Metrópole Manaus #04

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METRÓPOLE Ano 02 | Número 04 | Junho/julho 2013 | R$ 8,00

MANAUS

100 anos de

Bumbás

ECONOMIA Mineração

MÚSICA Tucumanus

MOBILIDADE Ciclismo



METRÓPOLE MANAUS- ANO 2 Nº 4 Junho/julho 2013

ALTERNATIVA ECONÔMICA | 6 DESENVOLVIMENTO | 12

Diretor/Editor Luiz Hely Pereira Farias fronth2@gmail.com

QUALIDADE DE VIDA | 16

Redação Colaboradores: Denis Minev, Fred Novaes, Gerson Severo Dantas, Iram Alfaia, Severino Neto e Wander-Lãan Vaz

MÚSICA | 18 JACK’N’BLUES | 24

Fotografia Herick Pereira herickfoto@gmail.com

CICLISMO | 30

Domingos Raposo Elcio Farias

COMÉRCIO | 34

Design Mario Henrique

Direto de Brasília | 36

mario@union2.com.br

Comercial Benilza Belém

Denis Minev | 38

benilza@fronth2.com.br

Contato - Anuncie atendimento@metropolemanaus.com.br

(092) 3642-6422

CAPA | 20

Produção

H2 Comunicação Ltda. Rua 7, casa 8 - Conjunto Castelo Branco, Parque Dez - Manaus- AM. CEP - 69055 - 250 Fone (92) 3642 - 6422 e 3877 - 5403 e-mail: fronth2@gmail.com www.fronth2.com.br

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Fotos Capa: Domingos Raposo e Elcio Farias

Textos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista. METRÓPOLE MANAUS | junho/julho de 2013 | 3


| EDITORIAL

Novos cenários para o Amazonas METRÓPOLE MANAUS traz para os leitores desta edição assuntos socioeconômicos e culturais de relevância para o Amazonas. A matéria de capa destaca os 100 anos dos Bois Bumbás de Parintins, falando da história de Caprichoso e Garantido e a economia do boi que, só no festival deste ano, vai movimentar mais de 70 mil pessoas e uma quantia estimada em mais de sete milhões de reais. Alternativas para o desenvolvimento da economia do Estado, focando na exploração de recursos minerais e o estabelecimento do projeto do Polo Naval em Manaus, também são abordadas no conteúdo da revista. O assunto trata sobre o potencial existente no Estado e que tem atraído investidores do setor. A mobilidade urbana, tendo a bicicleta como uma de suas alternativas, que além de ser uma excelente terapia, representa uma maneira de se locomover sem provocar danos ambientais, é mostrada nessa edição,

chamando a atenção para a necessidade de se estabeler uma convivência segura e respeitosa entre os que transitam pela cidade em diferente tipos de veículos. Nossos colunistas escrevem sobre as informações de Brasília e também sobre o atual modelo de desenvolvimento do Polo Industrial de Manaus e as ameaças à Zona Franca de Manaus. A arte e o entrenimento também são assuntos apresentados aos nossos leitores, que poderão conhecer um pouco da história dos intrépidos Tucumanus, uma banda amazonense que apresenta um trabalho autoral que, além de Manaus, já se apresentou em outras cidades do país e também em Nova Iorque – EUA. Ainda na linha musical, a METRÓPOLE MANAUS dá a dica Jack’n’Blues para os que gostam de sair à noite para curtir ao vivo clássicos do rock, soul, blues e jazz. Divirtam-se!

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| ALTERNATIVA ECONÔMICA

Ascensão da mineração no Amazonas

Transporte de calcário da mina da região do rio Jatapu - Urucará , Am

A

exploração e comercialização de petróleo, gás, estanho e calcário respondem por cerca de 20% da economia amazonense. Nos próximos anos, essa participação deve aumentar com o aumento dos negócios na área petrolífera, de gás, calcário agrícola, caulim, silvinita, nióbio, tântalo e ouro. A atividade de mineral avança em várias frentes no Estado do Amazonas, em 2012, estudos do governo estadual apontaram que o setor respondeu por cerca de 20% da economia amazonense. Nesse segmento, estão incluídos os grandes empreendimentos de prospecção, extração e processamento de petróleo e gás natural, extração de cassiterita no Projeto Pitinga, no município de Presidente Figueiredo e extração de calcário para a indústria de cimento, na região do rio Jatapu, no município de Urucará. A expectativa é que essa participação aumente nos próximos anos, com a concretização nas áreas de petróleo e gás, calcário agrícola e cloreto de potássio. “Trata-se de uma atividade em ascensão e com grandes perspectivas futuras. Só nos próximos cinco anos, a Petrobras planeja investir R$ 4,5 bilhões, destinados a seus projetos nas Bacias

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do Solimões e do Amazonas, para suas atividades que estão em operação e as operações que estão iniciando. Nas áreas em que as operações estão no início, como no município de Itapiranga, por exemplo, esses valores estão sendo materializados em estudos de empresas, como da Georadar, dentro da bacia do Amazonas, e, na bacia do Solimões, esses recursos estão se materializando pelas atividades de pesquisas e pela própria operação da extração e transporte de gás e óleo de Urucu”, explica o secretário estadual de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH), Daniel Nava. “As atividades que estão no início também geram grandes benefícios ao Estado e aos municípios da operação. Viabilizam, por exemplo, emprego, não somente para geólogos, mas para prestadorees de serviços dentro que atendem à fase de prospecção de óleo e gás que envolvem acomodações, alimentação e transportes. Tudo isso é provido dentro do Município, dentro da região. Isso gera impostos. Há um grande aproveitamento da mão de obra local. Essa atividade possui uma perspectiva muito clara de prolongamento, tendo em vista que termina a primeira fase e depois, se viável, continua com a operação. Isso tudo dá aos


Fotos: Severino Neto

municípios certa autonomia econômica para outros investimentos. São reservas finitas, mas que, ao longo da sua exploração, poderão fazer com que os municípios tenham condições de fortalecer seus serviços e estrutura, de maneira que a qualidade de vida e das relações econômicas sejam bastante consolidadas e fortalecidas com base no recurso provenientes”, diz Nava. Manaus a Parintins De acordo com Nava, de Manaus até Parintins, existem duas prospecções muito interessantes no setor mineral. Uma é a prospecção para óleo e gás, que está sendo feito pela Petrobras. Nesse projeto, a Petrobras tem realizado por meio da empresa Georadar, por ela contratada, uma série de investimentos para geofísica, para que se possa ampliar o conhecimento sobre essa bacia, cuja geologia ainda é pouco conhecida. Outra área de estudos é na região que envolvem Itapiranga, São Sebastião do Uatumã e ao redor de Silves, que estão sendo realizado pela empresa Potássio do Brasil, que pesquisa silvinita, minério do qual se retira o cloreto de potássio, um dos componentes do NPK. “Nessa região, estudos da Petrobras e da empresa Potássio do Brasil estimam haver aproximadamente 1,1 bilhão de toneladas de silvinita. Isso coloca a reserva como a

terceira maior do planeta, suficiente para ser explorada por cerca de 200 anos. A atividade de exploração e processamento desse mineral envolve a princípio 11 municípios, Nova Olinda do Norte, Itacoatiara, Borba, Autazes, Silves, São Sebastião do Uatumã, Maués, Urucurituba, Uracará, Itapiranga e Nhamundá. Mas chega a outros municípios amazonenses e até o Oeste do Pará”, afirma o secretário. Em vista ao potencial da reserva de silvinita e do amplo mercado brasileiro que importa cerca de 92% do cloreto de potássio que consome, a Potássio do Brasil anunciou em abril, que pretende investir US$ 2 bilhões nos próximos quatro anos para produzir anualmente dois milhões de toneladas de potássio. A previsão é que o projeto gere 1,5 mil empregos diretos e 20 mil indiretos e atenda 30% das necessidades brasileiras. Ano passado o País importou 7 milhões de toneladas de cloreto de potássio, com desembolso de US$ de 3,5 bilhões, de acordo com dados da Secex. Petróleo e Gás Quanto a petróleo e gás, duas empresas atuam no Estado, a Petrobras e a HRT. No município de Itapiranga, a Petrobras já possui reserva na ordem de 6 bilhões de metros cúbicos de gás natural e existe a possibilidade discutida dentro da

