Entrevista com o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte
Ano 5
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Maio/2014
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Edição 49
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Expocever
Segunda edição do evento apresenta novas tecnologias ao setor, que se mostra a cada dia mais competitivo e promissor
NovaCer faz 1ª Conferência Virtual da Cerâmica Vermelha
Expominerais é realizada no Paraná
Cerâmica de MS investe em Programa Atletas do Futuro
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SUMÁRIO
FEIRAS 16
Expocever supera em qualidade e estrutura
EDITORIAL
DESENVOLVIMENTO
12: Carta ao Ceramista
26: Unicer amplia fábrica no estado de São Paulo
ENTREVISTA
TECNOLOGIA
30: A indústria catarinense
36: NovaCer faz 1ª Conferência Virtual da Cerâmica Vermelha
Diretor Geraldo Salvador Junior
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Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados
RESPONSABILIDADE SOCIAL 40: Cerâmica de MS investe em Programa Atletas do Futuro
SUMÁRIO
Maio 2014 ARTIGO TÉCNICO 48 : Incorporação de fibra de bananeira em massa argilosa utilizada em cerâmica vermelha
DESENVOLVIMENTO 38: Aplicabilidade em Alvenaria Estrutural é tema de curso
FEIRAS 42: Expominerais reúne mais de 2 mil pessoas no Paraná
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EDITORIAL
Carta ao Ceramista Mais uma vez a Exposição de Máquinas e Equipamentos para a Cerâmica Vermelha de Santa Catarina (Expocever) supera as expectativas de visitantes e expositores. Realizada de 23 a 25 de abril, em Rio do Sul (SC), a segunda edição da feira deu um salto em qualidade em relação à primeira. Com ceramistas focados em buscar novidades e bons negócios, a feira surpreendeu não só pela organização, mas também pela qualidade das visitas técnicas e de expositores, além das programações temáticas com apresentações, comida e bebida durante os três dias de evento. Outra feira realizada no mês de abril foi a Expominerais. O evento ocorreu no Paraná e reuniu mais de 2 mil pessoas, entre profissionais e gestores da indústria de mineração. Confira a partir da página 42 as novidades que a feira apresentou neste ano relacionadas a equipamentos, tecnologias e serviços. Nesta edição confira também uma reportagem sobre a primeira Conferência Virtual da Cerâmica Vermelha, realizada pela NovaCer. Com o tema Arquitetura cerâmica e os três pilares
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da construção civil, o evento reuniu ceramistas, fabricantes de equipamentos, consultores, professores, técnologos e engenheiros, entre outros. Cada participante acessou a sala virtual de onde estava para assistir a palestra. Leia também na edição deste mês o artigo técnico intitulado Incorporação de fibra de bananeira em massa argilosa utilizada em cerâmica vermelha. O trabalho foi apresentado no 57ª Congresso Nacional de Cerâmica, de 19 a 22 de maio de 2013, em Natal, no Rio Grande do Norte. A entrevista especial deste mês é com o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte. Nesta entrevista, ele fala sobre o cenário para o setor cerâmico, desempenho da indústria catarinense e ações da Fiesc em prol do setor cerâmico. Aproveite a leitura!
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FEIRAS
Expocever supera em qualidade e estrutura Feira ocorreu de 23 a 25 de abril e reuniu mais de 2,5 mil participantes em Rio do Sul, Santa Catarina
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O Sindicato de Indústria Cerâmica para Construção do Vale do Itajaí, Centro, Norte e Planalto Catarinense (Sindicer/Rio do Sul) promoveu, de 23 a 25 de abril, a segunda edição da Exposição de Máquinas e Equipamentos para a Cerâmica Vermelha (Expocever). O evento ocorreu no Centro de Eventos Hermann Purnhagen e reuniu mais de 2,5 mil participantes, entre empresários do ramo do setor de cerâmica vermelha de todo o Brasil, técnicos e funcionários ceramistas, expositores e fabricantes de máquinas, insumos e consumidores dos produtos cerâmicos da região. O evento recebeu visitantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Acre, Minas Gerais, Amazonas, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Maranhão e Pará, além de visitantes de outros países, como Argentina e
a organização desta feira. Este é um case que temos que levar ao Estado. Realmente Rio do Sul, através do setor cerâmico, dá mais uma vez um bom exemplo ao setor industrial organizado do estado”, relatou. Côrte ressaltou ainda que a Fiesc tem feito um grande esforço para acompanhar e ser parceira do crescimento e desenvolvimento a Rio do Sul. O presidente destacou que foram investidos cerca de R$ 13 milhões nos últimos quatro anos na região, sendo R$ 5 milhões só na revitalização da unidade do Sesi. Para este ano, segundo ele, a projeção de matrículas chega a 14 mil alunos nas unidades Sesi, Senai e IEL da região. “Com isso, nós queremos um crescimento de mais de 40% nas matrículas aqui. Nosso objetivo é melhorar o nível de escolaridade do trabalhador catarinense. Dessa forma, o trabalhador vai ter mais oportunidades e nossas empresas vão se tornar mais competitivas, investindo e gerando mais empregos”, contou. Representando o presidente da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), Luis Lima, foi outra autoridade do setor cerâmico presente no evento. Ele destacou a importância que é este setor de cerâmica vermelha. “Nós estamos aqui numa feira regional cheia. As pessoas estão em busca de conhecimentos e os fornecedores fazendo negócios. Esse encon-
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FEIRAS
Paraguai. A feira teve como objetivo fortalecer a indústria de cerâmica vermelha por meio da troca de informações entre empresários do ramo, além de mostrar aos ceramistas novos produtos, fornecedores e tecnologias para a produção dos materiais. Cerca de 48 expositores marcaram presença no evento, com a apresentação das mais variadas tecnologias e inovações relacionadas ao setor cerâmico. Juntos, eles movimentaram um total de R$ 15 milhões em negócios. Além disso, palestras sobre os mais diversos assuntos relacionados ao setor movimentaram o evento durante os três dias. Foram elas "A polêmica da absorção de água", "Tendências da construção civil", "As exigências ambientais e seus conflitos nas cerâmicas", "Norma de Desempenho", "PSQ: oportunidade de negócios", "Garantia de retorno no investimento na saúde ocupacional" e "NR12". Também fez parte da programação a palestra motivacional sobre empreendedorismo. Realizada no último dia da feira, a palestra abordou o tema "Como pular o muro da incerteza e se tornar um empreendedor". Durante cada apresentação, os ceramistas puderam interagir com o palestrante para debater e tirar dúvidas sobre cada tema. O evento também ficou marcado pela presença de autoridades do setor e do munícipio de Rio do Sul. Uma delas foi o prefeito de Rio do Sul, Garibaldi Antônio Ayroso. Durante a abertura, ele agradeceu a presença das autoridades, dos empresários do setor e dos expositores da feira. “É uma satisfação muito grande Rio do Sul receber os senhores em nossa cidade. Quero que vocês se sintam em casa em nossa modesta Rio do Sul, uma terra que a gente ama muito e tem muito carinho, desejo também que vocês façam visitas importantes para conhecer a nossa região e mais ainda que vocês façam bons negócios”, disse. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, também esteve presente do evento em Rio do Sul. Na abertura da feira, ele declarou estar contente em retornar a Rio do Sul para participar de um evento como a Expocever. “Vejo que houve um salto de qualidade em relação a primeira edição do evento, que ocorreu há dois anos. A Fiesc se orgulha com
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Abertura da segunda edição da Expocever contou com autoridades do município de Rio do Sul, da indústria catarinense e do setor cerâmico
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tro precisa sempre ser fortalecido, já que é um movimento que traz benefícios a todos”, disse. Na ocasião, o presidente do Sindicer/ Rio do Sul, Cláudio Luis Kurth, destacou que a feira serve para fazer com que os associados – ao todo 56 – sintam orgulho do sindicato. “Esse papel não é meu, esse papel é de todos nós ceramistas e associados. Nós temos como objetivo aumentar a quantidade de associados e nós só vamos conseguir fazer isso mostrando para aqueles que ainda não são de que vale a pena se associar. Vale a pena se ajudar”, acrescentou. Ele também aproveitou a oportunidade para agradecer aos ceramistas que abriram as portas de suas empresas para as visitas técnicas.
