Entrevista com o presidente do Sindicer - RN, o ceramista Vargas Soliz Pessoa
Abril/2013
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Edição 36
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Ano 3
E Q I L UA Encontro do Nordeste em Natal Brechó das telhas Estudo sobre o setor é apresentado no Texas
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O carregamento europeu necessita de 3000 bandejas, o carregamento da MAN não necessita nenhuma. O carregamento europeu necessita de 3 automações: uma para retirar as bandejas da vagoneta, outra para colocar as telhas na bandeja e outra para colocar as bandejas com as telhas na vagoneta, o automatismo da MAN usa apenas uma automação colocando as telhas direto na vagoneta. Os automatismos europeus não conseguem colocar uma telha dentro da outra, por isso necessita 40% a mais de vagonetas, 40% a mais de bandejas, 40% a mais de espaço no secador e obviamente consomem 20% a mais de combus-
tível e energia para aquecimento de estufas, enquanto que o automatismo da MAN coloca uma telha dentro da outra, isto é, no mesmo espaço que o europeu seca 6 telhas, a MAN seca10 telhas, ou seja, 40% a mais. “Muitas pessoas e ceramistas dizem que máquinas para serem boas têm que ser projetadas por europeus, sou Brasileiro mas filho de espanhóis, minha educação familiar e cada gota do meu sangue é 100% europeu, portanto minhas máquinas são projetadas por um europeu brasileiro, se é que isso tem alguma importância.” Matheus Rodrigues
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SUMÁRIO
DESENVOLVIMENTO 16: Certificar para crescer
EDITORIAL 12: Carta ao Ceramista
FEIRAS
ARQUITETURA CERÂMICA
24: Natal sediará Encontro do Nordeste
direcao@novacer.com.br
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Comercial Moara Espindola Salvador
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Administrativo Financeiro Wanessa Maciel
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Jornalista Responsável Juliana Nunes - SC04239-JP
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Diagramação & Arte Jefferson Salvador Juliana Nunes
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Redação Aline Ventura Juliana Nunes - SC04239-JP
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Impressão Gráfica Coan Tiragem 3500 exemplares
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NovaCer • Ano 3 • Abril • Edição 36
28: Cerâmica vermelha potiguar
26: Brechó das telhas
Diretor Geraldo Salvador Junior
revista@novacer.com.br Av. Centenário, 3773, Sala 804, Cep: 88801-000 - Criciúma - SC Centro Executivo Iceberg
ENTREVISTA
Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados
Nuno Lopes, do Marketing e Comunicação da cerâmica Vale da Gândara, de Viseu, Portugal
ABRIL 2013
MEIO AMBIENTE
ARTIGO TÉCNICO
SEGURANÇA
34: Estudo vai identificar combustível usado em TO
36 : Redução da condutividade térmica de blocos de vedação a partir da utilização de resíduo de cinza de casca de arroz
48: Anicer realiza primeiro seminário sobre a NR12
SUMÁRIO
“A NovaCer é uma revista bastante agradável de ler, já que nos traz artigos muito interessantes do setor cerâmico e permite também que todas as pessoas do setor que tenham acesso à revista, se mantenham atualizadas acerca de todas as novidades, como novos produtos, novos métodos, novas soluções para realizar certos tipos de tarefas. Como responsável pela comunicação da cerâmica Vale da Gândara, em Portugal, permite-me também ter uma noção do que se faz, principalmente no Brasil, em termos de comunicação e marketing no setor cerâmico. Gostaria também de destacar os artigos técnicos, pelo seu rigor e pela ajuda que pode dar às empresas na resolução de certos problemas. Sem dúvida que a NovaCer é uma ferramenta muito relevante na indústria cerâmica”.
DESENVOLVIMENTO 32: Estudo sobre o setor é apresentado no Texas
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Comentários, sugestões de pauta, críticas ou dúvidas podem ser encaminhadas para os e-mails redacao@novacer.com.br ou direcao@novacer.com.br Na internet Todas as edições podem ser visualizadas no site www.novacer.com.br Anuncie na NovaCer Divulgue sua marca. Atendimento pelo e-mail comercial@novacer.com.br Assinaturas: +55 48 3045.7865
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EDITORIAL O Bellahøj Husene é um projeto habitacional concluído em 1956, em Copenhagen, Dinamarca. São mais de 28 blocos habitacionais com 9 e 13 andares totalmente construídos com cerâmica vermelha
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Carta ao Ceramista Satisfação do cliente = o cliente falar bem da sua marca para o vizinho, o amigo, o chefe.... Difícil alcançar esta meta, mas não impossível. Entre os diversos fatores que levam a empresa a alcançar a excelência, a certificação de produtos figura nesta lista. São diversos os benefícios do investimento na certificação de produtos. Entre eles estão agregar valor à marca, facilitar o comércio exterior, proteger o mercado interno e estimular a melhoria contínua da qualidade. Na matéria de capa desta edição, conheça exemplos de empresas de sucesso que investiram na certificação de produtos, evoluíram e, como disse o gerente de certificação do Centro Cerâmico do Brasil, Marcelo Dias Caridade, há diversos casos de empresas que se reinventaram após a certificação do produto e tornaram-se muito mais competitivas. Com o tema “A sustentabilidade como ferramenta de fortalecimento da indústria cerâmica no nordeste”, a capital do Rio Grande do Norte, Natal, sedia de 18 a 20 de abril, a 8ª Convenção da Região Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 18º Encontro dos Sindicatos do Nordeste. O tradicional Encontro do Nordeste é uma opor-
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tunidade para trocar ideias e conhecer um pouco do setor da terceira maior região do Brasil. O evento é realizado pelo Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção do Estado do Rio Grande do Norte. Para conhecer um pouco mais da indústria de cerâmica vermelha no estado que vai sedir o Encontro do Nordeste, entrevistamos o presidente do Sindicer/RN, Vargas Soliz Pessoa. Conheça o setor no estado que é o maior produtor de telhas cerâmicas do nordeste. O Sindicato das Empresas Cerâmicas do Estado do Tocantins e pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins iniciaram pesquisa que vai identificar os produtos utilizados como combustível no processo de queima na indústria de cerâmica vermelha do estado e sua demanda em cada local ou região. Conheça a pesquisa Cenários da biomassa para queima em cerâmicas vermelhas no estado do Tocantins, iniciativa do curso de mestrado em Agroenergia da universidade do estado.
