Revista Novacer Edição 48 Abril 2014

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Entrevista com o conferencista Alfredo Rocha

Ano 4

Abril/2014

Edição 48

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Empreendedorismo e gestão Como superar os desafios e obter resultados na sua empresa

Setor cerâmico de Goiás ganhará dois laboratórios Mineropar avalia qualidade das argilas do Paraná Projeto EELA traz melhorias a cerâmicas nordestinas


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SUMÁRIO

GESTÃO 16:

Empreendedorismo e gestão na indústria cerâmica

EDITORIAL

DESENVOLVIMENTO

MEIO AMBIENTE

ENTREVISTA

12: Carta ao Ceramista

24: Mineropar avalia qualidade das argilas do Paraná

28: Empresas são destaques por compromisso ambiental

30: Liderança para um novo tempo

Diretor Geraldo Salvador Junior

direcao@novacer.com.br

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Impressão Gráfica Coan

Jornalista Responsável Juliana Nunes - SC04239-JP

Tiragem 3500 exemplares

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Jesus Cristo, O Messias

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Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados


TECNOLOGIA

ARTIGO TÉCNICO

40: Sistema faz carga e descarga automática de forno móvel

48 : Efeito da incorporação de chamote e da temperatura de queima sobre as propriedades de uma massa vermelha da região de Campos dos Goytacazes – RJ

SUMÁRIO

Abril 2014 DESENVOLVIMENTO 36: Projeto traz melhorias a cerâmicas nordestinas

DESENVOLVIMENTO 44: Indústrias cearenses participam do Procompi

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EDITORIAL

Carta ao Ceramista A edição deste mês da NovaCer traz a você, ceramista, uma reportagem especial sobre empreendedorismo e gestão na indústria de cerâmica vermelha. Empreendedor remete àquela pessoa inovadora, criativa e que assume riscos calculáveis. E gestão implica nas preocupações e ações das empresas em administrar seus recursos humanos a fim de potencializar suas habilidades, gerando qualidade de vida no ambiente do trabalho. No setor, segundo especialistas na área, empresas com uma gestão empreendedora são diferenciais de sucesso, na medida em que permitem maior flexibilização de decisões a baixo risco com base, principalmente, no domínio completo das informações da empresa. Saiba na reportagem especial deste mês como ter uma gestão eficiente com base no planejamento estratégico, controle operacional e gestão de pessoas. Confira ainda nesta edição a pesquisa realizada pela Mineropar para analisar as carac-

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terísticas das argilas utilizadas por três polos produtores de cerâmica vermelha do estado do Paraná. O objetivo desta pesquisa foi de dar um panorama sobre as características dos diferentes tipos de matérias-primas usadas pelas indústrias cerâmicas nessas regiões. Também ganhou destaque nesta edição a instalação de um laboratório fixo e um laboratório móvel para o setor em Goiás. Os dois estão em processo licitatório e devem ser inaugurados ainda no primeiro semestre deste ano. Confira a matéria completa na página 26. A entrevista especial deste mês é com um dos palestrantes mais assistidos do Brasil. Nascido em Limeira (SP), Alfredo Rocha fala sobre liderança para um novo tempo e gestão de pessoas, apresentando as ideias de forma simples e objetiva. Aproveite a leitura!

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GESTÃO

Empreendedorismo e gestão na indústria cerâmica Saiba como superar desafios e obter resultados duradouros em sua empresa

Empreendedorismo e gestão são assuntos que estão cada vez mais evidentes no mundo globalizado. Segundo alguns autores, empreendedorismo implica no estudo voltado para o perfil do empreendedor, suas habilidades e características. “Empreendedor remete àquela pessoa inovadora, criativa e que assume riscos calculáveis. E gestão, como o próprio nome traduz, implica nas preocupações e ações das empresas

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em administrar seus recursos humanos a fim de potencializar suas habilidades, gerando qualidade de vida no ambiente do trabalho”, disse o especialista em consultoria e gestão empresarial, Emerson Dias. Segundo a economista e consultora empresarial Ana Alves, “o empreendedorismo é tema de inúmeros congressos e eventos de gestão por ter se tornado, não mais uma novidade, mas uma necessidade do empresário em qualquer atividade econômica que esteja inserido”. Conforme ela, uma gestão empreendedora, portanto, em breve, será o grande diferencial de empresas de sucesso, na medida em que permite maior flexibilização de decisões a baixo risco com base, principalmente, no domínio completo das informações da empresa. “No mercado de cerâmica vermelha, por sua vez, é capaz


preendedora, segundo a economista e consultora empresarial, é o reconhecimento, por parte dos empresários, de que a forma de gestão de alguns anos atrás não é mais a mesma nos dias de hoje, pois as necessidades do mercado consumidor mudaram. “A partir deste ponto, o interesse pelo conhecimento começa a ocorrer e os resultados começam a acontecer”, explicou Ana.

GESTÃO

de transformar o dono de uma olaria em um empresário bem-sucedido do setor cerâmico, já que uma gestão empreendedora de sucesso traduz os limites da empresa e do setor na medida em que obriga o empresário a conhecer a empresa e o mercado de forma mais contingencial”, relatou. O primeiro passo para que o mercado de cerâmica vermelha tenha uma gestão em-

Gestão eficiente Conforme o especialista em consultoria e gestão empresarial, Emerson Dias, uma gestão eficiente é baseada no planejamento estratégico, controle operacional e gestão de pessoas. “Devemos saber claramente onde queremos chegar, aplicar ferramentas que nos monitore ao ponto de identificar se

estamos no caminho certo e nos possibilitar corrigir a tempo para perdas serem reduzidas. Mas de nada nos adianta se não soubermos com que massa de pessoas iremos contar. Treinar e qualificar pessoas é fundamental para que esta caminhada seja facilitada”, disse.

Planejamento Estratégico Planejar é pensar, antecipadamente, nas tendências internas e externas da organização, maximizar seus pontos fortes e solucionar seus pontos fracos. “Para esta prática, utiliza-se o planejamento estratégico, uma metodologia de desenvolvimento de um plano de ação para a empresa buscar seu crescimento, aproveitando as oportunidades do mercado e neutralizando as ameaças. O planejamento estratégico permitirá que a empresa defina qual a razão de existir (missão), onde quer chegar (visão) e qual a estratégia para alcançar os objetivos (plano de ação)”, explicou a economista e consultora empresarial Ana Alves. Segundo ela, o planejamento no setor cerâmico torna-se fundamental na medida em que o mercado encontra-se em transformação pelo surgimento de produtos concorrentes e pela crescente necessidade de investimentos em inovação tecnológica na produção. “O planejamento não é uma previsão. Mas é exatamente por não podermos prever os acontecimentos que devemos planejar”, esclareceu. Dias complementou que o planejamento estratégico é uma ferramenta essencial para uma organização na medida em que permeia os processos de gestão, comunicação e decisão,

como melhor forma para alcançar os resultados desejados. “Muito mais que ações, o planejamento é composto por visões, previsões, estratégias, controles, definições e motivação, com vistas a um único objetivo”, relatou. De forma simplificada, segundo o especialista em consultoria e gestão empresarial, um planejamento estratégico deverá possuir uma premissa – “objetivo”, onde a organização quer

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GESTÃO

chegar; uma “trilha”, a definição dos caminhos a serem seguidos; “flexibilidade”, para adequar-se aos percalços do caminho; “controle”, indicadores para avaliar os processos; e “tomada de decisões”, baseadas em fatos, visando a melhor solução.

“Gestão estratégica de empresas (em língua inglesa: strategic enterprise management — SEM) é um termo que se refere às técnicas de gestão, avaliação e ao conjunto de ferramentas respectivas (como software) concebidas para ajudar empresas na tomada de decisões estratégicas de alto nível. Toda empresa que possui estratégia precisa ter uma missão e uma visão. Com estratégia, uma empresa atinge seus objetivos, antecipa seus problemas, além de ter uma vida mais longa, diminuindo o risco de insucesso. Há vários tipos de estratégias, tais como, redução de custo, estabilidade, infração e parceria (Emerson Dias, especialista em consultoria e gestão empresarial).”

Nos últimos anos, o empresariado brasileiro começou a perceber a importância do planejamento para uma gestão eficiente, conforme a economista e consultora empresarial Ana Alves. “O que percebemos no setor cerâmico, em algumas regiões do Brasil, no entanto, é a predominância de uma gestão ainda baseada nos moldes de antigas gerações, pois, normalmente, estas empresas são familiares e os descendentes atuam como seus antecessores faziam”. Ana ainda afirmou que não se pode mais acreditar que a ausência de controles gerenciais e planejamento estratégico fará a empresa avançar no mercado, pois, principalmente com a globalização, todo o mercado mudou. “Torna-se essencial, portanto, que a empresa do setor cerâmico se conscientize e busque a contribuição de um consultor em gestão para desenvolver o planejamento estratégico de sua empresa”.