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FEIRAS Último dia do evento contou com apresentações de danças alemãs
“Quero agradecer a estes ceramistas que, gentilmente, aceitaram receber os visitantes da Expocever. Não é tão fácil receber 300 pessoas dentro de uma empresa, não é tão simples receber ceramistas concorrentes dentro de sua empresa. A nossa classe não pensa em concorrência, e sim em se ajudar. Eu gostaria de agradecer a estes nossos ceramistas, ou seja, a estas nove empresas que permitiram aos participantes da feira visitá-los”. No primeiro dia, foram realizadas visitas nas cerâmicas Oliveira, Kitijolo, Constrular e Lorenzetti. Todas localizadas em Pouso Redondo. No segundo dia a Telhas Hobus Esmaltadas, de Agrolândia, a Bela Vista Tijolos, de Ituporanga, e a cerâmica Bosse, de Presidente Getúlio, foram as empresas que receberam os participantes da feira. Já no terceiro foi a vez das empresas Telhas Rainha e cerâmica Princesa, localizadas em Rio do Sul, receberem os visitantes da feira. Além das visitas técnicas, da exposição de equipamentos e das palestras, ao final de cada dia de trabalho, a organização preparou aos participantes da feira programações temáticas, com apresentações de músicas e danças, comida e bebida. No primeiro dia, com temática italiana, os visitantes e expositores puderam desfrutar de um jantar típico, chopp e apresentação de grupo folclórico. No segundo dia foi a vez da noite gaúcha, com petiscos, chopp, música e apresentações de danças tradicionalistas. Já no terceiro dia, com temática germânica, os participantes tiveram direito a jantar típico, chopp, músicas e danças alemãs.
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Norma de desempenho Norma de Desempenho foi uma das palestras destaque da Expocever. Ministrada pelo engenheiro civil Filipe Pires Francisco, a ideia foi despertar a curiosidade dos ceramistas para buscarem o que a norma quer de cada envolvido da área da construção. Conforme o palestrante, a norma de desempenho – NBR 15.575 – já está na quarta edição e esta última publicação entrou em vigor em 19 de julho de 2013. “A partir desta data, todas as construtoras, fornecedores e projetistas já deveriam estar atendendo aos requisitos desta norma, que é dividida em seis partes, sendo que cada uma delas fala do desempenho que a construção deve ter”, disse o engenheiro civil. Durante a palestra, Pires explicou sobre cada
uma das partes da norma e ainda informou que ela não se aplica a algumas construções, como obras que já estão prontas, obras de reformas, projetos que foram protocolados até aquela data, retrofits de edifícios e edificações provisórias, no caso de canteiros de obras. Ao final da palestra, o presidente do Sindicer de Rio do Sul, Claudio Luiz Kurth, comentou que o ceramista precisa entender que precisa ter seus produtos dentro de norma. “Sabemos que há cerâmicas que não têm produtos dentro norma, mas nosso dever como ceramista é estar dentro de normas e buscar o PSQ, pois a Caixa Econômica já está começando a exigir das construtoras que comprem produtos dentro do PSQ. ”, comentou.
Palestra aborda saúde ocupacional
Na Palestra, Patricia falou que as empresas precisam investir em SST
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A Garantia de retorno no investimento na saúde ocupacional foi tema de palestra no segundo dia de feira. Ministrada pela consultora em saúde ocupacional e especialista em medicina do trabalho, Patricia Figueiredo, a palestra serviu para refletir sobre o quanto investir em saúde e segurança no trabalho pode ser benéfico para diminuir custos e melhorar a competitividade da indústria. Durante a palestra, Patricia falou sobre a
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gestão do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), sobre o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que mede o desempenho da empresa em relação aos acidentes de trabalho, e sobre o Risco de Acidente do Trabalho (RAT), além da adoção de ações preventivas para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Segundo a palestrante, os empresários precisam começar a olhar a saúde e a segurança como investimento e não como custo. “Se a empresa agir com uma gestão em SST (Segurança e Saúde no Trabalho), cuidar da saúde e segurança e ter retaguarda comprobatória, é possível diminuir custos e aumentar os lucros", relatou. Patricia ainda falou durante a palestra que para investir na redução da incidência de acidentes e doenças ocupacionais é preciso identificar os perigos existentes no processo produtivo, implementar medidas de correção que diminuam os riscos de acidentes e doenças de trabalho e atuar de forma preventiva nos acidentes e doenças que possam estar relacionados com o NTEP/FAP através de gestão e investimento em SST, entre outras ações.
FEIRAS
PSQ no setor Uma palestra sobre o Programa Setorial da Qualidade foi ministrada durante a Expocever. O palestrante foi o assessor técnico da Anicer Max Piva. Durante o encontro, ele falou sobre a exigência do certificado do PSQ nas indústrias para o Projeto Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, e sobre os objetivos do PSQ no setor de cerâmica vermelha. Segundo Piva, os objetivos do PSQ na cerâmica são de elevar a imagem do setor, valorizar e divulgar o produto da cerâmica vermelha e combater a não-conformidade. “Existem várias empresas do Brasil que aderiram o PSQ por exigência do mercado e estão colhendo frutos atualmente em cima do PSQ, agregando valor aos seus produtos, divulgando melhor e trabalhando nichos de mercado”, comentou. Durante a palestra, Piva ainda explicou aos ceramistas como aderir ao PSQ e sobre as ações necessárias para conquistar o progra-
ma. “Uma delas é que o ceramista precisa ter o controle de sua produção, ou seja, é necessário cuidar do processo desde a matéria-prima até à entrega ao cliente”, disse o palestrante. Conforme Piva, tudo que se faz em função da melhoria da qualidade não é gasto é investimento. “O que eu estou investindo hoje, eu vou colher amanhã. Eu não posso só pegar o resultado da minha fábrica e botar no bolso. Preciso pegar uma parte pra mim e outra parte para fazer investimentos nela”, aconselhou.
Max Piva, da Anicer, falou sobre PSQ: oportunidade de negócios
Palestra motivacional No último dia da Expocever, os participantes puderam assistir uma palestra motivacional intitulada “Como pular o muro da incerteza e se tornar um empreendedor”. O palestrante foi Airton Carlini, especialista em Change Management (gestão de mudança). Na palestra, o profissional fez um pequeno panorama sobre as mudanças que tem acontecido no mundo nos últimos anos e como mudar nos próximos anos. “Mostrei as inúmeras oportunidades que estão surgindo e que o Brasil é hoje um dos países onde mais as pessoas pensam em empreender. Mais da metade dos universitários brasileiros tem o “sonho” de empreender. Mostrei que existem o que chamei de 3x3x3, ou seja, três estratégias, três aprendizados e três atitudes fundamentais para ser um empreendedor. O principal é comunicar bem aquilo que se pretende fazer, colocar o cliente no centro dos negócios e ser pró-ativo em todas as suas atitudes”, disse.
Conforme Carlini, quando se pensa em empreender, surgem dúvidas a respeito das possibilidades, vantagens, desvantagens e eventuais problemas. “É certo que ao empreender as pessoas ficam com muitas dúvidas. Na palestra, mostrei que esta dúvida é normal e que existem estratégias e ferramentas para ultrapassar estas incertezas e realmente assumir este espírito empreendedor”, contou.