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Certificar para crescer Em meio a ameaças e grande concorrência no mercado ganha a empresa certificada
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Já diziam especialistas no início deste século que o setor de cerâmica vermelha precisa se reestruturar e buscar a competitividade para sobreviver no mercado. E previsões como esta não falham, pois é evidente que são muitas as ameaças no mercado. Estudos apontam que somente as empresas que conseguem manter preços competitivos com padrões de qualidade aceitáveis permanecerão. É certo que a certificação de produtos, mesmo sendo voluntária para produtos cerâmicos, é o que vai garantir a permanência de empresas no mercado daqui para frente. O que leva o ceramista a buscar o certificado de produto para telhas, tijolos e blocos vai além da credibilidade que terá junto ao consumidor. “A sugestão para ceramistas buscarem a certificação é dada com o objetivo de alertar o setor da urgência desta exigência por parte do Inmetro, pois a cerâmica é parte importante na cadeia do PBQP-H”, destacou o consultor Sérgio Lanza. Empresa cerâmica referência no setor, a
ficação de produtos em 2003. De acordo com o diretor geral e proprietário da empresa, Décio Flores da Cunha Júnior, em 2007 a empresa conquistou o certificado de produto e em 2010 a certificação de sistema ISO 9001 pelo CCB. Junto com a qualificação no PSQ conquistada em 2009, a empresa foi uma das primeiras do estado de Minas Gerais a ter todos os produtos fabricados certificados. A Telhas Bonsucesso & CBS produz telhas plan CBS, colonial e americana. "Na certificação de produto as telhas cerâmicas são controladas e existe o monitoramento dos processos, já na certificação de sistema ISO 9001/2008 todos os processos da empresa são controlados com metas e indicadores, ou seja toda a empresa é imbuída na certificação, vendas, aquisição produção e etc”, informou o diretor administrativo, Elias Junior Diniz ao destacar as vantagens da certificação. “A certificação propicia critérios e métodos para assegurar que a operação e o controle dos processos sejam eficientes e eficazes, assegura a disponibilidade de recursos e informações necessárias para apoiar a operação, monitora, mede e analisa esses processos e implementa ações para atingir os resultados planejados e as melhorias”, pontuou Diniz. Sobre o valor do produto certificado, os representantes da empresa mineira acreditam na mudança de cultura. “É relativo, pois existem mercados ainda "A certificação de produto ou de que estão optando pelo sistema de gestão da qualidade é um preço e não pela qualidaprocesso de avaliação da conformidade de, mas este panorama que consiste em atestar que determido Brasil está mudando nado produto, processo, serviço ou gradativamente”, disse o profissional atende a requisitos mínimos diretor geral. pré-definidos em normas, especificação De Minas Gerais vem ou regulamentos técnicos, nacional outro exemplo de suou internacional. Esta avaliação da cesso. Certificada pelo conformidade significa afirmar que foi CCB e pela ABNT, a implementado um processo sistematiCerâmicas Braúnas, de zado, com regras pré-estabelecidas e Belo Horizonte, atua há devidamente acompanhado, que propicia 62 anos na fabricação um adequado grau de confiança, com o de blocos. A empresa é menor custo possível para a sociedade pioneira em Minas Gerais (Associação Brasileira de Cerâmica)". e uma das primeiras no Brasil a buscar a certifica-
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TopTelha, de Leme, em São Paulo, atua no segmento cerâmico há mais de 50 anos. Com capacidade de produção instalada de 2,5 milhões de peças por mês, produz telhas Mediterrâneas M14. A empresa é qualificada pelo PSQ/PBQP-H (PSQ Telha Cerâmica), é certificada pelo CCB e ainda possui certificação internacional conferida pelo Miami-Dade County. A decisão de certificar os produtos em 2003 se deu com o objetivo de passar maior segurança aos clientes em relação a qualidade dos produtos. De acordo com o responsável pelo laboratório de certificações da TopTelha, Marco Tesche, após a certificação, os processos passaram a ser mais controlados e a imagem da empresa melhorou. “Hoje na TopTelha todas as etapas de fabricação e administração possuem procedimentos e instruções de trabalhos definidos. O processo de certificação auxilia a empresa na sua imagem junto à sociedade e não necessariamente os seus produtos são mais caros em relação ao mercado. A empresa fica mais respeitada porque passa a ter maior credibilidade quando o consumidor final vê a identificação da certificação gravada no produto”, contou Tesche. A empresa possui laboratório interno, onde todos os lotes produzidos são avaliados desde a caracterização da matéria-prima até o produto final. Até a conquista da primeira certificação realizada em 2003 foram cerca de seis meses de trabalho. Tesche explicou que o certificado de produto tem validade de três anos. Após esse período a empresa tem que se recertificar. “As auditorias são realizadas semestralmente. Os requisitos cobrados nas auditorias são os mesmos requisitos da ISO 9001 e acrescentado a Norma ABNT NBR 15310:2009. A cada três meses o organismo certificador faz amostragem dos produtos no mercado e leva para análise em laboratório credenciado pelo Inmetro”. Anualmente a empresa tem um custo direto de aproximadamente R$ 40 mil com as certificações. A empresa não tem ISO 9001, porém, segundo Tesche, a certificação de produto é baseada na ISO 9001. “Podemos dizer que a empresa tem 90% de uma ISO 9001 implantada”. Com mais de 30 anos de história, a Telhas Bonsucesso & CBS de Abadia dos Dourados, em Minas Gerais, iniciou o processo para certi-
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ção de seus produtos. A Braúnas iniciou o processo de certificação em 1996 com alto investimento no forno túnel até alcançar o primeiro certificado de produto em 1999 emitido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. A partir de então continuou a investir em melhoria da qualidade com a instalação de um laboratório de controle interno. Em 2003 conquistou a primeira certificação por um organismo certificador acreditado pelo Inmetro. “Nesta etapa, a mudança foi ainda mais significativa, pois o acompanhamento constante do Sistema de Gestão da Qualidade na empresa, através de ensaios laboratoriais diários, resultou em mais qualidade no produto”, explicou o gerente de produção e responsável pela qualidade, Jose Antônio Penholato Gasparini. O gerente de vendas da Braúnas, Paulo Lopes, vê a certificação como imposição decorrente do cenário atual. “A certificação de produtos tem se tornado cada vez mais uma imposição do mercado atual, resultado das exigências dos consumidores que visam produtos com qualidade e preço justo. Buscamos a certificação para satisfazer nosso cliente cada dia mais exigente com a padronização do produto”,
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destacou. De forma gradativa, o processo de certificação pode levar até um ano, segundo Gasparini. “Exige a elaboração de manuais de Sistema de Gestão da Qualidade, treinamentos e ensaios nos produtos a serem certificados. Além disso são realizadas pré-auditorias para verificar o atendimento às normas”, detalhou. A principal mudança depois da certificação ocorreu na filosofia da empresa. A busca da melhoria contínua da qualidade trouxe benefícios na otimização dos processos de fabricação, levando à economia de matéria-prima e à redução significativa das perdas decorrentes de produtos não conforme. Houve ainda ganho significativo na melhoria da mão de obra, através de cursos e treinamentos e da contratação de profissionais especializados. Sobre os investimentos para alcançar os certificados, Gasparini citou os custos com manutenção. “É difícil quantificar o investimento inicial, mas é fácil calcular o custo de manutenção que não é barato como custos do setor de qualidade que registra e acompanha os itens de controle espalhados pela empresa; do laboratório interno para os ensaios diários; do laboratório externo para comprovação periódica da qualidade do produto e manutenção rígida de matrizes, máquinas e equipamentos”. Para Lopes, a certificação demonstra aos clientes, concorrentes, fornecedores, colaboradores e investidores que a empresa usa suas melhores práticas de gestão e fabricação reconhecidas pelo mercado. “Por outro lado a coexistência de produtos não certificados torna a concorrência desleal para o fabricante e coloca em risco o consumidor por estar adquirindo um produto fora dos padrões exigidos pela norma”. Lopes explicou que certamente o valor dos produtos é mais alto em função da certificação, pois manter os produtos dentro das normas tem custo mais elevado e exatamente por isso, a concorrência é desleal com os fabricantes que produzem fora de qualquer norma técnica. Para o consumidor ter conhecimento que a Braúnas tem seus produtos certificados, é realizada a divulgação por meio dos mais diversos meios de comunicação, junto aos clientes e fornecedores, através dos representantes, em campanha de marketing em jornais e emissoras de rádio e folder.
