Revista Novacer Edição 10 Fevereiro 2011

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NovaCer Nova Cer Entrevista com o presidente do Sindcerâmica do Ceará, Fernando Ibiapina

R e v i s t a

Ano I /Fevereiro/2011 - Edição 10

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Ampliando horizontes

Único curso de Engenharia Cerâmica da América Latina, em Santa Catarina, oferece intercâmbio na Europa

Cerâmica catarinense aumenta produtividade e qualidade Feicon abre calendário de feiras em São Paulo Ceramistas do oeste paulista compram área para retirar matéria-prima




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SUMÁRIO

EDITORIAL

10: Carta ao Ceramista

FEIRAS

14 à 16: Feicon abre calendário de feiras em São Paulo

DESENVOLVIMENTO

20 à 25: Estudantes de Engenharia Cerâmica farão estágio em Portugal

GESTÃO

28 e 29: Confraternização marca posse do novo presidente da Acervir

DESENVOLVIMENTO

30 à 32: Automatismo – alta produtividade e qualidade

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Conselho Editorial: Agenor de Noni Junior, Dr. Antônio Cubano Rissone, Engª Celina Oliveira Monteiro, Engº Joaquim Canha, Geol.Luciano Cordeiro Loyola, Harald Blaselbauer, Jamil Duailibi Filho, José Octavio Armani Paschoal, Luis Carlos Barbosa Lima, Paulo Henrique Manzini, Prof. Adriano Michael Bernardin, Prof. Edgard Más, Prof. Sérgio Lanza, Sérgio Pagnan e Stefano Merlin.

Diretor: Geraldo Salvador Junior direcao@novacer.com.br

Comercial: Moara / Espindola comercial@novacer.com.br

Administrativo Financeiro: Wanessa Maciel financeiro@novacer.com.br

Jornalista Responsável: Aline Ventura - SC01781-JP redacao@novacer.com.br

Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados 6

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

Diagramação & Arte: Jefferson Salvador André Alves Gil arte@novacer.com.br Edição e textos: Aline Ventura Juliana Nunes

Impressão: Gráfica Coan Tiragem: 5000 exemplares


SUMÁRIO

ENTREVISTA

36 à 39: Ceará - um mercado em crescimento

DESENVOLVIMENTO

41: Tecnologia de secador industrial: circulação otimizada do ar

MEIO AMBIENTE

42: Incoesp comemora compra de área para extração

ARTIGO TÉCNICO

44 à 52 - Caracterização e avaliação das propriedades de queima de argilas utilizadas para fabricação de telhas no município de Itaboraí -RJ

DESENVOLVIMENTO

54 e 55: Fabricantes de equipamentos atentos à nova NR 12

MEIO AMBIENTE

56 à 60: A extração de argila e suas consequências

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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EDITORIAL

Foto: Wikipedia

Carta ao Ceramista

Dinkelsbühl, cidade medieval histórica da Baviera, Alemanha.

O

dia

28

ser

Outro destaque da primeira edição de

considerado um marco para os

2011 da revista NovaCer é a boa notícia

acadêmicos do curso de Engenharia

que ceramistas associados à Cooperativa

Cerâmica, oferecido no município de Cocal do

das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista

Sul (SC), pelo Centro Universitário Barriga Verde

(Incoesp) receberam no final de 2010 quando

(Unibave). Nesta data, dez alunos embarcaram

a cooperativa adquiriu um sítio, localizado

para Portugal, na Europa, para dar início ao

no bairro Campinal, na cidade de Presidente

último semestre do curso, na Universidade de

Epitácio, que será utilizado para a retirada de

Aveiro, centro de estudos referência mundial

matéria-prima pelos empresários da região.

em cerâmica. A expectativa dos estudantes

Para quem é carente de matéria-prima, a

é das melhores, afinal, o intercâmbio vai

notícia trouxe boas expectativas.

possibilitar

trará

Na entrevista deste mês, conversamos com

benefícios para os futuros profissionais e para

o presidente do Sindicato das Indústrias de

o setor de cerâmica.

Cerâmica do Ceará, Fernando Ibiapina. São mais

Para muitos, é apenas mais um curso disponível,

de 420 cerâmicas instaladas em 85 municípios

mas para o mercado significa mais. Mostra

do estado nordestino que contribuem com o

que o Brasil está empenhado em aumentar a

crescimento do estado.

profissionalização em um segmento bastante

Acompanhe também os preparativos da 19°

atrasado, mas consciente da necessidade de

Feira Internacional da Indústria da Construção

avanços. A NovaCer vai manter contato com

(Feicon), marcada para acontecer entre os dias

os alunos para mostrar a experiência dos

15 e 19 de março, no Pavilhão de Exposições

brasileiros no país que tem muito a nos ensinar

do Anhembi, em São Paulo. Boa leitura!

um

de

janeiro

aprendizado

pode

que

no que se refere à tecnologia em cerâmica. 10

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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FEIRAS

Feicon abre calendário de feiras em São Paulo A 19° Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon) será realizada entre os dias 15 e

o consultor Paulo Manzini. Direcionada

a

arquitetos,

a

engenheiros,

19 de março, no Pavilhão de Exposições do Anhembi,

a incorporadores, a lojistas de materiais para

em São Paulo. O evento vai acontecer das 10 às 19

construção, a construtores, a decoradores e a

horas. Promovido pela Reed Exhibitions Alcantara

consumidores interessados em construir e reformar,

Machado, o evento espera receber cerca de 200 mil

a Feicon, ao longo dos anos, se efetivou como um

visitantes. Em uma área de 85 mil metros quadrados,

sólido canal para a realização de negócios.

a feira contará com mais de 780 expositores, de 21

Entre as empresas confirmadas para participar

países. Com isso, haverá aproximadamente 2,5 mil

da feira estão Aliança, Ananda Metais, Astra, Âncora,

lançamentos de produtos e serviços.

Anchortec, Artecola, Bemfixa, Blukit, Bramex, Brasilux,

Diante desses números positivos, o evento

Cardal, Condor, Cris-metal, Companhia Siderúrgica

se firma como a grande aposta dos empresários

Nacional, Dacar Química, Deca, Delker Plásticos,

para apresentar ao mercado, já no início do ano, os

Denver Impermeabilizantes, Ducha Corona, Duratex,

lançamentos, novidades, investimentos e tendências

Eternit, Eucatex, Europvc, Fabrimar, Famastil, Fame,

do setor. Além de servir como vitrine para produtos

Fani, Fixtil, Gerdau, Haga, Henkel, IBRAP, ICASA,

e serviços, a Feicon Batimat auxilia o crescimento do

Kapazi, Komlog, Krona, Lorenzetti, Lwart Química,

setor por meio da difusão de conteúdo, concedido

Metalurgica Arouca, Orbis Mertig Do Brasil, Otto

em seminários realizados simultaneamente ao

Baumgart, Ouro Fino, Pado, Papaiz, Perlex, Placo do

evento.

Brasil, Plastilit, Saint-Gobain, Sasazaki, Schneider

“A Feicon é a maior feira da construção civil da

Electric Brasil, SFERA, Shark Brasil, SIEMENS, Sika,

América Latina. Com certeza, é o evento ímpar para

Simon, Stam Metalurgica, Thermosystem, Tigre,

que as empresas ligadas a construção civil possam

Torres & Cia, Viapol, Votorantim, Weber Maschinente

investir em seus produtos, clientes, lançamentos,

Chnik, Yale La e Weber.

parcerias, foco na solidificação de suas marcas”, disse

Em 2010, a Feicon Batimat foi realizada simultaneamente Internacional

da

a

12ª

Feira

Indústria

da

Iluminação (Expolux), evento de caráter bienal, também organizado pela

Reed

Exhibitions

Alcantara

Machado. Juntas, as Feiras formaram a Semana Internacional da Indústria da Construção e Iluminação de São Paulo. As duas feiras contaram com 729 expositores de 29 países. Foram registrados 175 mil visitantes compradores, que puderam conhecer, dentre

os

produtos

e

serviços

expostos, mais de 2 mil lançamentos. 14

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10


FEIRAS

Construção sustentável é tema de discussão principal na Feicon 2011 O Núcleo de Conteúdo da Feicon Batimat

também é responsável por 42% do consumo de

trará nesta edição a 2ª Conferência Certificação

energia e por 35% das emissões de poluentes no

da Construção Sustentável na França e no Brasil, o

Brasil. Pensando nisso, no dia 18, os principais

seminário Sistemas Construtivos para Habitações

arquitetos e engenheiros LEED vão discutir no 3º

Econômicas e o 3º Seminário Green Building

Seminário Green Building Council: Construindo

Council: Contruindo um Brasil Sustentável. O

um Brasil Sustentável, temas como a Copa Verde

núcleo, que discute boas práticas entre construção

no Brasil e a busca pela certificação LEED do

civil e sustentabilidade, vai trazer importantes

Novo Estádio de Brasília, as Olimpíadas Verdes de

palestrantes desse segmento, como Ian McKee, co-

Londres, a construção da primeira escola verde no

autor do plano Copa Verde para o Brasil, e Siegberti

Brasil e a experiência na reformulação do CENPES

Zanettini, responsável pela reestruturação do

da Petrobras.

Centro de Pesquisas da Petrobras.

“Serão

aproximadamente

18

horas

de

No dia 16, a Fundação Vanzolini apresentará

discussões intensas sobre o panorama e o futuro da

a evolução da primeira certificação inteiramente

construção civil. Os participantes poderão conferir

brasileira para construções sustentáveis, a Alta

ainda debates sobre as atividades e ações que o

Qualidade Ambiental (Aqua). E, para relatar ainda

mercado da construção sustentável desenvolveu”,

a experiência francesa com o HQE, certificação

diz Márcia Coimbra, gerente da Unidade de

equivalente a Aqua na França, estão confirmados

Negócios da Conferência da Reed Exhibitions

o diretor de Desenvolvimento da Cerqual, Xavier

Alcantara Machado. Os 15 palestrantes,

Daniel, e o gerente de projetos da Certivéa, Pascal-

nacionais e internacionais, vão apresentar

Philippe Cloix.

soluções e discutir o que há de mais

Além de discutir as soluções ecológicas

moderno no mundo do setor

para a construção civil, o aspecto econômico do

que representa 9% do PIB

setor também será proferido no dia 17, com o

brasileiro.

seminário Sistemas Construtivos para Habitações Econômicas. Sob curadoria da Editora Pini, o evento vai abordar um importante desafio para o Brasil: alternativas para construir em larga escala com qualidade e baixo custo em um país que ainda tem um déficit de 5,6 milhões de moradias. O engenheiro e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, Claudio Mitidieri, vai expor as inovações e avanços sobre o tema. A

construção

civil

tem

promessa

de

crescimento acelerado segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Porém, de acordo com dados do World Green Building Council, o setor NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

15


FEIRAS

Casa Cerâmica trará novidades na Feicon 2011 A Casa Cerâmica, projeto que será apresentado

do Anhembi, em São Paulo.

na Feicon, trará novidades em 2011. Segundo o

A economia é outro ponto importante desta

o consultor Paulo Manzini, no evento deste ano

construção. A casa deve custar aproximadamente

serão aplicados mais produtos inovadores na casa.

