obtive muitos
controle e regulamente a profissão de
profissional dessa disciplina nos projetos.
clientes através de meus alunos e hoje
arquiteto de iluminação, isso também
reconheço que há enorme potencial não
não acontece nos Estados Unidos ou
Lume Arquitetura: Porque a AsBAI não
explorado nas faculdades que poderão
Europa; o que existe é uma associação
é uma entidade tão representativa para o
ajudar o mercado de iluminação a cres-
mercado nacional como algumas associa-
cer.
ções internacionais como a PLDA (Euro-
Com este novo programa, que
oferecerá aos candidatos um período de vivência em escritórios de projetos de iluminação, acompanhando os arquitetos autores no desenvolvimento de suas atividades, poderemos atender às
Muitos acreditam que ser membro de associações internacionais dá mais status, mas elas não irão ajudar os brasileiros a se proteger.
expectativas de muitos jovens arquitetos,
pa), o IES ou a IALD (EUA), por exemplo? Rafael Leão: Porque ela é jovem e pequena. Temos apenas dez anos e a AsBAI começou a caminhar melhor a partir de 2004, pois temos poucos recursos. A associação se torna forte na medida em que consegue alcançar um
mostrando-lhes um pouco de nosso uni-
forte que, além de qualificar novos profis-
número maior de associados e atingir
verso. Tenho certeza que estes estudan-
sionais, também orienta o mercado sobre
uma parcela maior da sociedade. Mas
tes entenderão a complexidade de nossa
a importância e o desempenho de nossa
isso não é mágico, todos que estão na
profissão quando se tornarem arquitetos
profissão. É pra isso que formamos a as-
AsBAI hoje têm seus escritórios para
e, talvez, até atraia alguns deles para a
sociação, só que não vai acontecer den-
cuidar e é óbvio que fazemos tudo na
nossa área. Portanto, as tarefas da AsBAI
tro de um conselho próprio, mas dentro
medida do possível. Gostaríamos, por
são sempre pensadas a longo prazo.
do conselho de arquitetura e urbanismo,
exemplo, de ter uma revista somente da
assim que a AsBAI conseguir fazer parte
associação, mas quem irá escrever os
do CBA.
artigos mensais? Também poderíamos ter
Lume Arquitetura: Como a associação vê a regulamentação da profissão de lighting
14
A regulamentação talvez ocorra à
um administrador na presidência, mas o
designer no Brasil?
Lume Arquitetura: Os Estados Unidos e a
que essa pessoa saberia de iluminação?
Rafael Leão: Isto é algo muito complexo
Europa possuem um mercado maior, mais
E quem disse que um cargo desse não
e talvez até desnecessário. Recente-
consolidado e com mais profissionais que
vai levar a um impasse político dentro da
mente, os arquitetos conseguiram se
o brasileiro. Não seria interessante o Brasil
associação?
desvincular do CREA [antigo Conselho
dar o pontapé inicial para a questão da
Regional de Engenharia, Arquitetura e
regulamentação?
profissional de projetos de iluminação
Agronomia], um projeto idealizado nos
Rafael Leão: Não acho que a regulamen-
dos fornecedores, fabricantes e lojistas;
anos noventa e alcançado somente
tação da profissão vai enriquecer o papel
somente dessa maneira a sociedade vai
agora. É de extrema importância que a
do lighting designer. Acredito que nosso
entender a importância de contratá-lo. Os
profissão de arquitetura de iluminação
trabalho será reconhecido junto com o do
profissionais que fazem parte da AsBAI
seja formalmente reconhecida pelo novo
arquiteto. As diretrizes de um projeto de
não vão abandonar os seus escritórios.
Conselho de Arquitetura e Urbanismo
arquitetura e de um projeto de iluminação
Portanto, a resposta é tempo. É uma
(CAU) e é isso que nós estamos tentando.
são próximas: ambos iniciam com a cons-
associação jovem com números ainda
A nossa vice-presidente Cláudia Torres
trução de um conceito, a fundamentação
pequenos que precisamos aumentar.
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w w w. l u x i o n . c o m . b r
Para isso vamos desenvolver palestras,
maneira, ela pode apenas reconhecer
Azenha, contando com o auxílio da arqui-
colocar em prática nossos programas e
o comprometimento do fabricante com
teta Ana Spina, em parceria com a vice-
continuar expandindo nossos fóruns, por-
determinado produto. Não podemos
presidência de Tecnologia e Qualidade do
que com um número maior de associados
emitir um selo como o do Inmetro ou do
Secovi-SP (Sindicado da Habitação). Este
conseguiremos mais patrocinadores e,
Procel, pois seria algo fora do escopo de
manual integra um conjunto de manuais
consequentemente, mais recursos para
nossa associação.
de escopo oferecidos pelo Secovi-SP e se
realizar novos eventos e promover mais
Outra questão se refere às priorida-
trata de um documento inédito que des-
ações para atingir uma parcela maior do
des que cada gestão enfrenta. A maior
creve as diferentes fases do projeto de
mercado.
delas no momento é a qualificação de
iluminação e como ele se relaciona com
jovens profissionais; é mostrar ao merca-
os demais projetos. O documento é dis-
Lume Arquitetura: Como é a relação
do que existem profissionais para todos
ponibilizado gratuitamente pela internet e
entre a Associação e a indústria?
os níveis de investimento e comprome-
confirma que o trabalho do profissional de
Rafael Leão: Os lighting designers
tidos com alto padrão de qualidade de
iluminação já é reconhecido como parte
precisam de bons fabricantes, e a qua-
projetos. O que os nossos associados
integrante dos projetos complementares
lidade do nosso mercado depende da
pedem no momento não é o atestado
em uma obra.
indústria. Portanto, a AsBAI ouve seus
de produtos, mas as ações relacionadas
patrocinadores, mas não defendemos
Lume Arquitetura: A AsBAI realiza pales-
única e exclusivamente seus interesses,
tras, workshops e fóruns, mas faz pouca
Desejamos que mais empresas desenvolvam produtos de qualidade, pois existe uma grande variedade de fabricantes no Brasil.
queremos que desenvolvam bons produtos. Desejamos que mais empresas desenvolvam produtos de qualidade, pois existe uma grande variedade de fabricantes no Brasil, mas poucos deles comprometidos com o ideal de fornecer bons equipamentos. E bom produto não
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divulgação ou uma divulgação unilateral. Porque isso ocorre? Rafael Leão: Admito que a divulgação de nossos eventos não é tão abrangente quanto gostaríamos. Espero melhorar este ponto para atingir um número maior de interessados. Mas, como disse an-
é somente boa matéria prima, mas boa
à qualificação do mercado, portanto
teriormente, somos pequenos e temos
curvatura de refletor, bom departamento
esse é o nosso foco. Gostaria de afirmar
que cuidar, além de nossos escritórios,
técnico por trás desse fabricante para
que até o final do meu mandato a ideia
da associação; não existe uma pessoa
garantir os resultados fotométricos e
do atestado AsBAI de atendimento às
encarregada para atualizar o conteúdo
equipamentos com ótima eficiência.
recomendações técnicas para produtos
do site a todo o momento, por exemplo.
Um dos futuros programas da As-
de iluminação será aplicada, mas ainda
Contratamos uma pessoa para nos ajudar
BAI está centrado no reconhecimento
temos que formatá-la para evitar que seja
neste quesito, mas não deu certo porque
da qualidade de equipamentos. Isso irá
mal interpretada pelo mercado.
a sua atuação era limitada a apontar o
incentivar os fabricantes, não apenas os
que estava faltando. O conteúdo ainda
que são nossos patrocinadores, a desen-
o Padrão AsBAI de Projetos de Ilumina-
tinha que ser produzido por nós.
volver bons produtos. Estamos em busca
ção, mas ainda é uma ideia embrionária,
disso porque o aumento da qualidade do
pois não sabemos como formatá-lo. O
publicado no site, como artigos, filmes
mercado reflete em aumento de vendas,
objetivo deste programa é informar quais
e entrevistas. Espero conseguir realizar
produtos melhores e com valor agregado
são os requisitos mínimos que devem ser
alguns vídeos de visitas monitoradas em
maior.
entregues ao cliente pelo profissional que
projetos executados ainda este ano, pois
Também temos a intenção de realizar
Ainda temos muito material para ser
desenvolve projetos de iluminação; escla-
os considero um material inédito, idealiza-
Lume Arquitetura: Este selo de qualida-
recer ao mercado o escopo do trabalho
do em conjunto com Luciana Costantin.
de está na pauta da associação desde
do profissional especialista independen-
Eles mostrarão arquitetos de iluminação
o mandato da Cristina Maluf, em 2007.
te.
durante uma visita às obras em que re-
Porque ainda não saiu do papel?
Tivemos uma grande conquista com
solveram a luz falando sobre suas ideias
Rafael Leão: Na maior parte das vezes,
a produção do Manual de Escopo de
e objetivos projetuais. Acredito que será
as ideias vêm mais rápido do que o for-
Projetos de Iluminação, desenvolvido na
uma poderosa ferramenta de divulgação
mato de uma ação como esta. A AsBAI
última gestão sob supervisão da diretora
de nossa atividade.
não é uma agência regulatória. Dessa
de relações culturais, arquiteta Junia
L U M E ARQUITETURA
tune the light
Light Board LED
Premiere for ERCO’s Light Board: efficient spotlights, floodlights and wallwashers consistently designed only for LEDs, the source of the future. With a striking design that gives expression to the innovative lighting technology. The flat housing of cast aluminium integrates the control
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gear and ensures a long life through sophisticated heat management. High-power LEDs in warm white or neutral white produce a luminous flux of 290lm to 4320lm with a connected load of 5.4W to 54W, suitable for a vast range of applications. The highly efficient LED lighting tech-
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capa
Ponte Manaus-Iranduba
Por Erlei Gobi Fotos: Eduardo Raimondi
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L U M E ARQUITETURA
Iluminação funcional e ornamental realça maior estaiada do Brasil em águas fluviais
A ponte Manaus-Iranduba, que passa sobre o Rio Negro, no Amazonas, foi
inaugurada em 24 de outubro de 2011 em comemoração ao 342º aniversário da capital amazonense. A ponte é considerada a maior estaiada do Brasil em águas fluviais – trecho de 400 metros com 104 estais suspensos – e a segunda maior do mundo, com 3.595 metros de extensão. A obra, realizada pela Camargo Corrêa, durou três anos e 10 meses e custou aproximadamente 1,099 bilhão de reais (586 milhões do BNDES e 513 milhões do governo estadual).
O projeto da iluminação funcional e ornamental da ponte, assinado pelos lighting
designers Fabiano Xavier e Alain Maître, titulares do escritório Atelier Lumière, foi marcado pela grande complexidade técnica. “A instalação da iluminação começou quando a obra estava sendo finalizada. Isso significa que não havia mais acesso, principalmente ao mastro central e às partes sob a ponte. Alguns posicionamentos de luminárias precisaram ser repensados devido a esta dificuldade física”, explicou Fabiano.
Segundo os responsáveis pelo projeto luminotécnico, a grande extensão e a escala
monumental dos elementos presentes no vão central, não raro com trechos maiores
L U M E A R Q U I T E T U R A 19
que 100 metros, impunham o uso de um grande
considerando o aparelho ligado durante 12 horas
número de projetores de alta potência para suprir
diárias. Em situações de difícil acesso aos artefa-
as necessidades de alcance e de visualização da
tos, como é o caso, este é um diferencial impor-
iluminação. O ponto de maior demanda energéti-
tante na manutenção do sistema a longo prazo”,
ca foi o conjunto do mastro central e seu sistema
ressaltou Fabiano.
estaiado, situado a cerca de 1,6 quilômetros das margens.
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Mastro central e estais
“Com a utilização da tecnologia mais corren-
te de projetores e luminárias viárias equipados
com lâmpadas de descarga de alta pressão,
recebeu um tratamento rasante ascendente na
haveria a necessidade de prover a alimentação
primeira porção, de cerca de 100 metros acima
em média tensão, com a adjunção de subesta-
do tabuleiro da ponte, com 12 projetores RGB, de
ções suspensas sob o tabuleiro da ponte, a cerca
300W cada, instalados em cada um dos quatro
de 90 metros do nível médio do Rio Negro. Tal
pilares sextavados. No trecho superior, o bloco de
sistema envolveria um custo elevado, montagem
40 metros de altura, no qual estão ancorados os
e manutenção complexas e a necessidade de
cabos, é iluminado em quatro de suas seis faces
estruturas complementares muito importantes,
por grupos de três projetores similares em cada,
não previstas”, afirmou Fabiano. Por este motivo,
com óticas diversas, apropriadas à forma pirami-
os lighting designers optaram pela resolução de
dal. Os pilares circulares abaixo do tabuleiro são
quase todo o sistema de iluminação – viário e or-
iluminados cada um por dois projetores RGB de
namental – com equipamentos providos de LEDs
300W cada, alocados em cada face externa, com
de alta potência, capazes de reduzir a carga total
abertura de 13 graus, além de um projetor para
instalada em cerca de 50% (93,2 KW), viabilizan-
efeito de contraluz em cada face interna, com
do uma solução alternativa para o sistema de
abertura de 40 graus. “Nestes pilares, o fluxo da
alimentação.
iluminação é ora ascendente, ora descendente”,
destaca Fabiano.
“A tecnologia LED empregada é a de maior
O mastro central, de 185 metros de altura,
performance na atualidade, permitindo, em apa-
relhos de tamanho e peso razoáveis, a produção
projetado para o destaque do mastro central da
de luz branca ou colorida com longo alcance e
Ponte Manaus-Iranduba é comandado por uma
alta intensidade. A vida útil deste material é muito
unidade automatizada e centralizada, permitin-
longa comparada com as outras tecnologias
do controlar o tipo de mudança de cor, a sua
existentes, chegando a 50 mil horas com a manu-
velocidade e o momento do seu acontecimento.
tenção de 70% do fluxo inicial, o que equivaleria
“Foram concebidos 12 cenários cromáticos que
a pouco mais de 10 anos de funcionamento,
se sucedem diariamente em ciclo contínuo, com
L U M E ARQUITETURA
Todo o sistema de iluminação dinâmica
Posição dos projetores gera efeito visual de ondas de luz e sombra nos estais, assemelhando seu conjunto a uma pena ou asa de uma ave.
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Divulgação
À esquerda, mastro central iluminado e luminárias de LED de 145W a 4000K para iluminação viária. Acima, detalhe da instalação dos projetores com LEDs de 300W a 4000K e abertura de 5 graus nos estais.
duração de cinco minutos cada. Para cada
gracioso foram concebidas cenas particula-
um deles foi testada a saturação e combina-
res para enfatizar este caráter, tirando partido
ção das tonalidades, em função de sua visu-
inclusive das cores complementares geradas
alização após incidir na estrutura”, explicou
pela sobreposição de incidências, próximo ao
Fabiano.
cume do mastro, tonalizando os cabos origi-
nalmente de cor amarela”, elucidou Fabiano.
Cada um dos 104 estais que sustentam
os dois vãos de 200 metros recebeu um projetor com LEDs de 300W a 4000K e abertura
Pilares e iluminação viária
de 5 graus. Segundo os lighting designers, o
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controle da incidência do fluxo luminoso con-
vergente sobre a estrutura do mastro central
cedem o vão estaiado receberam tratamento
foi um dos maiores desafios da montagem,
com projetores de LEDs de 300W e 4000K,
pois era necessário assegurar a iluminação
sendo dois na fase externa e um projetor
dos cabos de até 200 metros sem alterar a
na fase interna de cada pilar. Os demais
iluminação colorida. “Este controle foi obtido
69 pilares que sustentam a ponte tiveram
com uma regulagem muito particular, na qual
apenas suas arestas externas balizadas com
os projetores são progressivamente girados
um facho de luz descendente proveniente
do eixo do cabo para o alto, do mais distante
de projetores com lâmpadas de multivapo-
até o mais próximo ao mastro, gerando um
res metálicos de 150W e facho fechado (10
efeito visual de ondas de luz e sombra nos ca-
graus). Para iluminação viária, os lighting
bos, assemelhando seu conjunto a uma pena
designers utilizaram 234 luminárias de LED
ou asa de uma ave. Em função deste efeito
de 145W a 4000K.
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Os quatro pilares prismáticos que ante-
Ficha técnica Projeto luminotécnico: Fabiano Xavier e Alain Maître / Atelier Lumière Construção: Camargo Corrêa Instalações elétricas: Focus Empreendimentos Montagem do sistema: Consórcio Rio Negro Luminárias de LED: Philips Luminárias: Indal Lâmpadas: Philips
acontecendo
Museu da lâmpada é inaugurado em São Paulo São Paulo ganhou, no dia 15 de março, um museu dedicado à história das lâmpadas. O Museu da Lâmpada está localizado na sede Gimawa, revendedora de materiais elétricos, no bairro Aeroporto, e fica aberto ao público de segunda a sábado, das 8h às 18h. Para conhecer o acervo é necessário agendamento prévio pelo telefone (11) 2898-9333, além de levar um quilo de alimento não perecível. O Museu relata a história da iluminação desde o descobrimento do fogo na pré-história até o século XIX. “Com o surgimento do museu, percebemos o quanto o mercado de iluminação é carente de informação, e acredito que com esse espaço poderemos disseminar um pouco mais o assunto” afirmou Wladimir Pedrone, proprietário da empresa e responsável pelo Museu. Os visitantes do museu poderão conferir detalhes históricos sobre a evolução das lâmpadas através de cinco monitores de vídeos espalhados pelo local, recortes de jornais antigos que noticiaram o lançamento das peças, além dos mais de 40 produtos que vão desde as primeiras incandescentes até os modernos LEDs. Entre esses diversos conteúdos, o que chama mais a atenção é o teto com pontos de fibra ótica simulando um céu estrelado. No espaço são oferecidos testes interativos para os visitantes entenderem como funciona a visualização da cor através da luz e suas variações. ”Nesse teste, utilizamos sempre a mesma lâmpada, porém com IRC distintos, o que permite ao visitante ter uma visualização diferente da mão ao colocá-la no equipamento”, explicou Pedrone. Outro espaço interessante do museu é o destinado à reciclagem das lâmpadas, onde uma espécie de jardim com lâmpadas pintadas demonstra uma forma criativa de aproveitar as peças descartadas. Além do Museu, a empresa inaugurou recentemente um auditório com capacidade para 46 lugares, onde serão ministrados cursos e palestras com vídeos focados em iluminação e sistemas elétricos. Segundo Pedrone, a Philips prevê a utilização do auditório para realizar seus cursos de iluminação. “No futuro, a Gimawa pretende montar um espaço cultural no local, com peças infantis de teatro e a temática voltada para a iluminação”, finalizou.
Divulgação
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L U M E ARQUITETURA
www.museudalampada.com.br
Nas fotos, detalhes do museu e de dois modelos de lâmpadas do acervo.
acontecendo
Artecristallo inicia parceria com a empresa italiana FDV A Artecristallo, empresa brasileira que atua no setor de iluminação há nove anos, firmou em 2011 uma parceria com o grupo de iluminação italiano FDV (Firme di Vetro). Com isso, a instituição se tornou importadora e distribuidora exclusiva para o Brasil da companhia italiana, que detém as marcas Murano Due, ITRE, Gallery, Lucialternative e Aureliano Toso Lighting. Dentre as diversas peças produzidas pela marca italiana, duas se destacam: a luminária Keyra, da Murano Due, e a luminária Wood, criada pela Itre. A primeira proporciona leveza e flexibilidade ao ambiente e conquista a atenção de quem a observa. Assinada pelo designer Roberto Paoli, recebeu, em 2011, o prêmio Good Design Award, uma das mais reconhecidas premiações de design no mundo. A segunda permite o encontro da luz e do som na mesma peça através da tecnologia Dual Inside, além de ser a única no mundo com reprodução de som de alta fidelidade por meio de sistema Bluetooth. Para expor as novas peças e sua linha de produtos, a Artecristallo inaugurou seu showroom, com 300 metros quadrados, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 380, no bairro Jardim América, em São Paulo, depois de permanecer durante oito anos na Rua Bela Cintra. A empresa também inaugura seu departamento de projetos luminotécnicos com profissionais do setor e equipe de projetistas para o desenvolvimento de projetos exclusivos.
Luminária de teto Keyra, da Murano Due.
Luminária de mesa Wood, criada pela Itre.
www.artecristallo.com.br
Ventana Luminosos comemora 10 anos A Ventana Luminosos, empresa nacional especialista na produção de lâmpadas de catodo frio, reuniu seu quadro de funcionários e familiares entre os dias 16 e 18 de março de 2012, no Hotel Estância Santa Mônica, localizado na Cidade de Louveira em São Paulo, para celebrar seus 10 anos de fundação. Instalada na região de Jundiaí, a cerca de 50 km da capital paulista, a empresa possui uma área industrial de aproximadamente mil metros quadrados e exporta para a América do Sul e Europa. Além das comemorações dos 10 anos da empresa, a Ventana Luminosos apresentou sua nova identidade visual aos funcionários, desenvolvida pelo Studio de Design e Marketing – Baloodesign. O engenheiro Gustavo Neves, proprietário da Ventana Luminosos, discorre sobre um dos diferenciais da companhia: “Somos a única empresa da América do Sul que trabalha na construção dos maiores navios transatlânticos do mundo, que são fabricadaos na Finlândia; esse, sem dúvida, é um dos destaques que podemos ressaltar nesses dez anos, pois, a partir daí, as portas foram se abrindo para podermos galgar outros degraus dentro do mercado de iluminação”.
www.ventanaluminosos.com.br Acima Gustavo Neves e seu pai João Neves. Ao lado, amigos e familiares na comemoração da Ventana.
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L U M E ARQUITETURA
case
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L U M E ARQUITETURA
Loja de luxo Arquitetura clean e iluminação pontual ressaltam produtos da Daslu Cidade Jardim
Por Erlei Gobi Fotos: Rubens Campo e Algeo Cairolli
A Daslu,
marca referência do mercado de luxo
brasileiro, transferiu em fevereiro de 2012 sua matriz da Villa Daslu, na Vila Olímpia, para o shopping Cidade Jardim, em São Paulo (SP). Com 3.500 metros quadrados divididos em três pavimentos (3º, 4º e 5º andares do shopping), a loja é a maior da marca e abriga todo seu mix de produtos, como a Daslu Couture, Daslu Homem, Daslu Casa, Daslu Boys & Girls e Daslu Bebê.