Prospecção de silvinita em Altazes - Am.

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| MINERAÇÃO NO AMAZONAS

direção da empresa de se ter ali uma matriz energética com o consumo do gás ou até a produção de outros produtos na relação do polo gás/químico. Pode-se produzir ureia, parafinas, metanol e outros produtos, que podem ser viabilizados de acordo com a quantidade de gás disponível. “São dados já registrados na ANP e, com esses estudos que estão sendo realizados na área, a ideia é de que se alcance uma ampliação desses resultados”, explica o secretário. Na região de Coari, Tefé e Carauari a Petrobras continua informando descobertas de petróleo e gás. Pelo lado da HRT, no entanto, os últimos dias não foram de boas notícias. Dia 20 de maio, a petroleira informou que concluiu sem sucesso a perfuração do poço 1-HRT-11-AM, trabalhos que atingiram a profundidade de 2,4 mil metros e só encontrou água. No entanto, ano passado, a empresa concluiu a prospecção de um poço com potencial de produção de 3 milhões de metros cúbico de gás natural. Para se ter ideia do volume, a maior usina a utilizar gás em Manaus, a Mauá 3, prevista para ser concluída em 2015, consumirá 2,3 milhões de metros cúbicos, para produzir 583 MW de energia. Amostra de silvinita coletada em Altazes - AM

Outras oportunidades Segundo o titular da (SEMGRH), há, no Amazonas, uma série de oportunidades minerais. Na bacia do rio Madeira, conhecido como o rio do ouro, há décadas, os profissionais na área de garimpo vêm explorando e várias toneladas de ouro vêm sendo produzidas, desde a Bolívia, atravessando Rondônia e chegando ao Amazonas. “A atividade envolve mais de mil balsas e, graças a esse trabalho que estamos fazendo, foram emitidas recentemente em Humaitá as primeiras Notas Fiscais, o que representa um avanço. Agora temos de trabalhar para os avanços sociais e ambientais”, diz Nava. Em Presidente Figueiredo o Projeto Pitinga continua ativo. Lá, além do estanho, que é extraído há décadas, a empresa já evoluiu para a exploração de outros recursos minerais, como nióbio-tântalo e ferro, com os quais fazem liga, e também já há registro da presença de terras-raras, além da possibilidade de ampliar o leque de exploração para outros bens que existem na mina. Outro mineral muito promissor para o Estado é o caulim, com grandes ocorrências na região que envolve Rio Preto da Eva e Manaus. “Existe uma imensidão de oportunidades, porque, na realidade, a geologia do Amazonas ainda é pouco conhecida. Ainda teremos muitas surpresas, até com a ocorrência de outros tipos de minerais. Só que teremos de construir uma política que adapte isso às relações com as políticas das unidades de conservação e às unidades indígenas”, diz Nava. Rio Negro Outra região que concentra minérios raros é o alto rio Negro, mas que ainda é pouco estudada. “As informações que temos do serviço geológico brasileiro dão conta da presença de nióbio, tantalita, gemas e ouro. Mas essa vocação, com base na maior reserva de nióbio conhecida no mundo, que é a Reserva de Seis Lagos, podemos ter uma série de atrativos, até mesmo águas minerais especiais, que podem formar termas à semelhança com municípios turísticos como Araxá (MG), porque a geologia do alto rio Negro é muito parecida com a da

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Daniel Nava, secretario estadual de Mineração - AM região daquele município mineiro. Temos, ainda, a tantalita, que é um minério estratégico utilizado dentro de indústrias específicas, como a de componentes para eletroeletrônicos e telefonia móvel (celulares), entre outros”, completa o secretário. Terras-raras As terras-raras são outro mineral apontado por Daniel Nava como de grande perspectiva para o Estado. De aplicação industrial em produtos de alta tecnologia, como supercondutores e catalisadores utilizados no refino de produtos diversos (como petróleo) e componentes para monitores de LCD, já foi encontrado em várias áreas do Amazonas, como na região do município de Presidente Figueiredo. As ocorrências de terras-raras no território nacional estão associadas a minerais radioativos com a presença de outros elementos de valor comercial. No entanto, apesar da disponibilidade, o Brasil, atualmente, não lavra nem produz composto algum de terras-raras. Cerca de 97% da produção de terras-raras no mundo estão concentrados na China. Essa situação permitiu ao país alterar bruscamente em

2010 os preços dos componentes e estabelecer cotas de exportação, colocando em ameaça o fornecimento para a indústria de todo o mundo. Os chineses ficam com quase todo o mercado de terras-raras por adotarem preços muito baixos e, assim, desestimularem a pesquisa e a produção em outros países. A estratégia é forçar o aumento das exportações de seus produtos acabados e, ao limitar o fornecimento de componentes de terras-raras, pode forçar a importação por artigos de alta tecnologia e valor agregado. Na Amazônia, além do Amazonas, o CPRM (Serviço Geológico do Brasil) também tem trabalho de prospecção dos minerais classificados como terras-raras na área chamada de Repartimento, no município de Mucajaí (RR), onde foram encontrados metais terras-raras em 2011. O Governo Federal, por meio do programa Terras-Raras Brasil, deverá, até 2014, concluir pesquisas sobre o tema em todo o País. Fertilizantes Na área mineral de fertilizantes, além do projeto de extração de silvinita, existe a exploração de calcário agrícola, cuja mina está sendo viabilizada na região do rio Jatapu, no município de Urucará, que deverá entrar em atividade nos próximos anos e solucionar um dos maiores problemas dos produtores rurais do estado. Na região a empresa Itautinga extrai atualmente calcário para sua indústria de cimento instalada em Manaus. “Essa base vai contribuir para inúmeras e importantes atividades. Uma delas será nos projetos de recuperação de áreas degradas. Se intensivamente trabalharmos a parceria do uso do calcário, estabeleceremos técnicas que permitam melhorar a qualidade do solo e consequentemente diminuiremos as queimadas, muito utilizadas atualmente, até pela dificuldade tecnológica. Logo, a produção do calcário agrícola não apenas melhorará a produção da agricultura amazonense, mas também possibilitará grandes melhorias ambientais Com o uso do calcário haverá a possibilidade da utilização da mesma área inúmeras vezes”, explica Nava.

