Revista discente do Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais da ECA/USP AGOSTO 2016 [ISSN: 2238-8699]
# espaço urbano # singularidade # projeção de imagem # processo # experimentação # registros # audiovisual
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NÚMERO 6 AGOSTO 2016
A Revista Movimento é um periódico científico semestral, organizado pelos alunos do Programa de Pósgraduação em Meios e Processos Audiovisuais da ECA/USP.
Universidade de São Paulo Reitor Marco Antonio Zago Vice-Reitor Vahan Agopyan ___
ISSN: 2238-8699
Escola de Comunicações e Artes Diretora Margarida Maria Krohling Kunsch Vice-Diretor Eduardo Henrique Soares Monteiro ___
___ Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. A reprodução total ou parcial dos mesmos é autorizada, mediante apresentação de créditos. ___ Imagem de capa: por Raissa Araújo - montagem feita com fotos de Rhaíssa Pinto e Flávia Junqueira (autoras de artigos nesta edição) Projeto editorial e diagramação: Raissa Araújo Revisão: Danilo Baraúna, Edson Costa e Marina Costa Revisão de texto em língua estrangeira: Andréa Scansani e Giancarlo Gozzi
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Revista Movimento Escola de Comunicações e Artes ECA/USP Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais PPGMPA Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 - Prédio 4 Cidade Universitária - Butantã CEP 05508-020 São Paulo - SP - Brasil movimento@usp.br www.revistamovimento.net facebook.com/revimovi
Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais Coordenador Rubens Machado Júnior Vice-Coordenador Eduardo Vicente Conselho Editorial Andréa Scansani, Carolina Beger, Carolina Gonçalves, Damyler Cunha, Danilo Baraúna, Edson Costa, Giancarlo Gozzi, Gisele Frederico, Haroldo França, Ivan Amaral, Marina Costa, Marina Kerber, Raíssa Araújo, Tainah Negreiros, Thiago André, Yan Tibet. Conselho Científico Prof. Dr. Almir Antonio Rosa Prof. Dr. Cristian Borges Prof. Dr. Eduardo Morettin Prof. Dr. Eduardo Vicente Profa. Dra. Esther Hamburger Prof. Dr. Henri Gervaiseau Prof. Dr. Marcos Napolitano Profa. Dra. Mariana Villaça Profa. Dra. Marília Franco Profa. Dra. Patrícia Moran Prof. Dr. Ronaldo Entler Profa. Dra. Rosana Soares Prof. Dr. Rubens Machado Junior
Outras travessias em territórios emergentes Conselho Editorial
Chegamos à sexta edição da revista discente do Programa em Meios e Processos Audiovisuais da ECA/USP com a certeza de estarmos trilhando um caminho fecundo construído com a contribuição dos mais diversos programas de pós-graduação do país e do exterior. Esta publicação conta com artigos provenientes de oito estados brasileiros distribuídos por todo o território nacional, além de um programa europeu. Desta forma, é com enorme satisfação que vemos nossos desejos de ampliação dos diálogos entre os pós-graduandos serem concretizados e fortalecidos a cada novo número. Iniciamos nosso percurso com Rafael Lopes e seu mapeamento da recente produção cinematográfica amazonense. Sob o título Cinema emergente: o ecossistema comunicacional da produção audiovisual contemporânea no Amazonas o autor apoia-se na consolidada produção digital como meio de propagação das possibilidades de realização audiovisual. Tal realidade está intimamente ligada às novas gerações de cineastas do norte do país e apresenta um enriquecimento na multiplicidade de olhares. Seu minucioso estudo faz-nos tomar conhecimento de um cinema emergente e necessário na representação de uma das regiões mais estratégicas do planeta. Do Amazonas par-
timos para o sertão de Alagoas com A imagem agreste: São Bernardo e os cantos de trabalho, artigo escrito a quatro mãos que têm como ponto de partida o canto de trabalho na sequência final de São Bernardo (Leon Hirszman, 1972). A intertextualidade entre a obra cinematográfica de Hirszman e a literária de Graciliano Ramos é explorada por Esther Hamburguer e Thalles Gomes na construção de um olhar sobre a relação entre os processos de criação de ambos os autores. Outros cruzamentos entre as artes e as apropriações feitas pelo cinema estão no artigo de Lívia Sampaio, Efemeridades e intertextualidades em Hanami - Cerejeiras em Flor. Na observação dos aspectos estéticos do filme de Doris Dörrie (2008) este trabalho aponta as interseções do cinema com a pintura e o Butô, na diversidade da representação dos espaços nos quais os personagens transitam, destacando a transitoriedade dos momentos vividos. É do Rio Grande do Sul o trio que se debruça sobre o filme de Sérgio Borges, O céu sobre os ombros (2010). Alexandre Rocha da Silva, Luis Felipe Silveira de Abreu e Felipe Maciel Xavier Diniz escolhem o documentário mineiro para tratar de alguns conceitos que incidem sobre as identidades dos personagens. O qualquer ou Um céu de possibilidades: das
