Ano 4
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Dezembro/2013
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Edição 44
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O setor em 2013
Mais um ano se passou, e a melhor maneira de comemorar é relembrando o que foi destaque em 2013. Confira nesta edição especial de fim de ano as principais matérias divulgadas na revista ao longo de um ano de muitas conquistas e realizações
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"Cliente amigo, agradecemos sua presença, sua amizade e confiança dedicada durante esse ano que está terminando. Que o natal seja um momento de luz e harmonia e que no próximo ano possamos compartilhar juntos suas conquistas. Feliz Natal, boas festas e um ótimo ano novo para você e toda sua família."
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SUMÁRIO
DESENVOLVIMENTO 16: Pela imagem positiva do setor
EDITORIAL
FEIRAS
GESTÃO
ECONOMIA E NEGÓCIOS
12: Carta ao Ceramista
18: Expocer 2013 inova em estrutura e organização
24: Planejamento: o começo para uma planta de cerâmica ideal
30: Pesados, porém necessários
Diretor Geraldo Salvador Junior
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NovaCer • Ano 4 • De zembro • Edição 44
Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados
SUMÁRIO
Dezembro 2013 ARQUITETURA CERÂMICA
42: Inédito e inovador
DESENVOLVIMENTO
ENTREVISTA
20: Processo produtivo bem feito melhora a qualidade 38: Certificar para crescer 46: O produto mais natural do mundo
32 O setor em 2013
FEIRAS 22: Seminário aborda gestão, sustentabilidade e inovação 26: Feira atualiza o setor sobre sustentabilidade e inovação 40: Encontro do nordeste destaca a sustentabilidade
GESTÃO 36: Informatização garante competitividade e crescimento
ECONOMIA E NEGÓCIOS 44: Indústria de cerâmica vermelha em crescimento
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Carta ao Ceramista Ao longo do ano de 2013, noticiamos diversos assuntos ligados ao setor cerâmico, como estudos, projetos, ações, programas e conquistas, entre outras iniciativas que beneficiaram a indústria de cerâmica vermelha. Esperamos ter cumprido nosso objetivo de levar até você, ceramista, as melhores histórias, as principais notícias e novidades do mundo cerâmico, além de alternativas e soluções para o seu negócio. Mensalmente, divulgamos inovações e potencialidades do setor cerâmico entrevistando autoridades, especialistas respeitados e lideranças deste setor que tem crescido e que crescerá ainda mais. Nossa intenção é seguir levando à sua empresa soluções que venham contribuir cada vez mais com este crescimento. Para isso, queremos continuar contando com sua leitura e parceria em 2014. Nesta edição especial, relembre as principais matérias que divulgamos neste ano. Confira nas páginas a seguir, reportagens que foram destaque em 2014, como padronização, impostos, certificação, informatização e planejamento, entre outras. A equipe NovaCer deseja aos leitores, anunciantes e parceiros os melhores votos de felicidade, boas festas e um 2014 de muitas inovações e crescimento.
A Direção
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Pela imagem positiva do setor A qualidade dos produtos cerâmicos deixou de ser diferencial para se tornar essencial
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A revista NovaCer publicou no mês de fevereiro uma reportagem sobre padronização. Especialistas no assunto falaram que a exigência do consumidor pela qualidade de qualquer produto aumenta a cada dia. Já passou a época em que clientes eram enganados ao comprar uma mercadoria acreditando ser de qualidade quando na verdade o produto pertencia a uma classe inferior. Atualmente, não é preciso ter olho treinado para reconhecer que um produto não vai atender à expectativa desejada. O preço inferior é um desses indicadores. No caso de produtos cerâmicos, quem adquire telhas, blocos e tijolos fora das normas vigentes, por exemplo, tem consciência de que está levando para casa muito menos qualidade e muito mais dor de cabeça. Os principais benefícios da padroniza-
obras. Prova disso é o fato de ser cliente da cerâmica City, de São Paulo, empresa produtora de blocos. “Hoje a qualidade dos produtos é exigência do cliente e isso reflete diretamente no resultado final da obra”. A construtora teve experiência com produtos não padronizados, mas motivos como o retrabalho, por exemplo, levaram a empresa a investir somente em produtos Telha Americana padronizados. “Ao usar produtos sem qualidade, a correção que eu vou ter em massa é muito superior quando comparado com produtos padronizados. O retrabalho não vale a pena. O resultado final com produtos padronizados é de muito mais economia. Otimizo o processo e o uso de material. A economia é muito expressiva”, explicou Cordasso.
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ção de produtos para fabricantes são redução de custos e prazos, satisfação do cliente e maior competitividade no mercado. Produtos padronizados têm mais qualidade e, consequentemente, maior aceitação entre os clientes. No entanto, a concorrência entre as empresas somada à exigência de clientes mais informados levou empresários comprometidos com a padronização à seguinte conclusão: oferecer qualidade não é mais diferencial das empresas e sim essencial. O coordenador de suprimentos da Construtora Supricel, de Piracicaba, em São Paulo, Rodrigo Cordasso, afirmou que o cliente sabe o que está comprando. “Há muitos produtos de fundo de quintal. Porém, até um leigo enxerga a diferença. A qualidade de um produto é visível”, disse Cordasso. A construtora paulista atua na construção de prédios residenciais e comerciais de médio e alto padrão desde 2006 e, segundo Cordasso, usa produtos padronizados em suas
Todos ganham com a padronização Institutos de Pesos e Medidas (Ipem) são os órgãos responsáveis pela fiscalização de produtos cerâmicos colocados no mercado. As atividades do Ipem são delegadas pelo Inmetro que possui representação em todo território nacional. A fiscalização de componentes cerâmicos para alvenaria é realizada periodicamente a partir de coletas em pontos de venda que comercializam estes produtos com a realização do exame final nas unidades fabris. No caso de blocos e tijolos, de acordo com a diretora de divisão do Ipem-SP, Vera Lúcia Gonçalves, a Portaria Inmetro nº 16 de 05 de janeiro de 2011 estabelece todas as condições e metodologia para a execução do exame de determinação da conformidade metrológica. São verificadas as condições em que os produtos estão sendo comercializados, bem como a fidelidade das dimensões nominais obrigatórias como largura, altura e comprimento gravadas em baixo relevo nos produtos, além de septo e parede. As empresas autuadas pelo Ipem-SP têm
10 dias para apresentar defesa ao órgão, que define as multas a serem aplicadas. De acordo com a lei federal 9.933/99, as multas na autarquia podem variar entre R$ 100 e R$ 1,5 milhão valendo para todo o Brasil. No caso dos produtos pré-medidos, o valor mínimo é de R$ 640 e o máximo de R$ 30 mil. A autuação vale para quem cometeu a irregularidade, podendo ser o fabricante e o ponto de venda. O Ipem-SP informou que produtos irregulares podem ser interditados e, após decisão da superintendência, podem ser doados a instituições assistenciais cadastradas pelo instituto. “A pedido do ceramista, o produto pode ser aproveitado pelo próprio fabricante com autorização da superintendência”, esclareceu Vera. A assessoria de imprensa do Inmetro informou ainda que produtos irregulares podem ser destruídos. NC
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FEIRAS
No mês de julho, a NovaCer trouxe o balanço da 5ª Feira de Fornecedores para a Indústria Cerâmica e Mineral (Expocer), que ocorreu de 26 a 29 de junho. A feira reuniu cerca de 3,5 mil visitantes, no Centro de Eventos Expo Unimed Curitiba, no Paraná. Durante os três dias, foram apresentadas tecnologias, equipamentos e serviços para aperfeiçoar os produtos fabricados e aumentar a produção das olarias e cerâmicas do Brasil. A exemplo de outras feiras, a Expocer reuniu em um mesmo local toda gama de produtos que os ceramistas precisam. Desde um pequeno rolamento, por exemplo, até uma grande máquina usada no processo produtivo.
Em 2013, a feira contou com 42 expositores, mesmo número da última edição, realizada 2011. A primeira edição, em 2005, contou com 27 expositores. Já a segunda, em 2007, com 34, passando para 37 em 2009. Segundo o diretor da MonteBello Eventos, Valdir Bello, cerca de 90% dos expositores estão participando pela quinta edição consecutiva. São 42 expositores de todas as regiões do Brasil e também internacionais. Participaram da feira expositores do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo, entre outros estados do país, além da Itália. De acordo com o presidente do Sindicer/ PR, Daniel Wosniak, um dos objetivos do evento, que é uma feira regional, é a reposição de máquinas nas indústrias da capital do Paraná e região metropolitana de Curitiba, que conta com 450 olarias. Estas indústrias geram cerca de 4,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos. "Nosso setor atrasou muito quanto à inovação. Por isso, foi criada a feira, com a intenção de as empresas renovarem seus parques fabris e, com isso, melhorarem seus produtos fabricados”, relatou. Conforme o presidente, o mercado está cada vez mais exigente, obrigando as empresas do setor a oferecerem produtos de qualidade, “portanto, a feira vem de encontro com essa necessidade, trazendo novidades em equipamentos e outras tecnologias para que o setor se torne mais competitivo e ofereça bons produtos”.
