Revista Novacer Edição 69 Janeiro 2016

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Entrevista com o mágico francês Eric Chartiot

Ano 6

Janeiro/2016

Edição 69

www.novacer.com.br

Biomassa Uso destes combustíveis permite a solução no consumo eficiente de energia e gera matriz energética verde.

Seminário de cerâmica vermelha é realizado em SC

Direxa Engineering lança forno túnel sem vagões

Feiras prometem movimentar o setor


O forno pode ser construído nos tamanhos de: 18,0m x 3,0m x 2,8m / 18 ,0m x 4,0m x 2,8m / 20,0m x 3,0m x 2,8m 20 ,0m x 4,0m x 2,8m / 24,0m x 3,0m x 2,8m / 24 ,0m x 4,0m x 2,8m

Comparando o custo final com os demais fornos do mercado o forno vagão metálico fica em torno de 40% a 60% mais barato e construído aproximadamente 60 dias.

O sistema de isolamento térmico em fibra cerâmica nas paredes, aplicados em módulos de 2m de comprimento eliminando propagação e fuga de calor, proporcionando uma economia de até 50% no combustível (madeira, cavaco e serragem, entre outros). Outra vantagem é o fantastico resultado da queima, tijolos queimados uniformimentes, tanto na parte superior da carga como na parte inferior da carga nao tendo tijojos requeimados ou sem queimar. Economia de mão de obra devido a facilidade no carregamento do tijolo para plataforma do vagão para queima e facilidade do descarregamento do tijolo depois de queimado diretamente no caminhão. Este forno esta totalmente em conformidade com as exigência do Ministério do Trabalho, ele evita que o funcionário entre dentro do forno com temperatura elevada. Após retirada do vagão os tijolos estão resfriados após 2 horas.

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SUMÁRIO

MEIO AMBIENTE 14: Potencial do uso da biomassa nas cerâmicas

Fotos da capa: Messe München International

EDITORIAL 12: Carta ao Ceramista

DESENVOLVIMENTO

TECNOLOGIA

FEIRAS

18: Seminário de cerâmica vermelha é realizado em SC

20: Direxa Engineering lança forno túnel sem vagões

22: Feiras prometem movimentar o setor

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Impressão Gráfica Soller Tiragem 3500 exemplares

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Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados


ENTREVISTA

ARTIGO TÉCNICO

26: A força da segurança

30: Estudo da incorporação de resíduo de rocha na fabricação de blocos cerâmicos e telhas

SUMÁRIO

Janeiro 2016 DESENVOLVIMENTO 24: Cerâmica Gravatá: ontem, hoje. E amanhã?

DESENVOLVIMENTO 35: Cerâmica Toebe: evolução de sucesso

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EDITORIAL

Carta ao Ceramista A reportagem especial da primeira edição do ano abordou o potencial do uso da biomassa nas cerâmicas. Conforme especialistas, o uso de biomassas alternativas está crescendo, pois, além da abundância no Brasil, permite a solução no consumo eficiente de energia, além de gerar matriz energética verde. Saiba por meio da reportagem os principais benefícios da biomassa e como evitar desperdícios. Conheça também nesta edição as principais feiras que serão realizadas em 2016. A NovaCer pesquisou as datas dos principais eventos do setor, que são oportunidades para ampliar contatos e conhecer novos produtos e tecnologias. No mês de janeiro, a NovaCer traz uma reportagem especial sobre a cerâmica Toebe, do Rio Grande do Sul. Conheça um pouco da história desta empresa fundada em 1º de dezembro de 2011, em Santa Helena, no Paraná. Além disso, conheça o forno túnel sem

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vagões lançado pela Direxa Engineering, empresa de engenharia especializada na Indústria de Material de Construção, com conhecimento na indústria de cerâmica técnica. O novo forno chamado Skate Kiln “SK” queima todo tipo de material de cerâmica vermelha, cerâmica branca e cerâmicas técnicas. A entrevista especial deste mês é com o o mágico francês Eric Chartiot. Ele fala sobre como melhorar a segurança das pessoas no ambiente profissional. Sabe-se que acidentes no trabalho representam perdas enormes para as empresas em termos financeiros, mas, principalmente, para a vida das pessoas que sofrem acidentes. Nesta entrevista, ele fala sobre como mudar a realidade da segurança no trabalho, que significa, para ele, levar as pessoas a se conscientizarem sobre a Força da Segurança. Aproveite a leitura!

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MEIO AMBIENTE

Potencial do uso da biomassa nas cerâmicas A emergência das questões ambientais e da legislação que restringe o uso de lenha nativa de diversos biomas já vem há a tempos levando a indústria de cerâmica vermelha a buscar alternativas. A afirmação é do consultor em cerâmica vermelha e técnico em cerâmica da Anicer Edvaldo Maia. Conforme ele, o uso de biomassas alternativas está crescendo, pois, além da abundância no Brasil, permite a solução no consumo eficiente de energia, além de gerar matriz energética verde. Ainda de acordo com Maia, os principais benefícios da biomassa são preço baixo e definido pelo mercado regional, menor vulnerabilidade às mudanças macroeconômicas, reposição florestal, administração de projetos (manejos, fretes, reflorestamentos, etc), garantia de autossuficiência, segurança

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quanto ao suprimento futuro, capacidade de gerar a própria energia elétrica e possibilidade de ter receita com “Créditos de Carbono”. Além disso, Maia afirmou que a Biomassa é renovável, retira CO2 da atmosfera, possui leis de proteção mais severas e dá à empresa uma imagem ecologicamente positiva. Entre as principais fontes de biomassa estão a lenha de reflorestamento (eucalipto); resíduo moveleiro; cavaco; serragem; serragem com outras fontes (exemplo: castanha). Pela ordem os mais utilizados são a lenha de reflorestamento (eucalipto, pinho, sabiá, bambu, etc); cavaco (lenha picada), serragem, maravalha, briquetes, carvão; cascas (coco, arroz, castanha, algodão, café, etc); palhas (ccoco, carnaúba, etc); bagaço e as palhas da cana; capim, aparas, podas e resíduos agropecuários.


de árvores, perda dos nutrientes do solo, erosões e emissão excessiva de gases. “A queima da lenha como combustível nas cerâmicas emite poluentes para a atmosfera. Para o controle das emissões, é necessário um monitoramento periódico através de laudos laboratoriais. O filtro instalado na chaminé é uma das alternativas para impedir a liberação de poluentes”, completou. Atualmente, conforme Lima, ainda se usa lenha e derivados processados, como serragem e lenha picada, entre outros, mas segue em desenvolvimento em todo o Brasil alternativas em biomassas, combustíveis líquidos e gasosos.

MEIO AMBIENTE

Conforme o engenheiro ceramista Clement Cadier, as principais características das biomassas são umidade, densidade e poder calorífico. Além disso, são acessíveis e fáceis de armazenar. Outra vantagem, conforme o consultor técnico da Anicer Osíris Lima, é que o uso de uma biomassa renovável substitui a necessidade de uso de lenha nativa, óleo BPF e gás, que são recursos não renováveis. Já a grande desvantagem, conforme a engenheira ambiental Cíntia Casagrande, é que o seu uso sem o devido planejamento pode ocasionar a formação de grandes áreas desmatadas pelo corte incontrolado

Imagem de empresa “ecologicamente Correta” A cerâmica que consome biomassa deve passar uma imagem de empresa “ecologicamente Correta”, conforme o consultor em cerâmica vermelha Edvaldo Maia. “Precisamos quebrar este paradigma de que a cerâmica é poluidora e mostrar que usamos fontes alternativas e que solucionamos em muitos casos o problema (passivos) de outros setores que geram resíduos como por exemplo das serrarias, indústrias moveleira e agroindústria. Maia ressaltou que o uso de biomassa pode “gerar e negociar créditos de carbono no mercado internacional por meio de diferentes operações, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), pelo 12° artigo do Protocolo de Quioto”. “A negociação dos créditos de carbono possibilita que as empresas cerâmicas possam investir na produção e em novos equipamentos, ao mesmo tempo em que reduzem a emissão de poluentes”, destacou o consultor. “Eu, particularmente, nem considero biomassa uma alternativa e sim que o Brasil, por sempre dispor em todo território de recursos naturais quase gratuitos, o empresariado acostumou-se em anos passados a não ge-

renciar e colocar no custo de seus produtos o valor dos insumos necessários ao processamento destes. Outro fator importante é que a cerâmica tem papel importante na solução de problemas de resíduos de outras ramificações fabris, a exemplo, o uso de palha de arroz no sul do País, onde antes esse resíduo seria um passivo ambiental de solução complicada ao agronegócio e hoje a cerâmica faz uso da palha sem maiores prejuízos ao meio ambiente”, relatou o consultor técnico da Anicer, Osíris Lima.