O novo ambiente, com projeto do arquiteto Ricardo
de Marco e da designer Chinho de Luca, possui um toque contemporâneo, com a utilização de materiais atuais e predominância de cores claras, para servir de pano de fundo para os produtos. “Os destaques da loja são as roupas, e se usássemos cores vibrantes na arquitetura iríamos ofuscá-las; essa não era nossa intenção. A loja é o cenário, confortável e luxuoso, para que as peças vendidas sejam os artistas principais”, explicou o arquiteto. Outra preocupação de Ricardo de Marco foi proporcionar uma visão geral dos departamentos aos visitantes. “Estando no átrio central, o cliente consegue visualizar todos os setores da loja”, afirmou.
A iluminação da Daslu, assinada pelo lighting designer
Plinio Godoy, titular do escritório Godoy Luminotecnia, foi realizada para realçar as roupas, criando uma percepção de espaço agradável com a diferenciação de foco e brilho. L U M E A R Q U I T E T U R A 29
A temperatura de cor padrão é 3000K, de-
Destaque e prateleira
vido a sua boa reprodução de cor. “A Daslu possui a ambiência de uma casa, então
tínhamos que desenvolver a iluminação
embutidos únicos e duplos, com lâmpa-
Para os locais de pé-direito simples,
como se fosse para uma residência. Para
das de vapor metálico de 35W e 3000K,
isso, procuramos não fazer uma iluminação
fazem a iluminação pontual e de destaque
geral, mas focal, com pontos mais claros,
nas roupas, móveis e objetos expostos,
outros nem tanto, criando um espaço sofis-
chegando a um fluxo luminoso de 1000
ticado e luxuoso”, elucidou.
lux . “Os móveis e as paredes são brancos e o teto é claro, então, quando você foca
Átrio principal
nas peças, há uma evidência grande, ainda mais utilizando esta fonte de luz,
30
Para o átrio central, que possui pé-
que possui ótimo IRC”, afirmou René.
direito duplo de sete metros de altura, a
Plinio ainda complementa: “Trabalhamos
opção foi por uma iluminação geral e difu-
de maneira bem minimalista, sem criar
sa propiciada por meio de grandes painéis
sancas ou outras composições no teto;
instalados no teto equipados com fluores-
demos mais valor à cenografia”.
centes T5 de 28W a 3000K e fechados com
telas tensionadas. “Quem entra na loja
ficam expostas nos cabideiros, recebe-
sente uma sensação agradável, pois o ní-
ram lâmpadas fluorescentes T5 de 28W a
vel de intensidade de luz é quase a mesma
3000K na parte inferior para não deixá-las
existente do lado de fora em dias claros,
escuras próximas ao piso. “Em alguns
então essa transição é leve. Neste átrio
casos, a luz que vem de cima não chega
optamos por um fluxo luminoso próximo ao
até o fundo das prateleiras e deixa estes
da luz natural, para que o cliente não tives-
espaços escuros. Para resolver este pro-
se a sensação de estar adentrando em um
blema, optamos pela iluminação por trás.
ambiente fechado, como um shopping”,
A luz preenchendo os espaços escuros
ressaltou René Adriani Jr., coordenador de
também dá a sensação de conforto”,
projetos da Godoy Luminotecnia.
disse René.
L U M E ARQUITETURA
Algumas prateleiras, onde as roupas
Átrio principal com iluminação geral e difusa propiciada por grandes painéis instalados no teto equipados com T5 de 28W a 3000K e fechados com telas tensionadas.
Vitrines e provadores
As vitrines do primeiro pavimento da
Embutidos únicos e duplos, com lâmpadas de vapor metálico de 35W e 3000K, fazem a iluminação pontual e de destaque nas roupas, móveis e objetos expostos.
loja (3º andar do shopping) foram destacadas por uma linha contínua de fluorescentes T5 de 28W e 3000K no teto, além de embutidos simples equipados com lâmpadas de vapor metálico de 35W e 3000K. Para as vitrines do quarto pavimento (4º andar do shopping), onde fica a entrada principal da loja, optou-se por lâmpadas AR 70 de 50W instaladas em trilhos trifásicos, possibilitando a adequação da luz conforme a disposição dos manequins.
A solução luminotécnica aplicada nos
Ficha técnica Projeto luminotécnico: Plinio Godoy / Godoy Luminotecnia Coordenador do projeto luminotécnico: René Adriani Jr. / Godoy Luminotecnia Projeto arquitetônico: Ricardo de Marco
provadores foi a mesma utilizada no átrio principal com pé-direito duplo, ou seja, painéis no teto equipados com fluorescentes T5 de 28W a 3000K e fechados com lonas tensionadas, porém em tamanho reduzido. “Nos provadores não pode haver sombras, pois muita dramaticidade neste
Design de interiores: Chinho de Luca Luminárias: Não divulgado Lâmpadas e reatores: Não divulgado
espaço atrapalha na escolha das roupas e é neste local que a decisão de compra é tomada”, finalizou René. 32
L U M E ARQUITETURA
Telas tensionadas: Tensoflex
case
Lagoa Rodrigo de Freitas Por Erlei Gobi
Ciclovia do ponto turístico carioca recebe nova iluminação com luminárias LED
Cercada pelos mais badalados bairros cariocas – Lagoa,
de Freitas. O projeto de iluminação foi executado pela Rioluz
montanhas e abraçada pelo Cristo Redentor, a Lagoa Rodrigo
(Companhia Municipal de Energia e Iluminação) em parceria
de Freitas é um dos pontos turísticos mais frequentados do Rio
com a GE Iluminação. “Conversamos com o prefeito Eduardo
de Janeiro. Unida ao mar pelo canal do Jardim de Alah, entre
Paes para que pudéssemos utilizar cada vez mais a iluminação
Ipanema e Leblon, sua orla abriga uma das mais bem equipadas
para ressaltar e valorizar as belezas naturais e arquitetônicas
áreas de entretenimento da cidade, com parques (dos Patins,
da cidade. A Lagoa é um ícone do Rio de Janeiro e sua ilumi-
Taboas e Catacumba), quadras de esportes, rinque de patinação,
nação estava bastante envelhecida, com um projeto de 1992.
heliporto, pista para caminhadas e corrida, ciclovia e um centro
Portanto, era o momento adequado de realizar uma requalifi-
gastronômico distribuído por 25 quiosques que oferecem as mais
cação do logradouro e a decisão pela tecnologia LED partiu da
diversas culinárias.
oportunidade da parceria com a GE”, afirmou Carlos Roberto
Osório, secretário de Conservação e Serviços Públicos do Rio
Em dezembro de 2011, a Prefeitura do Rio de Janeiro, por
meio da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públi34
cos, inaugurou a nova iluminação com LED da Lagoa Rodrigo
Ipanema, Leblon, Gávea e Jardim Botânico –, emoldurada por
L U M E ARQUITETURA
de Janeiro.
Fotos: Rubens Campo/GE Iluminação
O projeto
projeto visava uma média inicial de 20 lux, mas em nossas medições recentes encontramos até 24 lux. Isso é fantás-
A nova iluminação contemplou os 7,5 quilômetros da
tico, pois como a luminária tem depreciação de 15% do
ciclovia pavimentada que envolve a Lagoa. Ao todo, foram
fluxo luminoso após 50 mil horas de uso, ainda assim estará
instaladas 540 luminárias Evolve™ Iberia LED de 90W a
dentro dos padrões exigidos”, afirmou o engenheiro da GE.
4300K em postes de 4,5 metros de altura substituindo as 567 luminárias antigas equipadas com lâmpadas de vapor
Benefícios
de sódio de 150W, 100W e 70W. “A ideia da utilização de sistemas LED ganhou força em função da redução da manu-
tenção, que pode levar em torno de 11 anos para ser feita,
Rio de Janeiro ressalta os benefícios da nova iluminação
além da economia de energia, que chegou a 50%”, explicou
da Lagoa para seus frequentadores. “Conversando com os
o engenheiro Emanuel Maciel, especialista de especificação
usuários, percebemos que além do aumento da qualidade
e iluminação da GE responsável pelo projeto luminotécnico.
da luz houve uma grande diferença na percepção das cores
da Lagoa. Com as lâmpadas antigas, de sódio, a grama
Ainda segundo Emanuel, a nova iluminação aumentou
O secretário de Conservação e Serviços Públicos do
consideravelmente os níveis de iluminância e luminância do
não ficava verde, e sim marrom. Com os LEDs brancos
local. “O nível médio da iluminação antiga, nos piores pon-
é possível ter a percepção exata das cores das árvores,
tos, onde não havia a contribuição das luzes da avenida,
dos quiosques e de todos os elementos do local”, expli-
era de 8 lux, sendo que alguns pontos possuíam no máximo
cou. Ainda segundo Carlos Roberto Osório, a luz a 4300K
12 lux e outros apenas 5 lux. Além do baixo nível, também
aumenta a sensação de segurança na ciclovia. “Com maior
havia baixa uniformidade de iluminação e era praticamente
percepção visual, os visitantes se sentem mais seguros. No
impossível identificar uma pessoa a mais de seis metros de
verão, que é quando recebemos muitos turistas, o número
distância”, elucidou. A solução em LED proporcionou uma
de visitantes cresceu consideravelmente no período noturno
média de 20 lux e a curva fotométrica escolhida, (Tipo V,
e isso é muito importante para nós”, concluiu.
simétrica) valorizou tanto a ciclovia como o seu entorno. “O
Morador de um edifício em frente à Lagoa, Romeu L U M E A R Q U I T E T U R A 35
Acima, detalhes das novas luminárias Evolve™ Iberia LED de 90W a 4300K em postes de 4,5 metros de altura instaladas na ciclovia da Lagoa.
Linhares de Freitas Junior, 28 anos, admi-
Temos lâmpadas de vapor de mercúrio em
nistrador hospitalar, afirmou que a nova
algumas vias e a oportunidade para o uso
iluminação foi bem-vinda. “Algumas partes
de LED na iluminação pública, uma, in-
ficaram muito boas, como o local das qua-
clusive, no aterro do Flamengo. Estas são
dras, onde costumo frequentar. No geral, a
algumas das prioridades da prefeitura,
iluminação melhorou, principalmente nos
com o intuito de aproveitar o investimento
pontos onde há uma maior concentração
para a renovação urbana”, finalizou.
de pessoas, como nos parques, onde há
bares, no Flamengo, Vasco ou Botafogo”,
muitas outras cidades no mundo que já in-
conta.
vestem em sistemas LED para iluminação
O Rio de Janeiro segue o exemplo de
de áreas públicas por conta da economia, Pontos a rever
tanto no consumo de energia como nos
custos de manutenção. Segundo dados
36
No entanto, apesar da iluminação da
da Eletrobrás, em 2008 havia no Brasil
ciclovia ter sido benéfica, ainda existem
cerca de 15 milhões de pontos de ilumina-
pontos, como os parques, que continuam
ção pública. Com base nestes números,
com baixo fluxo luminoso. “Há alguns tre-
a GE estima que cerca de 9,5 milhões
chos que ainda ficam tenebrosos durante
precisam ser renovados e três milhões
a noite. Chega a ser perigoso correr no
necessitam de novas instalações.
entorno da lagoa devido a estes locais. As
partes residenciais ou onde há apenas a
liderar este processo de transformação
lagoa mesmo, sem quiosques, parques
da iluminação pública com a implantação
ou quadras, a iluminação ainda deixa um
de tecnologia de ponta, especialmente
pouco a desejar”, reclamou Romeu.
considerando que a eficiência dos LEDs
Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos
O Brasil tem a oportunidade de
Carlos Roberto Osório reconhece que
aumenta aproximadamente 20% por ano
o ideal teria sido renovar toda a iluminação
enquanto o seu custo diminui na mesma
da Lagoa, não somente a da ciclovia, mas
proporção (Lei de HAITZ). Além disso, os
explica que esta melhora está na pauta
grandes eventos que estão agendados
da Secretaria de Conservação e Serviços
para o País nos próximos anos – Copa
Públicos. “Ainda temos algumas corre-
do Mundo e Jogos Olímpicos – oferecem
ções a fazer e que são básicas, como,
grandes oportunidades para a melhoria da
por exemplo, o parque de iluminação da
infraestrutura de iluminação tanto no setor
cidade que envelheceu ao longo dos anos.
público como no privado.
L U M E ARQUITETURA
Carlos Roberto Osório
Emanuel Maciel GE Iluminação
Ficha técnica Projeto luminotécnico: Rioluz / GE Iluminação Execução: Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos Luminárias LED: GE Iluminação
case
Restaurante árabe Luminárias exclusivas criam desenhos de luz e remetem à cultura árabe
Por Erlei Gobi Fotos: Demian Golovaty
Inaugurado
em maio de
2011,
no bairro do
Itaim Bibi,
capital
paulista, o restaurante árabe Manish – uma adaptação para o português de como pronunciar o nome de pão libanês maeaneesh – é especializado na culinária libanesa. O projeto arquitetônico, desenvolvido por Omar Mohamad Dalank e Victor Oliveira Castro, da ODVO Arquitetura e Urbanismo, e Carol Kaphan Zullo, da Mínima Arquitetura e Urbanismo, foi baseado nos elementos fundamentais presentes na arquitetura árabe, buscando traduzi-los para uma linguagem e aplicação contemporâneas.
O grande destaque da arquitetura fica por conta do muxarabi (detalhe
da arquitetura árabe) de geopolímero presente na fachada principal, voltada para a Avenida Horácio Láfer. O elemento é inspirado na extraordinária e moderna composição elaborada pelos arquitetos Howard Ashley, Hisham Al Bakri e Baharuddin Kassim para a Mesquita Nacional da Malásia, em Kuala Lumpur, construída em 1965. Também estão presentes no restaurante de 472 metros quadrados outras características típicas da cultura árabe, como o pátio interno – definido por uma claraboia preexistente na cobertura – piso de ladrilho hidráulico e um mural, criado pelo ilustrador Marcus Dan, que faz menção à tapeçaria moura. “O restaurante é árabe, então partimos da ideia de uma obra neste estilo, mas ao invés de copiar essa arquitetura tradicional, tentamos fazer uma leitura dos elementos que a constituem”, afirmou o arquiteto Dalank. 38
L U M E ARQUITETURA
Salão principal recebeu luminárias de piso desenhadas com exclusividade e equipadas com T5 de 14W a 3000K, enquanto uplights com lâmpadas de vapor metálico de 70W nos vasos das jabuticabeiras criam efeito de texturas e desenhos no teto.
O projeto de iluminação artificial,
As árvores originais foram mantidas,
assinado pelo escritório Acenda Projeto
dando charme e frescor ao espaço. Todo
de Iluminação, cria texturas e desenhos
o sistema de luminotecnia é dimerizado,
nas paredes, teto e piso, utilizando, por
oferecendo flexibilidade e dinamismo aos
exemplo, espetos uplight nos vasos com
ambientes, de acordo com as necessida-
jabuticabeiras, e três pendentes “bola”,
des do dia-a-dia”, disse Luciana.
desenvolvidos e produzidos com exclusividade para o restaurante pelas arquitetas
Muxarabi e mural
titulares Luciana Costantin e Paula Carnelós. Também houve a utilização de luz
pontual sobre as mesas e duas luminá-
chada principal, filtra a luz natural durante
O muxarabi, que se estende pela fa-
rias inspiradas em peças de iluminação
o dia, formando sombras diferenciadas
pública. “O design do restaurante tem uma
nas paredes. “Este efeito enfeita e cumpre
preocupação especial com o meio am-
a função original deste elemento da arqui-
biente. A iluminação e ventilação natural
tetura árabe de permitir que as pessoas
estão presentes na decoração elegante.
vejam de dentro para fora sem serem vis-
À esquerda, detalhe da entrada principal com destaque para o Muxarabi que recebeu wall washer em sua face interna por projetores equipados com lâmpadas PAR 38 de 90W/30º. 40
L U M E ARQUITETURA
tas por quem está na rua”, afirmou Luciana.
utilizadas sob o muxarabi para “descolá-
Durante a noite, o conceito de iluminação
lo” da calçada, enquanto dois embutidos
artificial promove o oposto: “Para aqueles
no piso, com grelha ofuscante e AR 70 de
que estão fora, o muxarabi está no negativo
50W/24º, para destaque do logo do restau-
e o ambiente interno é revelado, convi-
rante.
dando os clientes a entrar e experimentar
as sensações oferecidas por diferentes
ção do muxarabi, elemento de forte pre-
ângulos da casa”, completou.
sença no projeto. Através de seus elemen-
tos, cores e formas, a intenção é contar
Também à noite, este elemento de
O mural pintado propõe a desconstru-
concreto recebe um wall washer em sua
um pouco da história do ladrilho, elemento
face interna por projetores equipados com
com raízes profundas na cultura árabe. De
lâmpadas PAR 38 de 90W/30º, destacando-
suas manchas e cores vem o pigmento, e
o para quem está no salão do restaurante.
de suas formas vem a alusão aos arabes-
Fitas de LED de 4,8 W/m a 3000K foram
cos. “Pelas suas grandes dimensões, o mural pode ser visto como uma obra de arte pública – parte da cidade, e não apenas do restaurante”, afirmou Dalank. Este painel foi realçado por um sistema linear
À direita, detalhes dos Pendentes “bola” desenvolvidos pelas lighting designers com lâmpadas halopin fosca de 60W. Abaixo, luz pontual sobre as mesas com AR 111 de 50W/24º, além de sistema linear de embutir com módulos wall washer para T5 de 28W a 3000K para destaque do mural pintado.
de embutir composto por módulos wall washer equipados com fluorescentes de 28W a 3000K e reatores eletrônicos dimerizáveis, além de módulos com lâmpadas AR 111 de 50W/24º para destacar as mesas que servem o sofá e dar brilho ao painel.
L U M E A R Q U I T E T U R A 41
Sobre o balcão do bar, pendente com dicroicas de 50W/36º faz iluminação direta, e fluorescentes T5, de 28W a 3000K a iluminação indireta.
Salão e varanda
oposta ao muxarabi, trazendo para a noite a referência das suas sombras criadas de
42
Para a iluminação pontual das mesas,
dia”, explicou Luciana.
as lighting designers optaram por embu-
tidos alinhados no forro com AR 111 de
tes T5 de 28W a 3000K também ressaltam
50W/24º. A ideia de ter um pátio interno,
a parede oposta ao muxarabi, enquanto
típico das construções árabes, foi adap-
duas luminárias uplights com lâmpadas
tada pelo arquiteto no centro do restau-
de vapor metálico de 70W, colocadas
rante, aproveitando a claraboia existente.
dentro dos vasos das jabuticabeiras,
Luminárias de piso especiais equipadas
criam efeito de texturas e desenhos no
com T5 de 14W a 3000K – também assi-
teto. Fitas de LEDs de 4,8W/m a 3000K
nadas pela Acenda Projeto de Iluminação
foram utilizadas em pontos estratégicos:
– foram inspiradas em equipamentos de
nas prateleiras do bar, para destacar o
iluminação geralmente usados em praças
colorido das garrafas; debaixo do balcão
públicas, a fim de trazer aconchego e
do bar; no requadro para o cardápio, logo
destaque às mesas principais. Durante
na entrada; e para criar um pano de fundo
a noite, as copas das árvores existentes
para o paisagismo da fachada secundária.
também podem ser vistas pelos clientes,
Sobre o balcão do bar, optou-se por um
através da claraboia, graças ao posicio-
pendente com dicroicas de 50W/36º, para
namento dos projetores na cobertura,
iluminação direta, e fluorescentes T5, de
reforçando a atmosfera de estar ao ar livre.
28W a 3000K, para iluminação indireta.
Pendentes “bola” – desenvolvidos
Uma sanca invertida com fluorescen-
A varanda, ao lado da entrada, abre-
e produzidos em ferro e bola de vidro
se completamente apropriando-se da ve-
especial, com exclusividade, pelas lighting
getação e expondo o salão para a estreita
designers – equipados com lâmpadas ha-
e pouco movimentada Rua Jusseapê. As
lopin fosca de 60W, criam uma textura de
árvores presentes neste pequeno espaço
luz à parede revestida de material acústi-
foram realçadas por embutidos de piso
co. “A trama metálica do círculo externo da
com grelha ofuscante equipados com
luminária é projetada na parede de fundo,
PAR 38 de 90W.
L U M E ARQUITETURA
Ficha técnica Projeto luminotécnico: Luciana Costantin, Paula Carnelós e Letycia Moura (colaboradora) / Acenda Projeto de Iluminação Projeto arquitetônico: Carol Kaphan Zullo, Omar Mohamad Dalank e Victor Oliveira Castro / Mínima Arquitetura e Urbanismo e ODVO Arquitetura e Urbanismo Design de superfícies: Estúdio Plana Pintura do painel: Marcus Dan Paisagismo: Mera Arquitetura Paisagística Luminárias técnicas: Lumini e Omega Luminárias decorativas: Acenda Projeto de Iluminação Fitas de LED: Sign Complex
Soluções dimmerizáveis.
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ponto de vista
Softwares de iluminação Por Luis Lancelle
Uso e benefícios para o lighting design
O Lighting Designer deve ser mais designer que técnico?
Assim a iluminação navega há anos, entre esses dois ex-
Num bom projeto de iluminação devemos usar mais criatividade
tremos, ainda que o certo seja que nem um nem outro é dono
que cálculo? A iluminação tem que ser concebida segundo um
absoluto da verdade e que realmente ambos têm razão. Então,
processo criativo e artístico, ou aplicando conceitos meramente
sob essa ótica, vamos verificar como se insere corretamente o uso
técnicos e de segurança? Quem não conhece essas duas pos-
dos softwares de iluminação amplamente defendidos pelos lumi-
turas?
notécnicos e, na maioria das vezes, ignorados pelos designers.