Instrumentos de apoio para planejamento estratégico

Fonte: Emerson Dias, especialista em consultoria e gestão empresarial

Modelo de negócios (BMG) - ferramenta mais nova de apoio à elaboração do planejamento estratégico, desenvolvida por Alex Ostewalder, que visa identificar elementos chave na concepção do negócio. Por vezes, um destes fatores pode ser alterado durante o tempo e a empresa não perceber esta mudança, que pode afetar o rumo da empresa.

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Diretrizes empresariais (missão, visão, valores) - série de ferramentas mais difundidas de apoio à elaboração do planejamento estratégico. Tem como função estabelecer o ponto em que a empresa se encontra e o que faz por natureza (missão), onde a empresa quer chegar – sua intenção de futuro (visão) e qual deve ser a conduta dos profissionais durante este caminhar (valores). Cenários - são utilizados para se criar perspectivas de futuro, analisar as tendências comportamentais e mercadológicas, a partir das notícias, com base, principalmente, nas variáveis PESTEL (Política, Economia, Sócio-demográfico, Tecnologia, Meio Ambiente – do inglês Environment, e Legislação). Análise SWOT (também conhecida como matriz FOFA ou FFOA em publicações nacionais) - possibilita a identificação de pontos fortes e fracos (fortalezas e fraquezas) da organização que, cruzados com as tendências percebidas no cenário (oportunidades e ameaças), darão indicações de ações estratégicas a serem tomadas pela empresa. Plano de ação 5W2H (ou similar) - ferramenta que visa transformar os objetivos traçados em ação, baseado em sete variáveis (o que, quem, quando, onde, por que, como, quanto custa), permitindo enxergar melhor a relação de causa-consequência dos objetivos traçados. Balanced Scorecard (BSC) - enumera, de forma macro, objetivos em, pelo menos, quatro perspectivas empresariais – pessoas, processos, mercado e finanças. 5 Forças de Porter - avalia, dentro do mercado de atuação da empresa, qual é o elemento mais forte, que tende a determinar e dominar as relações.

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GESTÃO

Gestão operacional

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Processo transforma e agrega

São Controlados

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Saídas

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Recursos

O conceito de gestão operacional envolve as ações de comprar, produzir e vender ou revender produtos e serviços. Segundo o especialista em consultoria e gestão empresarial Emerson Dias, caracteriza-se pela gestão do conjunto de atividades do sistema empresa, necessárias para gerar produtos e serviços e entregá-los à comunidade de cliente. “É a gestão dos componentes do capital de giro da empresa em conjunto com a gestão dos recursos imobilizados”. A gestão operacional em cerâmica deve ser desenvolvida conforme a figura acima. “Ou seja,

você parte de uma entrada (matérias-primas e insumos), passa por processo que transforma e agrega através da adoção de regras (procedimentos) que orientam e controles (sistema de gestão da qualidade), provocando assim uma saída (valor agregado) apoiada pelos indicadores e metas dos clientes”, disse Dias. Conforme ele, eficiência na gestão operacional é possível por meio do mapeamento do processo, implementação de controles, definição de procedimentos e pessoas motivadas. “O mapeamento de processo é uma ferramenta gerencial e de comunicação que tem a finalidade de ajudar a melhorar os processos existentes ou de implantar uma nova estrutura voltada para processos. O mapeamento também auxilia a empresa a enxergar claramente os pontos fortes, pontos fracos (pontos que precisam ser melhorados tais como: complexidade na operação, reduzir custos, gargalos, falhas de integração, atividades redundantes, tarefas de baixo valor agregado, retrabalhos, excesso de documentação e aprovações), além de ser uma excelente forma de melhorar o entendimento sobre os processos e aumentar a performance do negócio”, explicou Dias.

Gestão de pessoas Nos dias atuais, a gestão de pessoas se tornou centro das atenções de empresas de sucesso. Ao longo dos anos, se percebeu a importância fundamental de cada colaborador no crescimento da empresa. No entanto, conforme a economista e consultora empresarial Ana Al-

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ves, construir uma equipe coesa e eficiente é um grande desafio que exige dedicação, persistência e transparência, mas os resultados são muito gratificantes para todos. Conforme o especialista em consultoria e gestão empresarial, Emerson Dias, a tempos o ceramista percebe que para alcançar objetivos, isoladamente não seria capaz, que a junção de talentos diferentes pode fazer a empresa alcançar suas metas mais rápido, de forma menos trabalhosa e com um melhor resultado final. Segundo Dias, a forma de organizar os colaboradores é o grande diferencial de uma empresa e várias ações podem ser direcionadas pelo líder para influenciar em um bom ambiente de trabalho. Entre elas, conforme Dias, estão criar no grupo um senso de propósito comum, o que envolve a definição de uma meta e do papel de cada colaborador na sua concretização; incentivar a competição com a concorrência; criar sistemas de incentivos e recompensas; ter o re-


GESTÃO

conhecimento externo pela produtividade, através de prêmios, por exemplo; receber, por parte do superior, o reconhecimento pelo alcance de uma determinada meta e de que seu trabalho para alcançá-la não é apenas uma obrigação, mas parte de sua capacidade e empenho para a concretização do objetivo. “Podemos unir a tudo isso ainda a um bom relacionamento do chefe com os colaboradores, que inclui estar atento ao desenvolvimento da equipe. Acredito muito na liderança pelo exemplo. Um líder deve adotar a postura que espera de seus liderados. Se quer a equipe comprometida, deve demonstrar seu comprometimento com a organização e com a equipe. Mas é preciso sempre deixar claro o que você espera de sua equipe, quais são os objetivos e como fazer para que sejam alcançados. Todos precisam saber exatamente aonde a organização quer chegar e como o trabalho de cada um pode contribuir para a conquista desse objetivo final. Com isso, você consegue envolver mais a equipe e demonstrar o quanto cada membro é importante para organização”, disse Dias. Segundo ele, um bom trabalho em equipe é raro e pode ter um grande poder para desenvolver ou melhorar a empresa. No entanto, conforme Ana, construir uma equipe coesa e eficiente é um desafio que exige dedicação, persistência e transparência. “No setor de cerâmica vermelha, onde a maioria dos trabalhadores possui, normalmente, necessidade de capacitação, o primeiro passo é conhecer suas expectativas, seus objetivos e opiniões sobre a empresa. Para isso, minha sugestão é realizar o que chamamos de Pesquisa de Clima Organizacional, metodologia capaz de identificar os pontos a serem trabalhados na empresa. A partir daí, construir um planejamento de envolvimento dos trabalhadores nos objetivos da empresa contribuindo para, inclusive, o desenvolvimento social de to-

dos”, aconselhou. Além disso, segundo Dias, adotar uma sistemática de treinamento e qualificação dos colaboradores e líderes é fundamental. “Estabelecer metas ao grupo e se envolver com os problemas da equipe é sinal de cooperação mútua. Isso causa uma energia positiva em toda equipe de modo a se tornar mais fácil o alcance das metas”, relatou. Motivar a equipe também é fundamental para o crescimento da empresa. Muitas vezes, as pessoas mais motivadas são capazes de realizar feitos maiores que pessoas mais inteligentes, segundo Ana. “A motivação impulsiona, envolve e promove a ação direcionada com qualidade e resultados”, acrescentou. No entanto, conforme a economista e consultora empresarial, para se motivar uma equipe em direção ao crescimento da empresa, esta deve ser transparente em seus objetivos e firme nas mudanças propostas e realizadas. “Quando o trabalhador proativo perceber que as mudanças estão ocorrendo para melhoria na empresa e, por consequência, melhoria em sua vida, os passos começarão a acontecer de forma sólida”, finalizou.