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| DESENVOLVIMENTO

Polo Naval atrai atenção Severino Neto Especial para Metrópole Manaus

O

Fotos: Severino Neto

Polo da Indústria Naval do Amazonas (Pinam) continua sendo alvo de interesse de empresas internacionais. Nos últimos meses já passaram pelo Amazonas comitivas empresariais e governamentais da China, Cingapura, Noruega, Inglaterra, Holanda e Finlândia. Para o mês de junho está sendo esperado uma comitiva italiana. “São empresários de vários segmentos industriais. É natural que quem houve notícias sobre o Polo Naval fique interessado a buscar informações. Nos ficamos muitos felizes, porque temos recebidos comitivas interessadas em investirem no Polo. Muitos já estão aguardando o desenrolar

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para tocar os seus projetos”, garante o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Naval (Sindnaval) Matheus Araújo. Segundo o dirigente, a visita das comitivas são para reforçar o intercâmbio e buscar parcerias. ”Recentemente recebemos uma comitiva inglesa, para uma visita técnica e de prospecção de negócios, que nos informou que o governo inglês vê com boas expectativas as notícias do polo naval. A comitiva inglesa prometeu formar um grupo de empresários para visitar os estaleiros, entidades empresariais e governamentais amazonenses. Ficamos felizes com isso, porque vemos que o nosso trabalho não tem sido em vão e que a cada dia subimos mais um degrau da escada em direção à


e novos investimentos consolidação do nosso projeto”, afirma Araújo. A instalação do Pinam é um dos projetos mais esperados entre entidades governamentais e empresariais. Dia 10 de outubro do ano passado, o governador do Amazonas Omar Aziz assinou o Decreto 32.875, que declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, nove áreas, na região do lago do Puraquequara, destinadas ao projeto. A implantação do projeto do Polo Naval tem imenso reflexo sobre Manaus, não só no aspecto social de fortalecer a economia do Estado, mas também no de abrir novas possibilidades de melhorias urbanas na capítal, haja vista que a maioria dos estaleiros que fabricam e fazem reparos em embarcações estão instalados em áreas com trá-

fego congestionado. Com uma área exclusiva para o setor, será possível remanejar os estabelecimentos e abrir possibilidades urbanísticas na orla da cidade. Um dos grandes projetos, a realização de um sonho de muitos administradores - fazer uma grande avenida entre os bairros de São Raimundo e Ponta Negra, margeando o rio Negro. O novo polo é impulsionado não só pela demanda regional, mas também pela grande demanda por médias e grandes embarcações para operações de extração de petróleo em alto-mar, na área do pré-sal. Para atender as necessidades petrolíferas, o litoral brasileiro está sendo tomado por grandes estaleiros, que constroem sondas e navios para a Petrobras.

As balsas de grande capacidade são opção para trasnporte de combustivel e outras mercadorias

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| DESENVOLVIMENTO

“A área possui grande profundidade. Isso é muito importante porque possibilita com certa tranquilidade não só a construção de grandes estruturas navais, mas também a área portuária necessária ao Polo Naval. Em janeiro, foi feita uma batimetria, na qual se verificaram profundidades variantes entre 35 e 90 metros próximo a margem, fator determinante para a produção de grandes embarcações”, destaca o presidente do Sindnaval Matheus Araújo. Mão de obra Nos primeiros momentos do Polo Naval, aposta-se na geração de 10 mil novos empregos, uma grande barreira a ser transposta, porque um dos grandes problemas enfrentados hoje pela indústria naval é a falta de mão de obra qualificada. Faltam técnicos e engenheiros para fazerem o setor dar um passo à frente. Da mão de obra direta, que solda, corta e põe a mão na “massa”, há uma quantidade razoável. O que falta mesmo são técnicos e engenheiros. Disso a região é muito carente. Vários estaleiros têm “importado” mão de obra do Sudeste e também do Pará, porque não conseguem arrumar mão de

obra em nível de supervisão. Nos próximos anos, a qualificação profissional será o grande segredo daqueles que pretenderem ter sucesso na indústria naval. Algumas empresas no Estado já trabalham no sentido de que seus quadros funcionais possuam mais pessoas qualificadas e mais bem-remuneradas do que um grande volume de operários sem qualificação. Espera-se, no setor, por exemplo, a substituição de soldadores por operadores de máquina de soldagem, que têm produtividade igual à de quatro soldadores, mas que aumenta a competitividade, com diminuição de custos e melhoria de qualidade. A estratégia administrativa é impulsionada não só pela concorrência, que tem levado as empresas a buscar novas tecnologias, mas também pelas normas do Fundo de Marinha Mercante (FMM), cujos recursos financiam grande parte das embarcações e são bem rigorosas. Hoje, o FMM, ao analisar os projetos, não aprova mais aqueles com grande quantidade de mão de obra. O FMM sabe que, para fabricar determinada embarcação, é necessário determinado número de horas, o que requer serviços ágeis e com qualidade.

Estaleiro Erin, em Manaus, constroi barcos de grande calado

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A construção de barcos empurradores atendem a demanda para transporte fluvial na amazônia Comunidades na área Quanto aos moradores fixados dentro da área destinada ao Polo Naval, o presidente do Sindnaval Matheus Araújo garante que a intenção do projeto é integrar e valorizar as comunidades existentes. “Seja qual for a situação, dentro do projeto do polo Naval existe um projeto que será financiado pelo BNDES. Esse projeto tem a finalidade racionalizar e melhorar a situação de habitação dos moradores da área priorizando a permanência de quem já mora no local e realocando apenas aqueles que estiverem em áreas estratégica para os estaleiros. Mas o governo do Estado pretende implantar um cinturão verde para alocar as famílias que desejem permanecer próximo em seu local original e tradicional de moradia. Foi pensando nessas pessoas que existe o Projeto Proteger, que se destina a orientar e solucionar a situação de cada morador,

seja relacionado a indenização, seja relacionado a realocação”, afirma o dirigente. Segundo ele, o projeto contempla ainda a construção de uma cidade operária com aproximadamente 10 mil habitações, destinadas não só para receber os trabalhadores do Polo Naval, mas também todos aqueles que quiserem se instalar em uma habitação confortável. “A ideia é seguir o modelo de Pernambuco, no qual ao permitir a instalação do Estaleiro Atlântico Sul, criou projetos de integração de moradores da região. Hoje 80% dos trabalhadores do estaleiro são pessoas que trabalhavam no campo, nos canaviais, que foram qualificados e hoje atuam como soldador e outras atividades. É isso que queremos fazer no Polo Naval. O Polo Naval é de integração e os moradores da área estão integrados dentro da cadeia produtiva do projeto”, garante Araujo.

