Lume Arquitetura - Ed.56

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Softwares de Iluminação: Usos e benefícios

Light+Building e Expolux Perfil Escritórios: Espaço Luz

ANO X - Nº 56 JUN/JUL 2012 R$ 20,00

Projetos de Iluminação: Ponte, Capela, Lagoa, Restaurante, Loja e Escritório




índice Capa Ponte Manaus - Iranduba Manaus / AM Projeto Luminotécnico: Fabiano Xavier e Alain Maître Foto: Eduardo Raimondi

entrevista

8

Rafael Leão Novo presidente da AsBAI fala sobre as diretrizes da diretoria formada por jovens profissionais

18 capa Ponte Manaus-Iranduba Iluminação funcional e ornamental realça maior estaiada do Brasil em águas fluviais

case 74 Capela Santo Antônio Luz e arquitetura transformam estande de vendas em capela

04

editorial

06

cartas

24

acontecendo

88 case Multinacional de logística LEDs e arquitetura caracterizam escritório da Expeditors do Brasil

56 perfil escritórios 72 lançamentos 86

prateleira

92

biblioteca

94

luz e design em foco

106

Plinio Godoy

108

44

artigo

evento internacional

holofote

60

Light+Building 2012 Edição bate recorde de público e mostra a evolução dos LEDs

case 34

opinião

Lagoa Rodrigo de Freitas Ciclovia recebe nova iluminação com luminárias LED

Julio Takano

ponto de vista

evento nacional

Softwares de iluminação Uso e benefícios

Expolux 2012 Mercado aquecido impulsiona evento no Expo Center Norte

case 38 Restaurante árabe Luminárias exclusivas criam desenhos de luz no Manish

96

66

Vitrina e Luz Como a janela luminosa é capaz de seduzir e provocar compras por impulso

luz e linguagem visual A radiação nossa de cada dia Uma submersão no oceano invisível das formas

case 28 Loja de luxo Iluminação pontual ressalta produtos da Daslu Cidade Jardim

78


Agradecemos a presenรงa de todos em nosso Stand na

EXPOLUX 2012


editorial

O sucesso é de todos

A participação da Lume Arquitetura durante a Expolux 2012 foi um

grande sucesso! Mais uma vez, recebemos centenas de visitantes entre arquitetos, lighting designers, estudantes, engenheiros, fornecedores e especialistas do setor. Mais importante que isso, nosso estande foi um ponto de encontro para os apaixonados por iluminação; tivemos a felicidade de encontrar bons e velhos amigos, que nos apoiam e caminham ao nosso lado desde o início de nossa trajetória, há quase 10 anos.

O lançamento do livro “Luz e arte: um paralelo entre as ideias de

grandes mestres da pintura e o design de iluminação”, também obteve grande êxito. Durante o primeiro dia da feira, o autor Valmir Perez foi muito requisitado e, diria até, tietado; distribuiu autógrafos, tirou fotos e interagiu com todos que passaram pelo estande para comprar ou conhecer sua obra.

Todo esse sucesso durante a Expolux 2012 não teria sido possível

sem o esforço e a dedicação de toda a equipe da revista Lume Arquitetura. Todos os profissionais que compõem os departamentos da De Maio Comunicação e Editora – redação, revisão, arte, publicidade, marketing, circulação e assinaturas – se empenharam durante meses para que o estande da Lume Arquitetura fosse um dos mais admirados e bem falados da feira.

Seria injusto citar nomes e eventualmente esquecer algum, e,

felizmente, este espaço seria pequeno para isso. Durante esta jornada, tivemos muitos parceiros – incluindo aí nossos anunciantes – e valiosos

Ano X – no 56 – Jun/Jul 2012 www.lumearquitetura.com.br Editora Maria Clara de Maio MTB 19570 mariaclara@lumearquitetura.com.br Editor-assistente Erlei Gobi MTB 54344 erlei@lumearquitetura.com.br Reportagem Adriano Degra adriano@lumearquitetura.com.br Revisão Izabel Cristina Lourenço Editor de arte Eduardo Garcia Marques da Costa arte@lumearquitetura.com.br Publicidade Nelson Rodrigues nelson@lumearquitetura.com.br Rubens Campo rubens@lumearquitetura.com.br Circulação e assinaturas Katia Pereira katia@lumearquitetura.com.br Assistente de marketing Daniela Bessa de Siqueira daniela@lumearquitetura.com.br Projeto gráfico Marcelo Crelier - www.crelier.com.br Colaboram nesta edição: Filipe Xavier, Julio Takano, Luis Lancelle, Nathália Gregoletto, Paulo Oliveira, Valmir Perez, Wladimir Pedrone. Lume Arquitetura é uma publicação bimestral da De Maio Comunicação e Editora, dirigida a arquitetos, lighting designers, decoradores, engenheiros, construtoras, incorporadoras, órgãos públicos ligados à iluminação urbana e viária, fabricantes e lojistas do setor de iluminação. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados. Proibida a reprodução parcial ou integral das matérias publicadas sem autorização da Editora.

colaboradores provedores de ricos conteúdos. Todos, sem exceção, fazem parte de nossa história e contribuíram para que chegássemos até aqui. Neste mundo, ninguém faz nada sozinho, e somente tendo acesso a esta gama de especialistas e conquistando o respeito e a admiração

@lumearquitetura

de fabricantes e assinantes é que conseguimos produzir a Lume Arquitetura – uma revista efetivamente útil para o mercado em todas as suas frentes; uma referência segura e confiável. Obrigado a todos!

Boa leitura!

4

L U M E ARQUITETURA

Revista Lume Arquitetura

De Maio Comunicação e Editora Ltda. Rua Cotoxó, 611 Cj. 11 Pompéia CEP 05021-000 São Paulo SP Tels.: (11) 3801-3497, 3873-3675 e 3872-8411



cartas Chegaram minhas duas revistas, e a matéria do meu projeto na Nana Store ficou ótima. Parabéns! Leonardo Alves Lighting designer Belém – PA

EDIÇÃO 55 Numa reunião no Palácio Guanabara, apresentei a edição 55 da revista Lume Arquitetura. Foi uma sensação muito boa ver a reação das pessoas envolvidas. Solicitaram-me 10 exemplares, pois precisam entregar nas secretarias de governo como estratégia para aprovar os projetos de iluminação dos jardins. Agradeço antecipadamente o envio. Milton Giglio Lighting designer Rio de Janeiro – RJ

Queridos amigos, a matéria ficou linda e a edição nº 55 toda está maravilhosa. Estou meio no “ar”, ainda; por essa razão, estou com certa dificuldade em escrever. Mais uma vez, quero agradecer por tudo e pelo carinho de toda a equipe. Mais do que uma referência em iluminação no país, vocês, cada um, são pessoas superqueridas e de quem quero poder compartilhar da amizade por muitos e muitos anos. Um grande beijo e muito sucesso, cada vez mais, para vocês. Rose Elizabeth Mello Designer de interiores especialista em iluminação Fortaleza – CE

EDIÇÕES ANTERIORES Muito obrigado pela rapidez com que me enviaram os dois exemplares da edição nº 54 da Lume Arquitetura que eu precisava! Abraço forte. Nils Ericson Lighting designer Rio de Janeiro – RJ

Parabenizo todos da revista Lume Arquitetura por seu excelente conteúdo! Cristiane Fernandes Arquiteta e engenheira Guarujá – SP

CONTEÚDO EDITORIAL

Recebi minha revista Lume Arquitetura e sempre fico muito feliz com seu conteúdo! Meus parabéns à grande equipe da Lume Arquitetura pela dedicação ao jornalismo. Ainda não li a revista inteira, mas já posso dizer que a edição nº 55 está de PARABÉNS! Adorei a objetividade de Ricardo Kauffmann e a poesia de Howard Brandston. Um superabraço com muito carinho. Silvia Carneiro Lighting designer São Paulo – SP

6

Em nome do Grupo Lumicenter Lighting gostaria de agradecer a visita da Lume Arquitetura em nosso estande na 13ª Expolux. Parabenizo o profissionalismo e agradeço o atendimento e presteza de toda a equipe da Lume Arquitetura, muito obrigada! Tamyres Haas Hein Lumicenter São José dos Pinhais – PR

Agradeço mais uma vez a oportunidade de ter participado com meu artigo na edição nº 55 da Lume Arquitetura. Grande abraço e sucesso para vocês.

Mais uma vez o trabalho de vocês está surpreendente! Cada página que se folheia dá vontade de ler imediatamente. As fotografias são um deleite; fico por um tempo olhando os detalhes de cada uma. Parabéns, vocês se superam a cada edição.

Marcela de Carvalho Fontes Designer de interiores e lighting designer Belo Horizonte – MG

Daniela de O. Meireles Carvalho Lighting designer Belo Horizonte – MG

L U M E ARQUITETURA

Sou pós-graduada em iluminação pelo IPOG de Belo Horizonte e gostaria de saber se aceitam artigos para serem publicados. Quais seriam os critérios para envio? Obrigada! Juliana Mara Arquiteta Juiz de Fora – MG

Gosto muito da revista Lume Arquitetura e ficarei superfeliz em ver meus projetos publicados nela! Ana Spina Lighting designer São Paulo – SP Para enviar artigos acadêmicos, cases de projetos de iluminação ou qualquer conteúdo editorial para avaliação, basta entrar em contato com a redação da revista Lume Arquitetura pelo e-mail redação@ lumearquitetura.com.br



entrevista

Rafael Leão

Por Erlei Gobi

Novo presidente da AsBAI fala sobre as diretrizes da diretoria formada por jovens profissionais

A AsBAI (Associação Brasileira

de

Arquitetos de Iluminação), que desde sua criação é presidida apenas por membros fundadores, está sob novo comando. Em janeiro de 2012, Rafael Leão, lighting designer da nova geração, assumiu a presidência – juntamente com uma diretoria formada por jovens profissionais – com o intuito de renovar e atrair novos associados à instituição.

Nesta entrevista exclusiva à Lume Ar-

quitetura, Rafael Leão fala a respeito de sua trajetória na AsBAI e de como se tornou presidente; sobre o novo estatuto e o novo site; acerca das ações que deseja realizar em sua gestão, como o programa Aprendiz AsBAI e o Padrão AsBAI de Projetos de Iluminação, e o que mudará efetivamente na entidade com uma diretoria composta por profissionais mais jovens. Trata também de assuntos polêmicos, como as rigorosas exigências para se tornar membro da associação, a regulamentação da Divulgação

profissão de lighting designer e a qualidade

8

dos cursos sobre iluminação que são oferecidos no Brasil. L U M E ARQUITETURA


Participamos mais da associação e percebemos que o mercado a vê como um círculo fechado, mas notamos que não é bem assim. Como muitas de nossas ações acontecem nos bastidores, o mercado acaba tendo essa falsa impressão. Lume Arquitetura: Conte-nos um pouco

a construção de um conceito de projeto

site foi criar parâmetros para o mercado

de sua história profissional. Como ingres-

que esteja ligado às impressões espaciais

escolher um profissional de iluminação

sou na área de iluminação e quando se

e à resposta emocional do observador.

atuante em cada região e ainda saber sua

associou a AsBAI?

Acredito que há espaço para todos, mas

experiência na área. Além disso, pedimos

Rafael Leão: Sou graduado em arquite-

é interessante que o mercado saiba dife-

para os lighting designers colocarem

tura e urbanismo desde 1997. Embora,

renciar o escopo de trabalho de cada um.

seus currículos e projetos realizados no site, para complementar as informações.

na época, o curso não tenha oferecido nenhum embasamento sobre iluminação,

Lume Arquitetura: Fale sobre sua traje-

Dessa maneira, contratantes de qualquer

pesquisei mais sobre o tema depois de

tória dentro da associação.

parte do país podem realizar buscas por

ver duas palestras do arquiteto Gilberto

Rafael Leão: Em 2005, durante a gestão

profissionais que melhor atendam às

Franco e percebi que havia poucos pro-

do Gilberto Franco, foi aberta a oportu-

suas necessidades. Isto democratiza a

fissionais no setor, então resolvi entrar na

nidade para criar o novo site e participei

escolha de arquitetos de iluminação e

área e gostei. Trabalho com iluminação

desse projeto juntamente com os dire-

facilita a contratação daqueles que são

desde que saí da faculdade, iniciando

tores da associação na época. Este site

menos conhecidos, mas que desenvol-

minha atuação no escritório Franco e

ficou no ar até a metade da gestão da

vem um bom trabalho, deixando claro ao

Fortes em 1998.

Esther, quando eu já estava na diretoria

mercado que existem profissionais para

Ingressei na AsBAI na gestão da

de relações sociais. Ao longo desta últi-

realizar qualquer tipo de projeto.

Esther Stiller, em 2004, como membro

ma gestão conseguimos promover dois

júnior. Meu objetivo ao me associar foi

fóruns sobre iluminação e criar o novo

Lume Arquitetura: Como se tornou pre-

ajudar na regulamentação da nossa pro-

site, mais adequado para pesquisa na

sidente da AsBAI? O mandato ainda é de

fissão; a separar o que é um projeto de

área de iluminação e na busca de pro-

dois anos?

iluminação realizado por um especialista

fissionais atuantes no país – soluções

Rafael Leão: O mandato continua

e outro feito por um fornecedor, além

idealizadas em conjunto com a arquiteta

sendo de dois anos. Não digo que foi

de contribuir para o fortalecimento da

Luciana Costantin. Também é um site

uma oportunidade, mas algo pensado e

imagem do profissional de iluminação

mais alinhado às mídias digitais como

negociado. Alguns diretores mais antigos

no Brasil, pois temos uma cultura de

Twitter e Facebook.

acreditavam que eu tinha o perfil para

projetos de iluminação muito recente, que

Ao longo do tempo, também revisa-

ocupar o cargo e, além disso, contei com

começou a melhorar apenas nos últimos

mos nossos estatutos de acordo com o

o aval de Cláudia Torres, Nídia Borelli,

cinco anos, com o avanço da economia

novo código civil. Todos esses trabalhos

Junia Azenha e Altimar Cypriano, atuais

nacional.

não são visíveis aos olhos dos associa-

diretores e profissionais mais jovens,

Não são todos os profissionais de

dos, mas eram importantes para manter

diferentemente dos fundadores da As-

arquitetura que procuram um lighting

a associação funcionando. Outro trabalho

BAI que possuem mais de 30 anos de

designer, e depender apenas de indica-

que desenvolvemos na antiga gestão foi

profissão. O plano foi criar uma diretoria

ções não é a melhor maneira de captar

estabelecer contato com associações

toda composta de jovens profissionais,

clientes; é preciso estabelecer um elo

internacionais, como PLDA (Professional

na qual teria um presidente também da

com arquitetos, designers de interiores e

Lighting Designers’ Association) e o IES

nova geração.

construtoras. Para isso acontecer, estes

unidade México (Illuminating Engineering

profissionais precisam saber diferenciar

Society of North America – Sección Mexi-

da Esther, tivemos a oportunidade de

o projeto de iluminação feito por um pro-

co).

participar mais da associação e perceber

Na gestão passada, sob o comando

que o mercado a vê como um círculo

fissional especialista, livre de conflitos de interesse, e aquele feito por um lojista,

Lume Arquitetura: Quais benefícios o site

fechado, mas notamos que não é bem

que muitas vezes trabalha apenas com a

disponibiliza aos associados?

assim. Como muitas de nossas ações

planta, sem realizar a leitura do espaço e

Rafael Leão: A grande sacada do novo

acontecem apenas nos bastidores, por L U M E ARQUITETURA

9


sermos uma associação pequena, o mer-

tudo o que já foi feito e começa algo

teórica que nós acreditamos, sem neces-

cado acaba tendo essa falsa impressão.

novo, não temos a intenção de mudar o

sariamente fazer parte da mesma escola.

Nós trabalhamos muito, mas algumas de

que vinha sendo realizado, afinal, parti-

Será muito importante ter mais gente que

nossas ações não aparecem aos olhos

cipamos dos projetos anteriores. É mais

acredite na capacitação profissional.

dos associados. Nosso trabalho junto a

um crescimento da associação do que

outras associações; as trocas de e-mail;

uma mudança de rumo. A maioria das

sofrer uma enxurrada de mão de obra

reuniões em eventos internacionais; o

pessoas que está na chapa atual fez parte

do exterior devido ao aquecimento de

esforço para colocar o estatuto dentro

da administração passada, portanto isso

nossa economia enquanto alguns países

do novo código civil; o trabalho de rede-

nos deu experiência suficiente para saber

europeus sofrem com o desemprego.

senho do novo site, que ainda continua

quais os caminhos que devemos seguir

Estes profissionais chegarão com mais

em andamento; a idealização antecipada

e como seguir. A equipe trabalha com

conhecimento em iluminação de grandes

dos eventos, tudo isso levou meses de

grande harmonia e toma as decisões sem

obras e urbanística do que muitos de nós

reuniões.

conflitos, idealizando o mesmo objetivo.

brasileiros. Nunca vivemos algo do gêne-

O grande objetivo de compor uma

chapa de jovens profissionais era mos-

O que eu procuro nessa nova gestão é que a AsBAI tenha um papel com o futuro, visando a qualidade do profissional a médio e longo prazo.

trar ao mercado e aos associados que a AsBAI é uma associação democrática. Os interesses da associação são os mesmos dos profissionais de iluminação e não apenas de seus fundadores. Essa foi a principal questão que nos motivou a idealizar esta nova gestão; queremos deixar claro que a AsBAI tem espaço para todos, basta ter conhecimento científico

10

Nos próximos anos, o Brasil irá

ro, pois o Brasil sempre foi um exportador de mão de obra. Neste momento, ter uma associação sólida e estruturada será importantíssimo para cuidar de nossos interesses e evitar que os nossos profissionais percam espaço no mercado. Muitos acreditam que ser membro da associação europeia PLDA (Professional Lighting Designers Association) ou da americana IALD (International Association of Lighting Designers) dá mais status,

comprovado com os projetos desenvol-

Todos nós temos, em média, dez anos

mas elas não irão ajudar os profissionais

vidos.

de experiência profissional, alguns mais

brasileiros a se proteger, não é mesmo?

O interesse será justamente o contrário.

A AsBAI está aberta àqueles que

e outros menos. Nossa trajetória é muito

estão dispostos a enriquecer o seu co-

parecida: anos de formação, os primeiros

nhecimento científico. O mercado reco-

dois anos trabalhando em um importante

Lume Arquitetura: Quem pode se as-

nhece os bons profissionais por meio de

escritório de iluminação e depois a aber-

sociar e de que forma? Quanto custa ser

seus projetos. Nosso objetivo é capacitar

tura de um escritório próprio; sabemos

associado?

nossos associados para que desempe-

as dificuldades que passamos. Quere-

Rafael Leão: Existem quatro categorias

nhem trabalhos melhores e, com isso,

mos mostrar aos novos profissionais os

de associados: Estudante, Assinante,

pressionar o mercado a contratar bons

caminhos que eles devem trilhar para

Aspirante e Membro. Na categoria

profissionais de iluminação, recusando

chegar aos bons resultados. É claro

Estudante podem se associar aqueles

projetos que não sejam bem fundamenta-

que para isso existem várias frentes,

que estiverem cursando faculdades

dos. Precisamos atrair mais profissionais

como promover cursos, palestras em

de arquitetura, engenharia ou desenho

para a associação e incentivar os novos

faculdades de arquitetura, programas de

industrial, além de cursos relacionados

lighting designers a se capacitar; isso

inicialização em projetos de iluminação e

com a área de iluminação, sejam eles de

também nos motivou a criar uma chapa

workshops em áreas práticas, tudo para

nível superior, técnico ou de tecnologia.

de novos talentos.

atrair os novos profissionais e mostrar as

Esta categoria dá direito aos seguintes

dificuldades, soluções e alternativas para

benefícios: acesso à área restrita do site

Lume Arquitetura: Uma nova geração de

adquirir bons resultados.

com conteúdo informativo, como artigos

profissionais assumiu a AsBAI, mas o que

O que eu procuro nessa nova gestão

e vídeos; informações atualizadas sobre

isso muda efetivamente na associação?

é que a AsBAI tenha um papel com o futu-

os eventos do setor; descontos em inscri-

Rafael Leão: Temos várias frentes de

ro, visando a qualidade do profissional a

ções de eventos ligados à associação, na

atuação. Diferente do que ocorre em uma

médio e longo prazo. Estamos abertos a

compra de livros e assinaturas de revistas

eleição para prefeito ou outros cargos

novos membros que façam projetos com

relacionadas à Iluminação e em pacotes

públicos importantes, quando se nega

a mesma qualidade e fundamentação

de viagens nacionais e internacionais;

L U M E ARQUITETURA



consultas à biblioteca da associação e

área restrita. Eles ainda têm direito a

além de número mínimo de 50 projetos

participação no painel de oportunidades

participar das reuniões de conselho, a

executados. Esses requisitos foram flexi-

do site. A contribuição associativa pode

votar e a montar chapas nas eleições. A

bilizados, porque a associação acredita

ser anual (90 reais) ou trimestral (25 re-

contribuição associativa anual custa 540

que para comprovar a sua experiência e

ais pagos em março, junho, setembro e

reais, enquanto a trimestral fica em 150

bagagem profissional, basta apresentar

dezembro).

reais. Porém, membro de honra é isento.

seus trabalhos. Não é um número míni-

A categoria Assinantes engloba

A categoria Aspirante é dedicada

mo de obras ou o tempo de profissão o

aqueles que não compõem os requisitos

aos formados em arquitetura, engenharia

mais importante, mas sim a qualidade do

para serem membros ou aspirantes a

ou desenho industrial que se dedicam à

trabalho. Existe um conselho curricular

membros, como projetistas, fabricantes,

prática de projetos de iluminação, mas

que analisa a qualidade dos trabalhos

autônomos ou profissionais ligados

não são titulares e responsáveis plenos

apresentados pelos profissionais que

genericamente a área de iluminação.

no desenvolvimento desses projetos e

desejam se tornar membro. Como um

Os benefícios desta categoria são os

não atingem os requisitos necessários

dos principais objetivos da AsBAI é a

mesmos da categoria de Estudantes. A

para ser membro. Os aspirantes poderão

qualificação profissional, seria um tanto

contribuição associativa anual custa 270

ascender à categoria de membros ao

contraditório permitir o acesso a categoria

reais, enquanto a trimestral fica em 75

apresentar os trabalhos e as qualificações

de Membro sem exigir alguma comprova-

reais.

ção. Atualmente, temos um pouco mais

de 140 associados no total, sendo 25

A categoria Membros engloba os

profissionais formados em arquitetura e urbanismo e também os formados em engenharia ou desenho industrial com doutorado em áreas relativas à iluminação aplicada à arquitetura. Estes lighting designers precisam ter cinco anos de atividade como arquiteto autor e titular de projetos de iluminação; ao menos 20

A AsBAI está aberta àqueles dispostos a enriquecer seu conhecimento científico. O mercado reconhece os bons profissionais por meio de seus projetos.

projetos de média ou grande complexi-

Lume Arquitetura: O que pensa sobre os cursos especializados em iluminação? Eles realmente capacitam os profissionais para trabalharem na área? Rafael Leão: Algo muito comum é que a maior parte dos cursos é desenvolvida por docentes da própria instituição que,

dade na área de iluminação aplicada à

previstas nos Estatutos da associação

infelizmente, não possuem muita expe-

arquitetura; não podem possuir vínculo,

para comprovar o atendimento das exi-

riência no universo de projetos de ilumi-

ligação ou participação em empresas

gências relativas ao ingresso na catego-

nação, limitando o potencial informativo

públicas e privadas de fabricação ou

ria. O valor da contribuição associativa é o

destes cursos. Mesmo que você tenha

comercialização de equipamentos de ilu-

mesmo da categoria Assinantes, mas os

um conhecimento teórico muito rico, a

minação e precisam estar desvinculados

benefícios são os mesmos dos Membros,

realidade do mercado e a aplicação des-

de relação empregatícia com empresas

exceto o direito ao voto e a participar das

se conhecimento é diferente; não é só o

concessionárias do serviço público e

eleições.

embasamento teórico que lhe oferece a

órgãos públicos ligados à atividade de

12

deles como membros.

sensibilidade de saber o melhor caminho

instalação, geração e distribuição de

Lume Arquitetura: Alguns profissionais

a ser tomado. O que sugiro às pessoas

energia elétrica, tanto quanto aos projetos

reclamam que as exigências para se tor-

que me questionam sobre os cursos de

de iluminação pública.

nar Membro da AsBAI são muito rigorosas,

especialização em iluminação é para

mais até do que associações internacio-

pesquisar se os docentes são vinculados

tes benefícios: informações atualizadas

nais. Isso é verdade?

a AsBAI e em quais categorias esses

sobre os eventos do setor, descontos em

Rafael Leão: Os requisitos foram re-

profissionais se encaixam. Afinal, quanto

inscrições de eventos ligados à associa-

visados. Anteriormente, havia uma má

maior o posto dele na associação, mais

ção, na compra de livros e assinaturas

interpretação, até por conta do nosso

embasamento técnico e teórico ele terá

de revistas relacionadas à iluminação

antigo estatuto, que exigia três questões

para tratar do assunto.

e em pacotes de viagens nacionais e

juntas: o membro deveria ser formado em

internacionais; consultas à biblioteca

arquitetura e urbanismo ou mestrado e

lhando num programa de capacitação,

da associação; participação no painel

doutorado na área de arquitetura, possuir

chamado Aprendiz AsBAI, que irá iniciar

de oportunidades do site e acesso à

mais dez anos de atuação profissional,

com palestras nas faculdades de arqui-

Os membros têm direito aos seguin-

L U M E ARQUITETURA

A nova gestão da AsBAI está traba-


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Ambientes iluminados com lâmpadas de catodo frio.