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GESTÃO

Empreendedorismo Os segredos do empreendedorismo podem ser descobertos por qualquer pessoa e de qualquer idade, conforme o especialista em consultoria e gestão empresarial Emerson Dias. “Não é incomum sonhar em seguir as próprias ordens e cuidar do próprio nariz. Fundar um negócio e ser patrão de si mesmo, contudo, pode ser mais complicado do que se imagina. Não basta apenas ter uma boa ideia, é preciso entender o mercado e manter-se atualizado, para que o negócio encontre possibilidades de crescimento”, disse. Para ele, o empreendedorismo é um

conjunto de comportamentos e hábitos. "Antigamente, imaginávamos que o empreendedor nascia empreendedor, mas hoje sabemos que as características de um empresário de sucesso podem ser adquiridas com capacitação adequada. São elas iniciativa, perseverança, coragem para correr riscos, capacidade de planejamento, eficiência e qualidade, rede de contatos e liderança”. Segundo a economista e consultora empresarial Ana Alves, em um mercado globalizado e de grande velocidade em inovações, o empresário deve ser inovador, pois cultivar novas ideias é fundamental para o sucesso da empresa; ter liderança, para que todos o sigam, saber organizar, delegar e inovar; ter senso de oportunidade, para identificar tendências, necessidades atuais e futuras dos clientes; e estar atualizado, aprender tudo que for relacionado ao negócio. Com um mercado mais ativo, um consumidor mais exigente e as margens de lucro mínimas, os desafios dos empresários do setor estão cada vez maiores. O grande diferencial é a construção de uma equipe capacitada e a busca de ajuda de profissionais competentes no setor, tanto na área técnica quanto de gestão. “Uma consultoria organizacional poderá construir inúmeros cenários futuros para a empresa, além de permitir uma base sólida para tomada de decisões estratégicas do empreendedor. Conhecer os números de sua empresa e atuar sobre eles é o grande segredo”, disse a economista e consultora empresarial Ana Alves.

Competitividade De acordo com Dias, para aumentar a competitividade, as empresas não devem idolatrar a principal fonte de rendimentos da sua organização. Segundo ele, é preciso levar em consideração o seguinte: o que hoje é uma boa fonte de rendimentos para os negócios, amanhã pode não ter qualquer importância. Além disso, é necessário afastar a ideia de que os mercados estão saturados, pois é necessário ter a percepção das pequenas oportunidades para os nichos de mercado, mesmo que não sejam evidentes. NC

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D E S E N VO LV I M E N T O

Mineropar avalia qualidade das argilas do Paraná Foram analisadas argilas utilizadas por três polos produtores de cerâmica vermelha no estado

O Serviço Geológico do Paraná (Mineropar) realizou pesquisa para analisar as características das argilas utilizadas por três polos produtores de cerâmica vermelha no estado: região noroeste com a análise de argilas das várzeas (aluviões) dos rios Ivaí, Paraná e Paranapanema; regiões oeste e sudoeste com análises das argilas de alteração das rochas basálticas do terceiro planalto e; região leste com a análise das argilas relacionadas às rochas sedimentares da faixa

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de afloramento da Bacia do Paraná, além de amostras da Região Metropolitana de Curitiba e do norte do Paraná. O objetivo desta pesquisa foi de dar um panorama sobre as características dos diferentes tipos de argilas utilizadas pelas indústrias cerâmicas nessas regiões. A bateria de análises efetuadas abrangeu análise química, mineralógica, análise termodiferencial e termogravimétrica, análise granulométrica e ensaios físicos executados para caracterizar as argilas quanto ao seu uso cerâmico. Conforme o geólogo da Mineropar, Luciano Cordeiro de Loyola, o resultado mais expressivo desta pesquisa é mostrar aos ceramistas que existem diversos tipos de argila, e elas existem, principalmente, em função do contexto em que foram formadas ou depositadas. “Sempre foi muito comum vermos que ceramistas viajam


pósito apresenta. Generalizar esta informação para uma região do estado, ou para um estado, não tem lógica nenhuma”, informou o geólogo. Para a Mineropar, a pesquisa provou “que não existem receitas sobre a qualidade de argilas que possam ser importadas e utilizadas diretamente”. “A sugestão é que as empresas trabalhem em conjunto na mineração e preparação de massas. Este é o melhor caminho”, aconselhou Loyola. O texto do relatório apresentado e da planilha com parte dos resultados das análises podem ser encontrados no site da Mineropar (http://www.mineropar.pr.gov. br/2014/03/961). NC

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D E S E N VO LV I M E N T O

para conhecer outras regiões produtoras. Agora, esperamos, ao importar técnicas e conceitos para utilizar nas suas próprias indústrias, entendam também o porquê do bom funcionamento naquelas cerâmicas que estão visitando e se os inúmeros fatores que levam a este resultado serão aplicáveis. Além disso, o ceramista tem a oportunidade de observar os resultados laboratoriais de ensaios realizados em depósitos de argila de sua própria região. E, com isso, avaliar a possibilidade de se organizarem regionalmente e produzirem a massa cerâmica em conjunto, na forma de uma central de massa, ou mesmo de empresas mineradoras”, disse. Mais importante que o resultado da pesquisa apresentada, é a disponibilidade da base de dados gerada, o que possibilitará à classe produtora, assim como para os pesquisadores, o aprofundamento dos estudos. Os resultados apresentados mostraram, por exemplo, que utilizar critérios únicos para classificar uma determinada argila, pode não ser confiável, a não ser que se tenha total domínio da qualidade de uma argila de uma mina. A correlação entre os parâmetros analisados pode, de maneira objetiva, orientar na seleção daqueles que melhor reflitam na qualidade final do produto industrializado, para que o mesmo fique dentro das normas estabelecidas. “A pesquisa nos mostrou que podemos separar os tipos de argila em três grupos principais. Que as avaliações da qualidade de argilas devem ser bem estudadas, caso a caso. Que critérios únicos, como análise química, de resistência, absorção e retração, além do percentual de resíduo, podem ser utilizados desde que o conhecimento técnico da região produtora seja bem entendido. Ou seja, não é aconselhável que se tragam critérios de qualidade das argilas de Itu (São Paulo), Campos dos Goytacazes (Rio de Janeiro) ou Tijucas (Santa Catarina), e se apliquem em regiões do Paraná, sem que antes seja estudada devidamente a região produtora daqui”, afirmou Loyola. “Além disso, esperamos que os ceramistas não pensem mais de maneira regional. Já ouvi algumas vezes o ceramista afirmar que a argila de determinada região é de qualidade "x". Ora, pelos resultados percebe-se claramente a diversidade de qualidades. O máximo que podemos afirmar é sobre a qualidade média que um de-

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D E S E N VO LV I M E N T O

Setor cerâmico de Goiás ganhará dois laboratórios Laboratórios estão em processo licitatório e devem ser inaugurados neste primeiro semestre. O setor cerâmico de Goiás será contemplado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTEC, com um laboratório fixo de cerâmica vermelha e um laboratório móvel, a ser instalado em caminhão para auxiliar as empresas. O laboratório fixo será implantado no Centro de Educação Profissional de Porangatu. Os dois estão em processo licitatório e devem ser inaugurados ainda no primeiro semestre deste ano. A assessora da Gerência de Arranjos Produtivos Locais, Glady Duarte Correia, informou que, com os laboratórios, serão contempladas cerca de 60 empresas que compõem o Arranjo Produtivo Local de Cerâmica Vermelha do Norte, instaladas em 22 municípios, e também participantes do projeto da Rede Goiana de Extensão Tecnológica – REGETEC/SIBRATEC. “Como existem alguns municípios que devido à sua localização terão dificuldades de aces-

so aos serviços que serão oferecidos pelo laboratório fixo, o laboratório móvel terá uma agenda para atender os 22 municípios, priorizando as cidades com maior dificuldade de acesso ao laboratório fixo, viabilizando assim que as atividades desenvolvidas nos dois laboratórios atendam as empresas participantes do arranjo produtivo”, explicou. Segundo Juscelino Afonso de Sá, bolsista do Projeto da Rede Goiana de Extensão Tecnológica – REGETEC/SIBRATEC, o laboratório móvel possibilitará a realização de ensaios com o objetivo de melhorar as técnicas e a certificação dos produtos, possibilitando o desenvolvimento tecnológico e a inovação das empresas de médio e grande porte, a fim de tornar a cerâmica da região mais competitiva. “Entre os serviços que serão oferecidos estão ensaios físicos e dimensionais, de resistência à compressão ou flexão, índice de absorção d’água, para telhas, tijolos furados e maciços, capas de laje e blocos de vedação”, contou. Glady afirmou que os laboratórios propiciarão à cadeia produtiva de cerâmica capacitar e qualificar os trabalhadores do APL da cerâmica vermelha do norte de Goiás; melhorar os processos de produção; tornar a cerâmica da região mais competitiva e aumentar sua aceitação nos mercados; possibilitar o desenvolvimento tecnológico e inovação das empresas de pequeno e médio porte, em função de sua qualificação e certificação na área de cerâmica e desenvolver a economia local com foco no faturamento, produtividade e competitividade. “No geral os dois laboratórios terão como foco a realização de ensaios laboratoriais, cursos de capacitação e qualificação da cadeia produtiva de cerâmica”, relatou Juscelino. O laboratório móvel contará com um técnico que realizará os ensaios laboratoriais, já o laboratório fixo contará com um técnico e um auxiliar. Para Glady, a instalação destes dois laboratórios significa o desenvolvimento do Arranjo Produtivo da cerâmica vermelha do norte e o fortalecimento da economia local e regional. NC

