Qual é o preço da liberdade? - MDB 2ª edição

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Ano I - nº 2 fev/mar 2013 - distribuição gratuita facebook.com/RevistaMundodosBichos

QUAL O PREÇO DA LIBERDADE? Animais do mundo inteiro são aprisionados e comercializados na rota de um mercado milionário SILVESTRES Cuidados quando se tem ou se encontra um bicho destes

DIABETES EM CÃES Conheça os riscos e saiba como tratar

TOXOPLASMOSE Não é preciso abrir mão da companhia de um bichano facebook.com/RevistaMundodosBichos

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ÍNDICE

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CAPA As implicações do tráfico de animais

03I EDITORIAL Preservação ambiental é a nossa cara

12I AMANARI ONG orienta população sobre os recursos hídricos

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SAÚDE Como a diabetes afeta os cachorros

14I SILVESTRES Atenção redobrada com

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estes animais

AVES Tudo sobre troca de penas

24I DIÁRIO Imagens de uma viagem de bicicleta pela América Latina NA REDE 27I PET Comunidades especializadas no seu melhor amigo

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FELINOS Toxoplasmose sem mitos

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LAZER As lições ambientais dos filmes

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TODA EDIÇÃO 04 Artigo 26 Bichos curiosos 28 Livros / Filmes 30 Click

LAGOA VERDE Resolva um problema comum em lagos ornamentais

Para sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para contato@revistamundodosbichos.com.br 2

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Editorial

Edição bimestral - ANO I - Nº 2 JAN/FEV 2013

Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição gratuita

DIRETOR Marcelo Quén marceloquen@revistamundodosbichos.com.br EDIÇÃO Fabiana Assis - Mtb 55169 fabiana@revistamundodosbichos.com.br REPORTAGEM Dacyo Cavalcante Renato Alves JORNALISTA RESPONSÁVEL Fabiana Assis - Mtb 55169

Papo sério A

segunda edição da revista Mundo dos Bichos chegou com fôlego e muitos planos para 2013. Neste número, coloca em evidência um problema sério: o tráfico de animais. O antropólogo Felipe Vander Velden fala sobre as origens deste crime e as maneiras de combatê-lo. É necessária a união de autoridades e da população para evitar este abuso e conscientizar a todos de que não há ganhos em capturar animais na natureza. O assunto tem tudo a ver com a ideologia da revista, cujo foco é tanto a saúde animal quanto a preservação ambiental e a sustentabilidade. Essa preocupação faz parte do projeto pioneiro da MDB, diferente das outras revistas do ramo porque toca em assuntos sensíveis da área animal e, muitas vezes, desconhecidos do público. Por isso, somos muito gratos àqueles que apoiam nossa iniciativa: fontes, colaboradores e anunciantes que estão ajudando a MDB a se tornar sucesso. E vale reforçar: queremos você conosco nos números que estão por vir.

DIRETORA COMERCIAL Milena Roberta contato@revistamundodosbichos.com.br

Revista Mundo dos Bichos

DIRETOR DE MARKETING Dacyo Cavalcante dacyocavalcante@gmail.com PROJETO GRÁFICO E DESIGN Marcelo Quén FOTOGRAFIA Beto Ambrósio betoambrosio@gmail.com COLUNISTA SOCIAL Virgínia Coutinho virginia@revistamundodosbichos.com.br CONSULTORES Jaquelini Fiochi - Médica Veterinária Dr. Vagner José Mendonça - Biólogo COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Daniel Rodrigues da Silva Kdu Oliveira Vestígio de Aventura Hugo Elias

Mundo dos Bichos não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados ANUNCIE: (16) 3322 6125 contato@revistamundodosbichos.com.br

Onde encontrar a revista Mundo dos Bichos Shopping Jaraguá Banca do Correio – Na frente do Clube 22 de agosto (sede social), ao lado dos Correios do Centro Banca da Praça Pedro de Toledo – Na Praça Pedro de Toledo Banca do Parque Infantil – No Parque Infantil Banca do Carmo – AV. 7 de Setembro, em frente à concessionária Chevrolet Banca do Extra – Dentro do supermercado Extra Banca Alves – Esquina da Rua São Bento (Rua 3) com a Av. 36 Banca da Fonte – Av. Bento de Abreu, em frente ao Gigantão Banca das Roseiras – Av. Luiz Alberto, próximo à padaria das Roseiras Banca 13 de Maio – Em frente à escola Antonio Lourenço Correia, na Rua 13 de maio Banca Alameda – Alameda Paulista, em frente à TV Ara Banca da Santa Cruz – Praça da Santa Cruz Banca do Cris – Av. Maurício Galli, dentro do shopping Uirapuru Banca do São Geraldo – Praça da igreja do São Geraldo Banca Central – Esquina da Rua São Bento (Rua 3) com a Av. Duque de Caxias Banca Martinez – Próximo à concessionária Honda de automóveis

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Artigo

ILUSTRAÇÃO: HUGO - NINJAHART

Anexo C

opérnico disse: “A Terra não é o centro do universo”. Darwin afirmou: “O homem e o macaco evoluíram de um ancestral comum”. Freud disse: “Não somos donos de nossas ações nem ao menos dos pensamentos que as precedem, o inconsciente é o centro de nossa personalidade”. O porquê então de nos sentirmos tão poderosos perante a natureza? Pensamos ainda como seres dominantes, fortes, capazes de substituir nossos medos por produtos, sejam eles quais forem. O grande fator desesperador em nossa relação com a natureza e suas vicissitudes é que não percebemos que neste grande universo o “arquivo anexo” na história da evolução do planeta é o homem. Perante o arcabouço magnífico do ciclo que gerou toda a evolução, fazemos parte de um risco praticamente invisível na linha do tempo. Somos ainda tão dependentes que

Kdu Oliveira*

se as abelhas desaparecessem (e isso vem ocorrendo), grande parte das fontes de alimentos iria virar história, isso porque são elas que polinizam quase 90% dos alimentos de que necessitamos para nossa sobrevivência. Como nós, “crânios redondos”, dotados e sucumbidos em um neocórtex que nos “aparelhou” para tantas habilidades, somos tão frágeis na cadeia evolutiva! Podemos enxergar nosso futuro cada um a sua maneira. Podemos ser seletivos, sectários, preconceituosos, unânimes, fajutos e até subordinados, mas, com o tempo, iremos verificar que a consciência coletiva pode mudar o rumo da evolução. Ações persistentes de uma ordem geral que nascerá em cada um, passo a passo, irão fomentar o desejo de agregar e não de dividir o espaço que a evolução reservou para todos nós no planeta Terra. Caberá esta tarefa ao grande e poderoso instrumento de transformação que, sem dúvida

alguma, é a educação. Educar para transformar, transformar para equacionar nossa relação com nossos amigos animais e o planeta, em busca de algo que simplesmente se reduz a uma questão: que o homem não faça parte da história da evolução como aquele que destruiu e deflagrou a maior tragédia já imaginada.