Os “criativos” confiam tão somente em sua capacidade
intuitiva e empírica de criar beleza, porém, do outro lado, os
De Libbe Smit até agora
“luminotécnicos” acreditam piamente que a questão é de mera
44
aplicação de modelos de simulação e cálculo, inicialmente
manuais e agora computacionais.
cabeceira “Iluminação” de Libbe Smit (Biblioteca Técnica, Philips,
L U M E ARQUITETURA
Todo profissional de iluminação deveria ter como livro de
1964). Não porque agregue algo novo ao que já se
quer algoritmo aritmético e, lógico, que mimetize um
sabe, mas por prestar devida homenagem a quem foi
fenômeno físico), têm se mostrado úteis no subsídio a
o grande pioneiro da iluminação no Brasil. Bons tem-
projetos de iluminação.
pos aqueles em que a iluminação era feita de “tenta-
tivas e erros”; em que o consumo de energia não era
ideia de que todos os sistemas e processos podem
um limitador; em que não interessava tanto a sensibili-
ser objeto de simulação matemática. Tal ideia surge
dade do observador e sim que o objeto estivesse bem
com o aparecimento dos grandes computadores –
e belamente iluminado...
capazes de resolver enormes e complexos sistemas
de equações e cálculos – e vigora até hoje, em que
Mas as coisas mudaram. A sustentabilidade nos
Historicamente, a partir dos anos 50, prospera a
permitiu redescobrir a luz natural; a eficiência energé-
praticamente todos os microcomputadores permitem
tica nos forçou a usar fontes de luz não tão estéticas
rodar esses softwares de simulação.
quanto as que gostaríamos, porém as mais eficientes
(as lâmpadas de sódio primeiramente, as econômicas
de que a iluminação é uma arte e que “uma boa ilumi-
fluorescentes depois, e ultimamente os LEDs), e para
nação levanta um projeto medíocre e uma iluminação
completar ainda mais o quadro de nossos complica-
ruim acaba com o melhor projeto”, parafraseando o
dores já não iluminamos com foco nos objetos, ilumi-
arquiteto Niemeyer, parece-nos praticamente impos-
namos com foco no observador, ou seja, migramos de
sível lidar com as restrições mencionadas sem fazer
iluminâncias (a luz no objeto) para luminâncias (a luz
uso de algum desses softwares. Então isto significa
no olho do observador).
que os “luminotécnicos” têm razão? E que um bom
projeto de iluminação pode ser concebido por obra e
Ainda mais agora, já que desde março deste ano,
Dessa forma, ainda que tenhamos a ideia correta
em edifícios habitacionais de até cinco andares (inicial-
graça de uma máquina? Ainda bem que não é bem
mente), teremos que seguir a nova norma ABNT 15575,
assim.
que define parâmetros de desempenho lumínico, além de outros (acústico, térmico, tátil, antropodinâmico, etc.),
O processo de projeto de iluminação
e tornará nossa construção civil mais eficiente, sustentável e voltada para as necessidades dos seus usuários
(até que enfim!). Por mais brilhante e intuitivo que nosso
funções que um lighting designer, neste artigo deno-
Consideremos agora a sequência de tarefas e
profissional da iluminação seja, seria impossível proces-
minado LD, tem que realizar quando lhe é encomen-
sar mentalmente todas as restrições de contorno que
dado um projeto. A primeira coisa a ser feita junto
um projeto de iluminação, “comme il faut”, deveria ter.
ao cliente é um levantamento de dados (LV) através do qual poderá ser definido o programa de neces-
Razões para o uso de softwares de iluminação
sidades (PN). Dessa forma, serão definidos dados como: objetivos do projeto (definidos pelo cliente,
Nos últimos anos, os softwares de iluminação, ou
ainda que, às vezes, induzidos pelo LD); público ao
mais corretamente os softwares de simulação lumino-
qual está destinada essa iluminação (faixa etária,
técnica (entendendo simulação como relativo a qual-
padrões culturais, etc.); tarefas visuais predominantes L U M E A R Q U I T E T U R A 45
46
(em planos horizontais, verticais, inclinados, estáticas,
to, definindo variáveis do tipo: fornecedores de mate-
dinâmicas, demandantes de alta, média, baixa acuida-
riais de instalação, de equipamentos complementares,
de visual, etc.); geometria do espaço arquitetônico ou
de luminárias, de lâmpadas e de sistemas de controle,
cena (urbana, paisagística, teatral, etc.), componentes,
que poderão alterar os resultados da simulação. Nesta
objetos e materiais contidos nesse espaço e aspectos
formalização serão afinadas também algumas variá-
de segurança que essa iluminação tem que garantir.
veis de distribuição, orientação e detalhamento dos
recursos previstos. Feitas estas alterações se submete
Além disso, deve conhecer também (e levantar,
caso desconheça) todas as condições de contorno
novamente ao software de simulação (no qual agrego
que a legislação e as normas impõem (esta atividade
tão somente os dados que foram alterados nessa for-
é cada dia mais importante). Com essas informações
malização / afinação, pois todos os demais já tinham
e sua capacidade criativa, o LD definirá de forma em-
sido introduzidos na validação anterior).
pírica um estudo preliminar (EP) através do qual serão
definidas as primeiras decisões de projeto, dentre elas
zam-se adicionalmente outros recursos do software,
o tipo de iluminação (natural / artificial) que se prevê
que são os que permitem obter visualizações estáticas
possa ser usado (se o espaço ainda não tiver sido
ou dinâmicas do espaço iluminado naturalmente ao
construído, as liberdades do LD serão maiores). Isto
longo do dia ou do ano (a luz natural varia permanen-
implica definir as possíveis intervenções que podem
temente) ou, ainda, com as várias cenas diferentes que
ser realizadas nas aberturas que permitirão introduzir
se tenham projetado usando luz artificial. Estas visua-
a luz natural, e os tipos de luminárias e lâmpadas que
lizações, cada vez mais precisas e mais fotorrealistas,
serão utilizadas como fontes de luz artificial.
denominam-se genericamente de “renderizações”
estáticas ou dinâmicas (“render” em inglês significa
Uma vez definida também a distribuição de ambas
Realiza-se um novo cálculo, mas desta vez utili-
as fontes (naturais e artificiais) no ambiente, deve-se
tornar, transformar). Ou seja, através de centenas
então validar se as previsões feitas no programa de
de cálculos vamos tornando visíveis e contínuas as
necessidades satisfazem as soluções definidas no
superfícies iluminadas que o cálculo luminotécnico
estudo preliminar.
tinha definido apenas em alguns pontos. Mas por que
fazemos estas renderizações se, simplesmente, com
Se o projeto for muito simples, poderá ser feita a
validação através de tabelas ou cálculos manuais ou
resultados numéricos ou apenas de curvas isométricas
ainda computacionais, porém mais simples e menos
as necessidades do LD já estão satisfeitas? É que o
preciso (baseados nos métodos de cálculo simplifica-
resultado desta formalização, cujo produto se chama
dos). Porém, se o projeto é complexo ou, ainda, se as
anteprojeto (AP), tem que ser submetido à apreciação
condições de contorno são muitas e muito restritivas,
do cliente que, via de regra, não é um especialista e
não há outra alternativa a não ser usar um dos softwa-
precisa visualizar o melhor possível os resultados da
res de simulação luminotécnica mais preciso. O pro-
iluminação proposta.
cesso desta validação é iterativo, isto é, se os dados
fornecidos pelo software não atendem as expectativas
cliente devemos preparar o projeto para que possa ser
necessárias, é preciso fazer sucessivas alterações até
usado por diferentes setores que participarão, a partir
que se chegue a um resultado satisfatório.
desse momento, de sua execução ou de outras ativida-
des sequenciais. Essa fase final do processo de proje-
Já validado o EP se deve então formalizar o projeL U M E ARQUITETURA
Finalmente, uma vez aprovado o anteprojeto pelo
to se denomina de Projeto Executivo (PE). Nessa etapa
serão introduzidas as modificações que por ventura o
forma precedente ou decorrente do processo de
cliente solicitar; serão feitos os detalhamentos finais
projeto de iluminação. No caso de edifícios novos,
mas, fundamentalmente, nesta etapa são realizadas
um tipo de software simples e bastante usado é o de
todas as documentações necessárias para fornecer as
iluminação natural (TropLux, Daysim/Radiance, Apolux,
informações pertinentes a todos os interessados (que
etc.) que através de cálculos com luz solar define al-
podem ser muitos).
guns dados do partido arquitetônico como orientação
do prédio, aberturas, elementos de condicionamento
Dentre os relatórios que se tem necessidade de
Outros softwares afins podem ser utilizados em
elaborar, podemos mencionar o do empreendedor
solar, etc.
(“dossiê” da construtora, incorporadora, corporação,
etc.), do financeiro, do comprador de material e equi-
o de avaliação termoenergética de edifícios (������� Energy-
pamentos, do instalador, da área comercial ou de ���� mar-
plus, Energy-10, Doe-2, etc.) que valida o consumo
keting��������������������������������������������� (que poderá utilizar como material de promo-
de energia do projeto luminotécnico junto com os de
ção), do destinado a formar parte do projeto legal (PL)
outros demandantes de energia, como é o relativo ao
do empreendimento (se se tratar de um edifício novo),
condicionamento higrotérmico.
Outro tipo de software cada vez mais utilizado é
e de inúmeros outros que dependem das características do projeto. Nessa relação de diferentes tipos de
A escolha do software de iluminação
relatórios necessários, podemos identificar essencialmente dois tipos: aqueles que se caracterizam como
pertencentes ao projeto produto (tipo, distribuição,
nação: dos muito simples aos bastante complexos,
Existem algumas dezenas de softwares de ilumi-
controle dos equipamentos) e aqueles caracteriza-
dos fáceis de usar aos muito complicados, gratuitos ou
dos como projeto processo (detalhes e instruções de
pagos, e várias outras tipologias que fazem bastante
instalação, cronograma físico e financeiro, etc.); é que
difícil a decisão de qual escolher.
o trabalho de documentar um projeto médio normal-
mente é enorme, e homérico se se tratar de um projeto
veremos, em primeira instância, as principais carac-
de grandes dimensões. Dessa forma, pode ser que o
terísticas desses softwares, que estão constituídos
trabalho de documentação seja maior que o do projeto
essencialmente por duas partes: uma que permite a
em si. Afortunadamente todos os bons softwares de
“modelagem” do ambiente em que desejamos realizar
projetos de iluminação têm um gerador de relatórios
o cálculo, incluindo sua geometria e a possibilidade
que satisfaz, se não todos, a maioria dos documentos
de introduzir móveis, objetos, equipamentos, cores,
necessários. Visualizamos a seguir, o processo de pro-
materiais, texturas, etc., e a outra, que possui essen-
jeto e os pontos em que aparece o uso de softwares
cialmente a máquina de cálculo luminotécnico que, em
de iluminação.
base aos dados fotométricos das fontes que estamos
Para poder entender os critérios de decisão
usando (naturais ou artificiais) e das propriedades de reflexão, absorção ou transmissão da luz em cada um dos elementos que colocamos no ambiente, vão permitir obter principalmente os dados de iluminâncias ou de luminâncias em cada um dos planos, pontos e direções previamente especificados.
A primeira funciona essencialmente através de
um software CAD, que pode ser genérico ou de um parceiro (por exemplo, AUTOCAD) que entregará os resultados da “modelagem” à máquina de cálculo, âmago de todo software de iluminação. Sendo assim, a precisão da máquina de cálculo é a primeira característica que devemos levar em consideração. Elas nada mais são que o processamento digital dos métodos de cálculo conhecidos, lembrando que há um grupo deles (método dos lumens, das eficiências e das cavidades
48
L U M E ARQUITETURA
Os detalhes quadriculados, estampados no corpo da luminária, são cobertos com acrilico colorido, nas opções azul, vermelho, laranja, verde, leitoso e transparente.
ILUMINAÇÃO EFICIENTE E DESIGN DIFERENCIADO A linha LDDR/LSDR atende a necessidade cada vez maior de humanização dos espaços comercias. São luminárias que se incorporam à sofisticação e beleza
LSDR 2 x 28W Luminária de sobrepor
arquitetônica dos ambientes. A Lumiluz desenvolveu um visual limpo e sofisticado, em que se destacam o difusor em acrílico fosco e os detalhes coloridos ou brancos ao longo da luminária.
LDDR 2 x 28W Luminária de embutir
O nível de iluminação é ideal para espaços comerciais e as lâmpadas fluorescentes T5 proporcionam baixo custo e economia de energia.
LUMILUZ ILUMINAÇÃO
Rua do Ipê Roxo, 200 - Parque Industrial - Jambeiro - SP Tel.: (12) 3978-1148 - Fax: (12) 3978-1863 www.lumiluziluminacao.com.br - e-mail: lumiluz@lumiluz.com
zonais) que são simplificados e pouco precisos e,
cores, texturas e materiais) devem ser inseridos no tra-
um em particular, o método ponto a ponto que pode
balho os dados relativos à luz natural e à luz artificial.
ser tão preciso e tão complexo quanto maior seja a
quantidade de pontos especificados ou as iterações
azimute solar, que são função da hora do dia, da data
realizadas. E é deste último método que consideramos
do ano, e da latitude e longitude geográfica onde se
se devem escolher os softwares a serem levados em
encontra o edifício em questão, além do tipo de céu
cogitação na escolha.
no momento do cálculo (limpo, parcialmente coberto e
coberto).
O segundo critério importante nesta escolha é
No caso de luz natural deve definir a altura e o
a facilidade ou não que temos em sua utilização,
denominada genericamente de “user friendly”. De
relativos à curva espacial de distribuição de intensi-
nada adianta ter um software extremamente complexo
dades luminosas e o valor do fluxo do par luminária
e preciso se eu demoro meses para fazer uma simples
/ lâmpada escolhido. Esses dados são fornecidos
simulação. O software utilizado tem que ser condizente
pelos fabricantes através de arquivos digitais denomi-
com o exercício profissional, e eu não posso repassar
nados normalmente de arquivos IESNA, ou arquivos
ao cliente um custo exorbitante em função de meu sof-
EULUMDAT, ou arquivos CIE, que assumem o nome
tware não ser “amigável”. Vários softwares possuem
da entidade normativa que tenha definido o formato
ferramentas como “wizards”, “shortcuts”, “dinamic
do arquivo (PFF – photometric file format). No Brasil
helps”, etc que permitem seu uso fácil e rápido.
deveriam ser usados os padrões CIE (�������������� commission in-
ternationale de l´eclairage), pois é a essa entidade que
O terceiro critério diz respeito às características
Para a luz artificial devemos introduzir os dados
das aplicações que esse software é capaz de simular:
aderimos. Porém, o mais utilizado é o padrão norte-
iluminação arquitetônica, de interiores e exteriores, e
americano IESNA. Além dessas informações, de cada
com uso de luz natural, artificial, ou ambas.
par luminária / lâmpada escolhido, devemos introduzir
Finalmente, existe uma decisão do próprio profissional
também suas quantidades, suas distribuições e suas
que diz respeito a sua disposição de investir num sof-
caraterísticas de instalação na geometria do ambiente
tware ou não, lembrando que dispomos de excelentes
previamente definida.
softwares que atendem aos três critérios citados, tanto
pagos quanto gratuitos, ainda que os pagos possuam,
penderão de qual seja o momento em que estamos
logicamente, melhores serviços de apoio personaliza-
realizando os cálculos daqueles três identificados no
do ao usuário, o que os gratuitos não possuem.
processo de projeto de iluminação. Se estamos no
primeiro deles, ou seja, quando o LD deseja validar o
Para mais informações dos possíveis softwares
Em termos dos dados de saída (outputs) de-
que podem ser utilizados, visite http://www.lumearqui-
estudo preliminar (EP), se demanda do software (ou
tetura.com.br/softwares.html.
seja se especificam nele) saídas essencialmente de tipo técnicas que permitirão ao LD realizar essa valida-
Inputs e Outputs
ção quantitativa, qualitativa, e distributivamente.
50
Além dos dados constantes do programa de
Essas saídas podem ser de muitos tipos diferen-
tes como, por exemplo, dados numéricos de iluminân-
necessidades (objetivos do projeto, tarefa visual e
cias ou luminâncias, normalmente dispostos ou em
população alvo, geometria do espaço, objetos mobília,
tabelas (de difícil interpretação), ou em grades locali-
L U M E ARQUITETURA
zadas em planos reais ou virtuais que tornam sua
des de um determinado interessado. Por exemplo,
leitura mais fácil. Dentro desse momento de cálcu-
para o instalador entregarei a relação de lâmpadas
lo podemos especificar também saídas em forma
/ luminárias, suas quantidades, suas distribuições,
de curvas isométricas (isocandelas, isolux, isonits,
seus locais e detalhes de instalação, a potência
etc.), de curvas parametrizadas de Luminâncias
dissipada individual e por grupo, os circuitos e se-
(longamente utilizadas na Europa), ou ainda, em
tores em que possa ter dividido seu agrupamento,
forma de índices, coeficientes ou fatores (RVP, VCP,
e o detalhamento dos controles previstos. Ao longo
UGR, etc.).
deste artigo estão ilustradas algumas das saídas
que podemos obter desses softwares.
No segundo momento, as saídas são prefe-
rencialmente visuais e podem ser exibidas diretamente na tela do computador, impressas, ou gra-
O melhor assistente de vendas
vadas para posterior exibição ou projeção. Existem essencialmente dois tipos de visualizações: as
relativas a imagens estáticas e as relativas a
wares de iluminação é significativa em termos de
Sem dúvida, a importância do uso dos ����� soft-
imagens dinâmicas. Dentre as estáticas podemos
validação do projeto e da grande facilidade de emi-
citar as de linhas de contorno (contour lines),
tir relatórios tão diversos que praticamente exau-
contour plots, colour lines ou superimposed plots
rem a total necessidade deles. Porém, seu enorme
para análise de ofuscamento. Existem ainda as
valor agregado está na facilidade em que auxilia na
imagens com tons de cinza ou com cores falsas
comunicação com o cliente, normalmente leigo.
(false colours) para maior visualização de algumas
variáveis, normalmente apresentadas em forma-
comunicação e a empatia necessárias como para
to olho de peixe (fisheye) que permite um maior
realizar a “venda” de seus serviços e a apresenta-
ângulo de visão. Finalmente temos vários tipos
ção do projeto encomendado. Sendo assim, o uso
de imagens dinâmicas como o lighting animation,
dos softwares de iluminação significa um enorme
alterando dinamicamente alguns parâmetros do
auxílio ao LD e, dessa forma, torna-se extrema-
projeto, e as de câmera animation que fundamen-
mente útil dispor de um bom arquivo visual dos
talmente são duas: o walk trough, onde previa-
trabalhos já realizados (essencialmente vídeos)
mente se define um roteiro que é posteriormente
para apresentar a potenciais clientes ou para dis-
percorrido dinamicamente, e o dynamic rotation,
ponibilizar na internet.
Um bom LD poderá não ter a facilidade de
onde se anima uma câmara virtual que realizará uma rotação de 360º visualizando assim todas as
Conclusões
direções possíveis enxergáveis desde um ponto.
Nas imagens dinâmicas se usam também os
Este artigo pretende fundamentalmente
filmes digitais, como definidos pela Apple sob o
apresentar, ainda que frugalmente, os princípios
nome genérico de QTVR (quick time virtual reality)
básicos que norteiam o uso dos softwares de
para o Quick Time, e que podem ser divididos em
iluminação, sua justificativa e as respostas básicas
três grupos: filmes panorâmicos, filmes de objetos
de quando? como? e por quê? Entretanto, há muito
e cenas.
mais a falar em cada um dos temas apresentados.
Dessa forma, em futuros artigos, apresentaremos,
Finalmente, no último momento, temos essen-
cialmente as saídas de relatórios que, tendo várias
de forma isolada ou em conjunto, informações
possibilidades de configuração, são definidos
adicionais e necessárias para o bom entendimento
agrupamentos deles para atender as necessida-
do tema.
Luis Lancelle é engenheiro formado pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e pela USP. Mestre em Engenharia de Sistemas (UBA). É professor, coordenador e orientador de cursos de pós-graduação na área de Arquitetura e Engenharia. É consultor, designer de iluminação e especialista em software de iluminação.
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L U M E ARQUITETURA
perfil escritórios
Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação
O escritório Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação nasceu em 1999, após sua titular, a arquiteta Rosane
Haron, ter trabalhado durante 10 anos como gerente de projetos da Lumini ao lado da arquiteta Esther Stiller, pioneira da profissão no país e então diretora da empresa. Este período de rica vivência profissional permitiu à Rosane não só aprofundar-se nos aspectos técnicos da profissão, ou seja, na prática dos projetos centrados na arte e na ciência, como também conhecer o mercado mais de perto.
A contratação de projetos de iluminação vem crescendo nos últimos anos e a Espaço Luz tem acompanhado este crescimento em
busca de constante aperfeiçoamento profissional. Realiza de 40 a 50 projetos e consultorias por ano, todos dedicados exclusivamente ao lighting design.
Principais áreas de atuação Arquitetura, paisagismo e espaços públicos. Os projetos de iluminação desenvolvidos pelo escritório têm sempre o propósi-
Especialidades Desenvolve projetos de iluminação corporativa, comercial, residencial e de edifícios do patrimônio histórico.
to de valorizar os espaços arquitetônicos a ele propostos.
Principais projetos executados
Centro Cultural Banco do Brasil; Centro Administrativo do Banco
Itaú; Sede da Serasa; Club Athletico Paulistano; Jockey Clube Paulistano; Restaurante Figueira Rubayat; Instituto Criar de TV e Cinema e Ponto Frio Megastore, todos na capital paulista (SP). Centro Cultural Araras, em Araras (SP) e SESC São José dos Campos, em São José dos Campos (SP). Projetos recentes
Votorantim Siderurgia; OHL Brasil; Neumann Advogados Associados;
Koury Lopes Advogados e Centro Comercial Veleiros, todos na cidade de São Paulo (SP). Alojamento para Músicos do Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão (SP) e Centro Cultural Colégio São Luiz, em Bragança Paulista (SP). Projetos em execução
SESC 24 de Maio, Agências Itaú Personnalité e Bistrô Charlô, na capital
paulista, e diversas residências em São Paulo (SP), Campos do Jordão (SP)
56
L U M E ARQUITETURA
1
Nelson Kon
e em Porto de Pedras (AL).