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MEIO AMBIENTE Telhas Cemig recebeu troféu em fevereiro

Empresas são destaques por compromisso ambiental Indústrias de Morro da Fumaça (SC) receberam troféu da Casag Consultoria Ambiental

A empresa Telhas Cemig, produtora de telhas, e a cerâmica Irmãos Frasson, produtora de tijolos, foram as empresas destaques por compromisso ambiental em fevereiro e março deste ano, respectivamente. As duas empresas de Morro da Fumaça (SC) receberam troféu da Casag Consultoria Ambiental por cumprir com as exigências ambientais. As indústrias participam do programa de Educação ambiental com o objetivo de atingir a sensibilização sobre a importância da conservação dos recursos ambientais. Estão entre as ações das em-

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presas tratar efluentes líquidos e gasosos; destinar os resíduos sólidos a locais ambientalmente corretos e promover a separação seletiva do lixo. Segundo o proprietário da Telhas Cemig, Givanildo Paulo Serafim, “o troféu só foi conquistado graças ao trabalho em equipe, portanto, os colaboradores são os merecedores deste prêmio”. A funcionária Suéli Sorato Francisconi relatou que ficou orgulhosa e feliz por trabalhar em uma empresa que cumpre as exigências ambientais. Patrícia Bitencourt, também colaboradora da empresa, salientou a importância do incentivo às empresas que colaboram com meio ambiente. “É bom quando alguém reconhece nosso trabalho”, finalizou. Rafael Guollo foi outro funcionário da empresa que se sentiu animado pelo reconhecimento. Para ele, “com o reconhecimento pelo trabalho na área ambiental, melhorou o desempenho do pessoal na produção e todos ficaram mais motivados em desempenhar suas tarefas”.


MEIO AMBIENTE

Segundo o proprietário da Irmãos Frasson, Valmor Frasson, “a ideia é tentar a cada dia melhorar o ambiente de trabalho. “Em nome da cerâmica Irmãos Frasson agradecemos o prêmio e ficamos orgulhosos de ter recebido o troféu. Agradeço aos funcionários que estão sempre ajudando a manter a empresa dentro das leis ambientais; sem o comprometimento deles, nada disso seria possível”, acrescentou. “Foi uma surpresa. Tantos anos trabalhando com cerâmicas, mais de 25 anos de serviço, e nunca pensei que ia receber um prêmio, isso só faz a gente trabalhar mais feliz e motivado”, disse o colaborador da Irmãos Frasson Pedro Paulo Vieira. O funcionário Rafael Oliveira também agradeceu o reconhecimento. “Desde quando foi feita a proposta para trabalhar de forma ambientalmente correta, o pessoal se empenhou e continua tentando melhorar cada vez mais”, disse Oliveira. Empresas de Santa Catarina têm colocado em prática as normas ambientais e tiveram seus trabalhos reconhecidos pela Casag Consultoria Ambiental. Além das Telhas Cemig e cerâmica Irmãos Frasson, em

fevereiro e março, respectivamente, receberam troféu pelo comprometimento com meio ambiente as empresas VF Santos, em dezembro, e a Adolpho Guglielmi, em janeiro. A escolha da empresa se dá através de vistorias e verificação do cumprimento da legislação ambiental. A empresa que obtiver a maior pontuação será destaque do mês. NC

Irmãos Frasson foi a empresa destaque do mês de março

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ENTREVISTA

Liderança para um novo tempo A entrevista especial deste mês é com um dos palestrantes mais assistidos do Brasil. Nascido em Limeira (SP), Alfredo Rocha estudou Psicologia, Filosofia e Sociologia, especializando-se mais tarde em Comunicação. Mais de 2 milhões de pessoas já assistiram ao vivo e se surpreenderam com as ideias apresentadas por Rocha, um palestrante que une conhecimento prático com bom humor e, principalmente, resultados. Rocha já realizou mais de 2,5 mil seminários abertos e mais de 1 mil internos (In Company), para empresas nacionais e multinacionais. Nesta entrevista, ele fala sobre liderança e gestão de pessoas, apresentando as ideias de forma simples e objetiva Revista NovaCer - O que significa liderar em uma empresa? Alfredo Rocha - A liderança é a razão do sucesso ou do fracasso das empresas. Liderar uma empresa significa tudo. Você pode ter uma empresa excelente – dando lucros –, mas se a entregar nas mãos de pessoas sem capacidade de liderança, sem dúvida, em breve sua empresa terá problemas. O contrário é verdadeiro também, pois, se você tem uma empresa em dificuldades, mas a entrega nas mãos de pessoas com alta capacidade para liderar, aos poucos, esta empresa se equilibra, se mantém e começa a dar lucro novamente. Dessa forma, a liderança na empresa é como uma coluna que sustenta um prédio. Um edifício, quando é construído, o que o sustenta são as colunas, os pilares. Isso é liderança para uma empresa, ou seja, como pilares que sustentam toda a organização. NC - Quais os principais desafios de uma liderança empresarial? AR - Há dois principais desafios de liderança empresarial no mundo de hoje, que são gestão de pessoas e inovação. O grande desafio em gestão de pessoas é entender

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que o mercado está cada vez mais competitivo, já que cada vez mais há concorrentes e as tecnologias estão a cada dia mais iguais e mais baratas. Portanto, o que vai fazer a diferença é o grau de desempenho de cada indivíduo que trabalha na empresa. Para um líder hoje, não basta entender de negócios e estratégias. Claro que entender destes assuntos é importantíssimo, mas só isso não basta. Além de entender de negócios, o líder precisa entender de gente, ou seja, que são as pessoas que farão a diferença. No mundo de hoje, não basta mandar, você não lidera com cargos – gerente, supervisor, diretor etc –, ou seja, não lidera mandando, e sim influenciando. Você influencia as pessoas com ideias, com suas atitudes e, principalmente, por seu exemplo. Portanto, hoje entender de motivação pessoal é o grande diferencial do líder. NC - O que é inovação e porque inovar é preciso? AR - A inovação é o segundo grande desafio nas empresas no mundo de hoje. A inovação é o grande diferencial das empresas mais lucrativas do mundo. A inovação é o diferencial das empresas mais queridas


ENTREVISTA e procuradas pelos clientes. O diferencial das empresas nos anos 70 era as máquinas, poucas pessoas tinham dinheiro para investir em máquinas. Já nos anos 80 foi a qualidade com slogans como “a qualidade faz a diferença”. Nos anos 90, o diferencial das empresas é marcado por troféus 5S e certificações ISO 9000, por exemplo – isso ainda está presente nas empresas e é importantíssimo. O grande diferencial dos anos 2000 foi o que chamamos de tecnologia da informação. Agora estamos em 2014, ano em que vivemos o início da década da inovação. Hoje as máquinas são iguais, a qualidade, se você não tem, nem participa do jogo, certificações todos sabem que precisam ser feitas, a tecnologia também está bastante acessível. Portanto, o grande diferencial das empresas nos dias de hoje é a inovação. NC - De que forma se consegue inovar dentro da empresa? AR - A inovação se consegue com a criatividade das pessoas. Nas décadas de 50 e 60, criatividade estava na moda. Ela ficou um bom tempo fora da realidade. Portanto, para desenvolver a inovação, é preciso a

criatividade dos funcionários. Mas é preciso ressaltar que inovação não é o mesmo que invenção. Inovação é transformar esta invenção em resultado, ou seja, criar valor para o cliente. Por isso que as empresas no mundo de hoje devem estar acostumadas a esta palavra: inovação. Ser uma empresa inovadora atualmente será decisivo para o sucesso de sua empresa. NC - Como inovar e se destacar e um mercado onde todos são iguais? AR - Hoje em dia tudo é muito parecido. Os telefones celulares são parecidos. Os carros são parecidos... Portanto, para se diferenciar neste mercado, é preciso ter a coragem de sair de uma receita, que é a receita de sucesso feita até então. O maior problema é você fazer a mesma coisa, do mesmo jeito e sempre. Por exemplo: “se em 2013 minha empresa ficou bem, em 2014, vou fazer tudo igualzinho”. Não. É claro que você vai fazer coisas que você fez de um ano para outro, mas, para você se destacar, é preciso a cada ano trazer uma ideia nova, um processo novo, um produto novo etc. Portanto, para se destacar no mercado, é preciso ter coragem para inovar. A prepa-

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ENTREVISTA

mundo novo, é preciso muita humildade em dizer, por exemplo: “eu preciso buscar mais conhecimento sobre assunto” ou até mesmo “eu não sei isso, você me ensina”. Um dos maiores problemas no mundo de hoje, principalmente para grandes líderes, é ter a humildade de falar assim: “eu não sei tudo, eu preciso de gente que me ensine”. Então, para você enfrentar os desafios do futuro, o importante é o aprender. Aprender sempre. Não interessa a idade, se tem 60, 70 ou 80 anos, você pode ter muita experiência e experiência é importante, mas, no mundo de hoje, você não sobrevive somente com experiência, é preciso conhecimento, pois vivemos a era da informação. Portanto, a ponte que leva você de onde você está ao futuro aonde você quer chegar deve ser construída de conhecimento. Com isto, o grande desafio é o líder aprender sempre e, para isso, é preciso humildade.