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MEIO AMBIENTE

Evite desperdícios O ceramista vai evitar desperdícios otimizando o processo de queima e de secagem, conforme o engenheiro cerâmico Clement Cadier. São formas de impedir o desperdício evitar vazamento de ar no secador e no forno; otimizar a recuperação de calor do forno para o secador; evitar requeima do material; otimizar a isolação térmica do forno e do secador; e escolher a tecnologia de forno e secador

privilegiando as tecnologias contínuas como o forno túnel. Lima complementou que cada forno é concebido para determinada técnica de queima e os combustíveis também devem ser utilizados conforme suas características, para se conseguir o maior potencial de energia possível. “Tudo deve ter projeto em uma empresa”, acrescentou.

Adoção da Biomassa A maioria das soluções técnicas de secagem e de queima é adaptável ao uso de biomassa, conforme o engenheiro cerâmico Clement Cadier. “O ceramista precisa contratar uma empresa especializada em processo cerâmico para usar a biomassa de maneira eficiente. Em paralelo, precisa desenvolver parceiros locais para abastecimento de biomassa”. Entre os erros mais comuns quando o ceramista passa a utilizar biomassa em sua cerâmica, segundo Cadier, é subestimar a variação da biomassa. “Diferentemente de outros combustíveis, a biomassa apresenta variações de poder calorífico, densidade e umidade. O ceramista precisa se preparar com equipamentos e áreas de estoque para

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minimizar essas variações”, destacou. O consultor técnico da Anicer Osíris Lima complementou que tudo se resume ao erro de se utilizar algo sem o completo entendimento e sem a estrutura necessária. “E ainda, sem controle e gestão quando em uso, para verificar se tudo corre conforme o previsto”. “Sempre recomendo que tudo parta de um projeto, com análise de viabilidade técnica, econômica e de desempenho. São várias as biomassas. A Anicer tem em seu projeto “Cerâmica Sustentável é + Vida” uma consultoria toda dedicada a essa demanda do setor”, disse Lima. Para o professor na área de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Abdel Hach, o erro mais comum é a falta de gestão dos re-


MEIO AMBIENTE

curso energéticos. “A maioria dos ceramistas trabalha para atender o mercado que é geralmente instável. Este erro é resultado de falta de gestão da macroeconomia e estratégias claras do executivo a nível Federal. Nenhum ceramista é tão inconsequente para modificar seu sistema energético com recursos financeiros próprios, sem garantia de uma economia estável que possa absorver seu investimento financeiro”, disse. A preocupação de todo ceramista, conforme Maia, deve ser reflorestamento, manejo e o uso de resíduos. Segundo ele, o ceramista deve verificar e intensificar as pesquisas em sua região para saber os tipos de biomassa disponíveis. Há também a necessidade de projetos e pesquisas para tornar o uso destas tecnologias viável à indústria ceramista. “Portanto, os ceramistas devem procurar diversificar suas fontes de suprimento de combustíveis e saber sobre a disponibilidade, os preços e as formas de utilização dos diversos tipos de combustíveis que podem ser usados. A Biomassa é o combustível ideal, sob vários aspectos, para ser usada nas indústrias de cerâmica vermelha e vem sendo a solução no uso de combustíveis do setor”, relatou o consultor técnico da Anicer Edvaldo Maia. Lima ainda complementou que desde a carta de Pero Vaz de Caminha, sabe-se que o Brasil é a terra onde se plantando, tudo dá. “Portanto, com as técnicas modernas, planejamento estratégico e estudos técnicos específicos, o Brasil tem potencial de resolução de seus problemas energéticos com uso de biomassa”, finalizou.

Energias renováveis Conforme o consultor técnico da Anicer, Osíris Lima, “um país em desenvolvimento, que mesmo em crise tem seu consumo energético sempre batendo recordes máximos e não tem um plano de geração de energia renovável, está fadado ao caos energético, que gera custos cada vez mais elevados e que serão sempre repassados aos industriais e ao consumidor final dos

produtos”. “É fato e necessidade do mundo contemporâneo incentivar a produção de energias renováveis ou alternativas de energias limpas, porque é necessário reduzir os grandes impactos ambientais no que diz respeito ao efeito estufa e contribuir no rearranjo de equilíbrio climático global. Antes que seja tarde”, complementou Abdel Hatch. NC

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O Sebrae/SC e o Sindicer de Morro da Fumaça promoveram o 1º Seminário de Desempenho da Cerâmica Vermelha, em Criciúma, Santa Catarina. O evento ocorreu no dia 24 de novembro, no auditório principal da Associação Comercial e Industrial de Criciúma (Acic), das 15 às 22 horas. Durante o evento, foram abordados temas como Ciclo de Vida do Material Cerâmico; Comparativo do Produto Cerâmico; Normas de Desempenho (vedação vertical -NBR 15575); Norma de Produto Acabado (NBR 15270 / 13330); Condicionantes para Aprovação de Credito; e Adequação do Material Cerâmica a IN 009. O seminário reuniu construtoras, empreiteiras, escritórios de engenharia e arquitetura, Sinduscon´s, conselhos de classe e elos da cadeia da construção. Um dos palestrantes foi o consultor técnico da Anicer, Bruno Frasson. Ele apresentou a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos cerâmicos. “A ACV é uma abordagem reconhecida internacionalmente que avalia o potencial impacto no meio ambiente e na saúde humana, iniciando com

Foto: Cerâmica Zanette

D E S E N VO LV I M E N T O

Seminário de cerâmica vermelha é realizado em SC

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a extração de matérias-primas, incluindo transporte, produção, uso e finalizando com o tratamento do fim da vida útil. É utilizada uma metodologia definida pela Organização Internacional de Normalização (ISO 14040 2006; ISO 14044 2006). É o único método que pode avaliar globalmente todas as fontes e tipos de impactos de um produto, processo ou serviço”. Outro palestrante que participou do evento foi o professor Vitor Nandi. Ele falou sobre Normas Técnicas, a NBR-15310 Telhas, Terminologia, Requisitos e Métodos de Ensaio - e NBR-15270 - Blocos de Alvenaria de Vedação e Estrutural, Terminologia, Requisitos e Métodos de Ensaio. “Abordei a importância das normas no processo de fabricação de cerâmica vermelha, bem como apresentei aos participantes (engenheiros, arquitetos, estudantes, construtores, etc.) que eles também devem cobrar das empresas fabricantes que os materiais cerâmicos que eles utilizam estejam cumprindo as normas, que eles exijam os laudos das empresas. Assim irá garantir um


melhor material para as suas construções, pois atende todos os requisitos de norma, bem como da nova norma de desempenho (NBR 15575). “Já estamos pensando em temas e programação para o próximo evento. Esse primeiro teve a participação de mais de 350 pessoas, foi uma grande conquista. E esperamos com isso agregar valor e qualidade ao nosso material que já é um produto que tem mais de 10000 anos de tradição”, disse. Foto: Cerâmica Zanette

