E foi assim que o sonho começou - MDB 1ª edição

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Ano I - nº 1 out/nov 2012 - distribuição gratuita

CAPA O biólogo Sérgio Rangel conta sobre sua paixão pelos animais e projetos na TV e fora dela TRIBUTO A trajetória do criador Márcio Brefe, que dedicou a vida aos cães

SAÚDE Ótima para seu gato, também contém a superpopulação de rua

ADOÇÃO Histórias de quem acolheu um animal abandonado e o trabalho sério das instituicões para encontrar lares adequados são exemplos de amor pelos animais 1


Edição bimestral - ANO I - Nº 1 OUT/NOV 2012

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Entrevista com o biólogo Sérgio Rangel

Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição gratuita EDIÇÃO Fabiana Assis - Mtb 55169 fabiana@revistamundodosbichos.com.br REPORTAGEM Renato Alves renato@revistamundodosbichos.com.br

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FELINOS

AQUARISMO

Os benefícios da castração para a saúde do pet

Cuidados para manter os peixinhos saudáveis

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JORNALISTA RESPONSÁVEL Fabiana Assis - Mtb 55169 DIRETOR - MARKETING Marcelo Quén marceloquen@revistamundodosbichos.com.br

HOMENAGEM

A vida do criador Márcio Brefe, apaixonado por cães

DIRETOR COMERCIAL Thiago Lopes de Oliveira thiago@revistamundodosbichos.com.br PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Marcelo Quén ADMINISTRATIVO Danusa de Oliveira Jeremin danusa@revistamundodosbichos.com.br COLUNISTA SOCIAL Virgínia Coutinho virginia@revistamundodosbichos.com.br CONSULTORES Jaquelini Fiochi - Médica Veterinária Dr. Vagner José Mendonça - Biólogo FOTOGRAFIA Beto Ambrósio betoambrosiofoto@gmail.com COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Vita Candida de J. Almeida Marta Fontes Borghi Maria Luz Gomez Groppa Hugo Elias Kdu Oliveira Juninho Marquez Laura Simões Tadeu Lockermann Tarcio Costa

EDITORIAL Araraquara ganha uma revista animal

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ADOÇÃO Uma prática saudável para o animal e o dono

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ENTIDADE PROAMMA se dedica à educação ambiental e às causas animais

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CALOPSITA Ótimas parceiras e super sociáveis, as calopsitas animam qualquer ambiente

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EXÓTICOS É normal gostar de um animal diferente

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TATU-BOLA O mascote da copa 2014 é um autêntico brasileiro

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CLICK A coluna social do pet

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Mundo do Bichos não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. ANUNCIE: (16) 3461-2472 comercial@revistamundodosbichos.com.br 2

Para sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para contato@revistamundodosbichos.com.br


Editorial

Revista animal A

raraquara acaba de ganhar a Revista Mundo dos Bichos, voltada exclusivamente a assuntos relacionados à saúde e bem estar animal e também à proteção do meio ambiente. A publicação nasce com a filosofia de ser sustentável, além de realizar e incentivar ações responsáveis em prol de seus temas principais. A Mundo dos Bichos pretende preencher uma lacuna de informação para os donos de animais de estimação e para os defensores do meio ambiente, carentes de uma publicação especializada, que traga os conhecimentos que necessitam e represente seus assuntos de interesse. Essa demanda também é dos veterinários e petshops, que não possuem um canal direto de comunicação com o seu público alvo.

A Mundo dos Bichos pretende preencher uma lacuna de informação para os donos de pet e defensores do meio ambiente

Outra de nossas prioridades é a qualidade do conteúdo que a Revista Mundo dos Bichos irá disponibilizar. Por isso, formamos uma equipe profissional e especializada, com jornalistas competentes e veterinários – além de contar com consultoria externa de professores universitários, criadores e especialistas. Pautada pela filosofia de defender os valores nos quais acredita e que irá tratar em suas páginas, a revista estabeleceu parcerias com as organizações protetoras de animais e do meio ambiente e tem ao seu lado Greenpeace, Amanari, PROAMMA, S.O.S Melhor Amigo, DEDIA, AAPA, Bichos e Caprichos e Amigos Felinos. Confira nossas primeiras matérias e saiba que temos muito mais temas interessantes a tratar. Já estamos preparando a Mundo dos Bichos nº 2, com o intuito de fortalecer ainda mais as boas ações voltadas para o mundo animal e estar ainda mais próximo de você, leitor. Esperamos que goste. A primeira edição da Revista Mundo dos Bichos é dedicada ao treinador de cães Márcio Brefe. Profissional competente, amigo próximo da equipe e apaixonado por cães, ele era um dos maiores incentivadores desse projeto e lamentamos que não tenha visto o resultado final. Pessoalmente, dedico-a também a toda equipe Mundo dos Bichos, a meus amigos que acompanharam o seu desenvolvimento, a meus irmãos Sandro e Silvinho e, em especial, a três grandes mulheres: Ana Luiza Almeida Sanchez (minha filha), Dona Vita (minha mãe) e a pichona Maria Luz Groppa.

Marcelo Quén 3


Artigo

O mundo dos desejos Kdu Oliveira*

C “Na maior parte do tempo, os animais nos oferecem muito mais do que oferecemos a eles”

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oincidência ou não, universalmente todos os seres vivos passam por um processo “germinativo” antes do nascimento. Biologicamente, esse trânsito do por vir a ser lança um desafio comum a todos. Relacionar-se para que a vida adquira forma e expressão, pois a vida em si não é nada. Saímos em busca das parcerias, dos interlocutores, de outros seres (vivos) que possam trazer um sentido para a nossa existência. O termômetro do viver é o desejo! Schopenhauer dizia que nenhuma ciência seria capaz de explicar o “querer”, ou seja, porque tudo que está vivo quer? O que será que os animais querem de nós humanos? Historicamente essa relação sempre foi marcada pela servidão, na maior parte do tempo os animais nos ofereceram muito mais do que oferecemos a eles. O desenvolvimento da humanidade destruiu consideravelmente o meio que os animais sempre tiveram disponível e, de uma forma quase que ininteligível, eles sempre foram sustentáveis em sua relação com o planeta.

