Revista MeMo edição Nº7

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Ao Senhor Deus, toda a honra e toda a glória.

MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

Número 7 - Maio 2011

Um toque de simplicidade entrevista de Bruno Contarini Um dos principais especialistas em construção de pontes e viadutos do Brasil

A Alegria do Circo e o conceito inovador do Restaurante Alecrim Dois segmentos diferentes são os TFG’s selecionados de Lis Valladares e Bruna Eckhardt para esta edição

SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS A galinha dos ovos de ouro ainda subestimada pela economia tradicional

Lições do JAPÃO e da ALEMANHA ASPÁSIA CAMARGO

Maio 2011• MEMO online | 1


MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

PREMAG – Sistema de Construções Ltda.

MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

OBRAS AMBIENTALMENTE CORRETAS

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Cimbramento e Fôrma Vista superior

degradação do planeta, ação predatória, consumo desenfreado, descarte de lixo em larga escala, exploração do meio ambiente, políticas ultrapassadas O que vemos é

Troque por novas relações de consumo, conscientização ambiental, desenvolvimento sustentável para garantia da sustentabilidade ambiental O grupo

Edifício La Brisa - Praia de Piratininga, 3630 - Niterói-RJ

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

PREMAG – Impacto-RIO

faz a sua parte. Disponibilizamos formas plásticas recicláveis para estruturas de concreto.

reduzimos a quase zero o uso da madeira

Aliado a cimbramento racional,

Edifício La Brisa - Praia de Piratininga, 3630 - Niterói-RJ

PRÊMIO “TOP IMOBILIÁRIO 2009”

empregada na construção civil. Ao utilizar concreto protendido, aumentamos ainda mais a

eficiência 2 | MEMOambiental. online • Maio 2011

Maio 2011• MEMO online | 3


UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Prof. Roberto de Sousa Salles - Reitor Escola de Engenharia - TCE Prof. Hermano José Oliveira Cavalcanti - Diretor Departamento de Engenharia Civil - TEC Prof. Eduardo Valeriano Alves - Chefe Diretor da Editora EDUFF Prof. Mauro Romero Leal Passos

A Revista MEMO é uma publicação

dedicada principalmente à Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente, que faz a integração do meio acadêmico com o mercado. Isso é traduzido em cada publicação, que terá em sua estrutura: artigos

Fundação Euclides da Cunha Presidente: Miriam Assunção S. Lepsch

técnicos científicos, ensaios e resenhas, visando levar ao leitor assuntos abrangentes, como novas técnicas,

Rua São Pedro 24 Grupo 801 Centro - Niterói / RJ - CEP: 24020-050 TEL: (21) 2109-1661

projetos acadêmicos, profissionais e o cotidiano

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MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

da construção, bem como aspectos voltados para sustentabilidade e meio ambiente.

A publicação é composta por uma equipe

de professores, estudantes, profissionais e técnicos que buscam temas de interesse da sociedade, tendo ISSN 2179 533 9

Editor: Prof. Luiz Alberto Marques Braga Pardal Conselho Editorial:

como berço o Departamento de Engenharia Civil TEC, da Escola de Engenharia TCE, da Universidade

Presidente: Prof. Francisco José Varejão Marinho

Federal Fluminense - UFF e gerenciada pela Fundação

Conselheiros – Arquitetura:

Euclides da Cunha - FEC.

22. Fazendo jorrar a “ÁGUA ESCONDIDA” | Reportagem com DANTE LUVISOTTO | Diretor da Águas de Niterói

32. O APROVEITAMENTO múltiplo do RIO PARAÍBA do SUL | Professor JOSÉ FERNANDES SENNA | Ex-Chefe do

Profª. Luciana N. Diniz e Prof. Luiz Renato Bitencourt Silva Conselheiros – Engenharia: Prof. Manoel Isidro de Miranda Neto, Prof. Cláudio Ribeiro Carvalho, Prof. Luiz Carlos Mendes e Prof. Rômulo Silva Conselheiros - Meio Ambiente: Prof. Antonio Carlos Moreira da Rocha e Prof. Dalton Garcia de Mattos Junior Assessoria Jurídica: Dr. Carlos Augusto Rabelo Vieira Secretaria: Débora dos Santos Sanábio Barreto

Com 20 mil exemplares e distribuição

nacional e internacional, a Revista MEMO é

Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF)

apresentada em tamanho 20,5 x 27,5cm com 92

38. Certificado de SUSTENTABILIDADE para a Construção Civil | Professora ANA L. T. SEROA DA MOTTA | UFF

páginas impressas em policromia e papel de alta qualidade. A publicação também está disponível em formato digital, com acesso pela web.

Jornalista Responsável/Revisão: Júlio Santos

Distribuição: nacional e internacional, também apresentada em forma digital, com acesso pela web. 4 | MEMO online • Maio 2011

56. Plantas na RECUPERAÇÃO DE MANGUES | LUIZ FRANCISCO FONTANA e MIRIAN A. C. CRAPER | Professores de Pós-Graduação em Biologia Marinha | UFF

| ROBERTO DA ROCHA E SILVA | Professor da Estácio de Sá – Rio de Janeiro

Produção Web: Igor Belchior

Tiragem: 20 mil exemplares

| Escola de Arquitetura e Urbanismo - UFF

68. SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS: a galinha dos ovos de ouro ainda subestimada pela economia tradicional

Direção de Arte: Galiana Le Diagon

Editora: Synergia Editora

44. ESCOLA NACIONAL DE CIRCO de Niterói | Trabalho Final de Graduação (TFG) | LIS COELHO VALLADARES

62. Lições do JAPÃO e da ALEMANHA | ASPÁSIA CAMARGO | Deputada Estadual do Partido Verde – RJ

Correspondente Internacional: Leandro C. Almeida – Arq. EUA

Produção Gráfica: Jorge Gama

12. Um toque de SIMPLICIDADE | Entrevista de BRUNO CONTARINI | Engenheiro Civil

Revista MEMO Rua Passo da Pátria 156, Bl. D, sala 461 - TEC São Domingos - Niterói - RJ CEP: 24210-240 - Tel.: 21 2629-5447 Email: contato@revistamemo.com.br WWW.REVISTAMEMO.UFF.BR

74. No “REINO do FAZ DE CONTA” nasceu, fadado ao SUCESSO, o “CONDOMÍNIO RESIDENCIAL FECHADO” | DR. CARLOS AUGUSTO RABELO VIEIRA | Assessor Jurídico da Revista MEMO 80. Procura-se ENGENHEIROS | Júlio Santos | Jornalista da Revista MEMO 84. Projeto ALECRIM - O Restaurante da Alimentação Viva em Itacoatiara | Trabalho Final de Graduação (TFG) | BRUNA ECKHARDT | Escola de Arquitetura e Urbanismo - UFF Maio 2011• MEMO online | 5


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Uma dupla alegria

Em fevereiro de 2011, atendendo ao convite do Magnífico Reitor Professor Roberto de Souza Salles, ao assumir a presidência da Fundação Euclides da Cunha, sabia do desafio que me aguardava. Talvez o mais difícil da minha carreira funcional. Pensei muito antes de decidir, mas

A edição da Revista MEMO que está nas suas mãos nos brinda com uma dupla alegria. Isto porque, logo

como minha vida sempre foi recheada de desafios, resolvi aceitar mais

de cara, abre com uma entrevista exclusiva com o mestre Bruno Contarini, engenheiro civil e projetista que carrega na bagagem uma carreira de 50 anos de trabalho. Bruno reúne, por exemplo, a criação de projetos estruturais para uma série de obras com o arquiteto Oscar Niemeyer. A lista inclui, entre outros, o Palácio Alvorada, o Edifício da Universidade de Brasília e o Museu de Artes Contemporâneas de Niterói, no Brasil, e, no exterior, a Editora Mandodori de Milão, na Itália, e a Embaixada do Brasil na Argélia. Tudo feito sempre com um toque de simplicidade para projetar ou executar uma obra, o que lhe rende

este. Minha decisão foi calcada na expectativa de ter condições para desenvolver as atividades necessárias ao bom andamento da Fundação. Como ainda não havia atuado no ambiente de fundação, procurei obter junto a profissionais com perfis acadêmico e técnico, que possuíssem vasta experiência em gestão de fundações, auxílio no sentido de desenvolver um trabalho profissional para proporcionar uma nova roupagem à gestão da Fundação. A ideia então foi elaborar um diagnóstico de gestão e, para isso, contratar uma consultoria experiente e conceituada, cuja equipe não tivesse qualquer relação com a UFF ou a FEC, buscando a neutralidade do

a marca de ser um dos maiores especialistas em construção de pontes e viadutos do país. Na entrevista,

estudo, a ser apresentado no período de três a quatro meses.

ele fala de projetos que têm o seu toque, como a construção da Ponte Rio-Niterói e o Elevado do Joá,

Já nas primeiras semanas, a consultoria apresentou sugestões e orientações que auxiliaram no melhor

no Rio de Janeiro. A segunda alegria vem com a qualidade dos Trabalhos Finais de Graduação (TFGs), como o de Lis Coelho Valladares, que carrega a proposta de levantar as lonas para a Escola de Circo de Niterói. Muito

entendimento das dificuldades enfrentadas, permitindo a tomada de algumas decisões com o objetivo de ajustar procedimentos relevantes ao desempenho da Fundação. Após três meses à frente da FEC, com o apoio da consultoria, colaboração, direta e indireta, dos coordenadores e empenho dos funcionários, as primeiras mudanças começam a surgir. Aos poucos a equipe está sendo estruturada, permitindo a correção do fluxo das atividades e a implementação da nova proposta de trabalho.

mais do que propor uma nova localização para a Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro, que já

Na busca de adequação e melhoria da gestão, diversos pontos merecem atenção, dentre eles: controle das

vagou por vários rumos desde que saiu do tradicional bairro da Praça da Bandeira, ela criou um projeto

áreas Financeira, Contábil, Patrimonial, Recursos Humanos, Projetos e Tecnologia da Informação. Além disso,

mágico, em todos os sentidos, que precisa contar com o apoio de todos para virar realidade, e tirar o circo da corda bamba. Outro bom exemplo é o trabalho de Bruna Eckhardt, com o projeto de construção de um restaurante baseado na filosofia da “Raw Food” (que prega a integração do homem com a natureza), na Região Oceânica de Niterói. Ao projetar uma construção que se destacasse na paisagem pelos traços arrojados e contemporâneos sem perder o charme rústico, ela acertou em cheio no alvo da “alimentação viva”.

problemas de infraestrutura física para desenvolver melhor as atividades e também para receber o público da Fundação, especialmente os coordenadores de projetos. Desde o início da gestão foram tomadas algumas decisões, como o afastamento e reintegração de funcionários; alteração de procedimentos; corte de algumas despesas; revisão de alguns contratos; reestruturação da Assessoria de Comunicação e Marketing; implantação de Assessoria Jurídica própria; proposta de nomeação de novo Diretor Administrativo e Financeiro; ocupação do cargo de Superintendente; ajuste da área de importação e compras. Com o objetivo de oferecer um atendimento adequado aos coordenadores e à comunidade universitária em geral, investindo em qualidade, qualificação e conhecimento técnico, nosso planejamento contempla, entre

Aliada a esta alegria pela qualidade dos trabalhos de graduação, a Revista MEMO abre um bom espaço

outras ações: elaboração do plano de cargos e salários; criação de regras para o ingresso de estagiários e

para refletir sobre temas que estão aí no nosso dia-a-dia, passando pela energia, meio ambiente e

funcionários; auditoria de gestão para os exercícios de 2009 e 2010;

hidronavegação, entre outros. É o caso do artigo da deputada estadual Aspásia Camargo, do Partido Verde do Rio de Janeiro, sobre energia nuclear. Sem dúvida, a questão, depois do acidente de março deste ano em Fukushima, no

instalações físicas adequadas; desenvolvimento de projetos internos voltados às áreas de Treinamento e Qualidade de Vida; e a criação de programas que visam aproximação com o corpo discente e maior apoio ao corpo docente e técnico da UFF. São muitas as ações e certamente, com o trabalho em equipe,

Japão, fará governos de diversos países repensarem o futuro de suas políticas energéticas.

conquistaremos os objetivos propostos. Desta forma, atenderemos

Com tantos atrativos, a Revista MEMO deseja para você uma boa leitura!

aos anseios da Universidade, em concordância com a mudança desejada pelo Magnífico Reitor.

O EDITOR

Cordialmente, Miriam Assunção de Souza Lepsch

Presidente da FEC - Fundação Euclides da Cunha

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MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

Produção ACADÊMICA, soluções inovadoras No campo da Arquitetura e do Urbanismo, raros são os momentos em que os projetos finais de nossos alunos ultrapassam os limites dos campi. Por diversas razões, os resultados dos trabalhos de conclusão de cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo são conhecidos, quase que exclusivamente, pelos membros da comunidade acadêmica. As contribuições decorrentes desses trabalhos, que trazem propostas e soluções para questões concretas do cotidiano da sociedade, ficam, desse modo, arquivadas, em papel ou meio digital, para consulta de pesquisadores e de outros alunos. Não que se trate de projetos irrelevantes ou distanciados da realidade, pelo contrário. Simplesmente não há uma divulgação que possibilite o (re)conhecimento dessa produção realizada no âmbito da Academia. No caso da universidade pública, em que a formação dos alunos é paga pela sociedade, a ausência de mecanismos que possibilitem a ampla divulgação do que foi produzido é, sob certos aspectos, ainda mais lamentável, uma vez que essa produção poderia representar, também, um retorno adicional do investimento realizado pelo país na formação de novos profissionais. Esclareço que não se trata de promover uma disputa, injusta, diga-se, com os profissionais que atuam no mercado. Não se pretende concorrer com arquitetos e urbanistas. Seria, no mínimo, antiético, pois não existem os riscos a correr no exercício profissional cotidiano, aluguéis a pagar, equipamentos a comprar, pessoal a remunerar, além de taxas e impostos, graças ao uso de uma estrutura mantida pelos recursos públicos. Não é desse tipo de prática “capitalista à brasileira”, em que ganhos são privatizados e perdas socializadas, de que estou falando. Falo de uma produção acadêmica que aponta para soluções inovadoras, abordagens incomuns e desenvolvimento de temas pouco palatáveis ao mercado profissional. Essa produção precisa ser divulgada para que setores mais amplos da sociedade a conheçam e, quem sabe, possam se apropriar desse esforço intelectual de nossos alunos e professores. A Revista MEMO, em boa hora, cumpre um importante papel ao apresentar a produção de nossos, agora, ex-alunos para um público mais amplo. Ainda que focada no campo da Arquitetura e das Engenharias, esta revista certamente alcançará outros leitores, e também internautas, além daqueles que convivem conosco na universidade. São gestores públicos, empresários, membros de organizações não-governamentais, em síntese: todo um público que jamais teria acesso ao que foi produzido pelo conhecimento, empenho e talento de nossos alunos. É uma iniciativa importante e que, esperamos, deve prosseguir. Quanto aos projetos de nossos alunos, que serão apresentados nas próximas páginas, não entrarei aqui em maiores detalhes. Afinal, a surpresa também faz parte do espetáculo. Apenas convido para confirmar do que esses jovens arquitetos e urbanistas são capazes.

Professor Gerônimo Leitão Diretor da Escola de Arquitetura UFF

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No intuito de contribuir, somar e multiplicar conhecimento, toda a Revista MEMO, além de ser distribuída

Vida longa Prof. Pardal, gostaria de lhe dar os

Continuidade Recebemos e agradecemos o título:

gratuitamente, está disponível na internet. No nosso endereço WWW.REVISTAMEMO.UFF.BR, você encontrará,

parabéns pela realização da Revista MEMO. Já tive

Revista MeMo, nº 6, de 2010. Manifestamos o desejo

na íntegra, todo o conteúdo das matérias e fotos de cada edição, além de detalhes de projetos e publicações.

com a revista em mãos e fiquei encantado com o

de continuar recebendo os próximos números, bem

Não deixe de nos acessar. Interaja e participe conosco!

resultado. Fico feliz por ter participado, mesmo que

como os anteriores que serão enviados para a nossa

muito inicialmente, da construção desse projeto. Mais

Biblioteca de Ciência e Tecnologia.

uma vez, parabéns e vida longa à Revista MEMO!

Gladston José Cordeiro - Seção de Intercâmbio

Entrevista de Bruno Contarini | Engenheiro Civil

TFG’s de Lis Valladares e Bruna Eckhardt: A Alegria do Circo e o conceito

Com uma carreira de meio século nas áreas de

inovador do Restaurante de Alimentação Viva que

Parabéns!!! Gostaria de parabenizar a equipe

agradecemos o recebimento da edição nº 6 da Revista

projeto e execução de obras, e suas soluções simples.

inspirou o projeto Alecrim

editorial da revista pela iniciativa empreendedora e

MEMO. Gostaríamos de aproveitar a oportunidade

A receita que rendeu-lhe a marca como um dos

Dois conceitos e segmentos diferentes são os projetos

que acrescenta conteúdo na produção acadêmica

e solicitar a doação de edições anteriores e pedir

principais especialistas em construção de pontes e

selecionados para esta edição da Revista MEMO.

de nossa Universidade com uma publicação de

a inclusão da biblioteca de nossa instituição em

viadutos do Brasil. Página 12

Imperdível! Páginas 44 e 84

excelente qualidade de diagramação, fazendo votos

sua lista permanente de

que cresça o número de colegas professores no apoio

Carmem Lúcia Rubin - Bibliotecária - Biblioteca da

à geração de artigos para publicação.