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| qualidade de vida

No ritmo da dança A

os solteiros e solteiras, a dança de salão é excelente oportunidade para conhecer e dançar os diferente ritmos e ainda ampliar a rede de relacionamentos. Em Manaus a Casa de Dança Leandro Oliveira, no Parque Dez, oferece aulas nos estilos samba, salsa, bolero, zouk, tango, forró, soltinho, ballet, jazz e outros generos. A academia é dirigida pelos bailarinos Leandro Oliveira e Sofia Costa. No curriculo de Leandro se destacam a participação em vários concursos de dança no Rio de Janeiro, além de experiências na TV Globo, aparecendo como dançarino e elenco de apoio. “Desde 2010 somos uma casa especializada em Dança, que visa proporcionar um ambiente arrojado e confortável, com estrutura compatível com os padrões necessários para realização de nossas atividades”, diz Sofia. A casa possui um salão para aulas em grupo, duas salas para aulas particulares, recepção e bar/lanchonete. Os ambientes são climatizados para apresentar conforto e bem-estar aos seus alunos. As aulas são oferecidas para adultos e crianças e podem ser em grupo nas turmas, ou particulares, com hora marcada. Fotos: Front

dança de salão ganha cada vez mais espaço entre pessoas que buscam bem estar, melhor qualidade de vida e até para minimizar a timidez. As aulas de bolero, tango, zouk, gafieira entre outros ritmos, normalmente causam grandes mudanças na vida dos praticantes, em sua maioria, pessoas que buscam alternativas às academias de ginástica e pretendem manter o corpo e a mente em forma. Após ganhar o hábito de dançar, as pessoas diminuem a timidez, obtem maior prazer no convívio social, maior confiança, mais equilíbrio emocional, conseguem controlar o peso e um corpo mais saudável. Dançar aumenta a frequência cardíaca, estimula a circulação sanguínea, melhora a capacidade respiratória e queima calorias. É uma atividade notadamente social, que provoca sensação de bem-estar psicológico e possibilita a troca de experiências, estimula o diálogo e aumenta a motivação. Pesquisas apontam que normalmente as mulheres buscam nas danças uma atividade prazerosa para aliviar a tensão. Os homens em grande maioria são arrastados pelas esposas ou namoradas. Para

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| MúSICA

Os Tucumanus: som e atitud Wander-Lãan Vaz Especial para Metrópole Manaus

A

banda amazonense Os Tucumanus, criada oficialmente em 2006, quando realizou seu primeiro show no Teatro Usina Chaminé, vem fazendo cada vez mais sucesso na cena musical local e também com incursões foram de Manaus em nível nacional e internacional. Até agora, o ponto alto foi a participação no Brasilian Day, o Dia do Brasil em Nova Iorque, quando artistas renomados apresentam-se para milhares de pessoas. Em 2007 Os Tucumanus gravaram seu primeiro CD, o “Regional Experimental”, apenas com músicas

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autorais, uma proposta que é mantida à risca em todas as suas apresentações. De acordo com integrantes da banda, o som que fazem é uma mistura de rock’n’roll, funk, beiradão e outros gêneros. As letras incorporam crítica social, idealismo e falam do dia a dia do caboco do amazonas. As músicas A boca da caboca; Acaribodó; Churraco de gato e “Vô mermo” estão entre as preferidas dos fãs, que lotam os espaços, cantam e dançam onde a banda se apresenta em Manaus. Formada por Clóvis Rodrigues (vocal); Denilson Novo (guitarra); Miquéias Pinheiro (baixo), Omar “Pelado” Guedes (bateria), Igor Brasil (percussão) e


de performática Ítalo Gimenez (sax e flauta) , a banda Os Tucumanus já se apresentou também na Parada Musical 2013, em comemoração ao aniversário dos Correios, em cinco capitais brasileiras – Brasília, Curitiba, Manaus, Rio de Janeiro e Salvador. A mais importante apresentação, no entanto, aconteceu em setembro de 2012, no Brasilian Day, em Nova Iorque – EUA, feito inédito para a música amazonense, que ainda não havia sido apresentada no maior evento brasileiro realizado no exterior, realizado há 28 anos. Atualmente, além dos shows, abanda trabalha na produção do segundo CD, com algumas regravações e outras experimentações. Tornou-se uma

banda referência no cenário musical amazonense, buscando uma linguagem de fácil assimilação e adoção de gírias regionais – o ‘caboquês’. Para entender a proposta do trabalho dos Tucumanus, é preciso ouvir o seu som, ver a sua performance no palco. As músicas são dançantes, as letras inusitadas e criativas. Em resumo, são ousados, intrigantes, regionais, globais e experimentais, além de mandarem um som de primeira linha. Contatos: tucumanus@gmail.com ou (92) 8172 0032 / 9111 0550

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| Cultura

Foto: Domingos Raposo

O esplendor e a magia Gerson Severo Dantas Especial para Metrópole Manaus

U

m público estimado em mais de 100 mil torcedores é esperado esse ano para assistir o 48º Festival Folclórico Parintins nos dias 28, 29 e 30 deste mês. A festa marca o centenário dos bumbás Garantido e Caprichoso e para não perder a disputa simbólica pelo título de “campeão do centenário”, as diretorias não economizaram e cada bumbá trabalha com um orçamento estimado de mais de R$ 7 milhões. Para o dia 28 está prevista a vinda da presidenta Dilma Rousseff (PT) O Governo do Estado não ficou atrás na preparação da festa e investiu R$ 40 milhões na obra de reforma do Centro Cultural Amazonino Mendes, o

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“Bumbódromo”, que teve a capacidade aumentada para receber 16,5 mil torcedores. Até o ano passado o bumbódromo comportava 12,5 mil torcedores. A nova arena será inaugurada pelo governador Omar Aziz (PSD) e Dilma Rousseff no dia 28. A presidenta ainda assiste a primeira noite do espetáculo e deve retornar a Brasília no dia 29 pela manhã. Com a liberação do aeroporto Júlio Belém, no dia 25 de abril, para operações durante 24 horas, a Prefeitura de Parintins estima que ao menos 30 mil turistas vão chegar a cidade por via aérea. As companhias aéreas Gol, Trip e a novata MAP, com voos próprios ou fretados, planejam aproximadamente 200 voos ao longo de cinco dias, o que deve gerar mais que as 750 operações de pouso e decolagens


Foto: Elcio Farias

dos bois de Parintins realizadas no festival do ano passado. O público principal parte de Manaus, mas há voos contratados saindo de Belém e Santarém, no Pará. A navegação fluvial deverá transportar 70 mil passageiros, com viagens partindo de Belém, Manaus e municípios da região do Baixo Amazonas. O fluxo principal será transportado nos chamados barcos recreios, que fazem linhas regulares entre as cidades da região, mas neste ano cresceram as opções dos barcos ajato, lanchas rápidas que fazem o percurso entre Manaus e Parintins, por exemplo, em até 8 horas, contra as 18 de um recreio. Para organizar o fluxo e garantir a segurança dos passageiros, a Capitania dos Portos montou três bases de fiscalização, uma logo abaixo do encontro das águas, em Manaus, outra no município de Itacoatiara e

uma terceira fiscalizando os barcos que vem do Pará. Como Parintins, na prática, torna-se informalmente a capital do Estado durante o festival, o governo deve trabalhar com quase 2 mil servidores públicos na cidade. São mais de 700 policiais militares, por exemplo. Estão previstos o envio de servidores de secretarias que desenvolvem atividades diretas com o público, como as de Saúde e Segurança Pública, mas também de órgãos de atividade meio, como Defensoria Pública e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), além da Defesa Civil, que já atua no município em função do período da enchente do rio Amazonas. O rio alagou uma série de ruas de Parintins e moradores ribeirinhos são atendidos pela Defesa Civil.

