Revista NE Supermercados Abril Maio 2017

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Revista

SUPERMERCADOS ANO XII Nº76 ABRIL/MAIO 2017

autoserviço . atacado . distribuição

Reinvenção do A

Mercado

Gourmet E suas vantagens para alavancar as vendas do setor supermercadista




EDITORIAL Carlos Cavendish Diretor Editorial

A tendência do gourmet para vencer a crise Com o índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC) em queda em quatro das sete capitais do país,na primeira quinzena de abril chegamos com um cenário mais favorável neste segundo trimestre do ano. Nesta edição mostramos a tentativa dos supermercados para encontrar um forte argumento para que o consumidor continue achando que vale apena investir nas compras. Ainda nessa edição estaremos falando do setor gourmet de alimentação, uma área de mercado tem que resistido bastante neste momento de crise, através da técnica de sofisticar os produtos, seduzido o consumidor mais sofisticado à comprar. Com a sanção da nova lei de Terceirização e reformas trabalhistas

trazidas pelo presidente Temer, o setor de empresas terceirizadas está bastante confiante na ampliação do mercado como revelamos na entrevista exclusiva com o gerente Nacional, Marco Antonio Freitas da Start,que atua a 30 anos neste segmento. Estivemos também na entrega do prêmio Aspa que desta vez homenageou o empresário Eudes Araújo, diretor presidente da Sede das Miudezas, uma homenagem muito merecida para um empreendimento que vem com a determinação dos dirigentes conseguindo manter o foco no cliente com a presteza no atendimento e qualidade nos produtos e serviços oferecidos.

Boa leitura!

EDIÇÃO Abril/Maio 2017 06 Vitrine 07 Caderno ASPA 12 Caderno ASA-AL 14 Caderno APES 16 Caderno ASPB 20 CAPA - A tendência Gourmet e as vendas 28 CASOS DE SUCESSO - Everaldo Oliveira 30 PLANEJAMENTO - Vale transporte 32 ENTREVISTA - START 30 anos 34 LEIS E TRIBUTOS - Vendas no cartão

36 Shoopercracia, que bicho é esse? 40 MARKETING - Criatividade empresarial TRELOSO 42 ESTRATÉGIA - A importância da confiança 44 MULTIMERCADO - Operação Carne fraca 48 FEIRA APAS 2017 50 MERCADO EXPRESSO -

expediente Distribuição: Alagoas, Paraíba e Pernambuco

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VITRINE Novidades da indústria Tio João Cozinha Fácil ganha duas versões integrais Tio João Cozinha Fácil recebeu dois novos sabores: o Arroz Integral + Arroz Vermelho e Tomate e o Arroz Integral + Vegetais, ambos fontes de fósforo e magnésio, e ricos em vitamina B3 (niacina). Em embalagens que servem até quatro pessoas (200g), basta acrescentar água e sal, deixar cozinhar por aproximadamente 30 minutos e, ao final, misturar uma colher de azeite. a linha Tio João Cozinha Fácil já conta com mais seis sabores.

Nuggets Legumes e Multigrãos A Sadia, sempre se posicionando à frente do mercado, inova mais uma vez no quesito saudabilidade. Feitos 100% com peito de frango e 30% menos gordura e sódio, os novos Nuggets de sabores exclusivos - Legumes e Mul grãos - são ideais para compor uma refeição balanceada, prá ca e cheia de sabor.

Os cabelos em tons de vermelho estão chegando com tudo Tenha a linha completa e exclusiva de manutenção da cor para oferecer as suas clientes. Promove o tratamento e pigmentação dos fios, excelente para fazer venda casada com qualquer coloração vermelha, vinho, marsala, borgonha.

Vitamassa alinha tempo e sabor ao consumidor mais exigente A empresa de massas e biscoitos , presenteou seus consumidores com um Brownie de sabor requintado. Os apaixonados pelo bolinho só precisa adicionar ovos e margarina a receita dos sonhos, permi ndo que se economize tempo no preparo e ganhe no sabor e pra cidade. Também faz Pe t Gateau.

Tambaú aposta mais uma vez na inovação da embalagem de doce A mudança visual da Bananada foi pensada como estratégia para diferenciar o produto nas gôndolas dos supermercados, o inves mento inicial teve seu resultado comprovado com o aumento do volume de vendas da Goiabada. Assim, a Tambaú decidiu dar con nuidade à estratégia com a nova embalagem da sua Bananada. A expecta va é que o mesmo ocorra com este doce e que em breve a proposta seja ampliada para toda a linha de doces da empresa. 06 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017


ASPA Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores

TROFEU

Rumos do Mercado

2017

Aspa entrega o prêmio “Rumos do Mercado – Pioneirismo e História”


ASPA

Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores

Por Carlos Enrique, Assessor de Imprensa da ASPA

TROFEU

Rumos do Mercado

2017

O histórico de empreendedor credenciou o empresário Edes Araújo, fundador da Sede das Miudezas, para receber tradicional comenda da associação

Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa) homenageou no mês de março o empresário Edes Araújo, diretor presidente da Sede das Miudezas, uma das mais tradicionais organizações do setor em atividade no Estado. Fundada no início dos anos 80, a empresa conta atualmente com 4.800 m² de área construída, 70 funcionários, 22 vendedores, frota própria com 10 caminhões e 4 mil itens divididos nas categorias de higiene pessoal, limpeza, papelaria e utilidades plásticas. O empresário recebeu o troféu “Rumos do Mercado – Pioneirismo e História”, que é concedido aos empreendedores que fazem a diferença na trajetória e consolidação do segmento atacadista distribuidor em Pernambuco. A honraria foi entregue pelo presidente da Aspa, José Luiz Torres, durante almoço com associados e parceiros na churrascaria Sal e Brasa, no Recife. “Mais uma vez estamos muito felizes pela escolha que fizemos, a de homenagear o nosso companheiro Edes Araújo, uma pessoa muito querida e respeitada por todos nós. Um empresário que tem dado uma grande contribuição para o engrandecimento não só do nosso setor, mas de toda a cadeia regional de abastecimento. A sua história de homem de vendas e de empreendedor serve como lição, especialmente para os mais novos, pois é uma história de ousadia, coragem e determinação. E que todos possam seguir este exemplo”, declarou Torres, após entregar o troféu ao homenageado. Visivelmente emocionado, Edes Araújo agradeceu à Aspa e aos que contribuíram para o sucesso da Sede das Miudezas. “Ninguém conquista nada sozinho. Sou um homem realizado e estou extremamente feliz e orgulhoso de receber essa homenagem. Agradeço a Deus, a minha família, aos meus clientes, fornecedores e funcionários. O dia de hoje é um dia marcante na minha vida. Agradeço à Aspa pela oportunidade de receber esse prêmio tão significativo, um reconhecimento que enobrece muito a minha história pessoal”, disse o empresário de 70 anos de idade, que nasceu na cidade de Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte, num sítio da zona rural do município, mas adotou Pernambuco para construir sua trajetória de empreendedorismo. 08 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

Por meio de comunicado, o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), Emerson Destro, parabenizou Edes Araújo e também a Aspa pela iniciativa. “Essa premiação já ganhou tradição e consolidou-se como um respeitado reconhecimento oferecido aos agentes de distribuição que atuam em Pernambuco. É mais uma entre as muitas atividades bem-sucedidas da Aspa”. Durante a solenidade, Edes Araújo aproveitou o momento para prestar uma homenagem especial ao seu primeiro fornecedor, Givaldo Guimarães, e ao seu primeiro cliente, Arlindo Correia de Amorim. Ambos receberam um troféu especial da Sede das Miudezas, uma empresa que cresceu de maneira sólida e hoje cumpre importante papel no abastecimento de milhares de pontos de vendas da região, tendo à frente um empresário com grande capacidade para empreender e superar desafios. A Sede das Miudezas possui cerca de 3 mil clientes ativos e atende aos estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Conta também com as marcas próprias Ternurinha de Bebê, Lustrelar e Acapulco, esta última na linha de produtos capilares. As marcas próprias são comercializadas também por representantes para os estados do Maranhão, Piauí e Ceará. Além de Edes Araújo e do presidente da Aspa, José Luiz Torres, compuseram a mesa principal do evento o presidente do Conselho Fiscal, Diógenes Andrade Filho; o consultor jurídico da entidade, advogado Alírio Moraes; o superintendente do Banco do Nordeste, Marcílio Morais Silva; o diretor de Gestão e Comunicação Social da Rede Globo Nordeste, Ronan Drummond e o deputado estadual Antônio Moraes, que anunciou sua intenção de por meio da Assembleia Legislativa outorgar a Edes Araújo o título de Cidadão Pernambucano.