Arquitetura da UFF

Um toque de simplicidade

abraços, Adriano Tavares Edições

Saudações acadêmicas, Fernando -

Professor

Associado

do

Beiriz

Departamento

anteriores

Com

muita

satisfação

doações. Agradecemos.

DSc. de

Engenharia de Telecomunicações

Sugestão de pauta

Senhores, gostaria de

parabenizar pela excelente revista. Com certeza, mais um canal de divulgação do pensamento relacionado

Boa impressão! Por acaso conheci hoje a Revista

à Engenharia/Arquitetura e à sociedade. Sugiro

MEMO nº 6, de dezembro de 2010. Como professor

a redação que, em matérias futuras, destacasse

adjunto aposentado, e ex-aluno da Escola Fluminense

algum projeto ou dissertação que esteja sendo feito

de Engenharia, turma de 1959, me senti orgulhoso,

nas comunidades populares de Niterói (ex. Morro

mais uma vez, de pertencer de alguma forma à UFF.

do Cavalão). Falo isso porque estou fazendo um

Além de conter material interessante abordado de

trabalho sobre a questão ambiental e sanitária do

forma leve e com fotografias e papel de qualidade,

Morro do Cavalão, e descobri que existem poucos

a revista abre espaço para uma maior integração da

trabalhos acadêmicos sobre a importância da

academia com a sociedade. Solicito a minha inclusão

dinâmica espacial das comunidades de Niterói,

como destinatário de próximos números.

principalmente as populares, que, na maioria das

Parabéns! Ronald Young

vezes, só são notícias com cunho pejorativo (área da violência). A revista nº 6 trouxe uma reportagem

Qualidade Soube da Revista MEMO pelo professor

sobre a transformação da moradia na favela da

Antonio Carlos da Rocha, doutorando (Uerj).

Rocinha. Por que também não fazer uma reportagem

Quero parabenizar a todos que participam desta

com aqueles que pesquisam as

Lições do Japão e da Alemanha:

Serviços dos ecossistemas:

os recentes incidentes colocam em pauta a questão

a galinha dos ovos de ouro ainda subestimada

publicação, que já nasce madura no sentido da

como exemplo, do Morro do Cavalão, Estado,

de se repensar a segurança das usinas nucleares

pela economia tradicional

qualidade dos textos, não apenas esteticamente, mas

Cotia, Palácio, Chácara, Vital Brasil, Grota, Souza

Um momento oportuno para se debater a importância

Na era de se pensar a urgência de novos conceitos

pelos conteúdos dos artigos. Luis

Soares etc? À disposição, e obrigado pela atenção

das “enegias limpas”. ASPÁSIA CAMARGO |

que agreguem sustentabilidade. ROBERTO DA

Fernando de Oliveira Gutman, engenheiro químico

dispensada. Vagner Fia Oliveira - Geógrafo -

Deputada Estadual do Partido Verde – Rio de Janeiro.

ROCHA E SILVA | Professor da Faculdade Estácio de

(IME-74) - Petrobras

Servidor do CREA - RJ

Página 62

Sá – Rio de Janeiro Página 68

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principalmente

comunidades,

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MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

Um toque de SIMPLICIDADE

MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

Além da assinatura de obras com o toque artístico de

doutorado porque tinha que trabalhar. Em Brasília, a

Niemeyer, Bruno Contarini tem uma marca própria

gente começava o trabalho às 7 horas da manhã e ia

como um dos maiores especialistas brasileiros em

até às 8 horas da noite, todos os dias, e no domingo,

pontes e grandes estruturas e portos de mar, rios

até o meio-dia. Não tinha tempo para fazer mestrado

e canais. Na bagagem traz, por exemplo, a ponte

ou doutorado”, conta ele, que comanda a Bruno

sobre o Rio Tocantins em 1960, a Ponte Rio-Niterói

Contarini Engenharia, lembrando a época de boom

e o Viaduto do Joá, que liga os bairros de São

na construção civil brasileira.

Conrado e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Seja

Com inúmeros prêmios e a experiência de meio

num ou noutro caso, o segredo deste engenheiro

século de trabalho, Bruno Contarini não pode dar

civil formado, em 1956, pela Escola Nacional

aula por não ter tais títulos. Na Pontifícia Universidade

de Engenharia da Universidade do Brasil com

Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), foi por 15 anos

especialização em Arquitetura, está em fazer tudo

professor fazendo Protendido. E o engenheiro lança

Quem sente o prazer de ter nas mãos o currículo vitae do engenheiro

com muita simplicidade.

um desafio:

Bruno Contarini logo vê que o conteúdo vale muito mais do que

“Eu gosto de fazer as coisas fáceis. Não gosto de

“Tire o Mário Franco do circuito, duvido que exista

uma entrevista. Um livro talvez seja a melhor mídia para transmitir o

fazer nada complicado”, destaca Bruno Contarini,

um professor que tenha mais experiência do que eu

conhecimento de um profissional da mais alta estirpe da Engenharia

que junto com Mario Franco, é um dos dois únicos

em obras. Não posso passar a experiência de anos

brasileira, como provam seus 50 anos de trabalho. Com Oscar

engenheiros brasileiros citados na Enciclopédia Delta

para os alunos. Isso me chateia bastante”, desabafa

Niemeyer, desenvolveu projetos estruturais para uma série de obras

Larousse. Curtido em canteiros fazendo projetos

o engenheiro que, nesta entrevista exclusiva para

no Brasil e no exterior. A lista inclui, em solo brasileiro, o Palácio

e executando obras, ele sente muita falta de um

a Revista MEMO faz um histórico de sua trajetória

Alvorada, o Teatro e a Plataforma Rodoviária de Brasília, o Edifício

lugar que considera muito especial: a sala de aula,

e fala sobre o know how da Engenharia do País,

da Universidade de Brasília, o Tribunal Superior de Justiça (STJ) e o

de onde está distante há uns 30 anos por não ter

destacando projetos como o da Ponte Rio-Niterói e o

Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ). Fora do País, a Editora

mestrado nem doutorado. “Não fiz mestrado e nem

trabalho de recuperação do Viaduto do Joá.

BRUNO CONTARINI | Engenheiro Civil

Com uma carreira de meio século nas áreas de projeto e execução de obras, o engenheiro Bruno Contarini gosta de soluções simples. A receita rendeu-lhe a marca como um dos principais especialistas em construção de pontes e viadutos do Brasil Júlio Santos | Jornalista da Revista MEMO

Mandodori de Milão, na Itália, a Universidade de Constantine, em Argel, e Embixada do Brasil na Argélia, para onde foi para montar um escritório e acabou ficando longos 18 anos.

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MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

Revista MEMO - O currículo do senhor, na verdade,

na prova oral, pois seria primeiro também. Comecei

fazia o projeto arquitetônico, nós cuidávamos da

também foi feito em 45 dias. Esses são exemplos de

é quase um livro. Os seus 50 anos de trabalho na

a pegar as disciplinas todas, como Resistência de

estrutura e da execução da obra. Depois pegamos

grandes obras.

área de Engenharia não deixam dúvidas. Como foi

Materiais, que é uma das mais críticas da escola, e

uma série de obras em Brasília e construção de

o começo desta longa trajetória?

tive 10 na prova. O professor convidava os melhores

edifícios, como o Tribunal Federal de Recursos, o

Revista MEMO - E por falar em grandes obras, o

Bruno Contarini - Eu me formei, em 1956, pela

alunos para trabalhar no escritório dele, que era

Tribunal Regional Federal, o Ministério de Relações

senhor também trabalhou no projeto de construção

Escola Nacional de Engenharia da Universidade do

especializado em cálculo estrutural. Trabalhei um

Exteriores e o Supremo Tribunal de Justiça (mais

da Ponte Rio-Niterói. Qual foi o desafio de construir

Brasil, numa época em que o País precisou muito de

ano e meio, saindo depois para outro escritório de

recente), além de dar assistência a obras de execução

uma ponte de pouco mais de 13 quilômetros de

engenheiros, no período de governo de Juscelino

cálculo, só que voltado para área de protensão. Assim

de projetos como o Palácio Alvorada. No Alvorada,

extensão sobre a Baía de Guanabara?

Kubitschek. Não fiz mestrado e nem doutorado

comecei a fazer protendido como aluno Então, já sai

por exemplo, já fiz muita intervenção para facilitar a

Bruno Contarini - Na Ponte Rio-Niterói, o prazo

execução da obra.

de execução foi de 24 meses, após a entrada em

porque tinha que trabalhar. Em

da escola formado e empregado,

Brasília, a gente começava o

fazendo protendido. Na época,

trabalho às 7 horas da manhã

já pegamos uma série de obras

Revista MEMO - Como o senhor avalia hoje o estágio

prazo que não existe em nenhum lugar do mundo.

importantes como o Hipódromo

da Engenharia brasileira no cenário mundial?

Para o equipamento de fundação funcionar, foram

e ia até às 8 horas da noite,

Com o trabalho de cálculo

funcionamento do equipamento de fundação, um

todos os dias, e no domingo,

dos projetos, fiz amizade e

de Cristal, em Porto Alegre (RS),

Bruno Contarini - O País sempre teve competência

14 meses. Quando chegamos na ponte estava tudo

até o meio-dia. Este era o

criei intimidade com o Oscar.

até que saiu Brasília. A Rabelo me

técnica para fazer obras, com boa qualidade e

embananado. O equipamento de fundação não

ritmo de trabalho em Brasília,

Um dos primeiros projetos

levou para fazer as obras dela em

prazos pequenos. Por exemplo, fizemos a Estação

funcionava. O primeiro consórcio perdeu a ponte

foi o Teatro de Brasília, uma

Brasília. Com isso, peguei a parte

Rodoviária de Brasília, que é uma obra de 60 mil

por causa do equipamento de fundação, pois não

grande obra que tínhamos

de cálculo e de execução também.

metros quadrados, em um ano. O Teatro de Brasília,

conseguiu fazer os tubulões necessários para a obra.

seis meses para fazer, desde

Trabalhei com muita execução e

que tinha 21 metros para baixo e 26 metros para

Aí nós entramos. Fomos à Alemanha e contratamos

programação de obras. Sou um

cima, foi feito em seis meses. No caso da Ponte do

equipamentos para fazer as escavações de rocha,

dos poucos engenheiros que faz

Tocantins, o vão central foi feito em 45 dias. Com

com uma garantia de 30 centímetros por hora. Caso

onde

foram

feitas

muitas

obras, dando uma confiança ao

engenheiro

brasileiro.

Fizemos várias obras, como a Ponte do Tocantins, que foi recorde mundial na época; a

o projeto original do Oscar até a sua execução

esta marca não fosse cumprida, o equipamento

projetos e execução de obras.

ficaria de graça. Os alemães toparam este negócio

ponte de Foz do Iguaçu (Ponte Revista MEMO - Como surgiu a

desde que os equipamentos fossem operados por

similar ao recorde mundial. Enfim, existia trabalho

possibilidade de trabalhar com o arquiteto Oscar

eles. Nesta hora, exigi que o meu pessoal aprendesse

para os engenheiros, com salário bom. Esta época

Niemeyer?

a operá-los com eles. Depois, em rocha que escolhi,

foi muito boa para toda a engenheira, com um boom

Bruno Contarini - O contato com o Oscar Niemeyer

ele fez três metros por hora. Nós podíamos colocar

de construções.

surgiu quando trabalhava na Rabelo, em Brasília,

120 toneladas em cima da ferramenta e ele colocou

que fez muitas obras como o Palácio do Alvorada,

60 toneladas apenas. Eu perguntei por que não se

Revista MEMO - Por que trabalhar com cálculo

o Supremo Tribunal Federal, o Teatro de Brasília, a

colocava mais para dar uma maior produção. Eles

estrutural?

Universidade de Brasília e a Plataforma Rodoviária.

alegaram que, se colocasse mais, começaria a pular

Bruno Contarini - Sempre tive muita facilidade em

Com o trabalho de cálculo dos projetos, fiz amizade

e não daria produção. Propus que se cortasse a

Matemática. Fui um dos primeiros alunos da turma,

e criei intimidade com o Oscar. Um dos primeiros

não precisando fazer nenhuma prova oral nos

da

Amizade),

na

ocasião

Teato de Brasília

rocha como se fosse manteiga, dando os tiquinhos

projetos foi o Teatro de Brasília, uma grande obra

200 metros de extensão e 26 metros de largura, o

nela. Com isso, deu os três metros por hora. No lugar

cinco anos de universidade. Só fui terceiro lugar

que tínhamos seis meses para fazer, desde o projeto

viaduto em frente ao Banco do Brasil em Brasília, que

em que ia ter 30 tubulões, que faria com que o seu

no Vestibular porque um professor me deu nota 3

original do Oscar até a sua execução. Enquanto ele

Juscelino precisou para inaugurar a capital do País,

preço ficasse absurdo, fizemos com oito. Tivemos

14 | MEMO online • Maio 2011

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MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

MEMO Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente

mais trabalho para consertar o que estava feito do

técnico muito bom. Por exemplo, concreto submerso

em cima dela, fazendo pequenas modificações, com

concreto não é impermeável como mostraram os seis

que para fazer a obra, que foi entregue no dia 4 de

muito pouca gente no mundo sabia fazer, se é que

reforço, jogando-o na parte central. Por baixo não

mil ensaios que fizemos. No Joá, o concreto entrou

maio de 1974.

tinha alguém que sabia fazer. Com isso, pegamos

tem espaço, mas pode-se jogar duas linhas por cima.

pela lage, passando pela armação de protendido

um know how, e fizemos inicialmente 150 mil metros

Para não diminuir as pistas, sobe uma estrutura,

e, com esta armação de protendido, corroeu o

Revista MEMO - O senhor considera a Ponte Rio-

cúbicos de concreto submerso. Isto não é fácil, porque

fazendo uma espécie de viaduto em cima da ponte,

aço. Então, tivemos que fazer um reforço do aço.

Niterói um modelo de excelência da Engenharia

você não pode jogar o concreto debaixo da água

por onde passararia o metrô. Claro que existe muito

Segundo o pessoal da Coppe, este aço estava em

brasileira?

que ele desagrega todo. A gente tinha uma série de

interesse envolvido para se fazer uma grande obra,

fase de corrosão. Fizemos uma recuperação para

Bruno Contarini - A Ponte Rio-Niterói, na qual fui

técnicas. Visitamos diversas firmas de fornecimento

trocar a armação inteira, colocando cabos para

responsável pela execução, era uma obra imensa

de bombas, mas ninguém tinha know how para fazer

substituir o aço solto. Não existe esta possibilidade

onde trabalharam 10 mil operários e 130 engenheiros,

concreto submerso. Então, começamos a fazer muita

de a armação, pelo menos no trecho de cima, estar

aprendendo a tecnologia da Europa. Depois esta

experiência. Fizemos tubulão com 10 metros de

em processo de corrosão. O pessoal está falando e

tecnologia passou a ser adotada no Brasil e o

profundidade de altura dentro de água, concretando,

levantando dúvida sobre a armação do dente. Mas o

depois cortamos para testar a

dente tem 1 metro e 80. O pessoal da Coppe está

qualidade do concreto. Tínhamos

fazendo a inspeção para ver se acha alguma coisa.

uma boa técnica. Num congresso

Já quebraram um pedaço lá e não acharam nada.

técnico, o Enec, em Portugal,

Eu não posso falar que não tenha nada ou que tenha

do

tudo. Acho que o pessoal da Coppe deve continuar

equipamento Virtus começou a ser utilizado em larga escala no País porque funcionava. Hoje se fala muito em concreto autoadensável, concreto que você não precisa botar vibrador. Isto foi feito numa ponte no

A Ponte Rio-Niterói tinha uma tecnologia de ponta, mas muita coisa foi inventada por nós também, pois tínhamos um corpo técnico muito bom.

Laboratório

Nacional

de

Engenharia Civil de Portugal, em

a quebrar e ver. A Coppe não pode é ter um contrato

Elevado do Joá

1985, foi mostrado uma ponte

como a construção de um túnel para Niterói. Na

para ver isso e informar que acha que não tem nada

feita com concreto que passou

minha opinião este túnel vai ser feito dois anos depois

ou acha que tem. Achismo não existe em Engenharia.

por ensaio de impermeabilidade.

de “Nunca”. Não tem dinheiro para fazer isso. Jogar

No lugar que ela vai quebrar não tem problema

Nesta hora, eu disse que o

o metrô em cima da ponte vai gerar uma despesa

nenhum de resistência, pois é uma estrutura de apoio

negócio funcionava. Na Ponte

muito menor. Em reunião com o prefeito, no Teatro

que praticamente não trabalha. Então, você quebra

Rio-Niterói, fizemos uns seis mil

Municipal de Niterói, para apresentar as soluções,

e olha os dentes. Também se o dente estiver ruim, ele

A Ponte Rio-Niterói

ensaios de impermeabilidade e o concreto lá ficou

todo mundo manifestava o interesse em fazer o túnel.

está na superfície. Não tem este negócio de o dente

tinha uma tecnologia de ponta, mas muita coisa foi

bom. Aprendemos muito. O congresso aconteceu 11

Na hora em que se falava em aproveitar a ponte, o

estar ruim no interior. Ferro no interior não fica ruim.

inventada por nós também, pois tínhamos um corpo

anos após a ponte ter sido inaugurada.

pessoal dava o corte.

