Revista Novacer Edição 14 Junho 2011

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Entrevista com o diretor da Höft - Transição de Gerações, Wagner Teixeira

Ano 2

Junho/2011

Edição 14

Extrusão dura chega ao Brasil

Clube do carpinteiro qualifica profissionais Evento no Paraná comemora Dia do Ceramista Paraíba inicia plano de cerâmica vermelha

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SUMÁRIO

TECNOLOGIA 16 à 20 Extrusão dura surpreende ceramistas

EDITORIAL

GESTÃO

12: Carta ao Ceramista

22 e 23: Paraná comemora Dia do Ceramista

TECNOLOGIA

MEIO AMBIENTE

24 à 27: Falta de mão de obra agiliza automação das cerâmicas

30 à 34: A poluição do ar decorrente das indústrias cerâmicas no município de Morro da Fumaça (SC)

Conselho Editorial

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Agenor de Noni Junior, Dr. Antônio Cubano Rissone, Engª Celina Oliveira Monteiro, Engº Joaquim Canha, Geol. Luciano Cordeiro Loyola, Harald Blaselbauer, Jamil Duailibi Filho, José Octavio Armani Paschoal, Luis Carlos Barbosa Lima, Paulo Henrique Manzini, Prof. Adriano Michael Bernardin, Prof. Edgard Más, Prof. Sérgio Lanza, Sérgio Pagnan e Stefano Merlin. Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados

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Diretor Geraldo Salvador Junior

Diagramação & Arte Jefferson Salvador | André Gil

Comercial Moara Espindola Salvador

Redação Aline Ventura | Juliana Nunes

Administrativo Financeiro Wanessa Maciel

Assessoria Ambiental Engª. Marina Salvador CREA-SC: 105932-7

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Jornalista Responsável Aline Ventura - SC01781-JP

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Impressão | Tiragem Gráfica Coan | 5000 exemplares


SUMÁRIO

A

JUNHO 2011 GESTÃO

36 à 38: Carpinteiros qualificados formam clube

ENTREVISTA

ARTIGO TÉCNICO

44 à 52 : Quando chega a hora

64 à 72: Ataque químico por água do mar sintética em peças cerâmicas vermelhas incorporadas com rejeito de rocha ornamental

CONSTRUÇÃO CIVIL 28: Vendas de material de construção estáveis em maio

TECNOLOGIA

40: Keller HCW e Rieter-Werke fornecem linhas de produção de pisos para o Vietnã

MEIO AMBIENTE

54 à 56: 2011 dedicado ao Ano Internacional das Florestas

DESENVOLVIMENTO

62 e 63: Cerâmica Tecil surge antes da criação do estado de Tocantins

GESTÃO

74 à 76: Paraíba inicia plano de cerâmica vermelha

DESENVOLVIMENTO

80 e 81: Unibave oficializa convênio com universidade de Aveiro

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Fale com a NovaCer Comentários, sugestões de pauta, críticas ou dúvidas podem ser encaminhadas para os e-mails redacao@novacer.com.br ou direcao@novacer.com.br Na internet Todas as edições podem ser visualizadas no site www.novacer.com.br Anuncie na NovaCer Divulgue sua marca. Atendimento pelo e-mail comercial@novacer.com.br

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Carta ao Ceramista As vantagens surpreendem. Na matéria de capa desta edição, apresentamos um processo antigo para ceramistas de diversos lugares do mundo, mas uma novidade para os empresários brasileiros. Resistência mecânica superior, economia na secagem, aumento de produção e melhor controle das dimensões são os benefícios que a extrusão dura proporciona. Um grupo de empresários conheceu o método produtivo na Bolívia no mês de maio e se surpreendeu com a tecnologia. Visitamos três cerâmicas no Rio Grande do Sul para a produção de uma matéria sobre automatismo para prensas de telhas e nas três empresas fomos recebidos pelos filhos dos proprietários, o que indica que a indústria de cerâmica vermelha brasileira tem fortes raízes familiares. Por isso nesta edição entrevistamos um especialista em sucessão familiar. Quando chega a hora de planejar a transição com cuidado e respeito ao fato de a empresa ser familiar geralmente o futuro é promissor.

Da necessidade de mão de obra especializada para a instalação de telhas surgiu em Minas Gerais o Clube do Carpinteiro. A iniciativa nasceu dentro da cerâmica Monte Carmelo e em dois anos quase 2 mil carpinteiros foram qualificados em mais de 100 cidades. O 7º Encontro Regional dos Ceramistas da Região Centro-Sul, realizado no dia 27 de maio, no Paraná, comemorou o dia do ceramista, celebrado no dia 28 de maio e contou com palestras sobre temas direcionados ao setor. Confira os detalhes na página 22. Resgatando um pouco a história da cerâmica vermelha no Brasil, destacamos nesta edição a descoberta de um forno construído no barranco em uma fazenda em Minas Gerais. O forno primitivo era usado há 100 anos por oleiros que não faziam ideia do que se transformaria a indústria cerâmica vermelha no Brasil e o nível que já se encontra em diversas regiões do mundo. Aproveite a leitura! Os Editores

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TECNOLOGIA

Extrusão dura surpreende ceramistas Tecnologia centenária para produção de cerâmica vermelha chega ao Brasil Uma tecnologia bastante conhecida na Austrália e nos Estados Unidos promete surpreender os ceramistas brasileiros. A fabricação de cerâmica vermelha por extrusão dura existe há mais de 100 anos e está chegando ao país. O processo permite a produção com resistência mecânica superior ao exigido pelas normas técnicas, em média 25kgf/cm². Quem confirma é o gerente de produção da Saudi Red Brick Co., da Arábia Saudita, uma das maiores fábricas de tijolo comum no

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mundo, Durlabh Trivevi. Segundo o ceramista,os blocos produzidos na cerâmica árabe por extrusão dura não sofrem nenhuma deformação, pois já saem da maromba mais duros do que na extrusão normal, podendo, ainda verdes, suportar o peso de um adulto. “Por isso nossos blocos têm a preferência das construtoras que podem economizar na quantidade de cimento entre os tijolos”, confirmou Trivevi. Com média anual inferior a 0,5% de quebra, o ceramista árabe explica que a pequena quantidade de água utilizada para a fabricação das peças, comparado com a extrusão normal, reduz o aparecimento de eflorescências de secagem, que é realizada em oito horas. A empresa árabe trabalha 22 horas por dia nos sete dias da semana. A extrusão dura é novidade no Brasil por-


dade bem mais baixa do que o que a gente trabalha aqui no Brasil”. O investimento na maromba Steele está nos planos da cerâmica Endo. “Temos interesse em futuramente, quando precisarmos de mais produção, trocar nossa maromba pela Steele”, projetou. A cerâmica Endo fabrica lajota para forro com produção de 6,5 milhões de peças por mês. Na segunda unidade da empresa, inaugurada no mês de maio, o proprietário prevê a produção mensal de 5 milhões de peças. A economia com a extrusão dura acontece na secagem. “Por ela extrusar com menos umidade ela economiza em secador, tanto em tempo quanto na própria estrutura que custa caro. A estimativa é reduzir em torno de 40% o tempo de secagem”, calculou Endo. No total a comitiva foi composta por 16 pessoas, entre profissionais do Grupo Qualicer, empresários paraguaios e ceramistas brasileiros das cidades de Itu, Tatui e Elias Fausto, em São Paulo e Teresina, no Piauí. A comitiva aproveitou a viagem à Bolívia para visitar o estande do Grupo Incerpaz na Feira Internacional de Cochabamba (Feicobol). Este evento, realizado de 28 de abril a 8 de maio, contou com a participação de mais de mil empresas de todo o mundo e reuniu diversos setores como construção civil, automotivo, máquinas e alimentação, entre outros.

TECNOLOGIA

que as marombas usadas pelos ceramistas brasileiros não atendem às necessidades do processo.Para conhecer de perto a tecnologia e comprovar a eficiência da extrusão dura, empresários brasileiros e paraguaios visitaram entre os dias 4 e 7 de maio, em Santa Cruz de La Sierra e Cochabamba, na Bolívia, duas empresas que usam a tecnologia. A visita organizada pelo Grupo Qualicer, de Itu (SP), aconteceu no Grupo Incerpaz e na cerâmica Margla, que produzem cerâmica vermelha com as máquinas da empresa norte-americana JC Steele & Sons. A unidade da Incerpaz de Santa Cruz de La Sierra produz tijolo maciço de alta densidade para pavimentos com uma maromba Steele 50F e telha colonial extrusada com uma maromba Steele 25. A unidade da Incerpaz em Cochabamba produz tijolo comum seis furos com a maromba Steele 50G. A cerâmica Margla, em Santa Cruz de La Sierra, também utiliza a maromba Steele para a extrusão de telhas do tipo colonial. A apresentação ao grupo de empresários fez parte do pré-lançamento das marombas Steele pelo Grupo Qualicer, que começa a representar a empresa norte-americana no Brasil e América do Sul. De acordo com o gerente administrativo e comércio exterior do Grupo Qualicer, Gabriel Paulino, o lançamento oficial será feito no Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha, que acontece de 24 a 27 de agosto, em Vitória (ES). “O diferencial está ligado ao conceito chamado extrusão a duro”, destacou Paulino. O diretor da cerâmica Palma de Ouro, de Elias Fausto (SP), Sandro Roberto da Silveira, integrou a comitiva com a intenção de avaliar o que pode ser agregado à qualidade do produto. “A visita foi muito interessante, o processo de extrusão dura me surpreendeu pela resistência mecânica do material. Outro diferencial é o vácuo e a compactação da massa que essa extrusora proporciona”, constatou o diretor da cerâmica fabricante de bloco estrutural. O ceramista Gustavo Endo, proprietário da cerâmica Endo, de Tatuí (SP), se interessou em integrar a comitiva porque nunca tinha visto o processo. “O maquinário realmente extrusa bem mais duro, com uma umi-

O setor na Bolívia - O mercado de cerâmica vermelha na Bolívia está em crescimento. O Grupo Incerpaz tem hoje cinco plantas em diferentes cidades do país. A produção do grupo chega a 85 mil toneladas por mês, cerca de 30 milhões de peças. Um município que tem forte concentração de cerâmicas é La Paz. Mensalmente, entre os variados modelos e tamanhos, as cerâmicas bolivianas fabricam mais de 60 milhões de peças. Segundo o diretor da cerâmica Palma de Ouro, de Elias Fausto (SP), Sandro Roberto da Silveira, o parque cerâmico na Bolívia está em franco desenvolvimento. “Percebe-se uma gestão direcionada para a evolução do processo produtivo e do mercado cerâmico e há um diferencial muito importante que é a utilização do gás natural, que agrega muita qualidade ao produto”.