E que década interessante foi essa do início do novo milênio! Adotamos a tarefa do refletir, do dialogar sobre os animais, sobre o planeta, sobre sustentabilidade, meio ambiente e com mais audácia ainda, a de como podemos mudar nossa relação do “querer” com o que os animais querem de nós humanos.

``O termômetro do viver é o desejo!`` A Revista Mundo dos Bichos quer inaugurar também, um espaço de discussões filosóficas e humanizadoras a cerca do homem e sua relação mágica com os animais. Acreditamos que o grande exercício que proporciona a mudança que queremos no mundo é conseguida pela união de idéias que nos impulsionam a reflexão e ocasiona a conscientização coletiva. Acreditamos que, no futuro, os esforços nossos de hoje farão parte do imenso esforço que outros homens e mulheres fizeram para a evolução, e que assim seja. *Psicólogo. CRP:06/77717


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Felinos: castrar ou não castrar? Além de oferecer benefícios ao animal, a castração é uma alternativa para conter o número de felinos nas ruas

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castração oferece benefícios ao animal e surge como alternativa para conter o número de felinos nas ruas. Mas algumas pessoas ainda desconfiam da prática. De acordo com a médica veterinária Beatriz Boldrin Mansur a castração animal é um processo bastante co-

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nhecido entre os donos de pets e surge de forma ainda mais importante na criação de gatos – animais que, por natureza, são mais independentes que os cães e possuem uma rotina imprevisível. Além de evitar o cruzamento dos felinos e prevenir doenças, a prática traz mudanças

positivas ao comportamento dos bichinhos, deixando-os mais calmos e fazendo com que se aventurem menos pelas ruas – um alívio para donos preocupados. Mesmo possuindo benefícios, a castração ainda é vista com ressalvas por alguns donos de bichanos, o que impede sua popularização. A médica veterinária Beatriz derruba a primeira delas, de que o procedimento pode ser agressivo: “A castração não é uma mutilação. Ela possui diversos princípios e objetivos”, afirma. Em gatos machos, o procedimento é feito por meio de duas incisões no escroto, onde ficam alojados os testículos, que são retirados, em um processo que dura cerca de 20 minutos e diminui a produção de testosterona. Nas fêmeas, remove-se o sistema reprodutor - ovários, cornos uterinos e começo da cérvix, por meio de um único corte abdominal, em uma operação que dura em torno de uma hora e meia. A recuperação dos pets é tranquila. Em dez dias, a fêmea pode retirar os pontos e o macho nem mesmo necessita voltar ao consultório, graças ao uso do ponto intradérmico, que utiliza fios de nylon e se desgasta até o desaparecimento completo. O ideal é que, durante esse período, os felinos não façam movimentos bruscos e contem com o suporte de seus donos para que os curativos não fiquem expostos e estejam sempre higienizados. Quanto mais cedo for realizada, mais notáveis são os benefícios da castração, que pode ser feita a partir dos cinco meses de idade. O procedimento molda os hábitos de gatos em seu primeiro ano de vida com mais eficácia do que em outros, mais velhos, que já possuem um estilo de vida definido, apenas atenuado-o. “O gato já estará acostumado a fazer tudo o que o dono não deseja, como ir atrás de fêmeas ou brigar. É algo que lhe é característico. O


Felinos

Redução da superpopulação de gatos de rua

filhote, por sua vez, não”, afirma a dra. Beatriz.

Como meu gato se comportará após a castração? As mudanças comportamentais no animal passam a ser notadas geralmente um mês e meio após a operação e, junto com elas, surgem também algumas dúvidas dos donos em relação aos felinos. A primeira delas refere-se à vitalidade do gato. Alguns criadores podem pensar que o animal perderá vigor e disposição, mas isso não

A

castração oferece vantagens que superam a relação entre o gato e seu dono, refletindo também na população de animais de rua, contendo o aumento de felinos sem lar. “Não podemos permitir que tantos animais sofram e passem fome nas ruas. É preciso castrá-los”, diz Beatriz. “Essa cirurgia, além de prevenir doenças e trazer boas mudanças ao animal doméstico, interrompe esse ciclo de nascimentos que, fora de controle, oferece trau-

mas, problemas e expõe gatos aos maus tratos”, reforça. Para isso, a veterinária acredita que campanhas de castração devem ser incentivadas, de preferência com custo acessível a toda a população e em vários locais e mais importante, desmistificando o procedimento e explicando sobre seu valor: “Feita da maneira correta e com o respeito que o animal merece, a castração não possui ponto negativo”, afirma.

ocorre: “Castrado, o felino se torna mais letárgico e tranquilo. Por esse motivo, se movimenta menos, não se envolve em brigas por fêmeas e nem mesmo as procura para copular”, explica a veterinária. “Ainda pode encerrar o hábito chato de urinar em diversas partes da casa para “marcar território”. Ela responde também outra dúvida frequente, referente ao possível aumento de peso dos gatos: “Tornando-se mais sedentário, ele poderá engordar, mas não é uma regra – e o dono deve controlar esse processo, incentivando-o a se exercitar com

brincadeiras e lhe oferecendo ração balanceada, em quantidade adequada, sem exageros”, orienta. Os benefícios não são apenas comportamentais. A dra. Beatriz explica que a castração diminui a porcentagem de aparecimento de tumores de próstata em machos (as chances de um gato saudável desenvolver a doença, em idade avançada, são de 60% a 70%), e de glândulas mamárias e ovários, nas fêmeas, que ainda ficam prevenidas da Piometria (infecção uterina) e até mesmo da Pseudociese (gravidez psicológica).