“Caberá esta tarefa ao grande e poderoso instrumento de transformação que, sem dúvida, é a educação” Talvez quando cada um puder esclarecer para si mesmo o porquê de não pensarmos de forma coletiva, poderemos deixar de ser apenas um “arquivo anexo” e passar a ser o principal documento vivo e capaz de realizar a tão sonhada sustentabilidade. *Psicólogo. CRP:06/77717

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JARAGUA

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Diabetes em cães? Sim, eles também têm Doença é de difícil detecção e pode matar se não for tratada rapidamente

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iabetes mellitus é um distúrbio endócrino pancreático que não é exclusividade do homem. Também pode ocorrer em cães de qualquer idade, sexo ou raça. Há mais relatos de casos, porém, em fêmeas, animais de meia idade ou senis e nas raças Pulik, Cairn Terrier, Poodle, Pinsher, Spitz, Golden Retriver e Schnauzer. A doença pode ser causada por diversos fatores, como hereditariedade, obesidade e infecções virais. Os sinais clínicos mais comuns da diabetes mellitus são o aumento do volume urinário, sede ou fome excessivas e perda de peso. Depen6

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dendo do estágio da patologia, pode ocorrer também o comprometimento de outros órgãos e sistemas, causando vários sinais secundários, como infecções, catarata, doença renal e desordens do sistema nervoso. Muitas vezes, contudo, a doença demora a ser detectada. “Além de exames clínicos e laboratoriais de rotina, o médico veterinário terá o diagnóstico definitivo da doença com a constatação de elevados níveis de glicose na corrente sanguínea do animal (com o bicho em jejum) ou detecção da presença de glicose na urina”, explica o estagiário de medicina veterinária do Hospital Saúde Animal de Sorocaba, Danilo Antunes Kitaoka. O tratamento varia de acordo com a gravidade e os sintomas e tem como base a insulinoterapia (em caso de diabetes mellitus tipo I), dieta e exercícios físicos. Uma vez diagnosticada esta doença, a insulina deve ser administrada diariamente. Após a escolha

do tipo da insulina (de ação rápida, intermediária ou longa), é o médico veterinário quem determina a dosagem correta. O cuidado com a alimentação é importante para controlar a obesidade e minimizar a hiperglicemia. A dieta alimentar deve ser estabelecida pelo veterinário e fracionada em quatro ou cinco porções ao longo do dia, tendo início em um período pré-determinado após a injeção da insulina. Além disso, exercícios físicos devem ser rotina na vida do animal, pois, além de controlar a obesidade, eles ajudam na captação de glicose pelos tecidos periféricos. A diabetes mellitus em cães é comum e pode levar à morte se não for tratada. Se diagnosticada e controlada com eficiência, o animal poderá ter uma vida sem graves complicações. Basta que ele seja levado ao consultório periodicamente para exames de controle da glicemia e siga à risca todas as recomendações do veterinário.


Saúde

Cuidado com a alimentação é importante para controlar a obesidade e minimizar a hiperglicemia

Paralisia foi alerta para tratamento Depoimento dado por Daniela Silotto e Emerson dos Santos

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m casa, temos duas labradoras. A Monalisa, de 12 anos, e a Meg, de quase dois anos. São duas cadelas animadas, amorosas e grandes companheiras de todos, principalmente da Beatriz, nossa filha de nove anos. Há pouco mais de três meses, a Monalisa, mais conhecida como Mona, começou a apresentar dificuldades para andar. No início, achamos normal, por causa da idade e porque não havia qualquer outro sinal que indicasse algum problema mais grave de saúde. Depois de alguns dias, percebemos que ela estava bebendo água além do seu costume. E, de repente, não andava mais. Foi o alerta para a levarmos ao veterinário. Após vários exames – raio-x, ultrassonografia, análise de sangue –, foi constatado que a causa da paralisia não era

um problema ósseo, e sim diabetes, diagnosticada devido às altas taxas de glicemia que a Mona apresentava. Por causa da doença, ela ainda desenvolveu uma infecção urinária. Iniciamos o tratamento com aplicação de insulina e controle diário da glicemia e substituímos a ração comum por uma especial para cachorros diabéticos, além de tratar a infecção. Após uma semana, percebemos uma grande melhora. A Mona voltou a andar e hoje se mostra muito mais animada. Voltou a brincar com a Meg e com a gente. O diagnóstico de diabetes nos pegou de surpresa, pois em 12 anos de vida, a Mona nunca mostrou nenhum problema que pudesse indicar a doença. É importante que os donos fiquem atentos aos menores indícios de mudança de comportamento em seus cachorros, sobretudo a sede excessiva. O tratamento envolve disciplina, principalmente nossa, pois a dieta dela agora é mais rigorosa, contemplando somente a ração. Também devemos fazer a aplicação de insulina duas vezes ao dia e manter uma tabela diária dos níveis de glicemia. Essa disciplina vale a pena, pois vê-la voltando ao seu ritmo normal de vida, brincalhona e “espevitada” como sempre, é uma grande vitória para todos nós.

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Gatos sem grilos Ainda vista como tabu, a toxoplasmose priva pessoas do convívio com os bichanos 8

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m grande número de pessoas abre mão da companhia prazerosa e ronronante de um gatinho por medo da toxoplasmose. Embora eles possam ser hospedeiros do parasita causador da doença, existem diversas maneiras de proteger seu animal e sua família desse risco sem ter que renunciar a tão charmosa convivência.