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tetura. Claro que seria ótimo oferecer um

participou em março de 2012 da reunião

do discurso e a escolha da carga emo-

curso, mas por hora não adianta realizar

nacional do CAU em Brasília, juntamente

cional que será empregada na solução. A

esse trabalho, porque consideramos que

com a ex-presidente Esther Stiller, apre-

diretriz de trabalho inicial é praticamente a

não é somente com bons cursos que

sentando a AsBAI ao novo conselho para

mesma, por isso é mais comum encontrar

iremos qualificar o mercado e difundir a

que possamos fazer parte do Colégio

arquitetos do que outros profissionais da

cultura de projetos de iluminação. Com

Brasileiro de Arquitetos (CBA) juntamente

construção e do design no desempenho

o curso podemos formar uma turma de

com outras entidades, como o IAB (Ins-

de nossa profissão.

20 a 30 alunos em dois anos e em uma

tituto de Arquitetos do Brasil), a AsBEA

palestra podemos abrir os olhos de 40 a

(Associação Brasileira dos Escritórios

medida que as restrições aumentarem.

60 jovens profissionais em duas horas,

de Arquitetura) e a ABAP (Associação

Contudo, será muito mais provável que

proporcionando-lhes senso crítico rela-

Brasileira de Arquitetos Paisagistas).

o mercado aprenda a escolher melhor

cionado à iluminação artificial que levarão

Acho complexo existir algo que

os profissionais do que a lei exigir um

consigo aonde forem. Obtive muitos

controle e regulamente a profissão de

profissional dessa disciplina nos projetos.

clientes através de meus alunos e hoje

arquiteto de iluminação, isso também

reconheço que há enorme potencial não

não acontece nos Estados Unidos ou

Lume Arquitetura: Porque a AsBAI não

explorado nas faculdades que poderão

Europa; o que existe é uma associação

é uma entidade tão representativa para o

ajudar o mercado de iluminação a cres-

mercado nacional como algumas associa-

cer.

ções internacionais como a PLDA (Euro-

Com este novo programa, que

oferecerá aos candidatos um período de vivência em escritórios de projetos de iluminação, acompanhando os arquitetos autores no desenvolvimento de suas atividades, poderemos atender às

Muitos acreditam que ser membro de associações internacionais dá mais status, mas elas não irão ajudar os brasileiros a se proteger.

expectativas de muitos jovens arquitetos,

pa), o IES ou a IALD (EUA), por exemplo? Rafael Leão: Porque ela é jovem e pequena. Temos apenas dez anos e a AsBAI começou a caminhar melhor a partir de 2004, pois temos poucos recursos. A associação se torna forte na medida em que consegue alcançar um

mostrando-lhes um pouco de nosso uni-

forte que, além de qualificar novos profis-

número maior de associados e atingir

verso. Tenho certeza que estes estudan-

sionais, também orienta o mercado sobre

uma parcela maior da sociedade. Mas

tes entenderão a complexidade de nossa

a importância e o desempenho de nossa

isso não é mágico, todos que estão na

profissão quando se tornarem arquitetos

profissão. É pra isso que formamos a as-

AsBAI hoje têm seus escritórios para

e, talvez, até atraia alguns deles para a

sociação, só que não vai acontecer den-

cuidar e é óbvio que fazemos tudo na

nossa área. Portanto, as tarefas da AsBAI

tro de um conselho próprio, mas dentro

medida do possível. Gostaríamos, por

são sempre pensadas a longo prazo.

do conselho de arquitetura e urbanismo,

exemplo, de ter uma revista somente da

assim que a AsBAI conseguir fazer parte

associação, mas quem irá escrever os

do CBA.

artigos mensais? Também poderíamos ter

Lume Arquitetura: Como a associação vê a regulamentação da profissão de lighting

14

A regulamentação talvez ocorra à

um administrador na presidência, mas o

designer no Brasil?

Lume Arquitetura: Os Estados Unidos e a

que essa pessoa saberia de iluminação?

Rafael Leão: Isto é algo muito complexo

Europa possuem um mercado maior, mais

E quem disse que um cargo desse não

e talvez até desnecessário. Recente-

consolidado e com mais profissionais que

vai levar a um impasse político dentro da

mente, os arquitetos conseguiram se

o brasileiro. Não seria interessante o Brasil

associação?

desvincular do CREA [antigo Conselho

dar o pontapé inicial para a questão da

Regional de Engenharia, Arquitetura e

regulamentação?

profissional de projetos de iluminação

Agronomia], um projeto idealizado nos

Rafael Leão: Não acho que a regulamen-

dos fornecedores, fabricantes e lojistas;

anos noventa e alcançado somente

tação da profissão vai enriquecer o papel

somente dessa maneira a sociedade vai

agora. É de extrema importância que a

do lighting designer. Acredito que nosso

entender a importância de contratá-lo. Os

profissão de arquitetura de iluminação

trabalho será reconhecido junto com o do

profissionais que fazem parte da AsBAI

seja formalmente reconhecida pelo novo

arquiteto. As diretrizes de um projeto de

não vão abandonar os seus escritórios.

Conselho de Arquitetura e Urbanismo

arquitetura e de um projeto de iluminação

Portanto, a resposta é tempo. É uma

(CAU) e é isso que nós estamos tentando.

são próximas: ambos iniciam com a cons-

associação jovem com números ainda

A nossa vice-presidente Cláudia Torres

trução de um conceito, a fundamentação

pequenos que precisamos aumentar.

L U M E ARQUITETURA

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Para isso vamos desenvolver palestras,

maneira, ela pode apenas reconhecer

Azenha, contando com o auxílio da arqui-

colocar em prática nossos programas e

o comprometimento do fabricante com

teta Ana Spina, em parceria com a vice-

continuar expandindo nossos fóruns, por-

determinado produto. Não podemos

presidência de Tecnologia e Qualidade do

que com um número maior de associados

emitir um selo como o do Inmetro ou do

Secovi-SP (Sindicado da Habitação). Este

conseguiremos mais patrocinadores e,

Procel, pois seria algo fora do escopo de

manual integra um conjunto de manuais

consequentemente, mais recursos para

nossa associação.

de escopo oferecidos pelo Secovi-SP e se

realizar novos eventos e promover mais

Outra questão se refere às priorida-

trata de um documento inédito que des-

ações para atingir uma parcela maior do

des que cada gestão enfrenta. A maior

creve as diferentes fases do projeto de

mercado.

delas no momento é a qualificação de

iluminação e como ele se relaciona com

jovens profissionais; é mostrar ao merca-

os demais projetos. O documento é dis-

Lume Arquitetura: Como é a relação

do que existem profissionais para todos

ponibilizado gratuitamente pela internet e

entre a Associação e a indústria?

os níveis de investimento e comprome-

confirma que o trabalho do profissional de

Rafael Leão: Os lighting designers

tidos com alto padrão de qualidade de

iluminação já é reconhecido como parte

precisam de bons fabricantes, e a qua-

projetos. O que os nossos associados

integrante dos projetos complementares

lidade do nosso mercado depende da

pedem no momento não é o atestado

em uma obra.

indústria. Portanto, a AsBAI ouve seus

de produtos, mas as ações relacionadas

patrocinadores, mas não defendemos

Lume Arquitetura: A AsBAI realiza pales-

única e exclusivamente seus interesses,

tras, workshops e fóruns, mas faz pouca

Desejamos que mais empresas desenvolvam produtos de qualidade, pois existe uma grande variedade de fabricantes no Brasil.

queremos que desenvolvam bons produtos. Desejamos que mais empresas desenvolvam produtos de qualidade, pois existe uma grande variedade de fabricantes no Brasil, mas poucos deles comprometidos com o ideal de fornecer bons equipamentos. E bom produto não

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divulgação ou uma divulgação unilateral. Porque isso ocorre? Rafael Leão: Admito que a divulgação de nossos eventos não é tão abrangente quanto gostaríamos. Espero melhorar este ponto para atingir um número maior de interessados. Mas, como disse an-

é somente boa matéria prima, mas boa

à qualificação do mercado, portanto

teriormente, somos pequenos e temos

curvatura de refletor, bom departamento

esse é o nosso foco. Gostaria de afirmar

que cuidar, além de nossos escritórios,

técnico por trás desse fabricante para

que até o final do meu mandato a ideia

da associação; não existe uma pessoa

garantir os resultados fotométricos e

do atestado AsBAI de atendimento às

encarregada para atualizar o conteúdo

equipamentos com ótima eficiência.

recomendações técnicas para produtos

do site a todo o momento, por exemplo.

Um dos futuros programas da As-

de iluminação será aplicada, mas ainda

Contratamos uma pessoa para nos ajudar

BAI está centrado no reconhecimento

temos que formatá-la para evitar que seja

neste quesito, mas não deu certo porque

da qualidade de equipamentos. Isso irá

mal interpretada pelo mercado.

a sua atuação era limitada a apontar o

incentivar os fabricantes, não apenas os

que estava faltando. O conteúdo ainda

que são nossos patrocinadores, a desen-

o Padrão AsBAI de Projetos de Ilumina-

tinha que ser produzido por nós.

volver bons produtos. Estamos em busca

ção, mas ainda é uma ideia embrionária,

disso porque o aumento da qualidade do

pois não sabemos como formatá-lo. O

publicado no site, como artigos, filmes

mercado reflete em aumento de vendas,

objetivo deste programa é informar quais

e entrevistas. Espero conseguir realizar

produtos melhores e com valor agregado

são os requisitos mínimos que devem ser

alguns vídeos de visitas monitoradas em

maior.

entregues ao cliente pelo profissional que

projetos executados ainda este ano, pois

Também temos a intenção de realizar

Ainda temos muito material para ser

desenvolve projetos de iluminação; escla-

os considero um material inédito, idealiza-

Lume Arquitetura: Este selo de qualida-

recer ao mercado o escopo do trabalho

do em conjunto com Luciana Costantin.

de está na pauta da associação desde

do profissional especialista independen-

Eles mostrarão arquitetos de iluminação

o mandato da Cristina Maluf, em 2007.

te.

durante uma visita às obras em que re-

Porque ainda não saiu do papel?

Tivemos uma grande conquista com

solveram a luz falando sobre suas ideias

Rafael Leão: Na maior parte das vezes,

a produção do Manual de Escopo de

e objetivos projetuais. Acredito que será

as ideias vêm mais rápido do que o for-

Projetos de Iluminação, desenvolvido na

uma poderosa ferramenta de divulgação

mato de uma ação como esta. A AsBAI

última gestão sob supervisão da diretora

de nossa atividade.

não é uma agência regulatória. Dessa

de relações culturais, arquiteta Junia

L U M E ARQUITETURA


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capa

Ponte Manaus-Iranduba

Por Erlei Gobi Fotos: Eduardo Raimondi

18

L U M E ARQUITETURA

Iluminação funcional e ornamental realça maior estaiada do Brasil em águas fluviais


A ponte Manaus-Iranduba, que passa sobre o Rio Negro, no Amazonas, foi

inaugurada em 24 de outubro de 2011 em comemoração ao 342º aniversário da capital amazonense. A ponte é considerada a maior estaiada do Brasil em águas fluviais – trecho de 400 metros com 104 estais suspensos – e a segunda maior do mundo, com 3.595 metros de extensão. A obra, realizada pela Camargo Corrêa, durou três anos e 10 meses e custou aproximadamente 1,099 bilhão de reais (586 milhões do BNDES e 513 milhões do governo estadual).

O projeto da iluminação funcional e ornamental da ponte, assinado pelos lighting

designers Fabiano Xavier e Alain Maître, titulares do escritório Atelier Lumière, foi marcado pela grande complexidade técnica. “A instalação da iluminação começou quando a obra estava sendo finalizada. Isso significa que não havia mais acesso, principalmente ao mastro central e às partes sob a ponte. Alguns posicionamentos de luminárias precisaram ser repensados devido a esta dificuldade física”, explicou Fabiano.

Segundo os responsáveis pelo projeto luminotécnico, a grande extensão e a escala

monumental dos elementos presentes no vão central, não raro com trechos maiores

L U M E A R Q U I T E T U R A 19


que 100 metros, impunham o uso de um grande

considerando o aparelho ligado durante 12 horas

número de projetores de alta potência para suprir

diárias. Em situações de difícil acesso aos artefa-

as necessidades de alcance e de visualização da

tos, como é o caso, este é um diferencial impor-

iluminação. O ponto de maior demanda energéti-

tante na manutenção do sistema a longo prazo”,

ca foi o conjunto do mastro central e seu sistema

ressaltou Fabiano.

estaiado, situado a cerca de 1,6 quilômetros das margens.

20

Mastro central e estais

“Com a utilização da tecnologia mais corren-

te de projetores e luminárias viárias equipados

com lâmpadas de descarga de alta pressão,

recebeu um tratamento rasante ascendente na

haveria a necessidade de prover a alimentação

primeira porção, de cerca de 100 metros acima

em média tensão, com a adjunção de subesta-

do tabuleiro da ponte, com 12 projetores RGB, de

ções suspensas sob o tabuleiro da ponte, a cerca

300W cada, instalados em cada um dos quatro

de 90 metros do nível médio do Rio Negro. Tal

pilares sextavados. No trecho superior, o bloco de

sistema envolveria um custo elevado, montagem

40 metros de altura, no qual estão ancorados os

e manutenção complexas e a necessidade de

cabos, é iluminado em quatro de suas seis faces

estruturas complementares muito importantes,

por grupos de três projetores similares em cada,

não previstas”, afirmou Fabiano. Por este motivo,

com óticas diversas, apropriadas à forma pirami-

os lighting designers optaram pela resolução de

dal. Os pilares circulares abaixo do tabuleiro são

quase todo o sistema de iluminação – viário e or-

iluminados cada um por dois projetores RGB de

namental – com equipamentos providos de LEDs

300W cada, alocados em cada face externa, com

de alta potência, capazes de reduzir a carga total

abertura de 13 graus, além de um projetor para

instalada em cerca de 50% (93,2 KW), viabilizan-

efeito de contraluz em cada face interna, com

do uma solução alternativa para o sistema de

abertura de 40 graus. “Nestes pilares, o fluxo da

alimentação.

iluminação é ora ascendente, ora descendente”,

destaca Fabiano.

“A tecnologia LED empregada é a de maior

O mastro central, de 185 metros de altura,

performance na atualidade, permitindo, em apa-

relhos de tamanho e peso razoáveis, a produção

projetado para o destaque do mastro central da

de luz branca ou colorida com longo alcance e

Ponte Manaus-Iranduba é comandado por uma

alta intensidade. A vida útil deste material é muito

unidade automatizada e centralizada, permitin-

longa comparada com as outras tecnologias

do controlar o tipo de mudança de cor, a sua

existentes, chegando a 50 mil horas com a manu-

velocidade e o momento do seu acontecimento.

tenção de 70% do fluxo inicial, o que equivaleria

“Foram concebidos 12 cenários cromáticos que

a pouco mais de 10 anos de funcionamento,

se sucedem diariamente em ciclo contínuo, com

L U M E ARQUITETURA

Todo o sistema de iluminação dinâmica

Posição dos projetores gera efeito visual de ondas de luz e sombra nos estais, assemelhando seu conjunto a uma pena ou asa de uma ave.


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www.brilia.com


Divulgação

À esquerda, mastro central iluminado e luminárias de LED de 145W a 4000K para iluminação viária. Acima, detalhe da instalação dos projetores com LEDs de 300W a 4000K e abertura de 5 graus nos estais.

duração de cinco minutos cada. Para cada

gracioso foram concebidas cenas particula-

um deles foi testada a saturação e combina-

res para enfatizar este caráter, tirando partido

ção das tonalidades, em função de sua visu-

inclusive das cores complementares geradas

alização após incidir na estrutura”, explicou

pela sobreposição de incidências, próximo ao

Fabiano.

cume do mastro, tonalizando os cabos origi-

nalmente de cor amarela”, elucidou Fabiano.

Cada um dos 104 estais que sustentam

os dois vãos de 200 metros recebeu um projetor com LEDs de 300W a 4000K e abertura

Pilares e iluminação viária

de 5 graus. Segundo os lighting designers, o

22

controle da incidência do fluxo luminoso con-

vergente sobre a estrutura do mastro central

cedem o vão estaiado receberam tratamento

foi um dos maiores desafios da montagem,

com projetores de LEDs de 300W e 4000K,

pois era necessário assegurar a iluminação

sendo dois na fase externa e um projetor

dos cabos de até 200 metros sem alterar a

na fase interna de cada pilar. Os demais

iluminação colorida. “Este controle foi obtido

69 pilares que sustentam a ponte tiveram

com uma regulagem muito particular, na qual

apenas suas arestas externas balizadas com

os projetores são progressivamente girados

um facho de luz descendente proveniente

do eixo do cabo para o alto, do mais distante

de projetores com lâmpadas de multivapo-

até o mais próximo ao mastro, gerando um

res metálicos de 150W e facho fechado (10

efeito visual de ondas de luz e sombra nos ca-

graus). Para iluminação viária, os lighting

bos, assemelhando seu conjunto a uma pena

designers utilizaram 234 luminárias de LED

ou asa de uma ave. Em função deste efeito

de 145W a 4000K.

L U M E ARQUITETURA

Os quatro pilares prismáticos que ante-

Ficha técnica Projeto luminotécnico: Fabiano Xavier e Alain Maître / Atelier Lumière Construção: Camargo Corrêa Instalações elétricas: Focus Empreendimentos Montagem do sistema: Consórcio Rio Negro Luminárias de LED: Philips Luminárias: Indal Lâmpadas: Philips



acontecendo

Museu da lâmpada é inaugurado em São Paulo São Paulo ganhou, no dia 15 de março, um museu dedicado à história das lâmpadas. O Museu da Lâmpada está localizado na sede Gimawa, revendedora de materiais elétricos, no bairro Aeroporto, e fica aberto ao público de segunda a sábado, das 8h às 18h. Para conhecer o acervo é necessário agendamento prévio pelo telefone (11) 2898-9333, além de levar um quilo de alimento não perecível. O Museu relata a história da iluminação desde o descobrimento do fogo na pré-história até o século XIX. “Com o surgimento do museu, percebemos o quanto o mercado de iluminação é carente de informação, e acredito que com esse espaço poderemos disseminar um pouco mais o assunto” afirmou Wladimir Pedrone, proprietário da empresa e responsável pelo Museu. Os visitantes do museu poderão conferir detalhes históricos sobre a evolução das lâmpadas através de cinco monitores de vídeos espalhados pelo local, recortes de jornais antigos que noticiaram o lançamento das peças, além dos mais de 40 produtos que vão desde as primeiras incandescentes até os modernos LEDs. Entre esses diversos conteúdos, o que chama mais a atenção é o teto com pontos de fibra ótica simulando um céu estrelado. No espaço são oferecidos testes interativos para os visitantes entenderem como funciona a visualização da cor através da luz e suas variações. ”Nesse teste, utilizamos sempre a mesma lâmpada, porém com IRC distintos, o que permite ao visitante ter uma visualização diferente da mão ao colocá-la no equipamento”, explicou Pedrone. Outro espaço interessante do museu é o destinado à reciclagem das lâmpadas, onde uma espécie de jardim com lâmpadas pintadas demonstra uma forma criativa de aproveitar as peças descartadas. Além do Museu, a empresa inaugurou recentemente um auditório com capacidade para 46 lugares, onde serão ministrados cursos e palestras com vídeos focados em iluminação e sistemas elétricos. Segundo Pedrone, a Philips prevê a utilização do auditório para realizar seus cursos de iluminação. “No futuro, a Gimawa pretende montar um espaço cultural no local, com peças infantis de teatro e a temática voltada para a iluminação”, finalizou.

Divulgação

24

L U M E ARQUITETURA

www.museudalampada.com.br

Nas fotos, detalhes do museu e de dois modelos de lâmpadas do acervo.



acontecendo

Artecristallo inicia parceria com a empresa italiana FDV A Artecristallo, empresa brasileira que atua no setor de iluminação há nove anos, firmou em 2011 uma parceria com o grupo de iluminação italiano FDV (Firme di Vetro). Com isso, a instituição se tornou importadora e distribuidora exclusiva para o Brasil da companhia italiana, que detém as marcas Murano Due, ITRE, Gallery, Lucialternative e Aureliano Toso Lighting. Dentre as diversas peças produzidas pela marca italiana, duas se destacam: a luminária Keyra, da Murano Due, e a luminária Wood, criada pela Itre. A primeira proporciona leveza e flexibilidade ao ambiente e conquista a atenção de quem a observa. Assinada pelo designer Roberto Paoli, recebeu, em 2011, o prêmio Good Design Award, uma das mais reconhecidas premiações de design no mundo. A segunda permite o encontro da luz e do som na mesma peça através da tecnologia Dual Inside, além de ser a única no mundo com reprodução de som de alta fidelidade por meio de sistema Bluetooth. Para expor as novas peças e sua linha de produtos, a Artecristallo inaugurou seu showroom, com 300 metros quadrados, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 380, no bairro Jardim América, em São Paulo, depois de permanecer durante oito anos na Rua Bela Cintra. A empresa também inaugura seu departamento de projetos luminotécnicos com profissionais do setor e equipe de projetistas para o desenvolvimento de projetos exclusivos.

Luminária de teto Keyra, da Murano Due.

Luminária de mesa Wood, criada pela Itre.

www.artecristallo.com.br

Ventana Luminosos comemora 10 anos A Ventana Luminosos, empresa nacional especialista na produção de lâmpadas de catodo frio, reuniu seu quadro de funcionários e familiares entre os dias 16 e 18 de março de 2012, no Hotel Estância Santa Mônica, localizado na Cidade de Louveira em São Paulo, para celebrar seus 10 anos de fundação. Instalada na região de Jundiaí, a cerca de 50 km da capital paulista, a empresa possui uma área industrial de aproximadamente mil metros quadrados e exporta para a América do Sul e Europa. Além das comemorações dos 10 anos da empresa, a Ventana Luminosos apresentou sua nova identidade visual aos funcionários, desenvolvida pelo Studio de Design e Marketing – Baloodesign. O engenheiro Gustavo Neves, proprietário da Ventana Luminosos, discorre sobre um dos diferenciais da companhia: “Somos a única empresa da América do Sul que trabalha na construção dos maiores navios transatlânticos do mundo, que são fabricadaos na Finlândia; esse, sem dúvida, é um dos destaques que podemos ressaltar nesses dez anos, pois, a partir daí, as portas foram se abrindo para podermos galgar outros degraus dentro do mercado de iluminação”.

www.ventanaluminosos.com.br Acima Gustavo Neves e seu pai João Neves. Ao lado, amigos e familiares na comemoração da Ventana.

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L U M E ARQUITETURA



case

28

L U M E ARQUITETURA


Loja de luxo Arquitetura clean e iluminação pontual ressaltam produtos da Daslu Cidade Jardim

Por Erlei Gobi Fotos: Rubens Campo e Algeo Cairolli

A Daslu,

marca referência do mercado de luxo

brasileiro, transferiu em fevereiro de 2012 sua matriz da Villa Daslu, na Vila Olímpia, para o shopping Cidade Jardim, em São Paulo (SP). Com 3.500 metros quadrados divididos em três pavimentos (3º, 4º e 5º andares do shopping), a loja é a maior da marca e abriga todo seu mix de produtos, como a Daslu Couture, Daslu Homem, Daslu Casa, Daslu Boys & Girls e Daslu Bebê.

O novo ambiente, com projeto do arquiteto Ricardo

de Marco e da designer Chinho de Luca, possui um toque contemporâneo, com a utilização de materiais atuais e predominância de cores claras, para servir de pano de fundo para os produtos. “Os destaques da loja são as roupas, e se usássemos cores vibrantes na arquitetura iríamos ofuscá-las; essa não era nossa intenção. A loja é o cenário, confortável e luxuoso, para que as peças vendidas sejam os artistas principais”, explicou o arquiteto. Outra preocupação de Ricardo de Marco foi proporcionar uma visão geral dos departamentos aos visitantes. “Estando no átrio central, o cliente consegue visualizar todos os setores da loja”, afirmou.

A iluminação da Daslu, assinada pelo lighting designer

Plinio Godoy, titular do escritório Godoy Luminotecnia, foi realizada para realçar as roupas, criando uma percepção de espaço agradável com a diferenciação de foco e brilho. L U M E A R Q U I T E T U R A 29


A temperatura de cor padrão é 3000K, de-

Destaque e prateleira

vido a sua boa reprodução de cor. “A Daslu possui a ambiência de uma casa, então

tínhamos que desenvolver a iluminação

embutidos únicos e duplos, com lâmpa-

Para os locais de pé-direito simples,

como se fosse para uma residência. Para

das de vapor metálico de 35W e 3000K,

isso, procuramos não fazer uma iluminação

fazem a iluminação pontual e de destaque

geral, mas focal, com pontos mais claros,

nas roupas, móveis e objetos expostos,

outros nem tanto, criando um espaço sofis-

chegando a um fluxo luminoso de 1000

ticado e luxuoso”, elucidou.

lux . “Os móveis e as paredes são brancos e o teto é claro, então, quando você foca

Átrio principal

nas peças, há uma evidência grande, ainda mais utilizando esta fonte de luz,

30

Para o átrio central, que possui pé-

que possui ótimo IRC”, afirmou René.

direito duplo de sete metros de altura, a

Plinio ainda complementa: “Trabalhamos

opção foi por uma iluminação geral e difu-

de maneira bem minimalista, sem criar

sa propiciada por meio de grandes painéis

sancas ou outras composições no teto;

instalados no teto equipados com fluores-

demos mais valor à cenografia”.

centes T5 de 28W a 3000K e fechados com

telas tensionadas. “Quem entra na loja

ficam expostas nos cabideiros, recebe-

sente uma sensação agradável, pois o ní-

ram lâmpadas fluorescentes T5 de 28W a

vel de intensidade de luz é quase a mesma

3000K na parte inferior para não deixá-las

existente do lado de fora em dias claros,

escuras próximas ao piso. “Em alguns

então essa transição é leve. Neste átrio

casos, a luz que vem de cima não chega

optamos por um fluxo luminoso próximo ao

até o fundo das prateleiras e deixa estes

da luz natural, para que o cliente não tives-

espaços escuros. Para resolver este pro-

se a sensação de estar adentrando em um

blema, optamos pela iluminação por trás.

ambiente fechado, como um shopping”,

A luz preenchendo os espaços escuros

ressaltou René Adriani Jr., coordenador de

também dá a sensação de conforto”,

projetos da Godoy Luminotecnia.

disse René.