Novo local agrada participantes Em 2013, a organização da Expocer apostou em nova instalação para melhor abrigar os participantes. O evento foi realizado no Centro de Eventos Expo Unimed Curitiba. “As novas instalações trouxeram conforto não só para o ceramista que visitou a feira, mas também para os expositores, que contaram com um local mais amplo e organizado para mostrarem seus produtos”, relatou o presidente do
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Sindicer/PR, Daniel Wosniak. De acordo com o diretor da MonteBello Eventos, Valdir Bello, a mudança da feira para um local mais amplo em termos de estrutura e organização agradou visitantes e expositores. “A nova estrutura foi bem aprovada neste ano, sendo que o local onde era feito antes já não comportava mais um evento como este, que é a Expocer”. NC
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Processo produtivo bem feito melhora a qualidade Produção foi o tema da reportagem principal do mês de agosto. Abordamos nesta matéria que um processo produtivo bem executado garante mais qualidade e rendimento às indústrias do setor. A cadeia produtiva de cerâmica vermelha passa por diversas fases até chegar ao produto final. As etapas são parecidas para cada tipo de produto, o que diferencia uma etapa da outra é o tipo de material a ser fabricado. No geral, além da extração de matérias-primas, as etapas são sazonamento, preparação de massa, produção (extrusão, corte, prensagem – no caso das telhas), secagem, queima, classificação e expedição. Destas etapas, conforme a consultora em cerâmica vermelha Celina Monteiro, a área que o ceramista precisa aprimorar para que não surjam falhas nas fases seguintes é quanto à pesquisa das jazidas, legalização das áreas exploradas. “Infelizmente, do número de cerâmicas existentes no Brasil, não existe um dado oficial de quantos iniciam seu empreendimento após ter feito pesquisa e legalização, entre outros. Como já tive oportunidade de trabalhar em cerâmicas de todas as regiões do Brasil, minha experiência diz que, muitas vezes, a máquina já
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está na jazida para revirar a argila, e só depois o ceramista se preocupa em enviar, alguns, para laboratório para confirmar se vai servir ou não para fazer um produto de qualidade”, relatou. Para ela, não existe mais tempo para errar em uma etapa tão importante, já que poderá retirar uma argila com contaminações (de calcário, ou de gipsita, por exemplo), que causarão defeitos no produto, como a eflorescência. De acordo com Celina, sem conhecimento das argilas, a extração é feita da seguinte forma: retiram a argila, levam pra fábrica e vejam se quando chegar lá vão acertar. De acordo com o professor e consultor do Senai Mário Amato, Amando Alves de Oliveira, o ceramista precisa conhecer em primeiro lugar o comportamento das argilas dentro de cada processo e, para isto, alguns ensaios em laboratórios são obrigatórios, como análise térmica diferencial, dilatometria, análise química e ensaios preliminares. Estes ensaios mostram o comportamento da argila dentro do processo de extrusão, secagem e queima, evitando perdas no processo produtivo. Segundo o assessor técnico e da qualidade da Anicer Antônio Carlos Pimenta, para evitar perdas, o empresário deverá também controlar o processo, coletando dados de todas as fases e analisando-os para eventuais modificações necessárias. Para Pimenta, o ceramista precisa estar atento aos controles. “Os dados diários da produção devem ser objeto de contínua análise e tomada de decisões. Para isto, é necessária a manutenção de uma equipe bem treinada”. Segundo o consultor do Senai Mário Amato, aproximadamente 10% das cerâmicas sabem exatamente controlar a produção. “Infelizmente, no Brasil, não existe uma cultura de controle de processo. As coisas são tocadas de maneira muito artesanal, pois se tratam de empresas familiares, onde o comando das coisas é feito por gerentes e pelos próprios empresários. Neste caso, impera a vontade de cada um sem o uso de nenhum conhecimento técnico”, esclareceu.
Na etapa pesquisa das jazidas de argilas/ legalização das áreas a serem exploradas, é preciso fazer um estudo da argila que se pretende utilizar na fabricação dos produtos. A pesquisa é importante, pois as argilas são de formação sedimentar que têm muitos minerais associados, portanto, a pesquisa faz com que o ceramista não utilize argila com contaminações, o que pode causar defeitos nas peças. Após esta fase, é preciso realizar alguns ensaios preliminares. São eles Absorção de água (AA); Porosidade aparente (PA); Tensão de Ruptura à Flexão (TRF) – faz tanto a seco ou como após a queima; Retração linear (RL); Massa específica aparente (MEA). Outros ensaios que se fazem necessários com as argilas são Difração de Raio X (DRX) – ensaio para saber quais são os minerais presentes na argila; Análise térmica Diferencial (DTA); Análise Termo Gravimétrica (TGA); Análise Dilatométrica (AD) – para conhecer o ponto de amolecimento da massa e Granulometria. Alguns destes ensaios, conforme Celina, podem ser realizados na própria cerâmica. No entanto, é preciso o acompanhamento de uma pessoa com experiência, para fazer o método de sondagem, escavação e coleta de amostras. Estes ensaios, portanto, devem ser feitos com corpos de prova já queimados. O ensaio de granulometria serve para conhecer as impurezas, que é o ensaio de resíduos, feito via úmida com peneiramento na peneira nº 325, da ABNT, conforme Celina. Referente aos tipos de argila (A1, A2 “N”), há cerâmicas que trabalham com dois tipos e há empresas que trabalham com até oito tipos de argilas. “Cada caso é um caso. Quando você conhece e tem o domínio das matérias-primas você pode brincar com a formulação de massa, ou seja, você pode estar otimizando e racionando aquela tua argila”, relatou Celina. Depois disso, o processo segue para estoque/sazonamento, formulação da massa cerâmica/estoque intermediário, passando pela conformação das peças, secagem e sinteriza-
PESQUISA DAS JAZIDAS DE ARGILAS / LEGALIZAÇÃO DAS ÁREAS A SEREM “EXPLOTADAS”
ENSAIOS PRELIMINARES (1)
EXTRAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS
ARGILA A1
ARGILA “N”
ARGILA A2
ESTOQUE / SAZONAMENTO
FORMULAÇÃO DA MASSA CERÂMICA / “ESTOQUE INTERMEDIÁRIO “
CONFORMAÇÃO DAS PEÇAS REFUGO SECAGEM REFUGO SINTERIZAÇÃO REFUGO Caracterização do Produto roduto Acabado segundo às Normas da ABNT
CLASSIFICAÇÃO/ EMBALAGEM / EXPEDIÇÃO MOAGEM/REUTILIZAÇÃO
D E S E N VO LV I M E N T O
Fluxograma do processo produtivo do setor de cerâmica vermelha
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AA
PA
TRF
RL
MEA
COR
Granulometria
FRX, DRX, DTA, TGA e AD
ção, que é a formação do corpo cerâmico. O refugos, segundo Celina, são as perdas que, dependendo da etapa, voltam para ser reutilizadas. Por exemplo, as perdas na conformação voltam para a formulação, também conhecidas como rebarbas. As perdas na etapa de secagem voltam para estoque intermediário, pois terá que ser umidificado para retornar à plasticidade. Já as perdas após sinterização, conhecidas também como moagem, atualmente são pouco reaproveitadas. “Uma peça queimada já perdeu água de constituição, então já não vai voltar à plasticidade em momento algum". Pra ser reutilizado, seria como o chamote, caco moído, que também tem um custo. "É preciso ter um moinho de martelo e peneiras, entre outros, para estar na granulometria certa para ser reutilizado”. Quanto à classificação, embalagem e expedição, conforme Celina, um pequeno número de empresas põem em prática esta questão. No entanto, muitas construtoras já estão exigindo que o produto chegue na obra embalado, com palete e plastificado. NC
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FEIRAS
Seminário aborda gestão, sustentabilidade e inovação Evento foi realizado de 22 a 24 de agosto, no estado do Ceará
Na foto: o presidente do Sindcerâmica, Fernando Ibiapina; o ceramista Hermano Franck Junior; o diretor da Fiec, Ricardo Cavalcante, substituindo o homenageado Roberto Macêdo, presidente da Fiec; João Marcos Maia recebendo o troféu dado ao seu pai Marcos Aurélio Campêlo Maia - in memoriam
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No mês de setembro, a NovaCer contou como foi o seminário sobre gestão, sustentabilidade e inovação. O evento, realizado em comemoração aos 40 anos do Sindicato da Indústria e Olaria de Produtos Cerâmicos do Estado do Ceará (Sindcerâmica), ocorreu de 22 a 24 de agosto, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), e contou com exposição de equipamentos para o setor, entrega do Troféu Ceramista 2013, palestras e visitas técnicas. Durante os três dias, mais de 100 pessoas, entre empresários e expositores, partici-
