Revista NE Supermercados fevereiro/março 2017

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Revista

SUPERMERCADOS ANO XII Nº75 FEVEREIRO/MARÇO 2017

autoserviço . atacado . distribuição

A TECNOLOGIA INVADE O SUPERMERCADO Serviços aliados a aplicativos facilitam a vida de vendedores e empresários




EDITORIAL Carlos Cavendish Diretor Editorial

Seguindo em frente aos supermercadistas ações que visem o fortalecimento do setor e impulsionar o consumo nas gondolas das lojas. Trazemos também uma importante orientação de como manter o lado empreendedor sem mistura com a vida particular, ou seja, saber fazer contas, pagar impostos etc. Atitudes simples que são decisivas no processo de crescimento da organização. Aquela velha lição: menos é mais. Seguiremos sempre em frente, com projeto editorial moderno e conteúdo variado e cheio de novidades, tornando a revista mais atrativa e voltada para assuntos do interesses dos nossos leitores.

Com grande euforia começamos o trabalho da revista NE Supermercados neste 2017 onde todos esperam a recuperação gradativa da economia do país. Nesta primeira edição vamos mostrar os preparativos para a páscoa e a maratona para aumentar as vendas através de ações marketing. A semana santa em abril é um ponto positivo, por ser uma data distante das despesas iniciais de todo ano como pagamento de impostos, despesas com matriculas, material escolar, etc. Vamos mostrar também os preparativos iniciais das entidades de supermercados, ASPA, APES, ASPB e ASA-AL para realizar suas feiras de negócios e com isso continuar a oferecer

Boa leitura!

EDIÇÃO Fevereiro/Março 2017 06 Vitrine 08 Caderno ASPA 12 Caderno ASA-AL 14 Caderno APES 15 Caderno ASPB 18 CASOS DE SUCESSO - João Cassimiro 22 CAPA - B2B O novo mercado online 24 Uma palestra motivacional não faz milagres 26 LEIS E TRIBUTOS - A importância do preposto nas causas trabalhistas

28 A capacidade de se antevê a morte da empresa 30 A desconsideração da personalidade jurídica e sua aplicação no âmbito empresarial 32 ENTREVISTA - José Alexandre - VERDÃO 36 Satisfação do cliente sim! 38 Chocolates, um doce refresco para o primeiro semestre de 2017 40 RH - Como lidar com um funcionário reclamão? 42 MERCADO EXPRESSO - balanço 2016/2017

expediente Distribuição: Alagoas, Paraíba e Pernambuco

04 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017



VITRINE Novidades da indústria Vita Cookies Repletos de gotas de chocolate e com embalagens de 40 e 60 gramas, os novos Vita Cookies chegam ao mercado nos sabores baunilha e chocolate, oferecendo aos seus consumidores novas opções, ampliando assim seu por ólio de produtos. Essa linha da Vitarella apresenta uma categoria diferenciada de biscoito, com alta qualidade e preço compe vo.

Camponesa Cereais É uma bebida pronta, com leite em sua formulação e enriquecida com vitaminas e minerais. Está disponível mercado em dois sabores: Banana e Mamão, em embalagem Tetra Pak 190 ml. A iden dade visual do produto reforça a conexão da marca com o público infan l, usando como mascote um macaco, que ilustra toda a comunicação da linha Camponesa Cereais.

Bolinho de Arroz A Josapar lançou o Bolinho de Arroz Tio João, em três opções de sabores: Tradicional, Charque e Queijo. o lançamento visa relacionar o produto como uma opção nos momentos de lazer.

Suco de uva integral Casa de Vinhas é a linha de sucos da Palmeiron. São sucos de uva integrais e 100% naturais, que oferecem sabor diferenciado, e também bene cios para a saúde do consumidor.

Aplicativo São Braz Coffee Shop O São Braz Coffee Shop lançou o primeiro aplica vo de rede de cafeterias do Brasil. O app que abrange as franquias de todo o Nordeste foi idealizado numa parceria entre a Aporte e a Mobiclub, desenvolvedora da ferramenta mobile. A ação envolve um programa mobile para Android e iOS, o primeiro voltado para cafeterias no Brasil, que permite aos usuários da marca fazer avaliações, como também par cipar de promoções e do clube de fidelidade. 06 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017


Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017 04


ASPA

Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores

Por Carlos Enrique, Assessor de Imprensa da ASPA

Aspa promove

Encontro

de Multiplicadores

Realizado anualmente, evento visa disseminar conceitos e aglutinar ideias e experiências dos atacadistas distribuidores para o desenvolvimento e execução de programas de capacitação voltados ao varejo independente, reunindo em uma palestra motivacional diretores, gerentes, supervisores e líderes da área comercial do setor

Sorte é um substantivo que pode significar destino ou um acontecimento casual, que pode ser bom ou mau. Daí o termo má sorte. Já a expressão atitude, por outro lado, denota a concretização de uma intenção ou propósito. Na vida profissional, pessoas de sucesso definem sorte como o momento em que a oportunidade encontra a preparação. “A escalada do crescimento profissional está atrelada à percepção da oportunidade”, enfatizou a consultora Gabriela Câmara, durante palestra no Encontro de Multiplicadores 2017, realizado no dia 11 de fevereiro, no auditório da Aspa. Com exibição de vídeos motivacionais e muita dinâmica de grupo, a palestrante ressaltou que o desenvolvimento da percepção da o p o r t u n i d a d e co m e ç a co m o realinhamento da postura no trabalho, onde o profissional precisa manter-ser atualizado e com espírito de equipe, praticando valores como proatividade, persistência e dedicação, além de desenvolver suas próprias competências e habilidades. “A busca pelo conhecimento é fundamental, assim como tirar lições dos seus erros e acertos”, completou Gabriela Câmara. Para uma plateia formada principalmente por profissionais líderes na área comercial do atacado distribuidor de Pernambuco, a consultora explicou que o ciclo de vendas une o tempo investido, a energia utilizada e o talento. “Cada um de nós temos um tempo específico para executar determinadas tarefas. Algumas pessoas fazem em poucas horas enquanto outras levam mais tempo para concluir a mesma atividade. O mais importante, contudo, é que o resultado final seja satisfatório. E o líder precisa compreender isso”.

08 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

Gabriela Câmara salientou que os níveis de organização também variam de pessoa para pessoa, mas que planejamento é fundamental. Para fundamentar seu raciocínio, a consultora citou uma frase do empreendedor Thomas Edison: “Boa sorte é o que acontece quando a oportunidade encontra o planejamento”. Outro ponto destacado pela palestrante referiu-se à definição de objetivos. “Busque clareza do que deseja e lembre-se que os objetivos são seus e é você quem deve conduzir sua carreira”, ensinou. A consultora também alertou para a necessidade de o profissional não perder o foco, pois, caso contrário, a tendência é mudar de objetivo e criar um novo plano, situação que pode se repetir outras vezes de modo sequencial e o risco, neste caso, é o de ficar com a sensação de que nada dá certo. “É preciso ter a consciência de que quanto maior e desafiador for o objetivo, mas obstáculos virão, entretanto, o foco e a perseverança devem ser mantidos”. Para Gabriela Câmara, alcançar o sucesso depende de fatores como colocar em prática o potencial que todo profissional tem, desenvolver habilidades e buscar soluções adequadas para os desafios que surgem no ambiente de trabalho, acreditar em si e cultivar o otimismo. “A próxima fronteira pode não estar à sua frente, mas dentro de você. Por isso, mantenha-se motivado, controle a sua mente e os seus pensamentos, seja apaixonado pelo seu trabalho e esteja preparado para as adversidades que podem acontecer no caminho. Além disso, valorize suas conquistas e saiba que ter clareza da direção a ser seguida potencializa a chance do encontro entre a preparação e a oportunidade. Tudo isso é uma questão de atitude”, concluiu.