Saúde Felinos

A toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e pode infectar diversos animais além do homem e do gato, como cães, bois, porcos, carneiros e aves (como a galinha). De acordo com o médico veterinário Paulo Jacques Mialhe, o gato é o hospedeiro definitivo do parasita, já que somente no aparelho digestivo do felino o protozoário consegue se reproduzir. Embora os gatos sejam hospedeiros em potencial do Toxoplasma, nem todos os infectados transmitem a doença. “O felino iniciará a eliminação do protozoário nas fezes a partir de 20 dias da contaminação. Se o animal estiver em boas condições, eliminará o parasita por pelo menos duas semanas e desenvolverá imunidade contra ele, o que reduz a quantidade eliminada nos

A prevenção é a melhor solução. O gato deve estar saudável, higienizado, vermifugado e fazer suas necessidades em uma caixa de areia, que deve ser limpa com o uso de pá e luvas

Parasita manipulador

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e acordo com um estudo realizado pela Universidade de Stanford, nos EUA, o Toxoplasma gondii atua no cérebro dos ratos para que eles percam o medo do seu mais conhecido predador, os gatos, e sejam devorados pelos felinos. O motivo? Simples: porque apenas no sistema digestivo dos gatos o Toxoplasma consegue se reproduzir sexualmente. A pesquisa revela que o Toxoplasma se instala no cérebro dos roedores e faz com que a repulsão que eles sentem pelo odor da urina

dos bichanos se converta em uma espécie de atração sexual. Assim, o Toxoplasma controla a mente dos ratos e os manipula de modo a entrar no organismo dos felinos. É o que os cientistas chamam de “manipulação hipnótica”. Segundo entrevistas do professor Robert Sapolsky, que também participa do estudo, o Toxoplasma parece saber mais da neurobiologia do medo do que nós, porque consegue alterá-la.

seus dejetos”, explica o veterinário. “Depois, o gato só volta a expulsar o parasita se estiver com o sistema imunológico fragilizado, o que pode ocorrer em casos de doença, má nutrição ou estresse”. Uma vez eliminado nas fezes do gato, o protozoário sofre transformações e pode contaminar a água, vegetais e outros animais. O homem pode ser infectado, portanto, de diferentes maneiras, como pela ingestão de água e alimentos contaminados. “Outras formas de transmissão incluem o leite de alguns animais e a transplacentária (isto é, por meio da placenta)”, explica o veterinário. A toxoplasmose causa preocupações particularmente quando é contraída por gestantes, já que pode causar problemas no desenvolvimento do feto ou até sua morte. Por outro lado, isso não significa que, se houver uma gestante em casa, o bichano deva ser doado. Se o animal for livre do Toxoplasma, não há motivo para alarde. De acordo com Mialhe, “A prevenção é a melhor solução. O gato deve estar saudável, higienizado, vermifugado e fazer suas necessida-

des em uma caixa de areia, que deve ser limpa com o uso de pá e luvas”. Gatos e outros animais podem acidentalmente se sujar com fezes contaminadas. “Se alguém alisar o pelo desses bichos e depois levar a mão à boca, ao nariz ou aos olhos, pode se infectar. Então, lavar as mãos depois de higienizar os animais e alisar seu pelo é sempre bom”, aconselha. Outra medida para prevenir a doença é restringir o acesso do gato ao parasita, estimulando o bichano a se tornar mais caseiro. Se o animal for macho, pode-se recorrer à castração, por exemplo. Em todo caso, havendo dúvidas a respeito da saúde do felino, é possível realizar um exame para detectar se ele está infectado. O mais importante é ser responsável na hora de adquirir qualquer animal. É indispensável conhecer seu comportamento e criar um ambiente adaptado para suas necessidades. Se o dono estiver atento a fatores como higiene, espaço, alimentação e acompanhamento veterinário, seu relacionamento com os bichos tende a trazer apenas boas experiências. facebook.com/RevistaMundodosBichos

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U O segredo por

trás da beleza

Troca de penas mantém as aves bonitas e saudáveis 10

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ma das coisas que nem todo mundo sabe a respeito dos pássaros é que todos eles, tanto os domesticados quanto os silvestres, efetuam o que se chama de muda de penas. De acordo com o biólogo Rafael Soave Guerta, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), “todas as aves realizam a troca de penas em alguma fase da vida”. Se você tem um pássaro e ainda não está familiarizado com seus hábitos, não precisa se preocupar ao notar que ele está perdendo algumas penas. A ave pode estar realizando a muda, um processo natural e importante que garante sua saúde e beleza. “A muda é regulada por causas fisioFoto: Beto Ambrósio


Aves

A muda costuma ocorrer no inverno, mas nem sempre é regular, variando de acordo com a região e a espécie. “Ao mesmo tempo em que, para aves de pequeno porte, como os pássaros de gaiola, a muda se estende por poucas semanas, para aves de rapina, como as águias, o processo pode demorar meses”, explica Guerta, e completa, “Além disso, observam-se variações no ci-

lógicas e possui grande importância no comportamento social desses animais, como, por exemplo, na atração sexual de parceiros em épocas de reprodução”, afirma o pesquisador do INPA. Se a gaiola do animal, porém, aparecer forrada de penas, alguma coisa pode estar errada, e um especialista deve ser consultado. Como todo processo natural, a troca de penas é gradativa e ocorre sem grandes complicações. Mesmo assim, as aves apresentam algumas mudanças de comportamento durante este período, como diminuição do padrão de canto e de mobilidade.

ser direcionado para tornar a vida do animal mais confortável e tranquila, como deixar a ave ao sol e dar uma atenção especial a sua alimentação. Além dos cuidados materiais que se deve garantir sempre aos bichos, é importante oferecer atenção e carinho redobrados aos pássaros nesse momento, assegurando melhores condições para que as aves saiam dessa transição ainda mais felizes, saudáveis e bonitas.

Todas as aves realizam a troca de penas em alguma fase da vida

clo da muda mesmo quando comparamos indivíduos de uma mesma espécie”. Existem algumas medidas simples que ajudam na troca das penas. É importante que o criador estabeleça um ambiente de segurança e calma para os animais, poupando-os de esforços, de disputas com outros pássaros e até evitando que ouçam o canto de outras aves. Tudo deve

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Grandes causas

Sede de preservação ONG Amanari trabalha pela conscientização no uso dos recursos hídricos

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riada em setembro de 2005, em Araquara, a ONG Amanari (que em tupi significa “água da chuva”) tem o intuito de conscientizar e chamar a atenção da população e das autoridades para a preservação dos recursos hídricos e a qualidade da água fornecida. Edgar Santa Rosa Esteves, um dos responsáveis pelo grupo, com Júlio Perroni e Nicolino Lia Junior, conta que iniciaram suas atividades após uma palestra oferecida por Perroni no auditório da Uniara, que

trazia como tema o Aquífero Guarani. “Na ocasião, o que chamou a atenção foi constatar a falta de conhecimento da maioria sobre as características do Guarani e de informações como o fato de que seus recursos são finitos e que há riscos de contaminação.” A preocupação com a integridade do Aquífero – que atende os habitantes das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e, nas palavras do entrevistado, “tem seus recursos intensamente explorados de forma inconsequente” – fez com que o trio se unisse para iniciar atividades que desmitificassem o uso da água e dessem a real dimensão de como seu consumo é feito no país atualmente. Com essa intenção, os fundadores da ONG passaram a desenvolver diversos projetos: o movimento de criação do Parque Marivan, para incentivar a preservação do córrego de mesmo nome, palestras em escolas estaduais de Araraquara e região, participações no Conselho do DAAE, no Condema

A água captada para fornecimento à população pode estar contaminada, devido à poluição, por substâncias não passíveis de detecção pelo sistema atual de purificação. Então, não sujá-la já é uma alternativa de preservação.