L U M E ARQUITETURA

Algumas prateleiras, onde as roupas

Átrio principal com iluminação geral e difusa propiciada por grandes painéis instalados no teto equipados com T5 de 28W a 3000K e fechados com telas tensionadas.



Vitrines e provadores

As vitrines do primeiro pavimento da

Embutidos únicos e duplos, com lâmpadas de vapor metálico de 35W e 3000K, fazem a iluminação pontual e de destaque nas roupas, móveis e objetos expostos.

loja (3º andar do shopping) foram destacadas por uma linha contínua de fluorescentes T5 de 28W e 3000K no teto, além de embutidos simples equipados com lâmpadas de vapor metálico de 35W e 3000K. Para as vitrines do quarto pavimento (4º andar do shopping), onde fica a entrada principal da loja, optou-se por lâmpadas AR 70 de 50W instaladas em trilhos trifásicos, possibilitando a adequação da luz conforme a disposição dos manequins.

A solução luminotécnica aplicada nos

Ficha técnica Projeto luminotécnico: Plinio Godoy / Godoy Luminotecnia Coordenador do projeto luminotécnico: René Adriani Jr. / Godoy Luminotecnia Projeto arquitetônico: Ricardo de Marco

provadores foi a mesma utilizada no átrio principal com pé-direito duplo, ou seja, painéis no teto equipados com fluorescentes T5 de 28W a 3000K e fechados com lonas tensionadas, porém em tamanho reduzido. “Nos provadores não pode haver sombras, pois muita dramaticidade neste

Design de interiores: Chinho de Luca Luminárias: Não divulgado Lâmpadas e reatores: Não divulgado

espaço atrapalha na escolha das roupas e é neste local que a decisão de compra é tomada”, finalizou René. 32

L U M E ARQUITETURA

Telas tensionadas: Tensoflex



case

Lagoa Rodrigo de Freitas Por Erlei Gobi

Ciclovia do ponto turístico carioca recebe nova iluminação com luminárias LED

Cercada pelos mais badalados bairros cariocas – Lagoa,

de Freitas. O projeto de iluminação foi executado pela Rioluz

montanhas e abraçada pelo Cristo Redentor, a Lagoa Rodrigo

(Companhia Municipal de Energia e Iluminação) em parceria

de Freitas é um dos pontos turísticos mais frequentados do Rio

com a GE Iluminação. “Conversamos com o prefeito Eduardo

de Janeiro. Unida ao mar pelo canal do Jardim de Alah, entre

Paes para que pudéssemos utilizar cada vez mais a iluminação

Ipanema e Leblon, sua orla abriga uma das mais bem equipadas

para ressaltar e valorizar as belezas naturais e arquitetônicas

áreas de entretenimento da cidade, com parques (dos Patins,

da cidade. A Lagoa é um ícone do Rio de Janeiro e sua ilumi-

Taboas e Catacumba), quadras de esportes, rinque de patinação,

nação estava bastante envelhecida, com um projeto de 1992.

heliporto, pista para caminhadas e corrida, ciclovia e um centro

Portanto, era o momento adequado de realizar uma requalifi-

gastronômico distribuído por 25 quiosques que oferecem as mais

cação do logradouro e a decisão pela tecnologia LED partiu da

diversas culinárias.

oportunidade da parceria com a GE”, afirmou Carlos Roberto

Osório, secretário de Conservação e Serviços Públicos do Rio

Em dezembro de 2011, a Prefeitura do Rio de Janeiro, por

meio da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públi34

cos, inaugurou a nova iluminação com LED da Lagoa Rodrigo

Ipanema, Leblon, Gávea e Jardim Botânico –, emoldurada por

L U M E ARQUITETURA

de Janeiro.


Fotos: Rubens Campo/GE Iluminação

O projeto

projeto visava uma média inicial de 20 lux, mas em nossas medições recentes encontramos até 24 lux. Isso é fantás-

A nova iluminação contemplou os 7,5 quilômetros da

tico, pois como a luminária tem depreciação de 15% do

ciclovia pavimentada que envolve a Lagoa. Ao todo, foram

fluxo luminoso após 50 mil horas de uso, ainda assim estará

instaladas 540 luminárias Evolve™ Iberia LED de 90W a

dentro dos padrões exigidos”, afirmou o engenheiro da GE.

4300K em postes de 4,5 metros de altura substituindo as 567 luminárias antigas equipadas com lâmpadas de vapor

Benefícios

de sódio de 150W, 100W e 70W. “A ideia da utilização de sistemas LED ganhou força em função da redução da manu-

tenção, que pode levar em torno de 11 anos para ser feita,

Rio de Janeiro ressalta os benefícios da nova iluminação

além da economia de energia, que chegou a 50%”, explicou

da Lagoa para seus frequentadores. “Conversando com os

o engenheiro Emanuel Maciel, especialista de especificação

usuários, percebemos que além do aumento da qualidade

e iluminação da GE responsável pelo projeto luminotécnico.

da luz houve uma grande diferença na percepção das cores

da Lagoa. Com as lâmpadas antigas, de sódio, a grama

Ainda segundo Emanuel, a nova iluminação aumentou

O secretário de Conservação e Serviços Públicos do

consideravelmente os níveis de iluminância e luminância do

não ficava verde, e sim marrom. Com os LEDs brancos

local. “O nível médio da iluminação antiga, nos piores pon-

é possível ter a percepção exata das cores das árvores,

tos, onde não havia a contribuição das luzes da avenida,

dos quiosques e de todos os elementos do local”, expli-

era de 8 lux, sendo que alguns pontos possuíam no máximo

cou. Ainda segundo Carlos Roberto Osório, a luz a 4300K

12 lux e outros apenas 5 lux. Além do baixo nível, também

aumenta a sensação de segurança na ciclovia. “Com maior

havia baixa uniformidade de iluminação e era praticamente

percepção visual, os visitantes se sentem mais seguros. No

impossível identificar uma pessoa a mais de seis metros de

verão, que é quando recebemos muitos turistas, o número

distância”, elucidou. A solução em LED proporcionou uma

de visitantes cresceu consideravelmente no período noturno

média de 20 lux e a curva fotométrica escolhida, (Tipo V,

e isso é muito importante para nós”, concluiu.

simétrica) valorizou tanto a ciclovia como o seu entorno. “O

Morador de um edifício em frente à Lagoa, Romeu L U M E A R Q U I T E T U R A 35


Acima, detalhes das novas luminárias Evolve™ Iberia LED de 90W a 4300K em postes de 4,5 metros de altura instaladas na ciclovia da Lagoa.

Linhares de Freitas Junior, 28 anos, admi-

Temos lâmpadas de vapor de mercúrio em

nistrador hospitalar, afirmou que a nova

algumas vias e a oportunidade para o uso

iluminação foi bem-vinda. “Algumas partes

de LED na iluminação pública, uma, in-

ficaram muito boas, como o local das qua-

clusive, no aterro do Flamengo. Estas são

dras, onde costumo frequentar. No geral, a

algumas das prioridades da prefeitura,

iluminação melhorou, principalmente nos

com o intuito de aproveitar o investimento

pontos onde há uma maior concentração

para a renovação urbana”, finalizou.

de pessoas, como nos parques, onde há

bares, no Flamengo, Vasco ou Botafogo”,

muitas outras cidades no mundo que já in-

conta.

vestem em sistemas LED para iluminação

O Rio de Janeiro segue o exemplo de

de áreas públicas por conta da economia, Pontos a rever

tanto no consumo de energia como nos

custos de manutenção. Segundo dados

36

No entanto, apesar da iluminação da

da Eletrobrás, em 2008 havia no Brasil

ciclovia ter sido benéfica, ainda existem

cerca de 15 milhões de pontos de ilumina-

pontos, como os parques, que continuam

ção pública. Com base nestes números,

com baixo fluxo luminoso. “Há alguns tre-

a GE estima que cerca de 9,5 milhões

chos que ainda ficam tenebrosos durante

precisam ser renovados e três milhões

a noite. Chega a ser perigoso correr no

necessitam de novas instalações.

entorno da lagoa devido a estes locais. As

partes residenciais ou onde há apenas a

liderar este processo de transformação

lagoa mesmo, sem quiosques, parques

da iluminação pública com a implantação

ou quadras, a iluminação ainda deixa um

de tecnologia de ponta, especialmente

pouco a desejar”, reclamou Romeu.

considerando que a eficiência dos LEDs

Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos

O Brasil tem a oportunidade de

Carlos Roberto Osório reconhece que

aumenta aproximadamente 20% por ano

o ideal teria sido renovar toda a iluminação

enquanto o seu custo diminui na mesma

da Lagoa, não somente a da ciclovia, mas

proporção (Lei de HAITZ). Além disso, os

explica que esta melhora está na pauta

grandes eventos que estão agendados

da Secretaria de Conservação e Serviços

para o País nos próximos anos – Copa

Públicos. “Ainda temos algumas corre-

do Mundo e Jogos Olímpicos – oferecem

ções a fazer e que são básicas, como,

grandes oportunidades para a melhoria da

por exemplo, o parque de iluminação da

infraestrutura de iluminação tanto no setor

cidade que envelheceu ao longo dos anos.

público como no privado.

L U M E ARQUITETURA

Carlos Roberto Osório

Emanuel Maciel GE Iluminação

Ficha técnica Projeto luminotécnico: Rioluz / GE Iluminação Execução: Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos Luminárias LED: GE Iluminação



case

Restaurante árabe Luminárias exclusivas criam desenhos de luz e remetem à cultura árabe

Por Erlei Gobi Fotos: Demian Golovaty

Inaugurado

em maio de

2011,

no bairro do

Itaim Bibi,

capital

paulista, o restaurante árabe Manish – uma adaptação para o português de como pronunciar o nome de pão libanês maeaneesh – é especializado na culinária libanesa. O projeto arquitetônico, desenvolvido por Omar Mohamad Dalank e Victor Oliveira Castro, da ODVO Arquitetura e Urbanismo, e Carol Kaphan Zullo, da Mínima Arquitetura e Urbanismo, foi baseado nos elementos fundamentais presentes na arquitetura árabe, buscando traduzi-los para uma linguagem e aplicação contemporâneas.

O grande destaque da arquitetura fica por conta do muxarabi (detalhe

da arquitetura árabe) de geopolímero presente na fachada principal, voltada para a Avenida Horácio Láfer. O elemento é inspirado na extraordinária e moderna composição elaborada pelos arquitetos Howard Ashley, Hisham Al Bakri e Baharuddin Kassim para a Mesquita Nacional da Malásia, em Kuala Lumpur, construída em 1965. Também estão presentes no restaurante de 472 metros quadrados outras características típicas da cultura árabe, como o pátio interno – definido por uma claraboia preexistente na cobertura – piso de ladrilho hidráulico e um mural, criado pelo ilustrador Marcus Dan, que faz menção à tapeçaria moura. “O restaurante é árabe, então partimos da ideia de uma obra neste estilo, mas ao invés de copiar essa arquitetura tradicional, tentamos fazer uma leitura dos elementos que a constituem”, afirmou o arquiteto Dalank. 38

L U M E ARQUITETURA



Salão principal recebeu luminárias de piso desenhadas com exclusividade e equipadas com T5 de 14W a 3000K, enquanto uplights com lâmpadas de vapor metálico de 70W nos vasos das jabuticabeiras criam efeito de texturas e desenhos no teto.

O projeto de iluminação artificial,

As árvores originais foram mantidas,

assinado pelo escritório Acenda Projeto

dando charme e frescor ao espaço. Todo

de Iluminação, cria texturas e desenhos

o sistema de luminotecnia é dimerizado,

nas paredes, teto e piso, utilizando, por

oferecendo flexibilidade e dinamismo aos

exemplo, espetos uplight nos vasos com

ambientes, de acordo com as necessida-

jabuticabeiras, e três pendentes “bola”,

des do dia-a-dia”, disse Luciana.

desenvolvidos e produzidos com exclusividade para o restaurante pelas arquitetas

Muxarabi e mural

titulares Luciana Costantin e Paula Carnelós. Também houve a utilização de luz

pontual sobre as mesas e duas luminá-

chada principal, filtra a luz natural durante

O muxarabi, que se estende pela fa-

rias inspiradas em peças de iluminação

o dia, formando sombras diferenciadas

pública. “O design do restaurante tem uma

nas paredes. “Este efeito enfeita e cumpre

preocupação especial com o meio am-

a função original deste elemento da arqui-

biente. A iluminação e ventilação natural

tetura árabe de permitir que as pessoas

estão presentes na decoração elegante.

vejam de dentro para fora sem serem vis-

À esquerda, detalhe da entrada principal com destaque para o Muxarabi que recebeu wall washer em sua face interna por projetores equipados com lâmpadas PAR 38 de 90W/30º. 40

L U M E ARQUITETURA


tas por quem está na rua”, afirmou Luciana.

utilizadas sob o muxarabi para “descolá-

Durante a noite, o conceito de iluminação

lo” da calçada, enquanto dois embutidos

artificial promove o oposto: “Para aqueles

no piso, com grelha ofuscante e AR 70 de

que estão fora, o muxarabi está no negativo

50W/24º, para destaque do logo do restau-

e o ambiente interno é revelado, convi-

rante.

dando os clientes a entrar e experimentar

as sensações oferecidas por diferentes

ção do muxarabi, elemento de forte pre-

ângulos da casa”, completou.

sença no projeto. Através de seus elemen-

tos, cores e formas, a intenção é contar

Também à noite, este elemento de

O mural pintado propõe a desconstru-

concreto recebe um wall washer em sua

um pouco da história do ladrilho, elemento

face interna por projetores equipados com

com raízes profundas na cultura árabe. De

lâmpadas PAR 38 de 90W/30º, destacando-

suas manchas e cores vem o pigmento, e

o para quem está no salão do restaurante.

de suas formas vem a alusão aos arabes-

Fitas de LED de 4,8 W/m a 3000K foram

cos. “Pelas suas grandes dimensões, o mural pode ser visto como uma obra de arte pública – parte da cidade, e não apenas do restaurante”, afirmou Dalank. Este painel foi realçado por um sistema linear

À direita, detalhes dos Pendentes “bola” desenvolvidos pelas lighting designers com lâmpadas halopin fosca de 60W. Abaixo, luz pontual sobre as mesas com AR 111 de 50W/24º, além de sistema linear de embutir com módulos wall washer para T5 de 28W a 3000K para destaque do mural pintado.

de embutir composto por módulos wall washer equipados com fluorescentes de 28W a 3000K e reatores eletrônicos dimerizáveis, além de módulos com lâmpadas AR 111 de 50W/24º para destacar as mesas que servem o sofá e dar brilho ao painel.

L U M E A R Q U I T E T U R A 41


Sobre o balcão do bar, pendente com dicroicas de 50W/36º faz iluminação direta, e fluorescentes T5, de 28W a 3000K a iluminação indireta.

Salão e varanda

oposta ao muxarabi, trazendo para a noite a referência das suas sombras criadas de

42

Para a iluminação pontual das mesas,

dia”, explicou Luciana.

as lighting designers optaram por embu-

tidos alinhados no forro com AR 111 de

tes T5 de 28W a 3000K também ressaltam

50W/24º. A ideia de ter um pátio interno,

a parede oposta ao muxarabi, enquanto

típico das construções árabes, foi adap-

duas luminárias uplights com lâmpadas

tada pelo arquiteto no centro do restau-

de vapor metálico de 70W, colocadas

rante, aproveitando a claraboia existente.

dentro dos vasos das jabuticabeiras,

Luminárias de piso especiais equipadas

criam efeito de texturas e desenhos no

com T5 de 14W a 3000K – também assi-

teto. Fitas de LEDs de 4,8W/m a 3000K

nadas pela Acenda Projeto de Iluminação

foram utilizadas em pontos estratégicos:

– foram inspiradas em equipamentos de

nas prateleiras do bar, para destacar o

iluminação geralmente usados em praças

colorido das garrafas; debaixo do balcão

públicas, a fim de trazer aconchego e

do bar; no requadro para o cardápio, logo

destaque às mesas principais. Durante

na entrada; e para criar um pano de fundo

a noite, as copas das árvores existentes

para o paisagismo da fachada secundária.

também podem ser vistas pelos clientes,

Sobre o balcão do bar, optou-se por um

através da claraboia, graças ao posicio-

pendente com dicroicas de 50W/36º, para

namento dos projetores na cobertura,

iluminação direta, e fluorescentes T5, de

reforçando a atmosfera de estar ao ar livre.

28W a 3000K, para iluminação indireta.

Pendentes “bola” – desenvolvidos

Uma sanca invertida com fluorescen-

A varanda, ao lado da entrada, abre-

e produzidos em ferro e bola de vidro

se completamente apropriando-se da ve-

especial, com exclusividade, pelas lighting

getação e expondo o salão para a estreita

designers – equipados com lâmpadas ha-

e pouco movimentada Rua Jusseapê. As

lopin fosca de 60W, criam uma textura de

árvores presentes neste pequeno espaço

luz à parede revestida de material acústi-

foram realçadas por embutidos de piso

co. “A trama metálica do círculo externo da

com grelha ofuscante equipados com

luminária é projetada na parede de fundo,

PAR 38 de 90W.

L U M E ARQUITETURA

Ficha técnica Projeto luminotécnico: Luciana Costantin, Paula Carnelós e Letycia Moura (colaboradora) / Acenda Projeto de Iluminação Projeto arquitetônico: Carol Kaphan Zullo, Omar Mohamad Dalank e Victor Oliveira Castro / Mínima Arquitetura e Urbanismo e ODVO Arquitetura e Urbanismo Design de superfícies: Estúdio Plana Pintura do painel: Marcus Dan Paisagismo: Mera Arquitetura Paisagística Luminárias técnicas: Lumini e Omega Luminárias decorativas: Acenda Projeto de Iluminação Fitas de LED: Sign Complex


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ponto de vista

Softwares de iluminação Por Luis Lancelle

Uso e benefícios para o lighting design

O Lighting Designer deve ser mais designer que técnico?

Assim a iluminação navega há anos, entre esses dois ex-

Num bom projeto de iluminação devemos usar mais criatividade

tremos, ainda que o certo seja que nem um nem outro é dono

que cálculo? A iluminação tem que ser concebida segundo um

absoluto da verdade e que realmente ambos têm razão. Então,

processo criativo e artístico, ou aplicando conceitos meramente

sob essa ótica, vamos verificar como se insere corretamente o uso

técnicos e de segurança? Quem não conhece essas duas pos-

dos softwares de iluminação amplamente defendidos pelos lumi-

turas?

notécnicos e, na maioria das vezes, ignorados pelos designers.

Os “criativos” confiam tão somente em sua capacidade

intuitiva e empírica de criar beleza, porém, do outro lado, os

De Libbe Smit até agora

“luminotécnicos” acreditam piamente que a questão é de mera

44

aplicação de modelos de simulação e cálculo, inicialmente

manuais e agora computacionais.

cabeceira “Iluminação” de Libbe Smit (Biblioteca Técnica, Philips,

L U M E ARQUITETURA

Todo profissional de iluminação deveria ter como livro de


1964). Não porque agregue algo novo ao que já se

quer algoritmo aritmético e, lógico, que mimetize um

sabe, mas por prestar devida homenagem a quem foi

fenômeno físico), têm se mostrado úteis no subsídio a

o grande pioneiro da iluminação no Brasil. Bons tem-

projetos de iluminação.

pos aqueles em que a iluminação era feita de “tenta-

tivas e erros”; em que o consumo de energia não era

ideia de que todos os sistemas e processos podem

um limitador; em que não interessava tanto a sensibili-

ser objeto de simulação matemática. Tal ideia surge

dade do observador e sim que o objeto estivesse bem

com o aparecimento dos grandes computadores –

e belamente iluminado...

capazes de resolver enormes e complexos sistemas

de equações e cálculos – e vigora até hoje, em que

Mas as coisas mudaram. A sustentabilidade nos

Historicamente, a partir dos anos 50, prospera a

permitiu redescobrir a luz natural; a eficiência energé-

praticamente todos os microcomputadores permitem

tica nos forçou a usar fontes de luz não tão estéticas

rodar esses softwares de simulação.

quanto as que gostaríamos, porém as mais eficientes

(as lâmpadas de sódio primeiramente, as econômicas

de que a iluminação é uma arte e que “uma boa ilumi-

fluorescentes depois, e ultimamente os LEDs), e para

nação levanta um projeto medíocre e uma iluminação

completar ainda mais o quadro de nossos complica-

ruim acaba com o melhor projeto”, parafraseando o

dores já não iluminamos com foco nos objetos, ilumi-

arquiteto Niemeyer, parece-nos praticamente impos-

namos com foco no observador, ou seja, migramos de

sível lidar com as restrições mencionadas sem fazer

iluminâncias (a luz no objeto) para luminâncias (a luz

uso de algum desses softwares. Então isto significa

no olho do observador).

que os “luminotécnicos” têm razão? E que um bom

projeto de iluminação pode ser concebido por obra e

Ainda mais agora, já que desde março deste ano,

Dessa forma, ainda que tenhamos a ideia correta

em edifícios habitacionais de até cinco andares (inicial-

graça de uma máquina? Ainda bem que não é bem

mente), teremos que seguir a nova norma ABNT 15575,

assim.

que define parâmetros de desempenho lumínico, além de outros (acústico, térmico, tátil, antropodinâmico, etc.),

O processo de projeto de iluminação

e tornará nossa construção civil mais eficiente, sustentável e voltada para as necessidades dos seus usuários

(até que enfim!). Por mais brilhante e intuitivo que nosso

funções que um lighting designer, neste artigo deno-

Consideremos agora a sequência de tarefas e

profissional da iluminação seja, seria impossível proces-

minado LD, tem que realizar quando lhe é encomen-

sar mentalmente todas as restrições de contorno que

dado um projeto. A primeira coisa a ser feita junto

um projeto de iluminação, “comme il faut”, deveria ter.

ao cliente é um levantamento de dados (LV) através do qual poderá ser definido o programa de neces-

Razões para o uso de softwares de iluminação

sidades (PN). Dessa forma, serão definidos dados como: objetivos do projeto (definidos pelo cliente,

Nos últimos anos, os softwares de iluminação, ou

ainda que, às vezes, induzidos pelo LD); público ao

mais corretamente os softwares de simulação lumino-

qual está destinada essa iluminação (faixa etária,

técnica (entendendo simulação como relativo a qual-

padrões culturais, etc.); tarefas visuais predominantes L U M E A R Q U I T E T U R A 45


46

(em planos horizontais, verticais, inclinados, estáticas,

to, definindo variáveis do tipo: fornecedores de mate-

dinâmicas, demandantes de alta, média, baixa acuida-

riais de instalação, de equipamentos complementares,

de visual, etc.); geometria do espaço arquitetônico ou

de luminárias, de lâmpadas e de sistemas de controle,

cena (urbana, paisagística, teatral, etc.), componentes,

que poderão alterar os resultados da simulação. Nesta

objetos e materiais contidos nesse espaço e aspectos

formalização serão afinadas também algumas variá-

de segurança que essa iluminação tem que garantir.

veis de distribuição, orientação e detalhamento dos

recursos previstos. Feitas estas alterações se submete

Além disso, deve conhecer também (e levantar,

caso desconheça) todas as condições de contorno

novamente ao software de simulação (no qual agrego

que a legislação e as normas impõem (esta atividade

tão somente os dados que foram alterados nessa for-

é cada dia mais importante). Com essas informações

malização / afinação, pois todos os demais já tinham

e sua capacidade criativa, o LD definirá de forma em-

sido introduzidos na validação anterior).

pírica um estudo preliminar (EP) através do qual serão

definidas as primeiras decisões de projeto, dentre elas

zam-se adicionalmente outros recursos do software,

o tipo de iluminação (natural / artificial) que se prevê

que são os que permitem obter visualizações estáticas

possa ser usado (se o espaço ainda não tiver sido

ou dinâmicas do espaço iluminado naturalmente ao

construído, as liberdades do LD serão maiores). Isto

longo do dia ou do ano (a luz natural varia permanen-

implica definir as possíveis intervenções que podem

temente) ou, ainda, com as várias cenas diferentes que

ser realizadas nas aberturas que permitirão introduzir

se tenham projetado usando luz artificial. Estas visua-

a luz natural, e os tipos de luminárias e lâmpadas que

lizações, cada vez mais precisas e mais fotorrealistas,

serão utilizadas como fontes de luz artificial.

denominam-se genericamente de “renderizações”

estáticas ou dinâmicas (“render” em inglês significa

Uma vez definida também a distribuição de ambas

Realiza-se um novo cálculo, mas desta vez utili-

as fontes (naturais e artificiais) no ambiente, deve-se

tornar, transformar). Ou seja, através de centenas

então validar se as previsões feitas no programa de

de cálculos vamos tornando visíveis e contínuas as

necessidades satisfazem as soluções definidas no

superfícies iluminadas que o cálculo luminotécnico

estudo preliminar.

tinha definido apenas em alguns pontos. Mas por que

fazemos estas renderizações se, simplesmente, com

Se o projeto for muito simples, poderá ser feita a

validação através de tabelas ou cálculos manuais ou

resultados numéricos ou apenas de curvas isométricas

ainda computacionais, porém mais simples e menos

as necessidades do LD já estão satisfeitas? É que o

preciso (baseados nos métodos de cálculo simplifica-

resultado desta formalização, cujo produto se chama

dos). Porém, se o projeto é complexo ou, ainda, se as

anteprojeto (AP), tem que ser submetido à apreciação

condições de contorno são muitas e muito restritivas,

do cliente que, via de regra, não é um especialista e

não há outra alternativa a não ser usar um dos softwa-

precisa visualizar o melhor possível os resultados da

res de simulação luminotécnica mais preciso. O pro-

iluminação proposta.

cesso desta validação é iterativo, isto é, se os dados

fornecidos pelo software não atendem as expectativas

cliente devemos preparar o projeto para que possa ser

necessárias, é preciso fazer sucessivas alterações até

usado por diferentes setores que participarão, a partir

que se chegue a um resultado satisfatório.

desse momento, de sua execução ou de outras ativida-

des sequenciais. Essa fase final do processo de proje-

Já validado o EP se deve então formalizar o projeL U M E ARQUITETURA

Finalmente, uma vez aprovado o anteprojeto pelo



to se denomina de Projeto Executivo (PE). Nessa etapa

serão introduzidas as modificações que por ventura o

forma precedente ou decorrente do processo de

cliente solicitar; serão feitos os detalhamentos finais

projeto de iluminação. No caso de edifícios novos,

mas, fundamentalmente, nesta etapa são realizadas

um tipo de software simples e bastante usado é o de

todas as documentações necessárias para fornecer as

iluminação natural (TropLux, Daysim/Radiance, Apolux,

informações pertinentes a todos os interessados (que

etc.) que através de cálculos com luz solar define al-

podem ser muitos).

guns dados do partido arquitetônico como orientação

do prédio, aberturas, elementos de condicionamento

Dentre os relatórios que se tem necessidade de

Outros softwares afins podem ser utilizados em

elaborar, podemos mencionar o do empreendedor

solar, etc.