ASPA

Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores

Por Carlos Enrique, Assessor de Imprensa da ASPA

TROFEU

Rumos do Mercado

2017

Biografia

nasceu em agosto de 1946, na cidade de Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte, no Sítio Amparo, zona rural do município. Com menos de dois anos de idade mudou-se com seus pais para o Sítio Três Riachos, onde morou até os 12 anos. F i l h o d o c a s a l Pe d r o Ce l e s t i n o d e Q u e i r oz e Oscarlina Amélia de Araújo, aos 10 anos já comprava frutas no sítio para vender. Aos 12 anos mudou-se com seus pais para a cidade, convidado pelo seu padrinho para trabalhar no comércio local com a venda de tecidos. Foi quando aprendeu a dirigir e guiando uma caminhonete Ford 29 vendia a mercadoria nos sítios da região. Aos 18 anos de idade veio morar no Recife, antes mesmo de conhecer a cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, estado onde ele havia nascido. Chegando à capital pernambucana, Edes Araújo foi trabalhar na Padaria Universal, no Largo da Encruzilhada, no horário das seis da noite às seis da manhã. Pouco tempo depois voltou a vender tecidos, agora no comércio do Recife, na Casa Matos, na Rua Nova. Em 1966 retornou para o Rio Grande do Norte e foi morar em Mossoró, trabalhando no comércio daquela cidade. Foi quando conheceu sua esposa, Perpétua Araújo, que o acompanha até hoje e com quem teve três filhos: Eybson, Eylika e Edmeire. Após um período em Mossoró, Edes Araújo retornou a Pernambuco e foi morar no bairro de Aguazinha, em Olinda. Em 1973 foi trabalhar na empresa Comercial Barata, passando a residir no bairro do Ipsep. Na Comercial Barata iniciou como vendedor e depois foi promovido para supervisor. A ideia de trabalhar por conta própria surgiu nessa época e o fez conciliar o emprego de supervisor com a atividade de autônomo, trabalhando também aos domingos, vendendo seus produtos, surgindo então os primeiros sinais de empreendedorismo. Em 1980, atendendo ao seu próprio desejo de se tornar empresário, Edes Araújo alugou um ponto comercial com 12 m² de área. Começava ali a história de sucesso da Sede das Miudezas, inaugurada no dia 05 de dezembro de 1980, na avenida Saldanha Marinho, no Ipsep. Com uma vontade enorme de crescer no ramo atacadista, o agora empresário decidiu trocar um carro que possuía, uma Brasília, e mais uma linha telefônica por uma Kombi para fazer as

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entregas. O veículo adquirido era usado tanto para o transporte de mercadorias como para passear com a família. Seu primeiro fornecedor foi uma empresa de atacado, a Comercial Guimarães, e o seu primeiro cliente foi o senhor Arlindo Correia de Amorim. Dois anos depois, a empresa passou a comprar também da indústria, tendo como primeiro fornecedor a Indústria Guarani, cujo representante era o senhor Teixeira, já falecido. Com o negócio apontando para o crescimento, passou também a adquirir produtos do fabricante de absorventes ELA, que tinha como representante o senhor Cristóvão Luiz. Não demorou muito e a empresa contratou o seu primeiro vendedor e, a partir de então, a equipe de vendas começou aos poucos a se formar. Em 1988, Edes Araújo comprou dois lotes de terreno no bairro da Imbiribeira, onde começou a construir no local as novas instalações da Sede das Miudezas. Em 1991 mudou-se para o novo endereço, onde permanece até hoje. Após ampliar o espaço com a aquisição de novos lotes, a Sede das Miudezas tem atualmente 4.800 m² de área construída e conta com 70 funcionários, incluindo 2 supervisores e 22 vendedores, e uma frota própria com 10 caminhões. A empresa possui cerca de 3 mil clientes ativos e trabalha com 4 mil itens nas categorias de higiene pessoal, limpeza, papelaria e utilidades plásticas.



ASA-AL

Associação Alagoana de Supermercados

Por Mirna Lívia, assessora de comunicação da ASA AL

Feira e Exposição de Supermercados de Alagoas contará com Apoio da Prefeitura de Arapiraca Pela primeira vez Arapiraca será o palco do maior evento da cadeia de abastecimento da região, a Feira e Exposição de Supermercados de Alagoas – Negócios, Relacionamento e Conhecimento para Supermercados, Panificadores, Restaurantes, Hotéis, Indústrias e Distribuidores – FESUPER 2017. O evento de negócios acontece em nova data: de 20 a 22 de setembro no Levinos Hall em Arapiraca. No dia 20 de março, o presidente da Associação Comercial, Kennedy Calheiros liderou uma comitiva de empresários dos setores de supermercado e atacado, para apresentar junto ao presidente da ASA, Raimundo Barreto de Sousa, o projeto da 17ª FESUPER, ao prefeito de Arapiraca Rogério Teófilo. Além dos presidentes da ASA e da Associação Comercial, estiveram presentes: Waldomiro Feitosa (Sincadeal), José de Souza Vieira (Acadeal), Roberval Cabral (SEBRAE), Antônio Pinto da Costa (Sincadeal), Regina Rocha (Master Eventos) e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Arapiraca, Ricardo Barreto. “Por estar estrategicamente localizada no centro do Estado,

Arapiraca é uma cidade para onde convergem pessoas de todo o Agreste, Sertão e Baixo São Francisco. Nossa gestão está focada em fortalecer o comércio local, aprovando projetos que incentivem a geração de emprego e renda e a chegada de indústrias. Será uma honra para Arapiraca sediar, pela primeira vez, a FESUPER, evento de negócios que deverá movimentar a economia da região”, frisou o prefeito de Arapiraca Rogério Teófilo ao garantir que a prefeitura dará total apoio à realização da FESUPER 2017 em Arapiraca. O presidente da ASA falou da importância em ter o apoio da prefeitura nesse projeto e resaltou também a participação dos empresários na 17ª FESUPER. “A ASA enquanto realizadora deste evento agradece pelo apoio do prefeito Rogério Teófilo, fundamental para a realização de um projeto deste porte em Arapiraca, mas quero ressaltar ainda o forte apoio dos empresários locais assim como de todo o Estado e até de empresas de fora”, comentou Barreto. “A expectativa é de realizarmos um grande evento, atingindo não só a comunidade local como toda a região da Zona da Mata, Sertão e até dos Estados circunvizinhos”, concluiu o presidente da ASA. Com informações de Adalberto Custódio – Prefeitura de Arapiraca

Parceria entre ASA e SESI-AL Promove Inclusão Profissional de Jovens em Situação de Vulnerabilidade Social Com o objetivo de auxiliar os supermercados associados a sedimentarem sua imagem na qualidade de instituição capaz de promover a inclusão social e profissional de jovens, a Associação dos Supermercados de Alagoas - ASA – assinou um Termo de Cooperação com o Serviço Social da Indústria - SESI/AL - para o desenvolvimento do Programa ViraVida. O Programa ViraVida é voltado ao atendimento de adolescentes e jovens entre 15 (quinze) e 22 (vinte e dois) anos de idade, em situação de vulnerabilidade social e constitui-se um dos exemplos bem sucedidos de como a educação, o desenvolvimento humano e a qualificação profissional podem transformar vidas. Utilizando uma tecnologia de intervenção social, o programa oportuniza a aquisição de conhecimentos e desenvolvimentos de habilidades e atitudes, para que os jovens alcancem a transformação em suas vidas por meio da inserção socioprodutiva. No Termo de Cooperação a ASA se compromete a divulgar o ViraVida e a importância da empregabilidade dos jovens junto aos supermercados associados por meio de reuniões e eventos, como também promover o encaminhamento e a inserção dos jovens nos supermercados de Alagoas, conforme articulação prévia com o programa, mantendo estreito e permanente contato com a equipe do ViraVida de tal forma a alcançar desejável e contínuo aprimoramento das atividades conjuntas. Após a inserção do jovem ou adolescente o SESI fará visitas de acompanhamento, monitoramento e avaliação, além de realizar 12 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

atividade de intervenção junto ao jovem quando necessário. As empresas parceiras que contratarem os jovens do Programa serão reconhecidas com o Selo Social ViraVida. Segundo o presidente da Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA) apoiar e difundir o Programa ViraVida é colaborar não só para a inserção de jovens no mercado de trabalho, mas oportunizar aos seus associados um meio eficaz de acesso a esses jovens que chegam capacitados. “A capacitação e o acompanhamento feitos através do monitoramento e avaliação é de extrema importância para o lojista que terá um retorno tanto profissional quanto social para o seu negócio. E por sabermos desta importância do ViraVida, aderimos e estamos divulgando para que nossos associados façam parte deste Programa junto conosco”, concluiu Barreto. "O sucesso do programa ViraVida se deve ao trabalho da rede de parceiros que nós temos para desenvolver ações de inserção socioprodutiva, qualidade de vida (lazer, cultura e entretenimento), empreendedorismo e autogestão. Merecendo destaque ao Sistema S (SENAC, SEBRAE, SENAI, SESC, SENAR, SEST), instituições públicas e privadas, especialmente a Superintendência Regional do Trabalho, SEBRAE/AL, SESI/AL e todas as empresas que contratam nossos jovens, pois acreditam e reconhecem o trabalho de resgate e de transformação desenvolvido pela equipe técnica do Programa ViraVida", destaca a coordenadora do programa - Adriana Barreto Gomes.



APES

Associação Pernambucana de Supermercados

Por Mônica Siqueira

Diretoria da Apes faz visita técnica a REDPARCK A Diretoria da APES participou de uma visita técnica na indústria REDPACK que fica situada na cidade de Feira Nova, interior de Pernambuco, de propriedade do supermercadista Elias Bione da Silva. A proposta partiu do dono da empresa que também integra o corpo de diretor da Apes, na intenção de mostrar o processo de produção da etapa inicial ao produto final. Segundo Elias Bione, em pouco tempo de mercado, apenas dois anos, a empresa atende a uma grande clientela de médias empresas supermercadistas, produzindo sacolas plásticas, papel alumínio , usofilmes, etc, dentro de um processo rigorosos de controle de qualidade. O diretor presidente fez questão de mostrar as dependências da fábrica nos os mínimos detalhes. Disse que o plano futuro é aglutinar outra indústria de sua propriedade no mesmo local, a TOP MASSA, do ramo de massas e biscoitos, que atualmente é estabelecida na Paraíba. O presidente da Apes, Edivaldo Guilherme destacou o empreendedorismo da direção da empresa, o que é muito importante para alavancar a economia do município e disse que foi uma visita muito agradável que serviu para unificar ainda mais a diretoria da Apes. Após a visita, o grupo participou de uma alegre e saboroso almoço na fazenda Santa Lúcia, de propriedade dona da fábrica.

