Revista NovaCer Edição 76º de agosto 2016

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Ano 6 ● Agosto/2016 ● Edição 76

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SOFISTICAÇÃO Ao longo de milênios o material cerâmico vem se adaptando às mudanças da arquitetura e da construção, se tornando insubstituível e único.

Primeiro encontro de amigos ceramistas-SC

Os blocos cerâmicos devem atender à norma

NTC-PR PSQ

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Comparando o custo final com os demais fornos do mercado o forno vagão metálico fica em torno de 40% a 60% mais barato e construído aproximadamente 60 dias. O forno pode ser construído nos tamanhos de: 18,0m x 3,0m x 2,8m / 18 ,0m x 4,0m x 2,8m / 20,0m x 3,0m x 2,8m 20 ,0m x 4,0m x 2,8m / 24,0m x 3,0m x 2,8m / 24 ,0m x 4,0m x 2,8m

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SUMÁRIO EDITORIAL

ARQUITETURA CERÂMICA ECONOMIA E NEGÓCIOS

FEIRAS

12: Carta ao Ceramista

13: Mercado Público de Santa Caterina, Espanha

18: Primeiro encontro de amigos ceramistas em Rio do Sul

16: Empresários recupera confiança na economia

Diretor Geraldo Salvador Junior

revista@novacer.com.br Av. Centenário, 3773, Sala 804, Cep: 88801-000 - Criciúma - SC Centro Executivo Iceberg Fone/Fax: +55 (48) 3045-7865 +55 (48) 3045-7869

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Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados


SUMÁRIO

Agosto 2016 GESTÃO

DESENVOLVIMENTO

FEIRAS

ARTIGO TÉCNICO

20: Núcleo de tecnologia Cerâmica do Paraná rece certificação

24: A Quarta revolução Industrial

25: Tecnargilla: A Evolução de um Grande Evento

30: Avaliação das Propriedades da Matéria-Prima de uma Indútria Cerâmica

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Comentários, sugestões de pauta, críticas ou dúvidas podem ser encaminhadas para os e-mails redacao@novacer.com.br ou direcao@novacer.com.br Na internet Todas as edições podem ser visualizadas no site www.novacer.com.br Anuncie na NovaCer Divulgue sua marca. Atendimento pelo e-mail comercial@novacer.com.br Assinaturas: +55 48 3045.7865

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EDITORIAL

Carta ao Ceramista Nesta edição trouxemos até você um tema de extrema importância que é a arquitetura cerâmica. Na reportagem de capa, a NovaCer apresenta o mercado público de Santa Caterina, na Espanha, que é um festival de criatividade e a comprovação do que pode ser realizado com a cerâmica vermelha na arquitetura e construção. Um ponto extra da matéria é a opinião de profissionais das construtoras e escritórios de arquitetura europeus que trabalham exclusivamente com cerâmica vermelha. Nesta edição, a revista ainda traz uma reportagem especial com o Núcleo de Tecnologia Cerâmica do Paraná que acaba de conquistar a certificação PSQ. O objetivo é poder atender as cerâmicas da região com maior desempenho técnico e levar até elas um padrão mais elevado de assistência especializada com respaldo desde a jazida até o produto final. O Primeiro Encontro de Amigos Ceramistas, realizado pelo Sindicer na cidade de Rio do Sul em Santa Catarina, foi marcado pela união dos

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empresários em busca de fortalecimento da cadeia produtiva. Foram mais de 400 participantes que vieram de todas as partes do Brasil para conhecer de perto algumas cerâmicas da região que contaram com a troca da diretoria do sindicato num jantar totalmente gratuito aos participantes. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria, CNI aponta que a confiança na economia está aumentando gradativamente. Com isso a recuperação da economia brasileira começa à se consolidar através da busca de novos investimentos, o que é bom para a construção civil, que é o primeiro setor à sentir a melhora devido o aumento da confiança. Como as cerâmicas devem se comportar na quarta revolução industrial? Esta é a pergunta respondida na reportagem sobre a quarta revolução industrial que traz consigo um aumento considerável na utilização de tecnologias dentro das indústrias dos mais variados segmentos. Aproveite a Leitura!


ARQUITETURA CERÂMICA

Mercado Público de Santa Caterina, Espanha O projeto de reforma e reestruturação do mercado público de Santa Caterina em Barcelona, na Espanha é parte de um plano especial para a regeneração urbana da cidade, que inclui vários usos além do mercado, incluindo supermercado, habitação, estacionamento, centro de recolhimento de resíduos e o museu arqueológico. O novo telhado é o elemento que mais se destaca na reabilitação integral do edifício do mercado. Com uma grande complexidade formal, que foi construído utilizando processos tecnológicos simples e materiais tradicionais, tais como concreto, ferro, madeira e cerâmica vermelha. Os suportes de concreto foram construídos no local e as duas vigas principais também foram concretadas no local. A estrutura metálica foi

feita com perfis tubulares e os arcos de madeira foram feitos com madeira laminada. Cada um deles é diferente e alguns têm diâmetros bem pequenos. A madeira foi colada na vertical (em vez de horizontalmente, como é normal no caso de estruturas com vãos largos). O telhado foi construído acima dos arcos de madeira com quatro camadas sobrepostas de tiras de madeira, colocados em direções diferentes: duas camadas para isolamento térmico com lã de rocha e mais duas camadas complementares. Foi elaborada a vedação impermeável do telhado e o material cerâmico foi assentado com argamassa. A primeira camada de impermeabilização foi reforçada com uma malha elástica (para absorver a expansão da madeira) e é variável em espessura (maior para as calhas e as zonas de maior fluxo de água) e a segunda camada, sem reforço, para os assentos das telhas cerâmicas.