ASPA

Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores

Por Carlos Enrique, Assessor de Imprensa da ASPA

Aspa

recebe juiz federal para palestra sobre

Direito do Trabalho

A Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa) recebeu no mês de fevereiro o juiz federal do Trabalho, Marlos Augusto Melek, do TRT da 9ª Região, para uma palestra sobre como minimizar o impacto do risco trabalhista nos negócios. O magistrado deu dicas importantes sobre o entendimento da legislação, que considera retrógrada e complexa e que termina causando insegurança jurídica aos empregadores. “A legislação trabalhista brasileira deveria abrir as portas para o empreendedorismo. Mas, na verdade, é uma ameaça camuflada para o inves dor”, disse ele. Melek é autor do livro “Trabalhista! E agora? Onde as empresas mais erram”, obra voltada especialmente para orientar a classe empresarial a fim de reduzir condenações na Jus ça do Trabalho para os empregadores. O livro está entre os cinco mais vendidos no Brasil na área de administração e negócios e nele o juiz propõe – numa linguagem clara e sem “juridiquês” – ajudar não só o empresário, mas também o trabalhador, a entender melhor tudo o que envolve a Jus ça Trabalhista. “Além de uma leitura com obje vo de prevenção de riscos, o livro também tem diversos modelos e exemplos para permanente consulta, sem citar sequer uma lei, ar go ou súmula”, afirmou Melek. A obra contém mais de 30 capítulos, cada um com temas relevantes do dia a dia do Direito do Trabalho vivo nas empresas e nas salas de audiência do Poder Judiciário. “São situações comuns, que geram dúvidas e também reclamações, e que se somam às inúmeras causas trabalhistas em andamento na Jus ça brasileira”. Compensação de horas extras, função de confiança e assédio moral são alguns dos temas tratados no livro e que foram levantados na palestra pelo juiz, entre outras questões trabalhistas abordadas, visando orientar os atacadistas distribuidores de Pernambuco. Melek cri cou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista existente no Brasil. “A CLT já tem mais de 70 anos e, mesmo já tendo sofrido diversas mudanças, con nua ultrapassada para o mercado de trabalho atual”. O juiz defende a criação de uma nova lei que considere três grandes princípios: simplificação das normas; liberdade, com menos interferência do estado brasileiro e, por úl mo, segurança jurídica, Vale salientar que Marlos Melek integra um grupo que vai tratar da nova lei trabalhista do Brasil. Segundo o magistrado, a nova legislação – que ele denomina de Estatuto Brasileiro do Trabalho – será mais moderna e deve começar a ser produzida em breve. 10 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

“Esta é a primeira vez que um juiz é convidado a par cipar de um grupo de trabalho convocado pelo Palácio do Planalto. A ideia inicial é a de entregarmos ao presidente Michel Temer uma carta de intenções para a alteração da lei trabalhista do Brasil”, afirmou Melek, que é paranaense e também assumiu recentemente o cargo de juiz auxiliar da presidência do Tribunal Superior do Trabalho, atendendo à convocação do ministro presidente do TST, Ives Gandra Filho. O palestrante ressaltou que a lei trabalhista no país, pelo anacronismo vigente, necessita ser reformada com urgência. “O ar go 72 da CLT fala em da lografia. Pergunte para uma criança se ela sabe o que é da lografia. Ela certamente não sabe, pois hoje as crianças usam tablets e smartphones. Os tempos atuais são outros e precisamos modernizar uma série de aspectos da relação capitaltrabalho. O Brasil necessita de uma nova norma zação e, para isso, contamos com a par cipação e o apoio de empresários e também dos trabalhadores para que possamos promover uma legislação mais serena e equilibrada, que proporcione segurança jurídica e que incen ve o empreendedorismo e a geração de emprego”.



ASA-AL

Associação Alagoana de Supermercados

Por Mirna Lívia

Arapiraca:

Principal cidade do Interior de Alagoas, Arapiraca destaca-se também por ser um elo entre a capital, Maceió as Zonas da Mata e o Sertão. Além disso sua localização favorece tamém o acesso aos Estados de Pernambuco, Bahia e Sergipe.

a Capital do Agreste Alagoano Arapiraca é a principal cidade do interior do Estado de Alagoas. Pertencente à Mesorregião do Agreste Alagoano, localiza-se a oeste da capital do Estado, distando desta cerca de 123 km, situa-se numa ampla planície, ficando a 265 metros de altitude, com uma população de 281.140 habitantes (dados de 2011). O clima é considerado um dos mais saudáveis do Estado. Arapiraca destaca-se ainda como importante centro comercial da região agreste localizando-se no centro geográfico do estado de Alagoas. A área de influência direta do município atinge uma população de aproximadamente meio milhão de habitantes. Segundo o site da prefeitura de Arapiraca uma matéria publicada na Revista Veja destaca que Arapiraca é uma das 22 metrópoles do futuro. A reportagem destaca ainda o crescimento alcançado pelo município nos últimos anos, a exemplo de diversos aspectos do desenvolvimento econômico e social. Além disso, a cidade é o décimo município mais dinâmico do país e o segundo que mais cresce no Nordeste.

Arapiraca (foto Crédito: Prefeitura de Arapiraca).

Feira e exposição de

supermercados: versão agreste

Reconhecidamente a cidade que nos últimos anos mais tem gerado emprego e renda para Alagoas, a cidade de Arapiraca sempre esteve em pauta na Associação dos Supermercados de Alagoas, principalmente quando o assunto era a realização da FESUPER. Mais do que um objetivo era um sonho estar em uma região estratégica para indústrias e distribuidores e em consequência todo o setor supermercadista. Com a chegada de novos empreendimentos à cidade, que possibilitam a realização da 17ª FEIRA E EXPOSIÇÃO ALAGOANA DE SUPERMERCADOS, em 2017 a FESUPER aporta na capital do Agreste Alagoano, Arapiraca. Um novo projeto, um novo local: Levinos Hall – Espaço de Eventos (foto 2 Levinos Hall – Arapiraca)) De 19 a 21 de setembro de 2017 o LEVINOS HALL será o palco para a 17ª FESUPER. Local sofisticado, ambiente climatizado e com amplos espaços para a instalação dos Estandes, será o Palco da FESUPER 2017 em Arapiraca, com uma infraestrutura moderna e super operacional, atendendo a todos os anseios de expositores e visitantes. 12 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

Levinos Hall, Arapiraca

“CONQUISTANDO NOVOS MERCADOS” A melhor forma de conquistar novos mercados, do Agreste ao Sertão, do Litoral aos Estados circunvizinhos, em um evento preparado especialmente para proporcionar as melhores oportunidades é fazer a adesão à Feira e Exposição Alagoana de S u p e r m e r c a d o s : D i s t r i b u i d o r e s , I n d ú s t r i a , Pa n i fi c a ç ã o, Equipamentos e Serviços - FESUPER 2017. PARTICIPE! Acredite na força do mercado alagoano: Oferecemos diversas formas de investimentos: estandes em vários formatos e tamanhos e cotas de patrocínios. Público – além dos supermercados de pequeno, médio e grande porte, os expositores da FESUPER alcançam ainda Restaurantes, Bares, Hotéis, Pousadas, Padarias, Lojas de Conveniência, drogarias.

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APES

Associação Pernambucana de Supermercados

Por Mônica Siqueira

Apes e órgãos de fiscalização fazem palestra de orientação A APES em parceria com diversos órgãos de fiscalização realizaram mais uma roda de palestra educativas para os supermercadistas esclarecerem dúvidas, trocar ideias, receber informações e alinhar procedimentos. O evento aconteceu no auditório da Aspa com a presença de executivos de supermercados, gerentes, responsáveis técnicos, supervisores da área e colaboradores operacionais. Os órgãos presentes foram Procon-PE, Adagro, Visa-Recife e IPEM. O presidente da Apes, Edivaldo Guilherme dos Santos falou da importância deste tipo de evento que muito contribui para que os supermercadistas possam melhor desempenhar suas atividades no dia a dia. Ele disse que achava oportuno fazer este mesmo tipo de ação nos demais municípios do estado, como Caruaru e Petrolina. “Sugiro que se construa uma agenda técnica, reunindo as entidades e o segmento para fazer uma padronização dos procedimentos de fiscalização”, mencionou. O representante do Procon-PE, Elísio Paes Barreto destacou a questão da sinalização para os produtos com data de vencimento prestes a vencer. A parte da Vigilância Sanitária ficou com Cristiane André Gomes abordou a legislação e depois fez um apelo para o trabalho em conjunto visando o bem-estar do consumidor. Pelo Ipem esteve o chefe de gabinete, Mauricio Domingues que chamou a atenção sobre a importância da medição correta dos produtos. A comercialização da carne foi exposta pelos fiscais Glenda Holanda e Flávio Silva. Apas 2017 A Apes está preparando mais uma vez a comitiva para participar da Apas Show 2017- 3º Congresso de Gestão e Feira Internacional em Supermercados que vai acontecer em São Paulo nos dias 02 a 05 de maio. Os interessados devem procurar a secretaria da Apes, pois indo por esta comitiva no empresário de supermercado fica desobrigado de pagar a taxa para participar da feira. Mudanças na Legislação Trabalhista Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 6787/2016, do Poder Executivo, que estabelece a prevalência de acordos e convenções coletivas entre entidades de empregados e patronais. A proposta faz parte das mudanças na legislação trabalhistas anunciadas pelo governo de Michel Temer em 22 de dezembro de 2016. Nos instrumentos coletivos de trabalho, prevalecerão os seguintes pontos: Parcelamento das férias anuais em até 3 vezes, 14 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

