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Entrevista com o especialista em gestão de projetos Danilo Castro Oliveira
Ano 5
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Julho/2014
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Edição 51
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Conformação das peças Processo requer alguns cuidados a fim de garantir a qualidade do produto; um deles é na preparação da argila, que deve ser bem homogeneizada e ter um tempo de descanso
Santarém terá laboratório de cerâmica vermelha
Festa das cerâmicas é realizada no Paraná
Congresso de cerâmica apresenta novas tecnologias
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SUMÁRIO
DESENVOLVIMENTO 16: Cuidados na conformação das peças cerâmicas
EDITORIAL
FEIRAS
GESTÃO
12: Carta ao Ceramista
24: Congresso mostra novas tecnologias e processos
ENTREVISTA
28: Côrte é reeleito presidente da Fiesc
38: O planejamento estratégico no setor
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Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados
SUMÁRIO
Julho 2014 ARTIGO TÉCNICO 46 : VAGÃO UP – Vagões de Baixa Massa Térmica
DESENVOLVIMENTO 26: Ceramistas da Paraíba participam de seminário
DESENVOLVIMENTO 32: Santarém terá laboratório de cerâmica vermelha
DESENVOLVIMENTO 34: Palestra sobre portaria do Inmetro é realizada no Paraná
FEIRAS 36: São Paulo sediará Expo Arquitetura Sustentável
DESENVOLVIMENTO 44: Festa das Cerâmicas é realizada no Paraná
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EDITORIAL
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Carta ao Ceramista O tema que ganhou destaque neste mês foi conformação das peças cerâmicas. Segundo especialistas na área, esta é uma das etapas fundamentais do processo produtivo no setor e que requer alguns cuidados. Um deles é na preparação da argila. A matéria-prima deve ser muito bem homogeneizada e ter um tempo de descanso. Conheça ainda na reportagem de capa os métodos de conformação e as vantagens que cada um deles possui. Aprenda também técnicas eficazes de conformação e como economizar energia nesta etapa do processo produtivo do setor de cerâmica vermelha. Confira ainda nesta edição uma matéria sobre o 58º Congresso Brasileiro de Cerâmica. O evento ocorreu de 18 e 21 de maio, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e trouxe novidades, além de discutir sobre os últimos avanços e acontecimentos do setor. A edição deste mês traz ainda a cobertura da Festa Nacional das Cerâmicas (Fenace). Com o objetivo de arrecadar fundos para a Capela São Vicente de Paulo, no Paraná, a festa
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ocorre anualmente na comunidade de Bracatinga, em Prudentópolis. Um dos destaques do evento deste ano foi o maior número de visitantes e expositores em relação à última edição. Planejamento estratégico foi o tema da entrevista especial deste mês. Profissional de cerâmica desde 1989 e formado em Administração, Danilo Castro Oliveira fala sobre a importância de as empresas do setor investirem em planejamento estratégico e identifica as principais dificuldades dos empresários quanto ao tema, além de sugerir melhorias para o fortalecimento do setor. Leia também na edição deste mês o artigo técnico intitulado Vagão Up – Vagões de Baixa Massa Térmica. O trabalho, desenvolvido pelo engenheiro cerâmico Vitor Costa, fala sobre o desenvolvimento de um sistema de cozedura com vagões de baixa massa térmica. Aproveite a leitura!
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D E S E N VO LV I M E N T O
Cuidados na conformação das peças cerâmicas Etapa deve ser acompanhada com critério para garantir a qualidade do produto final
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Uma das etapas importantes do processo produtivo do setor é a conformidade das peças cerâmicas. Essa é uma das fases que determina a qualidade do produto e, por isso, alguns cuidados são necessários. O principal, conforme o engenheiro cerâmico Odenir Vagner, é na preparação da argila. “A matéria-prima deve ser muito bem homogeneizada e ter um tempo de descanso. Também é preciso fazer o sazonamento para não sofrer problemas posteriores como a eflorescência no produto acabado”, explicou. Conforme o consultor técnico da Escola Senai Mario Amato (SP), Amando Alves de Oliveira, após estes cuidados, o processo de conformação deverá obedecer a uma dureza de extrusão. “Cada tipo de produto requer uma dureza de conformação devido à exigência final do processo. Exemplos: Bloco de ve-
“Já no processo de prensagem é possível conseguir densidades muito superiores e uma estética de produto mais agradável (depende do que se quer produzir). Formatos de peças muitas vezes maiores para o caso de pisos e azulejos e a possibilidade de prensar com umidades inferiores ao processo de extrusão e colagem. A colagem está ligada diretamente a um processo mais caro e delicado, com quantidades de água muito superiores aos outros processos e com a necessidade da construção de moldes de gesso para sua conformação”, explicou o engenheiro.
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dação 16 a 18 Kgf/cm2, Bloco estrutural 20 a 22 Kgf/cm2, telha marombada 19 a 20 Kgf/ cm2, telha prensada 20 a 22 Kgf/cm2. Infelizmente, estas durezas não são aplicadas devido à potência dos motores das marombas, neste caso, aplica-se o uso da amperagem que o motor aguenta”, disse. Conforme o consultor em cerâmica vermelha Vitor Nandi, uma preparação da argila facilita muito para que diminua a intensidade de defeitos de conformação, principalmente quando se quer produzir peças de grandes formatos e possuir argilas de alta plasticidade. Segundo Nandi, o processo deve começar com uma boa escolha e extração das matérias-primas. “Em seguida uma preparação de massa que consiga uma homogeneização eficiente e, por fim, uma máquina que alcance conformar as características de sua argila”, acrescentou. O objetivo da conformação, conforme Oliveira, é dar formas às peças e resistência mecânica para que elas suportem cargas no processo de transporte e secagem. Conforme o engenheiro cerâmico Odenir Vagner, é uma etapa de grande importância, “pois se o formato não atender as devidas especificações, fatalmente não terá uma boa aceitação de mercado”. Para o engenheiro cerâmico Paulo Fernandes, a importância se deve, principalmente, na qualidade dos produtos conformados, pois é nesta etapa que o ceramista deve garantir que as peças saiam perfeitas. “Claro que, para isso, todos os parâmetros antecessores a conformações devem ter sido atendidos”, comentou. Segundo Fernandes, os métodos de conformação mais comuns e utilizados são os processos de extrusão, prensagem e colagem. Cada um deles, conforme o profissional, apresentam benefícios de acordo com o que ser quer produzir. “As vantagens estão relacionadas aos tipos de produtos que você deseja produzir, pois cada processo emprega um determinado custo. Uma das vantagens do processo de extrusão está em seu baixo custo e a possibilidade de produção de peças de formatos diferenciados, porém, necessita de uma maior quantidade de água e não consegue-se um aumento expressivo na densidade de um material”.
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Conformação por prensagem Um dos métodos de conformação é a prensagem. De acordo com Amando Alves de Oliveira, neste processo, se faz necessária a conformação de um bastão sólido onde após corte recebe a moldagem através da prensa. “É bom lembrar que a telha de cerâmica vermelha não sofre prensagem e sim uma modelagem ou moldagem, por se tratar de massa mole”, explicou. Entre as características do método de prensagem o consultor em cerâmica vermelha Paulo Fernandes cita conformação de formas geométricas de superfície lisa ou com relevo, uniformidade na densificação do material, baixa quantidade de água para sua conformação, economizando no processo de secagem e, em alguns casos, possibilita a utilização de materiais menos plásticos em seu processo. Outro método de conformação é a prensagem a pó, utilizado para produção de telhas
piso. Conforme o engenheiro cerâmico Odenir Vagner, nesse caso, a argila é conformada com um teor de umidade mais baixo em relação à conformação por extrusão. “São apenas cerca de 7 a 10% de umidade. Depois são conformadas por compactação, porém é preciso tomar muito cuidado para não gerar defeitos principalmente de ar preso no interior das peças e retrações nos cantos vivos dos materiais”. Vagner ainda acrescentou que, neste tipo de prensagem, o controle deve ser mais rigoroso, pois uma mínima variação de umidade provoca uma diferença grande na compactação. Quanto ao custo, segundo o engenheiro cerâmico, este é um método mais caro que o da extrusão. Porém, os benefícios a médio e longo prazo também são maiores. “Investimento maior, mas com um maior retorno e competitividade no mercado. É uma tendência futura de mercado por ser um processo mais moderno”.
Uma das técnicas mais conhecidas para conformar produtos é a extrusão. Conforme o engenheiro cerâmico Odenir Vagner, a conformação por extrusão é a mais fácil de fazer. “Porém, se produz de forma mais lenta, por isso têm muitos empresários optando por fazer pelo método de prensagem”. Conforme ele, neste método, a argila é conformada com um maior
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teor de umidade (20 a 25% em geral) e, depois de triturada e misturada, é expelida pela maromba ou extrusora. Segundo o consultor em cerâmica vermelha Vitor Nandi, a característica principal é a conformação plástica aplicável principalmente para produção de cerâmicos tradicionais (tijolos e telhas) e em alguns casos de cerâmicos avançados com formatos diferentes. Outra característica é garantir a densificação do material perante seu processo e também produzir materiais de seção constante. O engenheiro cerâmico Paulo Fernandes explicou que no processo de extrusão os principais fatores que afetam a sua qualidade e o rendimento dos produtos finais estão ligados diretamente a uma composição de massa ideal, com características técnicas avaliadas e controladas diariamente, uma boa plasticidade (que depende diretamente de cada matéria-prima), boquilhas de qualidade, controle do sistema de vácuo e uma extrusora de qualidade com suas manutenções preventivas em dia.