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O cenário da certificação no Brasil
Telhas Bonsusseço & CBS, em Minas Gerais
Os organismos que certificam as empresas do setor de cerâmica vermelha no Brasil são o Centro Cerâmico do Brasil (CCB) e o Senai Mario Amato. Além destas certificações, as cerâmicas também podem optar pela qualificação do Programa Setorial da Qualidade inserido no Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). O CCB é o primeiro organismo certificador da qualidade em produtos cerâmicos do Brasil fundado em 1993. Desde 1996 é um
"Fique atento e siga em frente. O ceramista pensa em desistir da certificação quando os funcionários acham que efetuar controles é difícil"
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organismo de avaliação da conformidade acreditado junto à Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro. No Brasil, 11 cerâmicas fabricantes de blocos e 49 empresas produtoras de telhas cerâmicas têm certificado de produto do CCB. Com certificação ISO 9001 emitida pelo CCB, são 14 cerâmicas fabricantes de telhas e uma de bloco. O gerente de certificação do CCB, Marcelo Dias Caridade, falou dos benefícios da certificação para as empresas internamente. “No âmbito interno, destaco como importante o auxílio que a certificação gera para o gestor da empresa. O Sistema de Qualidade é uma ferramenta fundamental para a administração da organização pois fornece um quadro de informações e indicadores. Com estes dados, identificam-se os principais fatores de perdas e desperdícios dos processos de fabricação e as oportunidades de melhoria do produto e processo. Há
Antes e depois da certificação O consultor Sérgio Lanza descreve um breve antes e depois da certificação de produto cerâmico. Antes: Descontrole, desordem e desorganização. Como consequência há retrabalho. Reclamação de clientes diante da não conformidade. A empresa está inserida na concorrência acirrada por preço em que vale mais o produto de menor preço. Neste caso, a empresa perde o argumento de venda em função de o produto não ser conforme e acaba “ganhando” o menor preço da concorrência. Custo elevado. O maior custo da cerâmica é quando ela fabrica determinado produto e não o fatura, isto é, entulho, caco.
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diversos casos de empresas que se reinventaram após a certificação do produto e tornaram-se muito mais competitivas”. Para certificar seus produtos, a empresa deve investir tempo e dinheiro. “Depende do quanto a empresa está adequada. Se o processo de fabricação estiver controlado e o produto já atender à norma, a certificação será fácil. Caso contrário, primeiramente deverá adequar o processo para depois buscar a certificação. Obviamente o custo será mais elevado”, ponderou Lanza. Na avaliação do coordenador do PSQ em Santa Catarina, Sandro Tavares, o ceramista investe pouco, “porque os investimentos são retirados dos desperdícios que a empresa possuía antes de iniciar o processo”. A certificação exige grande envolvimento das diversas partes da organização. Na opinião de Tavares, a maior dificuldade que os ceramistas enfrentam é a adesão dos funcionários a novos métodos de trabalho. Por parte do empresário, muitos avaliam que o investimento na certificação custa caro e não agrega valor ao produto. “Quando bem efetuado e bem planejado, a empresa somente ganha e ganha muito com a certificação”, disse Tavares. Para as construtoras alcançarem status no nível A do PBQP-H, elas devem adquirir produtos que estão no PSQ ou são certificados pelo Inmetro. Elas também poderão adquirir outros produtos, mas terão que efetuar os ensaios em laboratório terceirizado para comprovar a procedência. “Caso a construtora financie sua obra através do BNDS ou da Caixa Econômica, necessariamente seus insumos utilizados, no caso tijolos e telhas, devem ser qualificados no PSQ”, explicou Tavares. Até o mês de março de 2013 foram qualificadas no PSQ 39 empresas produtoras de telhas cerâmicas e 82 fabricantes de blocos cerâmicos. A validade dos certificados das empresas qualificadas está condicionada à validade do Relatório Setorial que é trimestral. A adesão ao PSQ é mais rápida e simples. “No PSQ somente os produtos são verificados, não são feitas auditorias
Depois: Controle máximo sobre todo o processo, desde a jazida até o produto final. Organização da fábrica, limpeza, higiene e satisfação dos funcionários. Produto certificado tem valor agregado - é diferencial. O status certificação implica em responsabilidade. Redução dos custos de fabricação, maior produtividade, menor índice de perdas e de não conformidades. Satisfação dos clientes internos e externos.
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como na certificação do processo”, comparou Tavares. No PSQ é verificado se os produtos cerâmicos estão dentro das normas da ABNT por meio de testes dos produtos. Na certificação CCB/Inmetro ou Senai/Inmetro, há o controle dos processos. Além de serem verificados os produtos, o processo é verificado por meio de auditorias. “Todo o processo segue as regras da
ISO. Esta certificação é mais completa”, avisou Tavares. De acordo com Caridade, as auditorias seguem os requisitos estabelecidos pelas Portarias do Inmetro e são baseadas na norma ABNT NBR ISO 9001 como também nas respectivas normas para seus respectivos produtos com frequência semestral. As auditorias iniciais e de recertificação duram dois dias e as auditorias de manutenção um dia. “Além dos requisitos exigidos, o CCB elabora também um check list bem mais amplo que abrange as áreas de Sistema de Gestão da Qualidade, Controle de Processos Produtivos e Controle de Produto Acabado”, explicou Caridade. Independente de quantos certificados a empresa adquirir, é importante o empresário entender que se produz com qualidade para atender o que as normas e o mercado estabelecem. O consumidor não quer milagre e sim ficar satisfeito com o produto adquirido. “A empresa que obteve certificação assume com ela própria a obrigação de mantê-lo”, assegurou Lanza.
- Agregar valor à marca; - Facilitar o comércio exterior; - Proteger o mercado interno; - Estimular a melhoria contínua da qualidade; - Informar e proteger o consumidor; - Propiciar a concorrência justa; - Legitimar juridicamente a qualidade do produto; - Garantia de que o produto atende às normas vigentes do país; - Maior credibilidade junto aos clientes; - Diferenciação dos produtos em relação aos clientes; - Aumento do valor agregado do produto e da marca da empresa. NC
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FEIRAS Evento em 2012 ocorreu em Maceió (AL)
Natal sediará Encontro do Nordeste Evento ocorrerá de 18 a 20 de abril, no Praiamar Hotel, em Ponta Negra
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O Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção do Estado do Rio Grande do Norte (Sindicer/RN) vai realizar de 18 a 20 de abril a 8ª Convenção da Região Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 18º Encontro dos Sindicatos do Nordeste. Os eventos, que ocorrem simultaneamente, acontecerão no Praiamar Hotel, Ponta Negra, em Natal (RN). São esperadas aproximadamente 300 inscrições para o evento, que tem como tema neste ano “a sustentabilidade como ferramenta de fortalecimento da indústria cerâmica no nordeste”. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento da indústria de cerâmica e proporcionar a troca de informações entre os empresários e ampliação do conhecimento aos parceiros e representantes do setor, destacando o segmento com um papel importante para a economia da região. Considerado o maior evento do
Programação Quinta-feira, 18 de abril - 14 horas - Reunião do 18º Encontro dos Sindicatos do Nordeste (Atividade restrita aos presidentes de sindicatos) - 18 horas - Início do funcionamento da feira - 19 horas - Abertura oficial Palestra: Panorama do setor em 2013 - 21 horas - Coquetel de abertura na área da feira
FEIRAS
segmento na região Nordeste, a convenção, segundo o presidente do Sindicer/RN, Vargas Soliz Pessoa, “revela-se uma excelente oportunidade de relacionamento comercial e fechamento de negócios, além, é claro, da reciclagem técnica”. Empresários, sindicatos, fornecedores, investidores, pesquisadores e estudantes da área estarão reunidos durante os três dias para discutir os principais temas do segmento e seu mercado. Nos primeiros dias do evento, em paralelo com a programação técnica, 35 estandes vão expor aos visitantes equipamentos de fabricação, monitoramento de temperatura, guindastes, processamento de biomassa e boquilhas, entre outros. Para o terceiro dia, estão previstas as visitas técnicas a indústrias potiguares, configurando um importante momento de integração e troca de experiências. A empresas que receberão os ceramistas em seus parques fabris serão a cerâmica Progresso, em Itajá, e a cerâmica Estrutural, em São Gonçalo do Amarante. A intenção é apresentar aos participantes da convenção empresas do estado que se diferenciam pelo processo de produção racional e de queima atualizado. Entre os assuntos abordados durante o evento estão o Panorama do setor em 2013; Normas técnicas de segurança no trabalho; extração de matérias-primas – procedimentos, dosagem e mistura de argilas e processo de extrusão – conformação de produtos cerâmicos; alvenaria estrutural com blocos cerâmicos e venda técnica dos produtos de cerâmica vermelha; projeto Eficiência Energética das Ladrilheiras (EELA) como ferramenta para sustentabilidade no setor de cerâmica vermelha para a região do semiárido e licenciamento ambiental. Atualmente, o Rio Grande do Norte tem 186 cerâmicas em atividade que geram 6,4 mil empregos diretos. As empresas estão localizadas em 42 municípios das regiões da Grande Natal, Agreste, Baixo Assú, Seridó e Oeste. De acordo com a organização do Encontro do Nordeste, o evento todo ano é sediado em uma capital do Nordeste. Neste ano, seria a vez do Recife, porém, como ela sediará o Encontro Nacional, passaram a vez para a próxima cidade, no caso Natal.