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FEIRAS
Visitas técnicas
Cerâmica Oliveira, em Pouso Redondo (SC), recebe participantes da Expocever
Nove empresas do setor de cerâmica vermelha da região abriram suas portas para receber os visitantes da segunda edição da Expocever, em Rio do Sul. No primeiro dia, foram visitadas quatro cerâmicas do munícipio de Pouso Redondo. São elas Oliveira, Kitijolo, Constrular e Lorenzetti. No segundo dia a Telhas Hobus Esmaltadas, de Agrolândia, a Bela Vista Tijolos, de Ituporanga, e a cerâmica Bosse, de Presidente Getúlio, foram as empresas que receberam os participantes da feira. Já no terceiro e último dia, as visitas técnicas ocorreram nas empresas Telhas Rainha e cerâmica Princesa, ambas
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localizadas no munícipio de Rio do Sul. Realizadas no período da manhã, as visitas técnicas tiveram como objetivo demonstrar aos participantes a realidade das indústrias catarinenses, demonstrando os equipamentos em uso, seus resultados e a viabilidade de implantar a tecnologia limpa como diferencial competitivo, sem prejuízos econômicos e socioambientais. A primeira empresa a receber os visitantes da segunda edição da Expocever foi a cerâmica Oliveira. Há cinco anos no mercado, a empresa, produtora de tijolos, começou com produção de 600 mil peças por mês e hoje fabrica cerca de 2 milhões de peças mensalmente no município de Pouso Redondo. Atualmente, a cerâmica tem 11 mil metros quadrados de área construída e conta com 70 funcionários. Destes, 35 atuam dentro da fábrica. Para o ceramista Sérgio Vilibaldo Kintschnier, do Rio Grande do Sul, a visita à cerâmica Oliveira foi importante. Pela primeira vez em Rio do Sul, o empresário teve como objetivo conhecer novas tecnologias por meio da feira e das visitas técnicas. “Através destas visitas proporcionadas pela Expocever é possível sempre tirar algum proveito”, contou Sérgio, que é proprietário da cerâmica Kintschnier, empresa que fabrica 450 mil peças de tijolos maciços, tijolos de seis e oito furos e placas para laje. Paulo Roberto Amorim, proprietário das cerâmicas Amorim, em Sergipe, foi outro ceramista que participou das visitas técnicas. O empresário avaliou a cerâmica Oliveira como uma empresa limpa, enxuta e com boa tecnologia. “É uma indústria produtiva, com equipamentos e barracão simples, porém, otimizados para o uso racional da indústria”, opinou. As três empresas de Amorim têm produção mensal de cerca de 10 mil toneladas de tijolos e lajotas por mês. Há 32 anos no mercado, a cerâmica Constrular também abriu suas portas para os participantes da 2ª edição da Expocever. Os empresários puderam conhecer o que há de mais moderno na fábrica que produz
FEIRAS
cerca de 1,5 milhão de peças por mês de blocos estruturais, blocos de vedação e blocos de vedação parede à vista. Segundo o gerente administrativo da Constrular, Juarez Schiochet, a linha de produção automatizada de bloco estrutural é o principal diferencial da indústria, que se destaca por utilizar tecnologia de última geração, modernas técnicas de pesquisa e desenvolvimento. Com o objetivo de buscar novos contatos e novas tecnologias, o consultor em cerâmica Paulo Fernandes destacou a parte de moagem da Constrular. “É uma cerâmica que está em nível avançado no mercado. A parte de moagem via seca de matéria-prima está à altura de uma cerâmica de revestimento. São poucos os ceramistas do setor que executam esta parte de moagem em suas cerâmicas”, contou. Outra empresa do setor cerâmico que recebeu os visitantes da Expocever foi a cerâmica Lorenzetti. A empresa, no mercado há mais de 30 anos, fabrica em torno de 10 mil toneladas por mês de tijolos de vedação e blocos estruturais. Segundo Bruno Colatto Lorenzetti, proprietário da indústria, o principal diferencial da Lorenzetti está na automatização de carga de vagão (enfornamento) e descarga de vagões e paletização – investimentos realizados recentemente pela indústria catarinense. O presidente do Sindicer de Chapecó, Sérgio Luiz Moretto, avaliou não só a automação de carga e descarga de produto queimado e o empacotamento, mas também todo o sistema de produção da Lorezentti como excelente. Moretto ainda destacou que visitas como estas elevam o nível de conhecimento e servem para trocar informações entre ceramistas. Consolidada no mercado há décadas, a cerâmica Bosse também recebeu os participantes da feira. A empresa, conforme o proprietário, Horst Bosse, é pioneira na fabricação de blocos estruturais. A indústria fabrica ainda outros tipos de produtos, como blocos de vedação, tijolos e tavelas. No total, são fabricados mensalmente na indústria 8 mil toneladas de peças queimadas por mês. Outro diferencial da Bosse é o mo-
nitoramento por câmeras. “São 32 câmeras na indústria. Por meio deste sistema posso ver minha cerâmica de qualquer lugar do mundo, até mesmo através de um celular”, contou Horst. Ivam Pereira, gerente da cerâmica Ideal, de Canelinha (SC), aprovou a visita realizada na Bosse. “Muito bem elaborada a produção da cerâmica. Sempre tive vontade de conhecer os equipamentos da cerâmica e gostei muito do que vi. A cerâmica está de parabéns”, elogiou. Para se deslocar até as empresas, a organização da Expocever disponibilizou aos visitantes da feira quatro ônibus, com saídas do Pavilhão de Eventos Hermann Purnhagen. Foram dois ônibus lotados no primeiro e último dia e três no segundo dia.
Cerâmica Bosse, em Presidente Getúlio (SC)
Visita à Cerâmica Constrular, em Pouso Redondo (SC)
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Alta capacidade A MSsouza, de Tubarão, foi à feira em Rio do Sul para apresentar ao ceramista sua linha de automatismo de carga e descarga e a máquina monobloco com capacidade de produção de 55 toneladas/hora. De estrutura robusta, a máquina continua com dupla extração de vácuo (exclusividade da MSsouza) e se destaca pela sua versatilidade operacional, pois trabalha tanto com canhão paralelo para produção de tijolos como com canhão cônico para fabricação de telhas.
Bomba de vácuo que não usa água A Busch do Brasil, de São Paulo, também participou da edição deste ano da Expocever. Para a feira, a empresa levou uma bomba de vácuo que não precisa de água. Segundo o gerente Adriano Campos, é um produto inovador para o setor cerâmico que está presente em mais de 100 indústrias do Brasil. “É um produto que reduz 100% o consumo de água e reduz em 50% o consumo de energia, além de reduzir as perdas no produto final em 20%”, explicou. Segundo Campos, o produto é uma bomba que funciona a óleo. “Não é um óleo para lubrificar, é sim um óleo selante que faz o vácuo. É um produto que está no mercado há 50 anos, mas na cerâmica funciona há cinco anos. Aqui na região, usam a bomba da Bush as cerâmicas Constrular, Princesa e Telhas Rainha”, disse.
Maromba não estoura o vácuo A Metalúrgica Nandi, de Tubarão (SC), foi outra empresa do setor que participou do evento como expositora. A empresa apresentou aos visitantes um misturador e a maromba 320 MNX. “A maromba é uma máquina com caixa de redução simplificada, de fácil manutenção, que evita quebras e tem como diferencial a qualidade do tijolo. Outro diferencial é que ela não estoura o vácuo e é uma máquina com ótimo custo benefício e resultado satisfatório”, disse Ítalo Nandi, um dos sócios da empresa.
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Com objetivo de estar mais perto dos produtores de cerâmica da região de Rio do Sul, a Sacmi também participou da feira deste ano como expositora. Conforme a responsável pela Sacmi cerâmica vermelha a nível de Brasil, Rosângela Teles Silva, a ideia foi divulgar que a Sacmi faz automação e que é uma empresa conhecida mundialmente. A Sacmi trouxe para a feira um robô que faz parte de umas das automações oferecidas pela empresa.
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Melhor qualidade e produtividade
Alta produção e resistência A Unimac, de Bento Gonçalves (RS), foi outra empresa que expôs seus produtos na feira. Segundo o gerente, Marcelo Perrone, o objetivo foi apresentar a empresa de forma organizada e a máquina mais vendida da marca – modelo CML 400. “A CML 400 é uma máquina de corte de bloco cerâmico com capacidade de produção de 500 peças/minuto. É uma máquina de alta produção, resistência e confiabilidade”, explicou. Segundo Perrone, outra novidade apresentada na feira é que Unimac pretende em breve oferecer automatismo de carregador e descarregador. “Um dos objetivos da Unimac na feira também foi esse, ou seja, de mostrarmos que temos tecnologia e inteligência para fazer isso”, disse Perrone.
