3 minute read
“A Arte Médica em Portugal no Segundo Milénio”
LIVRO FRANCISCO DO CARMO PACHECO Um livro sobre “a História da Medicina em Geral”
Advertisement
Apresentado como um livro que “interessa aos médicos do ponto de vista científico”, mas também ao público em geral, “A Arte Médica em Portugal no Segundo Milénio” teve o seu lançamento no dia 15 de outubro. Da autoria de Francisco do Carmo Pacheco, que assume tratar-se naturalmente de “um livro incompleto” e descreve a Arte Médica como “uma amálgama complexa de ciência, tecnologia, intuição e saber da experiência”, a obra foi apresentada por António Sarmento.
CASA CHEIA NA APRESENTAÇÃO NA SRNOM
Texto Catarina Ferreira › Fotografia Medesign “Este livro que me deu tanto trabalho e foi feito com muito boa vontade ainda é um livro incompleto. Eu não sou historiador, fui desafiado por alguns colegas a escrever um livro de História e aceitei, achei que era capaz. Depois verifiquei que era muito mais difícil do que eu achava. A História da Medicina, a Arte Médica presta-se a fazer divagações literárias espantosas e, por vezes, a mão fugia para contar um ou outro pormenor. Mas isso é indispensável para dar cor àquilo que se escreve”, contou o autor. A apresentação do livro “A Arte Médica em Portugal no Segundo Milénio”, da autoria do especialista em Imunohemoterapia e
Patologia Clínica, Francisco do Carmo Pacheco, aconteceu no dia 15 de outubro, no Salão Nobre da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM). Júlia Maciel, vice-presidente do CRNOM, deu as boas-vindas, reforçando ser “um gosto receber-vos na casa de todos os médicos e ver a sala tão cheia”. Já a apresentação da obra ficou a cargo de António Sarmento, que destacou a “sequência lógica”, a homogeneidade, o estilo acessível “mas profundo” que caracteriza o autor. “Este é um livro que foi escrito no ativo, em que o autor dedicou-lhe vários serões e fins de semana e exigiu muita consulta e reflexão. Tem uma vasta referenciação bibliográfica e ainda inclui a reprodução de uma série de histórias e conversas que o autor teve com colegas, que ainda bem que ficam escritas para não se perderem. Muito mais do que a história da Medicina portuguesa no segundo milénio, conta a história da Medicina em geral, vai sempre à base, à origem, aos antepassados. Mas porquê este livro é tão importante?”, questionou. Para o infeciologista, a história da Medicina “é também a história da Humanidade, do ser humano e das relações humanas”, por isso é um livro que interessa aos médicos, pelo ponto de vista científico, mas também ao público em geral. António Sarmento leu alguns excertos reveladores da importância da Medicina no percurso da humanidade e dos valores éticos e morais que “ultrapassam culturas e continentes”, e relembrou algumas das figuras reconhecidas citadas na obra. Na sua intervenção, elogiou o estilo literário, “que nos prende à história” e caracterizou o livro como um “romance histórico”, com uma verdade escrita de forma empolgante e atraente. “Uma obra inovadora, que implicou um trabalho incansável, um entusiasmo fantástico. É patente aqui o interesse pelo bem comum, acima de qualquer outro interesse pessoal. Por isso, só nos resta agradecer ao autor a prenda que nos ofereceu”, concluiu António Sarmento.
NAS PALAVRAS DO AUTOR…
“A consciência da minha limitada capacidade de dominar, mesmo sumariamente, a vastidão do conhecimento médico até ao termo do século XX, limite temporal em que tentei esboçar as características evolutivas da arte médica em Portugal nos últimos séculos, obrigou-me à tentativa de encurtar a extensão desta narrativa. (...) Como uma necessidade de completar ciclos evolutivos ou referências a personalidades que se afirmaram no milénio (...) Abordo o século XXI como tempos que prometem ser ricos em inovação e progresso, tendo em conta o ritmo alucinante e as profundas modificações do conhecimento médico já verificadas nas últimas décadas do século anterior, sem esquecer a vaga digital. (...) Um texto histórico nunca está completo ou isento de omissões, é por isso um ato de coragem ou até de atrevimento. Espero, no entanto, que alguns dos meus pacientes leitores possam nele encontrar alguma informação ou reflexão que os gratifiquem com o interesse da leitura deste livro e contribuam, mesmo indiretamente, pelo seu incentivo, para outros autores lhe darem continuidade.”