Só existe corrosão quando o PH do ambiente for de

Japão, em 1990, e o inventor é um japonês. Em 1970, nós fizemos 150 mil metros cúbidos de

concreto

autoadensável,

pois o tubulão para a Ponte Rio-Niterói não podia vibrar.

Por exemplo, concreto submerso muito pouca gente no mundo sabia fazer, se é que tinha alguém que sabia fazer

9 para baixo. O cimento provoca um PH de 12. No Revista MEMO - Existe um projeto para a construção

Revista MEMO - Importante via que liga os bairros

trabalho de recuperação do Maracanã nos anos 90,

de um túnel submerso para fazer a ligação de metrô

de São Conrado e Barra da Tijuca, o Viaduto do Joá

nas mesmas condições climáticas, o PH era de 11,

entre Rio e Niterói. A estrutura da ponte poderia

vem sendo uma obra muito constestada nos últimos

numa obra de 40 anos na época.

ser usada como alternativa para se ter uma solução

anos. Afinal, qual é o problema do Joá?

mais econômica?

Bruno Contarini

- O Joá tem uma série de

Revista MEMO - Existe uma corrente que defende

Bruno Contarini - Não fui eu que fiz o projeto da

probleminhas de projeto. Na sua estrutura em

a demolição do Viaduto do Joá. Como o senhor

ponte. O projeto é do Noronha com o Ernani, mas eu

V, existem buracos que se entrar água ela não

analisa isso?

conheço a obra. Sei que é possível colocar um metrô

tem como sair. Este foi um dos problemas, pois o

Bruno Contarini - Eu acho isso muito fácil, pois

Ponte Rio-Niterói - Pontes S/A

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primeiro o dinheiro não é deles. Segundo, pergunte

solução para o Joá?

garatos recém-formados que compram programa

baixos. Meu escritório, por exemplo, já teve mais de

se eles têm base para falar para derrubar. Eu não

Bruno Contarini - Primeiro, é preciso ver quais

de computador, só que não sabem usá-lo. Tentam

130 engenheiros. Hoje, tenho três, quatro. E a minha

acho que tenham base. Eles acham que o negócio

são os defeitos e reforçar. Por exemplo, apesar de

usar, fazem besteira. O que eu já corrigi de besteira

tendência é fechar. Não dá para continuar fazendo

têm corrosão, acham que pode dar problema.

a fundação apresentar buracos por conta da ação

feita não está no gibi. A toda a hora aparece um

projeto, concorrendo com garotos recém-formados

No dia em que o Joá foi interdidato, fizemos uma

do mar, a estrutura está dentro dos padrões de

problema.

que estão com programas de computador, sem saber

reunião com o Marcelo Alencar (ex-governador e

segurança, pois levamos cinco meses para fazer o

prefeito do Rio de Janeiro) e com o Lobo Carneiro,

reforço. Tínhamos que cercar o pilar. Então, fizemos

Revista MEMO - Como o projeto estrutural pode

uma armação metálica para

Revista MEMO - Qual é o segredo para construir

Aqui no Brasil estamos

ajudar a ter boas construções, seguras e com bons

concretar o bloco debaixo da

uma boa obra?

cansados de ver obras em

custos?

água. Os outros cinco ou seis

Bruno Contarini - Certa vez, numa palestra do

que o camarada sai para

Bruno Contarini - Existe uma tal de lei de Sitter que

pilares estão apenas com a

Ibracon, em Recife, recebi do Mário Franco, um

a solução mais barata,

é característica. Segundo ela, um dólar investido

armação aparente. Neste caso,

dos dois engenheiros brasileiros citados no Delta

principalmente, em cálculo

em projeto economiza cinco dólares na execução,

é só consertar os cinco pilares.

25 dólares na manutenção e 125 dólares na

Larrousse - o outro sou eu - a seguinte afirmação:

recuperação. Então, tem que pagar bem para

“eu acho o Bruno um camarada incapaz de pegar

estrutural. Eu hoje estou

mexer com ele, sem saber fazer uma armação.

concorrendo com garatos

Revista MEMO - No caso

uma obra complicada e calcular a obra complicada.

recém-formados que

projeto. Eu já fiz obra que cobrei duas ou três vezes o

do Joá, que consideração é

Ele pega a obra complicada e transforma em simples

compram programa de

preço do projetista. Eu te garanto que ela ficou 50%

possível fazer da ação da

e calcula. Ele simplifica todas as obras”. Eu gosto

um dos maiores engenheiros que

computador, só que não

mais barata. Tem que pagar bem pelo projeto. Hoje,

prefeitura?

de fazer as coisas fáceis. Não gosto de fazer nada

o Brasil já teve. Foi apresentado

sabem usá-lo. Tentam usar,

todas as firmas querem fazer projetos mais baratos.

Bruno Contarini - A prefeitura

complicado. Um exemplo é a armação em estrela

que o Joá tinha perigo de rotura

fazem besteira. O que eu já

Existem empresas que selecionam o calculista,

tem agido corretamente, às

de Davi do Museu de Arte Contemporânea (MAC),

brusca. Estranhei o fato de se falar

corrigi de besteira feita não

forçando a barra para ele dar um preço baixo. Isso

vezes, faltando um pouco de

que é única no mundo, mas uma solução simples

em rotura brusca, pois esta obra

está no gibi. A toda a hora

está matando os calculistas. Os preços do governo

pressa, mas isso é um problema

para burro.

do que jeito que está, o que está

aparece um problema

para pagar os projetos são absurdos. São muito

do TCU. Não se pode resolver

Túnel Zuzu Angel

aparecendo, o que a gente pode

de qualquer maneira, pois o

ver não é perigo de rotura brusca. Disse ao Lobo

TCU vem e prende todo o mundo. A prefeitura falha

Carneiro que o concreto não era de má qualidade.

porque, às vezes, custa a dar a definição. Se tivesse

Fizemos 60 corpos de provas e eles deram todos

o TCU antigamente, eu não teria feito a metade

resultados altos. O que existe é o aço que está sendo

das obras que fiz. O processo ficou muito lento e a

corroído, mas o aço corroído não dá rotura brusca.

Lei 8.666 manda fazer tudo barato. O TCU vai em

Aço corroído dá fissura. O concreto da estrutura está

cima de coisas que não entende, que é a execução

com boa qualidade. Agora o pessoal está achando

de uma obra. Ele quer ver se o contrato foi feito de

que tem rotura brusca por causa do problema de

acordo com a lei. Só que o mais barato, às vezes, é

dente. No Joá, pelo menos aparentemente, você não

o melhor e não o que custa menos. Aqui no Brasil

pode falar que tem perigo de rotura brusca.

estamos cansados de ver obras em que o camarada sai para a solução mais barata, principalmente, em

Revista MEMO - Na avaliação do senhor, qual é a

cálculo estrutural. Eu hoje estou concorrendo com Estádio João Havelange

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Criação do Escritório Modelo na UFF

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O Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAU) é um projeto de Extensão Universitária que, unido ao ensino e pesquisa, forma o tripé da educação. Na UFF, o EMAU formado chama-se EMPAZ, sua criação foi em 1º de maio de 2001 pelos próprios alunos que buscavam uma forma mais justa de se fazer Arquitetura e Urbanismo, proporcionando projetos a comunidades “excluídas” e intervenções sociais, além da experiência de uma dinâmica de trabalho mais profissional e responsável. Sua forma de gestão é horizontal, com escolha de professor orientador para o trabalho em voga e sem fins lucrativos. Ao longo desses anos, muitos estudantes o transitaram e lutaram por sua consolidação e reconhecimento, através da elaboração de projetos, debates com professores e alunos, encontros com outros EMAUs e participação em Seminários Nacionais de Escritórios Modelos de Arquitetura e Urbanismo (SeNEMAU). Hoje, o EMPAZ-UFF continua com os mesmos princípios e é reconhecido nacionalmente. Funciona em uma sala própria na Escola de Arquitetura e Urbanismo-UFF e possui três projetos ativos: elaboração de projetos arquitetônicos em imóveis vazios do centro do Rio de Janeiro junto ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia, desenvolvimento de projeto de um centro de reciclagem na Ilha do Governador para uma cooperativa de catadores de lixo e elaboração de um catálogo sobre a história da comunidade Vila Autódromo que luta contra a remoção de suas casas.

Para mais informações:

HOMENAGEM

www.fenea.org/projetos/EMAU empaz_uff@yahoogrupos.com.br Fabiana Carvalho - Membro do EMPAZ Aluna de Arquitetura e Urbanismo UFF

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Pessoa

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A Revista MEMO deseja homenagear o ex-funcionário que acaba de se aposentar DALTON ANDRADE, Secretário da Escola de Arquitetura - UFF, e agradecê-lo pelos excelentes serviços prestados a esta instituição ao longo de anos. Será por nós lembrado como alguém honesto, prestativo, referência de excelência, responsabilidade, eficiência, bom humor e espírito de equipe. Desejamos muita paz, saúde e alegria nessa nova jornada de vida e que Deus o abençõe com toda a sorte de bênçãos!

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Fazendo jorrar a “ÁGUA ESCONDIDA”* Reportagem com Dante Luvisotto | diretor da Águas de Niterói De 1999 para cá, a empresa já investiu R$ 250 milhões nas redes de água e saneamento da cidade. O resultado veio com a melhoria dos índices de cobertura, inadimplência e eficiência, colocando os serviços da concessionária entre os melhores do País JÚLIO SANTOS | Jornalista da Revista MEMO

*(em Tupi Guarani, “Niterói” significa “Água Escondida”)

da cidade. Com um investimento estimado em R$

com a qualidade de água ruim em função da presença

250 milhões a partir de novembro de 1999, quando

de ferro e manganês”, conta Dante Luvisotto, diretor

iniciou a operação, até agora, a empresa vem fazendo

da Águas de Niterói. Segundo ele, a universalização

a lição de casa para garantir um serviço de qualidade

do serviço chegou em 2003 mesmo nos bairros

para a região. A base de tudo está no tripé tecnologia,

menos urbanos, como Rio do Ouro e Várzea das

eficiência operacional e sustentabilidade. E a aposta

Moças. “Hoje, Niterói não tem nenhuma rua sem

foi bem certeira, como mostra também outros dois

infraestrutura de água”, acrescenta.

indicadores cruciais para a saúde de qualquer negócio:

Niterói, na linguagem índigena, carrega o significado

com esgoto coletado e tratado, o resultado tem um

de “água escondida”. Separada do Rio de Janeiro

realce ainda maior, pois saiu de 20% para 90%. Uma

o índice de perdas, que teve um baque de 40% para

Água para todos - Na planilha de investimentos

pelos pouco mais de 13 quilômetros da Ponte Rio-

performance vital para atender a um município que

18%; e o nível de inadimplência dos consumidores,

da empresa em infraestrutura de água figura, por

Niterói e pela Baía de Guanabara, a cidade, no

viu, no período, o número de habitantes avançar de

com uma queda brusca de 32% para 4,5%.

exemplo, a construção de uma série de reservatórios.

entanto, exibe números atraentes nas áreas de

453 mil para 492 mil.

abastecimento de água e saneamento. O salto nos

Entre eles estão os de Itaipu, com capacidade para 3 “Quando iniciamos a operação, a Região Oceânica

milhões de litros de água; Pendotiba, com 3 milhões

indicadores destes dois itens, nos últimos 11 anos,

Por trás dos números está um trabalho de formiga feito

e toda a região de Pendotiba não tinham uma

de litros; Caramujo, com 6 milhões; e a ampliação

impressiona. No primeiro caso, o índice de cobertura

pela Águas de Niterói, concessionária que em julho

infraestrutura de água. Diversos bairros como

do reservatório Correção, no centro da cidade, com

da população com água tratada pulou de 72% para

de 1997 ganhou a outorga de 30 anos para cuidar

Piratininga, Camboinhas, Itaipu, Cafubá, Jacaré,

3 milhões de litros, além dos reservatórios de Muriqui

100%. No outro, levando em conta a população

do abastecimento de água e tratar do saneamento

Engenho do Mato viviam de poços semiartesianos,

Grande e Várzea das Moças, com 500 mil litros.

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A empresa também investiu forte na expansão de

a garantia da contra prestação dele. Este pagamento

precisa ser compatibilizada com melhorias operacionais

Para ele, isso vai significar uma oferta maior de

uma série de redes, além de substituir aquelas mais

assegura o modelo de concessão e garante os

no sistema produtor administrado pela Cedae.

água para a cidade. O diretor da Águas de Niterói

obsoletas. Alinhado ao investimento na malha, a

investimentos em melhorias da infraestrutura. Com

concessionária passou a empregar um sistema de

a colocação dos medidores, o consumidor passou a

“Não adianta avançar com o sistema distribuidor, se

distribuidor, unindo a quarta linha adutora com a

hidrometração, com a instalação de medidores nas

pagar o valor justo pelo que consome e não pelo

o produtor não pode atender a demanda. A Cedae

quinta linha adutora e fazendo um reservatório novo

casas dos consumidores.

estimado”, acrescenta.

está construindo uma nova adutora de água bruta”,

em São Francisco, que será ligado ao do Cavalão.

observa. Dante Luvisotto conta que a Cedae está

“Com isso, vamos criar uma maior confiabilidade

fazendo uma nova linha, com 1500mm de diâmetro

operacional aqui em Niterói e minimizar os picos

e 15 quilômetros de extensão, para o Canal de

de demanda durante o verão, que acontecem,

explica que, assim, será possível fechar o anel

“Cerca de 30% pagava por um consumo estimado.

A universalização conquistada não dá espaço para

Ou seja, alguns pagavam e outros não pagavam. As

a empresa cruzar os braços. Novos desafios, como

Imunana, de onde é captada a água que abastece

sobretudo, por conta da população flutuante

pessoas não tinham o senso do uso racional de água,

o crescimento populacional, a chegada de novas

Niterói. A previsão, de acordo com ele, é que parte

da Região Oceânica”, explica Dante Luvisotto,

havendo um grande desperdício”, lembra o diretor da

indústrias em regiões próximas (como o Comperj) e os

desta nova linha já esteja operacional até meados

estimando uma oferta de água cerca de 15% a 20%

Águas de Niterói, que, graças ao uso da solução, viu

picos de demandas que a cidade enfrenta no verão,

deste ano, com seis ou sete quilômetros. Com sua

maior, suficiente para atender os picos de demanda.

o índice de inadimplência cair para a faixa de 4%.

levam à programação de novos investimentos. Até

conclusão, acrescenta o executivo, o sistema produtor,

“No último verão, o acréscimo de demanda, que é

2016, está na pauta investir em novos reservatórios e

que produz hoje 5,4 metros cúbicos por segundo,

da ordem de 15%, chegou a bater picos de 30%”,

fazer a otimização do sistema distribuidor, operação que

passará a gerar sete metros cúbicos por segundo.

lembra.

“Não adianta você prestar um serviço que não tenha

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Desafio de universalizar - Se no abastecimento de

Luvisotto, detalhando a lista: ETE Maceió (ainda este

Tecnologia e inovação - Um grande aliado na busca

compramos, em média, 1,750 litros por segundo, ou

água o trabalho hoje é para fortalecer a estrutura

ano), Badu, Matapaca, Maria Paula, Sapê e Ititioca,

pela eficiência operacional e redução de perdas foi

4,5 milhões de metros cúbicos por mês, para atender

para manter os 100% de universalização, na área

que fecharão toda a região de Pendotiba.

a aposta que a Águas de Niterói fez em tecnologia,

110 mil pessoas a mais na Região Oceânica e em

como ficou comprovado com a instalação de

Pendotiba”, explica o diretor da Águas de Niterói.

de saneamento a Águas de Niterói tem pela frente o desafio de igualar esta meta. Resta ainda cobrir

Segundo ele, a partir de 2011, o prazo para a

um moderno Centro de Controle Operacional. A

um percentual de 10% para zerar a conta, apesar

construção de todas elas é de cinco anos, com

solução cuida de todo o controle do macrossistema

Com um investimento de R$ 3 milhões, o centro ficou

dos investimentos feitos na construção das estações

investimento estimado de R$ 52 milhões, incluindo

distribuidor, fazendo a supervisão de reservatórios,

pronto no final de 2000.

de tratamento de Itaipu, Camboinhas, Mocanguê,

estações de bombeamento e rede coletora com suas

válvulas e elevatórias, por exemplo. “Quando iniciamos em novembro de 1999, a operação do

Além de um moderno Centro de Controle de

sistema se dava via rádio Vertix. A tecnologia ajudou

Operação, todo computadorizado para garantir

a reduzir o desperdício”, diz o executivo, lembrando

a operação online do sistema, a concessionária

Jurujuba, Barreto, Toque Toque e da conclusão da

ligações. Serão 150 quilômetros de rede, que chega

que, em 2010, a empresa chegou a ter mês com um

também adotou o uso de inversores de frequência de

ETE Icaraí, que na época sequer fazia o tratamento

a 230 quilômetros, com os seus ramais.