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material de qualidade e também obriga as empresas a se adequarem, trazendo consigo um avanço tecnológico”. Durante esta palestra, também foi apresentado os requisitos e métodos de ensaio que a norma exige juntamente com seus limitantes. “Reforçamos também a qualidade que nossos produtos cerâmicos são produzidos e seu valor agregado, mostrando que nossos tijolos e telhas não são apenas complemento de obras, mas sim um material que agrega beleza e recursos técnicos, sendo um dos únicos materiais que possui baixa condutividade térmica, alta resistência ao fogo e isolamento acústico, garantindo assim qualidade nas construções”, disse Nandi. O seminário, segundo Nandi, possibilitou uma aproximação dos fornecedores de cerâmica vermelha com seus potenciais clientes, que esclareceram dúvidas e saíram convictos de que a cerâmica vermelha é o

Principais resultados da ACV Blocos cerâmicos:

- Baixo impacto nas Mudanças Climáticas: emitem 50% menos CO2-eq. que o bloco de concreto e 66% menos que as paredes de concreto armado moldadas in loco. A baixa emissão de gases de efeito estufa se dá porque os blocos cerâmicos utilizam fontes de energia renovável em sua fabricação, como o cavaco de madeira e biomassas descartadas por outras indústrias, ajudando a limpar o meio ambiente. - Causam menor esgotamento de recursos não renováveis, consumindo 43% menos que os blocos de concreto e 63% menos que uma parede de concreto armando moldada in loco; - Consomem 24% menos de água que uma parede construída com blocos de concreto e 7% menos que a parede de concreto armado moldada no local.

Telhas cerâmicas:

- Emitem 52% menos de CO2-eq. do que o equivalente utilizando telhas de concreto. Além de que a fabricação de telhas cerâmicas utiliza fontes de energia renovável; - São 15-20% mais leves por metro quadrado de telhado; - Fazem menores distâncias de transporte, resultando em menores emissões de CO2 na atmosfera. - Impacto 57% menor no esgotamento de recursos não renováveis que a telha de concreto, pois utilizam fontes renováveis de energia; - Consomem 72% menos água que uma cobertura feita com telhas de concreto. NC

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TECNOLOGIA Fotos: divulgação / Direxa

Direxa Engineering lança forno túnel sem vagões O forno chamado Skate Kiln queima todo tipo de material de cerâmica vermelha e branca

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Um forno túnel sem vagões foi lançado recentemente pela Direxa Engineering, empresa de engenharia especializada na Indústria de Material de Construção, com conhecimento na indústria de cerâmica técnica. O novo forno chamado Skate Kiln “SK” queima todo tipo de material de cerâmica vermelha e de cerâmica branca – como pratos, sanitários e pisos, entre outros – e cerâmicas técnicas. São vantagens desta inovação homogeneidade de queima, consumo baixo, queima rápida, layout da fábrica compacto e baixo investimento. Foram três anos trabalhando na criação deste forno. O ponto de partida para o desenvolvimento do Skate Kiln, conforme o diretor da Direxa no Brasil, Clement Cadier, foi a consciência dos principais inconvenientes da indústria de cerâmica no mundo: alto


TECNOLOGIA

investimento comparado ao faturamento e alto custo energético. “O SK é uma resposta a essas duas questões”, disse ele. O Skate Kiln é um forno túnel. A diferença é que no lugar dos vagões, possui barras de materiais refratários de Carbeto de Silício. Esse material, conforme o diretor da Direxa no Brasil, apresenta uma resistência altíssima aos ciclos de queima. “Essas barras se movem sobre um sistema de patins refratários. Deste modo, a parte metálica e de isolamento dos vagões é eliminada. O produto pode ser queimado por cima e por baixo. O produto, o suporte do produto e o sistema de rolamento estão todos na mesma câmera com a mesma atmosfera e temperatura, o que permite reduzir os ciclos de queima e o consumo”, explicou. Outro ponto que chama atenção é o tempo de queima. “Como trabalhamos com grande homogeneidade, temos ciclos de queima rápidos. Obviamente depende do produto e da argila, mas, para telhas e tijolos com furos horizontais, o mínimo seria de duas a três horas. Já para produtos maiores como blocos ou tijolos maciços o mínimo seria de quatro a cinco horas”, disse. Num primeiro tempo, a Direxa espera executar o primeiro forno com gás, em 2016. Porém, conforme Cadier, não está descartada a possibilidade de se trabalhar no futuro com combustíveis sólidos como biomassa ou petcoke. Segundo Cadier, é possível construir o

SK com larguras de até 10 metros. Com isso, é possível desenhar o forno para produção baixa, média ou alta (até 700T/dia) dependendo da demanda do cliente. Em uma cerâmica já existente, o diretor da Direxa informou que é possível adaptar o forno a um secador existente, porém, alerta que o ideal para o funcionamento desta inovação, que tem a manutenção inferior à manutenção clássica de vagões de forno, seria um projeto novo de uma cerâmica. NC

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FEIRAS

Feiras prometem movimentar o setor Os eventos são oportunidades para ampliar contatos e conhecer novos produtos e tecnologias O ano de 2016 está com calendário recheado de feiras para o setor de construção civil. A revista Novacer pesquisou as datas das principais feiras nacionais e internacionais do setor para este ano. A primeira feira do setor em 2016 será realizada em Valência, na Espanha. A Exposição Internacional de Cerâmica para a Arquitetura, Equipamentos de Banho, Pedra Natural, Matérias-Primas,

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Esmaltes, Fritas e Massas (Cevisama) começará no dia 1º de fevereiro e se estenderá até o dia 5. Em março, ocorre o Indian Ceramics. A feira será de 2 a 4, no Centro de Exposições da Universidade, em Ahmedabad, Gujarat, na Índia. Anualmente, o evento recebe mais de 5 mil visitantes de mais de 30 países. No mesmo mês, São Paulo sediará uma das maiores vitrines de lançamentos e tendências dos setores de arquitetura e construção. A Expo Revestir - Fórum Internacional da Arquitetura e Construção está marcada para acontecer do dia 1º ao dia 4 de março, no Transamérica Expocenter. De 12 a 16 de abril será realizada a Feicon Batimat, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. O evento é referência para o setor da construção civil na América Latina. Um encontro ideal para a geração de negócios de grandes marcas com os seus principais revendedores e distribuidores, para apresentação de lançamentos, produtos e novas tecnologias. Simultaneamente ao evento, acontece a Conferência Feicon Batimat, promovendo seminários de grandes entidades e empresas referências, além de reunir profissionais de renome nacional e internacional em apresentações técnicas, palestras, painéis de debates e estudos de casos. Ainda neste mês ocorre a Coverings. A feira será de 18 a 21, em Chicago, nos Estados Unidos. A Expocer 2016, Feira de Fornecedores para a Indústria Cerâmica & Mineral, será realizada de 4 a 6 de maio, no Expo Unimed Curitiba. Após três anos, a feira está de volta. Em 2016, a organização contou que o evento terá sua sexta edição reeditada. A Expocer tem como objetivo disseminar e multiplicar informações técnicas e comerciais, através do encontro entre fornecedores e consumidores do setor cerâmico e mineral promovendo, assim, a geração e realização de negócios entre


tecer de 24 a 27, no Expo Dom Pedro, em Campinas, São Paulo. Simultâneo ao evento ocorre também a 19ª Exposição de Máquinas, Equipamentos, Automotivos, Serviços e Insumos para a Indústria Cerâmica. De 28 a 30 de setembro de 2016, ocorre a The Big 5 Construct Índia, evento internacional para profissionais de construção civil. O evento ocorrerá Centro de Exposições de Bombaim, Goregaon, Mumbai, na Índia. Nesta edição de 2016, os fabricantes e distribuidores de todo o mundo e da Índia vão mostrar a ampla gama de produtos inovadores. Ainda em setembro ocorre a 24ª Exposição Internacional de Tecnologia e Fornecimento para as Indústrias de Cerâmica e Tijolo (Tecnargilla). O evento acontece de 26 a 30, em Rimini, na Itália. A feira é referência para o setor de cerâmicas, para empresas fornecedoras da indústria cerâmica e da construção. Em 2017, ocorrerá de 16 a 18 de março a feira da Associação Nacional dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos para a Indústria Cerâmica (Anfamec). O evento será realizado no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. NC