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(Conselho do Meio Ambiente de Araraquara) e em reuniões do Orçamento Participativo. Segundo Edgar, “A Amanari não possui ligações políticas e realiza as ações de forma autônoma”. Entre os projetos da ONG, está a associação com um grupo de biólogos para implantação de horta comunitária e criação de cabras no semiárido nordestino. A intenção é melhorar a qualidade da alimentação da população local, bem como o prosseguimento de suas atividades em prol do bom uso da água e da preservação do Aquífero Guarani. Mesmo atuando junto à população para melhorar a compreensão destes temas, Edgar frisa que algumas medidas simples podem ser tomadas para a preservação da água, que envolvem desde o uso deste recurso dentro das casas até o descarte do lixo. “A água captada para fornecimento à população pode ser contaminada, devido à poluição, por substâncias não passíveis de detecção pelo sistema atual de purificação. Então, não sujá-la já é uma alternativa de preservação”, analisa.

A Amanari está aberta à participação de novos parceiros que ajudem o time em sua tarefa de preservação. Os interessados podem entrar em contato pelo website oficial da ONG:

amanari.org.br


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Eles merecem tratamento ESPECIAL Ferimentos e doenças em animais silvestres devem ter atendimento especializado

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nimais silvestres exigem atenções especiais. Arredios e até agressivos com os humanos, dificultam o atendimento veterinário em casos de acidentes nas estradas ou mesmo quando são criados em cativeiro. Além disso, nem todos os veterinários são qualificados ou autorizados para lidar com estas espécies, que têm doenças características e necessitam de cuidados específicos. “Há muitos casos de pessoas com animais silvestres em casa, mas que não sabem como tratá-los direito”, afirma o veterinário Júlio da Cunha Rudge Furtado, que tem 18 anos de experiência no atendimento a animais silvestres, com autorização do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e parcerias com a Polícia Ambiental e com a ONG Grupo 14

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Olho Vivo na Ecologia (Grove). Manter um animal silvestre em cativeiro é crime, mas o veterinário é proibido pelo código de ética da sua profissão de denunciar casos que chegam para atendimento. “Minha preocupação deve ser cuidar do animal”, afirma. Mas, na maioria das vezes, o tratamento não seria necessário se o dono soubesse lidar com o bicho. Os problemas mais comuns decorrem do manejo inadequado ou falta de condições para um desenvolvimento saudável, o que desencadeia deficiências nutricionais e atrofia muscular por falta de espaço ou estresse. “Um caso comum ocorre com os papagaios. Geralmente, são trazidos do Norte e do Nordeste por caminhoneiros que os adquirem por um preço baixo e usam esse comércio como forma de ganhar um dinheiro

extra. Mas a cada dez que são retirados dos ninhos, apenas um sobrevive. Além disso, quem compra costuma oferecer chocolate, pão, café, deixando o bicho doente”, explica. Há quem já considere o papagaio um animal que se adapta facilmente à vida doméstica, mas isso não é verdade. Uma prova é que sua expectativa de vida, que é de 80 anos na natureza, cai radicalmente para 20 anos em cativeiro.

Cada vez mais raros “Infelizmente, o número de espécies de animais silvestres da natureza, ou seja, sem estar em cativeiro, que são atendidos na clínica tem diminuído muito, principalmente mamíferos de grande porte. Isso significa que eles estão escasseando”, afirma Furtado. A causa é, sobretu-


Silvestres

natureza e foram encaminhados a abrigos e zoológicos. Pela lei ambiental brasileira, o atendimento de um animal silvestre deve ser idêntico ao de um ser humano. Isso significa, por exemplo, que ao atropelar um animal ou encontrar algum acidentado, o correto é não mexer no bicho e chamar a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros. Segundo o Código Ambiental, um animal silvestre que não tem condições de ser devolvido à natureza deve ser encaminhado para abrigos, zoológicos ou criadores autorizados. Como a maioria desses locais não tem mais capacidade para recebê-los, representantes de veterinários estão propondo ao IBAMA uma mudança na lei que viabilize mais adoções, de modo a garantir mais participação da sociedade na luta pela sobrevivência destas espécies.

Arquivo pessoal

O tamanduá encontrado ferido e a onça sussuarana que se abrigou debaixo de um tanque de roupas foram tratados e devolvidos à natureza

Rende 50 0L

do, a ação do homem por meio de desmatamentos, grandes áreas de cultivo agrícola sem corredores para os animais, queimadas e poluição dos rios, riachos e córregos. “O lobo guará é um exemplo. Ele precisa de um território grande para viver e quando aparece nos arredores das cidades é porque não tem mais condições de sobreviver na mata. É um alarme, estão pedindo socorro, porque estão indo contra o seu instinto de ficar longe do homem”, diz o veterinário, que também atendeu o caso de uma onça parda (sussuarana) encontrada no quintal de um bairro de Araraquara. Das centenas de animais silvestres acidentados, órfãos ou vítimas de crimes ambientais que passaram pela clínica, como onças, lobos, tatus, várias espécies de aves, porcos-espinhos e tamanduás, muitos não tiveram condições de retornar à

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Tráfico de animais: o planeta inteiro perde Para o antropólogo Felipe Vander Velden, este crime não pode ser tratado com normalidade e, para ser evitado, necessita de mudanças das autoridades e população

O

s maus-tratos aos animais sempre foram motivo de espanto para o antropólogo Felipe Vander Velden, professor do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

