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Entrevista a José Manuel Pinheiro

ENTREVISTA

José Manuel Pinheiro

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Novo Maestro do Coro da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos

José Manuel Pinheiro é o novo Maestro do Coro da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM). Depois de ter tido conhecimento da abertura do concurso público para este cargo, candidatou-se e acabou por ser o selecionado. Em entrevista à Nortemédico, partilhou as suas principais ambições e projetos para o futuro.

Texto Catarina Ferreira › Fotografia Medesign

“Acredito que o canto em grupo é um elixir da juventude”

(nortemédico) – Como vê este desafio? Quais são as principais ambições/ objetivos? (José Manuel Pinheiro) – Todos os coros amadores têm como grande missão proporcionar aos seus membros momentos de felicidade e emoção através da Música, contribuindo igualmente para um enriquecimento cultural, social e humano. A Música e as Emoções que ela nos faz sentir compensam e equilibram qualquer atividade profissional intensa e julgo que os membros do grupo procuram no projeto essa compensação. Sem dúvida que ser capaz de dar resposta a isto é um desafio muito estimulante para alguém que, como eu, ame a Mú-

Coro da SRNOM: Formado por “cantores que gostam da música como celebração da vida”, e não necessariamente todos com formação musical, o atual Coro da SRNOM, criado no verão de 2014, fez a sua a primeira apresentação pública no Concerto de Reis, na SRNOM, a 7 de janeiro de 2015, com a direção de Luísa Vilarinho. Desde então, com um repertório sempre diversificado e alegre, tem-se apresentado com êxito em algumas salas e espaços onde se faz “boa música” como o Theatro Circo de Braga, Salão Árabe do Palácio da Bolsa, Fundação António da Mota, Casa da Música, etc., com atuações sempre muito animadas, muitas delas associadas a iniciativas da SRNOM como o Juramento de Hipócrates ou o Concerto de Verão.

sica. Entrei num grupo que já existia há vários anos e que foi brilhantemente orientado pela Doutora Luísa Vilarinho. Dar continuidade a este projeto, tendo em vista a sua evolução e crescimento de forma aferida, é para mim também uma grande responsabilidade e um dos grandes objetivos. Mas a maior das ambições é conseguir transformar a sala de ensaios num local onde os problemas da vida não consigam atravessar a porta. Por outro lado, que à saída regressemos a casa revigorados e sentindo que fomos capazes de produzir algo com valor artístico e musical. É para mim muito importante que todos os membros e a própria SRNOM sintam orgulho no trabalho produzido por este Coro.

Já estão a trabalhar em novos projetos? O que pretendem apresentar? Sim, estamos a trabalhar num novo repertório tendo em vista alguns eventos que estão na mira. Mas com a situação de pandemia que todos estamos a viver é muito difícil saber quando será possível fazer uma apresentação pública. Mas estamos a trabalhar já presencialmente, com todos os cuidados, num programa variado que vai do Popular ao Jazz. Não há preconceitos musicais neste grupo. Tudo se pode cantar desde que nos faça felizes. Logo que seja possível, pretendemos também colaborar com a Orquestra da Ópera na Academia e na Cidade para apresentação de projetos na área da Ópera e Coral Sinfónico. Claro que a escolha do repertório certo, para o grupo certo e para os momentos certos, é também um dos grandes trabalhos e desafios que o maestro tem nas suas mãos. Ideias não faltam. Falta sim recuperarmos a possibilidade de voltar a cantar sem restrições.

Quantos elementos compõem este coro? Neste momento o grupo é constituído por cerca de 35 elementos. A junção destes elementos tem um grande valor social e é fantástico sentir uma espécie de “magia” que faz com que todos eles juntos consigam produzir muito mais do que simplesmente a soma das partes. Acredito seriamente que o canto em grupo é uma espécie de “elixir da juventude” e também que quem canta, como diz o ditado popular, seus males espanta.

Têm atuações já agendadas? Prevemos fazer as primeiras apresentações, sob a minha direção, nos próximos Juramentos de Hipócrates e Dia do Médico. Também temos previsto o tradicional Concerto de Reis da SRNOM. Seguramente que, logo que a situação pandémica o permita, não faltarão ainda outras possibilidades para se poder ouvir o Coro da SRNOM.

JOSÉ MANUEL PINHEIRO nasceu em São Mamede de Infesta, Matosinhos. Concluiu o Curso Superior de Composição no Conservatório Nacional e frequentou no Conservatório de Música do Porto o Curso Superior de Piano e parte do Curso Geral de Violino e Canto. Obteve o grau de licenciatura em Música na Universidade de Aveiro e concluiu com distinção o mestrado em Choral Education na Roehampton University, em Londres. Na área da música, direção de orquestra/coro e da pedagogia, frequentou cursos em Espanha, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Áustria. A sua atividade dominante incide sobre a pedagogia, educação e animação cultural-musical. Conquistou com o projeto “Ensemble Vocal Pro Musica”, criado em 1991 e de que é diretor artístico desde a sua fundação, vários prémios em concursos internacionais, sendo de destacar o 1.º Prémio – Diploma de Ouro na Categoria de Música Sacra, bem como o Grande Prémio do Concurso de Veneza, em setembro de 2007. Mais recentemente recebeu uma Medalha de Ouro na Categoria de Música Sacra e Prémio de Melhor Interpretação no Concurso Praga Cantat 2018. Leciona no Conservatório de Música do Porto as disciplinas de Organologia e de Acústica Musical e no Curso de Música Silva Monteiro a disciplina de Classes de Conjunto. n

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