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param do seminário. Além disso, foram 15 estandes com exposição de algumas máquinas. De acordo com o presidente do Sindcerâmica, Fernando Ibiapina Cunha, o intuito do evento foi unir os ceramistas cearenses com o objetivo de ter indústrias sustentáveis em todos os aspectos, além de trazer as experiências dos companheiros de outros estados. Segundo o censo concluído recentemente, no Ceará há mais de 400 cerâmicas em 93 municípios dos 184. “Logo estamos presentes em mais de 50% das cidades do estado”, acrescentou o presidente. A produção mensal destas cerâmicas é de mais de 200 milhões de peças. Outra atração que marcou o evento em comemoração aos 40 anos do Sindcerâmica foi o Troféu Ceramista 2013. Foram homenageadas quatro pessoas importantes para o setor cerâmico do estado. São elas Marcos Antonio Campêlo Maia, ceramista in memoriam; Roberto Proença de Macedo, presidente da Fiec; Hermano Chaves Franck Junior, ex-presidente do Sindcerâmica; Jorge Parente da Frota, ex-presidente da Fiec. A entrega dos troféus ocorreu no primeiro dia do evento. No último dia do evento, foram realizadas visitas técnicas a duas cerâmicas. Uma destas foi na cerâmica Luna, que fica na cidade de Cascavel. A outra indústria que recebeu os participantes do seminário foi a cerâmica Assunção, localizada no munícipio de Aquiraz. O encerramento do evento ocorreu com um almoço na Assunção. NC
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Planejamento: o começo para uma planta de cerâmica ideal Uma planta ideal deve ser pensada, executada e funcionar voltada para o resultado, eficiência e lucro No mês de outubro de 2013, a NovaCer conversou com alguns especialistas para falarem sobre como ter uma planta de cerâmica ideal. A dica principal dos profissionais foi planejamento. Este é o começo para se ter uma planta de cerâmica ideal. Segundo o técnico em processos cerâmicos Emerson Dias, uma planta ideal seria transformar um sonho em realidade e, para que isso aconteça de fato, é preciso ter um plano de negócio bem elaborado, um projeto técnico adequado (sonho x realidade finan-
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ceira) e um planejamento estratégico bem pensado e executado. “Uma planta ideal deve ser pensada, executada e funcionar voltada para o resultado, eficiência e lucro”. Para o técnico em cerâmica Sérgio Augusto Lanza, planta ideal “é aquela projetada vislumbrando o futuro, não só a expansão física de galpões, mas as possibilidades de incorporar fluxos ágeis de robótica e movimentações”. Para Dias, umas das preocupações do ceramista deve ser em ter o menor índice de perda de produção, com o menor número de funcionários e menor consumo energético. Porém, segundo o engenheiro cerâmico Odenir Vagner, o ceramista está cada vez mais preocupado com a qualidade do produto dele, pois sabe que a permanência no mercado depende deste requisito. Contudo, Lanza complementou que, certamente, “não existe qualidade de produto sem
prescindíveis equipamentos mais modernos e automatizados, um bom laboratório de ensaios, juntamente com indicadores que demonstrem as perdas, como por exemplo, medidores de temperaturas (termopares) distribuídos em diversos pontos de leitura ao longo da seção de queima, além de medidas de tiragem dos gases (CO,O2 e CO2), que permitem ajustes que evitam perdas por deficiência energética em fornos e secadores, sendo estes os setores da fábrica em que normalmente ocorrem as perdas maiores. Porém, para Lanza, o principal equipamento é o homem, o conhecimento, a dedicação, o zelo e gosto por fazer qualidade. “Equipamentos modernos, fornos e secadores sozinhos não fazem nada”, disse.
GESTÃO
qualidade de vida do homem e para o homem”, nesse caso, o trabalhador. Isto também é algo a se preocupar quando se fala em planta ideal, conforme o técnico em cerâmica. Para produzir com qualidade, sem obter perdas, Dias revela que o ideal é ter uma preparação de argila e ter a manutenção dos equipamentos sempre em ordem. Outro ponto, conforme o técnico em processos cerâmicos, é ter equipamentos de acordo com a necessidade. “Ou seja, não ter um laminador pequeno para uma extrusora grande”. Mesmo assim, segundo o engenheiro cerâmico, são necessárias dentro da empresa inovações e tecnologias para produção com qualidade. Na planta, conforme Vagner, são im-
Boas práticas garantem economia “Evitar cópias (visitar outras realidades é importante, mas não certeza de sucesso), elaborar o planejamento estratégico, implementar seus sistema de gestão da qualidade apoiado no controle de processo, treinar mão de obra, conhecer seus custos e buscar o lucro”. Estas são algumas boas práticas para garantir economia dentro da cerâmica, segundo o técnico em processos cerâmicos Emerson Dias.
Outras práticas, segundo o engenheiro cerâmico Odenir Vagner, também ajudam a garantir economia para a cerâmica em geral. Entre estas, Vagner destacou treinamento de pessoas, sustentabilidade, qualidade, volume produtivo, acompanhamento e rastreabilidade do processo, indicadores produtivos e financeiros e ações de melhorias tomadas a partir da leitura desses indicadores.
Organização do parque fabril Para organização de seu parque fabril, primeiramente, segundo o supervisor técnico da Verdés, o ceramista precisa contar com a colaboração de um técnico por um determinado tempo, elaborando um diagnóstico profundo das necessidades e oportunidades. “Ele terá condições de treinar todos os operários para executar as tarefas de forma a ter o melhor rendimento possível e indicar necessidades de adequação de processos”, relatou. Entre os benefícios que um parque fabril organizado proporciona às empresas do setor, estão otimização da operações e processos, redução de perdas, aumento do bem estar dos colaboradores, redução de aciden-
tes e o lucro. Um parque fabril organizado, segundo Odenir Vagner, garante além de uma boa aparência, maior segurança aos trabalhadores e facilita as atividades cotidianas. Já uma empresa desorganizada tem sérios prejuízos, conforme o técnico em processos cerâmicos Emerson Dias. “Entre os danos cito perdas, aumento do número de acidentes, baixa eficiência nos processos e redução da qualidade do produto e aumento do custo de energia, baixa motivação dos colaboradores e excesso de atritos entre eles (estes são apenas algumas das perdas a que relaciono a uma empresa desorganizada)”, informou. NC
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FEIRAS
Feira atualiza o setor sobre sustentabilidade e inovação O 42º Encontro Nacional de Cerâmica Vermelha ocorreu de 25 a 28 de outubro, em Recife (PE) No mês de novembro, a NovaCer trouxe o balanço do 42º Encontro Nacional de Cerâmica Vermelha que, neste ano, ocorreu na capital de Pernambuco, Recife, de 25 a 28 de outubro. Considerado o maior do segmento na América do Sul e o terceiro maior evento mundial de cerâmica estrutural, o encontro ocorreu no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon). Até o dia 27, contou com clínicas tecnológicas e fóruns que discutiram temas atuais relacionados ao Capital do Pará, a cidade de Besetor, além da 16ª Feira de lém será o próximo destino do EnconMáquinas, Equipamentos, Autro Nacional de Cerâmica Vermelha. tomotivos, Serviços e Insumos O lançamento oficial da 43ª edição do para a Indústria Cerâmica (Exevento e a 17ª Expoanicer foi realizapoanicer). do durante feira deste ano. Em 2014, Durante os três dias, o o evento será de 6 a 9 de agosto no evento recebeu 3.082 visitanHangar - Convenções e Feiras da tes e participantes. Além do Amazônia. Brasil, o evento recebeu pessoas dos Estados Unidos, Grécia, Itália, França, Portugal, Rússia, Fotos: Natanael Knabben
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China, Espanha e Alemanha. Na segunda, 28, as cerâmicas Kitambar, de Caruaru, e Bom Jesus, de Paudalho, abriram as suas portas para as visitas técnicas. Para o presidente do Sindicer/PE, Otiniel Gerôncio Barbosa, a feira é um momento singular. “É uma oportunidade para trocarmos experiências uns com os outros e de enriquecermos nossos conhecimentos na participação das clínicas e fóruns. É também a oportunidade de darmos visibilidade ao setor cerâmico do estado de Pernambuco e seus produtos. E também uma oportunidade para mostrarmos ao público em geral que o setor cerâmico no Brasil vem fazendo seu dever de casa com relação à sustentabilidade e responsabilidade socioambiental”. Durante a solenidade de abertura, o ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o senador Armando Monteiro Neto, foi homenageado com a honraria máxima da Anicer, recebendo o título de sócio honorário da associação, em reconhecimento às suas ações em prol do setor de cerâmica vermelha. Representando o senador, o deputado estadual José Humberto recebeu a homenagem. A solenidade ainda contou com a premiação Jovem Ceramista, nas categorias Universitário e Técnico, e entrega dos certificados de qualificação do Programa Setorial de Qualidade (PSQ). Autora do projeto “Estudo da Viabilização de Resíduo Vítreo na Formulação de Massa de Cerâmica Vermelha”, a estudante de Engenharia Cerâmica do Unibave (SC), Jordana Mariot Inocente, foi a contemplada na categoria Universitário. Já no nível Técnico, Bárbara Thayna Mesalino dos Santos, do Senai Mario Amato (SP), foi a premiada. Ela concorreu ao prêmio com o projeto “Eflorescência: Como Identificar?”. Ainda na ocasião, mais de 30 indústrias receberam os certificados dos Programas Setoriais da Qualidade (PSQ) do Ministério das Cidades, nas especificações Telhas Cerâmicas e Blocos Cerâmicos. No total, foram contempladas nove empresas fabricantes de telhas e 28 produtoras de blocos.