R$34 mil. “Isso depende muito do local (área) de

“Faremos a alvenaria com mais rapidez, ou seja, talvez

execução desta obra. Cerca de R$600 o metro

em apenas um dia”.

quadrado de construção. Em 2011, vamos apresentar

Manzini relatou que a intenção deste projeto é

mais produtos paralelo à casa, onde isso poderá

mostrar um modelo de negócio, construindo uma

elevar o metro quadrado, porém demonstraremos

casa de 56 metros quadrados em alvenaria estrutural

mais ideias inovadoras”, garante Manzini.

em curto prazo. “O intuito é mostrar nesse modelo

Entre as vantagens da casa está a rapidez, menor

de negócio que uma casa pode custar menos, ser

desperdício, conforto térmico e acústico insuperável

construída em tempo menor e conter inovações

em relação aos produtos concorrentes ao produto

como produtos desenvolvidos para aquele tipo de

cerâmico, redução no custo de até 30% ao final da

moradia ou mesmo ser aplicado a outros tipos de

obra, inovações tecnológicas, novos produtos e

moradia, buscando economia, rapidez e eficiência”.

telhado ecológico.

Além disso, a Casa Cerâmica tem como objetivo

Muitas destas moradias já são vendidas

em

mostrar que é possível construir de forma rápida e

vários lugares do Brasil. “Muitas dessas casas já são

econômica, com inúmeras inovações ao produto

vendidas no país, porém com layout das mais variadas

final aplicado, como telhado ecológico, onde o uso

formas, tais como casa de apenas um dormitório ou

de madeira é zero. “A cerâmica vermelha garante isso,

conjugadas. Nota-se muito também a execução neste

com seu grande desempenho em oferecer produtos

tipo de moradia em formatos de prédios, na qual é o

de qualidade, que proporcionam além de rapidez

mesmo sistema de aplicação com diferente projeto”.

na aplicação, redução de desperdícios, absorção de

A realização do projeto é da Fiesp, Sesi, Senai,

água baixa, conforto térmico e acústico excelente”,

Sindicercon/SP, Sitivesp, Acervir, Aict e Acertar. A

revela Manzini.

execução da alvenaria será da Tecnologys, empresa

A casa contará com sala, cozinha, dois quartos

pioneira no sistema de parede pronta.

NC

e banheiro e uma pequena área de entrada com uma lavanderia na parte externa da casa.

A

montagem da casa ocorrerá nos dias 7 e 8 de março. “Terminamos a alvenaria em apenas um ou dois dias e os acabamentos nos dias anteriores à feira. A casa é apresentada no primeiro dia de feira pronta para o público”. A Feicon será realizada de 15 a 19 de março, no Pavilhão de Exposições 16

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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DESENVOLVIMENTO

Estudantes de En farão estágio em Universidade de Aveiro

Dez estudantes da oitava fase do curso de

Os selecionados terão parte das despesas

Engenharia Cerâmica, do Centro Universitário

pagas pela Unibave, como passagem, alojamento

Barriga Verde (Unibave), de Cocal do Sul (SC),

e alimentação. “Um dos motivos para eu começar

embarcaram para Aveiro, em Portugal, em 28 de

a fazer Engenharia Cerâmica na Unibave foi o

janeiro. Os acadêmicos foram selecionados para

fato de ter essa oportunidade de estudarmos em

cursar a nona fase do curso na universidade local.

Aveiro. Com certeza, isso é um diferencial que

Os alunos ficarão seis meses em um dos maiores

nos dará melhores oportunidades no mercado de

centros de estudos em cerâmica do mundo, para

trabalho”, disse o estudante Diógenes Piva.

desenvolver diferentes projetos de pesquisas relacionados à área.

20

De acordo com a diretora do campus da Unibave, Andréia de Lima, pelo fato de a Europa

Para participar do estágio, os acadêmicos

ser o berço da tendência mundial em cerâmica, o

tiveram que elaborar um pré-projeto para

aprendizado na Universidade de Aveiro (UA), em

apresentar em Aveiro. Os 18 primeiros futuros

Portugal, será de grande valia não somente para

engenheiros cerâmicos do Brasil foram analisados

os acadêmicos, mas também para que apliquem

durante os semestres anteriores pela coordenação

os conhecimentos adquiridos neste tempo nas

do curso e pelos professores, para definir quem

indústrias cerâmicas brasileiras e, principalmente,

ganharia a bolsa de estudos. São eles Bruno Borges

da região. “Um foco muito forte hoje em dia é

Frasson, Cássio Pedro Bom, Diógenes Honorato

o reaproveitamento de rejeitos e a procura por

Piva, Douglas Borges da Silva, Marcelo Tramontin

produções de cerâmica consciente, com cuidados

Souza, Mariana Volpato Cataneo, Odenir Vagner,

especiais quanto ao gasto de energia e água. Seria

Pâmela Cabreira Milak, Rodrigo Ramos da Silva e

a sustentabilidade. Aplicar as novas tecnologias,

Roger Honorato Piva.

além de produções com menores custos e com

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10


DESENVOLVIMENTO

de Engenharia Cerâmica io em Portugal consciência sócioambiental”, acrescentou.

para nossa região, mas para todo mercado de

Para que o intercâmbio com Aveiro fizesse

cerâmica nacional, pois estará aumentando o

parte do projeto do curso de Engenharia

nível de conhecimento prático e teórico deles,

Cerâmica, o reitor da Unibave, Celso de Oliveira

possibilitando a inserção de mão de obra muito

Souza, esteve em Portugal no início do curso,

mais qualificada e específica no mercado de

em 2007, e fez parceria, assinando um convênio

trabalho”, disse Andréia.

com a UA, dando garantia ao intercâmbio na nona fase do curso. “O intercâmbio não trará benefícios apenas

Apesar de custear a estadia dos acadêmicos, a universidade buscou parcerias para ajudar. “Nós contamos com apoios, como por exemplo o Sindicato da Indústria da Cerâmica Vermelha (Sindicer-MF), que adotou um aluno para pagar as despesas, e a prefeitura de Morro da Fumaça, que adotou dois alunos”, relatou Andréia. Outras parcerias também apoiam o intercâmbio como Aprodecs, Ceusa, Esmalglas, IMG, Portal Cocal, Sindiceram, prefeitura de Cocal do Sul, prefeitura de Orleans, Revista Atual e Senai.

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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DESENVOLVIMENTO

Acadêmicos vão a Aveiro para aprofundar co Os

acadêmicos

selecionados

para

biocerâmica – que estuda materiais para utilizar

viajarem para Aveiro estão entusiasmados

no corpo humano. É algo diferente que não

com a oportunidade de estudar fora do país.

temos por aqui”, lembrou o jovem que levará o

O estudante Diógenes Honorato Piva, que

projeto “Estudo da viabilidade de utilização de

trabalhou durante dois anos em um dos

areia de fundição em massas cerâmicas”.

laboratórios do Sindicer, irá para Portugal

O irmão de Diógenes, Roger Honorato Piva

para se especializar na parte de vidros da

também foi um dos selecionados para participar

chamada cerâmica avançada. “Eu pretendo me

do estágio em Aveiro. Ele levará o projeto com

especializar nisso pois é uma área que é pouco conhecida. Quero, principalmente, trazer novas tecnologias para aplicar no Brasil”, disse. “Estudo da viscosidade da fase vítrea do porcelanato para a obtenção de revestimentos curvos” é o projeto que ele desenvolveu durante o semestre anterior para estudar em Aveiro. Já Odenir Vagner pretende estudar cerâmica vermelha e revestimentos. “Eu quero atuar em algo que já existe na nossa região. Cerâmica vermelha é uma área muito vasta. Espero nesses seis meses trazer mais conhecimentos de lá. Algo para ser diferencial no Brasil”, esclareceu o acadêmico, que trabalhou 16 anos na parte de queima de uma cerâmica da região. “Após terminar a graduação em Engenharia Cerâmica, eu quero trabalhar com área térmica. É uma área que teoricamente todo mundo sabe, mas na prática não. Eu pretendo mostrar a teoria na prática”, relatou Vagner, que desenvolveu o projeto que tem o título “Estudo da adição de resíduo de vidro e talco em massa de cerâmica vermelha para otimização no processo de sinterização”. Para o colega de Odenir e Diógenes, Bruno Frasson, além de ampliar conhecimento, o estágio em Portugal servirá como experiência de vida, onde teremos contato com uma nova cultura e com novas tecnologias. “Tem uma disciplina, por exemplo, que se chama 22

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10


DESENVOLVIMENTO

dar conhecimento na área de cerâmica o tema “A influência aditiva do óxido de ferro

perceber o que sucede a diversas soluções

sobre as propriedades elétricas de massas

sólidas com base no óxido de cério (dopado

porcelânicas para isolamento elétrico”.

com ítrio ou gadolínio) quando sofre diferentes

Pâmela Cabreira Milak também é uma das acadêmicas que vai a Portugal. Ela vai estudar o

projeto “Microestrutura

e

tratamentos térmicos”. “Em relação à viagem, eu espero poder

propriedades

realizar um excelente trabalho (projeto) junto

de electrólitos cerâmicos para pilhas de

à Universidade de Aveiro, e aproveitar ao

combustível”. “No essencial o projeto busca

máximo os laboratórios que eles possuem e o conhecimento dos professores, que mediante aos anos de experiência de atuação, tenho certeza que irão contribuir muito para o nosso conhecimento”, relatou a jovem. Para a diretora da Unibave, Andréia de Lima, estes acadêmicos, únicos engenheiros cerâmicos

em

território

nacional,

após

chegarem de Aveiro, Portugal, trarão além de muita experiência profissional e vivencial, um conhecimento ainda não obtido nas indústrias brasileiras, auxiliando com isso o progresso do mercado nacional produtivo ainda maior do que este atual. “Apostamos no potencial destes futuros engenheiros

cerâmicos,

pois

percebemos

que o mercado possui demanda para estes profissionais e que todos conseguirão atender esta demanda de forma positiva, chegando a superar a expectativa das empresas do mercado nacional. Este intercâmbio em Aveiro proporcionará a estes acadêmicos uma gama de conhecimentos e experiências inigualáveis e que serão grandes diferenciais a serem oferecidos às empresas brasileiras”, disse o professor de Marketing e Mercado do curso, Leonardo Porto. Além do estágio em Aveiro, o curso proporcionou aos acadêmicos outras viagens de estudos – Revestir em 2008 e 2009 e Congresso Brasileiro de Cerâmica em 2008 e 2010, entre outros. NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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DESENVOLVIMENTO