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ARQUITETURA CERÂMICA

Foto1: Projeto e Desenho aéreo do mercado público

c O telhado está alinhado com peças cerâmicas de cores esmaltadas variadas. São materiais com alto padrão de qualidade, iniciado com o controle da argila em laboratório e a técnica ideal de queima. Esta característica é importante para permitir que as cores sejam bem nítidas ao serem aplicadas no material cerâmico ainda na fábrica. Ao todo foram utilizadas 67 cores. Três tipos de peças definidas de acordo com a situação da cobertura, onde elas foram aplicadas. As peças são hexagonais e cada uma tem o tamanho de 14,5 centímetros. Se encaixam paralelamente e são pré assentadas em um fibra de vidro e vinil adesivo para formarem módulos com 37 peças de uma única cor, com formatos hexagonais. Esta é a ideia predominante que define a imagem de frutas e vegetais do telhado do mercado público. O projeto foi desenvolvido e elaborado pelo escritório de arquitetura EMBT - Enric Miralles e Benedetta Tagliabue de Barcelona na Espanha, uma das maiores autoridades em arquite-

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tura cerâmica no mundo. Além de serem arquitetos renomados em toda a Europa, Miralles e Tagliabue, são acima de tudo, disseminadores da cultura de utilização da cerâmica vermelha na arquitetura e construção. “Adoramos trabalhar com materiais e blocos cerâmicos. Gostamos tanto, que os usamos em quase todas as nossas construções. Acredito


ARQUITETURA CERÂMICA Foto2: Colocação dos materiais cerâmicos no telhado do mercado público que são materiais tradicionais, muito lindos, de longa duração, ecológicos e podem ser utilizados de diversas maneiras”, comentou Benedetta Tagliabue, sócia da EMBT Arquitetura em Barcelona, Espanha. “Eu acredito que a restruturação do mercado público de Santa Caterina em Barcelona na Espanha, foi um grande avanço para a arquitetura cerâmica,frente a modernidade da construção civil. A prova disso é que quando utilizamos o material cerâmico em grandes projetos arquitetônicos, ele sempre se mostra tão sofistificado que se tornou um elemento extremamente representativo e insubstituível. A cerâmica é o nosso material quente, que gostamos ter perto de nós, além de ser um material que torna as construções mais econômicas e viáveis”, complementou ela, que foi uma das peças principais nessa obra arquitetônica.

Foto2: Arquiteta Benedetta Tagliabue

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ECONOMIA E NEGÓCIOS

Empresários recuperam a confiança na economia Pela primeira vez desde março de 2014, o ICEI de agosto ficou acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo. A confiança é maior entre as grandes empresas. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) aumentou 4,2 pontos frente a julho e alcançou 51,5 pontos em agosto. Foi a primeira vez desde março de 2014 que o indicador ficou acima da linha divisória dos 50 pontos. Isso mostra que os empresários brasileiros estão confiantes, informa a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (16). Os valores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança. A virada do ICEI é um bom sinal. "Na medida em que as reformas sejam aprovadas, o processo de recuperação da economia deve se consolidar", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. A atual

tendência de recuperação da confiança dos empresários acontece desde abril. No período, o índice aumentou 14,7 pontos, diz a pesquisa. De acordo com o levantamento, a melhora se deve especialmente às expectativas sobre o desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses. Todos os indicadores de perspectivas estão acima dos 50 pontos, enquanto que os que mostram a percepção sobre a situação atual das empresas e da economia continuam abaixo dos 50 pontos. A pesquisa mostra ainda que a confiança é maior nas grandes empresas, segmento em que o ICEI alcançou 53,1 pontos em agosto. Nas médias, foi de 50,7 pontos e, nas pequenas, de 48,9 pontos. O ICEI é importante porque antecipa tendências de desempenho da economia. Empresários confiantes tendem a manter ou ampliar projetos de investimentos, o que aquece a atividade e estimula o crescimento econômico. Esta edição do ICEI foi feita entre os dias 1º e 11 deste mês com 3.150 empresas de todo o país, das quais 1.236 são de pequeno porte, 1.198 são médias e 716 são de grande porte. NC Fonte: CNI

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Norma dos Tijolos Maciços No dia 02 de agosto foi realizada no Sinduscon de Porto Alegre, RS, a reunião de definição das normas que envolvem os blocos maciços e perfurados de cerâmica vermelha. A reunião contou com a presença de mais de 45 pessoas, entre eles, pesquisadores, professores, técnicos, autoridades e ceramistas dos estados de SP, RN, RS, PR e SC. O objetivo principal da reunião foi colocar os tijolos maciços e perfurados dentro dos requisitos da Norma 15270. Foram definidas as dimensões, resistência, absorção de água e as tolerâncias. Várias tabelas estão sen-

do elaboradas, baseadas nos variados tipos de produtos e suas características. Um dos exemplos é o da absorção de água, que dependendo do tipo de produto, pode variar de 21% até 25%. O mesmo foi feito com relação a resistência à compressão dos produtos. As designações sobre as dimensões dos produtos foram mantidas, conforme a portaria 558 do Inmetro. Na Norma 15270 ficarão estabelecidos portanto, os blocos de vedação e blocos estruturais com o acréscimo dos tijolos maciços e perfurados. A proposta, depois de analisada pela ABNT, passará por uma consulta pública.