Sexta-feira, 19 de abril - 8h30min - Início do funcionamento da feira - 9 horas - Palestra Normas Técnicas de Segurança no Trabalho - 10 horas - Intervalo para coffee-break e visitação à feira - 10h30min - Palestra sobre extração de matérias-primas - procedimentos, dosagem e mistura de argilas, Processo de extrusão – conformação de produtos cerâmicos - 11h30min - Encerramento das palestras da manhã e visitação à feira - 12 horas - Intervalo para almoço - 14 horas - Palestra Alvenaria Estrutural com blocos cerâmicos, venda técnica dos produtos de cerâmica vermelha - 15 horas - Palestra Projeto EELA (Eficiência Energética das Ladrilheiras) como ferramenta para sustentabilidade no setor de cerâmica vermelha para a região do semiárido - 16 horas - Intervalo para coffee-break e visitação à feira - 16h30min - Palestra Licenciamento Ambiental - 17h30min - Cerimônia de encerramento - 20 horas - Encerramento da feira Sábado, 20 de abril Visita Técnica a indústrias de cerâmica no estado do Rio Grande do Norte: - Cerâmica Progresso (Itajá-RN) - Cerâmica Estrutural (São Gonçalo do Amarante - RN) Programação sujeita a alterações. NC
NovaCer • Ano 3 • Abril • Edição 36
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ARQUITETURA CERÂMICA
Mais de 200 modelos formam o estoque de 400 mil unidades
Brechó das telhas O maior estoque de telhas cerâmicas usadas do Brasil quer entrar para o livro dos recordes
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Com mais de 50 anos de fundação, o Museu das Telhas de São Paulo foi criado pelo ex-caminhoneiro Carlos Pereira Neto. O atual colecionador de telhas fazia o transporte de telhas novas e na época notou a qualidade das peças que eram jogadas fora e que poderiam ser reaproveitadas. “Quando trabalhava entregando material vi que as pessoas jogam muita coisa boa fora. Via as construções sendo derrubadas, reformadas e as pessoas se desfazendo de telhas”, lembra Neto. A prática em recolher, separar e estocar telhas descartadas fez de Neto uma referência para cerâmicas que na época estavam fechando ou deixando de fabricar determinado modelo de telha. O proprietário do museu virou uma espécie de repositor de telhas no meio cerâmico. “O museu é talvez o maior depósito de telhas ‘fora de linha’ do mundo. Estamos tentando até entrar para o livro de recordes, o Guinness Book”, conta o proprietário do
da. O sítio arqueológico, onde foi levantada a primeira construção de São Paulo, teve substituídas suas telhas feitas por escravos no início dos tempos”, conta o ex-caminhoneiro. As telhas comercializadas no museu custam mais do que as novas por tratar-se de um serviço diferenciado, afinal não é tarefa fácil manter organizado um grande estoque como o guardado no local. Em média cada peça é vendida por R$ 4, variando de acordo com o modelo e a quantidade. As telhas mais antigas do estoque vieram da França no início do século passado para as mansões dos “Barões do Café” da Avenida Paulista. Completam o acervo as que foram feitas por escravos na fundação da cidade. NC
Telhas francesas vieram para o Brasil no início do século passado
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ARQUITETURA CERÂMICA
Museu das Telhas. São aproximadamente 400 mil unidades e mais de 200 modelos no estoque. Desde exemplares que datam da época em que o Brasil ainda era uma colônia, até telhas mais recentes. “Temos um estoque variadíssimo de todos os modelos possíveis”, fala Neto. O atendimento é feito mediante as amostras encaminhadas pelos clientes. “Telhas são como quebra-cabeças, cada uma tem travas, encaixes e tamanhos diferenciados que só são possíveis de serem conferidos comparando com a peça inteira e original que o cliente deve levar até o museu”, explica. A busca pelos diversos modelos de telhas cerâmicas é grande no museu, porém os modelos francesa e paulista são os mais procurados. Os clientes vão em busca de pequenas quantidades para reparar e manter seus telhados. “Nossos clientes são em sua maioria pessoas que sabem que tem um bom telhado que funcionou por muito tempo e, assim, buscam mantê-lo. Também pessoas ligadas à preservação ambiental que buscam a redução de desperdício e o reaproveitamento de materiais, engenheiros e arquitetos que fazem reformas ou trabalham com patrimônio histórico”, destaca o colecionador. Para Neto, a mão de obra de má qualidade somada à falta de cultura de preservação dos brasileiros faz com que sejam jogadas impressionantes quantidades de telhas consideradas eternas fora. “Por exemplo, a Universidade de Coimbra com mais de 600 anos, o Vaticano, as casas em Veneza, Florença, uma Europa inteira se mantém com a tradição das boas e velhas telhas de barro e, por lá, ninguém diz: estão velhas, temos que trocar”, compara Neto. Entre os clientes do Museu das Telhas o estado brasileiro que mais preserva construções antigas é Minas Gerais. “Pela nossa experiência o pessoal responsável pelo Patrimônio Histórico de Minas talvez seja mais técnico e ético, pois eles realmente exigem que as telhas sejam exatamente iguais as que necessitam. Em compensação, uma das cidades mais ricas do mundo, São Paulo, teve a sua construção mais antiga, o Pátio do Colégio, desrespeitada e adultera-
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ENTREVISTA
A entrevista deste mês é com o presidente do Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção do Estado do Rio Grande do Norte (Sindicer-RN), estado que sedia de 18 a 20 de abril, a 8ª Convenção da Região Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 18º Encontro dos Sindicatos do Nordeste. Vargas Soliz Pessoa é ceramista em Itajá desde 1997 quando assumiu a empresa que está na família há 38 anos. Conheça nesta entrevista um pouco mais do setor no estado que é o maior produtor de telhas cerâmicas do nordeste 28
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NovaCer - O senhor é ceramista há quanto tempo? Como iniciou neste ramo? Vargas Soliz Pessoa - Dirijo a cerâmica Itajá, em Itajá, no Rio Grande do Norte, desde 1997. É uma empresa familiar fundada em 1975. Por ser filho único logo me interessei pelo negócio. Produzimos cerca de 800 mil telhas do modelo canal colonial extrusada por mês. NC - Quais ações e projetos o Sindicer/RN desenvolve? VSP - No momento estão em desenvolvimento um Arranjo Produtivo Local (APL) e um projeto de adequação às empresas para certificação do Programa Setorial de Qualidade com recurso do Sebraetec, parceria com Fundacer/Anicer. NC- O Sindicer tem quantos associados? VSP - 45 associados. NC - Como é a questão do automatismo nas
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ENTREVISTA
cerâmicas do Rio Grande do Norte? VSP - Temos no estado poucas empresas com semiautomatismo e uma empresa em processo de automatismo de blocos. NC - Como o Programa de Eficiência Energética em Ladrilleras (EELA) ajudou o setor cerâmico do Rio Grande do Norte? VSP - O programa EELA ETA está iniciando a sua segunda fase. Na primeira fase, foram identificadas todas as necessidades das indústrias, analisadas e pesquisadas formas de melhorar os fornos caieira existentes na região do Seridó. O INT, responsável pelo projeto aqui no Brasil, encaminhou proposta ao Banco do Nordeste para que o mesmo montasse uma linha de financiamento específica para a indústria de cerâmica vermelha visando a substituição de fornos. O programa é importante por se tratar da redução do gás carbônico e melhoria da condição social da indústria da região do Seridó. NC - Como o sindicato estimula as cerâmicas a buscarem a padronização de seus produtos? VSP - Através da participação em projetos em parceria com o Sebrae, Senai e IEL, entre outros. Também por meio de cursos de capacitação sobre o processo produtivo, gestão financeira, laboratorista, manutenção mecânica e queima. Procuramos estimular