Automação Presente no evento, a Mecânica Bonfanti, de Leme (SP), também participou da segunda edição da Expocever. Conforme o diretor da empresa, Luiz Bisaccioni, a proposta da indústria na feira foi apresentar ao ceramista os equipamentos de automação que foram vendidos e instalados na cerâmica Lorenzetti, em Pouso Redondo. “Esses produtos são fabricados em nossa fábrica de Leme, em parceria com a MarcheLuzzo Impianti, da Itália, uma empresa líder de mercado que atua há 40 anos no mundo”, disse. NC
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Unicer amplia fábrica no estado de São Paulo A empresa, localizada em Leme, passou de seis para 11 mil metros quadrados de área coberta
A Unicer Equipamentos Cerâmicos ampliou sua fábrica, em Leme, no interior do Estado de São Paulo. A empresa passou de seis para 11 mil metros quadrados de área
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coberta. Atualmente, conforme o gerente de comércio exterior da empresa, João Arnaldo Gentina, a Unicer é uma das maiores fabricantes de peças de reposição da indústria cerâmica do país. Segundo ele, são 80 colaboradores na indústria, que atente a todos os países da América do Sul e a todo o território nacional. Fundada em 1986 por ex-profissionais oriundos de empresas do setor industrial cerâmico, como Bonfanti, Morando e Verdés, a Unicer iniciou suas atividades com a fabricação reduzida de peças de reposição mais simples e, ao longo dos anos, se aperfeiçoou tecnicamente com a contratação de profissionais especializados e investimento
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em qualidade. Entre as principais peças comercializadas encontram-se engrenagens, cilindros para laminadores, pinhões, eixos e peças de reposição regulares para toda linha de equipamentos cerâmicos fabricados no Brasil. A Unicer também realiza reforma e posterior revenda de equipamentos e máquinas utilizadas na indústria cerâmica. Conforme o gerente de comércio exterior da empresa, o maior objetivo da Unicer é ter peças de qualidade a um preço competitivo e um pronto atendimento aos clientes. “Um dos nossos diferenciais é o grande estoque de peças de reposição, o que permite ao ceramista encontrar para pronta entrega a peça que ele necessita com urgência para voltar a funcionar as máquinas de sua cerâmica. Outro diferencial muito forte é que temos vendedores atendendo com caminhões de nossa própria frota os Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, e sul da Bahia”, disse Gentina.
Fundição Unicer A Unicer conta com sua própria fundição, o que possibilita controle de qualidade aprimorado em suas peças, com capacidade de ofertar fundidos a terceiros, segundo o gerente de comércio exterior da empresa, João Arnaldo Gentina. A Fundição Unicer iniciou suas atividades com o objetivo de fornecimento próprio no ano de 1992. Em seu desenvolvimento e, para melhor atender ao mercado de indústria cerâmica, foram feitos investimentos em modernos equipamentos de moldagem, tecnologia de processos em ferro fundido e mão de obra especializada. Em 2007, novos fornos de indução e um aperfeiçoado controle de qualidade fo-
ram implantados em resposta às demandas do mercado e hoje a empresa conta com processo mecanizado para fabricação de peças menores e sistema manual de moldagem para peças maiores, com rápida e eficiente resposta ao cliente. “Temos a nossa própria fundição com dois modernos fornos à indução que fundem as peças para nosso próprio estoque e também há espaço na produção para atender pedidos de terceiros. A usinagem de nossos produtos é executada por oficinas que trabalham exclusivamente para nossa empresa”, contou Gentina. A produção atual da Fundição Unicer é acima de 100 toneladas por mês. NC
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ENTREVISTA
A indústria catarinense A entrevista especial deste mês é com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte. Empresário e bacharel em Direito pela UFSC, o profissional tem especializações por instituições como UFSC, FGV (RJ), American Graduate School of International Management (Arizona, EUA) e IMD (Lausanne, Suíça). Na entrevista, Côrte fala sobre o cenário para o setor cerâmico, sobre o desempenho da indústria catarinense e sobre as ações da Fiesc em prol do setor de cerâmica vermelha do Estado de Santa Catarina, entre outros assuntos
Revista NovaCer - Qual o cenário para o setor cerâmico neste ano? Glauco José Côrte - O cenário é de crescimento econômico, com expansão da produção industrial e do emprego. Com alta de 9,8%, em relação a 2013, o segmento foi fundamental para o desempenho industrial de Santa Catarina no primeiro bimestre deste ano. A produção industrial do Estado cresceu 1,1% neste período. É um segmento da indústria que cresce há sete meses consecutivos. Em 2013, registrou alta de 1,4% em relação a 2012. Em termos de emprego, gerou 618 novos empregos no primeiro bimestre, superior ao desempenho do mesmo período do ano passado. NC - Como avalia o setor de cerâmica vermelha de Santa Catarina? Qual a importância deste setor para a economia do estado? GJC - Embora haja dificuldade de obter dados específicos da cerâmica vermelha, as estatísticas referentes à indústria cerâmica catarinense mostram sua grande importância para a indústria cerâmica brasileira. Nosso Estado possui 11% do total brasileiro de unidades industriais cerâmicas. Em 2008, a indústria cerâmica catarinense representava 18% receita líquida e 17% do Valor da Trans-
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formação Industrial do setor no Brasil. Em relação à importância para o total da indústria de transformação do Estado, nota-se que essa representou, em 2013, 2,4%. O comércio exterior de cerâmica vermelha piorou nos últimos anos. Além da queda de 51% nas exportações entre 2008 e 2013, as importações cresceram expressivamente. Assim, o saldo comercial ficou negativo em 2012 e 2013. Por sua vez, a produtividade cresceu em 2011 em comparação com 2008, sendo que cada trabalhador da indústria cerâmica gerou R$ 52 mil. NC - Santa Catarina é um estado competitivo? GJC - O índice de Desenvolvimento Humano, calculado pela ONU, mostra que o Estado tem dez cidades entre as 40 melhores do país para se viver. Além disso, Santa Catarina tem grande diversificação da produção econômica. Vamos do agronegócio, no Oeste, à indústria mecânica, no Norte; da indústria têxtil, no Vale do Itajaí, ao turismo na região litorânea, entre tantos outros segmentos importantes. Atraímos investimentos importantes nos últimos anos, como a BMW, por exemplo. De acordo com dados do IBGE, temos a menor taxa de analfabetismo do Brasil, com 3,2% da população. No
ENTREVISTA país esta média está em 8,1%. Embora na comparação com outros Estados os nossos indicadores educacionais sejam bons, para a competição internacional são insuficientes, constituindo um dos principais limitadores da nossa produtividade. Além disso, uma de nossas maiores deficiências competitivas está fora das indústrias, especialmente na questão da infraestrutura de transporte. Embora tenhamos portos que são referência, o acesso até eles são precários. Legislação trabalhista ultrapassada e carga tributária elevada também retiram competitividade da indústria. NC - Como está a indústria catarinense quanto à tecnologia e inovação? GJC - A inovação é o caminho que levará a indústria catarinense a um novo patamar de competitividade, valorizando seus produtos e aumentando sua produtividade. Hoje, segundo o IBGE, as inovações realizadas pelas indústrias de Santa Catarina correspondem a 9% do total brasileiro. As ações de capacitação e consultoria contempladas nos programas cooperativos que a Fiesc realiza junto ao setor, bem como os serviços laboratoriais que conferem a qualidade dos produtos do segmento de cerâmica vermelha, indicam
que algumas empresas têm conseguido ganhos de competitividade e diferenciais relevantes com melhorias e inovações incrementais na gestão e nos seus processos produtivos. Algumas destas empresas têm alcançado destacados patamares de competitividade e assim tornam-se motivadoras para que as demais empresas do setor também busquem investir em inovação, qualificação dos seus quadros de colaboradores e melhoria de processo. NC - Como está o Índice de Confiança do Empresário Industrial catarinense (ICEI)? GJC - A confiança dos industriais catarinenses na economia esteve abaixo de sua média histórica neste começo de 2014. O indicador estava em 50,8 pontos em março, contra uma média de 57 pontos. Este resultado, acima dos 50 pontos, ainda indica, no entanto, otimismo. Segundo os empresários, as condições atuais da economia não são boas, ficando com 45 pontos, mas a expectativa é de melhoria, ainda que em nível moderado, com 53,7 pontos. NC - Como estão as exportações catarinenses? GJC - A conjuntura internacional, sobretudo a
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ENTREVISTA