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Capa

Suas memórias pessoais resgatam vivências no Sul de Minas, onde passou parte da infância. “Lembro de pessoas que capturavam e mantinham presos em suas casas animais como macacos e papagaios, o que era relativamente comum”, afirma. “Também tinha amigos cuja paixão eram aves canoras e que as mantinham aprisionadas.” Ao se graduar e enxergar esses acontecimentos pela ótica de sua formação, passou a buscar compreender, no campo da Antropologia, o que leva as pessoas a aprisionar animais. Hoje, canaliza seus estudos para questões ligadas à proteção ambiental e animal, e tenta responder perguntas sobre as origens do tráfico e da captura animal, suas motivações e também encontrar saídas para conter estas práticas. Mundo dos Bichos – Qual a sua atuação no combate ao tráfico de animais? Felipe Vander Velden – Tenho me interessado em estudar a circulação de animais – vivos e/ou em partes – na Amazônia, o que inclui o tráfico ilegal de animais silvestres. Faço uma investigação antropológica das modalidades de captura, cativeiro e intercâmbio de espécies animais entre os diferentes grupos sociais amazônicos, como povos indígenas, populações ribeirinhas, moradores de periferias urbanas e suas conexões com mercadores e estabelecimentos que comercializam ilegalmente animais selvagens no Brasil e no exterior, além de seus clientes, colecionadores ou simplesmente gente que gosta de ter animais exóticos em casa. O tráfico de animais em si é de interesse da antropologia: formas de circulação e intercâmbio são um tema clássico da disciplina, assim como as relações entre humanos e animais. No entanto, pouco foi feito para compreender o entrelaçamento entre esses dois campos, ou seja, o bicho como objeto de intercâmbio entre

grupos sociais. Ademais, os animais são parte fundamental da história da humanidade e de suas relações atuais e, até por isso, o cuidado e o respeito para com eles se tornam questões ainda mais sérias – pois todas as formas animais têm tanto direito ao planeta quanto nós, seres humanos. De que maneira o tráfico contribui para o desaparecimento de animais silvestres e quais são suas motivações? Sua contribuição é decisiva em processos de extinção de espécies por duas razões: o valor concedido a sua

raridade e o volume crescente do comércio. No primeiro caso, quanto mais escasso um bem, maior seu valor monetário – isso vale também para animais. Espécies encontradas em número reduzido ou restritas a regiões geográficas específicas, como ilhas ou vales isolados, alcançam maior preço no mercado ilegal e são, por isso, mais procuradas pelos traficantes. Eles abastecem o gosto excêntrico pela raridade e pelo exotismo. A procura dos traficantes por espécies raras conduz à redução dessas populações e cria

um círculo vicioso: espécies que são continuamente capturadas se tornam mais escassas, o que eleva seu preço e estimula mais procura, e por aí vai, até a extinção da espécie. A outra razão que leva o tráfico de animais a contribuir com o desaparecimento de espécies é o volume crescente desse negócio ilegal. Como sabemos, o comércio internacional de animais silvestres movimenta cifras astronômicas e não cessa de se expandir. A quantidade de indivíduos capturados e negociados, aliada ao aumento da procura por esses animais silvestres

– seja para coleções de animais vivos ou mortos –, formam um cenário que desencadeia a extinção. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o tráfico de animais no Brasil gera 1 bilhão de euros por ano. Você acredita que as autoridades e a sociedade dão pouca importância para o fato? As autoridades têm feito pouco para combater o tráfico de animais. Muito é em função do descaso, da pouca estrutura e do próprio despreparo dos indivíduos e agências responsáveis pela proteção ao meio facebook.com/RevistaMundodosBichos

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Animais domésticos também são vítimas de animais domés“Otráfico ticos é pouco conhecido.

Fala-se muito em comércio ilegal de espécies selvagens, mas há também, no mundo todo, um mercado ilícito de espécies domésticas, incluindo o abate clandestino de bovinos, suínos e aves, além da comercialização por rotas obscuras e da criação sem critérios mínimos de higiene e bem-estar de cães, gatos e outras espécies. Tudo isso deve ser levado em conta se pensamos em desenvolver modos de relação menos exploratórios e violentos com as demais formas de vida que partilham a Terra.

ambiente e pelo combate ao comércio ilegal de animais no Brasil e em outros países, especialmente no mundo em desenvolvimento – que, por sinal, concentra os países mais pobres e mais biodiversos. Há dificuldades adicionais, como por exemplo o fato de que esse comércio ocorre, muitas vezes, em regiões de acesso difícil, em áreas distantes no interior do país. Também existem as fronteiras, que no caso brasileiro são muito extensas e de fiscalização complexa. Mas não podemos esquecer que a sociedade contribui decisivamente para a tragédia do comércio ilegal de animais, afinal, só há traficantes porque há compradores. Há aqueles grandes colecionadores, muitos compradores em nível glo18

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bal, que pagam pequenas fortunas por animais de certas espécies. Há também os cidadãos endinheirados – principalmente nos Estados Unidos, Europa e Japão – que compram animais silvestres ilegalmente movidos por modismos ou por uma atração pelo exótico. Mas há, também, compradores ricos e com os mesmos gostos no Brasil, assim como uma imensa parcela das classes médias ou populares – em especial no interior do país –, que insistem em manter animais silvestres em suas casas irregularmente. Somente com o término da procura por esses animais, o tráfico terá seu fim. Se não houver compradores, não há razão para que existam traficantes e vendedores. O Ibama divulgou uma lista de 130 espécies sob risco de extinção no Brasil. Você acredita que este número possa ser maior? É possível que seja maior, sobretudo pelo fato de que ainda conhecemos pouco da enorme biodiversidade do nosso país e das dinâmicas ecológicas, incluindo as ações humanas, de várias regiões, muitas isoladas e de difícil acesso. Sabemos que é muito provável que espécies animais e vegetais entrem em risco de extinção e mesmo desapareçam completamente antes que sejam conhecidas pela ciência. Claro, extinções são também processos naturais, parte da

dinâmica da vida no planeta. Basta recordar o que aconteceu com os dinossauros, milhões de anos antes de humanos andarem pela Terra. Mas o fato é que, nos últimos séculos, os homens têm sido os grandes responsáveis pela extinção de espécies de seres vivos e, quando um habitat inteiro é completamente destruído, o que não é incomum, muitas espécies podem ser exterminadas antes mesmo de ser reconhecidas. É fundamental que haja mais investimento em pesquisas, em especial as de campo, que se possa compreender melhor a ecologia das espécies animais e, desta forma, contribuir para que tenhamos uma lista mais acurada das espécies ameaçadas. Como acabar com o tráfico de animais no Brasil? Reforço que o tráfico de animais no Brasil só poderá ter fim se dois grandes conjuntos de ações ocorrerem rápida e simultaneamente. Primeiro, as autoridades oficiais, em todos os níveis – federal, estadual e municipal –, precisam tomar a devida consciência da tragédia que é a captura, o transporte, o encarceramento e a comercialização ilegal de animais, e materializar esta consciência na forma de políticas públicas e ações decisivas voltadas para o combate ao tráfico de espécies silvestres, como melhorar a fiscalização nas fronteiras, rodovias,


Para saber mais sobre as espécies animais que sofrem risco de extinção, acesse o Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas: http://www.mma.gov.br/

Fotografe a figura acima com o leitor de QR Code do seu celular e acesse diretamente o Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas.