FEIRAS

visitantes e expositores. Neste mesmo mês, ocorre a Ceramics China, de 27 a 30 de maio, na cidade Guangzhou. Em julho, acontece 3ª Feira do Construtor. O evento será nos dias 20, 21 e 22. Para edição de 2016, a organização prepara uma feira de negócios multimodal, oferecendo palestras técnicas, encontro de negócios, reunindo expositores da cadeia industrial, comércio e prestadores de serviços. O objetivo é oferecer uma oportunidade de negócios diretos para empresas da cadeia da construção civil, estimulando a inovação e promovendo a competitividade empresarial. Já em agosto será Construsul. A Feira Internacional da Construção é uma das maiores feiras de construção civil do Brasil e da América Latina, consagrada por geração de negócios, congregando toda cadeia produtiva e englobando os setores de construção, acabamentos e infraestrutura. O evento acontece de 3 a 6, na Fenac, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O tradicional Encontro Nacional de Cerâmica Vermelha também ocorrerá este ano em agosto. O evento está marcado para acon-

25 th International exhibition of technology and supplies for the ceramic and brick industries

The future of ceramics

26 th -30 th SEPTEMBER 2016 RIMINI - ITALY N o v a C e r

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D E S E N VO LV I M E N T O Foto: Dilma Moura / ASC do Crea - PE

Cerâmica Gravatá: ontem, hoje. E amanhã? Por: Dilma Moura ASC do Crea-PE

Cerâmica foi uma das poucas do País que produzia tubos e conexões cerâmicos vitrificados

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Passado, presente e futuro incerto estão se confundindo em um dos empreendimentos mais arrojados instalados na cidade de Gravatá, no Agreste Pernambucano. A Cerâmica Gravatá S.A. é, atualmente, um complexo de instalações desativadas de uma das poucas indústrias do País que conseguiram produzir tubos e conexões cerâmicos vitrificados, de conformidade com as normas exigidas. Foi nesse ambiente que o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Evandro Alencar, foi conhecer não apenas as instalações e os produtos, mas o seu entusiasmado proprietário, o ceramista Walter Denis. O empresário havia proposto a visita quando da realização da Plenária Itinerante do Crea-PE, em Gravatá, no dia 17 de outubro. O objetivo era explicar a importância,


teriais comercializados ao longo de sua existência se encontram perfeitos e em operação nas obras de esgotamento sanitário e outras, em muitas regiões brasileiras e na África”, concluiu entusiasmado. Diante de tudo o que foi falado pelo ceramista e de tudo que viu do que antes podia se chamar de um negócio de sucesso, o presidente Evandro Alencar perguntou a Walter Denis como o Crea-PE poderia contribuir para ajudar a mudar o atual panorama da empresa. Do alto dos seus 82 anos e consciente das suas limitações, o ceramista disse que não há mais saúde para retomar a produção, no entanto, defende que com a manutenção da técnica pode-se erradicar grande parte das doenças causadas pela falta de esgotamento sanitário no País. Evandro Alencar concluiu o encontro parabenizando o ceramista pela qualidade dos seus produtos, pela perseverança no seu ideal e disse que não costuma prometer o que não pode cumprir ou o que não sabe o como fazer. “Me comprometo a, assim que tiver alguma contribuição, retornar aqui para conversarmos novamente. E não vai demorar”, disse o presidente do Crea-PE. Também estavam presentes à visita, os inspetores de Gravatá, Eratóstenes Viana e Vital Medeiros. NC

D E S E N VO LV I M E N T O

durabilidade e especificidades da técnica e do material utilizados para a fabricação da cerâmica antes produzida no local. No ambiente familiar, já que além de engenheiro, o presidente também já foi ceramista, Evandro Alencar conversou com Walter Denis e buscou saber mais sobre o produto e a situação da empresa. Orgulhoso, o ceramista discorreu sobre os produtos que produzia e comercializava com 100 anos de garantia, acrescentando que, graças a uma ideia sua, com adaptação em um dos equipamentos utilizados na produção da cerâmica, conseguiu a proeza de produzir um tubo de 2m45cm. A máquina, ainda no galpão desativado, assim como outras que complementavam a produção das peças, parece servir de troféu para o ceramista. No mesmo estado estão ainda os fornos que, redondos e em forma de concha, também fogem do modelo padrão utilizado à época. De acordo com Walter Denis, o material natural produzido para a execução do esgotamento sanitário foi, algumas vezes, premiado em nível nacional. Em 2000, a Cerâmica Gravatá foi selecionada e indicada pela International Quality Service para receber o título de Quality Leader, em Cerâmica, no Brasil. “No que concerne a qualidade, todos os ma-

Foto: Dilma Moura / ASC do Crea - PE NovaCer • Ano 6 • Janeiro • Edição 69

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ENTREVISTA

A força da segurança

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Melhorar a segurança das pessoas no ambiente profissional é, evidentemente, fundamental. Sabe-se que acidentes no trabalho representam perdas enormes para as empresas em termos financeiros, mas, principalmente, para a vida das pessoas que sofrem acidentes. Nesta entrevista especial, o mágico francês Eric Chartiot fala sobre como mudar a realidade da segurança no trabalho, que significa, para ele, levar as pessoas a se conscientizar sobre a Força da Segurança. Levante a mão quem gostaria de se machucar no trabalho? Quem gostaria de ir para o hospital em vez de voltar para casa? São perguntas como estas que Chartiot fala nesta entrevista especial sobre segurança do trabalho.

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NC - Que forças são contrárias à nossa segurança no trabalho? Eric Chartiot - Quando eu criei a palestra “A Força da Segurança”, logo me deparei com uma pergunta: como é possível que, apesar de tudo o que existe para melhorar a segurança das pessoas no ambiente de trabalho, ainda aconteçam tantos acidentes? Afinal de contas são 700 mil pessoas que se machucam por ano nas empresas brasileiras. Eu fui entendendo que, na verdade, o grande problema é ligado ao comportamento e que de nada serve informar se as pessoas não estão prontas a mudá-lo. Me pareceu claro que, se queria que a palestra fosse útil, eu devia ajudar as pessoas a mudar o seu comportamento. Por esta razão eu fui mostrando como cedemos às forças contrárias à nossa segurança (isso se aplica no trabalho, mas também fora dele, no trânsito, em casa, etc.) são as que dominam nosso comportamento: A força da preguiça (para que usar um E.P.I., se o serviço que tenho para fazer vai levar cinco minutos...); a força do hábito (sempre se fez assim para que mudar?); a força do “não dá nada” (acidentes só acontecem com os outros... isso não dá nada!); a força do destino (sempre