crise dos países desenvolvidos, tem afetado as vendas externas da indústria catarinense nos últimos anos. Em 2013 as exportações foram de 8,7 bilhões dólares, o que significa uma queda de 2,60% em relação ao ano anterior. Entretanto, no primeiro trimestre de 2014, as exportações catarinenses mostram reação, subindo 5,7% em relação ao mesmo período de 2013. Em termos estruturais, os itens ligados ao agronegócio tem elevado a participação na pauta de exportação do Estado. Isso reflete o atual cenário internacional que valoriza as vendas externas de commodities e o avanço tecnológico dos produtos primários. De outro lado, mostra a perda de competitividade da indústria de transformação em decorrência de questões que fogem ao domínio das empresas, como mencionado acima. NC - Qual foi o desempenho da indústria catarinense em 2013? Em sua opinião, qual o futuro da indústria catarinense? GJC - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, apresentou para Santa Catarina um crescimento superior ao brasileiro em 2013. No ano, cresceu 4,1%, contra 2,5% registrado no País. Em 2013 o emprego acumulado em Santa Catarina subiu 3,1% em relação a 2012 e foi melhor também do que em 2011. A indústria de transformação foi o segundo setor que mais gerou vagas de emprego em números absolutos. Foram criados 20.129 postos de trabalhos formais, o que é 26% do total, mostrando a importância do setor como gerador de renda no Estado. Em 2013, a indústria de Santa Catarina
"A inovação é o caminho que levará a indústria catarinense a um novo patamar de competitividade, valorizando seus produtos e aumentando sua produtividade"
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apresentou avanço da produção industrial assim como a indústria brasileira, embora o faturamento real tenha crescido com menor dinamismo. Os demais indicadores de produção industrial catarinense sinalizam que no ano de 2013 a indústria conseguiu recuperar o recuo das horas trabalhadas que ocorreu em 2012 e avançar na capacidade instalada e no emprego. Estes indicadores mostram, portanto, que o ano de 2013 foi um ano de crescimento da indústria de Santa Catarina, apesar do ritmo moderado. NC - A Fiesc tem algum projeto específico para o setor produtor de telhas, blocos e tijolos? Qual? Explique o projeto. O que a Fiesc faz pelo setor de cerâmicas vermelhas? GJC - Estamos atualmente finalizando um importante levantamento do panorama e das perspectivas de todo o setor cerâmico, incluindo aí a indústria de telhas, blocos e tijolos. Concluída esta etapa, teremos em mãos uma rota de crescimento para o setor, que irá guiar as ações da Federação até 2022. Este trabalho integra o Plano de Desenvolvimento da Indústria Catarinense, que a Fiesc desenvolve também com outros 15 segmentos do setor produtivo do Estado. Também estamos trabalhando no programa de apoio à competitividade das micro e pequenas indústrias, resultante de uma parceria entre a CNI e o Sebrae nacional. O objetivo é fortalecer as micro e pequenas indústrias, atuar em ações coletivas; promover maior integração com outras instituições e induzir o desenvolvimento sustentável. Este programa já foi realizado em diversas regiões de SC como: Oeste e Extremo-Oeste, Sul, Tijucas, Vale e Alto vale do Itajaí. NC - O que é o Programa Estruturante? GJC - Ele busca o desenvolvimento do potencial inovador e da gestão empresarial e de processos fabris. Queremos assim melhorar a qualidade dos produtos fornecidos ao consumidor e ampliar a competitividade industrial de empresas de micro e pequeno porte do setor de cerâmica vermelha e blocos de concreto. A atuação do projeto estruturante é dividida em quatro etapas: diagnóstico, capacitação, consultoria e certificação e quali-
NC - Quais foram as ações da Fiesc em prol do setor de cerâmica vermelha em 2013? GJC - Prestamos aproximadamente 1,5 mil horas de consultorias individuais e capacitações coletivas nas áreas de gestão financeira, processo produtivo, gestão e inovação. Esses módulos são priorizados pelo grupo de empresas participantes. Além desses, há outros que podem também ser trabalhados, como planejamento estratégico, saúde e segurança no trabalho. Também percebemos que, apesar de não serem trabalhados especificamente todos os módulos possíveis, os diagnósticos realizados no início e no final
dos trabalhos, indicam melhoras significativas em todos os indicadores usados para avaliação. Isso é reflexo da melhoria geral que as empresas conseguem com o apoio da Fiesc. Promovemos ainda o associativismo e ações de mercado, como exposições em feiras e visitas técnicas. Entre 2012 e 2013 atendemos 27 indústrias do setor de cerâmica vermelha. Neste ano, já estamos trabalhando com 54 companhias. NC - O que é a Agenda Legislativa 2014? Que tipo de informações a publicação traz? GJC - A agenda é uma peça que dá transparência às posições da indústria sobre 55 matérias que tramitam o Legislativo estadual e que têm interesse do setor. São projetos que tratam de questões econômicas e tributárias, de meio ambiente, de administração e políticas públicas, institucionais e de infraestrutura (2%).
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ficação das empresas. Um ponto vantajoso é que, ao participar das ações decorrentes do programa estruturante, o investimento é menor, uma vez que as capacitações são coletivas e as consultorias individualizadas. A grande maioria das empresas participantes das ações que realizamos aponta que obteve ganhos na relação custo-benefício dos investimentos. Isso é uma motivação para que continuem investindo em melhorias e contando com o apoio da Fiesc.
NC - A Fiesc desenvolve algum trabalho com relação à extração de argila, matéria-prima da indústria de cerâmica vermelha? GJC - Nossos sindicatos parceiros (Sindi-
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ENTREVISTA
cer Morro da Fumaça, Sindicer Rio do Sul e Sincervale Canelinha) trabalham intensamente nestes assuntos. Além disso, a Fiesc, por meio do Comitê de Gerenciamento do PBQP-H (Coger) trabalha mensalmente com a cadeia de Construção Civil. No âmbito das ações realizadas nos programas e projetos cooperativos, esse assunto também é tratado e as empresas melhoram seus processos de acordo com as determinações dos órgãos de controle e legislação vigente. NC - Quais os principais desafios da indústria cerâmica catarinense para os próximos anos? GJC - Recente evento do Programa de Desenvolvimento da Indústria Catarinense (PDIC) mostrou que design, sustentabilidade, inovação, tecnologia e qualificação do trabalhador são algumas das questões-chave para a competitividade da indústria cerâmica e devem merecer a atenção especial das empresas e entidades ligadas ao setor. Entre 2008 e 2012 as exportações catarinenses de cerâmica caíram 41%, de 189 milhões de dólares por ano para 111 milhões, enquanto as importações saltaram de 33 milhões de dólares anuais para 161 milhões de dólares, invertendo o saldo da balança comercial, que
passou a ser negativo. O elevado custo de transporte é uma das explicações para isso: o frete entre Santa Catarina e São Paulo é equivalente ao da China para São Paulo. O dólar desfavorável e o baixo custo de produção na China também ajudam a explicar esses dados. NC - Santa Catarina irá receber sete Institutos Senai de tecnologia e três institutos de inovação. Quais os benefícios destas novas estruturas para a indústria de SC? GJC - São estruturas que darão impulso à competitividade da indústria. Com foco na prestação de serviços de consultoria, desenvolvimento de projetos e formação de profissionais especializados, os sete Institutos Senai de Tecnologia serão especializados nas diversas áreas de atuação da indústria local. Serão eles: Tecnologia em Alimentos e Bebidas, em Chapecó; Tecnologia Ambiental, em Blumenau; Tecnologia Automação e TIC, em Florianópolis; Tecnologia Eletroeletrônica, em Jaraguá do Sul; Tecnologia em Materiais, em Criciúma; Tecnologia Têxtil, Vestuário e Design, em Blumenau, e o agora inaugurado, de Tecnologia Logística, em Itajaí. Os Institutos de Tecnologia terão foco nas demandas estaduais. Os três Institutos Senai de Inovação estarão voltados à indústria de todo o país e trabalharão no desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e meios de produção. Além do de Sistemas de Manufatura, Joinville receberá o de Laser. O terceiro, de Sistemas Embarcados, será instalado em Florianópolis. NC - Quais entidades fazem parte da Fiesc? GJC - Além da própria Federação, que tem o papel de fazer a defesa, a representação institucional e de ser a interlocutora da indústria, temos o Senai, focado na formação profissional e na prestação de serviços técnicos e tecnológicos; o Sesi, que atua pela qualidade de vida, saúde e segurança do trabalhador; o IEL, que faz a interface entre instituições de pesquisa e a indústria; além do Ciesc, que associa diretamente indústrias, que dessa forma podem acessar os serviços de nossas entidades. NC
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TECNOLOGIA
NovaCer faz 1ª Conferência Virtual da Cerâmica Vermelha Evento teve como tema Arquitetura cerâmica e os três pilares do marketing na indústria cerâmica