“Há

compradores ricos no Brasil, assim como uma imensa parcela das classes médias ou populares, em especial no interior do país, que insistem em manter animais silvestres em suas casas irregularmente. Somente com o término da procura por esses animais, o tráfico terá seu fim. Se não houver compradores, não há razão para que existam traficantes e vendedores tização ambientais das populações do entorno, enfim, sem garantir efetivamente sua proteção. Sabemos como, no Brasil, a fiscalização dos parques e reservas naturais é pífia, com pouquíssimos guardas e funcionários, em geral mal treinados e com salários baixos. A maioria das pessoas sequer sabe da existência dessas áreas protegidas, mesmo aquelas que vivem nas proximidades. Criar áreas de proteção ambiental em múltiplos níveis, do federal ao particular, é importantíssimo, mas é necessário fiscalizar as fronteiras. Além de atos legislativos e administrativos, isso deve incluir as populações que estão nas regiões vizinhas a essas áreas ou no interior delas. Estas comunidades, como detentoras de um saber especializado e de uma experiência muitas vezes secular e mesmo milenar com esses ambientes e os seres que ali vivem, podem contribuir muito para a proteção dessas reservas.

A criação de parques e reservas é alternativa para o combate ao tráfico? Parques e reservas podem ajudar a combater o tráfico de animais, mas não se existirem apenas no papel, em mapas, como ocorre com a maioria das áreas protegidas no Brasil. Não basta criar uma reserva e deixá-la sem fiscalização, sem pesquisas que ajudem a compreender o funcionamento daquele ecossistema, sem educação e conscien-

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Você vai lançar um livro que trata da relação entre tribos indígenas e animais domésticos. O que podemos aprender com essas populações no que diz respeito ao trato com animais? Mesmo não sendo ecologistas no sentido estrito do termo, as tribos indígenas vêm garantindo com maior eficiência a biodiversidade das terras em que habitam, muitas vezes contribuindo para aumentá-la. As terras indígenas no Brasil são as áreas de maior concentração de biodiversidade nativa, bem como as zonas mais protegidas ambientalmente. Vale a pena ouvir e conhecer o que esses povos têm a dizer sobre a natureza e os seres vivos, pois suas práticas parecem dar resultados na conservação ambiental. Veja o caso de Rondônia: embora haja vastas áreas de proteção ambiental, como parques nacionais e estaduais, florestas nacionais e estações ecológicas, se você olhar uma foto de satélite da região, verá que as terras protegidas, de fato, são as indígenas. facebook.com/RevistaMundodosBichos

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portos e aeroportos, que são as rotas de circulação e de fuga de traficantes e dos animais capturados; aumentar a vigilância em parques nacionais e outras áreas protegidas; refinar a legislação contra o tráfico de animais; fomentar o diálogo internacional a respeito do tema e organizar e desenvolver campanhas de conscientização da população a respeito dos muitos impactos do tráfico de animais para o meio ambiente. É de grande importância também que a população atue, em conjunto com o Estado, no combate a estas práticas ilegais. Falo da atuação de professores em salas de aula, de padres e pastores em igrejas e templos, e mesmo da educação em casa, pois os pais podem incutir nas crianças o respeito pela vida selvagem em geral e por cada animal em particular ao não praticar e desestimular a violência e os maus-tratos contra animais e práticas clandestinas.


Quando o verde é problema

de pessoas que se interessam por este ambiente. A falta de conhecimento e de planejamento, porém, podem causar problemas na sua montagem e manutenção. Um dos mais comuns é a lagoa verde, fenômeno caracterizado pelo aspecto turvo da água. Segundo a especialista em lagos Sarah Teodoro, as propriedades da água apresentam uma relação direta com a vida dos peixes. “É importante entender que o lago tem uma dinâmica natural, na qual as condições variam em ciclos, como o dia e a noite, ou como as estações do ano e, portanto, os parâmetros não podem ser analisados isoladamente. Seu lago não receberá a mesma quantidade de luz no inverno e no

Fenômeno pode indicar má qualidade da água

U

m lago ornamental transmite tranquilidade e uma agradável e relaxante sensação de proximidade com a natureza, o que tem estimulado um número crescente 20

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verão, assim como a temperatura da água não estará igual na hora do almoço e durante a madrugada”, explica. Quando o lago torna-se esverdeado, pode estar passando por um processo chamado de eutrofização, que consiste no enriquecimento da água por nutrientes (principalmente nitrogênio e fósforo) e faz com que as algas microscópicas se reproduzam a uma taxa altíssima, alterando a cor do lago. Este excesso de nutrientes pode ser causado por vários motivos, como exagero na alimentação dos peixes, filtro desregulado ou mudança na luminosidade. A modificação de cor não é, entretanto, o pior dos efeitos da eutrofização. O aumento de algas resulta no crescimento dos organismos que delas se alimentam e causa um efeito dominó, o que leva à diminuição da quantidade de oxigênio dissolvi-


Lagos

INCAS

anuncio loco por peixes.pdf 1 19/02/2013 22:19:46

do na água e pode ocasionar a morte dos seres que vivem no lago. A decomposição da matéria morta, por sua vez, diminui ainda mais a quantidade de oxigênio e compromete a qualidade da água, o que altera todo o ecossistema e pode ocasionar odores desagradáveis. Se a água do lago estiver turva e esverdeada, é necessário resolver o problema antes que as espécies que ali vivem sofram as consequên­ cias da má qualidade hídrica. “Geralmente, uma lâmpada ultravioleta resolve o problema”, orienta Sarah. De acordo com a especialista, a lâmpada UV mata as algas e até bactérias nocivas. Estas lâmpadas podem ser manufaturadas ou compradas em lojas especializadas. O investimento inicial, que pode ser alto, varia de acordo com o tamanho do lago, mas os resultados costumam ser rápidos. “A ajuda de um profissional é importante para que se possa avaliar o problema que afeta a qualidade do lago e a maneira mais efetiva de combatê-lo”, diz Sarah.