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FEIRAS
Palestras
Isabelle falou sobre a morosidade para se conseguir uma licença ambiental no país e o curto período de suas vigências
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O 42º Encontro Nacional contou com seis clínicas tecnológicas durante os três dias. A primeira, intitulada “Adequação de processos através da inovação e ferramentas de qualidade”, foi ministrada pelo consultor do Senai Mario Amato Amando Alves de Oliveira e pelo assessor técnico da Anicer Edvaldo Maia. Maia iniciou a clínica apresentando aos presentes os conceitos de inovação e lembrou que é necessário se ter em mente a diferença entre inventar e inovar. “Quando se tem uma ideia, mas não se coloca essa ideia em prática, a pessoa apenas inventa, não inova. Para que uma ideia se torne uma inovação, ela precisa ser implantada e trazer o retorno financeiro”. Depois foi a vez de Alves dar uma aula sobre inovação. Durante a palestra, ele falou sobre o quanto é importante que o ceramista tenha um controle rígido dos processos da cerâmica antes fazer qualquer investimento em tecnologias. A segunda palestra foi sobre os “Desafios do licenciamento ambiental na indústria cerâmica”. Ministrada pelos consultores do projeto “Cerâmica Sustentável é + Vida” Isabelle Saraiva e Thiago Negreiros Moura e pela gerente de Meio Ambiente da Anicer, Fernanda Duarte, a palestra apresentou aos participantes a importância de estar legalizado. “Você deve licenciar sua atividade porque é uma obrigação legal, e como qualquer obrigação legal, o não cumprimento poderá ocasionar sanções administrativas ou criminais”, lembrou Fernanda.
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Os consultores Clovis Veloso, da CNI, e José Amauri Martins, do Ministério do Trabalho, foram os responsáveis pela clínica tecnológica intitulada “NR12: como atender a norma de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos”. Veloso começou a palestra apresentando um histórico da NR-12. A Norma foi editada em 1978, e passou por cinco alterações ao longo de sua existência, sendo que a sua grande mudança foi em 2010. Depois foi a vez de José Amauri Martins complementar com uma abordagem mais técnica. Martins lembrou que, como o texto da norma é bastante complexo, é necessário que o empresário faça uma leitura atenta para descobrir quais são os riscos que as máquinas oferecem, onde estão e o que pode ser feito para resolver. Ministrada pelo ex-catador de lixo Reinaldo Silva de Abreu, “Gestão de resíduos sólidos, o olhar dos catadores” foi outro tema abordado nas clínicas. Abreu iniciou a palestra falando sobre sua infância, sobre a crise financeira que o levou a perder o emprego e a trabalhar como catador de lixo e a maneira como deu a volta por cima e hoje é um conhecido empresário da reciclagem e palestrante. O Encontro Nacional também contou com a palestra “Eficiência Energética e Software de Gestão Integrada”, conduzida pelo assessor Técnico e da Qualidade da Anicer Vagner Oliveira e pelos consultores técnicos da Fundacer Fábio Cruz e Odenir Vagner. Durante a palestra, Odenir lembrou que a preocupação com a diminuição de custos e com a elevação da qualidade deixou de ser apenas das grandes empresas e agora faz parte do dia a dia das MPEs, que hoje adotam medidas energeticamente eficientes em seus procedimentos. O presidente da Associação Dinamarquesa de Cerâmica, Tommy Bisgaard, foi o responsável pela palestra “Desenvolvimento Sustentável e ambiental na Europa”. Ele apresentou as normas vigentes para o setor na União Europeia, além de números e perspectivas futuras. Mais de 650 pessoas lotaram o auditório do Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon) para as clínicas tecnológicas.
Ceramistas de diversas partes do Brasil marcaram presença nas clínicas, nos fóruns e na 16ª Expoanicer durante o 42º Encontro Nacional. Em busca de novos conhecimentos e tecnologias, os empresários vieram focados nos negócios e contaram que ficaram satisfeitos com o que viram e ouviram durante os três dias de evento. Da capital do Amazonas, Manaus, o ceramista Sandro Melo veio à feira conhecer novas tecnologias, pois está montando uma fábrica de blocos próximo à cidade de Manacapuru. A Golden Blocos Fabricação de Cerâmica Ltda será inaugurada em fevereiro, segundo Melo. A produção inicial será de 1,5 milhão de peças por mês, produção que Melo pretende dobrar até o final do ano de 2014. Conforme ele, o mercado da construção civil em Manaus está
muito aquecido e por isso resolveu investir na fábrica. Melo afirmou que a feira estava muito boa e ajudou na busca de novas tecnologias. Ele contou que, no próximo ano, pretende participar de novo e ainda trazer alguns funcionários da nova fábrica. Melo não foi o único a buscar conhecimento para montar uma nova cerâmica. O casal Cédric Richard e Graciete Richard, pela primeira vez na feira, foi a Recife conhecer novas tecnologias e trocar experiências com outros ceramistas, pois está com um projeto para implantar uma cerâmica de telhas e blocos na Bahia. A indústria com o nome cerâmica Itinga deve ser inaugurada na metade do ano de 2014. “Viemos na feira descobrir o que há de novo, visitamos alguns estandes e guardamos alguns contatos interessantes”, acrescentou Graciete.
FEIRAS
Ceramistas aprovam encontro
Movimentação na feira surpreende A Feira de Máquinas, Equipamentos, Automotivos, Serviço e Insumos para a Indústria Cerâmica chegou à sua 16ª edição, consagrando-se a cada ano como o maior evento voltado para o setor cerâmico em toda América Latina. Mais de 100 empresários de dez países, a exemplo dos EUA, Portugal, Grécia, França e Itália, marcaram presença no evento, apresentando o que há de mais moderno no mercado. A movimentação nos estandes chamou a atenção de alguns expositores da feira, que este ano movimentou R$ 48 milhões em negócios. Foi o caso da RRC Fucol, fornecedora de peças de reposição para cerâmica vermelha. Para o sócio da empresa Carlos Renato Antônio, “a
feira foi acima do esperado, pois o número de visitas foi maior comparado ao evento do ano passado”. Para ele, além de divulgar a marca e se aproximar dos clientes, a feira foi uma oportunidade de mostrar seus produtos. A Sabo Impianti foi outra empresa fornecedora de máquinas para o setor que participou do evento. Para o responsável pela engenharia da Sabo no Brasil, Danilo Lins, a feira ficou acima das expectativas. “Gostei muito da movimentação na feira e da estrutura. Deu pra notar que o pessoal que visitou a feira nestes três dias não veio para passear. Os ceramistas vieram focados e interessados em buscar novas tecnologias”, relatou. NC
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ECONOMIA E NEGÓCIOS
Pesados, porém necessários Eles são federais, estaduais e municipais e incidem sobre as vendas, sobre o lucro e sobre a folha de pagamento. Há ainda as taxas para abertura e funcionamento de empresas. As taxas, impostos e contribuições fiscais foram destaque na capa da edição de março de 2013. São mais de 75 tributos que dependem do tipo de atividade explorada. Entre os impostos que uma empresa de cerâmica vermelha poderá estar sujeita são os federais – PIS, COFINS, IRPJ, adicional do IRPJ, IPI (deve ser consultada a tabela TIPI, para produtos específicos), contribuição previdenciária e DAS (Simples Nacional) –, estaduais – ICMS (deve-se observar as regras da substituição tributária do ICMS de cada estado) – e municipal – IPTU e taxa de licença municipal. Segundo José Vanildo Veras, contador especializado em Inteligência Fiscal e Planejamento Tributário, alguns estudos apontam que as pequenas empresas comprometem acima de 20% do seu faturamento e em alguns casos pode chegar a
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50%. Só em 2012, a arrecadação de tributos ultrapassou R$ 1,5 trilhões. “Os tributos são as fontes de receitas do estado e servem para o estado pagar as suas despesas (custeio) e fazer seus investimentos (obras). Quanto mais eficiente for o estado, mais ele faz sobrar das despesas para o investimento”. Atualmente, a média de carga tributária no Brasil é de 37% do Produto Interno Bruto (PIB). Dados fornecidos pela Anicer mostram que, no cenário nacional, o setor de cerâmica vermelha representa 0,9% do PIB Nacional e 2,7% do PIB da indústria. Conforme o contador e consultor do Sebrae de Florianópolis (SC), Alexandre João da Silveira, a falta de pagamento de tributos implica diretamente na falta de investimento do governo em saúde, educação e infraestrutura, entre outros. “Sem arrecadação não há nenhum tipo de contrapartida do governo para a população. É importante que as pessoas façam o pagamento dos tributos e exijam as melhorias para a socie-
juros e multas. De acordo com o economista Enio Coan, calcula-se que 30% do movimento econômico brasileiro é informal, ou seja, seus tributos são sonegados. “Não acredito nisso tudo, o governo vem apertando muito a fiscalização, mas a sonegação só é possível longe da fiscalização, uma vez que o risco de multas é alto e pode ser mais caro do que a legalidade”, disse.