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Adoção: todo mundo ganha Levar um animal abandonado para casa é bom para o bichinho, mas pode ser melhor ainda para quem adota

E

m 4 de outubro é celebrado o Dia Nacional de Adotar Um Animal. O gesto vale a comemoração: adotar traz benefícios à vida do animal e também a do adotante, que ganha um parceiro. A voluntária Rosângela Franco Gomes iniciou seus trabalhos ligados ao auxílio a animais no ano passado e, desde então, tem acompanhado a procura por adoções nas instituições Bichos e Caprichos e SOS Melhor Amigo. “Dei lar temporário para alguns deles e participei de feirinhas de adoção”, conta. Hoje, seu envolvimento é bem maior e ela acompanha casos de pessoas que procuram por um pet. “A maioria das pessoas que adota prefere filhotes, que são irresistíveis, mas animais adultos são mais disciplinados e se adaptam fácil a uma nova vida”, afirma. Quem pretende adotar deve ter em mente que o animalzinho necessitará de um espaço próprio. “Não precisa ter um canil ou gatil, mas um

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lugar confortável para que o bichinho fique à vontade e possa se locomover”, diz a Rosângela. Maila Arrighe, que também é voluntaria na instituição Bichos e Caprichos afirma que o compromisso com a saúde do pet tem início logo nos primeiros dias após a adoção. “Uma boa alimentação, para começar, é essencial. Com o tempo, é necessário dar vermífugos e vacinas. Recomendamos também a castração do animal, para poupá-lo de doenças hormonais ou transmissíveis”. O processo de adoção é seguido de perto pelos grupos de apoio. A triagem realizada pelas instituições especializadas passa por questionários com intuito de conhecer melhor os adotantes e também identificar se ele possui as características necessárias para levar um animal para casa. Além disso, os grupos oferecem orientações sobre saúde, cuidados com a higiene e dicas de lazer para dono e animal. Há ainda outra tendência que tem

ganhado força: o lar temporário. Quem não pretende adotar definitivamente pode “hospedar” um cão ou gato em sua casa por um tempo determinado até que ele encontre um abrigo definitivo. “É uma ação diferente, mas que merece ser divulgada e é igualmente prazerosa”. Mesmo com todo o suporte, nem todos que adotam aprendem a conviver com o animal e acabam devolvendo-os aos abrigos, especialmente no caso de cães. “Algumas pessoas não compreendem que é necessário dar tempo para que o animal se adapte e desistem da convivência logo quando o cão faz algo que o desagrada, como roer um chinelo”, conta Maila. “É uma pena, pois está abrindo mão de uma excelente companhia”. “Um animal abandonado se tornará muito mais amigo de quem adota e será uma grande fonte de apoio emocional. Vê-lo se desenvolver é gratificante. O ato de adotar é de puro amor”, define Rosana.


Raças

Eles adotaram plástico Eduardo Tegrets, não possuía histórico de adoções, quando ouviu falar da cadela Tripa. “Dois amigos voluntários em uma instituição comentaram que lá havia uma cachorra adulta que não possuía uma perna e era muito boazinha”, conta. O rapaz se sentiu atraído pela história, “A maioria das pessoas prefere um cão perfeitinho”, e no mesmo dia, levou a cadela para casa e está feliz com a escolha. “Já tive oportunidades de adotar e senti que não era o momevnto. Acho que deve ser assim com todos. Quando aconteceu comigo, foi na hora certa.”

Carol e Eduardo são felizes com seus companheiros adotados

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“Adotar é uma tradição de família.”A autônoma Carol Murad aprendeu com os pais a cuidar de animais abandonados. “A ponto dos vizinhos deixarem bichos na nossa porta, confiantes de que seriam bem tratados.” Hoje, possui oito gatos e um cachorro. “Três gatos foram abandonados em casa, uma foi presente e o restante tiramos da rua”. No caso do cão, ela conta que “foi adotada, ao invés de adotar”. “São excelentes companhias. Com eles você esquece dos problemas. São bons ‘antidepressivos’”, ri. Ao contrário de Carol, o artista

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Uma vida dedicada às coisas que mais ama N O criador Márcio Brefe viveu entregue ao que mais apreciava: seus cães e sua família. E deixou um legado feito para durar.

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ascido em Araraquara, em 17 de março de 1970, o treinador Márcio Brefe apaixonou-se por animais ainda na infância, com predileção especial por cachorros. Mais tarde, canalizaria a admiração unicamente para uma raça: o pastor alemão. “Uma vez, em entrevista, o Márcio disse que os pastores são os cães que mais entendem o ser humano”, conta Andréa Ribeiro, ex-esposa de Brefe. “Dizia que eram os mais doces, obedientes e equilibrados em seu raciocínio”. Ela acredita que o treinador possuia algumas características muito

similares às da sua raça favorita. “Assim como esses cães talvez entendam melhor o ser humano, Márcio tinha uma compreensão íntima, em relação aos animais e era também, muito, muito amável e gentil”, diz. Andréa admite que a impressão inicial que teve de seu ex-marido não era bem essa. Ela o via com frequência em festas de clube, mas o achava convencido, “sempre com um sobretudo azul e rodeado de amigos”. Foram esses mesmos colegas que se encarregaram de aproximá-los e não tardou para que o palpite negativo sobre a personalidade de Márcio fosse derrubado e desse lugar a


Tributo

impressão de um rapaz de humor ácido (característica que lhe renderia o apelido de “Galego” entre os amigos), esforçado, que havia trancado o curso de administração de empresas para cumprir o intuito de trabalhar unicamente com cachorros. Andréa acompanhou o início desse sonho, fase em que Brefe passou a realizar com mais foco seu trabalho

“Acompanhei o envolvimento com animais desde muito nova”, conta a filha Gabriely. “Eu era como mais uma cachorrinha no meio daquele monte de cães.”

em criação e treinamento, tornando-se membro da Sociedade Paulista de Cães Pastores de Araraquara (de onde um dia seria vice-presidente) e frequentando competições pelo país, e soube, desde o início, que dividiria o criador com uma agenda apertada e com os pastores. Quando o número de animais convivendo com o casal tornou a casa que habitavam na Rua 9 pequena demais, Brefe deu outro passo fundamental em sua vida profissional e construiu um canil na Chácara Flora, o Vom Haus Breff. Lá, além de se dedicar às atividades de criador e também recebia donos de outros pastores. Para manter o local, Brefe dividiu seu tempo realizando outros trabalhos ao longo de vários anos, em agências de publicidade, empresas de montagem e petshops. O sonho de dedicar-se integralmente aos treinos de seus amados cães demorou para ser concretizado. Após o nascimento de sua única filha, Gabriely, em 1991, Brefe

soube unir a famíla aos negócios. “Acompanhei o envolvimento dele com animais desde muito nova”, conta Gabriely. “Eu era como mais uma cachorrinha no meio daquele monte de cães”, ri. Andrea, que até então acompanhava o marido na estrada, abdicou da agitação para dedicar-se à criança.