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NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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Professora Ana Segadães, professor Pedro Mantas, reitor da Unibave Celso de Oliveira Souza e professor Antônio de Brito Ferrari


DESENVOLVIMENTO

os engenheiros cerâmicos do Brasil O curso de Engenharia Cerâmica, do Centro

cimento e materiais biocompatíves, entre muitos

Universitário Barriga Verde (Unibave), em Cocal

outros. Além disso, o vidro e suas milhares de

do Sul (SC), é o único da América Latina a formar

permutações são produtos cerâmicos, desde as

engenheiros cerâmicos. A graduação, que tem

lentes de óculos, até as janelas de uma arranha-

duração de cinco anos, começou em 2007 e

céu, cabo de fibra ótica que trazem a imagem à

formará os primeiros engenheiros cerâmicos do

nossa televisão. Também denomina-se cerâmica

Brasil em 2011.

as próteses, coroas e implantes dentários, até o

Segundo a instituição de ensino, o objetivo do curso é proporcionar ao setor cerâmico

material que resiste as mais altas temperaturas, que são os refratários.

uma demanda de profissionais capazes de

O estágio em Aveiro é o que mais chama

desenvolver e implementar novas tecnologias,

atenção dos estudantes. Diógenes Honorato Piva

novas estratégias de gestão, novos materiais e

revelou que começou a fazer o curso devido à

novos negócios, com forte ênfase na pesquisa,

oportunidade que teria em estudar fora do país.

empreendedorismo e atuação nas insdústrias

Com Pâmela Milak não foi diferente. “Eu estava

cerâmicas de todos os segmentos.

trabalhando numa cerâmica da região, ou seja, já

O acadêmico Odenir Vagner observou como

atuava no setor, no departamento de tecnologia

sua visão foi ampliada ao cursar Engenharia

com desenvolvimento de esmaltes e engobes.

Cerâmica. “Tu fica um pouco mais exigente e

Por trabalhar na área percebi que poderia unir

crítico. Mais observador em relação a tudo aquilo

a teoria com a prática e me especializar em um

que envolve cerâmica. O curso te abre a visão para

setor que além de ser muito abrangente (pois é

saber o que é cerâmica, que vai além de tijolos, de

só olhar para o lado e perceber a quantidade de

telhas, de pisos e de azulejos”, informou.

materiais cerâmicos que nos cercam) é uma área

Com o curso de Engenharia Cerâmica, os

de pesquisa um tanto curiosa. O mercado de

acadêmicos estarão aptos para desenvolver

trabalho também busca profissionais cada vez

novos produtos, formular massas e esmaltes

mais especializados nos setores de atuação. O

cerâmicos, controlar a qualidade de matérias-

estágio em Aveiro também teve um peso muito

primas, produtos e processo; chefiar equipes de

grande na minha escolha”.

pesquisas e desenvolvimento de métodos de

Além do intercâmbio, entre as disciplinas

processamento desde a cerâmica tradicional até

ofertadas, é possível destacar Fundamentos

as mais altas tecnologias de cerâmicas finas, bem

dos

como as tecnologias modernas: aeroespacial,

Mineralogia, Eletrotécnica Geral, Termodinâmica

naval,

Química, Controle de Automação Industrial e

vidros,

refratários,

biocerâmicas,

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GESTÃO

Confraternização m do novo pr Uma confraternização marcou o encerramento das atividades de 2010 e reuniu no dia 10 de dezembro dezenas de ceramistas e fabricantes de equipamentos na sede da Associação das Cerâmicas Vermelhas de Itu e Região (Acervir). O novo presidente da associação, Amílcar Antônio Buldrin Sontag, tomou posse e assumiu a entidade por um mandato de dois anos. O ceramista assegura que a gestão é realizada por todos os membros e nada é decidido individualmente. “A diretoria é compartilhada. Todas as decisões são tomadas em conjunto. Cada um tem sua responsabilidade”. Dessa forma, Sontag define como continuará sendo a gestão. O foco da nova diretoria, segundo o presidente, é enfatizar a capacitação e proporcionar aprendizado

Sandro Roberto da Silveira (Cerâmica Palma de Ouro), presidente da Acervir, Amílcar Sontag, gerente administrativo da Acervir, Márcia de Paula,

aos associados por meio de cursos. “Nosso maior

28

concorrente somos nós mesmos. Se não produzirmos

Sobre a falta de mão de obra, a Acervir enfrenta

com qualidade, os clientes vão comprar em outro

o mesmo problema das principais regiões do país e

fornecedor. Precisamos levantar essa bandeira e

destaca a migração dos operários para outras áreas,

atuar na busca de novas tecnologias”, projeta.

assim como a alta rotatividade dos trabalhadores.

Sontag acredita que o ano de 2011 será positivo

“Falta mão de obra e há muita gente despreparada.

para a construção civil e espera que a época de crise,

Investimos em treinamentos dos funcionários, mas

vivida pelo setor na região de Itu por mais de 20

eles ficam pouco tempo no trabalho. Há muita oferta

anos, finalmente tenha acabado. Atualmente são 71

de emprego e o problema não são os salários, mas

cerâmicas associadas à Acervir, instaladas em mais

muitos preferem serviços mais leves. Costumo falar

de 20 municípios da região.

que temos leis trabalhistas de primeiro mundo,

A transferência da maior escola de cerâmica

mas empregados de terceiro mundo. Por exemplo,

da América Latina, do Senai Mário Amato, de São

um empregado deixa de trabalhar num dia para

Bernardo do Campo (SP) para Itu, em andamento, vai

fazer um trabalho extra em outro lugar e no outro

ajudar o setor e vem ao encontro das expectativas

dia apresenta atestado médico. Somos cobrados

da Acervir de apostar na capacitação dos associados.

pela legislação, mas o trabalhador não colabora”,

Sontag também é membro do Departamento da

desabafa.

Indústria da Construção, pertencente à Federação

Na área ambiental, a Acervir pretende focar no

das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp).

reflorestamento. “A falta de madeira e de recursos

Deste modo, explica, a Acervir está em constante

naturais vão onerar o produto cerâmico”, identifica

comunicação com órgãos do governo para transmitir

o atual presidente, escolhido pelo conselho

aos associados.

deliberativo, formado por membros do conselho. De

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

Sa ex-p


GESTÃO

ão marca posse vo presidente da Acervir

aula,

visitas e palestras na entidade. “Foi muito positivo o retorno dos estudantes, pois a maioria imaginava que o processo era muito mais rústico do que é. Os acadêmicos sairão da universidade com esta visão diferenciada”. O projeto Casa Cerâmica é outra marca da Acervir, que deu visibilidade nacional para o processo construtivo e a cerâmica vermelha. Na sua terceira edição, o projeto desenvolvido por diversas entidades, incluindo a Acervir, tem o objetivo de apresentar ao público uma casa construída em alvenaria estrutural com um custo reduzido. A proposta da Acervir, confirmada por Barduchi, é a de cada vez mais buscar alternativas para atrair Sandra Helena Gianfrancesco (Cerâmica Taboal), ex-presidente da Acervir, Gustavo Barduchi e André Fernando Giacomin ( Incargel Ind. de Cerâmica)

os ceramistas para discutir as demandas do setor e tomar as decisões em conjunto. “Nossa diretoria é bem unida. Oficialmente fazemos uma reunião

acordo com o estatuto da associação, é desta forma

por mês, mas nos encontramos semanalmente”.

que o presidente é definido quando não há chapas

Da presidência o empresário leva aprendizado e

inscritas para concorrer à presidência.

crescimento. “A gente aprende, se relaciona com

O mandato de 2009 a 2010 foi ocupado pelo

mais pessoas, percorre mais empresas em função da

empresário Gustavo Barduchi. “É preciso despender

parte institucional e inclusive aprende para aplicar

tempo para cuidar da associação, por isso fazemos

na própria empresa”.

Presidente da Acervir, Amílcar Sontag e gerente administrativo da Acervir, Márcia de Paula

NC

revezamento”, pontua Barduchi ao destacar diversas ações desenvolvidas nos dois últimos anos, como por exemplo, a busca por novos associados. “No início da minha gestão eram 63, no final passou para 71. Diferente do que vinha acontecendo, pois a Acervir vinha perdendo sócios. Existia uma tradição de que a associação só existia para discutir preço, mas isso mudou. Conseguimos trazer cursos tanto para os ceramistas, quanto para os empregados”, ressalta. Em 2009 um projeto de iniciativa da Acervir buscou estudantes das áreas de Engenharia e Arquitetura das universidades próximas a Itu para os acadêmicos conhecerem como funciona o processo produtivo dentro de uma cerâmica, por meio de NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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DESENVOLVIMENTO

Automatismo – al produtividade e

A falta de mão de obra qualificada no mercado tem sido mais um dos motivos que levam empresários a

30

ao produto”, afirma o consultor de processos, Sandro Tavares.

investir no automatismo de suas empresas. Na área da

No ano 2000, a produção da cerâmica Princesa era

indústria cerâmica vermelha não é diferente. Cada vez

de 1 milhão de blocos de 9x14x24 cm. Com o aumento

mais ceramistas se dão conta da realidade e procuram

da produção, um segundo forno foi colocado em

alternativas para substituir a mão de obra que está

funcionamento em 2001, duplicando a produção. No

desaparecendo. A estratégia, além de gerar economia

ano passado, um terceiro forno entrou em operação

de trabalhadores, traz alta produtividade e melhoria

dando início a uma nova linha produtiva. Em 2010,

da qualidade dos produtos. Da região do Vale do Itajaí,

a cerâmica Princesa alcançou 4,6 milhões de blocos

em Santa Catarina , vem um exemplo de automatismo,

produzidos nas três linhas da unidade. Como a alta

que já dá resultados aos proprietários.

produtividade não acompanhou a disponibilidade de

Fundada em 1946, a cerâmica Princesa, de Rio do

trabalhadores, a alternativa foi o automatismo. “Como

Sul, iniciou o processo de melhorias e investimentos

nossa região é carecedora de mão de obra, fomos

em equipamentos em 2000. “Com o incremento

obrigados a automatizar todo o processo produtivo na

de máquinas novas, a aceleração na produção

linha nova. Sentimos a necessidade de inovar passando

impulsionou a retomada de crescimento voltado para

a projetar a nova linha totalmente automática para

a qualidade e produtividade, passando a agregar valor

que funcionasse com a menor quantidade possível de

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10


DESENVOLVIMENTO

– alta de e qualidade mão de obra”, ressalta Tavares. Com vendas para os três estados do sul do país, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a cerâmica Princesa utiliza cavaco como combustível para a queima dos fornos, um subproduto das empresas de madeira. Participante do Programa Brasileiro de

necessárias duas pessoas por turno para que a tarefa

Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), tem

seja executada. Já na descarga dos vagões o produto

seus produtos certificados pelo Centro Cerâmico do

sai do forno, é retirado com uma pinça, é paletizado

Brasil/Inmetro e participa do Programa Setorial da

e segue diretamente para a expedição. Atualmente

Qualidade (PSQ) da Anicer.