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Sustentabilidade em cena

Consciência ambiental pode ser aprendida com descontração e bom humor

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uem não curte uma boa animação? Estas produções, alegres e, aparentemente, despretensiosas, podem conter mensagens muito mais significativas do que mostram à primeira vista, como, por exemplo, a importância da natureza e da proteção à fauna e à flora, e ajudar as crianças a desenvolver a consciência da preservação. A revista Mundo dos Bichos apresenta uma lista com alguns grandes sucessos dessas categorias de filmes, e o que eles trazem de relevante nas suas entrelinhas. 22

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WALL-E

Temas: Sustentabilidade, crítica aos padrões de vida modernos

Lançada em 2008, a história do robozinho coletor de lixo Wall-E é rica em mensagens ambientais. Passado em um futuro em que a Terra é um planeta em ruínas, o filme alerta para uma necessária mudança de hábitos da sociedade, critica a produção massiva de lixo e ressalta a importância da sustentabilidade. Ainda chama a atenção para os danos do estilo de vida de uma geração sedentária e que exagera no fast-food.

PROCURANDO NEMO

Temas: Pesca predatória, preservação de espécies

Além de apresentar uma das personagens mais adoradas da Pixar – a esquecida Dory –, Procurando Nemo, filme que mostra a saga de um peixe-palhaço em busca de seu filho, traz uma mensagem sutil contra a pesca predatória e a interferência do homem no equilíbrio ecológico dos oceanos. A animação revela, ainda, alguns efeitos nocivos do comércio de peixes marinhos.


Lazer

OS SEM FLORESTA

Tema: Intervenção do homem em espaços naturais

A simpática animação Os Sem Floresta traz um grupo de animais que se deparam com a interferência do homem quando uma cidade é construída ao lado da floresta onde habitam. As saídas que os personagens encontram para driblar o problema são hilárias, mas, na realidade, as coisas não são engraçadas assim. A produção transmite a mensagem de que os espaços verdes em que vivem os animais não devem ser tocados. O LORAX: EM BUSCA DA TRÚFULA PERDIDA Tema: Preservação ambiental

Em uma cidade totalmente sintética, na qual o ar puro é vendido em garrafas, um garoto se aventura em busca de uma árvore de verdade para dar de presente à menina de que gosta. O filme mostra os problemas de um lugar no qual a modernização não levou em conta a importância da natureza e criou um modo de vida artificial. ZÉ COLMEIA

Tema: Preservação dos recursos naturais

Enquanto tenta impedir que o

Jellystone Park seja vendido, Zé Colmeia mostra a importância dos recursos naturais e o quanto os animais dependem deles. Também alerta para a fragilidade da vida animal que fica à mercê da ganância humana. TURMA DA MÔNICA – UM PLANO PARA SALVAR O PLANETA Tema: Combate à poluição

Especialmente feito para TV, o especial traz Mônica e sua turma às voltas com uma descoberta fantástica: um líquido capaz de remover qualquer sujeira. Empolgados com a descoberta, os personagens passam a combater a poluição, o acúmulo de lixo e outros problemas ambientais. Sem muitas firulas, o desenho entrega uma mensagem direta e que atinge em cheio os pequenos. Apesar de não ser lançado em DVD, é facilmente encontrado na internet.

de animais que querem capturá-la. Contagiadas pelo ritmo leve da produção e pela trilha sonora vibrante, as crianças logo percebem quem são os vilões na história e que capturar animais para venda e benefício humano não é nada bacana. BAMBI

Tema: Interferência do homem em espaços naturais

Talvez a mais “dolorida” das animações clássicas da Disney, Bambi mostra como a ação do homem pode ser prejudicial ao habitat dos animais de uma forma bastante comovente. Por meio das reações do cervo Bambi ao que acontece ao seu redor, o público nota que a interferência das pessoas na natureza pode desestruturar completamente o equilíbrio ecológico e causar sérios problemas.

RIO

Temas: Tráfico de animais, preservação de espécies

A animação que deslumbrou o mundo com sua reconstrução fiel das paisagens do Rio de Janeiro traz a simpática arara azul Blu aprendendo a voar, descobrindo o amor e fugindo de uma porção de traficantes

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Mundo dos bichos Diário

Percorrendo o mundo de bike facebook.com/vestigiodeaventura

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Fotos: Beto Ambrósio

m dezembro passado, o ciclista Roberto Ambrósio Filho iniciou um plano de longa data: percorrer 30 mil quilômetros sobre sua bicicleta por toda a América Latina em um período de dois anos e meio. O rapaz, que saiu de Araraquara, compartilha com os leitores da Mundo dos Bichos um pouco das belezas e figuras que viu na estrada até o momento.

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1 Beto comprova como os quatis são fotogênicos, em registros captados na Serra do Rio do Castro, SC Pose na Pedra do Segredo, Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, RS Amanhecer na Serra Gaúcha Uma das muitas variedades de aves que Beto encontrou em Florianópolis O sorrisão do Osmar, caseiro do Castelo Eldorado, em Marilândia do Sul, interior do Paraná Tem menina mais bonita que a Talita, que Beto conheceu na Serra do Cadeado, interior do Paraná?

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Bichos curiosos

Conheça o Orictéropo Mistura de focinho de porco, orelhas de burro, língua de tamanduá e garras de tatu

S

e você leu a primeira edição da Mundo dos Bichos, certamente ficou curioso para descobrir que animal era aquele que estava nas mãos do biólogo Sérgio Rangel. O bichinho peculiar, que fica bem na fronteira entre o fofo e o estranho, tem nome. Por sinal, tão esquisito quanto ele: Orictéropo, também conhecido por Aardvark, que significa “porco-da-terra” no idioma africâner. O animal também é conhecido como jimbo,

E

mbora seja pouco conhecido, o orictéropo foi famoso no passado como protagonista de um desenho animado dos anos 70, chamado “The Ant and the Aardvark”, traduzido para o Brasil como “A Formiga e o Tamanduá”. A série, de 17 episódios, ficou no ar de 1969 a 1971.

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timba, timbo e porco-formigueiro. Como um dos seus nomes indica, o orictéropo se alimenta basicamente de formigas e cupins. Para isso, ele tem uma língua pegajosa e comprida, que pode chegar a 30 centímetros. Sua dieta é composta também por outros insetos, pequenos roedores e frutos. O orictéropo é considerado um dos animais mais estranhos do mundo. Solitário e de hábitos noturnos, vive nas savanas, ao longo do território da África subsaariana. Não é veloz, tem comportamento acanhado e tímido e, ao menor sinal de ameaça, cava uma toca e se esconde nela.