PODERES ESPECIAIS A paixão de Márcio por pastores só aumentou com o passar do tempo e no imaginário da então pequena Gaby, Brefe possuía “poderes especiais” para se comunicar com os animais: “Meu pai era um deles, só que em forma de gente, só pode. Era uma sintonia absurda e inexplicável”, conta. Podia sim haver algo especial e quase mágico nessa relação entre o treinador e seus cães. Brefe tinha um faro apurado para perceber as necessidades dos bichos e tirar deles o seu melhor: “Envolvia muito amor e insistência, em treinos puxados, mas que se moldavam às possibilidades do pastor alemão, que é naturalmente resistente” diz Andrea. Com tanto tempo despendido a criação e treinamento, Gaby conta Arquivo pessoal

Brefe (à esq) e Rick em uma das inúmeras competições que participavam com seus pastores 11


Arquivo pessoal

Além da criação de pastores alemães em seu canil, em Araraquara, Brefe viajava pelo país para as competições da raça e se preparava para participar da mais importante feira do gênero, na Alemanha.

que por vezes sentia-se distante do pai: “Quando pequena, via como se estivesse sendo substituída: só depois de crescida percebi que não significava nada disso”. afirma. Andrea diz que o Márcio criador, dedicado e disciplinado, era apenas uma faceta, e que na vida pessoal, Brefe não economizava carinho nem deixava de imprimir sua personalidade à vida de todos. “Não tinha quem não gostasse dele. Era de bem com a vida e muito carinhoso, apesar de se fazer de durão e “azedo”. Se comovia fácil, chorava e era fácil de lidar – contanto que você aceitasse seus cães”, lembra.

NO AUGE, A TRAGÉDIA Recentemente, Márcio estava em novo momento, tanto pessoal quanto profissional. Separado de Andrea – com quem manteve uma sólida amizade após o término do casamento – conheceu o treinador argentino Ricardo de Arriba, o

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Desde pequena, a filha Gabriely participava do trabalho de Brefe e convivia com seus animais. O jeito do pai com os cães fazia com que ela acreditasse que ele tinha o poder especial de poder falar com os bichos.

Rick, que compartilhava sua paixão por pastores. Ambos passariam a trabalhar em sociedade e a ganhar diversos prêmios. Foi considerado melhor treinador do Brasil e Arriba, melhor handler – pessoa que guia o cão nas provas. Também receberam o título de melhor canil, em 2011. Brefe havia conseguido o que tanto almejava: poder dedicar-se unicamente aos animais e ficava em rotina puxada, de domingo a domingo. Mas, no início do ano, quando preparava-se para mais uma edição da Sieger – principal exposição de pastores alemães do mundo, na Alemanha - perdeu a vida na estrada, num acidente, quando seguia em uma uma viagem profissional a Brasília. A tragédia levou também seu parceiro de trabalho, Rick, e três dos cinco cães que transportavam. “Pedi que ele não fosse viajar, pois teriamos um casamento para ir. E ele foi, com a promessa de que

voltaria na segunda”, conta Andrea. A morte de Brefe causou nos amigos, além de enorme tristeza, a sensação de injustiça pelo momento em que aconteceu. “Foi embora quando estava lá em cima, bem, reconhecido em toda parte, inclusive no exterior. Ninguém jamais podia prever, estava saudável, era jovem, num ótimo momento”, diz Andrea. Gabriely se deu conta do alcance do trabalho e do carisma do pai durante o velório: “Havia um cortejo enorme. Várias pessoas vieram me dar os pêsames, dizendo que ele era muito amado. Foi um grande conforto, assim como a memória de meu pai é. Mas eu o queria aqui”, diz. “Ainda não acredito que ele foi embora. Não dá pra assimilar a idéia: é como se estivesse viajando e fosse voltar.” Disposta a dar continuidade ao sonho do pai, ela mantém os trabalhos do Canil Vom Haus Breff, hoje funcionando de forma mais discreta. “Há muito a aprender e ser feito todos os dias”, admite contando que ainda está se adaptando. Para manter o sonho do pai conta com o auxílio dos amigos de Brefe e o apoio da família. “Ele foi embora fazendo o que amava, feliz porque alcançou o que tanto queria. Era despretensioso, não tinha ambições, só queria fazer o que mais gostava. Se esforçou, quebrou a cara muitas vezes, mas não desistiu”, afirma Andréa. “Era ele e os cães.”


Grandes causas

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Arquivo pe

Arquivo pessoal

A equipe do PROAMMA leva educação ambiental a escolas e empresas

O

PROAMMA - Protetores dos O PROAMMA acredita que conAnimais e do Meio Ambien- viver em harmonia com toda vida te é um grupo empenhado que nos envolve é o compromisso na luta pelos direitos dos animais e de cada pessoa com o planeta e conpela construção de um ecossistema dena práticas que exijam o sacrifício mais saudável e sustentável. do bem estar dos animais ou a deteA falta de conhecimento da po- rioração do meio ambiente. pulação sobre a prePara seus inservação do meio tegrantes, contiO ser humano tem a ambiente e a protenuar a agir dessa tendência de sentir-se ção aos seres vivos maneira é ser não superior a tudo que o motivou a criação humano, conido PROAMMA, vente com o sacerca, mas esquece de que tem como foco crifício de seres que cada ser tem sua combater os maus inocentes e esta função na natureza tratos aos animais e maneira de penpreservar a vida na sar precisa ser Terra para que todos os seres vivos combatida com a conscientização mereçam respeito e tenham direito a desta e das futuras gerações. viver dignamente. O papel do PROAMMA é levar a “O ser humano tem a tendência conscientização às escolas, às emprede sentir-se superior a tudo que o sas e a qualquer lugar onde necessicerca, mas esquece de que cada ser tem de orientação, atingindo públitem sua função na natureza. Embora cos de todas as idades, fazendo com tenha inteligência e capacidade para falar, cantar e criar obras maravilhoQuem quiser conhecer mais sobre o sas, o homem não pode ouvir com as trabalho da instituição e/ou apoiá-la pode patas como os elefantes, nadar com a entrar no site e fazer parte desta equipe. velocidade das orcas e nem polinizar www.proamma.com.br uma flor como uma abelha”, afirma a integrante Carla Collaneri.