ração, ou seja, o conhecimento te leva até um ponto. Mas depois deste ponto é preciso arriscar. Dessa forma, você consegue ser diferente arriscando e experimentando coisas novas. A tendência hoje em dia tem sido repetir a mesma forma de sucesso, achando que, se a empresa fez sucesso até aqui, vai continuar a fazer sucesso, se forem feitas as mesmas coisas, do mesmo jeito e sempre. NC - Como enfrentar com sucesso novos desafios? AR - Para você enfrentar os desafios no

As empresas no mundo de hoje devem estar acostumadas com a palavra inovação. Ser uma empresa inovadora será decisivo para o sucesso de sua empresa

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NC - Nesta velocidade em que ocorrem as inovações, como o empresário deve agir? AR - A missão do líder principal é conscientizar todo seu espaço, gerentes e diretores, quanto à importância da mudança e levar isso a todos os funcionários da empresa. A mudança sempre existiu no mundo. O grande diferencial hoje é a velocidade em que elas ocorrem. Dessa forma, para ser uma empresa veloz, dar respostas rápidas ao cliente e ao mercado, é preciso conscientizar toda a chefia e liderança, para que sejam agentes de mudança. A partir do momento em que a diretoria, a gerência, a supervisão e a chefia se tornam agentes de mudança, os funcionários vão junto. Pode ter certeza que o problema maior não está no chão de fábrica, o problema maior está na consciência de quem lidera. NC - Qual o maior desafio de um líder hoje? AR - O maior desafio de um líder hoje é trazer a sua equipe para o caminho das mudanças, o que é muito difícil, pois a maioria das pessoas tem resistência a mudanças. E mudança gera sacrifício, gera esforço, gera o sair da sua linha de conforto. Para mudar, você precisa sair da sua linha de conforto. E esse é o grande desafio. É claro que mu-


NC - Qual a importância da liderança e gestão de pessoas para melhorar resultados? AR - Na verdade, um líder ele faz a coisa acontecer ou ele impede que as coisas aconteçam. No passado, a liderança se resumia em uma frase: “quem pode manda quem tem juízo obedece”. Hoje esta frase está desaparecendo, apesar de ainda existirem empresas que lideram desta forma. Mas não é mais assim, quem pode não manda. Hoje, quem pode escuta e tem o funcionário como parceiro. Atualmente, o líder deve ter capacidade gigantesca de saber ouvir e de mudar de ideia. Como hoje tudo é muito parecido, somente as pessoas farão a diferença. Portanto, um líder campeão em gestão de pessoas é aquele que tem o colaborador como parceiro dele na busca por resultados. O líder em gestão de pessoas sabe que as pessoas que trabalham com ele têm sonhos, objetivos e metas na vida. Portanto, esse líder em gestão de pessoas deve saber conciliar os objetivos da empresa com os objetivos dos funcionários. O colaborador não vai ficar na empresa somente para ajudar a mesma a conseguir alcançar seus resultados, mas também para realizar os sonhos dele. E o líder de gestão de pessoas deve entender isso. Quanto mais desempenho eles tiverem – o líder e o colaborador –, mais rapidamente a empresa vai alcançar suas metas e mais rapidamente o funcionário estará realizando o sonho dele. NC - O que mais motiva pessoas, além da questão “salário”? AR - O que motiva um trabalhador além do dinheiro é o reconhecimento. O que motiva pessoas além do dinheiro são benefícios, como chances de crescimento pessoal e profissional. Uma pessoa que trabalha e só ganha dinheiro e não tem chances de crescimento, dificilmente vai ser uma pessoa motivada. O reconhecimento por um trabalho bem feito, uma palavra de carinho, um troféu são exemplos que motivam o

funcionário. Premiações também motivam o colaborador. As pessoas que dão ideias para inovar precisam receber por isso. Outra coisa que motiva é quando o colaborador é coparticipante dos problemas e das soluções dos problemas. Os trabalhadores são motivados quando são coparticipantes tanto nos momentos difíceis como nos momentos bons. Isso vai além do dinheiro, isso é uma questão de filosofia da empresa. NC - Qual a importância de as empresas prezarem pelos seres humanos? AR - A importância de as empresas prezarem pelas pessoas é que vão ter na porta delas os melhores funcionários para trabalhar. Quando você cuida de gente, terá quem queira trabalhar com você e terá ainda maior facilidade em recrutamento e seleção, além de gastar menos em treinamentos por ter pessoas com maior desempenho e performance.

ENTREVISTA

danças trazem problemas, mas é melhor ter o problema da mudança do que não mudar. Que é perigoso mudar é, mas não mudar é muito mais perigoso.

NC - Quais os principais desafios na área de gestão de pessoas? AR - O maior desafio é investir em pessoas. Há muitos empresários, principalmente de pequenas e médias empresas, que acham que investir em pessoas é um custo. Não adianta investir milhões em máquinas e colocar uma pessoa despreparada para operar. Portanto, quando você investe em pessoas, você vai ter maior produtividade. NC - No caso das micro e pequenas empresas, geralmente este papel de líder é desenvolvido pelo próprio empreendedor. Neste caso, como o empresário pode aprimorar o relacionamento com os seus colaboradores? AR - Ele precisa aprender a entrar em trei-

Na velocidade em que ocorrem as inovações, a missão do líder é conscientizar todo o seu espaço quanto à importância da mudança

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ENTREVISTA

namento. Se você é dono de uma micro, pequena ou média empresa, você precisa se reciclar. Não significa que um empreendedor será um inovador. Não significa que um empreendedor será um grande líder em gestão de pessoas. Empreender é uma coisa. Fazer gestão é outra coisa. Pode até ser que venha se tornar, mas o grande desafio é o empreendedor investir nele. A primeira dica que eu dou ao um micro empresário é que ele faça uma reciclagem, pois a maioria dos empresários de uma microempresa ainda está na cartilha do passado do mundo da administração – planejamento, organização, comando, operação e controle. Essa é a velha forma administrativa. Só isso não basta, ele precisa reciclar, pois se ele não mudar, nada vai mudar. Empreender é importantíssimo, mas só entender de empreendedorismo não adianta. Ele também precisa aprender a fazer inovação e gestão de pessoas. Se você abre uma loja sem antes estar preparado, você vai estar colocando dinheiro fora. Não adianta investir 100, 200, 500 mil num negócio e não estar preparado, pois, dessa forma, você perderá dinheiro.

Primeiro invista em você. Deste valor a ser investido em um negócio, separe uma parte para investir primeiro em você e depois montar o negócio. Já vi pessoas perdendo dinheiro por ser empreendedor somente. Não basta. É preciso fazer gestão. NC - Como ser um líder de sucesso em tempos de mudanças? AR - Um líder de sucesso é um líder apaixonado. Você não faz sucesso no mundo de hoje só pensando em ganhar dinheiro. Quem faz alguma coisa só pensando no dinheiro, passa a vida toda correndo atrás do dinheiro. Para você fazer sucesso no dia de hoje, é preciso fazer algo que você tenha realmente paixão. Trabalhar tem quem ser tão prazeroso quanto ir a uma festa. Se você fizer dessa forma, pode ter certeza que estarás no caminho do sucesso. Se não for assim, mude de profissão, mude de produto ou ainda mude de negócio, pois, para fazer sucesso, é preciso de gente apaixonada pelo negócio. Apaixonada em servir o cliente. Se você colocar o dinheiro na frente, você vai correr atrás dele a vida inteira. NC - Como deve ser o relacionamento de um líder com seus fornecedores? AR - O líder e o fornecedor precisam de conversa. Às vezes, se passam dois anos um comprando e o outro vendendo e eles não sentam para conversar. Algo importantíssimo de um líder em relação aos seus fornecedores é visitá-los, para estreitar mais o relacionamento com eles. O ideal é ter contato pelo menos umas duas vezes no ano com os fornecedores. O fornecedor é nosso parceiro. O nosso sucesso é o sucesso dele também. NC - Quais os erros mais comuns na liderança de uma empresa? AR - É achar que o sucesso de hoje vai garantir o sucesso de amanhã. NC - Qual a missão de um líder? AR - A missão do líder é buscar unir as pessoas, todas, a uma só voz em um espírito de cooperação e harmonia para buscar os resultados da empresa. NC