A Revista NovaCer realizou no dia 1º de abril deste ano a 1ª Conferência Virtual da Cerâmica Vermelha. Ceramistas, fabricantes de equipamentos, consultores, professores, tecnólogos e engenheiros, entre outros profissionais da área, participaram do encontro que teve como tema Arquitetura cerâmica e os três pilares do marketing dentro da cerâmica vermelha. "Este foi só o primeiro capítulo desta nova forma de se trabalhar na cerâmica, pois tudo aconteceu pela Internet. Cada participante acessou a sala virtual do lugar onde estava, sem gastar dinheiro ou tempo para viagens longas, cansativas e distante de sua empresa", relatou o diretor da Revista NovaCer, Geraldo Salvador Júnior. Para ele, a conferência representa um passo de
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inovação dentro da cerâmica e, por isso, foi utilizada a frase: a cerâmica reimaginada. “A frase significa que não queremos ficar no mesmo lugar. Queremos crescer”, afirmou. A conferência, que teve início às 20 horas, começou com os três pilares do marketing para a indústria cerâmica. São eles os fornecedores de máquinas e equipamentos para a indústria cerâmica; as cerâmicas – produtoras dos blocos, tijolos e telhas –; e a construção civil. “Sem estes pilares é impossível o mecanismo funcionar. Um depende do outro. Para que este mercado gire, todos os pilares precisam estar em pleno funcionamento”, afirmou Salvador. Baseado no primeiro pilar, o diretor da NovaCer alertou os ceramistas sobre as dificuldades e desafios quanto à escolha de equipamentos. “Nesta questão, existe um ponto chave, que é a escolha certa dos equipamentos que se ajustem à linha de produção de cada cerâmica. Não adianta ter uma extrusora dos “sonhos”, que fabrica tantas toneladas por hora, sendo que seu forno não está preparado para receber esta produção. É preciso fazer um planejamento do ajuste de sua produção”. Salvador também destacou que o ceramista precisa estar atento quanto a peças
Outras formas de atingir o mercado da construção, conforme Salvador, são ter parcerias com escritórios de arquitetura; parcerias com as construtoras incorporadoras; parcerias com as secretarias de pavimentação pública dentro das prefeituras e com organizações políticas e pessoas públicas de âmbito municipal, estadual e nacional; parcerias com empresas e redes de materiais de construção; além da questão de imagem das empresas, com participação em feiras e eventos, vendas externas e telemarketing. “Esta conferência que vocês fizeram deve ser a primeira de centenas outras. Uma coisa é certa e venho falando a tempos a muitos ceramistas: a cerâmica tem que se preparar para novos desafios. É preciso fazer sua lição de casa, melhorar sua produção, diminuir seus custos, diminuir suas quebras e produzir de acordo com as normas técnicas, entre outros. Por onde tenho passado, de alguma forma, procuro colaborar com as cerâmicas. Pelo menos uma noite durante a semana faço palestras junto a engenheiros, arquitetos, construtoras, lojistas, mostrando o que a cerâmica tem de bom. Parabenizo a todos que tomaram esta iniciativa e a todos que participaram”, disse o consultor em cerâmica Antônio Carlos Pimenta. O vídeo da conferência pode ser assistido na íntegra por meio do canal da NovaCer no YouTube. O link também está disponível no site da revista (www.novacer.com.br). NC
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de reposição e ao desgaste de algumas peças e equipamentos. Outros pontos importantes também foram destacados. Entre eles a garantia do equipamento, o pós-vendas – relacionamento do cliente com o fornecedor –, a manutenção do equipamento e o atendimento do equipamento às normas vigentes dos órgãos fiscalizadores do país, como por exemplo a NR12, entre outros. Quanto ao segundo pilar, o diretor da NovaCer ressaltou que a indústria cerâmica precisa ter um vínculo forte com a indústria de arquitetura e com a indústria da construção civil. “Você precisa ter este diferencial para competir com um mercado que está tão grande no país”. No pilar que trata da construção civil, Salvador informou que existe um desafio grande a ser enfrentado. “O desafio é resumido em uma pergunta: como a cerâmica vermelha vai conquistar definitivamente a indústria da construção civil? Eu sei que existe mercado para todo mundo. O problema, porém, é que nossos concorrentes estão tomando conta há alguns anos do nosso mercado, daquilo que faz parte de nós”, disse. "Eu como ceramista nunca tinha me deparado com tantos pontos de reflexão diante dos pilares apresentados para debate. Sou de um local muito pobre, porém, muito tradicional quanto a tijolo. Devido à falta de informação e dedicação dos empresários locais, muitos acabaram indo à falência e até mesmo à desistência do segmento. Eu, por ser um apaixonado pela profissão e um batalhador para que esta tradição de minha localidade não se apague, procuro sempre ter um bom diálogo com todos, mas infelizmente nem sempre são flores”, disse o ceramista Kenny Moraes, da Olaria Moraes. Seis maneiras de atingir o mercado da construção foi outro assunto abordado na conferência. Segundo o diretor da Revista NovaCer, o primeiro passo é estar presente na Internet. “Há uma frase do Bill Gates que diz: ‘existem dois tipos de empresas: as empresas que estão na Internet e as empresas que não existem’. E isto é um fato dentro da indústria de cerâmica vermelha. Muitas cerâmicas já estão presentes na rede mundial de computadores. Mas a grande maioria ainda não se atenta para a Internet”, alertou.
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Aplicabilidade em Alvenaria Estrutural é tema de curso Treinamento vai ser realizado no dia 7 de junho, na sede da Acervir, em São Paulo Um treinamento de Aplicabilidade em Alvenaria Estrutural será realizado no dia 7 de junho, na sede da Associação das Cerâmicas Vermelhas de Itu e Região (Acervir), em São Paulo. O treinamento abordará os principais conceitos, leitura e interpretação de projetos, noções sobre sistema construtivo e execução de alvenaria estrutural. Serão oito horas de curso – quatro horas de técnica no período da manhã e quatro horas de prática no período tarde. A palestrante do curso será a engenheira civil Márcia Melo. Ela é graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais e mestre em construção civil pela Ufscar. Além disso, já ministrou mais de 200 palestras sobre alvenaria
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estrutural nas mais renomadas instituições do país e atuou durante 12 anos no departamento técnico de indústria produtora de blocos para alvenaria estrutural e vedação. Conforme a gerente administrativa da Acervir, Márcia de Paula, o objetivo do evento é ampliar o número de pessoas que tenham conhecimento em aplicabilidade do bloco estrutural cerâmico. “Existe uma falta deste profissional no mercado. Com este curso, tanto aqui na Acervir como futuramente em outras cidades e estados, poderemos qualificar a mão de obra para este aprendizado”, relatou. Márcia informou que este curso não tem restrição de profissionais. “Qualquer pessoa que tenha interesse em conhecer e aprender a utilizar o bloco estrutural poderá participar”, informou. A inscrição custa R$ 80 por pessoa. O valor inclui Coffe Break e almoço. Durante o curso, a gerente administrativa da Acervir informou que os participantes terão conhecimento sobre o produto cerâmico, como qualidade e resistência, e aprenderão a manusear e conhecer a viabilidade deste produto em pequenos e grandes projetos. Para o ceramista, o benefício deste treinamento é de mostrar e comprovar mais uma vez a viabilidade deste produto e a qualidade. Já para o construtor ou aplicador, a vantagem fica na questão de ver que é um produto rentável, econômico, sem desperdício e com vantagens de uso na obra. As inscrições podem ser feitas até dez dias antes do primeiro curso. “A procura está grande, portanto, estaremos fechando outras turmas nos próximos sábados”. São 30 vagas por curso. Para informações e inscrições: acervir@acervir.com.br / (11) 4024-3294. NC
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Cerâmica de MS investe em Programa Atletas do Futuro
A cerâmica Cotto Figueira, localizada no município de Rio Verde (MS), participa do Programa Atleta do Futuro. Criado pelo Sesi, o programa utiliza o esporte para promover a educação e a inclusão social de crianças e adolescentes. Entre as atividades ofereci-
das através do projeto estão iniciação motora e prática esportiva, nas modalidades de futebol, voleibol, atletismo, futsal, handebol, ginástica artística e capoeira. Por meio de parceria entre a cerâmica Cotto Figueira – indústria madrinha do projeto –, Sesi e Prefeitura Municipal de Rio Verde de Mato Grosso, o programa promove o desenvolvimento físico, pessoal e social dos participantes. “Por meio do programa são ensinados valores como ética, trabalho em equipe, superação, respeito, autoestima e saúde”, contou o gerente de produção da Cotto Figueira, Mauro Antonio Sabedotti Fornari. Conforme ele, a empresa aderiu ao programa em janeiro deste ano. “Ao adotar o programa, a indústria reconhece que têm papel fundamental na promoção da cidadania e na formação do caráter e dos valores das crianças e adolescentes que vão construir o futuro do país”, relatou Fornari. Para ele, participar do programa significa estar inserido na construção de um mundo melhor.