Norma impede interdição de maquinário por fiscal Após longa negociação com as empresas, o Ministério do Trabalho estabeleceu, por Norma, que as indústrias não poderão mais ser autuadas ou ter equipamentos ou máquinas interditados em uma primeira visita da fiscalização, por estarem em desacordo com normas de segurança e saúde. Os auditores fiscais do trabalho terão que obedecer a um procedimento especial: preencher um termo de notificação com prazos de até 12 meses para a correção de irregularidades. Somente em 2016 foram lavrados 8.506 autos de infração que envolvem segurança e saúde pelos auditores fiscais do trabalho, com 1.094 interdições de máquinas ou equipamentos, segundo dados do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho. Desde 2010, quando a fiscalização se intensificou, foram lavrados 60.333 autos de infração, com 9.403 embargos. A mudança foi estabelecida por meio da Instrução Normativa nº 129, do Ministério do Trabalho, editada em janeiro. A Norma, segundo a gerente-executiva de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sylvia Lorena, representa um avanço e um reconhecimento pelo Ministério do Trabalho e pela fiscalização da dificuldade dos empresários em cumprir as exigências da NR-12 (Norma Regulamentadora nº 12). “Há a necessidade de uma fiscalização muito mais na base da orientação do que da punição", mencionou. (Fonte: Valor Econômico).

JURIDICO: SERVIÇOS DE TERCEIROS O Presidente da República sancionou a Lei nº 13429, de 31 de março de 2017, que altera dispositivos da Lei nº 6.019, de

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03.01.1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as Relações de Trabalho na Empresa de prestação de serviços a terceiros. O seu Art. 2º define “Trabalho Temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória do pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.” O trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços, sendo proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei. O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: qualificação das partes; motivo justificador da demanda de trabalho temporário; prazo da prestação de serviços; valor da prestação de serviços e disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho. Outro detalhe importante que é de responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela designado. O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não; que poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não. Esses são os principais detalhes da Lei antes citada.



ASPB

Associação Paraibana de Supermercados

ASPB elege nova diretoria No dia 22 de Março a Associação de Supermercados da Paraíba realizou Assembléia Geral para eleição da nova diretoria que presidirá a entidade no biênio 2017/2018. O empresário José Willame de Araújo, do Supermercado Irmãos Cantalice, em Juazeirinho, foi reeleito para presidir a entidade. O Sr. José Willame de Araújo, que agradeceu primeiramente a Deus e a todos os filiados pelo voto de confiança que lhe foi depositado para que estivesse à frente da entidade mais uma vez como Presidente, falou sobre a alegria e responsabilidade de presidir tão importante entidade de classe, que não queria ser presidente só por ter o cargo, mas sim para realizar um trabalho de fortalecimento da categoria, buscando os órgãos de fiscalização para estreitar ainda mais as parcerias, buscar também as secretarias de finanças e segurança para criar um canal de relacionamento. O presidente da ASPB fez uma exposição dos trabalhos desenvolvidos no último mandato, destacando as ações administrativas em que a associação atuou em defesa de seus associados junto aos órgãos de fiscalização, controle, agências reguladoras e até mesmo Ministério Público, destacando as parcerias efetivadas com os referidos órgãos públicos. Também destacou as ações judiciais e até mesmo políticas em defesa do setor supermercadista, explicando quais as problemáticas que estão em evidência e quais necessitam de cuidados pela gestão do período 2017/2018. Foto: José Willame de Araújo (Presidente da ASPB)

Presidente:

José Willame de Araújo (Supermercado Irmãos Cantalice) 1º Vice-presidente: Cleyson Luiz de Souza Batista (Super Box Brasil), 2º Vice-presidente: Evandro Barbosa de Souza (Supermercado Ideal) Secretária: Marinalva dos Santos Oliveira (Supermercado Brisamar) Tesoureiro: Cícero Bernardo da Silva (Supermercado São Sebastião), Conselho Fiscal Efetivo: Francisco Soares de Andrade (Supermercado Aquárius), Everaldo Costa de Oliveira (Supermercado Estrela) e Alan Delon Silva Oliveira (Supermercado Vitória) Suplentes: Fábio Cabral de Araújo (Supermercado União), Ana Lúcia da Silva Melo (Supermercado Multibom), Geraldo José da Silva (Supermercado Maranata). Delegado junto a Abras: Cícero Bernardo da Silva (Supermercado São Sebastião), Delegados Regionais: Grande João Pessoa: Ronaldo Cardoso da Costa (Bemais Supermercados), Campina Grande: Vamberto Farias Leal (Mercadinho Farias Ltda), Sertão – Patos: Durval Henrique de Oliveira (Mercadinho Leandro), Vale do Sabugi: Dênys Narciso de Medeiros (Nova Vida Supermercado), Sousa: Jucélio Costa de Araújo (Supermercado Félix), Catolé do Rocha: Cláudio Freitas Alencar (Supermercado Todo Dia), Brejo: Washington Coelho da Silva (Supermercado Nova Vida). 15 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017





A tendência

Gourmet Supermercado e as vendas no

Bela Cozinha, Cozinha Prática, Que Seja Doce, Batalha de Cozinheiros, Masterchef. São mais de 20 programas hoje no ar, mas você já prestou atenção ao que todos têm em comum? E o que tem isso com seu negócio? É provável que não tenha percebido o potencial em explorá-los para aumentar suas vendas. Muito além da fama Com a ascensão de todos esses programas na tv, os chefs ganharam destaque e se tornaram os queridinhos da mídia, mas o glamour não atinge a todos, afinal o que é ser chef, senão chefiar a cozinha? Gastrônomo, essa é a palavra de ouro na cozinha atual. É ele o responsável por elaborar os cardápios, selecionar os ingredientes, selecionar e dirigir a cozinha e os funcionários. Muita responsabilidade e muitas vezes com pouco reconhecimento fora dos holofotes. O gastrônomo Fábio Nogueira, proprietário da San Crepe no bairro de San Martim no Recife, falou com a equipe da NE. Em seu trabalho de Monografia tratava justamente sobre a valorização da profissão e a titularização do que é ser chef. “Existe muita mídia em torno da profissão, mas não mostra a realidade, que em muitas vezes é composta de jornadas altas e salários baixos. A projeção foi importante pois despertou a curiosidade. Hoje o cliente sabe o que está comprando e o que está consumindo. Temos que deixar claro que o cliente não é mais besta!” Para Fábio, a projeção dos programas de tv abriu um leque de oportunidades permitindo que profissionais pudessem mostrar algo novo e melhor a um cliente acostumado com o básico. “A satisfação não é nem sempre se alimentar, mas sim algo novo e se sentir valorizado com isso. O maior foco da mídia hoje é selecionar o que pode comer ou o que sou de acordo com o que como, pois, proporcionou o acesso da população a produtos que antes não tinham, ou não conheciam.” A cada programa que superlota as grades das tvs, cresce também a variedade de novos ingredientes revelados a um público muitas vezes trivial. São os consumidores que se interessam por tentar cozinhar em casa com os amigos, ou arriscar um jantar diferente. Para Tânia Bastos, chef de cozinha, consultora e culinarista, graduada em Gastronomia pela Faculdade Maurício de Nassau e Pâtisserie de Boutique Ecole Lenôtre, em Paris, além de ganhadora

Jose Luiz

20 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

A nova onda de consumo onde quem compra não está muito preocupado com o preço, mas sim com o valor agregado. A NESupermercados traz as peças que formam esse tabuleiro, dicas e reflexões que podem alavancar as vendas e fidelizar um novo tipo de cliente.

uma das edições do Que Seja Doce, da GNT, o consumidor está muito mais atento agora com o que leva para casa ou come fora dela. “O consumidor que passa a ver esses tipos de programa tem um olhar mais crítico ou passam a tê-lo. Do que manipula a comida ou vende, todo mundo fica atento. Com o sucesso as pessoas buscam cursos, ou especialização, e ela vai querer achar esses insumos e as lojas tem que estar preparadas para isso.” “A reunião com os amigos hoje é um dos maiores motores do consumo.” O Sommelier, José Luiz Spencer, 30 anos de experiência na área de comercialização e degustação, inclusos cursos no exterior, membro da Associação Brasileira de Enologia e fundador da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho em Pernambuco, lembra, sendo ele também apresentador do programa de internet “Gastrô em foco”, de como esses tipos de programas podem influenciar e trazer ideias novas para pratos básicos. “Um homem divorciado ou que sai de casa, ele frita logo um ovo, ao ver um programa de tv ele já pega esse ovo e mistura com um aspargo e come, é um elemento básico, mas que com um ingrediente mais sofisticado e não usado em grande escala, se diferencia.” Apontou. Formado na Maurício de Nassau, e Pós na Fafire, além de estudar e lecionar no Senac, Fábio em mais de 12 anos de profissão viu na sua época o boom da profissão. Hoje, só na região metropolitana de Recife existem mais de 12 faculdades e cursos técnicos como o Senac. Todo o glamour da época se foi, segundo Fábio, e é difícil hoje encontrar um profissional para atuar no mercado, devido a não valorização do trabalho da forma como se descrevia nas salas de aula. Espera-se que com a exposição atual, algo possa começar a mudar e entender como é fundamental o papel do gastrônomo, coisa que no exterior já é bem consolidado, permitindo um tipo de profissional mais estimulado e um mercado com maior qualidade de serviços. O foco saiu do profissional para o consumidor, e novamente o boom se repete. Agora todo mundo pode cozinhar com um pouco mais de sofisticação. “Chama-se Recife de polo gastronômico, mas não damos condições de que a cadeia de serviços tenha de fato a qualificação


