Entrevista com o presidente da Asceno, Belmonte Amado Rosa Cavalcante
Ano 6
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Junho/2015
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Edição 62
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Argila
Realizar ensaios de caracterização garante redução de custos e melhoria da qualidade Fiesc realiza Jornada Inovação e Competitividade Congresso de Cerâmica é realizado em Sergipe Consumidores poderão produzir energia para vender
O forno pode ser construído nos tamanhos de: 18,0m x 3,0m x 2,8m / 18 ,0m x 4,0m x 2,8m / 20,0m x 3,0m x 2,8m 20 ,0m x 4,0m x 2,8m / 24,0m x 3,0m x 2,8m / 24 ,0m x 4,0m x 2,8m
Comparando o custo final com os demais fornos do mercado o forno vagão metálico fica em torno de 40% a 60% mais barato e construído aproximadamente 60 dias.
O sistema de isolamento térmico em fibra cerâmica nas paredes, aplicados em módulos de 2m de comprimento eliminando propagação e fuga de calor, proporcionando uma economia de até 50% no combustível (madeira, cavaco e serragem, entre outros). Outra vantagem é o fantastico resultado da queima, tijolos queimados uniformimentes, tanto na parte superior da carga como na parte inferior da carga nao tendo tijojos requeimados ou sem queimar.
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As fornalhas são projetadas com chamas no alto, evitando requeima do tijolo na lateral da fornalha. Sistema de vedação da fornalha com porta emantada, revestimento externo com manta aluminizada, tendo o teto totalmente emantado onde o conjunto diminui a propagação do calor para meio externo aumentando a economia. A fornalha é construída com tijolos feitos de chamote sendo queimado a 1200 graus, proporcionado assim uma maior resistência conta impactos sofridos por lenha ou outro material na queima.
O Forno Rogesesi conta com teto plano onde proporciona uma maior mistura do calor fazendo com que este calor desça uniformemente fazendo a queima e equilibrando a temperatura superior com a inferior. O forno, teto e portas são construídos com vigas “U”, “W” e chapa expandida para fixação da manta de fibra cerâmica.
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SUMÁRIO
DESENVOLVIMENTO 16: Conhecer a argila garante qualidade às peças cerâmicas
EDITORIAL
ECONOMIA E NEGÓCIOS
DESENVOLVIMENTO
ARQUITETURA CERÂMICA
12: Carta ao Ceramista
20: Consumidores poderão produzir energia para vender
22: Fiesc realiza Jornada Inovação e Competitividade
24: Tijolos à vista são usados em reforma de lavanderia
Diretor Geraldo Salvador Junior
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Fotografia & Marketing Digital Natanael Knabben revista@novacer.com.br
Impressão Gráfica Coan Tiragem 3500 exemplares
Jesus Cristo, O Messias
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NovaCer • Ano 6 • Junho • Edição 62
Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados
(Empresária e consultora Ana Alves)
Junho 2015 ENTREVISTA
ARTIGO TÉCNICO
28: O setor no Norte Goiano
32: Caracterização tecnológica de argilas para produção de telhas cerâmicas na Paraíba
SUMÁRIO
“A Novacer tem contribuído significativamente com o setor cerâmico, na medida em que traz informações seguras, de profissionais competentes, auxiliando na qualificação do empresariado brasileiro e incentivando a construção de um aspecto essencial na vida de todos nós: o conhecimento. Parabéns à revista pela qualidade e profissionalismo em suas abordagens e pela equipe extremamente competente.
DESENVOLVIMENTO 26: Congresso de cerâmica é realizado em Sergipe
CONSTRUÇÃO CIVIL 40: CBIC lança projeto de ética na construção
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EDITORIAL
Carta ao Ceramista A reportagem principal da revista NovaCer neste mês fala sobre a importância dos ensaios de caracterização de argila para redução de custos e melhoria da qualidade. Especialistas na área dão dicas de como fazer estes ensaios e sobre os benefícios de caracterização de argilas e composição de massa. Alguns destes benefícios, conforme profissionais da área, são menor consumo de energia e menor desgaste de peças e equipamentos no processo de produção. Também voltado para este tema, nesta edição você, ceramista, pode conferir o artigo técnico intitulado caracterização tecnológica de argilas para produção de telhas cerâmicas na Paraíba. O trabalho foi apresentado no 54O Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 30 de maio a 2 de junho de 2010, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Outro tema que ganhou destaque neste mês foi a 4ª edição da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense,
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promovida pela Fiesc, de 20 a 22 de maio, em Florianópolis, Santa Catarina. Além de comemorar os 65 anos da Fiesc, fundada em 25 de maio de 1950, a jornada debateu temas como qualidade de vida, inovação e tecnologia, educação e ambiente institucional. Leia ainda a entrevista especial com o presidente da Asceno, Belmonte Amado Rosa Cavalcante. Na entrevista, ele fala sobre as principais características do setor na região e sobre as principais ações da Asceno em prol das indústrias cerâmicas. Além disso, ele conta sobre a experiência da aplicação do método do processo prospectivo e sobre as melhorias no setor após a implantação do projeto.
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Ensaio de caracterização de matéria-prima - Resistência à Compressão
Conhecer a argila garante qualidade às peças cerâmicas Outro benefício de conhecer as matériasprimas é a redução de custos no processo
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O conhecimento das matérias-primas por meio de suas características cerâmicas é de suma importância para a obtenção de produtos cerâmicos com os padrões de qualidade preestabelecidos pela empresa. Além disso, conforme o engenheiro ambiental e coordenador do laboratório de ensaios cerâmicos do Senai-ESDT, Francis de Matos Aquino, conhecer a matéria-prima reduz o retrabalho no processo de produção com mão de obra, energia e desgaste de peças e equipamentos. Ele acrescentou que é preciso analisar por meio de ensaios preliminares as propriedades, físicas e químicas da argila com a finalidade de classificar e avaliar a constituição mineralógica das argilas para o uso no processo de produção das peças cerâmicas. Para realizar a caracterização de argilas,
te ao uso. “A necessidade de realizar tais ensaios tem profunda relação com a redução de custos nos processos subsequentes ao processo de extração”, alertou. Tão importante quanto realizar ensaios de caracterização é analisar os resultados e tomar as ações devidas, conforme Dias. “Ao reconhecer um índice de retração através dos ensaios é possível o ceramista realizar adequações no processo para que assim se possa adequar os produtos aos requisitos normativos. Realizar o ensaio de resíduo ou reconhecer este índice antes mesmo de se utilizar a argila ou composição reduz-se em muito a possibilidade de trincas em fissuras durante o processo de fabricação”. Ainda de acordo com Dias, infelizmente muito ceramistas não se utilizam desta prática para definição de seus processos e assim chegam a “pagar” um preço alto durante o processo de fabricação. “Ao se definir a aquisição de um equipamento, a realização dos ensaios de caracterização se faz extremamente necessária. Penso que os fabricantes de máquinas têm importante papel nesta fase de caracterização dentro de um processo de venda técnica. Acredito que agindo desta forma o fabricante conseguirá se diferenciar dos demais diante de um processo de venda”, aconselhou.