estamos trabalhando com o projeto para automatizar

Com o aumento da produtividade a cerâmica,

a carga dos vagões”, complementa Tavares.

que comercializa seus produtos para construtoras,

As empresas Verdés e Natreb também estão entre

materiais de construção e consumidores finais,

os fornecedores que contribuíram para a conclusão

ampliou suas vendas e agora atinge um maior número

do projeto. Sem citar valores, o consultor destaca que

de clientes.

o investimento foi realizado com recursos próprios

Sem interferir no preço final do produto, o

a partir da redução dos desperdícios registrados

investimento no automatismo tornou a cerâmica

anteriormente, da implantação do sistema de gestão

mais competitiva. “Com o aumento da produção,

de qualidade (SGQ), da certificação dos produtos,

conseguimos ficar mais competitivos em termos de

das melhorias idealizadas com a redução dos custos

qualidade e produtividade, conseguimos fornecer para

internos e o reinvestimento na qualidade e melhoria

grandes empresas que até então não fornecíamos”,

contínua. O resultado de pesquisas realizadas pela

confirma.

empresa confirma a eficiência do sistema. Os dados

Para o automatismo sair do papel, a empresa Zucco teve um envolvimento importante no processo.

levantados apontam que 96% dos clientes estão satisfeitos com os produtos.

Os equipamentos foram fornecidos pela empresa

Para os empresários que analisam o mercado

localizada em Brusque (SC). Até a conclusão do

para pensar em automatismo, o consultor, que teve

projeto, foram dois anos. “Foi um trabalho árduo,

o papel de orientar todo o processo, desde o projeto,

mas valeu a pena”, relata Tavares. A automatização

sua construção até a nova linha entrar em marcha, faz

foi implantada na nova linha da cerâmica onde estão

um alerta. “O processo de modernização já começou,

sendo produzidos por mês 2,5 milhões de peças por

a mão de obra será cada vez mais escassa, portanto

quatro pessoas em cada turno, “sem ter sido necessário

aquele que não modernizar, que não reduzir seus

demitir ninguém, pelo contrário, foram admitidos,

custos internos, será fatalmente levado a fechar as

pois, trata-se de linha de produção nova”.

portas, pois seus custos serão cada vez mais altos.

A automação inicia na preparação da massa

Fiquem certos de que, não será o grande que engolirá

passando pela extrusão, carga das vagonetas,

o pequeno, mas sim, o eficaz que engolirá o ineficiente,

secagem (entrada e saída do secador), descarga das

em outras palavras, o mais rápido engolirá o mais

vagonetas e retorno das vagonetas para o setor da

lento”, finaliza. As outras linhas de produção serão

extrusão. “Na carga dos vagões do forno ainda são

automatizadas progressivamente. NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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DESENVOLVIMENTO

Sistema diferenciado é pioneiro A cerâmica Princesa é apenas uma das empresas

vedação. No norte do Paraná, o mesmo sistema para

automatizadas pela Zucco Equipamentos Cerâmicos.

seis paletes por vagão com quatro metros de largura

“Tanto em regime semiterceirizado (inclusão de

útil está sendo implantado. Entre os benefícios,

alguns parceiros) quanto executado 100% pela

Ricardo aponta a padronização das cargas, a redução

empresa, são inúmeras cerâmicas que compraram

de quebra por movimento de material e a redução

o automatismo da Zucco. Mas na Princesa foi

da mão de obra na descarga do forno. “O diferencial

desenvolvido algo diferenciado e que hoje se tornou

da Zucco está na forma de elaboração e execução

um pacote a ser implantado em outras cerâmicas”,

dos projetos por ela desenvolvidos, buscando

informa o técnico em cerâmica da empresa, Angelo

formas simples e eficazes com tecnologia eficiente

Ricardo Zucco. A experiência deu tão certo que

dentro da realidade dos nossos ceramistas”, pontua.

um pacote semelhante está sendo finalizado em

Na avaliação do técnico, os ceramistas devem

Teresina, no Piauí.

correr atrás do tempo perdido e devem acelerar

O projeto que, segundo Zucco, foi moldado a

a busca por novas tecnologias que vão otimizar

partir da ideia de um ceramista, é inovador pela

seus parques fabris e gerar uma série de melhorias.

praticidade. Ele consiste na montagem do vagão do

“A automação na cerâmica está muito atrasada

forno na forma e tamanho do palete a ser entregue

e agora anda a passos largos para acompanhar a

ao cliente final. A construção do forno, do secador e

necessidade do mercado. Seja de cargas e descargas

do maquinário, numa cerâmica do porte da Princesa,

ou mesmo automações de entrada e saída dos

leva de seis a oito meses e a instalação do vagão de

secadores e fornos, além de redução de mão de obra,

45 a 60 dias. “O desenvolvimento desse projeto é

tem como objetivo a padronização da produção

resultado do somatório da tecnologia desenvolvida

proporcionando garantia de execução de ciclos

durante toda a história da empresa”, explica Zucco.

corretos nos horários e linhas corretas, problemas

Com algumas alterações, o projeto pode ser implantado em qualquer cerâmica de blocos de

estes sentidos por todos os setores da cerâmica”, considera.

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ENTREVISTA

Ceará - um mercado em crescimento Com 38 anos de atuação, o Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Ceará atende à indústria de cerâmica vermelha, de gesso, de cal e de produto de cimento. São mais de 420 cerâmicas instaladas em 85 municípios do estado nordestino. Destas, 140 são associadas ao sindicato comandado pelo quarto mandato por Fernando Ibiapina, que nesta entrevista à NovaCer fala dos projetos e das características do mercado cearense de cerâmica vermelha.

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NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10


ENTREVISTA

NovaCer - Como é o setor de cerâmica vermelha no Ceará comparado ao restante do país?

NC - Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelo setor no Ceará?

Fernando Ibiapina - Penso que estamos nivelados

FI - Concorrência acirrada do mercado, altas taxas

com a maioria dos estados brasileiros, pois só há uns

de juros, elevada carga tributária e dificuldades para

cinco anos o setor tem mudado e acordado para a

adequar as cerâmicas às exigências da lei ambiental.

inovação. NC - Quais os projetos do Sindcerâmica?

NC - Qual o percentual médio de instrução da mão de obra do setor?

FI - Temos vários projetos, mas destaco os seguintes:

FI - Temos um elevado percentual de analfabetismo

- Arranjo Produtivo Local (APL) da região do Jaguari-

nas empresas e isto dificulta a implantação de políti-

be com 120 pequenas cerâmicas fabricantes de telha;

cas de qualidade nas empresas.

- aumento de adesões das empresas ao PSQ em par- mudança da matriz energética das maiores cerâmi-

NC - Até que ponto os ceramistas entendem os benefícios que a vinculação a um sindicato pode trazer?

cas da região;

FI - Os mais esclarecidos sabem da importância de

- atualização do Censo Cerâmico do Ceará.

estarmos unidos em sindicatos ou associações visto

NC - Das 420 cerâmicas presentes no estado, apenas 140 são associadas ao sindicato. Por que nem ao menos a metade das empresas é associada?

que as instituições como Sebrae, Senai e federações

ceria com o Senai-CE;

FI - Nos últimos anos tivemos um acréscimo muito grande de empresas, mas realmente nossa meta

valorizam os projetos feitos de forma corporativa beneficiando um grupo maior de empresas.

para o fim do mandato é alcançar os 50% das cerâmi-

NC - Quais os desafios do Sindcerâmica para os próximos anos?

cas associadas. Falta informação das cerâmicas sobre

FI - Adequar todas as empresas a exigências am-

as ações do sindicato e como a maioria das empresas

bientais e mudar a matriz energética das empresas

é no interior e na zona rural dificulta a chegada das

maiores.

informações. NC - Quantos empregos diretos e indiretos são gerados pela indústria cerâmica vermelha no Nordeste? FI - 10 mil empregos diretos e 40 mil indiretos. NC - Qual a capacidade produtiva das cerâmicas do Ceará? O que é mais fabricado? FI - As 420 cerâmicas produzem blocos, lajotas e telhas e abastecem o estado do Ceará e ainda exportamos o excedente para outros estados nordestinos. NC - Qual município registra a maior concentração de fábricas? FI - Russas na região do Jaguaribe, com a fabricação de telhas.

NC - Quais as maiores conquistas do sindicato? FI - Tivemos muitas conquistas ao longo dos anos, mas destaco um acordo com a Secretaria da Fazenda do Ceará na redução da carga tributária; a liberação pelo Ibama do uso da poda do cajueiro nas cerâmicas sem necessidade de guia de transporte do órgão ambiental, pois o cajueiro é uma árvore plantada; o APL na região do Jaguaribe porque está mudando o perfil do empresário da região e anualmente bons acordos nos dissídios coletivos. NC - O que tem a dizer sobre o trabalho desenvolvido pela Anicer?

Há uns cinco anos o setor tem mudado e acordado para a inovação

FI - A Anicer tem sido muito importante para o setor NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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ENTREVISTA

truções convencionais. NC - Quais são os concorrentes da cerâmica vermelha? FI - O bloco de concreto, gesso e concreto celular, dentre outros. NC - Por que os ceramistas resistem em investir em marketing? Ou no Ceará isso é diferente? cerâmico brasileiro e está representando e divulgan-

FI - Não acho que haja resistência dos ceramistas em

do a cerâmica para todo o Brasil e um dos trabalhos

investir em marketing, o que há são empresas que

mais importantes dos últimos anos foi a padroniza-

procuram outras alternativas para aparecer para seu

ção do bloco cerâmico no país.

cliente, como visitas, malas diretas, etc.

NC - De acordo com as lideranças e empresários ligados ao setor de cerâmica vermelha, os órgãos responsáveis demoram para liberar as licenças ambientais. Qual a experiência do Sindcerâmica do Ceará com relação a esta questão? FI - Aqui no Ceará também é demorado e temos um bom relacionamento com o órgão ambiental do estado, Semace, inclusive recentemente tivemos uma reunião com vários ceramistas no próprio órgão onde discutimos vários assuntos pertinentes às empresas. NC - A partir de quando a aplicação das leis ambientais passou a fazer parte da rotina dos ceramistas do Ceará? FI - Há pelo menos dez anos.