necessária.” Ressaltou Fábio. José Luiz compartilha de opinião semelhante. “Dizem que é o 3º polo gastronômico do país, mas somos carentes de restaurantes com essência de sua nacionalidade, geralmente se limitam a poucos pratos já conhecidos do público sem novidade alguma ou identidade alimentar.” Food trucks “Os food trucks já existem lá fora desde a década de 80, aqui ainda está engatinhando, mas é muito bom pois fortalece o consumo no bairro, e faz a roda de uma cadeia de negócios onde todo mundo ganha.” Celebrou Fábio, que aplicou o conceito em seu negócio. “Trouxemos uma proposta para quem quer consumir e não pode gastar muito. Eles não precisam sair do bairro para consumir. Quando começamos, o cliente não sabia o que era nem um crepe, tivemos que ser didáticos, dedicados com o cliente, oferecer talheres limpos, ambiente bom. Quando seu cliente vem ao seu estabelecimento ele não vem apenas atrás do alimento, é fazer com que isso seja prazeroso. Ninguém vai para um restaurante por que está triste. ” Lembrou. Para Tânia Bastos, food truck é comida de qualidade, com preço acessível a um público volante. Depois de muita badalação, apenas os melhores ficam, e isso não quer dizer que a moda está passando, é apenas a realidade costumeira dos negócios onde depois da saturação, apenas quem tem qualidade fica. “Muitas vezes esses que saíram, se aproveitaram do momento e venderam algo como especial ou gourmet, mas eram.” Já Luiz amplia o menu incluindo também os restaurantes. “Muitos restaurantes abrem e fecham sem saber o que estão fazendo, por isso temos um grande número de restaurantes, mas que não conseguem se manter.” Impacto local no mercado fornecedor Atacadistas, supermercados, empórios e conveniências têm uma importância fundamental. Todo esse glamour requer produtos exclusivos e muito específicos. Para Tânia, as mudanças também se refletirão, mesmo que de forma tímida nas gôndolas. O supermercadista tem que ficar atento a qualidade dos produtos que irá oferecer a este público mais exigente, curioso e atento. A importância de oferecer um bom produto, se preocupar com a origem, visitar uma empresa do fornecedor para garantir a qualidade no processo de produção. Um produto que tem um critério maior de produção para se classificar como algo gourmet ou uma linha mais sofisticada. Nisso as empresas locais ou com filiais na região têm maior facilidade em vender seus produtos, desde que estejam preparadas, pois podem mostrar seus processos produtivos ao comprador sem que o mesmo se desloque para grandes distâncias como Sul e Sudeste do país com uma frequência maior para conhecer sua fabricação e garantir a qualidade ao seu cliente. Grandes marcas como a Sadia e Perdigão já haviam se precavido para esse momento, e há algum tempo lançaram suas linhas gourmet. Visando esse novo mercado, a marca de temperos Sobrinho, reformulou seu marketing e embalagens para se adequar a este público. “Encontramos dificuldade de entrar nos supermercados nesse nível. Nosso produto tem um apelo visual muito forte, então se não

for trabalhado de maneira adequada dentro da loja, isso se perde. Em nossa antiga embalagem, o cliente encontrava dificuldade de identificar o produto, e entre os outros éramos apenas mais um. O cliente hoje quer qualidade e a facilidade. As informações devem estar mais claras e o produto visível, tudo isso dentro de uma roupagem atual. O tempero é uma das bases desses pratos, mas geralmente não temos muita abertura nos supermercados. Visando essa carência, procuramos fazer ações de degustação nas lojas, mostrando para o cliente o diferencial de se preparar bem um prato.” Independente dos programas de tv, Pernambuco e Bahia foram os estados mais beneficiados com a onda gastronômica, segundo Tânia. Esses chefes começaram a trabalhar com mais ingredientes locais e o crescimento local, permitiu inserir produtos como macaxeira, queijo coalho, manteiga de garrafa, charque, entre outros já conhecidos do público em receitas mais trabalhadas. Dos produtos locais, o já citado queijo coalho foi o que mais sentiu a pressão e teve seu preço jogado para cima, mas isso não deve ser encarado como exploração, é uma cadeia que gira de acordo com o mercado mais exigente que requer um trabalho maior por parte do produtor e compras mais ousadas por parte do supermercadista tradicional. “Temos produtores locais de queijos comparados aos internacionais, como os laticínios em Bezerros, nossa indústria de produtos também é muito forte. Nossos produtos também se beneficiaram como a ascensão do nosso Bolo de rolo, chambaril, e Cartola no exterior ou outros estados. Nossos chefs foram os grandes responsáveis por colocar nosso ingrediente nessa nova onda. ” Orgulha-se Tânia. Com isso, o produtor também começou a se mexer e qualificar seus produtos para se inserir nesse mercado mais especializado. Ela também destaca os produtos orgânicos, com mais eficiência na produção ocupando menos espaço, um outro olhar com padrão de qualidade. “Não dá para mandar mais um tomate de todo jeito, as pessoas mudaram.”

Fabio Nogueira

Usando o momento a seu favor Mas onde se encaixa meu negócio aqui? Cabe a observação que o supermercado há tempos deixou de ser apenas um local de reabastecer a geladeira ou a dispensa da casa. Nele encontramos, dependendo do tamanho, de lanchonetes a farmácias, passando por quiosques de artigos eletrônicos. Então, porque não pensar em reforçar a memória afetiva do que realmente é. Um local onde se tem uma experiência alimentar completa. Para Tânia, o supermercadista deve voltar a conhecer seu cliente e o que ele busca. Incrementar mais variedade no leque de produtos, com diversidade, para atingir um público mais diferenciado sem esquecer os tradicionais. Este espaço foi perdido para as lojas de conveniência e os empórios que viram nesse mercado um filão certo para seu crescimento. Esse tipo de loja se propaga nos bairros, fazendo um contraponto aos hipermercados, eles atraem cada vez mais o comprador local, por permitir um pouco mais de produtos diferenciados, nem sempre caros, mas com possibilidades mais abrangentes. “Os programas de tv trouxeram o alimento para dentro de casa novamente, só que com uma nova visão. Isso beneficia os mercados de bairro.” Lembra. Cont. na Pág. 24

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É preciso o supermercadista médio e grande esteja atento ao comércio que o cerca e procurar experimentar novas abordagens para poder promover esse tipo de produto para esse público. Tentar vender sem usar de estratégias para torna-los visíveis, é desperdício. “O supermercado tem que sair da mesmice”, reclama José Luiz que lembra que a comida simples não precisa ser gourmet para usar produtos mais específicos. “Um risoto, precisaria de um arroz arbóreo, ou um mais brando como o canarolli que se harmoniza melhor. É mais fácil encontrar em supermercados com cultura de outros locais, como em São Paulo, aqui estamos acostumados a mesmas coisas.” É importante lembrar que um produto não inviabiliza o outro, um arroz comum pode ser vendido normalmente para o consumo diário, mas já em uma ocasião especial, o mesmo consumidor teria mais uma opção, tendo assim uma venda praticamente casada e com um valor mais agregado, sem contar que a disponibilidade de um produto mais diferenciado vai fidelizar seu negócio na mente do consumidor. “É difícil encontrar marcas de manteiga do tipo clarificada, ou macarrão, como tagliatelle, linguini. O grande problema para o supermercado ter um status mais gourmet é de fato a variedade, como a batata pequena que dificilmente se acha. Não é difícil de ver, em muitas vezes, alguns supermercados têm o produto, mas não sabem como vendêlos.” Apontou. Então como explicar ao cliente que aquele ingrediente que ele viu no programa na noite passada não tem em seu estabelecimento? Provavelmente será uma experiência frustrante que vai negativar sua loja quando o mesmo pensar em algo qualificado. “Você tem que ter ingredientes bons e que geralmente são caros, se os supermercadistas dedicassem uma gondola pelo menos para esse tipo de coisa, poderia resolver parte do problema. Mas não é necessário um espaço especifico, mas tornar cada sessão mais diversa. A parte de hortaliças é um grande problema. Não tem alecrim desidratado, mas tem fresco o que já é um progresso. Hoje se encontra o limão Taiti, muito ácido para preparar pratos, mas o limão siciliano, perfeito, já é bem raro.” É provável que esteja pensando como boa parte da população: “Mas brasileiro não tem hábito disso”. Pensar fora da caixa é essencial para dinamizar os negócios. Como falamos, os empórios cresceram em cima dessa deficiência dos supermercados. Então porque não trazer esse público que quer consumir ou educá-lo se ainda não está atento a isso? Todo supermercado hoje já tem os dias especiais, da carne, das frutas, das verduras, já não atrai como antes, ou apenas se mantém, mas não tem o mesmo impacto. Não aproveitar esse desejo de experimentar novos sabores alardeados pelos programas de tv é uma economia que não vale a pena. Criar uma parte permanente de uma cozinha experimental onde sempre se usa os ingredientes disponíveis no estabelecimento com forma de dar vasão aos mesmos, e ensinar novas possibilidades de preparo, ou com um produto novo ou usando um tradicional combinado com um toque de sofisticação. Assim como se contrata uma assessoria para gerir finanças, e