Profissionais que compõem o escritório Além da arquiteta titular Rosane Haron, o escritório conta com a parceria, em alguns projetos, do arquiteto Altimar Cypriano e da colaboração de uma equipe formada pelos estagiários Giovanni Grigio, Daniela Nogueira, Ana Cristina Garcia Bernardo e pela assistente administrativa Marcella Higuti. Prêmios recebidos O escritório não costuma participar de premiações. Excepcionalmente, participou em 2009 do IV Prêmio Abilux de Projetos de Iluminação, tendo sido agraciado com o 2º lugar na categoria Corporações. Entidades de classe que participa A arquiteta Rosane Haron é membro profissional da AsBAI (Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação).
Titular: Rosane Haron
É representante de alguma empresa do ramo? Qual? Não.
Data de início das atividades: 1999
Possui loja de produtos para iluminação? Qual? Não.
Endereço: Rua Manoel da Nóbrega, 595, conj.44 Paraíso - São Paulo (SP) Telefone: (11) 3887-5522
Profissionais considerados muito bons no Brasil e no exterior No Brasil, destaca Esther Stiller, Gilberto Franco, Monica Lobo, Peter Gasper, entre outros. No exterior, aponta Jonathan Speirs (Reino Unido), Fisher Marantz Stone (EUA), Bartenbach Lichtlabor
Site: Não possui
(Áustria) e Licht Kunst Licht (Alemanha).
1
Sede da Serasa, em São Paulo.
2
Centro Cultural Araras, em Araras.
3
Centro Administrativo do Banco Itaú, em São Paulo.
2
Luiz Fernando Macian
Rubens Campo e Algeo Cairolli
3
L U M E A R Q U I T E T U R A 57
Média de projetos executados em um ano O escritório realiza de 40 a 50 projetos e consultorias por ano. Ser lighting designer É trabalhar com uma matéria prima extremamente nobre: a luz. A arquitetura, assim como as artes visuais, depende dela. Luz é percepção do espaço, é emoção, é cor, é vida no sentido mais abrangente da palavra. É preciso dizer algo mais? O futuro do lighting design Cada vez maior é o comprometimento do projeto com as questões ambiental e energética sem negligenciar, porém, a técnica, o conforto visual e a estética. A iluminação como uma combinação
Equipe do Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação.
da arte e ciência inserida no processo do projeto de arquitetura.
Tenho sempre em mente nas soluções dos nossos projetos
as palavras de Le Corbusier: “A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz.”
O escritório Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação foi capa da edição nº 35 da Lume Arquitetura, com o projeto de iluminação do Centro Cultural Araras, em Araras (SP). Ainda teve mais cinco cases publicados na revista: na edição nº 12, com o case da Loja Roberto Cavalli; na edição nº 19, com a iluminação do Instituto Criar de TV e Cinema; na edição nº 42, com o trabalho realizado no Centro Administrativo do Banco Itaú; na edição nº 47, com o projeto premiado do escritório Koury Lopes Advogados, e na edição nº 53, com a iluminação do escritório Neumann Advogados Associados, todos na capital paulista. O escritório também teve destaque na edição nº 1 da LA_PRO, com um descritivo do trabalho realizado na Sede da Serasa, em São Paulo (SP). Rosane Haron foi a lighting designer convidada para a seção Holofote da edição nº 40 da Lume Arquitetura. case
holofote O
ESTILISTA ITALIANO
R OBERTO C AVALLI
inaugurou, neste ano, sua filial de São Paulo localizada à Rua Bela Cintra, nos Jardins. O projeto
Produto de grife Da Redação Fotos de Luis Fernando Macian
de iluminação ficou a cargo dos arquitetos Rosane Haron e Altimar Cypriano. Tratando-se de uma loja de grife internacional, com uma arquitetura que
Sua primeira formação é como publici-
procura reforçar a imagem Roberto Cavalli, era
Iluminação com glamour
cimento profissional.
de lighting designer?
intenções do projeto de interiores, suas formas, texturas e cores. Assim, o projeto de iluminação, como salienta a arquiteta Rosane Haron, da Espaço Luz, propôs uma solução que associa, com nuances, luz difusa e luz pontual, objetivando criar um ambiente vibrante, atraente e convidativo,
Minha formação inicial foi em Publicida-
Qual a etapa mais importante de um
de e Propaganda pela FAAP, mas, em
projeto luminotécnico? Por quê?
seguida, percebi que meu grande inte-
Para o bom desenvolvimento de um
resse era por arquitetura. Cursei, então,
projeto de iluminação é necessário, antes
a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
de mais nada, a correta interpretação da arquitetura pretendida. A compreensão
da Universidade Mackenzie e foi como
enfatizando a sofisticação da boutique.
geral de suas propostas e intenções; de
arquiteta que tive “olhos” para o lighting
O projeto de arquitetura e interiores veio
seus cheios e vazios; de suas cores e
design. A leitura da arquitetura através
diretamente da Itália, com sugestão de especifica-
acabamentos; de sua escala em relação
da percepção de seus contornos e das
ção de luminárias e lâmpadas, tendo sido “nacio-
ao usuário final e, em alguns casos, sua
sutilezas de seus volumes que só se
nalizado” pela Espaço Luz.
para o embutimento de luminárias do tipo down
Iluminação Geral
proporcionando, assim, um desejável clarea-
light para lâmpadas PAR 20, de 50W / 30°, mento nas superfícies verticais da loja. Para a iluminação geral foram criados nichos verticais nas alvenarias, bem como
um percurso de um desejável amadure-
tária... O que a levou a seguir a carreira
fundamental, antes de mais nada, compreender as
Destaque
Iluminação geral: nichos verticais nas alvenarias, sancas com fluorescentes e recuos no forro, com embutidos do tipo down light.
relação com o entorno urbano.
descortinam com a incisão da luz, seja ela natural ou artificial.
Há 20 anos na área de iluminação, lighting designer credita sucesso à vivência no ramo
Quanto da formação de publicitária você consegue utilizar na sua atual atividade? A publicidade, assim como a arquitetura
sancas no forro de gesso, onde foram instala-
e o lighting design, está presente na vida
Para a iluminação de destaque foram utiliza-
das lâmpadas fluorescentes, com temperatura
Como membro profissional da Asbai, você exerce alguma função na entidade? Sou membro profissional da Asbai desde 2003. Fui diretora administrativa suplente no biênio 2006-2007. Atualmente, faço parte do conselho fiscal da associação.
cotidiana das pessoas de maneira per-
de cor de 3000K. Foram também projetados
das luminárias de fachos assimétricos para
recuos no forro de gesso junto às paredes,
lâmpadas halógenas do tipo AR111, de 50W / 24°,
ceptível ou dissimulada. São atividades
Entrevista concedida a Rodrigo Casarin
assimétricos para lâmpadas halógenas do tipo AR111, direcionadas para as araras e prateleiras.
me formei fui convidada a trabalhar no
conforto e introspecção ou, por outro
escritório dos arquitetos Affonso Risi e
Nos últimos dez anos, como titular da Es-
Leo Tomchinsky, onde fiquei por mais
paço Luz, destaco os seguintes projetos,
ou monumentalismo são leituras apre-
quatro anos. Em 1989 fui convidada pela
alguns desenvolvidos com a colaboração
sentadas pelo arquiteto de iluminação,
arquiteta Esther Stiller, então diretora da
do arquiteto Altimar Cypriano: Centro
enfatizando ou adequando, quando for
Lumini, para ocupar o cargo de gerente
Cultural Banco do Brasil; sede adminis-
de projetos da empresa, e trabalhei ao
trativa da Serasa e do Grupo Votorantim;
lado dela por quase dez anos. Após esse
SESC 24 de Maio; sede social do Clube
Que tipo de formação e de informa-
período, de rica vivência profissional, abri
Athletico Paulistano; Laboratórios Fleury;
ção buscou para se especializar em
a Espaço Luz em 1999.
centro administrativo e agências Person-
A minha formação e experiência como
Qual o momento ideal para um pro-
Ponto Frio; restaurantes Rubayat; Instituto
arquiteta foram fundamentais para o
fissional ter o seu próprio escritório?
Criar de Cinema e Televisão; lojas Casa
lighting design?
94
obras destacaria?
lado, a percepção de grandiosidade
o caso, à obra arquitetônica. Iluminação de destaque: luminárias de fachos
Ao longo de seus vinte anos de trabalho profissional em iluminação, quais
que exercem sobre nós uma ação psicológica. Sensações como acolhimento,
nalité do Banco Itaú; Bistrô Charlô; lojas
meu desenvolvimento em relação à
Para se ter o próprio escritório é preciso
do Artista; OHL Brasil e aposentos para
especialização como lighting designer.
vivência na profissão. É importante ter
o Papa Bento XVI no Mosteiro de São
Ainda como estagiária, trabalhei por
“escola”. Não me refiro aos bancos
Bento; todos esses na cidade de São
quatro anos com o arquiteto Roberto
universitários, mas compartilhar experiên-
Paulo – e o Centro Cultural de Araras, em
Loeb no desenvolvimento de projetos
cias com profissionais que já trilham um
Araras (SP), [capa da edição 35 da Lume
de arquitetura e de interiores e logo que
caminho na área que se deseja atuar. É
Arquitetura].
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40 L U M E A R Q U I T E T U R A
L U M E A R Q U I T E T U R A 41
case
case
Escritório de Advocacia
O INSTITUTO CRIAR
DE
TV
E
CINEMA
é uma organização não-governamental que tem por objetivo capacitar jovens de baixa renda, através de cursos técnicos, em profissões ligadas ao cinema e à televisão. São profissionais de
Instituto Criar de TV e Cinema
edição, câmera, maquiagem e cabelo, roteiro, cenografia, iluminação, áudio, figurino, computação gráfica e produção. Idealizada pelo apresentador de televisão Luciano Huck, o Instituto Criar teve sua sede inaugurada no final de 2004 e
Da Redação Fotos de Luiz Fernando Macian
Projeto de iluminação com soluções contemporâneas
Boas soluções a baixo custo
ocupa um galpão industrial com 3000m2 de área no bairro da Barra Funda, em São Paulo. O
O projeto luminotécnico ofereceu soluções que garantissem conforto visual, bem como o perfeito entendimento do espaço arquitetônico.
projeto de arquitetura, assim como os demais, tiveram como grande desafio e premissa básica aliar boas soluções a um baixo custo. A arquiteta Rosane Haron - titular do escritório Espaço Luz -, com a colaboração do arquiteto Altimar Cypriano, foi a responsável pelo desenvolvimento do projeto de iluminação e procurou soluções que garantissem conforto visual aos usuários, bem como o perfeito entendimento do espaço
O Instituto Criar de TV e Cinema é uma organização não-governamental que tem por objetivo capacitar jovens de baixa renda, através de cursos técnicos, em profissões ligadas ao cinema e à televisão.
arquitetônico.
Por: Erlei Gobi Fotos: Nelson Kon e Luiz Fernando Macian
A edificação do início do século XX teve os revestimentos de suas paredes removidos, deixando os tijolos originais aparentes, reforçando, assim, o conceito industrial da construção. Dentro do galpão foram erguidos dois blocos de salas de aulas separados pela circulação central. Construídos com blocos de concreto, contam com caixilharia em toda a sua extensão,
Com projeto de arquitetura e interiores desenvolvido
por Pileggi Arquitetura, o escritório Koury Lopes Advogados (KLA), situado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, possui 1800 metros quadrados divididos em dois pavimentos e integrados internamente por uma escada metálica localizada no centro do andar. Concluído no final de 2009, o projeto de iluminação teve como principal enfoque uma proposta menos austera e formal que as A edificação do início do século XX teve os revestimentos de suas paredes removidos, deixando os tijolos originais aparentes.
soluções clássicas desenvolvidas para escritórios de advocacia. A tarefa ficou a cargo da lighting designer Rosane Haron, titular da Espaço Luz. “Este tipo de ambiente, de um modo geral, é mais sério, com Mesa da sala de reuniões menor iluminada por pendente com fluorescentes tubulares T5 de 28W e temperatura de cor de 3000K.
soluções mais convencionais, mas como toda regra tem sua exceção, no caso da KLA, o projeto de iluminação acompanhou
Na circulação interna, bandejas de iluminação indireta para lâmpadas de vapor metálico fixadas nas tesouras de madeira que estruturam a cobertura.
a linguagem mais arrojada e contemporânea do projeto de interiores”, explicou Rosane. Destacam-se no projeto o preto e o branco, com introdução do vermelho nas alvenarias da escada, recepção e sala de espera,
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e o azul proveniente de um piso de esferas de vidro sob a escada. 58
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TECNOLOGIA A SERVIÇO DA ILUMINAÇÃO
patrocinadora porsche cUp
www.stillux.com | (11) 4615.4340
Messe Frankfurt Exhibition/Pietro Sutera
evento internacional
Light+Building 2012 Edição bate recorde de público e mostra a evolução dos LEDs
Por Erlei Gobi
Mais uma vez, a Light+Building, maior e mais importante
eles, lighting designers e arquitetos conhecidos como Peter
feira de iluminação do planeta, foi um sucesso, batendo recordes
Gasper, Rodrigo Cruz, Gilberto Franco, Antonio Carlos Mingrone,
de expositores e de público. A edição 2012, que aconteceu entre
Neide Senzi, Esther Stiller, Plinio Godoy, Paulo Candura, Helio
15 e 20 de abril, em Frankfurt, contou com 196 mil visitantes – 7%
Bottamedi, Luciana Costantin, Paula Carnelós, Rafael Leão,
a mais que em 2010 – e 2.352 fabricantes – crescimento de 8%
Cláudia Borges Shimabukuro, Letícia Mariotto, Daniel Feldman,
na comparação com a última edição. “Os resultados superaram
Julio Takano, entre outros. Duas empresas brasileiras – Lumini
as expectativas do setor e demonstraram o aumento da demanda
e Blumenox – exibiram suas peças durante esta edição, sendo
mundial por serviços e produtos de iluminação ecologicamente
que a última iniciou sua representação na Alemanha.
corretos”, afirmou Wolfgang Marzin, presidente e CEO da Messe Frankfurt.
60
Impressões
O Brasil também teve presença marcante durante a
Light+Building 2012. Aproximadamente 600 brasileiros visitaram
a feira – crescimento de 40% na comparação com 2010 – entre
nichos específicos, como luminárias e lâmpadas técnicas, ilumi-
L U M E ARQUITETURA
Os 15 pavilhões destinados à iluminação foram divididos em
Messe Frankfurt Exhibition/Jens Liebchen
Messe Frankfurt Exhibition/Pietro Sutera
nação pública, iluminação decorativa, compo-
e isso marca o início de uma nova era para o
nentes e acessórios/LED, entre outros. Todos os
setor”, explicou.
estandes da feira, independentemente do país
de origem das empresas, eram muito bem es-
da Design & Projetos – Monteg, o evento serve
truturados e luxuosos; esteticamente agradáveis
como plataforma para seu trabalho. “A feira é
aos olhos dos visitantes e com produtos bem
sensacional. Para quem quer oferecer sempre
distribuídos. Para quem esteve na Light+Building
o melhor para seu cliente, é um enorme apren-
pela primeira vez, como é o caso da lighting
dizado. Vejo o que há de mais moderno no
designer filipina Christina Sicangco, tudo é fas-
mundo em iluminação e me sinto confortável
cinante. “Minha impressão sobre a feira é ótima;
para aplicar esta tecnologia em meus projetos”,
esta é minha primeira vez e estou muito excitada.
afirmou.
Para o lighting designer Helio Bottamedi,
Estou achando tudo o máximo e, com certeza, voltarei em 2014”, entusiasmou-se.
LEDs e OLEDs
Julio Takano, diretor da Kawahara | Takano
soluções para varejo, também gostou do que viu
em Frankfurt e discorre sobre suas percepções.
Light+Building 2012 foram os LEDs. “O foco
Assim como em 2010, o grande foco da
“Esta edição da Light+Building é uma das mais
da Erco é 100% LED. Estamos convertendo
fantásticas dos últimos dez anos, pois, com a cri-
todos os produtos que utilizam fontes de luz
se europeia, os grandes âncoras investiram uma
convencionais para LED. Foi feito um ajuste de
enormidade por metro quadrado. A tônica está
todo o sistema ótico para lançar, ao todo, 1.099
mudando completamente em termos de produto;
produtos durante 2012. Na última feira, a Erco
as indústrias de iluminação vendiam luminárias
tinha 5% de suas vendas em LED, hoje temos
ou lâmpadas, agora estão oferecendo soluções,
30%. Nossa perspectiva é que ao final de 2012 L U M E A R Q U I T E T U R A 61
Messe Frankfurt Exhibition/Jochen Günther
Luminale completa 10 anos A Luminale – Biennial of Lighting Culture, festival internacional de iluminação realizado em paralelo a Light+Building, completou 10 anos em 2012. Assim como nas outras edições, a Messe Frankfurt disponibilizou ônibus para que os visitantes da feira pudessem visitar as 170 instalações de iluminação espalhadas, em sua maioria, em Frankfurt, e em algumas cidades vizinhas, como Offenbach, Darmstadt e Wiesbaden. Nesta sexta edição, cerca de 140 mil pessoas passaram pelos locais iluminados, como a Praça da República, o jardim botânico Palmengarten, a Biblioteca Nacional, o Museu de História Natural, entre muitos outros.
esta parcela chegue a 40% e dobre em dois anos”,
dos OLEDs. “Vejo que os LEDs estão se conso-
disse Washington Cabral, diretor da Erco do Brasil.
lidando com uma eficiência maior e os OLEDs
Denis Bures Vergara, diretor da Kreon Brasil, cor-
começam a engatinhar. Acredito que daqui a uns
robora a tendência dos LEDs: “Nosso showroom
quatro anos teremos luminárias bem resolvidas
está todo em LED, e a perspectiva é muito boa
utilizando esta nova tecnologia”, afirmou.
para este ano”.
Para os brasileiros que visitaram esta edição,
Mercado brasileiro
o ponto positivo ficou por conta do avanço dos
62
LEDs na comparação com 2010. “O LED continua
dominando a feira, mas está mais controlado, mais
2012 que o mercado brasileiro é muito atrativo
resolvido e mais bem trabalhado; acabou aquele
para as empresas mundiais. “Observo que os
boom de todo mundo querer LED de todos os
brasileiros estão sendo mais bem tratados e que
jeitos, cores e modelos”, ressaltou Cláudia Borges
vários estrangeiros estão falando português para
Shimabukuro. Sua sócia, Letícia Mariotto, comple-
nos atender. Notei também que diversos forne-
ta: “A feira é quase 100% LED. Sem dúvida, esta
cedores estão projetando lançar suas marcas no
é a fonte predominante, mas as luminárias estão
Brasil nos próximos anos. Nosso país está no foco
mais bem resolvidas, com LEDs de altíssimo rendi-
do mundo também na área de iluminação”, ressal-
mento.
tou Rodrigo Cruz.
As lighting designers Luciana Costantin e Pau-
Ficou claro para quem visitou a Light+Building
Neide Senzi também falou sobre a entrada
la Carnelós, titulares da Acenda Projeto de Ilumina-
de empresas estrangeiras no mercado nacional,
ção, também falam sobre a evolução dos LEDs e
porém, em tom cauteloso. “O Brasil está em evi-
das novidades da feira. “As luminárias estão sendo
dência e estão nos tratando muito melhor agora.
desenvolvidas exclusivamente para a tecnologia
Existem muitas indústrias interessadas no merca-
LED, diminuindo, consideravelmente, a tentativa
do brasileiro e isso é bom, mas fico com um pouco
de adaptar luminárias existentes. Houve grande
de receio. Elas estão indo para o Brasil, mas a
evolução das lentes, filtros especiais e refletores
pergunta é: até quando elas ficam? Acho que
para luminárias LED. Também notamos a miniaturi-
este é um grande problema que teremos no futuro,
zação e utilização de imãs, que permitem a fixação
porque tenho dúvidas se estas empresas se man-
e flexibilidade no uso de projetores e perfis; além
terão no nosso país quando o mercado europeu
de luminárias mais interativas, plug and play, com
voltar a aquecer. Para nós, lighting designers, é
forte influência da Apple (Ipad / Iphone), tanto no
importante dar condições para o mercado brasi-
design como na funcionalidade”, apontaram.
leiro se desenvolver. Nós viemos para a Alemanha
para ver novas soluções, tecnologias e design,
Rodrigo Cruz, lighting designer do escritório
Peter Gasper Associados, além de observar o
mas acho que devemos investir em nossa indús-
avanço da tecnologia dos LEDs, notou a melhora
tria, enfatizou.