(“dossiê” da construtora, incorporadora, corporação,

etc.), do financeiro, do comprador de material e equi-

o de avaliação termoenergética de edifícios (������� Energy-

pamentos, do instalador, da área comercial ou de ���� mar-

plus, Energy-10, Doe-2, etc.) que valida o consumo

keting��������������������������������������������� (que poderá utilizar como material de promo-

de energia do projeto luminotécnico junto com os de

ção), do destinado a formar parte do projeto legal (PL)

outros demandantes de energia, como é o relativo ao

do empreendimento (se se tratar de um edifício novo),

condicionamento higrotérmico.

Outro tipo de software cada vez mais utilizado é

e de inúmeros outros que dependem das características do projeto. Nessa relação de diferentes tipos de

A escolha do software de iluminação

relatórios necessários, podemos identificar essencialmente dois tipos: aqueles que se caracterizam como

pertencentes ao projeto produto (tipo, distribuição,

nação: dos muito simples aos bastante complexos,

Existem algumas dezenas de softwares de ilumi-

controle dos equipamentos) e aqueles caracteriza-

dos fáceis de usar aos muito complicados, gratuitos ou

dos como projeto processo (detalhes e instruções de

pagos, e várias outras tipologias que fazem bastante

instalação, cronograma físico e financeiro, etc.); é que

difícil a decisão de qual escolher.

o trabalho de documentar um projeto médio normal-

mente é enorme, e homérico se se tratar de um projeto

veremos, em primeira instância, as principais carac-

de grandes dimensões. Dessa forma, pode ser que o

terísticas desses softwares, que estão constituídos

trabalho de documentação seja maior que o do projeto

essencialmente por duas partes: uma que permite a

em si. Afortunadamente todos os bons softwares de

“modelagem” do ambiente em que desejamos realizar

projetos de iluminação têm um gerador de relatórios

o cálculo, incluindo sua geometria e a possibilidade

que satisfaz, se não todos, a maioria dos documentos

de introduzir móveis, objetos, equipamentos, cores,

necessários. Visualizamos a seguir, o processo de pro-

materiais, texturas, etc., e a outra, que possui essen-

jeto e os pontos em que aparece o uso de softwares

cialmente a máquina de cálculo luminotécnico que, em

de iluminação.

base aos dados fotométricos das fontes que estamos

Para poder entender os critérios de decisão

usando (naturais ou artificiais) e das propriedades de reflexão, absorção ou transmissão da luz em cada um dos elementos que colocamos no ambiente, vão permitir obter principalmente os dados de iluminâncias ou de luminâncias em cada um dos planos, pontos e direções previamente especificados.

A primeira funciona essencialmente através de

um software CAD, que pode ser genérico ou de um parceiro (por exemplo, AUTOCAD) que entregará os resultados da “modelagem” à máquina de cálculo, âmago de todo software de iluminação. Sendo assim, a precisão da máquina de cálculo é a primeira característica que devemos levar em consideração. Elas nada mais são que o processamento digital dos métodos de cálculo conhecidos, lembrando que há um grupo deles (método dos lumens, das eficiências e das cavidades

48

L U M E ARQUITETURA


Os detalhes quadriculados, estampados no corpo da luminária, são cobertos com acrilico colorido, nas opções azul, vermelho, laranja, verde, leitoso e transparente.

ILUMINAÇÃO EFICIENTE E DESIGN DIFERENCIADO A linha LDDR/LSDR atende a necessidade cada vez maior de humanização dos espaços comercias. São luminárias que se incorporam à sofisticação e beleza

LSDR 2 x 28W Luminária de sobrepor

arquitetônica dos ambientes. A Lumiluz desenvolveu um visual limpo e sofisticado, em que se destacam o difusor em acrílico fosco e os detalhes coloridos ou brancos ao longo da luminária.

LDDR 2 x 28W Luminária de embutir

O nível de iluminação é ideal para espaços comerciais e as lâmpadas fluorescentes T5 proporcionam baixo custo e economia de energia.

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zonais) que são simplificados e pouco precisos e,

cores, texturas e materiais) devem ser inseridos no tra-

um em particular, o método ponto a ponto que pode

balho os dados relativos à luz natural e à luz artificial.

ser tão preciso e tão complexo quanto maior seja a

quantidade de pontos especificados ou as iterações

azimute solar, que são função da hora do dia, da data

realizadas. E é deste último método que consideramos

do ano, e da latitude e longitude geográfica onde se

se devem escolher os softwares a serem levados em

encontra o edifício em questão, além do tipo de céu

cogitação na escolha.

no momento do cálculo (limpo, parcialmente coberto e

coberto).

O segundo critério importante nesta escolha é

No caso de luz natural deve definir a altura e o

a facilidade ou não que temos em sua utilização,

denominada genericamente de “user friendly”. De

relativos à curva espacial de distribuição de intensi-

nada adianta ter um software extremamente complexo

dades luminosas e o valor do fluxo do par luminária

e preciso se eu demoro meses para fazer uma simples

/ lâmpada escolhido. Esses dados são fornecidos

simulação. O software utilizado tem que ser condizente

pelos fabricantes através de arquivos digitais denomi-

com o exercício profissional, e eu não posso repassar

nados normalmente de arquivos IESNA, ou arquivos

ao cliente um custo exorbitante em função de meu sof-

EULUMDAT, ou arquivos CIE, que assumem o nome

tware não ser “amigável”. Vários softwares possuem

da entidade normativa que tenha definido o formato

ferramentas como “wizards”, “shortcuts”, “dinamic

do arquivo (PFF – photometric file format). No Brasil

helps”, etc que permitem seu uso fácil e rápido.

deveriam ser usados os padrões CIE (�������������� commission in-

ternationale de l´eclairage), pois é a essa entidade que

O terceiro critério diz respeito às características

Para a luz artificial devemos introduzir os dados

das aplicações que esse software é capaz de simular:

aderimos. Porém, o mais utilizado é o padrão norte-

iluminação arquitetônica, de interiores e exteriores, e

americano IESNA. Além dessas informações, de cada

com uso de luz natural, artificial, ou ambas.

par luminária / lâmpada escolhido, devemos introduzir

Finalmente, existe uma decisão do próprio profissional

também suas quantidades, suas distribuições e suas

que diz respeito a sua disposição de investir num sof-

caraterísticas de instalação na geometria do ambiente

tware ou não, lembrando que dispomos de excelentes

previamente definida.

softwares que atendem aos três critérios citados, tanto

pagos quanto gratuitos, ainda que os pagos possuam,

penderão de qual seja o momento em que estamos

logicamente, melhores serviços de apoio personaliza-

realizando os cálculos daqueles três identificados no

do ao usuário, o que os gratuitos não possuem.

processo de projeto de iluminação. Se estamos no

primeiro deles, ou seja, quando o LD deseja validar o

Para mais informações dos possíveis softwares

Em termos dos dados de saída (outputs) de-

que podem ser utilizados, visite http://www.lumearqui-

estudo preliminar (EP), se demanda do software (ou

tetura.com.br/softwares.html.

seja se especificam nele) saídas essencialmente de tipo técnicas que permitirão ao LD realizar essa valida-

Inputs e Outputs

ção quantitativa, qualitativa, e distributivamente.

50

Além dos dados constantes do programa de

Essas saídas podem ser de muitos tipos diferen-

tes como, por exemplo, dados numéricos de iluminân-

necessidades (objetivos do projeto, tarefa visual e

cias ou luminâncias, normalmente dispostos ou em

população alvo, geometria do espaço, objetos mobília,

tabelas (de difícil interpretação), ou em grades locali-

L U M E ARQUITETURA



zadas em planos reais ou virtuais que tornam sua

des de um determinado interessado. Por exemplo,

leitura mais fácil. Dentro desse momento de cálcu-

para o instalador entregarei a relação de lâmpadas

lo podemos especificar também saídas em forma

/ luminárias, suas quantidades, suas distribuições,

de curvas isométricas (isocandelas, isolux, isonits,

seus locais e detalhes de instalação, a potência

etc.), de curvas parametrizadas de Luminâncias

dissipada individual e por grupo, os circuitos e se-

(longamente utilizadas na Europa), ou ainda, em

tores em que possa ter dividido seu agrupamento,

forma de índices, coeficientes ou fatores (RVP, VCP,

e o detalhamento dos controles previstos. Ao longo

UGR, etc.).

deste artigo estão ilustradas algumas das saídas

que podemos obter desses softwares.

No segundo momento, as saídas são prefe-

rencialmente visuais e podem ser exibidas diretamente na tela do computador, impressas, ou gra-

O melhor assistente de vendas

vadas para posterior exibição ou projeção. Existem essencialmente dois tipos de visualizações: as

relativas a imagens estáticas e as relativas a

wares de iluminação é significativa em termos de

Sem dúvida, a importância do uso dos ����� soft-

imagens dinâmicas. Dentre as estáticas podemos

validação do projeto e da grande facilidade de emi-

citar as de linhas de contorno (contour lines),

tir relatórios tão diversos que praticamente exau-

contour plots, colour lines ou superimposed plots

rem a total necessidade deles. Porém, seu enorme

para análise de ofuscamento. Existem ainda as

valor agregado está na facilidade em que auxilia na

imagens com tons de cinza ou com cores falsas

comunicação com o cliente, normalmente leigo.

(false colours) para maior visualização de algumas

variáveis, normalmente apresentadas em forma-

comunicação e a empatia necessárias como para

to olho de peixe (fisheye) que permite um maior

realizar a “venda” de seus serviços e a apresenta-

ângulo de visão. Finalmente temos vários tipos

ção do projeto encomendado. Sendo assim, o uso

de imagens dinâmicas como o lighting animation,

dos softwares de iluminação significa um enorme

alterando dinamicamente alguns parâmetros do

auxílio ao LD e, dessa forma, torna-se extrema-

projeto, e as de câmera animation que fundamen-

mente útil dispor de um bom arquivo visual dos

talmente são duas: o walk trough, onde previa-

trabalhos já realizados (essencialmente vídeos)

mente se define um roteiro que é posteriormente

para apresentar a potenciais clientes ou para dis-

percorrido dinamicamente, e o dynamic rotation,

ponibilizar na internet.

Um bom LD poderá não ter a facilidade de

onde se anima uma câmara virtual que realizará uma rotação de 360º visualizando assim todas as

Conclusões

direções possíveis enxergáveis desde um ponto.

Nas imagens dinâmicas se usam também os

Este artigo pretende fundamentalmente

filmes digitais, como definidos pela Apple sob o

apresentar, ainda que frugalmente, os princípios

nome genérico de QTVR (quick time virtual reality)

básicos que norteiam o uso dos softwares de

para o Quick Time, e que podem ser divididos em

iluminação, sua justificativa e as respostas básicas

três grupos: filmes panorâmicos, filmes de objetos

de quando? como? e por quê? Entretanto, há muito

e cenas.

mais a falar em cada um dos temas apresentados.

Dessa forma, em futuros artigos, apresentaremos,

Finalmente, no último momento, temos essen-

cialmente as saídas de relatórios que, tendo várias

de forma isolada ou em conjunto, informações

possibilidades de configuração, são definidos

adicionais e necessárias para o bom entendimento

agrupamentos deles para atender as necessida-

do tema.

Luis Lancelle é engenheiro formado pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e pela USP. Mestre em Engenharia de Sistemas (UBA). É professor, coordenador e orientador de cursos de pós-graduação na área de Arquitetura e Engenharia. É consultor, designer de iluminação e especialista em software de iluminação.

52

L U M E ARQUITETURA





perfil escritórios

Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação

O escritório Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação nasceu em 1999, após sua titular, a arquiteta Rosane

Haron, ter trabalhado durante 10 anos como gerente de projetos da Lumini ao lado da arquiteta Esther Stiller, pioneira da profissão no país e então diretora da empresa. Este período de rica vivência profissional permitiu à Rosane não só aprofundar-se nos aspectos técnicos da profissão, ou seja, na prática dos projetos centrados na arte e na ciência, como também conhecer o mercado mais de perto.

A contratação de projetos de iluminação vem crescendo nos últimos anos e a Espaço Luz tem acompanhado este crescimento em

busca de constante aperfeiçoamento profissional. Realiza de 40 a 50 projetos e consultorias por ano, todos dedicados exclusivamente ao lighting design.

Principais áreas de atuação Arquitetura, paisagismo e espaços públicos. Os projetos de iluminação desenvolvidos pelo escritório têm sempre o propósi-

Especialidades Desenvolve projetos de iluminação corporativa, comercial, residencial e de edifícios do patrimônio histórico.

to de valorizar os espaços arquitetônicos a ele propostos.

Principais projetos executados

Centro Cultural Banco do Brasil; Centro Administrativo do Banco

Itaú; Sede da Serasa; Club Athletico Paulistano; Jockey Clube Paulistano; Restaurante Figueira Rubayat; Instituto Criar de TV e Cinema e Ponto Frio Megastore, todos na capital paulista (SP). Centro Cultural Araras, em Araras (SP) e SESC São José dos Campos, em São José dos Campos (SP). Projetos recentes

Votorantim Siderurgia; OHL Brasil; Neumann Advogados Associados;

Koury Lopes Advogados e Centro Comercial Veleiros, todos na cidade de São Paulo (SP). Alojamento para Músicos do Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão (SP) e Centro Cultural Colégio São Luiz, em Bragança Paulista (SP). Projetos em execução

SESC 24 de Maio, Agências Itaú Personnalité e Bistrô Charlô, na capital

paulista, e diversas residências em São Paulo (SP), Campos do Jordão (SP)

56

L U M E ARQUITETURA

1

Nelson Kon

e em Porto de Pedras (AL).


Profissionais que compõem o escritório Além da arquiteta titular Rosane Haron, o escritório conta com a parceria, em alguns projetos, do arquiteto Altimar Cypriano e da colaboração de uma equipe formada pelos estagiários Giovanni Grigio, Daniela Nogueira, Ana Cristina Garcia Bernardo e pela assistente administrativa Marcella Higuti. Prêmios recebidos O escritório não costuma participar de premiações. Excepcionalmente, participou em 2009 do IV Prêmio Abilux de Projetos de Iluminação, tendo sido agraciado com o 2º lugar na categoria Corporações. Entidades de classe que participa A arquiteta Rosane Haron é membro profissional da AsBAI (Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação).

Titular: Rosane Haron

É representante de alguma empresa do ramo? Qual? Não.

Data de início das atividades: 1999

Possui loja de produtos para iluminação? Qual? Não.

Endereço: Rua Manoel da Nóbrega, 595, conj.44 Paraíso - São Paulo (SP) Telefone: (11) 3887-5522

Profissionais considerados muito bons no Brasil e no exterior No Brasil, destaca Esther Stiller, Gilberto Franco, Monica Lobo, Peter Gasper, entre outros. No exterior, aponta Jonathan Speirs (Reino Unido), Fisher Marantz Stone (EUA), Bartenbach Lichtlabor

Site: Não possui

(Áustria) e Licht Kunst Licht (Alemanha).

1

Sede da Serasa, em São Paulo.

2

Centro Cultural Araras, em Araras.

3

Centro Administrativo do Banco Itaú, em São Paulo.

2

Luiz Fernando Macian

Rubens Campo e Algeo Cairolli

3

L U M E A R Q U I T E T U R A 57


Média de projetos executados em um ano O escritório realiza de 40 a 50 projetos e consultorias por ano. Ser lighting designer É trabalhar com uma matéria prima extremamente nobre: a luz. A arquitetura, assim como as artes visuais, depende dela. Luz é percepção do espaço, é emoção, é cor, é vida no sentido mais abrangente da palavra. É preciso dizer algo mais? O futuro do lighting design Cada vez maior é o comprometimento do projeto com as questões ambiental e energética sem negligenciar, porém, a técnica, o conforto visual e a estética. A iluminação como uma combinação

Equipe do Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação.

da arte e ciência inserida no processo do projeto de arquitetura.

Tenho sempre em mente nas soluções dos nossos projetos

as palavras de Le Corbusier: “A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz.”

O escritório Espaço Luz Projetos e Consultoria em Iluminação foi capa da edição nº 35 da Lume Arquitetura, com o projeto de iluminação do Centro Cultural Araras, em Araras (SP). Ainda teve mais cinco cases publicados na revista: na edição nº 12, com o case da Loja Roberto Cavalli; na edição nº 19, com a iluminação do Instituto Criar de TV e Cinema; na edição nº 42, com o trabalho realizado no Centro Administrativo do Banco Itaú; na edição nº 47, com o projeto premiado do escritório Koury Lopes Advogados, e na edição nº 53, com a iluminação do escritório Neumann Advogados Associados, todos na capital paulista. O escritório também teve destaque na edição nº 1 da LA_PRO, com um descritivo do trabalho realizado na Sede da Serasa, em São Paulo (SP). Rosane Haron foi a lighting designer convidada para a seção Holofote da edição nº 40 da Lume Arquitetura. case

holofote O

ESTILISTA ITALIANO

R OBERTO C AVALLI

inaugurou, neste ano, sua filial de São Paulo localizada à Rua Bela Cintra, nos Jardins. O projeto

Produto de grife Da Redação Fotos de Luis Fernando Macian

de iluminação ficou a cargo dos arquitetos Rosane Haron e Altimar Cypriano. Tratando-se de uma loja de grife internacional, com uma arquitetura que

Sua primeira formação é como publici-

procura reforçar a imagem Roberto Cavalli, era

Iluminação com glamour

cimento profissional.

de lighting designer?

intenções do projeto de interiores, suas formas, texturas e cores. Assim, o projeto de iluminação, como salienta a arquiteta Rosane Haron, da Espaço Luz, propôs uma solução que associa, com nuances, luz difusa e luz pontual, objetivando criar um ambiente vibrante, atraente e convidativo,

Minha formação inicial foi em Publicida-

Qual a etapa mais importante de um

de e Propaganda pela FAAP, mas, em

projeto luminotécnico? Por quê?

seguida, percebi que meu grande inte-

Para o bom desenvolvimento de um

resse era por arquitetura. Cursei, então,

projeto de iluminação é necessário, antes

a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

de mais nada, a correta interpretação da arquitetura pretendida. A compreensão

da Universidade Mackenzie e foi como

enfatizando a sofisticação da boutique.

geral de suas propostas e intenções; de

arquiteta que tive “olhos” para o lighting

O projeto de arquitetura e interiores veio

seus cheios e vazios; de suas cores e

design. A leitura da arquitetura através

diretamente da Itália, com sugestão de especifica-

acabamentos; de sua escala em relação

da percepção de seus contornos e das

ção de luminárias e lâmpadas, tendo sido “nacio-

ao usuário final e, em alguns casos, sua

sutilezas de seus volumes que só se

nalizado” pela Espaço Luz.

para o embutimento de luminárias do tipo down

Iluminação Geral

proporcionando, assim, um desejável clarea-

light para lâmpadas PAR 20, de 50W / 30°, mento nas superfícies verticais da loja. Para a iluminação geral foram criados nichos verticais nas alvenarias, bem como

um percurso de um desejável amadure-

tária... O que a levou a seguir a carreira

fundamental, antes de mais nada, compreender as

Destaque

Iluminação geral: nichos verticais nas alvenarias, sancas com fluorescentes e recuos no forro, com embutidos do tipo down light.

relação com o entorno urbano.

descortinam com a incisão da luz, seja ela natural ou artificial.

Há 20 anos na área de iluminação, lighting designer credita sucesso à vivência no ramo

Quanto da formação de publicitária você consegue utilizar na sua atual atividade? A publicidade, assim como a arquitetura

sancas no forro de gesso, onde foram instala-

e o lighting design, está presente na vida

Para a iluminação de destaque foram utiliza-

das lâmpadas fluorescentes, com temperatura

Como membro profissional da Asbai, você exerce alguma função na entidade? Sou membro profissional da Asbai desde 2003. Fui diretora administrativa suplente no biênio 2006-2007. Atualmente, faço parte do conselho fiscal da associação.

cotidiana das pessoas de maneira per-

de cor de 3000K. Foram também projetados

das luminárias de fachos assimétricos para

recuos no forro de gesso junto às paredes,

lâmpadas halógenas do tipo AR111, de 50W / 24°,

ceptível ou dissimulada. São atividades

Entrevista concedida a Rodrigo Casarin

assimétricos para lâmpadas halógenas do tipo AR111, direcionadas para as araras e prateleiras.

me formei fui convidada a trabalhar no

conforto e introspecção ou, por outro

escritório dos arquitetos Affonso Risi e

Nos últimos dez anos, como titular da Es-

Leo Tomchinsky, onde fiquei por mais

paço Luz, destaco os seguintes projetos,

ou monumentalismo são leituras apre-

quatro anos. Em 1989 fui convidada pela

alguns desenvolvidos com a colaboração

sentadas pelo arquiteto de iluminação,

arquiteta Esther Stiller, então diretora da

do arquiteto Altimar Cypriano: Centro

enfatizando ou adequando, quando for

Lumini, para ocupar o cargo de gerente

Cultural Banco do Brasil; sede adminis-

de projetos da empresa, e trabalhei ao

trativa da Serasa e do Grupo Votorantim;

lado dela por quase dez anos. Após esse

SESC 24 de Maio; sede social do Clube

Que tipo de formação e de informa-

período, de rica vivência profissional, abri

Athletico Paulistano; Laboratórios Fleury;

ção buscou para se especializar em

a Espaço Luz em 1999.

centro administrativo e agências Person-

A minha formação e experiência como

Qual o momento ideal para um pro-

Ponto Frio; restaurantes Rubayat; Instituto

arquiteta foram fundamentais para o

fissional ter o seu próprio escritório?

Criar de Cinema e Televisão; lojas Casa

lighting design?

94

obras destacaria?

lado, a percepção de grandiosidade

o caso, à obra arquitetônica. Iluminação de destaque: luminárias de fachos

Ao longo de seus vinte anos de trabalho profissional em iluminação, quais

que exercem sobre nós uma ação psicológica. Sensações como acolhimento,

nalité do Banco Itaú; Bistrô Charlô; lojas

meu desenvolvimento em relação à

Para se ter o próprio escritório é preciso

do Artista; OHL Brasil e aposentos para

especialização como lighting designer.

vivência na profissão. É importante ter

o Papa Bento XVI no Mosteiro de São

Ainda como estagiária, trabalhei por

“escola”. Não me refiro aos bancos

Bento; todos esses na cidade de São

quatro anos com o arquiteto Roberto

universitários, mas compartilhar experiên-

Paulo – e o Centro Cultural de Araras, em

Loeb no desenvolvimento de projetos

cias com profissionais que já trilham um

Araras (SP), [capa da edição 35 da Lume

de arquitetura e de interiores e logo que

caminho na área que se deseja atuar. É

Arquitetura].

