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“Anódino”
EXPOSIÇÃO
Primeira mostra individual de Iara Magalhães
Desta vez de forma individual, Iara Magalhães voltou à Galeria da SRNOM para apresentar o seu mais recente trabalho. “Anódino” deu nome à exposição de pintura e escultura, com peças de fusão entre o vidro e o arame, que revelam os constrangimentos do processo criativo. A exposição esteve patente entre 12 e 15 de julho.
Texto Catarina Ferreira › Fotografia Medesign Em dezembro de 2021, Iara Magalhães e Jéssica Pereira, finalistas de Belas Artes, com formação em Pintura e Multimédia, criaram um movimento que permite a interação de várias expressões de arte e trouxeram a exposição “Cadenza” até à Galeria da SRNOM, apresentando o projeto S1SMO. Na altura, apresentaram o nome como “uma oportunidade de partilha da mestria e agilidade do solista. Do mesmo modo, intencionamos um espaço de exposição, no qual é possibilitado aos artistas a apresentação de obras de distintos contextos. Esta interseção permite a inclusão de diferentes áreas e temas, numa exposição coletiva que pretende proporcionar um instante de reflexão. Uma ausência de ruído com a certeza de um retorno. Um silêncio anódino”. No dia 12 de julho, Iara Magalhães apresentou-se em nome individual na Galeria do Centro de Cultura e Congressos da SRNOM para a inauguração da exposição com o mesmo lema, “Anódino”. “Esta exposição nasceu no contexto da fase final da minha licenciatura e surgiu da junção das Belas Artes com a Música. Fala dos constrangimentos do processo criativo, de talento e até cognitivos. Acaba por contar parte da minha história e desta minha procura nas duas artes que me são mais próximas. Trabalho muito com silhuetas e personagens que são quase um alter ego, uma máscara protetora do meu Eu artístico que nem sempre mostramos ao público”, contou a artista plástica. “Anódino” tem como significado “inofensivo” e é exatamente “esse tipo de constrangimento aparentemente inofensivo que se revela aqui”, justificou Iara Magalhães. Nesta mostra, composta por óleos sobre tela, mosaicos, peças em vidro e outras de fusão entre o vidro e o arame, as obras contam uma história. Segundo a artista, as pinturas a óleo e os mosaicos surgiram como “uma espécie de arquivo que levaram à criação destas peças em vidro”. Ou seja, as silhuetas das esculturas apresentadas são as mesmas que estão representadas nos quadros. “Começaram com referendos, marionetas que já existem mas são modificadas e depois passei para o mosaico, que levam a um material que em si é aparentemente anódino mas que depois da fusão ganha um novo universo”, explicou a artista ao longo da inauguração. Iara Magalhães escolheu trabalhar com técnicas muito diferentes e complexas, como o vidro, um material “muito imprevisível”. “Apesar do desafio, conceptualmente o vidro é um material que se liga bastante ao tema e eu quis trabalhar e ter o contacto com outro universo”, revelou. No fundo, as peças em exposição são o resultado do seu desenvolvimento artístico nos últimos dois anos e foram apreciadas por muitos médicos e curiosos entre os dias 12 e 15 de julho. n