L U M E ARQUITETURA
evento internacional Anel de luz
Elegante, refinada e fina; assim pode ser definida a luminária Enck, da Fabbian. Desenhada pelo designer Francesco Lucchese, a peça é baseada na ideia de filtragem da luz de uma fonte halógena através de uma estrutura fina e quase imperceptível. A estrutura é constituída por duas ranhuras inspiradas no formato de uma concha. Pode ser encontrada nas cores branco fosco, cromo polido e ouro fosco e para aplicação em parede e teto. www.fabbian.com
Forma sinuosa
Projetada para espaços comerciais, museus e galerias, a Pixel Pro, da iGuzzini,
possui design em forma sinuosa. Assinada pelo designer Massimo Iosa Ghini, a peça de LED pode gerar um poderoso feixe de luz, variando de 600 lúmens a 3000 lúmens. Seu corpo extraível pode ser duplamente orientado, a 45° e 75°, ou girado em torno do eixo horizontal por 355°. Está disponível na versão única, em três diâmetros, ou na versão multiquadro, de um a três compartimentos, para o corpo médio. Todos os corpos e os aros externos dos quadros podem ser encontrados em branco e preto. www.iguzzini.com
Com troca de lentes
A série de projetores para exteriores Beamer, da Erco, foi ampliada mediante a incorporação de versões com LED em vários tamanhos de corpo e níveis de potência, com fluxos luminosos de até 4320 lúmens. Os produtos possuem como grande diferencial a possibilidade da troca das lentes Spherolit, que proporcionam a uma mesma peça a opção de diferentes tipos de iluminação como, por exemplo, pontual ou difusa. www.erco.com
Futurista
Desenvolvida pela Ledo LED Technologie, as lâmpadas Bulled possuem design futurista e podem ser encontradas nas versões Classic, Modular e Star. As peças são indicadas para o retrofit de incandescentes de 60W, pois possuem temperatura de cor de 2800K e consomem apenas 11W. Com 80 mil horas de vida útil, propiciam iluminação em 330º e são dimerizáveis.
www.ledo-led.com
Design diferenciado Projetada e construída pelo escritório Speirs + Major, a série de luminárias Aeroblades, da Cree, possui uma abordagem ousada para iluminação de exteriores. Seu design diferenciado garante gerenciamento térmico, controle de luz, eficiência e longevidade, já que possui vida útil de 80 mil horas e garantia de cinco anos. Está disponível em mais de 300 combinações, incluindo duas, quatro ou seis versões de lâmina, 20 distribuições ópticas e quatro temperaturas de cor (3000K, 3500K, 4000K e 57000K), além de cores variadas. www.cree.com
L U M E A R Q U I T E T U R A 63
evento internacional Retrofit A Osram lançou para o mercado mundial a Parathom Classic A75, primeira lâmpada LED de bulbo para retrofit de incandescentes de 75W. A novidade consome apenas 14.5W, uma economia de energia de 81%, e possui luminosidade de 1055 lúmens. Com 30 mil horas de vida útil, temperatura de cor de 2700K e IRC maior que 80, os LEDs da lâmpada estão distribuídos ao redor de seu eixo, o que permite um ângulo de cobertura de 320°. www.osram.com
De olho no futuro Os pendentes de OLED da Paulmann demonstram ao mercado de iluminação que esta tecnologia já pode ser empregada em peças decorativas. Os produtos são constituídos de um pequeno painel de OLED (10cm x 10cm de largura e apenas 2mm de espessura) que consomem apenas 4W e emitem luz neutra ou branca quente e sem brilho, proporcionando um ambiente acolhedor. As luminárias podem ser encontradas no perfil quadrado ou curvo, ambos com os cantos arredondados. www.paulmann.com
Design premiado
Esculturas com OLEDs
Assinada pelo designer Helmut Heinrich, a luminária Quadratur, da RZB, se sagrou vencedora do Red Dot design award 2012, um dos mais importantes prêmios de design do mundo. A peça, de 280mm x 280 mm, é composta em cristal e LED, o que lhe proporciona uma aparência simples e elegante, ideal para uso decorativo. www.rzb.de
A Philips apresentou aos visitantes de seus estandes as esculturas Lumiblade OLED GL350 e LivingSculpture Kinetic OLED installation. Cada quadrado de OLED da primeira peça possui 155 cm² e oferece uma saída de luz de 115 lúmens. Já a segunda peça, criada em parceria com o grupo WhiteVoid, é composta por 864 placas de OLEDs em forma triangular que abrange seis metros e flutua como um avião em movimento. www.philips.com
Para rodovias Indicada para rodovias, avenidas e parques de pedágios, a luminária Luma, da Indal, possui uma tecnologia ótica chamada Optiflux, desenvolvida para atender as necessidades de iluminação destes locais. Pode ser encontrada em dois modelos: Luma 2, que pode acomodar no mínimo 60 e no máximo 120 LEDs; e Luma 3, que pode abrigar no mínimo 10 e no máximo 200 LEDs, chegando a uma potência de até 400W.
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L U M E ARQUITETURA
www.indal-lighting.com
evento internacional
Para espaços públicos
Vencedora do Red Dot design award 2012, um dos mais importantes prêmios de design do mundo, a luminária Be Tween, da Schréder, é fabricada em alumínio e vidro e possui IP 65. Assinada pelo estúdio Pearl Creative, o produto pode ser encontrado nas versões com 16, 24, 32 e 48 LEDs e nas temperaturas de cor: branco neutro e branco quente. www.schreder.com
Para escritórios
Indicada para iluminação de estações de trabalho em escritórios e áreas de recepção, a luminária de piso Belviso, da Trilux, possui dois painéis de LED para luz direta e 36 LEDs para luz indireta. Com temperatura de cor de 4000K, a peça consome 105W, tem fluxo luminoso de aproximadamente 7700 lúmens e IRC maior que 80. www.trilux.com
Iluminação técnica
A Zenaro Lighting apresenta o spot Deimos, indicado para iluminação de lojas, shoppings ou escritórios. O produto é composto por dois módulos de LED de 25W cada e mede 280mm x 160mm, com profundidade de 70mm. Pode ser encontrado nas temperaturas de cor de 2700K e 3500K e possui um sistema integrado de controle de luz para gerar ângulos de feixe de 15° e 35°. www.zenarolighting.com
Luz e dança
A luminária Manta Rhei, produzida pela Selux em parceria com o estúdio de design ART + COM, combina cenas de luz e padrões de movimento em uma série de coreografias individuais cuidadosamente planejadas. Seu corpo de 1,2m x 2,4m é composto por 140 módulos de OLED que parecem “dançar” no ar, dando a impressão que a luz paira livremente no espaço. www.selux.com
Luz, cor e movimento
A luminária Aphrodite LED, desenvolvida pela Zumtobel em parceria com o designer NikSchweiger, combina luz, cor e movimento para criar cenários fascinantes. Inspirada pelos espetáculos de iluminação vistos na natureza, possui sete cenas de iluminação predefinidos: branco (3000K, 4200K e 6500K), colorido (azul, vermelho e âmbar) e a combinação de ambos. Com IP 65, é indicada para o uso em piscina e SPAs. www.zumtobel.com
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artigo
Vitrina e Luz Por Nathália Gregoletto
Como a janela luminosa é capaz de seduzir e provocar compras por impulso
A
arte de expor objetos tem suas raízes no
século I. Segundo Demetresco (2007), os primeiros registros de vitrinas se assemelhavam com pequenas janelas, acopladas nos muros das residências. As mercadorias eram expostas no interior dessas janelas embaçadas, cuja percepção era dada pelos contornos de suas formas no momento em que a luz adentrava o ambiente.
A vitrina tem como principal função a exposição e
qualificação de produtos para um determinado públicoalvo. Segundo Oliveira (1997), elas são montagens discursivas que procuram criar sensações de impacto, favorecendo uma apreensão imediata e tornando o produto visível ao passante. Sintetizando, ela se estabelece por ser um instrumento cuja finalidade é atender desejos que ela mesma ajuda a gerar, pois o objeto exposto sozinho não consegue ser fascinante o suficiente e nem capaz de interagir com o seu consumidor.
A encenação da vitrina produz uma fantasia da
realidade, com técnicas cenográficas, buscando destacar o objeto pela sua manipulação, fazendo com que o produto exposto mereça ser visto, tornando-o mais desejável e indispensável do que usualmente seria. Da simplicidade da mercadoria, ela se transforma atraente e valiosa, graças ao investimento nessa janela de relações que seduz (DEMETRESCO, 2004 e 2007). De acordo com Hogan (1998), o consumidor em sua mente tem uma forte vinculação emocional e afetiva, podendo tomar suas decisões de comprar ou não um produto por razões emocionais e associativas.
Com tantas similaridades entre as experiências de
compra apresentadas pelos lojistas, o que falta é a utili66
L U M E ARQUITETURA
zação de ferramentas de cenografia e de tematiza-
para a materialização de uma venda: o consumidor,
ção para se diferenciar dos demais (BLESSA, 2008).
a mercadoria e o dinheiro (BLESSA, 2008). Segun-
Segundo o pensamento de Arnhein (1968), afirma-se
do Demetresco (2004:35), “as estatísticas revelam
que os objetos só são compreendidos pelo observa-
que o olhar de um consumidor, ao passar por uma
dor conforme seu nível de pertinência. Percepção vi-
vitrina, não dura mais do que dez segundos. Apesar
sual é a base de qualquer demonstração de marke-
disso, a vitrina ainda é responsável por 70% das ven-
ting para posicionar uma marca. O valor percebido
das”.
de um produto só é atingido no momento em que o
passante avalia como aspectos de qualidade de um
todos os objetos de consumo são idênticos e,
artigo, sua aparência física, seu preço, sua marca e
para que sejam compreendidos como exclusivos
a reputação do ponto de venda.
e aconteça fidelidade com a marca, a questão
fundamental é determinar uma imagem diferenciada
Analisando-se atenciosamente, o marketing não
Segundo afirma Gade (1998), na realidade,
seria uma disputa de mercadorias, mas sim uma
do objeto através da encenação da vitrina, de modo
disputa de percepções (BLESSA, 2008; OLIVEI-
que o consumidor possa reconhecê-lo claramente
RA, 1997). De acordo com Olson apud Mozota
entre tantos outros. A luz contorna as mercadorias
(2002:115), “as emoções provocadas visualmente
a serem apresentadas, suas distinções em relação
são armazenadas de forma hierárquica na memó-
a outros análogos, a profundidade e a teatralização
ria do consumidor. Dito de maneira simples, os
da exposição. Ela não necessita ser vista, mas sim
produtos são comprados pelo que significam”. O
percebida. Luz e espaço são intrínsecos em função
ato de selecionar e comprar são aceleradores do
de que é a luz que produzirá a percepção de espaço
procedimento, mas é o sentido da visão, ou melhor,
(DEMETRESCO, 2007).
da percepção visual do comprador que vai definir o produto a ser levado.
Iluminação como ferramenta persuasiva da vitrina
Segundo Baudrillard (2001:207), “o consumo
invade o produto: é como se ele personalizasse
o que está em série; é consumido jamais na sua
consumo é uma tática essencial para que a empresa
materialidade, mas na sua diferença”. Mercadorias
tenha a capacidade de se destacar em relação aos
bem expostas facilitam a compreensão, provocam
seus concorrentes (UNDERHILL apud CARVALHO,
a atenção do consumidor e, por consequência,
2003). Segundo Gorman apud Carvalho (2003), “a
vendem mais, originando maior número de compras
iluminação é um recurso físico primordial que tem a
por impulso. No instante decisivo da compra, se seu
capacidade de determinar as qualidades sensórias,
produto não for observado, não será lembrado pelo
físicas e emocionais dos ambientes disponíveis para
consumidor. E o que pode ser pior – se o passante
a oferta de serviços, já que o homem reage emo-
não vir seu produto, vai adquirir o do concorrente
cionalmente quando excitado pela luz.” Conforme a
(BLESSA, 2008).
doutora e vitrinista Sylvia Demetresco (2007:13), “a
luz é o que faz olhar e o que define o olhar”. Ilumina-
Por intermédio da vitrina é que a loja estabele-
A utilização estratégica da luz nos espaços de
ce claramente o segmento que ela deseja atingir,
ção é a arte de iluminar conceitos e significados.
refletindo no conceito e estilo de comercialização
da loja. De fato, o estilo de design utilizado em uma
culo da vitrina, moldando e despejando luz de modo
vitrina não é o mais importante, mas sim o fato de
que diferencie cada um dos elementos conforme o
ela comunicar ao seu público uma originalidade
significado determinado, com a intenção de enfa-
consistente na encenação (BLESSA, 2008). Assim, o
tizar um objeto ou as qualidades dos produtos ali
produto será desejado por seu valor percebido pelo
estabelecidos. Ela orienta o olhar, transformando os
seu consumidor perante a encenação, e não neces-
materiais e as cores, delineando contornos, produ-
sariamente pelo preço determinado pelo mercado.
zindo sombras e seduzindo o consumidor ao tornar o
produto desejável pelo seu reforço nessa “manifesta-
O merchandising em uma vitrina é avaliado
A iluminação participa na elaboração do espetá-
como sendo a estratégia mais veloz e eficaz, pois
ção de visibilidade”. A luz dá uma nova forma para a
é a única em que o recado a ser transmitido, conta,
vitrina, transformando-a em um espaço luminoso que
ao mesmo tempo, com os três elementos principais
produz efeitos do sentido (DEMETRESCO, 2007).
L U M E A R Q U I T E T U R A 67
68
Teatro e luz podem desempenhar funções
Além das funções decorativas e de conforto da luz,
juntos, com o intuito de alcançar bons resultados
ela é um artifício de estratégia de vendas, pois é
de merchandising visual (CARVALHO, 2003). Na
considerada um dos suportes fundamentais para a
cenografia da vitrina, a concepção da luz exige
percepção visual da encenação (CARVALHO, 2003;
três importantes elementos a serem analisados:
CHOU, 2007). A luz, segundo Chou (2007:60),
o espaço da encenação, seus efeitos decorativos
“imprime, de maneira diferenciada e duradoura, a
e a focalização e valorização do produto exposto,
nossa percepção do espaço [...] gerando impres-
pois é com a luz que se modifica a encenação ou
sões psicológicas. [...] ela deve fazer com que os
o produto, interferindo diretamente na observação
produtos expostos pareçam fantásticos e que as
do consumidor quando olha o mesmo produto ou
pessoas não tenham outra opção a não ser com-
encenação iluminados de formas distintas.
prá-los”.
A expressão da luz e da sombra é uma podero-
A visão do consumidor é seduzida pela luz e
sa ferramenta para expressar significados. Segun-
em direção da luz. A narratividade da vitrina faz ver
do o filósofo Heinrich Wolfflin apud Demetresco
ou faz sentir e, por esse motivo, a luz é o recurso
(2007:128) “existe uma beleza do obscuro, e a arte
que age tanto na construção narrativa produzida
continua a ser arte mesmo quando renuncia ao
pela vitrina quanto nas variações sofridas na ence-
ideal da clareza absoluta”. Luz e sombra juntam-se
nação pela significação, e no fato de como esse
e opõem-se para formar a teatralização da vitrina, e
elemento comunica-se com eficiência na estrutura-
nesse jogo de luz versus sombra, sustentam mais
ção da exposição. (DEMETRESCO, 2007). Segundo
uma vez seus aspectos opostos de uma exposição
Mozota (2002:115), “A luz é um elemento de atração
do ser e do parecer. Observando esse universo da
e atenção para o cliente (SCHEWE) e pode provo-
vitrina, o consumidor move-se com a intenção de
car compras por impulso (BIRREN; ROOK)”.
compreender o produto e seu valor, com o olhar
entre o velado e o revelado, entre a luz e a sombra
a realizar pelo menos duas contribuições imediatas
(DEMETRESCO, 2007; SILVA, 2009).
para a estratégia de uma empresa de serviços: (1)
pode significar uma vantagem distintiva percebida
Com uma iluminação inadequada, o produto
Vista dessa maneira, a gestão da luz poderia vir
não se diferencia dos demais, provocando desin-
pelos clientes e (2) pode configurar uma habilidade
teresse e, simplesmente, não realiza a venda ou a
de difícil adaptação pelos concorrentes. “Tão eficaz
realiza em uma quantidade menor do que poderia.
no palco do serviço como nos espetáculos artísti-
L U M E ARQUITETURA
A iluminação participa na elaboração do espetáculo da vitrina.
SemiLEDs, agora no Brasil MvpLEDs Chip inside - Chip de estrutura vertical Liga de Cobre - Tecnologia em substrato de silício. Semileds é uma empresa de capital aberto na NASDAQ Baixa resistência Térmica: 6°C/W / 2°C/W Superior Eficácia Ótica Luz de alta qualidade Alta Eficiência: 120lm/W Corrente 350mA / 700mA 1W ou 3W no mesmo LED. LED UV / COB / Multichip até 1000lm / 3528 / 5050 / 5630.
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A visão do consumidor é seduzida pela luz e em direção da luz.
cos” (MOTTA, 2000:80), a força dramática da luz
parece ser capaz de gerar a oportunidade de criar
principalmente para os pequenos e médios empre-
(CARVALHO, 2003:100).
sários que não divulgam em outros meios de co-
municação, pois é um instrumento fundamental de
São os efeitos da iluminação cenográfica que
Por isso, as vitrinas são de grande importância
proporcionam força, mais uma vez, à relação visual
propensão de vendas, atraindo os consumidores
e física com o consumidor. Como componente inte-
para o interior da loja. Os empresários contempo-
grante dessas encenações, a luz pode ser analisa-
râneos têm conhecimento de que um produto bem
da como uma estratégia para obter vantagem com
exposto é o mais solicitado pelos clientes, por isso,
seus concorrentes capaz de auxiliar uma atuação
deve-se investir intensamente neste instrumento de
operacional elevada e, deste modo, dar condições
fascinação e sedução que é a vitrina.
para interações mercadológicas mais satisfatórias (LAM apud CARVALHO, 2003). “No ver, olhar, contemplar, apreciar, o sujeito semiótico é também por elas seduzido, sendo levado à ação de entrar na loja e, talvez, à de comprar o produto exposto”
Nathália Gregoletto
(OLIVEIRA, 1997:139).
é graduada em design de interiores, pós-graduada em iluminação e design de interiores pelo IPOG e em gestão empresarial (MBA). Atual-
Conclusão
mente, trabalha como profissional autônoma na cidade de Porto Alegre. www.nathaliagregoletto.com.br.
Uma exposição de qualidade tem grandes
benefícios para o consumidor, para o lojista e para
dade das mercadorias e dificulta as atividades da
ARNHEIN, Rudolf. Image et pensée. In: Kepes, G. (ed.). Signe, image, symbole. Bruxelas, La connaissance, 1968. BAUDRILLARD, Jean. Senhas. Rio de Janeiro: Difel, 2001. BLESSA, Regina. Merchandising no ponto de venda. São Paulo: Atlas, 2008. CARVALHO, José Luis. A luz nos cenários de serviços: fenomenologia da experiência interativa dos participantes dos encontros de serviços com a iluminação ambiental. Tese (Doutorado em Administração) – Departamento de Administração, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003. CHOU, Ivone. Iluminação de espaços comerciais. Revista Lume Arquitetura, São Paulo, n. 24, fev/mar. 2007, p. 58-60. DEMETRESCO, Sylvia. Vitrinas entre_vistas: merchandising visual. São Paulo: SENAC, 2004. DEMETRESCO, Sylvia. Vitrina construção de encenações. São Paulo: EDUC, 2007. GADE, Christiane. Psicologia do consumidor e da propaganda. São Paulo: EPU, 1998. HOGAN, Kevin. A psicologia da persuasão. Rio de Janeiro: Record, 1998. MOTTA, P. Servir com alma: um novo conceito em relacionamento com o cliente. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MOZOTA, Brigitte. Design management. Paris: Éditions d´Organisation, 2002. OLIVEIRA, Ana Cláudia. Vitrinas: acidentes estéticos na cotidianidade. São Paulo: EDUC, 1997. SILVA, Mauri. Iluminação: simplificando o projeto. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009.
concorrência (BLESSA, 2008).
* as fotos utilizadas para ilustrar este artigo são de responsabilidade do autor.
o fornecedor. Para o consumidor, proporciona facilidade no momento da compra, economiza tempo e recorda necessidades. Já para o lojista, gera fidelidade à loja, convida novos clientes e eleva a lucratividade. Ao final, para o fornecedor, estabelece fidelidade à marca e ao produto, eleva a rotativi-
70
BIBLIOGRAFIA
L U M E ARQUITETURA
lançamentos
Pendente em cerâmica O Pendente Mini Canes, da Geo Luz & Cerâmica, é confeccionado em cerâmica texturizada e possui cabo em nylon preto. Bivolt, com dimensão de 17cm x 12,50cm, tem base GZ10 para lâmpadas até 100W. O produto proporciona iluminação de foco, está disponível nas cores preta, branca, verde, areia e tabaco e é indicado para áreas residenciais e comerciais.
www.geoceramica.com.br
Econômica e funcional A linha de embutidos Extreme LED Downlight, lançada pela Golden, é compacta, funcional e indicada para diversos tipos de projetos como em residências, escritórios, lojas e indústria. Disponível em três tamanhos diferentes – 11,15cm, 12,65cm e 11,3cm – com potências de 15W, 20W e 30W, respectivamente, pode ser encontrada na temperatura de cor de 3000K e 6000K, com IRC 80 e ângulo de abertura de 140°. Com 30 mil horas de vida útil, a peça proporciona economia de 40% a 50% de energia em comparação a fluorescente.
www.golden.com.br
Alta durabilidade A lâmpada de vapor metálico CMI PAR-30, lançada pela Sylvania, consome 35W ou 70W, está disponível na tensão de 90V e possui ângulos de abertura que variam entre 10°, 30° e 40°. A peça tem refletor parabólico capaz de proporcionar facho direcionado, além do IRC 80. Com temperaturas de cor de 3000K ou 4200K e com 12 mil horas de vida útil é recomendada para ambientes como shoppings, lojas, museus e galerias.
www.sylvania.com.br
Design moderno
Indicado para salas de jantar e livings, o lustre KnowHow, fabricado pela Accord Iluminação e comercializado pela Trans-Elétrica Iluminação, é confeccionado em madeira MDF, com acabamento em imbuia e suporte para quatro lâmpadas E-27 com difusor em acrílico leitoso. A peça possui design moderno, o que proporciona sofisticação ao ambiente. www.transeletricailuminacao.com.br
72
L U M E ARQUITETURA
case
Capela Santo Antônio Por Erlei Gobi Fotos: Enric Sesplugues
74
Projetada
Iluminação e arquitetura transformam estande de vendas em capela no Rio de Janeiro
sobre um estande de vendas desativado
Como não havia a possibilidade da construção de uma torre
desde 2004 na Península, condomínio residencial existente há
sineira devido à atividade ruidosa que incomodaria a vizinhança,
10 anos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a Capela Santo
optou-se por uma cruz metálica pintada na cor vermelha – fa-
Antônio possui uma área construída de 900 metros quadrados.
zendo alusão à cruz desenhada como benção em testa de fiéis
O espaço do grande salão central se transformou no ambiente
– além de uma imagem de Santo Antônio, recortada em chapa
reservado para as Missas e celebrações, e os dois apartamentos
de aço córten, para caracterizar a fachada frontal da Capela.
protótipos serviram para adequar a sacristia, o confessionário,
Para a pintura das áreas externas e internas foi selecionado o
uma sala de reunião e as áreas de circulação.
marrom da túnica do Santo como referência, além das cores
L U M E ARQUITETURA
Acima, iluminação geral realizada por quatro grandes plafons com lâmpadas T5 de 28W e mangueiras de LED de 5W/m, além de luz pontual com PAR 30 de 75W para destaque das pinturas na parede representando a Via Sacra.
palha e cinza-esverdeado. O projeto luminotécnico,
LED fornecem luz mais cênica. Estas peças pos-
assinado pela lighting designer Beti Font, titular do
suem duas sessões de acendimento, podendo ligar
escritório Beti Font Arquitetura e Lighting Design,
somente as duas da frente ou as duas de trás”,
tem como principal destaque a cruz iluminada no
explicou.
teto devido à representatividade deste elemento na Igreja católica. Esta solução foi concebida com
Altar
sancas no teto equipadas com fluorescentes T5 de 28W e mangueiras de LED de 5W/m . “A iluminação
e a arquitetura tiveram o propósito de mostrar aos
cos, Beti instalou embutidos de solo com lâmpadas
moradores do condomínio que aquele estande
LED de 5W para iluminação sob a Mesa Eucarística
abandonado havia se tornado uma Capela e de
de vidro, além de três arandelas com haste em me-
convidá-los a conhecer o novo espaço”, afirmou.
tal e cúpula em tecido dourado, cada uma equipada
com incandescente de 40W, que evocam a San-
Para iluminação geral, a lighting designer optou
Para o altar com elementos de templos barro-
por quatro grandes plafons (1,5m x 1,5m) com
tíssima Trindade. Para o rebaixo no forro onde fica
lâmpadas T5 de 28W e mangueiras de LED de
localizado o coral, foram especificados embutidos
5W/m “As fluorescentes fazem a iluminação geral
de teto com fluorescentes bipino de 26W e minidi-
do ambiente para as missas. Já para as ocasiões
croicas de 35W. A imagem de Nossa Senhora da
especiais, como casamentos, as mangueiras de
Conceição, de procedência baiana, alocada em um L U M E A R Q U I T E T U R A 75
nicho na parede, foi realçada por LED de
as estações da Via Sacra de Jesus,
7W. A cruz do altar, desenhada especial-
do Pretório até o Calvário. Cada uma
mente para a Capela com entalhe rococó,
destas pinturas foi destacada por um
recebeu fluorescentes T5 de 28W e filtro
canhão de luz equipado com PAR 30 de
âmbar na parte de trás para destacá-la no
75W. “Neste caso, o objetivo foi fazer
espaço. “A intenção foi deixar a cor da luz
uma iluminação teatral, como se cada
da cruz do altar totalmente diferente do
imagem fosse a representação de uma
resto do ambiente para ‘soltá-la’ da pare-
peça”, elucidou Beti.
de”, disse a lighting designer. Esta mes-
ma solução luminotécnica foi aplicada na
um embutido com quatro lâmpadas AR
cruz e na imagem de Santo Antônio, em
111 de 100W, enquanto a imagem de
chapa de aço córten, presentes na facha-
Santo Antônio, de origem portuguesa,
da frontal. Uma luminária embutida no
procedente do Porto e datada do séc.
teto com duas AR 111 de 100W e facho
XVIII, recebeu iluminação por um LED
fechado ainda realçam o rosto de Jesus
de 7W. “Esta imagem, envolta por uma
Cristo pregado na cruz do altar.
redoma de vidro, possui uma história
Sobre a pia batismal foi instalado Ficha técnica Projeto luminotécnico: Beti Font / Beti Font Arquitetura e Lighting Design Coordenação: Padre Joel Portella Amado / Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro
importante. Para não correr o risco de Via sacra
deteriorar a pintura utilizamos LED, pois é uma fonte de luz que não aquece,
Nas paredes internas da Capela
há 14 imagens pintadas representando
contribuindo para a conservação da peça”, finalizou.