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acreditamos que o acidente estava escrito, que de qualquer maneira “era para acontecer”, quando na verdade sabemos que 90% dos acidentes no trabalho poderiam ter sido evitados...), a força do grupo (que não gosta de ver alguém mudar). Mudar a realidade da segurança no trabalho significa, no meu entender, levar as pessoas a se conscientizar sobre a existência destas forças e não se deixar mais dominar por elas, a colocar sempre em primeiro lugar a Força da Segurança. NC - Qual a importância da segurança no trabalho? EC - Melhorar a segurança das pessoas no ambiente profissional é, evidentemente, fundamental. Os números falam por si só. Sabemos que isto representa perdas enormes para as empresas em termos financeiros, mas, principalmente, sabemos o que isto representa para a vida das pessoas que sofrem acidentes. Este é o fator principal. Eu sempre digo nas palestras que “o dedo que perdemos no trabalho não cresce chegando em casa”. Os acidentes no ambiente profissional se refletem imediatamente em sofrimento na vida das pessoas. Um aci-


ENTREVISTA dente no trabalho pode representar a perda de um pai, de uma mãe, a invalidez permanente de um filho, a incapacidade de seguir uma carreira promissora, etc. A importância da segurança no trabalho se reflete no nível de felicidade na vida das pessoas, simplesmente assim. NC - Por que os trabalhadores devem valorizar o uso de equipamentos de segurança? EC - O uso do E.P.I. é um dos passos necessários para melhorar a segurança de todos no trabalho. A dificuldade é que usar um equipamento de proteção individual significa mudar seu comportamento físico e ninguém gosta de fazer isso. Nas minhas palestras eu mostro, através de exemplos simples, do quotidiano, como é difícil mudar de comportamento (qual é a orelha que usam para atender o telefone? É sempre a mesma, não é? A outra não funciona? ...). Temos um exemplo muito interessante disto: Estudos mostram que deixar de fumar é difícil por causa da nicotina, mas também pelo fato que temos que mudar de comportamento físico. O fato de ter um cigarro na mão (ao tomar um café, ao conversar com alguém, ao volante, etc.) cria um certo

tipo de comportamento e resulta muito difícil mudá-lo quando deixamos de fumar. Da mesma forma, o uso de um equipamento de segurança provoca mudanças de comportamento que temos que aceitar por uma razão simples: o E.P.I. pode salvar nossa vida! Temos que reconhecer que, em certos casos, o E.P.I. pode provocar um certo desconforto. No entanto, de novo, a verdadeira escolha não é entre um certo conforto ou um certo desconforto... a verdadeira escolha pode ser entre a vida e a morte. NC - Como evitar que acidentes de trabalho aconteçam? EC - O número que mais me impressiona quando falo em segurança no trabalho é que 90% dos acidentes poderiam ser evitados. Como? Por uma simples mudança de comportamento. Conhecer e aplicar as normas de segurança, usar os equipamentos, formar e mostrar aos outros como se proteger, criar uma verdadeira cultura da segurança na empresa, etc. Muitos dizem que acidentes são uma fatalidade. A realidade está longe disso. Acidentes acontecem porque nós deixamos eles acontecerem ou até provocamos eles. A responsabilidade é

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ENTREVISTA

nossa! Só que, claro, fica difícil admitir isso, então procuramos culpar o outro, aquele que decide de tudo... Vejamos um exemplo muito simples que não é especificamente do trabalho, mas que é muito revelador: a falta de uso de luz nas bicicletas. Muitas pessoas, muitos trabalhadores usam bicicletas para se deslocar até o serviço e voltar para casa depois. Raríssimos são os que usam luzes de sinalização (hoje em dia esses equipamentos estão muito mais presentes em bicicletas usadas para atividade física (moutain bike, por exemplo). Esses equipamentos que permitem ao motorista detectar a presença da bicicleta de longe (são leds potentes que piscam) custam em torno de R$15, valor irrisório, se pensamos que este equipamento poderá salvar nossa vida. Devo admitir que não consigo entender como alguém pode, com o número de carros nas ruas, com a falta de iluminação que conhecemos nas nossas estradas, se expor a um perigo tão grande! Numa batida contra um carro, nosso corpo não ganha! Não seria melhor tentar

evitar essa batida? Isso custa muito pouco! Uma empresa onde trabalhei fazia distribuição gratuita de kits de segurança para bicicletas para seus funcionários. Por incrível que pareça, alguns se recusavam a usá-los! Um desses, inclusive, foi atropelado por um carro, sobreviveu, mas mesmo assim continuou não querendo usar o kit de segurança... Como dizem no meu país: “Não existe pior cego do que aquele que não quer ver!”. NC - Que tipo de acidentes ainda acontecem e poderiam ser evitados nas empresas? EC - Seria muito longo descrever aqui quais são os tipos de acidentes que acontecem, pois estes dependem do tipo de atividade de cada empresa. Importante é saber que 90% deles poderiam ser evitados como vimos anteriormente. Temos que continuar batendo na mesma tecla: Só uma mudança de comportamento por parte de cada um é capaz de reduzir o número de acidentes no trabalho. O problema é que muitos ainda enxergam o respeito às normas de segurança como algo negativo. Muito responsáveis de segurança nas empresas onde trabalho me contam que os funcionários colocam o E.P.I. ao ver o técnico em segurança chegar, mas o retiram assim que este virou as costas... Esse comportamento infantil é a principal causa de acidentes. Me parece fundamental que as pessoas saibam quem elas estão enganando realmente: elas mesmo e as suas famílias que as esperam depois do serviço. Quando um funcionário se machuca e deve ficar afastado do trabalho, no outro dia alguém assume sua posição na empresa. É assim mesmo, a empresa não pode parar! Deixo a pergunta para quem nos lê: Como fica em casa? Também tem alguém para substituir o pai, a mãe? NC - De que forma os empresários podem sensibilizar seus funcionários a respeito de segurança no trabalho? EC - Acredito que o mais importante é criar uma verdadeira cultura da segurança na empresa. Formando, informando, escutando seus funcionários, realizando as mudanças necessárias para melhorar a segurança de todos. Isto exige paciência, trabalho e

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NC - De que forma os trabalhadores devem ver a segurança no trabalho? EC - Sempre digo que cada funcionário, cada trabalhador, deve se sentir presidente da CIPA e responsável pela segurança de todos. O exemplo que dou acima me parece muito revelador de como cada um deve se sentir. No entanto, ressalto que cabe à empresa criar o ambiente propício para que cada um se sinta assim. Mostrar que a segurança é uma responsabilidade de todos é muito importante. NC - Fale agora um pouco sobre trabalho em equipe. Qual a importância do trabalho em equipe no mundo corporativo atual? EC - Abordamos aqui outro assunto que também é de extrema importância. Para responder, eu faria uma pergunta simples: Podem me dar o nome de uma pessoa que, na história, fez alguma coisa de significativa importância sozinha? Ninguém consegue fazer nada importante sozinho, principalmente numa sociedade competitiva como a nossa. É impossível se atingir resultados importantes sem a colaboração de todos, sem um verdadeiro sentimento de equipe. Como dizia o famoso jogador Michael Jordan: “O talento individual vence um jogo, mas só o trabalho de uma equipe é capaz de vencer campeonatos”. NC - O trabalho em equipe tem influência na criatividade? EC - Uma equipe de qualidade é aquela que