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Aquino explicou que existem algumas técnicas. Entre elas ele citou Unidade Residual, Resíduo em Peneira, Análise quantitativa de impurezas, Plasticidade, Contração Linear, Resistência Mecânica, Composição Granulométrica, Absorção de água, Porosidade Aparente, Massa Específica Aparente e Massa Específica Aparente da parte sólida, Análise Química, Difratometria de Raio X, Capacidade de troca de Cátions (CTC) e Análise Térmica Diferencial (ATD). “Através destes ensaios, pode-se avaliar qualitativamente as impurezas, estimar o grau de sinterização após a queima e o comportamento das argilas durante as fases de conformação e de secagem das peças cerâmicas”, contou o engenheiro ambiental. Estes ensaios, conforme o diretor da Emerson Dias Consultoria e Gestão Empresarial, Emerson Dias, funciona por meio da coleta de amostra, para envio a um laboratório. “Realiza-se ensaios conforme procedimentos padrão preestabelecido e os resultados são analisados para que ações possam vir a ser adotadas. A tomada de decisão desta forma será baseada em fatos e não em ‘achismos’”, esclareceu. Dias ainda complementou que caracterizar argila é reconhecer características físicas, químicas e térmicas de determinada argila anteriormen-
Ensaios de caracterização de argilas A realização de ensaios de caracterização de argilas, conforme o engenheiro ambiental e coordenador do laboratório de ensaios cerâmicos do Senai-ESDT, Francis de Matos Aquino, constitui-se de uma pequena porção de um lote bem grande de matéria-prima, utilizada para analisá-la. “A amostra é retirada em profundidade em áreas diferentes da jazida, de um lote com tamanho significativo. A amostra da argila é de 50kg e pode ser coletada por meio de trados, através de vários pontos, em posições diferentes”, explicou. “Em qualquer processo produtivo é necessário conhecer a matéria-prima para adequar o seu processo de produção na otimização de seus processos, através do seu
desempenho satisfatório na qualidade de seu produto cerâmico”, acrescentou o engenheiro ambiental. Quanto a este assunto, Dias complementou que um processo de fabricação é realizado através de controle. “A falta de controle hoje existente, para mim, é a causa de inúmeros problemas que hoje o setor de cerâmica vermelha enfrenta”, disse. Segundo o geólogo Luciano Loyola, a caracterização de uma argila permite a uma indústria comparar resultados, avaliar possibilidade de uso e verificar o porquê houveram problemas, entre outros. “Ao se conhecer a qualidade de uma argila, pode-se decidir pelo seu uso e como isto pode ser feito”, acrescentou.
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Conforme o diretor da Emerson Dias Consultoria e Gestão Empresarial, Emerson Dias, na cerâmica é alto não só os índices relativos a quebra e empenamento como também o índice de perdas no geral. “Dados demonstram que o setor cerâmico sofre com perdas ao longo do processo, e adotar mecanismos de controle é fundamental para que estes índices sejam reduzidos. Tenho comigo que todo processo bem sucedido, tem em sua fase inicial o segredo do sucesso ou causa da derrota, assim, um produto de qualidade somente será reconhecido assim, se todas as matérias-primas são conhecidas, reconhecidas e controladas”, afirmou.
Foto: ilustrativa
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Alto índice de quebra
Um composição, conforme Dias, nada mais é do que a mescla ou união de duas argilas que são incorporadas em percentuais controlados e misturadas de maneira que se transformem em uma massa única e homogênea. “É a composição granulométrica que estabelece as diversas faixas percentuais de diâmetros de grãos, que compõe a massa argilosa”, complementou Aquino. Esta composição deve ser homogênea e adequada a cada processo de fabricação. “Seus parâmetros e requisitos devem ser conhecidos, reconhecidos e controlados para que assim o resultado do processo atenda aos objetivos anteriormente estabelecidos”. “Devemos levar em conta ao determinar uma composição o produto a ser fabricado, o processo de fabricação utilizado, os equipamentos e acessórios a serem utilizados. Para que assim se possa definir as argilas e suas proporções”, disse Dias.
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Segundo o geólogo Luciano Loyola, a massa cerâmica deve sempre atender determinados critérios. “Na extrusão a fábrica utiliza a massa com X% de água, extrusa com pressão determinada, as peças são levadas até a secagem sem problemas de amassamento, secam na velocidade adequada e queimam na temperatura e velocidade usuais. Minha massa deve atender os meus parâmetros e não variar sempre que eu coloco uma nova argila na minha massa”, explicou Loyola. “Vamos pegar um exemplo. Uma indústria tem três matérias-primas disponíveis. Em volume, a matéria-prima representa 60%, a B 30% e a A 10%. Idealmente minha massa deveria ter este mesmo percentual na composição. A não ser que se considere como certo que as matérias-primas do tipo B e C serão facilmente encontradas e eu posso utilizar um porcentagem maior delas na minha massa”, enfatizou o geólogo.