Gerenciamento: Elmair Rangel Neto / SAEEX Empreendimentos Imobiliários Luminárias: Revoluz LEDs: Starled Lâmpadas: Osram Reatores eletrônicos: Osram Filtros: Rosco
Acima, fachada com destaque para a cruz metálica pintada na cor vermelha. À direita, sancas no teto com fluorescentes T5 de 28W e mangueiras de LED de 5W/m formam uma cruz sobre os fiéis.
76
L U M E ARQUITETURA
evento nacional
Mercado aquecido impulsiona Expolux Evento bate recorde de público no Expo Center Norte
Por Adriano Degra
O mercado de iluminação brasileiro vive um dos melhores
pelo setor. “Tivemos um crescimento em torno de 30% no pri-
momentos desta década. Em 2010, o faturamento foi de 3,3 bi-
meiro trimestre deste ano se comparado ao mesmo período do
lhões de reais e em 2011 os números subiram para 3,7 bilhões de
ano anterior”, afirmou o diretor da Utiluz João Tcacenco.
reais. A expectativa da Abilux (Associação Brasileira da Indústria
de Iluminação) é que em 2012 o faturamento cresça em torno
mente no varejo, em março de 2012 o governo brasileiro reduziu
de 7% comparado ao último ano.
o IPI para luminárias e lustres de 15% para 5% até o dia 30 de
junho de 2012. Além disso, os dois grandes eventos esportivos
Algumas empresas desfrutam desse bom momento vivido
7878 LLUUMMEE AARRQQUUI TI TEETTUURRAA
Visando contribuir para o incremento das vendas, principal-
que o Brasil está prestes a realizar – Copa do Mundo
designers, tendo em vista suas contribuições forne-
de Futebol e Olimpíadas – contribuirão para o cresci-
cidas através de valiosas informações e ideias sobre
mento do setor. “A iluminação é parte viva dos even-
projetos e produtos específicos do segmento”, disse
tos esportivos, e a construção de empreendimentos
o engenheiro de especificações da GE Emanuel
de apoio como novos hotéis e vilas olímpicas trará
Maciel.
um impacto positivo em nossa produção industrial.
Esses eventos ajudarão a consolidar o crescimento
independente da Feicon (Salão Internacional da
do setor no país nos próximos quatro anos”, desta-
Construção), contou com 200 expositores e bateu
cou Carlos Eduardo Uchôa Fagundes Filho, presi-
recorde de público: 21 mil visitantes. Esses dados
dente da Abilux.
ratificam a expansão do setor no país e o pensa-
mento da maioria dos expositores que buscavam a
Foi nesse clima de otimismo que a 13ª edi-
O evento, realizado pela primeira vez de forma
realização da feira de forma independente, con-
Iluminação) aconteceu entre os dias 24 e 28 de abril
forme comprovou a pesquisa realizada pela Lume
de 2012, no Expo Center Norte, na capital paulista.
Arquitetura, durante a Expolux de 2008, onde 53%
A feira é a principal mostra do mercado para profis-
dos entrevistados eram a favor da mudança e 44%
sionais que, em suas atividades, necessitam entrar
contra. “Ficou muito melhor, pois anteriormente não
em contato com tendências e novas tecnologias do
conseguíamos proporcionar um atendimento perso-
universo da iluminação. “É uma oportunidade ideal
nalizado; agora ficou mais fácil por se tratar de um
para manter contato com um público diversificado,
público especializado em iluminação”, explicaram
como estudantes, arquitetos, especificadores e
Felipe Pech e Márcia Vieira, diretores do grupo TYG.
Fotos: Divulgação / 2Like Photo Studio
ção da Expolux (Feira Internacional da Indústria da
L U M E A R Q U I T E T U R A 79
LEDs
Quem circulou pelos estandes pôde perceber
grande diversidade de produtos, sendo que alguns
Nesta Expolux 2012, ficou evidente a invasão do
se destacaram pelo design. A New Line, por exem-
LED no mercado nacional. A maioria dos exposito-
plo, trouxe pendentes em alumínio repuxado, com
res apostou em exibir suas novidades relacionadas
cores vibrantes proporcionando vida às peças.
ao diodo emissor de luz, inclusive em luminárias
“Desejamos atingir uma maior parcela do mercado e
públicas de ruas e praças. “Posso afirmar que apro-
atender as expectativas de nossos clientes através da
ximadamente 60% dos estandes utilizaram produtos
nossa linha Drum, que contém pendentes compos-
com a tecnologia LED, inclusive para iluminação
tos de dois tamanhos com uma enorme diversidade
pública. Com certeza, essa tendência nos próximos
de cores”, afirmou o diretor proprietário da empresa
dois ou três anos representará cerca de 30% ou 40%
Marco Antônio Silva.
do faturamento da nossa empresa”, elucidou Bruno Rossi, diretor comercial da Empalux. A Avant tam-
Concorrência
bém focou suas atenções no diodo emissor de luz, presente em toda sua linha de produtos. “Estamos
investindo com afinco nessa tecnologia. Acredita-
leiro de iluminação, o país sofre com a concorrência
mos que, dentro de alguns anos, este é o tipo de
dos importadores chineses. Porém, essa situação
iluminação que prevalecerá devido à sua eficiência e
parece estar controlada e não afetar objetivamente
economia”, ressaltou Gilberto Grosso, diretor comer-
as empresas nacionais. “O mercado tem evoluído
cial da empresa.
bastante. Embora tenhamos a entrada dos produtos
asiáticos, nossas peças se destacam, em termos de
Segundo João Tcacenco, o cenário observado
Mesmo com a consolidação do mercado brasi-
no evento é o mesmo notado em outras partes do
qualidade, das demais; esse é o nosso diferencial”,
mundo: “Quem entrar na onda do LED poderá ter
enfatizou o diretor da Parislux José Ferro.
sucesso; quem não aderir a essa tecnologia não
sei se terá a mesma sorte. Sempre participo da
produtos brasileiros estão crescendo nos últimos
Light+Building, realizada em Franfkurt, na Alema-
anos, o que confirma o avanço e a competência da
nha, e há quatro anos os produtos eram 30% em
indústria nacional. Em 2011, foram exportados mais
LED; na edição anterior eram 60%, e neste ano de
de 30 bilhões de dólares (produtos acabados, partes
2012, chegamos a 80% das peças com o diodo
e alguns componentes) e a estimativa de crescimen-
emissor de luz. Este processo está acontecendo
to para 2012 é de 14,5% na comparação com o ano
aqui no Brasil também”.
anterior.
Segundo dados da Abilux, as exportações de
Estande da Lume Arquitetura: ponto de encontro de todos os profissionais Comprometida com o mercado de iluminação há 10 anos, a Revista Lume Arquitetura marcou presença na Expolux 2012 com estande projetado pela Redesenho de Imagem e executado pela montadora The Partner. Muito movimentado durante os cinco dias do evento, o estande recebeu a visita de empresários do setor, lighting designers, expositores e assinantes, especialmente nas duas tardes de autógrafos do livro “Luz e Arte”, de Valmir Perez, Algeo Cairolli
lançado na feira. Outro destaque foi a distribuição da edição nº 55 da Revista Lume Arquitetura, que publicou diversas novidades da Expolux. O lançamento do livro, a edição especial da revista e a criação deste espaço para integrar os visitantes, dá continuidade à missão da De Maio Comunicação e Editora de contribuir para a Sucesso de público, lançamento de livro e edição nº 55 agitaram estande da Lume Arquitetura.
80
L U M E ARQUITETURA
formação e aperfeiçoamento dos profissionais da área e cooperar com o desenvolvimento da cultura de iluminação no Brasil. Para conferir as fotos do evento visite a Fan Page da Revista Lume Arquitetura no Facebook.
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Prêmio Abilux de Design de Luminárias No final do primeiro dia da Expolux 2012 ocorreu a entrega do Prêmio de Design de Luminárias, promovido pela Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação). Esta edição atingiu número recorde de inscrições, com 147 produtos de 17 empresas, sendo que mais de 90% das luminárias concorrentes apresentaram tecnologia para o uso de LEDs. “Acreditamos que esse prêmio tem apresentado bons resultados para a indústria brasileira. Conquistamos alguns dos mais importantes concursos de design do mundo e isto começa aqui, no Prêmio Abilux de Design de Luminárias realizado por nós, pois os vencedores daqui concorrem automaticamente nesses eventos internacionais”, ressaltou Carlos Eduardo Uchôa Fagundes Filho, presidente da Abilux. Confira abaixo os vencedores de cada categoria:
RESIDENCIAL PARA TETO 1º Lugar: Produto: Pendente Bellatrix Empresa: Acrílicos Santa Clara Designer: Mayla Moser
1º. Lugar: Produto: 4501 – Pendente Mix Metal Empresa: Munclair Metalurgia Designer: Equipe Munclair
RESIDENCIAL PARA PISO 1º Lugar: Produto: Luminária RGB Leaf Empresa: Directlight Designer: Equipe Directlight
RESIDENCIAL PARA MESA 1º Lugar: Produto: Luminária de Mesa Batucada Empresa: VR LUX Industrial Designer: Brunno Jahara
RESIDENCIAL PARA PAREDE 1º Lugar: Produto: Leg 90 Empresa: Iluminar Designer: Francisco Terroba
RESIDENCIAL PARA JARDINS E ÁREAS EXTERNAS COMERCIAL PARA BANCOS, ESCRITÓRIOS, ETC
1º Lugar: Produto: SpotLED 1 Jardim Empresa: Directlight Designer: Equipe Directlight
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L U M E ARQUITETURA
1º Lugar: Produto: Luminária D’Art Empresa: Miralux Designer: Equipe de Desenvolvimento ITAIM
Prêmio Abilux de Design de Luminárias INDUSTRIAL
COMERCIAL PARA LOJAS, SHOPPINGS, ETC.
1º Lugar: Produto: LX-4R Empresa: Guarilux Designer: Edison Marques de Oliveira
1º Lugar: Produto: Pendente Eclipse I Empresa: VR LUX Industrial Designer: Harry Allen
PÚBLICAS PARA JARDINS E PRAÇAS 1º Lugar: Produto: Emma LED Empresa: Soneres Iluminação Designer: Victor Rogadouro
VIAS PÚBLICAS 1º Lugar: Produto: Luminária Calix 120 Empresa: Vertex Designer: João Francisco Adami Tcacenco e Equipe Técnica Utiluz
MONUMENTAL
1º Lugar: Produto: Holofote Super L Empresa: Directlight Designer: Equipe Directlight
PRÊMIO ESPECIAL
LINHA DE PRODUTOS 1º Lugar: Produto: Luminária Árvore Empresa: VR LUX Industrial Designer: André Cruz 84
L U M E ARQUITETURA
1º Lugar: Produto: Luminária Pública LED - Maestra Empresa: Intral Designer: Equipe de Engenharia de Produto e P&D Intral
prateleira
Pendente colorido A Bertolucci criou a versão Color Blocking do pendente Urucum, feito em tons vibrantes de verde bandeira, coral, amarelo, laranja, azul petróleo e berinjela. Fabricada em alumínio, a peça que mede 26cm x 16cm é compatível com lâmpadas E-27 de 40W e pode ser encontrado no valor de 410 reais.
www.bertolucci.com.br
Design para fachadas e jardins Os balizadores da linha ZY, da Bronzearte, são compatíveis com lâmpadas PAR 20, podendo ser incandescentes ou LEDs, sendo indicados para iluminação decorativa de fachadas e jardins. Com IP 67 e potência máxima de 50W, a peça é fabricada em alumínio com aro em aço inox, revestimento em termoplástico preto e lente em vidro temperado, e, além disso, pode ser encontrada nos tamanhos 15cm, 15 x 15cm ou 17cm.
www.bronzearte.com.br
Para ambientes comerciais Indicada para ambientes comerciais como salas de reuniões, escritórios e lojas, o pendente Myxa, da Luxion, é compatível com lâmpadas T5 de 14W ou 28W. O produto é fabricado em alumínio anodizado ou pintado a pó e fixado através de cabos de aço. Possui difusor em metacrilato leitoso e as medidas padrões são de 57cm ou 117cm, porém, é possível fazer modelos sob medida de até dois metros.
www.luxion.com.br
Plafon diferenciado Com design diferenciado, o Plafon Isamu, da Puntoluce, é fabricado em metal pintado revestido com tecido elástico e difusor em polibicarbonato branco. A peça é compatível com bocal E-27 e suporta duas lâmpadas incandescentes de 100W ou duas compactas eletrônicas de 23W. O produto está disponível somente na cor branca e é indicado para ambientes internos como salas e quartos. www.puntoluce.com.br
86
L U M E ARQUITETURA
case
Multinacional de logística Por Adriano Degra
LEDs e arquitetura sofisticada caracterizam escritório da Expeditors do Brasil em Curitiba
A Expeditors, empresa global de logística, teve origem
todo o mundo, sendo, desse total, nove no Brasil. Atualmente, a
na ilha de Lantau, nos Estados Unidos, em 1981. Com a ambi-
multinacional emprega mais de 13 mil profissionais da indústria.
ção de expandir seus negócios, a instituição mudou-se para o
grande centro de Seatle, em Washington, o que proporcionou
de Mello, que tem como titulares o lighting designer Jomar de
um crescimento expressivo para a companhia, que saltou de
Mello e a arquiteta Carolina Veloso, para realizar os projetos de
apenas um escritório para 250 nos dias atuais, distribuídos em
iluminação e de interiores na sede de 120 metros quadrados
Em outubro de 2010, a empresa contratou o Studio Jomar
em Curitiba (PR). “Fizemos o projeto inteiro de reforma de interior e a luminotecnia. Nesse caso, por se tratar de uma multinacional, tivemos a intenção de agregar brasilidade ao escritório, baseado no valor que os curitibanos depositam à questão da sustentabilidade” explicou o lighting designer.
Não existia um conceito pré-estabelecido na
arquitetura do espaço, o que possibilitou uma interação maior entre os profissionais e o cliente na realização dos projetos. A proposta foi criar um ambiente sofisticado e aconchegante, no qual os representantes pudessem receber seus clientes na sede de uma forma agradável, contribuindo para a concretização dos negócios. “O cliente trouxe algumas ideias a respeito de como eles queriam o ambiente e nós oferecemos outras sugestões, como colocar a parte operacional com as mesas de trabalho lado a lado, com o intuito de organizar as tarefas”, comentou Jomar.
O projeto de iluminação, executado todo em
LED, teve como proposta reduzir a manutenção e o consumo de energia elétrica, além de oferecer a quantidade de luz necessária para cada ambiente. Foram substituídas as fluorescentes T5 por fitas de LED, os spots com lâmpada PAR por lâmpadas PAR LED, além dos embutidos, que receberam soluções com diodo emissor de luz. “Todos os espaços possuem 500 lux, o que gerou iluminação um pouco acima das normas da ABNT, de 300 lux, porque tínhamos No lounge, destaque para as cores fortes e o projetor RGB de 56W, aplicado no local com o intuito de atrair a curiosidade dos visitantes.
o piso escuro e precisávamos de iluminação de qualidade” elucidou o lighting designer. Área de trabalho e sala de reunião
Com 61 metros quadrados, a área operacio-
nal é a principal do escritório: acomoda até oito pessoas e conta com o sistema de cabeamento integrado à mesa, facilitando o acesso à caixa de tomadas e proporcionando maior praticidade ao usuário. “Na sala de operações e de reuniões, a linguagem é ao mesmo tempo minimalista, clean e funcional, para garantir conforto e facilidade de concentração durante as atividades” ressaltou Jomar.
A área de trabalho possui luminárias de
embutir, no forro, com lâmpadas tubulares T8 em LED de 18W, além de um trilho com nove
L U M E A R Q U I T E T U R A 89
Recepção do escritório recebeu um trilho para PAR 20 em LED de 5W cada e fitas de LED com 7W/m a 3500K na sanca quadrada no gesso.
spots direcionáveis equipados com lâmpadas
biente ganhou plotagem adesiva translúcida,
PAR 20 LED de 5W cada. “Como tínhamos as
criando a sensação de quadriculado.
lâmpadas tubulares separadas por circuitos que
proporcionavam luz indireta, resolvemos projetar
da empresa, com destaque para as poltro-
a iluminação direta e pontual através dos spots”,
nas coloridas, o tapete floral em lã e seda e
esclareceu o lighting designer.
as cores vibrantes, desenvolvido para que
os funcionários possam relaxar e conversar
Os ambientes de recepção, sala de reuni-
O lounge é o ambiente mais inusitado
ões, sala da gerência, financeiro, instalações sa-
durante o expediente. “Propusemos essa
nitárias, copa e TI possuem divisórias em vidro
ideia como descontração até mesmo para os
temperado e permitem acesso a grande sala
clientes que visitarem o local, com o intuito de
operacional. A iluminação da sala de reunião,
sair um pouco desse mundo corporativo. Esta
que oferece sensação mais limpa e clara ao
é a tendência de empresas de grande porte:
local, foi trabalhada com fitas em LED de 7W/m
quebrar um pouco a formalidade para buscar
a 3500K, instaladas em sancas no gesso, além
uma proximidade maior com o cliente” disse
das luminárias de embutir para luz indireta, com
Jomar.
lâmpada tubular T8 em LED de 18W.
Para a iluminação da sala de convivência
optou-se pela mesma solução da área de Recepção e lounge
trabalho e recepção, tendo apenas o diferencial de não possuir a iluminação pontual, pois
90
A recepção tem o toque da madeira na
o objetivo foi ressaltar toda a parte arquitetô-
bancada e na parede de fundo, que exibe uma
nica do local. Como peculiaridade do espaço,
tela do renomado pintor curitibano Wilson Pinto.
Jomar instalou um projetor RGB de 56W – que
Acima do quadro, o lighting designer projetou
fica aos olhos dos visitantes – embaixo de
um trilho para PAR 20 em LED de 5W cada, com
um elemento decorativo presente ao lado da
luz direcionada para a obra de arte, ressaltan-
bancada, realçando a peça com luz colorida.
do suas características. A iluminação geral se
“A ideia era chamar a atenção. Normalmen-
dá por uma grande sanca quadrada no gesso
te não deixamos esse tipo de equipamento
composta por quatro quadrados menores,
aparente, mas para incentivar a conversa entre
todos equipados com fitas de LED com 7W/m
as pessoas que visitam o local, o deixamos à
a 3500K. A parede de vidro temperado do am-
mostra” finalizou.