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TECNOLOGIA

Menor umidade, mais dureza

Ceramista brasileiro Gustavo Endo testando a resistência do tijolo produzido pela maromba Steele

O presidente da J.C. Steele & Sons nos Estados Unidos, John S. Steele, destacou várias vantagens da extrusão dura. “A principal pode ser definida pelo bom alinhamento e geometria do produto final. O processo utiliza menos água e gera maior rapidez na secagem. Pode-se produzir uma ampla variedade de materiais. Nossas extrusoras são muito robustas e têm um longo tempo de vida útil, se as manutenções adequadas forem feitas regularmente. Depois de 20 anos de uso é que uma maromba Steele começa a quebrar internamente, necessitando de algumas trocas de peças e reposições”, enumerou o

Empresários brasileiros e paraguaios conheceram de perto o processo na Bolívia

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empresário. Hoje já são mais de 400 cerâmicas em várias partes do mundo que utilizam maquinário da empresa norte-americana. A diferença entre a extrusão dura e a normal é a relação entre a umidade de extrusão e a dureza de extrusão (compactação). “No processo normal a dureza varia entre 15 e 20 kgf/cm². Já na extrusão dura varia entre 20 e 25 Kgf/cm²”, explicou o professor do Senai, Amando Alves de Oliveira. Em média o processo usa de 10 a 20% menos água, além de permitir o uso de qualquer tipo de argila. Como há argilas de diferentes características, antes de a extrusão dura ser implantada na cerâmica, o laboratório da J.C.Steele & Sons recebe uma amostra de argila para realizar a pré-análise.“É claro que as argilas utilizadas na extrusão dura geralmente são argilas semi refratárias com temperatura de queima entre 1050°C e 1150°C, mas isto não é regra”, complementou Oliveira. Para a extrusão dura alcançar o resultado ideal a homogeneização da matéria-prima deve ter pouca variação de umidade. “A preparação é muito parecida com o processo normal de fabricação. O segredo está diretamente ligado ao trabalho em conjunto da maromba e do misturador especial pré-extrusor Pug Sealer”, explicou o gerente administrativo e comércio exterior do Grupo Qualicer, Gabriel Paulino. Uma vantagem durante o processo de movimentação das peças é que o material sai da maromba com uma dureza maior do que no processo convencional. O produto verde (virgem) perde o risco de amassar, danificar ou deformar diminuindo a perda de peças. A diminuição no tempo de secagem é outro benefício que a maromba norte-americana proporciona reduzindo assim o risco de trincas e a retração em comparação ao processo normal. O método facilita o controle das dimensões do produto. A alta resistência mecânica do produto, em consequência da alta compactação da argila é verificada após a queima.


TECNOLOGIA

Mais de 100 anos de história Em 1889, John Steele, um fabricante de tijolos em Statesville, Carolina do Norte (EUA), projetou e construiu uma máquina de tijolo. Dessa criação surgiu a companhia, fundada com o princípio de melhoria contínua de fabricação de máquinas para trabalhar a argila, que permanece inalterado por mais de um século. A empresa J.C. Steele & Sons é a maior produtora mundial de máquinas pesadas para extrusão a duro de argila. O que é novidade no Brasil existe há mais de 100 anos nos Estados Unidos. A maromba Steele também está em funcionamento na Austrália, na Rússia, na Arábia Saudita, na China, na Coréia do Sul, na Bolívia, no Peru e na Colômbia. A empresa se mantém sob gestão familiar e ainda hoje se dedica exclusivamente à fabricação de equipamentos para o processamento e extrusão de argila. A infraestrutura da planta foi ampliada e atualmente conta com sua própria fundição moderna e totalmente equipada. Vários fornos de indução elétrica são usados na produção com um rigoroso controle das peças fundidas em ligas. O departamento de engenharia utiliza a tecnologia mais recente controlada por computador para a produção, acompanhamento e análise.

John Steele, fundador da J.C. Steele & Sons

Início da J.C. Steele & Sons em meados de 1900 em Statesville, Carolina do Norte (EUA)

J.C. Steele & Sons na China

J.C. Steele & Sons nos Estados Unidos

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TECNOLOGIA

Grupo Qualicer

Comitiva formada por profissionais do Grupo Qualicer e empresários paraguaios e brasileiros

O Grupo Qualicer representa as empresas Crisda, líder em tecnologia no mercado de boquilhas, a JT, referência em soluções para automação industrial, a norte-americana Direxa Engineering, empresa de engenharia especializada na indústria de materiais de construção e agora a norte-americana J.C. Steele & Sons, produtora de máquinas para indústria cerâmica vermelha. A representação da J.C.Steele & Sons no Brasil e América do Sul é exclusiva do Grupo Qualicer junto com a Direxa Engeneering. A parceria vai possibilitar aos clientes maior proximidade e apoio técnico, estoque de peças de reposição em Itu (SP) e assessoria para importação. “Estamos nos estruturando para iniciar as vendas no Brasil. A visita à Bolívia chamou a atenção de 12 ceramistas que já estamos em processo de negociação. A partir da feira (Anicer) teremos ações fortes de marketing da marca Steele. Nosso público-alvo é bem diferenciado dos nossos concorrentes. Para implantar um projeto deste, a cerâmica tem um alto investimento”, explicou o diretor da Direxa do Brasil, Clement Cadier. Encontrar o parceiro certo num país tão grande e complexo como o Brasil era um desafio para a J.C. Steele & Sons.“Estávamos preocupados se o Brasil era um lugar de negócios transparentes como em outros países em que atuamos. A Direxa e o Grupo Qualicer nos convenceram que precisávamos estar no Brasil. Estamos confiantes na parceria e acreditamos que o Brasil é um mercado potencialmente bom e temos ótimas expectativas”, disse otimista John C. Steele. NC

As marombas Steele serão lançadas oficialmente em agosto

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GESTÃO

Paraná comemora Dia do Ceramista

Evento contou com 102 empresários do setor

Programação contou com duas palestras para os ceramistas, uma do Senai e outra da fabricante de equipamentos Gelenski O 7º Encontro Regional dos Ceramistas, realizado em 27 de maio, em Prudentópolis, no Paraná, comemorou o Dia do Ceramista, celebrado no dia 28 do mesmo mês. O evento ocorreu na churrascaria Penteado e contou com 102 empresários. De acordo com Adilson Carlos Costa, do Laboratório de Cerâmica Vermelha do Senai Ponta Grossa (PR), o evento foi um sucesso e superou as expectativas. “Os empresários gostaram muito da comemoração ao dia do

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ceramista”, disse. Segundo ele, inicialmente, eram esperadas cerca de 60 pessoas. No entanto, participaram empresários de outras regiões do Paraná e também todos os sindicatos foram representados pelos seus presidentes e secretários. O encontro ainda contou com as palestras “Equipamentos para cerâmica vermelha estrutural”, ministrada pelo gerente técnico comercial da Gelenski, Vidal Signorelli, e “Redução de custo no processo de preparação de massa”, ministrada por Adilson Carlos da Costa, do Senai Ponta Grossa. Durante a primeira, o palestrante falou sobre o início da empresa até os dias de hoje, além de apresentar toda linha de produtos da Gelenski. A segunda palestra tratou da importância da preparação da matéria-prima, desde a jazida até a extrusão e detalhou os problemas que podem aparecer nos processos se não houver uma boa


Signorelli ministrou a palestra "Equipamentos para cerâmica estrutural"

GESTÃO

preparação. O objetivo do evento, segundo Costa, foi de “cada vez mais unir os empresários do segmento para fortalecer a indústria cerâmica do Paraná”. Para o assessor executivo do Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Norte e Noroeste do Paraná, Elidio Curi, é importante que os ceramistas participem de eventos como estes devido à interatividade. “O evento foi uma oportunidade de os ceramistas trocarem ideias sobre o setor. É necessário o ceramista sair de sua empresa para participar de eventos como estes e conhecer outras pessoas para que haja integração dentro do setor”, relatou. NC

Costa ministrou a palestra "Redução de custo na preparação de massa"

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TECNOLOGIA

Falta de mão de obra agiliza automação das cerâmicas Automatismo para alimentação e extração reduz número de trabalhadores

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Simplicidade de manuseio e fácil manutenção. Estes dois conceitos norteiam a vida de empresários de diversos setores e na indústria cerâmica vermelha isso não é diferente. À primeira vista a automação na alimentação de bastões e extração da telha na prensa cerâmica pode passar despercebida e parecer insignificante. Mas quando a questão central é a falta de mão de obra aliada a alta demanda por materiais de construção em virtude da economia aquecida a visão é outra. Ao se deparar com a dificuldade para encontrar mão de obra, enfrentar alta rotatividade de funcionários e o consequente aumento dos salários dos trabalhadores que resistem, o gerente industrial da Telhas João Vogel, de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, Fernando Vogel, viu na automação uma


TECNOLOGIA

saída para reverter o problema. Com produção mensal de 800 mil telhas, sendo 90% telha portuguesa, Vogel pesquisou o mercado e investiu no que encontrou de mais simples em automatismo para alimentação e extração. Há três anos Vogel reduziu o número de funcionários que trabalhavam diretamente nas três prensas. “Antes eram três funcionários por prensa. Agora é apenas um em cada prensa”, disse Vogel. Além das telhas a cerâmica João Vogel também produz pisos de concreto. O investimento de R$ 200 mil resultou principalmente em ganho de tempo e rendimento dos funcionários, que agora entram em contato com a telha quando ela chega na esteira e é colocada manualmente na vagoneta. No total, a empresa que está há 12 anos no mercado, tem 75 colaboradores. Segundo Vogel, outra vantagem da automatização das prensas refletiu diretamente na redução do número de acidentes de trabalho na empresa. Antes da mudança, em um período de seis meses, a cerâmica alcançou o índice de três acidentes nas prensas. Depois da instalação do automatismo, esse número zerou. A cerâmica João Vogel opera com quatro fornos do tipo túnel automatizados e usa o cavaco e a serragem como combustíveis para a queima, produtos comuns para o município que está localizado em um dos polos moveleiros gaúchos. A intenção do gerente é automatizar também o carregamento das vagonetas, que precisa de um investimento maior que R$ 500 mil, segundo pesquisa realizada por ele. “Hoje tenho 350 vagonetas, mas para automatizar esse processo teria que investir em outros tipos de vagonetas, o que seria muito caro”, calculou Vogel. Com três jazidas para extração, sendo uma própria e duas terceirizadas, o ceramista atende todas as exigências da legislação ambiental incluindo o reflorestamento da área extraída. O automatismo das prensas foi implantado pela empresa Souza e Souza, de Morro da Fumaça (SC). A empresa, que vende para todo o país, trabalha agora na pesquisa do automatismo de carga e descarga das telhas.

Fernando Vogel, gerente industrial da Telhas João Vogel

Contato com a peça diminui evitando acidentes de trabalho

Maior rendimento do funcionário gera maior produção

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TECNOLOGIA

“A chance da cerâmica é agora”

José Inácio Schmitz, da cerâmica Burg Redução no número de funcionários chega a 50%

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Outra cerâmica que sentiu que o problema da falta de mão de obra só vai aumentar daqui pra frente foi a Burg Telhas, com matriz em Bom Princípio e uma unidade em Feliz (RS). José Inácio Schmitz Junior pertence a terceira geração da empresa e quando planejou a construção da segunda unidade da cerâmica, que tem dois anos, já imaginou o setor lá na frente. “A tendência é piorar a falta de mão de obra. Tem muita rotatividade de trabalhadores. Nessa unidade já pensei em fazer uma cerâmica moderna”, contou Junior, que implantou há seis meses o automatismo em três prensas das quatro que tem e está otimista com o setor. “A chance da cerâmica é agora”, disse Junior, que fabrica por mês 700 mil telhas portuguesas naturais sendo 30% vitrificadas. Dos 11 funcionários que trabalhavam em quatro prensas, agora são cinco. No total, a empresa opera com 35 funcionários. Com a alimentação da queima do forno túnel também automatizada, Junior descarta, por enquanto, automatizar o carregamento e descarregamento do forno. “Para isso teria que reestruturar a cerâmica, o investimento é muito alto”. Hoje quatro jazidas próprias de argila abastecem as duas unidades da cerâmica Burg. O próximo passo é investir na automação das prensas da unidade matriz.


TECNOLOGIA

Sem perdas, só ganhos

Na quarta geração da família Vogel, a cerâmica Cirilo Vogel, de Bom Princípio (RS), também não ficou de fora e modernizou seu parque fabril. Com duas unidades, sendo que uma vitrifica as telhas, a empresa automatizou até o momento duas prensas de uma unidade no início do ano. O resultado foi a redução de 50% de funcionários, que segundo o gerente de produção, Miguel Osnir Ledur, resistiram um pouco à modernização até entenderem que o investimento facilitaria o trabalho deles, pois “o serviço se tornou mais fácil”, observou Ledur, que completou “o sistema anterior não dava meios de o funcionário trabalhar sem correr riscos”. Com a mudança a insalubridade diminuiu, o rendimento do funcionário aumentou e consequentemente a produtividade também cresceu. “Hoje produzimos mais em menos tempo”, confirmou o gerente. Antes de modernizar as prensas, o sócio da empresa, Eduardo Vogel, automatizou a queima com ganhos surpreendentes. “Trocamos o combustível de lenha para o cavaco porque dava diferença na tonalidade da telha pelo fato de a queima não ser constante. Com a queima automatizada hoje o funcionário só aperta o botão”, explicou Eduardo. O número de funcionários que operavam o forno diminuiu de 14 para quatro.