Pacto sobre cumprimento da jornada de trabalho, limitada a 220 horas mensais; Participação em lucros e resultados da empresa; Contagem do tempo até o local de trabalho em condução fornecida pelo empregador; Intervalo de trabalho, com limite mínimo de 30 minutos; Acordo Coletivo de Trabalho continua valendo, mesmo depois do fim de sua vigência, e só pode ser alterado por outro instrumento coletivo de trabalho; Adesão ao Programa de Segurodesemprego(PSE); Plano de Cargos e Salários; Regulamento empresarial; Trabalho remoto; Remuneração por produtividade e Registro de jornada de trabalho. Por outro lado, através do Projeto de Lei – PSL nº21/2016, o senador Ricardo Ferraço, apresentou proposta de alteração da Consolidação das Leis do Trabalho, instituindo o contrato intermitente, onde o empregador deverá remunerar o empregado com o valor proporcional as das horas trabalhadas, ou seja, do tempo efetivamente laborado ou que o empregado esticar à disposição do empregador. Essa proposta foi baseada nos estudos técnicos feitos elo saudoso jurista Amauri Mascaro do Nascimento, utilizando-se do direito comparado italiano e português. São os chamado contratos atípicos. Recentemente, o Ministério Público do Trabalho, apresentou estudos eitos por 12 procuradores do trabalho, afirmando que essas propostas do Executivo violam princípio constitucionais e convenções internacionais firmadas pelo Brasil, e pedem a rejeição por completo desses projetos. Além de gerarem insegurança jurídica, têm impacto negativo na geração de empregos e fragilizam o mercado interno. Diante deste cenário, o Ministério Público do Trabalho firmou com 28 entidades, envolvendo Centrais Sindicais e Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho, documento intitulado “Carta em defesa dos direitos socais”. O texto diz que “ é da maior importância que as propostas não tramitem sem que seja promovido um grande e profundo debate com toda a sociedade. Também foi definida a criação do Fórum de Defesa do Direito do Trabalho. Os procuradores do trabalho, admitem que a proposta do Executivo, provoca um desequilíbrio nas relações do trabalho, pois, impõe a prevalência do negociado sobre o legislado, bem como a terceirização da atividade-fim, por meio do contrato intermitente ou atípico. Entendemos, assim como acontece em outros países do primeiro mundo, que precisamos flexibilizar os procedimentos no âmbito da Justiça do Trabalho, permitindo e priorizando a mediação e arbitragem, obtendo, assim, maior celeridade dos processos trabalhistas, além de que as Entidades patronais e de empregados, possam, livremente, pactuarem condições próprias nos instrumentos coletivos de trabalho. José Almeida de Queiroz, Ass. jurídico da Apes





CASOS DE SUCESSO JoĂŁo Cassimiro Texto: Antonio Gomes

Fotos: Antonio Gomes/NeSupermercados

A falta de perspectiva pode de uma forma afetar as pessoas fazendo com que elas nĂŁo avancem muito nas suas vidas, mas saber reconhecer uma oportunidade poder ser a chance de mudar tudo.

18 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017


hoje empresário, João Cassimiro teve essa chance em 1972, aos 17 anos. Antes disso vivia uma vida comum em Limoeiro sustentando-se da agricultura e pecuária, ajudando o pai na roça e cuidando do gado. Foi então que seu primo chamou para vir à Olinda ajuda-lo numa mercearia. Aos poucos ao longo dos três primeiros anos, Cassimiro foi gostando de negociar e decidiu acreditar nos negócios abrindo sua própria mercearia. Conseguiu um sócio, e entrou em contato com alguns fornecedores dos quais tinha conhecimento ao longo dos três anos como funcionário da mercearia. Vendo que tinha habilidade com os negócios, se obrigava a cada ano ser melhor que o anterior, não por ambição, mas como realização pessoal. Assim que a sociedade se desfez, Cassimiro alcançou novos horizontes e fez da mercearia um mercadinho. Os sucessivos planos econômicos insistiam em fazer com que ele desistisse de continuar no mundo dos supermercados, mas a realização pessoal falou mais alto.

Ao longo desse tempo, seus mercados mudaram algumas vezes de nomes, como é comum aos negócios quando tentam se adequar ao ambiente. Começou como mercadinho Bom Jesus, que em seguida seria o atual PoupeBem, e a outra unidade, em Ouro preto, primeiramente tendo o nome de Mercadinho Libanês, devido ao antigo proprietário, de origem libanesa. Depois de uma reforma, e também para que o impacto da mudança não fosse tão forte na vizinhança mudou o nome para CompreMais. O grupo conta mais outras duas unidades na cidade de Paulista-PE. Antes no centro da cidade como Mercadinho JC, mudou-se para Maranguape I, com o nome para Pare e Compre, e a outra unidade Confiança pertencia ao seu irmão, mas como acabou não dando muito certo, ele incorporou aos seus negócios mantendo o mesmo nome e local, também em Maranguape I. Público alvo As quatro lojas não fazem distinção de público. Todas atendem ao mesmo perfil, preço e atendimento. Tal característica é confirmada por quem frequenta as lojas

como a freguesa Albanita Mendes. “Compro pelo preço que é muito bom, além do tratamento dos funcionários.” “Já vem da minha mãe passou para mim. Desde o libanês, é tradição de comprar mais barato, até mesmo por indicação dos vizinhos. Além disso, funcionários são bem descontraídos, não tem mal tempo na loja, ” ressaltou Ladjane Maria, outra cliente entrevistada pela revista. Qualicação nas adversidades Durante a entrevista com nossa equipe, um dos pontos sempre reforçados pelo empresário foi a confiança que adquiriu entre os clientes, funcionários e fornecedores. Tratando sempre de honrar os compromissos com todos. Também reconheceu o quanto bons funcionários foram essenciais para que o mercado fosse bem-sucedido. “Não se faz nada sozinho nesta vida.” Pontuou. “Antes fazia tudo sozinho, dirigia, carregava pacotes, gerenciava, tem uma hora que temos que saber delegar tarefas.” Finalizou. Na empresa, eles transmitem os conhecimentos dos funcionários mais experientes para os iniciantes em reuniões, além da própria experiência dele. Ligação cultural Sendo Olinda uma cidade que transpira cultura, as empresas têm quase como obrigação ajudar na preservação do patrimônio da cidade que é seu carnaval. João Cassimiro lamenta hoje não mais poder continuar ajudando, mas sempre ressalta o apoio que fazia aos blocos e troças da cidade. “Hoje o empresário tem carga muito alta de impostos, o que acabou por nos fazer focar na manutenção das nossas lojas, infelizmente,” lamentou. Perspectivas Na avaliação do empresário, 2006 não foi um ano tão amargo como pareceu para o setor supermercadista, mas comparando o primeiro Mês de 2017 com o de 2016, não está muito esperançoso na recuperação da economia. Para ele é algo que não dá para prever agora, é muito cedo para avaliar. Por ser uma empresa familiar, contando com os irmãos Heleno e Joaquim, e a esposa Maria das Graças, João não pretende ir além das quatro lojas que o grupo tem hoje. Outro agravante foi a chegada dos atacarejos, que prejudicou o planejamento ao tirar um bom público, não só de suas lojas, mas de um modo geral. Para quem saiu da roça sem perspectiva alguma de se tornar o empresário supermercadista que é hoje, João Cassimiro é mais um caso de sucesso registrado pela equipe da revista NeSupermercados.

Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017 19




O

CAPA

Tecnologia

Texto: Antonio Gomes

B2B m um mundo cada vez mais conectado não só os consumidores são atingidos pela tecnologia, mas já faz algum tempo que os escritórios dos supermercados estão borbulhando com o BI (Business Intelligence). A economia de tempo e a agilidade de buscar informações ao alcance até mesmo da tela do celular, e tudo em tempo real, já são mais que motivos para que os empresários não possam ignorar que a tecnologia invadiu suas empresas, e para melhor. Agora quem desponta neste setor é B2B. O conceito da sigla é simples como informa o ecommerce News. B2B é a sigla utilizada no comércio eletrônico para definir transações comerciais entre empresas. Em outras palavras, é um ambiente (Plataforma de E-Commerce) onde uma empresa (indústria, distribuidor, importador ou revenda) comercializa seus produtos para outras empresas. A natureza dessa operação pode ser revenda, transformação ou consumo. Diferente do B2C (Business to Commerce) que é a sigla que define a transação comercial entre empresa (indústria, distribuidor ou revenda) e consumidor final, o B2B online é mais um aperfeiçoamento que traz resultados concretos no tempo e volume de negociações no mercado Nordestino. Dentro deste contexto, o portal de compras e cotação 22 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

Novo M OnLine

online, Club da cotação, vem ganhando notoriedade entre seus associados. O portal oferece uma interação online entre compradores e fornecedores, proporcionando mútuos benefícios. Atualmente o portal registra mais de 2500 usuários, movimentando mais de 4 milhões por mês. Com sede em Pernambuco e com revendas em atuação nos estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, o Club da Cotação conta com mais de 20.000 acessos por mês. Segundo Vicente Netto, sócio e diretor da empresa, o sucesso se deve não só às facilidades do produto, mas também a uma tendência clara das relações ente as empresas. “Estamos acompanhando a tendência do mercado e disponibilizando nossa ferramenta através de aplicativos. Não basta ser fácil, precisa ser prático. Compradores e vendedores precisam cada vez mais de tempo e é isto que temos proporcionado” ressaltou Vicente. De mercadinhos a supermercados, passando por Padarias, Lanchonetes, Delicatessem e Fast Foods, o B2B vai conquistando empresários, e principalmente vendedores que vêem seu trabalho otimizado pela celeridade do processo e total transparência.

Tenho registro de todos os processos, com histórico, o que gera mais conabilidade e rapidez, proporcionando uma melhor Gestão Comercial. Lucicleyde Clemente, proprietária do Supermercado Econômico


ercado "Após me associar ao Club da cotação através do Módulo Cotação Corporativa pude centralizar todas as minhas cotações. Tenho registro de todos os processos, com histórico, o que gera mais confiabilidade e rapidez, proporcionando uma melhor Gestão Comercial" relatou Lucicleyde Clemente, proprietária das seis lojas do Supermercado Econômico, em Recife. Transparência Outro fator relevante das negociações deste modelo é ser transparente em todas as fases do processo. Contando com cotação mono e multi-lojas, o sistema guarda o histórico completo de toda a negociação com registro das etapas, indicadores de performance, tanto pra quem compra quanto pra quem vende, além de interface com seu Sistema de Retaguarda a fim de disponibilizar o Pedido para conferência do recebimento. “O Portal do sistema vinculado ao Club da Cotação está operacionalmente estruturado em módulos, os quais estão interrelacionados e articulados de modo a permitir a realização das operações propostas com transparência, praticidade, rapidez e segurança das informações que são ali processadas.” Cerca de 47% dos executivos entrevistados na pesquisa da Forrester disseram que seus clientes que migraram para o ecommerce B2B têm mais potencial de fazer novas compras e 38% disseram ter mais chances de se tornarem clientes de longo prazo, além dos clientes que migraram para o online são mais aptos a comprar novos produtos.

Economia O B2BOL consegue atingir um universo maior de clientes, chegando instantaneamente a distancias geográficas que maiores e em menos tempo que de forma presencial. Isso permite atender clientes de grande porte ao pequeno empresário. Assim abarcando mais clientes e fidelizando-os, como também diminuindo custos com viagens. A plataforma não visa eliminar a visita, mas dará mais eficiência com visitas pontuais, mais focadas. O empresário João Cassimiro, dono de quatro lojas observou que sua equipe de vendas apresentou mais eficiência após entrar para o B2B OnLine. " Entrei no sistema e passei a cotar os preços com mais vendedores, de forma rápida, pratica, segura, transparente e com histórico que me ajuda a negociar com os fornecedores," disse Cassimiro. Outro fator é a diminuição do gasto com materiais impressos, pois os mesmos estão dispostos no portal com foto e descrição, permitindo à empresa poder divulgar seus produtos de uma forma muito mais eficiente. A redução de custos também pode ser sentida dispensa da compra e licenciamento de softwares específicos para a empresa, com a plataforma totalmente online, elimina-se essa necessidade.

Entrei no sistema e passei a cotar os preços com mais vendedores, de forma rápida, pratica, segura, transparente e com histórico que me ajuda a negociar com os fornecedores"

Infográco

Brasil

6,70Tri

1,69 Tri Previsão da Frost & Sullivan do índice Business-to-Business online (B2BOL), que mede as transações comerciais entre empresas.

(60%)

Sudeste e Norte

Crise não impediu o crescimento do mercado B2B em 2016

2016 2020

João Cassemiro, proprietário de quatro lojas na RMR norte

Centro-Oeste

Sul

(62%)

(60%)

(59%) Nordeste

6,5 milhões de empresas em 2015 entraram para o B2B online Fonte: Empesômetro e o Sebrae-SP

(55%)

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostrou que o comércio eletrônico B2B no Brasil em 2012, segundo o levantamento, 60% das empresas nacionais comprou virtualmente. A pesquisa revela onde o comércio eletrônico B2B tem maior penetração entre as regiões.

Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017 23


UMA

PALESTRA

Por Eugênia Miranda

MOTIVACIONAL NÃO FAZ MILAGRES

comum a utilização de encontros motivacionais em empresas, com objetivos de aumentar as vendas, melhorar os resultados financeiros e fortalecer as equipes. Uma vez aplicados, já é possível sentir melhorias a curto prazo. Porém, no momento em que o estímulo à motivação não é bem gerenciado, esses resultados desaparecerão e se tornarão inexistentes. Eu acredito na didática motivacional, inclusive à pratico. Mas a motivação sem um suporte estratégico perde a sua força. O investimento é importante e necessário, no entanto, uma única palestra não é capaz de transformar o comportamento de uma vida. A motivação temporária pode até despertar no indivíduo a necessidade de mudar e rever comportamentos que estejam sabotando o seu desempenho. Contudo, aprimorar o seu jeito de pensar e processar as informações e estímulos externos exige técnica profissional e, acima de tudo, tempo. Efetivas melhorias no desempenho pessoal ou profissional só ocorrem se novas estratégias de execução e aperfeiçoamento de atividades do cotidiano cheguem ao consciente de cada indivíduo. Esse processo é conhecido como recondicionamento de práticas, onde é trabalhada a ressignificação e o reposicionamento do poder pessoal e coletivo nas pessoas. Não importa qual o nível, o cargo ou a função do indivíduo dentro do ambiente corporativo, estar motivado deve ser unânime dentre os objetivos a serem alcançados. Palestras, cursos e encontros de conteúdo motivacional funcionam se forem incorporados de forma contínua nas empresas. Quando a motivação é suportada em uma base estrategicamente definida, os resultados deixam de ser efêmeros e passam a ser perenes e efetivos, em curto, médio e longo prazo. Eugenia Miranda Consultora em gestão empresarial, adequação de processos e inovação. Palestrante motivacional e na qualificação de equipes de vendas e atendimento ao cliente. Autora do livro SIMPLES MENTE: Mude sua mentalidade, e sua vida.

24 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017



LEIS E TRIBUTOS

Causas trabalhistas

Por Dayse Tavares C. Moraes

A importância do preposto

nas causas trabalhistas:

é melhor prevenir do que indenizar

O papel fundamental do preposto reside em dois

dispositivos da Consolidação das Leis Trabalhistas:

empresa, sendo pessoa jurídica, necessita se fazer representar nas mais diversas situações empresarias, seja para firmar contratos, atender clientes ou comparecer aos foros e tribunais, fazendo isso, na maioria das vezes, através de seus sócios ou prepostos. Nas questões judiciais, quem representa a empresa deverá ter pleno conhecimento dos fatos que serão discutidos no processo, e seu depoimento se dará sob pena de confissão. Quando não é possível a presença do sócio naquele ato processual, a empresa precisa indicar um preposto para representá-la. Contudo, essa nomeação se faz, por vezes, de forma precipitada, sem a verdadeira percepção da importância desta escolha para o sucesso judicial da empresa, em especial, nas causas que tramitam perante a Justiça do Trabalho. Isso ocorre porque, quando o preposto se pronuncia de maneira equivocada em relação a um determinado aspecto da ação, pode levar o processo a um desfecho desfavorável a empresa, que resulte em perda patrimonial. O Tribunal Superior do Trabalho, já pacificou seu entendimento

através da Súmula nº 377, onde determina que “PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO (nova redação) - Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05 .05.2008 Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.” Importante destacar que os profissionais escolhidos para esse papel, deverão ter um mínimo de conhecimento acerca do processo trabalhista, da estrutura operacional da empresa, das 26 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