L U M E ARQUITETURA

40 L U M E A R Q U I T E T U R A

L U M E A R Q U I T E T U R A 41

case

case

Escritório de Advocacia

O INSTITUTO CRIAR

DE

TV

E

CINEMA

é uma organização não-governamental que tem por objetivo capacitar jovens de baixa renda, através de cursos técnicos, em profissões ligadas ao cinema e à televisão. São profissionais de

Instituto Criar de TV e Cinema

edição, câmera, maquiagem e cabelo, roteiro, cenografia, iluminação, áudio, figurino, computação gráfica e produção. Idealizada pelo apresentador de televisão Luciano Huck, o Instituto Criar teve sua sede inaugurada no final de 2004 e

Da Redação Fotos de Luiz Fernando Macian

Projeto de iluminação com soluções contemporâneas

Boas soluções a baixo custo

ocupa um galpão industrial com 3000m2 de área no bairro da Barra Funda, em São Paulo. O

O projeto luminotécnico ofereceu soluções que garantissem conforto visual, bem como o perfeito entendimento do espaço arquitetônico.

projeto de arquitetura, assim como os demais, tiveram como grande desafio e premissa básica aliar boas soluções a um baixo custo. A arquiteta Rosane Haron - titular do escritório Espaço Luz -, com a colaboração do arquiteto Altimar Cypriano, foi a responsável pelo desenvolvimento do projeto de iluminação e procurou soluções que garantissem conforto visual aos usuários, bem como o perfeito entendimento do espaço

O Instituto Criar de TV e Cinema é uma organização não-governamental que tem por objetivo capacitar jovens de baixa renda, através de cursos técnicos, em profissões ligadas ao cinema e à televisão.

arquitetônico.

Por: Erlei Gobi Fotos: Nelson Kon e Luiz Fernando Macian

A edificação do início do século XX teve os revestimentos de suas paredes removidos, deixando os tijolos originais aparentes, reforçando, assim, o conceito industrial da construção. Dentro do galpão foram erguidos dois blocos de salas de aulas separados pela circulação central. Construídos com blocos de concreto, contam com caixilharia em toda a sua extensão,

Com projeto de arquitetura e interiores desenvolvido

por Pileggi Arquitetura, o escritório Koury Lopes Advogados (KLA), situado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, possui 1800 metros quadrados divididos em dois pavimentos e integrados internamente por uma escada metálica localizada no centro do andar. Concluído no final de 2009, o projeto de iluminação teve como principal enfoque uma proposta menos austera e formal que as A edificação do início do século XX teve os revestimentos de suas paredes removidos, deixando os tijolos originais aparentes.

soluções clássicas desenvolvidas para escritórios de advocacia. A tarefa ficou a cargo da lighting designer Rosane Haron, titular da Espaço Luz. “Este tipo de ambiente, de um modo geral, é mais sério, com Mesa da sala de reuniões menor iluminada por pendente com fluorescentes tubulares T5 de 28W e temperatura de cor de 3000K.

soluções mais convencionais, mas como toda regra tem sua exceção, no caso da KLA, o projeto de iluminação acompanhou

Na circulação interna, bandejas de iluminação indireta para lâmpadas de vapor metálico fixadas nas tesouras de madeira que estruturam a cobertura.

a linguagem mais arrojada e contemporânea do projeto de interiores”, explicou Rosane. Destacam-se no projeto o preto e o branco, com introdução do vermelho nas alvenarias da escada, recepção e sala de espera,

L U M E ARQUITETURA

L U M E A R Q U I T E T U R A 59

58

L U M E ARQUITETURA

82 L U M E A R Q U I T E T U R A

e o azul proveniente de um piso de esferas de vidro sob a escada. 58

L U M E A R Q U I T E T U R A 83


TECNOLOGIA A SERVIÇO DA ILUMINAÇÃO

patrocinadora porsche cUp

www.stillux.com | (11) 4615.4340


Messe Frankfurt Exhibition/Pietro Sutera

evento internacional

Light+Building 2012 Edição bate recorde de público e mostra a evolução dos LEDs

Por Erlei Gobi

Mais uma vez, a Light+Building, maior e mais importante

eles, lighting designers e arquitetos conhecidos como Peter

feira de iluminação do planeta, foi um sucesso, batendo recordes

Gasper, Rodrigo Cruz, Gilberto Franco, Antonio Carlos Mingrone,

de expositores e de público. A edição 2012, que aconteceu entre

Neide Senzi, Esther Stiller, Plinio Godoy, Paulo Candura, Helio

15 e 20 de abril, em Frankfurt, contou com 196 mil visitantes – 7%

Bottamedi, Luciana Costantin, Paula Carnelós, Rafael Leão,

a mais que em 2010 – e 2.352 fabricantes – crescimento de 8%

Cláudia Borges Shimabukuro, Letícia Mariotto, Daniel Feldman,

na comparação com a última edição. “Os resultados superaram

Julio Takano, entre outros. Duas empresas brasileiras – Lumini

as expectativas do setor e demonstraram o aumento da demanda

e Blumenox – exibiram suas peças durante esta edição, sendo

mundial por serviços e produtos de iluminação ecologicamente

que a última iniciou sua representação na Alemanha.

corretos”, afirmou Wolfgang Marzin, presidente e CEO da Messe Frankfurt.

60

Impressões

O Brasil também teve presença marcante durante a

Light+Building 2012. Aproximadamente 600 brasileiros visitaram

a feira – crescimento de 40% na comparação com 2010 – entre

nichos específicos, como luminárias e lâmpadas técnicas, ilumi-

L U M E ARQUITETURA

Os 15 pavilhões destinados à iluminação foram divididos em


Messe Frankfurt Exhibition/Jens Liebchen

Messe Frankfurt Exhibition/Pietro Sutera

nação pública, iluminação decorativa, compo-

e isso marca o início de uma nova era para o

nentes e acessórios/LED, entre outros. Todos os

setor”, explicou.

estandes da feira, independentemente do país

de origem das empresas, eram muito bem es-

da Design & Projetos – Monteg, o evento serve

truturados e luxuosos; esteticamente agradáveis

como plataforma para seu trabalho. “A feira é

aos olhos dos visitantes e com produtos bem

sensacional. Para quem quer oferecer sempre

distribuídos. Para quem esteve na Light+Building

o melhor para seu cliente, é um enorme apren-

pela primeira vez, como é o caso da lighting

dizado. Vejo o que há de mais moderno no

designer filipina Christina Sicangco, tudo é fas-

mundo em iluminação e me sinto confortável

cinante. “Minha impressão sobre a feira é ótima;

para aplicar esta tecnologia em meus projetos”,

esta é minha primeira vez e estou muito excitada.

afirmou.

Para o lighting designer Helio Bottamedi,

Estou achando tudo o máximo e, com certeza, voltarei em 2014”, entusiasmou-se.

LEDs e OLEDs

Julio Takano, diretor da Kawahara | Takano

soluções para varejo, também gostou do que viu

em Frankfurt e discorre sobre suas percepções.

Light+Building 2012 foram os LEDs. “O foco

Assim como em 2010, o grande foco da

“Esta edição da Light+Building é uma das mais

da Erco é 100% LED. Estamos convertendo

fantásticas dos últimos dez anos, pois, com a cri-

todos os produtos que utilizam fontes de luz

se europeia, os grandes âncoras investiram uma

convencionais para LED. Foi feito um ajuste de

enormidade por metro quadrado. A tônica está

todo o sistema ótico para lançar, ao todo, 1.099

mudando completamente em termos de produto;

produtos durante 2012. Na última feira, a Erco

as indústrias de iluminação vendiam luminárias

tinha 5% de suas vendas em LED, hoje temos

ou lâmpadas, agora estão oferecendo soluções,

30%. Nossa perspectiva é que ao final de 2012 L U M E A R Q U I T E T U R A 61


Messe Frankfurt Exhibition/Jochen Günther

Luminale completa 10 anos A Luminale – Biennial of Lighting Culture, festival internacional de iluminação realizado em paralelo a Light+Building, completou 10 anos em 2012. Assim como nas outras edições, a Messe Frankfurt disponibilizou ônibus para que os visitantes da feira pudessem visitar as 170 instalações de iluminação espalhadas, em sua maioria, em Frankfurt, e em algumas cidades vizinhas, como Offenbach, Darmstadt e Wiesbaden. Nesta sexta edição, cerca de 140 mil pessoas passaram pelos locais iluminados, como a Praça da República, o jardim botânico Palmengarten, a Biblioteca Nacional, o Museu de História Natural, entre muitos outros.

esta parcela chegue a 40% e dobre em dois anos”,

dos OLEDs. “Vejo que os LEDs estão se conso-

disse Washington Cabral, diretor da Erco do Brasil.

lidando com uma eficiência maior e os OLEDs

Denis Bures Vergara, diretor da Kreon Brasil, cor-

começam a engatinhar. Acredito que daqui a uns

robora a tendência dos LEDs: “Nosso showroom

quatro anos teremos luminárias bem resolvidas

está todo em LED, e a perspectiva é muito boa

utilizando esta nova tecnologia”, afirmou.

para este ano”.

Para os brasileiros que visitaram esta edição,

Mercado brasileiro

o ponto positivo ficou por conta do avanço dos

62

LEDs na comparação com 2010. “O LED continua

dominando a feira, mas está mais controlado, mais

2012 que o mercado brasileiro é muito atrativo

resolvido e mais bem trabalhado; acabou aquele

para as empresas mundiais. “Observo que os

boom de todo mundo querer LED de todos os

brasileiros estão sendo mais bem tratados e que

jeitos, cores e modelos”, ressaltou Cláudia Borges

vários estrangeiros estão falando português para

Shimabukuro. Sua sócia, Letícia Mariotto, comple-

nos atender. Notei também que diversos forne-

ta: “A feira é quase 100% LED. Sem dúvida, esta

cedores estão projetando lançar suas marcas no

é a fonte predominante, mas as luminárias estão

Brasil nos próximos anos. Nosso país está no foco

mais bem resolvidas, com LEDs de altíssimo rendi-

do mundo também na área de iluminação”, ressal-

mento.

tou Rodrigo Cruz.

As lighting designers Luciana Costantin e Pau-

Ficou claro para quem visitou a Light+Building

Neide Senzi também falou sobre a entrada

la Carnelós, titulares da Acenda Projeto de Ilumina-

de empresas estrangeiras no mercado nacional,

ção, também falam sobre a evolução dos LEDs e

porém, em tom cauteloso. “O Brasil está em evi-

das novidades da feira. “As luminárias estão sendo

dência e estão nos tratando muito melhor agora.

desenvolvidas exclusivamente para a tecnologia

Existem muitas indústrias interessadas no merca-

LED, diminuindo, consideravelmente, a tentativa

do brasileiro e isso é bom, mas fico com um pouco

de adaptar luminárias existentes. Houve grande

de receio. Elas estão indo para o Brasil, mas a

evolução das lentes, filtros especiais e refletores

pergunta é: até quando elas ficam? Acho que

para luminárias LED. Também notamos a miniaturi-

este é um grande problema que teremos no futuro,

zação e utilização de imãs, que permitem a fixação

porque tenho dúvidas se estas empresas se man-

e flexibilidade no uso de projetores e perfis; além

terão no nosso país quando o mercado europeu

de luminárias mais interativas, plug and play, com

voltar a aquecer. Para nós, lighting designers, é

forte influência da Apple (Ipad / Iphone), tanto no

importante dar condições para o mercado brasi-

design como na funcionalidade”, apontaram.

leiro se desenvolver. Nós viemos para a Alemanha

para ver novas soluções, tecnologias e design,

Rodrigo Cruz, lighting designer do escritório

Peter Gasper Associados, além de observar o

mas acho que devemos investir em nossa indús-

avanço da tecnologia dos LEDs, notou a melhora

tria, enfatizou.

L U M E ARQUITETURA


evento internacional Anel de luz

Elegante, refinada e fina; assim pode ser definida a luminária Enck, da Fabbian. Desenhada pelo designer Francesco Lucchese, a peça é baseada na ideia de filtragem da luz de uma fonte halógena através de uma estrutura fina e quase imperceptível. A estrutura é constituída por duas ranhuras inspiradas no formato de uma concha. Pode ser encontrada nas cores branco fosco, cromo polido e ouro fosco e para aplicação em parede e teto. www.fabbian.com

Forma sinuosa

Projetada para espaços comerciais, museus e galerias, a Pixel Pro, da iGuzzini,

possui design em forma sinuosa. Assinada pelo designer Massimo Iosa Ghini, a peça de LED pode gerar um poderoso feixe de luz, variando de 600 lúmens a 3000 lúmens. Seu corpo extraível pode ser duplamente orientado, a 45° e 75°, ou girado em torno do eixo horizontal por 355°. Está disponível na versão única, em três diâmetros, ou na versão multiquadro, de um a três compartimentos, para o corpo médio. Todos os corpos e os aros externos dos quadros podem ser encontrados em branco e preto. www.iguzzini.com

Com troca de lentes

A série de projetores para exteriores Beamer, da Erco, foi ampliada mediante a incorporação de versões com LED em vários tamanhos de corpo e níveis de potência, com fluxos luminosos de até 4320 lúmens. Os produtos possuem como grande diferencial a possibilidade da troca das lentes Spherolit, que proporcionam a uma mesma peça a opção de diferentes tipos de iluminação como, por exemplo, pontual ou difusa. www.erco.com

Futurista

Desenvolvida pela Ledo LED Technologie, as lâmpadas Bulled possuem design futurista e podem ser encontradas nas versões Classic, Modular e Star. As peças são indicadas para o retrofit de incandescentes de 60W, pois possuem temperatura de cor de 2800K e consomem apenas 11W. Com 80 mil horas de vida útil, propiciam iluminação em 330º e são dimerizáveis.

www.ledo-led.com

Design diferenciado Projetada e construída pelo escritório Speirs + Major, a série de luminárias Aeroblades, da Cree, possui uma abordagem ousada para iluminação de exteriores. Seu design diferenciado garante gerenciamento térmico, controle de luz, eficiência e longevidade, já que possui vida útil de 80 mil horas e garantia de cinco anos. Está disponível em mais de 300 combinações, incluindo duas, quatro ou seis versões de lâmina, 20 distribuições ópticas e quatro temperaturas de cor (3000K, 3500K, 4000K e 57000K), além de cores variadas. www.cree.com

L U M E A R Q U I T E T U R A 63


evento internacional Retrofit A Osram lançou para o mercado mundial a Parathom Classic A75, primeira lâmpada LED de bulbo para retrofit de incandescentes de 75W. A novidade consome apenas 14.5W, uma economia de energia de 81%, e possui luminosidade de 1055 lúmens. Com 30 mil horas de vida útil, temperatura de cor de 2700K e IRC maior que 80, os LEDs da lâmpada estão distribuídos ao redor de seu eixo, o que permite um ângulo de cobertura de 320°. www.osram.com

De olho no futuro Os pendentes de OLED da Paulmann demonstram ao mercado de iluminação que esta tecnologia já pode ser empregada em peças decorativas. Os produtos são constituídos de um pequeno painel de OLED (10cm x 10cm de largura e apenas 2mm de espessura) que consomem apenas 4W e emitem luz neutra ou branca quente e sem brilho, proporcionando um ambiente acolhedor. As luminárias podem ser encontradas no perfil quadrado ou curvo, ambos com os cantos arredondados. www.paulmann.com

Design premiado

Esculturas com OLEDs

Assinada pelo designer Helmut Heinrich, a luminária Quadratur, da RZB, se sagrou vencedora do Red Dot design award 2012, um dos mais importantes prêmios de design do mundo. A peça, de 280mm x 280 mm, é composta em cristal e LED, o que lhe proporciona uma aparência simples e elegante, ideal para uso decorativo. www.rzb.de

A Philips apresentou aos visitantes de seus estandes as esculturas Lumiblade OLED GL350 e LivingSculpture Kinetic OLED installation. Cada quadrado de OLED da primeira peça possui 155 cm² e oferece uma saída de luz de 115 lúmens. Já a segunda peça, criada em parceria com o grupo WhiteVoid, é composta por 864 placas de OLEDs em forma triangular que abrange seis metros e flutua como um avião em movimento. www.philips.com

Para rodovias Indicada para rodovias, avenidas e parques de pedágios, a luminária Luma, da Indal, possui uma tecnologia ótica chamada Optiflux, desenvolvida para atender as necessidades de iluminação destes locais. Pode ser encontrada em dois modelos: Luma 2, que pode acomodar no mínimo 60 e no máximo 120 LEDs; e Luma 3, que pode abrigar no mínimo 10 e no máximo 200 LEDs, chegando a uma potência de até 400W.

64

L U M E ARQUITETURA

www.indal-lighting.com


evento internacional

Para espaços públicos

Vencedora do Red Dot design award 2012, um dos mais importantes prêmios de design do mundo, a luminária Be Tween, da Schréder, é fabricada em alumínio e vidro e possui IP 65. Assinada pelo estúdio Pearl Creative, o produto pode ser encontrado nas versões com 16, 24, 32 e 48 LEDs e nas temperaturas de cor: branco neutro e branco quente. www.schreder.com

Para escritórios

Indicada para iluminação de estações de trabalho em escritórios e áreas de recepção, a luminária de piso Belviso, da Trilux, possui dois painéis de LED para luz direta e 36 LEDs para luz indireta. Com temperatura de cor de 4000K, a peça consome 105W, tem fluxo luminoso de aproximadamente 7700 lúmens e IRC maior que 80. www.trilux.com

Iluminação técnica

A Zenaro Lighting apresenta o spot Deimos, indicado para iluminação de lojas, shoppings ou escritórios. O produto é composto por dois módulos de LED de 25W cada e mede 280mm x 160mm, com profundidade de 70mm. Pode ser encontrado nas temperaturas de cor de 2700K e 3500K e possui um sistema integrado de controle de luz para gerar ângulos de feixe de 15° e 35°. www.zenarolighting.com

Luz e dança

A luminária Manta Rhei, produzida pela Selux em parceria com o estúdio de design ART + COM, combina cenas de luz e padrões de movimento em uma série de coreografias individuais cuidadosamente planejadas. Seu corpo de 1,2m x 2,4m é composto por 140 módulos de OLED que parecem “dançar” no ar, dando a impressão que a luz paira livremente no espaço. www.selux.com

Luz, cor e movimento

A luminária Aphrodite LED, desenvolvida pela Zumtobel em parceria com o designer NikSchweiger, combina luz, cor e movimento para criar cenários fascinantes. Inspirada pelos espetáculos de iluminação vistos na natureza, possui sete cenas de iluminação predefinidos: branco (3000K, 4200K e 6500K), colorido (azul, vermelho e âmbar) e a combinação de ambos. Com IP 65, é indicada para o uso em piscina e SPAs. www.zumtobel.com

L U M E A R Q U I T E T U R A 65


artigo

Vitrina e Luz Por Nathália Gregoletto

Como a janela luminosa é capaz de seduzir e provocar compras por impulso

A

arte de expor objetos tem suas raízes no

século I. Segundo Demetresco (2007), os primeiros registros de vitrinas se assemelhavam com pequenas janelas, acopladas nos muros das residências. As mercadorias eram expostas no interior dessas janelas embaçadas, cuja percepção era dada pelos contornos de suas formas no momento em que a luz adentrava o ambiente.

A vitrina tem como principal função a exposição e

qualificação de produtos para um determinado públicoalvo. Segundo Oliveira (1997), elas são montagens discursivas que procuram criar sensações de impacto, favorecendo uma apreensão imediata e tornando o produto visível ao passante. Sintetizando, ela se estabelece por ser um instrumento cuja finalidade é atender desejos que ela mesma ajuda a gerar, pois o objeto exposto sozinho não consegue ser fascinante o suficiente e nem capaz de interagir com o seu consumidor.

A encenação da vitrina produz uma fantasia da

realidade, com técnicas cenográficas, buscando destacar o objeto pela sua manipulação, fazendo com que o produto exposto mereça ser visto, tornando-o mais desejável e indispensável do que usualmente seria. Da simplicidade da mercadoria, ela se transforma atraente e valiosa, graças ao investimento nessa janela de relações que seduz (DEMETRESCO, 2004 e 2007). De acordo com Hogan (1998), o consumidor em sua mente tem uma forte vinculação emocional e afetiva, podendo tomar suas decisões de comprar ou não um produto por razões emocionais e associativas.

Com tantas similaridades entre as experiências de

compra apresentadas pelos lojistas, o que falta é a utili66

L U M E ARQUITETURA


zação de ferramentas de cenografia e de tematiza-

para a materialização de uma venda: o consumidor,

ção para se diferenciar dos demais (BLESSA, 2008).

a mercadoria e o dinheiro (BLESSA, 2008). Segun-

Segundo o pensamento de Arnhein (1968), afirma-se

do Demetresco (2004:35), “as estatísticas revelam

que os objetos só são compreendidos pelo observa-

que o olhar de um consumidor, ao passar por uma

dor conforme seu nível de pertinência. Percepção vi-

vitrina, não dura mais do que dez segundos. Apesar

sual é a base de qualquer demonstração de marke-

disso, a vitrina ainda é responsável por 70% das ven-

ting para posicionar uma marca. O valor percebido

das”.

de um produto só é atingido no momento em que o

passante avalia como aspectos de qualidade de um

todos os objetos de consumo são idênticos e,

artigo, sua aparência física, seu preço, sua marca e

para que sejam compreendidos como exclusivos

a reputação do ponto de venda.

e aconteça fidelidade com a marca, a questão

fundamental é determinar uma imagem diferenciada

Analisando-se atenciosamente, o marketing não

Segundo afirma Gade (1998), na realidade,

seria uma disputa de mercadorias, mas sim uma

do objeto através da encenação da vitrina, de modo

disputa de percepções (BLESSA, 2008; OLIVEI-

que o consumidor possa reconhecê-lo claramente

RA, 1997). De acordo com Olson apud Mozota

entre tantos outros. A luz contorna as mercadorias

(2002:115), “as emoções provocadas visualmente

a serem apresentadas, suas distinções em relação

são armazenadas de forma hierárquica na memó-

a outros análogos, a profundidade e a teatralização

ria do consumidor. Dito de maneira simples, os

da exposição. Ela não necessita ser vista, mas sim

produtos são comprados pelo que significam”. O

percebida. Luz e espaço são intrínsecos em função

ato de selecionar e comprar são aceleradores do

de que é a luz que produzirá a percepção de espaço

procedimento, mas é o sentido da visão, ou melhor,

(DEMETRESCO, 2007).

da percepção visual do comprador que vai definir o produto a ser levado.

Iluminação como ferramenta persuasiva da vitrina

Segundo Baudrillard (2001:207), “o consumo

invade o produto: é como se ele personalizasse

o que está em série; é consumido jamais na sua

consumo é uma tática essencial para que a empresa

materialidade, mas na sua diferença”. Mercadorias

tenha a capacidade de se destacar em relação aos

bem expostas facilitam a compreensão, provocam

seus concorrentes (UNDERHILL apud CARVALHO,

a atenção do consumidor e, por consequência,

2003). Segundo Gorman apud Carvalho (2003), “a

vendem mais, originando maior número de compras

iluminação é um recurso físico primordial que tem a

por impulso. No instante decisivo da compra, se seu

capacidade de determinar as qualidades sensórias,

produto não for observado, não será lembrado pelo

físicas e emocionais dos ambientes disponíveis para

consumidor. E o que pode ser pior – se o passante

a oferta de serviços, já que o homem reage emo-

não vir seu produto, vai adquirir o do concorrente

cionalmente quando excitado pela luz.” Conforme a

(BLESSA, 2008).

doutora e vitrinista Sylvia Demetresco (2007:13), “a

luz é o que faz olhar e o que define o olhar”. Ilumina-

Por intermédio da vitrina é que a loja estabele-

A utilização estratégica da luz nos espaços de

ce claramente o segmento que ela deseja atingir,

ção é a arte de iluminar conceitos e significados.

refletindo no conceito e estilo de comercialização

da loja. De fato, o estilo de design utilizado em uma

culo da vitrina, moldando e despejando luz de modo

vitrina não é o mais importante, mas sim o fato de

que diferencie cada um dos elementos conforme o

ela comunicar ao seu público uma originalidade

significado determinado, com a intenção de enfa-

consistente na encenação (BLESSA, 2008). Assim, o

tizar um objeto ou as qualidades dos produtos ali

produto será desejado por seu valor percebido pelo

estabelecidos. Ela orienta o olhar, transformando os

seu consumidor perante a encenação, e não neces-

materiais e as cores, delineando contornos, produ-

sariamente pelo preço determinado pelo mercado.

zindo sombras e seduzindo o consumidor ao tornar o

produto desejável pelo seu reforço nessa “manifesta-

O merchandising em uma vitrina é avaliado

A iluminação participa na elaboração do espetá-

como sendo a estratégia mais veloz e eficaz, pois

ção de visibilidade”. A luz dá uma nova forma para a

é a única em que o recado a ser transmitido, conta,

vitrina, transformando-a em um espaço luminoso que

ao mesmo tempo, com os três elementos principais

produz efeitos do sentido (DEMETRESCO, 2007).

L U M E A R Q U I T E T U R A 67


68

Teatro e luz podem desempenhar funções

Além das funções decorativas e de conforto da luz,

juntos, com o intuito de alcançar bons resultados

ela é um artifício de estratégia de vendas, pois é

de merchandising visual (CARVALHO, 2003). Na

considerada um dos suportes fundamentais para a

cenografia da vitrina, a concepção da luz exige

percepção visual da encenação (CARVALHO, 2003;

três importantes elementos a serem analisados:

CHOU, 2007). A luz, segundo Chou (2007:60),

o espaço da encenação, seus efeitos decorativos

“imprime, de maneira diferenciada e duradoura, a

e a focalização e valorização do produto exposto,

nossa percepção do espaço [...] gerando impres-

pois é com a luz que se modifica a encenação ou

sões psicológicas. [...] ela deve fazer com que os

o produto, interferindo diretamente na observação

produtos expostos pareçam fantásticos e que as

do consumidor quando olha o mesmo produto ou

pessoas não tenham outra opção a não ser com-

encenação iluminados de formas distintas.

prá-los”.