L U M E ARQUITETURA
Ficha técnica Projeto arquitetônico e luminotécnico: Jomar de Mello / Studio Jomar de Mello Colaboração: Arquiteta Carolina Veloso / Studio Jomar de Mello Luminárias, embutidos e trilhos: Interlight Lâmpadas em LEDs: Cristal LED
Tecnologia da iluminação com led Tel. 41 3335-7230 | www.ledart.com.br
biblioteca
Luminárias, lâmpadas e refletores
Catálogos 2012
A EMPALUX, distribuidora paranaense, no mercado
há mais de 16 anos, traz em seu novo catálogo os modelos de luminárias públicas (viárias e para praças),
industriais e ornamentais, além de lâmpadas de descarga
MADELUSTRE disponibiliza para download em
de alta pressão e refletores – com LED ou lâmpada de
sua home page o lançamento das linhas Collection,
alta pressão. Nele, é possível verificar as especificações
Country, Vitralys e Décor. Na versão on-line dos
técnicas como potência, base, índice de proteção, entre
exemplares, o internauta pode visualizar os produtos
outros. Além disso, apresenta fotos das principais peças
em detalhes, com as imagens das peças e informações
e suas aplicações, além do tipo de material fabricado e
técnicas como tamanho, formato, tipo de acabamento
dicas de instalação.
e cores.
www.empalux.com.br
www.madelustre.com.br
Livro sobre LED
Catálogo 2012 de luminárias LED
Seguindo sua tradição de inovação, a ERCO, fabricante de luminárias reconhecida mundialmente, com sede na Alemanha, lança seu catálogo de 2012 com mais de 700 novos produtos em LED. Todas as páginas desta publicação trazem peças voltadas para áreas externas e internas, como spots, embutidos, projetores e barras de LED. O catálogo está disponível para download nas versões em inglês e em alemão no site da empresa. www.erco.com
92
L U M E ARQUITETURA
Situada em Garibaldi, na Serra Gaúcha, a
O especialista em iluminação MAURI LUIZ
DA SILVA, escritor dos livros “Luz, lâmpada & Iluminação” e “Iluminação: simplificando o projeto”, lança a obra LED A LUZ DOS NOVOS PROJETOS. As 139 páginas da publicação trazem informações para que essa inovadora fonte luminosa, utilizada com conhecimento, ajude a construir ambientes confortantes e aconchegantes. O livro custa 56 reais e é indicado para estudantes e profissionais do setor.
luz e design em foco
Relações de mercado Paulo Oliveira
As relações de mercado devem
advém de comissões – ou RTs – que as
envolvem a elaboração de projetos.
primar pela ética acima de tudo. É justa-
indústrias e lojas embutem em serviços
mente esta ética que o mantém saudável e
e materiais adquiridos pelo cliente e que
o cliente, que, muitas vezes, ignora tais
competitivo. Se esta base mercadológica
para eles são transferidos. Ao final das
práticas e tampouco desconfia de que es-
é quebrada, teremos então um mercado
contas, seja qual for a fonte, o profissional
teja de fato recebendo o melhor produto,
baseado no “quem dá mais” ou o “salve-
acaba lucrando sem se importar que este
ao ser induzido a optar por uma ou outra
se quem puder”.
ato prejudica a seriedade e o respeito
marca apenas baseado em vantagens.
Se temos clientes que não querem
pelos quais a profissão deveria ser en-
O profissional pode não especificar o
pagar o valor justo do projeto, a culpa de
carada e respeitada. Com as comissões,
melhor produto e deixar de encontrar
tal situação, dentre outros fatores, pode
um profissional pode ter um lucro muito
soluções até mais interessantes técnica
ser atribuída aos profissionais que não
acima do justo e real valor que o projeto
e esteticamente. Não é à toa que vemos
cobram pelos projetos, vivendo à custa de
deveria ter. As empresas oferecem de 3%
vários projetos de um mesmo autor com
comissões pagas pelas indústrias e lojas
a 20% de comissão, e tudo depende do
a mesma “cara”.
em acertos de bastidores e que afetam a
valor da compra e, em geral, do renome
todos que estão no mercado.
do profissional.
trar outra forma de fidelizar seus clientes
Conversando recentemente com um
As indústrias e lojas devem encon-
Neste aspecto, aprofunda-se o preju-
e especificadores. Ofereçam no lugar
grande amigo – e mestre – senti-me como
ízo corporativo para a classe profissional
das comissões, premiações que não
Cazuza quando cantou que “meus heróis
que se rende a segmentações internas:
envolvam dinheiro vivo. Uma viagem, por
morreram de overdose” tamanha a decep-
uns lucram 20% por seu status enquanto
exemplo. Inclusive vocês só têm a ganhar,
ção ao ver nominados aqueles que um
outros dificilmente conseguem chegar aos
pois terão muitos outros profissionais na
dia tive como ídolos e referências. Ruíram
10%.
disputa.
pelo simples fato de constatar que suas
práticas profissionais, de modo geral,
fissionais conquistam vários projetos ao
por um mercado antiético onde as nego-
são desrespeitosas, especialmente com
mesmo tempo e, consequentemente,
ciatas de bastidores assemelham-se às
os colegas de profissão. Nesta conversa
ganham mais espaço na mídia, o que ali-
politicagens que deploramos ou assumi-
pude confirmar que estes só chegaram
menta uma popularidade camufladora de
mos práticas pelas quais manifestamos
onde estão graças às artimanhas e nego-
sua voracidade egocêntrica. Não se cobra
nosso comprometimento ético por um
ciatas promíscuas que utilizam. Alguns até
pelo projeto viabilizado por meio de uma
mercado saudável e decente onde todos
furtando projetos de outros profissionais.
“doação” para aquele cliente ou aquela
recebam o devido e igual respeito.
Profissionais que para atender sua gana
cidade, enquanto se lucra em acertos de
egoísta e satisfazer seu estrelismo mergu-
bastidor com uma ou algumas indústrias
lham de corpo e alma nessas jogatinas.
ou empresas comerciais. Forja-se uma
Porém, este ato supostamente bon-
cumplicidade perniciosa para uma ética
doso, para ganhar o cliente, esconde taci-
que se espera nas relações de mercado.
tamente o fato de que ele está recebendo
alguma coisa; afinal, ninguém trabalha de
tipo de prática refere-se à eliminação da
graça. Ora, o ganho ou os rendimentos
livre concorrência, especialmente aquela
que este tipo de profissional percebe,
relacionada com a criação e as ideias que
Assim fica claro como alguns pro-
Outro detalhe igualmente grave deste
Paulo Oliveira é lighting designer e designer de ambientes, especialista em Educação Superior (Unopar) e Iluminação (IPOG). Autor do blog Design: Ações e Críticas (www.paulooliveira.wordpress.com) e criador da Rede DesignBR (www.designbr.ning.com).
94
Mais uma vez o prejuízo recai sobre
L U M E ARQUITETURA
Então, temos de decidir: ou optamos
série luz e linguagem visual
A radiação nossa de cada dia Uma submersão no oceano invisível das formas
EduMarques
Por Valmir Perez
96
Em finais do século XIX, os Estados Unidos da América
explosão, resultando em quase 300 mortos, entre marinheiros e
esticou seus olhos sobre a região do golfo do México. Mais
oficiais. É aberta então uma investigação sobre o caso, cujo re-
propriamente para Cuba e nos lucros que poderiam resultar dos
sultado não conseguiu trazer à luz nada de concreto que levasse
investimentos na produção de açúcar naquela ilha, que nessa
aos culpados. Aproveitando a situação, a mídia americana, sem
época, por volta de 1895, ainda pertencia à Espanha, como parte
a garantia de provas conclusivas, acusa o governo espanhol de
de sua constelação de colônias espalhadas pelo globo.
estar por trás do incidente. Desta feita, a Espanha rompe relações
E quando um país, ou melhor, a sua elite dominante resolve
com os EUA que prontamente inicia um bloqueio a Cuba. Pronto!
aumentar seus lucros, tudo é válido; sabemos muito bem disso.
A guerra estava iniciada e o seu resultado seria a dominação pelo
Operações de falsa bandeira¹ são quase sempre levadas a cabo
florescente império americano, das possessões espanholas no
a fim de criar um conflito bélico, onde, geralmente, as partes
Pacífico: Filipinas, Guam e Cuba.
interessadas lucram vertiginosamente, tanto com os processos
do próprio conflito quanto com os seus resultados. E no caso
dessas regiões. Ao se libertarem como colônias subjugadas
dessa guerra também não foi diferente.
de uma potência europeia, não se deram conta de que o seu
Numa noite de 1898, o navio americano USS Maine, que aca-
protetor, no caso os EUA, apenas almejava recolonizá-los com
bara de aportar em Havana, sofre uma inexplicável e misteriosa
táticas mais sutis. De forma parecida, isso se daria mais tarde
L U M E ARQUITETURA
Foram tempos muito difíceis e de muita luta para os povos
com as revoluções militares no eixo sul das Américas,
assim era um homem que, por sua postura, educação
patrocinadas pelos mesmos grupos de interesses.
e imagem, atraía bastante as mulheres, com as quais,
dizem os historiadores, nunca desejou contatos íntimos.
Foi no período dessas lutas, derrotas e conquistas,
que um sérvio genial provaria mais uma vez que sua
Era também aficionado por pombos, que alimentava
mente estava muito à frente de sua época. Numa tarde
durante suas refeições.
chuvosa de 1898, Nikola Tesla apresentaria no Madison Square Garden, em Nova York, durante uma feira de
Um gênio inventor
exposições de novidades elétricas, uma de suas mais recentes invenções: um sistema de controle remoto
sem fios. Tratava-se de um pequeno navio que podia
de Marconi³. Em 1887 desenvolve os nossos ainda mo-
ter seus movimentos controlados à distância. Isso em
dernos sistemas de motores à indução. Vende a patente
1898! Um feito como esse deve ter tido um impacto
da corrente alternada ao magnata ��������������� George Westing-
enorme na opinião pública, na mídia, nas universida-
house4, que irá vencer a famosa “Guerra das Corren-
des e, é claro, dentro da classe política. Um cientista
tes”5, cujo padrão escolhido pelo governo americano
apresenta um navio navegando sem alguém a bordo,
na época, se tornaria o padrão de transmissão elétrica
remotamente controlado, justamente no momento que
mundial e é até hoje utilizado em nossa vida diária. Além
o país passava por um grave conflito bélico e, mais ain-
disso, outras milhares de patentes de sua autoria foram
da, um conflito que teve início exatamente com a perda
registradas por ele mesmo e, muitas vezes, por pessoas
de vidas numa embarcação! Esse feito seria apenas
e corporações inescrupulosas que não lhe pagariam o
um dos muitos que esse cientista faria de maneira tão
preço justo por essas invenções. Edson6, no auge de
teatral e deixaria as pessoas estupefatas com a sua
sua glória, seria, inclusive, uma dessas pessoas.
genialidade.
monta um laboratório de pesquisas em Colorado
Nikola Tesla nasceu à meia-noite de 10 de julho
Nikola Tesla inventou a transmissão via rádio antes
Em 1899, com apoio do banqueiro J. P. Morgan7
de 1856, durante uma terrível tempestade elétrica, na
Springs, no estado do Colorado, onde iria realizar,
aldeia de Smiljan, Vojna Krajna, no Império Austro-Hún-
talvez, uma de suas mais espetaculares descobertas: a
garo, hoje território da Croácia. Filho do padre presbite-
transmissão de energia elétrica sem fios. Nessa oca-
riano Milutin Tesla e Duka Mandić, filha de um padre da
sião, quando Morgan descobre que o sonho de Tesla
igreja ortodoxa sérvia. Tesla teve ainda três irmãs mais
era a de propiciar energia elétrica gratuita ao mundo
novas e um irmão mais velho. Faria o curso de quatro
inteiro, retira seu patrocínio inviabilizando dessa forma
anos, na escola Karlovak, em apenas três. Estudou
o que poderia significar um mundo totalmente diferente
engenharia eletrotécnica na Escola Politécnica de
para todos nós.
Graz, na Áustria. Em 1878, após cortar laços com sua
família, vai para a Eslovênia trabalhar como engenheiro
raio-X, o para-raios, a robótica, torpedos rádio controla-
assistente, seu primeiro emprego. Em 1880 frequentaria
dos, a vela de ignição, experimentos com radiação de
a Universidade Carolina, em Praga, onde conhece o
ondas na ionosfera e fontes telúricas (geoengenharia),
físico e filósofo Ernst Mach², o qual seria responsável
ressonância magnética, etc. etc. etc. Seu sonho era de
por uma enorme influência nos pensamentos e ideias
um mundo em paz e, nesse sentido, fez pesquisas com
de Tesla.
o que denominou de “Teleforce”, o que ficou popular-
mente conhecido como “Raio da Morte”. Que era na
Para a maioria das pessoas que o conheceram,
Além disso, estão entre suas pesquisas pioneiras o
Tesla era um tipo, diríamos, esquisito. Lia diversos livros
verdade uma arma de feixes de partículas magnéticas
em apenas uma noite. Falava além de sua língua pátria,
que, segundo ele, impossibilitaria o uso de aviões para
outras sete. Possuía uma memória fotográfica incrível.
bombardeios aéreos.
Tinha visões e alucinações de seus projetos. Dizia aos
mais próximos que ao se sentar e se concentrar sobre
idade, no dia 7 de janeiro de 1943, no hotel New Yorker.
determinado problema, conseguia reproduzir mental-
Todos os seus escritos foram então confiscados pelo
mente todas as fazes de desenvolvimento, execução
FBI e considerados desde então “Top Secret”. Nunca
e testes de suas invenções. Abominava o contato
mais se falou sobre os seus projetos em andamento. Al-
físico, inclusive se recusando a apertar as mãos de
guns historiadores supõem que o que continham esses
outras pessoas e lavando-as constantemente. Mesmo
documentos eram tão avançados e tão “perigosos” que
Tesla morreria pobre e sozinho aos 86 anos de
L U M E A R Q U I T E T U R A 97
o governo americano jamais admitiria que esses conheci-
mentos viessem a público. Supõe-se que se tratavam de
plicado, dada a pressão financeira enorme que sofrem
pesquisas avançadíssimas nas áreas de armas geológi-
nossos pesquisadores, geralmente patrocinados por
cas, de energia livre e gratuita, além de outros projetos
grandes corporações e governos, mas é importante
que poderiam simplesmente eliminar a nossa dependên-
também salientar que, mesmo com grandes interesses
cia de fontes esgotáveis de energia. O que, é claro, ia e
econômicos forçando determinadas linhas de ação, a
ainda vai de encontro a grandes interesses.
evolução humana certamente continuará. E essa mesma
evolução provavelmente aclareará com o tempo o quanto
Todas essas especulações reforçam ainda mais
Discorrer sobre esse tema é ainda bastante com-
o nosso espanto quanto ao fato de que o homem que
nossa existência é rica.
inventou ou foi o precursor de praticamente a maioria das
coisas maravilhosas que temos à nossa volta diariamen-
põe apenas uma faceta de nossa existência, mesmo sen-
te – desde o sistema elétrico que utilizamos em nossas
do ela ainda vibração eletrônica de determinada frequên-
casas e fábricas, transistores eletrônicos, robôs, chips de
cia, é não só importante, como urgente, perguntar de que
computadores, até os nossos atuais sistemas de comu-
maneira essas outras vibrações podem nos sensibilizar e
nicação, como por exemplo, os nossos celulares – foi e
nos influenciar física e psiquicamente. E elas existem en-
continua sendo propositalmente escondido do público.
tre nós, pois isso pode ser diariamente comprovado pela
Mas Tesla não é o único caso, embora seja talvez o mais
quantidade de radiações que nossos sentidos comuns
genial. Pesquisadores como Wilhelm Reich8, perseguido
não conseguem normalmente captar, mas sabemos que
e morto dentro de uma penitenciária americana, sem
estão ao nosso redor, passando pelos nossos corpos,
nunca ter praticado um crime, a não ser o de ter de-
influenciando-o e fazendo funcionar nossos aparelhos.
senvolvido uma máquina que conseguia fabricar chuva
em regiões praticamente desertas. Ou de Ruth Beymer
pesquisadores, que toda matéria viva ou não viva, emita
Drown9, também perseguida e humilhada pelo stablish-
sua forma particular de energia? Creio que isso deveria
ment governamental e médico; a autodidata americana,
ser seriamente aventado, pois pesquisadores como Tesla,
uma das pioneiras no tratamento de pacientes através
Ruth, Reich e muitos outros que nos legaram conheci-
de técnicas radiônicas, e que desenvolveu, inclusive,
mentos incríveis não podem ser apenas tachados de
sistemas de fotografias de órgãos internos humanos
cientistas loucos ou idiotas. Isso não seria prudente nem
usando apenas uma gota de sangue desses pacientes.
justo.
Rica no sentido de que, se a natureza material com-
Será possível também, como afirmavam esses
Aliás, suas pesquisas também se tornaram “top secret” nas mãos das agências de inteligência e, provavelmente,
Infinitas formas de radiação
das grandes indústrias farmacêuticas.
98
Sobre muitas e mais pessoas desse calibre poderí-
Tesla não estudaria apenas os efeitos das diversas
amos aqui discorrer, mas, sobretudo, cabe analisarmos
faixas de radiações eletromagnéticas, mas as possibili-
especificamente que esses pesquisadores estavam
dades da aplicação das suas ressonâncias. Um exemplo
desenvolvendo suas teorias ao redor de sistemas que
bem prático de ressonância é o de colocarmos numa
utilizavam espectros de radiação que iam além da ca-
sala dois violinos afinados identicamente. Ao tocarmos
pacidade de medição dos equipamentos eletrônicos da
uma das cordas de um desses instrumentos, a corda
época, embora hoje eles estejam dentro de laboratórios
cuja nota é correspondente, do outro instrumento, iniciará
de pesquisa e consultórios médicos de praticamente todo
vibrações por ressonância ondular.
o planeta.
mento que pode ser observado nas infinitas formas de
Alguns dos mais renomados cientistas da atualidade
Além da ressonância, um outro tipo de comporta-
concordam que os avanços de nossos conhecimentos
radiação ou irradiação é a coerência10. Tesla também
das leis físicas ainda nos revelarão muitas surpresas
estudou esse tipo de comportamento, através do qual,
e pelo visto, está se aproximando o dia em que esses
posteriormente, outros cientistas chegaram ao desenvol-
personagens que a história oficial obscureceu terão seu
vimento das fontes de luz laser. Uma radiação coerente
merecido lugar dentre as mentes mais brilhantes de todos
é, por princípio, definida como formada por ondas de
os séculos. Muitas das teorias atuais da física, da química
mesma frequência e direção. Na maioria das fontes
e da medicina já estão sendo questionadas profunda-
artificiais comuns e naturais de iluminação, as ondas
mente. Só o porvir nos surpreenderá com o que reserva.
estão dispersas, os soldados estão indo cada um para
L U M E ARQUITETURA
um lado, não existe organização. Já ao contrário, nas
minado ambiente da casa, quando as suas ondas
fontes de luz laser, esses soldados marcham unidos,
percorrem e interagem com o ambiente, incidindo e
num mesmo passo, numa mesma direção, e é por
ricocheteando nas paredes, móveis etc., o resultado
isso que conseguem perfurar chapas de aço.
será, por conseguinte, uma “ambiência” específica
Quando pensamos em radiação e coerência
que envolve tanto a qualidade e posicionamento
estamos pensando em energia. Seja no caso dos
da fonte como o próprio ambiente, sua estrutura,
violinos ou do laser. E quando a energia aparece,
seu material e o que ele contém, etc. Os sons irão
quando ela é de alguma forma gerada, ela provoca
interagir com todos os elementos do ambiente, e os
movimento, ação e, obviamente, reação. O que
resultados serão a complexa interação de tudo isso.
muita gente ainda não entende é que tudo à nossa
volta está sempre emitindo e contribuindo para o
ou lugar qualquer, repleto de objetos de diferentes
comportamento das radiações, inclusive os objetos
tipos, sofrerá não apenas a influência energética da
inanimados, os quais também apresentam radiação
interação desses objetos, como também, em conjun-
própria por serem, como tudo o que é matéria na
to com eles, determinará o fluxo de energia que ali
natureza, formados por elétrons, prótons e nêutrons.
adentrar. Esse é um modelo ainda bastante materiali-
Esse é o fundamento da radiestesia11. Se existe
zado do que alguns estudiosos veem como sendo a
radiação, existe energia. Se existe energia, existe
energia da forma, mas nos cabe muito bem aqui para,
ação e, portanto, sensibilização e reação de nossa
a partir de agora, analisarmos um conceito extrema-
parte. Existem inclusive vibrações especiais, como a
mente importante da linguagem visual: a radiação.
denominada de “energia da forma” pelos estudiosos
Segundo Wong,
e adeptos da radiestesia e do Feng Shui.
“A radiação pode ser descrita como um caso es-
pecial de repetição. Unidades de forma ou subdivisões
21,5 x 13,5cm
A fim de analisar mais simplificadamente como
Imaginemos agora o seguinte: que um ambiente
também poderia se dar o comportamento dessa ra-
estruturais repetidas que revolvem regularmente em
diação, podemos compará-la às radiações sonoras.
torno de um centro comum produzem um padrão de
Se você liga o seu aparelho de som em um deter-
radiação” 12
Potencia Equivalente LUMENS
LED
V. METÁLICO
6.000
71W
150W
12.000
142W
250W
18.000
213W
400W
As radiações formais podem se dar de variadís-
simas maneiras, mas sempre apresentarão alguns padrões comuns, tais como a multissimetria, um ponto focal, central ou não, de emissão e a geração da sen-
figura 01
sação de movimento através dos processos de energia óptica.