suas formas de remuneração, jornada, condições de trabalho, além dos termos e condições do contrato sub judice, posto que tanto os compromissos que serão assumidos com o seu depoimento quanto o seu comportamento no transcorrer da audiência vincularão a empresa, que será obrigada a cumpri-los. Sendo assim, é fundamental manter postura adequada para o momento judicial, sendo que para isso a escolha deste representante deverá recair sobre pessoas que tenham o temperamento adequado para a situação de audiência, além do conhecimento citado e da confiança da direção. Ressalte-se que o necessário “conhecimento dos fatos” decorrerá tanto das informações obtidas dos sócios, gerentes e superiores hierárquicos, quanto de relatórios e documentos oriundos dos arquivos da empresa. O preposto não precisa ter participado diretamente ou estado presente no acontecimento que vai relatar, já que não é testemunha, contudo jamais deverá responder às perguntas do juiz com: não vi, não estava presente quando o fato ocorreu, não sei, não lembro, não é da minha época, acho que sim, acho que não, talvez, etc., pois tais expressões revelam desconhecimento dos fatos e, dependendo do contexto, poderão acarretar na confissão, vez que ele estaria confirmando/admitindo a verdade de um fato, contrário ao interesse do seu empregador e favorável ao do adversário. Como a confissão torna um determinado fato incontroverso, a partir daí o juiz poderá, inclusive, dispensar as demais provas (testemunhais e perícias, por exemplo). Alguns empresários acreditam que basta o preposto ser um profissional de RH ou do departamento pessoal para estar capacitado para representar a empresa, sem levar em consideração as responsabilidades e atribuições daquela posição no processo judicial, nem tampouco as características pessoais daquele indivíduo, carecendo muitas vezes da percepção das consequências do posicionamento do preposto no processo trabalhista. Esse entendimento necessita ser revisto, posto que sendo obrigada a assumir as obrigações decorrentes dos atos e posicionamentos adotados durante a audiência, a empresa precisa escolher um preposto que de fato preencha os requisitos legais e pessoais acima indicados, além de investir em treinamento e capacitação desses profissionais, para que possam desempenhar seu papel com conhecimento, segurança e cooperação. Advogada, Pós-Graduada pela UFPE; Professora Universitária nas áreas de Direito Público, Direito Administrativo e Direito do Trabalho; Assessora Jurídica do 17º Ofício da Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª Região - PRT/6ª Região; Assessora Chefe da Assessoria Jurídica do Ministério Público do Trabalho Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª Região por 12 anos (2003/2015); Autora de artigos em revistas especializadas



Por Cavalcanti de Albuquerque Filho

A CAPACIDADE DE SE ANTEVÊ A MORTE

DA EMPRESA iz o ditado que “quem morre de véspera é peru”. E esse ditado popular está bem em voga e também se aplica quando se trata do futuro das empresas. As empresas que possuem contabilidade organizada, sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes empresas, têm efetivamente a capacidade de antevê problemas que possam surgir futuramente e que venham ocasionar o encerramento de sua atividade. Não pelo fato de possuírem contabilidade organizada, mas em virtude de um instrumento que elas podem se valer e que tem esse poder extraordinário. Trata-se do Orçamento Empresarial. O Orçamento Empresarial nada mais é do que um instrumento de gestão que permite ao empresário ter uma visão de futuro de sua empresa através de projeções financeiras, mediante estudos pormenorizados e aprofundados de seus resultados e de sua capacidade operacional, financeira e econômica. Dá-lhe informações preciosas sobre o comportamento da empresa em seus diversos gastos e receitas, fornecendo-lhe dados que se bem administrados, vêm propiciar uma continuidade da empresa no tempo, com resultados satisfatórios, mesmo em épocas de crise como a que vivemos atualmente. Como é sabido, a empresa que possui contabilidade organizada possui todos os registros de gastos e receitas registrados em contas separadas que fazem parte do seu Plano de Contas. E é a partir de cada valor de gasto ou receita se pode analisar e mensurar o co m p o r t a m e n t o d e cada um, quais excessos ocorreram, as carências, os desvios, as incoerências, ou seja, tudo o que foi registrado e ao final tomar-se decisões acerca das inconsistências verificadas. 28 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

UMA VISÃO ADMINISTRATIVO/CONTÁBIL MEDIANTE CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

O Orçamento Empresarial nada mais é do que uma cópia dos registros contábeis dos gastos e receitas prováveis da empresa em determinado período de tempo, onde o previsto e o realizado são confrontados e analisados os desvios. Dá-se como exemplo a compra de insumos para a empresa industrial ou mercadorias para revenda na empresa comercial. Como se sabe, existem inúmeros fornecedores dentro de uma mesma qualidade esperada do produto ou mercadoria. Contudo, há preços diferenciados. Na hipótese da empresa possuir um setor de compras e o funcionário encarregado das compras ganhar comissão dos fornecedores (que naturalmente não é comissão, mas uma forma de corrupção passiva), o valor dessa suposta comissão está incluída no preço contido na Nota Fiscal, é claro. Mas, se a empresa detecta essa prática, elidindo-a, o preço será menor, passando a ganhar em escala quando da venda do produto final (indústria) ou da mercadoria vendida (comércio). Essa situação anômala e muitas outras são descobertas inexoravelmente quando da elaboração do Orçamento Empresarial pela empresa. Um outro problema, quando deveria ser solução, que aflige o Empresário e que é detectado quando da elaboração do Orçamento Empresarial, é a questão tributária. Há facilidade de se elaborar um Planejamento Tributário para a empresa com base em situações reais, já que quando da elaboração do Orçamento Empresarial as questões em geral fluem de forma


natural. Além dos tributos, temos ainda a folha de pagamento, as despesas financeiras, a depreciação contábil, o fluxo de caixa, e tantas outras situações que quando analisadas, podem determinar uma mudança de rumo de uma empresa em sua estrutura financeira e econômica. E quando se analisa o ditado “quem morre de véspera é peru”, tal questão parte das organizações que não possuem qualquer tipo de controle e que, a partir de uma situação de mercado adversa em determinado momento, já se antecipa sua morte sem ao menos se fazer um levantamento amplo próprio quando da elaboração do Orçamento Empresarial. Muitas empresas, por questão de economia, utilizam o Regime de Caixa para o registro de sua movimentação financeira. São aquelas optantes do Lucro Presumido ou do SIMPLES Nacional. Algumas, seus Administradores desconhecem que podem se utilizar do Regime de Competência normalmente, base para elaboração do Orçamento Empresarial. Quem utiliza o Orçamento Empresarial sabe de sua importância para o futuro da empresa. Sabe com a devida antecedência, qual o posicionamento de sua empresa dentro do segmento de mercado que atua e pode fazer confrontação com as demais empresas do mesmo ramo, o que lhe propicia estudar, por exemplo, quais produtos/mercadorias não lhe estão trazendo retorno, ou seja, não estão sendo rentáveis; quais despesas estão sendo realizadas sem necessidade ou excessivas; quais nichos de mercado não estão sendo atacados; enfim, faz uma análise de possibilidades futuras demonstrando oportunidades e ameaças. O Orçamento Empresarial substitui metas e alvos vagos estabelecidos e imprecisos por atividades previamente estudadas e quantificadas, possibilitando evitar desperdícios, otimizando os recursos disponíveis, estabelecendo medidas de ordem preventiva com objetivos estratégicos e faz com que a Administração passe a ter a atenção devida aos efeitos eventuais causados pelo surgimento de novas condições externas. Mas, para que isso ocorra, faz-se necessário que a empresa adote uma postura contábil na utilização do regime de Competência, ou seja, a contabilidade deve ser organizada e

entregue a profissional capaz, responsável e integro, que possa contribuir para o desenvolvimento da empresa através da análise contábil, e não só efetuar os lançamentos contábeis e fechar o período. Deve o profissional contábil revisar o Plano de Contas anualmente, organizar o Orçamento Empresarial com a devida antecedência, elaborar o Planejamento Tributário, manter contato frequente com os setores da organização, efetuar o confronto Previsto x Realizado e elaborar, ao final, Relatório circunstanciado à Administração para a tomada de decisão. Assim, a ferramenta administrativa denominada Orçamento Empresarial é um excelente instrumento de acompanhamento e análise da situação da empresa no tempo, visando especialmente a lucratividade e a permanência da empresa no tempo e no espaço, visando elidir o que diz o ditado popular: “quem morre de véspera é peru”.

Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017 29


PLANEJAMENTO

Jurídico empresarial

A Desconsideração Por Fábio Milhomens e Fabiana Pereira Alves

da Personalidade Jurídica e sua Aplicação no Âmbito

Empresarial

instituto da desconsideração da personalidade jurídica trata-se de uma prática inerente ao direito civil, ao direito do consumidor e ao direito falimentar, que envolve as sociedades empresariais. Consiste na desconsideração da separação existente entre o patrimônio dos sócios de uma empresa, do patrimônio da própria empresa, para fins de efetivo cumprimento de certas obrigações, objetivando evitar a utilização de tal patrimônio de maneira indevida. O uso errôneo do patrimônio empresarial ocorre quando há abuso da personalidade jurídica, ou seja, quando a pessoa jurídica é utilizada para uma atividade diversa da pretendida em sua criação ou quando seus bens confundem-se com os bens particulares das pessoas físicas que formam a sociedade. Na ocorrência de tais hipóteses será aplicada a desconsideração da personalidade jurídica como forma de assegurar que a separação patrimonial, justificada pela personalidade, não seja utilizada indevidamente, tornando-se até mesmo empecilho no ressarcimento de dano causado a terceiro, sem que a desconsideração venha resultar em extinção ou encerramento da pessoa jurídica que continuará a vigorar para todos os outros efeitos. Destaque-se que o instituto da desconsideração ocorrerá por meio de decisão judicial, respeitando o contraditório e ampla defesa processual, podendo, ainda, ser aplicada no processo falimentar e nas execuções de títulos, desde que presentes os requisitos que justifiquem sua aplicação, quais sejam: o abuso da personalidade, abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito, violação dos estatutos ou contrato social, e pela má administração da empresa caracterizada pela falência, insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica. A que se destacar, ainda, a possibilidade da desconsideração inversa prevista no novo Código de Processo Civil que prevê a aplicação da desconsideração a pedido da parte ou do Ministério Público, quando o devedor (pessoa física), se vale da empresa ou da sociedade à qual pertence na tentativa de ocultar bens que, se estivessem em seu nome, seriam passíveis de penhora, configurando uma fraude. 30 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

Sendo assim, vale dizer que o instituto da desconsideração da personalidade jurídica deve ser visto não apenas como medida assecuratória a terceiros, como também a relação empresarial, uma vez que a lei prevê sua aplicação nos casos de abuso de direitos e fraude, que em diversos casos são provenientes da má administração da empresa e do seu patrimônio pelas pessoas físicas que integram a sociedade. Assim, a sociedade empresarial, na figura da pessoa jurídica, não mais poderá ser utilizada como meio de fraude, sendo coibidas as possíveis práticas que coadunem com o abuso da personalidade jurídica inerente de sua relação negocial.



ENTREVISTA

José Alexandre

Por Carlos Cavendish

O poder de aumentar as vendas e fidelizar clientes A seção de Hortifrúti tem participação de 10% nas vendas totais, em média, nos supermercados. Cada vez mais está crescendo a venda de frutas, verduras e legumes nos pequenos e médios supermercados, não só pelos benefícios que proporcionam à saúde dos seus clientes, como também como um grande atrativo, fazendo a diferença. De acordo com essas informações a Revista NE Supermercados entrevista: José Alexandre dos Santos, Diretor comercial da Verdão distribuidora de frutas e verduras.

NE Supermercados: Quais são os benefícios que o supermercado ganha ao trabalhar com uma distribuidora de frutas e Verduras? José Alexandre: os benefícios são inúmeros. A começar pela comodidade de comprar tudo de um único lugar. Por exemplo, trabalhamos com um completo mix de frutas, verduras, legumes e, mais recentemente, atendendo às solicitações de um mercado crescente em saudibilidade, passamos a trabalhar também com um completo mix de produtos funcionais, como castanhas, farinhas naturais e frutas desidratadas; Além disso, a logística pode ser diferenciada de acordo com a necessidade de cada cliente, permitindo assim, menos desperdício e maior rentabilidade; Também, a tranquilidade de transporte e distribuição centralizados é outro benefício. Contudo, é importante buscar empresas com experiência para que essas comodidades sejam efetivas. A Verdão Distribuidora, por exemplo, conta com 22 anos de mercado e grande equipe de vendedores- especialistas em hortifruti. Tudo para garantir o aumento nas vendas e a maior lucratividade para o setor. Para nós, o trabalho só é finalizado com a satisfação do cliente final em consumir produtos de procedência e qualidade.

NE: Como é feita a seleção dos produtos enviados aos supermercados?

José Alexandre, Diretor comercial do Verdão

Alexandre: contamos com profissionais capacitados e modernos equipamentos para selecionar, higienizar e padronizar cada produto que comercializamos. Porém, além de todos os cuidados que temos nestes processos em nossa central, a atenção e responsabilidade começa bem antes, no campo, no cultivo em nossas fazendas ou nas mais de 260 fazendas parceiras espalhadas por todo o Brasil. Em ambos os casos (cultivo próprio e de terceiros), a atenção com cada detalhe do processo é fundamental, partindo da escolha da melhor semente, das melhores práticas de cultivo, da coleta, do transporte e do armazenamento. Consideramos todos fatores preponderantes para garantir que os melhores frutos cheguem às gôndolas dos nossos clientes. Continua pg34

32 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017



ENTREVISTA

José Alexandre

NE: Qual é a sua opinião sobre o dia do hortifruti no supermercado como a terça verde? Alexandre: o dia do Hortifruti já foi, por muito tempo, visto com maus olhos por grande parte dos lojistas. Grandes redes já se renderam, pararam e depois voltaram atrás. Consideramos uma prática saudável ao mercado, seja para o lojista, que vê nesse dia um grande aumento de venda no setor e fora dele, seja para o cliente final, que acaba encontrando uma forma de economizar. Sabemos que todas as ações voltadas para o setor de hortifruti impactam diretamente no resultado de todo o mercado, pois, o cliente que vem comprar as ofertas dificilmente leva apenas os produtos de hortifruti, mas também de outros setores.

NE: Como funciona a logística de uma distribuidora como a sua e como um pequeno varejo no interior de Pernambuco pode fazer uma parceria com a Verdão Distribuidora? Alexandre: Todos os dias recebemos e expedimos mais de 150 toneladas de produtos. Renovamos o nosso estoque diariamente para oferecer aos nossos clientes sempre um produto novo. Prática que orientamos e trabalhamos na casa dos nossos clientes (supermercados, mercados, etc) para que eles possam também oferecer frescor aos seus clientes (consumidores finais), com o máximo de rentabilidade. Atendemos todo o Estado de Pernambuco e parte do sertão do ceará e do litoral alagoano. São mais de 180 clientes/parceiros e temos uma política séria de acompanhamento em cada um deles. Para que possamos fechar uma parceria de fornecimento, basta entrar em contato conosco através do fone: 81 3523 0730/ 81 991183591 ou pelo e-mail verdao@verdaodistribuidora.com.br e agendar uma visita com um dos nossos supervisores de venda.

NE: Existe estratégias para os supermercados incentivarem uma maior comercialização de orgânicos? Alexandre: o que existe hoje é muita procura e pouca oferta. A mídia impulsiona muito esse desejo. É claro que não vamos fazer aqui nenhuma explanação contrária a essa tendência de mercado mas devemos ficar atentos, pois sabemos que o nosso clima é pouco favorável a várias culturas de plantas que, sem o manejo responsável de defensivos, tornam-se inviáveis ao plantio. O Brasil tem um grande déficit no cultivo de orgânico, por isso fica difícil de falar em estratégias de venda, quando deveríamos ainda falar de incentivo ao cultivo. Nós da Verdão Distribuidora, buscando responder a essa demanda de mercado e, considerando os desafios climáticos, lançamo-nos à frente e contamos com a maior fazenda de cultivo de hidropônico do 34 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

Estado, uma forma limpa e sustentável de cultivar hortaliças e outras plantas.

NE: Como a empresa trabalha a questão da perda que afeta direta e negativamente a margem de lucro da loja. Alexandre: sabemos que trabalhar com hortifruti é desafiador devido ser altamente perecível. Por isso, é importante adequar a logística de acordo com a necessidade de cada cliente. Capacitar e focar profissionais para captar os pedidos de acordo com a real necessidade. Essa sensibilidade só é alcançada com o estudo de mercado e, quando transmitida de forma profissional, surte o efeito desejado, que é a adaptação do pedido ao que realmente será comercializado. Com a experiência devida, é possível redimensionar os pedidos, levando em conta fatores como sazonalidade, época do ano, festividades e até modismos, para uma realidade de venda que resultará em lucro e no consumo consciente de alimentos e, melhor, com o mínimo de desperdício.