Foto: Senai-ESDT
Composição de massa para o processo
preciso realizar ensaios de caracterização de argilas que ainda serão utilizadas, e de fato, reconhecer os parâmetros e requisitos de cada amostra com certa antecedência, suficiente para que perdas possam a vir ser reduzidas ou eliminadas. Deste modo, realizar ensaios de caracterização nunca será custos, sempre será investimento”, destacou. Conforme o geólogo Luciano Loyola, a maioria das empresas do setor costuma comprar as argilas somente depois da fabricação dos primeiros lotes e vão verificar o porquê determinados resultados aconteceram. “Ao invés disso, deveriam ter uma metodologia própria de ensaios para avaliar suas matérias-primas e formar os estoques. Com certeza, isto seria mais econômico”, afirmou. “Ao ter minha massa perfeitamente caracterizada, meu laboratório realizando aqueles ensaios necessários para a minha indústria, eu tenho condições de fabricar com economia de escala e com qualidade”, completou Loyola. NC
Foto: Senai-ESDT
Realizar os ensaios de caracterização de argilas e composição de massa traz diversos benefícios para a cerâmica. Um deles, conforme o engenheiro ambiental, Francis Aquino, é a otimização de seus processos produtivos evitando o retrabalho de mão de obra, reduzindo o consumo de energia e desgaste de peças e equipamentos no processo de produção e também melhorando a qualidade e a conformidade de seu produto cerâmico. “Os ensaios de caracterização de argila e composição de massa para o processo contribuem para redução de custo, redução de perdas e melhoria da qualidade de forma significativa, pois o mesmo caracteriza a matéria-prima, através de suas propriedades físicas e químicas contribuindo para o melhoramento de seu processo produtivo, pois reduz consideravelmente os custos com mão de obra, energia e a conformação do produto cerâmico”, reafirmou Aquino. O resultado desta equação será sempre adequado ao ceramista, conforme Dias. “É
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Custo x benefício de caracterização de argilas e composição de massa
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ECONOMIA E NEGÓCIOS
Consumidores poderão produzir energia para vender Com o objetivo de aumentar a geração de energia elétrica no país, distribuidoras de energia elétrica poderão contratar por Chamada Pública a energia de consumidores que já possuem e utilizam seus geradores no horário de ponta, como shopping e indústrias. De acordo com a proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), essa geração atenderá toda ou parte da necessidade de energia elétrica da unidade consumidora, reduzindo a demanda do sistema. A proposta submetida à Audiência Pública nº 12/2015, propôs que o incentivo à geração própria dar-se-ia mediante celebração de um contrato de adesão entre a Distribuidora e o Consumidor. Conforme informações das áreas técnicas da Aneel, por ser um programa voluntário, a quantidade de energia dependerá da adesão dos consumidores. Já o valor a ser pago pela geração própria depende da fonte energética. Cabe destacar que o valor ainda será objeto de deliberação pela diretoria da Aneel. A proposta das áreas técnicas após análise das contribuições para Audiência Pública nº 012/2015, que já se encontra disponível na internet, é de R$ 1.041,86 por MWh para estabelecimentos que usarem geradores a diesel (ou biodiesel), de R$633,94 por MWh para os que usarem gera-
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dores a gás natural (ou biogás), e de R$ 603,32 por MWh, para os que usarem óleo combustível. Para as demais fontes, o preço proposto é de R$ 388,48 por MWh. O programa vai até 18 de dezembro, porém ainda aguarda a aprovação de regulamento pela diretoria da Aneel. Podem participar as unidades consumidoras que atendam cumulativamente aos seguintes requisitos: atendidas pelo Sistema Interligado Nacional – SIN; atendidas por distribuidoras de energia elétrica participantes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE; enquadradas nas modalidades tarifárias horárias, pertencentes ao Grupo A, que adquiram energia em condições reguladas ou no Ambiente de Comercialização Livre - ACL; possuam em suas instalações unidades geradoras registradas ou outorgadas; não tenham, nos últimos cinco anos, montantes de geração registrados na CCEE, para liquidação no mercado de curto prazo, comercialização ou autoconsumo remoto; e que não tenham aderido ao “Sistema de Compensação de Energia Elétrica”, de que trata a Resolução Normativa ANEEL nº 482, de 17 de abril de 2012, sendo que esse último requisito depende ainda de deliberação da diretoria da Aneel. NC
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D E S E N VO LV I M E N T O
Presidente da Fiesc, Glauco José Côrte
Fiesc realiza Jornada Inovação e Competitividade A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) promoveu de 20 a 22 de maio a Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense. O evento ocorreu no Centro de Eventos da entidade, em Florianópolis, Santa Catarina. Em sua quarta edição, a Jornada comemorou os 65 anos da Fiesc, fundada no dia 25 de maio de 1950, e debateu temas como qualidade de vida, inovação e tecnologia, educação e ambiente institucional. O evento também ficou marcado por homenagens a industriais que contribuíram para o desenvolvimento do Estado e do País. Durante a jornada, eles receberão a outorga da Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além disso, exposições e outras atrações fizeram parte da programação, reunindo empresários, diretores e gerentes das indústrias catarinenses, autoridades, representantes do universo acadêmico e dirigentes sindicais. A busca pela inovação que é valorizada pelo consumidor e a melhoria da saúde e do
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bem-estar dos trabalhadores estiveram no centro dos debates do primeiro dia do evento. Na abertura dos trabalhos, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, fez referência ao que é considerado um dos países mais inovadores do mundo. “Nos Estados Unidos, 80% dos pesquisadores estão envolvidos em trabalhos empresariais, comprovando que a inovação acontece nas empresas e que as demandas devem estar alinhadas com as necessidades do mercado”, afirmou o industrial. “Na 3M, desde 1930, 6% das vendas são investidos em pesquisa e desenvolvimento”, revelou Luís Serafim executivo de Marketing da companhia. Com este investimento, conta, a empresa obteve mais de 100 mil registros de patentes até 2014. Porém, ele ressalta que a pesquisa só se transforma em inovação quando as pessoas, os clientes, veem valor em seu resultado. “Pesquisa é transformar dinheiro em conhecimento. A inovação transforma conhecimento em dinheiro novamente”, destacou.
“Somos responsáveis por nossa saúde e a falta dela ocorre por causa de nós mesmos, em decorrência das nossas escolhas”, defendeu o pioneiro na integração da saúde, qualidade de vida e performance nas organizações e fundador do International Institute of Health Promotion (IIHP), Robert Karch. O pesquisador abriu o circuito de palestras e debates na 4ª edição da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense. De acordo com Karch, a promoção da saúde deve ser avaliada na sua totalidade. “É quase impossível a existência de uma companhia de qualidade composta por empregados sem saúde. Se eu não tenho saúde como indivíduo é muito difícil ser um membro da sociedade funcional. Tendo um empregado saudável se cria uma força de trabalho saudável”, disse Karch, destacando ainda que as pessoas devem ser proativas e promover a saúde do indivíduo integralmente. Karch também é autor do livro Global Perspectives in Workplace Health Promotion.
Foto: Heraldo Carnieri / Fiesc
Fiesc lança livro sobre os 65 anos de fundação da entidade A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) lançou o livro “Fiesc 65 anos: O passo à frente da indústria catarinense”, em comemoração ao aniversário de fundação da entidade, celebrado no dia 25 de maio. O lançamento foi realizado no encerramento da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense. A obra foi produzida pela Editora Expressão e é assinada pelo jornalista Nei Duclós. “O foco deste livro, baseado nas pesquisas mais recentes sobre a indústria brasileira, é a inovação, que define a vocação da indústria catarinense e o perfil da nossa gestão. Aqui, damos detalhes das ações empreendidas para que a indústria e seus líderes possam dar mais um passo à frente no fascinante trabalho pelo desenvolvimento”, afirmou o presidente da
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Saúde do trabalhador deve ser promovida de forma integral
Robert Karch abriu o circuito de palestras e debates da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense
Fiesc, Glauco José Côrte, na apresentação da obra. O livro tem 166 páginas e é dividido em oito capítulos, que relatam os primórdios da indústria do Estado e o pioneirismo de imigrantes que iniciaram as atividades do setor. A publicação mostra, por exemplo, que a primeira indústria catarinense – a Serraria do Príncipe −, foi fundada em Joinville, em 1856, cerca de cinco anos após a chegada do maior fluxo de imigrantes alemães à região. A obra fala ainda da criação da Fiesc, traz um perfil das principais empresas e lideranças do Estado e aborda o salto dos anos 1970, a década do milagre econômico, entre outros assuntos. NC As informações são da Fiesc.