Eduardo Vogel, sócio da cerâmica Cirilo Vogel A Cirilo Vogel produz 600 mil telhas por mês entre portuguesas e americanas e por encomenda fabrica telhas francesas. No mês de outubro deste ano a empresa vai expandir o automatismo para as prensas da segunda unidade.

Meio ambiente Reclamação comum dos ceramistas em diversas partes do Brasil, o tempo para os órgãos responsáveis liberarem as licenças ambientais e de operação, tem diminuído. De acordo o sócio proprietário da Cirilo Vogel, Eduardo Vogel, que tem duas jazidas próprias e duas terceirizadas, há dois anos o trâmite para as liberações mudou. “Agora é feito via municipal, mais rápido. Antes esperávamos dois anos, hoje aguardamos dois meses”, informou Vogel. NC

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Fonte: Anamaco

A pesquisa mensal exclusiva realizada pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), em parceria com o Ibope Inteligência, apontou que, contrariamente às previsões, o varejo de material de construção não registrou crescimento em maio sobre o mês de abril. Na comparação de maio com o mesmo mês do ano anterior, a queda registrada foi de 6%. No acumulado do ano, o setor apresenta crescimento de 2,5%. Já na relação dos últimos 12 meses o crescimento foi de 7,5%. Com aumento de vendas de 2,5%, o setor de fios e cabos de aço foi o de melhor desempenho no mês de maio. Já os setores de cimento, argamassas e tubos e conexões tiveram queda em relação a abril. Metais sanitários e cerâmicas se mantiveram estáveis. “Para o nosso setor, começa a ficar claro que a dose para segurar a economia pode ter sido exagerada. Os segmentos estão reagindo diferente uns dos outros”, declara Cláudio Elias Conz, presidente da Anamaco. “Nossa estimativa ainda é a de fechar o ano de 2011 com 8,5% de crescimento sobre 2010, até em função da construção de 2 milhões de casas pelo Minha Casa Minha Vida e a aceleração prevista do PAC, que darão sustentação às vendas no segundo semestre”, completa. Em 2010, o varejo de material de construção teve um desempenho 10,6% superior a 2009, atingindo um faturamento recorde no total de R$ 49,80 bilhões. NC

A estimativa da Anamaco é fechar 2011 com 8,5% de crescimento sobre 2010

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MEIO AMBIENTE

A poluição do ar decorrente das indústrias cerâmicas no município de Morro da Fumaça (SC) Artigo baseado na monografia apresentada ao curso de pósgraduação em Gestão Ambiental da Faculdade de Capivari (Fucap) pela engenheira ambiental Cíntia Casagrande O município de Morro da Fumaça, localizado no sul de Santa Catarina, caracteriza-se por uma economia sedimentada na extração mineral, principalmente de argila, utilizada pelas várias indústrias cerâmicas. Estas constituem a maior fonte de renda do município. A maioria das cerâmicas segue com o mesmo layout de produção que tinham no passado, desde a extração de argila, até a queima do produto. A grande maioria fabrica tijolos e telhas (cerâmica vermelha). Até a metade dos anos 90, as olarias usavam como combustíveis em seus fornos, carvão. Naquela época havia em torno de 90 olarias que por razões econômicas reduziram-se ao longo do tempo. A queima do carvão gerava uma fumaça muito preta com odor bastante desagradável. Com isso as pessoas passaram a reclamar

Poucas pessoas associavam a emissão de poluentes ao risco de doenças

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para os proprietários das olarias pedindo que diminuíssem a emissão de fumaça em função de seu cheiro e da fuligem que se impregnava nas roupas e nas casas. Poucas pessoas associavam a emissão de poluentes ao risco de possíveis doenças. Com isso houve uma pressão dos órgãos ambientais para que gradativamente houvesse uma substituição do carvão por outro combustível. A solução encontrada foi substituir o carvão pela madeira. Criou-se então outro problema ambiental: os oleiros passaram a utilizar madeiras de árvores nativas. Novamente houve a ação dos órgãos ambientais que orientaram a substituição por acácia e eucalipto. Outra alternativa, por questões econômicas, foi a utilização do “cepilho” que vinha do Rio Grande do Sul. O cepilho é constituído das sobras das madeireiras, o que no Rio Grande do Sul era considerado um grande problema ambiental. Como grande parte da produção de cerâmica vermelha era vendida para o Rio Grande do Sul, os caminhões levavam os tijolos e traziam o cepilho e a maioria das madeireiras não cobrava nada por isso. Hoje a maioria das olarias utiliza o cepilho e resíduos de serralheria. Os proprietários das cerâmicas estão buscando fazer o licenciamento ambiental das mesmas e para isso é necessário a colocação de filtros que contenham a poluição lançada pela chaminé através da queima incompleta da madeira. Algumas empresas aderiram à tecnologia para a retenção dos efluentes atmosféricos. Em contrapartida, muitas delas não operam os filtros de forma correta, não por desconhecerem seu funcionamento, mas por acharem desnecessário o seu uso, pois não estão sensibilizados com os problemas que a poluição do ar pode causar. As indústrias cerâmicas de Morro da Fumaça fazem parte do contexto geral da sociedade e são co-responsáveis pela sua transformação. Por isso seus proprietários devem

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MEIO AMBIENTE 32

estar atentos às questões e aos estudos no campo ambiental, principalmente no que se refere aos problemas do entorno do local onde moram e ou trabalham. A educação ambiental como ferramenta para melhoria do desempenho socioambiental das organizações é indispensável nos processos de conscientização como um dos elementos centrais da implementação de um sistema de Gestão Ambiental. Elaborou-se um Programa de Educação Ambiental (PEA) destinado aos proprietários e funcionários de algumas cerâmicas de Morro da Fumaça, com o objetivo de desenvolver atitudes, valores, posturas éticas e domínio de conhecimentos e procedimentos, tentando ultrapassar a aprendizagem apenas teórica. Por meio deste programa, esperou-se que o público-alvo pudesse contribuir para o melhoramento ambiental e entender a importância da conservação do meio ambiente. Para o aprofundamento teórico este estudo foi dividido em três momentos: - no primeiro momento realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental mostrando a poluição do ar e a saúde ambiental; - no segundo momento abordou-se a educação ambiental e a importância dos processos educativos no âmbito da Gestão Ambiental; - já no terceiro momento, a partir dos dados do diagnóstico ambiental, elaborou-se uma proposta de programa de educação ambiental. Um dos principais problemas relacionados às indústrias cerâmicas que não trabalham de forma ambientalmente correta é a poluição do ar que é um dos agravantes no município em questão. Num sentido bem amplo, poluição é qualquer mudança nos fatores ambientais que prejudique os seres vivos, ou seja, é qualquer desequilíbrio físico, químico ou biológico do meio ambiente (Braga, 2005). A queima de cepilho e madeira libera no ar uma grande quantidade de fuligem e material particulado. Segundo Baird (2002:134) “particulados são partículas finas de sólidos ou líquidos que se encontram suspensas no ar, em geral invisíveis, individualmente, a olho nu. ” Em Morro da Fumaça, as olarias traba-

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lham em condições que levam a combustão incompleta, o que leva a suspeita da emissão de HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos). Para Netto et aL (1999) hidrocarbonetos policíclicos aromáticos – HPAs constituem uma família de compostos caracterizados por possuírem dois ou mais anéis aromáticos condensados, sendo conectados por meio de compartilhamento de um par de carbono adjacentes. Estas substâncias, bem como seus derivados nitratos e oxigenados, têm ampla distribuição e são encontradas como constituintes de misturas complexas em todos os compartimentos ambientais. Os problemas mais comuns de saúde causados por estas substâncias são: pneumonia, bronquite, enfisemas, agravamento das doenças cardíacas, mal-estar e irritação nos olhos, entre outros. O uso de ferramentas de educação ambiental (EA) pode contribuir para a diminuição de lançamentos de efluentes atmosféricos sem controle ambiental, pois os proprietários e funcionários das cerâmicas, através do programa, ficam sabendo dos malefícios à saúde humana. A educação ambiental, para ser efetivada com sucesso, necessita ser feita de forma permanente conforme Dias (1999), onde a coletividade obtenha consciência sobre o meio ambiente, adquirindo conhecimentos, habilidades, valores, determinação e experiências que os capacitem a agir e solucionar problemas ambientais que estão ocorrendo ou podem ocorrer. A educação ambiental vem ocupando espaços cada vez maiores de discussão e preocupação dos empresários, sendo que por hora há limites para a sua consolidação

A educação ambiental deve ser feita de forma permanente



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plena, uma vez que isso implique drástica mudança cultural corporativa. As empresas, além de implantarem seus sistemas de gestão ambiental ou integrado, com políticas ambientais altamente eficientes, conseguem ter uma visão prospectiva futura, enxergando a educação ambiental como alavanca interativa que potencialize o que de melhor cada empresa pode dar como sua parcela de contribuição na busca de qualidade de vida para a construção de um mundo melhor (Demajorovic, 2006). O papel da educação ambiental nas empresas tem como objetivo a formação de uma mentalidade ecológica, e de forma contínua, ou seja, o indivíduo precisa entender que, se ele é parte integrante do meio em que vive, precisa conservá-lo para manter sua própria estabilidade, ou seja, desenvolver práticas de interação social enfatizando o respeito e a valorização do meio ambiente (Carvalho, 2002). Muitas empresas do município de Morro da Fumaça já estão trabalhando de acordo com a legislação ambiental vigente, porém o município vem sofrendo os impactos decorrentes da insustentabilidade de algumas empresas. A falta de informação e sensibilização são fatores que agravam este quadro. É nesse cenário de complexidade e contraste que se inserem as indústrias cerâmicas, que têm trazido enormes e indiscutíveis benefícios e paralelamente têm subsidiado um crescimento econômico na região. Em contrapartida, o ar do município vem sendo afetado pelas mesmas que não utilizam o filtro. A educação ambiental, entendida como uma das possíveis ferramentas de mudança se embasa em valores para a transformação socioambiental. A ideia é que ao final deste programa proprietários e funcionários das indústrias cerâmicas tenham despertado para as questões implicadoras do ambiente afetado pelo exercício de suas atividades trabalhistas. Espera-se que com o desenvolvimento das atividades propostas pelo Programa de Educação Ambiental, o público-alvo compreenda o meio ambiente, a sua real situação, a importância de preservá-lo e sejam além de pessoas sensibilizadas, cidadãos críticos, que ultrapassem as barreiras culturais que prejudicam e degradam o meio em que vivem. NC

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GESTÃO

Carpinteiros qualificados formam clube Quase 2 mil profissionais fazem parte do Clube do Carpinteiro, iniciativa da cerâmica Carmelo

Não basta vender, tem que ensinar a usar o produto vendido. Esse é o conceito do Clube do Carpinteiro, uma iniciativa da cerâmica Carmelo, de Monte Carmelo, em Minas Gerais. O resultado de uma pesquisa junto aos consumidores apontou o que faltava na região para que os telhados das casas ficassem perfeitos. Comprar um bom produto não é suficiente quando não se sabe utilizá-lo. É o

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caso das telhas. Mesmo o produto seguindo as normas mais rígidas, é necessário saber instalá-lo para se alcançar um bom resultado. “Desde que formamos o clube não tivemos mais reclamações de telhados. Não adianta ter a melhor telha, a melhor madeira se não souber instalar. Telha é acabamento. Tem que ter olho clínico”, destacou o proprietário da Cerâmica Carmelo, José Eduardo Dornelas. Em dois anos já são quase 2 mil carpinteiros qualificados em mais de 100 cidades, entre os estados de Goiás e Minas Gerais. A necessidade de mão de obra qualificada incentivou o proprietário da cerâmica a criar o clube com a proposta de treinar os profissionais por meio de um curso de capacitação. A empresa montou um estúdio aonde são gravadas aulas de instalação de telhas e as gravações são apresentadas aos carpinteiros. “O