A expressão da luz e da sombra é uma podero-

A visão do consumidor é seduzida pela luz e

sa ferramenta para expressar significados. Segun-

em direção da luz. A narratividade da vitrina faz ver

do o filósofo Heinrich Wolfflin apud Demetresco

ou faz sentir e, por esse motivo, a luz é o recurso

(2007:128) “existe uma beleza do obscuro, e a arte

que age tanto na construção narrativa produzida

continua a ser arte mesmo quando renuncia ao

pela vitrina quanto nas variações sofridas na ence-

ideal da clareza absoluta”. Luz e sombra juntam-se

nação pela significação, e no fato de como esse

e opõem-se para formar a teatralização da vitrina, e

elemento comunica-se com eficiência na estrutura-

nesse jogo de luz versus sombra, sustentam mais

ção da exposição. (DEMETRESCO, 2007). Segundo

uma vez seus aspectos opostos de uma exposição

Mozota (2002:115), “A luz é um elemento de atração

do ser e do parecer. Observando esse universo da

e atenção para o cliente (SCHEWE) e pode provo-

vitrina, o consumidor move-se com a intenção de

car compras por impulso (BIRREN; ROOK)”.

compreender o produto e seu valor, com o olhar

entre o velado e o revelado, entre a luz e a sombra

a realizar pelo menos duas contribuições imediatas

(DEMETRESCO, 2007; SILVA, 2009).

para a estratégia de uma empresa de serviços: (1)

pode significar uma vantagem distintiva percebida

Com uma iluminação inadequada, o produto

Vista dessa maneira, a gestão da luz poderia vir

não se diferencia dos demais, provocando desin-

pelos clientes e (2) pode configurar uma habilidade

teresse e, simplesmente, não realiza a venda ou a

de difícil adaptação pelos concorrentes. “Tão eficaz

realiza em uma quantidade menor do que poderia.

no palco do serviço como nos espetáculos artísti-

L U M E ARQUITETURA

A iluminação participa na elaboração do espetáculo da vitrina.


SemiLEDs, agora no Brasil MvpLEDs Chip inside - Chip de estrutura vertical Liga de Cobre - Tecnologia em substrato de silício. Semileds é uma empresa de capital aberto na NASDAQ Baixa resistência Térmica: 6°C/W / 2°C/W Superior Eficácia Ótica Luz de alta qualidade Alta Eficiência: 120lm/W Corrente 350mA / 700mA 1W ou 3W no mesmo LED. LED UV / COB / Multichip até 1000lm / 3528 / 5050 / 5630.

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A visão do consumidor é seduzida pela luz e em direção da luz.

cos” (MOTTA, 2000:80), a força dramática da luz

parece ser capaz de gerar a oportunidade de criar

principalmente para os pequenos e médios empre-

(CARVALHO, 2003:100).

sários que não divulgam em outros meios de co-

municação, pois é um instrumento fundamental de

São os efeitos da iluminação cenográfica que

Por isso, as vitrinas são de grande importância

proporcionam força, mais uma vez, à relação visual

propensão de vendas, atraindo os consumidores

e física com o consumidor. Como componente inte-

para o interior da loja. Os empresários contempo-

grante dessas encenações, a luz pode ser analisa-

râneos têm conhecimento de que um produto bem

da como uma estratégia para obter vantagem com

exposto é o mais solicitado pelos clientes, por isso,

seus concorrentes capaz de auxiliar uma atuação

deve-se investir intensamente neste instrumento de

operacional elevada e, deste modo, dar condições

fascinação e sedução que é a vitrina.

para interações mercadológicas mais satisfatórias (LAM apud CARVALHO, 2003). “No ver, olhar, contemplar, apreciar, o sujeito semiótico é também por elas seduzido, sendo levado à ação de entrar na loja e, talvez, à de comprar o produto exposto”

Nathália Gregoletto

(OLIVEIRA, 1997:139).

é graduada em design de interiores, pós-graduada em iluminação e design de interiores pelo IPOG e em gestão empresarial (MBA). Atual-

Conclusão

mente, trabalha como profissional autônoma na cidade de Porto Alegre. www.nathaliagregoletto.com.br.

Uma exposição de qualidade tem grandes

benefícios para o consumidor, para o lojista e para

dade das mercadorias e dificulta as atividades da

ARNHEIN, Rudolf. Image et pensée. In: Kepes, G. (ed.). Signe, image, symbole. Bruxelas, La connaissance, 1968. BAUDRILLARD, Jean. Senhas. Rio de Janeiro: Difel, 2001. BLESSA, Regina. Merchandising no ponto de venda. São Paulo: Atlas, 2008. CARVALHO, José Luis. A luz nos cenários de serviços: fenomenologia da experiência interativa dos participantes dos encontros de serviços com a iluminação ambiental. Tese (Doutorado em Administração) – Departamento de Administração, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003. CHOU, Ivone. Iluminação de espaços comerciais. Revista Lume Arquitetura, São Paulo, n. 24, fev/mar. 2007, p. 58-60. DEMETRESCO, Sylvia. Vitrinas entre_vistas: merchandising visual. São Paulo: SENAC, 2004. DEMETRESCO, Sylvia. Vitrina construção de encenações. São Paulo: EDUC, 2007. GADE, Christiane. Psicologia do consumidor e da propaganda. São Paulo: EPU, 1998. HOGAN, Kevin. A psicologia da persuasão. Rio de Janeiro: Record, 1998. MOTTA, P. Servir com alma: um novo conceito em relacionamento com o cliente. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MOZOTA, Brigitte. Design management. Paris: Éditions d´Organisation, 2002. OLIVEIRA, Ana Cláudia. Vitrinas: acidentes estéticos na cotidianidade. São Paulo: EDUC, 1997. SILVA, Mauri. Iluminação: simplificando o projeto. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009.

concorrência (BLESSA, 2008).

* as fotos utilizadas para ilustrar este artigo são de responsabilidade do autor.

o fornecedor. Para o consumidor, proporciona facilidade no momento da compra, economiza tempo e recorda necessidades. Já para o lojista, gera fidelidade à loja, convida novos clientes e eleva a lucratividade. Ao final, para o fornecedor, estabelece fidelidade à marca e ao produto, eleva a rotativi-

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BIBLIOGRAFIA

L U M E ARQUITETURA



lançamentos

Pendente em cerâmica O Pendente Mini Canes, da Geo Luz & Cerâmica, é confeccionado em cerâmica texturizada e possui cabo em nylon preto. Bivolt, com dimensão de 17cm x 12,50cm, tem base GZ10 para lâmpadas até 100W. O produto proporciona iluminação de foco, está disponível nas cores preta, branca, verde, areia e tabaco e é indicado para áreas residenciais e comerciais.

www.geoceramica.com.br

Econômica e funcional A linha de embutidos Extreme LED Downlight, lançada pela Golden, é compacta, funcional e indicada para diversos tipos de projetos como em residências, escritórios, lojas e indústria. Disponível em três tamanhos diferentes – 11,15cm, 12,65cm e 11,3cm – com potências de 15W, 20W e 30W, respectivamente, pode ser encontrada na temperatura de cor de 3000K e 6000K, com IRC 80 e ângulo de abertura de 140°. Com 30 mil horas de vida útil, a peça proporciona economia de 40% a 50% de energia em comparação a fluorescente.

www.golden.com.br

Alta durabilidade A lâmpada de vapor metálico CMI PAR-30, lançada pela Sylvania, consome 35W ou 70W, está disponível na tensão de 90V e possui ângulos de abertura que variam entre 10°, 30° e 40°. A peça tem refletor parabólico capaz de proporcionar facho direcionado, além do IRC 80. Com temperaturas de cor de 3000K ou 4200K e com 12 mil horas de vida útil é recomendada para ambientes como shoppings, lojas, museus e galerias.

www.sylvania.com.br

Design moderno

Indicado para salas de jantar e livings, o lustre KnowHow, fabricado pela Accord Iluminação e comercializado pela Trans-Elétrica Iluminação, é confeccionado em madeira MDF, com acabamento em imbuia e suporte para quatro lâmpadas E-27 com difusor em acrílico leitoso. A peça possui design moderno, o que proporciona sofisticação ao ambiente. www.transeletricailuminacao.com.br

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L U M E ARQUITETURA



case

Capela Santo Antônio Por Erlei Gobi Fotos: Enric Sesplugues

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Projetada

Iluminação e arquitetura transformam estande de vendas em capela no Rio de Janeiro

sobre um estande de vendas desativado

Como não havia a possibilidade da construção de uma torre

desde 2004 na Península, condomínio residencial existente há

sineira devido à atividade ruidosa que incomodaria a vizinhança,

10 anos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a Capela Santo

optou-se por uma cruz metálica pintada na cor vermelha – fa-

Antônio possui uma área construída de 900 metros quadrados.

zendo alusão à cruz desenhada como benção em testa de fiéis

O espaço do grande salão central se transformou no ambiente

– além de uma imagem de Santo Antônio, recortada em chapa

reservado para as Missas e celebrações, e os dois apartamentos

de aço córten, para caracterizar a fachada frontal da Capela.

protótipos serviram para adequar a sacristia, o confessionário,

Para a pintura das áreas externas e internas foi selecionado o

uma sala de reunião e as áreas de circulação.

marrom da túnica do Santo como referência, além das cores

L U M E ARQUITETURA


Acima, iluminação geral realizada por quatro grandes plafons com lâmpadas T5 de 28W e mangueiras de LED de 5W/m, além de luz pontual com PAR 30 de 75W para destaque das pinturas na parede representando a Via Sacra.

palha e cinza-esverdeado. O projeto luminotécnico,

LED fornecem luz mais cênica. Estas peças pos-

assinado pela lighting designer Beti Font, titular do

suem duas sessões de acendimento, podendo ligar

escritório Beti Font Arquitetura e Lighting Design,

somente as duas da frente ou as duas de trás”,

tem como principal destaque a cruz iluminada no

explicou.

teto devido à representatividade deste elemento na Igreja católica. Esta solução foi concebida com

Altar

sancas no teto equipadas com fluorescentes T5 de 28W e mangueiras de LED de 5W/m . “A iluminação

e a arquitetura tiveram o propósito de mostrar aos

cos, Beti instalou embutidos de solo com lâmpadas

moradores do condomínio que aquele estande

LED de 5W para iluminação sob a Mesa Eucarística

abandonado havia se tornado uma Capela e de

de vidro, além de três arandelas com haste em me-

convidá-los a conhecer o novo espaço”, afirmou.

tal e cúpula em tecido dourado, cada uma equipada

com incandescente de 40W, que evocam a San-

Para iluminação geral, a lighting designer optou

Para o altar com elementos de templos barro-

por quatro grandes plafons (1,5m x 1,5m) com

tíssima Trindade. Para o rebaixo no forro onde fica

lâmpadas T5 de 28W e mangueiras de LED de

localizado o coral, foram especificados embutidos

5W/m “As fluorescentes fazem a iluminação geral

de teto com fluorescentes bipino de 26W e minidi-

do ambiente para as missas. Já para as ocasiões

croicas de 35W. A imagem de Nossa Senhora da

especiais, como casamentos, as mangueiras de

Conceição, de procedência baiana, alocada em um L U M E A R Q U I T E T U R A 75


nicho na parede, foi realçada por LED de

as estações da Via Sacra de Jesus,

7W. A cruz do altar, desenhada especial-

do Pretório até o Calvário. Cada uma

mente para a Capela com entalhe rococó,

destas pinturas foi destacada por um

recebeu fluorescentes T5 de 28W e filtro

canhão de luz equipado com PAR 30 de

âmbar na parte de trás para destacá-la no

75W. “Neste caso, o objetivo foi fazer

espaço. “A intenção foi deixar a cor da luz

uma iluminação teatral, como se cada

da cruz do altar totalmente diferente do

imagem fosse a representação de uma

resto do ambiente para ‘soltá-la’ da pare-

peça”, elucidou Beti.

de”, disse a lighting designer. Esta mes-

ma solução luminotécnica foi aplicada na

um embutido com quatro lâmpadas AR

cruz e na imagem de Santo Antônio, em

111 de 100W, enquanto a imagem de

chapa de aço córten, presentes na facha-

Santo Antônio, de origem portuguesa,

da frontal. Uma luminária embutida no

procedente do Porto e datada do séc.

teto com duas AR 111 de 100W e facho

XVIII, recebeu iluminação por um LED

fechado ainda realçam o rosto de Jesus

de 7W. “Esta imagem, envolta por uma

Cristo pregado na cruz do altar.

redoma de vidro, possui uma história

Sobre a pia batismal foi instalado Ficha técnica Projeto luminotécnico: Beti Font / Beti Font Arquitetura e Lighting Design Coordenação: Padre Joel Portella Amado / Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro

importante. Para não correr o risco de Via sacra

deteriorar a pintura utilizamos LED, pois é uma fonte de luz que não aquece,

Nas paredes internas da Capela

há 14 imagens pintadas representando

contribuindo para a conservação da peça”, finalizou.

Gerenciamento: Elmair Rangel Neto / SAEEX Empreendimentos Imobiliários Luminárias: Revoluz LEDs: Starled Lâmpadas: Osram Reatores eletrônicos: Osram Filtros: Rosco

Acima, fachada com destaque para a cruz metálica pintada na cor vermelha. À direita, sancas no teto com fluorescentes T5 de 28W e mangueiras de LED de 5W/m formam uma cruz sobre os fiéis.

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L U M E ARQUITETURA



evento nacional

Mercado aquecido impulsiona Expolux Evento bate recorde de público no Expo Center Norte

Por Adriano Degra

O mercado de iluminação brasileiro vive um dos melhores

pelo setor. “Tivemos um crescimento em torno de 30% no pri-

momentos desta década. Em 2010, o faturamento foi de 3,3 bi-

meiro trimestre deste ano se comparado ao mesmo período do

lhões de reais e em 2011 os números subiram para 3,7 bilhões de

ano anterior”, afirmou o diretor da Utiluz João Tcacenco.

reais. A expectativa da Abilux (Associação Brasileira da Indústria

de Iluminação) é que em 2012 o faturamento cresça em torno

mente no varejo, em março de 2012 o governo brasileiro reduziu

de 7% comparado ao último ano.

o IPI para luminárias e lustres de 15% para 5% até o dia 30 de

junho de 2012. Além disso, os dois grandes eventos esportivos

Algumas empresas desfrutam desse bom momento vivido

7878 LLUUMMEE AARRQQUUI TI TEETTUURRAA

Visando contribuir para o incremento das vendas, principal-


que o Brasil está prestes a realizar – Copa do Mundo

designers, tendo em vista suas contribuições forne-

de Futebol e Olimpíadas – contribuirão para o cresci-

cidas através de valiosas informações e ideias sobre

mento do setor. “A iluminação é parte viva dos even-

projetos e produtos específicos do segmento”, disse

tos esportivos, e a construção de empreendimentos

o engenheiro de especificações da GE Emanuel

de apoio como novos hotéis e vilas olímpicas trará

Maciel.

um impacto positivo em nossa produção industrial.

Esses eventos ajudarão a consolidar o crescimento

independente da Feicon (Salão Internacional da

do setor no país nos próximos quatro anos”, desta-

Construção), contou com 200 expositores e bateu

cou Carlos Eduardo Uchôa Fagundes Filho, presi-

recorde de público: 21 mil visitantes. Esses dados

dente da Abilux.

ratificam a expansão do setor no país e o pensa-

mento da maioria dos expositores que buscavam a

Foi nesse clima de otimismo que a 13ª edi-

O evento, realizado pela primeira vez de forma

realização da feira de forma independente, con-

Iluminação) aconteceu entre os dias 24 e 28 de abril

forme comprovou a pesquisa realizada pela Lume

de 2012, no Expo Center Norte, na capital paulista.

Arquitetura, durante a Expolux de 2008, onde 53%

A feira é a principal mostra do mercado para profis-

dos entrevistados eram a favor da mudança e 44%

sionais que, em suas atividades, necessitam entrar

contra. “Ficou muito melhor, pois anteriormente não

em contato com tendências e novas tecnologias do

conseguíamos proporcionar um atendimento perso-

universo da iluminação. “É uma oportunidade ideal

nalizado; agora ficou mais fácil por se tratar de um

para manter contato com um público diversificado,

público especializado em iluminação”, explicaram

como estudantes, arquitetos, especificadores e

Felipe Pech e Márcia Vieira, diretores do grupo TYG.

Fotos: Divulgação / 2Like Photo Studio

ção da Expolux (Feira Internacional da Indústria da

L U M E A R Q U I T E T U R A 79


LEDs

Quem circulou pelos estandes pôde perceber

grande diversidade de produtos, sendo que alguns

Nesta Expolux 2012, ficou evidente a invasão do

se destacaram pelo design. A New Line, por exem-

LED no mercado nacional. A maioria dos exposito-

plo, trouxe pendentes em alumínio repuxado, com

res apostou em exibir suas novidades relacionadas

cores vibrantes proporcionando vida às peças.

ao diodo emissor de luz, inclusive em luminárias

“Desejamos atingir uma maior parcela do mercado e

públicas de ruas e praças. “Posso afirmar que apro-

atender as expectativas de nossos clientes através da

ximadamente 60% dos estandes utilizaram produtos

nossa linha Drum, que contém pendentes compos-

com a tecnologia LED, inclusive para iluminação

tos de dois tamanhos com uma enorme diversidade

pública. Com certeza, essa tendência nos próximos

de cores”, afirmou o diretor proprietário da empresa

dois ou três anos representará cerca de 30% ou 40%

Marco Antônio Silva.

do faturamento da nossa empresa”, elucidou Bruno Rossi, diretor comercial da Empalux. A Avant tam-

Concorrência

bém focou suas atenções no diodo emissor de luz, presente em toda sua linha de produtos. “Estamos

investindo com afinco nessa tecnologia. Acredita-

leiro de iluminação, o país sofre com a concorrência

mos que, dentro de alguns anos, este é o tipo de

dos importadores chineses. Porém, essa situação

iluminação que prevalecerá devido à sua eficiência e

parece estar controlada e não afetar objetivamente

economia”, ressaltou Gilberto Grosso, diretor comer-

as empresas nacionais. “O mercado tem evoluído

cial da empresa.

bastante. Embora tenhamos a entrada dos produtos

asiáticos, nossas peças se destacam, em termos de

Segundo João Tcacenco, o cenário observado

Mesmo com a consolidação do mercado brasi-

no evento é o mesmo notado em outras partes do

qualidade, das demais; esse é o nosso diferencial”,

mundo: “Quem entrar na onda do LED poderá ter

enfatizou o diretor da Parislux José Ferro.

sucesso; quem não aderir a essa tecnologia não

sei se terá a mesma sorte. Sempre participo da

produtos brasileiros estão crescendo nos últimos

Light+Building, realizada em Franfkurt, na Alema-

anos, o que confirma o avanço e a competência da

nha, e há quatro anos os produtos eram 30% em

indústria nacional. Em 2011, foram exportados mais

LED; na edição anterior eram 60%, e neste ano de

de 30 bilhões de dólares (produtos acabados, partes

2012, chegamos a 80% das peças com o diodo

e alguns componentes) e a estimativa de crescimen-

emissor de luz. Este processo está acontecendo

to para 2012 é de 14,5% na comparação com o ano

aqui no Brasil também”.

anterior.

Segundo dados da Abilux, as exportações de

Estande da Lume Arquitetura: ponto de encontro de todos os profissionais Comprometida com o mercado de iluminação há 10 anos, a Revista Lume Arquitetura marcou presença na Expolux 2012 com estande projetado pela Redesenho de Imagem e executado pela montadora The Partner. Muito movimentado durante os cinco dias do evento, o estande recebeu a visita de empresários do setor, lighting designers, expositores e assinantes, especialmente nas duas tardes de autógrafos do livro “Luz e Arte”, de Valmir Perez, Algeo Cairolli

lançado na feira. Outro destaque foi a distribuição da edição nº 55 da Revista Lume Arquitetura, que publicou diversas novidades da Expolux. O lançamento do livro, a edição especial da revista e a criação deste espaço para integrar os visitantes, dá continuidade à missão da De Maio Comunicação e Editora de contribuir para a Sucesso de público, lançamento de livro e edição nº 55 agitaram estande da Lume Arquitetura.

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formação e aperfeiçoamento dos profissionais da área e cooperar com o desenvolvimento da cultura de iluminação no Brasil. Para conferir as fotos do evento visite a Fan Page da Revista Lume Arquitetura no Facebook.


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Prêmio Abilux de Design de Luminárias No final do primeiro dia da Expolux 2012 ocorreu a entrega do Prêmio de Design de Luminárias, promovido pela Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação). Esta edição atingiu número recorde de inscrições, com 147 produtos de 17 empresas, sendo que mais de 90% das luminárias concorrentes apresentaram tecnologia para o uso de LEDs. “Acreditamos que esse prêmio tem apresentado bons resultados para a indústria brasileira. Conquistamos alguns dos mais importantes concursos de design do mundo e isto começa aqui, no Prêmio Abilux de Design de Luminárias realizado por nós, pois os vencedores daqui concorrem automaticamente nesses eventos internacionais”, ressaltou Carlos Eduardo Uchôa Fagundes Filho, presidente da Abilux. Confira abaixo os vencedores de cada categoria:

RESIDENCIAL PARA TETO 1º Lugar: Produto: Pendente Bellatrix Empresa: Acrílicos Santa Clara Designer: Mayla Moser

1º. Lugar: Produto: 4501 – Pendente Mix Metal Empresa: Munclair Metalurgia Designer: Equipe Munclair

RESIDENCIAL PARA PISO 1º Lugar: Produto: Luminária RGB Leaf Empresa: Directlight Designer: Equipe Directlight

RESIDENCIAL PARA MESA 1º Lugar: Produto: Luminária de Mesa Batucada Empresa: VR LUX Industrial Designer: Brunno Jahara

RESIDENCIAL PARA PAREDE 1º Lugar: Produto: Leg 90 Empresa: Iluminar Designer: Francisco Terroba

RESIDENCIAL PARA JARDINS E ÁREAS EXTERNAS COMERCIAL PARA BANCOS, ESCRITÓRIOS, ETC

1º Lugar: Produto: SpotLED 1 Jardim Empresa: Directlight Designer: Equipe Directlight

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1º Lugar: Produto: Luminária D’Art Empresa: Miralux Designer: Equipe de Desenvolvimento ITAIM



Prêmio Abilux de Design de Luminárias INDUSTRIAL

COMERCIAL PARA LOJAS, SHOPPINGS, ETC.

1º Lugar: Produto: LX-4R Empresa: Guarilux Designer: Edison Marques de Oliveira

1º Lugar: Produto: Pendente Eclipse I Empresa: VR LUX Industrial Designer: Harry Allen

PÚBLICAS PARA JARDINS E PRAÇAS 1º Lugar: Produto: Emma LED Empresa: Soneres Iluminação Designer: Victor Rogadouro

VIAS PÚBLICAS 1º Lugar: Produto: Luminária Calix 120 Empresa: Vertex Designer: João Francisco Adami Tcacenco e Equipe Técnica Utiluz

MONUMENTAL

1º Lugar: Produto: Holofote Super L Empresa: Directlight Designer: Equipe Directlight

PRÊMIO ESPECIAL

LINHA DE PRODUTOS 1º Lugar: Produto: Luminária Árvore Empresa: VR LUX Industrial Designer: André Cruz 84

L U M E ARQUITETURA

1º Lugar: Produto: Luminária Pública LED - Maestra Empresa: Intral Designer: Equipe de Engenharia de Produto e P&D Intral



prateleira

Pendente colorido A Bertolucci criou a versão Color Blocking do pendente Urucum, feito em tons vibrantes de verde bandeira, coral, amarelo, laranja, azul petróleo e berinjela. Fabricada em alumínio, a peça que mede 26cm x 16cm é compatível com lâmpadas E-27 de 40W e pode ser encontrado no valor de 410 reais.

www.bertolucci.com.br

Design para fachadas e jardins Os balizadores da linha ZY, da Bronzearte, são compatíveis com lâmpadas PAR 20, podendo ser incandescentes ou LEDs, sendo indicados para iluminação decorativa de fachadas e jardins. Com IP 67 e potência máxima de 50W, a peça é fabricada em alumínio com aro em aço inox, revestimento em termoplástico preto e lente em vidro temperado, e, além disso, pode ser encontrada nos tamanhos 15cm, 15 x 15cm ou 17cm.

www.bronzearte.com.br

Para ambientes comerciais Indicada para ambientes comerciais como salas de reuniões, escritórios e lojas, o pendente Myxa, da Luxion, é compatível com lâmpadas T5 de 14W ou 28W. O produto é fabricado em alumínio anodizado ou pintado a pó e fixado através de cabos de aço. Possui difusor em metacrilato leitoso e as medidas padrões são de 57cm ou 117cm, porém, é possível fazer modelos sob medida de até dois metros.

www.luxion.com.br

Plafon diferenciado Com design diferenciado, o Plafon Isamu, da Puntoluce, é fabricado em metal pintado revestido com tecido elástico e difusor em polibicarbonato branco. A peça é compatível com bocal E-27 e suporta duas lâmpadas incandescentes de 100W ou duas compactas eletrônicas de 23W. O produto está disponível somente na cor branca e é indicado para ambientes internos como salas e quartos. www.puntoluce.com.br

86

L U M E ARQUITETURA



case

Multinacional de logística Por Adriano Degra

LEDs e arquitetura sofisticada caracterizam escritório da Expeditors do Brasil em Curitiba

A Expeditors, empresa global de logística, teve origem

todo o mundo, sendo, desse total, nove no Brasil. Atualmente, a

na ilha de Lantau, nos Estados Unidos, em 1981. Com a ambi-

multinacional emprega mais de 13 mil profissionais da indústria.