que a consciência ambiental passe a surgir dentro da casa de cada um. Mudanças de hábitos de consumo e atitudes simples são capazes de garantir o bem estar de várias espécies no planeta, pois “viver é o primeiro direito natural de todos os animais, humanos e não humanos”. Por isso, respeitar a vida, os recursos naturais como a água, o ar, a terra, fazendo com que as pessoas entendam a importância de cada ser vivo, desde uma bactéria até a árvore mais alta é a missão do PROAMMA. “A entidade deseja ser a voz da natureza que, hoje, chora pedindo ajuda e compreensão. Todos os seus integrantes são profissionais voluntários que doam parte do seu tempo com o objetivo de construir um mundo melhor”, afirma Carla. A função da instituição é orientar sobre a melhor maneira de agir diante de situações de maus tratos ou desrespeito ao meio ambiente. “Buscamos o nascimento de uma visão mais ampla sobre o planeta, vivemos em um sistema cheio de interrelações. Precisamos despertar a consciência de que tudo o que fazemos ao meio ambiente nos afetará em algum momento”, diz a voluntária do PROAMMA.

PROAMMA

Protetores dos Animais e do Meio Ambiente

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Tudo sobre calopsitas Ótimas parceiras e super sociáveis, elas animam qualquer ambiente

C

ompanheiras, afetuosas, cheias de energia, as calopsitas são uma das aves mais queridas pelos fãs de pets. A médica veterinária Gabriela Ferreira de Campos elogia: “Esses pássaros são carinhosos demais e adoram ficar ao nosso lado, ou melhor dizendo, em nossos ombros. Além disso, são muito comunicativas”. É muito fácil conviver com calopsitas, mas elas possuem características especiais que todo dono precisa saber.

HÁBITOS - Calopsitas, como toda ave, gostam de se movimentar e abrir as asas. “Para criá-las, é necessário possuir um viveiro bem grande, seguro e fechado”, afirma Gabriela, “que absorva luz durante o dia, em especial pela manhã, e seja bem coberto no fim de tarde, para que elas não entrem em contato com a corrente de ar”. A gaiola deve permanecer sem14

pre limpa e seu fundo deve ser coberto, de preferência, por papel carbono. “Evite jornal, pois sua tinta pode intoxicar a calopsita”, orienta a veterinária. ALIMENTAÇÃO - A calopsita exige uma ração especial, encontrada em lojas especializadas. “Nunca lhes ofereça sementes, pois são muito gordurosas e não possuem proteína alguma”, diz Gabriela. E fica o alerta: a água dos pássaros deve ser sempre filtrada, para evitar o risco de infecção por giárdia, que também pode acometer aves.

DEIXA CANTAR! - As calopsitas adoram uma cantoria e seus sons percorrem tudo o que lhe agradar. “Essa regra serve tanto para fêmeas quanto para machos, embora eles costumem cantar mais”, afirma Gabriela. “Elas podem inventar músicas ou aprender outras com o próprio dono.” Para estimular a ave a “soltar o gogó”, assovie a mesma música com frequência ou grave um CD com canções (também assoviadas) para que ela ouça repetidamente. TROCA DE PENAS - “Esse processo, em calopsitas, não tem grandes segre-


Aves

dos, mas requer alguns cuidados. “As penas crescem muito rápido na maioria dos casos. É importante levar o pássaro ao veterinário ao menos uma vez por mês, pois ela conseguirá voar e muitas vezes fugir se as penas crescerem demais. Mas fica a dica: “Não corte as penas novas, pois elas estão ainda cheias de sangue e podem fazer a ave sangrar muito, levando-a a óbito”, diz a veterinária “CASPA” - “As pessoas costumam reclamar de ‘caspa’ nas penas da calopsita, mas isso é completamente normal”, esclarece Gabriela. Toda vez que as penas crescem, o fazem em volta de uma porção de queratina, que se desfaz. Conforme a ave se limpa, os pontos brancos se sol-

tam. Se ela espirrar por esse motivo, pode indicar alergia à queratina, mas a limpeza pode ser feita pelo dono, removendo a camada com as mãos, delicadamente. CHECK-UP ESSENCIAL - Levar a calopsita a um veterinário especialista em animais silvestres é importante, mesmo que ela não apresente nenhum sintoma de doença. “Para qualquer animal, fazer um check-up regular é essencial”, afirma Gabriela.

A luz do sol é essencial para a calopsita, pois incentiva a produção de vitamina D, essencial para seus ossos

DOCUMENTAÇÃO - Não é necessário ter autorização para possuir uma calopsita. “Essas aves são consideradas animais pet, isso é, de estimação, logo, não necessitam de documentação específica”, explica a veterinária.

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SĂŠrgio Rangel: Amor incondicional aos bichos

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Capa

E

le ficou conhecido nacionalmente pela sua parceria, que já dura 17 anos, com a apresentadora Eliana, do SBT. Sua máxima é a de que a “Biologia pode ser divertida e muito, muito interessante”. Cresceu em meio aos animais e aprendeu a andar com a ajuda de uma macaca. Como bom defensor dos

bichos, sonha em ter um santuário para que possa ajudá-los. A Revista Mundo dos Bichos bateu um papo descontraído com o biólogo Sérgio Rangel, no qual ele conta sobre sua paixão pelos animais e como conseguiu transformar o seu trabalho em uma mensagem sobre a importância da preservação animal. Confira!

Mundo dos Bichos - Como é poder trabalhar pela causa da proteção dos animais? É minha vida, minha paixão. Não me imagino fazendo outra coisa.

que você teve? Uma espécie de macaca barriguda, que era chamada Rosa. Era do meu pai e foi ela quem me ensinou a andar.

Esta paixão começou durante a faculdade de Biologia? Ah, desde criança. Minha casa era repleta de animais, graças ao meu pai, que foi a minha principal fonte de inspiração, ele amava bichos.

Qual é seu animal mais exótico? Vários. Tem a Cocotinha, uma cacatua; tenho o Tyto, uma coruja; tenho um falcão, uma rã albina. Tem o famoso Mário, uma jiboia apaixonante, que sempre está comigo.