Estamos muito felizes em receber encontro regional pela segunda vez. Estamos nos dedicando bastante para passar algo de positivo do setor de cerâmica vermelha
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também a participação dos ceramistas em feiras, congressos, encontros nacionais e regionais e visitas técnicas. NC - Quantas cerâmicas há no Rio Grande do Norte? Quantas produzem telhas e quantas produzem tijolos? VSP - De acordo com o Diagnóstico da Indústria Cerâmica Vermelha do Rio Grande do Norte de 2012 há 186 cerâmicas, sendo 54% fabricantes de telhas, 42% de blocos de vedação e 4% fabricantes de outros produtos. NC - Qual a produção mensal do estado? VSP - São produzidas 111,163 milhões de peças mensalmente. NC - O Rio Grande do Norte é o maior produtor de telhas do Nordeste. Quais os principais modelos de telhas fabricados? Para onde são vendidas? VSP - O principal tipo de telha fabricado é canal colonial extrusada. A produção mensal de telhas é de 59 milhões por mês. Elas são comercializadas para Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia. NC - Quantas cerâmicas no estado são certificadas? VSP - Nenhuma cerâmica é certificada. Estamos com 25 empresas em processo de certificação no Programa Setorial da Qualidade. NC - A argila é de qualidade? Há central de massa ou cooperativa para extração de argila? VSP - Sim, é uma argila de bastante qualidade, boa coloração e resistência. Não há central de massa. Aproximadamente 30% das jazidas são de propriedade dos ceramistas e 70% são de terceiros. NC - Como é sediar o Encontro de Cerâmica Vermelha do Nordeste? Como foram os preparativos? VSP - Estamos muito felizes em recebermos o encontro regional pela segunda vez. Estamos nos dedicando bastante para podermos passar algo de positivo do setor
NC - Um fábrica de briquete vai começar a funcionar em Ipanguaçu para atender ceramistas do Vale do Açu. Qual a importância da fábrica para o setor de cerâmica vermelha do Rio Grande do Norte? VSP - É uma grande expectativa e esperamos que a indústria de cerâmica possa aproveitar esse momento que pode ser um momento de redenção frente ao uso da lenha. NC - Acha que a reportagem O Reino dos Mutilados mostrada no ano passado no SBT sobre brasileiros que arriscam a pele em olarias da Amazônia e acabam mutilados pelas marombas rudimentares influenciou negativamente o setor? Pela reportagem ter focado as regiões norte e nordeste, acredita que o setor nas redondezas do seu estado acaba sendo prejudicado? Como avalia essa situação? VSP - Ficamos bastante preocupados, temos que tirar como lição, discutir e incentivar esse tema com mais frequência no setor. No nosso encontro abordaremos o tema com o Dr. Clóvis Veloso de Queiroz Neto, da Confederação Nacional da Indústria com o tema Segurança e Saúde no Trabalho. NC - O que o sindicato faz para combater problemas como esse? VSP - Levamos informações aos ceramistas, procuramos dialogar sobre o tema assim como buscamos aproximar as indústrias cerâmicas das instituições que têm expertise em assuntos diversos como Senai, Sesi, Sebrae, Anicer, CTGAS-ER e universidades. NC - Ceramistas do Rio Grande do Norte que se reuniram com representantes de órgãos públicos que cuidam da política ambiental
e de desenvolvimento econômico no estado para relatar as dificuldades no relacionamento com órgãos ambientais no mês de março. Quais são os problemas enfrentados nesta questão? VSP - O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) tem uma grande dificuldade em atender os empreendimentos do Rio Grande do Norte. E não é só o setor cerâmico, são todos os setores, parte por não ter corpo técnico concursado. A maioria dos técnicos são contratados gerando constantes trocas e vacância enquanto os contratos são refeitos.
ENTREVISTA
cerâmico como também da nossa indústria local. Vale a pena o esforço, porque 2012 foi um ano de bastante discussão com instituição tanto de pesquisa quanto financeira, além de termos firmado grandes parcerias com o Sebrae, Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Senai e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).
Esperamos que o sindicato continue informando e defendendo seus associados para que o setor cerâmico possa ser cada vez mais respeitado
NC - O que espera do setor de cerâmica vermelha para os próximos anos? VSP - Grande competitividade interna e também com produtos concorrentes, maior exigência por parte do consumidor e um mercado que vai viver um momento de estabilidade. Acredito que permanecerão vivas as empresas que se adequarem às normas dos produtos e leis ambientais. NC – Quais são os planos do sindicato para o futuro? VSP - Que o sindicato continue informando e defendendo seus associados para que o setor cerâmico possa ser cada vez mais respeitado diante do papel que ele exerce na sociedade. NC
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D E S E N VO LV I M E N T O
Estudo sobre o setor é apresentado no Texas
Estudo apresenta resultados do uso de resíduo de vidro proveniente do processo de descontaminação de lâmpadas fluorescentes na massa cerâmica
Pesquisa foi exibida no congresso internacional 'TMS 2013 Annual Meeting & Exhibition' O estudo intitulado Caracterização de resíduo de vidro de lâmpada fluorescente para incorporação em cerâmica vermelha foi apresentado no congresso internacional 'TMS 2013 Annual Meeting & Exhibition', evento que ocorreu em março, no Texas, nos Estados Unidos. O trabalho foi desenvolvido por Alline Morais, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), no Rio de Janeiro. De acordo com a professora, a pesquisa apresenta os resultados da caracterização de um resíduo de vidro proveniente do processo de descontaminação de lâmpadas fluorescentes, com o objetivo de incorporá-
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-lo à massa argilosa para produção de peças cerâmicas. A intenção foi caracterizar um resíduo de lâmpada fluorescente em termos químico, térmico, físico e morfológico para sua aplicação na cerâmica vermelha. Com a prática deste estudo, segundo Alline, é possível dar um destino ambientalmente correto para estes tipos de resíduos. “A reciclagem de resíduos interfere na redução do volume de extração de matéria-prima natural, redução do consumo de energia, menores emissões de poluentes, dentre outras aplicações. O caso específico de resíduos de vidros é de grande importância, pois, no Brasil, somente parte desses resíduos é reciclado de forma correta”, disse a professora do IFF. Além disso, conforme ela, é possível gerar faturamento direto para a empresa com a melhoria na qualidade do produto final, desde que o custo de transporte e beneficiamento do resíduo seja viável industrialmente.