Satisfação do cliente sim! Por Rafael Peres Lindemeyer

E se compra mais com você,

melhor ainda

uito provavelmente você já comprou em algum lugar por mais de uma vez. Voltou naquele restaurante que já comeu anteriormente e que conhece o cardápio. Retornou a uma loja para comprar uma roupa, pra comprar utensílios para sua casa, para comprar uma nova TV, mesmo tendo outras opções de restaurantes e lojas que também gosta, mas naquele momento da compra escolheu especificamente aquele local novamente. Em outros momentos desbravou novos lugares, lojas, recomendadas por amigos que disseram que valia a pena, por ter visto uma propaganda, por buscar informações que levaram ao interesse sobre o local. São duas situações que do lado da empresa que fornece o serviço, comercializa o produto e que busca o cliente, precisam ser trabalhadas com estratégias de retenção e atração de clientes, estratégias já muito difundidas em marketing de relacionamento. É claro que antes de reter o cliente é necessário atraí-lo, fazer com que ele sinta-se atraído a provar, experimentar e vivenciar uma experiência de compra. Alguns podem dizer que reter é mais fácil, outros não, porém a tarefa de reter, com certeza é cada vez mais difícil. Hoje a concorrência é mais acirrada e muitas variáveis podem fazer com que o cliente não escolha o seu ponto de venda, mas sim o do concorrente. O preço ou a imagem de preço percebida, a localização ou conveniência do PDV, o atendimento, o ambiente... Vamos falar em retenção de clientes especificamente. Diante disto questiono: Satisfação do cliente é suficiente? O que você acha? Dentro dos 20 anos trabalhando com pesquisa, boa parte deles foi do lado do varejo, junto à área de inteligência de mercado. O programa de avaliação de satisfação de clientes que era conduzido pela área de pesquisa em que eu trabalhava trazia alguns questionamentos por parte da área de operações, que é a área que está na ponta, que é responsável por montar a loja, colocar o produto na gôndola, atender o cliente e produzir uma experiência de compra agradável. Por muitas vezes algumas lojas tinham ótimos índices de satisfação, porém baixo índice de faturamento, número menor de clientes, problemas com rentabilidade, entre outras variáveis que colocavam em risco a continuidade da operação da loja. Mas por que isso acontecia se o cliente que passava na loja estava 36 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017

satisfeito? Novamente o tema de competitividade vem à tona. Este mesmo cliente satisfeito acessava outros pontos de venda, dividia seus gastos mensais entre esses locais que costumava frequentar. Por muitas vezes nem estava mais satisfeito com outro ponto de venda, mas por questões de conveniência, por ter acesso a produtos ou mix de produtos que lhe atraia ou por ter um acesso mais fácil, acabava comprando em outros locais que não eram as lojas da rede. Chegamos em um novo momento que vai além da mensuração da satisfação de clientes, que agrega a esta variável o olhar sobre o mercado competitivo, em que além de identificar se o cliente que passa pela experiência de compra está satisfeito, avalia quais os competidores que ele acessa, quanto do seu orçamento ele divide entre diferentes players, quais os drivers impactam na satisfação e qual o impacto destes drivers nessa divisão de gastos. Isto significa que é possível mensurar o impacto da variável na satisfação de clientes e qual o retorno monetário se investirmos em cada uma destas variáveis e o quanto podemos “abocanhar” da concorrência se esse investimento for feito. As duas palavras que resumem esta história são: retenção e otimização. Reter o cliente é um caminho mais curto para otimizar a lucratividade do negócio, por isso é sempre importante pensar em quais são os programas que você desenvolve para as empresas. O que você quer fazer ou qual tipo de programa você desenvolve em sua empresa? Programas estratégicos de mensuração de relacionamento – em que experiências acumuladas dos clientes permitem entender a lealdade, a recomendação e o share of wallet; ou programas táticos transacionais – onde você avalia a experiência atual, mais recente, identifica incidentes críticos, a performance e a satisfação dos clientes e atua rapidamente para minimizar impactos que podem ficar maiores ao médio e longo prazo. Os dois programas são muito importantes e devem estar dentro do seu planejamento, olhe a sua relação com o cliente de forma estratégica, identifique onde você deve se diferenciar da concorrência e atue taticamente, não deixe que um pequeno incidente vire uma bola de neve e haja rapidamente. E então, seu cliente está satisfeito? Tomara que sim, porém não esqueça que o competidor está ali do lado, avalie quais são as principais variáveis que farão você se diferenciar cada vez mais e que permitem otimizar o investimento para trazer mais retorno financeiro para o seu negócio!



OPORTUNIDADES

Chegada da Páscoa

Um doce refresco para o primeiro semestre de

2017

Levando em consideração que o país passa por um momento delicado na economia, e o setor de supermercados, mesmo que de forma tímida, cresceu cerca de 1,58% em 2016, a páscoa pode ser vista como um alento de vender um pouco a mais, além de atrair compra para outros setores. O fator mais importante nesta aposta é a data cair mais longe do começo do ano, consequentemente longe das contas de início de ano.

38 Revista NeSupermercados Fev/Mar 2017


A indústria de chocolates preferiu não arriscar esse ano e seguraram os preços de seus produtos para vislumbrar uma páscoa longe de crise. Até 16 de abril, a projeção é que a data gere cerca de 26 mil empregos temporários. O vice-presidente de chocolate da Abicab (Associação Brasileira das Indústrias de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados), Afonso Champi, afirma que a Páscoa deste ano é vista com muita confiança pela indústria. Segundo Afonso, a indústria se garantiu em dar do mais básico ao mais sofisticado item desta época, variedades que agradem todos os bolsos. A Arcor adotou um aumento de preço na faixa de 5% para os produtos de Páscoa neste ano, valor abaixo da inflação. Este ano a empresa apostou nos licenciamentos, como Moana e os Simpsons. Marcas como Nestlé e Garoto apostam no leiaute diferente para seus produtos, mais quadrados fugindo um pouco do tradicional ovo. O destaque deste ano é uma caixa com o Surpresa, famoso nos anos 80 que vem com um álbum e 10 cards da coleção Dinossauros. Na Lacta, as apostas foram para seus ovos tradicionais como Diamante Negro, Sonho de Valsa, Laka e Oreo, além do lançamento do Bis Oreo. Para as crianças, a Lacta lançou a Caça aos Ovos, e elas podem brincar com a caixa e comer os 14 miniovos.

chocolate para a data, o equivalente a 58 milhões de ovos de Páscoa em todo o País", destacou a Abicab. O volume, entretanto, é menor do que 19,7 mil toneladas fabricadas para a data em 2015. O mercado brasileiro ocupa o quinto lugar no ranking global de chocolate com um consumo per capita anual de 2,5 quilos. "Entre os brasileiros, 63% possuem o hábito de presentear com chocolates nesta data", revelou a Abicab, com base em uma pesquisa encomendada pela entidade ao Ibope. De janeiro a setembro de 2016, o consumo aparente de chocolate no Brasil cresceu 12,2% para 391,8 mil toneladas.

Mercado de chocolates A produção de chocolate começou a apresentar sinais de melhora com os dados preliminares até setembro, segundo a (Abicab). No acumulado de janeiro a setembro de 2016, a produção avançou 13% ante o mesmo período do ano anterior, para 393,4 mil toneladas. O volume de chocolate para a Páscoa de 2017, data mais importante do ano para o segmento de chocolates, ainda está em produção. "No ano passado, foram produzidas 14,3 mil toneladas de

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RH

Funcionários

Como lidar

com um funcionário

reclamão? O perfil é conhecido: a pessoa não cansa de criticar a empresa onde trabalha, encontra mil motivos para não fazer o que é necessário e de quebra ainda influencia quem está ao seu redor, gerando um péssimo clima para trabalhar. É o famoso reclamão.