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UM NOVO CONCEITO DE QUALIDADE E TECNOLOGIA


FEIRAS

Primeiro Encontro de Amigos Ceramistas em Rio do Sul O 1º Encontro dos Amigos Ceramistas foi realizado em Rio do Sul com a participação de cerca de 400 empresários de todo Brasil e de países como Argentina, Paraguai e Colômbia. A programação, que contou com apoio da FIESC Alto Vale, começou na quinta-feira, 30 de junho, com visitas técnicas nas cerâmicas do Alto Vale. Também foi realizada reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção, da FIESC, que contou com a participação do deputado estadual, Milton Hobus. Ele falou sobre os projetos da Defesa Civil de Santa Catarina para prevenir e enfrentar desastres naturais como as obras nas barragens de Ituporanga e Taió; a construção de novas barragens em Petrolândia, Mirim Doce e Botuverá; o melhoramento do rio Itajaí; pontes de concreto

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no interior dos municípios; casas modulares; radares meteorológicos; Centros Regionais de Operação e a construção do Centro Integrado de Gestão de Risco e Desastres (Cigerd). Fez parte também da programação a reunião da FIESC Alto Vale, coordenada pelo vice-presidente regional, Lino Rohden, com a presença do 1º vice-presidente da FIESC, Mário Cesar de Aguiar. Na oportunidade, foi entregue uma placa comemorativa aos 70 anos de fundação da H. Bremer. Eldi Badziack, colaborador da H.Bremer, representou a empresa na homenagem. À noite, aconteceu a solenidade de posse da nova diretoria do Sindicato da Indústria Cerâmica (SINDICER) e do Sindicato da Indústria da Construção (SIN-


o segundo setor que mais gera empregos no estado”, afirmou Fonseca. Ele mostrou as projeções do Banco Central até 2017 e citou as ferramentas que os empresários podem aplicar para enfrentar a crise: Redução de custos; aumento da produtividade; qualificação dos trabalhadores, inovação em processos e produtos; formação de parcerias e busca de novos mercados. As atividades continuam nesta sexta-feira, com mais visitas técnicas em empresas do setor, no Alto Vale. NC

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FEIRAS

DUSCON) para o período de 2016 a 2019. Assumem os cargos no SINDUSCON: Marcos Melchioreto (Presidente); Augostinho João da Silva (Vice-presidente); Adilson Antunes (Secretário); Aldo Fronza (2º Secretário); Airton Demarch (Tesoureiro); e Osnir Miliorini (2º Tesoureiro). A diretoria do SINDICER ficou assim constituída: Doli Lorenzetti (Presidente); Sandro Tavares Santos (Vice-Presidente); Leomar Sasse (1º Secretário); Ivo Heinig Junior (2º Secretário); Ralf Engicht (1º Tesoureiro) e Aurio Jakson Hobus (2º Tesoureiro). Na ocasião, o diretor Institucional da FIESC, Carlos Henrique Fonseca, apresentou um panorama sobre a economia catarinense e o setor ceramista. “Santa Catarina teve uma queda menor no PIB, de 2011 a 2015, em comparação com o restante do Brasil. E, a construção civil é

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GESTÃO

Núcleo de Tecnologia Cerâmica do Paraná recebe certificação O maior desafio do NTC-PR é dar suporte técnico e solidez para as indústrias de cerâmica vermelha no Brasil. O NTC-PR possui uma equipe com capacitação técnica, para apoiar as indústrias da cerâmica vermelha desde a jazida até a saída do produto final. Somos prestadores de serviço, temos que ter excelência em todos procedimentos de Normas. O mercado da construção civil está evoluindo com várias exigências que buscam um produto personalizado e impecável. Após a assinatura do Termo de Adesão ao PSQ-BC pela empresa, será encaminhado para a EGT-BC - Entidade Gestora Técnica pela ANICER - Entidade Mantenedora, os documentos de cadastro de adesão para que seja elaborado um contrato entre EGT-empresa, e então será enviado ao laboratório o plano de amostragem anual da coleta de amostras de Blocos Cerâmicos. 20

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Será elaborado um plano de amostragem distribuindo a quantidade de lotes proporcionalmente à produção média mensal de cada tipo nos últimos quatro meses, garantindo que os blocos cerâmicos produzidos sejam avaliados durante o processo de concessão. A realização da amostragem deve ser compreendida como a coleta representativa e aleatória de produtos a serem ensaiados.


O lote de fabricação deve ter no máximo 100.000 blocos. Todo lote de fabricação pode ser dividido em lotes de fornecimento de até 100.000 blocos ou fração. Para cada lote serão retiradas duas amostragens de 13 peças cada, prova e contra prova, totalizando 26 peças. da cerâmica”, relatou. “Meu objetivo é ser um elo de discussão e mais uma opinião sobre fenômenos e sobre técnicas a que recorri para resolver problemas de produção, além de ser também a minha opinião sobre certos aspectos práticos de como organizar e ver um ciclo de produção corretamente funcionando. Não tenho leviandade da certeza absoluta e quero, com isto, também ser um elemento de troca de opinião e informação, pois só assim compreendo que possa evoluir. A discussão tem que ser conjunta para promover ideias e inovação”, concluiu. Costa é licenciado em Engenharia Cerâ-

mica e do Vidro, pela Universidade de Aveiro e Mestre em Engenharia de Materiais, pela mesma universidade. Desempenha atualmente as funções de consultor industrial na Cerâmica Argibem, assim como em outras empresas do Estado de São Paulo.