FI - No setor cerâmico não acredito, mas na construção de um modo geral já está havendo muita dificuldade de contratar alguns profissionais. NC - Uma avaliação sobre 2010 para o setor na região nordeste? FI - Fazemos parte da cadeia produtiva da construção civil e não só no nordeste, mas em todo o país a construção tem crescido muito e o setor cerâmico tem acompanhado este crescimento. NC - Com relação aos parques fabris das cerâmicas da região nordeste, o que precisa evoluir? Que tipo de orientação o sindicato presta nesse sentido?

NC - Até que ponto os ceramistas estão conscientes da importância da aplicação destas leis?

FI - Precisamos investir mais na evolução tecnológica

FI - Hoje já existe uma grande consciência ecológi-

alcançamos 20 mil unidades fabricadas por emprega-

ca nos ceramistas tanto pela aplicação de sanções

do, enquanto em algumas regiões este número sobe

quanto pela quantidade de informações apresenta-

para 30 mil unidades fabricadas. O Sindcerâmica tem

das pela mídia e os cidadãos também exigem esta

investido muito nesta área realizando eventos no es-

consciência das indústrias de um modo geral.

tado e estimulando os empresários a visitarem feiras e

NC - Quais as vantagens da alvenaria estrutural em relação aos sistemas tradicionais de construção? FI - A alvenaria estrutural é uma solução de construção e podendo ser usada é mais barata que as cons38

NC - O apagão da mão de obra pode acontecer?

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

para aumentar a produtividade, pois atualmente não

eventos do setor. Inclusive realizamos, com o apoio da Finep, uma mostra de inovação tecnológica em maio de 2010 e pretendemos repetir este ano. NC - O nordeste tem fabricantes de equipamentos


ENTREVISTA

para cerâmica vermelha? FI - Somos abastecidos pelas indústrias do sudeste, não temos fabricantes na região. NC - A Tecnargillas de 2010 não surpreendeu os brasileiros que visitaram o evento. Uma feira como esta é um termômetro para o setor. Na sua avaliação o que a Europa tem a nos ensinar? FI - Temos muito a aprender com o exemplo da Europa, pois lá o setor cerâmico é muito desenvolvido tecnologicamente e com muito respeito ao meio ambiente e certamente estamos caminhando para esta mesma evolução, na medida em que a construção civil crescer e demandar produtos de qualidade. NC - Qual o futuro da cerâmica vermelha? FI - Temos um grande futuro principalmente com o grande déficit habitacional existente no Brasil. NC - As cerâmicas do nordeste estão atentas à questão segurança no trabalho? FI - Hoje não podemos trabalhar sem estar atentos à saúde de nosso trabalhador e o Sesi tem nos ajudado muito com programas para beneficiar o trabalhador e empresa. NC - Uma característica comum da indústria cerâmica vermelha nacional é que o setor é composto em sua maioria por empresas familiares. No nordeste essa informação se confirma? O que isso implica? FI - 95% das cerâmicas são EPP – Empresas de Pequeno Porte e o fato de ser empresa familiar em nada altera sua trajetória. NC - Os empresários do nordeste valorizam a participação em feiras do setor? O sindicato desenvolve algum trabalho de incentivo para isso?

de todo o país. NC - Qual a maior carência do setor? FI - Mão de obra qualificada e falta de automação. NC - Qual a maior reivindicação do setor nos níveis estadual e federal? FI - Redução da carga tributária, agilidade na liberação de licenças ambientais e definição do novo marco regulatório da mineração, dentre outros. NC - O atual bom momento econômico deve ser mantido em 2011? Expectativa para 2011 com o início do governo da presidente Dilma Roussef? FI - Sem dúvida 2011 será um ano de grande desenvolvimento e o novo governo, se mantiver esta política econômica com ênfase no desenvolvimento com controle dos gastos públicos e inflação controlada, será também um grande governo. NC - Quais os parceiros do sindicato? FI - Sebrae, Sesi, Senai, Finep, algumas secretarias do estado e todo o sistema CNI. NC - O que o senhor tem vontade de implantar no sindicato que ainda não conseguiu? FI - Temos com o apoio de toda a diretoria implementado o que planejamos e com a conclusão do Planejamento Estratégico do Sindceramica-CE temos um Plano de Ação a cumprir até

Sem dúvida 2011 será um ano de grande desenvolvimento

o final deste mandato e até o momento estamos cumprindo com o cronograma. NC - Em 2005, o Sindcerâmica ganhou o troféu João de Barro. O que significou o prêmio para o sindicato e para o setor? FI - Foi muito importante para o Sindcerâmica-CE receber este prêmio, principal-

FI - Valorizamos e inclusive somos pioneiros em en-

mente porque foi um reconhecimento dos

contros regionais e vamos realizar em Salvador o 16°

colegas ceramistas do Brasil pelo trabalho sério e

Encontro de Ceramistas do Nordeste com a partici-

comprometido que o sindicato fez e continua fazen-

pação de empresários não só de nossa região, mas

do por toda a categoria no estado do Ceará.

NC

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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DESENVOLVIMENTO

Tecnologia de secador industrial: circulação otimizada do ar Em vista dos crescentes preços de energia, o fabri-

tempo de secagem.

cante de tijolos Heluz, na República Tcheca, investiu

O parceiro de desenvolvimento

em paletes de secador com perfil energético favorável.

Graepel foi parceiro de primeira li-

Eles foram fornecidos pelo construtor de máquinas e

nha nesta disciplina: à sua grade de

instalações Keller HCW, da Alemanha, assim como o

ventilação, concebida com requisi-

secador de túnel. O especialista em chapas metálicas

tos de desempenho semelhantes,

Graepel contribuiu com o know-how tecnológico de

recorrem fabricantes de primeira

fabricação, cujos engenheiros também acompanha-

linha como Mercedes-Benz e Ca-

ram o desenvolvimento.

terpillar. O palete construído para a

Nos paletes com 2,2 mil milímetros de comprimen-

Heluz foi dimensionado para uma

to e 500 milímetros de largura, os produtos moldados

carga de 680 kg, de acordo com o

recém prensados são conduzidos pelo secador. Du-

que a flexão no sentido longitudinal

rante o procedimento de secagem, que dura 16 horas,

comporta no máximo cinco milímetros e, no sentido

os tijolos e os paletes são expostos a temperaturas de

transversal, dois milímetros. Um palete vazio pesa me-

até 170°C. São características dos novos paletes a sua

nos de 100 kg e consiste em chapa de aço moldada,

elevada estabilidade estrutural, o baixo peso unitário

soldada e galvanizada a quente.

e a excelente circulação do ar. Por último, depende da

O resultado convenceu: 3,3 mil paletes foram en-

seção transversal aberta, ou seja, da relação dos furos

comendados. A cerâmica Heluz fornece blocos para a

de ar com a superfície do material do suporte/carrega-

República Tcheca, Áustria, Alemanha, Polônia, Hungria

dor: quanto melhor a distribuição do ar, mais curto é o

e Rússia.

NC

Ceramistas e fornecedores de equipamentos têm encontro no nordeste De 17 a 19 de março, a capital da Bahia, Salvador,

fornecedores, órgãos e instituições públicas e privadas,

vai sediar o 16° Encontro dos Sindicatos de Indústria de

discutam os principais temas que compõem este segmento.

Cerâmica Vermelha do Nordeste e 6° Convenção Nordeste de

São 1,2 mil empresas do setor no nordeste, sendo 300 na

Cerâmica Vermelha. Integram a programação o fórum com

Bahia em 96 diferentes localidades.

palestras sobre mercado e gestão empresarial, uma feira

A abertura do evento está marcada para às 19 horas de 17

com expositores de maquinários da indústria cerâmica e

de março. Em seguida, inicia a exposição de equipamentos.

visita técnica à fábricas cerâmicas do estado, além de outras

O fórum está programado para o dia 18 e a visita técnica para

atividades.

19 do mesmo mês. O encontro será realizado pelo Sindicato

Referência na região nordeste, o evento é uma

da Indústria de Cerâmica Vermelha da Bahia (Sindicer-BA), no

oportunidade para que pequenos empresários, investidores,

Pestana Hotel Bahia, e contará com o apoio da Federação das

sindicatos e associações da região nordeste, pesquisadores,

Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Sebrae e Anicer.

NC

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41


MEIO AMBIENTE

Incoesp comemora compra de área para extração Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e o DNPM. Segundo o diretor da Incoesp, a previsão é que o sítio em Presidente Epitácio renda aos ceramistas cooperados e não cooperados pelo menos cinco anos de extração. Atualmente a cooperativa atende 97 empresas divididas em sete municípios paulistas mais a cidade de Brasilândia, localizada no Mato Grosso do Sul, onde 36 cerâmicas enfrentam o problema da falta de estoque de matéria-prima, como informa a Incoesp. Salzedas destaca que 80% das empresas associaAssinatura da compra do sítio em dezembro de 2010

O ano de 2010 terminou com uma boa notícia para

das à cooperativa dependem da argila disponibilizada

os ceramistas associados à Cooperativa das Indústrias

por dois parceiros da Incoesp que são as mineradoras

Cerâmicas do Oeste Paulista (Incoesp). Às vésperas

localizadas no bairro Campinal, onde também fica o

de 2011, no final do mês de dezembro, a cooperativa

sítio comprado no final do último ano pela cooperati-

adquiriu um sítio, localizado no bairro Campinal, na ci-

va e no município paulista de Panorama. “Destes dois

dade de Presidente Epitácio, que será utilizado para a

parceiros retiramos 50 mil m³ de argila por mês”, acres-

retirada de matéria-prima pelos ceramistas da região. A

centa o diretor.

área está localizada dentro da poligonal de mil hecta-

Fundada em 2008, a Incoesp reúne cooperados

res, requerida pela cooperativa junto ao Departamen-

dos municípios de Panorama, Paulicéia, Presidente

to Nacional de Produção Mineral (DNPM). A notícia,

Epitácio, Regente Feijó, Santa Mercedes, Ouro Verde e

comemorada pelos ceramistas, era aguardada desde

Castilho. Ao todo, o polo cerâmico da região respon-

2007, de acordo com o diretor da Incoesp, Milton Sal-

de pela produção de 52,5 milhões de produtos entre

zedas. Ele acredita que em um ano a argila deve co-

tijolos seis e oito furos, lajotas, tijolos comuns e telhas,

meçar a ser retirada do local. “Entramos agora na fase

entre outros.

burocrática da documentação. Mas estamos indo bem.

“Todos estavam esperando por esta largada da In-

Há mineradores na nossa região que aguardam pela li-

coesp para iniciar investimentos na modernização de

beração da extração há 12 anos”, pontua Salzedas.

seus parques fabris. Pouquíssimas empresas na nossa

Os profissionais da Incoesp já trabalham para ad-

região são automatizadas. A compra do sítio está dan-

quirir a licença de pesquisa, após isso a licença de ins-

do mais confiança aos empresários para investirem a

talação e finalmente a licença de operação. Entre os ór-

partir de agora. A aquisição da área no bairro Campi-

gãos envolvidos nestas liberações estão a Companhia

nal é resultado do trabalho conjunto da cooperativa e dos prefeitos dos sete municípios atendidos”, resume Salzedas. A Incoesp tem apoio do Sebrae, Senai, Fiesp, Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, DNPM, IPT, Cetesb, Secretaria de Meio Ambiente do Estado e prefeituras dos municípios representantes.