Qual foi o primeiro bicho de estimação layout_business_200x135mm.pdf 1 08/10/2012 12:23:31

Atualmente, quantos animais de estimação

CURTA AS FÉRIAS COM SEU MELHOR AMIGO

você tem? Onde você os mantêm? Tenho sete aves, cinco cães, seis répteis e vários aquários. Cada espécie tem seu local definido, mas a maioria vive solta pela casa. O que você acha de deixar um animal de estimação sob a responsabilidade de uma criança? A escolha do animal de estimação deverá depender da idade da criança e do seu nível de comprometimento. Os pais devem conversar sobre

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Uma espécie de macaca barriguda do meu pai, chamada Rosa,foi quem me ensinou a andar.

o assunto, explicar sobre todas as tarefas que devem ser realizadas ao ter um pet. Penso que a criançada deva, nesse caso, ser supervisionada pelos adultos. Esta interação é ótima para o desenvolvimento do senso de responsabilidade e noções de cuidado. Para mim foi fundamental a experiência de ser criado com animais. Desde cedo aprendi a respeitá-los e amá-los. Qual a dica que você deixa para quem quer ter um animalzinho? Pense muito bem antes de adquirir um. Ter um animal é uma grande responsabilidade. Animais sentem fome, frio, medo... Antes de possuir um, verifique as necessidades da espécie ou raça. Estude sobre eles e faça a escolha certa para seu estilo de vida.

Há quanto tempo você trabalha em parceria com a apresentadora Eliana? Há 17 anos. Ela adora animais, tem vários em sua casa. Sempre que pode, viaja comigo para gravarmos as matérias, sempre se emociona, se diverte e aprende muito. Ela participa das gravações? Sim. Na Amazônia, em uma expedição que fizemos sobre a fauna de lá, ao entrarmos em contato direto com um grupo de macacos Barrigudos e macacos Uacaris Vermelhos, uma fêmea subiu na Eliana, mexeu em seus cabelos, urinou em suas costas, ao que de pronto ela respondeu “Nossa, que quente!”. Além das suas participações na TV, quais são seus outros projetos? Realizo palestras sobre educação ambiental em todo o Brasil, específicas para universidades. Sou protetor independente, mas ainda não tenho abrigos. Meu sonho é ter um santuário para animais silvestres e domésticos que precisam de ajuda.

Para obter mais informações sobre a atuação de Sérgio Rangel, acesse: www.sergiorangelbiologo.com.br 18


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Pequenos peixes,

grandes cuidados Alimentação Alimente os peixes duas a três vezes por dia. A alimentação deve durar de 3 a 5 minutos. Troque sempre a alimentação dos peixes para evitar doenças nutricionais. Ração Uma ração de boa qualidade é importante para a saúde do seu peixinho, pois ao ingeri-la, ele se nutre de todos minerais e vitaminas necessários para seu desenvolvimento, além de diminuir a quantidade de excreção, deixando a água límpida por mais tempo.

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eixes coloridos podem dar vida ao ambiente de uma casa, mas não é porque estes animaizinhos estão presos em uma caixa de vidro, eles são fáceis de serem cuidados. Criaturas frágeis, demandam muita atenção.

Melhor espécie Se o seu aquário tem capacidade aproximada de quatro litros, opte pelo peixe Betta, espécie que não necessita do auxílio de filtro de água. O Betta pode conviver com outros peixes desde que não haja outro macho, já as fêmeas toleram outras da mesma espécie. Os peixes de cardume vivem bem em cardume (mínimo de cinco). Água Realize a Troca de Água Parcial (TPA) semanalmente, substituindo 20

um quarto da água do seu aquário. A ação retirará o excesso de amônia e dejetos, mas tenha em mente que, geralmente, a água da torneira é muito alcalina para os peixes. - Água esverdeada significa excesso de luz. - Água amarelada significa excesso de matéria orgânica. - Água marrom significa excesso de algas marrom (pouca luz). - Água turva significa excesso de alimentação

Limpeza Lave seu aquário semanalmente. Para isso, faça uso de uma bucha igual àquelas utilizadas para lavar louça e detergente neutro. Importante: enxágue muito bem. - Tenha sempre peixes “faxineiros” no aquário.

Enfeites A escolha de ornamentos, como pedras e plantas deve ser feita com cautela, pois objetos decorativos com pontas expostas podem machucar os peixes e soltar substâncias na água. - Plante pelo menos 1/3 da área do aquário. - Faça vários esconderijos para peixes “tímidos”. - Conchas não combinam no aquário de água doce. - Não coloque enfeites que não seja natural. Iluminação - Distribua a iluminação uniformemente por todo tanque e ilumine o aquário de 8 a 12 horas por dia. Cuidados - Assente o aquário sobre uma placa de isopor de no mínimo 1cm


Artigo Aquarismo

Ter um peixinho pode não ser tão fácil como parece. Siga as dicas abaixo e prolongue a vida do seu pet de espessura. - Para introduzir um novo habitante, não esqueça da quarentena. - Nunca bata no vidro - diga isso as crianças e visitas. - Lave as mãos e braços antes de mexer no aquário. - Não escolha o peixe pela bele-

za. Verifique a saúde e compare o movimento com seus semelhantes. - Não esqueça que a superfície da água sempre há trocas gasosas, por isso não fume ou use aerossol perto do aquário. Se for inevitável ponha uma toalha ou pano em cima do aquário.

Quanto? Para montar um aquário com um peixe Betta o gasto é de cerca de R$ 15,00..

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A aquarista Monika Pires Barbosa apresenta seus animais “estranhos” e alerta aqueles que desejam ter um: “É um compromisso sério!”