Tania Bastos

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recursos humanos, é necessário buscar uma ajuda profissional. Seja um gastrônomo ou um nutricionista, é importante que o lojista esteja respaldado por um profissional que oriente seus clientes na hora da compra em determinadas ocasiões pensada em conjunto com o marketing. A hortaliças, ainda que com qualidade, mas com vida útil breve, isso quando não sofre danos, sendo bem usada por um profissional poderia dentro do estabelecimento mostrar como se faz um suco detox. Folhas de couve flor, cenoura, hortelã e abacaxi. Esses ingredientes neste dia poderiam ter uma saída maior devido ao poder as sugestões de um profissional fazendo na hora e mostrando seus benefícios. Pode não ser algo que pareça sofisticado, mas é uma diferença na já tradicional “quinta-feira verde”, por exemplo. Como lembra o sommelier e apresentador José Luiz, o estragão é um tempero caro. Geralmente usado em risôtos. Em uma cozinha experimental poderia usar o arroz arbóreo como sugestão, e temperado com o estragão (ambos estando disponíveis na loja) impulsiona a venda e mais uma vez fideliza.“Isso é nossa criatividade contemporânea. Sem uma variedade não há criatividade.” Ressaltou. O mercado tem que ser mais universal para que os consumidores redescubram os sabores do mundo. Se não existem variedades de produtos nas gôndolas nem o profissional está atento a algumas tendências, é certo que oportunidades de alavancar as vendas serão perdidas. O marketing tem que conversar com outras interfaces, não apenas em promover individualmente um produto, mas colocá-lo com valor agregado dentro de um contexto alimentar. Que público alvo você quer? É isso que o supermercadista tem que estar atento. Isso pode segurar o consumidor mais especializado, pois não irá comprar apenas esses produtos. Já dentro da loja pode comprar coisas mais básicas para o cotidiano. O público que gasta não se preocupa com 10 ou 20 centavos, ele quer qualidade enquanto o supermercado briga por preço, mas por que não unir os dois? Nem toda fórmula se aplica a todo supermercado, é a vizinhança que diz qual tipo de rumo seguir para inovar. Fazer uma pesquisa qualitativa nos clientes, e até mesmo no bairro pode fazer muita diferença, é um investimento, e não um gasto. Tanto isso quanto uma assessoria gastronômica acabam se pagando ao longo do tempo quando se cria novos hábitos no cliente e fideliza novos. Outro nicho muitas vezes ignorado é público jovem ou alguém que come pouco em casa. Ele não é consumidor de hipermercado, que são estabelecimentos mais para família. Esse consumidor prefere lojas de conveniência ou empórios. “O consumidor não está ficando diferenciado, ele está evoluindo, que pode ir além do básico” reforça José Luiz. A arquitetura e decoração já sentiram o impacto. Surgiram varandas gourmet em apartamentos, e espaços mais acolhedores para receber amigos e parentes. É uma experiência Premium em casa, mas que só é possível se o cliente encontrar os ingredientes que quer, de preferência no seu supermercado.



São Braz expande a A São Braz foi uma das pioneiras no café gourmet com mais de 15 anos de lançado no mercado com cafés tipo exportação, orgânico, especial e para maquinas de expresso domésticas, embalagens gourmet em pacotes de 250g já disponíveis em todas as lojas. Mesmo sendo um segmento pequeno, é um segmento importante pois atinge o apreciador do grão que sabe valorizar a produção do produto. “Lançamos recentemente uma linha de capsulas gourmet, e isso é resultado da experiência com as mais de 40 lojas Coffee Shop. Sentimos a experiência do consumidor nelas e levamos isso para a fábrica. É um privilégio, não é todo tipo de indústria que pode oferecer isso ao consumidor. A experiência do coffee shop é única, mas estamos ampliando para o consumidor doméstico oferecendo vários tipos de blends para o apreciador de café que só tem a ganhar com nossa linha. ” Afirmou Fred Domingues, gerente de Marketing da São Braz. As cápsulas podem ser encontradas para venda em qualquer loja shop coffee da marca. Este espaço dentro do shopping é um piloto e com o sucesso a empresa estuda levar para outras praças. Segundo Erick de Albuquerque, diretor executivo da Frevotech, responsável dentro do grupo por elaborar a ação, a parceria que já vem desde o ano passado e traz um ar mais dinâmico e atual sem desprezar a tradição. Permite a interlocução do antigo e o novo. Até adolescentes estão comparecendo nas demais ações. “Estamos provocando novos mercados, somos ousados e vamos buscar o que há de melhor, com muito planejamento para alavancar a imagem do nosso cliente.” Ele enfatiza o desafio de colocar esse tipo de espaço dentro de um shopping permitindo que o consumidor conheça todo o processo e história da companhia e do café. “A contrapartida vem também como uma forma de conhecer as pessoas que não conhecem o produto e passam a circular no ambiente.” “A indústria não tem só o café, mas o café pode combinar com todos os outros produtos, como cuscuz, o cuscuz com a tapioca a tapioca com o Coffe Shop, além do café moído, coado ou na máquina de expresso, na casa ou escritório. Isso mostra a força da marca e o relacionamento com o público onde ele está. O café é uma bebida acolhedora, e o Coffe Shop traz esse sentimento para quem frequenta.” “Independentemente de quem consome café apenas quando acorda, na rua ou no trabalho, a ação serve para envolver quem gosta da bebida, não importando a forma do consumo. Estar presente na vida das pessoas é o foco do nosso cliente, nos empenhamos para que isso permaneça em nosso trabalho.”Finalizou Erick.

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Fotos: Divulgação

experiência Premium



CASOS DE SUCESSO Everaldo Oliveira Texto: Antonio Gomes

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O início Everaldo oliveira, hoje com 54 anos, é mais um exemplo do nordestino que teve que emigrar para garantir um futuro melhor devido à seca. Nascido em Campina grande, mudou-se para São Paulo, e lá casou-se com uma prima, e todos os filhos nasceram lá. Com apenas o ensino fundamental incompleto, trabalhou quatro anos numa banca de frutas na avenida Paulista, e outros nove anos como gerente de vendas das Lojas Pernambucanas. Mas como diz o ditado que o bom filho a casa retorna, em 96 decidiu a esposa o convenceu para voltar às origens, pois só o dinheiro já não bastava, a qualidade de vida para a família era o mais essencial. Voltando para Campina se espelhou no sogro, então proprietário de uma mercearia alugada no Monte Santo, em 97 iniciou a construção da atual loja, chegou a morar no fundo da mesma para garantir o sucesso do empreendimento. A aposta que deu certo Desde a chegada em Campina as coisas foram melhorando, as vendas cresceram, a esposa se formou em administração, ele fez gestão comercial, gerando melhoras no negócio. Três anos após a inauguração da loja com a fundação da rede Compre Mais, faz 11 anos que estão na cooperativa de supermercados. Ela foi criada pelos colegas que vieram da Smart, eles acharam que deveriam se unir e formar a rede. Everaldo participa de reuniões onde gera uma maior acessibilidade às mídias, a créditos, a associação de supermercados, SEBRAE, onde serviu para ampliar as conquistas de todos os associados. A rede continua com 18 lojas. “Minha loja faz parte da primeira rede na Paraíba de supermercados, abriu muito minha mente, meu filho trabalha como comprador das duas lojas, minha esposa faz o RH e apoia a área contábil. Fizemos algumas mudanças para manter as lojas em crescimento.” A loja da família de Everaldo cresceu em 2016 cerca de 12,5% em comparação ao ano anterior. Segundo ele, o esforço em fazer com que as coisas deem certo e parar de ficar reclamando da vida são fundamentais. Também recorreu a implementar novidades na loja, com melhorias, o que deu destaque ao supermercado, crescendo nos olhos do cliente local. “Desde o começo temos uma loja com 800 metros, sentimos a necessidade de melhorar a estrutura com iluminação, ampliando, adequar a loja a localização da cidade tanto em produtos quanto em conforto.” A importância de ouvir o cliente Everaldo conta que em dezembro de 2016, um cliente chegou a até ele e cobrou a instalação de uma padaria na loja. Vendo que seria uma ideia boa para melhorar o fluxo e fidelizar mais a clientela, atenderam a solicitação e abriram com um conforto diferencial, ao estilo de uma delicatessem. “Venho percebendo que o fluxo só cresce, diante da abertura estendemos o horário de atendimento em uma hora, acreditamos que haverá um crescimento mínimo de 2% com o aumento do horário.” Transpondo esperança para o futuro Segundo o empresário, campina passou esses últimos anos na crise hídrica que afetou toda a cidade em cheio. As empresas

deixaram de se instalar na cidade devido à falta d'agua, e as que estavam foram saindo aos poucos, isso acarretou em demissões no comércio que afetou diretamente tudo na cidade. Como se não fosse suficiente, a situação política do país também se agravou, fazendo a crise se tornar maior do que deveria. Desde meados de abril a água da transposição chegou ao açude de boqueirão que abastece a cidade, diminuindo o racionamento inicialmente e em breve eliminando. A perspectiva do crescimento agora é real, ainda que a estiagem continue na região. O empreendedor tem consciência dos problemas que afligem a cidade e a região, e mesmo com grande sucesso de seu empreendimento não ficou alheio aos problemas da cidade sabendo reconhecê-los, além de se solidarizar com a população. “Não demiti ninguém, ao contrário, contratei, inovei e não esperei cair nada do céu. Diante da crise hídrica a cidade é próspera! ”


PLANEJAMENTO

Vale transporte

Por Williams Rodrigues

Texto informativo sobre o

vale transporte

O instituto do vale transporte foi instituído no Brasil pela Lei nº. 7.418, de 16 de dezembro de 1985, regulamentada pelo Decreto nº. 95.247, de 17 de novembro de 1987, estabelecendo, em seu art. 01, que o empregador, pessoa física ou jurídica, deve antecipar ao empregado para utilização efetiva com despesas de deslocamento residência-trabalho-residência, através do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos. Porém os serviços prestados pelo sistema de transporte devem ser geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente. Estando o empregador desobrigado ao pagamento de vale transporte nos serviços seletivos e os especiais. Vale lembrar que o vale transporte não possui natureza salarial, nem deve ser incorporado à remuneração do trabalhador para quaisquer efeitos legais. Além disso, o benefício não constitui base de incidência de contribuição previdenciária social ou de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. A concessão do beneficio implica na aquisição pelo empregador dos vales transporte necessários apenas aos deslocamentos do trabalhador no trajeto residência-trabalhoresidência, no serviço de transporte público que melhor lhe convier. Mas caso o empregador forneça um serviço de transporte integral, seja próprio ou fretado, ele fica desobrigado do fornecimento do vale transporte ao trabalhador, conforme art. 8º. da lei. Porém caso o serviço oferecido pelo empregador seja apenas para parte do trajeto, obriga-se a cumprir a lacuna no trajeto que seja feito por serviço de transporte público. Os bilhetes ou cartões devem ser fornecidos aos trabalhadores pelo empregador, exclusivamente para uso no trajeto residência-trabalho-residência, devendo responder o empregado pelo uso indevido do beneficio. Nesse caso, entende a jurisprudência trabalhista que o contrato de trabalho pode ser rescindido por justa causa, pela falta grave cometida pelo empregado prevista no artigo 482, “a”, da CLT, como ato de improbidade. Por isso, recomenda-se ao empregador estimular o beneficiário do vale transporte em firmar compromisso quanto a utilização exclusivamente do vale transporte para o deslocamento residência-trabalho, e vice-versa, conforme artigo 7º, parágrafo 2º, do Decreto 95.247, de 17 de novembro de 1987. Vale lembrar que deve o empregador participar dos gastos com deslocamento do empregado com uma ajuda de custo que

ultrapasse a 6% (seis por cento) de seu salário base, sendo calculado com base na tarifa integral do serviço de transporte público utilizado pelo empregado. É importante, também, informar que o Tribunal Superior do Trabalho entende que cabe ao empregador o ônus da prova em comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale transporte ou que não pretende fazer uso do benefício.