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Extrusão x prensagem Para o consultor técnico do Senai Mário Amato, Amando de Oliveira, o processo de extrusão é o melhor método por exigir menos trabalho de retaguarda. Entre as vantagens, ele cita maior produtividade, mão de obra reduzida, baixo custo de produção e menor custo operacional, entre outros. “A modelagem da peça é feita através do fluxo da massa em rosca sem fim (hélice), onde recebe compactação no embudo (acumulador) saindo pela boquilha onde é dado o formato final ao produto”. Já o prensado, conforme o consultor, requer algumas coisas, como dupla laminação, a massa mais homogênea possível, maior rigor com a dureza de extrusão. Oliveira ainda alerta que para este processo é preciso uma massa bem homogênea, obedecer a dureza de extrusão, centralizar a boquilha, evitar pontos de turbulência no embudo e ter uma massa de plasticidade média, “pois as marombas estão preparadas para receberem este tipo de massa”. Já para o consultor em cerâmica vermelha Vitor Nandi é difícil apontar qual o melhor método, pois o melhor é aquele que o ceramista consegue produzir com maior qualidade e menor custo o seu determinado produto. “Para cada tipo de produto que se deseja, ou se queira um tipo de característica final, têm-se a escolha do
método de conformação. Como por exemplo, para a fabricação de um piso com qualidades diferenciadas, dificilmente irá se conseguir pelo processo de extrusão ou colagem, então se usa a prensagem”, explicou. “Se o ceramista for produzir telhas gres, pisos ou azulejos que necessitem de aplicação de englobes e esmaltes, é necessária a aquisição de uma prensa, pois irá garantir uma uniformidade em seu produto, bem como uma maior densidade. Sabendo que todo o processamento para uma massa que passará pelo processo de prensagem é muito mais oneroso, porém seu produto possui um valor agregado maior. Já para produção de uma telha coloquial ou tijolos é mais fácil e barato pelo processo de conformação por extrusão, até por que não necessita de um processamento de secagem nem moagem muito fina em suas matérias-primas, facilitando seu processamento e com custo menor”, acrescentou o engenheiro Paulo Fernandes. O maior agravante entre os dois processos, conforme Oliveira, é a produção. “O processo de prensagem (modelagem) reduz consideravelmente a produção. Só para exemplificar: uma maromba de pequeno porte produz cerca de 35 mil telhas/dia, já a telha prensada não chegamos a 10 mil telhas/dia por prensa”, explicou.
Técnicas eficazes Uma das técnicas mais eficazes na etapa de conformação de produtos, conforme o consultor em cerâmica vermelha Vitor Nandi, está na utilização de aditivos que alteram o comportamento químico da água com relação às argilas, atuando diretamente em suas cargas positivas e negativas. “Isso em muito dos casos traz benefícios no processo de conformação principalmente na diminuição da água de conformação, ou seja, garantindo uma maior facilidade de secagem. Porém, para tudo isso tem
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um custo, então deve ser muito bem avaliado antes de qualquer atitude precipitada”, disse. Outras técnicas, conforme o consultor técnico do Senai Mário Amato, Amando Alves de Oliveira, são o uso correto das durezas de trabalho, homogeneização da massa bem elaborada com descanso mínimo de 24 horas e evitar o uso indiscriminado de água no processo de extrusão, pois aumenta a variação dimensional do produto e prejudica a compactação do mesmo.
Uma massa previamente elaborada e testada em laboratório garante um maior controle de conformação de peças com qualidade, conforme o engenheiro cerâmico Odenir Vagner. Conforme ele, entre os ensaios necessários, estão controle da umidade e índice de plasticidade da argila. “Se for o método por prensagem, deve ser feita também a densidade aparente do material para verificar se a compactação está sendo uniforme em todas as partes da mesma peça”, disse.
Outros ensaios importantes nesta etapa, conforme o consultor técnico do Senai Mário Amato, Amando Alves de oliveira, estão o de resíduo e a distribuição granulométrica. “Estes ensaios são de suma importância para a qualidade do produto. O arranjo granulométrico e a porcentagem de resíduo determinam a resistência mecânica das peças, velocidade de extrusão, índice de plasticidade e alteração do dimensional da peça”, acrescentou.
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Ensaios
Economia de energia na etapa de conformidade Para economizar energia, conforme o engenheiro cerâmico Odenir Vagner, deve-se ter a umidade na medida certa e sempre manter a prensa ou a maromba (extrusora) com o abastecimento adequado de argila para evitar paradas no processo. O consultor em cerâmica vermelha Vitor Nandi acrescentou que evitar as paradas dos equipamentos ajuda a diminuir energia, pois ao dar partida em um motor, ele consome entre três e seis vezes mais. “Alguns ceramistas instalam inversor de frequência em sua maromba para evitar o pico de elevação de energia ao ligar e arrancar a ma-
romba bem como tornar possível conseguir aumentar sua rotação quando necessário. É importante não deixar que vendedores lhe empurrem diversos equipamentos sem a devida necessidade, é aconselhável estudar sua argila para definir os equipamentos ideais”, contou Nandi. A dica do consultor técnico do Senai Mário Amato, Amando Alves de Oliveira, é controlar o índice de plasticidade da argila, depois fazer alguns ajustes na maromba reduzindo a zona de turbulência e manter a homogeneidade de umidade controlada. NC
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Encontro ceramista é realizado em SC Evento ocorreu no dia 30 de maio e contou com visitas técnicas, exposição e jantar
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Em comemoração ao Dia do Ceramista – 28 de maio –, o Sindicato das Indústrias de Olaria e de Cerâmica para a Construção do Vale do Rio Tijucas (Sincervale) realizou no dia 30 de maio o segundo Encontro Ceramista. A programação do evento, que teve a participação de aproximadamente 150 pessoas, contou com duas visitas técnicas, além de exposição de equipamentos cerâmicos, encontro com empresários e jantar gratuito. As visitas técnicas foram realizadas nas cerâmicas Tupy e Guarani, localizadas no bairro Nova Descoberta, em Tijucas, no estado de Santa Catarina. Conforme o presidente do Sincervale, Aloir Alécio Dias, a Guarani investiu em equipamentos de ponta e está se tornando referência em todo o estado. Já a Tupy, além de ser uma empresa existente há muitos anos, a organização e o investimento em cada setor da empresa são exemplos para os empresários ceramistas, segundo a executiva do Sincervale, Fernanda Jacintho. Sobre as visitas técnicas Dias ainda afirmou que “foi uma oportunidade de conhecimento e crescimento para os empresários, que puderam perceber o quão importante é o investimento dentro da empresa para melhoria da qualidade do produto e de todo o setor produtivo e cerâmico da região”. O objetivo do evento, conforme Fernanda, foi de parabenizar o ceramista (empresários e colaboradores) pelo dia do ceramista. “Além disso, oportunizar as visitas técnicas, debates e conversas sobre as diversas vertentes do setor. O Sincervale acredita que, quanto mais próximos os empresários estiverem, mais visão de futuro, oportunidades e crescimento eles terão. Não se trata de concorrência, trata-se de qualidade e compromisso com a cerâmica vermelha”, acrescentou. NC
FEIRAS Na foto, da esquerda para direita: Egon Berg, presidente do Conselho da ABCeram; Jorge Ritter, presidente do Sindicer/ RS; David Green, presidente da American Ceramic Society; Samuel Toffoli, presidente da ABCeram; Evaldo Kuiava, reitor da UCS; Odacir Graciolli, vice-reitor da UCS; Ulisses Soares do Prado, presidente do Congresso e diretor da ABCeram
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Congresso mostra novas tecnologias e processos Evento ocorreu de 18 a 21 de maio, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul
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De 18 a 21 de maio, o Rio Grande do Sul sediou o 58º Congresso Brasileiro de Cerâmica. Realizado pela Associação Brasileira de Cerâmica (ABCeram) e promovido pela Metallum – empresa especializada em Eventos Técnicos e Científicos –, o evento ocorreu no Centro de Convenções do Dall’Onder Grande Hotel, em Bento Gonçalves, região serrana viticultora no sul do país. Para este ano, o congresso trouxe novidades e discutiu os últimos avanços e acontecimentos do setor. Além disso, reuniu um expressivo e qualificado público participante, com 415 inscritos vindos de 21 estados brasileiros e também do exterior, como Argentina, Portugal, Espanha e Estados Unidos. Segundo o presidente do congresso e diretor da ABCeram, Ulisses Soares do Prado, o evento, que é o mais antigo e importante do
com a presença de muitos congressistas. Houve ainda a assinatura de um acordo de cooperação firmado entre a Associação Brasileira de Cerâmica (ABCeram) e a The American Ceramic Society, com o objetivo estreitar o vínculo entre as duas entidades. O evento ainda contou com a participação do presidente do Sindicer/RS, Jorge Romeu Ritter, inclusive na mesa de abertura. Paralelamente ao Congresso, ocorreu uma feira onde as empresas e instituições de ensino e pesquisa tiveram a oportunidade de divulgar seus produtos e serviços.