O programa O Atleta do Futuro é um programa do Sesi que utiliza o esporte para promover a educação e a inclusão social de crianças e adolescentes. Por se tratar de programa de formação easportiva com metodologia própria do Sesi-MS, todos os profissionais envolvidos passam por capacitações e os alunos têm acesso a todos os materiais necessários para a prática de diferentes modalidades de esporte. O Programa Sesi Atleta do Futuro conta com a participação de 300 crianças e adolescentes com idade entre seis e 17 anos, filhos de trabalhadores das indústrias e comunidade em geral de Rio Verde de Mato Grosso. NC
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Expominerais reúne mais de 2 mil pessoas no Paraná Evento foi realizado de 2 a 4 de abril, na Expo Unimed Curitiba
Mais de 2 mil pessoas, entre profissionais e gestores da indústria de mineração, participaram da 3ª edição da Feira da Indústria Mineral (Expominerais), realizada de 2 a 4 de abril, em Curitiba, no Paraná. O evento aconteceu na Expo Unimed Curitiba. Simultaneamente à feira de negócios, ocorreu a 5ª edição do Seminário da Indústria Mineral Sustentável do Paraná, além de encontros e assembleias nacionais das instituições apoiadoras. Neste ano, a feira destacou a importância do setor e apresentou novidades em equipamentos, tecnologias e serviços. Já o 5º Seminário da Indústria Mineral Sustentável teve como foco a inovação na indústria mineral paranaense, sua sustentabilidade e as perspectivas macroeconômicas para o setor. Promovida pelo conselho setorial da in-
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dústria mineral da Fiep e organizada pela MonteBello Eventos, o objetivo da Expominerais foi de promover e valorizar a indústria mineral, seus fornecedores e consumidores. De acordo com o diretor da MonteBello, Valdir Bello, a feira contou com 28 expositores de vários estados do Brasil, que apresentaram máquinas, equipamentos, tecnologias e serviços consumidos pela indústria mineral. Conforme Bello, o evento supriu as expectativas atraindo empresas fornecedoras de vários estados do Brasil e um público altamente qualificado, direcionado, profissional e consumidor composto por gestores, administradores, dirigentes e profissionais de instituições e empresas mineradoras do Sul do Brasil”. Além de exposição, a feira contou com palestras e painéis, com temas como “Defesa dos Interesses da Indústria”, ministrada pelo presidente da Fiep, Edson Campagnolo; “Painel Econômico - Perspectivas Macroeconômicas e o Setor Mineral”, com o economista Pio Martins; “Novo Código da Mineração”, realizada pelo deputado federal Leonardo Quintão e Eduardo Sciarra, membro titular da Comissão Especial; e “Estratégias de Inovação para a Indústria Mineral”, com o Dr. engenheiro Joner Oliveira Alves, do Senai Nacional.
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combustíveis, consultorias ambientais, entidades de classe, advocacia e direito minerário, entre outros. Para os expositores, foi válida a participação, pois o segmento precisa de um evento que possa promover o encontro e a geração de negócios entre fornecedores e consumidores do segmento mineral. Rafael Hernascki, da Metamec, empresa de Jaraguá do Sul (SC) que participou como expositora no evento, ficou satisfeito com os contatos gerados. Porém, frisou que, com a união e apoio dos fornecedores, é possível tornar esta iniciativa o principal ponto de encontro do segmento mineral no Sul do Brasil. “O evento é muito importante, pois nos coloca em evidência junto a nossos consumidores”, destacou Anderson Garcia, gerente comercial da Britamec, empresa paranaense sediada em Colombo (PR), que também participou como expositora na feira. Para Garcia, é preciso união para que o evento tenha continuidade e que as próximas edições possam ter um público direcionado como foi desta vez, mas com um número maior de visitantes. “Se fizermos um bom trabalho de divulgação, com certeza, a tendência é que o evento se torne referência para o segmento”, destacou. NC
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ARTIGO TÉCNICO
Incorporação de fibra de bananeira em massa argilosa utilizada em cerâmica vermelha Trabalho apresentado no 57º Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 19 a 22 de maio de 2013, em Natal, no Rio Grande do Norte
Resumo A banana é uma fruta tropical que cresce em regiões quentes do mundo e sua produção dá-se o ano inteiro. O potássio corresponde a 41% do total de nutrientes na bananeira. Este trabalho teve como objetivo estudar a influência da incorporação de fibra de bananeira nas propriedades tecnológicas de uma massa cerâmica extrudada e, com isso, verificar se há disponibilização de potássio pela fibra, que atua como um importante fundente formador de fase líquida na sinterização cerâmica. As frações granulométricas da massa cerâmica (total, areia, silte e argila) foram caracterizadas por meio de análise química. Foi determinada a plasticidade das massas pelos limites de Atterberg, preparadas composições de 0,5 e 10% em peso de fibra de bananeira na massa cerâmica e sinterizadas a 700, 900 e 1050°C. As propriedades tecnológicas avaliadas foram: densidade, retração linear, absorção de água e tensão de ruptura à flexão.
Babisk, M.P.(1,2)*; Oliveira, C.N.(1); Soares, M.P.(1); Vieira, C.M.F.(1); Monteiro, S.N.(3) e Alexandre, J.(1) 2Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF; 2Centro de Tecnologia Mineral - CETEM/MCTI; 3Instituto Militar de Engenharia – IME
sistência mecânica após queima adequada para uma série de aplicações, possibilitar a aplicação de técnicas de processamento simples, e também pela sua disponibilidade em grandes quantidades (VIEIRA et al., 2000). A banana é uma fruta tropical que cresce em regiões quentes do mundo e sua produção dá-se o ano inteiro. O cultivo da banana demanda grandes quantidades de nutrientes para manter bom desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. O potássio e o nitrogênio são os mais absorvidos e os que mais participam de funções essenciais ao crescimento e produção da bananeira. O potássio corresponde a 41% do total de nutrientes na bananeira (EMBRAPA, 2013). Este trabalho teve como objetivo caracterizar a massa cerâmica utilizada e estudar a influência da incorporação de fibra de bananeira nas propriedades tecnológicas de uma cerâmica extrudada e, com isso, verificar se há disponibilização de potássio pela fibra.