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Fotos: Domingo Raposo

| Cultura

Os bumbás Garantido e Caprichoso vão encenar, durante o 48 Festival Folclórico de Parintins, espetáculos valorizando a história, os personagens e as conquistas de cada um ao longo de 100 anos de existência. O bumbá Azul e Branco, que busca o bicampeonato, escolheu para tema das apresentações a frase ‘Centenário de uma paixão”. O Vermelho e Branco da baixa do São José vai embalar a torcida com o tema “O Boi do Centenário”. Por trás de simples frases, contudo, há uma briga ferrenha para provar que o “outro” não tem a idade que diz ter. Garantido e Caprichoso “nasceram” em 1913, como indicam os livros oficiais de cada bumbá e escritos pelo fotografo Andreas Valentin na década de 90. No entanto há relatos controversos que indicam o surgimento deles em datas diferentes que variam desde 1913 até 1926. Há dúvidas também sobre onde foram criados e, no caso do Caprichoso, por quem foi criado. A confusão decorre da tradição oral de contar as histórias, posto que ninguém tem relatos precisos em livros sobre os primeiros anos da brincadeira em Parintins. Campeão de 2012, o Caprichoso nasceu pelas mãos do cearense Roque Cid, que veio para a Amazônia trabalhar na coleta da borracha. Como este primeiro ciclo economico do Estado havia entrado em declínio, ele acabou fincando raízes em Parintins e criou a brincadeira conhecida no Nordeste como bumba-meu-boi e deu o nome de Caprichoso ao touro negro feito de pano. Para desacreditar essa história, o Garantido sustenta que o boi contrário, como se tratam em funcao da rivalidade, nasceu em Manaus, na Praça 14, e foi levado em 1918 para Parintins por José Furtado Belém. Já o Garantido defende a história de que foi criado pelo pescador Lindolfo Monteverde em 1913. O Caprichoso argumenta que neste ano Lindolfo era um menino de 12 anos apenas e que até uma toada de Tony Medeiros, o atual amo do boi, cita que o sonho que deu origem ao bumbá Vermelho e Branco ocorreu quando ele tinha 18 anos, portanto em 1919. Independente das brigas históricas, os bumbás cresceram e apareceram e hoje sustentam a base


Fotos: Elcio Farias

da economia de Parintins a partir da criação da disputa que acontece nos três dias do festival. O festival surgiu para diminuir o ritmo das brigas de ruas entre os brincantes, quando, segundo relatos, havia confrontos sangrentos e com mortes de parte a parte. “Foi a igreja que controlou a rivalidade a partir das regras do festival”, relembra o aposentado Lucionor Barros, o único dos três fundadores que ainda está vivo e hoje reside em Boa Vista (RR). Os outros fundadores são Raimundo Muniz e Xisto Pereira. Os três eram integrantes da Juventude Alegre Católica (JAC), clube de jovens católicos que funcionava na catedral de Nossa Senhora do Carmo, a padroeira da cidade. Eles organizaram o festival em 1965 e estabeleceram as regras de convivência, que incluem a obrigatoriedade da torcida adversária manter silêncio respeitoso durante a apresentação do boi contrário, sob pena de perda de pontos. O festival foi crescendo e após alguns anos funcionando numa pequena quadra da JAC foi transferido para o estádio municipal de Parintins, o Tupy Cantanhede. Ficou lá até os anos 80 do século passado, quando foi construído o tablado Messias Augusto, na periferia da cidade. O tabladão, como era chamado, deu origem em 1988 ao bumbódromo que desde então sofre períodicas reformas para acomodar o crescente número de turistas e torcedores. Também sob influência da igreja, os bumbás não podem fazer referência aos politicos, regra que pode ser quebrada pela segunda vez neste ano. Na primeira, os bumbás acertaram fazer um agradecimento público ao ex-governador Amazonino Mendes, que construiu o bumbódromo, mas na hora de cumprir o acerto, apenas o Caprichoso fez a parte dele com o agradecimento feito pelo então apresentador Gil Gonçalves. Como o Garantido não cumpriu o acordo, o Caprichoso perdeu pontos e o Vermelho e Branco sagrou-se campeão em 1998. Para este ano novamente discute-se um acordo de cavalheiros para que os dois bumbás possam fazer uma homenagem a presidenta Dilma Rousseff, cuja presença é esperada para a inauguração do novo bumbódromo.

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| JACK’N’BLUES

Rock, Soul, Bl na noite man U

m lugar conceitual, onde pode-se ouvir, ao vivo, virtuosos instrumentistas e cantores dos autênticos rock an roll, soul, blues e jazz. Clientes, apaixonados por esses gêneros musicais frequentam as animadas mesas do Jack’n’Blues – Snooker Pub, no Vieiralves, para afastar o estresse, beber, conversar e jogar sinuca entre acordes e performances de guitarras, baixos, baterias e naipes de metais. As noites manauaras ganharam o bar descolado há três anos. De terça a sábado, os frequentadores chegam por volta das 7 e seguem madrugada a dentro, aproveitando os atrativos do “Jack” comandado pelo proprietário, Cézar Wallace, o “Portuga”, um apaixonado pela boa música e empresário do setor de entretenimento. “Montei o bar com base no meu gosto musical. Os ambientes criados são referências que tenho de cidades que visitei fora do Brasil, como Londres, Paris e Nova Iorque”. A marca Jack’n’Blues, remete ao whiskey Jack Daniel’s, fabricado nos Estados Unidos e que faz

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Fotos: Front

lues e Jazz nauara sucesso entre apreciadores desde 1876. O bar, em Manaus, embora não seja patrocinado, utiliza no seu design interior vários elementos que mencionam o wiskey e outras bebidas. Ícones da cultura pop também estão presentes nos espaços que cultuam ídolos da música como Jimi Rendrix e Beatles, entre outros, que aparecem em cartazes iluminados de maneira a proporcionar experiências especiais para clientes de todos os matizes. Existe um critério para tocar ao vivo no Jack’n’Blues Snooker Pub. O “Portuga” tem que ouvir, gostar, aprovar e liberar para as apresentações. Os músicos são remunerados de acordo com o couvert pago pelos frenquentadores, que se esbaldam consumindo as melhores bebidas e comidas servidos por um time especial de garçons e garçonetes, responsáveis por manter os clientes satisfeitos com os serviços. Lá pelas dez da noite, quando as bandas começam a mandar o som, é comum ouvir clássicos do rock americano dos anos 1960, como The Doors, o blues de Ja-

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| JACK’N’BLUES

nis Joplin e , passando pelo Jazz de Ella Fitzgerald, ou o soul de Ray Charles a Amy Winehouse, além da música não menos inebriante de Pink Floyd ao eletrizante U2. Tem pra todos, que gostam desses gêneros. No alto do mesanino, a sinuca rola entre mesas de bate-papo. E haja cerveja gelada, petiscos e drinks variados, e muito, muito som entre a dinâmica da noturna que estabelece o alto astral do lugar. A história do Jack’n’Blues vem de longe. Em meados do ano de 2001, Cézar Portuga, abriu na Ponta Negra “O Jack’n’Blues Music Bar, com um sócio. Depois que um sério acidente afastou Portuga da vida noturna, em 2002, e o deixou um bom tempo se recuperando, o bar fechou. O tempo passou, muitos amigos insistiram para reabrir o Jack’n’Blues de novo. Analisando os prós e os contras, a decisão foi por reabrir o espaço, agora sem sócio, com o mesmo nome que marcou uma época na Ponta Negra, mas com uma nova temática interior, e em um novo endereço. Agora o novo espaço, no Vieralves, se chamaria de Jack’n’Blues Snooker Pub, nome esse em que as pessoas já tinham um