GESTÃO

objetivo é melhorar o processo na ponta final e construir um telhado com perfeição, além de valorizar profissionais que nunca tinham participado de reuniões desse nível”, ressaltou Dornelas. Entre as atividades do profissional de carpintaria está a de construir um telhado. Para exercer a profissão, o carpinteiro precisa se esforçar fisicamente e trabalhar, muitas vezes, ao ar livre, tendo bastante desgaste físico. O carpinteiro desenvolve noções de geometria e conhecimento da madeira que vai usar para manuseá-la de forma adequada. “Quem se dedica a executar o projeto nos seus detalhes mais importantes, quem constrói efetivamente o madeiramento é o carpinteiro. Sem o carpinteiro devidamente instruído corremos o risco de perder todo o processo de fabricação da telha”, disse Dornelas. O curso oferecido pelo Clube do Carpinteiro segue a tradição brasileira de se construir estruturas de telhados de madeira e parte do princípio que um projeto elaborado de acordo com as normas técnicas contempla todos os detalhes da construção. Conforme a aula produzida pela empresa “antes de iniciar qualquer telhado é preciso ter consciência da inclinação e da galga a ser feita”. Durante duas horas de aula o carpinteiro atualiza noções sobre a forma de se executar a estrutura e o espaçamento entre as peças, inclinação do telhado, distância utilizada entre caibros, método para se obter a galga média entre ripas, assentamento das ripas e ainda a inclinação ideal do telhado para casas construídas em regiões costeiras, topos de morros ou regiões de ventos constantes para evitar a entrada de água da chuva de vento. O curso aborda também questões como o espaço de tempo decorrido entre a chegada das telhas na obra e o seu assentamento, que deve ser o menor possível para evitar perdas e danos, descarregamento das telhas que deve ser feito sobre um plástico resistente numa superfície plana para proteger as peças e evitar poeira e umidade e o empilhamento correto das telhas. O transporte das peças para cima do madeiramento, feito por meio de lançamento manual ou por sistema de cordas, é ilustrado na vídeo-aula. O curso também orienta os carpinteiros a usarem

equipamentos de proteção individual durante todo o trabalho. Os trabalhadores recebem um manual de instruções que orienta o trabalho e inclui, por exemplo, tabela de inclinações adequadas para os telhados e método de cálculo da galga intermediária, entre outras técnicas.

Como funciona O Clube do Carpinteiro Carmelo tem o objetivo de formar uma parceria com os melhores carpinteiros da cidade. Os dados dos carpinteiros qualificados formam um cadastro, que é disponibilizado para arquitetos, engenheiros e proprietários de obras. O Clube do Carpinteiro é de graça, não exige qualquer pagamento de mensalidade ou matrícula de seus associados. Após participar do curso o profissional recebe o certificado de sócio e a carteira de identificação. Um dos atrativos do Clube é a premiação oferecida aos profissionais. Ao recomendar produtos Carmelo ao proprietário da obra onde vai trabalhar, o carpinteiro recebe da loja onde as telhas foram compradas, cupons que valem pontos e podem ser trocados por prêmios. Mil telhas duplas esmaltadas, por exemplo, valem 20 pontos. Entre os prêmios estão trenas, cintos de carpinteiros, jaleco e até televisão de 29 polegadas.

Associados recebem prêmios pela indicação dos produtos da cerâmica Carmelo

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GESTÃO

Amor à profissão

José Antônio de Souza

Com 25 anos de profissão, José Antônio de Souza, de 66 anos, achava que não tinha mais nada a aprender sobre carpintaria. Em maio de 2009, quando fez o curso oferecido pela Cerâmica Carmelo, se surpreendeu ao descobrir novidades sobre a profissão. “Aprendi coisas que valorizaram o meu trabalho. O capricho e o cuidado que temos que ter são fundamentais para um bom resultado. O cliente confia mais no nosso trabalho agora e a telha deve ser de boa qualidade”, disse Souza. O carpinteiro se orgulha da profissão que o ajudou a sustentar a família. Para ser um bom profissional, Souza contou que é preciso ter bons equipamentos, resistência física e gostar da profissão. “Tenho amor ao meu trabalho. Criei meus filhos com a carpintaria”. NC

G-COTA concluiu uma fábrica de blocos toda automática no Rio Grande do Sul na Cerâmica Veber G-COTA participa do novo empreendimento do Grupo Gresca/Scarpinelli com Consultoria e Projeto de um forno túnel teto plano. Recentemente comemoramos a conclusão da negociação com a Cerâmica Pallotti em Santa Maria, Rio Grande do Sul, de um forno túnel para bloco estrutural.

Queima com casca de Arroz

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TECNOLOGIA

Keller HCW e Rieter-Werke fornecem linhas de produção de pisos para o Vietnã

Em parceria com a Rieter-Werke, a empresa italiana Keller HCW forneceu em 2010 duas linhas de produção em larga escala de pisos terracota a clientes no Vietnã. A extrusora com

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tecnologia comprovada Rieter consiste de um eixo de mistura de dupla aeração e um extrusor de calor. A coluna ideal de argila é garantida pelo sistema de controle de umidade da Keller. Atrás da extrusora matriz o cortador de alta performance da Keller corta pisos a partir de uma largura de 700 mm e comprimentos de corte entre 50 e 9,999 mm. As plantas são especialmente desenhadas para produção de pisos com dimensões de 600X600mm e capacidade de até três milhões de metros quadrados por ano. Além disso, outros tamanhos também podem ser fabricados sem alterações de medidas. Com os respectivos acessórios é possível produzir placas hexagonais ou octogonais, bem como, placas com contornos arredondados. O equipamento adicional "corte lateral" também é usado para a produção de degraus de escadas ou revestimento pesado. NC


Fonte: Anicer

O 40º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha deve superar a marca de 2,7 mil visitantes da última edição para conferir os 87 estandes nos 3.504m2 do Pavilhão de Carapina, em Vitória (ES). A expectativa é que durante os três dias do evento sejam movimentados mais de R$ 33 milhões em negócios, superando os números do ano

passado. Além de exporem na feira, que já está com 70% da área comercializada, muitos expositores optam pelas opções de ações de marketing oferecidas pela Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer) para atrair os olhares dos visitantes. Entre as empresas que aderiram às ações 12 são marcas internacionais: Beralmar, Burton, Keller, Lingl, Metalcertima, Scami, Technology Design, CMA, Wuschek, Direxa, Steele e Forni Ficola. NC

“Inovação para cerâmica vermelha” atrai empresários na 3ª Fitec

NC

Empreendedores sergipanos participaram no dia 27 de maio do seminário "Inovação para Cerâmica Vermelha". O evento aconteceu no Centro de Convenções de Sergipe (SE), durante a 3ª edição da Feira da Indústria e Inovação Tecnológica de Sergipe (Fitec), realizada pela Êxito Eventos em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (Fies) e governo do estado. O primeiro painel do seminário foi sobre 'Queima na indústria de cerâmica vermelha', ministrado pelo inventor do forno Cedan, Paulo Dantas. "Procurei apresentar para aqueles que trabalham com cerâmica vermelha ou que pretendem montar o seu negócio nesta área, o quanto é importante e possível a redução do consumo de combustível e a emissão de poluentes pesados na atmosfera. Outro ponto forte é o aprovei-

tamento maior das peças de primeira qualidade em questão de dimensionamento e cores, principalmente nas telhas, e o calor gerado em sua combustão", detalhou. Samoel Zilse, diretor de vendas da empresa Irmãos Lippel, viajou de Santa Catarina para passar as suas experiências para os empreendedores de Sergipe. "Muito bom as pessoas conhecerem e terem acesso a novas tecnologias em um único lugar". Com o tema 'O uso de resíduos vegetais como fonte de energia', Zilse mostrou soluções simples para processar os resíduos que podem gerar energia. "O intuito é esse. Analisar o que a cidade tem e aproveitar", acrescentou. O último palestrante foi o geólogo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, José Carlos Gonçalves, que abordou o assunto 'Caracterização das argilas de Sergipe'. NC

D E S E N VO LV I M E N T O

14º Expoanicer tem 70% de área comercializada

Acervir e Senai promovem curso para cerâmicas Fonte: Acervir

Uma aula inaugural no dia 16 de maio marcou o início do curso gratuito de “Mecânico de manutenção para cerâmicas”, promovido por meio de uma parceria entre a Associação das Cerâmicas Vermelhas de Itu e Região (Acervir), o Senai e o Sindicato da Indústria da Cerâmica para Construção do Estado de São Paulo (Sindicercon). No total, 40 pessoas se inscreveram para

o curso, que tem carga horária de 160 horas. Conforme a diretoria da Acervir, o curso qualifica os funcionários – ou futuros funcionários – das cerâmicas para um melhor desempenho em suas atividades, ajudando, assim, a melhorar a qualidade da produção dos materiais cerâmicos. O segmento ceramista tem demanda de mão de obra qualificada e os profissionais capacitados tecnicamente têm grandes chances no mercado de trabalho. NC NovaCer • Ano 2 • Junho • Edição 14

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ENTREVISTA

Quando chega a hora As empresas familiares costumam desaparecer na segunda ou terceira geração em todo o mundo. Em 65% dos casos, isso acontece por causa de conflitos familiares não resolvidos, de acordo com a empresa paulista Höft - Transição de Gerações. A mistura do núcleo empresarial com o núcleo familiar deve ser administrada com sabedoria e jogo de cintura. Reconhecer a existência dos conflitos e discutir ainda em vida a questão da sucessão familiar é o que recomendam especialistas no assunto. Confira nesta entrevista com o sócio e diretor geral da Höft, Wagner Teixeira dicas de como realizar uma sucessão familiar tranquila. Além de consultor para a implantação de estruturas de governança para sociedades empresariais e estruturação de protocolos societário e familiar, Teixeira, que é graduado em Administração de Empresa e pós-graduado em Gestão Empresarial pelo Instituto Trevisan, é autor do livro “Família, Família, negócios à parte” e já apresentou quatro casos brasileiros na Conferência Mundial do Family Business Network (FBN), nos últimos cinco anos.

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NovaCer - O que leva uma empresa a ser denominada familiar? Wagner Teixeira – Nós classificamos as empresas familiares as que têm controle familiar. Não distinguimos pela gestão ou não gestão. Quando o controle está na mão de uma ou mais famílias, nós denominamos como multifamiliar ou familiar. NC - Quantas empresas familiares existem no Brasil? WT - No Brasil, não existem pesquisas a esse respeito. O que existem são dados mundiais. Nos Estados Unidos, 55% do PIB americano estão nas mãos das empresas familiares. Na Europa em torno de 90 a 95% estão nas mãos das empresas familiares. No Brasil, não existe um dado, mas acho que estamos muito mais próximos nesse aspecto da cultura europeia até pela característica da nossa bolsa de valores. As empresas no Brasil são menos pulverizadas do


NC - Quantas empresas familiares no Brasil passam da primeira geração? WT - Também não temos dados brasileiros. Segundo dados internacionais, da primeira para a segunda geração sobrevivem entre 24 e 30%. Da segunda para a terceira entre 12 e 14%. Da terceira para a quarta esse número cai para 4%. Quando falamos em quarta geração, estamos falando em empresas praticamente centenárias, porque cada ciclo geracional se dá mais ou menos a cada 30 anos. Considerando que o fundador normalmente inicia suas atividades aos 30 anos, em média, teremos uma quarta geração quando a empresa estiver com mais de 100 anos. O índice de sobrevivência está diretamente ligado a conflitos familiares e societários e não a negócios ou ciclos do negócio. As pesquisas mundiais também mostram que 65% das empresas que deixam de existir no mundo deixam de existir por problemas societários. Não é questão de gestão ou de negócio, é a relação que acaba fazendo com que as empresas deixem de existir. NC - A partir de quando o dono da empresa deve se preocupar com a sucessão? WT - Quando a gente pensa na sucessão patrimonial, que é passar o seu patrimônio para seus herdeiros, essa preocupação deve acontecer a partir do momento que ele tem os herdeiros. Quando a gente pensa na sucessão executiva, falamos o seguinte: se a empresa depende desse fundador, ele tem que estar preocupado para que não identifique o sucessor executivo dentro do próprio negócio. Se olharmos para a administração geral uma boa empresa deve se preocupar com todas as questões chave do seu negócio. Com isso, administrar a sucessão executiva dos principais executivos é uma tarefa do corpo diretivo ou do conselho. O que acontece é que quando existe essa figura mais importante ou controladora, esse assunto acaba se tornando um tabu e aí se está correndo um grande risco, porque ele não pensa no processo de sucessão dele nem dos principais executivos. Para isso, a gente pega exemplos dos acidentes de avião. As pessoas não estão planejando morrer, não estão doentes, não tem nada, mas isso acontece.