índice de perdas de 14%.

motores como inovação. Com eles, foi possível fazer

primário do esgoto.

um controle inteligente da vazão necessária para “Este projeto anda junto com os investimentos

“Ou seja, isso é mais água para ser disponibilizada

atender a demanda, evitando também o problema

preciso,

em drenagem para que um não se sobreponha

para a população. Praticamente, o volume de água

de ar na tubulação. Por meio dos softwares Water

basicamente, construir seis estações de tratamento. Só

ao outro, criando interferências negativas”,

comprada da Cedae é o mesmo de novembro de

CAD e Flow Master, atualmente, a empresa também

que são seis estações de pequeno porte”, diz Dante

diz.

1999, que era de 1,8 mil litros por segundo. Hoje,

faz a simulação hidráulica de todo o sistema.

“Para

chegar

à

universalização,

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é

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Em nome da sustentabilidade - Em busca de cumprir

nitrogênio e fósforo, e utilizá-lo para irrigar parques e

Outra iniciativa da empresa na área de educação

“O dinheiro voltou para os consumidores em crédito

bem o dever de casa, Águas de Niterói trabalha

jardins da prefeitura de Niterói. “Com isso, incentiva-

e conscientização é o Projeto Águas Limpas, feito

na conta, em volume de água. Com o dinheiro que

bem o conceito de responsabilidade como empresa

se uso sustentável da água, estressando-se menos o

em parceria com o Ministério Público do Estado

sobrou, muitos condomínios da cidade fizeram

de serviço público em nome da sustentabilidade de

manancial, com um menor volume de água captada

do Rio de Janeiro, Prefeitura de Niterói e Projeto

melhorias, pois ficaram um bom tempo sem pagar

um negócio vital para todos. Seja do ponto de vista

no canal de Imunana”, diz Dante Luvisotto.

Grael (Insituto Rumo Náutico), para coleta de lixo

água”, conta o executivo, citando o caso do próprio

flutuante e hidrocarbonetos na Baía de Guanabara.

condomínio onde mora. Além do crédito devolvido,

econômico, como os projetos para uso racional de água e eficientização energética de suas instalações

Os projetos na área socioambiental também buscam

Com abrangência inicial na Enseada de Jurujuba,

a empresa firmou um Termo de Ajustamento de

para reduzir um dos principais custos de sua operação,

trabalhar o lado informativo e de conscientização. Um

São Francisco e Icaraí, o objetivo é fazer a limpeza,

Conduta com o Ministério Público para empregar

ou socioambiental, com uma série de iniciativas,

deles é o Parque das Águas, localizado numa área

estudo e monitoramento da Baia de Guanabara

o saldo não reclamado na compra do Cataglop,

em Niterói.

barco adquirido na França que faz coleta do lixo

O projeto é fruto de uma ação judicial que a

flutuante na Baía de Guanabara. “Este é um benefício

Águas de Niterói ganhou contra o estado do Rio de

para a cidade, principalmente para as praias da baía.

que buscam a preservação do meio ambiente e dos

no Morro do Correção, onde são desenvolvidas uma

Janeiro, em 2006, contra a cobrança do Imposto

Já estamos pensando num segundo barco”, conta

recursos hídricos.

série de atividades como formação e treinamento

Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

Dante Luvisotto, acrescentando que a Águas de Niterói

de agentes ambientais, e os programas Água nas

(ICMS) nas contas de água. O resultado: um valor

também fechou parceria com a Clin para instalação de

Um bom exemplo é o trabalho feito na Estação de

Escolas e Caminhos das Águas, voltados para escolas

de R$ 45 milhões, que era fruto do ICMS ganho

pontos de armazenamento do lixo coletado e posterior

Camboinhas para tratamento dos dejetos lançados.

estaduais e municipais. “Esta é uma via de mão dupla,

na ação.

transporte para o aterro sanitário.

pois esclarece sobre a necessidade de não desperdiçar A iniciativa permite tratar parte dos efluentes, ricos em

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água e o valor do saneamento”, diz o executivo.

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O APROVEITAMENTO múltiplo do RIO PARAÍBA do SUL Professor JOSÉ FERNANDES SENNA | Ex-Chefe do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF)

até Guararema (km 758), numa extensão de 302

federal, entre Itereré e o Alto do Viana, na Baixada

km – com seu curso desenvolvendo-se em terreno

Campista, grandes diques de proteção contra

acidentado, de grande beleza natural, onde foram

inundações, margeando o rio e seus braços ao longo

construídos os reservatórios de Paraibuna, Paraitinga

de 40km, proporcionando à região e, sobretudo à

e Santa Branca. b) Alto Paraíba: De Guararema

cidade de Campos, a eliminação do flagelo a que

(km 758) até Cruzeiro (km 516), onde foram feitas

ciclicamente estava sujeito.

diversas retificações e construídos vários “polders”, pelo DNOS e pelo DAEEISP, com extensão de 242

2.3 – Obras de Canalização Fluvial

km, onde o rio apresenta alta declividade, em torno

Conforme já foi dito, por situar-se entre as cidades do

de 27cm/km. c) Médio Paraíba: De Cruzeiro (km 516)

Rio de Janeiro e de São Paulo, o rio Paraíba do Sul foi

até São Fidélis (km 94), com diversos represamentos

dos primeiros cursos d’água brasileiro a ser estudado

executados e projetados, com extensão de 422km,

e canalizado, inicialmente para abastecimento

onde o rio apresenta altíssima declividade, cuja

d’água e, posteriormente, para aproveitamento

média é de 155cm/km. d) Paraíba Inferior: De São

hidrelétrico. Atualmente, seis são as principais

Fidélis (km 94) até a foz, quando seu curso percorre

barragens nele construídas: Paraibuna-Paraitinga e

a baixada Campista, com extensão de 94km e média

Jaguaraí, operadas pela Cesp; Funil, operada pela

declividade, em torno de 19cm/km.

Eletrobras Furnas; e Santa Branca, Santa Cecília e Ilha dos Pombos, no Rio, operada pela Light. Das

2 – DADOS DISPONÍVEIS

barragens mencionadas, Santa Branca e Santa

Várias obras foram realizadas na bacia do Paraíba

Cecília não são motorizadas, funcionando a primeira

do Sul, cuja existência determina condicionantes para

como reservatório de regularização e a segunda para

seu aproveitamento como via navegável, conforme

elevação do nível d’água, possibilitando a reversão

se relaciona a seguir, grupadas por tipo:

de 160m³/s para a vertente oceânica, através de transferências sucessivas aos reservatórios de Santana,

No momento em que se constroem novas barragens

cujos custos de transporte são extremamente baixos.

no rio Paraíba do Sul, torna-se necessário lembrar dos

Para se ter uma ideia dessa possibilidade, citamos o

2.1 – Obras de Retificação Fluvial

Vigário e Lages, para a geração de energia nas

estudos desenvolvidos pelo DNPVN (Departamento

trabalho publicado na Revista MEMO números 3, 4 e

O curso principal do Paraíba do Sul foi e está

usinas de Fontes (I e II) e Nilo Peçanha (I e II), situadas

Nacional de Pontes e Vias Navegáveis) e pela

5, cujos principais dados podemos assim resumir.

retificado em dois trechos, por razões diversas: - o

no sopé da Serra do Mar, e Pereira Passos, esta por

trecho inferior, pelo DNPVN, basicamente para fins de

gravidade, a jusante de Nilo Peçanha, na Baixada Fluminense – (Sistema Light – Rio de Janeiro).

Petrobras (*) que tratam do aproveitamento múltiplo daquele rio, que se tornaria uma via navegável de

1 – BACIA HIDROGRÁFICA

navegação, e o trecho do Alto Paraíba, pelo DAEE/SP,

grande importância para a região Sudeste, com

A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul atinge

em convênio com o DNOS, basicamente para fins de

reflexos para a economia dos estados de São Paulo,

cerca de 56.000km², abrangendo áreas dos estados

aproveitamento agrícola das várzeas.

Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Trata-se da única

de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Pode

possibilidade de ligar o vale do rio Paraíba do Sul

– se dividir o Paraíba do Sul, nos seguintes trechos:

2.2 – Obras de Proteção Contra Inundações

das condições naturais do Rio Paraíba do Sul

com a malha hidroviária dos rios Tietê e Paraná,

a) Paraíba Superior: Das nascentes do Paraitinga

Através do DNOS, foram executados pelo governo

para torná-lo navegável em corrente livre, o seu

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3 – IMPLANTAÇÃO DE UMA NOVA VIA Muito embora não seja justificável o melhoramento

Maio 2011• MEMO online | 33


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aproveitamento hidroviário é perfeitamente possível,

econômico se ela proporcionar redução de custos do

nova hidrovia, mediante a canalização fluvial para

Dias Baptista, efetuada em 1941, a implantação

mediante a conjugação de esforços para o múltiplo

transporte de mercadorias: - Produzidas na grande

as múltiplas finalidades, e buscando-se minimizar os

da navegação do rio Paraíba não pode prescindir

aproveitamento dos seus recursos hídricos. Com a

São Paulo e consumidas no Vale; - Produzidas no Vale

custos da navegação deve-se procurar:

da interligação de sua bacia com a do rio Tietê.

canalização fluvial progressiva, pode-se dar a esse

e consumidas na grande São Paulo; - Que possam

importante curso d’água as condições necessárias

utilizá-la em integração bimodal de transporte. Como

1- Reduzir ao mínimo as extensões naturais entre

Paraíba do Sul à ligação de sua bacia com a do Tietê,

para torná-lo uma grande hidrovia, que tenha real

se pode verificar com relativa facilidade, existem dois

uma barragem e o remanso da seguinte, para evitar

antes de significar acrescentar-lhe uma dificuldade, é

significação econômica e se torne um importante

postulados iniciais que devem anteceder e conduzir a

a necessidade de implantação de canais de ligação,

aumentar a grandeza do seu significado e garantir-

fator de desenvolvimento regional, como se expõe a

decisão política de implantação da hidrovia.

geralmente escavados em solo rochoso.

lhe plenas condições de sucesso. Nos diversos

2- Posicionar os eixos das barragens de modo a

trabalhos realizados para o Alto Tietê pelo DAEE

3.1.2 – A interligação Paraíba–Tietê

possibilitar a implantação e eclusas junto a uma de

e outros órgãos do governo paulista, esse fato foi

3.1 – Parâmetros Gerais da Via

Ligando hidroviariamente o Vale do Paraíba à grande

suas ombreiras sem prejuízo do traçado adequado

sempre salientado, tendo sido, inclusive, elaborados

Para o estudo harmônico do aproveitamento múltiplo

São Paulo, antes de representar um acréscimo de

do “eixo de navegação”.

devem ser seguidas certas diretrizes, estabelecidas

custos, constitui-se em um meio de redução pelo

3- Planejar a operação harmô-

em função da obtenção de condições viáveis de

significativo aumento da demanda que proporcionará

nica dos reservatórios, evitando

aproveitamento

– conforme afirmaram acertadamente os estudos

“depleções”

anteriores.

possível, reduzindo ao mínimo,

seguir:

hidroviário

e

compartibilização

dos diferentes benefícios. O estabelecimento de Requisitos Preliminares ou Parâmetros Gerais para a

Por isso, vincular-se a implantação da Hidrovia do

elevadas

estudos e projetos para levar

e,

se

“A hidrovia do Paraíba do Sul será a última oportunidade que o

para:

estado do Rio de Janeiro

sua navegação, de Santana do Parnaíba (reservatório do Pirapora) a Mogi das Cruzes, ponto inicial da interligação com o Paraíba do Sul, que seria

canalização fluvial é, por isso, medida indispensável

3.1.3 – Macro Eixo

4- Que a regularização do regime

terá para a interligação

feita até Guararema ou Santa

para os estudos e projetos destinados à criação da

A partir da Grande São Paulo, floresceram diversas

fluvial seja conseguida mediante

hidroviária interior

Branca. Não é sem razão,

Nova Via. Nesse sentido, o trabalho que a partir

cidades ao longo de uma rota que, pelas razões

a construção de reservatórios de

com o Mercosul”

pois, que esse empreendimento

desse ponto se desenvolve deve ser considerado

expostas, deve ser considerada como prioritária sobre

cabeceira, como pretendido pela

como uma Alternativa Preliminar de Aproveitamento,

as demais, pois formam o macro eixo São Paulo – Rio

Eletrobras Furnas, de modo a reduzir-se as eventuais

Viação. Em exaustivo trabalho realizado em 1984

baseada na necessidade de preservação do potencial

de Janeiro, sendo impulsionadas por um crescente

necessidades de plaqueamentos dos reservatórios

para o DAEE, a Internave – Engenharia demonstrou

hidroviário, segundo os seguintes parâmetros:

surto de industrialização, obviamente, comandam o

do custo principal. 5- Que nos balanços hídricos

a viabilidade de canalização para a navegação do

desenvolvimento agropecuário da sua região.

do sistema seja computada sempre a necessidade

Alto Tietê (trecho antes citado), baseando-se apenas

de uma vazão que garanta a profundidade mínima

nos benefícios oriundos da racionalização do sistema

3.1.1 – Rotas para Navegação Futura

consta no Plano Nacional de

A implantação de uma hidrovia não pode prescindir

OBSERVAÇÕES - Rota Principal: São Paulo – Barra do

fixada para a massa líquida.

de dragagem de manutenção dos canais do Tietê e

de análise macroeconômica do significado da

Piraí. - Rota Secundária: Barra do Piraí – São João da

6- Que, em decorrência, sejam limitadas as

Pinheiros (sem afluente), necessária para assegurar

ligação de regiões produtoras e consumidoras. Como

Barra - Sub-Rotas principais: Juiz de Fora – Três Rios;

autorizações para reversão de águas da sua bacia

as condições de vazão local, impedindo seu

qualquer via de transporte, uma hidrovia canalizada

Cataguases – Itaocara; Muriaré – Campos.

para outras (caso de Caraguatatuba).

assoreamento e diminuindo os riscos de inundação,

só se justifica se, inserida na malha de transporte

-Sub-Rotas Secundárias: Guararema – Natividade da

de uma região, ela representa um meio certo de

Serra; Campos – Niterói (canal costeiro).

redução do custo de circulação de mercadorias.

além de assegurar condições para a reversão dos 4 – PARÂMETROS BÁSICOS DAS OBRAS

excessos de vazão para a represa Billings. Assim

Comboio-Tipo

sendo, e tendo em vista que as obras de canalização

Examinando-se a hidrovia do Paraíba sob essa ótica,

3.2 – Condições para Implantação da Hidrovia

Como foi muito bem observado pela Italconsult em

para a navegação do Tietê já foram definidas em

verifica-se que sua implantação só poderá ter sentido

Tratando-se da possibilidade da implantação de uma

1967, seguindo proposição do engenheiro Caio

quase toda sua extensão, parece válido estudar para

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o rio Paraíba do Sul um Comboio – Tipo igual ao

IL 23 = 2.410 = US$ 0,00137/t.km

que foi estudado para o rio Tietê, comparando-o

35 x 501 x 100

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com outras alternativas, visando obter melhores resultados na relação benefício/custo. Nesse caso, os

5.2 – Comboio – Tipo

estudos dos Comboios – Tipo para o rio Paraíba do

Verifica-se que para a implantação da hidrovia do rio

Sul leva à escolha do Comboio – Tipo “Duplo Tietê:

Paraíba do Sul, a decisão quanto ao Comboio – Tipo a

empurrados em conjunto de quatro barcaças.

ser adotado tem influência fundamental, pois os custos unitários podem variar de US$ 0,0014/t.km a US$

5- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

0,0024/t.km. Cabe destacar que o comboio “Duplo

Considerando o que foi descrito neste trabalho,

Tietê” tem menores custos unitários, por possibilitar

modesto no seu conteúdo face às inúmeras

maior movimentação de cargas. Considerando-se a

interferências que o projeto da canalização do rio

possibilidade da futura duplicação da hidrovia do rio

Paraíba do Sul acarreta, podemos aduzir algumas

Tietê, parece recomendável a adoção do comboio –

hipóteses que nos permitem afirmar que a hidrovia

tipo “Duplo – Tietê” para a hidrovia do rio Paraíba

do Paraíba do Sul tem condições de implantação

do Sul.

gradual, a médio e longo prazos, desde que os

O estado do Rio de Janeiro não pode deixar escapar

diversos organismos governamentais, quer no nível

a possibilidade de integração de sua economia com

nacional, quer no nível regional, além das entidades

a do Sudeste e Centro-Oeste através dessa nova via

da

dessa

de transporte hidroviária que permite a navegação

necessidade, dadas às inúmeras vantagens sociais e

interior entre os estados de São Paulo, Minas

econômicas que representa esta hidrovia, em termos

Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, atingindo

de aproveitamento múltiplo e do controle da poluição

hoje a República do Paraguai, com reais reflexos no

ambiental. Assim, uma análise preliminar entre os

desenvolvimento do Mercosul.

iniciativa

privada

se

conscientizem

investimentos envolvidos e o tráfego provável, nos leva aos seguintes resultados:

5.1 – Investimentos Unitários Considerando a movimentação máxima provável, a distância em quilômetros e um período de retorno de 100 anos, teremos: Para a rota São Paulo – Barra do Piraí.

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(*) O DNPVN e posteriormente a Petrobras fixaram em 10,00m a Altura Livre de Navegação no rio Paraíba do Sul para todas as obras de travessia nele realizadas, de modo a que o topo do mastro dos empurradores fique no máximo, a 9,70m do nível d’água.