ção de expandir seus negócios, a instituição mudou-se para o

grande centro de Seatle, em Washington, o que proporcionou

de Mello, que tem como titulares o lighting designer Jomar de

um crescimento expressivo para a companhia, que saltou de

Mello e a arquiteta Carolina Veloso, para realizar os projetos de

apenas um escritório para 250 nos dias atuais, distribuídos em

iluminação e de interiores na sede de 120 metros quadrados

Em outubro de 2010, a empresa contratou o Studio Jomar


em Curitiba (PR). “Fizemos o projeto inteiro de reforma de interior e a luminotecnia. Nesse caso, por se tratar de uma multinacional, tivemos a intenção de agregar brasilidade ao escritório, baseado no valor que os curitibanos depositam à questão da sustentabilidade” explicou o lighting designer.

Não existia um conceito pré-estabelecido na

arquitetura do espaço, o que possibilitou uma interação maior entre os profissionais e o cliente na realização dos projetos. A proposta foi criar um ambiente sofisticado e aconchegante, no qual os representantes pudessem receber seus clientes na sede de uma forma agradável, contribuindo para a concretização dos negócios. “O cliente trouxe algumas ideias a respeito de como eles queriam o ambiente e nós oferecemos outras sugestões, como colocar a parte operacional com as mesas de trabalho lado a lado, com o intuito de organizar as tarefas”, comentou Jomar.

O projeto de iluminação, executado todo em

LED, teve como proposta reduzir a manutenção e o consumo de energia elétrica, além de oferecer a quantidade de luz necessária para cada ambiente. Foram substituídas as fluorescentes T5 por fitas de LED, os spots com lâmpada PAR por lâmpadas PAR LED, além dos embutidos, que receberam soluções com diodo emissor de luz. “Todos os espaços possuem 500 lux, o que gerou iluminação um pouco acima das normas da ABNT, de 300 lux, porque tínhamos No lounge, destaque para as cores fortes e o projetor RGB de 56W, aplicado no local com o intuito de atrair a curiosidade dos visitantes.

o piso escuro e precisávamos de iluminação de qualidade” elucidou o lighting designer. Área de trabalho e sala de reunião

Com 61 metros quadrados, a área operacio-

nal é a principal do escritório: acomoda até oito pessoas e conta com o sistema de cabeamento integrado à mesa, facilitando o acesso à caixa de tomadas e proporcionando maior praticidade ao usuário. “Na sala de operações e de reuniões, a linguagem é ao mesmo tempo minimalista, clean e funcional, para garantir conforto e facilidade de concentração durante as atividades” ressaltou Jomar.

A área de trabalho possui luminárias de

embutir, no forro, com lâmpadas tubulares T8 em LED de 18W, além de um trilho com nove

L U M E A R Q U I T E T U R A 89


Recepção do escritório recebeu um trilho para PAR 20 em LED de 5W cada e fitas de LED com 7W/m a 3500K na sanca quadrada no gesso.

spots direcionáveis equipados com lâmpadas

biente ganhou plotagem adesiva translúcida,

PAR 20 LED de 5W cada. “Como tínhamos as

criando a sensação de quadriculado.

lâmpadas tubulares separadas por circuitos que

proporcionavam luz indireta, resolvemos projetar

da empresa, com destaque para as poltro-

a iluminação direta e pontual através dos spots”,

nas coloridas, o tapete floral em lã e seda e

esclareceu o lighting designer.

as cores vibrantes, desenvolvido para que

os funcionários possam relaxar e conversar

Os ambientes de recepção, sala de reuni-

O lounge é o ambiente mais inusitado

ões, sala da gerência, financeiro, instalações sa-

durante o expediente. “Propusemos essa

nitárias, copa e TI possuem divisórias em vidro

ideia como descontração até mesmo para os

temperado e permitem acesso a grande sala

clientes que visitarem o local, com o intuito de

operacional. A iluminação da sala de reunião,

sair um pouco desse mundo corporativo. Esta

que oferece sensação mais limpa e clara ao

é a tendência de empresas de grande porte:

local, foi trabalhada com fitas em LED de 7W/m

quebrar um pouco a formalidade para buscar

a 3500K, instaladas em sancas no gesso, além

uma proximidade maior com o cliente” disse

das luminárias de embutir para luz indireta, com

Jomar.

lâmpada tubular T8 em LED de 18W.

Para a iluminação da sala de convivência

optou-se pela mesma solução da área de Recepção e lounge

trabalho e recepção, tendo apenas o diferencial de não possuir a iluminação pontual, pois

90

A recepção tem o toque da madeira na

o objetivo foi ressaltar toda a parte arquitetô-

bancada e na parede de fundo, que exibe uma

nica do local. Como peculiaridade do espaço,

tela do renomado pintor curitibano Wilson Pinto.

Jomar instalou um projetor RGB de 56W – que

Acima do quadro, o lighting designer projetou

fica aos olhos dos visitantes – embaixo de

um trilho para PAR 20 em LED de 5W cada, com

um elemento decorativo presente ao lado da

luz direcionada para a obra de arte, ressaltan-

bancada, realçando a peça com luz colorida.

do suas características. A iluminação geral se

“A ideia era chamar a atenção. Normalmen-

dá por uma grande sanca quadrada no gesso

te não deixamos esse tipo de equipamento

composta por quatro quadrados menores,

aparente, mas para incentivar a conversa entre

todos equipados com fitas de LED com 7W/m

as pessoas que visitam o local, o deixamos à

a 3500K. A parede de vidro temperado do am-

mostra” finalizou.

L U M E ARQUITETURA

Ficha técnica Projeto arquitetônico e luminotécnico: Jomar de Mello / Studio Jomar de Mello Colaboração: Arquiteta Carolina Veloso / Studio Jomar de Mello Luminárias, embutidos e trilhos: Interlight Lâmpadas em LEDs: Cristal LED


Tecnologia da iluminação com led Tel. 41 3335-7230 | www.ledart.com.br


biblioteca

Luminárias, lâmpadas e refletores

Catálogos 2012

A EMPALUX, distribuidora paranaense, no mercado

há mais de 16 anos, traz em seu novo catálogo os modelos de luminárias públicas (viárias e para praças),

industriais e ornamentais, além de lâmpadas de descarga

MADELUSTRE disponibiliza para download em

de alta pressão e refletores – com LED ou lâmpada de

sua home page o lançamento das linhas Collection,

alta pressão. Nele, é possível verificar as especificações

Country, Vitralys e Décor. Na versão on-line dos

técnicas como potência, base, índice de proteção, entre

exemplares, o internauta pode visualizar os produtos

outros. Além disso, apresenta fotos das principais peças

em detalhes, com as imagens das peças e informações

e suas aplicações, além do tipo de material fabricado e

técnicas como tamanho, formato, tipo de acabamento

dicas de instalação.

e cores.

www.empalux.com.br

www.madelustre.com.br

Livro sobre LED

Catálogo 2012 de luminárias LED

Seguindo sua tradição de inovação, a ERCO, fabricante de luminárias reconhecida mundialmente, com sede na Alemanha, lança seu catálogo de 2012 com mais de 700 novos produtos em LED. Todas as páginas desta publicação trazem peças voltadas para áreas externas e internas, como spots, embutidos, projetores e barras de LED. O catálogo está disponível para download nas versões em inglês e em alemão no site da empresa. www.erco.com

92

L U M E ARQUITETURA

Situada em Garibaldi, na Serra Gaúcha, a

O especialista em iluminação MAURI LUIZ

DA SILVA, escritor dos livros “Luz, lâmpada & Iluminação” e “Iluminação: simplificando o projeto”, lança a obra LED A LUZ DOS NOVOS PROJETOS. As 139 páginas da publicação trazem informações para que essa inovadora fonte luminosa, utilizada com conhecimento, ajude a construir ambientes confortantes e aconchegantes. O livro custa 56 reais e é indicado para estudantes e profissionais do setor.



luz e design em foco

Relações de mercado Paulo Oliveira

As relações de mercado devem

advém de comissões – ou RTs – que as

envolvem a elaboração de projetos.

primar pela ética acima de tudo. É justa-

indústrias e lojas embutem em serviços

mente esta ética que o mantém saudável e

e materiais adquiridos pelo cliente e que

o cliente, que, muitas vezes, ignora tais

competitivo. Se esta base mercadológica

para eles são transferidos. Ao final das

práticas e tampouco desconfia de que es-

é quebrada, teremos então um mercado

contas, seja qual for a fonte, o profissional

teja de fato recebendo o melhor produto,

baseado no “quem dá mais” ou o “salve-

acaba lucrando sem se importar que este

ao ser induzido a optar por uma ou outra

se quem puder”.

ato prejudica a seriedade e o respeito

marca apenas baseado em vantagens.

Se temos clientes que não querem

pelos quais a profissão deveria ser en-

O profissional pode não especificar o

pagar o valor justo do projeto, a culpa de

carada e respeitada. Com as comissões,

melhor produto e deixar de encontrar

tal situação, dentre outros fatores, pode

um profissional pode ter um lucro muito

soluções até mais interessantes técnica

ser atribuída aos profissionais que não

acima do justo e real valor que o projeto

e esteticamente. Não é à toa que vemos

cobram pelos projetos, vivendo à custa de

deveria ter. As empresas oferecem de 3%

vários projetos de um mesmo autor com

comissões pagas pelas indústrias e lojas

a 20% de comissão, e tudo depende do

a mesma “cara”.

em acertos de bastidores e que afetam a

valor da compra e, em geral, do renome

todos que estão no mercado.

do profissional.

trar outra forma de fidelizar seus clientes

Conversando recentemente com um

As indústrias e lojas devem encon-

Neste aspecto, aprofunda-se o preju-

e especificadores. Ofereçam no lugar

grande amigo – e mestre – senti-me como

ízo corporativo para a classe profissional

das comissões, premiações que não

Cazuza quando cantou que “meus heróis

que se rende a segmentações internas:

envolvam dinheiro vivo. Uma viagem, por

morreram de overdose” tamanha a decep-

uns lucram 20% por seu status enquanto

exemplo. Inclusive vocês só têm a ganhar,

ção ao ver nominados aqueles que um

outros dificilmente conseguem chegar aos

pois terão muitos outros profissionais na

dia tive como ídolos e referências. Ruíram

10%.

disputa.

pelo simples fato de constatar que suas

práticas profissionais, de modo geral,

fissionais conquistam vários projetos ao

por um mercado antiético onde as nego-

são desrespeitosas, especialmente com

mesmo tempo e, consequentemente,

ciatas de bastidores assemelham-se às

os colegas de profissão. Nesta conversa

ganham mais espaço na mídia, o que ali-

politicagens que deploramos ou assumi-

pude confirmar que estes só chegaram

menta uma popularidade camufladora de

mos práticas pelas quais manifestamos

onde estão graças às artimanhas e nego-

sua voracidade egocêntrica. Não se cobra

nosso comprometimento ético por um

ciatas promíscuas que utilizam. Alguns até

pelo projeto viabilizado por meio de uma

mercado saudável e decente onde todos

furtando projetos de outros profissionais.

“doação” para aquele cliente ou aquela

recebam o devido e igual respeito.

Profissionais que para atender sua gana

cidade, enquanto se lucra em acertos de

egoísta e satisfazer seu estrelismo mergu-

bastidor com uma ou algumas indústrias

lham de corpo e alma nessas jogatinas.

ou empresas comerciais. Forja-se uma

Porém, este ato supostamente bon-

cumplicidade perniciosa para uma ética

doso, para ganhar o cliente, esconde taci-

que se espera nas relações de mercado.

tamente o fato de que ele está recebendo

alguma coisa; afinal, ninguém trabalha de

tipo de prática refere-se à eliminação da

graça. Ora, o ganho ou os rendimentos

livre concorrência, especialmente aquela

que este tipo de profissional percebe,

relacionada com a criação e as ideias que

Assim fica claro como alguns pro-

Outro detalhe igualmente grave deste

Paulo Oliveira é lighting designer e designer de ambientes, especialista em Educação Superior (Unopar) e Iluminação (IPOG). Autor do blog Design: Ações e Críticas (www.paulooliveira.wordpress.com) e criador da Rede DesignBR (www.designbr.ning.com).

94

Mais uma vez o prejuízo recai sobre

L U M E ARQUITETURA

Então, temos de decidir: ou optamos



série luz e linguagem visual

A radiação nossa de cada dia Uma submersão no oceano invisível das formas

EduMarques

Por Valmir Perez

96

Em finais do século XIX, os Estados Unidos da América

explosão, resultando em quase 300 mortos, entre marinheiros e

esticou seus olhos sobre a região do golfo do México. Mais

oficiais. É aberta então uma investigação sobre o caso, cujo re-

propriamente para Cuba e nos lucros que poderiam resultar dos

sultado não conseguiu trazer à luz nada de concreto que levasse

investimentos na produção de açúcar naquela ilha, que nessa

aos culpados. Aproveitando a situação, a mídia americana, sem

época, por volta de 1895, ainda pertencia à Espanha, como parte

a garantia de provas conclusivas, acusa o governo espanhol de

de sua constelação de colônias espalhadas pelo globo.

estar por trás do incidente. Desta feita, a Espanha rompe relações

E quando um país, ou melhor, a sua elite dominante resolve

com os EUA que prontamente inicia um bloqueio a Cuba. Pronto!

aumentar seus lucros, tudo é válido; sabemos muito bem disso.

A guerra estava iniciada e o seu resultado seria a dominação pelo

Operações de falsa bandeira¹ são quase sempre levadas a cabo

florescente império americano, das possessões espanholas no

a fim de criar um conflito bélico, onde, geralmente, as partes

Pacífico: Filipinas, Guam e Cuba.

interessadas lucram vertiginosamente, tanto com os processos

do próprio conflito quanto com os seus resultados. E no caso

dessas regiões. Ao se libertarem como colônias subjugadas

dessa guerra também não foi diferente.

de uma potência europeia, não se deram conta de que o seu

Numa noite de 1898, o navio americano USS Maine, que aca-

protetor, no caso os EUA, apenas almejava recolonizá-los com

bara de aportar em Havana, sofre uma inexplicável e misteriosa

táticas mais sutis. De forma parecida, isso se daria mais tarde

L U M E ARQUITETURA

Foram tempos muito difíceis e de muita luta para os povos


com as revoluções militares no eixo sul das Américas,

assim era um homem que, por sua postura, educação

patrocinadas pelos mesmos grupos de interesses.

e imagem, atraía bastante as mulheres, com as quais,

dizem os historiadores, nunca desejou contatos íntimos.

Foi no período dessas lutas, derrotas e conquistas,

que um sérvio genial provaria mais uma vez que sua

Era também aficionado por pombos, que alimentava

mente estava muito à frente de sua época. Numa tarde

durante suas refeições.

chuvosa de 1898, Nikola Tesla apresentaria no Madison Square Garden, em Nova York, durante uma feira de

Um gênio inventor

exposições de novidades elétricas, uma de suas mais recentes invenções: um sistema de controle remoto

sem fios. Tratava-se de um pequeno navio que podia

de Marconi³. Em 1887 desenvolve os nossos ainda mo-

ter seus movimentos controlados à distância. Isso em

dernos sistemas de motores à indução. Vende a patente

1898! Um feito como esse deve ter tido um impacto

da corrente alternada ao magnata ��������������� George Westing-

enorme na opinião pública, na mídia, nas universida-

house4, que irá vencer a famosa “Guerra das Corren-

des e, é claro, dentro da classe política. Um cientista

tes”5, cujo padrão escolhido pelo governo americano

apresenta um navio navegando sem alguém a bordo,

na época, se tornaria o padrão de transmissão elétrica

remotamente controlado, justamente no momento que

mundial e é até hoje utilizado em nossa vida diária. Além

o país passava por um grave conflito bélico e, mais ain-

disso, outras milhares de patentes de sua autoria foram

da, um conflito que teve início exatamente com a perda

registradas por ele mesmo e, muitas vezes, por pessoas

de vidas numa embarcação! Esse feito seria apenas

e corporações inescrupulosas que não lhe pagariam o

um dos muitos que esse cientista faria de maneira tão

preço justo por essas invenções. Edson6, no auge de

teatral e deixaria as pessoas estupefatas com a sua

sua glória, seria, inclusive, uma dessas pessoas.

genialidade.

monta um laboratório de pesquisas em Colorado

Nikola Tesla nasceu à meia-noite de 10 de julho

Nikola Tesla inventou a transmissão via rádio antes

Em 1899, com apoio do banqueiro J. P. Morgan7

de 1856, durante uma terrível tempestade elétrica, na

Springs, no estado do Colorado, onde iria realizar,

aldeia de Smiljan, Vojna Krajna, no Império Austro-Hún-

talvez, uma de suas mais espetaculares descobertas: a

garo, hoje território da Croácia. Filho do padre presbite-

transmissão de energia elétrica sem fios. Nessa oca-

riano Milutin Tesla e Duka Mandić, filha de um padre da

sião, quando Morgan descobre que o sonho de Tesla

igreja ortodoxa sérvia. Tesla teve ainda três irmãs mais

era a de propiciar energia elétrica gratuita ao mundo

novas e um irmão mais velho. Faria o curso de quatro

inteiro, retira seu patrocínio inviabilizando dessa forma

anos, na escola Karlovak, em apenas três. Estudou

o que poderia significar um mundo totalmente diferente

engenharia eletrotécnica na Escola Politécnica de

para todos nós.

Graz, na Áustria. Em 1878, após cortar laços com sua

família, vai para a Eslovênia trabalhar como engenheiro

raio-X, o para-raios, a robótica, torpedos rádio controla-

assistente, seu primeiro emprego. Em 1880 frequentaria

dos, a vela de ignição, experimentos com radiação de

a Universidade Carolina, em Praga, onde conhece o

ondas na ionosfera e fontes telúricas (geoengenharia),

físico e filósofo Ernst Mach², o qual seria responsável

ressonância magnética, etc. etc. etc. Seu sonho era de

por uma enorme influência nos pensamentos e ideias

um mundo em paz e, nesse sentido, fez pesquisas com

de Tesla.

o que denominou de “Teleforce”, o que ficou popular-

mente conhecido como “Raio da Morte”. Que era na

Para a maioria das pessoas que o conheceram,

Além disso, estão entre suas pesquisas pioneiras o

Tesla era um tipo, diríamos, esquisito. Lia diversos livros

verdade uma arma de feixes de partículas magnéticas

em apenas uma noite. Falava além de sua língua pátria,

que, segundo ele, impossibilitaria o uso de aviões para

outras sete. Possuía uma memória fotográfica incrível.

bombardeios aéreos.

Tinha visões e alucinações de seus projetos. Dizia aos

mais próximos que ao se sentar e se concentrar sobre

idade, no dia 7 de janeiro de 1943, no hotel New Yorker.

determinado problema, conseguia reproduzir mental-

Todos os seus escritos foram então confiscados pelo

mente todas as fazes de desenvolvimento, execução

FBI e considerados desde então “Top Secret”. Nunca

e testes de suas invenções. Abominava o contato

mais se falou sobre os seus projetos em andamento. Al-

físico, inclusive se recusando a apertar as mãos de

guns historiadores supõem que o que continham esses

outras pessoas e lavando-as constantemente. Mesmo

documentos eram tão avançados e tão “perigosos” que

Tesla morreria pobre e sozinho aos 86 anos de

L U M E A R Q U I T E T U R A 97


o governo americano jamais admitiria que esses conheci-

mentos viessem a público. Supõe-se que se tratavam de

plicado, dada a pressão financeira enorme que sofrem

pesquisas avançadíssimas nas áreas de armas geológi-

nossos pesquisadores, geralmente patrocinados por

cas, de energia livre e gratuita, além de outros projetos

grandes corporações e governos, mas é importante

que poderiam simplesmente eliminar a nossa dependên-

também salientar que, mesmo com grandes interesses

cia de fontes esgotáveis de energia. O que, é claro, ia e

econômicos forçando determinadas linhas de ação, a

ainda vai de encontro a grandes interesses.

evolução humana certamente continuará. E essa mesma

evolução provavelmente aclareará com o tempo o quanto

Todas essas especulações reforçam ainda mais

Discorrer sobre esse tema é ainda bastante com-

o nosso espanto quanto ao fato de que o homem que

nossa existência é rica.

inventou ou foi o precursor de praticamente a maioria das

coisas maravilhosas que temos à nossa volta diariamen-

põe apenas uma faceta de nossa existência, mesmo sen-

te – desde o sistema elétrico que utilizamos em nossas

do ela ainda vibração eletrônica de determinada frequên-

casas e fábricas, transistores eletrônicos, robôs, chips de

cia, é não só importante, como urgente, perguntar de que

computadores, até os nossos atuais sistemas de comu-

maneira essas outras vibrações podem nos sensibilizar e

nicação, como por exemplo, os nossos celulares – foi e

nos influenciar física e psiquicamente. E elas existem en-

continua sendo propositalmente escondido do público.

tre nós, pois isso pode ser diariamente comprovado pela

Mas Tesla não é o único caso, embora seja talvez o mais

quantidade de radiações que nossos sentidos comuns

genial. Pesquisadores como Wilhelm Reich8, perseguido

não conseguem normalmente captar, mas sabemos que

e morto dentro de uma penitenciária americana, sem

estão ao nosso redor, passando pelos nossos corpos,

nunca ter praticado um crime, a não ser o de ter de-

influenciando-o e fazendo funcionar nossos aparelhos.

senvolvido uma máquina que conseguia fabricar chuva

em regiões praticamente desertas. Ou de Ruth Beymer

pesquisadores, que toda matéria viva ou não viva, emita

Drown9, também perseguida e humilhada pelo stablish-

sua forma particular de energia? Creio que isso deveria

ment governamental e médico; a autodidata americana,

ser seriamente aventado, pois pesquisadores como Tesla,

uma das pioneiras no tratamento de pacientes através

Ruth, Reich e muitos outros que nos legaram conheci-

de técnicas radiônicas, e que desenvolveu, inclusive,

mentos incríveis não podem ser apenas tachados de

sistemas de fotografias de órgãos internos humanos

cientistas loucos ou idiotas. Isso não seria prudente nem

usando apenas uma gota de sangue desses pacientes.

justo.

Rica no sentido de que, se a natureza material com-

Será possível também, como afirmavam esses

Aliás, suas pesquisas também se tornaram “top secret” nas mãos das agências de inteligência e, provavelmente,

Infinitas formas de radiação

das grandes indústrias farmacêuticas.

98

Sobre muitas e mais pessoas desse calibre poderí-

Tesla não estudaria apenas os efeitos das diversas

amos aqui discorrer, mas, sobretudo, cabe analisarmos

faixas de radiações eletromagnéticas, mas as possibili-

especificamente que esses pesquisadores estavam

dades da aplicação das suas ressonâncias. Um exemplo

desenvolvendo suas teorias ao redor de sistemas que

bem prático de ressonância é o de colocarmos numa

utilizavam espectros de radiação que iam além da ca-

sala dois violinos afinados identicamente. Ao tocarmos

pacidade de medição dos equipamentos eletrônicos da

uma das cordas de um desses instrumentos, a corda

época, embora hoje eles estejam dentro de laboratórios

cuja nota é correspondente, do outro instrumento, iniciará

de pesquisa e consultórios médicos de praticamente todo

vibrações por ressonância ondular.

o planeta.

mento que pode ser observado nas infinitas formas de

Alguns dos mais renomados cientistas da atualidade

Além da ressonância, um outro tipo de comporta-

concordam que os avanços de nossos conhecimentos

radiação ou irradiação é a coerência10. Tesla também

das leis físicas ainda nos revelarão muitas surpresas

estudou esse tipo de comportamento, através do qual,

e pelo visto, está se aproximando o dia em que esses

posteriormente, outros cientistas chegaram ao desenvol-

personagens que a história oficial obscureceu terão seu

vimento das fontes de luz laser. Uma radiação coerente

merecido lugar dentre as mentes mais brilhantes de todos

é, por princípio, definida como formada por ondas de

os séculos. Muitas das teorias atuais da física, da química

mesma frequência e direção. Na maioria das fontes

e da medicina já estão sendo questionadas profunda-

artificiais comuns e naturais de iluminação, as ondas

mente. Só o porvir nos surpreenderá com o que reserva.

estão dispersas, os soldados estão indo cada um para

L U M E ARQUITETURA


um lado, não existe organização. Já ao contrário, nas

minado ambiente da casa, quando as suas ondas

fontes de luz laser, esses soldados marcham unidos,

percorrem e interagem com o ambiente, incidindo e

num mesmo passo, numa mesma direção, e é por

ricocheteando nas paredes, móveis etc., o resultado

isso que conseguem perfurar chapas de aço.

será, por conseguinte, uma “ambiência” específica

Quando pensamos em radiação e coerência

que envolve tanto a qualidade e posicionamento

estamos pensando em energia. Seja no caso dos

da fonte como o próprio ambiente, sua estrutura,

violinos ou do laser. E quando a energia aparece,

seu material e o que ele contém, etc. Os sons irão

quando ela é de alguma forma gerada, ela provoca

interagir com todos os elementos do ambiente, e os

movimento, ação e, obviamente, reação. O que

resultados serão a complexa interação de tudo isso.

muita gente ainda não entende é que tudo à nossa

volta está sempre emitindo e contribuindo para o

ou lugar qualquer, repleto de objetos de diferentes

comportamento das radiações, inclusive os objetos

tipos, sofrerá não apenas a influência energética da

inanimados, os quais também apresentam radiação

interação desses objetos, como também, em conjun-

própria por serem, como tudo o que é matéria na

to com eles, determinará o fluxo de energia que ali

natureza, formados por elétrons, prótons e nêutrons.

adentrar. Esse é um modelo ainda bastante materiali-

Esse é o fundamento da radiestesia11. Se existe

zado do que alguns estudiosos veem como sendo a

radiação, existe energia. Se existe energia, existe

energia da forma, mas nos cabe muito bem aqui para,

ação e, portanto, sensibilização e reação de nossa

a partir de agora, analisarmos um conceito extrema-

parte. Existem inclusive vibrações especiais, como a

mente importante da linguagem visual: a radiação.

denominada de “energia da forma” pelos estudiosos

Segundo Wong,

e adeptos da radiestesia e do Feng Shui.