42

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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ARTIGO TÉCNICO

Caracterização e avaliação das propriedades de queima de argilas utilizadas para fabricação de telhas no município de Itaboraí -RJ Trabalho apresentado no 54º Congresso Brasileiro de Cerâmica, realizado de 30 de maio a 2 de junho de 2010, em Foz do Iguaçu, no Paraná

44

Resumo

linear, absorção de água e tensão de ruptura à fle-

O objetivo deste trabalho é o de apresentar

xão. Os resultados indicaram que é recomendável

resultados relativos à caracterização de argilas

formular massa para telhas com duas das argilas

utilizadas na composição de massa cerâmica para

investigadas.

telhas produzidas no município de Itaboraí. Foram utilizados quatro tipos de argilas denomina-

Introdução

das de argila cinza, argila vermelha, argila tabatin-

O Estado do Rio de Janeiro possui um importan-

ga clara e argila tabatinga escura. As argilas foram

te mercado de cerâmica vermelha distribuído basi-

submetidas a ensaios de caracterização física e

camente entre três regiões: Campos do Goytacazes,

mineralógica. Corpos de prova foram preparados

no norte do estado, Itaboraí e Rio Bonito, nas proxi-

por prensagem uniaxial a 20 MPa para queima a

midades da capital e também cidades do Médio Vale

700, 950 e 1050°C. As propriedades físicas e me-

do Paraíba. O município de Itaboraí representa gran-

cânicas avaliadas foram: densidade aparente a

de parcela desta produção, dedicando-se principal-

seco, densidade aparente de queima, retração

mente a artigos de cerâmica estrutural como tijolos

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10


ARTIGO TÉCNICO

J. P. D. Vitorino1, C. M. F. Vieira1, J. Duailibi Filho2 1 UENF/CCT/LAMAV – Campos dos Goytacazes-RJ. 2 INT – Instituto Nacional de Tecnologia. Rio de Janeiro-RJ

e telhas, além de artefatos vazados e peças deco-

As distribuições granulométricas das argilas fo-

rativas. Diferentemente das outras duas regiões, as

ram determinadas por técnicas de peneiramento e

jazidas de Itaboraí são de origem flúvio-marinhas e

sedimentação de acordo com a norma NBR 7181-

fluviais .

84(3). A plasticidade das argilas foi determinada de

(1)

Mesmo com um grande volume de produção, a indústria cerâmica de Itaboraí, assim como em todo

acordo com as normas NBR 6459-84 e NBR 7180-84 para cálculo dos limites de Atterberg(4,5).

estado, necessita de informações detalhadas sobre

Para avaliação das propriedades físicas e mecâ-

suas matérias-primas básicas, ou seja, suas argilas.

nicas foram confeccionados corpos de prova retan-

Através da determinação dos tipos de argilas, bem

gulares por prensagem uniaxial a 20 MPa em uma

como de suas respectivas quantidades e caracte-

matriz metálica com medidas 114,5 x 25,5mm. Os

rísticas, torna-se possível a otimização do processo

corpos de prova foram secos até peso constante e

produtivo. Com estas informações sobre as matérias-

queimados nas temperaturas de 750, 900 e 1050°C.

-primas, pode-se traçar um plano de extração racio-

Foi utilizada uma taxa de aquecimento de 2ºC/mi-

nal e utilizar ao máximo as potencialidades de cada

nuto com tempo de permanência de 180 minutos

tipo de argila. Desta forma, o objetivo deste trabalho

na temperatura de patamar. O resfriamento foi rea-

é realizar a caracterização de quatro diferentes argi-

lizado desligando-se o forno. A retração linear dos

las utilizadas por cerâmicas do município de Itaboraí

corpos de prova foi determinada de acordo com a

para a produção de telhas e de blocos de vedação.

norma ABNTMB-305 (6) e a absorção de água segundo a norma ASTM C 373-72 (7). Para determinação da

Materiais e métodos

tensão de ruptura à flexão em três pontos, segundo

Para realização deste trabalho foram utilizadas

a norma ASTM C 674-77(8), foi utilizada uma máquina

quatro diferentes argilas comumente utilizadas pe-

EMIC modelo DL 2000 com afastamento de noven-

las cerâmicas do município de Itaboraí. As argilas são

ta milímetros entre os cutelos e uma velocidade de

denominadas de: Argila Vermelha (AV), Argila Cinza

aplicação da carga de 5 mm/min.

(AC), Tabatinga Clara (TC) e Tabatinga Escura (TE). Estas argilas são utilizadas em proporções iguais

Resultados e discussão

por uma cerâmica local para a fabricação de telhas.

As figuras 1 a 4 mostram os difratogramas de

Inicialmente as argilas passaram por processo de be-

raios-X das argilas. Observa-se que as argilas apre-

neficiamento que consistiu na secagem em estufa,

sentam a caulinita (C) como argilomineral predomi-

desaglomeração com pilão manual e peneiramen-

nante. Tanto o quartzo (Q) quanto a gibsita (Gi), hi-

to em 20 mesh (0,84 mm). As amostras, em forma

dróxido de Al, com picos de baixa intensidade, estão

de pó, foram submetidas a ensaio de difração de

presentes em todas as argilas. Foram identificados

raios-X num difratômetro marca Shimadzu, modelo

picos da goetita (Go), hidróxido de Fe, na argila AV,

XRD-7000, operando com radiação de Cu-Kα, e 2θ

de mineral micáceo (MM) nas argilas AC, TE e da mi-

variando de 5° a 40°. As interpretações qualitativas

croclina (M), feldspato potássico, nas argilas AC, TE e

de espectro foram efetuadas por comparação com

TB. A argila AC ainda apresenta um pico característi-

padrões contidos no banco de dados PDF02 em

co de feldspato sódico, albita (A), pertencente à série

software Bruker DiffracPlus.

dos plagioclásios.

(2)

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

45


ARTIGO TÉCNICO

Figura 4. Difratograma de raios-X da argila tabatinga escura

A figura 5 apresenta o gráfico de distribuição de tamanho de partícula das argilas. A fração “argila”, tamanho de partícula < 0,002 mm, está associada com os minerais argilosos, principais responsáveis pela plasticidade dos materiais argilosos. Figura 1. Difratograma de raios-X da argila vermelha

De acordo com a figura 5, a argila TC apresenta o maior percentual de fração “argila”, 56%. Por outro lado, a argila AC apresenta o menor teor de fração “argila”, 26%. Já a argila TE possui mais de 80% de suas partículas com tamanho inferior a 0,02 mm, distribuída entre as frações “argila” e “silte”, o que confere um elevado limite de plasticidade, conforme será apresentado na figura 6.

Figura 2. Difratograma de raios-X da argila cinza

Figura 5. Distribuição e tamanho de partícula das argilas

A figura 6 apresenta um prognóstico de extrusão das argilas pelos limites de Atterberg(9). Nota-se que a argila AC apresenta-se abaixo da região de extrusão ótima com baixo valor de limite de plasticidade. Isto é devido à sua granulometria mais grosseira com menor teor de fração “argila”. Já as argilas AV e TC localizam-se dentro de região de Figura 3. Difratograma de raios-X da argila tabatinga clara 46

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

extrusão aceitável, mas relativamente próximas à


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ARTIGO TÉCNICO

região de extrusão ótima. Finalmente, a argila TE,

eliminação de água e eventualmente de matéria

localiza-se bem acima destas regiões apresen-

orgânica e outros voláteis presentes nas argilas. As-

tando um limite de plasticidade excessivamente

sociado a isto, a sinterização das argilas por forma-

elevado, ao redor de 38%. Embora esta argila não

ção de fase líquida não é muito efetiva nesta faixa

apresente o maior teor de fração “argila”, a elevada

de temperatura. Como consequência, a densidade

plasticidade pode ser atribuída ao elevado teor de

de queima é geralmente menor que a densidade

fração “silte”, ao redor e 33%, ao menor teor de fra-

de compactação após secagem. Por outro lado, na

ção “areia”.

temperatura de 1050°C, a densidade de queima torna-se maior que a densidade a seco devido à ausência de perda significativa de massa, bem como à maior formação de fase líquida. A Figura 7 apresenta os valores de retração linear de queima das argilas para as três temperaturas utilizadas. Nota-se que com o aumento da temperatura ocorre um aumento da retração linear para todas as argilas. Na verdade, a argila AC apresentou uma expansão nas temperaturas de 750 e 900°C, devido ao teor relativamente elevado da fração “areia”. Por outro lado, a argila TE apresenta os maiores valores de retração. Na temperatura de

Figura 6. Prognóstico de extrusão pelos Limites de Atterberg.

1050°C, tanto a argila TC quanto a argila TE apresentam valores bem elevados de retração linear

A Tabela I apresenta os valores de densidade a

devido à sinterização das partículas de pequeno

seco e densidade de queima das argilas. Os valores

tamanho, associados, sobretudo, aos argilomine-

de densidade a seco são bem variados, partindo

rais.

de 1,75 para a argila TE e alcançando o valor de 2,04 g/cm³ para a argila AC. Para as temperaturas de 750 e 900ºC houve redução nos valores de densidade para todas as argilas. Isto ocorre devido à Tabela 1. Densidade a seco e densidade de queima das argilas (g/cm3).

Figura 7. Retração Linear das argilas queimada

48

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ARTIGO TÉCNICO

A figura 8 apresenta a absorção de água das

respectivamente. Esta característica destas argilas

argilas em função da temperatura de queima.

é que conferem baixos valores de resistência me-

Nota-se que a argila AV apresenta um dos maio-

cânica. Embora o teor de fração “areia” da argila

res valores de absorção de água, inferior somente

AC seja superior ao da argila AV, sua resistência

à argila TE nas temperaturas de 750 e 900°C e que

mecânica também é superior. A explicação para

não ocorre variação nesta propriedade com o au-

este comportamento pode ser a maior densidade

mento da temperatura. Já a argila AC apresenta

a seco da argila AC em comparação com a argila

uma pequena redução da absorção de água com

AV e também à presença de feldspatos em sua

a temperatura de queima. Observa-se ainda que

composição mineralógica, o que confere aporte de

esta argila possui os menores valores de absorção

óxidos fundentes.

de água nas temperaturas típicas de cerâmica vermelha, 750 e 900ºC. A argila TC apresenta valores similares de absorção de água nas temperaturas de 750 e 900°C, que só são superiores aos da argila AC. Já a 1050°C, a argila TC apresenta o menor valor de absorção de água, relativamente próximo da argila TE.