FEIRAS
setor cerâmico brasileiro, promoveu a interação dos diversos setores envolvidos com o meio cerâmico, como instituições de ensino e pesquisa, indústrias fabricantes de produtos cerâmicos e fornecedores de matérias-primas, equipamentos e insumos. “Foram apresentados 539 trabalhos técnico-científicos na forma oral e pôsteres, que abordaram, de forma abrangente ou específica, aspectos relacionados ao desenvolvimento nacional e internacional dos materiais cerâmicos”, afirmou Prado. Destes trabalhos apresentados durante 58º Congresso Brasileiro de Cerâmica, 80 eram área de cerâmica vermelha e 30 na área de revestimentos cerâmicos. Ainda de acordo com Prado, durante o congresso foram apresentadas 13 palestras, das quais se destaca a inaugural, que trouxe o seguinte tema “Constrained Sintering: a Delicate Balance of Scales”, proferida pelo Dr. David J. Green, presidente da American Ceramic Society. A programação contou ainda com três minicursos, uma oficina de decoração e três painéis, que debateram os temas da “Interação entre instituições de pesquisa e a indústria cerâmica”, “Controle de metais pesados nos vidrados de louça de mesa”, e “Normas técnicas de revestimentos cerâmicos”. Fez também parte da programação do evento a visita ao Instituto de Pesquisa Local, IMC – Instituto de Materiais Cerâmicos, na cidade de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, onde também foi realizado um ciclo de palestras e contou
A escolha do local A escolha da cidade de Bento Gonçalves, a capital brasileira da uva e do vinho, para realização do 58º Congresso Brasileiro de Cerâmica se deu pelas facilidades que apresenta, pelo grande apelo turístico e por estar situada num estado em que há um esforço grande em prol da cerâmica, uma vez que conta com a presença de diversas instituições de ensino e apoio à área, tais como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, e a Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul. Nas duas instituições
a cerâmica está presente em seus cursos de Engenharia de Materiais, além do Instituto de Materiais Cerâmicos (IMC), da UCS, localizado em Bom Princípio e do recém-criado (em 2012) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), em Feliz, que oferece o primeiro curso técnico na área cerâmica ofertado no Rio Grande do Sul, visando formar profissionais capazes de operar linhas de produção utilizando máquinas, equipamentos, instrumentos, matérias-primas e insumos da indústria cerâmica. NC
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D E S E N VO LV I M E N T O
Ceramistas da Paraíba participam de seminário Representantes de 23 empresas acompanharam palestras sobre temas ligados ao setor
Um Seminário para o Desenvolvimento da Produção de Cerâmica Vermelha do Brejo foi realizado no dia 26 de maio na Paraíba. O evento foi promovido pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep). Um dos principais objetivos do seminário foi enfatizar como a organização do setor pode ser importante para o desenvolvimento das empresas que fabricam tijolos, telhas, artesanatos e outros produtos que tem a argila como matéria-prima. Realizado na Câmara Municipal de Mulungu, representantes de 23 empresas da região acompanharam palestras sobre diversos temas, como cooperativismo; a importância da qualificação da mão de obra; gestão sustentável da produção e competitividade; e padronização e qualidade do
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produto. As palestras foram conduzidas por representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Serviço Nacional da Aprendizagem Industrial (Senai), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Centro de Produção Industrial Sustentável (Cepis), que é vinculado ao Sebrae. Após as palestras, os produtores de cerâmica vermelha apresentaram uma série de reivindicações com o intuito de desenvolver a atividade na região. Também foram discutidas durante o evento estratégias que possam tornar os produtos ainda mais competitivos no mercado paraibano e nordestino. Estima-se que mais de 30% da produção paraibana de cerâmica vermelha está no Brejo do estado. “Esse encontro foi muito importante, pois conseguimos unir os ceramistas da região do Brejo e trazer o Governo do Estado para ouvir nossas reivindicações. Ficamos muito satisfeitos, principalmente pelo apoio dado pela Cinep. Já produzimos um produto de boa qualidade, faltava organização, mas a partir de hoje essa história deve mudar”, afirmou o empresário José Ribeiro Rodrigues. O diretor administrativo da Cinep, João Fernandes da Silva, destacou a importância da produção de cerâmica vermelha para a economia do Brejo e reafirmou o compromisso do Governo do Estado em apoiar a atividade. “Hoje, conhecemos mais profundamente o arranjo produtivo local da cerâmica vermelha, que aqui no Brejo é uma atividade muito importante, pois gera emprego e fabrica um produto de grande importância. Precisamos dar apoio ao setor e este é o nosso propósito. A presença de instituições importantes mostra o poder e a capacidade que temos para articular e tentar resolver os problemas desta cadeia produtiva”, declarou. NC Fonte: Secom/PB
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Côrte é reeleito presidente da Fiesc O industrial Glauco José Côrte foi reeleito presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) no dia 27 de junho. O pleito contou com a participação de 119 representantes de sindicatos industriais, que aprovaram o grupo de lideranças que irá conduzir a Federação pelos próximos três anos. A solenidade de posse está marcada para o dia 22 de agosto. Para Côrte, o resultado é um estímulo para prosseguir o trabalho em curso à frente das entidades que compõem a Fiesc em prol da competitividade. "A expressiva participação dos sindicatos na eleição confirma a unidade do setor e configura um reconhecimento que nos orgulha e, ao mesmo tempo, nos imputa uma grande responsabilidade, que divido com meu 1º vice-presidente Mario Aguiar e demais companheiros de diretoria", disse Côrte. "A indústria tem grandes desafios pela frente e o papel da Fiesc
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na defesa da competitividade ganha relevância cada vez maior", acrescentou. Além de destacar a continuidade dos esforços das entidades da Federação pela busca de um ambiente institucional mais favorável à produção, e em prol da educação, da qualidade de vida dos trabalhadores e da tecnologia e inovação, Côrte antecipa como meta para o segundo mandato a consolidação da descentralização da gestão. Nesse sentido, uma das novidades na estrutura da Fiesc foi a criação de sua 16ª vice-presidência regional, no Vale do Rio Itajaí Mirim, com sede em Brusque. Para o cargo foi eleito o industrial Ingo Fischer. Além de Côrte e Aguiar, integrarão a mesa diretora da Fiesc os industriais Edvaldo Ângelo, diretor 1º secretário; Cid Erwin Lang, diretor 2º secretário; Alfredo Piotrovski, diretor 1º tesoureiro; e Egon Werner, diretor 2º tesoureiro. NC
D E S E N VO LV I M E N T O Fotos: Senai
Santarém terá laboratório de cerâmica vermelha Laboratório deve ser inaugurado ainda neste ano na cidade de Santarém, no Pará
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Ainda neste ano, a cidade de Santarém, no estado do Pará, receberá um laboratório de ensaio de cerâmica vermelha para atender mais de 40 empresas do município e ainda cerca de 38 indústrias da região do Baixo Amazonas. O laboratório, orçado no valor de R$ 350 mil, contará com 25 equipamentos. Entre eles, forno elétrico, estufas, vibrador de peneiras, moinho e maromba, entre outros. A previsão é que até setembro esteja em funcionamento na sede do Senai em Santarém. O funcionamento do laboratório permitirá que sejam testadas a qualidade do produto, o uso de tecnologia, o processo de queima e outros requisitos que acrescentam mais valor a este setor que nos últimos anos passa por mudanças devido à grande demanda. O laboratório ainda contribuirá
completar a compra dos materiais. De acordo com o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém, Alberto Batista de Oliveira, a implantação do laboratório atende também a uma solicitação do sindicato dos ceramistas de Santarém. “A proposta é que esse laboratório realmente venha atender essa grande demanda que é cada vez mais crescente em nosso município. Isso também vai trazer uma redução nos custos de produção, uma vez que análise dos materiais eram feitos fora de Santarém, e isso onerava em muito o preço do produto final. Portanto, é um grande ganho que toda indústria ceramista do município e da região terá com esse laboratório implantado aqui em Santarém”, completou. “Esse laboratório é de grande importância para o setor cerâmico, pois busca qualificar nossos produtos para a concorrência com o mercado externo, fazendo com que as empresas fabriquem um produto de excelência”, disse o empresário ceramista Francisco Elieldo Macedo de Sousa. NC
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para o fortalecimento da indústria santarena, uma vez que existem 42 empresas atuando neste segmento e que geram em torno de quatro mil empregos diretos. Mensalmente, são produzidas em torno de 12 milhões de peças, totalizando 144 milhões/ano. O faturamento gira em torno de 10 milhões/mês e 120 milhões/ano. Desde 2013 a Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces) trabalha na articulação da implantação do laboratório de ensaio de cerâmica vermelha em Santarém com objetivo de qualificar a mão de obra local e fazer análises e experimentos do material produzido pela indústria cerâmica do município. O pedido foi feito à Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) e atualmente o projeto encontra-se em fase de licitação para compras de equipamentos. Até o momento, foram investidos R$ 166 mil em equipamentos, o que representa cerca de 60% dos aparelhos adquiridos para instalação do laboratório. No mês de abril, foi realizado um novo processo licitatório para
Área onde será instalado o laboratório
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Palestra sobre portaria do Inmetro é realizada no Paraná
Uma palestra intitulada “Portaria Inmetro 558/13, PSQs, FGTS e Cohapar” foi realizada no mês de maio no Paraná. Promovida pelo Sindicer-PR, o intuito da palestra foi atualizar os associados do sindicato sobre as novidades que estão impactando o setor de cerâmica vermelha. O palestrante foi o consultor técnico da Anicer, Antônio Carlos Pimenta. A portaria 558/13 atinge a produção de blocos cerâmicos (incluindo meio bloco e canaletas), mas exclui lajes e telhas cerâmicas. Uma das mudanças é a identificação dos produtos, que precisa seguir a regulamentação do Inmetro. Todos os fabricantes devem estar adaptados até novembro deste ano. “É importante ter uma cópia da portaria para consultar e tirar as dúvidas. É importante que os donos de olarias conheçam bem até mesmo para argumentar na hora da fiscalização”, orientou Pimenta, ressaltando que o fiscal não pode pegar um exemplar do forno no momento da averiguação.