*Advogado e professor universitário. santoswr@gmail.com

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ENTREVISTA

Marco Antônio

START 30 anos ê

A busca pela inovação é uma constante para os dirigentes da START para gerar benefícios para os clientes, que vai de grandes marcas como a Embaré ao mais humilde supermercado de bairros populares, onde todos são tratados igualitariamente. Uma dessas novidades que vem apresentando excelentes resultados para esta nova situação de terceirização é o promotor compartilhado. A estratégia consiste em que o profissional em vez de só atender a uma marca, passará a atuar com varias indústrias, com tempo determinado, o que para as empresas é um ganho enorme. “Iremos oferecer mais por menos para indústria, o que propicia uma redução de custo muito benéfica neste momento difícil de mercado”, explicou. Marco Antonio garante que para os supermercados isso é muito bom, pois a indústria na redução de custo costuma tirar o promotor e este sendo compartilhado faz com que ele fique na sua loja.

om um nome consolidado no setor de terceirização de serviço, a START segue firme nos seus 30 anos de mercado na sua meta de não apenas atender, mas sim encantar seus clientes através de uma parceria onde o cuidar das pessoas é fator primordial para garantir o sucesso das marcas trabalhadas. “Nosso objetivo é ter melhores profissionais, melhores serviços para estar à frente dos concorrentes e com isso oferecer ganho a todos os clientes” afirmou o gerente Nacional, Marco Antônio Freitas. Operacionalmente a START funciona em todo Brasil, sendo que em algumas capitais do nordeste, com unidades próprias e nas demais atua através de coligadas. Ainda este ano a empresa se prepara para abrir unidades no sul do país. Segundo Marco Antônio a empresa trabalha com uma gama muito grande de serviços dividida em três frentes: Start Promoções de Eventos; tem a parte de capital humano na parte interna e a de terceirização de mão de obras. São vários nichos de mercado, com supermercados, bebida, alimentos, feiras, eventos, etc, todos atendidos com muita qualidade e eficiência. “É muita coisa, mas é bastante gratificante receber os clientes todos os

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dias e escutar elogios deles e isso pra gente é tudo” mencionou. Sobre o novo cenário de mercado com a sansão da Lei Nº 13.429, de 31 de março de 2017 pelo presidente Temer que dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros, Marco Antônio diz que a START tem grandes expectativas de melhoras, pois vai possibilitar toda uma indústria ser terceirizada na sua mão de obra, com encargos menores, inclusive as internacionais. Ele fez questão de ressaltar que a START tem o máximo zelo com a documentação dos funcionários para evitar problemas trabalhistas para seus clientes e também garantir a integridade dos contratados. Além da preocupação com a legislação trabalhista, a START também investe muito no aperfeiçoamento das tarefas que serão executadas pelos funcionários terceirizados. Para tanto dispõe de um departamento de segurança no trabalho, onde para cada função que será exercida, a pessoa passa por um rigoroso treinamento e recebe todos os equipamentos de proteção individual (EPIs). “Isso da muita segurança para a indústria” frisou.



ECONOMIA

Desconto à vista

Por: Priscila Braz do Monte Vasconcelos dos Santos

Há impedimento legal para o fornecedor beneficiar o consumidor que quer pagar à vista? Certamente, todo comerciante já foi indagado por um consumidor ao pegar o seu produto: tem desconto à vista?

Analisando as normas jurídicas aplicáveis à situação, até a entrada em vigor da MP 764/2016, essa pergunta não podia ser respondida com o SIM tão esperado pelo consumidor e que facilitaria tanto as negociações para os fornecedores. A explicação está na Portaria 118/94 do Ministério da Fazenda, que no inciso I, do parágrafo único, do seu artigo. 1º, dispõe que: I - não poderá haver diferença de preços entre transações efetuadas com o uso do cartão de crédito e as que são em cheque ou dinheiro; No mesmo sentido está a Nota Técnica nº 103/2004 da SENACON, Secretaria Nacional do Consumidor, e, consoante entendimento do Judiciário, a prática do comerciante de diferenciar os valores para pagamento à vista e com cartão de crédito viola o artigo 39, inciso V do Código de Defesa do Consumidor. O referido dispositivo legal traz como prática abusiva do fornecedor de produtos e serviços exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva, assim, cobrar um valor menor para pagamento à vista de um produto ou serviço e um valor maior para o pagamento com cartão de crédito se enquadraria em uma exigência de vantagem manifestamente excessiva. Mas onde está a vantagem manifestamente excessiva? O fornecedor que opta por trabalhar aceitando cartões de crédito tem que pagar um percentual em cada transação para a administradora do cartão de crédito, ou seja, o fornecedor perde um percentual no valor do produto ou serviço em cada transação feita com cartão de crédito e, considerando que tal custo seja calculado pelo fornecedor quando oferta seus produtos e serviços, o consumidor sai perdendo toda vez que pretende comprar à vista e esse custo não é retirado. Assim, nessa linha de raciocínio, a cobrança não diferenciada é que coloca o consumidor em desvantagem excessiva. Aqueles que defendem que seria abusiva a diferenciação de preço, sustentam que o consumidor já é onerado com o custo das tarifas para a manutenção do cartão de crédito, tarifas estas que são cobradas pelas administradoras de cartão de crédito e que varia de administradora de cartão para administradora de cartão, cabendo frisar, que há cartões que os consumidores não são cobrados por anuidade. Em verdade, os beneficiados com a proibição de diferenciação no preço para pagamento à vista ou com cartão de crédito são as administradoras de cartão de crédito que, em regra, saem ganhando dos dois lados, cobram do consumidor e do fornecedor pela opção de utilizarem o cartão de crédito em suas transações. Ademais, é comum no Judiciário demandas nas quais o consumidor questiona cobranças abusivas das administradoras de cartão de crédito, principalmente quanto aos juros, prática esta que, infelizmente, é comum em muitas dessas empresas. Diante disso, a prática de cobrança diferenciada para pagamen34 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

tos à vista ou com cartão de crédito só deveria ser considerada atentatória ao Código de Defesa do Consumidor se o fornecedor estivesse, de fato, diferenciando os valores de forma arbitrária ou abusiva, ou seja, estivesse cobrando valores extremamente excessivos para pagamentos com cartão de crédito, superando o custo destinado à administradora de cartão de crédito com aquela transação, o que, consequentemente, seria uma prática abusiva que inviabilizaria o uso do cartão de crédito e forçaria o consumidor a comprar à vista, devido à extrema desvantagem. Tal situação sim, espelha uma prática de cobrança de vantagem manifestamente excessiva pelo fornecedor, vedada pelo Art. 39, V do CDC. Em sentido contrário aos entendimentos legais trazidos acima, em 27 de dezembro de 2016, entrou em vigor a Medida Provisória 764/2016 que autoriza a diferenciação de preços pelo fornecedor de produtos e serviços, para compras à vista ou com cartão de crédito. Determina o artigo 1º da referida MP: Art. 1º Fica autorizada a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público, em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado. Parágrafo único. É nula a cláusula contratual, estabelecida no âmbito de arranjos de pagamento ou de outros acordos para prestação de serviço de pagamento, que proíba ou restrinja a diferenciação de preços facultada no caput. Importante esclarecer, que uma medida provisória é editada pela presidência da República nos casos de relevância e urgência e produzem efeitos imediatos, mas dependem de aprovação pelo Congresso Nacional para passarem a ser lei, sendo o prazo de vigência de uma Medida Provisória de 60 dias, podendo ser prorrogada uma vez por igual período. Diante disso, tem-se que está em pleno vigor a norma acima, logo, atualmente, está permitida a cobrança diferenciada para compras com pagamento à vista e compras com pagamento utilizando cartão de crédito. Todavia, é preciso que o fornecedor acompanhe e tenha muita cautela, uma vez o Judiciário pode entender que a referida Medida Provisória viola lei, especialmente, o Art. 39, V, do Código de Defesa do Consumidor, que já foi tratado acima, considerando, inclusive, que o próprio STJ (Superior Tribunal de Justiça), antes da existência da referida norma, já tinha se posicionado contrário à possibilidade de cobrança diferenciada, entendendo que há violação às normas do Código de Defesa do Consumidor. Necessário se faz acompanhar se o Congresso Nacional transformará a aludida Medida Provisória em Lei, alterando o entendimento quanto ao cabimento da cobrança diferenciada para pagamentos de produtos ou serviços à vista e pagamentos com cartão de crédito. *Advogada e professora. Mestre em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, especialista em Direito Civil e Processo Civil pela ESA/FJN, especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela UCDB.



Shoppercracia Por Fátima Merlin

que bicho é esse?

Em países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Canadá, França e outros tantos, o conhecimento profundo sobre Consumidores e Shoppers e sua jornada de compra e consumo já saíram do papel e se tornaram realidade.