E aí, bicho, qual é?

C

hega de mostrar só as Giseles Bünchens do mundo animal. Chega de exibir só gatinhos, ovelhas e porquinhos da índia. Esta revista é um espaço de fauna democrática, e faz questão de garantir espaço e vez para animaizinhos, digamos, de apa­rência alternativa. A partir deste número, cada edição da revista vai trazer um animal exótico, desafiando os seus conhecimentos sobre biodiversidade e, claro, os seus padrões de estética. O próximo candidato a beldade é este da foto aí em cima. E aí, bicho, qual é?


Digital

Tem pet na rede Você acha que as redes sociais não oferecem o espaço que os bichinhos merecem? Já existem comunidades específicas para os adoradores de pets! Veja algumas, nacionais e estrangeiras, entre as que mais bombam na web. Todas com cadastro gratuito.

CATMOJI (www.catmoji.com) Essa vem direto do Japão e não contempla todos os animais. O Catmoji, uma rede social de fotos, busca agradar aos fãs dos felinos com fotos e vídeos de gatos em situações corriqueiras, inusitadas ou simplesmente charmosas. Catmoji se assemelha muito ao Pinterest, e também tem o compartilhamento de fotos, mas só os gatos têm espaço.

PLUGPET (www.plugpet.com.br) A brasileira Plugpet abre espaço para a publicação de material e diálogo entre donos de pets. Também traz algumas seções diferentes, como a “Agência de Namoro”, que possibilita aos donos procurar um par para seu animal. Há ainda um serviço que permite ao usuário enviar imagens bem humoradas de animais para seus amigos por email.

YUMMYPETS (www.yummypets.com) A rede social francesa – que pode ser acessada com tradução em português – funciona como um álbum de animais. Os donos podem compartilhar materiais sobre seus pets e a rede permite que outros seguidores curtam, comentem e vejam os bichinhos. Ainda conta com um blog (apenas em francês) com novidades sobre animais e pequenas histórias.

OIPET (www.oipet.com.br) A OiPet é mais do que uma rede social, é uma comunidade que incentiva os criadores não apenas a mostrar seus bichos, mas também a adotar e divulgar ações responsáveis. Ela ganha pontos por ser inteiramente em português e possuir uma interface prática e organizada. Traz ainda um fórum no qual os participantes podem conversar sobre o mundo dos bichos. facebook.com/RevistaMundodosBichos

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Livros

Entre coices, garras e mordidas – Histórias favoritas de um veterinário, de Jeff Wells, Editora Landscape Quando ingressou na carreira veterinária, o autor Jeff Wells pensou que tudo seria muito simples. Os primeiros anos do rapaz, porém, provaram que o dia a dia da profissão traz desafios e situações bem diferentes do que ele imaginava. Alternando entre momentos hilariantes e emocionantes, Wells conta sobre seu convívio com os mais diversos bichos, seus donos, sobre as confusões e também as surpresas que podem surgir em uma clínica de animais. O tom é despretensioso, como uma conversa de amigo, e é difícil não simpatizar com as pequenas histórias de Jeff.

De volta para casa, de John Grogan, Editora Ediouro John Grogan é o cara por trás do sucesso literário Marley & Eu. Antes de apresentar ao mundo o labrador mais célebre que existe, o autor já havia explorado suas memórias pessoais no simpático De volta para casa. Lançado por aqui após o sucesso de Marley..., o livro traz diversos casos de John, que abordam acontecimentos de várias fases de sua existência, da infância até a vida adulta. A relação com seus familiares, seus trabalhos, relacionamentos amorosos, a conquista da independência... tudo descrito com muita ternura e com uma linguagem bastante acessível, que leva o leitor a devorar as páginas em pouco tempo. Uma leitura para deixar um sorriso no rosto!

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Alex & Eu, de Irene M. Pepperberg, Editora Record Alex & Eu, por sua vez, nos apresenta a relação da autora, a cientista Irene Pepperberg, e Alex, seu papagaio de estimação, durante toda a existência do animalzinho – que viveu por 31 anos. No livro, Irene resgata os feitos marcantes da ave. Capaz de distinguir mais de cem palavras e entender conceitos matemáticos, Alex contribuiu para inúmeras pesquisas que pretendiam entender melhor o intelecto dos papagaios. Mais do que isso, a obra é um relato singelo sobre uma criadora cheia de saudade de seu pet e que guarda muito amor pelos dias em que conviveram juntos.


Filmes

As Aventuras de Pi, de Ang Lee Um dos mais fortes candidatos do Oscar 2013, com 11 indicações, As Aventuras de Pi é um delírio visual com uma trama emocionante. O filme conta a história de Pi, um rapaz indiano que busca encontrar a fé. Sua procura o leva por caminhos curiosos e fascinantes, e revelar mais que isso estragaria as surpresas do filme, que é inspirado no livro The Life of Pi, de Yann Martel, autor que foi acusado de plagiar o escritor brasileiro Moacyr Scliar. Polêmicas à parte, As Aventuras de Pi possui uma trama envolvente, fotografia impecável e um tom épico cativante.

Compramos um Zoológico, de Cameron Crowe O diretor Cameron Crowe adora contar histórias de recomeços. Em Compramos um Zoológico, a proposta não é diferente. O protagonista da trama é Benjamin Mee, um homem que se muda com a família para uma casa anexa a um zoológico após um revés familiar. Os parentes passam por um momento instável, e reerguer o zoo, que também enfrenta maus momentos, torna-se uma tarefa de todos. Para reabri-lo ao público, a família Mee terá que se unir como nunca e provar que consegue dar conta do recado. Com um elenco de astros – como Matt Damon, Scarlett Johansson e a atriz mirim Elle Fanning –, Compramos um Zoológico é repleto de calor humano e ótimo para todas as idades.

O Grande Milagre, de Ken Kwapis Baseado em uma história real, O Grande Milagre mostra como uma simples ação pode mobilizar muito mais pessoas do que se imagina. No filme, um repórter se depara com uma família de baleias presa embaixo de uma formação de gelo, em um lugarejo próximo ao Círculo Ártico. Indignado com a apatia da população, que não se importa com o fato, ele contata sua ex-namorada, uma ativista do Greenpeace, para contornar a situação. O apelo do casal chama a atenção de todos e aí... só assistindo para saber! Estrelado por Drew Barrymore e John Krasinski, O Grande Milagre passou pelos cinemas sem muito alarde, mas vale ser conferido em DVD.

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