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O consultor lembrou ainda que o carimbo com as informações exigidas pela portaria não pode estar rasurado ou com dados errados da empresa. Para os blocos de vedação, o carimbo deve trazer o nome do fabricante, CNPJ, dimensões (LxHxC), lote ou data de fabricação e telefone ou e-mail. A disposição pode ser em uma ou duas linhas. “A sugestão é colocar por data de fabricação. Também não é necessário escrever a sigla CNPJ. O carimbo não pode trazer a letra ‘T’ para indicar tamanho. Isto deve ser retirado do carimbo, sem falta, para os blocos de vedação”, explicou. Para os blocos estruturais, o carimbo deve conter o nome do fabricante, CNPJ, as dimensões, a sigla EST (depois da descrição do tamanho), lote ou data de fabricação e telefone ou e-mail. No caso dos tijolos maciços e perfurados, o carimbo deve conter o nome do fabricante, CNPJ, as dimensões, a letra ‘T’ (depois da descrição do tamanho), lote ou data de fabricação e telefone ou e-mail. Durante sua palestra, Pimenta enfatizou a importância dos fabricantes adotarem práticas dentro de programas de qualidade para garantir um produto dentro das normas. Isto é cada vez mais necessário porque obras feitas com financiamento do FGTS ou para programas da Cohapar e Minha Casa, Minha Vida exigem materiais padronizados. As Normas de Desempenho relacionadas à construção civil também merecem atenção por parte dos proprietários de olarias. A regra está em vigor há cerca de um ano. Os testes deverão ser realizados em obras por parte das construtoras, mas os fornecedores devem estar dentro das conformidades, por meio de ensaios e testes. Este foi o tema de uma palestra da equipe do Senai de Ponta Grossa durante o mesmo evento realizado no Sindicer-PR. NC Fonte: Sindicer/PR.
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São Paulo sediará Expo Arquitetura Sustentável Primeira edição do evento vai ser realizada de 26 a 28 de agosto
De 26 a 28 de agosto, o estado de São Paulo sediará a primeira edição da Expo Arquitetura Sustentável – Feira Internacional de Construção, Reforma, Paisagismo e Decoração, promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. O evento vai contar com Exposição e Conferência Internacional de Construção e Arquitetura e pretende reunir marcas internacionais e nacionais, congressistas e palestrantes para apresentar e debater novos conceitos e soluções de
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sustentabilidade para a construção de casas, escritórios e indústrias. Entre os principais objetivos da feira estão tornar a construção e arquitetura sustentável assuntos mais próximos do consumidor, engenheiro, arquitetos, aliando também outras atividades como minimizar o impacto socioambiental da indústria da construção, eficiência energética, melhor qualidade ambiental do ar, uso racional da água, menor custo de operação e manutenção dos empreendimentos, conforto, bem-estar e melhora na qualidade de vida dos usuários. Segundo Liliane Bortoluci, diretora da Expo Arquitetura Sustentável, “o evento apresentará a um público especializado, profissionais de diferentes vertentes da construção e arquitetura, tomadores de decisão, responsáveis pelas edificações e projetos com inserções de práticas, metodologias e tecnologias verdes”. “Queremos mostrar que atitudes e ideias sustentáveis podem estar próximas do nosso dia a dia, e incorporadas no cotidiano oferecem também conforto, bem estar e ganho de produtividade. Serão ideias inovadoras para aplicar em projetos. Reuniremos em um só lugar os melhores produtos, novidades, tecnologias, inovação e materiais sustentáveis que cabem em diversos orçamentos”, contou. Todos os modelos e normas de certificações reconhecidas internacionalmente, tais como HQE (França) – adaptada para o Brasil como AQUA; BREEAM (Reino Unido), DGNB (Alemanha), CASBEE (Japão) e LEED (EUA), terão oportunidade de exposição. A organização da feira estima 7 mil visitantes/ compradores, em uma área de oito mil metros quadrados e 100 marcas nacionais e internacionais. A conferência deve reunir 800 congressistas que assistirão e debaterão em painéis de 80 palestrantes. NC
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ENTREVISTA
O planejamento estratégico no setor Revista NovaCer - O que é planejamento estratégico? Danilo Castro Oliveira - Em um sentido amplo, o planejamento estratégico é um processo contínuo sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução destas decisões e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas. NC - Por que a empresa precisa ter um planejamento estratégico? DCO - Sendo planejamento estratégico um processo contínuo de análises internas e externas da organização, a empresa precisa ter um plano contínuo para embasar as ações de gerenciamento.
A entrevista especial deste mês é com Danilo Castro Oliveira. Profissional de cerâmica desde 1989, é formado em Administração pela Fundação Universidade de Rio Grande (Furg) e possui MBA em Gestão de Projetos. Na entrevista, Danilo fala sobre a importância de as empresas investirem em planejamento estratégico. O entrevistado ainda identifica as principais dificuldades do setor e apresenta, ao longo das respostas, sugestões importantes para o fortalecimento do setor 38
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NC - Quais as etapas do planejamento estratégico? DCO - A primeira etapa é a definição do negócio, missão e visão. Na definição do que é o negócio, muitas empresas têm a tendência de encontrar a resposta no produto ou serviço da organização, isto pode levar a uma missão míope do que realmente é o negócio. O correto é analisar o benefício resultante do produto, por exemplo: uma cerâmica que produz telhas pode abrir um leque de ações com sua definição sendo "soluções de cobertura em edificações”. A declaração de missão deve refletir a razão de ser da empresa. Geralmente é uma declaração curta que destaca as atividades da empresa. A visão da empresa é a definição de onde a empresa quer estar em um determinado período de tempo, esta etapa reflete o posicionamento pretendido pela empresa. A segunda etapa é a análise de ambiente interno e externo. Esta etapa é fundamental para a definição das metas e estratégias, pois é da análise de ambiente que as es-
NC - Para as empresas que não fazem planejamento estratégico, quais são os passos para elaboração do planejamento estratégico? DCO - Acompanhando o modelo teórico a seguir (Figura 1) se tem uma ideia dos passos a serem seguidos na elaboração do planejamento estratégico da empresa: orientação - missão e vocação. Nestes tópicos deve-se levar em consideração a cultura, a tradição regional, a vocação da empresa, por exemplo: em uma cerâmica tradicional do oeste do Rio Grande do Sul, os fundadores faziam telhas francesas, as outras gerações sucessoras incrementaram com outros tipos: portuguesa, marselhesa e romana. No entanto, não deixaram de produzir as tradicionais telhas francesas. Além de produzir outros produtos, também houve investimentos em fornos de câmaras e em um forno túnel para blocos, além de secadores contínuos e semicontínuos, preparação de massa e também uma linha de esmaltação. A produção que, no início era só de telhas de um tipo, com os investimentos e criatividade dos diretores, ganharam uma gama de, pelo menos, 20 produtos diferenciados. Diagnóstico - aspectos internos, análise do
ambiente, campo de atuação e estratégia vigente: esta etapa tem a difícil tarefa de mensuração dos dados, sem o "romantismo" da primeira (orientação) o diagnóstico é talvez a parte mais importante dentro do planejamento, qualquer erro de análise e mensuração de dados podem ocorrer perdas que venham a comprometer todo o futuro da organização, por exemplo: é sabido que na região litorânea de Santa Catarina a produção de cerâmica tem um custo menor do que no Rio Grande do Sul e, por dia, vários caminhões de diversos produtos adentram aos estados vizinhos, Paraná, inclusive. No entanto, esta situação tende a mudar, sendo os produtos cerâmicos densos e os custos de transportes cada vez mais assustadores. Qualquer ação protecionista ou incentivadora dos governos do Rio Grande do Sul e Paraná, vai prejudicar esta possibilidade de venda a maiores distâncias das cerâmicas de Santa Catarina. Direção - estratégias e objetivos: esta etapa é bem direcionada às ações do plano estratégico da empresa. Concluída a etapa de coleta e mensuração de dados, a etapa de direção tem a incumbência de nortear as ações e o que se espera destas ações. Viabilidade - demonstração de resultados, balanços, mutações e Índices: é a parte numérica do plano estratégico, tem o caráter contábil, com todos os documentos necessários para análise das empresas, mostra a projeção nos custos e resultados da empresa. Esboça o balanço patrimonial, através das modificações de investimentos, origem e da aplicação dos
ENTREVISTA
tratégias são formuladas. A análise de ambiente é a definição das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades da empresa que afetam a empresa no cumprimento da sua missão. A terceira etapa é a formulação de estratégias. As estratégias são escritas com base na análise de ambiente levantada, após uma priorização dos principais objetivos e agrupamento por temas. A estratégia precisa estar voltada para o futuro da organização, porém para ser bem descrita necessita estar de acordo com as etapas anteriores (missão, visão, negócio e ambiente). A quarta etapa consiste em implementar projetos e controlar. É denominado de Plano de Negócios o resultado deste planejamento. Esta etapa garante a execução de tudo o que foi levantado e priorizado. A quinta etapa é a retroalimentação, que significa que constantemente os dados precisam ser revistos e correções devem ser feitas. Um determinado planejamento estratégico em hipótese alguma é estático, pelo contrário, é constantemente mutável.