Trabalho foi desenvolvido por Alline Morais, professora do IFF, no RJ
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O trabalho foi apresentado oralmente no congresso internacional, que é uma conferência de âmbito mundial na área de Ciência dos Materiais. “A participação neste evento ressalta a importância do envolvimento de professores com pesquisas que geram atualização e aprimoramento do conhecimento. Considero uma oportunidade singular de troca de conhecimento com pesquisadores do mundo inteiro e o reconhecimento da relevância da pesquisa que está em desenvolvimento na sua área de aplicação”, disse Alline. O trabalho é parte dos resultados da pesquisa de tese do Doutorado em andamento de Alline na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) na área de Engenharia e Ciência dos Materiais, sob a orientação do professor Carlos Maurício Fontes Vieira. O trabalho completo da professora, que atua na área de cerâmica vermelha desde o ingresso no doutorado em março de 2010, foi publicado nos anais do congresso e poderá ser acessado em breve por meio do endereço do evento. NC
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MEIO AMBIENTE
Estudo vai identificar combustível usado em TO Das 99 cerâmicas do Tocantins,15 empresas farão parte do projeto
Lenha nativa do cevadol O Sindicato das Empresas Cerâmicas do Estado do Tocantins (Sindicer-TO) e pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) iniciaram pesquisa que vai identificar os produtos usados como combustível no processo de queima na indústria de cerâmica vermelha do estado e sua demanda em cada local ou região. A pesquisa Cenários da biomassa para queima em cerâmicas vermelhas no estado do Tocantins é iniciativa do curso de mestrado em Agroenergia da UFT. O autor é o mestrando Fernando Antônio da Silva Fernandes sob a coordenação do professor Dr. Juan Carlos Valdés Serra e a coorientação do professor Joel Carlos Zukowski Junior. O levantamento visa o desenvolvimento de projetos relacionados à eficiência energética no setor cerâmico do Tocantins. Inicialmente será feito mapeamento do tipo de biomassa utilizada pelas empresas produtoras de tijolos, lajotas e telhas. De acordo com Fernandes, esta informação norteará as ações das empresas no senti34
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do de utilizarem ao máximo a energia obtida no processo de queima. “Com uso de tecnologia buscaremos eliminar ou reduzir as emissões poluentes, aumentando assim a eficiência energética e econômica dos empreendimentos”, explicou Fernandes. Em um prazo de seis meses, o projeto se propõe a conhecer o consumo e a oferta de biomassa do Tocantins; propor alternativas de queima sustentável aos empresários; disseminar conhecimentos; promover a inovação tecnológica e valorizar práticas sustentáveis. Segundo o presidente do Sindicer/TO, Edilberto Silva Rocha, a queima é um dos processos mais importantes no processo de fabricação, pois é dela que depende grande parte das características físicas do produto e também é a que tem maior peso na composição do valor de venda do produto, pois contribui com 50% do consumo da energia elétrica gasta no processo. Das 99 cerâmicas do Tocantins, 15 farão parte do projeto. A identificação e mapeamento das biomassas usadas vão proporcionar informações para o setor no estado como a identificação do Poder Calorífico Inferior (PCI) de cada biomassa. “O empresário do setor poderá futuramente utilizar esta informação para transformar seu processo de produção gerando mais calor ou energia com menos matéria-prima, já que quanto maior é o PCI, menor é o volume de biomassa a ser queimada para gerar calor ou energia térmica nos fornos”, disse Fernandes. A iniciativa vai aumentar a eficiência do setor cerâmico do Tocantins à medida que diminuirá o tempo da mão de obra, o volume de biomassa, o consumo de energia elétrica e a poluição. “Nestes dias em que a energia se tornou um insumo preocupantemente caro e com potencial para aumentos progressivos, sem perspectiva de retorno aos bons tempos de energia farta e barata alertamos para a necessidade de focar a atenção gerencial, assim como a minimização das emissões poluentes para o ambiente”, concluiu Fernandes. Atualmente as cerâmicas do Tocantins usam como combustível lenha nativa do cerrado, casca do arroz e pó de madeira ou serragem. NC
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ARTIGO TÉCNICO
Redução da condutividade térmica de blocos de vedação a partir da utilização de resíduo de cinza de casca de arroz Artigo elaborado por acadêmicos do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), na universidade de Aveiro
Resumo O mercado consumidor está cada vez mais exigente em relação à indústria da construção civil. O conforto ambiental das edificações vem sendo cada vez mais exigido no âmbito da qualidade total e ambiental. Associado à essa situação, tem-se também a preocupação quanto à deposição dos resíduos sólidos, como por exemplo, a cinza da casca de arroz, que trata-se de um resíduo de baixa densidade que ocupa grande volume e vem sendo depositado a céu aberto. Com esse cenário, o desenvolvimento de novos produtos tornou-se indispensável, onde a utilização de resíduos sólidos vem sendo uma alternativa viável para a fabricação de cerâmica estrutural. Buscando a diminuição da condutividade térmica de blocos cerâmicos de vedação, composições foram conformadas por extrusão obtidas a partir da utilização de matérias-primas argilosas, em mistura com variados teores de cinza de casca de arroz, resíduo constituído de elevado teor em sílica. Após a extrusão, os corpos de prova passaram pela etapa de secagem e queima a uma temperatura de 965°C, com uma velocidade de aquecimento de 10°C/min, e patamar de duas horas. Estes foram caracterizados fisicamente
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Cássio Pedro Boma, Pâmela Milaka, Pedro Mantasb a Universidade de Aveiro, Portugal Centro Universitário Barriga Verde, UNIBAVE, Cocal do Sul, SC, Brasil b Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro, Universidade de Aveiro, Portugal
através da densidade aparente, porosidade, retração linear, absorção de água; mecanicamente, por meio de resistência a flexão; e termicamente através da condutividade térmica. Os resultados foram analisados e comparados à formulação padrão onde pode-se perceber que é possível a utilização de cinza de casca de arroz para obtenção de blocos de vedação. Os melhores resultados apresentados foram os referentes às composições com 8 e 12% de adição de cinza de casca de arroz, que mantiveram as características próximas do padrão com uma redução considerável da condutividade térmica.
Introdução Considerada como forte atividade na indústria nacional, a fabricação de cerâmica vermelha conta atualmente com milhares de fábricas por todo o território brasileiro [6], que movimentam grande quantidade de matérias-primas, interferem diretamente em questões econômicas, como transporte, e geram empregos locais, tendo significativa importância no âmbito social. A grande maioria dessas empresas são organizações de pequeno a médio porte, com equipamentos simples e em estrutura de regime familiar [5], onde nota-se a pequena evolução tecnológica do processo produtivo para a obtenção de tijolos cerâmicos, gerando
tenção de blocos cerâmicos pelo processo de extrusão, visando novas condições de fabricação que permitam aumentar a competitividade no mercado consumidor, bem como garantir a manutenção das propriedades do produto fabricado atualmente.
Materiais e métodos Para a realização deste trabalho foram preparadas seis composições, sendo uma delas denominada como padrão, que é a formulação utilizada na indústria Sotelha, constituída de: 42% de argila amarela, 42% de argila vermelha e 16% de chamote. Para as adições do resíduo de cinza de casca de arroz (cca), foi feita uma composição constituída de percentuais iguais de argila amarela e vermelha denominada P-0. A ela foram feitas adições de 8, 12, 16 e 20% de cinza de casca de arroz, conforme indicadas na tabela 1.