sabe levar cada membro a mostrar o melhor de si. A criatividade é uma dessas características que podem ser desenvolvidas numa equipe eficiente. Fica claro que, quando passamos a desenvolver um papel dentro de uma equipe, nossas qualidades individuais vêm se juntar às qualidades de outros que podem ser parecidas ou completamente diferentes. Esta diversidade é fundamental para o desenvolvimento da criatividade. NC - Quais são as características fundamentais para os profissionais que vão trabalhar juntos? EC - A força de uma corrente sempre se mede pelo seu elo mais fraco. Acho que, para entender as qualidades de quem pode trabalhar em equipe, é importante saber quais são os defeitos daqueles que são incapazes de fazê-lo. Então vejamos a seguinte pergunta: Por que certas pessoas não conseguem trabalhar em equipe? porque elas têm um “ego” super desenvolvido e não conseguem entender, enxergar, o outro (estas geralmente não admitem que seu ponto de vista não seja vencedor, que sua ideia não seja escolhida, etc.); porque elas são inseguras (se eu ajudo os outros, eles podem vir a me substituir...); porque elas têm medo de expor suas fraquezas (quando, na verdade ninguém pode ser bom em tudo e aí é que justamente se encontra um dos segredos das equipes vencedoras, quando cada um sabe reconhecer suas forças, mas também suas fraquezas); porque lhes falta sinceridade e coragem para reconhecer seus erros (como é fácil culpar o outro!); porque tiveram experiências ruins no passado e não confiam mais nos outros (quer saber? Melhor eu resolver sozinho); porque lhes falta conhecimento e formação sobre o trabalho em equipe (afinal de contas não é tão fácil formar uma equipe vencedora). Como podemos ver, são muitas as razões que nos levam a não querer trabalhar em equipe. Na minha palestra sobre este aspecto da vida profissional (“A Magia do Trabalho em Equipe”) tenho a possibilidade de visitar muitas empresas e posso constatar que uma (ou várias) das razões expostas aqui está presente quando a equipe não funciona. NC

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ENTREVISTA

investimento, mas os resultados são muito maiores. Tive o prazer de apresentar minha palestra “A Força da Segurança” numa empresa que havia criado um sistema de vigilância muito interessante: cada funcionário podia informar o presidente da CIPA sobre fontes potenciais de riscos. Cada semestre o presidente devia prestar contas sobre o que havia sido realizado para melhorar a segurança. Me parece que esta é uma forma bem interessante de se criar uma cultura da segurança, pois esta não é imposta pelos responsáveis da empresa, mas vem a pedido dos próprios funcionários que se tornam mais conscientes de seu dever e de seu papel em prol da segurança.

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ARTIGO TÉCNICO

Estudo da incorporação de resíduo de rocha na fabricação de blocos cerâmicos e telhas Trabalho apresentado no 59º Congresso Brasileiro de Cerâmica,17 a 20 de maio de 2015, Barra dos Coqueiros, Aracaju (SE)

Resumo Cachoeiro de Itapemirim (ES) possui lugar de destaque na produção de rochas ornamentais. No entanto, o processo de fabricação gera quantidades enormes de resíduos, que causam enormes problemas ambientais caso sejam descartados diretamente na natureza. Este trabalho tem por objetivo a caracterização e incorporação desse resíduo na fabricação de blocos cerâmicos e telhas. Para caracterização dos materiais, foram realizados os ensaios de granulometria, análise química e densidade real dos grãos. Após a caracterização, foram moldados os corpos de prova pelo processo de extrusão e posterior queima a temperatura de 900ºC. Foram utilizadas diferentes incorporações para cada solo utilizado. Para verificação da viabilidade do uso do resíduo, foram realizados os ensaios de absorção de água, retração linear e resistência à flexão a três pontos. Os resultados obtidos indicaram a incorporação de 5% de resíduo na produção de telha e contra indicou o uso do resíduo na produção de blocos cerâmicos.

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E.B. Zanelato¹, A.R.G. Azevedo¹, J. Alexandre¹, G.C. Xavier¹, A. L. Silva², O. D. Fernandes³ 1Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, ²Universidade Federal de Campina Grande, ³Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai – Pb) – Ct Minerais

Introdução O município de Cachoeiro do Itapemirim, localizado ao sul do Espirito Santo, é um dos maiores produtores de rochas ornamentais do Brasil, com aproximadamente 600 empresas. O corte e o polimentos realizados por essas empresas geram resíduos em forma de pó, e em geral, são grandes poluentes causando sérios impactos ambientais na região. O processo de produção dessas rochas ornamentais produz cerca de 800.000 toneladas por ano de resíduo nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Ceará. Grande parte destes detritos são despejados no ambiente sem prévio tratamento, assim, o setor industrial vem sendo penalizado por ambientalistas pelos danos causados ao ecossistema da região. Uma alternativa para diminuir o impacto causado por este resíduo é a sua incorporação em segmentos da construção civil, como por exemplo, peças cerâmicas. O município de Campos dos Goytacazes-RJ, a 126 km de Cachoeiro, possui uma enorme reserva de argila, que incentivou o desenvolvimento do forte mercado de cerâmica vermelha na região. A incorporação do resíduo de rocha na fabricação de blocos cerâmicos e telhas seria uma alternativa viável, tanto para as empresas de rochas ornamentais que encontrariam destino para seu resíduo, quanto para as produtoras de blocos cerâmicos caso o resíduo melhore as propriedades do material. O objetivo deste trabalho é caracteri-


Materiais e métodos Neste capítulo são apresentados os materiais utilizados e o programa experimental do presente artigo. As argilas utilizadas no trabalho foram coletadas de uma cerâmica onde as mesmas já são utilizadas para produção de blocos cerâmicos e telhas no município de Campos dos Goytacazes-RJ. Foram coletadas quantidades de 15 kg para cada argila, onde as mesmas já se encontravam fora do seu estado natural (ou seja, não foram escavadas) empilhadas em montes nas cerâmicas. O resíduo utilizado no trabalho foi coletado em Cachoeiro de Itapemirim-ES de uma serralheria que utiliza fio de ferro no corte de pedras ornamentais. Foram coletados 20 kg de resíduo já que o mesmo é armazenado com grande umidade, em forma de lama, portanto haveria uma grande diminuição da massa do resíduo após a secagem. A caracterização dos materiais foi dividida em duas partes: caracterização física e mineralógica. A caracterização física englobou os ensaios de análise granulométrica, limites de Atterberg e densidade real dos grãos. Já para caracterização mineralógica foi feito o ensaio de Análise química. Todos os ensaios foram realizados para ambas as argilas e o resíduo, com exceção dos limites de Atterberg que não é possível ser realizado para o resíduo. A análise granulométrica foi realizada de acordo com a norma ABNT NBR 7181 (1984). Até a peneira ABNT n° 200 (0,074mm), as amostras foram classificadas por peneiramento. Abaixo deste diâmetro foi utilizada a técnica de sedimentação. No ensaio de sedimentação foi utilizada a

substância hexametafosfato de sódio como defloculante. A classificação do solo foi feita de acordo com Casagrande (1942) – Unified Soil Classification System. Classificação que é utilizada pelo U.S. Bureau of Reclamation (barragens) e U.S. Army Corps of Engineers (aeroportos). Para realização dos ensaios de Limite de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP), as argilas foram primeiramente destorroadas e passadas na peneira (ABNT) n°40 (0,42mm). O ensaio de Limite de Liquidez foi feito conforme a ABNT 6459 (1984), para isso utilizou-se o aparelho de Casagrande. Para o limite de plasticidade, foi utilizada uma placa esmerilhada e realizado de acordo com a ABNT NBR 7180 (1984). No ensaio que determina a densidade real dos grãos, foi utilizado o picnômetro e o ensaio segue as recomendações das respectivas normas: ABNT NBR 6508 (1984) e ABNT NBR 6457 (1986). A caracterização mineralógica compreende o ensaio de composição química. O ensaio de composição química fornece a composição do material analisado em torno de seus elementos constituintes e quantidades. Sua composição foi determinada através da Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios X (EDX), em um equipamento da Shimadzu EDX-700.

ARTIGO TÉCNICO

zar as argilas utilizadas para produção de blocos cerâmicos e telhas cerâmicas e do resíduo de rocha ornamental. Após a caracterização, serão realizados ensaios para verificar a viabilidade de incorporação do resíduo nos teores de 5%, 10%, 15%, além da referência sem adição de resíduo em cada argila.