GESTÃO

Para Blocos

Para Telhas Para cada lote serão retiradas duas amostragens de 30 peças cada, prova e contra prova, totalizando 60 peças. O laboratório fará a coleta dos corpos de prova em data não anunciada ao fabricante, aleatória e diretamente no pátio da fábrica. Verificar a conformidade de uma linha de produto consiste em examinar, inspecionar ou testar os produtos cujas características estão de acordo com a norma técnica, que deverá atender a todos os requisitos da norma técnica. A EGT – Entidade Gestora Técnica pode realizar as verificações nas fábricas dos participantes do programa ou em revendas de materiais de construção. Estas verificações são sempre realizadas com enfoque no produto final, ou seja, são verificadas as características dos produtos alvo como produto final ao mercado consumidor. A periodicidade das verificações é determinada pela EGT, tendo em vista o

histórico de resultados da empresa, suas ações corretivas, verificando-se a evolução, redução ou manutenção da qualidade dos produtos verificados. Poderão ser realizados ensaios em produtos adquiridos no mercado e fabricados por empresas que não participem do programa Os resultados dos ensaios, realizados no laboratório da EGT referem-se à amostras obtidas diretamente da produção ou estoque das empresas, adquiridos da rede de revendedores de materiais de construção. NC

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GESTÃO

Avaliação da conformidade A empresa aderida ao programa setorial da qualidade realiza ensaios mensais, tendo como necessidade para sua qualificação a apresentação de atendimento aos requisitos normativo de três relatórios consecutivos, no prazo máximo de seis meses, após essa apresentação, a mesma é denominada qualificada. A cada trimestre é realizado um ensaio de manutenção, no âmbito do programa setorial da

qualidade, e com base nos resultados é realizada a avaliação da conformidade e a classificação das empresas seguindo os critérios descritos na sequência.

Empresa não conforme Empresa produtora de blocos cerâmicos que participa ou não do programa e que não atende sistematicamente a um ou mais dos seguintes requisitos da norma ABNT NBR 15270:2005.

Empresa qualificada Critérios utilizados para classificação das empresas A empresa participante do Programa Setorial da Qualidade dos Blocos Cerâmicos que atende os critérios para qualificação apresentados no documento fundamentos no PSQ-BC e que fabrica e comercializa Blocos Cerâmicos em conformidade com os requisitos especificados na NBR 15270:2005.

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Empresa produtora de blocos cerâmicos que participa do programa e apresente uma não conformidade crítica, ou não atenda aos critérios do programa. O Núcleo de Tecnologia Cerâmica do Paraná está totalmente adequado ao PSQ. Novos procedimentos foram adotados para alinhar e afinar todos os procedimentos das normas. Investimentos foram feitos em profissionais com mais de 30 anos de experiência no setor. Executamos a prática diária da segurança, organização e limpeza, visando um atendimento dinâmico e ativo às cerâmicas. O objetivo é obter uma maior receptividade dos ceramistas paranaenses e do Brasil, para os novos serviços que estão sendo oferecidos. Agora o ceramista conhecerá o novo prédio, a nova frota, e a

GESTÃO

Empresa não qualificada

equipe de profissionais qualificados para o atendimento eficiente.

O que o núcleo pode oferecer para o setor cerâmico? O respeito e a dignidade aos empresários do setor cerâmico. Custos competitivos, rapidez e pontualidade em todos os produtos oferecidos pelo NTC-PR, pois a

equipe é muito dinâmica e positiva, verdadeiramente se tornaram uma fábrica de soluções para as indústrias de cerâmica vermelha. NC

Sobre o diretor

Adilson Carlos Costa concluiu o curso técnico em cerâmica e química em 1985. Possui 30 anos de experiência no setor cerâmico. “Iniciei minha vida profissional na Cerâmica são Caetano, onde trabalhei 2 anos”, lembrou Costa.“Em seguida trabalhei por seis anos no departamento de Pesquisa e Desenvolvimento na Cerâmica e Vela de Ignição NGK do Brasil. Fui Gerente técnico na Estiva Refratários Especiais, responsável pelo departamento de alta alumina e cordierita. Aqui no Paraná coordenei o Laboratório de Cerâmica Vermelha do Senai Ponta Grossa. Hoje sou proprietário do Núcleo de Tecnologia Cerâmica - PR, fundado em 12 Outubro de 2011”, concluiu Adilson Carlos Costa.

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D E S E N VO LV I M E N T O

A Quarta Revolução Industrial

Como as Cerâmicas devem se preparar para a economia do futuro?

Segundo especialistas, o país se saiu bem na redução de desigualdade social na última década, mas precisa investir mais em educação e inovação para obter ganhos em produtividade e geração de empregos nesta nova economia. "O grande desafio à frente é manter os avanços sociais e estimular o aumento da produtividade", afirmou Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), órgão ligado à ONU. "Novos pactos sociais" são importantes para que esse momento de rompimento econômico transforme-se em oportunidades, avalia. "É necessário construir novas alianças que transpassem partidos políticos e viabilizem condições para a criação de um novo ciclo de investimento", disse Bárcena. "Integrar mercados regionais em tecnologias-chave, por exemplo com a criação de um mercado digital comum, e o incentivo a cadeias regionais de tecnologias e produtos verdes." O Brasil tem elevado o investimento

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direto em educação. No período compreendido entre a virada do milênio e 2013, o total cumulativo investido por estudante ao longo da vida acadêmica, do jardim de infância à universidade, passou de R$ 106 mil para R$ 162 mil. O aumento de mais de 50% tem base em dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), vinculado ao Ministério da Educação. Ainda assim, o Brasil permanece abaixo da média dos países ricos, conforme retrata o Pisa, ranking internacional que avalia a qualificação de estudantes do mundo todo. No levantamento de 2012 foi observado que quase metade dos alunos não apresenta competências básicas de leitura. Além disso, outra análise da mesma organização, mas de 2015, estimou que os estudantes brasileiros são muito fracos na capacidade de navegar sites e compreender leituras na internet, ficando à frente apenas da Colômbia e dos Emirados Árabes em um ranking com 31 países.