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Fotos: Divulgação

conceito formado. “Uma marca conhecida, onde eu acrescentei o nome “Snooker Pub”, pois a ideia era realmente essa, um salão de sinuca, onde serviria bebidas, entre elas não poderia faltar o Jack Daniel’s, alguns petiscos e se ouviria, e assistiria a bons vídeos musicais de rock e de blues. Apesar dos antigos e novos clientes gostarem da nova cara, uma grande maioria exigiu apresentação de música ao vivo. Hoje o Jack’n’Blues tem música ao vivo de terça a sábado, onde se ouve jazz, soul, rock e muito blues, sem deixar de ser um Snooker Pub, pois conta com 04 mesas de sinuca à disposição dos clientes. “O Jack’n’Blues continua com a proposta de dar espaço às bandas locais de Blues e de Rock, mas a qualidade musical está acima de tudo. Que frequenta o lugar sabe que vai ouvir música boa e sempre os estilos Blues, Jazz, Soul e Rock, principalmente os clássicos que é, e sempre será a caracteristica do Jack” diz Cezar Portuga. Dentre os vários grupos que se apresentam no Jack, a Band & Donna encanta os clientes toda sexta-feira. A banda foi formada na casa e se tornou a grande parceira, que faz os frequentadores se estasiarem com um vasto repertório de rock e rhythm and blues. Os integrantes da Band & Dona são Chico e guilherme Franco, guitarras, Aldo, no Baixo e a baterista Francis. Com fama de ser a principal casa de jazz,rock, soul e blues em Manaus, o Jack já investiu em trazer alguns músicos do cenário nacional pouco conhecidos na cidade, mas que fazem muito sucesso nas suas regiões. Entre os principais que aqui já tocaram, destacam-se: Liah Soares (The Voice, Rede Globo), Banda The Zordem, de Blumenal e o Grande Blues Man, o gaitista Big Chico, que deve voltar ao palco do Jack ainda este ano.

TOCAM NO JACK • A Tulipa Negra, Soda Billy, Paul & Charlie, The Greens, Blue Line, Mr. Old, Michael Kane, The Moondogs, Rock Brasil, KTdrau Funk, Curummim Jazz, Aquele Trio, Two Times, Band Heros, SPH, The Friends, Illusion… entre outros.

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| ciclismo

Mobilidade e qualidade de Fred Novaes Especial para Metrópole Manaus

O

s ciclistas manauaras que costuram uma revolução ainda silenciosa no sistema de mobilidade urbana da cidade de Manaus estão diante de um desafio. Depois de conquistar apoio do poder público, espaço na mídia e a adesão espontânea de um sem número de cicloativistas virtuais nas redes sociais, a turma do pedal busca agora apoio para a conscientização em massa dos motoristas. Tarefa nada fácil, como mostra a difícil relação dos motoristas com a ciclofaixa instalada no corredor ecológico do Mindu, na nova Avenida Nathan Xavier, alvo constante de condutores que preferem tê-la como uma área de escape ou um acostamento. Missão quase impossível quando se assiste quase que diariamente o relato de morte de ciclistas atropelados pela volúpia e insensibilidade de motoristas que deveriam repartir democraticamente o espaço num trânsito cada vez mais problemático, mas que ainda preferem uma saída calcada no individualismo e na frágil segurança de seus veículos. O diálogo está à mesa. De um lado a prefeitu-

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ra, comandada por um “ciclista”, o prefeito Arthur Neto, e do outro um grande número de ativistas conscientes e batalhadores que estreitam laços fortes fundamentados por argumentos sólidos e consistentes sobre o problema da mobilidade urbana. Um debate cada dia mais necessário diante de um trânsito estrangulado e carente de alternativas. A iniciativa mais concreta nesta parceria foi a definição de um grupo de trabalho formado por membros do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e Manaustrans, com apoio da Secretaria de Juventude para a elaboração de um grande plano cicloviário. Um projeto audacioso numa cidade limitada por uma histórica ausência de planejamento urbano. Pesquisa Origem/Destino O presidente do Implurb, Roberto Moita, explica que o primeiro passo foi dado com o levantamento de rotas de origem e destino, realizado pelo grupo Pedala Manaus, com apoio da Caloi, na meta de estabelecer um diagnóstico do tráfego dos ciclistas nas ruas da capital. Apesar das limitações na captação dos dados, feita pelas redes sociais e


Foto: Divulgação

e vida: Manaus vai de bike por ciclistas voluntários nas ruas, o estudo permitiu identificar um painel interessante da atuação dos pedaleiros em Manaus. O trabalho serviu, dentre outras coisas, para derrubar alguns mitos urbanos. O principal foi que a maioria dos ciclistas utilizariam as bicicletas para o lazer. O levantamento foi realizado durante aproximadamente um mês, entre 1º de fevereiro e 2 de março de 2013, com 674 amostras no total. Os principais motivos de deslocamentos verificados foram trabalho (45%), lazer (30%) e universidade (14%), seguidos por uma menor representatividade de viagens para escola/curso técnico (4%), compras (4%), esporte (2%) e outros (1%). O levantamento também apontou que a Matriz Origem-Destino das Zonas revela que a Zona Centro-Sul gerou a maior parte das origens (38%), seguida pela Sul (19%), Oeste (16%), Centro-Oeste (11%), Leste (9%) e Norte (7%). Por outro lado, as zonas principais de destino são Centro-Sul (36%), Sul (27%), Oeste (21%), Leste (10%), Norte (4%) e Centro-Oeste (3%). Ciclovia Boulevard/Ponta Negra A primeira grande ciclovia da cidade de Ma-

naus deverá ser incluída no plano de obras que a prefeitura irá desenvolver a partir do segundo semestre de 2013. A ciclovia Boulevard/Ponta Negra será a primeira obra de infraestrura dentre as prometidas pelo Executivo municipal. O presidente do Implurb explica que a localização foi definida pelas condições estruturais das vias existentes na área que permitem a integração dos ciclistas na integração de plataformas, por meio de conexões da ciclovia, com ciclofaixas e ciclorotas, no trecho do Boulevard, passando pela Avenida Brasil, Coronel Jorge Texeira, até a Marina do Davi. A prefeitura também avalia a possibilidade de fazer integração entre trechos de bicicletas com o transporte coletivo, oferecendo condições de segurança para o ciclista guardar seu equipamento. Boom do ciclismo urbano Quando se observa o crescimento do uso da bicicleta em Manaus, logo vem à mente o surgimento de grupos organizados. Eles tiraram as magrelas do gueto alçando-as ao nível de sonho de consumo de um sem número de sedentários, que buscam nos passeios ciclísticos uma forma de alcançar a paz com a balança.