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D E S E N VO LV I M E N T O Madeiras de poda de cajueiro utilizadas em indústria cerâmica atendida pelo INT na região do Seridó nordestino

Projeto traz melhorias a cerâmicas nordestinas Projeto de eficiência energética abrange indústrias do setor de todo o nordeste

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Otimizar o uso da energia nas indústrias cerâmicas, diminuir o impacto ambiental da atividade, reduzir emissões de carbono e criar um modelo para ser replicado em outras regiões produtoras. Estes são os objetivos do projeto Eficiência Energética em Cerâmicas de Pequeno Porte na América Latina para Mitigar a Mudança Climática (Eela), que iniciou sua segunda fase no Brasil em maio de 2013, com a coordenação do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI). O projeto já beneficiou cerca de 100 indústrias da região do Seridó em sua etapa inicial e se expande por todos os estados do Nordeste, com patrocínio de R$ 1,26 milhão da Agência Suíça de Cooperação e Desenvolvimento (Cosude) e da ONG Swisscontact. A nova etapa do projeto Eela irá até o segundo semestre de 2016 para atuar em


energia de forma eficiente, reduzir emissões e empregar a biomassa de modo sustentável. Espera-se que perto de 50% das empresas na região possam de alguma forma receber informações, ou assistência tecnológica, capacitação e outras ações produzidas ou induzidas pelo projeto”, relatou Rodrigues.

A construção de fornos fechados, do tipo abóbada, é apoiada pelo projeto Eela para substituir os fornos abertos ou caipiras, tradicionais no Nordeste

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várias frentes, visando melhorias na atividade das cerâmicas nordestinas. A primeira ação visa a troca dos fornos por outros mais eficientes, de modo a promover o melhor aproveitamento do calor e a melhor qualidade dos produtos, reduzir as emissões e respeitar a legislação ambiental. Outra iniciativa consiste em fomentar o uso de ventiladores para a combustão, para promover maior controle da queima nos fornos e economia de combustíveis. Serão ainda divulgadas boas práticas, como arranjos mais eficientes das peças nos fornos, correta secagem das peças, manutenção geral e controle da temperatura. Segundo o pesquisador do INT e coordenador do projeto Eela no Brasil, Joaquim Augusto Pinto Rodrigues, em abril deste ano, os trabalhos do projeto serão iniciados em Sergipe, com o mapeamento do perfil das empresas para confecção do relatório de linha de base. “O objetivo é levar as iniciativas do programa para as cerca de 120 indústrias cerâmicas e também para as olarias de todo o estado. Nesta segunda fase, as atividades do programa também já se iniciaram em outros polos no estado da Bahia e continuam atendendo a zona piloto, na região do Seridó”, disse. Nesta segunda etapa, o objetivo central do projeto permanece, ou seja, ajudar as empresas a implementarem tecnologias de maior eficiência energética para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. A grande mudança acontece na estratégia que, nesta nova etapa, visa garantir a sustentabilidade das ações do projeto Eela e promover um aumento de escala. Além da expansão a outros estados nordestinos, o projeto desenvolverá ações em toda a cadeia produtiva das cerâmicas, envolvendo seus diversos agentes, que compreende organizações de defesa do meio ambiente, provedores de serviços e de tecnologia, órgãos de financiamento, oferta de biomassa, dentre outros. “Ao término desta segunda fase esperamos que o programa proporcione os meios para que grande parte das empresas localizadas na região Nordeste se torne ciente das possibilidades tecnológicas para usar a

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D E S E N VO LV I M E N T O

O projeto

O engenheiro Joaquim Augusto Rodrigues acompanha a avaliação da curva de queima de telhas e tijolos de um forno, visando a recuperação do calor em um secador

O programa “Eficiência Energética na Indústria de Cerâmica Vermelha” (Eela) visa contribuir no combate às mudanças climáticas através da redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) produzidos no processo de fabricação de cerâmicas na América Latina e melhorar a qualidade de vida da população envolvida. Financiado pela Agência Suíça de Cooperação Internacional (Cosude) e executado pela Swiss-

contact junto aos seus parceiros locais, o programa atinge sete países na América Latina. São eles Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, México e Peru. No Brasil, a coordenação do programa está a cargo do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e conta com a presença de diversos agentes: Sebrae, Serviço Florestal Brasileiro (SFB/MMA) e Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer). As ações mais amplas do projeto, que devem abranger um universo de cerca de 800 empresas, dizem respeito à redução do impacto ambiental da atividade. Será fomentado o uso de biomassa renovável, como lenha de manejo florestal ou de poda de cajueiro, para substituir o uso de biomassa nativa que hoje responde por 25% do combustível queimado nas cerâmicas. O projeto também apoiará o licenciamento ambiental das olarias, que inclui a certificação da origem da argila, a comprovação de procedência da lenha e o ajuste das condições operacionais, especialmente com relação às emissões de material particulado (fuligem).

Fase concluída Em sua primeira fase, o trabalho do Eela otimizou o uso da energia nas cerâmicas do Seridó, bem como reduziu as emissões de carbono e diminuiu o impacto ambiental da atividade na região, desenvolvendo um modelo para ser replicado por outros núcleos produtores da América Latina. Conforme Rodrigues, dentro das atividades já desenvolvidas pelo programa, foram realizados testes em fornos que subsidiaram o estabelecimento de parâmetros operacionais, de forma a permitir adoção de medidas de eficiência energética e melhoria da qualidade, contemplando o emprego de ar forçado, controle de temperatura, adoção de

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lenha picada e emprego de medidas de boas práticas. “O projeto gerou ainda uma série de estudos com informações importantes para o setor, tais como: Elaboração do Panorama Nacional do Setor de Cerâmica, Avaliação da Qualidade das Telhas Produzidas, Estudos sobre a Oferta e Demanda de Lenha e de Outras Biomassas, Elaboração de Relatórios de Indicadores Técnicos, Econômicos e Ambientais, Avaliação e Estudo de Novos Modelos de Fornos, Estudo de Viabilidade de Projeto de Crédito de Carbono e Estudo de Mercado”, disse o pesquisador do INT e coordenador do projeto Eela no Brasil. NC



TECNOLOGIA

Sistema inovador é único e foi criado pela Enaplic na cerâmica Palma de Ouro, em São Paulo Os fornos móveis têm sido construídos em escala avançada nos últimos anos no Brasil. Porém, a operação de carregamento do forno e descarregamento é efetuada manualmente por operários. Com o objetivo de encontrar solução para isso, a Enaplic Clay Tech (SP), desenvolveu na cerâmica Palma de Ouro, localizada em Itu (SP), um sistema único automatizado que carrega e descarrega o material no forno sem o uso de mão de obra humana. A tecnologia, lançada em 2013, permite tam-

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bém a eliminação dos paletes de madeira no carregamento dos caminhões. Desta forma, o material queimado sai diretamente do forno carregado pela empilhadeira e vai ao estoque ou diretamente aos caminhões. Segundo o proprietário da cerâmica Palma de Ouro, Sandro Roberto da Silveira, o sistema permitiu reduzir a mão de obra na empresa. “Com a instalação, passamos de 104 funcionários para 86”, contou. Além disso, com a implantação do sistema na empresa produtora de blocos estruturais, outros benefícios foram notórios, como a qualidade do material e a classificação no processo de produção. Para Silveira, “o manuseio mecanizado auxilia na qualidade dos produtos, pois evita defeitos procedentes da mão de obra humana”. Segundo o gerente industrial da Enaplic Clay Tech, Erasmo Pereira Russo Júnior, a

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movimentação manual da quantidade de peças que são necessárias para carregar um forno demanda grande número de pessoas. “O trabalho é árduo e estafante, exigindo esforço do operário para cumprir a tarefa. Desta forma, a automação era o caminho natural para solução do problema. A Enaplic foi convi-

dada pela Palma de Ouro a propor uma solução para o problema e conseguiu de forma inteligente e viável. Hoje toda carga e descarga dos fornos móveis da cerâmica, bem como a carga do produto nos caminhões são feitas de forma automática e sem utilização de paletes de madeira”, disse. O gerente industrial da Enaplic informou que a vantagem deste sistema, que pode ser usado tanto para blocos como para telhas, é não usar mão de obra para carga e descarga dos fornos e permitir que o produto que sai do secador seja escolhido antes de ser carregado no forno. Conforme ele, isto evita que peças defeituosas sejam carregadas no forno. O objetivo do sistema inovador é resolver o problema atual da cerâmica vermelha que é o uso intensivo de mão de obra. Segundo Erasmo, não há pré-requisitos para instalação do sistema, porém é preciso que a cerâmica utilize fornos móveis ou Hoffman. “É um sistema bastante simples, de fácil operação e baixo custo com índice baixo de manutenção. E tem a grande vantagem de permitir a escolha do produto antes da enforna”, acrescentou.