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Certificado de SUSTENTABILIDADE para a Construção Civil Professora ANA L. T. SEROA DA MOTTA | UFF

se fecha para dentro, não condizendo com as

O Brasil com o tamanho continental engloba uma

necessidades do entorno, não se relacionando com

série de panoramas climáticos diferentes. Uma

o lugar no qual está inserido, abstraindo as outras

construção sustentável deve respeitar e aproveitar

construções e pessoas que convivem próximo, não

o clima no qual ela está inserida. Os aspectos

estará sendo plenamente sustentável.

morfológicos e o respeito ao ambiente natural são

Os conceitos aplicados às construções sustentáveis

• Permeabilidade do solo;

tomam forma em 1987, com o relatório coordenado

• Acessibilidade;

pela então primeira ministra da Noruega, Gros

• Integração dos transportes de massa e ou

O conceito de construção sustentável está em

fins. Se respeitadas, as condições geográficas,

Brundtland, intitulado: “Nosso futuro comum”. Este

alternativos ao contexto do projeto;

elaboração e pode-se dizer que depende de

climáticas, topográficas, aliadas às questões sociais,

texto apresentou o conceito de desenvolvimento

• etc.

uma agenda de prioridades que é única para

econômicas e culturais do lugar, a sustentabilidade

cada localidade. Hoje existem somente algumas

se materializa na edificação definindo seu padrão de

de extrema importância para se projetar com estes

sustentável. O documento abriu, então, espaço para uma nova área da Arquitetura, que discute uma

Os conceitos que integram e definem construção

diretrizes como forma de orientar aqueles que

sustentabilidade. Assim, algumas soluções aplicadas

interação do homem com o entorno, utilizando os

sustentável ainda são controversos. Primeiramente,

pretendem construir de forma ambientalmente mais

a uma construção local podem não se tornar

elementos e recursos naturais disponíveis, preservando

ainda não é certo afirmar simplesmente que

responsável.

elementos de sua sustentabilidade quando aplicadas

o planeta para as gerações futuras, baseado nas

uma obra é ou não sustentável. A caracterização

soluções socialmente justas, economicamente viáveis,

da sustentabilidade de uma construção vem de

Uma obra sustentável leva em conta o processo

ecologicamente corretas e culturalmente aceitas. Em

diversos processos, os quais são inerentes ao seu

no qual o projeto é concebido, quem vai usar os

A forma, as técnicas construtivas e os materiais podem

síntese, o conceito descreve que todos devem “Utilizar

projeto, sua execução e também do somatório das

ambientes, quanto tempo terá de vida útil e se, depois

e devem ser selecionados de maneira a atender aos

os recursos disponíveis no presente sem esgotá-los

técnicas empregadas para integrá-lo ao entorno e

desse tempo todo, ela poderá servir para outros

requisitos impostos pelas diretrizes de sustentabilidade

e comprometer o meio ambiente para as gerações

do contexto cultural. Na realidade, trata-se de um

propósitos. Tudo o que diz respeito aos materiais

existentes. Embora seja importante enfatizar que não

futuras” (Relatório Bruntland – 1987).

processo comparativo onde o mais coerente é a

empregados nela deve levar em conta a necessidade

existe uma receita pronta, apenas diretrizes a serem

confrontação entre projetos visando determinar qual

de uso responsável, a energia consumida no processo

levadas em consideração na hora de projetar. Cabe

das construções é mais ou menos sustentável.

de elaboração de cada componente construtivo,

destacar que a permeabilidade do solo deve ser um

as necessidades de manutenção e, depois, se cada

aspecto relevante do projeto sustentável. Proporcionar

elemento da construção pode ser reaproveitado.

espaços livres, com vegetação natural e bastante

Algumas diretrizes são essenciais para se considerar uma construção sustentável:

em edificações de outra na cidade.

• Eficiência energética;

Pensar em um edifício isolado não faz sentido

• Uso adequado e reaproveitamento da água;

quando se trata as questões ambientais como a

• Qualidade do ar;

sustentabilidade

pelo

Com relação ao consumo de insumos ambientais, a

mais fresco, o ar tenha mais qualidade, interfira

• Uso de técnicas passivas para condicionamento

homem. Por ser sistêmica, a construção, para ser

autossuficiência da edificação deve ser prioridade.

positivamente no microclima e viabilize a integração

térmico dos ambientes;

sustentável, deve ser elaborada integrada ao seu

Muitas vezes, alguma parcela da energia pode ser

da vida natural com o edifício. Complementando

• Utilização dos recursos naturais presentes no

contexto. O ambiente externo é tão importante

gerada no próprio lugar e a água consumida pode

podem dar vazão à percolação das chuvas, tornando

entorno;

quanto o que ocorre nas dependências internas. Por

ser reaproveitada, fazendo com que em longo prazo

os espaços mais salubres.

• Uso de materiais e técnicas ambientalmente

isso, a comparação é a melhor forma de avaliar uma

se obtenha uma redução nos impactos ambientais

corretas;

construção sustentável, a obra nunca está sozinha.

gerados pela utilização dos mesmos. Uma arquitetura

Outro item essencial é o transporte de massas,

• Gestão dos resíduos sólidos. Reciclar, reutilizar e

Quando um edifício cumpre todos os pré-requisitos

sustentável deve, fundamentalmente, levar em conta

especialmente no quesito edificações públicas. O

reduzir;

técnicos, respeita todas as normas éticas ambientais,

as características geográficas do espaço na qual está

modelo de transporte coletivo da maioria das cidades

• Conforto e qualidade interna dos ambientes;

apenas usa materiais adequados e mesmo assim

inserida.

configura-se insustentável. A opção de escolher o

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dos

espaços

construídos

permeáveis, faz com que o entorno do edifício seja

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automóvel como forma prioritária desse sistema

o aproveitamento de energia, água e lixo. Um prédio

O Programa Nacional de Eficiência Energética em

econômica e de desenvolvimento, além do setor

pode ter sido uma solução no passado, porém, hoje,

com estas características pode obter um certificado

Edificações – Procel Edifica foi instituído em 2003

da construção civil. O programa tem por objetivo

esta alternativa precisa ser revista. As construções

de sustentabilidade.

pela Eletrobras/Procel e atua de forma conjunta

incentivar a conservação e o uso eficiente dos

com o Ministério de Minas e Energia, o Ministério

recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas

sustentáveis devem proporcionar uma integração com o sistema de transporte com foco na diversidade

No Brasil, o certificado de sustentabilidade que está

das Cidades, universidades, centros de pesquisa e

edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos

de meios, criando novas formas de chegar e sair

se configurando como o mais apropriado é o emitido

entidades das áreas governamental, tecnológica,

sobre o meio ambiente.

dos edifícios. As construções sustentáveis são formas

pelo Inmetro, conhecido como Selo Procel Edifica.

de projetar que visam uma completa integração do

O processo de Certificação de Eficiência Energética

O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do consumo faturado no país.

edifício com a cidade. Esta integração influencia

de Edifícios – Procel Edifica se encontra em vigor

Estima-se um potencial de redução deste consumo em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas

cada vez mais a sustentabilidade dessas cidades.

desde 2007, em caráter voluntário, e passará a

que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações.

ser obrigatório a partir de 2012, conforme a Lei de Em setembro de 2010, o Senado lançou uma

Eficiência Energética nº 10.295/01.

cartilha com diretrizes para a concepção de edifícios públicos sustentáveis. Essa publicação aborda temas

Eficiência nas edificações residenciais, comerciais,

como compras sustentáveis e a importância de o

de serviços e públicas

gestor público conhecer o conceito das construções

Conforme o Inmetro, desde julho de 2009, quando

verdes, sendo parte integrante do Programa Senado

a certificação foi lançada, já foram emitidas 14

Verde. Este programa objetiva introduzir a gestão

etiquetas de eficiência para edifícios comerciais, de

ambiental nas rotinas administrativas. Para isso, criou

serviços e públicos.

esta cartilha sobre Edifícios Públicos Sustentáveis. A

“A etiquetagem está se tornando cada vez mais

publicação também mostra como os investimentos

conhecida na cadeia produtiva da construção civil,

residenciais opera desde 2007 em caráter provisório, e a

em sustentabilidade podem se reverter em economia

ainda que em estágio voluntário”

partir de 2012, passará a vigorar como lei. O objetivo do

O Selo Procel Edifica tem por meta certificar projetos que preveem redução de consumo e uso de energias alternativas. A etiquetagem das edificações comerciais, públicas e

selo é estimular os construtores e incorporadores a aderirem

para o órgão público, enfatizando que a preocupação

aos conceitos de eficiência energética em edificações,

com a sustentabilidade deve estar presente em todas

Na ocasião, uma agência da Caixa Econômica

as fases do projeto, começando pelo arquitetônico,

Federal, em Curitiba (PR), e mais quatro projetos

que deve coordenar uma perfeita integração com os

de prédios receberam a etiqueta com nível “A” de

projetos de todos os sistemas do edifício. Aspectos

economia de energia, depois de avaliados em três

As primeiras etiquetas de eficiência energética para

também é concedida dentro do Programa Brasileiro

como a paisagem, a organização do canteiro de

níveis de eficiência: envoltória, sistema de iluminação

projetos de habitação brasileiros foram concedidas

de Etiquetagem (PBE), coordenado pelas duas

obras, a utilização econômica da água, a possibilidade

e sistema de condicionamento de ar. O evento,

em novembro de 2010, durante a cerimônia de

instituições.

da cobertura verde, o uso correto de energia, a

voltado para construtores, incorporadores, projetistas,

lançamento da Etiqueta Nacional de Conservação de

irrigação, o clima, uma gestão dos resíduos sólidos

pesquisadores, órgãos públicos e fabricantes, teve o

Energia para residências e edifícios multifamiliares,

“A necessidade da redução do consumo de energia nas

responsável, materiais utilizados na obra e lixo estão

apoio do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon)

promovida pela Eletrobras e pelo Inmetro, no Hotel

edificações é um aspecto presente tanto nos projetos

divididos e explicados na cartilha. Cada uma das

de São Paulo, da Câmara Brasileira da Indústria

Transamérica, em São Paulo.

de novos edifícios como também na discussão de

seções mostra como o prédio público deve trabalhar

da Construção (CBIC), do Conselho Brasileiro da

A exemplo da etiqueta para edifícios comerciais,

políticas públicas”, afirma Solange Nogueira, gerente

com essas questões para se tornar sustentável. Nas

Construção Sustentável (CBCS) e do Sindicato da

de serviços e públicos, e da etiqueta para os

da Divisão de Eficiência Energética em Edificações da

seções, aparecem também tecnologias que facilitam

Habitação (Secovi).

eletrodomésticos,

Eletrobras/Procel Edifica.

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viabilizando a aplicação da Lei de Eficiência Energética no.10.295/01.

a

etiqueta

para

habitações

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No Brasil, a energia elétrica dos edifícios corresponde

eficiência energética nas edificações é garantir um

a cerca de 45% do consumo, sendo que as residências

clima interno que não prejudique o dia a dia dos

são responsáveis por mais de 22% desse total.

frequentadores, privilegiando a economia de energia.

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As construtoras que aderirem ao Programa terão a O PBE trata de um assunto estratégico para o país

certificação como diferencial competitivo”, disse o

ao mesmo tempo em que propõe uma mudança de

presidente do Inmetro, João Jornada.

cultura para o mercado imobiliário. Os brasileiros consideram diversos aspectos no momento de decidir

“A adesão é voluntária e abrangia no inicio apenas as

pela compra de um imóvel, como localização, espaço,

construções públicas e de serviços. Mas, a partir de

estética, infraestrutura etc. E, a partir de agora, terão

2010, os prédios residenciais também passaram a ter

a informação sobre desempenho da edificação

seus projetos avaliados e classificados”, completou

quanto à eficiência energética influenciando também

Alfredo Lobo, diretor da Qualidade do Inmetro.

na sua decisão de compra. Justamente porque, ao contabilizar o investimento necessário, pesará o fato

A Etiqueta de Eficiência Energética em edificações faz

de as edificações eficientes gastarem menos energia

parte do PBE e foi desenvolvida em parceria entre

e, em última análise, energia custa dinheiro”, analisa

a Eletrobras e o Inmetro. O objetivo é incentivar a

Marcos Borges, coordenador do PBE no Inmetro.

elaboração de projetos que aproveitem ao máximo a capacidade de iluminação e ventilação natural

O principal documento que norteia a etiquetagem

das construções, levando a um consumo menor de

tem o título de Requisitos Técnicos da Qualidade

energia elétrica. Assim como os eletrodomésticos que

para o Nível de Eficiência Energética de Edificações

fazem parte do PBE, os projetos de arquitetura serão

Residenciais (RTQ-R). Ele foi desenvolvido pela

analisados e receberão etiquetas com graduações de

Secretaria Técnica de Edificações, coordenada

acordo com o consumo de energia.

pelo Procel Edifica, programa da Eletrobras, e pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (LABEEE/ UFSC)), que conta ainda com a participação de

Referências • http://www.studioe.co.uk/energy.html

especialistas de diversas universidades brasileiras e

• http://www.inmetro.gov.br/noticias/verNoticia.asp?seq_

representantes de instituições do setor da construção

noticia=3138

civil.

• http://www.eletrobras.com/pci/ mainasp?View=%7B623FE2A5-B1B9-4017-918D-B1611B04FA

“A iniciativa de criar soluções sustentáveis para as

2B%7D&Team=&params=itemID=%7BC46E0FFD-BD12-4A0197D2-587926254722%7D%3BLumisAdmin=1%3B&UIPartUI-

construções é mundial e gradualmente o Inmetro está

D=%7BD90F22DB-05D4-4644-A8F2-FAD4803C8898%7D

adotando ações nesse sentido. O grande desafio da

• http://www.labeee.ufsc.br/

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ESCOLA NACIONAL DE CIRCO de Niterói Trabalho Final de Graduação | Escola de Arquitetura e Urbanismo - UFF |

Aluna LIS COELHO VALLADARES

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Referências: Escolas em outros países foram primordiais para visualizar o potencial desse ramo e também como incentivo para aplicarmos a ideia no Brasil, que está em grande ascensão mundial, no que concerne à atividade arquitetônica, e pode se prevalecer de bons projetos na área de educação e cultura, investimento que garante o crescimento do País. O novo circo é um movimento recente que adiciona às técnicas de circo tradicionais a influência de outras

O encanto e a magia do circo diante dos nossos olhos. A aluna Lis Coelho Valladares

linguagens artísticas como a dança e o teatro, levando em conta que a música sempre fez parte da tradição

viajou no universo circense para fazer um projeto que resgata a alma de um espaço

circense. No Brasil existem atualmente vários grupos pesquisando e utilizando esta nova linguagem.

tradicional que, por muitos anos, coloriu a paisagem da Praça da Bandeira, um dos bairros mais tradicionais do Rio de Janeiro: A Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro. Suas tradicionais lonas, sob as quais várias gerações de artistas foram formadas para levar alegria ao povo, não mais enfeitam a cena local. E, como cigano na trilha do chão, percorreu terrenos improvisados, perdendo todo o seu brilho, colorido e alegria, num espaço acanhado na Zona da Leopoldina carioca. Com amor, paixão e um toque no sonho de qualquer um que sorriu com as trombadas dos palhaços, prendeu a respiração com os voos dos trapezistas ou ficou inerte com a destreza dos malabaristas, Lis traz a proposta para a nova localização deste mundo mítico do circo, cuja história passa por civilizações como a da China, da Grécia, do Egito e da Índia. E, no Brasil, levanta a lona no final do século XIX, com os ciganos fugidos da Europa, imortalizando personagens marcantes como o palhaço Carequinha. Seja de lona ou de rua, o circo precisa de seu espaço próprio, de seu cantinho mágico para fazer a alegria de todos - crianças e adultos de todas as idades. E para formar leva e mais leva de artistas para se perpetuar diante de um mundo dominado por tantas atrações - reais ou virtuais. A Lis propõe exatamente isso com seu projeto. E o lugar escolhido, certamente, faz um perfeito encontro entre o sonho e a natureza: bem numa área central de Niterói, próximo ao Caminho Niemeyer, e ao lado do terminal rodoviário, seguido da estação das barcas. Sem marmelada, mas com muita alegria, mergulhe neste encantador projeto. Lis Valladares tem o prazer de apresentar: A Escola de Circo de Niterói!

O circo é o último vestígio de um saber antigo, existencial e iniciático. Esse saber, essa arte

No caminho havia um Circo... “O projeto de Lis Valladares é um bom exemplo de como um exercício acadêmico pode representar uma contribuição para a reflexão sobre o bom uso dos espaços urbanos

ancestral e única que é o circo, só se

centrais. Ao propor que uma quadra em área nobre seja destinada a uso que alia impacto

perpetua graças a dois mecanismos:

sócio-educacional a uso público com forte atração popular, o projeto leva a considerações

transmissão do saber de pai para

sobre o papel do município como incentivador de práticas culturais com resultados efetivos

filho, e o ensino proporcionado por uma escola “Ziegler, J.”

quanto a criação de novas oportunidades de trabalho e de lazer. Esta proposta reflete-se em uma feliz solução arquitetônica que alia uma forma expressiva à excelente integração com o entorno, dialogando com a forte vizinhança do Caminho Niemeyer.” Orientador Professor Sergio R. Leusin de Amorim | Arquiteto

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ESCOLHA DO TEMA Questão Social

Questão Econômica

- Educação

- Atender uma demanda ainda carente no Brasil

- Integração social

- Geração de emprego

- Disseminação das artes

- Quantificação e especialização da mão de obra

- Valorização do Circo

OBJETIVO Formar o artista circense através do domínio de habilidades e técnicas, capacitando-o para: elaboração e execução de números com excelência; montagem de equipamentos com segurança; organização do espaço cênico circense; domínio dos fatores técnicos que interferem na realização dos espetáculos; e reciclar e especializar profissionais circenses do Brasil e exterior.