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ARQUITETURA CERÂMICA
Tijolos à vista são usados em reforma de lavanderia Dona do blog Tu Organizas, a curitibana Nina Braz usou uma parede com tijolos à vista na reforma de uma lavanderia. Os tijolos de barro decorados deram o toque de charme ao ambiente reformado pela moça em agosto do ano passado. "Gosto muito da mistura de materiais e depois que optei pelos tijolos à vista, encontrei várias imagens inspiradoras, que misturavam os tijolos com as cores vibrantes que eu pretendia usar no mesmo ambiente”, explicou ela. Para a curitibana, as misturas de estilos resultam em projetos bem interessantes. “Queria uma lavanderia branca, com detalhes em amarelo e turquesa, mas precisava de algum revestimento que aquecesse o ambiente e o tijolo à vista foi a minha escolha”, contou. Ela ainda afirmou que os tijolos, assim
como a madeira, já tem essa característica de aquecer e deixar aconchegante o ambiente. “Como eles têm cor forte e textura característica, acho interessante misturar este material com cores neutras e não sobrecarregar o ambiente”, disse. A necessidade de ter um ambiente organizado, prático e, é claro, bonito, foi o que levou Nina a reformar a lavanderia. Além do tijolo à vista, ela reformou a tábua de passar, projetou e construiu os móveis e trocou os revestimentos. Nina tem formação acadêmica em Artes Visuais com especialização em Arte Contemporânea. “Tenho um curso técnico de decoração de interiores (realizado em 1994), mas comecei mesmo a trabalhar com decoração de interiores, voltado para o DIY quando criei o blog em 2013”, finalizou. NC
A
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D E S E N VO LV I M E N T O
Congresso de cerâmica é realizado em Sergipe Evento ocorreu de 17 a 20 de maio, no Prodigy Beach Resort and Convention Center
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De 17 a 20 de maio, o estado de Sergipe sediou o 59º Congresso Brasileiro de Cerâmica. Neste ano, o evento ocorreu no Prodigy Beach Resort and Convention Center, em Barra dos Coqueiros, município ao lado de Aracaju. Durante os quatro dias, foram ministradas 14 palestras, além de duas plenárias e três minicursos, com temas relacionados aos materiais cerâmicos. Para esta edição, o congresso contou com aproximadamente 360 inscritos que apresentaram trabalhos na forma oral ou pôster. “Esse número foi menor do que a média histórica. Entretanto, o número de trabalhos inscritos foi praticamente o mesmo verificado em anos anteriores, em torno de 750. Esses dados mostram que o interesse pelo congresso permaneceu o mesmo das edições anteriores, mas, devido a difícil situação financeira
çadas ou tecnologia de ponta, mas também estudos que abordam problemas presentes no cotidiano de qualquer indústria cerâmica, mesmo as mais simples, tais como matérias-primas, redução de consumo energético, qualidade do produto, além de questões relacionadas ao meio ambiente, como a gestão, reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos”, enfatizou. Tradicionalmente o congresso é realizado na segunda quinzena de maio. “Quanto ao local, procuramos alternar o congresso entre as diferentes regiões do Brasil. Esta edição foi realizada na região Nordeste e a anterior na região Sul, em Bento Gonçalves. Assim, o próximo evento deverá ser realizado na região Sudeste. Algumas opções já foram levantadas e estão sendo estudadas. Mas ainda não fechamos uma posição”, finalizou. NC
Para Ortega, eventos como o Congresso Brasileiro de Cerâmica são ambientes de suma importância para o desenvolvimento científico e tecnológico do setor cerâmico no Brasil
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D E S E N VO LV I M E N T O
que o país atravessa, nem todos conseguiram recursos para custear viagem e estadia durante o evento”, disse Fernando dos Santos Ortega, professor no Centro Universitário da FEI (São Bernardo do Campo) e “chair” do evento. Cerca de 570 trabalhos foram apresentados, contemplando todas as 19 áreas do congresso. Dentre esses, 51 de cerâmica vermelha. “Entretanto, é importante ressaltar que outras áreas também contemplam trabalhos relacionados à cerâmica vermelha, tais como as sessões sobre matérias-primas cerâmicas, reciclagem, técnicas de caracterização e processamento cerâmico. Então esse número deve ter sido bem maior”, calculou Ortega. O objetivo do congresso foi de promover a interação dos setores cerâmicos e contribuir para o desenvolvimento desta área no Brasil. “Portanto, ele tem um caráter amplo, onde são apresentados e debatidos temas específicos de interesse para segmentos cerâmicos (cerâmica vermelha, materiais de revestimento, refratários, cerâmica técnica, nanotecnologia e novos materiais) e temas de interesse geral como Energia, Meio Ambiente, Recursos Minerais, Inovação Tecnológica, Qualidade, Ensino, Recursos Humanos e Panoramas Setoriais. No evento participam representantes dos diversos segmentos do meio cerâmico, provenientes da maioria dos estados brasileiros, além de alguns convidados estrangeiros” acrescentou. O evento ainda buscou alcançar representantes de setores envolvidos com o meio, tais como Instituições de Ensino e Pesquisa, Indústrias fabricantes de Produtos Cerâmicos e Fornecedores de Matérias-Primas, Equipamentos e Insumos. “Por se tratar de um evento em que predomina a apresentação de trabalhos científicos, naturalmente os participantes em maior número são os estudantes, pesquisadores e professores de todo o Brasil”, disse. Ortega ainda acrescentou que eventos como o Congresso Brasileiro de Cerâmica são ambientes de suma importância para o desenvolvimento científico e tecnológico do setor cerâmico no Brasil. “Não me refiro apenas a pesquisas envolvendo cerâmicas avan-
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ENTREVISTA
O setor no Norte Goiano A entrevista especial deste mês é com o presidente da Associação dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiás (Asceno), Belmonte Amado Rosa Cavalcante. Na entrevista, ele fala sobre as principais características do setor na região e sobre as principais ações da Asceno em prol das indústrias cerâmicas. Além disso, ele fala ainda sobre a experiência da aplicação do método do processo prospectivo e sobre as melhorias no setor após a implantação do projeto NC - A Asceno existe há quanto tempo? Quantas cerâmicas são atendidas pela associação? Belmonte Amado Rosa Cavalcante - A Associação dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiás existe desde 1999. Começou com uma reunião de oito ceramistas, para discutir a situação de crise de 1999, buscando reforçar o setor. Atualmente, a associação atende 42 empresas cerâmicas de dois municípios da região Norte do estado de Goiás. NC - Quantas empresas produtoras de cerâmica vermelha há na região? Destas, quantas são filiadas à associação? Qual o porte des-
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tas indústrias? BARC - Atualmente, existem 42 empresas cadastradas. Todas são filiadas à associação, porém, somente 30% são atuantes. A maioria é de pequeno porte, sendo 80% com, no máximo, 20 empregados e produção direcionada para produção de blocos. Existem somente seis empresas fabricantes de telhas na região, com 50 a 100 empregados. NC - Qual a produção mensal das indústrias na região? E qual município registra o maior número de cerâmica? BARC - A produção mensal de blocos cerâmicos é de 9,5 milhões de peças. Já a pro-
ENTREVISTA
dução de telhas cerâmicas é de 4,5 milhões de unidades por mês. Porangatu é o município com o maior número de cerâmicas. A cidade conta com nove cerâmicas de pequeno porte, com produção exclusivamente de blocos. NC - Há quanto tempo está na presidência da Asceno? BARC - Estou há dois anos como presidente da associação. Porém, antes de assumir como presidente, fui vice-presidente desde a fundação da Asceno. NC - Como estão as vendas do setor na região? BARC - A venda de blocos é exclusivamente para a região, e os preços estão defasados, muitos vendendo abaixo do custo. Já a venda de telhas atende a região e algumas cidades em outros estados, os preços são determinados pelo mercado de Monte Carmelo, em Minas Gerais. NC - Quantos empregos diretos e indiretos são gerados pelo setor da região? BARC - São gerados em torno de 1 mil empregos diretos e outros 2 mil empregos indiretos. NC - Quais as principais características do setor na região? BARC - Empresas de blocos com alto índice de informalidade e baixa tecnologia de produção. As empresas de telhas estão buscando a automatização de prensagem e aperfeiçoamento de queima, inclusive, investimentos em fornos tipo túnel.