As três revoluções industriais anteriores tiveram início nos países desenvolvidos, chegando com atraso ao Brasil. A primeira foi a iniciada no fim do século 18, quando água e vapor foram utilizados para mover máquinas na Inglaterra. A segunda veio do emprego de energia elétrica na produção em massa de bens de consumo. A terceira é a do uso da informática, iniciada em meados do século passado. A revolução atual, aliás, segue na esteira dessa anterior: é caracterizada por sua natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet. Além das mudanças nos sistemas de produção e consumo e amplo uso de inteligência

artificial, ela também traz o desenvolvimento de energias verdes. Com o fim da diferenciação entre homens e máquinas, uma nova quebra do modelo de cadeias produtivas e as interações comerciais em que consumidores atuam como produtores, mais de 7 milhões de empregos serão perdidos, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial.

Como o Brasil poderia se preparar para esse momento? "Idealmente, deveria implementar políticas de fortes incentivos que nivelem por cima, não apenas na área de formação e capacitação de trabalhadores para o uso de novas tecnologias, mas priorizando também investimentos em pesquisa e desenvolvimento para que o país não se torne um mero consumidor de tecnologias", comentou Vanessa Boana Fuchs, pesquisadora do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de St. Gallen, na Suíça . Uma pesquisa realizada pela consultoria Accenture estima que a participação da economia digital no PIB do Brasil saltará dos atuais 21,3% para 24,3% em 2020 e valerá US$ 446 bilhões (R$ 1,83 trilhão). O mesmo estudo aponta que o país precisa manter os níveis atuais de educação e expandir investimentos em novas tecnologias e na geração de uma cultura digital para acelerar ainda mais o progresso. Se o Brasil aplicar recursos ativamente nessas áreas, a consultoria prevê que o segmento econômico poderá movimentar outros US$ 120 bilhões (R$ 494 bilhões) além do previsto. Professor de economia e direito da Universidade de St. Gallen, Peter Sester afirma que o Brasil deveria estar investindo mais e ter aproveitado melhor a riqueza gerada pela exportação de

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Inovação digital

commodities, cujo preço agora está em baixa no mercado internacional, por conta da crise atual."O Brasil não utilizou a renda extra em tributos e royalties de minério de ferro e outras commodities durante o superciclo para investir consequentemente em infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento, ou ao menos fazendo um fundo de reserva para quando o ciclo passasse." Para Sester, a "ineficiência foi subsidiada com o dinheiro dos contribuintes", criticando subsídios estatais a determinados setores. No auge do ciclo, o PIB brasileiro chegou a registrar crescimento de 7,5% em 2010. A previsão do Fundo Monetário Internacional para este ano é de retração de 3,5% na economia. NovaCer • Ano 7 • Agosto • Edição 76

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Ameaças Bárcena vê três ameaças no horizonte da quarta revolução industrial: o aumento da desigualdade, as mudanças climáticas e a tendência recessiva das economias. Desafios, afirma, que podem ser solucionados com investimento estatal e políticas públicas ativas. "Políticas fiscais expansionistas podem ajudar a evitar tendências recessivas e recuperar empregos (…). Acesso universal a educação e saúde encorajam demanda agregada e aumento de produtividade", defende. "Políticas sociais voltadas ao amparo social universal e no combate à desigualdade podem promover um incentivo crucial para a demanda minguante em todos os lugares",

acrescenta. Para a especialista, o investimento público deve ter um "componente ambiental" forte, que mova a economia mundial a um caminho de baixo carbono, ou seja, de baixa emissão de gases de efeito estufa. Essa alternativa, afirma, contribui muito mais para a geração de empregos do que a indústria poluente. "O desafio é direcionar as novas e antigas tecnologias para a utilização mais eficiente de recursos naturais, energias renováveis e sustentável, cidades inteligentes que possibilitem evitar desperdício de energia e produção", avalia Vanessa Fuchs. NC Fonte: BBC News

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Tecnargilla: A Evolução de um Grande Evento Do Big Bang da Cerâmica até o Universo da Decoração foram 5 Décadas de História 1970: o Big Bang

1980: a Tecnologia Dinâmica

Nasce a Tecnargilla e o potencial do mundo de tecnologia cerâmica explode. O universo da indústria cerâmica começa a correr a uma velocidade incrível, integrado à investigação tecnológica e estética. Surge a mono queima, e se torna o processo de produção mais utilizado no mundo. O evento se torno a vitrine mais privilegiada para a apresentação dos produtos do futuro, tendências e estética ligados ao ramo de construção e arquitetura.

Nasce a Tecnargilla e o potencial do mundo de tecnologia cerâmica explode. O universo da indústria cerâmica começa a correr a uma velocidade incrível, integrado à investigação tecnológica e estética. Surge a mono queima, e se torna o processo de produção mais utilizado no mundo. O evento se torno a vitrine mais privilegiada para a apresentação dos produtos do futuro, tendências e estética ligados ao ramo de construção e arquitetura.