Figura 1
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recursos. Informa as mudanças patrimoniais na empresa, através das mutações do patrimônio líquido. Por último demonstra os índices como, por exemplo, o grau de endividamento – demonstrativo importante para avaliação da capacidade de pagamento a curto e longo prazo. No caso de cerâmica vermelha, simples tabelas de movimentação dos estoques e mensuração da produção podem ser aplicadas tornando-se um instrumento importante para originar as outras demonstrações. Estas planilhas, já testadas e aprovadas, levam em consideração a utilização das matérias-primas e a colocação de valores nos produtos produzidos. As planilhas em questão são de fácil compreensão, os dados de produção e consumo são lançados diariamente para que, no final do mês, possam ser analisadas as despesas com pessoas, provisões para obrigações futuras, energia, despesas com vendas, transportes, comissões e obrigações tributárias, enfim, todas as despesas inerentes às empresas. Os gastos com os insumos já são acompanhadas diariamente. É importante ainda não se esquecer da depreciação, muitas vezes, é o diferencial de análise deste dado que impede ou viabiliza um modelo de produção. Operacional - ações e cronogramas: no nível operacional, se faz necessário determinar os passos e o tempo que serão realizadas as ações de mudanças ou implementação de outros produtos e processos. Vale salientar que sendo o planejamento estratégico um processo e não um trabalho isolado, as etapas se misturam e se modificam no tempo através da constante retroalimentação dos dados. NC - Como deve ser o planejamento estratégico dentro das empresas do setor cerâmico? E quais são as dificuldades em se planejar estrategicamente. DCO - Muitas são as dificuldades de planejar as estratégias das empresas no setor de cerâmica vermelha no Brasil, sobretudo, porque o produto não é valorizado, haja vista o preço de tijolos de vedação, por exemplo, em relação ao custo total de uma obra, além de outras dificuldades como: baixa valorização dos produtos de cerâmica vermelha; dificuldades técnicas; limitações legais e ausência de planos de financiamentos es-
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pecíficos para o setor. A interação destas dificuldades vem a se multiplicar, conforme os dois exemplos a seguir. Primeiro: é um consenso a falta de mão de obra para o setor, porém, esta carência se dá porque não se pode pagar o que compense o esforço de trabalhar em cerâmica como funcionário, também não há um plano de carreira nas organizações para as pessoas, sobretudo por razões econômicas: preços baixos dos produtos vendidos e custos altos de produção. Segundo: a dificuldade de produtos para queima nos fornos: mais uma vez por razões econômicas, por exemplo, nas regiões de Goiás e Mato Grosso, o quanto é mais interessante para a agricultura que se cultive áreas de outras culturas, do que combustíveis para queima. Citando que algumas cerâmicas da região de Cuiabá precisam recolher combustíveis a distâncias de até 500 quilômetros, aumentando significativamente o custo de produção. NC - Quem da empresa participa do planejamento estratégico e com que atribuições? DCO - Não existem regras para o direcionamento das ações de planejamento estratégico, vale lembrar que o processo de planejar é mais importante que o resultado em si. As ações internas de análise remetem às pessoas a refletirem sobre a organização e sobre seu trabalho, remunerações, carreiras, trabalho, sobre a qualidade nos processos, sobre melhorias, sobre dificuldades na realização de tarefas, sobre as implicações legais de trabalhos realizadas e sobre riscos de cada tarefa e função, entre outros. Cabe aos administradores se utilizarem da criatividade e, através dos recursos disponíveis, garantirem o processo de planejar, como uma ferramenta de gerenciamento com características de participação e sinergia. Sinergia é um conceito bem aplicado ao gerenciamento do processo de planejamento estratégico: interação de todos os componentes para formação de um sistema único ou vários sistemas interagentes. NC - Nos dias atuais, em que as mudanças acontecem com muita velocidade e englobam alterações fundamentais, qual a importância do planejamento em empresas do setor?
NC - Em sua opinião, quais as consequências para as empresas que não fazem planejamento estratégico? DCO - De uma maneira ou de outra o pensamento estratégico sempre existe em cada indivíduo, caso contrário, as empresas viveriam como que navegando à deriva, sem instrumentação nenhuma e sem ter aonde chegar. A questão é organizar e mensurar dados concretos, reais e não tendenciosos para dar suporte aos objetivos inerentes às decisões das empresas. NC - A falta de controle e a falta de planejamento podem levar uma empresa ao fracasso. Nesse caso, o que uma empresa do setor cerâmico deve ter em mente quando o assunto é controle e planejamento? DCO - Os livros de administração, os administradores, os engenheiros e os conta-
dores, entre outros profissionais, sempre apresentam vários sistemas de controle. Nas empresas, no entanto, é comum optarem pelo modo mais fácil de operação ou ao que caiba nos apertados orçamentos do setor de cerâmica vermelha. O importante é valorizar a questão de "pensar" a empresa primeiramente, e o setor de cerâmica vermelha numa consequente união de dados a começar pelas empresas nos "chãos das fábricas". Lá mesmo onde estão quase que a totalidade dos custos dos produtos e onde geram os recursos. NC - Em média, quanto o ceramista precisa investir para ter planejamento estratégico dentro de sua indústria? DCO - Em linhas gerais, o investimento tem que ser baixo porque num primeiro momento gera mais uma conta no apertado orçamento da realidade da maioria das empresas do setor.
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DCO - Existe um drama que não é muito comentado: a diferença de tempo entre o ciclo de vida de um produto ou de um conjunto de produtos similares que levam ao desenho de uma produção e as mudanças impostas pelos mercados. Enquanto que um processo de cerâmica, considerando a extração de argila, preparação de massa, extrusão, secagem, queima e expedição, precisa de um tempo considerável para ser acertado nos seus mínimos detalhes, os planos e incentivos do governo são inconstantes e mutáveis, por exemplo: na região do oeste do triângulo mineiro e sudeste de Goiás várias empresas tradicionais de fabricação de telhas com seus fornos de chama invertida (abóboda) foram afetadas pelo avanço da agricultura, sobretudo pelo plantio de cana de açúcar, porque os combustíveis de queima foram, aos poucos, ficando escassos, comprometendo a viabilidade na produção daquela região. Daí vem a dedução: o próprio governo financia suntuosas e várias obras de montagem de cerâmica e ele mesmo tem o cuidado de deixar os ceramistas em dificuldades de cobrir seus custos. Esta situação vem a enfatizar as necessidades de organização do ramo para buscar representações nas diversas esferas governamentais e, numa análise mais crítica, faltou planejamento estratégico para um conjunto inteiro de empresas daquela região.