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NOVA PROPOSTA DE LOCALIZAÇÃO - JUSTIFICATIVA - A área em questão já tem a tradição de abrigar circos temporários - A Escola de Circo traria mais movimento ao local não só durante a semana pelos alunos, mas principalmente, nos finais de semana com os espetáculos - O território está vinculado ao Caminho Niemeyer - O projeto cultural irá beneficiar a área que é qualificada como de Especial Interesse Turístico e Urbanístico de Niterói - A população de Niterói carece de projetos sociais e culturais desse porte - A Escola atrairá não só artistas circenses, como também crianças, jovens e adultos interessados em aprender uma nova atividade física e artística - O projeto atrai crianças, ocupando seu tempo ocioso e ensinando conceitos de disciplina, responsabilidade e persistência

O PROJETO - IMPLANTAÇÃO

- A área escolhida fica na região onde aconteceu a tragédia do Gran Circus norte-americano, em 1961. Uma escola de circo poderia ajudar a população a transformar a recordação amarga em esperança e alegria

A implantação sugere uma combinação da forma do prédio da Escola com o espaço para apresentação, a Arena Múltipla; reservando ainda lugar para uma Praça de Conveniência e uma Lanchonete. O estacionamento será subterrâneo. Ocupando apenas parte do terreno escolhido, foi criada uma rua, para melhorar a circulação no entorno da Escola de Circo. Será proposta a implantação de uma praça pública no terreno à frente, a fim de preservar a volumetria e a tipologia arquitetônica.

SITUAÇÃO - PROPOSTA

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O conhecimento cultural consolida sua importância na vida dos seres humanos a cada vez que é mencionado, seja numa conversa entre amigos ou na elaboração de um projeto para o enriquecimento e ampliação social.

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“Os princípios fundamentais de revitalização do próprio terreno do conjunto e de suas fronteiras que precisam ser reintegradas

A escolha do tema já se deu pelo intenso envolvimento que tive com as vertentes de criação artística,

ao distrito são os mesmos que os

buscando nesta uma maneira de potencializar sua produção, com base no aprendizado técnico-

princípios do auxílio a qualquer área urbana

arquitetônico, para conferir aos espaços usos conscientes e qualitativos. A arquitetura e o desenho urbano são indiscutivelmente a mais pública de todas as artes, podendo ser considerada como a forma não verbal, a mais forte das formas de expressão coletivas. Acredito que, na nossa era de crescente e liberalizada prática profissional, estamos todos conscientes da importância do pluralismo cultural na Arquitetura e Urbanismo no País.

de baixa vitalidade. Os planejadores urbanos precisam diagnosticar que condições capazes de gerar diversidade estão faltando...” JACOBS, 437

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PLANTAS BAIXAS E CORTES

PLANTA BAIXA DA ARENA

ARENA DE APRESENTAÇÃO Transformando a imagem do circo em um cenário contemporâneo, partiu-se da tradicional lona americana para um sistema de tenso-estrutura, que adere bem à linguagem do espaço a que se destina. Para elaboração do projeto, a autora contou com o apoio da empresa Tensitex, que a auxiliou para concretizar sua ideia de forma, respeitando os vãos e aberturas necessários para acessibilidade, altura exigida sobre o palco e, claro, a beleza da estrutura. Nas estruturas tensionadas, gravidade e rigidez não são propriedades estruturais essenciais. Lonas tensionadas, em particular, são tão leves que seu peso é quase desprezível; e os materiais de que são feitas, como cabos e tecido, são altamente flexíveis. Outros meios têm que ser explorados para fornecer a estabilidade e a força necessárias. Seus componentes têm que estar dispostos em um arranjo geométrico específico (forma da superfície) e devem estar submetidos a um padrão específico de tensão interna (padrão pré-tensionado). A geometria das estruturas tensionadas não é, portanto, arbitrária e segue rígidas regras de Engenharia. Uma vez que os limites são os pontos. 52 | MEMO online • Maio 2011

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Plantas na RECUPERAÇÃO DE MANGUES LUIZ FRANCISCO FONTANA e MIRIAN A. C. CRAPER | Professores de Pós-Graduação em Biologia Marinha | UFF

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Os contaminantes que permanecem no sedimento podem ser transformados por ação de enzimas ou por microorganismos associados simbioticamente com a raiz. Assim, os exudatos liberados pelas raízes podem imobilizar contaminantes, retendo-os no sedimento ou estimulando o crescimento e a atividade bacteriana. Após extrair o contaminante do solo, a planta armazena-o para tratamento subsequente, quando necessário, ou mesmo metaboliza-o, podendo, em alguns casos, transformá-lo em produtos menos tóxicos ou mesmo

Os manguezais são ecossistemas costeiros localizados na zona entremarés de regiões tropicais e subtropicais. São ambientes abertos recebendo, em geral, um importante fluxo de água doce, sedimentos e nutrientes

inofensivos. A fitorremediação pode ser empregada em sedimentos contaminados por substâncias inorgânicas (exemplo metais) e/ou orgânicas (pesticidas e petróleo).

do ambiente terrestre e exportando água e matéria orgânica para o mar ou águas estuarinas. (Cintrón & Schaeffer-Novelli, 1992). Este ecossistema engloba uma variedade de comunidades, dominada por espécies de árvores halófitas com grande riqueza de fauna e flora associadas (Nybakken, 2001).

A impulsão dessa biotecnologia ocorreu quando se verificou que a zona das raízes das plantas apresentou a capacidade de biotransformar moléculas orgânicas. Desta forma, a “rizosfera”, como é conhecida esta zona,

Assim, a importância dos manguezais está associada à proteção de regiões litorâneas, abrigo da fauna

tem sido estudada por sua importante função de utilizar moléculas de poluentes como fonte de nutrientes para

e contribuição de matéria orgânica aos ambientes marinhos litorâneos, e também por sua importância

diversos microorganismos que habitam nesta região.

econômica para o extrativismo, agricultura e a silvicultura. O impacto antropogênico nesses ambientes justifica a preocupação em desenvolver alternativas para recuperá-lo. A recuperação dessas áreas contaminadas pelas atividades humanas pode ser feita através de vários métodos. Alguns desses métodos deslocam a matéria contaminada para local distante, causando riscos de contaminação secundária e aumentando ainda mais os custos com tratamento. Por isso, nos últimos anos passou-se a dar preferência por métodos in situ (no ambiente) que perturbem menos o ambiente e sejam mais econômicos. Uma técnica que vem sendo estudada é a “fitorremediação”, que envolve o emprego de plantas, sua microbiota associada (bactérias), que, aplicadas em conjunto, removem, imobilizam ou tornam os contaminantes inofensivos ao ecossistema, sem alterar o ambiente já impactado. Esta técnica emprega diferentes mecanismos nos processos de remediação de solos, sedimentos e sistemas aquíferos por meio de sistemas vegetais fotossintetizantes e sua microbiota com o fim de desintoxicar ambientes degradados ou poluídos (tabela 1). MECANISMOS/ESTRATÉGIAS DA FITORREMEDIAÇÃO Fitoextração

Fitoestabilização

absorção dos contaminantes pelas raízes, os quais são armazenados ou transportados e acumulados nas partes aéreas os contaminantes são incorporados à lignina da parede vegetal ou ao húmus do sedimento precipitando os metais. Evita a mobilização do contaminante e limita sua difusão no sedimento através de uma cobertura vegetal

Fitoestimulação

as raízes em crescimento promovem a proliferação de microorganismos degradativos na “rizosfera”, que usam os metabólitos da planta como fonte de carbono e energia

Fitovolatilização

o poluente é absorvido pelas raízes, convertido em forma não tóxica e depois liberado na atmosfera

Fitodegradação

contaminantes orgânicos são degradados ou mineralizados dentro das células vegetais por enzimas específicas, como: nitrogenases (degradação de nitroaromáticos), desalogenases (degradação de solventes clorados e pesticidas) e lacases (degradação de anilinas)

Rizofiltração

emprega plantas terrestres para absorver, concentrar e/ou precipitar os contaminantes de um meio aquoso através do seu sistema radicular

Obs.: Essas são tecnologias baratas, com capacidade de atender uma maior demanda e que apresentam mais capacidade de desenvolvimento que tendem a obter maior sucesso no futuro

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FIGURA 1 – MECANISMOS/ESTRATÉGIAS DA FITORREMEDIAÇÃO

O “efeito rizosfera” não é um aumento da biomassa ou atividade bacteriana natural do sedimento, mas sim a ação seletiva sobre o crescimento bacteriano, e consequentemente ocasiona mudanças na abundância relativa de diferentes grupos bacterianos do sedimento. Os três aspectos das características do sedimento modificado pela “rizosfera” (atividade microbiana, potencial de oxidação e comunidades microbianas modificadas) podem todos contribuir para o “efeito rizosfera”, positivo que é a base para fitorremediação de poluentes. Essa tecnologia combina baixos custos com maior eficiência, além do controle de erosão pelas raízes das plantas e a biodegradação, abrangendo vários poluentes orgânicos e inorgânicos pelo aumento da biomassa bacteriana. Reduzindo assim o risco que estas substâncias representam à saúde humana. Maio 2011• MEMO online | 57


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FITORREMEDIAÇÃO NO BRASIL A fitorremediação no Brasil ainda é muito pouco explorada e as pesquisas existentes descrevem apenas experiências realizadas em laboratório

Rizophora

mangle

crescimento em

relação

pela

em ao

Avicennia

altura

de

controle,

um 85%,

seguida

schaueriana

(70%)

racemosa

(8,3%).

No ano de 2000, foi alcançado um feito inédito na América Latina, o isolamento de consórcios bacterianos com

e

capacidade para degradar componentes do petróleo e sua aplicação in situ. O objetivo de se isolar consórcios

O investimento no crescimento do

bacterianos degradadores de petróleo teve a tecnologia desenvolvida pelo Laboratório de Microbiologia

diâmetro do caule foi menos expressivo:

Marinha, da Universidade Federal Fluminense (UFF), sob responsabilidade da Dra. Mirian Araújo Carlos

Avicennia schaueriana (42%), Rizophora

Crapez, com apoio da Petrobras/DTSE e financiamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo,Gás Natural

mangle (19%) e Laguncularia racemosa

e Biocombustíveis).

FIGURA 3- FOTO VIVEIRO REDUC.

Laguncularia

apresentou

(0,4%) (figuras A, B e C)

A metodologia empregada pelo Laboratório de Microbiologia Marinha é ecologicamente correta, pois se utiliza matrizes bacterianas do ambiente impactado, não colocando no mesmo organismos estranhos.

O objetivo deste estudo foi a utilização da tecnologia de biorremediação em espécies vegetais de mangue, preparando-as para o plantio definitivo em área impactada por petróleo. Os experimentos foram conduzidos no viveiro da Petrobras/DTSE, com adição de consórcios bacterianos hidrocarbonoclásticos (bactérias que utilizam hidrocarbonetos de petróleo como fonte de carbono e energia) na “rizosfera” desses vegetais. Após a

FIGURA A - Rizophora mangle

FIGURA B - Lacungularia racemosa

FIGURA C - Avicennia schauerianna

adaptação destas plantas ao viveiro, iniciou-se o teste de biorremediação in situ. As plantas foram transferidas

O uso da fitorremediação na recuperação de desastres ambientais ainda não é adotado no Brasil. É uma

para o manguezal próximo à REDUC (Refinaria Duque de Caxias), onde foram medidas mensalmente e

tendência mundial, sendo amplamente aplicada nos EUA, Europa e Ásia. No Brasil, esta biotecnologia será

a característica biométrica que apresentou maiores valores foi a altura. Ficou constatado que as bactérias

uma solução essencial para a limpeza de ambientes sensíveis como a Baía de Guanabara, pois a maior parte

hidrocarbonoclásticas nativas, além de minimizarem o impacto por óleo, auxiliam o crescimento vegetal.

das refinarias está localizada em manguezais (biodetergentes para limpeza de petróleo, CH, nº 223). A maior dificuldade para o aperfeiçoamento da técnica de fitorremediação é a despesa com a manutenção do viveiro e as análises dos poluentes devido aos poucos recursos aplicados às pesquisas ambientais pelo governo e empresas.

Tendo isso em mente, nosso grupo de pesquisa busca adaptar a metodologia de isolamento e seleção de COLETA DE SEDIMENTO

SELEÇÃO E AMPLIFICAÇÃO DE BIOMASSA BACTERIANA HIDROCARBONOCLÁSTICA

bactérias à realidade dos laboratórios brasileiros, usando recursos acessíveis (água do mar, carboidratos e consórcios bacterianos isolados do ambiente contaminado), e para o emprego desta tecnologia de ponta, com a qual já se sabe que há menos danos ao meio ambiente e maior eficiência de limpeza, é necessário o constante investimento do governo e de empresas ligadas ao petróleo, e assim o Brasil poderá competir internacionalmente na recuperação de ambientes impactados.

ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE CONSÓRCIOS BACTERIANOS HIDROCARBONOCLÁSTICOS

FIGURA 2 – ISOLAMENTO DO CONSÓRCIO BACTERIANO

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Lições do JAPÃO e da ALEMANHA

Não se sabe quantas gerações serão afetadas pela

que se trata de uma energia gerada a baixos custos

ASPÁSIA CAMARGO | Deputada Estadual do Partido Verde – RJ

radiação liberada em Fukushima e nem os prejuízos

e com risco reduzido. O primeiro argumento é

ocasionados

exportações

absolutamente irreal, porque é altamente subsidiada.

japonesas. Entre 2009 e 2010, o Japão exportou

Ao contrário, a energia nuclear é cara, desnecessária

677 toneladas de carne bovina e 1.898 toneladas

e perigosa. Como esperar que governos não se

de arroz principalmente para Hong Kong, Coreia

posicionem favoravelmente a respeito de seus

do Sul, Indonésia, Tailândia, Malásia, Cingapura e

próprios projetos? Os argumentos sobre segurança,

Filipinas. Fazem parte da pauta de exportação outros

após o acidente no Japão, simplesmente foram por

produtos como frutas, carne suína, frango e ovos. Até

água abaixo. Afinal, o perigo veio de fora. Foi o

mesmo a produção de carros está comprometida.

corte de energia que parou de alimentar o sistema de

Ninguém quer tocar em produtos contaminados por

refrigeração. Pura externalidade?

pela

suspensão

das

essa enganosa energia limpa. Com a discussão colocada, é preciso saber qual a O mundo registrou três grandes desastres nucleares:

argumentação do Brasil para continuar apostando

o de Three Mile Island nos Estados Unidos, em 1979;

em energia nuclear. O nosso país conta com duas

o de Chernobyl, na Rússia, em 1986; e agora o do

usinas em operação: Angra 1 e Angra 2, em Angra

Japão. Todos foram minimizados inicialmente, mas

dos Reis (RJ). Juntas, produzem 2 mil megawatts. A

como não havia como esconder os resultados nefastos,

partir de 2015, a conclusão da usina nuclear Angra

com o tempo passaram a receber a devida avaliação.

3 colocará no sistema mais 1.080 megawatts.

A questão que se coloca é como levantar os efeitos dos inúmeros experimentos realizados em várias

O próprio diretor da Eletronuclear, Pedro Figueiredo,

Radioatividade no mar três mil vezes superior ao normal,

partes do mundo por militares? O sigilo é também a

em uma audiência na Assembleia Legislativa do Estado

contaminação de pessoas, de alimentos e pânico. Este é o

alma do negócio na corrida armamentista.

do Rio de Janeiro (Alerj), alertou para a necessidade de

cenário de terror no Japão, país amigo do Brasil, que como

se rever os protocolos de segurança de todas as usinas

nós, optou por produzir energia nuclear. Os efeitos devastadores

O acidente em Chernobyl, segundo um estudo

nucleares do mundo. Tal preocupação é pertinente e

dessa tragédia podem ser sentidos até em Nova Iorque, onde

encomendado pelo Greenpeace, pode ter matado

deve estar na agenda do governo brasileiro. As usinas

foram detectadas, tanto no ar quanto na chuva, pequenas

mais de 200 mil pessoas. Se levarmos em conta que

estão localizadas numa área vulnerável à queda

quantidades de radiação. Esse estrago todo veio apenas de

os reatores de Fukushima têm cerca de 30 vezes mais

de barreiras. Em 1985, uma enxurrada em Angra

Fukushima, cidade atingida por frequentes terremotos. Quatro

material radioativo, podemos esperar o pior. Agora,

provocou um gigantesco deslizamento, exatamente

dos seis reatores localizados naquela região estão tirando o

depois do leite derramado, o Japão se diz inclinado

na face oposta da montanha do local onde está

sossego do mundo. Pouco se fala, no entanto, que aquele país

a mudar sua matriz energética.

Angra 1, abrindo uma cratera na rodovia Rio-Santos,

tem outras 49 “bombas relógios”, concentradas em 13 usinas

soterrando laboratórios e quase fechando a saída de

nucleares e que toda essa parafernália diabólica é responsável

Muitos chefes de Estado partiram em defesa da energia

água da refrigeração da usina. A avalanche destruiu

pela produção de apenas 30% da energia do país.

nuclear, mas fica difícil aceitar a argumentação de

ainda a marina.