Resultados e discussão O presente capítulo tem como objetivo mostrar todos os resultados apurados nos ensaios realizados em laboratório durante toda pesquisa. A distribuição granulométrica da argila utilizada em telhas apresenta 59,8% de argila e 32,7% de sílte, o que representa um total de 92,5% do solo apenas nessas duas faixas granulométricas. A argila utilizada em blocos cerâmicos apresenta 64,4% de argila e 28,4% de sílte, o que representa um total de 92,8% apenas nessas duas faixas granulométricas. Já o resíduo de fio de ferro apresenta apenas 17,7% de argila enquanto o sílte tem 77,3%, totalizando 95,0% do solo apenas nessas duas faixas. Os resul-

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ARTIGO TÉCNICO

Porcentagens Granulométricas Amostra

Pedregulho Grosso

Médio

Argila - Telha

-

Argila - Bloco

-

Resíduo

-

Areia

Sílte

Argila

6,2

32,7

59,8

4,9

28,4

64,4

3,4

77,3

17,7

Fino

Grossa

Média

Fina

-

-

0,5

0,8

-

0,6

0,6

1,1

-

-

0,7

0,9

Tabela 3.1 – Granulometria dos solos

PEDROTI XAVIER ALMEIDA

PESQUISA ATUAL

Tabela 3.2 – Densidade real dos grãos e indices de Atterberg

AMOSTRA

ARGILA -

ARGILA –

TELHA

BLOCO

(2007)

(2001)

(2012)

RESÍDUO

LL

73

64,5

-

59,5

59

59

LP

28,3

29,7

-

30,2

29

32,4

IP

44,7

34,8

-

29,3

30

26,6

Yg

2,60

2,51

2,63

2,81

2,66

2,64

USCS

CH

CH

SM

CH

CH

CH

Elementos (%) SiO2

Al2O3

Fe2O3

K2O

TiO2

SO3

CaO

Outros

ARGILA - TELHA 45,18

37,41

10,75

2,36

1,92

1,56

0,5

0,32

ARGILA - BLOCO 47,72

38,68

6,60

2,17

1,88

2,01

0,62

0,32

16,40

6,12

7,81

0,78

1,81

8,47

0,19

RESÍDUO

58,37

Tabela 3 – Composição química dos materiais

9,5

Variação Linear (%)

9 8,5 8 Telhas Cerâmicas

7,5

Blocos cerâmicos

7 6,5 6 0%

5%

10%

15%

20%

Incorporação de resíduo

Figura 1 – Variação Linear 41,50 Porosidade Aparante (%)

41,00 40,50 40,00 39,50 39,00

Telhas Cerâmicas

38,50

Blocos cerâmicos

38,00 37,50 37,00 36,50 0%

5%

10%

15%

20%

Incorporação de resíduo

Figura 2 – Porosidade Aparente 32

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tados para a densidade real dos grãos e os índices de Atterberg encontrados neste artigo e por PEDROTI (2007), XAVIER (2001) e ALMEIDA (2012) para os solos pesquisados por eles na baixada campista são apresentados na tabela 3.2. A tabela 3 apresenta os resultados para a análise quantitativa dos elementos químicos encontrados nos solos estudados nesta pesquisa. Os resultados para o óxido de silício (Si2) em torno de 50% pode ser um forte indicativo de presença de sílica livre e de argilominerais como a caulinita (Al2O3.2SiO2.2H2O) que tem sido verificada por diversos pesquisadores (XAVIER, 2001; ALEXANDRE, 2000; PEDROTI, 2007) da região. Para a verificação da viabilidade da incorporação do resíduo de fio de ferro, foram testadas três incorporações, 5%, 10%, 15%, além da referência com 0%, para ambas as argilas utilizadas para a fabricação de blocos cerâmicos e telhas em olarias da região Norte Fluminense. Observou-se que a incorporação de 5% obteve o melhor resultado na argila para fabricação de telhas, já que os corpos de prova sofreram a menor variação linear conforme observado no gráfico da figura 1. Já para a produção de blocos cerâmicos todas as incorporações indicaram uma piora das propriedades, aumentando a variação linear. A partir do gráfico apresentado na figura 2 conclui-se que novamente a incorporação de 5% possui o menor índice de porosidade aparente, sendo o melhor resultado obtido nas incorporações testadas para a produção de telhas cerâmicas. Para a produção de blocos cerâmicos, nenhuma das incorporações apresentou diminuição da porosidade. A partir do gráfico apresentado da figura 3, o maior valor de massa específica aparente foi obtido pela incorporação de 5%. Já para a produção dos blocos cerâmicos nenhuma das incorporações apresentou melhora na massa específica, conforme já seria previsto, visto que em geral, quanto maior a porosidade aparente, menor será a massa específica aparente. Como pode ser observado no gráfico


Conclusão Este trabalho teve como principal objetivo definir a melhor incorporação de resíduo de fio de ferro na argila para fabricação de blocos cerâmicos e telhas cerâmicas. A argila utilizada para fabricação de telhas apresentou valores elevados de limite de liquidez e índice de plasticidade, se comparados com a de outros autores que utilizaram argilas do mesmo município, enquanto a argila utilizada para fabricação de blocos cerâmicos apresentou um ligeiro aumento em relação aos mesmos autores. A densidade real dos grãos da argila utilizada para fabricação de blocos cerâmicos apresenta valores abaixo da média obtidas por outros autores, onde também se encontra a argila utilizada para fabricação de telhas. O resíduo utilizado no trabalho apresentou na análise granulométrica valores compatíveis com ao das argilas utilizadas, no entanto, no resíduo existe a predominância da fração gra-

1,660 1,640 1,620 1,600

Telhas Cerâmicas

1,580

Blocos cerâmicos

1,560 1,540 1,520 0%

5%

10%

15%

20%

Incorporação de resíduo

Figura 3 – Massa específica aparente 28,00

Absorção de água (%)

27,00 26,00 25,00 24,00

ARTIGO TÉCNICO

Massa específica aparente (kg/cm³)

1,680

Telhas Cerâmicas

23,00

Blocos cerâmicos

22,00 21,00 20,00 0%

5%

10%

15%

20%

Incorporação de resíduo

Figura 4 Absorção de água 4,5 Resistência à flexão (MPa)

da figura 4, a menor absorção de água foi obtida pela incorporação de 5% para a fabricação de telhas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas com sua norma, ABNT NBR 15270-1 (2005), traz a recomendação de que os valores de absorção de água não sejam superiores a 20% na fabricação de telhas, assim, a incorporação de 15% é a que mais se aproxima deste valor, no entanto, os valores obtidos ainda estão distantes do que exige a norma. Para a fabricação de blocos cerâmicos todas as incorporações testadas obtiveram um aumento na absorção de água. O gráfico da figura 5 indica os valores obtidos nos ensaios de resistência à tração na flexão dos corpos de prova. Como pode ser observado no gráfico, a incorporação de 5% apresentou a melhor resistência à flexão. Vale destacar também o desempenho obtido pela incorporação de 15% onde foi obtido resistência superior ao teor referência. Para a produção de blocos cerâmicos os resultados confirmam o que foi obtido nos ensaios anteriores, nenhuma das incorporações apresentam melhora nas propriedades

4 3,5 3

Telhas Cerâmicas

2,5

Blocos cerâmicos

2 1,5 0%

5%

10%

15%

20%

Incorporação de resíduo

Figura 5 - Resistência à flexão em 3 pontos nulométrica sílte, enquanto nas argilas existe a predominância da fração granulométrica argila. Após todos os ensaios realizados, pode-se concluir que a incorporação de 5% se destacou em todos os ensaios, demonstrando ser a incorporação ideal a ser utilizada para

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ARTIGO TÉCNICO 34

a fabricação das telhas cerâmicas. Pode-se concluir também que não é recomendada a incorporação do mesmo resíduo na fabricação de blocos cerâmicos com a argila atualmente utilizada, visto que em nenhum dos ensaios realizados a incorporação de resíduo mostrou evolução nas propriedades.