NC - É possível a empresa sobreviver sem planejamento estratégico? Explique por quê. DCO - Ao contrário do que a maioria pensa, as ferramentas de administração são baseadas em experiências práticas. A proposta de planejar estrategicamente as indústrias nada mais é do que prever, organizar, dirigir e controlar as ações que qualquer empresa faz. Em outras palavras, planejamento estratégico tem um caráter extremamente prático, entretanto, quase que ninguém se utiliza das ferramentas de administração existentes, talvez pela falta de oferta de profissionais, talvez pela falta de costume e pelas características das cerâmicas de serem, a maioria, empresas familiares. O fato é que se o ramo como um todo tomar ciência da grandeza que representa, mensurando e organizando dados e, em um sentido mais amplo, organizar estes dados concretos, poderá buscar nas esferas públicas os benefícios governamentais que outros setores têm, para então se tornar forte como um todo, a exemplo de outros. NC - Qual a garantia de quem investe em planejamento estratégico? DCO - A garantia de quem faz um trabalho desta grandeza é que a empresa fica totalmente monitorada em seus detalhes, tanto
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interna como externamente, analisando as projeções e tendências, pontos fracos e fortes, oportunidades e ameaças de maneira técnica e não com decisões baseadas na experiência ou copiando de outros exemplos. NC - Que dicas sobre planejamento estratégico você pode dar aos empresários do setor? DCO - Primeiramente, começar a investigar os custos e colocar valor nos produtos produzidos. É importante separar a empresa em seções, para que se tenha uma noção detalhada de cada atividade quanto ao seu resultado. Decisões de grande importância podem ser tomadas, no caso de se levantar custos e resultados, por exemplo: a terceirização de serviços de transporte e escavações, só se pode afirmar se é melhor possuir frota própria ou terceirizar se forem analisados os dados referentes a cada situação. Quanto à ideia que grandes volumes melhoram o desempenho, há de se ponderar se o mercado vai absorver grandes volumes e se a empresa não vai incorrer em aumento nos custos de transporte de produtos prontos. Em relação ao mercado, mesmo que por conceituação às edificações de alvenaria sejam as melhores e de maior durabilidade, sem contar em outras vantagens de produtos cerâmicos como conforto térmico, por exemplo, ainda que com facilidade de venda, salvo em épocas de crises, é muito importante analisar os custos para formulação de preços. As empresas, por si só não existem, o que existe é uma reunião de pessoas em prol de uma organização. Portanto, se faz necessário, além da valorização das pessoas participantes, elencar como fundamental a formação de profissionais para o ramo. NC - Que tipo de instrumentos de gestão pode servir de apoio para as decisões de qualquer natureza em uma empresa de pequeno e médio porte? DCO - Os instrumentos que podem servir de apoio às decisões podem ser planilhas simples, criadas na própria empresa, para acompanhamento dos setores e que possibilitam aos empresários uma visão clara do resultado operacional através da movimentação dos estoques, da utilização dos recur-
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sos e da geração de produtos produzidos. NC - Como se destacar neste mercado com tantas ameaças? DCO - Ao longo dos anos, empresas surgem e saem do mercado, mas o que se nota é que a qualidade dos produtos e a eficiência na administração são características daquelas que se sobrepõem como diria um grande empresário do setor: “... se produzirmos com qualidade superior aos concorrentes, tanto em épocas de crise ou épocas de grande consumo, seremos os primeiros a vender, ainda que pelo mesmo preço da concorrência". Esta afirmação resume vários conceitos de administração, sobretudo: o preço é imposto pelo mercado e que a qualidade superior aos concorrentes é fator que diferencia uma empresa de outra. NC - O que determina o sucesso de uma empresa? DCO - No setor de cerâmica, o sucesso de suas empresas dá-se à incrível persistência dos empresários, se analisarmos as conjunturas, a realidade dos mercados, a valorização do ramo perante as autoridades, os custos dos produtos e o retorno sobre o investimento e ainda a necessidade de total dedicação, porque quase que não existem gerentes ou diretores de cerâmicas vermelha, geralmente são os próprios donos que tomam a frente de tudo, por uma simples razão: não conseguem, ou não encontram profissionais capacitados e, quando encontram, não conseguem manter seus ordenados. NC - Qual a sua avaliação sobre o setor de cerâmica vermelha? DCO - Primeiro: o ramo, pela desunião e omissão, não se dá o devido valor em relação ao que representa e quanto à importância dos produtos produzidos; Segundo: precisa mudar o cenário através da organização e união dos empresários. Terceiro: os produtos de cerâmica vermelha jamais deixarão de existir, portanto, sempre haverá demanda, porém, as empresas do ramo devem se tornar sustentáveis e lucrativas, uma das ferramentas é a utilização do planejamento estratégico e valorização de profissionais capacitados. NC
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Festa das Cerâmicas é realizada no Paraná Em sua quinta edição, evento foi realizado nos dias 17 e 18 de maio, em Prudentópolis A comunidade de Bracatinga, da cidade de Prudentópolis, no Paraná, realizou nos dias 17 e 18 de maio a 5ª Festa Nacional das Cerâmicas (Fenace). A programação do evento contou com exposição de máquinas, missa em intenção dos ceramistas e funcionários, baile de confraternização com animação do Grupo Gaitaço e premiações, entre outras atrações. Realizada desde 2010, o objetivo principal da festa é a interação entre ceramistas e vendedores de maquinários,
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além de arrecadar fundos para as melhorias da Capela São Vicente de Paulo. Um dos pontos que mais chamou atenção de quem participou do evento deste ano foi o avanço no número de expositores em relação à última edição. A assistente administrativo da cerâmica Schafranski, Solaime Mustapha, foi uma das visitantes que notou melhorias no evento. “Participei do evento deste ano, pois trabalho há 12 anos em cerâmica, e achei a festa muito bacana e muito bem organizada. Neste ano, pude perceber ainda que houve um avanço significativo no número de visitantes e expositores”, relatou. Além de Solaime, o ceramista Eduardo Grocholske, da cerâmica 19 de Novembro, também avaliou a festa deste ano como melhor do que a edição anterior. “Meu objetivo em participar deste evento foi conhecer ino-
recreações e eventos esportivos, melhor atendimento nas pastorais existentes, investimento em cursos de aperfeiçoamento de lideranças e apoio a comunidades carentes pertencentes ao setor da capela. “O evento é relacionado ao ramo da cerâmica, mas o lucro é somente para a Capela/Igreja Católica Apostólica Romana, a qual prestamos conta mensalmente dos gastos e investimentos”, acrescentou. Para um dos colaboradores do evento Gean Carlos Vergepka Machado, a festa foi um sucesso. “Houve uma grande participação do público e expositores, além de forte harmonia em nosso evento e que venha a 6ª Fenace em 2015”, acrescentou. A próxima edição da festa que, conforme Adriano Neto, vem melhorando e se aperfeiçoando a cada ano, ainda não tem data marcada. Porém, o ceramista já adianta que deve ocorrer entre os meses de abril e maio do próximo ano. NC
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D E S E N VO LV I M E N T O
vações e novas tecnologias, além de prestigiar o evento como ceramista. Achei a festa deste ano melhor, com a presença de mais expositores e público”, contou o empresário. Foram 24 empresas expositoras na edição deste ano. Entre elas, Bonfanti, Braslift Empilhadeiras, Comercial Oeste, Engepeças JCB, Flessak, Fucol, Gelenski, Jmalucelli Equipamentos, John Deere Tauron Equipamentos, Konrad Caminhões, LL Ambiental, Máquinas Man, Máquinas Tubarão, Metalúrgica Nandi, MHW, MSsouza, Natreb, Pesa - Paraná Equipamentos, Randon Implementos, Retimaq Retífica de Máquinas, Scheffer, Sudimaq, Supertek e Thago Metalúrgica. Juntas, conforme pesquisa realizada com as empresas, elas movimentaram na feira e pós-feira um total de aproximadamente R$ 2 milhões. “Neste ano, os expositores ficaram mais bem acomodados e organizados, o número de empresas também superou as expectativas, as empresas que expuseram pela primeira vez querem expor novamente. Tivemos ideias novas para o próximo evento, sugestões de alguns em pequenos detalhes, presença de vários ceramistas, além de atender uma grande clientela, tanto de ceramistas, quanto de pessoas da região”, disse o ceramista e integrante da equipe organizadora da Fenace, Adriano Alves da Cruz Neto. Também organizador do evento, Gilvani da Cruz acrescentou que o evento sempre conta com a presença de empresas ligadas ao setor produtivo dos tijolos e do setor dos transportes. “A festa coloca a indústria cerâmica no centro das atenções e faz com que empresários, sindicatos, associações, fornecedores, instituições públicas e privadas, organizações e consumidores se encontrem e troquem experiências e ideias sobre o mercado atual”, disse. Conforme Andrieli Alves da Cruz Santin, também da equipe organizadora da Fenace, além de um fraterno encontro de lideranças, a festa serve para trazer avanços à estrutura da comunidade São Vicente de Paulo. Entre estas melhorias, Andrieli destacou adequações conforme as novas normas no centro de eventos e na capela, no campo para as