NC - O que implica a família optar por uma sucessão familiar ou profissional? WT - O que implica é você pensar nas pessoas competentes para tocar o negócio. Se você tem na família pessoas preparadas e habilitadas para os desafios que o negócio tem, acho que não existe problema nenhum. Porém, se de alguma forma se percebe que as pessoas estão preocupadas com outro tipo de formação, desejam outra realização de sua vida e não ser executivo, acho que não tem problema nenhum em ter um profissional não familiar administrando o negócio, mas a família tem que estar preparada pra cuidar do seu patrimônio.

ENTREVISTA

que nos Estados Unidos.

NC - Como as famílias encaram isso? WT - Isso vem evoluindo. Num passado próximo, 10 anos atrás, isso era mais difícil de se falar, era como se os herdeiros herdassem cargos. Hoje o aprimoramento da governança, a proximidade da família em relação ao controle dos negócios, a influência da internet, em que as famílias têm desenvolvido portais de governança, em que você tem todas as informações a respeito do negócio acessível a todos os só-

Da primeira para a segunda geração sobrevivem entre 24% e 30% das empresas familiares cios, isso tem trazido mais tranquilidade para que a família tenha não familiares dirigindo seus negócios. A tecnologia e os próprios controles têm facilitado isso. Claro que existem famílias em que isso é uma tradição, mas isso também está ligado a quanto cada família cuida do seu capital humano, do desenvolvimento dessas pessoas para assumir esse desafio. NC - O que deve ser levado em consideração para uma transição ser tranquila? WT – A primeira questão é o processo ter transparência e envolvimento. Deve-se desenvolver um processo com bastante informação e critérios muito claros para todos os públicos que estão envolvidos com o negócio, sejam funcionários, demais acionistas, familiares e o mercado.

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Quanto mais isso puder estar bem planejado e transcorrendo com transparência, melhor será. NC - Como é feita a preparação do sucessor nas empresas familiares? WT - A preparação começa em casa, quando não se lida com esse herdeiro como se o lugar dele estivesse garantido. O desafio que o herdeiro tem é muito grande no processo, primeiro pelo próprio sucesso do pai e segundo pelo compromisso que ele tem com os demais sócios e familiares em dar sequência ao sucesso já estabelecido. Com esse início sendo claro, de que essa responsabilidade existe, esse preparo precisa ser cada vez mais intenso e preparado de uma forma geral para o mercado e não para trabalhar na empresa da família. Se ele estiver preparado para o mercado, vai estar preparado para trabalhar na empresa da família. E claro, passar por experiência desse tipo, trabalhar fora, se possível trabalhar fora do Brasil, dependendo da possibilidade da família, da possibilidade do negócio ser internacional, ou seja, ganhar experiência suficiente para quando chegar à empresa da família ter experiência sobrando para aquilo que ele buscar. NC - Quais os principais problemas enfrentados pelas empresas familiares hoje? WT - O problema mais comum é a transição da geração, que é uma dificuldade que existe tanto para a geração atual quanto para a nova geração no sentido de compreender esse processo. É comum a todas e particular a cada uma delas. É preciso compreender que existe uma parcela emocional muito grande envolvida nesse processo. Fingir que isso não existe é grave. O fundador, líder que está à frente do negócio, normalmente tem dificuldade para enfrentar essa realidade. O sucessor também tem dificuldade

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NC - Trabalhar a questão emocional é complicado? WT - É complicado, mas ao mesmo tempo é simples. A única ferramenta que se tem pra trabalhar isso é o diálogo. Se existe uma abertura para que isso possa ser tratado no próprio grupo ajuda muito.

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NC – E quando a sucessão envolve irmãos? WT – Parte-se do princípio que irmãos são todos iguais. Existe um discurso de família de igualdade. Por outro lado, uma empresa tem a questão hierárquica e ao mesmo tempo o modelo de liderança do pai que era o modelo único e comandava todo o negócio. Escolher entre iguais é difícil. Se alguém tem essa legitimidade e ao mesmo tempo confunde seu papel de irmão com o papel que o pai tinha, ou seja, ser pai dos irmãos, vai dar problema. O que os irmãos têm que entender é que eles precisam estabelecer um novo modelo, um modelo de sociedade de irmãos em que de alguma forma, entre eles, deverão eleger o diferente entre os iguais. O importante é que essa escolha seja feita pelos irmãos porque ele será legítimo com a presença do pai e na ausência do pai. Mas quando o pai escolhe, na ausência do pai ele não é tão legítimo quanto se fosse eleito pelos irmãos. NC - Quantas empresas encerram suas atividades após a morte de seu fundador? WT - Uma pesquisa feita na Itália afirma que nas empresas aonde um CEO - Chief Executive Officer (diretor geral) tem mais de 70 anos, o retorno sobre investimento diminui comparado a empresas com CEO em torno de 40 e 50 anos. Essa questão da longevidade e da energia para ser o presidente da empresa mostra que diminui o retorno sobre o investimento e ao mesmo tempo nos remete à mudança de papel, porque eu me sentir bem intelectualmente não quer dizer que eu vá estar bem fisicamente. O CEO ser uma pessoa mais jovem aumenta o retorno do capital. NC - Há alguma região do Brasil onde há mais empresas familiares do que em outras? Ou elas estão em toda parte?

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Não se deve lidar com o herdeiro como se o lugar dele estivesse garantido

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WT - No Brasil não há regiões onde se prevaleçam empresas familiares. Muda o tipo do negócio, mas empresa familiar está no Brasil todo. O que a gente observa é que nos países latinos existe um apego maior ao sentimento do que nos países anglo saxões. A grande diferença entre quantidades de empresas está no Estados Unidos, apesar de que o índice de 55% do PIB americano estar nas mãos das empresas familiares surpreendeu o mundo porque estimava-se que era em torno de 30%. NC - Quais as principais vantagens e desvantagens das empresas familiares? WT - A principal vantagem é a agilidade. Isso ficou muito claro nos dois últimos grandes episódios mundiais que foi a crise do 11 de setembro de 2001 em que as empresas que mais rapidamente se mostraram ao mercado e se recuperaram foram as familiares e o mesmo aconteceu na crise de 2008 em que também se pôde perceber que a única montadora americana que não buscou dinheiro do governo foi a Ford, que é a única empresa familiar montadora dos Estados Unidos. Agora a Chrysler também é familiar porque a Fiat comprou. No Brasil também se percebeu isso muito rapidamente na crise de 2008. A principal desvantagem acredito que seja a emoção. É a mistura de papéis, é você tomar decisões administrativas baseadas em afeto e emoção e não razão e lógica que é o que gere todas as empresas. NC - Existe uma estratégia de gestão ideal para estas empresas? WT - A gente tem recomendado que exista uma mistura de familiares e não familiares na gestão do negócio, seja na diretoria ou nos conselhos. Isso traz uma dinâmica própria no sentido de se ter uma visão de curto prazo e a visão de longo prazo. Isso areja e traz para a família um posicionamento mais profissional que na verdade é mais racional. NC - Como é possível separar interesses familiares dos interesses da empresa? WT - Aí entra o componente disciplina. A partir do momento que você começa a tirar o que eu falei que é a desvantagem, que seriam as emoções, do processo decisório você começa a entrar com a razão e agir racionalmente com o negócio e consegue separar isso.

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NC - Existe preconceito no mercado com relação a uma empresa ser familiar? WT - Existe esse preconceito dentro da própria empresa familiar. A partir do momento que as empresas familiares assumirem que são familiares, e isso não é um demérito, elas terão vantagens a respeito disso em grandes aspectos. A gente acompanha as empresas familiares no mundo. Um exemplo é a F. Jonshon, uma empresa americana que diz na sua propaganda ‘somos uma empresa familiar, usamos nossos produtos em nossa casa’. Ela valoriza esse aspecto no seguinte: ‘sou família como você’. No Brasil, principalmente, as pessoas têm mais vergonha de ter empresa familiar do que vários

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ENTREVISTA

países do mundo. Talvez seja pela questão da influência da cultura americana de valorizar a abertura de capital. Para eles quem tem empresa de capital aberto é mais profissional do que quem não tem. Quando os brasileiros assumirem que é uma força ser uma empresa familiar isso vai ter muito mais repercussão. Em algumas negociações, tanto os sócios internacionais quanto os financiadores internacionais procuram saber quem são os sócios. Quando é uma empresa familiar, para alguns casos, isso é uma vantagem. Mas se a família não tem um processo profissionalizado e ela não administra o que a gente chama de governança visível e invisível, aí começam as dificuldades da relação família empresa. Mas se ela estiver bem organizada, ou seja, a governança familiar e societária funcionando bem, sua governança administrativa também funcionando bem, ela não tem porque esconder que é uma empresa familiar. NC - Como administrar problemas de convivência entre parentes dentro da empresa? WT - Entre os parentes o que a gente recomenda é criar um código de conduta. Até quando temos marido e mulher trabalhando na empresa. O quanto a empresa entra na vida pessoal, quais são os limites dessas questões e entre pais e filhos também deve ser observado. Por exemplo, ‘pai, vamos combinar que nós não vamos falar de negócios no jantar nem nos finais de semana’. E ter a liberdade se o pai ou o marido ou a mulher vier com o assunto falar ‘vamos deixar isso para o dia de trabalho’. Claro que entre pais e filhos sempre é mais difícil esse código. Entre irmãos e entre marido e mulher sempre é mais fácil. Entre pais e filhos existe a ascensão do pai, é mandatário. Mas dentro da própria geração é mais fácil estabelecer esses códigos. Mas, por exemplo, dois irmãos que conversam no almoço de domingo sobre negó-

A família precisa agir de forma racional e lógica em relação à empresa

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cios, aí chega na segunda-feira o terceiro irmão não está sabendo e uma decisão já foi tomada. Aí começa a criar dificuldade de relacionamento. Já a convivência entre os não familiares é um convívio mais próximo do normal e cada vez mais o familiar deve entender que ele não é uma pessoa normal porque ele tem influência e é visto como uma pessoa diferente. É preciso ter cuidado com essa postura porque muitas vezes acaba sendo imposta uma vontade por mais que ele não perceba que está forçando aquilo, tem que começar a entender esse papel que é diferente, afinal ele não está argumentando como um funcionário normal, ele está argumentando como dono ou filho do dono. NC- Como evitar conflitos e conscientizar a direção sobre a importância da profissionalização? WT - A família precisa se conscientizar que se não estiver profissionalizada não tem como profissionalizar a empresa. A família precisa agir de forma racional e lógica em relação à empresa. Separar os interesses da família dos interesses da empresa. Se isso não acontecer na família pode contratar o melhor executivo do mundo que não vai conseguir profissionalizar a empresa. O que eu digo não é profissionalizar o membro que vai ser gestor, é profissionalizar todos os membros da família para agirem de forma profissional em relação à empresa. Quando a família fala ‘nós vamos profissionalizar’, daí sai todo mundo da família e contrata não familiar, isso tem vida curta, muitas vezes esse profissional não da certo, tenta outro, tenta outro, a hora que vê a família está brigando em outro lugar por alguma outra coisa e os executivos tentando tocar a empresa e não falam a mesma língua. Mas quando ocorre um processo em que a família começa a ter estrutura e separa os conflitos familiares, tem um grupo que pensa estrategicamente no negócio e outro grupo que vai gerir a empresa, você separa os interesses familiares, societários e empresariais. Esses três órgãos vão conversar, mas cada um vai ter a sua responsabilidade, o seu proprietário e a quem presta conta. Isso traz a profissionalização para o sistema e não para uma pessoa da família que vai ficar dentro do negócio. É necessário trabalhar a família para o seu papel, entender o que é ser família empresária, entender o que é ser sócio e entender o que é ser gestor. Isso demora, é um processo de médio prazo, mas traz resultados de longo prazo.