Os resultados obtidos também indicam a viabilidade da incorporação de resíduo, que atualmente não tem destino, transformando-o em um importante material para melhorar a propriedades das telhas cerâmicas produzidas no município de Campos dos Goytacazes.

Referências [1] ALEXANDRE, J. (1997). Caracterização das argilas do município de Campos dos Goytacazes para utilização em cerâmica vermelha. Dissertação de mestrado em Ciências da Engenharia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes – RJ. 164 p. [2] ALEXANDRE, J.(2000). Análise de matéria-prima e composições de massa utilizada em cerâmicas vermelhas. Tese de Doutorado em Ciências da Engenharia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes – RJ. 175 p. [3] ALMEIDA, F.F. (2012). Avaliação dos procedimentos convencionais e não convencionais de laboratório para determinação do comportamento mecânico e de durabilidade de materiais cerâmicos. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes – RJ. 105p. [4] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS (2006). ASTM C 373. Standard test method for water absorption, bulk density, apparent porosity, and apparent specific gravity of fired whiteware products. [5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1986). ABNT NBR 6457. Amostras de solo - Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro. [6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1984). ABNT NBR 6459. Solo Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro. [7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1984). ABNT NBR 6508. Grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm - Determinação da massa específica. Rio de Janeiro. [8] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1988). ABNT NBR 7180. Solo – Determinação do Limite de Plasticidade. Rio de Janeiro. [9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1988). ABNT NBR 7181. Solo – Análise Granulométrica Conjunta. Rio de Janeiro. [10] GRUN, E. (2007). Caracterização de argilas provenientes de Canelinha/SC e estudo de formulações de massas cerâmicas. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Santa Catarina. 74p. [11] PEDROTI, L. G. (2007). Estudo de conformidades em relação à ABNT de blocos cerâmicos prensados e queimados. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil – Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro. 106p. [12] SANTOS, P. S. (1989). Ciência e Tecnologia de Argilas; Volume 1 ; 2ªedição; Editora Edgard Blücher LTDA. [13] VIEIRA, C. M. F.; SOUZA, E. T. A. de; MONTEIRO, S. N.. Efeito da incorporação de chamote no processamento e microestrutura de cerâmica vermelha. Cerâmica, São Paulo, v. 50, n. 315, p. 254-260, Sept. 2004. [14] XAVIER, G. C. (2001). Utilização de resíduos de mármore e granito na massa de conformação de cerâmica vermelha. Dissertação de Mestrado em Ciências de Engenharia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes – RJ. 285p. NC

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D E S E N VO LV I M E N T O

Cerâmica Toebe: evolução de sucesso Fundada em 1º de dezembro de 2011, a Indústria Cerâmica Toebe, instalada na cidade de Santa Helena, no Paraná, tem como marca principal a força de vontade e a dedicação do ceramista Rubi Toebe e de seus três filhos Rubinson, Katia e Jeferson Toebe. O início, como em qualquer empresa recém-criada, veio cheio de dificuldades. Mas como o pai Rubi Toebe já era proprietário da cerâmica Terra das Águas, a nova empresa veio a somar e atender a uma demanda pré-existente. A Indústria Cerâmica Toebe surgiu com a necessidade de se adaptar às novas leis e políticas ambientais e às novas tecnologias. Além disso, com o intuito de atender a qualidade de produtos exigida pelo mercado cada vez mais competitivo. “Ao contrário de readequar a empresa já

existente (Terra das Águas), surgiu a ideia de começar uma nova do zero e com padrões modernos, com máquinas automatizadas, com fornos modernos, que consomem menos combustível, e que proporcionem me-

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lhor qualidade”, disse sócio proprietário da cerâmica, Rubinson Luiz Toebe. Entre o ano de 2011 e 2012, Rubinson contou que a estrutura da empresa era para produzir 200 mil peças por mês, com 13 funcionários. A empresa possuía dois casais de fornos do tipo corujinha, com capacidade de 36 mil peças, produção manual, secagem com reaproveitamento do calor dos fornos. Até então um sistema simples e com pouca tecnologia. Já no ano seguinte, em 2013, a empresa adquiriu automação de produção, reduzindo o número de colaboradores de 13 para 10. A modernização da cerâmica não parou por aí e, em 2014, a Toebe instalou um forno móvel com capacidade para 45 mil peças, com uma estufa moderna e contínua. A inovação possibilitou à indústria aumentar a produção para 350 mil peças. “A estrutura física da empresa dobrou de tamanho. Hoje trabalhamos com um número de 14 colaboradores devido ao aumento de produção”. Nesse tempo de mercado, Rubinson contou que a dificuldade da empresa foi a recente queda brusca na demanda de pro-

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dutos pelo mercado regional e a dificuldade da política do país. “Isso nos fez enfrentar grandes desafios, manobras para suportar a crise que vem nos últimos meses, dificultando nosso setor. Os investimentos não foram baixos e nem poucos, para agora ter um retorno incerto e com certeza a longo prazo, mas vejamos que ainda temos que admitir que tem um lado bom, a nova empresa pela pouca idade que tem, nos deu a certeza que temos as ferramentas certas para nos manter no mercado e produzir com respeito as novas tendências de produção”, completou. No início, a meta da empresa era de produzir entre 200 mil e 300 mil peças em um prazo de oito a dez anos. Com quatro anos de existência, a indústria já quase alcançou a meta. “Quanto mais aprendemos, quanto mais conhecemos tecnologias (qualidade, economia, facilidades), mais queremos trazer para dentro da empresa, e isso vai aumentando a sede de produzir mais e melhor, creio que hoje a meta é chegar a uma produção de 450 mil peças, mas amanhã é outro dia...”, estimou Rubinson.


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Em busca de novas melhorias Em uma área de 2,5 mil metros quadrados, a empresa do Oeste do Paraná procura, conforme Rubinson, produzir com qualidade por meio de boa preparação da matéria-prima, um bom e controlado processo de secagem e uma queima bem controlada, para obter um produto final dentro dos padrões exigidos. Atualmente, a empresa fabricante de blocos e lajotas tem como meta para os próximos cinco anos fabricar produtos com alto padrão de qualidade, seguindo as normativas e respeitando o meio ambiente. A ideia da empresa é também implantar sistema de qualidade e reduzir os custos de produção. “Ainda não temos certificado. Nossa meta é a qualificação do Programa Setorial da Qualidade, uma vez que queremos que nosso produto seja reconhecido, não somente pela preferência que temos hoje, mas por estar dentro dos padrões reconhecidos pelas normativas e pelas exigências técnicas”, disse Rubinson.

De médico veterinário a ceramista Depois de sete anos formado em Medicina Veterinária, Rubinson Luiz Toebe decidiu largar a profissão para se juntar com seus pais e seus irmãos em uma nova empresa no ramo cerâmico. “Decidi seguir os passos de meu pai, ajudá-lo no presente momento, e honrar o que ele fez nestes anos todos”, relatou. Conforme Rubinson, a ideia foi dar continuidade ao trabalho da família. “Meu pai segue no ramo desde o ano de 1992, éramos crianças e crescemos vendo o resultado da

luta e dedicação do nosso pai ao longo do tempo. Queremos dar continuidade a essa atividade, creio que muitos filhos de ceramistas deveriam fazer o mesmo, pois muitas empresas já vem de geração em geração”, disse. Ele ainda acrescentou que a empresa tem sentido o efeito da crise econômica “Um mercado promissor passou a um mercado instável, mas penso que com estratégias administrativas estamos com o olhar no futuro”, relatou. NC

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