Figura 7. Tensão de ruptura à flexão das argilas.

Conclusões A caracterização física e mineralógica das quatro argilas utilizadas por cerâmicas de Itaboraí-RJ para a fabricação de telhas, além da avaliação das propriedades físicas e mecânicas de queima nos leFigura 8. Absorção de Água das argilas

50

vou às seguintes conclusões: • todas as argilas apresentaram predominância

A Figura 9 apresenta os valores de tensão de

de caulinita e de quartzo em sua composição mi-

ruptura à flexão das argilas. A argila AV apresen-

neralógica. Como minerais acessórios foram iden-

ta os mais baixos valores de resistência mecânica

tificados a gibsita, goetita, mineral micáceo, albita

para todas as temperaturas investigadas. Em segui-

e a microclina;

da vem a argila AC. As argilas TC e TE apresentam

• as argilas denominadas de AC e de AV são

os maiores valores de resistência mecânica e rela-

as que apresentam os menores valores de fração

tivamente parecidos. As argilas AV e AC apresen-

“argila” e os maiores valores de fração “areia”. Já as

tam os maiores valores de fração “areia”, 30 e 54%,

argilas denominadas de TC e de TE apresentam o

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ARTIGO TÉCNICO

oposto, maiores valores de fração “argila” e menoReferências

res valores de fração “areia”; • com relação à plasticidade, a argila TE é exces-

1. Resumo da Geologia dos Depósitos de Argi-

sivamente plástica, as argilas AV e TC apresentam

las do Estado do Rio de Janeiro. Departamento

valores intermediários e adequados de plasticida-

de Recursos Minerais – DRM/RJ, 1998.

de para a cerâmica vermelha, enquanto que a argila AC apresenta baixo valor de limite de plasticidade; • nas propriedades físicas e mecânicas de queima foi observado que a argila AV apresenta valores elevados de absorção de água, baixos valores de retração linear e baixíssimos valores de resistência mecânica. A argila TE apresenta valores muito

2. The International Centre for Diffraction Data – ICDD. PDF02, 2006. 3. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7181: Determinação da Análise Granulométrica de Solos, Rio de Janeiro, RJ (1984). 4. Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT. NBR 6459: Determinação do limite de plasticidade de solos, Rio de Janeiro, RJ (1984).

elevados de absorção de água, bem como eleva-

5. Associação Brasileira de Normas Técnicas -

da retração linear e resistência mecânica. A argila

ABNT. NBR 7180: Determinação do limite de

TC apresenta elevados valores de retração linear,

liquidez de solos, Rio de Janeiro, RJ (1984).

baixos valores de absorção de água e elevados va-

6. MB 305 (1987) Argila, argamassas, concreto

lores de resistência mecânica. Finalmente, a argila

e cimento refratário – Determinação da retra-

AC apresenta retração nula, com leve expansão

ção linear após secagem. ABNT, Rio de Janeiro.

nas temperaturas típicas de cerâmica vermelha, os

7. American Society for Testing and Materials

menores valores de absorção de água e por outro

– ASTM, Water Absorption, Bulk Density, Appa-

lado, baixos valores de resistência mecânica; • os resultados indicaram que é possível formular massas de cerâmica vermelha, sobretudo telhas, interesse deste trabalho, com as argilas AC e TC. A argila AC seria uma argila menos plástica que reduziria a absorção de água e a retração linear. Por outro lado, a argila TC daria o aporte necessário de plasticidade e de resistência mecânica. As ar-

rent Porosity, and Apparent Specific Gravity of Fired Whiteware Products, C 373-72, 1972. 8. American Society for Testing and Materials – ASTM, Flexural Properties of Ceramic Whiteware Materials, C 674-77, 1977. 9. M. Marsigli, M. Dondi, Plasticitá delle Argille Italiane per Laterizi e Previsione del Loro Comportamento in Foggiatura L’Industria dei Laterizi, v. 46, (1997) 214.

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gilas AV e TE são dispensáveis para a formulação de massa. A argila TE é excessivamente plástica e apresenta ainda muita retração e elevada absorção de água. Já a argila AV, embora tenha plasticidade adequada, apresenta elevada absorção e baixos valores de resistência mecânica.

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DESENVOLVIMENTO

Fabricantes de equipamentos at O avanço da tecnologia aliado à evolução de

tadora nº 12, que trata de máquinas e equipamentos,

equipamentos e máquinas não implica apenas na

alterada pela portaria nº 197, de 17 de dezembro de

melhoria dos produtos e agilidade dos processos. A

2010, e retificada no dia 10 de janeiro pela Secretaria

modernização requer cautela e preparo das empre-

de Inspeção do Trabalho. A NR 12 deve evitar o aci-

sas no que se refere a uma questão importante, mas

dente típico e a mutilação dos trabalhadores e cons-

que muitos empresários fazem vista grossa. Empre-

cientizar empregadores e trabalhadores sobre boas

ender, contribuir com o desenvolvimento de uma

práticas em segurança do trabalho. A nova redação,

cidade ou região, gerar emprego e renda, crescer

discutida por uma comissão tripartite por um longo

economicamente e ter lucros faz parte da meta de

período, foi necessária em face à evolução tecnoló-

qualquer empresa, seja ela pequena, média ou de

gica e modernização das indústrias. Para a reformula-

grande porte. Porém, o que muitos acabam deixando

ção, foram levadas em consideração as leis nacionais

no último item de seus planejamentos, é a questão

e estrangeiras e também a experiência dos auditores

da segurança no trabalho. E uma das questões que

fiscais do trabalho, responsáveis por fiscalizar os am-

colabora para essa situação é a legislação brasileira.

bientes de trabalho e fazer os laudos dos acidentes.

Normas existem, mas elas não acompanharam a evo-

A nova NR12 muda a rotina dos fabricantes de equi-

lução da tecnologia e a impressão que se tem é que,

pamentos e fornecedores, a partir do momento que

pelo menos algumas delas, não menos importantes

apresenta exigências importantes e aumenta o en-

do que outras, pararam no tempo.

foque de prevenção de riscos e acidentes, individu-

Um exemplo positivo é a nova norma regulamen-

al e coletivamente. Mesmo elogiando a alteração, o professor dos cursos de educação

Dados da Inspeção em Segurança e Saúde no Trabalho - Brasil

continuada na área de segurança

Acumulado - Janeiro / Dezembro Setor Econômico

Ações Fiscais

Trabalhadores alcançados

Notificações*

do trabalho da Satc, de Criciúma,

Autuações **

Embargos / Interdições

Acidentes analisados

e bombeiro comunitário, Reginal-

Agricultura

10.914

1.236.457

13.402

7.461

189

71

do da Silva, levanta uma observa-

Comércio

37.365

2.934.060

21.985

5.268

421

197

Construção

33.762

2.523.028

16.353

14.640

3.350

489

ção. “A norma ficou ótima, porém

2.524

315.680

279

207

10

8

Educação Hotéis/Restaurantes

Indústria

5.618

278.848

1.546

688

16

26

Ind. Alimentos

6.171

1.607.607

3.862

2.319

193

116

Ind. Madeira e Papel

2.336

199.716

1.581

806

95

41

Ind. Metal

9.213

1.671.558

10.383

3.563

339

237

Ind. Mineral

3.803

378.776

4.987

3.169

257

102

Ind. Químicos

3.347

788.991

2.662

1.528

80

94

Ind. Tecido e Couro

5.526

746.364

3.426

955

35

36

Indústrias - Outras

2.112

179.711

1.303

481

36

60

1.610

624.092

372

317

5

5

Instituições Financeiras Saúde

Serviços Transporte Outros TOTAL

9.166

1.129.304

9.963

1.446

36

42

10.846

2.944.203

4.126

2.713

128

155

9.878 3.874

2.059.162 914.863

3.146 1.254

1.661 714

64 50

105 37

158.065

20.532.420

100.630

47.936

5.304

1.821

2 0 0 9

alguns itens acabam sendo repetitivos e fica cansativo para nós que lidamos com ela constantemente. Um exemplo é a parte que fala de ergonomia, sendo que a NR 17 já trata especificamente deste tema”, explica. Muito mais extensa do que a versão anterior que contava com um texto base de itens principais e dois anexos, um para motos-

Fonte: Sistema Federal de Inspeção do Trabalho

serras e outro para cilindros de

* Concessão, pelo auditor-fiscal do trabalho, de prazo para regularização ** Início do processo administrativo que pode resultar na aplicação de multa

massa, a norma atualizada traz

54

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10


DESENVOLVIMENTO

os atentos à nova NR 12 texto base com 19 itens principais, três apêndices,

8 de junho de 1978. Em 1983 passou pela primeira

sete anexos e um glossário, o que garante mais cla-

alteração. O anexo que trata de motosserras foi incor-

reza e detalhes sobre instalações e dispositivos de

porado em 1994 e o de cilindros de massas em 1996.

segurança. O profissional lembra que a partir de 2004

Em 1997 e 2000 algumas mudanças foram acrescen-

as normas passaram a enfatizar não apenas a preven-

tadas, mas nada se compara à transformação sofrida

ção, mas também a educação de quem está dentro

no final de 2010.

da empresa. “A intenção é que o colaborador cobre

Uma das questões mais discutidas durante a con-

do empregador e antes de lidar com equipamentos

sulta pública da norma foi o problema das máquinas

seja treinado, vá para a sala de aula e só depois vá tra-

usadas que não possuem proteção ou com proteções

balhar”, esclarece.

inadequadas. A nova NR 12 estabelece os requisitos

Silva divide em três grupos as empresas, quando

mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do

o assunto é segurança. “Existem as empresas que se

trabalho nas fases de projeto e de utilização de má-

preocupam primeiro com a segurança e depois com

quinas e equipamentos, define referências técnicas,

a produção, aquelas que ajustam as duas questões e

princípios fundamentais e medidas de proteção a se-

aquelas que engavetam as normas. Alguns empresá-

rem adotadas para garantir a saúde e a integridade

rios estão se dando conta de que é mais fácil investir

física dos trabalhadores.

em segurança do que gastar depois de um acidente

“Esse é o caminho. A evolução tecnológica está

de trabalho com o funcionário machucado”, relata. No

aí. Muitas normas ainda precisam ser revisadas, pois

Brasil a segunda área com maior índice de acidentes

têm a redação de 1978. Há técnicos hoje que lidam

é a metal mecânica, na qual a média de afastamento

com estes textos e precisam decifrar alguns termos

do trabalhador da empresa é de seis meses.

que não são mais utilizados”, conclui.