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Você já deve ter encontrado alguém assim em sua vida profissional. Porém, pior do que ter um reclamão como colega de trabalho é se deparar com esse tipo dentre os funcionários do seu negócio. Uma pessoa com esse perfil pode atrapalhar, e muito, o andamento de uma empresa, especialmente se estamos falando de um negócio pequeno, em que todos se conhecem e dependem do trabalho do outro para caminhar. No entanto, não se desespere. Se você por acaso contratou um reclamão para a sua empresa, existem diversas formas de lidar com a situação – as saídas vão da autoanálise do próprio empreendedor à demissão do funcionário problema. 1 – Avalie se o problema não é você Quando o assunto é um funcionário problema, a solução mais ouvida é “livre-se dele”. Porém, o consultor César Souza, da Escola do Empreendedor, explica que essa não deve ser a primeira saída. “O mais comum é dizer “demite!”. Como se o problema fosse só o empregado. Mas eu indico fazer uma reflexão pra ver se aquela pessoa não está trazendo uma queixa fundamentada”, afirma. Segundo o especialista, é possível que a reclamação aponte para comportamentos pouco saudáveis do próprio empreendedor, e que podem inclusive atrapalhar o negócio.“Ele pode ser um chefe muito centralizador, ou até injusto, do tipo carrasco que nunca dá aumento de salário”, exemplifica. Uma autoanálise sincera pode revelar que o problema não está no funcionário e sim no comportamento do empreendedor. Quem sabe aquela pessoa não está lhe avisando que há algo errado no seu modo de gerir a equipe? 2 – Reveja seu processo de seleção Se a sua empresa tem um funcionário que só reclama, alguém o selecionou para estar ali. Sendo assim, ao se deparar com um problema na equipe, é importante que o empreendedor se questione se está dando a devida atenção ao seu processo de recrutamento. “É muito comum o empreendedor não investir nesse momento da seleção. Ás vezes ele terceiriza esse trabalho ou, quando realiza internamente, faz isso sem o devido cuidado”, afirma Souza. Uma seleção mal feita gera dores de cabeça no futuro, já que pode ser necessário demitir a pessoa mal selecionada, gerando prejuízo e desgaste. “As pessoas não investem tempo na porta de entrada e isso depois se reflete em problemas”, avisa o consultor. 3 – Tenha uma conversa clara Se você já avaliou seu próprio comportamento e também fez uma análise de como seu processo de seleção pode melhorar, é hora de focar no comportamento do tal funcionário reclamão. Após observar atentamente como ele se comporta, chame-o para uma conversa franca, aconselha Alexandre Rangel, da consultoria Alliance Coaching. O especialista conta que recentemente prestou consultoria a um gestor com esse problema. “Ele tinha uma funcionária que só

reclamava e estava inclusive minando o comportamento dos demais colegas. Depois de um tempo de observação, ele a chamou para uma conversa”. Segundo o consultor, é importante começar essa conversa levantando pontos positivos daquele funcionário, para só então falar do que precisa ser mudado. Já na hora de falar dos problemas, seja claro. “É necessário ser objetivo. No caso desse gestor, ele levou três exemplos de momentos em que o comportamento da funcionária prejudicou o trabalho, quando na realidade o alvo da reclamação era algo pequeno”, continua Rangel. Por fim, é interessante mostrar para esse funcionário o que ele pode ganhar se mudar de atitude. 4 – Nunca se altere Rangel explica que é fundamental que o empreendedor não se exalte quando estiver frente a um problema como esse. “Esse gestor que me procurou contou que, como a situação estava difícil, ele estava começando a alterar a voz, a agir com agressividade. Isso nunca é positivo”, afirma. Segundo o especialista, o ideal não é medir forças com o funcionário reclamão, mas sim conversar de forma objetiva. “Num ambiente de trabalho, a bronca não leva a nada. Ao contrario, só gera o afastamento do funcionário e até mesmo o sentimento de vingança. O ideal é a conversa num tom brando e firme, com ações efetivas”, aconselha. 5 – Se nada der certo, demita Caso a estratégia da conversa não dê resultado após algumas tentativas, a saída é a demissão. “Se a situação persistir, a demissão pode ser a saída. É a maçã podre. A pessoa reclamona vai atraindo outros insatisfeitos, e isso deteriora a liderança da chefia. Quando vê, ele já perdeu o pulso”, explica Rangel. César Souza, da Escola do Empreendedor, ressalta ainda que aquela empresa pode não ser o melhor para aquele funcionário. “Trabalhei com uma pessoa assim uma vez. Chamei para uma conversa e perguntei: ‘qual o seu sonho?’. Ele me respondeu que queria montar um bar”, lembra. “Resolvi então ajudá-lo a montar um plano de negócio e deu certo. Cinco anos depois ele já tinha três bares. Ele tinha se encontrado na vida. Tenho certeza de que no bar ele não reclamava.” 6 – Não se confunda Atenção! Antes de mandar seu funcionário embora, certifique-se de que se trata de fato de um reclamão. Ás vezes, esse funcionário é apenas uma pessoa questionadora, que vê processos errados no negócio e faz questão de apontá-los de maneira firme. Neste caso, agradeça por ter alguém assim na equipe. “A pessoa que enxerga uma falha e contesta o chefe, argumentando para convencê-lo, ela deve ser valorizada. Quem tem um funcionário assim é privilegiado. É uma maravilha porque todo mundo cresce”, afirma Rangel.

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MERCADO EXPRESSO Por Antonio Gomes

2016 e 2017

CONFIANÇA DO CONSUMIDOR DO BRASIL AVANÇA EM FEVEREIRO PELO 3º MÊS A confiança do consumidor do Brasil avançou pelo terceiro mês seguido em fevereiro em meio às expectativas e percepção para investimentos melhores, apontou o indicador da Thomson Reuters/Ipsos. O Índice Primário de Sentimento do Consumidor (PCSI, na sigla em inglês) subiu 0,2 ponto, a 40,8 pontos em fevereiro, depois de ter voltado ao nível de 40 em dezembro passado. A maior alta foi registrada pelo subíndice que avalia os investimentos, de 0,6 ponto, chegando a 40,5 no período. Já o quesito que mede as expectativas melhorou 0,5 ponto e foi a 66,5

pontos. Na outra ponta, o subíndice que mede a situação do emprego caiu 1,5 ponto e chegou a 30 pontos, depois de ter avançado em janeiro. O último quesito, sobre as condições atuais, repetiu em fevereiro a marca de 29,5 registrada em janeiro. A confiança em geral melhorou neste início do ano em diversos setores da economia, de acordo com dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em janeiro, a confiança do consumidor apurada pela FGV interrompeu dois meses de queda e avançou com a melhora tanto das expectativas quanto da situação atual.

67% DAS GRANDES EMPRESAS PRETENDEM FAZER INVESTIMENTOS EM 2017 Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 67% das grandes indústrias instaladas no Brasil pretendem fazer novos investimentos em 2017. O levantamento foi feito entre 21 de novembro e 9 de dezembro com 584 empresas de grande porte, que têm 250 ou mais empregados. O percentual (67%) é o mesmo das grandes indústrias que investiram ao longo do ano passado. De acordo com a CNI, o resultado foi o mais baixo desde 2010. Em 2015, 2014 e 2013, por exemplo, 74%, 81% e 87% das empresas que participaram do estudo informaram ter investido na produção no país. Ano de 2016 De acordo com o levantamento, entre as empresas que tinham planos de investimentos para 2016, 41% realizaram os projetos parcialmente, 9% adiaram para este ano e 10% cancelaram ou suspenderam os planos por tempo indeterminado. Segundo os empresários, a incerteza econômica, com 80% das menções, foi o principal motivo para a frustração dos planos de investimentos. Em seguida, com 54% das respostas, vem a reavaliação da demanda e a

ociosidade elevada e, em terceiro lugar, com 39% das assinalações, aparece o custo dos financiamentos. O alvo dos investimentos, informou a CNI, mostra que as empresas estão empenhadas em reduzir os custos e aumentar a produtividade: 38% dos investimentos realizados no ano passado buscaram a melhoria dos processos produtivos. Outros 18% foram destinados à introdução de novos produtos e 3% às mudanças de processos produtivos. Perspectivas O principal objetivo de 43% das empresas será a inovação de processos produtivos, enquanto 38% dos entrevistados informaram que aplicarão os recursos na melhoria dos processos e 4% em novos produtos. Outros 23% disseram que vão investir em novos processos. A pesquisa mostra ainda que, entre as empresas que pretendem investir em 2017, apenas 6% aplicarão recursos somente ou principalmente para a conquista do mercado externo, praticamente o mesmo percentual de 2016, quando alcançou 7%.

VENDAS DOS SUPERMERCADOS CRESCEM 1,58% EM 2016 Os supermercados registraram em 2016 alta de 1,58% em valores reais nas vendas, na comparação com o ano anterior. O Índice Nacional de Vendas foi divulgado hoje (30) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Para o ano de 2017, a previsão de crescimento é de 1,3%, segundo a Abras. A associação informou também que as vendas em dezembro de 2016 apresentaram alta de 20,89% na comparação com novembro

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do mesmo ano e alta de 2,23% em relação ao mesmo mês do ano anterior, impulsionado pelas compras de Natal e réveillon. A cesta de produtos Abrasmercado, composta por 35 produtos mais consumidos nos supermercados, registrou alta de 0,5%, passando de R$ 480,69 para R$ 483,10 em dezembro de 2016. No acumulado do ano, a cesta apresentou alta de 10,03%.




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