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FEIRAS

1990: a Energia das Cores Esta década apresentou ao mundo, o corpo técnico do piso grés e da porcelana vidrada, a mais importante inovação tecnológica dos pisos cerâmicos. Surgem então novos tipos de formatações das cerâmicas vermelhas, como blocos estruturais mais complexos e inteligentes. A economia de energia é o tema principal para se fazer uma linha de fábrica mais inteligente, tanto no ramo de cerâmica branca, quanto na cerâmica vermelha. A cerâmica branca descobre que pode imprimir as cores em pó nos pisos cerâmicos. A nanotecnologia começa a se espalhar como fonte de impermeabilização para os produtos. As expressões “anti-mancha, telhas antibacterianas e auto-limpeza”, são conhecidas pelo mercado. Tecnologia como a impressão à rolo, moagem à seco, moagem molhada e reciclagem, nascem.

2000: a Expansão dos Materiais Conceitos de lajes inteligentes, modulação completa da estrutura predial estrutural, pisos cerâmicos de grandes formatos com pequenas espessuras geram um impacto positivo no mercado mundial da cerâmica vermelha. Os fornos se tornam cada vez mais grandes e inteligentes. Decoração digitais dos produtos grés. A cadeia produtiva se expande e novos operadores começam a ganhar o mercado.

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2010: a Universo da Decoração e Arquitetura Fica evidenciado que a cerâmica branca e vermelha são grandes aliadas da arquitetura moderna, pois os produtos se mostram cada vez mais facilidade de se adequarem à qualquer projeto. A decoração digital das cerâmicas, personalização, digitalização, baixo consumo de energia e eficiência na linha de produção se tornam prioridades para ramo cerâmico, que além de ser 100% natural, é um grande defensor do meio ambiente.

2016: a Revolução Industrial 4.0 A tecnologia começa a falar uma linguagem totalmente diferente. Automação, software dedicado, impressão, fábrica robô: não há mais limites para as fábricas inteligentes do futuro que é hoje. NC


Os blocos cerâmicos são produtos que integram o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H. O Governo Federal, em parceria com várias entidades representativas da iniciativa privada, mantém, desde 1998, o PBQP-H integrando-se à Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades, agregando 27 Programas Setoriais da Qualidade (PSQ) para produtos da construção civil. Ressalta-se que os blocos cerâmicos que não atendam à norma técnica de fabricação da ABNT NBR 15.270 não podem ser oferecidos ao mercado por se tratar de produtos impróprios e inadequados ao consumo. A comercialização de produto viciado (não conforme) é prática ilícita que expõe os responsáveis à denúncia às autoridades competentes conforme reza o Decreto Federal n° 2.181/97, que regulamenta a Lei n° 8.078/90 e dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, definindo como prática abusiva a que não observa as normas do CDC e as previstas na legislação complementar (art.18, "caput", 1ª parte). Vale dizer que o Código de Defesa do Consumidor prevê a responsabilidade solidária na

D E S E N VO LV I M E N T O

Blocos cerâmicos que não atendem a norma não podem ser oferecidos ao mercado comercialização de produtos não conformes. Os fabricantes e revendedores estão sujeitos a rigorosas punições, como sanções no âmbito administrativo, civil e criminal. Assim, os lojistas, juntamente com os fabricantes, são corresponsáveis pela falta de qualidade e desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação do produto. Preocupados em propiciar informações confiáveis e de extrema relevância aos revendedores, a ANICER e a ANAMACO, em conjunto, disponibilizam os canais competentes para obtenção de informações seguras quanto a qualidade dos blocos cerâmicos. Aconselham a consulta regular das listas dos fabricantes conformes divulgados e, que estão disponibilizadas, periodicamente, nos seguintes sites: www.pbqp-h.cidades.gov.br www.anicer.com.br A ANAMACO e a ANICER colocam-se à disposição para o esclarecimento de dúvidas e convidam sua empresa a revender somente blocos cerâmicos qualificados pelo PSQ, assegurando o direito do consumidor e evitando possíveis transtornos litigiosos. NC

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ARTIGO TÉCNICO

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES DA MATERIA-PRIMA DE UMA INDÚSTRIA CERÂMICA Trabalho apresentado no 59º Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 17 a 20 de maio de 2015, Aracaju

AZEVEDO, A. R. G.1, ALEXANDRE, J.1, OLIVEIRA, R. P.1, SOUZA, R. C.1, ZANELATO, E. B.1 "" . Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro-UENF"

Resumo

Introdução

C O Norte e Noroeste Fluminense tem significativa relevância no cenário nacional para fabricação de artefatos cerâmicos, tendo um parque produtivo bem diversificado e abundância de matéria-prima. Este trabalho tem como objetivo a caracterização física, química, mineralógica e determinação de parâmetros mecânicos de corpos de prova fabricados pelo processo de extrusão no Laboratório de Engenharia Civil da UENF avaliando assim a viabilidade do uso do solo proveniente do município de São José de Ubá, Noroeste Fluminense. Foram moldados corpos de prova prismáticos para posterior queima a temperaturas de 700°C, 850°C e 950°C e posterior realização de ensaios de absorção de água, umidade, retração linear e resistência à flexão a três pontos. Com os resultados obtidos verificou-se que o solo estudo neste trabalho tem potencialidade para aplicação na produção de artefatos cerâmicos.