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O plano de evacuação do complexo nuclear é

Mesmo que o Brasil suspenda o seu programa

péssimo e sempre sofreu

questionamentos, pois

nuclear, a herança ficará para inúmeras gerações

apresenta muitas falhas. A Rio-Santos é precária. É

futuras. Teremos que ser guardiões eternos dessa

absolutamente necessária a recuperação da estrada

maldição.

Paraty-Cunha, mas a abertura de mais essa opção ainda não está liberada pelo Ibama. E Angra 3 vem aí,

Alguns

especialistas

garantem

que

um

dos

com este cenário precário de rotas de fuga, a situação

componentes nucleares, o Plutônio 239, tem vida

torna-se ainda mais preocupante. A Eletronuclear já

média de 24.100 anos. Como planejar a segurança

pensa em construir mais dois píeres para facilitar a

para um futuro tão distante, onde talvez nem mais

evacuação dos moradores em caso de acidentes já

estaremos vivos como espécie?

levando em conta os frequentes deslizamentos na BR 101. A obra facilitaria a atracação de navios

Existem outras alternativas? Naturalmente que sim. A

maiores. É a saída pelo mar, já que por terra a

solar e a eólica vão de vento em popa! Temos que

situação é desfavorável.

investir em energia renovável e em biomassa.

Como se não bastassem os riscos inerentes à própria

O Brasil absolutamente não precisa de outras fontes

atividade, o Brasil e o mundo precisam urgentemente

geradoras. É sempre bom lembrar que energia limpa

dar destino ao lixo nuclear. A Comissão Nacional

é aquela que não deixa rastros de destruição e é

de Energia Nucelar (CNEN) ainda não definiu onde

sustentável. A própria Alemanha, país parceiro do

será construído o repositório, destino final dos rejeitos

Brasil na construção de Angra 1, 2 e 3, anunciou

radioativos. Os resíduos com baixo e médio teor de

recententemente a desativação de suas usinas

radioatividade são estocados em depósitos no terreno

nucleares, decisão ligada diretamente à vitória do

da própria usina. Lá, já estão guardados 6.650

Partido Verde em Baden-Württenber. Algumas usinas

tonéis e caixas, abrigados em três prédios. Com a

já serão fechadas nos próximos meses. Isso é bom

construção de Angra 3, o reservatório tem que ser

senso. Se a Alemanha, que nos orientou, recuou, o

ampliado. Existe uma previsão para a construção de

Brasil podia seguir o exemplo. A academia precisa

um super repositório até 2020. Falta muito tempo.

colocar este importante tema em discussão.

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INFORME PREMAG Stélio Cardoso de Souza - Diretor Engenheiro Civil

Luiz Edmundo Andrade Pereira - Diretor Engenheiro Civil

Ao se mencionar os títulos, atualmente objetos de preocupação mundial, “DESENVOLVIMENTO

A motivação inicial se baseou nas seguintes perguntas, direcionadas aos fabricantes de edificações.

SUSTENTÁVEL”, “AMBIENTALMENTE CORRETO”, “SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL” e outros

É de seu interesse estudar a possibilidade de na sua obra:

correlatos, a indústria da construção civil sempre aparece como uma das grandes vilãs, face a

a) Eliminar o vigamento podendo levar a zero o consumo de madeira?

quantidade e diversidade das matérias primas e produtos empregados, alguns de extrema importância

b) Reduzir a quantidade de pilares, com possibilidade de vãos de até 12 metros entre eles, viabilizando

neste contexto.

principalmente garagens mais confortáveis? c) Utilizar cimbramento metálico racional que, escorando formas plásticas, permita a desforma das

Ainda na 1º fase de produção de uma edificação, a sua estrutura, normalmente em concreto armado,

lajes após a protensão, feita mais ou menos quatro dias após a concretagem?

já requer grande consumo de madeira, certamente um dos insumos mais citados em qualquer

d) Eliminar a necessidade de junta de dilatação em pavimentos de grande área?

discussão ambiental.

e) Executar varandas com balanços generosos? f) Permitir variações nas plantas das unidades?

Apesar dos incansáveis esforços de conscientização, dos investimentos bilionários de setores públicos e privados, ainda permanece a sensação de que pouco foi feito.

Sem resposta negativa a nenhuma destas questões, foi proposto esse sistema construtivo, com ótima aceitação. Na realidade nada de novo foi criado, vez que a utilização de concreto protendido

Controle de desmatamento e replantio são necessários mas não suficientes. A decisão pelo

(comprimido), aproveitando sua melhor característica física, data do início do século passado e que

desmatamento zero, única plausível, jamais seria cumprida. O replantio de cada qualidade de árvore,

para a sua utilização no presente bastava apenas ocorrer a banalização do processo, que se fez

que se compatibilize com as várias necessidades de uma construção habitacional ou não, leva décadas,

através da evolução dos materiais, principalmente a partir da produção de cordoalhas engraxadas,

e a futura utilização destas espécies certamente encontrará a humanidade com problemas de outra

utilizadas nos Estados Unidos da América desde o início da década de 1960, tecnologia que no Brasil

ordem. Entretanto, mesmo se todas estas equações pudessem ser montadas, ainda permaneceria a

chegaria vinte anos depois.

questão do seu destino final, pois tão grave quanto à extração desmedida é a queima do seu resíduo, também demandada por vários outros setores produtivos, e altamente poluidora da atmosfera.

CONCLUSÃO Atualmente, no Município de Niterói, com 110.993m2 de estruturas de edificações executadas com a

Assim sendo, nos parece que a busca de solução definitiva exige pesquisas técnico – cientificas, que

utilização deste processo, além de 17.220m2 em execução, orgulha-nos termos com esta ainda tão

aliadas à mudança de hábitos e tradições, minoraria sensivelmente esta questão. A substituição,

parca participação, colaborado com o aumento da sobrevida do nosso planeta.

embora ainda paulatinamente, de matérias primas não renováveis, ou renováveis a médio e longo

prazo, achamos que deva ser a principal linha de ação de todos os envolvidos nas cadeias produtivas

Utilizar FORMAS PLÁSTICAS COM ATÉ 50% DE MATERIAL RECICLADO na construção de edifícios

de qualquer atividade. Hoje, com todas as informações disponíveis e comprovadas acerca dos graus

permite a prática de duas ações básicas e extremamente importantes para a proteção do meio

de nocividade das diversas atividades humanas, não podemos mais agir como autopredadores, pois

ambiente:

o atraso já é imenso.

1 – Não consumir madeira, diminuindo o desmatamento e a posterior queima das sobras. 2 – Retirar e reciclar o resíduo plástico presente na natureza, degradável em séculos.

CONTRIBUIÇÕES PROPOSTAS

Muito ainda há por fazer, mas acreditamos que o caminho para o fechamento do ciclo de

Neste escopo, foi apresentado à comunidade da construção do MUNICÍPIO DE NITERÓI, através

sustentabilidade ambiental nas obras de construção civil está iniciado, cabe-nos continuar a trilhá-lo.

de palestras inicialmente ilustrativas, no CLUBE DE ENGENHARIA e na ADEMI, um novo processo construtivo para a execução das estruturas de edificações de múltiplos pavimentos. Anteriormente,

AGRADECIMENTOS

propunha-se a redução maior possível da utilização de madeira, substituindo-a por FORMAS PLÁSTICAS

Nada teria sido feito até o presente sem o crédito dos nossos clientes, incorporadores e/ou construtores

ELABORADAS COM ATÉ 50% DE MATERIAL RECICLADO, que suportadas por CIMBRAMENTO

militantes na nossa cidade.

METÁLICO RACIONAL já propiciava grandes vantagens. Mas, restava ainda, buscando alcançar

Nossos agradecimentos aos diretores das empresas GACON PROJETOS E CONSTRUÇÕES LTDA,

outros benefícios, abordar o assunto do vigamento, imprescindível nos processos tradicionais de

S.D. TREIGER EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, JPR PROJETOS E CONSTRUÇÕES LTDA,

cálculo estrutural.

ITAÚBA ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO LTDA, EQUIPE PROJETOS E CONSTRUÇÕES LTDA, PINTO DE ALMEIDA ENGENHARIA S/A, LRM CONSTRUÇÕES LTDA e GIMENEZ ANDRADE ARQUITETOS

Deste modo, promovemos outras palestras, com enfoque essencialmente técnico, dirigidas aos

LTDA. Aos engenheiros de estruturas RUBEM BASTOS COELHO, CESAR PINTO, MARCELO SILVEIRA,

engenheiros estruturais, arquitetos e construtores, sobre o tema: LAJES “TIPO COGUMELO”,

DENISE SILVEIRA, FLÁVIA MOLL JÚDICE e MAYRA SOARES PEREIRA LIMA PERLINGEIRO, grandes

PROTENDIDAS COM CORDOALHAS NÃO ADERENTES (ENGRAXADAS), MACIÇAS OU NERVURADAS,

incentivadores e colaboradores deste novo sistema estrutural.

COM OU SEM CAPITÉIS NOS TOPOS DOS PILARES. PREMAG® - Sistema de Construções Ltda.

PREMAG – Sistema de Construções Ltda.

PREMAG – Sistema de Construções Ltda.


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SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS: a galinha dos ovos de ouro ainda subestimada pela economia tradicional Professor ROBERTO DA ROCHA E SILVA | Estácio de Sá - Rio de Janeiro - RJ

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Falamos do solo, um depósito de sedimentos, que

Mesmo antes de Cristo, a Terra nos amava

nos oferece espaço para nossas moradias, estradas,

intensamente e sempre nos ofereceu o que tinha de

e permite que a vida floresça - verdemente - e ofereça

melhor.

a chance de sobrevivência para tantas outras criaturas não-humanas.

E nós, o que temos feito por ela? Com que bondade temos retribuído tudo que ela nos oferece?

E o que estamos fazendo com esses abençoados depósitos? Estarão eles sendo preservados para que

Despejamos toneladas de poluentes em nossos

continuem a nos oferecer uma temperatura amena?

rios e oceanos. Sobrecarregamos a atmosfera com nossas partículas e emissões tóxicas. É verdade

Frutas em abundância que são polinizadas por

que temos mostrado boa vontade em corrigir os

insignificantes insetos, que ninguém nem sabe que

erros do passado. Mas como explicar que a lista de

existe. Eles mobilizam milhões e milhões de dólares

espécies ameaçadas só aumenta a cada ano? Que

dia e noite. Ninguém vive sem comer. Uma boa parte

aumentamos as cifras de mortos pela fome e miséria

do que comemos depende da polinização oferecida

extrema no mundo?

por animais, em especial os insetos. Conferências, tratados e acordos se repetem e não Você já agradeceu a algum inseto por garantir o

vemos grandes avanços de uma real qualidade de

alimento que você come? Eles trabalham sem parar e

vida para todos. Estocolmo, Rio-92, Johannesburgo,

não nos cobram nada por isso. É um serviço prestado

Copenhague e tantas outras. Promessas e promessas.

pela natureza gratuitamente.

Até quando?

Se me perguntassem qual a melhor

depende do depósito que cada um tenha num banco.

maneira de ganhar dinheiro, talvez

Os depósitos na verdade não podem estar acima de

Para nós, acostumados a botar preço em tudo,

O que vamos dizer para as gerações futuras quando

eu arriscasse investir em alguma

sua capacidade de carga.

pode parecer muito estranho receber algo sem

as condições climáticas se agravarem tanto a ponto

pagar nada. Mas é exatamente o que ocorre. Somos

de comprometer a viabilidade econômica das

novidade mirabolante, mas quando se trata da sociedade, o enfoque é

Não estamos falando das caixas dos bancos, mas dos

ingratos. Não agradecemos aos rios por transportar

sociedades humanas? Não poderemos alegar que

outro. Não deve existir apenas um

compartimentos da Terra, onde estão depositadas

toneladas e toneladas de grãos, nem aos mares.

não sabíamos! Descaso? Incompetência? O que

ganhador. Todos precisam levar

as mais complexas fórmulas químicas sujeitas a

Não agradecemos à atmosfera por permitir que

afinal?

vantagem em todos os sentidos.

uma infinidade de leis, sem qualquer conotação

permaneçamos vivos a cada instante, ou que nos

legal. Estamos nos referindo à atmosfera onde são

sustente em aviões rápidos e nos leve a qualquer

Passamos o século XX apostando que seríamos

Parece difícil fazer com que toda

depositados os gases naturais do planeta e ainda

parte do planeta. Não agradecemos ao solo, que

diferentes no futuro. Pois bem: o futuro já chegou!

uma

enriqueça

todos aqueles produzidos pelas atividades humanas.

é o substrato onde plantamos nossas sementes.

Já queimamos um décimo dele. Não temos muito

ao mesmo tempo, apesar de suas

Estamos falando dos rios, outro depósito de gases e

Aprendemos apenas a explorar e a cobrar.

tempo nem conhecimento tecnológico suficiente

diferenças culturais, religiosas e

demais substâncias que nos oferecem de graça uma

econômicas. No entanto, isso é

infinidade de “favores” sem nos cobrar absolutamente

Devíamos aprender com a bondade da natureza.

previstas. Basta chover um pouco que se percebe

totalmente possível. A questão não

nada por isso.

Dividir mais; cooperar mais, no lugar de competir.

rapidamente a nossa fragilidade. E a verdade é que

comunidade

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se

para enfrentar as catástrofes climáticas que estão

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realmente somos frágeis sim. Precisamos reconhecer

aprendam os nomes das plantas e dos animais de

isso e sermos menos arrogantes em nossos

sua região. Como preservar o que não conhecem?

posicionamentos antropocêntricos. Melhor apostar

Filmes e peças teatrais sobre meio ambiente podem

em Gaia, a nossa mãe Terra: mãe é mãe! Por que a

ajudar. Que se incentive a cultura ambiental. Que

estamos negando?

sejam oferecidos cursos de capacitação para a

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elaboração de projetos. Acredito que uma das soluções mais importantes para enfrentamento de tantos desafios é educar os

É preciso valorizar mais as práticas e os conhecimentos

jovens no sentido cooperativo e não exatamente

que implementem a gestão ambiental a nível

competitivo. É criar mais espaços verdes e tratá-

dos municípios. A legislação ambiental devia ser

los com o devido respeito. É capacitar técnicos e

ensinada nas escolas. Enfim, fomos forjados a partir

sensibilizar políticos sobre a necessária prioridade

de um modelo europeu que não se ajusta à realidade

em prestigiar a sustentabilidade ecológica como

neotropical. Precisamos corrigir esse equivocado

base para a sustentabilidade econômica. É relacionar

percurso de plantar e colher apressadamente, próprio

o tratamento de esgotos e o reflorestamento como

dos povos do gelo.

urgências a serem resolvidas. É combater a poluição marinha a partir das bacias hidrográficas municipais.

No entanto, mesmo sendo europeizados, não

É acertar consórcios que reúnam diversas prefeituras

vivemos hoje no Hemisfério Norte. Estamos na linha

para o correto tratamento e aproveitamento dos

do Equador, onde chove muito e a neve é escassa.

resíduos sólidos. É tratar as questões sanitárias de

Destruímos as nossas florestas nativas para criar

modo mais amplo, conforme está preconizado no

espécies exóticas, tais como o boi, o cavalo, o porco,

Sistema Único de Saúde (SUS), e não somente para

a cabra, a ovelha, a galinha e tantas outras. A soja

atender “doentes”. É revitalizar e reorganizar os

de origem chinesa ocupa hoje boa parte do nosso

espaços públicos, muitos deles abandonados: como

território, onde cresciam madeiras nobres, de óleos

desejar a colaboração do cidadão, se não há o

raros, de princípios ativos desconhecidos.

exemplo de casa? Do próprio governo! Estamos perdendo tudo isso em nome de um lucro Não será uma tarefa fácil. Não faz tanto tempo assim,

rápido. As gerações futuras continuarão a comer

fezes e urinas eram guardadas em tonéis para serem

carne e soja, mas não terão mais o que descobrir

jogadas nas praias e em diversas colações de água.

nem patentear, por insuficiência de matéria prima

Falta sim uma educação mais esmerada. Que os

para pesquisar e conhecer, eliminada pela ganância

jovens saibam redigir um texto, e sejam estimulados

de uns poucos em detrimento de muitos.

para a boa leitura. Que respeitem os idosos. Que

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No “REINO do FAZ DE CONTA”

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Tal pomposa denominação, emanava do fato de que, além de a totalidade da área loteada ser circundada

nasceu, fadado ao SUCESSO, o

por muros ou cercas vivas, apresentava na “entrada”, no início da rua de acesso voltada para estrada frontal

“CONDOMÍNIO RESIDENCIAL FECHADO”

por uma “guarita”, não menos imponente, provida de mesas de interfones, a ser instalada pelos futuros

DR. CARLOS AUGUSTO RABELO VIEIRA | Assessor Jurídico da Revista MEMO

do acesso de quem, ao chegar ao “Condomínio”, fosse previamente anunciado e, autorizado ou não a

ao complexo, belíssimo portão de madeira de excelente qualidade e vistoso desenho artístico, guarnecido “condôminos”, que regularia a autorização dos mesmos, quando consultados, acerca da permissão ou não, adentrar naquele “Reino”; a exemplo do que ocorre nos edifícios de apartamentos.