ARTIGO TÉCNICO
perdas para a construção civil, uma vez que a produtividade é afetada pela escassez de recursos inovadores [6]. Nos últimos anos, houve um incremento no custo para a fabricação de tijolos cerâmicos motivado por atividades de fiscalização nas etapas de licenciamento e recuperação ambiental de jazidas de argilas, pela escassez de matéria-prima, onde muitas vezes é necessário buscá-la em locais distantes da unidade produtora, entre outros fatores. Com isso, melhorias nos processos industriais vêm sendo cada vez mais importantes, onde a diminuição do consumo de argila mostra-se como alternativa viável, através do incremento de resíduos no produto, mantendo as características técnicas, dimensionais e melhorando o isolamento térmico do material. Em contrapartida, no Brasil, algumas empresas vêm enfrentando problemas quanto à deposição de seus resíduos sólidos. A indústria de beneficiamento de arroz gera rejeito de baixa densidade em grande volume, sendo necessárias grandes áreas para seu depósito. Nos últimos anos, a casca de arroz vem sendo utilizada como lenha para a geração de gases quentes em geradores de vapor de pequeno porte e recentemente em fornos de clinquer em indústrias fabricantes de cimento [3]. Por sua vez, essa utilização resultou na obtenção, ainda que em menor volume, de um novo resíduo, a cinza da casca de arroz. Esse material, também vem sendo depositado a céu aberto, tendo-se assim um problema ambiental [3]. Partindo desse fato, o presente trabalho teve por objetivo incorporar cinza da casca de arroz na massa de cerâmica vermelha, buscando alcançar menor condutividade térmica. A cinza da casca de arroz conta com predominância de sílica amorfa em sua composição, sendo conhecida como material refratário que auxilia na melhora do isolamento térmico do ambiente quando aplicado em blocos cerâmicos de vedação [3]. O reaproveitamento de resíduos, além de contribuir para a melhoria das condições ambientais, mostra-se um tema de estudo potencial de aplicação na indústria de ob-
Tabela 1 - Composições estudadas (% em peso)
Nos últimos anos, a casca de arroz vem sendo utilizada como lenha para a geração de gases quentes em geradores de vapor
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ARTIGO TÉCNICO
A figura 1 ilustra o fluxograma do procedimento experimental que iniciou pela mistura das argilas amarela e vermelha em percentuais iguais. Essa mistura foi seca a 110°C e desaglomerada em moinhos de mandíbula e martelo, respectivamente, logo foram feitas as adições do resíduo de cinza de casca de arroz.
Figura 1 – Fluxograma do procedimento experimental
O reaproveitamento de resíduos, além de contribuir com o meio ambiente, é um tema de estudo potencial de aplicação na indústria de blocos cerâmicos
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Para efeito de introdução do resíduo, foi descontada a porcentagem de umidade presente nas matérias-primas. As misturas foram preparadas com 28% de água, homogeneizadas e deixadas em descanso por 24 horas. Após a homogeneização, as misturas foram extrudadas, obtendo assim corpos de prova na forma cilíndrica (±16,00 x 1,16 cm), que foram secos à temperatura ambiente durante cinco dias, onde ocorreu perda de massa seguida de retração e, posteriormente, secos em estufa a 110°C com ocorrência apenas de perda de massa. A queima dos corpos de prova foi feita em forno de laboratório a uma temperatura de 965°C, com taxa de aquecimento de 10°C/mim, num patamar de duas horas na temperatura de queima e seguida de resfriamento lento. Para as amostras queimadas, foram determinadas as propriedades tecnológicas como retração linear de queima, densidade aparente, porosidade, resistência mecânica a flexão, absorção de água, perda ao fogo e condutividade térmica. Para a determinação da condutividade térmica do material em estudo, utilizou-se o equipamento da marca Deltalab como demonstra a figura 2(A). Os corpos de prova cilíndricos foram desgastados até que se obtiveram placas planas. Cada placa, analisada individualmente, foi colocada no suporte do equipamento, na posição horizontal. O sensor de temperatura foi colocado no centro da placa. Impôs-se uma temperatura ao aparelho (1) e registraram-se os valores de tempo de ciclo (2) e de aquecimento (3), até se verificar a estabilização do sistema. Após estabilização, registraram-se os valores da temperatura da parede da placa exposta ao ar (4), da voltagem (5) e da intensidade da corrente (6), fornecidos pelo aparelho. Esses dados são indicados na figura 2(B). Repetiu-se o procedimento para as temperaturas impostas de 30, 40, 50, 60 e 70°C para as diferentes composições. Com os dados coletados no ensaio, foi possível calcular a taxa de transferência de calor, que é representada pela equação 1. Para o cálculo da condutividade térmica, utilizou-se a equação fundamental de Fourier representada pela equação 2.
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ARTIGO TÉCNICO
Figura 2 – Equipamento para determinação da condutividade térmica
Figura 2 (A)
Resultados e discussão O ensaio de difração de raio X da cinza da casca de arroz apresentou como fase cristalina a cristobalita e presença de estrutura amorfa, como pode ser vista na figura 3 ao observar-se a largura dos picos de seu difratograma.
Figura 3 – Difratogramas de raio X da cinza de casca de arroz / C – cristobalita Figura 2 (B)
C
C C
Equação 1
Equação 2
Onde: Q = taxa de transferência de calor (W); ta = tempo de aquecimento (s); tc = tempo de ciclo (s); V = voltagem (V); I = intensidade de corrente (A); k = condutividade térmica (W/m°C); ∆x = espessura da placa (m); A = área da placa (m²); T1 = temperatura da parede aquecida (°C); T2 = temperatura da parede da placa exposta ao ar (°C);
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Na tabela 2, são mostrados os resultados dos ensaios das propriedades tecnológicas, como retração linear (%), densidade aparente (g/cm³), porosidade (%), absorção de água (%), e resistência mecânica a flexão (kgf/cm²) de todas as composições após a sinterização. Ë possível observar que a retração linear de queima oscila de 1,3 a 1,9%, variação esta considerada pequena para este tipo de produto. Quando comparamos a porosidade versus a densidade aparente, conforme apresentado na figura 4, nota-se em relação ao padrão que todas as composições que contêm cinza de casca de arroz apresentaram maior porosidade, em consequência disso uma densidade aparente menor em relação ao padrão, com taxas de aumento e diminuição diferentes.
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ARTIGO TÉCNICO
Figura 4 – Densidade aparente (g/cm³) vs. porosidade (%)
Figura 5 – Resistência mecânica a flexão (kgf/cm²) vs. porosidade (%)
A figura 5 mostra a relação entre resistência mecânica a flexão e porosidade, onde é possível observar, quando analisamos apenas as composições com adição de cinza de casca de arroz que a resistência mecânica a flexão diminui com o aumento deste resíduo, que gera maior porosidade. Nestes resultados, mesmo com o aumento da porosidade, as composições que contêm cinza de casca de arroz apresentaram melhor comportamento mecânico que o padrão. Isto pode ser melhor explicado pelas
imagens obtidas por microscopia eletrônica de varredura, representadas pela figura 6.Quando analisamos a imagem da figura 6(A) da formulação padrão, é possível observar poros grandes e localizados e uma pequena zona densificada no centro da imagem. Quando comparamos com as imagens 6(B) e 6(C), amostras que contêm cinza de casca de arroz, é possível notar que os poros presentes estão em grande quantidade, embora sejam pequenos e arredondados, e além disso, percebe-se uma zona densificada distribuída por toda a imagem. Isso mostra que as composições que contêm cinza de casca de arroz possuem uma estrutura mais reforçada, justificando a maior resistência mecânica obtida quando comparada com a do padrão. Ao analisar as imagens 6(B) e 6(C), é possível notar que com o aumento do teor de cinza de casca de arroz, de 8 para 16%, há uma diminuição da zona densificada, o que acarreta em uma menor resistência mecânica a flexão.