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identidades às singularidades em O céu sobre os Ombros aborda o cinema como espaço de representação da diferença, da multiplicidade e das singularidades sob a óptica do qualquer. Já o cinema como lugar de experimentação dos sentidos é a aposta do artigo de Eduardo Madeira. A potência auto-reflexiva da imagem em Visitante Q analisa como a dimensão háptica do filme de Takashi Miike (2001) convoca o espectador a uma apreciação desnaturalizada, pautada mais nas potencialidades e no prazer sensórios do que em aspectos narrativos eminentemente inteligíveis. Em Experiências históricas de audiovisualidade com múltiplas telas/projeções: da absorção à projeção, da janela à membrana podemos detectar um caminho semelhante que aponta para a potencialidade sensorial da imagem. Os ambientes imersivos com múltiplas telas são o ponto de partida deste artigo, onde Ruy Cézar Figueiredo resgata obras históricas, como Napoleão de Abel Gance, em uma análise focada no conceito de intermidialidade como parte constituinte de suas poéticas. Reflexo das incertezas políticas, das crescentes manifestações e da tomada das ruas como local privilegiado de ação e de expressão artística são recebidos por esta edição em três diferentes olhares. Flávia Junqueira em seu artigo, Mobilização engajamento estético e os homens lentos: as projeções nas manifestações de rua no Rio de Janeiro, apresenta as intervenções urbanas do Coletivo Projetação como modo de polinização estética para um despertar dos modos de observação dos fenômenos históricos. Uma outra perspectiva sobre os espaços urbanos contemporâneos é lida em Alguns políticos apoiam a gente, mas nós não apoiamos nenhum político. Neste texto, Milene Migliano e Amine Portugal remontam à memória as mobilizações de junho de 2013 provocando a reflexão sobre o quê e como esse momento reverbera nos escritos das cidades. Através de um mapeamento das práticas sociais e dos registros de diferentes temporalidades que atravessam e compõem a realidade cotidiana elas colocam em questão a durabilidade e a efetividade de tais ações. O terceiro trabalho que procura lançar-se sobre 4
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o momento histórico brasileiro presente chega em forma de manifesto. Rhaíssa Monteiro Pinto, através de suas fotos captadas em preto-e -branco, parece tentar resgatar um passado menos cindido ao colorir à mão seus negativos das recentes manifestações em São Paulo e Paris. Em tom ensaístico, A belezura e a dureza que se veem de longe lança um desabafo poéticovisual sobre sua experiência como fotógrafa e pós-graduanda na França em tempos de políticas antidemocráticas em sua nação natal. A seção Entrevista desta edição apresenta o universo preto-e-branco do filme Sudoeste (2011), de Eduardo Nunes. Este filme, permeado por planos longos e montagem que privilegia a expansão do tempo, trata da história da vida de uma menina, desenvolvida ao longo de um dia. A poesia deste tempo, que contém o nascimento, o crescimento e a morte, é construída por uma história lúdica, pelo silêncio que emana das paisagens e pela ausência de cor. E justamente este aspecto estético do preto-e -branco é esmiuçado nesta conversa conduzida por Wanderley Anchieta com o cineasta. Contemplando e interligando questões técnicas e estéticas, o diálogo traz a trajetória do diretor e a escolha pelo preto-e-branco como forma de descolar o filme da realidade. Com este amplo panorama encerramos nossa nova edição satisfeitos em poder colaborar com a disseminação do pensamento latente das pesquisas dos programas de pós-graduação em audiovisual. Convidamos o leitor a desfrutar deste painel da produção discente na convicção de que importantes horizontes continuarão a ser arquitetados no intercâmbio recíproco da formação acadêmica.