Há cerca de quatro décadas, ou pouco mais, mercê do proibitivo custo do metro quadrado do diminuto número de terrenos situados em bairros nobres das cidades, últimos bastiões da resistência ao poder econômico da,

A matéria é apaixonante, mas o espaço é exíguo e de valor inestimável, o que me impõe a imediata abordagem

então, voraz indústria da construção civil, mentora do boom imobiliário que se estabeleceu, graças ao desvio de

dos aspectos legais envolventes da mesma.

finalidades dos inesgotáveis recursos do, recém criado BNH (Banco Nacional da Habitação), alguns empresários, particularmente um que a todos liderou e serviu de espelho, de módicos recursos financeiros, propuseram-se a promover a total, maior e mais profunda revolução do mercado imobiliário já experimentada até então. Em Niterói, particularmente, tal corajosa missão, foi capitaneada por um homem de origem humilde, sem medos, que, ao longo da vida, enfrentara árduas lutas na busca do pão de cada dia, dotado, todavia, de raro feeling e visão empresarial que, após demorado acompanhamento dos rumos traçados pelo mercado imobiliário, convenceu-se que a solução para trazer de volta aos consumidores em busca da casa própria, aterrorizados com os preços dos imóveis, já escassos, e cuja aquisição pelo S.F. H (Sistema Financeiro da Habitação) transformavam sonhos em pesadelos, impostos pela absurda inflação de uma economia à deriva, levava a todos à irreversível inadimplência, decidiu abraçar o desafio, - que sabia Hercúleo -, de mudar os

Não obstante a já ressaltada engenhosidade do criador dos, “soi disant”; ”Condomínios Residenciais Fechados”, não poderia, como operador do direito, deixar de externar meu juízo acerca da matéria, segundo o qual os mesmos, tal como estão postos, com raríssimas e honrosíssimas exceções, caminham s.m.j, para desaguar, inexoravelmente, no vasto estuário da ilegalidade. Com efeito, o parcelamento do solo da totalidade das áreas dos pseudo-condomínios, em lotes, foi promovido sob a égide e os mandamentos do longevo Decreto-Lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, ainda em vigor, apesar de algumas emendas sofridas ao longo do tempo, e de sua adaptação obrigatória às posturas municipais da situação da área loteada, que impõem, maiores ou menores regras para arruamento, bem como de reservas de áreas para instalação de próprios públicos, tais como praças, escolas, igrejas etc.

arraigados conceitos de morar bem, com melhor qualidade de vida pela convivência diuturna com a natureza

A instalação de portões com guaritas, bem como de quaisquer outros artefatos impedientes do acesso às vias

e o meio ambiente, por preços e condições de pagamento, não só atraentes, mas,- o que era mais importante

públicas (ruas, praças etc.) foge a legalidade, objetivando, na prática, transformá-las em “partes comuns” do

-, sem o risco de quaisquer surpresas futuras no que concerne ao adimplemento das obrigações assumidas.

“Condomínio”, tal como previstas na legislação específica sobre condomínio, vale dizer, a Lei nº 4.591, de 16

Tantas e tais vantagens mitigavam, obviamente, a distância maior, passageira, entre a casa e o trabalho, bem

de dezembro de 1964, inaplicável à espécie.

como o acesso aos centros comerciais que, como fazia questão de alardear, logo viriam servir a região, em

De por em relevo a enorme e indisfarçável parcela de culpa do Poder Público Municipal que, por omissão

decorrência da veloz expansão demográfica que a mesma experimentaria, em razão do lançamento, senão

propositada, por isso que cômoda, não determina o desfazimento ou demolição dos elementos impedientes

simultâneo, a curtíssimo prazo, de inúmeros outros empreendimentos de iguais características, sendo certo,

de acesso às vias públicas, senão também porque, como jamais levam a efeito as obras públicas previstas

ademais, que, em razão da conduta irrepreensível do vendedor, ao longo de toda a sua vida dedicada a

na legislação própria, nem de calçamento das ruas, nem de infraestrutura sanitária; muito menos aquelas

compra e venda de imóveis loteados, o mesmo já contava com uma carteira de clientes que garantiam a

construções que deveriam ocupar as chamadas áreas reservadas (escolas, praças etc.), que lhes são,

venda de cerca de 30% a 40% das unidades, na fase de pré-lançamento, como investidores habituados ao

obrigatoriamente, doadas, como condição, sine qua non, para aprovação dos projetos de loteamento que,

lucro obtido, invariavelmente, em todos os negócios, anteriormente com ele celebrados.

com o passar do tempo, transformam-se em parques aquáticos com saunas e quadras poliesportivas e de

Com os recursos amealhados através do, sempre bem sucedido, pré-lançamento, dito empresário promovia o início das obras de infraestrutura, tais como as de arruamento, implantação de rede de água e esgoto etc., de molde a, quando do lançamento, munido do projeto de loteamento, devidamente aprovado pela Municipalidade, ter algo visível, desde logo, para mostrar aos futuros compradores. A “cereja” que coroava o bolo do engenhoso projeto de “marketing e merchandising”, todavia, era a novidade de que as unidades (lotes) vendidos integravam um, até então desconhecido, “Condomínio Residencial Fechado”, com todos os requintes de segurança e privacidade, jamais oferecidos aos adquirentes de lotes para construção de suas casas. 74 | MEMO online • Maio 2011

tênis (“partes comuns do condomínio”, mantidas e preservadas com o recebimento da, não menos ilegal, taxa de condomínio), sem, no entanto, jamais se esquecer de cobrar, religiosamente, dos proprietários dos lotes ou das casas neles construídas (“condôminos”) os respectivos IPTU ou IT, acrescidos, não raro, de taxas de iluminação pública e de coleta de lixo. A sucinta,- não sei se chamo de análise ou denúncia-, da matéria, da forma como abordada acima, leva à crença, do neófito articulista, haver justificado o título escolhido para encimar tantas mal traçadas linhas, restando, quer me parecer, apenas e tão somente, desvendar a assertiva do porque “nasceu fadado ao sucesso”, bem como trazer à lume o nome do intrépido e iluminado empresário de visão de longo alcance, Maio 2011• MEMO online | 75


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que, em capitaneando, no momento certo, a “revolução do mercado imobiliário”, como destacado no intróito deste artigo, alcançou o reconhecimento, respeito e admiração, não só dos integrantes do seu pequeno batalhão da primeira hora, mas de tantos muitos outros empresários de alto coturno que, curvando-se ao sucesso de sua iniciativa, juntaram-se a ele e formaram o poderoso exército que conseguiu, a época, manter, ainda que com enormes perdas e sacrifícios, sobrevivente a indústria dos negócios imobiliários de Niterói, em todos os seus segmentos, estendendo os efeitos, da perseverança na luta, por diversos estados do país, chegando mesmo a romper fronteiras internacionais. No que pertine ao sucesso alcançado, faz-se de fácil compreensão pelo fato de ter feito renascer o sonho da casa própria para os já desiludidos; quer pela falta de opção de um mercado imobiliário paralisado, com a procura maior do que a oferta, que elevava os preços dos imóveis a píncaros, cada vez, mais inacessíveis; enquanto o crédito imobiliário escasseava por conta do alto índice de inadimplência dos mutuários. Ao contrário, o recém nascido “Condomínio Residencial Fechado” era colocado no mercado com preços módicos, prazos menores e parcelas fixas, além de oferecer todas as novidades antes já apontadas, tais como privacidade, segurança, convivência com a natureza etc. Por outro lado, a cidade não tinha mais para onde se expandir e, assim, a Região Oceânica, onde, à época, eram lançados todos os “Condomínios Residenciais Fechados”, que até pouquíssimo tempo se constituía em um enorme matagal, passou a ser, propositalmente, apontada como a nossa “Barra da Tijuca”. De carona em mais esses argumentos, os vendedores de “Condomínios Fechados” passaram a atingir importante camada da sociedade, vale dizer, a classe média alta, que vislumbrou na novidade, não só um excelente investimento a médio prazo, como, no caso de futura construção e moradia na região, tornar-se indicativo de status para os “arrivistas”. Diante disso e depois disso, nada mais se faz necessário acrescentar, não só porque o tempo se incumbiu de provar o “sucesso” a que alude o título, senão, também, porque não sei se o espaço a mim reservado comportará o já escrito e a conclusão que me incumbe apresentar ao artigo. Por derradeiro, cumpre-se, ao final, declinar o nome daquele que, sem sombra de dúvida ou exagero, teve ao longo de todo o escrito, no meu sincero entendimento, com inteira justiça, tão realçadas a sua retidão de caráter, sua liderança, coragem e visão empresarial, que o fez, sem favor algum o criador do “Condomínio Residencial Fechado” e fundador do “Reino do Faz de Conta”, que tantos benefícios trouxe ao mercado imobiliário, na hora em que o mesmo sofria de grave paralisia e, até hoje, continua vendo se renovarem as legiões e gerações de seus seguidores, mas, principalmente, aquele que deu alento às esperanças dos que já desistiam do sonho da casa própria. Com tal revelação, espero estar prestando meu parco, mas absolutamente sincero e sentido, tributo a NELSON GOMES DE ALMEIDA.

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Procura-se ENGENHEIROS Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) faz um diagnóstico da mão de obra desta carreira e aborda a formação de pessoal técnico-científico no mercado brasileiro Júlio Santos | Jornalista da Revista MEMO

e treinamento, no curto prazo, são soluções indicadas

maior economia do mundo para a quinta, esse

para equacionar o problema.

profissional é indispensável”, destacou o economista da CNI.

No longo prazo, estão medidas como investimento em educação, com políticas de ampliação da oferta

Para

no sistema educacional e a garantia de formação

coordenador do Comitê, uma das ações envolve

básica com qualidade, para aumentar o número de

a concessão de bolsas de iniciação científica para

jovens aptos para o ensino superior e o mercado de

alunos de graduação e do ensino técnico, a fim de

trabalho.

evitar a evasão dos primeiros e aumentar o interesse

o

professor

Sandoval

Carneiro

Júnior,

na carreira no segundo grupo. “Um dos grandes O sinal que vem da indústria e do mercado já

problemas é que os alunos não têm contato com

começa a refletir na área de educação, formação

a profissão. Com as bolsas, é possível aumentar o

e capacitação de profissionais. O Comitê de

contato e motivá-los”, diz.

Engenharia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) prepara o Plano Nacional de Engenharia, que terá propostas para reduzir o nível de evasão e para preencher vagas ociosas de Engenharia de O Brasil terá de 1,5 milhão a 1,8 milhão de

formados em engenharia estavam no mercado nas

instituições públicas e privadas

engenheiros em 2020. Se continuar a crescer no

suas ocupações típicas. Ou seja: seis em cada dez

do País. O projeto terá quatro

ritmo atual, precisará de 560 mil a 1,16 milhão

engenheiros atuavam em outras funções que não

ou cinco ações.

destes profissionais a mais no mercado. A projeção

Engenharia. A previsão é que, em 2020, esse número

está no Boletim Radar nº 12, divulgado este ano

pule para 45%.

O

comitê

conta

com

a

Aumento de salários, retenção de profissionais em vias de se aposentar, retorno dos aposentados ao mercado de trabalho e investimento em capacitação e treinamento, no curto prazo, são soluções indicadas para equacionar o problema

Raio X da profissão - No mês de maio, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) lançou a publicação “O Mercado Formal de Trabalho da Engenharia no Estado do Rio de Janeiro”, em parceria com o Departamento Intersindical

de

Estudos

Estatística

e

Socioeconômicos

(Dieese).

participação da Confederação

pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), O trabalho indica riscos de gargalo em setores como

Nacional da Indústria e do programa Inova

A publicação consiste numa análise feita a partir

formação de pessoal técnico-científico no mercado

construção civil, mineração, petróleo e gás, em caso

Engenharia, criado há cinco anos pela CNI para

de dados secundários, essencialmente as bases

brasileiro.

de crescimento maior da economia do país. De acordo

aproximar os currículos dos cursos de Engenharia

disponibilizadas pelo Ministério do Trabalho, buscando

com o Ipea, se a economia crescer 6% anualmente, a

das necessidades do mercado de trabalho. O

traçar o perfil dos profissionais, os estabelecimentos

quantidade de engenheiros necessários para a área

economista Marcos Formiga, assessor da diretoria

em que trabalham e o tipo de vínculo empregatício

de petróleo e gás subirá 19,3% até 2020.

da Confederação, revela que o Brasil forma menos

que rege seu contrato de trabalho.

que faz um diagnóstico da mão de obra e aborda a

O Ipea aponta que o número de engenheiros formados até 2020 será suficiente para atender a

engenheiros por ano do que a Rússia, a Índia e a

demanda prevista, no entanto, alerta para o gargalo do desvio ocupacional. Segundo o estudo “Potenciais

Mas o número de profissionais não será suficiente

China, integrantes do chamado grupo dos BRICs, os

O estudo é o primeiro passo do Senge-RJ para

Gargalos e Prováveis Caminhos de Ajustes da

para atender a essa demanda. Nesse mesmo cenário,

países emergentes.

conhecer a fundo a categoria e identificar principais

Engenharia no Brasil”, se a economia do país crescer

a indústria extrativa mineral precisará de 10,3% a

4,5% ao ano, a oferta de engenheiros no mercado de

mais de engenheiros e a procura na indústria de

Enquanto no Brasil esse número é inferior a 40 mil

atividade profissional. Um segundo estudo, com

trabalho não será suficiente para atender à demanda

transformação crescerá 8,4%.

profissionais por ano, na Rússia chega a 120 mil, na

dados primários, está sendo elaborado para obter

da indústria, da agroindústria, do comércio e das

Índia alcança 300 mil e, na China, ultrapassa 400

informações específicas sobre o mercado e o

áreas de tecnologia em geral em 2020.

Aumento de salários, retenção de profissionais em

mil. “O engenheiro foi um dos agentes propulsores

profissional. Para tanto, estão sendo entrevistados

vias de se aposentar, retorno dos aposentados ao

do crescimento acelerado da China e da Índia. Para

aproximadamente 2.000 profissionais em todo

mercado de trabalho e investimento em capacitação

o Brasil ter um projeto de nação, sairmos da sétimo

estado.

O estudo mostra que, em 2009, apenas 38% dos 80 | MEMO online • Maio 2011

questões que envolvem o engenheiro em sua

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Projeto ALECRIM - O Restaurante da Alimentação Viva em Itacoatiara Trabalho Final de Graduação | Escola de

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Orientador: Professor Luiz Renato Bittencourt | Arquiteto

Arquitetura e Urbanismo - UFF | Aluna BRUNA ECKHARDT

VOLUME A fachada conta com assimetria e formas bem delineadas. O ponto máximo é a entrada principal. Um cubo desconstruído de estética tridimensional, com estrutura metálica independente, revestido de O restaurante Alecrim foi concebido a partir da principal filosofia da “Raw Food”, orgânica de alta

madeira de demolição, forma o portal para o interior da edificação.

gastronomia, na cidade de Niterói, Região Oceânica, e visa a integração do homem com a natureza. Tirando partido da cozinha sem “fogo”, foi possível criar um ambiente ventilado, iluminado, fresco e com muito verde. A intenção foi projetar uma construção que se destacasse na paisagem pelos traços arrojados e contemporâneos sem perder o charme rústico. Para o desenvolvimento da proposta, se fez necessário conhecer os critérios práticos, filosóficos, políticos e mercadológicos deste “novo” tipo de alimentação para definir os critérios de projeto.

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ALIMENTAÇÃO VIVA A alimentação viva é aquela que integra homem, terra e solo. É o ato de participar do ciclo da vida, usufruindo de toda a energia presente na natureza. Raw Foodism ou Crudivorismo é um tipo de dieta vegetariana restrita baseada em alimentos crus, frescos, de preferência orgânicos (livres de agrotóxicos), sazonais e secos, também chamada de alimentação viva. É a forma de se alimentar mais natural possível onde o indivíduo não consome nada de origem animal, e, além disso, os alimentos não são cozidos. Segundo especialistas, cozinhar alimentos em temperaturas superiores a 38° destrói suas enzimas dificultando sua digestão, e sem o cozimento ainda são preservadas mais vitaminas, proteínas e minerais. Porém, isso não quer dizer que todos os alimentos são crus. Existem processos de preparação, que não causam perda de nutrientes, como a desidratação. Então, é importante frisar que na cozinha da “alimentação viva” não entra fogo. O único “forno”

ITACOATIARA Em justificativa para a escolha do bairro na realização deste TFG, 80% dos moradores têm residência fixa, estes de classe média alta com suas casas de alto padrão construtivo, juntamente com o grupo de visitantes, recorrentes em função do lazer na praia, formado principalmente de jovens engajados na questão sustentável e de preservação do meio ambiente, por serem na sua maioria esportistas. Esses grupos em questão formam um interessante público alvo para uma opção de alta gastronomia orgânica e alternativa, sem perder todo o requinte do bairro e sua característica residencial.

utilizado é o desidratador.

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COMPONENTES DO PROJETO 1. Cozinha sem fogo 2. Composteira 3. Larvário 4. Jardim vertical 5. Ventilação e iluminação natural 6. Ecobrisa 7. Sucos 8. Captação de água de chuva 9. Teto jardim 10. Aquecimento solar 11. Madeira de demolição 12. Jardim interno 13. Varanda

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Aqui usamos Formas e Caixas Plásticas. Cimbramento Racional


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