A Enaplic A Enaplic Clay Tech é uma empresa de engenharia com mais de 40 anos no mercado cerâmico. Localizada em Mogi Mirim (SP), a empresa conta com 110 funcionários, em um pavilhão de 22 mil metros quadrados. A Enaplic é especializada em fornecimento de soluções completas de fábricas de revestimentos cerâmi-

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cos e em 2013 começou a atuar no segmento de cerâmica vermelha, quando criou a divisão Enaplic Clay Tech. “O objetivo da criação desta nova divisão foi atender ao mercado de cerâmica vermelha da mesma forma que atendemos ao segmento de pisos e azulejos, fornecendo soluções completas para implantação de fábricas. Percebemos a carência de tecnologia neste segmento e nos dispusemos a investir pesadamente em soluções que permitissem um salto tecnológico no setor”, contou Erasmo. Além de automação para carga e descarga de fornos móveis, a Enaplic está apta a fornecer soluções de preparação de massa (moagem), secagem com secadores contínuos modernos e eficientes, sistemas de cargas e descargas de vagonetas do secador, carga e descarga de vagões de fornos, layout de fábricas, movimentação e otimização de produção e sistemas de despoeiramento, entre outros. NC


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Indústrias cearenses participam do Procompi Empresas do Ceará participam do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), iniciativa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e do Sebrae Nacional. O objetivo é fortalecer as micro e pequenas indústrias e criar condições para competir. No Ceará, o programa atende aproximadamente 40 empresas da região do Cariri no sul do estado e é coordenado por Margaret Lins Teixeira Gomes, gerente do IEL-CE; Ana Cristina Moreira Macena, consultora do IEL-CE; e Joaquim Mendes Cavaleiro, articulador da Indústria do Sebrae-CE. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria e Olaria de Produtos Cerâmicos do Estado do Ceará (Sindcerâmica), Fernando Ibiapina, no Ceará, foram apresentados dois projetos para a Indústria de Cerâmica – APL de Cerâmica Vermelha do Baixo Jaguaribe e APL de Cerâmica Vermelha do Cariri. “O primeiro iniciou em 2013 e o segundo estamos iniciando em 2014 na região do Cariri”, disse o presidente. Cada projeto tem prazo de execução de até 24 meses. Os projetos da indústria de cerâmica do Ceará serão concluídos em março de 2015. Entre as melhorias que o Procompi poderá fornecer às empresas participantes estão: aumentar a capacidade gerencial, de inovação e

Presidente do Sindcerâmica, Fernando Ibiapina 44

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associativa e a sustentabilidade ambiental das micro e pequenas indústrias; formar e/ou fortalecer núcleos setoriais que estimulem a cooperação entre as empresas, para debate e resolução dos problemas comuns; e estimular a estrutura da governança dos projetos apoiados. “São melhorias percebidas imediatamente pelos empresários que se empenham em executar o que os consultores sugerem e que somadas às experiências de cada um, surte um efeito excelente nas empresas”, disse Ibiapina. Entre as ações realizadas durante o programa estão consultorias, treinamentos, participação em eventos, pesquisas e cursos voltados para os processos de produção e melhorias contínuas. Conforme Ibiapina, o programa oferece apoio na realização de ações de interesse do coletivo, favorecendo o desenvolvimento de lideranças locais, o fortalecimento associativo à realização de diagnósticos, planejamento estratégico e estabelecimento de prioridades. Além disso, o programa prevê ações de desenvolvimento empresarial, diagnósticos, melhoria do processo produtivo, qualificação de gestores, capacitação profissional, eficiência tecnológica e ações de acesso ao mercado, entre outras. Segundo Ibiapina são oferecidas ainda capacitações gerenciais, financeira, produção, saúde e segurança do trabalho, marketing e sustentabilidade, entre outros – depende da necessidade do segmento beneficiado. Desde que começou, o programa já trouxe resultados positivos, principalmente, ao APL de Cerâmica Vermelha do Baixo Jaguaribe. São estes estruturação da governança do APL; fortalecimento associativo com a criação da Associação dos Fabricantes de Telhas do Baixo Jaguaribe, hoje composta por 65 indústrias associadas; formação e desenvolvimento de lideranças locais; melhoria do processo produtivo – adequação de processo e inovação; redução dos níveis de desperdício; melhoria da qualidade dos produtos; aumento de produtividade; regularização ambiental – atendimento a legislação ambiental vigente; e realização de atividade coletivamente.


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ARTIGO TÉCNICO

Efeito da incorporação de chamote e da temperatura de queima sobre as propriedades de uma massa vermelha da região de Campos dos Goytacazes – RJ Trabalho apresentado no 57º Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 19 a 22 de maio de 2013, em Natal, no Rio Grande do Norte

Resumo No presente trabalho foi realizado um estudo do efeito da incorporação do resíduo chamote bem como a influência da temperatura de queima sobre as propriedades tecnológicas de uma massa cerâmica vermelha da região de Campos dos Goytacazes - RJ. Massas cerâmicas foram preparadas contendo teores de 5, 10, 15 e 20% de chamote. Corpos cerâmicos, conformados por extrusão, foram queimados nas temperaturas de 650 e 750°C. As seguintes propriedades tecnológicas foram determinadas: retração linear, absorção de água e tensão de ruptura à flexão. Os resultados mostraram que a adição do resíduo altera as características e propriedades da massa cerâmica vermelha.

Introdução O aproveitamento dos rejeitos industriais para uso como material alternativo não é novo(1). O esgotamento das reservas de matérias-primas e o crescente volume de resíduos sólidos, que acabam ocupando

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R.R. Gama1; M.T. Otani1; S.J.G. Sousa1; L.J.T. Petrucci1; E. M. Pessanha1 1 Centro Vocacional Tecnológico – Cerâmica – FAETEC-RJ

espaço e degradando o meio ambiente, são as principais razões que motivam os países a reciclarem seus rejeitos industriais. Dessa forma, a reciclagem e a reutilização de resíduos provenientes de diferentes processos industriais, como novas matérias-primas, tem sido objeto de pesquisa em diversas instituições. A indústria cerâmica é uma das que mais se destacam na reciclagem de resíduos industriais e urbanos, em virtude de possuir um elevado volume de produção que possibilita o consumo de grandes quantidades de rejeitos. O resíduo chamote é oriundo da própria indústria cerâmica e provém do rejeito de peças queimadas e com defeito tais como tijolos e telhas. Na elaboração de massas cerâmicas, este tipo de resíduo atua como um redutor de plasticidade reduzindo o grau de compactação das massas, com diminuição da plasticidade das argilas normalmente muito plásticas(2). O polo ceramista instalado na região de Campos dos Goytacazes-RJ é o mais importante do estado do Rio de Janeiro, com cerca de 35% das empresas e 35% da produção(3). Inevitavelmente gera grande quantidade deste resíduo. Assim sendo, o presente trabalho teve por objetivo o estudo do efeito da incorporação do resíduo chamote bem como a influência da temperatura de queima sobre as propriedades tecnológicas de uma massa de cerâmica vermelha da região de Campos dos Goytacazes-RJ, visando sua utilização como matéria-prima para fabricação de produtos de cerâmica vermelha e/ou estrutural.


Para a formulação das massas cerâmicas, foram utilizadas como matérias-primas uma argila plástica industrial do município de Campos dos Goytacazes-RJ e peças queimadas e rejeitadas no processo de fabricação da referida indústria. As peças queimadas e rejeitadas foram trituradas num britador de mandíbulas e posteriormente moídas em moinho de bolas, gerando assim o que doravante será chamado de chamote. Esse chamote foi passado em peneira de 40 mesh e seco em estufa por 24 horas. A argila foi utilizada conforme recebida. Parte destas matérias-primas foi coletada e submetida a ensaios de caracterização química (fluorescência de raios-X), análise termogravimétrica (ATG) e térmica diferencial (ATD). As massas cerâmicas foram elaboradas com conteúdos crescentes de chamote até 20%, conforme mostra a tabela 1. A mistura das matérias-primas foi feita no mesmo moinho de bolas por um período de 15 minutos. A conformação das massas foi feita em extrusora, marca, modelo, onde corpos de prova retangulares foram obtidos. Estes corpos de prova foram secos em estufa, tiveram suas dimensões determinadas com o auxílio de um paquímetro digital e então foram queimados em forno tipo mufla, nas temperaturas de 650 e 750°C. Após este processo, os corpos de prova tiveram suas dimensões determinadas e as seguintes propriedades tecnológicas foram então determinadas: retração linear, absorção de água e tensão de ruptura à flexão.