artigos 6
Cinema emergente: o ecossistema comunicacional da produção audiovisual contemporânea no Amazonas | Rafael Lopes
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A imagem agreste: São Bernardo e os cantos de trabalho | Esther Hamburguer e Thalles Gomes
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Efermeridades e intertextualidades em Hanami: Cerejeiras em Flor | Lívia Sampaio
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O qualquer ou Um céu de possibilidades: das identidades às singularidades em O céu sobre os Ombros | Alexandre Rocha da Silva, Luis Felipe Silveira de Abreu e Felipe Maciel Xavier Diniz
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A potência auto-reflexiva da imagem em Visitante Q | Eduardo Madeira
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Experiências históricas de audiovisualidade com múltiplas telas/projeções: da absorção à projeção, da janela à membrana | Ruy Cézar Figueiredo
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Mobilização, engajamento estético e os homens lentos: as projeções nas manifestações de rua no Rio de Janeiro | Flávia Junqueira
108 Alguns políticos apoiam a gente, mas nós não
POÉTICAS 126 A belezura e a dureza que se veem de longe | Rhaíssa Monteiro Pinto
entrevista 138 O preto-e-branco em Sudoeste, com Eduardo Nunes | por Wanderley Anchieta
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Sumário
apoiamos nenhum político | Milene Migliano e Amine Portugal
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ARTIGO Cinema emergente Rafael de Figueiredo Lopes
Cinema emergente O ecossistema comunicacional da produção audiovisual contemporânea no Amazonas Rafael de Figueiredo Lopes1 Universidade Federal do Amazonas
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ARTIGO Cinema emergente Rafael de Figueiredo Lopes
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ARTIGO Cinema emergente Rafael de Figueiredo Lopes
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ARTIGO A imagem agreste - S. Bernardo e os cantos de trabalho Esther Hamburger e Thalles Gomes
A imagem agreste S. Bernardo e os cantos de trabalho Esther Hamburger1 Thalles Gomes2
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ARTIGO A imagem agreste - S. Bernardo e os cantos de trabalho Esther Hamburger e Thalles Gomes
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ARTIGO A imagem agreste - S. Bernardo e os cantos de trabalho Esther Hamburger e Thalles Gomes
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ARTIGO Efemeridades e intertextualidades em Hanami Lívia Sampaio
Efemeridades e intertextualidades em Hanami Cerejeiras em Flor Lívia Sampaio1 Universidade Federal da Bahia - UFBA
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ARTIGO Efemeridades e intertextualidades em Hanami LÃvia Sampaio
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ARTIGO O qualquer ou Um céu de possibilidades Felipe Diniz; Luis de Abreu; Alexandre da Silva
O qualquer ou Um céu de possibilidades Das identidades às singularidades em “O Céu Sobre os Ombros” Felipe Maciel Xavier Diniz1 Luis Felipe Silveira de Abreu2 Alexandre Rocha da Silva3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
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ARTIGO O qualquer ou Um céu de possibilidades Felipe Diniz; Luis de Abreu; Alexandre da Silva
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ARTIGO A potência auto-reflexiva da imagem em Visitante Q, de Takashi Miike Eduardo Madeira
A potência auto-reflexiva da imagem em Visitante Q, de Takashi Miike Eduardo Madeira1 Universidade Federal do Espírito Santo
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ARTIGO A potĂŞncia auto-reflexiva da imagem em Visitante Q, de Takashi Miike Eduardo Madeira
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ARTIGO Experiências históricas de audiovisualidade com múltiplas telas/projeções Ruy Cézar Campos Figueiredo
Experiências históricas de audiovisualidade com múltiplas telas/projeções Da absorção à projeção, da janela à membrana Ruy Cézar Campos Figueiredo1 Universidade Federal do Ceará
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ARTIGO Mobilização, engajamento estético e os homens lentos Flávia Junqueira
Mobilização, engajamento estético e os homens lentos As projeções nas manifestações de rua no Rio de Janeiro Flávia Junqueira1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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ARTIGO “Alguns políticos apoiam a gente, mas nós não apoiamos nenhum político” Milene Migliano e Amine Barbuda Portugal
“Alguns políticos apoiam a gente, mas nós não apoiamos nenhum político” Milene Migliano e Amine Barbuda Portugal1 Universidade Federal da Bahia2
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POÉTICAS A belezura e a dureza que se veem de longe Rhaíssa Monteiro Pinto
A belezura e a dureza que se veem de longe Rhaíssa Monteiro Pinto Université Paris 3 – Sorbonne Nouvelle1
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POÉTICAS A belezura e a dureza que se veem de longe Rhaíssa Monteiro Pinto
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POÉTICAS A belezura e a dureza que se veem de longe Rhaíssa Monteiro Pinto
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POÉTICAS A belezura e a dureza que se veem de longe Rhaíssa Monteiro Pinto
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ENTREVISTA Entrevista com o diretor Eduardo Nunes Wanderley Anchieta
Entrevista com o diretor Eduardo Nunes O preto-e-branco em Sudoeste (2012) Wanderley Anchieta1 Universidade Federal Fluminense
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ENTREVISTA Entrevista com o diretor Eduardo Nunes Wanderley Anchieta
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