Neste contexto, os processos de Gerenciamento por Categoria, Desenvolvimento de Categoria & Shopper e Shopper Marketing já evoluíram de tal forma que produtos, promoções, comunicação, modelos de lojas, gestão do negócio, definitivamente todas as ações são planejadas e executadas orientadas e baseadas no real e profundo conhecimento de Consumidores & Shoppers. E no Brasil? Até que ponto isso se confirma? Onde estamos no quesito Conhecimento do Consumidor & Shopper? Nos processos de Gerenciamento por Categoria? E no Desenvolvimento de Categoria & Shopper? É com vistas a inspirar para um aprofunda reflexão e um despertar sobre a real importância do Consumidor & Shopper estarem, efetivamente, no centro de nossas decisões, e sobretudo, identificar o que é preciso e possível fazer para aplicarmos na prática esse conceito, que convido a todos a experimentar a "SHOPPERCRACIA". 36 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

Um processo em que, a partir da metodologia do design thinking, nos faz repensar nossos processos, estratégia e execução atual para uma nova abordagem. Nos faz reavaliar nossa cultura e tradição ao imediatismo, à "perecibilidade", à superficialidade - com ênfase em ações de curtíssimo prazo, desordenadas, com uma "simplificação" falsa e equivocada, “burlando” processos, etapas, estágios, planejamento, por vezes essenciais para se construir pilares sólidos que nos levem à alcançarmos resultados consistentes e perenes. À propósito, não é à toa que cresce “soluções milagrosas e rápidas", fórmulas prontas para se automatizar o GC e tudo o mais. Desculpe, mas, como diz o próprio criador destes processos o Prof. Dr. Brian Harris, “soluções rápidas e fórmulas prontas" não funcionam – visões e estratégias inovadoras é o que cria valor e diferenciação”.


Do que estou falando? Em pleno ano 2017 e diante de todas as possibilidades e ferramentas disponíveis - acessíveis, diga-se de passagem-, para se conhecer profundamente Consumidores & Shoppers (de métodos mais tradicionais aos mais tecnológicos), na prática, apenas 3 em 10 varejistas conhecem, de fato, seus consumidores e shoppers e possuem uma base gerenciável e atualizada para estabelecer relacionamento efetivo com os mesmos e desenvolver ações direcionadas. Falamos em GC, Desenvolvimento de Categoria e Shopper, Shopper Marketing, mas, na prática, ainda hoje, enfrentamos baixa qualidade dos dados seja devido à “problemas” de cadastro ou pela falta de crivo analítico – o que analisar, como analisar, por que analisar e o que fazer com tais informações. E neste aspecto os problemas estão em todos os lados:

DO LADO DA INDÚSTRIA: Erros nos códigos de barras fornecidos; erros nas dimensões dos produtos; erros nas descrições ou abreviações de tal forma que não se entende à que se refere; pouco ou nenhum compromisso com a qualidade do cadastro;

DO LADO DO VAREJO: Estruturas mercadológicas inadequadas: sem um olhar shopper para a mesma; faltam segmentações; alocações incorretas; faltam padrões e políticas para cadastramento de produtos; erros de descrição de itens, para citar alguns.

Sem um cadastro de qualidade, como se faz gestão efetiva do negócio? Mas os desafios não param por aí! Falamos em Gerenciamento por Categoria como projeto, quando deveríamos encará-lo como PROCESSO! Falamos em Gerenciamento por Categoria como uma área, quando ele deveria ser um processo de TODOS, onde cada área tem seu papel relevante. Falamos em GC, mas pouco são os varejistas que possuem clareza em sua estratégia e proposta de valor. Falamos em GC, mas onde está definido os papéis de categorias? E, quantos, de fato, utilizam o papel da categoria para determinar como a categoria será executada? Da definição do sortimento, promoções, preço, à execução no ponto-de-venda, tudo deveria ser pautado pelo papel da categoria. Do lado da Indústria não é diferente: faltam estratégias e políticas claras e específicas para diferentes modelos de negócios – não se cabe mais falar em apenas Key Accounts e regionais; ou formatos específicos por check-out, afinal, estamos na era omni-channel. Temos uma forte orientação - práticas e políticas e processos claros e “cultura” para lançamentos, mas quais são os processos e políticas para “deslistar” / excluir produtos? Queremos executar GC, mas na prática, pela indústria pensamos em como introduzir o mix completo em detrimento a otimização do sortimento (sortimento inteligente) e exposição das categorias. Pedidos incompletos/imprecisos, pedidos fora do prazo e altos patamares de rupturas em itens / segmentos relevantes, ao mesmo tempo em que encontramos superestoques de produtos que não vendem. E cadê o Shopper neste contexto? Para fazer valer a Shoppercracia, precisamos urgentemente reconhecer e atuar sobre os pilares básicos que sustentarão nosso negócio. Fazer o básico bem feito. Precisamos, reconhecer as mudanças significativas que vem ocorrendo no cenário atual e suas implicações para o negócio. Discutir qual o real o processo atualizado de GC e Shopper Marketing e como aplica-lo no nosso negócio de maneira efetiva. Identificar algumas “novas maneiras de fazer negócios” que facilitem a adaptação às novas necessidades de consumidores e shoppers frente a uma concorrência muito mais diversificada. Nossa proposta é aplicar a “SHOPPERCRACIA” e repensar os processos atuais para criar um real valor para o cliente com resultados sustentáveis aos fabricantes, varejistas, cash & carry, atacadistas-distribuidores.

Fatima Merlin é sócia fundadora e diretora executiva da Connect Shopper, professora de Varejo, Pesquisa de Marketing e Comportamento do Consumidor e Shopper, articulista em diversas revistas especializadas, e autora do livro Meu cliente não voltou, e agora? Responsável pela criação e aplicação de diversos cursos, dentre s quais “Lidando com equipe vendedora foco no cliente” da Escola Nacional de Supermercados – Abras. Contato info@connect-shopper.com.br

Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017 37




MARKETING

Criatividade

Treloso lança nova campanha, desafiando a criatividade nos supermercados

Assim como as Crianças são verdadeiras esponjas de captar informação, os supermercadistas que são excelentes vendedores, aceitaram o desafio de criar em suas lojas um ambiente dos sonhos de qualquer criança. Os proprietários do supermercado São José, localizado no sul do litoral pernambucano, criaram um mundo particular para que as crianças frequentadoras da loja pudessem ter o acesso ao produto brincando, onde o volume de informações proposto pela marca se ampliasse a cada visita ao supermercado. Segundo Anne Kelly, proprietária e idealizadora do espaço treloso, o novo point foi idealizado para atender o perfil dos pequenos consumidores, com a mesma velocidade que o treloso inova em questão de variedade e layout de suas embalagem. A Vitarella incentiva essa dinâmica e tem em seu DNA a necessidade constante de inovar e acompanhar o ritmo da evolução dos pequenos. Todas essas ações são transmitidas ao público através de uma campanha publicitária que brinca com o conceito de criatividade, evidenciando a ausência de barreiras na imaginação das crianças e utilizando um misto de diferentes recursos e estéticas, como animações em 2D, 3D e massinha de modelar. “Na estratégia de comunicação, posicionamos o biscoito Treloso como o combustível mais divertido para a criançada e, ao mesmo tempo, incentivamos o exercício da imaginação e criatividade, promovendo o estímulo a brincadeiras fora de casa”, conclui a gerente de Marketing da Vitarella, Marina Lemos.

40 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017



ESTRATÉGIA

Confiança

Por Eugênia Miranda

A

IMPORTÂNCIA da

CONFIANÇA para os

NEGÓCIOS

Em algum momento da sua vida você já deve ter ouvido falar que CONFIANÇA é a base de tudo, e tudo é tudo mesmo. Seja na vida pessoal ou profissional confiar faz parte da solidez de qualquer relação. O assunto é tão sério que o Brasil vive uma crise de falta de confiança e a cada escândalo descoberto, afundamos mais e mais no lamaçal da descrença. Isso tem uma explicação científica apurada pela neurociência a qual utilizo em meus treinamentos para equipes de vendas e relacionamento com o cliente – CÉREBRO PRIMITIVO também conhecido como Reptiliano porque foi a primeira parte do cérebro a ser desenvolvida no ser humano e mesmo nosso cérebro tendo passado por grandes mudanças, é o cérebro reptiliano considerado o GUARDIÃO do nosso sistema de escolha. A finalidade do guardião é fugir ou lutar, é ele que liga nosso alerta, nosso “desconfiômetro”, não importando nossa crença, classe social, idade, nível educacional, raça, a atividade do guardião é nos proteger, a ele agradecemos nosso extinto de sobrevivência, mas é ele quem está mexendo com as vidas das pessoas, a cada notícia que põe em risco a verdade nos remete a agir com insegurança, desconfiança, repúdio ou medo. Mas nem tudo está perdido, precisamos restabelecer a relação de confiança com práticas adequadas de GESTÃO A VISTA, sendo leal e verdadeiro no que fazemos, apresentando para nosso cliente que cuidamos dos detalhes. Imagine que o cliente chega a seu estabelecimento e vai até o banheiro e encontra tudo sujo, neste momento o cérebro primitivo dele remete a seguinte questão: ”Se eles permitem que o banheiro que nós frequentamos seja mantido desta forma, imagina o que acontece nos bastidores?”. A promoção da CONFIANÇA tem que está prevista na estratégia da empresa e fazer parte da sua missão, visão e valores. Atrele sua marca à confiança e bons negócios. .