"A produção mensal de blocos cerâmicos é de 9,5 milhões de peças. Já a produção de telhas cerâmicas é de 4,5 milhões de unidades por mês"
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NC - Quais as principais ações da Asceno? BARC - As principais ações da associação atualmente é a conscientização do combate à informalidade e diversificação do portfólio como forma de buscar novos mercados. NC - Como é a questão de automação na região? As empresas são automatizadas? BARC - Nas empresas fabricantes de telha já existe automação de prensagem em 50% delas. NC - Quais os desafios do sindicato para os próximos anos? BARC - Um dos desafios da associação é implantar o Programa Setorial da Qualidade (PSQ) nas empresas, visando padronizar a qualidade para implantar central de vendas. NC - Qual é o principal combustível utilizado pelas cerâmicas? BARC - O principal combustível utilizado pelas indústrias é a lenha. NC - Como está o setor na região e o que espera para o futuro da cerâmica vermelha? BARC - O setor em nossa região necessita de muito investimento em melhorias de processo e inovação do produto. Acredito que o setor cerâmico, no geral, está passando por uma fase de profissionalização e, quem não acompanhar, dificilmente sobreviverá. NC - Como a associação estimula as cerâmicas a buscarem a padronização de seus produtos? BARC - Estamos trabalhando para a implantação de laboratório para ensaios de matérias-primas e produtos na região com recursos do estado. NC - O que o senhor gostaria de implantar na associação e ainda não conseguiu? BARC - Gostaria de criar um grupo com um número mínimo de dez empresas com certificação de produto e promover um marketing regional. NC - De que forma o Governo tem auxiliado o setor no Norte Goiano? BARC - O Governo do estado de Goiás tem
ENTREVISTA se empenhado fortemente para o desenvolvimento do setor, com disponibilidade de linha de crédito próprio (funmineral) e disponibilização de recursos para implantação de laboratório na região. NC - Fale um pouco sobre a experiência da aplicação do método do processo prospectivo? Quais foram as principais melhorias após a implantação do método? BARC - Fizemos o projeto, porém, depende do grau de envolvimento das empresas para viabilizar as ações, que são muitas e contínuas. Uma das melhorias com a implantação do método prospectivo foi conhecer as deficiências do setor e definir as ações para suplantá-las. NC - Como avalia esse método? BARC - O método é muito positivo, já que é participativo e o empresário vai percebendo que sua ação não se resume somente em produzir, e sim vai muito além da sua fábrica. NC - Como estão as empresas quanto às certificações? As empresas tem certificado de qualidade? BARC - Temos apenas uma empresa com certificação de produto. Também temos
"O setor em nossa região necessita de muito investimento em melhorias de processo e inovação do produto" duas empresas que possuem o certificado de qualidade do Programa Setorial de Qualidade (PSQ). NC - Quais os desafios da associação para 2015? BARC - Os desafios da associação é mobilizar o setor que está desmotivado, para implantação das ações elaboradas no projeto de desenvolvimento do setor no Norte de Goiás. NC - Qual a sua avaliação sobre o setor atualmente? BARC - O momento é de grande apreensão, com a pressão dos custos de produção e o aumento dos juros que inviabilizam o investimento das empresas. NC NovaCer • Ano 6 • Junho • Edição 62
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ARTIGO TÉCNICO
Caracterização tecnológica de argilas para produção de telhas cerâmicas na Paraíba Trabalho apresentado no 54º Congresso Brasileiro de Cerâmica, 30 de maio a 2 de junho de 2010, em Foz do Iguaçu, PR
P. S. Silva1; S. O. Ramos2; J. Dantas2; J. L. B. Neto2, R. S. de Macedo3 Universidade Federal de Campina Grande
Resumo
Estudos foram realizados envolvendo 25 unidades fabris de cerâmicas vermelhas paraibanas, localizadas às margens das três principais bacias hidrográficas (Mamanguape, Taperoá e Paraíba) do Estado da Paraíba, onde há uma intensa atividade de cerâmica vermelha com produção voltada, sobretudo, para a fabricação de blocos de vedação. Os resultados mostram que há argilas de qualidade nesta região, mas falta conhecimento técnico nas etapas de preparação das massas e de conformação das peças cerâmicas (1, 2). Como acontece para todos os sistemas industriais, a caracterização das matérias-primas, a análise das massas, e os ensaios realizados nos produtos finais, devem ser tratados como etapas essenciais no processamento de materiais cerâmicos, para garantir elevada produtividade e consistência na qualidade dos produtos acabados. Assim, é muito importante a caracterização das matérias-primas, a fim de se ter conhecimentos que contribuam para a obtenção de produtos que apresentem propriedades em conformidade com as normas técnicas. A argila é uma matéria-prima utilizada na fabricação de uma série de produtos cerâmicos, pelas seguintes razões: a) apresenta plasticidade; b) apresenta resistência mecânica após queima adequada para uma série de aplicações; c) possibilita a aplicação de técnicas de processamento simples; e d) é disponível em grandes quantidades (3).