Desoneração da folha para o setor Conforme o especialista nas áreas de direito tributário, Felipe Frossard Romano, advogado do KBM Advogados, a desoneração da folha de salários é uma recente criação do estado brasileiro para estimular determinados mercados que no curso dos últimos anos sofreram com a crise financeira. Por meio desta desoneração, a Contribuição Patronal (20% sobre a folha de salários) de alguns setores da economia foi extinta criando-se uma nova contribuição que passou a incidir sobre a receita bruta de determinada empresa. Um dos setores beneficiados com isso é o de cerâmica. Desde janeiro de 2013, as empresas cerâmicas optantes pelo regime de tributação do Lucro Presumido e do Lucro Real têm a seu favor um novo pacote de desoneração da folha de pagamento. A Medida Provisória 582/2012, publicada em setembro de 2012, faz parte do pacote governamental Plano Brasil Maior que procura fortalecer a indústria nacional e a manutenção dos empregos dos trabalhadores junto às empresas. O pacote reduz o encargo patronal previ-
denciário de 20% sobre a folha de salários da empresa para 1% sobre a receita bruta. A mudança vale para os seguintes produtos: tijolos, tijoleiras, tapa-vigas e produtos semelhantes, placas (lajes), ladrilhos e peças cerâmicas semelhantes para construção, refratários que não sejam siliciosas semelhantes, telhas, elementos de chaminé, condutores de fumaça, ornamentos arquitetônicos de cerâmica e assemelhados para construção, tubos, calhas ou algerozes e acessórios para canalização de cerâmica. Segundo informações da Anicer, o movimento para inclusão do setor de cerâmica vermelha na lista dos contemplados teve início em março de 2012, em São Paulo, durante a primeira assembleia geral da Anicer de 2012. Desde então, a associação passou a buscar o apoio de diversos órgãos, entre eles, a gerência de assuntos legislativos da CNI para encaminhamento do pleito à Comissão Mista da MP no Senado Federal. NC
ECONOMIA E NEGÓCIOS
dade. Por isso, é importante a emissão da nota fiscal na venda de um produto ou serviço, assim, o Brasil tem como crescer e, para a empresa, possibilita todos os controles necessários para o crescimento empresarial”, relatou. Além disso, o não pagamento de tributos de maneira geral resulta em sonegação, sujeita a autuações fiscais e cobranças judiciais com
Com informações da Anicer.
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ENTREVISTA
O setor em 2013 Ao longo deste ano, a NovaCer conversou com especialistas que trouxeram detalhes de diferentes temas ligados ao setor cerâmico. Por meio de entrevistas especiais publicadas em 2013, estas personalidades atualizaram o setor com novidades e conteúdo. Foram destaque nesta seção assuntos como tecnologia, arquitetura cerâmica, mercado de crédito de carbono, pesquisa e preparação de massa, entre outros assuntos. Recorde quem a NovaCer entrevistou no ano de 2013.
Iniciamos 2013 com uma entrevista especial com o diretor de marketing da Divisão Keller, Wolfgang Brunk. Com sede em Ibbenbüren-Laggenbeck, na Alemanha, a Keller é uma das líderes em nível mundial de máquinas e instalações na área da indústria de cerâmica vermelha e de materiais de construção fundada por Carl Keller em 1890. Há 15 anos a Keller deixou de ser uma empresa familiar. Junto com a empresa italiana Morando S.R.L., da cidade de Asti, a Keller HCW GmbH integra a Holding Keller, que por sua vez é uma das três divisões do consórcio Groupe Legris Industries. Na entrevista, Brunk contou à NovaCer o que a empresa produz, a estrutura da Keller para atender o mercado e como avalia a indústria de equipamentos europeia e brasileira, entre outros assuntos.
Em fevereiro, a NovaCer entrevistou o novo presidente eleito para comandar a Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer). Cesar Vergílio Oliveira Gonçalves foi eleito em 7 de novembro de 2012 e passou a comandar a Associação Nacional em abril de 2013. Natural de Barra do Piraí, município d região sul-fluminense, Gonçalves é engenheiro mecânico e sócio-gerente da Olaria São Sebastião. Ceramista há 35 anos, nesta entrevista, Gonçalves falou da importância da união entre ceramistas e dos planos para a associação.
Arquitetura cerâmica foi o tema da entrevista das páginas amarelas da edição de março de 2013. Neste mês, a NovaCer conversou com o arquiteto português Camilo Cortesão. O foco da entrevista foi o tijolo cerâmico à vista utilizado pelo profissional em alguns de seus trabalhos. Formado no curso de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1973, Cortesão tem 64 anos. Na entrevista, ele falou à NovaCer sobre alguns de seus projetos em que o tijolo à vista foi empregado, como edifícios da Quinta da Portela, em Coimbra, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto e a Cooperativa de Habitação do Alentejo.
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ENTREVISTA
No mês de abril, os leitores da NovaCer conheceram um pouco mais do setor no Rio Grande do Norte, que sediou de 18 a 20 de abril, a 8ª Convenção da Região Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 18º Encontro dos Sindicatos do Nordeste. O presidente do Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção do Estado do Rio Grande do Norte (Sindicer-RN), Vargas Soliz Pessoa, destacou as ações e projetos do sindicato, a produção do estado e planos futuros para o setor, entre outros assuntos.
Os leitores da NovaCer conheceram no mês de maio como funciona o mercado de crédito de carbono. Stefano Merlin, diretor da Sustainable Carbon, desenvolvedora líder de projetos de reduções de emissões e de soluções ligadas ao gerenciamento de gases de efeito estufa (GEE) na América Latina, falou à NovaCer que o projeto de crédito de carbono tem sido uma oportunidade para que as cerâmicas produzam de maneira mais limpa e consigam ao longo do projeto se modernizar e evoluir na questão sustentabilidade.
A entrevista especial do mês de junho foi com o diretor da Verdés, Eduardo Putz. A empresa espanhola e líder na fabricação de equipamentos para o setor veio ao Brasil em 1974 e iniciou suas atividades em 1975. Na entrevista, Putz falou sobre a empresa, sobre o desafio da indústria de cerâmica vermelha e sobre a criação da Anfamec, entre outros assuntos relacionados ao setor cerâmico e de máquinas e equipamentos.
A atuação e as ações do Banco do Nordeste foi o tema da entrevista especial do mês de julho, com o presidente da instituição, Ary Joel de Abreu Lanzarin. Considerado o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina, o BNB tem como missão atuar na promoção do desenvolvimento sustentável, como banco competitivo e rentável. Na entrevista, Lanzarin falou à NovaCer sobre a atuação do banco, as ações e programas e linhas de crédito, entre outros assuntos.