“A radiação pode ser descrita como um caso es-

pecial de repetição. Unidades de forma ou subdivisões

21,5 x 13,5cm

A fim de analisar mais simplificadamente como

Imaginemos agora o seguinte: que um ambiente

também poderia se dar o comportamento dessa ra-

estruturais repetidas que revolvem regularmente em

diação, podemos compará-la às radiações sonoras.

torno de um centro comum produzem um padrão de

Se você liga o seu aparelho de som em um deter-

radiação” 12

Potencia Equivalente LUMENS

LED

V. METÁLICO

6.000

71W

150W

12.000

142W

250W

18.000

213W

400W


As radiações formais podem se dar de variadís-

simas maneiras, mas sempre apresentarão alguns padrões comuns, tais como a multissimetria, um ponto focal, central ou não, de emissão e a geração da sen-

figura 01

sação de movimento através dos processos de energia óptica.

Ainda segundo esse autor

“A estrutura da radiação consiste em dois importan-

tes fatores, a interação dos quais estabelece todas as

variações e complexidade:

locado, que as linhas não possuem as mesmas dimen-

sões, portanto as mesmas forças, embora a repetição

Centro de irradiação – Este marca o ponto focal ao

Já na figura 02 observamos que o centro está des-

redor do qual as unidades de forma estão posicionadas.

de seus ângulos de inclinação sejam iguais aos da

Deve ser ressaltado que o centro de radiação não é

figura anterior. Essa imagem nos remete então a outros

sempre o centro físico do desenho.

tipos de sensações e sentimentos. Essa “entidade”

(denomino também dessa maneira as formas porque

Direções de radiação – Isso se refere às direções

das linhas estruturais assim como às direções das

entendo que são coisas vivas) está sugerindo uma

unidades de forma.

força de perspectiva bastante acentuada. Além disso,

parece que algo nos puxa para dentro desse universo,

A título de conveniência, podem ser apontados três

tipos principais de estrutura de radiação: centrífuga,

enquanto atua também em nossa percepção, de forma

concêntrica e centrípeta. Na verdade, os três são bas-

a entendermos a imagem como algo cujo movimento

tante interdependentes. A estrutura de radiação centrí-

vai além do entrar e sair de suas linhas ao centro.

fuga pode exigir uma estrutura concêntrica para auxiliar

na colocação de suas unidades da forma. A centrípeta

ao qual esteja inserido o ponto focal poderá estar se

normalmente necessita de uma estrutura centrífuga para

movimentando verticalmente ou horizontalmente, ou

orientar a sua construção. A concêntrica precisa ter uma

ainda, emitindo seus raios contra nós eu na direção

estrutura centrífuga para determinar suas subdivisões

oposta. Percebemos também que as linhas mais alon-

estruturais.

gadas (da esquerda) sugerem mais impetuosidade do

Aqui também, dependendo do quadro compositivo

que as linhas mais curtas (da direita). Tipos de radiação e seus efeitos

Analisemos então algumas dessas formas, a fim

de entendermos mais aproximadamente que tipo de

figura 02

percepções e sensações elas podem nos provocar e algumas das maneiras que elas podem ser utilizadas, no interior ou não das composições, para, através de suas características intrínsecas, nos auxiliar na criação

100

de linguagens visuais.

composições visuais, inclusive em composições visuais

Na figura 01 observaremos um tipo bastante

Um outro tipo de radiação bastante usual nas

simples de radiação formal. Todas as linhas partem de

de projetos de iluminação, é a radiação concêntrica

um centro comum, são de mesma dimensão e estão

(figura 03). Nesse caso, trata-se de um tipo de emissão

distribuídas regularmente à volta desse mesmo centro.

ondular, como as ondas criadas quando jogamos uma

Dependendo onde esse elemento esteja presente, ou

pedra na água. O movimento percebido nesse caso é

seja, dependendo do meio compositivo onde se apre-

muito mais de repetição de algo que está fluindo para

sente, perceberemos as linhas avançando em direção

fora ou para dentro do centro comum. Aqui isso depen-

ao centro, num movimento centrípeto, ou “fugindo”,

derá também das relações formais dos outros elemen-

num movimento centrífugo. De qualquer maneira, sem-

tos formadores de uma determinada composição e do

pre que nos depararmos com imagens dessa natureza,

próprio espaço circundante.

sentiremos a sensação que algo está em movimento e

que esse movimento tem relação com o centro focal.

visão no centro, percebemos um movimento constante.

L U M E ARQUITETURA

É curioso notar também que ao focarmos a nossa



A isso chamamos de energia óptica. Geralmente, se a

a figura. Ainda observamos e percebemos que existe

nossa atenção se prolongar sobre esse tipo de forma,

movimento, agora, no entanto, esse movimento apre-

sentiremos nossa energia se esvair; nossa ligação

senta uma quebra justamente onde passam as linhas

consciente enfraquecer. Eis aí por que essa estrutura

imaginárias diagonais. Vem daí a nossa sensação de

formal é muito utilizada em trabalhos de hipnose, tanto

que a radiação existente, ao fluir de fora para dentro

individuais, quanto coletivos.

(centripetamente) ou de dentro para fora (centrifuga-

mente), não carrega a mesma força de abrangência do

É curioso também notar que quando estamos à

frente de um osciloscópio13 vemos ilustrado visual-

exemplo da radiação circular, mas, em compensação,

mente apenas uma esquematização, um corte, das

se incluirmos essa forma num espaço também quadra-

ondas sonoras, magnéticas, elétricas etc. Na verdade,

do conseguiremos um maior equilíbrio distributivo.

a representação ondular se aproximaria muito mais do comportamento natural dessas ondas se nos fosse mostrada através de imagens em três dimensões e que emitissem esferas em todas as direções do espaço.

figura 03

figura 05

As radiações podem ainda se apresentar de modo

espiralado, como na figura 06, gerando um tipo de força centrífuga extremamente forte e atraente. Levando nosso olhar ao centro magnético da figura. Essa é

Mas a radiação concêntrica, assim como as radia-

uma forma utilizada desde tempos muito antigos para

ções lineares dos primeiros casos acima, pode se apre-

deslocar o foco consciente humano à subconsciência.

sentar com seu centro deslocado, como o da figura 04.

Ao visualizarmos formas como essa, somos como que

Aqui a radiação ondular ainda é bem visível e percebi-

sugados, subjugados, obrigados a um passeio nesse

da, porém, a noção de perspectiva e profundidade é

universo formal. Nossa atenção é atraída pela energia

maior, no entanto, a energia óptica é menor. Ainda outra

óptica do seu movimento interno.

vez, existe um movimento de eixo que pode ser sentido dependendo do conjunto da composição. Esse tipo de radiação nos leva a perceber que existe uma compressão maior onde as circunferências se aproximam

figura 06

mais (no nosso caso, do lado direito da figura), daí a possibilidade de usarmos esse tipo de forma quando queremos equilibrar um espaço ou composição. Ressonância percebida

figura 04

Muito ainda poderíamos discorrer sobre as

radiações, tanto em relação às suas possíveis estruturas, subdivisões estruturais e unidades formais, tais como as de múltiplos centros, de rotações graduais, as com curvaturas ou quebras de linhas, as

102

Até agora demonstrei exemplos de radiação formal

irregulares e distorcidas, etc. Porém, o que mais nos

com características circulares. Vejamos o comporta-

interessa no momento é sabermos ainda que toda

mento de uma dessas radiações em relação a uma

forma radiante carrega consigo uma outra característica

emissão num universo quadrado (figura 05). Nesse

fundamental: a ressonância. É através da ressonância,

exemplo podemos notar que a radiação é restringida

que aqui poderíamos definir como a propriedade da

pela força exercida pelos ângulos retos que compõem

forma em criar em nós a percepção de movimento

L U M E ARQUITETURA



contínuo, que iremos descobrir outras utilizações dessas variações, utilizando-as conscientemente em nossos “textos” visuais.

Qualquer ressonância criada por formas e padrões

figura 08

radiantes criará um campo de energia óptica que, forçosamente, irá afetar a percepção do observador, chamando-lhe a atenção para determinado ponto, determinada velocidade e direção (fruto da quantidade e qualidade repetitiva).

universo ondular, porém, nem sempre a coerência e a

frequência podem estar presentes nessas formas, o que

Em muitos dos projetos de iluminação, tanto nos

espaços cênicos quanto nos construídos para as ativi-

significa que a radiação pode se apresentar em direções

dades normais humanas, a criação de elementos visuais

livres e frequências descontinuadas ou desarmônicas.

radiantes passa a ser fundamental quando necessitamos

alertar ou assegurar os observadores que foquem a

cuidado que poderemos mais e mais nos aproximar do

atenção em determinado(s) ponto(s) do espaço. Além,

conhecimento subjetivo das relações formais, de lingua-

é claro, de possibilitarmos dessa forma, um maior nível

gens mais coerentes e, talvez, como Tesla, Ruth e Reich,

de movimento a esses mesmos espaços. É possível

das coisas mais sutis que vibram, irradiam e ondulam à

também conjecturar que, em determinadas situações,

nossa volta. Mais e mais estaremos desenvolvendo as

os observadores sejam levados a deslocarem seu fluxo

nossas possibilidades sensíveis até percebermos que

consciente de pensamento a modos de percepção para-

tudo o que nos rodeia possui vida, energia e ação.

Cada caso é um caso, mas é estudando-os com

lelos ao nível comum.

A radiância ainda pode ser conseguida através de

elementos pontuais (figura 07), o que, aos designers de iluminação, acaba se tornando matéria bastante interessante, dada a grande quantidade de fontes pontuais

Valmir Perez é lighting designer, graduado em Artes e mestre em Multimeios. É responsável pelo Laboratório de Iluminação da Unicamp, onde desenvolve projetos de iluminação, captação de imagens e de softwares, além de ministrar cursos, workshops e palestras. Contato – valmirperez@gmail.com/www.iar.unicamp.br/lab/luz.

que compõe o leque instrumental de opções que eles utilizam constantemente em seus mais variados projetos. Nesse exemplo, o tipo de radiância ou radiação é crescente, ou seja, os pontos crescem ao se afastarem do núcleo, o que faz com que percebamos uma explosão do centro ao exterior, ou seja, um aumento de volume da forma.

figura 07

Já no caso contrário, quando os pontos diminuem

ao afastarem-se do núcleo (figura 08), somos levados a pressentir um certo tipo de diluição, de perda de força no movimento centrífugo e aumento de força no movimento centrípeto.

Em todos os casos apresentados aqui pudemos

também constatar a presença de certas coerências e frequência harmônicas de emissão. Como dissemos anteriormente, também um comportamento comum no

104

L U M E ARQUITETURA

BIBLIOGRAFIA RYCROFT, Charles (autor). As ideias de Reich. São Paulo, SP: Cultrix, 1973. 108p. (Mestres da modernidade). O’NEILL, John J. (John Joseph) (autor).Prodigal genius: the life of Nikola Tesla. New York, N.Y.: I. Washburn, 1971, c1944. 326 p. (Tartan books; v. 13). Biography). WONG, Wucius, Princípios de Forma e Desenho. São Paulo: Martins Fontes, 1998. DONDIS, D. A. (Donis A.) (autor). Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2007. 234p., il. (Coleção A). MUNARI, Bruno Design e Comunicação Visual 1. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2001 1 Operação de bandeira falsa (False flag em Inglês) são operações conduzidas por governos, corporações ou outras organizações que aparentam ser realizadas pelo inimigo de modo a tirar partido das consequências resultantes. O nome é retirado do conceito militar de utilizar bandeiras do inimigo. Operações de bandeira falsa foram já realizadas tanto em tempos de guerra como em tempos de paz. Wikipédia a Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/ Opera%C3%A7%C3%A3o_de_bandeira_falsa em 24/03/2012 2 Ernst Mach (Brno, 18 de fevereiro de 1838 — Vaterstetten, 19 de fevereiro de 1916) foi um físico e filósofo austríaco. De 1864 a 1867 foi professor de matemática em Graz. Depois (1867-95) lecionou física na Universidade de Praga, quando opôs-se à introdução da língua tcheca como idioma oficial na mesma universidade, alinhando-se entre os partidários da dominação alemã na região. Wikipédia a Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Mach em 24/03/2012. 3 Marquês Guglielmo Marconi (Bolonha, 25 de abril de 1874 — Roma, 20 de julho de1937), por vezes Guilherme Marconi, foi um físico e inventor italiano. Inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios, em 1896. Marconi se baseou em estudos apresentados em 1897 por Nikola Tesla para em 1899 realizar a primeira transmissão pelo canal da mancha. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/ Guglielmo_Marconi em 24/03/2012. 4 George Westinghouse, Jr. (6 de outubro de 1846 — Nova Iorque, 12 de março de 1914) foi um empresário e engenheiro estadunidense. Entre muitas outras invenções, criou um freio a ar comprimido para locomotivas e foi um dos pioneiros da indústria da electricidade. O seu nome é especialmente conhecido devido à marca de acessórios e equipamentos eléctricos que ostenta o seu nome. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia. org/wiki/George_Westinghouse em 24/03/2012. 5 A Guerra das Correntes (ou Batalha das Correntes) foi uma disputa entre George Westinghouse e Thomas Edison que ocorreu nas duas últimas décadas do século XIX. Os dois tornaram-se adversários devido à campanha publicitária de Edison pela utilização da corrente contínua para distribuição de eletricidade, em contraposição à corrente alternada, defendida por Westinghouse e Nikola Tesla. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http:// pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_das_correntes em 24/03/2012. 6 Thomas Alva Edison (Milan, Ohio, 11 de fevereiro de 1847 — West Orange, Nova Jérsei, 18 de outubro de 1931) foi um inventor e empresário dos Estados Unidos que desenvolveu muitos dispositivos importantes de grande interesse industrial. O Feiticeiro de Menlo Park (The Wizard of Menlo Park), como era conhecido, foi um dos primeiros inventores a aplicar os princípios da produção maciça ao processo da invenção. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_edison em 28/03/2012. 7 John Pierpont Morgan (17 de abril de 1837, Hartford, Connecticut, EUA – 31 de março de 1913), foi um banqueiro americano. Era filho de Junius Spencer Morgan (1813–1890), que era sócio de George Peabody e fundador da casa J. S. Morgan & Co. em Londres. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Pierpont_Morgan em 24/03/2012. 8 Wilhelm Reich (24 de março de 1896 – 3 de novembro de 1957) foi um psiquiatra e psicanalista austríaco americano. Wikipédia A Enciclopédia Livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_reich em 24/03/2012. 9 Ruth B. Drown (* 1892 em Greeley (Colorado) , EUA, † 1965 ) foi uma importante representante no desenvolvimento da radiônica clássica, desenvolvedora de procedimentos médicos alternativos através de tratamentos a longa distância e cura espiritual. Wikipédia A Enciclopédia Libre (alemã) http://de.wikipedia.org/wiki/Ruth_B._Drown em 24/03/2012. Tradução livre do autor. 10 Luz coerente é aquela formada por ondas de mesma frequência e direção que mantêm uma relação fase constante entre si. Mais especificamente, dois pontos de uma onda são ditos coerentes quando guardam uma relação de fase constante, ou seja, quando conhecido o valor instantâneo do campo elétrico em um dos pontos, é possível prever o do outro. Existem duas manifestações claramente diferenciadas de coerência: a coerência temporal e a espacial. Wikipédia A Enciclopédia Livre http://pt.wikipedia.org/ wiki/Luz_coerente em 26/03/2012. 11 Radiestesia é uma palavra composta por dois termos distintos: radius, que vem do latim e significa radiação, e aisthesis, de origem grega e que significa sensibilidade, indicando assim a “sensibilidade às radiações”. Sua antiga designação era igualmente rabdomancia. Wikipédia A Enciclopédia Livre http://pt.wikipedia. org/wiki/Radiestesia em 26/03/2012. 12 WONG, Wucius, Princípios de Forma e Desenho. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Pág. 87. 13 O osciloscópio é um instrumento de medida eletrônico que cria um gráfico bidimensional visível de uma ou mais diferenças de potencial. O eixo horizontal do ecrã (monitor) normalmente representa o tempo, tornando o instrumento útil para mostrar sinais periódicos. O eixo vertical comumente mostra a tensão. O monitor é constituído por um “ponto” que periodicamente “varre” a tela da esquerda para a direita. Wikipédia A Enciclopédia Livre http://pt..org/ wiki/Oscilosc%C3%B3piowikipedia em 28/03/2012.



holofote

Você é engenheiro elétrico. De que

Como você avalia o mercado hoje com

forma a iluminação se tornou sua prin-

relação a como ele era quando você

cipal atividade?

começou?

Iniciei meus estudos na faculdade de

O mercado está muito mais desenvolvido

engenharia e tinha interesse em estagiar

e estabelecido. Os escritórios estão se

desde os primeiros anos. Nessa época,

mostrando bastante competentes e há

conhecia Robert Graumann, proprietário

efetivamente um segmento importante

da Ilumatic, especializada em equipa-

na área da iluminação, além dos fabri-

mentos pra iluminação pública, e fiz meu

cantes, que são os lighting designers;

estágio nessa empresa. Após o estágio,

conseguimos mostrar nossa importância,

desenvolvi um software para cálculos de

e o mercado reconhece isso.

iluminação em um escritório de projetos chamado Projelectra, com a ajuda do engenheiro Adriano Genistretti, da Philips. Estudei aspectos fotométricos, cálculos tridimensionais e relatórios de análise dos resultados, muito similares aos que hoje estão disponíveis nos softwares de mercado, porém desenvolvidos em Basic em um computador AT286. Fui contratado na sequência como Engenheiro de Aplicação do Departamento de Engenharia

Você é membro fundador da AsBAI.

Trabalhando com iluminação desde 1988, Plinio acredita desde 1988, acredita queque os os lighting designers conseguiram mostrar sua importância e são reconhecidos pelo mercado Entrevista concedida a Erlei Gobi

Qual sua avaliação e envolvimento com a entidade? Considera-a representativa? A AsBAI é uma entidade importante, pois estabeleceu a presença da nossa categoria no cenário projetual. Deixamos de ser um bando de entusiastas para formarmos uma instituição que objetivava a apresentação do que fazemos de forma

e Projetos de Iluminação da Philips, onde

Em sua opinião, que tipo de formação

profissional. Acredito que, como tudo

iniciei efetivamente minha carreira como

um lighting designer deve ter?

na vida, a AsBAI necessita de avanços,

profissional da área. Isso aconteceu em

Baseado em uma carreira de arquitetura

porém percebemos que muito já foi

1988.

ou engenharia. O lighting designer deve

conquistado.

se especializar em cursos internacionais Há quem defenda que apenas arqui-

ou nacionais de qualidade, trabalhar

Você é sócio-proprietário de duas

tetos devam realizar projetos de ilumi-

em um bom escritório especializado e

empresas que realizam projetos de

nação. Como você vê essa questão?

aprender muito, pois a experiência faz

iluminação, mas em áreas diferentes.

Acredito que o importante não é a forma-

a diferença.

Porque há esta divisão? Como o mer-

ção, mas a capacidade do profissional

106

cado vê isso?

em desenvolver sua percepção de tal

Quais foram os trabalhos mais impor-

Sou proprietário do escritório Godoy Lu-

forma que possa prover soluções cor-

tantes da sua carreira até hoje?

minotecnia e da Luz Urbana Engenharia.

retas e interessantes. Acho importante a

Um trabalho bastante importante foi a

A primeira trabalha com o mercado da

Anotação de Responsabilidade Técnica

iluminação das fachadas do Museu do

iluminação arquitetural e a segunda com

– ART, pois caracteriza um serviço técnico

Ipiranga, um desafio interessante. Outro

a área da iluminação urbana. Esta divisão

e de responsabilidade. A iluminação (e o

projeto emblemático foi a iluminação da

se deu em função do entendimento de

agora chamado Lighting Design) é uma

Ponte Octávio Frias de Oliveira, em São

serem mercados diferentes, com enfoque

área onde há a convivência da arte com

Paulo, mais conhecida como a Ponte Es-

e atuações distintas. Ambas adquiriram

a técnica; o profissional apto será aquele

taiada, onde utilizamos o LED de maneira

presença em seus nichos específicos

que conseguir aliar estas duas funções

efetiva e efeitos RGB programáveis, uma

e são entendidas claramente em suas

com maestria.

novidade para a época.

propostas.

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opinião

A mais poderosa ferramenta de venda Iluminação hipervaloriza produtos e aumenta sua percepção aos olhos do consumidor Por Julio Takano

Entre as muitas notícias geradas pelo bom desempenho da

aplicabilidade antes inimaginável. Quando optamos por uma

economia no Brasil, há a transformação do nosso varejo. Entre

solução mista de tecnologia de lâmpadas de vapor metálico e

2005 e 2011, 80 milhões de brasileiros ascenderam da classe

LED, equalizadas a novas soluções de refrigeração, conseguimos

D para classe C e outros 18 milhões, da classe C para B. Este

um retorno sobre os investimentos em 18 meses. A luminotéc-

fenômeno gerou uma nova classe social, a BC, composta por

nica, quando integrada ao Visual Merchandising, torna-se uma

uma população com demanda reprimida de consumo e ávida

ferramenta poderosíssima para concretizar o DNA estratégico e

por produtos e serviços que reconhecidamente

desenvolver uma operação que se configure

atribuam status, poder e intelectualidade. Uma

como um case de sucesso.

boa gestão deve entender profundamente

É preciso ainda ressaltar que o concei-

os anseios deste consumidor e antecipar as

to de Varejo Integrado é hoje a ferramenta de

tendências e alterações que possam ocorrer,

venda mais barata em termos de marketing

de forma a estar alinhado com elas.

estratégico. Enquanto um projeto de publici-

dade exige investimentos em torno de 5% do faturamento bruto anual de uma empresa, o

seu poder no desenvolvimento do Mood – em

que é feito em Conceito de Varejo soma, no

termos técnicos da Sinestesia do Espaço – que

máximo, 1,5% aplicado no reposicionamento

é a sensação que o cliente terá ao entrar na

da rede no ponto de venda. Os outros 3,5%

loja. Para sua criação, desenvolvemos já na

podem então ser utilizados em ações de

definição do conceito um processo de análise de materiais de acabamentos utilizados na arquitetura submetidos à luz focada e difusa, em

Arquivo pessoal

A importância da iluminação em um pro-

jeto para o grande varejo ocorre em virtude do

marketing estratégico, gerando incrementos de vendas de no mínimo 35%. Dizem que os formadores de opinião,

busca de texturas que transmitam e cristalizem o DNA de uma

quando apregoam alguns valores, tornam-se ditadores de re-

marca. Na sequência, aplicamos os produtos a serem comercia-

gras porque provavelmente são experts – e infalíveis – em suas

lizados dentro do ponto de venda, fazendo um estudo minucioso

áreas de atuação. Não acredito que seja exatamente assim. Na

do merchandising e visual merchandising. É nesta etapa que

verdade, aprendemos com o ofício, com a experimentação con-

controlamos, calculamos e especificamos os equipamentos de

tinuada e evolutiva. Depois de oito milhões de metros quadrados

iluminação que irão hipervalorizar os produtos, aumentando sua

executados pela KTArq, descobrimos que a iluminação de varejo

percepção aos olhos do consumidor e, consequentemente, as

e as técnicas conhecidas e utilizadas pelos cenógrafos devem

vendas.

se complementar, pois consideramos que o ponto de venda

Nesta fase de prosperidade ímpar pela qual passa o varejo

deva sempre contar estórias diferentes, ser mutante, vibrante,

brasileiro, podemos antecipar o uso de tecnologias de iluminação

inovador. E para isso, amparado em cálculos científicos, utilizar

de ponta. Há dois anos, a tecnologia LED custava quatro vezes

equipamentos de iluminação que gerem experiências visuais no

mais em sua implantação do que a de vapor metálico. Hoje,

ponto de venda.

esta diferença é de 50%. Sem falar nas potências já disponíveis de 31W, fachos abertos de 30 graus e fechados de 13 graus e temperaturas de cor de 3000K, que nos dá uma gama de 108

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Julio Takano é diretor da Kawahara | Takano soluções para varejo, presidente e fundador da ABIESV (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para Varejo).



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