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inda pequena, a aquarista Monika Pires Barbosa passou a ter contato com animais diferentes: habituada a passar dias ao lado do pai em sítios, era incentivada a não temer lagartos, aranhas e outros bichos que apareciam pelo lugar. A moça logo percebeu que aqueles animais – considerados exóticos – a atraiam muito mais que cães e gatos: “Sempre gostei de bichos inusitados. São estranhos para alguns, mas eu não considero nem um pouco”, diz. Seguindo seu gosto peculiar, hoje Monika tem um par de animais nada normal. O primeiro de seus animais exóticos foi a iguana Pepito, presente de um amigo que mudava de cidade. Acostumado a sua antiga casa, o bicho demorou para se habituar ao novo lar, e até mesmo à nova dona, mas depois se apegou a ambos. Pepito se comporta como qualquer outra iguana, tem hábitos

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diurnos, é bastante tranquila e sociável, mas também preza seu espaço. De pele fria, adora comer verduras e folhas, e permanecer em ambientes quentes. Por isso, não raro, é encontrada na sacada da residência tomando sol ou no quarto de Monika, junto de seu abajur – que possui até uma lâmpada espe-

cial para répteis. O restante do tempo, passa explorando cantos da casa ou em companhia da aquarista. Já o outro bichinho de Monika, a chinchila Ronaldo, não é assim tão pacato. “É um animal muito ativo e que não para quieto. É impossível para o dono deixá-lo solto na hora de dormir, pois caminha por toda parte”, diz Monika. Originária da cordilheira dos Andes, a chinchila necessita de mais cuidados por não pertencer ao clima tropical e se apega a baixas temperaturas ou a um lugar onde haja um bom ar condicionado. Ronaldo também exige mais atenção em relação a sua alimentação: seletivo, preza entre as iguarias favoritas maças desidratadas e uvas passas. Também exige que seus pelos sejam aparados vez ou outra e escovados quase sempre. Compensando essa atenção minuciosa, a chinchila abre mão de ajuda quando o assunto é sua própria higiene e opta por tomar “banhos secos” sozinha e diariamente, – com auxílio de um pó próprio adquirido em pet shops. Monika conhece poucos donos de exóticos, mas acredita que esses animais estão se tornando cada vez mais populares: “As pes-


Exóticos

soas estão mais abertas e se identificam com o exótico por vários motivos, como gosto pessoal e por questão de adaptação a espaços alternativos”, diz. Mas alguns interessados compram animais exóticos sem saber como tratá-los corretamente. “Existem pessoas que os adquirem por achá-los diferentes, mas não tem noção do que fazer com os bichos”, afirma Monika. “É importante conhecer suas características, saber o que preferem, os lugares em que habitam”, diz. Ela orienta a fazer pesquisas constantes sobre os hábitos desses pets. “É importante saber tudo, mesmo os mínimos detalhes sobre suas preferências”. E não esquecer também que, assim como os mascotes tradicionais, esses exemplares necessitam

de visitas a veterinários e vacinas para se manterem animais saudáveis. Também é necessário um cadastro junto ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que fiscaliza a criação de exóticos em residências e cativeiros. “Animais desse tipo vivem muito, por isso, é preciso pensar no tempo em que passarão com você. Eles não são descartáveis e nem são adotados por terceiros de forma fácil, por isso, é preciso encarar como um compromisso sério”, afirma Monika.

A aquarista Monika com a iguana Pepito e a chinchila Ronaldo

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Tatu-bola, legítimo brasileiro Eleito mascote da Copa de 2014, o tatu-bola surge para conquistar o espaço que merece como representante da fauna brasileira

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ara alguns, a escolha foi, no mínimo estranha. A Fifa (Federação Internacional de Futebol) anunciou, no último mês, que o mascote da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, será o tatu-bola. O animal pode não ser o mais conhecido e nem ser o primeiro a vir à cabeça como representante do país, mas sua eleição faz todo o sentido. Suas origens são brasileiríssimas, além disso, corre risco de extinção. “O tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) é uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só existe em nosso país”, explica o biólogo Vagner José Mendonça, 34, graduado pela Unesp de Assis. Além disso, possui uma característica exclusiva, que explica seu nome: “É a única espécie capaz de se enrolar completamente, formando uma bola quando se sente ameaçado”, afirma Mendonça.

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Encontrado na caatiga e no cerrado brasileiros, os tatus possuem hábitos noturnos. Não enxergam bem, mas possuem olfato e audição apurados, que os ajuda a viver muito bem. Medindo cerca de 50 centímetros, o tatu-bola não escava buracos como os outros tatus, e se abriga em tocas abandonadas (conheça mais sobre o tatu-bola na página ao lado). Totalmente pacífico, o tatu-bola também é muito importante para o equilíbrio do ecossistema. Como se alimenta de cupins, formigas e frutas, ele controla a superpopulação de

cies de tatu”, completa o biólogo. “Acredito que a escolha do tatu-bola como mascote da Copa do Mundo 2014 estimulará a população a conhecer melhor a espécie e sentir orgulho dela”, diz o Mendonça. Como ocorre com a popularização de qualquer animal exótico, haverá o interesse por transformar o tatu-bola em mascote doméstico. Mas o biólogo avisa: “É necessário ter permissão do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), já que se trata de um animal silvestre e com risco de extinção”.

“Totalmente pacífico e originário de nosso país, o tatu-bola é muito importante para o equilíbrio do ecossistema” insetos e prolifera sementes de várias espécies de plantas pela natureza. O biólogo explica que a sobrevivência do tatu é ameaçada pela caça do homem: “Em alguns países, a carapaça é utilizada para a fabricação de instrumentos musicais e a carne serve para consumo humano”. Outro ponto que põe em risco a sua existência é a destruição do seu habitat. “Juntos, esses dois pontos promovem a extinção não apenas do tatu-bola, mas de outras espé-

Enquanto a Copa não chega, o tatu-bola já passa a “reivindicar” seu espaço, pedindo por proteção e com potencial para tornar-se favorito de todos os brasileiros. O animal é uma ótima escolha para mascote da maior festa mundial do futebol até porque tem muitas similaridades com o esporte. “A espécie possui em seu nome a protagonista do maior espetáculo esportivo do mundo: a bola!”, lembra Mendonça.


Meio Ambiente

CONHEÇA O TATU-BOLA NOME

SITUAÇÃO

Cientifico: Tolypeutes tricinctus Popular: tatu-bola, tatu-apara, bola, bolinha, tranquinha, tatu-bola-do-nordeste

Espécie vulnerável, corre risco alto de extinção na natureza, em médio prazo PRINCIPAIS AMEAÇAS

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Goiás, Tocantins e Pernambuco

Destruição/alteração do habitat e caça CARACTERÍSTICAS Animais adultos podem ter até 50cm de comprimento e pesar 1,2 Kg; Sua principal estratégia de defesa é o ato de enrolar-se no formato de bola; Não cava buracos; formigas e cupins são os itens mais importantes da sua dieta Fontes: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Ministério do Meio Ambiente/Ministério da Educação) e Associação Caatinga

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VESTGIO DE AVENTURA

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Tecnologia

De olho na vida submarina No Google Street View, você vê sua casa, sua rua, sua cidade... e o oceano!

tando imagens da vida marinha de recifes na Austrália, Havaí e outras localidades e mostrado na web. O experimento retrata as espécies de peixes, animais marinhos e corais dos locais visitados e estimula a consciência de preservação destes ambientes, além de aproximar o homem das belezas naturais que muitos não tem oportunidade de conhecer pessoalmente.