NC

De acordo com o Ministério do Trabalho, a área da construção

Dados da Inspeção em Segurança e Saúde no Trabalho - Brasil

registra o maior índice de aciden-

Mês de Janeiro/ Novembro

te de trabalho. Em 2009 foram 489 acidentes analisados. De ja-

Setor Econômico Agricultura

neiro a novembro de 2010 foram

Comércio

462. Na indústria metal mecânica

Educação

em 2009 foram 237 acidentes. De

Construção Hotéis/Restaurantes Ind. Alimentos

janeiro a novembro do ano pas-

Ind. Madeira e Papel

sado foram 192.

Ind. Mineral

A criação de um grupo de trabalho permanente para discutir melhorias é outra novidade com a proposta de, a partir de agora, a norma passar a ser atualizada constantemente. A NR 12 foi criada pela Portaria 3214, de

Ind. Metal Ind. Químicos Ind. Tecido e Couro Indústrias - Outras Instituições Financeiras Saúde

Serviços Transporte Outros

TOTAL

a ri st ú d In

Ações Fiscais

Trabalhadores alcançados

Embargos / Notificações* Autuações ** Interdições Acidentes analisados

9.223 30.481 28.023 1.983 5.666

958.289 1.967.486 2.302.717 245.803 237.313

15.218 16.743 14.057 253 801 3.818 2.800 7.288 4.602 2.502 4.055 1.749 337 5.268 2.433 2.459 1.034

7.391 6.526 18.131 202 57 6 2.399 694 3.133 2.911 1.479 1.309 554 233 1.654 2.403 1.637 883

149 345 2.644 4 33 178 66 216 128 78 23 37 2 46 90 58 49

66 177 462 7 23 159 39 192 89 118 55 35 2 74 106 65 32

4.222 1.720 6.326 3.006 2.613 4.404 1.747 1.123 4.128 7.729 6.932 3.095

1.241.344 154.504 1.483.789 249.310 620.013 776.997 150.920 177.674 842.170 2.210.370 1.168.632 697.878

122.421

15.485.209

85.417

52.115

4.146

1.701

2 0 1 0

Fonte: Sistema Federal de Inspeção do Trabalho * Concessão, pelo auditor-fiscal do trabalho, de prazo para regularização ** Início do processo administrativo que pode resultar na aplicação de multa

NovaCer ● Fevereiro 2011 ● Edição 10

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MEIO AMBIENTE

A extração de argila e suas consequências Primeiro passo para os ceramistas iniciarem a produção de cerâmica vermelha, a extração da matéria-prima em algumas regiões do país não acompanha o desenvolvimento. Nesta entrevista, o geólogo da Minerais do Paraná/Mineropar, Luciano Loyola, dá sua opinião sobre a forma correta de extração de argila. A Mineropar é uma empresa de economia mista, vinculada à Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul (SEIM).

NovaCer - Como é feita a extração de matéria-prima atualmente? Luciano Loyola - De maneira geral, ocorre um acordo entre o ceramista e o superficiário (dono da terra). Este proprietário busca uma parceria que lhe permita ter uma fonte de recursos ou a execução de uma obra, como um tanque. O ceramista calcula o volume provável de argila que poderá tirar e propõe um acordo. Não é sempre que é feita a documentação para a legalização mineral e ambiental.

NC - Quais as consequências da forma como é feita a extração da argila? LL - Para os proprietários dos terrenos, dificilmente o resultado é aquele que esperava. Geralmente as cerâmicas retiram o material na velocidade de seu consumo, o que ocasiona uma série de transtornos ao proprietário, principalmente a poeira levantada, o ruído e a demora para a devolução da terra. Para as cerâmicas existe o problema da falta de entendimento técnico adequado de como executar uma lavra. Os encarregados buscam retirar a argila que eles consideram como sendo a de melhor qualidade, resultando em um terreno repleto de buracos isolados, lembrando uma paisagem lunar. O ceramista raramente faz a correta avaliação do custo da extração de argila, ignora diversos custos e, ao final, deixa de aproveitar algumas argilas por que as considerou de pior qualidade. O que acaba por aumentar o custo da extração.

NC - Quais são os dispositivos importantes para extração mineral? LL - Os ceramistas precisariam ler mais sobre as legislações existentes, desde a Constituição Federal. Devem entender que aquela argila que extrai não lhe pertence e, tampouco ao proprietário do terreno. Esta argila é propriedade da União. Para toda a sociedade é importante que a lavra seja feita de maneira a aproveitar da melhor maneira possível aquela matéria-prima. 56

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MEIO AMBIENTE

NC - Qual sua opinião sobre as cooperativas assumirem a extração mineral para os ceramistas? LL - Em qualquer outra área da mineração, quando feita de maneira profissional, uma área a ser lavrada é inteiramente pesquisada, isto para que seja lavrado o minério de qualidade média daquela jazida. Para isto, blendam-se os materiais de características diversas. O estudo para um melhor aproveitamento é coisa séria. Os ceramistas devem entender que são bons ceramistas, mas não são bons mineradores. Caso as cooperativas realizem a sua lavra de forma competente, suas atividades serão muito bem-vindas. Sugiro apenas que se cerquem de profissionais da mineração.

NC - Quais os impactos ambientais têm sido causados com a extração de argila de forma ilegal? LL - O que se observa por aí, e por isso é difícil defender o ceramista junto as instituições ambientais, são áreas abandonadas de maneira que fica muito difícil a sua recuperação futura. Estes famosos encarregados, geralmente valorizados por que sabem conduzir bem um trator ou uma retro-escavadeira, etc., não são profissionais treinados para fazer uma boa lavra. É muito comum ver áreas próximas às drenagens, que são cavocadas em busca daquela considerada melhor argila, sobrando vários buracos com água empoçada. Um dos maiores problemas é que os grandes ceramistas, caso atuem também de maneira ilegal, estarão se equiparando àqueles ceramistas que utilizam a ilegalidade como arma para baixar os preços de seus produtos. Isto é muito ruim para o consumidor final e para a sociedade como um todo.

NC - Qual a vantagem de deixar de extrair argila individualmente? LL - O trabalho em conjunto, por movimentar maiores quantidades de material, permite a economia em escala. Quantos conhecem jazidas de argila onde fica um trator parado lá o dia inteiro e só funciona quando chega o caminhão. Estes equipamentos são muito caros, o retorno financeiro deles poderia ser muito maior. Até para a negociação e legalização de áreas, o trabalho conjunto facilitaria muito. Já vi muitos proprietários de terra bastante insatisfeitos, pois aqueles caminhões de argila passam duas, três vezes ao dia em sua propriedade, levantando poeira e assustando a criação. Caso fosse feito um trabalho conjunto, a lavra poderia ser rápida e o material estocado de forma adequada para uso subsequente.

NC - Na sua opinião, qual a forma correta de extração? LL - Cada área é diferente da outra, por isso é preciso estudar suas características. Vamos exemplificar, supomos que em uma área a argila plástica (A) (considerada boa) representa 30% do volume, há mais 50% de volume de outro tipo de argila (B), mais fraca e, há ainda 20% de uma porção mais arenosa (C). O correto seria ter uma pilha de estoque com 30% da argila A, 50% da argila B e 20% da argila C. Isto se considerarmos que estamos trabalhando em apenas uma área. Se esta área for em região de várzea, sempre devemos começar a lavra da parte mais baixa para cima, evitando que a água fique empoçada. Caso esta água e a água de chuva transporte sedimentos em suspensão, deve-se prever os tanques de sedimentação antes dos rios. É imprescindível que a recuperação ambiental inicie junto à extração. Não se deve deixar para o final, pois o pessoal desiste por achar que é muito caro. Os planos devem ser muito bem elaborados. Deve-se evitar contratar profissionais que são baratos. A experiência diz que os bons profissionais da área da geologia, apesar de terem preços de serviço mais caros, representam uma grande economia ao final do processo. Sempre somar todos os custos, desde a negociação com o proprietário, combustível, salários dos maquinistas, custos de legalização e custos de recuperação, entre outros. Respeitar o proprietário do terreno e sua família. Caso seja eficiente na lavra, recuperação e entrega da terra, será bem visto em sua região. 58

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MEIO AMBIENTE

NC - O que é preciso levar em conta para extrair argila? LL - Sou contra a prática que está sendo difundida, que é a de fazer estoques de argila que representam apenas as características que as argilas tinham em seu local de origem. O pessoal está simplesmente transportando da jazida para seu estoque. E cada monte tem uma característica que foi analisada de forma aleatória, sem embasamento técnico adequado. A prática da mistura controlada da futura massa cerâmica já provou ser mais eficiente. Caso eu esteja errado, gostaria que me provassem cientificamente. Então, eu diria que é preciso analisar as características técnicas daquela região específica. Para isso, uma boa prospecção da área e ensaios em laboratórios competentes. Nós, na empresa em que trabalho, adotamos a prática de realizar ensaios junto com o conhecimento geológico. Deve existir o diálogo entre o técnico de campo e o de laboratório. Na região oeste do Paraná, por exemplo, os laboratórios das cerâmicas começaram a utilizar a técnica de análise do resíduo. As argilas daquela região são de origem de transformação de rochas pré-existentes, as pedras ferro, ou basalto. Estas rochas, por características geológicas, não tem grandes cristais, nós as chamamos de rochas afaníticas (sem cristais visíveis). As argilas originárias delas não têm resíduos. Daí o pessoal fica desesperado tentando encontrar 17% de resíduo, o que é quase impossível. Por isso, é bom enfatizar, principalmente para os prestadores de serviço, que procurem trocar informações com profissionais que realmente conheçam a geologia local. Em um caso desses, outros parâmetros de ensaio deveriam ser levados em consideração. Não se deve trazer receitas utilizadas em outras regiões do país sem antes ter certeza que as características das argilas sejam pelo menos semelhantes. Com as informações corretas em mãos, é possível traçar a estratégia correta de lavra e melhor aproveitamento daquela área. Depois de entendido como funcionam as argilas daquela região, fica muito mais fácil tomar as atitudes corretas em novas áreas. Posso garantir que, quando este tipo de conhecimento estiver difundido, poderá se atacar outras áreas desta indústria, que é o fornecimento de equipamentos. Outro dia troquei ideia com um geólogo italiano, de um instituto de pesquisas. Ele me escreveu assustado com nossa realidade, pois na Itália, segundo este profissional, os fornecedores de equipamentos só entregam equipamentos adequados àquelas matérias-primas daquela indústria. Apesar das críticas acima, eu sou um defensor do setor cerâmico. Gostaria muito que esta fantástica indústria evoluísse e ficasse distante das críticas da sociedade. A imagem que tracei acima não é geral, pois ainda bem que existem inúmeros focos, em todo o Brasil, de um bom desenvolvimento. São sindicatos e associações buscando seu aperfeiçoamento. São instituições como o Senai e Sebrae, várias universidades, a Mineropar no Paraná, entre tantas outras, debruçando-se para que esta evolução aconteça. Quem sabe, num futuro bastante próximo as indústrias como um todo já estarão realizando a boa prática e 60

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