Ainda segundo esse autor
“A estrutura da radiação consiste em dois importan-
tes fatores, a interação dos quais estabelece todas as
variações e complexidade:
locado, que as linhas não possuem as mesmas dimen-
sões, portanto as mesmas forças, embora a repetição
Centro de irradiação – Este marca o ponto focal ao
Já na figura 02 observamos que o centro está des-
redor do qual as unidades de forma estão posicionadas.
de seus ângulos de inclinação sejam iguais aos da
Deve ser ressaltado que o centro de radiação não é
figura anterior. Essa imagem nos remete então a outros
sempre o centro físico do desenho.
tipos de sensações e sentimentos. Essa “entidade”
(denomino também dessa maneira as formas porque
Direções de radiação – Isso se refere às direções
das linhas estruturais assim como às direções das
entendo que são coisas vivas) está sugerindo uma
unidades de forma.
força de perspectiva bastante acentuada. Além disso,
parece que algo nos puxa para dentro desse universo,
A título de conveniência, podem ser apontados três
tipos principais de estrutura de radiação: centrífuga,
enquanto atua também em nossa percepção, de forma
concêntrica e centrípeta. Na verdade, os três são bas-
a entendermos a imagem como algo cujo movimento
tante interdependentes. A estrutura de radiação centrí-
vai além do entrar e sair de suas linhas ao centro.
fuga pode exigir uma estrutura concêntrica para auxiliar
na colocação de suas unidades da forma. A centrípeta
ao qual esteja inserido o ponto focal poderá estar se
normalmente necessita de uma estrutura centrífuga para
movimentando verticalmente ou horizontalmente, ou
orientar a sua construção. A concêntrica precisa ter uma
ainda, emitindo seus raios contra nós eu na direção
estrutura centrífuga para determinar suas subdivisões
oposta. Percebemos também que as linhas mais alon-
estruturais.
gadas (da esquerda) sugerem mais impetuosidade do
Aqui também, dependendo do quadro compositivo
que as linhas mais curtas (da direita). Tipos de radiação e seus efeitos
Analisemos então algumas dessas formas, a fim
de entendermos mais aproximadamente que tipo de
figura 02
percepções e sensações elas podem nos provocar e algumas das maneiras que elas podem ser utilizadas, no interior ou não das composições, para, através de suas características intrínsecas, nos auxiliar na criação
100
de linguagens visuais.
composições visuais, inclusive em composições visuais
Na figura 01 observaremos um tipo bastante
Um outro tipo de radiação bastante usual nas
simples de radiação formal. Todas as linhas partem de
de projetos de iluminação, é a radiação concêntrica
um centro comum, são de mesma dimensão e estão
(figura 03). Nesse caso, trata-se de um tipo de emissão
distribuídas regularmente à volta desse mesmo centro.
ondular, como as ondas criadas quando jogamos uma
Dependendo onde esse elemento esteja presente, ou
pedra na água. O movimento percebido nesse caso é
seja, dependendo do meio compositivo onde se apre-
muito mais de repetição de algo que está fluindo para
sente, perceberemos as linhas avançando em direção
fora ou para dentro do centro comum. Aqui isso depen-
ao centro, num movimento centrípeto, ou “fugindo”,
derá também das relações formais dos outros elemen-
num movimento centrífugo. De qualquer maneira, sem-
tos formadores de uma determinada composição e do
pre que nos depararmos com imagens dessa natureza,
próprio espaço circundante.
sentiremos a sensação que algo está em movimento e
que esse movimento tem relação com o centro focal.
visão no centro, percebemos um movimento constante.
L U M E ARQUITETURA
É curioso notar também que ao focarmos a nossa
A isso chamamos de energia óptica. Geralmente, se a
a figura. Ainda observamos e percebemos que existe
nossa atenção se prolongar sobre esse tipo de forma,
movimento, agora, no entanto, esse movimento apre-
sentiremos nossa energia se esvair; nossa ligação
senta uma quebra justamente onde passam as linhas
consciente enfraquecer. Eis aí por que essa estrutura
imaginárias diagonais. Vem daí a nossa sensação de
formal é muito utilizada em trabalhos de hipnose, tanto
que a radiação existente, ao fluir de fora para dentro
individuais, quanto coletivos.
(centripetamente) ou de dentro para fora (centrifuga-
mente), não carrega a mesma força de abrangência do
É curioso também notar que quando estamos à
frente de um osciloscópio13 vemos ilustrado visual-
exemplo da radiação circular, mas, em compensação,
mente apenas uma esquematização, um corte, das
se incluirmos essa forma num espaço também quadra-
ondas sonoras, magnéticas, elétricas etc. Na verdade,
do conseguiremos um maior equilíbrio distributivo.
a representação ondular se aproximaria muito mais do comportamento natural dessas ondas se nos fosse mostrada através de imagens em três dimensões e que emitissem esferas em todas as direções do espaço.
figura 03
figura 05
As radiações podem ainda se apresentar de modo
espiralado, como na figura 06, gerando um tipo de força centrífuga extremamente forte e atraente. Levando nosso olhar ao centro magnético da figura. Essa é
Mas a radiação concêntrica, assim como as radia-
uma forma utilizada desde tempos muito antigos para
ções lineares dos primeiros casos acima, pode se apre-
deslocar o foco consciente humano à subconsciência.
sentar com seu centro deslocado, como o da figura 04.
Ao visualizarmos formas como essa, somos como que
Aqui a radiação ondular ainda é bem visível e percebi-
sugados, subjugados, obrigados a um passeio nesse
da, porém, a noção de perspectiva e profundidade é
universo formal. Nossa atenção é atraída pela energia
maior, no entanto, a energia óptica é menor. Ainda outra
óptica do seu movimento interno.
vez, existe um movimento de eixo que pode ser sentido dependendo do conjunto da composição. Esse tipo de radiação nos leva a perceber que existe uma compressão maior onde as circunferências se aproximam
figura 06
mais (no nosso caso, do lado direito da figura), daí a possibilidade de usarmos esse tipo de forma quando queremos equilibrar um espaço ou composição. Ressonância percebida
figura 04
Muito ainda poderíamos discorrer sobre as
radiações, tanto em relação às suas possíveis estruturas, subdivisões estruturais e unidades formais, tais como as de múltiplos centros, de rotações graduais, as com curvaturas ou quebras de linhas, as
102
Até agora demonstrei exemplos de radiação formal
irregulares e distorcidas, etc. Porém, o que mais nos
com características circulares. Vejamos o comporta-
interessa no momento é sabermos ainda que toda
mento de uma dessas radiações em relação a uma
forma radiante carrega consigo uma outra característica
emissão num universo quadrado (figura 05). Nesse
fundamental: a ressonância. É através da ressonância,
exemplo podemos notar que a radiação é restringida
que aqui poderíamos definir como a propriedade da
pela força exercida pelos ângulos retos que compõem
forma em criar em nós a percepção de movimento
L U M E ARQUITETURA
contínuo, que iremos descobrir outras utilizações dessas variações, utilizando-as conscientemente em nossos “textos” visuais.
Qualquer ressonância criada por formas e padrões
figura 08
radiantes criará um campo de energia óptica que, forçosamente, irá afetar a percepção do observador, chamando-lhe a atenção para determinado ponto, determinada velocidade e direção (fruto da quantidade e qualidade repetitiva).
universo ondular, porém, nem sempre a coerência e a
frequência podem estar presentes nessas formas, o que
Em muitos dos projetos de iluminação, tanto nos
espaços cênicos quanto nos construídos para as ativi-
significa que a radiação pode se apresentar em direções
dades normais humanas, a criação de elementos visuais
livres e frequências descontinuadas ou desarmônicas.
radiantes passa a ser fundamental quando necessitamos
alertar ou assegurar os observadores que foquem a
cuidado que poderemos mais e mais nos aproximar do
atenção em determinado(s) ponto(s) do espaço. Além,
conhecimento subjetivo das relações formais, de lingua-
é claro, de possibilitarmos dessa forma, um maior nível
gens mais coerentes e, talvez, como Tesla, Ruth e Reich,
de movimento a esses mesmos espaços. É possível
das coisas mais sutis que vibram, irradiam e ondulam à
também conjecturar que, em determinadas situações,
nossa volta. Mais e mais estaremos desenvolvendo as
os observadores sejam levados a deslocarem seu fluxo
nossas possibilidades sensíveis até percebermos que
consciente de pensamento a modos de percepção para-
tudo o que nos rodeia possui vida, energia e ação.
Cada caso é um caso, mas é estudando-os com
lelos ao nível comum.
A radiância ainda pode ser conseguida através de
elementos pontuais (figura 07), o que, aos designers de iluminação, acaba se tornando matéria bastante interessante, dada a grande quantidade de fontes pontuais
Valmir Perez é lighting designer, graduado em Artes e mestre em Multimeios. É responsável pelo Laboratório de Iluminação da Unicamp, onde desenvolve projetos de iluminação, captação de imagens e de softwares, além de ministrar cursos, workshops e palestras. Contato – valmirperez@gmail.com/www.iar.unicamp.br/lab/luz.
que compõe o leque instrumental de opções que eles utilizam constantemente em seus mais variados projetos. Nesse exemplo, o tipo de radiância ou radiação é crescente, ou seja, os pontos crescem ao se afastarem do núcleo, o que faz com que percebamos uma explosão do centro ao exterior, ou seja, um aumento de volume da forma.
figura 07
Já no caso contrário, quando os pontos diminuem
ao afastarem-se do núcleo (figura 08), somos levados a pressentir um certo tipo de diluição, de perda de força no movimento centrífugo e aumento de força no movimento centrípeto.
Em todos os casos apresentados aqui pudemos
também constatar a presença de certas coerências e frequência harmônicas de emissão. Como dissemos anteriormente, também um comportamento comum no
104
L U M E ARQUITETURA
BIBLIOGRAFIA RYCROFT, Charles (autor). As ideias de Reich. São Paulo, SP: Cultrix, 1973. 108p. (Mestres da modernidade). O’NEILL, John J. (John Joseph) (autor).Prodigal genius: the life of Nikola Tesla. New York, N.Y.: I. Washburn, 1971, c1944. 326 p. (Tartan books; v. 13). Biography). WONG, Wucius, Princípios de Forma e Desenho. São Paulo: Martins Fontes, 1998. DONDIS, D. A. (Donis A.) (autor). Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2007. 234p., il. (Coleção A). MUNARI, Bruno Design e Comunicação Visual 1. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2001 1 Operação de bandeira falsa (False flag em Inglês) são operações conduzidas por governos, corporações ou outras organizações que aparentam ser realizadas pelo inimigo de modo a tirar partido das consequências resultantes. O nome é retirado do conceito militar de utilizar bandeiras do inimigo. Operações de bandeira falsa foram já realizadas tanto em tempos de guerra como em tempos de paz. Wikipédia a Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/ Opera%C3%A7%C3%A3o_de_bandeira_falsa em 24/03/2012 2 Ernst Mach (Brno, 18 de fevereiro de 1838 — Vaterstetten, 19 de fevereiro de 1916) foi um físico e filósofo austríaco. De 1864 a 1867 foi professor de matemática em Graz. Depois (1867-95) lecionou física na Universidade de Praga, quando opôs-se à introdução da língua tcheca como idioma oficial na mesma universidade, alinhando-se entre os partidários da dominação alemã na região. Wikipédia a Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Mach em 24/03/2012. 3 Marquês Guglielmo Marconi (Bolonha, 25 de abril de 1874 — Roma, 20 de julho de1937), por vezes Guilherme Marconi, foi um físico e inventor italiano. Inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios, em 1896. Marconi se baseou em estudos apresentados em 1897 por Nikola Tesla para em 1899 realizar a primeira transmissão pelo canal da mancha. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/ Guglielmo_Marconi em 24/03/2012. 4 George Westinghouse, Jr. (6 de outubro de 1846 — Nova Iorque, 12 de março de 1914) foi um empresário e engenheiro estadunidense. Entre muitas outras invenções, criou um freio a ar comprimido para locomotivas e foi um dos pioneiros da indústria da electricidade. O seu nome é especialmente conhecido devido à marca de acessórios e equipamentos eléctricos que ostenta o seu nome. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia. org/wiki/George_Westinghouse em 24/03/2012. 5 A Guerra das Correntes (ou Batalha das Correntes) foi uma disputa entre George Westinghouse e Thomas Edison que ocorreu nas duas últimas décadas do século XIX. Os dois tornaram-se adversários devido à campanha publicitária de Edison pela utilização da corrente contínua para distribuição de eletricidade, em contraposição à corrente alternada, defendida por Westinghouse e Nikola Tesla. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http:// pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_das_correntes em 24/03/2012. 6 Thomas Alva Edison (Milan, Ohio, 11 de fevereiro de 1847 — West Orange, Nova Jérsei, 18 de outubro de 1931) foi um inventor e empresário dos Estados Unidos que desenvolveu muitos dispositivos importantes de grande interesse industrial. O Feiticeiro de Menlo Park (The Wizard of Menlo Park), como era conhecido, foi um dos primeiros inventores a aplicar os princípios da produção maciça ao processo da invenção. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_edison em 28/03/2012. 7 John Pierpont Morgan (17 de abril de 1837, Hartford, Connecticut, EUA – 31 de março de 1913), foi um banqueiro americano. Era filho de Junius Spencer Morgan (1813–1890), que era sócio de George Peabody e fundador da casa J. S. Morgan & Co. em Londres. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Pierpont_Morgan em 24/03/2012. 8 Wilhelm Reich (24 de março de 1896 – 3 de novembro de 1957) foi um psiquiatra e psicanalista austríaco americano. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_reich em 24/03/2012. 9 Ruth B. Drown (* 1892 em Greeley (Colorado) , EUA, † 1965 ) foi uma importante representante no desenvolvimento da radiônica clássica, desenvolvedora de procedimentos médicos alternativos através de tratamentos a longa distância e cura espiritual. Wikipédia A Enciclopédia Libre (alemã) http://de.wikipedia.org/wiki/Ruth_B._Drown em 24/03/2012. Tradução livre do autor. 10 Luz coerente é aquela formada por ondas de mesma frequência e direção que mantêm uma relação fase constante entre si. Mais especificamente, dois pontos de uma onda são ditos coerentes quando guardam uma relação de fase constante, ou seja, quando conhecido o valor instantâneo do campo elétrico em um dos pontos, é possível prever o do outro. Existem duas manifestações claramente diferenciadas de coerência: a coerência temporal e a espacial. Wikipédia A Enciclopédia Livre http://pt.wikipedia.org/ wiki/Luz_coerente em 26/03/2012. 11 Radiestesia é uma palavra composta por dois termos distintos: radius, que vem do latim e significa radiação, e aisthesis, de origem grega e que significa sensibilidade, indicando assim a “sensibilidade às radiações”. Sua antiga designação era igualmente rabdomancia. Wikipédia A Enciclopédia Livre http://pt.wikipedia. org/wiki/Radiestesia em 26/03/2012. 12 WONG, Wucius, Princípios de Forma e Desenho. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Pág. 87. 13 O osciloscópio é um instrumento de medida eletrônico que cria um gráfico bidimensional visível de uma ou mais diferenças de potencial. O eixo horizontal do ecrã (monitor) normalmente representa o tempo, tornando o instrumento útil para mostrar sinais periódicos. O eixo vertical comumente mostra a tensão. O monitor é constituído por um “ponto” que periodicamente “varre” a tela da esquerda para a direita. Wikipédia A Enciclopédia Livre http://pt..org/ wiki/Oscilosc%C3%B3piowikipedia em 28/03/2012.
holofote
Você é engenheiro elétrico. De que
Como você avalia o mercado hoje com
forma a iluminação se tornou sua prin-
relação a como ele era quando você
cipal atividade?
começou?
Iniciei meus estudos na faculdade de
O mercado está muito mais desenvolvido
engenharia e tinha interesse em estagiar
e estabelecido. Os escritórios estão se
desde os primeiros anos. Nessa época,
mostrando bastante competentes e há
conhecia Robert Graumann, proprietário
efetivamente um segmento importante
da Ilumatic, especializada em equipa-
na área da iluminação, além dos fabri-
mentos pra iluminação pública, e fiz meu
cantes, que são os lighting designers;
estágio nessa empresa. Após o estágio,
conseguimos mostrar nossa importância,
desenvolvi um software para cálculos de
e o mercado reconhece isso.
iluminação em um escritório de projetos chamado Projelectra, com a ajuda do engenheiro Adriano Genistretti, da Philips. Estudei aspectos fotométricos, cálculos tridimensionais e relatórios de análise dos resultados, muito similares aos que hoje estão disponíveis nos softwares de mercado, porém desenvolvidos em Basic em um computador AT286. Fui contratado na sequência como Engenheiro de Aplicação do Departamento de Engenharia
Você é membro fundador da AsBAI.
Trabalhando com iluminação desde 1988, Plinio acredita desde 1988, acredita queque os os lighting designers conseguiram mostrar sua importância e são reconhecidos pelo mercado Entrevista concedida a Erlei Gobi
Qual sua avaliação e envolvimento com a entidade? Considera-a representativa? A AsBAI é uma entidade importante, pois estabeleceu a presença da nossa categoria no cenário projetual. Deixamos de ser um bando de entusiastas para formarmos uma instituição que objetivava a apresentação do que fazemos de forma
e Projetos de Iluminação da Philips, onde
Em sua opinião, que tipo de formação
profissional. Acredito que, como tudo
iniciei efetivamente minha carreira como
um lighting designer deve ter?
na vida, a AsBAI necessita de avanços,
profissional da área. Isso aconteceu em
Baseado em uma carreira de arquitetura
porém percebemos que muito já foi
1988.
ou engenharia. O lighting designer deve
conquistado.
se especializar em cursos internacionais Há quem defenda que apenas arqui-
ou nacionais de qualidade, trabalhar
Você é sócio-proprietário de duas
tetos devam realizar projetos de ilumi-
em um bom escritório especializado e
empresas que realizam projetos de
nação. Como você vê essa questão?
aprender muito, pois a experiência faz
iluminação, mas em áreas diferentes.
Acredito que o importante não é a forma-
a diferença.
Porque há esta divisão? Como o mer-
ção, mas a capacidade do profissional
106
cado vê isso?
em desenvolver sua percepção de tal
Quais foram os trabalhos mais impor-
Sou proprietário do escritório Godoy Lu-
forma que possa prover soluções cor-
tantes da sua carreira até hoje?
minotecnia e da Luz Urbana Engenharia.
retas e interessantes. Acho importante a
Um trabalho bastante importante foi a
A primeira trabalha com o mercado da
Anotação de Responsabilidade Técnica
iluminação das fachadas do Museu do
iluminação arquitetural e a segunda com
– ART, pois caracteriza um serviço técnico
Ipiranga, um desafio interessante. Outro
a área da iluminação urbana. Esta divisão
e de responsabilidade. A iluminação (e o
projeto emblemático foi a iluminação da
se deu em função do entendimento de
agora chamado Lighting Design) é uma
Ponte Octávio Frias de Oliveira, em São
serem mercados diferentes, com enfoque
área onde há a convivência da arte com
Paulo, mais conhecida como a Ponte Es-
e atuações distintas. Ambas adquiriram
a técnica; o profissional apto será aquele
taiada, onde utilizamos o LED de maneira
presença em seus nichos específicos
que conseguir aliar estas duas funções
efetiva e efeitos RGB programáveis, uma
e são entendidas claramente em suas
com maestria.
novidade para a época.
propostas.
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opinião
A mais poderosa ferramenta de venda Iluminação hipervaloriza produtos e aumenta sua percepção aos olhos do consumidor Por Julio Takano
Entre as muitas notícias geradas pelo bom desempenho da
aplicabilidade antes inimaginável. Quando optamos por uma
economia no Brasil, há a transformação do nosso varejo. Entre
solução mista de tecnologia de lâmpadas de vapor metálico e
2005 e 2011, 80 milhões de brasileiros ascenderam da classe
LED, equalizadas a novas soluções de refrigeração, conseguimos
D para classe C e outros 18 milhões, da classe C para B. Este
um retorno sobre os investimentos em 18 meses. A luminotéc-
fenômeno gerou uma nova classe social, a BC, composta por
nica, quando integrada ao Visual Merchandising, torna-se uma
uma população com demanda reprimida de consumo e ávida
ferramenta poderosíssima para concretizar o DNA estratégico e
por produtos e serviços que reconhecidamente
desenvolver uma operação que se configure
atribuam status, poder e intelectualidade. Uma
como um case de sucesso.
boa gestão deve entender profundamente
É preciso ainda ressaltar que o concei-
os anseios deste consumidor e antecipar as
to de Varejo Integrado é hoje a ferramenta de
tendências e alterações que possam ocorrer,
venda mais barata em termos de marketing
de forma a estar alinhado com elas.
estratégico. Enquanto um projeto de publici-
dade exige investimentos em torno de 5% do faturamento bruto anual de uma empresa, o
seu poder no desenvolvimento do Mood – em
que é feito em Conceito de Varejo soma, no
termos técnicos da Sinestesia do Espaço – que
máximo, 1,5% aplicado no reposicionamento
é a sensação que o cliente terá ao entrar na
da rede no ponto de venda. Os outros 3,5%
loja. Para sua criação, desenvolvemos já na
podem então ser utilizados em ações de
definição do conceito um processo de análise de materiais de acabamentos utilizados na arquitetura submetidos à luz focada e difusa, em
Arquivo pessoal
A importância da iluminação em um pro-
jeto para o grande varejo ocorre em virtude do
marketing estratégico, gerando incrementos de vendas de no mínimo 35%. Dizem que os formadores de opinião,
busca de texturas que transmitam e cristalizem o DNA de uma
quando apregoam alguns valores, tornam-se ditadores de re-
marca. Na sequência, aplicamos os produtos a serem comercia-
gras porque provavelmente são experts – e infalíveis – em suas
lizados dentro do ponto de venda, fazendo um estudo minucioso
áreas de atuação. Não acredito que seja exatamente assim. Na
do merchandising e visual merchandising. É nesta etapa que
verdade, aprendemos com o ofício, com a experimentação con-
controlamos, calculamos e especificamos os equipamentos de
tinuada e evolutiva. Depois de oito milhões de metros quadrados
iluminação que irão hipervalorizar os produtos, aumentando sua
executados pela KTArq, descobrimos que a iluminação de varejo
percepção aos olhos do consumidor e, consequentemente, as
e as técnicas conhecidas e utilizadas pelos cenógrafos devem
vendas.
se complementar, pois consideramos que o ponto de venda
Nesta fase de prosperidade ímpar pela qual passa o varejo
deva sempre contar estórias diferentes, ser mutante, vibrante,
brasileiro, podemos antecipar o uso de tecnologias de iluminação
inovador. E para isso, amparado em cálculos científicos, utilizar
de ponta. Há dois anos, a tecnologia LED custava quatro vezes
equipamentos de iluminação que gerem experiências visuais no
mais em sua implantação do que a de vapor metálico. Hoje,
ponto de venda.
esta diferença é de 50%. Sem falar nas potências já disponíveis de 31W, fachos abertos de 30 graus e fechados de 13 graus e temperaturas de cor de 3000K, que nos dá uma gama de 108
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Julio Takano é diretor da Kawahara | Takano soluções para varejo, presidente e fundador da ABIESV (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para Varejo).
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