O setor de cerâmica vermelha, no que se refere à composição, utilizabasicamente argila. As razões para isto são suas características, como plasticidade,resistência mecânica após queima adequada para uma série de aplicações,possibilitando a aplicação de técnicas de processamento simples, e também pelasua disponibilidade em grandes quantidades (VIEIRA et al., 2000). O estado do Rio de Janeiro é um importante polo de produção de artefatos cerâmicos, sua produção abastece mercados nos estados do Espirito Santo e Minas Gerais. A grande qualidade das argilas do estado faz com que o mesmo tenha este elevado destaque no cenário nacional. O norte e noroeste fluminense destacam-se de tal forma que atualmente existem centenas de cerâmicas em pleno funcionamento. O município de São José de Ubá, localizado no noroeste fluminense (Figura 1) conta com uma população de aproximadamente 7.000 habitantes sendo a atividade ceramista de grande importância para a economia local que também é sustentada pela agricultura. Este trabalho tem como objetivo a caracterização física, química, mineralógica e determinação de parâmetros mecânicos de corpos de prova fabricados pelo processo de extrusão no Laboratório de Engenharia Civil da UENF avaliando assim a viabilidade do uso do solo proveniente do município de São José de Ubá, noroeste Fluminense. Foram moldados corpos de prova prismáticos para posterior queima a temperaturas de 700°C, 850°C e 950°C e posterior realização de ensaios de absorção de água, umidade, retração linear e resistência à flexão a três pontos.

Figura 1 localização do município de São José de Ubá

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Materiais e métodos A matéria-prima utilizada para a confecção dos blocos estruturais cerâmicos,previamente misturada, foi retirada diretamente da esteira que a encaminha para a extrusora, onde os blocos tomam a conformação final, com a finalidade de se proceder à sua caracterização física (Granulometria, Limites de Atterberg, Massa Específica Real), química (EDX) e mineralógica (DRX). 58º Congresso Brasileiro de Cerâmica 18 a 21 de maio de 2014, Bento Gonçalves, RS, Brasil 48 As matérias-primas foram homogeneizadas, adicionou-se água às composições na quantidade suficiente para a obtenção de uma massa plástica que possibilitasse a conformação de corpos-de-prova por extrusão com 10 cm de comprimento e secção reta de 1,8 × 2,8 cm. Para a determinação da umidade do solo utilizado na extrusão, foi comparado o peso do corpo de prova úmido (após a extrusão) e seco (após 24 horas em estufa), atentando que o mesmo deve secar ao ar livre antes de ser colado em estufa. Após secagem em estufa a 110º C as peças foram medidas e pesadas, e em seguida queimadas a 700, 850 e 950ºC, com uma taxa de aquecimento de 2ºC/ min e 180 min de tempo de patamar. Após a queima, as peças foram novamente medidas para cálculo de retração linear de queima. As propriedades físicas e mecânicas avaliadas foram à absorção de água e tensão de ruptura por flexão a três pontos (ASTM, 1972; ASTM, 1977).

Resultados e discussão A Figura 2 apresenta a curva de distribuição de tamanho de partículas da argila. Nota-se que a argila apresenta uma curva granulométrica com teores de “fração argila”, “fração silte” e “fração areia” de 42,30, 20,50 e 34,90%, respectivamente. A ”fração argila” está associada com tamanho de partícula inferior a 2 µm e confere à massa cerâmica

plasticidade em mistura com água, possibilitando assim alcançar uma consistência plástica que possibilita conformar as peças por extrusão. Isto ocorre porque os argilominerais, responsáveis pelo aporte de plasticidade estão associados a este intervalo de tamanho de partícula (MÁS, 2002; ABAJO, 2000)

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Segundo o Instituto Tecnológico e de Pesquisa de Sergipe (ITPS), a aglomeração de em-

Figura 2 - Curvas de distribuição de tamanho das particílas cerâmicas

Assim para a moldagem dos corpos de prova por extrusão foi necessário o peneiramento do solo na peneira de número 20 (abertura 0,085 mm), devido grande teor da fração areia presente, conforme verificado na curva granulométrica. A umidade média encontrada após a comparação dos pesos (úmido e seco) dos 20 corpos de prova analisados foi de 34,23 %. A Figura 3 apresenta os resultados plotados em gráfico elaborado com os limites de Atterberg que delimita regiões de extrusão ótima bem próxima a aceitável. Devido a sua proximidade podemos inserir este solo na faixa aceitável, indicando que esta tem uma plasticidade aceitável para o processo de extrusão. O limite de plasticidade (LP) indica a quantidade mínima de água necessária para que se atinja o estado de consistência plástico. O limite de liquidez (LL) está associado à quantidade de água em que o material apresenta consistência de lama,

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Figura 3 - Limites de atterberg para a extrusão.

Tabela 1

Tabela 2

Figura 4 - Difratograma da massa argilosa estudada.

Tabela 3

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excedendo, deste modo, a faixa de consistência plástica (MÁS, 2002). Já o índice de plasticidade (IP) é a diferença entre o limite de liquidez e limite de plasticidade, indicando a faixa de consistência plástica. Ou seja, representa a quantidade de água que ainda pode ser adicionada a partir do limite de plasticidade, sem alterar o estado plástico da argila ou massa cerâmica. Observa-se que a argila apresenta índice de plasticidade superior a 10%, que é o índice considerado mínimo. Abaixo deste valor torna-se muito perigosa a etapa de conformação, já que há um grande risco de mudança no comportamento plástico com pequena alteração na quantidade de água utilizada (ABAJO, 2000). Observa-se na Tabela 1 que a massa argilosa tem uma quantidade de 45,36% de sílica (SiO2), o que indica a provável presença de argilominerais tais como:caulinita (Al2O3. 2SiO2. 2H2O) e ilita, bem como a provável presença de quartzo livre na amostra total. A quantidade de 38,90% de alumina (Al2O3) sugere a formação de argilominerais e hidróxidos como gibsita Al(OH)3. A quantidade de sílica e alumina somadas totaliza 84,26% indicando a refratariedade da matéria-prima. A Tabela 2 apresenta os valores dos limites de Atterberg e Massa Específica Real que também é chamada densidade real dos grãos (g/cm3). A amostra de argila em estado natural, seca em estufa a 110ºC e passada napeneira nº 200 (0,074 mm), em forma de pó, foi submetida à difração de raios-X (DRX) para identificação dos argilominerais e minerais presentes na mesma em novembro de 2013. Para a realização desta análise, foi utilizado o difratômetro de raios-X do laboratório de Materiais do LAMAV/CCT/UENF, equipamento XRD700 modelo da SHIMADZU, com radiação Cu-Kα, com 40 kV e 110 mA. A varredura foi efetuada com 2º variando entre os ângulos de 5º a 80º com velocidade de varredura de 2º/ minuto, conforme resultado pode ser visto na Figura 4. A Tabela 3 apresenta a retração linear