O estudo das massas empregadas nas indústrias de cerâmica vermelha tem como finalidade buscar informações que possam favorecer a obtenção de produtos de melhor qualidade, seja por mudanças nas formulações das misturas, seja por melhorias no processo de fabricação. Nas empresas desse setor, não há uma avaliação das características das argilas utilizadas pelas mesmas, e a grande maioria não tem conhecimento sobre as propriedades físicas, químicas e mecânicas, das massas usadas no processo de fabricação. Este trabalho objetiva estudar as características das argilas usadas na fabricação de blocos cerâmicos de duas empresas de cerâmica vermelha do Estado da Paraíba, visando à produção de telhas, que é um produto de maior valor agregado. Para o desenvolvimento dos trabalhos foram realizados ensaios de caracterização industrial em massas argilosas. Os resultados mostram que as características químicas e físico-mecânicas encontradas atendem aos valores mínimos necessários à produção de telhas cerâmicas.
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ARTIGO TÉCNICO 34
As indústrias de cerâmica vermelha brasileiras utilizam processos de moldagem manuais, por extrusão e por prensagem, conforme a natureza da argila, do produto cerâmico e do forno utilizado, bem como das condições econômicas locais. Em geral, tais indústrias produzem materiais com coloração avermelhada, utilizada na construção civil e também em utensílios de uso doméstico e de adorno. A cor vermelha que caracteriza esses produtos é resultante da oxidação de compostos de ferro presentes (3). O processo produtivo no setor de cerâmica vermelha, na maioria das fábricas, é simples. Geralmente para a conformação são utilizadas argilas do tipo várzea e barreiros, envolvendo a mistura de dois tipos (uma plástica e outra siltosa), sendo conformados por extrusão. A secagem é realizada geralmente ao ar livre, e a queima é efetuada usando lenha como combustível. Nas cerâmicas paraibanas, em virtude do desconhecimento das características das matérias-primas e do controle das etapas de processamento, há grandes desperdícios de matérias-primas, de combustível e de tempo, assim como, um desgaste dos equipamentos. Além disso, observa-se a falta de tecnologia e inovação adequada à política ambiental, visando o desenvolvimento sustentável (2). A grande maioria desse setor industrial utiliza técnicas de produção ultrapassadas, com um atraso tecnológico de aproximadamente 50 anos, não havendo controle eficaz das variáveis de processo, o que provoca a produção de peças de baixa qualidade e imensas perdas em todas as fases da produção, ocasionando aumentos nos custos e não atendimento as novas exigências normativas do setor (4). No estudo de argilas vermelhas sempre há registros da formação do coração negro que está associada à presença de compostos de carbono (matéria orgânica) e óxidos de ferro nas argilas, à densidade do compacto prensado, ao ciclo de queima insuficiente e à espessura da peça cerâmica. A oxidação do enxofre pode reagir com o alumínio e/ou ferro obtidos da ruptura parciais
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da estrutura de alguns argilominerais, para formar compostos resistentes à oxidação. O coração negro que é um defeito que diminui a resistência mecânica das peças cerâmicas tem como uma das causas um ciclo de queima muito rápido, que para corrigir se deve fazer um patamar intermediário em torno de 350ºC, para haver oxidação completa da matéria orgânica, eliminando, assim, o coração negro (5). Este trabalho tem como objetivo estudar as características das argilas usadas na fabricação de blocos cerâmicos de duas empresas de cerâmica vermelha do Estado da Paraíba, visando à produção de telhas, que é um produto de maior valor agregado, além de buscar informações que possam favorecer a obtenção de produtos de melhor qualidade.
Materiais e métodos Materiais Foram utilizadas massas vermelhas, fornecidas por duas indústrias de blocos cerâmicos dos municípios de Massaranduba e Mulungu do Estado da Paraíba, que denominaremos de amostra A e amostra B, respectivamente. Métodos Para a realização da análise granulométrica, as massas industriais foram desaglomeradas e passadas 100% em peneira ABNT nº. 200 (abertura 0,074 mm), dispersa em água destilada com ultra-som durante 5 minutos; em seguida, foram analisadas em uma fase líquida, associadas com um processo de medida a laser, em um equipamento da marca CILAS 1064L. Nos ensaios de plasticidade as amostras passaram em peneira ABNT nº. 80 (abertura 0,177 mm), em seguida determinou-se as características de plasticidade: limite de liquidez (LL), limite de plasticidade (LP) e índice de plasticidade (IP) pelo método de Casagrande, segundo a NBR 6459(6) e a NBR 7180(7). Esse procedimento foi repetido cinco vezes para cada amostra.
Resultados e discussões As características de plasticidade: limite de liquidez (LL), limite de plasticidade (LP) e índice de plasticidade (IP) foram determinadas com o objetivo de verificar a faixa apropriada ao processamento por extrusão. Onde se observou que a amostra A apresentou LL = 42,21%, LP = 28,81% e IP = 13,40% e a amostra B apresentou LL = 38,92%, LP = 23,61% e IP = 15,31%. Segundo VIEIRA et al. (2000) (8), os resultados encontram-se na faixa apropriada à moldagem por extrusão, cujo limite de plasticidade está compreendido entre 15-30%, podendo ser classificadas como medianamente plástica a amostra A por apresentar um 7 < IP < 15 e, a amostra B é altamente plástica por apresentar um IP ≥ 15. Assim observou-se que a amostra B obteve o menor limite de plasticidade, quando deveria ser maior, pois apresenta um maior teor de areia fina, provavelmente seja devido à imprecisão que há no ensaio de plasticidade pelo método de Casagrande.