C

om o auxílio do Catlin Seaview Survey, o Google expandiu a experiência interativa de “caminhar” por aí por meio de suas imagens panorâmicas. Câmeras de 360º graus fixadas em veículos de propulsão para mergulho vem cap-

Lindas imagens da vida marinha podem ser vistas no Google Street View

Quer acessar as imagens? Basta visitar o endereço www.maps.google.com/ocean.

aves anunico guapo_final.pdf 1 08/10/2012 18:22:09

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LIVROS

Amor em Minúscula, de Francesc Mirales (Editora Record)

FILMES

Escrito pelo espanhol Francesc Miralles, “Amor em Minúscula” conta a história de Samuel, um professor universitário desiludido com o rumo de sua vida e que, em pleno reveillón, espera um novo ano igual a todos os outros. No primeiro dia de janeiro, porém, um insistente gatinho aparece em sua porta, e o rapaz, mesmo resistindo, acaba se apegando ao animal. O que Samuel nem imagina é que o felino trará diversas mudanças à sua vida, fazendo com que se envolva com personagens nada comuns, reflita sobre questões existenciais, sobre a solidão e a vida em sociedade e até se esforce para resgatar um amor do passado. Despretensioso, “Amor em Minúscula” contorna seus momentos mais previsíveis com doses de humor nonsense.

Os animais me distraem, de Isabella Rossellini - 2011 Escrito e dirigido pela atriz e ativista de direitos animais Isabella Rossellini, o documentário “Os Animais me distraem” foi sensação na 35ª Mostra de Cinema Internacional de São Paulo, no ano passado, e propõe um olhar próximo sobre os bichos que habitam a terra. Misturando realidade e fantasia, a produção retrata um passeio de Rossellini pelas ruas, junto ao cão Sweety. Enquanto se encontra com personagens distintos, Isabella se distrai com questionamentos sobre os bichos ao seu redor. Nesse ponto – emprestando um tom surreal à história – Charles Darwin surge e traça, por meio de Teoria da Evolução, um histórico do comportamento animal em nosso planeta. A produção, sucinta e bem realizada, discute temas como a relação entre humanos e bichos e alerta contra os maus tratos aos animais. Vale conferir!

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A Arte de Correr na Chuva, de Garth Stein (Editora Ediouro) Singelo e emocionante, “A Arte de Correr na Chuva” é o trabalho de estréia do autor Garth Stein. Lançado em 2008, nos EUA, o livro difere de outros que trazem cães como protagonistas por dar voz ao próprio animal, e não ao seu dono. Enzo é um cachorro dono de uma consciência apurada e possui opiniões especiais sobre a condição humana. Ele foi criado assistindo ao canal National Geographic e corridas de Fórmula 1. Às vésperas de sua morte, ele relembra os anos em que passou ao lado da família que o adotou - sem poupar os momentos mais tristes – e expõe sua devoção ao dono, o piloto Denny Swift, de quem sempre esteve ao lado e ouviu os ensinamentos e conselhos.

Lixo Extraordinário, de Lucy Walker - 2010 Indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2011, “Lixo Extraordinário” retrata o trabalho do artista plástico Vik Muniz no Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário da América Latina, localizado no município fluminense de Duque de Caxias. Se no início ele partiu para o local com o intuito fotografar os catadores do local, o projeto acabou ganhando outros contornos, com Muniz tornando-se muito mais próximo dos personagens do que imaginaria ficar e abordando o poder transformador da arte em suas vidas. Dirigido por Lucy Walker e trazendo imagens visualmente muito bem trabalhadas, o documentário colheu elogios empolgados de público e crítica e foi vencedor do Prêmio da Audiência no Festival de Sundance 2010 e no Festival de Berlim, onde também recebeu o prêmio da Anistia Internacional.


Livros // Filmes TOP 5 CLIPES COM ANIMAIS

1. Gram – Você pode Ir na Janela Um gatinho passional e disposto a sacrificar suas sete vidas pela amada estrela o videoclipe da canção, parte do primeiro disco da banda.

2. The Chemical Brothers – The Salmon Dance Nesse videoclipe, os peixes do protagonista transformam o aquário numa festa para chamar sua atenção – vale até nado sincronizado.

3. Bjork – Triumph of a Heart A islandesa Bjork discutiu com o marido, foi a uma festa e o deixou esperando. Tudo seria normal se não fossem dois motivos: uma balada com Bjork nunca é comum e seu marido... bom, veja e entenda!

4. Frejat – Tunel do Tempo O cãozinho de Frejat, que já havia aparecido no vídeo da música “Segredos”, ressurge aqui, dessa vez numa história só sua. Quem vê, diz: é fofo de chorar!

5. Weezer – Island of The Sun Os caras do Weezer se divertem com animais de todo tipo, aproveitando uma vibe de sol e verão.

Menções honrosas:

Os cães justiceiros do Swedish House Mafia, em “Save The World”, o Best Coast e seus gatinhos diretores em “Crazy For You”, os felinos loucos por Fatboy Slim no clipe de “The Joker” e a clínica bizarra de cães em “Number One”, da Goldfrapp.

Anuncio_dogwalker_fianl.pdf 1 08/10/2012 11:56:11

Passeios recreativos e orientados Ce

rtifi

cad o pe

Thiago Lopes

Bem estar canino

la

16 9707 5113 29


“No semblante de um animal que não fala, há todo um discurso que só um espírito sábio é capaz de entender”. Virgínia Coutinho

Jopinha

Skol

Jopinha

Marcela Felix

Erica e Filó

Titi

Simba e Adriana 30

Channel

Stephanie e Bruce


Click

Miau e Shophia

Ana Luiza e Meg

Chumbinho

Elaine, Luis Henrique e seus pets

Burrinho

JoĂŁo Pedro e Nina ganhadores do concurso do Ăşltimo evento realizado pela AAPA

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