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ARTIGO TÉCNICO
VAGÃO UP – Vagões de Baixa Massa Térmica Trabalho sobre o desenvolvimento de um sistema de cozedura com vagões de baixa massa térmica
Introdução
Figura 1 - Vagões no forno
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A performance da cozedura de tijolos em forno túnel está invariavelmente ligada ao estado e ao tipo de vagão que se usa. É costume deixar o estado de conservação dos vagões chegarem a limites extremos passando estes a ser a causa de diversos problemas de fabricação. O maior deverá ser o contributo para aumentar o volume do “ar parasita”, no forno. O vagão do forno desempenha um papel essencial como soleira móvel do forno. A sua eficiência e estanqueidade define a qualidade da cozedura e o desempenho do forno. Um projeto bem conseguido para o isolamento e estrutura do vagão não só oferece mais valia para o processo de cozedura como também aumenta significativamente a eficiência energética do forno. O vagão tem uma carga de material
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que ciclicamente aquece e seguidamente arrefece, a que corresponde um contínuo consumo de energia sem que esta seja diretamente produtiva. Por isso, quanto mais inércia térmica o vagão tiver, maior consumo lhe estará associado. A utilização de uma boa barreira térmica de baixa densidade é o ideal para diminuir o consumo e melhorar o isolamento, necessitando, porém, ter uma estrutura rígida para suportar o peso do pacote de tijolo que lhe está em cima. Um problema típico, que determina a vida útil de um vagão é a potencialidade de ocorrência de ataque álcalis dos elementos refratários que o constituem, em particular os blocos da laje ou soleira, que é, sem dúvida, o elemento mais exposto à atmosfera agressiva do forno. Este tipo de ataque é proporcional à porosidade do elemento refratário e da possibilidade de existência de elementos alcalinos na atmosfera do forno. A utilização, de combustíveis de biomassa, fuel oil e cock de petróleo, que acabam por queimar durante um período longo na superfície da soleira, facilita este tipo de ataque. O “cascalho” e poeira, resultante da quebra de tijolos de ciclos anteriores, poderá também contribuir para a degradação da soleira do vagão e consequentemente danificar o isolamento que ele deve promover. Para isso, o vagão deve ser limpo após cada ciclo de cozedura para que não se acumulem resíduos na sua superfície, que promovem aquecimento localizado e concentração de ataque preferencial. O vagão deverá ter um sistema de encaixe (macho fêmea), com os dois adjacentes de modo a que o calor não passe para o chassi do vagão aquecendo as rodas e o resto da sua estrutura. O encaixe lateral na calha de areia deve ser bem dimensionado de modo a que seja hermético (dimensionar bem a penetração
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ARTIGO TÉCNICO
da faca na caixa de areia) e o contato entre vagões adjacentes deverá ser feito por encosto com um sistema de isolamento por cordão refratário. A fim de combater este tipo de problemática, foi desenvolvido um sistema que permitisse a melhoria da cozedura, além de elevar a eficiência térmica do forno brindando a produção com uma maior eficiência produtiva e qualidade dos produtos fabricados. Figura 2 - Aspecto da superfície de uma laje sujeita a ataques ácidos
Figura 3 - Encaixe macho-fêmea dos vagões
Figura 4 Dois tipos de chassi de vagão com filosofias de construção diferentes
Vagão com 360 x 240 cm
Vagão com 240 x 160 cm
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Projeto de vagão “up” de baixa massa térmica Considera-se que o chassi do vagão deve ser estudado e dimensionado para aguentar a carga a que vai ser sujeito e, para isso, terá que ser desenhada uma estrutura suficientemente resistente às exigências mecânicas a que irá ser sujeito. Além disso, é necessário ainda que os pontos de transferência de carga às rodas sejam bem distribuídos pela estrutura metálica sem que haja pontos de fragilidade ao longo de toda a base do vagão. Na figura 4, estão ilustrados diferentes tipos de vagão utilizados em outros projetos. O presente trabalho começou pelo desenvolvimento de um projeto de chassis, de modo que a performance refratária não fosse posta em causa por possíveis deformações dos chassis que causassem problemas de resistência dos materiais utilizados na constituição do corpo e soleira do vagão. Um outro cuidado a ter em conta é a qualidade das soldaduras e do sistema de transmissão do movimento do vagão dentro do forno (os empurradores). Estes elementos deverão ser bem projetados para que o vagão não só tenha resistência suficiente seja no seu impulso dentro do forno como também na sua retirada do forno que em geral se faz por tração do vagão pela zona central do chassi. Um bom dimensionamento e um trabalho de construção soldada do vagão bem feitos podem evitar que o impulso transmitido aos vagões produza efeitos transversais com desgaste rápido das rodas e evite possíveis descarrilamentos durante a
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ARTIGO TÉCNICO Figura 5 - Aplicação do perímetro de blocos no vagão
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cozedura. Concluído o trabalho de construção ou remodelação do chassi do vagão foi seguidamente desenvolvido o miolo refratário do vagão, bem como sua soleira resistente ao fogo e a possíveis ataques químicos, que possam ocorrer na sua superfície. A carga refratária de um vagão pode ser subdividida em três partes distintas. Perímetro do vagão: constituído por elementos refratários que devem ser suficientemente estruturantes das paredes externas e que resistam a uma temperatura superior à temperatura de cozedura, bem como a efeitos mecânicos, sejam na operação de carga/descarga sejam na movimentação do vagão. Leito isolante: constituído por materiais refratários com propriedades fluidificantes (adaptação a formas diversas que os contenham), que fazem a barreira térmica do vagão propriamente dito; Laje ou soleira do vagão: plataforma direita onde se procederá a carga do tijolo a cozer. Os blocos constituintes do perímetro do vagão foram desenvolvidos à base de misturas de cimento aluminoso com chamotes também aluminosas, com granulometrias selecionadas e adicionados elementos capazes de fornecer a estes blocos capacidade de resistência ao choque térmico e mecânico. No fim de testadas várias misturas,
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chegou-se à mistura ideal que oferece características apropriadas para este fim, além de ser conformada por valores competitivos muito interessantes. O ciclo de vida ainda não foi determinado, pois após ensaios durante um ano seu estado continua muito bom não necessitando de substituição. Tal como já referido o vagão tem que ser dotado de uma barreira térmica que permita suportar a temperatura de cozedura do tijolo e manter uma estrutura rígida que suporte o peso do pacote, não deixando passar calorias para a parte inferior do vagão onde fica o chassi e o sistema de tração do vagão (rodas). Além disso, é necessário que este isolamento não seja muito absorvente térmico de modo a não criar um consumo exagerado de combustível, mas que seja significativamente rígido para manter a carga sobre a superfície do vagão estável. O sistema desenvolvido consiste numa espécie de sandwish de materiais refratários de modo a que se consiga dissipar a temperatura desde os 1.000ºC (temperatura máxima de cozedura) até a temperatura de trabalho, que deverá rondar os 25 a 27 ºC. A seleção desta barreira térmica deverá atender a diversos critérios: -Disponibilidade de materiais com características refratárias e que sejam possíveis encontrar no mercado nacional; -Preços relativos que permitam um sistema de barreira térmica eficaz e econômico; -Eficiência do sistema de modo a que o vagão no fim de terminado um ciclo de cozedura esteja pronto para nova carga, devendo estar a uma temperatura suficientemente baixa que não crie problemas de carga, 27ºC. O esquema da figura 6 ilustra este tipo de montagem. O material da camada 1 é o mais isolante, apresentando um coeficiente de condutividade térmica baixo. A camada de nivelamento tem por objetivo promover uma superfície rígida e plana onde se irá assentar a estrutura do vagão, não necessitando assim de ter características refratárias. As camadas isolantes são em geral de material fluidificado que se pode adaptar facilmente a qualquer formato e constituir uma
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ARTIGO TÉCNICO
Figura 6 - Estrutura de camadas de sandwish refratária do leito do vagão
Figura 7 - Foto da laje do vagão
Figura 8 - Esquema das leituras efetuadas com anéis de Buller e com o termopar móvel após o vagão sair do forno camada isolada eficaz. A Lajeou soleira do vagão é a face exposta à temperatura mais elevada e à atmosfera agressiva do forno, por isso, terá que ter uma boa refratariedade e resistência ao ataque químico. Idealmente deverá ser capaz de se transmitir energia por radiação quando aquecida de modo a que não haja muita penetração de calor para o interior do leito isolante assim como deverá ter uma porosidade baixa.