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nas diferentes temperaturas as quais os corpos de prova foram submetidos (700°C, 850°C e 950°C). A Tabela 4 apresenta a absorção de água nas diferentes temperaturas as quais os corpos de prova foram submetidos (700°C, 850°C e 950°C). Pode-se observar que a absorção de água diminuiu conforme a variação das temperaturas analisadas, este comportamento é típico de artefatos cerâmicos quando queimados e todos os valores estão dentro dos limites da norma. Já na Tabela 5 é apresentada à tensão de ruptura a flexão das misturas cerâmicas estudadas. Nota-se que a resistência aumenta com o aumento da temperatura. Pode-se observar que a tensão de ruptura a flexão aumenta conforme o aumento da temperatura de queima dos corpos de prova entrudados. Entretanto quando avalia-se o desvio padrão das amostras estudadas observa-se que na temperatura de 850ºC apresenta grande variabilidade dos valores, ocasionando a maior dispersão dos valores obtidos. Pode-se prever que com o aumento da temperatura de queima há uma tendência maior no aumento do desvio padrão estudado e analisado.

Tabela 4

Tabela 5

Conclusão A caracterização da massa argilosa desse trabalho indica que ela é uma argila siltosa, pouco arenosa, classificada como CH pelo Sistema Unificado de Classificação de Solos (USCS) com Limite de Liquidez de 51,70%. A densidade real dos grãos é de 2,63 g/cm3, o que demonstra estar dentro da faixa de valores das argilas encontradas na região e empregadas na fabricação de artefatos cerâmicos. As frações granulométricas encontram-se dentro dos limites recomendados para a conformação de peças em cerâmica vermelha. A composição química da massa argilosa indica uma quantidade de sílica, alu-

mina, óxido de ferro e outros óxidos numa proporção tal que permite a plasticidade necessária para a conformação dos blocos. O índice da absorção (AA%) estimado neste trabalho indicam que o solo estudado pode ser utilizado para a fabricação de artefatos cerâmicos, esses resultados demonstram estarem no limite aceitável em se tratando das recomendações normativas, inclusive quanto ao seu comportamento com a variação da temperatura analisada. Quanto ao ensaio de ruptura à flexão indicam valores admissíveis para a confecção e conformação de artefatos comercializados no mercado.

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Referências

ALEXANDRE,J . Análise de matéria-prima e composição de massa utilizada em cerâmicas vermelhas. Tese (Doutorado) Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF – Ciências de Engenharia – Geotecnia. Campos dos Goytacazes – RJ, 2000. 174p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1995). Rochas e Solos. Esta Norma define os termos relativos aos materiais da crosta terrestre, rochas e solos, para fins de engenharia geotécnica de fundações e obras de terra: NBR 6502. Rio de Janeiro, RJ, 1995. __________________ (1984). Solo - esta Norma prescreve o método para a determinação do limite de plasticidade e para cálculo do índice de plasticidade dos solos: NBR 7180:1984 Versão Corrigida:1988. Rio de Janeiro, RJ, 1984. __________________ (1984). Solo - esta Norma prescreve o método para análise granulométrica de solos, realizada por peneiramento ou por combinação de sedimentação e peneiramento: NBR 7181:1984. Versão Corrigida:1988. Rio de Janeiro, RJ, 1984. __________________ (1984) Solo - esta Norma prescreve o método para a determinação do limites de liquidez dos solos: NBR 6.459. Rio de Janeiro, RJ, 1984. __________________ (1984) Solo - esta Norma prescreve o método de determinação da massa específica dos grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm: NBR 6.508. Rio de Janeiro, RJ, 1984. __________________ (1986) Solo - NBR 6457. Rio de Janeiro, RJ, 1986. __________________ (2005). Componentes cerâmicos: NBR 15.270. Rio de Janeiro, RJ, 2005. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – CENSO 2010 Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/>. MILLER, C. P. Determinação de parâmetros mecânicos e modelagem numérica em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos da indústria de Campos dos Goytacazes. Dissertação (Mestrado) Engenharia Civil – Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF. Campos dos Goytacazes- RJ, 2008. 161p. VIEIRA, C. M. F.; HOLANDA, J. N. F. de; PINATTI, D. G.. Caracterização de massa cerâmica vermelha utilizada na fabricação de tijolos na região de Campos dos Goytacazes – RJ. Cerâmica 46 (2000) PEDROTI, L. G. Estudo de conformidades em relação à ABNT de blocos cerâmicos prensados e queimados. Dissertação (Mestrado) Engenharia Civil – Universidade Estadual do Norte Fluminense , UENF. Campos dos Goytacazes – RJ. 2007.97 p. XAVIER, G. C. Resistência, alterabilidade e durabilidade de peças cerâmicas vermelhas incorporadas com resíduo de granito. Tese ( Doutorado) Engenharia Civil. Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF– Ciências de Engenharia – Campos dos Goytacazes– RJ, 2006. 202 p. NC

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