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| ciclismo

CONVIVÊNCIA PACÍFICA Ciclistas • Ande sempre na mesma direção dos carros. Nunca na contramão e de preferência a direita (é mais seguro) e longe do meio-fio. Ocupe a faixa; • Calçada é para pedestres; • Respeite os sinais vermelhos e as faixas de pedestre. Este tem a preferência; • Use equipamentos de segurança: Luzes de sinalização, refletores, buzina e retrovisor. Capacete é recomendado; • Sinalize suas intenções. Seja o mais visível para os carros e ônibus. Use roupas coloridas. Motoristas • Compartilhe a via; • Ao ultrapassar um ciclista, reduza a velocidade e mantenha uma distância segura (no mínimo 1,5m); • Nos cruzamentos, a prioridade é do ciclista. Ceda sempre a passagem; • Ao fazer conversões, a prioridade também é do ciclista. Verifique sempre se não há um ao seu lado ou atrás de vc. Fonte: Pedala Manaus

DEVERES Dos ciclistas • Art. 105 da CTB - São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:VI para bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais e espelho retrovisor do lado esquerdo. Dos motoristas • Manter distância lateral de um metro e meio ao passar e ultrapassar bicicleta (Art. 201 da CTB); Reduzir velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito ao ultrapassar o ciclista (Art. 200, inciso XIII do CTB). Ambas as infrações estão sujeitas à penalidade com multa. Fonte: CTB

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E quando se fala em grupo organizado em Manaus, não tem como não pensar no Pedala Manaus. Trata-se de uma organização criada em 2010 que, com muita critividade e domínio da comunicação nas redes sociais, conseguiu multiplicar a adesão ao movimento que vem crescendo em todo o país. Com isso, médicos, engenheiros, advogados, jornalistas, industriários, estudantes e outros profissionais mergulharam de cabeça na atividade que anteriormente era predominantemente utilizada por trabalhadores da construção civil e similares nas áreas menos favorecidas de Manaus. O coordenador do Pedala Manaus, Paulo Aguiar, 45, engenheiro por profissão, mas ciclista por paixão, reconhece que a cidade precisa evoluir muito para facilitar o uso desse meio de tansporte na área urbana. Ele aponta como fundamental a parceira da prefeitura com a sociedade civil organizada para o encaminhamento de melhorias. “A pesquisa que desenvolvemos mostrou que o uso da bicicleta como meio de transporte é uma realidade que não tem mais volta”, destacou. Ele avalia a cidade com 16 mil ciclistas que desenvolvem 27 mil viagens de bicicleta por dia, ou 0,88% dos deslocamentos no trânsito de Manaus. “Mas o que não pode deixar de ser observado é a escala ascendente neste indicador, com o ingresso de novos ciclistas diariamente em Manaus”, disse.


Foto: Divulgação

DICAS PARA COMPRAR A BICICLETA

O trabalho de conscientização que já vem sendo feito pelas organizações de pedal também inclui os próprios ciclistas, que muitas vezes desconhecem as regras de trânsito e deixam o lugar de vítimas para se agruparem aos vilões nos canais de mobilidade urbana. “Nós fazemos um trabalho constante de informações tanto das regras de trânsito para uma pedalada defensiva, como no uso de equipamentos e acessórios fundamentais para o uso da bicicleta”, acrescentou. A luta dos cicloativistas é conseguir alçar a cidade de Manaus ao patamar de cidades modelo como Bogotá, na Colômbia, Amsterdã, na Holanda e alguns ótimos exemplos em cidades da Dinamarca. “Quando a cidade passa a respeitar e valorizar o ciclista é sinal claro de evolução de toda a sociedade”, exemplificou. Mas a tarefa realmente não será fácil. Um dos caminhos é o estímulo constante ao uso das biciletas como opção para o deslocamento no trânsito. Iniciativa que ganha força com o marketing de campanhas como o Dia Mundial sem Carro, no dia 22 de setembro, e o Dia de Bike no Trabalho, ocorrido no último dia 10 de maio que, infelizmente, contou com uma pequena adesão em Manaus. A intenção do Pedala Manaus é incentivar a criação de novas datas de referência para estimular os motoristas a deixar o carro em casa

• Fale com algum amigo ciclista que seja experiente, ele pode te ajudar a dar o primeiro passo! • Definir qual o estilo de bicicleta que voçê quer: Mountain Bike, Street, Híbridas, Urbanas, Triathlon ou BMX. • Qual o limite de dinheiro que voçê pretende investir ou mais simples quanto voçê quer gastar? • Compre a bicicleta do tamanho certo, pedalar confortavelmente não tem preço. Bicicleta tem que vestir o ciclista! • Não utilizar mais tempo do que o necessário para escolher sua bicicleta. São muitas as opções de peças, marcas e configurações. Voçê pode acabar se confundindo. • No Brasil existem muitas bicicletas de R$ 500,00 ou até menos, mas infelizmente esses produtos não conseguem atingir qualidade e durabilidade ideal. E isso pode significar mais custos em manutenção e substituição de algumas peças. • Hoje em dia já existem bicicletas de 30 marchas, porém uma de 24 ou 27 marchas já deve atender sua demanda. • Não é necessário comprar uma bicicleta com freio a disco, se optar faça a escolha para freio a disco hidráulico. Fonte: Webbikers

GRUPOS DE PEDAL EM MANAUS • Top Bikers | Iran: 8114-3149 • Surubins | Marlucia: 8133-9773 • Baiakus | Washington: 9118-9072 • Tambike | Sérgio: 8148-7158 • Pedala Manaus | Paulo: 8261-8504 • Biker’s Run | Elizeu Queiroz: 8116-3609 • Amigos do Pedal | Erildo: 8135-1563 • Amazonas de Bike | Lanny: 8123-6858 • Piabas | Stulano Filho: 8111-0600 • Haythyoflight | Elizeu Queiroz: 8116-3609 • Tambike - Nery | Sérgio: 8148-7158 • Surubins | Marcioney: 8415-3717 • Guaribike | Claudia: 8211-5542 • Jungle Bike | Juliano: 8196-1076 • Pedaleixo | Charlenton: 8113-6831

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| COMERCIO

A nova Amazonprint

Foto: Divulgação

Com mais de 20 anos de experiência no mercado corporativo e no varejo, a Amazon Print entra em uma nova fase de expansão. Em 2013, a história da empresa será marcada por suas primeiras operações em shoppings centers. No início desta trajetória, está a inauguração de sua nova unidade no Manauara Shopping, no piso Tucumã, no último dia 24 de maio. É mais um local ao consumidor que busca conveniência, bom atendimento, produtos de qualidade e um grande mix de produtos eletrônicos e de informática. Dentro de sua proposta de inovação, a unidade Manauara já começou com uma promoção exclusiva, aderindo ao movimento nacional do Dia da Liberdade de Impostos. No fim de semana de inauguração, dois produtos foram selecionados para serem vendidos com total isenção de impostos. Foram 150 im-

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pressoras HP Multifuncional, de R$199 por R$ 131 e 40 Tablet’s Coby Kyros 4GB/WI-FI Preto, de R$324 por R$ 197. “A participação foi incrível e os produtos acabaram em pouco tempo. Nossa intenção era contribuir com a inciativa de esclarecer como a tributação em nosso país é pesada e compromete o poder de consumo de todos os brasileiros.” – afirma Arnaldo Rocha Neto, responsável pelo marketing e planejamento da Amazon Print. A empresa promete outras promoções inovadoras e novas experiências aos seus consumidores. E as novidades não param por aí. 2013 ainda será marcado pela ampliação da unidade do Japiim, inauguração no Shopping Cidade Leste e no Shopping Ponta Negra, além da ampliação de seu catálogo do produtos com novos segmentos e soluções ao cliente.