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Os problemas que se geraram no desenvolvimento desta laje foi sobretudo de disponibilidade de produtos de cordierite no mercado, que permitissem uma solução rentável e não trouxessem elevados custos à construção do vagão. Assim optou-se por se fazer um reforço mecânico nos cantos da soleira do vagão produzindo-se peças vazadas com uma mistura bem balanceada de cimento aluminoso com chamotes de granulometrias apropriadas e devidamente dimensionadas, com adição de zirconitos para melhorar a resistência ao choque térmico, e o resto da superfície da soleira do vagão constituído por lajes cerâmicas de Cordierite extrudadas, fornecidas por um fabricante de refratários. O aspecto geral do conjunto é mostrado na figura 7. Neste tipo de vagão foram testadas relativamente à sua condutividade térmica e inércia térmica. Os valores obtidos foram comparados com os de um vagão cheio com concreto refratário, monolítico para avaliação funcional e consumos energéticos de cada um dos sistemas. Assim foram feitas medições da temperatura atingida pela superfície do vagão e pelo miolo do vagão imediatamente após sair do forno e após uma e duas horas de ter saído do forno. Os resultados obtidos estão resumidos no quadro na página 45. Valores obtidos de medições de temperatura no vagão de baixa massa térmica e num vagão de elevada massa térmica (vazados com concreto refratário). As temperaturas a que o interior do vagão ficou sujeito foram medidas com auxílio de anéis de Buller. Este sistema mede a temperatura máxima a que o material atingiu. A localização das medições está esquematizada na figura 8. Dos valores obtidos podemos concluir que o sistema “Up” de baixa massa térmica é largamente mais interessante, que o de enchimento de concreto, pois além de ter uma menor inércia térmica, apresenta também melhor isolamento térmico na primeira metade da espessura do revestimento refratário. O material cerâmico tem em geral maior emissividade térmica por radiação, o que
Vagão UP
Vagão de enchimento monolítico de concreto refratário
OBS
P osi ç ã o 1 do a n el B ul l er
8 7 5 º C
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P osi ç ã o 2 do a n el B ul l er
1 3 5 º C
5 2 0 º C
N ov m en l on g i sol a
M edi ç ã o n a sup erfici e: S a i da do f orn o
2 1 0 º C
2 5 0 º C
A sup erfic i e de c on c reto é m ui to a bsorv en te e m a n tem a rm a z en a do m a i s c a l or.
M edi ç ã o n o i n teri or: S a i da do f orn o M edi ç ã o n a sup erfici e: A p ó s 1 h ora
5 3 º C
1 9 5 º C
I sol a m en to m el h or da sa n dw i sh do v a g ã o up .
1 2 0 º C
2 0 0 º C
A i n erc i a té rm i c a é m ui to g ra n de p a ra a m a ssa do c on c reto e dem ora m a i s a a rref ec er.
M edi ç ã o n o i n teri or: A p ó s 1 h ora
4 5 º C
1 7 5 º C
E n q ua n to q ue o i n teri or do v a g ã o U P , está q ua se f ri o o de c on c reto a i n da está m ui to q uen te m esm o a p ó s um a h ora de ter sa i do do f orn o. E stes c a sos n orm a l m en te obri g a m a usa r a rref ec i m en to f orç a do do v a g ã o.
M edi ç ã o n a sup erfici e: A p ó s 2 h ora
3 3 º C
1 5 0 º C
A p ó s dua s h ora s o v a g ã o U P , está q ua se todo à m esm a tem p era tura .
M edi ç ã o n o i n teri or: A p ó s 2 h ora
2 8 º C
1 2 0 º C
A p ó s dua s h ora s o v a g ã o m on ol í tic o de c on c reto a i n da está m ui to q uen te, m esm o o seu i n teri or. M ui ta s v ez es é n ec essá ri o ter m a i s v a g õ es p a ra dei x a r q ue os q ue sa i ra m do f orn o p ossa m a rref ec er. F oi n ec essá ri o a rref ec er o v a g ã o c om v en til a ç ã o f orç a da p a ra o di sp on i bi l i z a r p a ra a c a rg a .
também facilita a menor penetração térmica no seio do vagão e um arrefecimento mais rápido. A maior capacidade de isolamento e menor inércia térmica dá a este sistema um menor consumo energético que poderá chegar a 20% menos. De referir que o vagão deve ser um dispositivo que pré-dispõe uma superfície plana para ser carregada facilmente (manual ou automaticamente) e que após descarga deve ser limpo e disponibilizado de novo para carregar em tempo útil a produção e sem que esteja demasiadamente quente, pois poderá dificultar a operação de carga e promover o aparecimento de trincas de secagem rápida
m bos os esm a , v i sto m esm a o m esm o
a g ã o U P v eri fica- se um a or p en etra ç ã o do c a l or a o o da esp essura da c a m a da n te.
ARTIGO TÉCNICO
Ciclo de cozedura com temperatura max. 900ºC
dos tijolos na camada mais inferior do pacote que muitas vezes levam ao colapso das pilhas de tijolo sendo causa de acidentes no interior do forno. O tipo de passa-fogo (pé de elefante) que se utiliza também contribui decisivamente para o sucesso de uma cozedura mais eficiente e que por sua vez depende do tipo de forno e material a cozer que se tem. No caso presente, optou-se por usar um tipo de passa-fogo de perfil trapezoidal de 180 mm de altura por ser interessante promover uma maior passagem de ar através da soleira do vagão para contrariar um maior fluxo de ar junto à abóboda do forno. O material dos passa-fogos foi também
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ARTIGO TÉCNICO
Figura 9 - Vagão UP carregado e pronto a entrar para o forno
desenvolvido de modo a testar alguns tipos de composições ideais para resistir ao choque térmico. O formato final do vagão pode ser visto na foto da figura 9. A formato trapezoidal nem sempre é o mais aconselhável, pois o contato do passa-fogo com a soleira do vagão provoca uma maior concentração de massa e aumenta a inércia térmica, localizada que poderá provocar problemas de arrefecimento e mesmo ruptura deste, ver figura abaixo. Para soluções de descarga automática, o ideal será usar um passa-fogo tipo “ponte”, ver esquema da figura 10, que permite um mais rápido resfriamento da soleira do vagão e um menor consumo energético com menor inércia térmica do sistema.
No caso deste trabalho foram produzidos passa-fogos dos dois tipos e testados em conjunto. A composição usada teve em conta a resistência mecânica e o choque térmico. Os resultados obtidos foram muito interessantes não havendo ainda uma definição de tempo de vida médio, pois continuam a rodar no forno sem apresentar quebras no fim de dois meses de trabalho. De referir que o sistema ponte é mais frágil para descargas manuais, mas mais interessante sob o ponto de vista racionalização de consumos energéticos e limpeza do vagão. Há alguns pormenores de grande importância no projeto de um vagão como, por exemplo, o isolamento entre vagões. No atual projeto, optou-se pela utilização de um
Figura 10 – Passa-fogo ponte
Figura 9 – Foto de um passa-fogo que sofreu um arrefecimento muito rápido e quebra por choque térmico 54
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cordão refratário de seção retangular, 50 x 30 mm, com zona de impacto larga para dar maior segurança de isolamento. Na frente do vagão, o cordão é fixado numa calha em “U”, e na traseira o encosto é feito numa barra chata de 50 mm de largura, tal como pode ser visto na figura 11. De referir o pormenor da volta do cordão nas extremidades do vagão de modo a garantir um maior isolamento lateral e manter o cordão esticado. A aba do chassi (faca) que mergulha na caixa de areia deve ser dimensionada corretamente para que garanta o isolamento mais perfeito possível, ver figura 12. No caso do presente trabalho, não foi
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ARTIGO TÉCNICO
Figura 11 - Aplicação do cordão isolador na frente do vagão
Conclusão Figura 12 – Faca do vagão – isolamento lateral na caixa de areia
Figura 13 – Labirinto lateral do vagão para melhorar o isolamento e estanqueidade do forno
Figura 14 - Sistema de encaixe entre vagões necessário produzir labirintos adicionais para garantir um bom isolamento lateral, porém há outros em que isso foi necessário fazer para garantir uma melhor estanqueidade do forno e reduzir o ar parasita que, como referido, é um dos problemas maiores na condução de um forno túnel, figura 13. Tal como o labirinto os vagões devem ter
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um encaixe, tal como referido anteriormente. No caso presente, esse pormenor foi realizado com um encaixe macho-fêmea como pode ser visto na figura 14, que promove um bom isolamento na interface dos vagões promovendo um bom isolamento.
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A qualidade e a produtividade aumentam com um bom projeto de vagão, adaptado às necessidades de cada forno e tipo de produto a cozer; O custo da operação de cozedura pode ser racionalizado e melhorada a sua eficiência em até 20% com um vagão eficaz (menor consumo de energia, menos quebras e melhor qualidade); Após a implementação de um projeto deste tipo, a manutenção de vagões é feita com uma equipe reduzida que mantém o nível e o estado de todos os vagões; O projeto UP é muito competitivo em termos de custo; ao alcance de qualquer fábrica que coza em forno túnel. Implementável facilmente e com resultados práticos muito rápidos; Utilização de materiais na sua maioria produzidos no Brasil ou à disposição no mercado nacional. No projeto UP, muitos foram desenvolvidos para esse projeto, (passa-fogos e misturas de concreto particulares) e disponíveis no mercado; O vagão UP tem uma maior inércia térmica quando comparado com outros monolíticos e de maior peso. Absorve menos energia durante a cozedura e a sua superfície é muito mais emissiva por radiação, promovendo uma cozedura com menos combustível. Estima-se que se consiga uma redução de até 20% de combustível. Devido à sua maior inércia térmica, conseguem-se maiores produtividades. O vagão não precisa ser resfriado; Os passa-fogos desenvolvidos no projeto UP revelaram-se muito competitivos e com uma vida útil muito boa. Tem elevada resistência ao choque térmico, particularmente os de formato “ponte”. Mesmo os trapezoidais melhoram muito a operação de cozedura, pois o fogo ao passar junto à soleira do vagão facilita uma cozedura mais homogênea. NC
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