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ENTREVISTA

NC - De que forma o departamento de Recursos Humanos pode lidar mais facilmente numa empresa familiar? WT - Qualquer departamento dentro de uma empresa familiar vai sofrer influências da cultura familiar. Quanto mais racional esse departamento puder lidar com as questões que ele está envolvido, melhor será, sempre pontuando essas dificuldades e facilidades. Por isso que o diálogo é importante principalmente nessa questão relacionada ao feedback. ‘Quando você age assim você facilita o meu trabalho, mas quando você age assim você dificulta o meu trabalho’. Isso traz consciência tanto para a família quanto para os demais membros. O departamento de Recursos Humanos vai lidar diretamente com os membros da família que venham a trabalhar na empresa. Nós procuramos estabelecer com a família quais são os critérios para um familiar entrar. Se você não tem critérios pode entrar

qualquer um o tempo todo. Entrar é fácil, o duro é promover ou sair. Quanto mais claros estiverem os critérios e quanto mais alto for esse nivelamento mais pessoas qualificadas é que vão chegar. Isso vai facilitar o trabalho dos Recursos Humanos. NC - A maioria das empresas fabricantes de cerâmica vermelha é familiar. Esse setor apresenta alguma característica típica com relação à gestão? WT - O pouco que eu conheço apresenta característica muito semelhante aos demais setores, ou seja, empresas que começaram como olaria, foram crescendo e os familiares foram trabalhando no negócio. Muitas vezes eles vivem muito próximos ao negócio, às vezes até dentro de condomínios fechados. Onde era uma extensão da olaria acabou virando praticamente a vila da família, ou seja, existe um convívio intenso no trabalho e na vida pessoal e há muita dificuldade em separar esses papéis, já estando às vezes na terceira e quarta gerações. NC - O fato de um pai ter um empreendimento atrapalha na escolha da profissão do filho? WT - A influencia existe e é raro perceber uma liberdade de escolha numa família empresária. Alguns tem isso mais explícito e outros de forma mais discreta. Por exemplo, nós trabalhamos com um hospital que só ganhava carro o filho que estudasse medicina. É um prêmio claro que diz ‘se você seguir por aqui você vai ter conforto, se não seguir não vai ter’. Outras famílias em que o filho se formou em engenharia e trouxe o diploma para o pai e disse ‘aqui está o seu diploma de engenharia, agora eu vou fazer o curso que eu quero’. E às vezes a mãe também traz uma influência muito grande porque fica dizendo ao filho ‘pra que você vai se preocupar com o mundo se está tudo pronto aqui para você trabalhar’. São frases e situações que, sem perceber, acabam influenciando e levando o filho a fazer esse tipo de escolha. É muito raro aceitar, por exemplo, que o filho vá fazer música ou sociologia. Teve um outro caso que o herdeiro quis estudar música e o pai não deixava, aí ele encontrou um curso em Nova Iorque (EUA) de Gestão da Música. Como tinha a palavra gestão o pai deixou. Às vezes não é a intenção influenciar, mas acaba levando para um caminho que faz o filho estudar a mesma coisa. NC

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MEIO AMBIENTE

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2011 dedicado ao Ano Internacional das Florestas Por: Marina Salvador ambiental@novacer.com.br

ração das matas sem um manejo sustentável pode acarretar em uma série de prejuízos para o planeta.

O ano de 2011 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional das Florestas, visando a sensibilização da sociedade sobre a importância da preservação das florestas. No decorrer deste ano, estão sendo realizadas ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta, ressaltando que a explo-

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Um recurso natural bastante utilizado nos fornos das cerâmicas é a lenha. Entretanto, para que as florestas não sejam destruídas, faz-se necessário que a obtenção deste recurso natural seja realizada de acordo com as leis e as especificações ambientais. É importante que toda madeira comprada esteja licenciada, para assegurar que a mesma não foi removida da natureza de forma clandestina, já que esta remoção ilegal gera uma série de impactos ao meio ambiente, como extinção de espécies da fauna e da flora, erosão no solo, aumento da incidência de raios solares no interior das florestas, alteração no microclima da região

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MEIO AMBIENTE

Madeira legal: originada do corte autorizado pelo órgão ambiental competente e que possua o documento de licença de transporte e armazenamento acompanhada da Nota Fiscal correspondente. Para exploração de madeira legal é necessário a Autorização de Exploração (AUTEX), que pode ter origem a partir de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), Autorização de Desmate para Uso Alternativo do Solo ou Autorização para Supressão da Vegetação.

Madeira ilegal: obtida sem autorização de exploração e caracterizada pela ação rápida, predatória e devastadora de grandes áreas de floresta nativa. Muitas vezes ocorre em Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL), ou seja, em áreas protegidas por lei. Estima-se que 80% da extração anual de madeira da Mata Atlântica seja de origem ilegal.

e diminuição da umidade local. O transporte dos troncos também gera impactos ambientais sérios, pois, se forem arrastados pela extensão das florestas, carregam parte da vegetação de menos porte que recobre o local, agravando ainda mais a situação. Como o desmatamento é um impacto ambiental grave, já que descaracteriza o habitat natural, considera-se esta prática como sendo a última alternativa, pois se a área solicitada para o desmate ainda é madeirável, isto é, se ela possui madeira de boa qualidade em quantidades economicamente viáveis, ao invés de se efetuar um desmatamento, deve-se implantar um Plano de Manejo Florestal Sustentado (PMFS). A retirada de madeira de forma clandestina é tão intensa e grave no país que vem alterando significativamente a composição das florestas brasileiras. Para as cerâmicas que possuem terras férteis, outra alternativa para a obtenção de madeira é através do reflorestamento, ou seja, plantio de madeira para sua posterior extração. Embora o investimento para o preparo do solo, para a manutenção das mudas até atingirem a idade ideal para corte, para o tempo de espera para a utilização do recurso natural e para as licenças ambientais exigidas, seja alto, é possível obter créditos de carbono através do plantio das árvores.

Código Florestal – Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Em seu artigo 26, a lei afirma que “constituem contravenções penais, puníveis com três meses a um ano de prisão simples ou multa de uma a cem vezes o salário mínimo mensal, do lugar e da data da infração ou ambas as penas cumulativamente: destruir ou danificar a floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação ou utilizá-la com infringência das normas estabelecidas ou previstas nesta lei; cortar árvores em florestas de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente; transportar ou guardar madeiras, lenha, carvão e outros produtos procedentes de florestas, sem licença válida para todo o tempo

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da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente”. Já o artigo 29 informa que as penalidades incidirão sobre os autores, sejam eles diretos; arrendatários, parceiros, posseiros, gerentes, administradores, diretores, promitentes compradores ou proprietários das áreas florestais, desde que praticadas por prepostos ou subordinados e no interesse dos preponentes ou dos superiores hierárquicos ou autoridades que se omitirem ou facilitarem, por consentimento legal, na prática do ato. A Resolução Conama 237, de 19 de dezembro de 1997, informa que a exploração econômica de madeira ou lenha e subprodutos florestais deve possuir estudos e licença ambiental. NC

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Forno no barranco Entre uma consultoria e outra, o consultor Sérgio Lanza descobriu na fazenda Brejo Grande, em Coração de Jesus, Minas Gerais, um tipo de forno primitivo usado por oleiros que nem imaginavam como seriam os fornos hoje em dia. Feitos no chão, os fornos da fazenda mineira devem ter mais de 100 anos, segundo os atuais proprietários Arnoldo Paixão Lelis e Afrânio Filho Lelis. De acordo com os irmãos, a fabricação de telhas e tijolos iniciava com a retirada da argila, que não podia ser da superfície, pois os oleiros diziam que “a terra onde o sol batia era morta”, portanto o barro precisava ser

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“virgem”. Para amassar o barro úmido, os oleiros usavam o engenho tracionado por animal. Através do eixo central do amassador, que quebrava os torrões e homogeneizava a argila, a massa era comprimida contra o chão, saía por uma abertura lateral, era recolhida pelo oleiro e colocada na bancada para o preparo. Após este processo, a massa era cortada com auxílio de uma faca e amassada dentro de uma forma de madeira com cabo de formato trapezoidal, chamada de guanapo ou garlápio, com comprimento e profundidade corresponde à espessura e tamanho da


Consultor encontra forno de mais de 100 anos em Minas Gerais

telha. Para modelar, o oleiro alisava a peça com a mão molhada em água com o objetivo de criar uma lama impermeável para fechar os poros da telha. “Por este motivo é que as telhas antigas duram séculos e ainda vão permanecer por muitos mais. Enquanto que algumas telhas modernas ‘apodrecem’ e envelhecem rapidamente”, explicou Lanza. Antes do guanapo, ainda no período colonial, as telhas eram ‘feitas nas coxas’, fato que originou mais tarde a famosa expressão para algo que é feito sem qualidade. A secagem era feita num terreiro ao ar livre para depois iniciar a queima. Com fogo

baixo, as peças eram aquecidas aos poucos até sair a fumaça do forno. A saída da fumaça era o sinal para os oleiros colocarem mais lenha para fazer a labareda aumentar e clarear a peça. Para construir esse tipo de forno, era aproveitado o barranco de argila onde eram feitos a fornalha e o crivo, orifício por onde o fogo passava. Com fogo ascendente, de baixo para cima, as peças eram empilhadas diretamente no chão, sobre o crivo. Os tijolos e telhas queimados em fornos de barranco serviram para a construção das casas dos moradores da cidade de Coração de Jesus. NC

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Cerâmica Tecil surge antes da criação do estado de Tocantins Empresa foi a primeira a se estabelecer em Palmas, capital de Tocantins

Cerâmica é pioneira na fabricação de bloco estrutural nas regiões norte e centro-oeste

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Nascida ainda antes da criação do estado do Tocantins que só ocorreria com a promulgação da constituição cidadã, dois anos depois, a Tocantins Engenharia Consultoria e Indústria Ltda (Tecil) surgiu em 1986. Sendo assim, começavam os primeiros passos da cerâmica Jardim, atual cerâmica Tecil, que era filiada e mantida pela Tecil Engenharia. De tanto o “comércio” fazer referência aos produtos da cerâmica Jardim, como sendo cerâmica “da Tecil”, optou-se quando da reestruturação da empresa, pelo uso do nome Tecil exclusivamente para a indústria cerâmica. A empresa, que está no mercado há 20 anos, nasceu devido à necessidade da Prefeitura de Paraíso do Norte de Goiás – hoje Paraíso do Tocantins – de asfaltar a cidade. “A Tecil era inicialmente chamada cerâmica Jardim por estar na fazenda Jardim do Pequizeiro. A empresa


cador, que aproveita as galhadas da poda da prefeitura e da Companhia de Eletricidade (Celtins), evitando o lançamento no aterro sanitário”, disse Oliveira. De acordo com ele, a cerâmica ainda inaugura no final deste mês de maio um forno com 24 câmaras, com baixa emissão de poluentes e que queima bem menos lenha que os fornos tradicionais. Atualmente, com 80 colaboradores, possui laboratório, onde acompanha diariamente os pesos, medidas, umidade, absorção e resistência, e propõe-se a produzir qualquer tipo de bloco em cerâmica vermelha para a construção civil. Por ser ainda a única na produção de blocos estruturais num raio de 1 mil quilômetros, possui um mercado exclusivo no estado que, por vezes, se desdobra aos vizinhos. Outra questão importante presente na cerâmica Tecil é a preocupação com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. “Em 2013, já estaremos no ciclo virtuoso, teremos eucalipto, de um a sete anos, com poluição reduzida a um terço do que poluíamos antes. Em seguida, buscaremos a reciclagem total dos resíduos”, informou Oliveira. NC