A figura 1 (a e b) apresenta a distribuição granulométrica por tamanho de partículas das amostras ensaiadas. É comum considerar-se a fração argila de uma matéria-prima cerâmica natural, aquela com fração granulométrica com dimensão inferior a 2 µm. Assim a fração argila teria partículas abaixo de 2 µm, a fração silte, entre 2 e 20 µm, e a fração areia, teria as partículas com diâmetros superiores a 20 µm. A fração argila está relacionada, sobretudo, aos minerais argilosos, que são os responsáveis pelo desenvolvimento da plasticidade do sistema argila + água, segundo a literatura consultada (9). Analisando as curvas da citada figura, nota-se que a fração argila varia de 23,58% para a amostra A a 19,62% para a amostra B. Já a fração silte varia de 72,95% para a amostra A a 74,65% para a amostra B. Em uma análise conjunta, nota-se que a análise granulométrica mostra que as amostras de massas industriais estudadas são granulometricamente formadas com predomínio das frações argila mais silte, dificultando uma associação com os dados de plasticidade, considerando que a amostra B teve maior valor para o índice de plasticidade, logo deveria ter maior teor de fração argila. Mas, como a diferença de valores entre as amostras em análise é pequena, pode-se concluir que essa diferença poderá ser devida aos ensaios de plasticidade pelo método de Casagrande, em que os resultados dependem muito da manipulação mecânica, durante o ensaio em que se altera a estrutura encadeada dos argilominerais. Em síntese, observa-se pela quantidade de fração argila que a amostra A é mais argilosa, logo terá uma melhor plasticidade, favorecendo a trabalhabilidade da massa em relação à conformação. Enquanto que a amostra B é mais arenosa, prejudicando as propriedades finais do produto. Mas ambas as amostras apresentam fração argila dentro da faixa indicada pelo diagrama de Winkler (10), que é de 20 a 30% para massas industriais, visando à produção de blocos cerâmicos. A tabela 1, seguir, apresenta a composição química das amostras estudadas. Analisando os valores da composição química na tabela 1, observa-se que os resulta-
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ARTIGO TÉCNICO
Para a determinação da análise química das amostras estudadas, foram separadas duas frações de 50 g de massa passada 100% em peneira ABNT nº. 200 (abertura 0,074 mm), usando a eflorescência de raios-X em equipamento modelo EDX 760 da SHIMADZU. Após as fases de beneficiamento e peneiramento, as amostras foram passadas em peneira ABNT nº. 80; em seguida, foram confeccionados corpos de prova em forma retangular, por extrusão, os quais foram secos a 110ºC e sinterizados nas temperaturas de 800, 900 e 1000ºC. Após a queima nas temperaturas citadas, os corpos de prova foram submetidos aos ensaios referentes às propriedades físico-mecânicas, tais como: a absorção de água (AA), a porosidade aparente (PA), a retração linear de queima (RLQ), a perda ao fogo (PF) e a tensão de ruptura à flexão (TRF), esta pelo método de três pontos, que foram comparados com valores-limite, preconizados em laboratório para massas cerâmicas vermelhas, segundo a literatura consultada (3).
35
(b)
100
MASSA ACUMULADA (%)
100
80
Argila 60
Silte Areia
40 20 0 0,1
1
10
100
DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS( m)
80 Argila 60
Silte Areia
40 20 0 0,1
1 10 DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS( m)
100
Figura 1: Análise granulométrica das massas cerâmicas: (a) Amostra A e (b) Amostra B
DETERMINAÇÕES
AMOSTRA A
AMOSTRA B
SiO2
57,84
55,81
Al2O3
26,75
27,66
Fe2O3
7,67
8,72
MgO
1,91
2,37
K2O
3,01
2,56
CaO
1,15
1,12
Tio2
1,28
1,40
MnO
0,07
0,09
BaO
___
__
SO3
0,13
0,09
V2O5
0,06
0,05
ZrO2
0,05
0,05
Cr2O3
__
__
SrO
0,02
0,02
Rb2O
0,02
0,02
ZnO
__
__
Y2O3
0,01
0,01
NbO
0,01
0,01
Tabela 1 – Análise química das massas cerâmicas (% em massa)
36
120
(a) MASSA ACUMULADA (%)
ARTIGO TÉCNICO
120
dos evidenciam que as amostras de massas cerâmicas analisadas são classificadas como sendo sílica-aluminosas com elevados teores de sílica (maior que 55%), provavelmente provenientes dos minerais argilosos e da sílica livre. Os teores de alumina (Al2O3) estão em torno de 27%, normalmente a presença de alumina estar relacionada com a proporção
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de mineral argiloso e do feldspato. Os óxidos de ferro (Fe2O3), cálcio (CaO), sódio (Na2O) e potássio (K2O) indicam a presença de fundentes. Estes óxidos reagem com fases amorfas e formam fases cristalinas que são mais estáveis frente à ação da umidade. Com relação à aplicação em produtos cerâmicos, verifica-se que o teor de ferro (7,67% para a amostra A e 8,72% para a amostra B), que é o principal óxido corante das massas cerâmicas e sendo superior a 5,0%, confere às amostras analisadas após sinterização, a coloração vermelha, cor natural dos blocos cerâmicos produzidos com as massas plásticas estudadas, o que confirma dados da literatura (11). A tabela 2 apresenta os resultados das propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova após secagem a 110ºC, moldados por extrusão. Observa-se pela análise da tabela 2, que para a retração linear de secagem (RLS), têm-se valores satisfatórios, pois é desejável que este valor não ultrapasse a 6% de retração. As amostras ensaiadas apresentaram uma faixa de valores de RLS muito pequena, provavelmente por apresentarem também, uma pequena faixa de valores nos ensaios de plasticidade e granulometria, dificultando uma conclusão precisa. E para a tensão de ruptura à flexão (TRF), obtiveram-se valores satisfatórios, pois o valor mínimo especificado é de 3,0 MPa. Nota-se que a amostra A, apresenta um maior valor para a TRF, o que era esperado, pois apresentou o maior teor de fração argila, segundo a análise granulométrica.