Direto de Brasília Iram Alfaia

Articulação do Norte Os 65 deputados federais e 21 senadores dos Estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins se reuniram em Brasília para tentar rearticular, mais uma vez, a bancada parlamentar da Região Norte. O deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) será o coordenador em 2013. Do Amazonas, Francisco Praciano (PT) foi escolhido como secretário-geral e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB responsável pela articulação da bancada dos senadores da Região Norte. Eles defendem uma ação coletiva dos 86 parlamentares. Bandeiras A nova partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE), a alíquota única de 4% do ICMS, a prorrogação da Zona Franca de Manaus, petróleo na Amazônia e o programa Ciência sem Fronteiras são as principais bandeiras defendidas pelo grupo parlamentar nortista. Troca-troca de partido A 90 dias do prazo final para mudança de partido a fim de concorrer a um cargo eletivo nas eleições de 2014, os políticos em exercício no Executivo e Legislativo, impedidos pela lei de trocar de legenda, sob pena de perda do mandato, estão correndo atrás de uma nova sigla para se abrigar e se proteger da Justiça Eleitoral. Melo no PL No Amazonas, pelo menos, dois nomes apostam no registro de partidos novos no TSE para deixar suas atuais siglas e concorrer por outra legenda em 2014: o vice-governador José Melo, hoje no PMDB (de Eduardo Braga), colhe assinaturas para conseguir 500 mil adesões para recriar o Partido Liberal (PL). Solidariedade Insatisfeito com a falta de espaço e o tratamento que vem recebendo da cúpula do PR local, especial-

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mente por parte do senador Alfredo Nascimento, o deputado federal Henrique Oliveira aguarda os desenrolar dos acontecimentos para deixar o barco republicano e embarcar ou no Solidariedade, capitaneado pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP), ou no Partido Republicano da Ordem Social (PROS). Ele prefere o segundo porque poderá comandá-lo no Amazonas. As diferenças entre Henrique e Alfredo ocorrem principalmente porque um ameaça o outro na vaga de deputado federal em 2014. Ninho tucano A julgar pelo discurso que fez na convenção do partido em Brasília, o prefeito de Manaus, Artur Virgílio, nem de longe pensa em deixar a sigla, como já havia ameaçado. “Durante o governo FHC, os problemas chegavam ao Palácio do Planalto e transformavam-se em soluções. No atual governo, eles chegam e viram crises. Temos no senhor uma inspiração permanente”, disse, dirigindo-se ao ex-presidente. Carga pesada Embora os empresários e políticos de São Paulo estejam sempre investindo no Congresso Nacional contra a Zona Franca de Manaus, as economias dos dois Estados estão cada vez mais ligadas. Dado recente do IBGE, revelou que a principal ligação aérea de transporte de carga do País é entre São Paulo e Manaus. Zonas O Pará, que foi o único Estado no Norte a votar no Senado contra a exclusividade da Zona Franca em manter a alíquota do ICMS em 12% nas transações interestaduais, não teve sucesso na sua principal reivindicação: a criação de duas zonas de livre comércio em Barcarena e Santarém. A proposta já havia sido acatada pelo relator da MP 599, mas a matéria foi rejeitada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.


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A Zona Franca de Manaus vale a pena Denis Benchimol Minev denis.minev@gmail.com

T

alvez não por coincidência, um novo artigo foi publicado criticando a Zona Franca de Manaus, desta vez pelo economista do BNDES Marcelo Miterhof, no jornal A Folha de São Paulo. Cabe mencionar que críticas construtivas são sempre bem vindas e nos ajudam a aprimorar o modelo. Entretanto, esta em particular não aparenta pertencer a esta tradição. O “ilustre” economista critica três itens em particular: poucos resultados de P&D na indústria de eletro-eletrônicos, a inexistência de imposto de renda na Zona Franca desestimularia investimentos em P&D de acordo com a Lei do Bem e o setor de eletro-eletrônicos no PIM gera empregos com remuneração muito baixa. Segundo o autor, estes três itens deveriam causar uma reflexão a respeito do atual modelo. Comento a seguir a respeito de cada um. Primeiro, o autor menciona o faturamento de R$34,6 bilhões do setor de eletro-eletrônicos e indica que as empresas do segmento teriam a obrigação de aplicar 5% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. Caso ele tivesse se incomodado de ler a legislação da Zona Franca, saberia que os 5% somente são devidos para bens de informática e não eletro-eletrônicos como um todo. Dado que bens de informática compõem apenas 20% deste faturamento, o autor estimaria que R$1,7 bilhões é aplicado em P&D, quando este valor na verdade está mais próximo de R$350 milhões. Óbvio que, se ele procura resultados para R$1,7 bilhões e a verdade é que apenas R$350 milhões são gastos, ele se decepcionará. A pergunta que fica é se ele cometeu um “erro” matemático ou foi excesso de “criatividade”. Segundo, o autor informa que a Zona Franca não paga imposto de renda. Essa afirmação sim-

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plesmente não é verdadeira. Há um incentivo parcial na ZF; quando no Brasil se paga 34% de IR/ CS, na Zona Franca em alguns segmentos se paga 16,5%, o mesmo no norte e nordeste todo (surpreendentemente não mencionados). Curioso que tal informação escape a um economista do BNDES. Terceiro, o autor considera a média salarial do setor de eletro-eletrônicos (R$3.208) muito baixa, e suporta tal evidência com a média do pólo de duas rodas da ZF (R$4.702). Entretanto, uma rápida consulta ao site da FIESP mostra que a média salarial da indústria no estado de São Paulo é de R$2.287; ou seja, num setor “ruim” da ZF se ganha 40% mais do que na média da indústria de São Paulo. No segmento de duas rodas a remuneração na ZF é mais que o dobro da paulista. Nada mal para a Zona Franca... Com tantos erros fáticos e dados manipulados, não é surpresa que o BNDES não compreenda a Amazônia e portanto não apareça por aqui. Apenas como exemplo, o BNDES assumiu a gestão do Fundo Amazônia em 2009, recursos advindos de doação para a Amazônia da Noruega. Além de engolir 3% ao ano em taxa de administração (altíssima comparada a qualquer instituição de mercado), ele decidiu como sede do Fundo Amazônia não Manaus, não Belém, mas... Rio de Janeiro. Suspeito que administrá-lo a partir da praia de Ipanema deva ser realmente mais agradável do que na mosquitarada amazônica. Só não é o certo. Existem, é claro, críticas legítimas à Zona Franca de Manaus. Nossos economistas estão certamente prontos a debatê-la em busca de melhorá-la. Entretanto, é preciso que ao menos as críticas sejam baseadas em informações corretas. Cada um tem o direito a suas próprias opiniões, mas não a seus próprios dados.


Vamoscuidar de

Manaus III Conferência Municipal do Meio Ambiente

Resíduos Sólidos 05 a 07 de junho de 2013

Apoio:

SEMMAS SEMCOM SEMULSP MANAUSCULT

UFAM



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