Cerâmica conta com 80 funcionários e laboratório para certificação de produtos

D E S E N VO LV I M E N T O

surgiu com a criação do estado do Tocantins e a opção pela construção de uma cidade planejada como sua capital, Palmas, onde estamos localizados atualmente”, explicou um dos sócios, João Francisco de Oliveira. Fundada pelos sócios João Francisco de Oliveira, Gilson Rego, Jorge Barroca e Aldo Dall’agnol, a cerâmica Tecil, ainda cerâmica Jardim, iniciou a construção de Palmas. De acordo com Oliveira, a empresa foi a primeira a se estabelecer na nova capital, as cidades mais próximas estavam entre 60 e 70 quilômetros de distância. “Na montagem da cerâmica, tivemos que montar alojamento, cantina e escritório de apoio, numa fazenda que tínhamos comprado na qual está localizada a jazida. Mantivemos a cerâmica durante muito tempo sem condições financeiras, a venda não cobria a folha de pagamento, que era mantida pela Tecil Construtora, mas sempre nos mantivemos perseverantes até a mesma se tornar autossuficiente”, disse. Segundo Oliveira, a empresa foi filial da Tecil Engenharia até o ano 2000, assumindo sua matriz no último ano do século 20. “Foi sustentada pela matriz até então por ser uma empresa deficitária, fato que se alongou por pelo menos mais oito anos. Devido à nossa intensa busca por inovações e racionalização, o início da fabricação do bloco estrutural e o renascimento da construção civil no Brasil, nos tornamos viáveis. Agora, creio, independente dos fatores sazonais”, disse o sócio da Tecil. Atualmente, a Tecil, que é pioneira na fabricação de bloco estrutural cerâmico nas regiões norte e centro-oeste, tem como meta principal a fabricação de produtos que atendam a evolução da construção civil, buscando o ciclo virtuoso, produzindo seu próprio combustível (plantio de eucalipto) e buscando soluções que poluam o mínimo possível. Além disso, está sempre em busca de novas tecnologias para melhor atender o mercado. “Acabamos de construir uma fornalha com pi-

Preservação ambiental está presente na Tecil

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ARTIGO TÉCNICO

Ataque químico por água do mar sintética em peças cerâmicas vermelhas incorporadas com rejeito de rocha ornamental Trabalho apresentado no 54º Congresso Brasileiro de Cerâmica, realizado de 30 de maio a 2 de junho de 2010, em Foz do Iguaçu, no Paraná

Resumo Quando os materiais cerâmicos vermelhos ficam expostos ao ambiente marinho, muitas vezes, se degradam completamente (figura 1) devido à presença dos cloretos em suspensão no ar que entram em contato com o material e penetram em seus poros. Os cloretos provocam expansão interna e estouro do material. A presença da radiação solar, precipitação pluviométrica e o vento acabam por acelerar o processo (5). Para simulação deste efeito em laboratório e avaliação das propriedades cerâmicas, atacaram-se quimicamente peças cerâmicas vermelhas incorporadas com rejeito de rocha ornamental, com água do mar sintética segundo a CEN (1995) (6). O rejeito de rocha foi adicionado em até 10% e o material foi queimado a até 900ºC. Foram realizados ciclos de umidade e secagem durante seis meses. Os resultados mostraram que a absorção de água é reduzida em até 5% e a resistência à flexão reduz 3MPa nas amostras a 700ºC sem rejeito.

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Gustavo de Castro Xavier, Fernando Saboya Albuquerque Júnior, Paulo César de Almeida Maia, Jonas Alexandre. Laboratório de Engenharia Civil (LECIV) Universidade estadual do norte fluminense (RJ)

Introdução A atenção voltada para a durabilidade dos materiais de construção assume hoje um importante destaque nas suas características. A exposição dos materiais ao tempo provoca a redução nas suas propriedades fisicas e quimicas, podendo comprometer sua tensão (1). Não obstante, tendo em vista um melhor desempenho ao longo da vida dos produtos cerâmicos, introduziu-se o rejeito de rocha ornamental na massa de conformação de cerâmica vermelha(2). O rejeito de rocha ornamental é um material mineral, na forma de pó uniforme e inservível para a indústria de desdobramento e beneficiamento de rocha. Este pó é produzido em grandes quantidades e sua disposição final é, muitas vezes, inadequada. Nos dias atuais, algumas indústrias utilizam os teares com fio diamantado, para desdobramento de blocos de rocha em chapa, isentando o rejeito da fração metálica, antes vindo da granalha. Somente no município de Cachoeiro de Itapemirim (ES) são produzidos cerca de 150 mil toneladas de resíduo de granito por mês(3), devido a mais de 500 indústrias de extração, desdobramento e beneficiamento de rochas, com aproximadamente 900 teares, geradores de resíduos. A incorporação de resíduo em cerâmica vermelha, atualmente, apresenta-se como uma das principais soluções tecnológicas para a disposição final de resíduos sólidos industriais e municipais (4).


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vadas ao laminador e extrusora de laboratório. A umidade de moldagem para extrusão foi definida pela equação A:

Onde LL é o limite de liquidez do material dado em porcentagem Neste trabalho, buscou-se atacar quimicamente durante seis meses as peças cerâmicas incorporadas com rejeito de rocha ornamental com água do mar sintética, baseado na CEN (1995) (6) simulando as condições ambientais marinhas.

Materiais e métodos Materiais Para realização deste trabalho, foram utilizados os seguintes materiais: massa argilosa utilizada na fabricação de cerâmica vermelha proveniente do município de Campos (RJ) e o rejeito de rocha proveniente do corte de blocos de rocha em uma indústria de Cachoeiro de Itapemirim (ES).

Métodos Ensaios tecnológicos

A figura 2 mostra as umidades de extrusão das adições de rejeito de rocha na argila utilizada. Figura 2. Umidades de extrusão utilizadas 32 (LL/2)+2%

ARTIGO TÉCNICO

Figura 1. Degradação rápida em alvenaria em ambiente marinho – Macaé (RJ)

Y = -0,25x + 31,5 R2 = 0,99

31 30 29 28 0

2 4 6 8 % de Resíduo de Granito

10

Os corpos de prova com dimensões de 11,0x2,7x1,7cm confeccionados nesta fase foram medidos e pesados úmidos e secos a 110ºC, depois queimados a 500ºC, 700ºC e 900ºC. Após a queima, os corpos de prova foram levados ao laboratório e foram definidas suas propriedades tecnológicas (7) (8). Os resultados apresentam a média de cinco determinações.

Preparação das amostras e moldagem dos corpos de prova Os trabalhos de preparação da massa ar- Ataque químico por água do mar sintética gilosa começaram com o peneiramento da arBaseados na CEN (1995) (6), a água do gila. Utilizou-se a peneira de abertura 2,0 mm mar sintética foi preparada conforme a tabela (#10). Foram elaboradas três incorporações 1 de compostos químicos. do rejeito de rocha ornamental na massa argilosa, nos seguintes percentuais: 0%, 5% e Tabela 1. Composição química da solução da 10% em massa. água do mar sintética (6) Estas composições foram homogeneizadas a seco e umeComposto Químico (Sal) Quantidade (g/L) decidas com água Cloreto de Sódio P.A. - NaCl 30,0 Cloreto de Magnésio P.A. – MgCl2.6H2O 6,0 a um percentual de Sulfato de Magnésio P.A. – MgSO4 5,0 Sulfato de Cálcio P.A. – CaSO4 1,5 até 31,5% para, em Carbonato Potássico Hidrogenado P.A. – KHCO3 0,2 seguida, serem le-

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ARTIGO TÉCNICO

Resultados e discussões

pH inicial

pH final

6,97 6,98 8,91 8,45 8,95

6,08 5,96 6,98 6,93 6,85

Temp.(ºC) inicial 22 22 22 22 22

Temp.(ºC) final 23 23 23 23 23

Após ataque químico as amostras foram levadas para os ensaios tecnológicos e comparadas com as amostras consideradas intactas. Estes ensaios foram realizados no LECIV/CCT/UENF Campos (RJ).

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intacto

intacto

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AMS intacto

22

AMS

AMS Resíduo de Granito(%)

0 5 10 500

700

500

700

900 900

20 18

Temp. (ºC) (a)

intacto

intacto AMS

Resíduo de Granito(%)

0 5 10 500

500

intacto

40

38 AMS 36 34 32 AMS 30 28 26 900 900 700 700 Temp. (ºC)

(b)

Tabela 2. Variação do pH inicial e no fim de 6 meses das soluções BANDEJA (50x35x25cm) I (Na2SO4) II(Na2SO4) III (água do mar) IV(água do mar) V(água do mar)

Figura 3. Comparação da absorção de água (%) (a) e porosidade aparente (%) (b) das amostras intactas com as alteradas com solução de água do mar sintética (AMS) após seis meses

Abs. de Água (%)

Para acelerar o processo de degradação dos materiais cerâmicos simulando o ambiente marinho, foram realizados ciclos de umidade e secagem. A saturação ocorreu em solução de água do mar sintética durante 24 horas e a secagem ocorreu em exposição ao meio ambiente por 24 horas. Os ciclos duraram um período de seis meses. O volume das soluções utilizadas foi de, no mínimo, quatro vezes o volume de amostras ensaiadas. As soluções utilizadas foram monitoradas periodicamente a cada 15 dias através de medidor de pH para a garantia da basicidade da solução (pH≈7). A temperatura do ambiente foi controlada e mantida a 21±3ºC e umidade relativa do ar de 64±5%. A tabela 2 apresenta o pH inicial das soluções quando as amostras foram saturadas e o pH final das soluções de cada recipiente após seis meses de ensaio, registrando-se as temperaturas. Foram necessárias três substituições na solução de sulfato de sódio e quatro substituições da solução de água do mar sintética neste período.

Após a queima, foram realizados os ensaios físico-mecânicos para as misturas de 0% até 10% de rejeito de rocha e os resultados aparecem a seguir nas figuras 3, 4 e 5 antes (intacto) e depois de 6 meses de ataque químico por água do mar sintética (AMS).

P.A. (%)

Os ensaios tecnológicos foram realizados na Universidade estadual do norte fluminense

Propriedades físico-mecânicas

Verifica-se na absorção de água (figura 3a) que os ataques por água do mar sintética apresentam decréscimos na medida em que se acrescenta rejeito de granito, comparativamente com as amostras intactas. Verificam-se na figura 3b valores similares da porosidade aparente das amostras queimadas a 500ºC e 700ºC após os ataques químicos. Os valores da porosidade aparente para as amostras 0R tendem a 34% submetidas à solução de água do mar sintética.


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6

intacto

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7 intacto

5 0

% de Resíduo de 5 Granito(%) 10

500

500

700

700

4

Figura 5. Comparação da tensão de ruptura à flexão (MPa) das amostras intactas com as alteradas com solução de água do mar sintética (AMS) após seis meses

Temp. (ºC) (a)

AMS AMS intacto

900

900

intacto

AMS

1,85 1,75

intacto

1,65 1,55 % de Resíduo de Granito(%)

0

5 10

500

700 900 500 700 Temp. (ºC)

900

intacto intacto

1,45

(b)

Na figura 4a, verifica-se que expansões lineares nas amostras atacadas quimicamente e queimadas a 500ºC com adições até 5R e retrações são vistas nas amostras 10R quando comparadas com as amostras intactas. As amostras queimadas a 700ºC atacadas pela água do mar sintética mostraram retrações de valores mais altos nas adições de 5R. As amostras queimadas a 900ºC submetidas à água do mar sintética tendem

intacto

% de Resíduo de Granito(%)

NovaCer • Ano 2 • Junho • Edição 14

5,50

0 5 10

900 700 700 500 500 Temp. (ºC)

9,50 7,50

AMS AMS

900

3,50

Analisando a figura 5, notam-se decréscimos significativos de resistência à flexão nas amostras queimadas a 500ºC e 700ºC depois do ataque químico por AMS. Nas amostras a 900ºC os efeitos de redução da tensão à flexão não são notados nas amostras na presença de água do mar sintética. As amostras 5R mesmo sofrendo queda da tensão sob o ataque químico, mostraram-se mais resistentes do que as demais amostras, sendo indicado para uso em cerâmica vermelha.