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ENTREVISTA
O professor doutor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) Carlos Maurício Fontes Vieira foi o entrevistado das nossas páginas amarelas do mês agosto. Com experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em cerâmica vermelha e revestimento cerâmico, o professor orienta diversos trabalhos sobre cerâmica vermelha e falou na entrevista sobre a importância da pesquisa no setor. Há 18 anos atuando com pesquisas, Vieira tem 102 artigos publicados em revistas nacionais e internacionais e 207 artigos em anais de congressos nacionais e internacionais. Destes, cerca de 95% é sobre o setor de cerâmica vermelha.
Em setembro, a NovaCer conversou com o economista e consultor da Fiesc, Paulo de Tarso Guilhon. Um dos assuntos da entrevista foi como micro e pequenas empresas do Brasil podem crescer. Guilhon é sócio da PTG Consultoria e economista e Master of International Management por Thunderbird (EUA). Além disso, é doutor em Engenharia de Produção. O profissional já atuou como presidente no Conselho Regional de Economia e na Associação dos Conselhos Profissionais de SC. Atuou ainda como economista e empresas como Shell, Eletrobrás e Eletrosul.
A entrevista do mês de outubro foi com o presidente do Sindicato de Cerâmica de Pernambuco (Sindicer/PE), Otiniel Gerôncio Barbosa. Nesta entrevista, os leitores da NovaCer conheceram um pouco mais sobre o setor no Pernambuco que, neste ano, sediou o 42º Encontro Nacional de Cerâmica Vermelha, de 25 a 28 de outubro. Barbosa falou à NovaCer sobre as ações que o sindicato vem desempenhado em prol da cerâmica vermelha no estado e sobre os desafios do setor.
A influência da preparação de massa no processo e no produto final foi o assunto das nossas páginas amarelas da edição de novembro. A NovaCer conversou com o professor e consultor de cerâmica vermelha Vitor de Souza Nandi. Na entrevista, o profissional falou sobre como a preparação de massa interfere no resultado dos produtos, qual a sua importância e os problemas vivenciados por empresários, entre outros assuntos relacionados à preparação de massa. NC
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Informatização garante competitividade e crescimento Uma das vantagens da empresa informatizada é a qualidade na tomada de decisão No mês de junho, a revista NovaCer abordou a informatização em sua reportagem de capa. Independente da empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, a informatização cada vez mais tem exercido um papel fundamental dentro das indústrias de todo Brasil. A informatização tornou-se um diferencial competitivo que pode assegurar crescimento e perenidade às empresas. Entre os benefícios estão a agilidade nas vendas, redução de custos, segurança no sistema de controles industriais e despesas financeiras, entre outros.
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Segundo o diretor executivo da Kayros IT Consultoria, Samuel Gonsales, no cenário atual, a informatização é algo vital e, para as empresas que estão alinhadas ao mercado, estar bem informatizado pode significar grande vantagem competitiva em relação aos concorrentes. “Nós vivemos a era da informação, ou seja, algumas das empresas mais valiosas do mundo (como, por exemplo, Google e Microsoft) são empresas focadas no mercado da informação”, relatou. De acordo com o administrador de empresas e mestre em gestão empresarial José Alberto Muricy, o maior benefício que a informatização traz é a informação. “Com ela, é possível tomarmos decisões com base em dados e fatos, permitindo que os empresários trilhem os caminhos técnicos e abandonem o achismo como processo decisório”, esclareceu. Gonsales informou que, atualmente, as
sões assertivas”, disse Gonsales. A busca crescente por resultados e produtividade e a consequente eficácia dos negócios exige gestão profissional, conforme Muricy. “E não podemos tratar de gestão sem darmos ênfase à tecnologia, à informatização e ao uso indispensável das ferramentas administrativas como planejamento estratégico, custos, motivação dos recursos humanos, gestão de processos e logística”, acrescentou.
GESTÃO
empresas que quiserem fazer uma nota fiscal, por exemplo, já precisam estar informatizadas, pois as notas fiscais tornaram-se eletrônicas. “As empresas que não investirem maciçamente em informatização nos próximos anos perderão muito mercado, em especial porque o novo cenário digital, de mídias sociais e internet, exige que as empresas, mesmo as médias e pequenas, estejam cada vez mais de posse de informações contundentes para tomarem deci-
No setor de cerâmica vermelha Quando se trata de um segmento como o de cerâmica vale lembrar das diversas realidades dos ceramistas. Atualmente, há no mercado empresas em estado avançado, as que buscam a profissionalização e aquelas que ainda se encontram em estágio de sobrevivência. Segundo Muricy, dentro desta análise, é possível entender que existem empresas com grande utilização tecnológica de produção e gestão e aquelas que estão caminhando na direção correta e algumas que estão distantes das melhores técnicas. No entanto, para ele, todas desejam a profissionalização, mas, ao invés de críticas, necessitam de apoio e de conhecimento para atingirem os melhores patamares de gestão. “Na verdade, o ceramista em linhas gerais é um exemplo de empreendedor, pois as prin-
cipais características natas eles já possuem, a exemplo de coragem, gosto pelos desafios, capacidade de trabalho, dedicação e força de trabalho”, disse Muricy. Mesmo assim, é preciso uma ferramenta específica para auxiliar no controle dos processos de uma empresa. Segundo o técnico em cerâmica e especialista em Gestão da Qualidade, Emerson Dias, para as indústrias que não querem investir em um software, existe outra forma de planejamento sem deixar a desejar no controle de processos. No entanto, conforme ele, é preciso implantar um sistema de gestão de custos e sistema de gestão da qualidade. "Por meio de planilhas e aplicação de ferramentas da qualidade, consegue-se garantir o controle total de suas operações", acrescentou Dias.
Garantia de solução satisfatória Empresas que investem em informatização têm maiores oportunidades para melhorarem o desempenho, a produtividade e o consequente desenvolvimento da organização. No entanto, é preciso estar atento para escolher um sistema que atenda as necessidades da empresa. “Na escolha de um sistema, é fundamental analisar todas as opções de mercado e focar sua escolha em programas com comprovado desempenho positivo e prático, ou seja, é importante visitar empresas que já usam aquela ferramenta e avaliar também se o sistema é adequado à realidade da sua empresa”, disse o empresário José Muricy. Para ele, na era da informática, qualquer outro controle é ineficaz para boa gestão. NC
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Certificar para crescer Em abril de 2013, a NovaCer trouxe uma reportagem especial sobre certificação. Já diziam especialistas no início deste século que o setor de cerâmica vermelha precisa se reestruturar e buscar a competitividade para sobreviver no mercado. E previsões como estas não falham, pois é evidente que são muitas as ameaças no mercado. Estudos apontam que somente as empresas que conseguem manter preços competitivos com padrões de
qualidade aceitáveis permanecerão. É certo que a certificação de produtos, mesmo sendo voluntária para produtos cerâmicos, é o que vai garantir a permanência de empresas no mercado daqui para frente. O que leva o ceramista a buscar o certificado de produto para telhas, tijolos e blocos vai além da credibilidade que terá junto ao consumidor. “A sugestão para ceramistas buscarem a certificação é dada com o objetivo de alertar o setor da urgência desta exigência por parte do Inmetro, pois a cerâmica é parte importante na cadeia do PBQP-H”, destacou o consultor Sérgio Lanza.
O cenário da certificação no Brasil Os organismos que certificam as empresas do setor de cerâmica vermelha no Brasil são o Centro Cerâmico do Brasil (CCB) e o Senai Mario Amato. Além destas certificações, as cerâmicas também podem optar pela qualificação do Programa Setorial da Qualidade inserido no Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). O CCB é o primeiro organismo certificador da qualidade em produtos cerâmicos do Brasil fundado em 1993. Desde 1996 é um organismo de avaliação da conformidade acreditado junto à Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro. O gerente de certificação do CCB, Marcelo Dias Caridade, falou dos benefícios da certificação para as empresas internamente. “No âmbito interno, destaco como importante o auxílio que a certificação gera para o gestor da empresa. O Sistema de Qualidade é uma ferramenta fundamental para a administração da organização pois fornece um quadro de informações e indicadores. Com estes dados, identificam-se os principais fatores de perdas e desperdícios dos processos de fabricação e as oportunidades de melhoria do produto e pro-
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cesso. Há diversos casos de empresas que se reinventaram após a certificação do produto e tornaram-se muito mais competitivas”. Para certificar seus produtos, a empresa deve investir tempo e dinheiro. “Depende do quanto a empresa está adequada. Se o processo de fabricação estiver controlado e o produto já atender à norma, a certificação será fácil. Caso contrário, primeiramente deverá adequar o processo para depois buscar a certificação. Obviamente o custo será mais elevado”, ponderou Lanza. Na avaliação do coordenador do PSQ em Santa Catarina, Sandro Tavares, o ceramista investe pouco, “porque os investimentos são retirados dos desperdícios que a empresa possuía antes de iniciar o processo”. A adesão ao PSQ é mais rápida e simples. “No PSQ somente os produtos são verificados, não são feitas auditorias como na certificação do processo”, comparou Tavares. No PSQ é verificado se os produtos cerâmicos estão dentro das normas da ABNT por meio de testes dos produtos. Na certificação CCB/ Inmetro ou Senai/Inmetro, há o controle dos processos. Além de serem verificados os produtos, o processo é verificado por meio de auditorias. “Todo o processo segue as regras da ISO. Esta certificação é mais completa”, avisou Tavares. NC
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FEIRAS
Encontro do nordeste destaca a sustentabilidade Cerca de 300 pessoas prestigiaram o evento que ocorreu em Natal (RN)
Presidente do Sindicer de RN, Vargas Soliz Pessoa, na abertura do evento
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De 18 a 20 de abril, representantes do setor de cerâmica vermelha se reuniram em Natal, no Rio Grande do Norte, para participar da 8ª Convenção da Região Nordeste de Cerâmica Vermelha e do 18º Encontro dos Sindicatos do Nordeste. Na edição do mês maio, mostramos como foi o encontro que tratou o tema "A sustentabilidade como ferramenta de fortalecimento da indústria cerâmica no nordeste". Considerado o principal evento da cadeia produtiva da construção civil no nordeste, aconteceu no Praiamar Hotel, Ponta Negra, e reuniu aproximadamente 300 pessoas, entre empresários, expositores, investidores, pesquisadores, estudantes da área e representantes de instituições públicas e privadas.