42 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

Eugenia Miranda Consultora em gestão empresarial, adequação de processos e inovação. Instrutora e palestrante para qualificação de equipes de vendas e atendimento ao cliente. Autora do livro SIMPLES MENTE: Mude sua mentalidade, e sua vida. Youtuber: www.olapessoas.com.br



MULTIMERCADO

Ações de risco

Por Cavalcanti de Albuquerque Filho

OPERAÇÃO

CARNE

FRACA

Benefícios e malefícios à economia nacional e às empresas

Conquanto se saiba que o controle fitossanitário deve ocorrer de forma contínua e responsável pelos órgãos públicos, não se pode esquecer que procedimentos que fogem à uma situação normal podem acarretar malefícios à economia nacional e, por osmose, às empresas do ramo, quando se trata de produtos de consumo e, principalmente, de origem animal, quando alardeado ao mundo as ocorrências pontuais de problemas como se fosse algo de outro mundo. Não é raro no Brasil se ver fiscais responsáveis por determinadas áreas, como a tributária, fitossanitária, do ININMETRO, de carga, entre outras áreas do serviço público, se corromperem ou serem corrompidos, passando essa conduta ao largo durante toda uma vida, pois se fiscalizam, não são devidamente fiscalizados, como seria o normal. Depende muito do caráter de cada um, o que não se pode generalizar, é claro. Há exceções e exemplos de bons servidores. Contudo, para isso não existe crachá. E a ocorrência da CONCUSSÃO (que é exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, vantagem indevida – art 316, do Código Penal) é mais comum do que se pensa. E nessa falta de fiscalização por parte das chefias que se encontra o cerne da questão. 44 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

Na ocorrência de irregularidades detectadas e da atuação policial no caso da Operação Carne Fraca junto a frigoríficos exportadores de carnes e seus derivados, houve um excesso, considerando que foram casos pontuais e que não podem macular uma nação de frigoríficos e órgãos fiscalizadores que atuam de forma escorreita. É preciso entender que um remédio amargo combate um mal, mas em excesso pode matar o paciente. E foi isso exatamente o que aconteceu em nosso País por ocasião dessa operação policial: alardeou-se aos quatro cantos do mundo que o Brasil exportava carne podre, além de as utilizar nos embutidos, dentre outras situações que jamais poderia ocorrer. Possivelmente, a atuação policial esteja espelhada na Operação Lava Jato, mas é necessário que se verifiquem proporções. Primeiro, não havia necessidade de se generalizar algo que se sabia estar concentrado em alguns frigoríficos. Assim, havia necessidade de cautelas nesse sentido. Em seguida, identificados os culpados pelos atos ilícitos cometidos e devidamente apurados, afastá-los imediatamente das funções públicas, se servidores públicos, e das funções nas empresas, no caso de entidades privadas, e indiciá-los nos crimes que cometeram. Em seguida, atuar com rigor nas empresas identificadas, além Cont. pág. 46



MULTIMERCADO

Ações de risco

OPERAÇÃO

CARNE

FRACA

de efetivar uma fiscalização geral nas demais empresas do ramo. E por último, expor junto aos países importadores as questões pontuais e o que estaria sendo feito para regularizar a situação, convidando-os a verificar in loco a regularidade na produção de carnes e seus derivados.

Ao final, as consequências estão aí, agora de uma forma mais amena, com o indiciamento dos responsáveis por essa calamidade nacional, onde os países importadores se conscientizam de que foram casos pontuais e que não lhes atingiram de uma forma generalizada, mas o estrago está feito. Se há falha no trabalho dos Fiscais, não se pode esquecer dos Auditores Fiscais no âmbito tributário, muitos deles sem o conhecimento necessário do que estão fazendo; há falha no acompanhamento superior da atuação dos Auditores Fiscais e Fiscais, muitos deles se sentindo “deuses” e cooptando os empresários a reduzirem a autuação mediante propina; há falha no relacionamento do empresário com o fisco, quando aquele vem praticar a corrupção ativa; há falha na remuneração dos Auditores Fiscais e Fiscais quando a legislação prevê participação do valor da autuação; há falha na alocação de Fiscais especificamente em determinada empresa sem o devido rodízio e sem fiscalização da chefia; há falta de tato de Auditores Fiscais e Fiscais no trato com o empresário e contribuinte; há falta de fiscalização dos órgãos denominados “Corregedorias” quando à autuação dos órgãos de fiscalização, o que induz conivência com as irregularidades 46 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

praticadas, especialmente quando beneficiam o próprio fisco. Tudo isso poderia ter sido evitado se houvesse uma efetiva fiscalização dos órgãos de controle sobre os Auditores Fiscais e/ou Fiscais em suas autuações e atuações nas empresas, fato que elidiria por completo casos como o da Operação Carne Fraca, onde errou o Poder Público em três situações: (I) quando permitiu que servidores públicos da pior estirpe se locupletassem mediante atos de Corrupção Passiva e Concussão através de atestados de regularidade da qualidade das carnes e seus derivados em determinadas empresas frigoríficas enquanto ocorriam desvirtuamento na qualidade de seus produtos; (II) quando não realizou inspeções e fiscalizações nas empresas quanto à qualidade dos produtos finais atestada pelos Fiscais que lá atuaram; (III) quando, através da Polícia Federal, cometeu excessos ao alardear aos quatro cantos do mundo que as carnes e seus derivados produzidas no Brasil eram de péssima qualidade e fora dos padrões de qualidade, induzindo os países importadores a suspensão imediata dos produtos, gerando uma verdadeira e quase catástrofe econômica (lembrar que o Brasil, em 2016, foi o 2º maior exportador mundial de carne e seus derivados), uma generalização que não era verdadeira, mas e tão somente pontuais. E não podemos nos enganar que a coisa parou por aí. No clima da Operação Lava Jato e, agora, da Operação Carne Fraca, ainda virão outras Operações que por certo irão abalar novamente as estruturas de nossas Instituições, esperando-se que um dia, no futuro (lembrando que o futuro não nos inclui, naturalmente) algo possa ser feito para moralizar esse País tão desmoralizado que se chama Brasil, cujo povo não merece.



Feira

Empresários Pernambucanos marcam presença no maior evento supermercadista do mundo.

A APAS Show, reconhecidamente a maior Feira supermercadista no mundo, contou com mais de 700 empresas expositoras e mais de 60 palestrantes no Congresso de Gestão. A 33ª edição do evento, que foi organizado pela APAS – Associação Paulista de Supermercados, aconteceu no Expo Center Norte, em São Paulo, e reunir mais de 70 mil visitantes, que tiveram a oportunidade de conhecer lançamentos e tendências do varejo e mercado consumidor. O evento teve adaptações no nome, fruto do ganho de amplitude nacional e internacional conquistado nos últimos anos, sendo consolidado por promover a interação entre empresários supermercadistas, indústria, consultores, autoridades, imprensa e executivos do Brasil e do exterior, a partir de interesses em comum, como realizar negócios, conhecer novos produtos, serviços e tecnologia, obter

48 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

conhecimento sobre gestão, operação, marketing, capital humano e comercial, fazer networking e fortalecer as parcerias existentes. O tema deste ano foi “Empoderamento. Todos podem” e foi escolhido observando-se uma sociedade que se vê frente à conquista da liberdade por decidir e controlar o próprio estilo de vida nas relações de consumo. A comitiva pernambucana durante os quatro dias de evento tiveram a oportunidade de puderam visitar o Andorinha Hiper Center, em São Paulo. A delegação foi recebida por executivos da empresa que ao longo dos anos evoluiu ao ponto de transformar um pequeno comércio em um Hipermercado com mais de 300 mil clientes, área confortável para compras – com shopping e 1.000 vagas cobertas de estacionamento, gerando atualmente mais de 900 empregos diretos.


Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017 49


MERCADO EXPRESSO

Industria e vendas

Austrália abre supermercado gratuito com produtos que iriam para o lixo A cidade de Sydney, na Austrália, ganhou seu primeiro supermercado nos moldes “pegue o que precisa, dê o que puder”. Sim, lá tudo é gratuito para aqueles que não podem pagar pelos produtos. Quem pode, tem a opção de contribuir com a quantia que puder. A idealizadora é a empresária Ronni Kahn, criadora da OZHarvest, uma ONG que combate o desperdício de comida. O OzHarvest Market armazena uma série de produtos, incluindo frutas e legumes frescos, pães, bebidas, refeições congeladas, produtos de limpeza e higiene

pessoal. Os produtos variam dependendo do que é recuperado naquela semana. As pessoas são incentivadas a fornecer qualquer coisa que elas não querem mais. Restaurantes, supermercados e varejistas de alimentos doam produtos que não podem mais ser vendidos por causa do prazo de validade, mas ainda podem ser consumidos. Na Austrália, o desperdício de alimentos custa cercas de US$ 20 bilhões por ano e os consumidores jogam fora uma em cada cinco cestas de compras de alimentos todos os anos.

Venda de cervejas da Ambev sobe 3,4% em volume no Brasil A companhia registrou aumento de 3,4% no volume de cerveja comercializado no Brasil no primeiro trimestre do ano, tanto nas marcas que compõem o segmento mainstream quanto nas de premium. O desempenho positivo é resultado de uma estratégia adotada há cerca de um ano e que tem entre seus principais pilares o reforço de suas principais marcas, como Skol, Brahma, Antarctica. No segmento premium, o portfólio de marcas nacionais e globais da Ambev apresenta bom desempe-

nho no trimestre, com volumes avançando dois dígitos, liderados pela Budweiser, com crescimento de mais de 30% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Para continuar levando acessibilidade aos consumidores, as garrafas de vidro retornáveis de 300ml de cerveja continuarão sendo um grande foco da companhia em 2017. A escolha por essas embalagens cresceu dois dígitos em comparação com o primeiro trimestre de 2016 em termos de volume.

Heineken tem aprovação do Cade para compra da Brasil Kirin O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu pela aprovação, sem restrições, da aquisição da Brasil Kirin pela Heineken. A cervejaria holandesa anunciou em fevereiro o negócio, cujo valor ficou em 664 milhões de euros. Com a compra, a Heineken elevará sua participação de mercado no Brasil de 9% para 17,4%, de acordo com dados da Nielsen. Com isso, a empresa também sai da 50 Revista NeSupermercados Abr/Mai 2017

terceira para a segunda colocação, atrás apenas da Anheuser-Busch InBev (AB InBev, controlado da Ambev). A Heineken atua no Brasil com as marcas Heineken, Sol, Bavaria, Kaiser e Amstel. A Brasil Kirin opera nos mercados de cerveja e bebidas não alcoólicas no Brasil com Schin, Devassa, Baden Baden, Cintra e Glacial, entre outras.




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