Quanto maior a quantidade de rejeito de rocha ornamental na cerâmica vermelha, menor é a umidade de extração

70

11,50 AMS

T.R.F. (MPa)

AMS

a aumentar a retração com o aumento da adição de rejeito. Na figura 4b, as amostras queimadas a 700ºC e a 900ºC depois do ataque devido à água do mar sintética mostram comportamento semelhante com valores mais altos de massa específica aparente para as amostras com 5R nestas duas temperaturas de queima. Comparativamente, as amostras também apresentam acréscimos de massa específica em relação às amostras intactas.

M.E.A. (g/cm3)

ARTIGO TÉCNICO

Figura 4. Comparação da variação linear (%) (a) e massa específica aparente (g/cm³) (b) das amostras intactas com as alteradas com solução de água do mar sintética (AMS) após seis meses


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ARTIGO TÉCNICO 72

Referências Conclusões Verificou-se que o aumento da quantidade de rejeito de rocha ornamental no material cerâmico vermelho, diminui a umidade de extrusão. Verificou-se que a solução de água do mar sintética mostrou-se eficiente em pouco tempo de degradação no laboratório para as temperaturas de queima estudadas. Os efeitos de cristalização e expansão dos sais presentes na solução penetram no cerâmico e parecem colmatar até a perda de resistência de até 3 MPa nas amostras a 700ºC, sendo a colmatação responsável por reduzir a absorção de água em até 5% das amostras. As amostras com 5R mesmo perdendo resistência sob o ataque químico, mostraram-se mais eficientes do que as demais amostras, sendo indicado para uso em cerâmica vermelha. Pode-se concluir que a degradação da cerâmica induzida no laboratório por ataque químico por meio de água do mar sintética, eleva a heterogeneidade de degradação nos materiais, consequentemente, aumenta a heterogeneidade dos materiais, não havendo uma padronização da variação das propriedades físico-mecânicas.

NovaCer • Ano 2 • Junho • Edição 14

(1) Mesquita, R. S.; Xavier, G.C.; Saboya, F.A.J; Maia, P.C.A.; Alexandre, J. Degradação de cerâmica vermelha com adição de coque de petróleo. Anais do 53º Congresso Brasileiro de Cerâmica. Guarujá (SP). 12p. 2009 (2) Xavier, G.C.; Saboya, F.A.J; Maia, P.C.A.; Alexandre, J. Estudo da alteração de peças cerâmicas incorporadas com resíduo de granito através do Ensaio de ciclos de umidade – Parte III. Anais do 53º Congresso Brasileiro de Cerâmica. Guarujá (SP). 10p. 2009 (3) Machado, M. A. “O Setor de rochas ornamentais”. “Rejeitos”. Palestra apresentada no CREA (ES) sobre rejeitos da Indústria de Rochas Ornamentais. Cachoeiro de Itapemirim (ES). 2002 (4) C.M.F. Vieira, C.A.C.M. Dias, A.V. Mothé, R. Sánchez, S. N. Monteiro. Incorporação de lama de alto forno em cerâmica vermelha. Cerâmica, pág. 281-387, out/nov/dez 2007 (5) Xavier, G. C. Resistência, alterabilidade e durabilidade de peças cerâmicas vermelhas incorporadas com resíduo de granito. Tese de doutorado em Engenharia Civil. Universidade estadual do norte fluminense, Campos dos Goytacazes (RJ), 2006 (6) CEN (Comité européen de normalisation).– Methods of testing cement – Part X: Determination of the resistance of cements to attack by sulphate solution and by seawater, PRENV 196-X. 1995 (7) ASTM C 373 (American society tecnology materials). Standard test method for water absorption, bulk density, apparent porosity and apparent specific gravity of fired whiteware products. (1977a) (8) ASTM C 674 (American society tecnology materials). Standard test method for flexural properties of ceramic whiteware materials. (1977b) NC


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GESTÃO

Paraíba inicia plano de cerâmica vermelha Ceramistas aguardam melhorias no setor desde 2005

Cerâmicas da Paraíba trabalham com métodos rudimentares

Encontro mobilizou ceramistas que levantaram dificuldades

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NovaCer • Ano 2 • Junho • Edição 14

O setor de cerâmica vermelha das regiões do Seridó, Espinharas, Sabugi e Cariri, na Paraíba, está passando por uma estruturação por meio de um projeto do Sebrae em parceria com outras entidades. As quatro regiões abrangem 25 cerâmicas, sendo que 70% delas estão na região do Seridó. Juntas as empresas são responsáveis pela produção de 4 milhões de tijolos por mês e 3,4 milhões de telhas mensalmente. Desde 2005 os ceramistas da região do Seridó aguardam melhorias e incentivos ao setor. José Severino de Moura Filho, proprietário da cerâmica São Jorge, de Santa Luzia (PB), está confiante. “Acreditamos que vai dar uma alavancada muito grande, principalmente num momento como esse que é de expectativa, pois o mercado está aquecido. Imaginamos ter um crescimento de 30% em um ano”, disse Filho. O objetivo do plano, que já está em andamento, é oferecer aos ceramistas capacitação e consultoria geral por meio de cursos sobre gestão de estoque, combustíveis e combustão, processamento da argila, treinamento para operadores de fornos, curso de secagem e queima, noções de eficiência energética, curso em processamento de cerâmica vermelha e curso de associativismo e cooperativismo. Os empresários terão acesso também à consultoria tecnológica que aborda a otimização do processo produtivo através da metodologia de produção mais limpa e eficientização dos fornos e capacitações sobre novas tecnologias. As cerâmicas contempladas no projeto estão localizadas entre Recife e Natal, duas capitais que vão sediar a Copa de 2014, o que motiva os ceramistas a se estruturarem para aumentar a produtividade. “Precisamos trabalhar o mercado que está em ascensão. Esperamos que a Copa reflita na atividade de cerâmica vermelha imediatamente”, disse Aldo


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Nunes, gerente regional do Sebrae de Patos (PB). Os empresários serão incentivados a participarem de feiras, seminários, palestras e cursos para que conheçam as novidades do setor. Workshops em gestão ambiental rentável, palestras sobre meio ambiente, seminários sobre o uso racional de combustível e degradação ambiental também estão na programação do projeto. Na primeira reunião, realizada no dia 6 de maio, na Câmara de Vereadores de Juazeirinho (PB), foram levantados pelos ceramistas os pontos fortes e fracos do setor, as oportunidades que podem ser aproveitadas pelos empresários assim como as ameaças à produção de cerâmica vermelha nas regiões atendidas pelo projeto. A principal dificuldade apontada é com relação aos fornos utilizados atualmente pelos ceramistas que precisam ser adequados às

exigências ambientais. “Os fornos aqui são muito rudimentares, tipo caieira ou fogueira. A tecnologia é muito atrasada com relação a outros polos ceramistas. Ainda trabalhamos com muitas máquinas de fundo de quintal”, explicou o ceramista José Severino de Moura Filho, que se antecipou e iniciou, com recursos próprios, a modernização da empresa no ano passado. Desde março de 2010 José Severino investiu R$ 700 mil em dois fornos, um Sedan e um Hoffman e agora planeja investir no sistema de secagem de estufa aproveitando o calor do forno. “Hoje a secagem é feita ao sol e quando chove perdemos toda a produção”. Mesmo tendo se adiantado, o ceramista participa das reuniões do projeto para apoiar os demais empresários. “Estou com eles nessa batalha”. Hoje o investimento em um forno moderno vai custar aos ceramistas cerca de R$ 300 mil. Outro ponto negativo é a escassez de matéria-prima e ainda a dificuldade que os ceramistas encontram na liberação de crédito junto a entidades financeiras para investimentos. A qualificação da mão de obra é outro fator que o projeto deve contemplar, segundo Nunes. Todas as cerâmicas usam como combustível para a queima a lenha. A ideia é orientar os ceramistas a comprarem a lenha de fornecedores que trabalham dentro dos padrões ambientais. A primeira decisão tomada na reunião requer a conscientização de todos os ceramistas envolvidos no projeto. Parar de pensar e agir individualmente e ver o ceramista vizinho como concorrente, mas sim como parceiro foi a mensagem do encontro. “Sair do ‘eu’ para o ‘nós’. Neste mundo globalizado, onde grandes empresas multinacionais se unem para diminuir custos e atender uma gama maior de clientes, os ceramistas devem fazer o mesmo para crescer. Portanto, é preciso se juntar para atender alguns pedidos, aumentar o poder de barganha, solicitar linhas de crédito aos governos, capacitar funcionários e participar de feiras. Juntos, somos mais fortes”, salienta o gerente. NC

O projeto tem como parceiros diversas entidades como Senai, Instituto Nacional de Tecnologia, Anicer, prefeituras municipais, governo do estado, Ministério do Meio Ambiente e Sebrae. 76

NovaCer • Ano 2 • Junho • Edição 14


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ferente do método europeu. Em 2010, 40 ceramistas de todo o Brasil participaram da segunda visita técnica na cerâmica Hobus para conhecer o primeiro carregamento e descarregamento automático de telhas fabricado pela Man. Peça o DVD na Man e veja toda a visita técnica com os equipamentos funcionando.


D E S E N VO LV I M E N T O

Comitiva de Cocal do Sul em Aveiro

Unibave oficializa convênio com universidade de Aveiro Primeira turma do curso de Engenharia Cerâmica retorna de Aveiro no final de junho

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NovaCer • Ano 2 • Junho • Edição 14

Uma comitiva do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), de Cocal do Sul (SC), esteve em Aveiro, Portugal, para assinatura de um convênio entre a unidade de ensino com a Universidade de Aveiro. O acordo oferece aos estudantes do campus do sul de Santa Catarina a oportunidade de cursar o penúltimo semestre do curso de Engenharia Cerâmica na Europa. A viagem do grupo para Portugal ocorreu no dia 29 de abril. Estavam presentes o reitor, Celso de Oliveira Souza, e o vice-reitor, Valmir Bratti, além do prefeito do município de Orleans, Jacinto Redivo, o prefeito do município de Cocal do Sul, Nilso Bortolatto, e o presidente da Câmara de Vereadores de Cocal do Sul, Lésio Rosso. Além da assinatura do convênio, eles também aproveitaram a oportunidade para


D E S E N VO LV I M E N T O

visitar a Universidade de Barcelona e o governo da Província de Bérgamo, na Itália. Em janeiro deste ano, dez acadêmicos já viajaram para o intercâmbio na Universidade de Aveiro antes da oficialização do convênio. Os estudantes devem voltar ao Brasil no final do mês de junho. Neste período de seis meses, eles puderam aprender conteúdos teóricos aliados à prática, pois a Universidade de Aveiro dispõe de um dos maiores laboratórios tecnológicos cerâmicos do mundo. “A Universidade se faz no intercâmbio, especialmente entre povos, pois é na diversidade geográfica que a cultura se manifesta”, afirmou o reitor do Unibave. O curso de Engenharia Cerâmica do Centro universitário Barriga Verde é o único da América Latina a formar engenheiros cerâmicos. O objetivo é proporcionar ao setor cerâmico a oferta de profissionais capazes de desenvolver e implementar novas tecnologias atendendo ao mercado cerâmico global. NC

Acadêmicos aproveitam o intercâmbio em Portugal desde janeiro

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