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Estiveram presentes ceramistas de todos os estados do nordeste, Rio de Janeiro, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul, além de dois do Paraguai, para discutir temas relevantes como as normas técnicas de segurança no trabalho, procedimentos de extração de matérias-primas, sustentabilidade e vendas. O encontro teve como objetivo contribuir para o desenvolvimento do setor da indústria cerâmica e proporcionar a troca de informações entre os empresários e ampliação do conhecimento aos parceiros e representantes do setor, destacando o segmento com um papel importante para a economia da região. Durante a cerimônia de abertura do evento, o presidente do Sindicer/RN, Vargas Soliz Pessoa, falou da importância do encontro para ceramistas, fornecedores e investidores. “É uma satisfação muito grande receber este evento. A ideia foi discutir os problemas e gargalos mais localizados. Esse encontro ficou tão grande que agora incluímos fornecedores. Como a grande maioria das empresas fica no sudeste, este evento foi a oportunidade de recebermos a visita destas indústrias”. A 8ª Convenção da Região Nordeste de Cerâmica Vermelha contou com stands de fornecedores, investidores, parceiros e empresários que vieram de várias partes do país com o objetivo de criar oportunidades como parcerias e negócios. No total, o evento contou com 29 expositores, que apresentaram as mais variadas tecnologias e inovações relacionadas ao setor cerâmico durante os três dias de encontro. Em paralelo a programação técnica, no último dia, aconteceram visitas técnicas a indústrias potiguares. Participantes tiveram a oportunidade de conhecer a cerâmica Progresso (Itajá/RN) e a cerâmica Estrutural (São Gonçalo do Amarante/RN), configurando um importante momento de integração e troca de experiências.
A 8ª Convenção da Região Nordeste de Cerâmica Vermelha ofereceu sete palestras durante os três dias de evento. Uma delas, com o tema “Venda Técnica dos Produtos de Cerâmica Vermelha – Atendimento às Normas e a Programas Setoriais da Qualidade – PSQ-BC e PSQ-TC”, foi proferida pelo assessor técnico e da qualidade da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer) Max Piva. O palestrante enfatizou a importância da adequação das empresas às normas do Inmetro e de outros órgãos competentes. Além de Max Piva, Maurício Henriques Junior, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), também ministrou a palestra. Ele falou sobre o "Projeto Eficiência Energética das Ladrilheiras (EELA) como ferramenta para sustentabilidade no setor de cerâmica vermelha para a região do semiárido”. Outra palestra bastante aguardada, intitulada “O apoio do Banco do Nordeste ao fortalecimento da atividade ceramista da região”, foi a de Gean Alex de Santana Couto e Francisco Diniz Bezerra. Eles falaram so-
bre os principais gargalos do setor, os projetos que o banco vem desenvolvendo para contribuir com o ceramista e as formas de financiamento e crédito que o empresário pode buscar junto ao banco. "Eficiência Energética e sustentabilidade na cerâmica vermelha" foi o tema da palestra do assessor técnico e de qualidade da Anicer Vagner Pereira de Oliveira. Ele falou sobre a importância do setor ao utilizar os quatro elementos da natureza – terra, água, ar e fogo – para chegar ao produto final e afirmou que “podemos buscar soluções para sair do cenário de emissões de tantos poluentes”. Na palestra intitulada “Panorama do Setor de Cerâmica Vermelha, César Vergílio Oliveira Gonçalves, presidente da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer) trouxe números importantes para o setor. No Brasil, há 6.903 empresas de cerâmicas, com a geração de 293 mil empregos diretos. O faturamento anual do setor é de R$ 18 bilhões e representa 4,8% da Indústria da Construção Civil. NC
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FEIRAS
Palestras destacam qualidade, licença ambiental e sustentabilidade
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ARQUITETURA CERÂMICA
Inédito e inovador Sistema industrializado mistura cerâmica e aço e lembra um tecido de tijolo
Em janeiro de 2013, a NovaCer divulgou a inovação chamada flexbrick - um sistema industrializado de folhas flexíveis de cerâmi-
ca que pode ser definido como um tecido em que os tijolos se encaixam por meio de uma tela trançada de aço. Elaborada pelo arquiteto espanhol Vicente Sarrablo em parceria com a Universidade Internacional da Catalunha, a novidade lançada em 2011 oferece múltiplas opções de design e aplicações construtivas. O arquiteto Joan Villà, de São Paulo, fala no site da revista Arquitetura e Construção, que o flexbrick “é o resgate da condição versátil do material, relembrando que ele se presta à realização de um todo homogêneo na construção, assim como recoloca a cerâmica no rol dos materiais que, nada arcaicos, agregam tecnologia e apontam para o futuro”. O flexbrick foi lançado pelas empresas espanholas Piera Ecoceramica, da Catalunha e a Malpesa Cerâmica, de Andaluzia. Em meio à crise econômica, vivida na Europa, as duas empresas enxergaram na inovação de Sarrablo oportunidade para os negócios. O produto inédito é resultado de quatro anos de pesquisa com investimentos de 2,5 milhões de euros. A aposta foi bem-vinda a um mercado carente de ideias inovadoras. Antes mesmo de ser lançado, o produto já contava com encomendas.
Jardim de cerâmica Criado especialmente para áreas de jardim, o flexbrick garden é um pavimento que pode ser colocado diretamente sobre a grama, areia ou qualquer combinação de solo. É projetado para pavimentar áreas como espaços em torno de piscinas, pátios ou varandas, acesso a caminhos de casa ou jardim. Transitável e leve, ele impede qualquer movimento ou desprendimento das peças causados habitualmente pelo esvaziamento das juntas ou falhas na base, comum em calçadas, permitindo assim a drenagem entre as juntas, sendo adaptável ao paisagismo. Usado em jardins, permite o crescimento de vegetação entre as peças cerâmicas, podendo ser combinado a plantas ou a diferentes tipos de cascalho. NC
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ECONOMIA E NEGÓCIOS
Fotos: Anicer
Indústria de cerâmica vermelha em crescimento
Depois da divulgação pelo SBT da reportagem ‘O Reino dos Mutilados’, exibida no mês de outubro de 2012 pelo programa Conexão Repórter, a NovaCer destacou na matéria de capa do mês de janeiro de 2013 que as indústrias de cerâmica vermelha do país estão crescendo. Aí vem o questionamento: como o setor cresce após assistir em canal aberto que trabalhadores estão sendo mutilados fabricando produtos cerâmicos? Após quase cinco anos divulgando notícias do setor, conclui-se que estas olarias podem até continuar no mercado por algum tempo, mas com certeza elas não sobreviverão. Conforme Luís Lima, presidente da Associação Nacional da Indústria Cerâmica na época em que foi feita a matéria, as cerâmicas estão em pleno crescimento, com participação de 4,8% no macro setor da construção civil. No entanto, segundo ele,
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acredita-se que ainda haja muito potencial para crescimento, uma vez que a demanda por produtos mais sustentáveis por parte de fornecedores e consumidores cada vez mais conscientes tem aumentado consideravelmente. “Estamos passando por um forte crescimento tecnológico em nossos parques industriais, adequando layouts e buscando equipamentos cada vez mais modernos, eficientes e de melhor qualidade”, disse. Os produtos à base de cerâmica vermelha são os mais antigos do mundo. Desde o início das civilizações, o homem já construía objetos e utensílios de argila. Hoje, os tijolos e as telhas cerâmicas estão em 90% das alvenarias do país, segundo dados da Anicer. “Em um momento de plena expansão da construção civil e do forte aquecimento da economia, a importância do setor é imensa”.