Resultados e discussão A tabela 2 mostra os resultados de composição química das matérias-primas utilizadas. Verifica-se que tanto a argila quanto o chamote são constituídos principalmente por SiO2, Al2O3 e Fe2O3. Os teores de óxidos alcalinos (Na2O e K2O) são baixos. Os teores de óxidos alcalinos terrosos também são baixos, o que a caracteriza como uma argila de natureza não carbonática. O cha-

Composição (% mássico)

Massa Cerâmica

Argila

Chamote

MC1

100

0

MC2

95

5

MC3

90

10

MC4

85

15

MC5

80

20

Tabela 1 - Massas cerâmicas elaboradas mote é principalmente constituído por SiO2 e Al2O3. Os óxidos SiO2 e Al2O3 são os principais componentes da estrutura cristalina dos argilominerais e das fases formadas durante o processo de queima. Os óxidos alcalinos são os principais responsáveis pela formação de fase líquida e promovem a densificação do material. Os óxidos alcalinoterrosos são responsáveis pela porosidade das peças. O óxido Fe2O3 é responsável pela coloração avermelhada das peças após a queima.

ARTIGO TÉCNICO

Materiais e métodos

Tabela 2 - Composição química das matériasprimas (% mássico)

Óxido

Argila

Chamote

SiO2

48,01

45,13

Al2O3

37,57

38,44

Fe2O3

7,53

9,89

TiO2

1,58

1,74

CaO

1,15

0,49

MgO

0,05

-

K2O

1,78

2,53

SO3

2,25

1,45

A figura 1 mostra as curvas de ATG e ATD para a argila utilizada no presente trabalho. Três eventos endotérmicos são observados nas temperaturas de 40, 250 e 450°C. Estes envolvem um processo de perda de

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ATD ( v)

ATD

8

6

4

2

ATG

0

200

400

600

800

0 1200

1000

Temperatura (°C)

30

750°C 650°C

Figura 2 - Efeito do teor de chamote e da temperatura de queima sobre a absorção de água dos corpos cerâmicos obtidos

Absorção de água (%)

ARTIGO TÉCNICO

10

ATG (%)

Figura 1 Curvas de ATD e DTG da argila estudada

14 12 10 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 -12 -14 -16 -18 -20 -22

25

20

15 0

5

10

15

20

25

Teor de chamote (% mássico)

15

Figura 3 - Efeito da adição de chamote e da temperatura de queima sobre a retração linear dos corpos cerâmicos obtidos

Retração Linear (%)

650°C 750°C

10

5

0

5

10

15

20

25

Teor de Chamote (% mássico)

massa. O primeiro evento endotérmico, observado na temperatura de 120°C, está relacionado à remoção de água fisicamente adsorvida na superfície dos argilominerais(4) O segundo evento endotérmico observado na temperatura de 300°C ocorre devido à evolução de vapor d’água, resultante da perda de hidroxilas de hidróxidos de ferro

50

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e alumínio tais como goetita e gibisita[5]. O terceiro evento endotérmico observado na temperatura de 600°C está também relacionado com a evolução de água, mas desta vez devido à desidroxilação de argilominerais tais como a caulinita para a formação de metacaulinita presente nas argilas da região de Campos-RJ. Um pico exotérmico é observado na temperatura de 930°C. Este pico está relacionado a uma série de reações térmicas que ocorrem simultaneamente para formar novas fases cristalinas(5) Estas fases são responsáveis pelas propriedades finais das massas cerâmicas queimadas. A figura 2 mostra o efeito da adição de chamote e da temperatura de queima sobre a absorção de água das massas cerâmicas queimadas. Observa-se que à medida que se aumenta o teor de chamote ocorre um aumento da absorção de água das massas cerâmicas. Isto pode estar relacionado ao menor grau de compactação das massas quando um material não plástico é adicionado. Este efeito é particularmente importante do ponto de vista econômico e tecnológico já que peças mais leves podem ser produzidas especificamente as telhas que terão um menor peso por metro quadrado. Com relação ao efeito da temperatura, nota-se uma diminuição do parâmetro absorção de água à medida que se aumenta a temperatura de queima. A figura 3 mostra o efeito da adição de chamote e da temperatura de queima sobre a retração linear das massas cerâmicas queimadas. Observa-se que à medida que se aumenta o teor de chamote ocorre uma diminuição da retração linear das massas cerâmicas. Isto pode estar relacionado ao menor grau de compactação das massas quando um material não plástico é adicionado. O chamote adicionado funciona como um material inerte e, portanto, retarda a formação de uma fase líquida capaz de preencher os poros e densificar o material. Este efeito é particularmente importante, pois reduz a possibilidade de deformações tais como trincas, fissuras e empenamentos das peças acabadas. Além disso, a produção de peças a temperaturas menores acarreta numa considerável economia de energia. Com relação ao efeito da temperatura, nota-se um aumento do parâmetro retração


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650°C 750°C

Figura 4 - Efeito da adição de chamote e da temperatura de queima sobre a tensão de ruptura dos corpos cerâmicos obtidos

Tensão de Ruptura (MPa)

ARTIGO TÉCNICO

15

10

5

0 0

5

10

15

20

25

Teor de Chamote (% mássico)

linear à medida que se aumenta a temperatura de queima devido a um maior grau de aproximação das partículas.

A figura 4 mostra o efeito da adição de chamote e da temperatura de queima sobre a tensão de ruptura dos corpos cerâmicos obtidos. Observa-se que a adição de chamote provoca uma diminuição da resistência mecânica das peças queimadas a 650°C. Apesar disso, para as proporções chamote/argila estudadas, os valores desta propriedade se encontram dentro das especificações normativas para cerâmica vermelha/estrutural. Um aspecto interessante pode ser observado para a massa cerâmica queimada a 750°C com adição de um teor de 20% de chamote. Para esta massa em particular, ocorreu um aumento da resistência mecânica.

Conclusões Do ponto de vista químico, tanto a argila quanto o chamote são constituídos principalmente pelos óxidos SiO2, Al2O3 e Fe2O3. O que caracteriza essas composições estudadas como massas cerâmicas de queima vermelha. As curvas de ATG e DTG mostram que a argila e o chamote quando aquecidos sofrem uma série de transformações térmicas envolvendo perda de água adsorvida na superfície dos argilominerais e partículas do chamote. Perda de água de hidróxidos presentes nas amostras e formação de novas fases cristalinas a temperaturas acima de 950ºC.

A medida que aumenta o teor de chamote ocorre um aumento da absorção de água, diminuição da retração linear e diminuição da resistência mecânica das massas cerâmicas queimadas devido a um menor grau de compactação das massas cerâmicas. Para a massa cerâmica queimada a 750°C com adição de um teor de 20% de chamote ocorreu um aumento da resistência mecânica. O que permite concluir que para as composições estudadas o uso de chamote pode ser uma alternativa viável do ponto de vista ambiental e econômico.

Referências 1. R. R. Menezes; G. A. Neves; H.C. Ferreira. O estado da arte sobre uso de resíduos como matérias-primas cerâmicas alternativas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.6, n.2, p.303-313, 2002. 2. F. R. Filho. Utilização do Rejeito Industrial Cerâmico Chamote como Fator de Qualidade de Elementos Cerâmicos: Um Estudo Experimental. Cerâmica, v.43, p. 281-282, 1997. 3. C. M. F. Vieira; J. N. F. Holanda; D. G. Pinatti. Caracterização de Massa Cerâmica Vermelha Utilizada na Fabricação de Tijolos da Região de Campos dos Goytacazes – RJ. Cerâmica, v. 46, n. 297, p. 14-17, 2000. 4. P. S. Santos. Ciência e Tecnologia de Argilas, v. 1, Ed. Edgard Bluccher Ltda., São Paulo, SP, 1989. 5. G.P.Souza; R. J.Sanchez; J. N. F. Holanda. Thermal and Structural Characterization of Brazilian South-Eastern kaolinitc Clays. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 73, p. 293-305, 2003. NC

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A comunidade de Bracatinga, da cidade de Prudentópolis, no Paraná, vai realizar nos dias 17 e 18 de maio a 5ª Festa Nacional das Cerâmicas (Fenace). Realizada desde 2010, o objetivo principal da festa é a interação entre ceramistas e vendedores de maquinários, além de arrecadar fundos para as melhorias da Capela São Vicente de Paulo. O evento, que recebe o apoio de aproximadamente 70 cerâmicas e olarias da região, contará com exposição de máquinas, baile com animação do grupo Gaitaço e show de prêmios – 1º Prêmio (5 mil), 2º Prêmio (15 mil) e 3º Prêmio (30 mil). O valor da cartela para participar dos sorteios é de R$ 20. De acordo com Adriano Neto, um dos organizadores da Festa Nacional das Cerâmicas, a realização de um evento como este é importante para mostrar que as olarias são também um potencial bastante forte para a região. “Espera-

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