A cinza da casca de arroz conta com sílica amorfa em sua composição, que auxília na melhora do isolamento térmico
Tabela 2 - Resultados dos ensaios das propriedades tecnológicas
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ARTIGO TÉCNICO
(A)
(B)
de térmica apresentados pelas composições estudadas não podem ser considerados como absolutos, e sim como relativos, onde P-0 foi dada como uma condutividade térmica relativa igual a 1 na temperatura de ensaio de 30°C. O aumento da condutividade térmica relativa gera valores maiores que 1 e a diminuição origina valores inferiores a 1. As curvas de condutividade térmica relativa dos blocos de vedação estudados são apresentadas na figura 7.
Figura 7– Condutividade térmica relativa das composições nas temperaturas de ensaio (°C)
(C)
Figura 6 – Imagens da microscopia eletrônica de varredura das composições padrão (A), P-8 (B) e P-16 (C)
Para a realização do teste de condutividade térmica, eram necessárias placas de dimensão de 26 x 26 cm. Com a extrusão laboratorial, os corpos de prova apresentaram dimensões de 8 x 2,4 cm. Dessa forma, a fim de garantir que os valores obtidos com o ensaio estariam isentos de erros, foi feita a medição da condutividade térmica de uma placa de isopor de 26 x 26 cm e da mesma placa cortada com dimensões de 8 x 2,4 cm. Ao comparar os resultados obtidos entre as duas placas, não foi possível notar qualquer semelhança. Logo, os valores de condutivida-
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Quando relacionamos a condutividade térmica relativa versus a temperatura de ensaio, a 30°C, por exemplo, nota-se em relação ao padrão que é representado pela linha vermelha, que todas as composições que contêm cinza de casca de arroz apresentaram menor condutividade térmica relativa, isso devido à presença de maior porosidade na sua estrutura. É sabido que a condutividade térmica de um corpo cerâmico depende da condutividade térmica das fases presentes em sua microestrutura. Entre estas a fase ‘’poro’’ desempenha papel fundamental [3]. É importante ressaltar que a condutividade térmica relativa aumenta com o aumento da temperatura de ensaio para todas as composições, isso se deve ao fato de que esse material não possui características de isolante a alta temperatura, já que sua utilização é destinada para temperaturas ambientes.
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ARTIGO TÉCNICO
Conclusões Os resultados do estudo sinalizam a possibilidade da obtenção de blocos de vedação utilizando as argilas vermelha e amarela com a adição de resíduo de cinza de casca de arroz. A resistência a flexão dos corpos de prova decresce à medida que se aumenta o percentual de cinza de casca de arroz, devido a maior porosidade, embora mantenha valores melhores do que em relação ao padrão. Por influência da porosidade, como já esperado, a densidade aparente do material decresce com o aumento do percentual de cinza de casca de arroz. Devido a porosidade, a condutividade térmica a temperaturas ambientes diminui em relação ao padrão a partir da utilização de cinza
de casca de arroz nos blocos de vedação. Os melhores resultados apresentados foram os referentes às composições com 8 e 12% de adição de cinza de casca de arroz, que mantiveram as características próximas do padrão com uma redução considerável da condutividade térmica. Outras considerações podem ser feitas a fim de facilitar a adoção desta tecnologia como incentivos financeiros, fiscais, advindo de fundos para a preservação do meio ambiente. Coloca-se dessa forma um cenário favorável para a implantação desta tecnologia no Brasil, visto que as matérias-primas necessárias para resultados satisfatórios não são muitas e as perspectivas bastante promissoras.
Referências Ambrósio, M.C.R.; Silva, F.T.; Duailibi, J. Blocos de cerâmicos de alta porosidade. Cerâmica Industrial, 9 (4), pág. 40-46, 2004. Brochado, M. R.; Tavares, S.F.; Souza, C.G. Estudo sobre os Impactos da Tecnologia Poroton na Indústria da Cerâmica no Estado do Rio de Janeiro. XX Encontro Nacional de Engenharia de Produção, São Paulo – SP, 2000. Gonçalves, M. R. F.; Bergmann, C. P. Isolantes térmicos de cinza de casca de arroz: obtenção e correlação de suas propriedades com a microestrutura. Cerâmica industrial, 11 (1), Pág. 38-43, 2006. Martins, C. A., Sordi, V. L.; Bruno, R. S. S.; Zauberas, R. T.; Boschi, A. O. Metodologia para avaliação da possibilidade de incorporação de resíduos industriais em massas cerâmicas conformadas por extrusão. Cerâmica industrial, 10 (4), Pág. 32-34, 2005. Santa Catarina. Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia das Minas e Energia. Diagnóstico do setor de cerâmica vermelha em Santa Catarina. Florianópolis: A Secretaria, 1990, [42] p. Sebrae. Cerâmica Vermelha para Construção: Telhas, Tijolos e Tubos. Relatório Completo. Estudos de Mercado - Sebrae / ESPM. 93 p. 2008. NC
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Anicer realiza primeiro seminário sobre a NR12 Ricardo da Rosa e Hildeberto Bezerra, auditores fiscais do trabalho; Celso Haddad, diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho; José Luiz, Gerente de Segurança do Trabalho da Firjan A Associação Nacional dda Indústria Cerâmica (Anicer) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizaram o 1° Seminário Técnico sobre Segurança do Trabalho - Máquinas e Equipamentos na Indústria da Cerâmica Vermelha no dia 14 de março. O evento ocorreu no Auditório do Senai, em Itu (SP). A palestra foi apresentada pelo diretor de Departamento de Segurança e Saúde da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Celso Haddad, e pelo gerente de Segurança do Trabalho da Firjan, José Luiz Pedro Barros. Eles ministraram sobre a NR 12, norma que estabelece medidas preventivas de segurança do trabalho a serem adotadas em máquinas e equipamentos, visando garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Segundo o presidente da Anicer, Luis Lima, este é o primeiro de seis seminários que serão realizados no Brasil, um em cada região do país e um no 42º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha que, neste ano, será em Recife, de 25 a 28 de outubro. “O nosso objetivo é levar ao conhecimento dos ceramistas e dos fabricantes de equipamentos as exigências da NR 12, dando todo suporte e auxílio necessário. Esperamos promover melhoria no ambiente de trabalho e aumentar a segurança dos profissionais do setor através da adequação
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das empresas às exigências da NR 12”, disse. A ideia de realizar este trabalho, segundo Lima, surgiu após uma série de fiscalizações, realizadas pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) em cerâmicas do nordeste, que levou ao fechamento de empresas do setor. A partir de um acordo entre a Anicer e o MTE, foi desenvolvido um projeto para promover a adequação das empresas às exigências da NR 12 e o cumprimento imediato das normas vigentes. Neste primeiro seminário, representantes de 18 cerâmicas, 16 empresas fabricantes de máquinas e equipamentos, 11 sindicatos e associações, três órgãos públicos, nove federações e empresas do Sistema S (Sesi, Sesc, Senai e Senac) e oito de outros setores interessados no tema estiveram presentes no evento. Ao todo, o seminário reuniu 130 pessoas. “Um número bastante baixo em relação à quantidade de empresas na região, tanto fabricantes quanto ceramistas. Infelizmente, vejo que os empresários ainda não perceberam a gravidade e os riscos da atual situação em que o setor se encontra”, avaliou o presidente da Anicer. O próximo seminário sobre a NR 12 deve acontecer em Natal. Segundo o presidente Luis Lima, a Anicer está negociando uma data no Encontro do Nordeste, que acontecerá de 18 a 20 de abril, em Natal, no Rio Grande do Norte. NC
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