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ARTIGO TÉCNICO
A figura 2 (a, b, c, d, e), a seguir, apresenta os valores numéricos das propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova processados por extrusão e sinterizados nas temperaturas de 800, 900 e 1000ºC. Analisando os dados da figura 2a, verifica-se que os mesmos apresentaram valores máximos de absorção de água de 10,64±0,29% (amostra A), à temperatura de 800ºC, tomado como referência o valor máximo de 20% de absorção. Para a porosidade aparente (fig. b), AMOSTRA A
RETRAÇÃO LINEAR DE SECAGEM (%) 4,83 ± 0,65
TENSÃO DE RUPTURA À FLEXÃO (Mpa) 5,10 ± 0,93
B
5,45 ± 0,26
4,81 ± 0,38
11,0 10,5 10,0
21
A B
(a)
POROSIDADE APARENTE (%)
ABSORÇÃO DE ÁGUA (%)
Tabela 2 - Propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova após secagem
9,5 9,0 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 800
850
900
950
(b)
20
18 17 16 15 14 13 12
1000
800
850
TEMPERATURA (ºC)
900
950
1000
TEMPERATURA (ºC)
9,0
3,0 RETRAÇÃO LINEAR DE QUEIMA (%)
A B
(c)
8,5 PERDA AO FOGO (%)
A B
19
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 800
850
900
950
1000
(d) 2,5
2,0
1,5 A B
1,0
0,5 800
TEMPERATURA (ºC)
850
900
950
1000
TEMPERATURA (ºC)
Figura 2 - tensão de ruptura à flexão (e) dos corpos de prova extrudados e sinterizados em função das temperaturas de queima 38
TENSÃO DE RUPTURA À FLEXÃO (MPa)
Figura 2: Absorção de água (a), porosidade aparente (b), perda ao fogo (c), retração linear de queima (d) 17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0
(e) A B
800
850
900
950
TEMPERATURA (ºC)
NovaCer • Ano 6 • Junho • Edição 62
1000
registrou-se o valor máximo de 20,62±0,51% (amostra A), à temperatura de 800ºC, para o valor máximo de referência 35% de porosidade. Para a perda ao fogo (fig. c), o valor máximo foi de 8,24±0,64% (amostra B), à temperatura de 1000ºC, sem valor especificado na literatura consultada. Para a retração linear de queima (fig. d), o valor máximo foi 2,64±0,64% (amostra A), à temperatura de 1000ºC, também sem valor especificado de referência na literatura consultada. Já para a tensão de ruptura à flexão (fig. d), o valor mínimo encontrado foi 8,35±0,70 MPa (amostra B), à temperatura de 1000ºC, para um valor mínimo de referência de 6,50 MPa. Determinadas as propriedades físico-mecânicas das amostras em estudo, verifica-se que os corpos cerâmicos estudados apresentaram resultados dentro da faixa de valores recomendados pela literatura (3), para que uma massa cerâmica possa ser utilizada na fabricação de telhas cerâmicas por processo de extrusão. Observa-se ainda que a amostra B, apresentou os melhores resultados para a tensão de ruptura, o que é justificável por ser a amostra mais plástica, segundo a análise de plasticidade. Observando as linhas gráficas da figura 2, nota-se que não se manteve uma relação coerente entre os valores crescentes das propriedades físico-mecânicas com o aumento da temperatura de queima. Este comportamento se deve a presença de coração negro que foi observada nos corpos de prova após a queima 1000ºC, os quais apresentaram expansão dimensional em ambas amostras, provocando inchamento, deformações piroplásticas e deterioração das características técnicas e estéticas. Este defeito é causado pela presença de matéria orgânica que geralmente acompanha as argilas, e que durante a queima não sofre combustão completa e deixa no interior do corpo queimado, uma fuligem escura característica, que se pode ver ao longo da secção transversal do corpo cerâmico. Portanto, não são confiáveis os resultados das propriedades físico-mecânicas obtidas nos corpos de prova queimados à temperatura de 1000ºC.
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ARTIGO TÉCNICO
Conclusões Foram estudadas amostras de massas fornecidas por duas indústrias de blocos cerâmicos do Estado da Paraíba, objetivando estudar as propriedades físicomecânicas das argilas usadas na produção de blocos cerâmicos, visando à produção de telhas, por ser um produto de maior valor comercial. Ao concluir os estudos observou-se o seguinte: As amostras possuem granulometria com um teor de fração argila e limites de plasticidade, dentro dos intervalos indicados para utilização na produção de blocos e telhas cerâmicas. Pelas análises químicas observou-se que as amostras analisadas apresentaram uma composição típica de argila para cerâmica vermelha, com predominância de SiO2 e Al2O3 e alto teores de Fe2O3, este é o responsável
pela cor vermelha natural da telha cerâmica. Pelas propriedades físico-mecânicas observou-se que os dados dos corpos cerâmicos estudados apresentaram resultados dentro da faixa de valores recomendados na literatura para que uma massa possa ser utilizada na fabricação de telhas cerâmicas por processo de extrusão. Observou-se ainda, a formação do coração negro nas duas amostras estudadas, quando queimadas à temperatura de 1000ºC, levando à diminuição da densidade dos corpos de prova durante a sinterização, onde ocorre uma concorrência entre mecanismos densificantes e a formação do coração negro, o qual influencia diretamente a porosidade aparente, a absorção de água e a resistência mecânica.
Referências 1. MACEDO, R.S. Estudo das matérias-primas e tijolos cerâmicos furados produzidos no Estado da Paraíba. 1997. 112p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - CCT/UFPB, Campina Grande. 2. MACEDO, R.S. Estudo comparativo entre massas cerâmicas industriais e aditivadas para uso em blocos cerâmicos. 2005. 125p. Tese (Doutorado em Engenharia de Processos) - CCT/UFCG, Campina Grande. 3. SOUZA SANTOS, P. Ciência e tecnologia de argilas. São Paulo: v. I, Edgard Blücher, 1992. 4. ZANDONADI, A. R.; JORDÃO, M.A.P. Informações técnicas sobre cerâmica. Anuário brasileiro de cerâmica, ABC, São Paulo, 2002. 5. AMORIM, F. R. Co-processamanto de dregs em argila para produção de cerâmica vermelha. 2007. 83p. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – MARA/UFMG, Belo Horizonte. 6. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6459: Determinação do limite de liquidez – método de ensaio. Rio de Janeiro, 1984. 7. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7180: Determinação do limite de plasticidade – método de ensaio. Rio de Janeiro, 1984. 8. VIEIRA, C. M. F.; HOLANDA J. N. F.; PINATTI D. G. Caracterização de massa cerâmica vermelha utilizada na fabricação de tijolos na região de Campos dos Goytacazes – RJ. Cerâmica, 46, (2000), 297, São Paulo. 9. ALVES, F. B.; VIEIRA, C. M. F.; MONTEIRO, S. N.; Caracterização de argilas na fazenda Santa Helena do município de Campos dos Goytacazes – RJ. In: 17º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, Porto Alegre, RS, 2004. 10. DONDI, M.; FABBRI, B.; GUARINI, G. Clay Minerals 33, 1998. 435. NC
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A CBIC lançou no dia 13 de maio deste ano, durante reunião do Conselho de Administração da entidade, em Brasília, o projeto Ética e Compliance na Construção. O objetivo do projeto é despertar a consciência sobre ética e compliance e dar suporte aos empresários do setor para a gestão da ética em suas organizações, a fim de fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio. “Um setor que não se posiciona sobre o que é certo ou errado acaba sendo responsável pelos erros dos outros”, destacou o presidente da CBIC, José Carlos Martins. São prioridades do projeto disseminar os conceitos e fundamentos sobre a ética, valores e princípios; promover o engajamento cada vez maior das empresas do segmento à causa, e compartilhar as boas práticas já existentes para
que possam ser reconhecidas e transferidas como aprendizado a outras organizações. Para Carlos Martins, esses conceitos agregarão competitividade e sobrevivência às empresas. O lançamento contou com exposições do consultor de Comunicação, Gustavo Krieger, sobre a questão da imagem do setor; do cientista político Leonardo Barreto sobre ética, reputação e o futuro da construção civil; da assessora jurídica Maria Luisa Guimarães, sobre a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013 e Decreto 8.420/2015), e do consultor Vitor Seravalli sobre a estrutura do projeto, além da presidente do Fórum de Ação Social e Cidadania (Fasc), Ana Cláudia Gomes, e do vice-presidente Administrativo Adalberto Cleber Valadão. NC Fonte: CBIC.
CONSTRUÇÃO CIVIL
CBIC lança projeto de ética na construção
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