A informalização nas cerâmicas é um problema nacional que vem sendo resolvido pelo Governo Federal, conforme Luís Lima. Devido à elevada carga tributária e à excessiva burocracia, muitos empresários querem se formalizar, porém, não conseguem. “No entanto, agora, com os novos estímulos que vêm sendo criados pelo Governo, as empresas estão buscando este caminho. O consumidor está cada vez mais consciente e exigente em relação à qualidade dos produtos que adquire. Quem não se formalizar e não ajustar seus produtos segundo as normas técnicas será engolido pela concorrência”, relatou o presidente. Para o presidente do Sindicato da Indústria Cerâmica para a Construção do Estado do Pernambuco, Otiniel Geroncio Barbosa, cerca de 83% da informalidade deve-se à burocracia para
abertura de novas empresas. “Falta tratamento diferenciado para as micro e pequena empresas nas questões trabalhistas e de encargos sociais. Os custos gerais para manutenção de uma empresa são muito acima do que se possa imaginar”, relatou.
ECONOMIA E NEGÓCIOS
Informalização
Trabalho escravo As peças cerâmicas feitas de barro são produtos que existem há milhares de anos no mundo. Os primeiros tijolos, por exemplo, eram feitos a mão em forma circular. Por muito tempo, as peças eram conformadas manualmente com mão de obra escrava. Com o passar do tempo, tecnologias surgiram para melhorar a segurança e a saúde do trabalhador dentro de cerâmicas e olarias. A maioria se adaptou às novas formas de fazer o tijolo e a telha. Porém, existem ainda aquelas que seguem processos rudimentares, colocando em risco a vida de seus funcionários, como mostrou o documentário realizado pelo Conexão Repórter, programa do SBT. O “Reino dos Mutilados” foi ao ar no mês de outubro de 2012 e revelou a dura realidade de brasileiros que arriscam a pele em olarias da Amazônia. De acordo com o Luís Lima, o programa mostrou imagens chocantes de empresas que podem ser chamadas de olarias de subsistência. “Ficamos chocados com as condições ali apresentadas. No entanto, acreditamos que
isto seja em um número bastante reduzido. A Anicer, enquanto associação nacional, representa e dá voz ao setor formal. Neste sentido, estamos abertos a todas as empresas que queiram buscar a formalização e o aprimoramento de seus processos produtivos”, relatou. O documentário mostrou a rotina de trabalho em olarias clandestinas localizadas no Pará, na cidade de Abaetetuba, região isolada geograficamente. São 100 mil habitantes distribuídos em 73 ilhas. A reportagem de Roberto Cabrini apresentou depoimentos de pessoas que sobrevivem desse trabalho e acabaram exploradas e mutiladas por máquinas rudimentares de amassar o barro. Segundo Lima, apesar de ainda existirem olarias que funcionam de maneira rudimentar, o número de empresas formais já é maioria. “Por mais chocantes que sejam as condições destas empresas e de seus trabalhadores, é importante frisar que são casos isolados, em um número bem reduzido e que não demonstram a realidade do setor”, informou o presidente. NC
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D E S E N VO LV I M E N T O
O produto mais natural do mundo Os quatro elementos da natureza estão presentes nas peças fabricadas pelo setor
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Na edição de setembro, a NovaCer abordou o tema o produto mais natural do mundo em sua reportagem principal. A combinação natural da matéria-prima (terra) com ar, água e fogo, ou seja, os quatro elementos da natureza, fazem das peças cerâmicas produtos 100% naturais. A terra, pois os itens cerâmicos são compostos por argila e agregados minerais; água, na adição que permite a moldagem da argila; ar, no processo de secagem natural; fogo, quando são queimados em temperatura média de 900 °C, o que aumenta a durabilidade dos produtos. Além disso, a cerâmica vermelha tem reconhecimento histórico da naturalidade, pois faz parte da vida da humanidade desde os primórdios. De acordo com a gerente de meio ambiente da Anicer, Fernanda Duarte, estudos apontam a utiliza
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ção de materiais cerâmicos de construção, como tijolos e telhas, desde 5.000 a.C, sendo empregados por assírios, babilônicos, caldeus e egípcios. Por sua história milenar, apresentam inúmeras vantagens. Entre elas, o geólogo e especialista em materiais cerâmicos Jaime Pedrassani cita as dos blocos cerâmicos, que são a facilidade de obtenção, isolamento termo acústico, assentamento, resistência estrutural e durabilidade da obra. Outras vantagens, conforme o presidente do Instituto Pró-Cerâmico em Sergipe (IPC), Mehujael Colaço Rodrigues, são o fato de serem
materiais mais baratos, fácil para manejar, encontrados facilmente no mercado, mais fáceis para se fazer acabamento, mais leves e com menor absorção de água. “Somos 80% menos condutor falando em termos térmicos, nossa condutibilidade térmica é 80% menor. Além disso, nossos produtos são tão resistentes quanto a outros como o concreto, e apresenta vantagens como leveza – material pesa muito menos, praticamente 20% menos –, o que exige menos cargas nas fundações, vigas e pilares, ou seja, na estrutura”, relatou o consultor Paulo Henrique Manzini.
Comprovado: produtos de cerâmica vermelha são mais sustentáveis Dois estudos encomendados pela Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer) comprovaram que os produtos cerâmicos possuem um desempenho ambiental bastante superior quando comparado com os materiais feitos de concreto. Conforme as pesquisas chamadas Avaliação do Ciclo de Vida das Telhas Cerâmicas e Avaliação do Ciclo de Vida dos Blocos Cerâmicos, a cerâmica é mais leve e econômica, tem melhor isolamento térmico e acústico, além de ser mais sustentável. Apresenta ainda um menor
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impacto na mudança climática, no esgotamento de recursos naturais e na retirada de água. Segundo a gerente de meio ambiente da Anicer, Fernanda Duarte, o estudo avaliou os impactos ambientais dos produtos cerâmicos desde a extração da argila até o fim da sua vida útil, levando em consideração os seguintes aspectos: Mudanças Climáticas, Esgotamento de Recursos, Retirada de água, Saúde Humana e Qualidade do Ecossistema. Para dar mais significado e comparabilidade ao consumidor, foi feita a mesma análise com os produtos de concreto. A intenção principal deste projeto, conforme Fernanda, foi compreender melhor as oportunidades e riscos do produto e quais os verdadeiros impactos causados por eles. “Assim, será possível estabelecer políticas de atuações que permitam reduzir a carga ambiental do produto e desenvolver estratégias de mercado, redução de custos e otimização de processos, além de servir como instrumento para que governos e consumidores possam escolher produtos mais sustentáveis com clareza, sem se deixar enganar”, relatou a gerente de meio ambiente da Anicer. Segundo os resultados da ACV, os blocos cerâmicos emitem 66% a menos de CO2 equivalente na atmosfera se comparado com os blocos de concreto e 83% a menos que o equivalente construído com paredes
cionados à mudança climática, esgotamento de recursos naturais e retirada de água. Conforme o presidente do Instituto Pró-Cerâmica em Sergipe (IPC), Mehujael Colaço Rodrigues, o produto cerâmico sai na frente em todos os aspectos, preço, qualidade, durabilidade, menor peso, mais fácil de aplicar, abundância no mercado, além de agilizar a execução das obras. NC
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de concreto moldadas in loco. “Em relação à retirada de água, os blocos de cerâmica consomem 65% e 84% a menos de água que os blocos de concreto e as paredes de concreto moldadas in loco, respectivamente. Quanto ao esgotamento de recursos, a alta energia demandada para produção de hastes de aço na fabricação das paredes moldadas in loco, o processo de clinquerização do cimento e a utilização de combustível fóssil na produção de blocos de concreto fazem os produtos concorrentes dispararem na utilização de recursos não renováveis ou recursos renováveis além de sua capacidade de renovação”, informou. Além disso, conforme Fernanda, construir com blocos cerâmicos proporciona maior durabilidade e conforto acústico e térmico à habitação ao longo da sua vida útil, trazendo bem-estar às pessoas e reduzindo o consumo de energia elétrica com aparelhos de ar condicionado e ventiladores. De acordo com a gerente de meio ambiente da Anicer, tanto as coberturas de telhas cerâmicas quanto as paredes feitas de blocos cerâmicos apresentam um menor impacto em relação aos seus equivalentes de concreto nos aspectos rela-
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