Materiais e métodos Introdução O setor de cerâmica vermelha, no que se refere à composição, utiliza basicamente argila. As razões para isto são suas características, como apresentar plasticidade, re-
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Para realização deste trabalho, foram utilizados os seguintes materiais: massa cerâmica industrial utilizada para fabricação de cerâmica vermelha de Jerônimo Monteiro-ES e fibra de bananeira. Após coleta das matérias-primas, foi realizado um beneficiamento diferenciado para cada material. A massa cerâmica foi seca
tícula inferior a 2 µm e confere à massa cerâmica plasticidade em mistura com água, possibilitando assim alcançar uma consistência plástica que possibilita conformar as peças por extrusão. Isto ocorre porque os argilominerais, responsáveis pelo aporte de plasticidade estão associados a este intervalo de tamanho de partícula (MÁS, 2002; ABAJO, 2000). A figura 2 apresenta os resultados plotados em gráfico elaborado com os limites de plasticidade de Atterberg que delimita regiões de extrusão ótima e aceitável. É possível observar que a argila localiza-se fora da região de extrusão aceitável, indicando que esta é de excessiva plasticidade. O limite de plasticidade (LP) indica a quantidade mínima de água necessária para que se atinja o estado de consistência plástica. O limite de liquidez (LL) está associado à quantidade de água em que o material apresenta consistência de lama, excedendo, deste modo, a faixa de consistência plástica (MÁS, 2002). Já o índice de
ARTIGO TÉCNICO
em estufa a 110ºC por 24h, destorroada em almofariz de porcelana e peneirada. Para obtenção da fibra, foi triturado em um liquidificador o pseudocaule de bananeira com água. A caracterização da massa cerâmica total e das suas frações granulométricas (argila, silte e areia) foi realizada por meio de análise da composição química. Foi determinada a plasticidade da massa cerâmica pelos limites de Atterberg, determinando-se o limite de plasticidade, o limite de liquidez e o índice de plasticidade das composições (ABNT, 1984a; ABNT, 1984b). A distribuição de tamanho de partículas foi realizada de acordo com a norma, a qual combina técnicas de peneiramento e de sedimentação (ABNT 1984c). As matérias-primas foram homogeneizadas, adicionou-se água às composições na quantidade suficiente para a obtenção de uma massa plástica que possibilitasse a conformação de corpos-de-prova por extrusão com 10 cm de comprimento e secção reta de 1,8 × 2,8 cm. Para realização deste trabalho, foram elaboradas composições com adição de fibra de bananeira à massa cerâmica nos seguintes percentuais em peso: 0%, 5% e 10%. Após secagem em estufa a 110ºC, as peças foram medidas e pesadas e, em seguida, queimadas a 700, 900 e 1050ºC, com uma taxa de aquecimento de 2ºC/min e 180 min de tempo de patamar. Após a queima, as peças foram novamente medidas para cálculo de retração linear de queima. As propriedades físicas e mecânicas avaliadas foram a absorção de água e a tensão de ruptura por flexão a três pontos (ASTM, 1972; ASTM, 1977).
Figura 1 - Curva de distribuição de tamanho das partículas da massa cerâmica
Resultados e discussão A figura 1 apresenta a curva de distribuição de tamanho de partículas da argila. Nota-se que a argila apresenta uma curva granulométrica com teores de “fração argila”, “fração silte” e “fração areia” de 56,2, 33,6 e 10,1%, respectivamente. A “fração argila” está associada com tamanho de par-
Figura 2 Limites de Atterberg para a extrusão
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S iO “Fração total” “Fração argila” “Fração silte” “Fração areia”
A l 2O
2
46, 93
Fe2O 3
41, 3 8
T iO 3
2
M nO
K
2O
O u tros
S O 3
ó x idos
6, 23
1, 64
0, 11
1, 97
1, 63
0, 24
46, 18 42, 47
5, 51
2, 12
0, 08
1, 3 1
2, 09
0, 3 2
53 , 77 3 1, 09
5, 55
1, 51
0, 07
5, 89
1, 82
0, 3
54, 28 29, 14
6, 48
1, 2
0, 11
6, 59
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M nO
K
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Tabela 1 - Composição química (% em peso) S iO “Fração total” “Fração argila” “Fração silte” “Fração areia”
2
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A l 2O 3
41, 3 8
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46, 18 42, 47
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2, 09
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53 , 77 3 1, 09
5, 55
1, 51
0, 07
5, 89
1, 82
0, 3
54, 28 29, 14
6, 48
1, 2
0, 11
6, 59
1, 7
0, 16
Tabela 2 - Densidade a seco das composições (g/cm3)
3
)
plasticidade (IP) é a diferença entre o limite de liquidez e limite de plasticidade, indicando a faixa de consistência plástica. Ou seja, representa a quantidade de água que ainda pode ser adicionada a partir do limite de plasticidade, sem alterar o estado plástico da argila ou massa cerâmica. Observa-se
Figura 3 Densidade aparente de queima das composições
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D ens idade ap arente de q u eim a (g / c m
O
700 C O 900 C O 1050 C
1, 6
1, 5
1, 4
1, 3 0
5
Fibra de bananeira (%)
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que a argila apresenta índice de plasticidade superior a 10%, que é o índice considerado mínimo. Abaixo deste valor torna-se muito perigosa a etapa de conformação, já que há um grande risco de mudança no comportamento plástico com pequena alteração na quantidade de água utilizada (ABAJO, 2000). A tabela 1 apresenta a composição química de todas as frações. A razão SiO2/ Al2O3 é um parâmetro indicativo da quantidade de argilomineral e quartzo. De acordo com a composição química teórica da caulinita, a razão SiO2/Al2O3 é de 1,18, valores maiores que este indicam sílica livre na forma de quartzo. Observa-se que a “fração argila” (< 2 µm), apresenta um menor teor de SiO2 e maior teor de Al2O3 que as outras frações, isto indica um maior percentual de minerais argilosos presentes. As “frações silte e areia” apresentam maiores valores de relação SiO2/Al2O3, de 1,27 e 1,86, respectivamente, indicando que existe uma excessiva quantidade de quartzo livre. A tabela 2 e a figura 3 apresentam a densidade aparente a seco e de queima, respectivamente, das composições preparadas. Nota-se que as composições sinterizadas a 700 e 900ºC tiveram redução na densidade após a etapa de queima, evidenciando que para estas temperaturas ocorreu a sinterização dos corpos de prova, porém, sem densificação. A 1050ºC houve sinterização com densificação dos corpos de prova, devido às reações entre os óxidos fundentes e a SiO2, que ocorrem em temperaturas superiores a 1000°C, formando fase líquida, que promovem a densificação do material. A densidade aparente a seco decresce em função do teor de fibra de bananeira incorporada à massa cerâmica, devido a menor densidade real da fibra em relação às partículas de argila da massa cerâmica. Nota-se ainda que todas as composições tiveram aumento da densidade aparente de queima em função do aumento da temperatura de sinterização, sendo os resultados mais significativos a 1050ºC. A adição de fibra de bananeira diminuiu a densificação dos corpos de prova em função
o
700 C o 900 C o 1050 C
10 8
Retração Linear (%)
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6 4 2 0 -2 -4 0
5
10
Fibra de bananeira (%)
Figura 4 - Retração linear das composições
3 1
A bs orção de á g u a (%)
3 0 29 28 27 26 o
700 C o 900 C o 1050 C
25 24 23 0
5
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Fibra de bananeira (%)
Figura 5 - Absorção de água das composições
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A bs orção de á g u a (%)
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700 C o 900 C o 1050 C
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Fibra de bananeira (%)
Figura 6 - Tensão de ruptura à flexão das composições
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do teor incorporado. A figura 4 apresenta a retração linear de queima em função do teor de fibra de bananeira incorporada. É observado que a retração aumentou com a temperatura. Isto é uma consequência do processo de sinterização. A incorporação de 5% de fibra de bananeira na massa cerâmica não acarretou em mudanças nos valores da retração para as temperaturas estudadas. Porém, a incorporação de 10% da fibra ocasionou uma pequena expansão dos corpos de prova sinterizados a 700ºC, possivelmente devido à combustão da matéria orgânica e aumento da retração para as temperaturas de 900 e 1050ºC. A figura 5 apresenta a absorção de água em função da porcentagem de fibra de bananeira incorporada na massa cerâmica. Observou-se que a absorção de água diminui com o aumento da temperatura, devido aos mecanismos de sinterização que possibilitam maior formação de fase líquida e ocasionam assim uma redução na porosidade. Nota-se ainda que a absorção de água aumenta gradativamente com a incorporação da fibra de bananeira na massa cerâmica, possivelmente devido à porosidade deixada pela fibra que atuou como matéria orgânica. A figura 6 apresenta a tensão de ruptura à flexão das composições estudadas. Nota-se que a resistência aumenta com o aumento da temperatura. Na temperatura de 1050ºC, nota-se um aumento significativo da resistência mecânica de todas as composições. Isto ocorre devido aos mecanismos de sinterização que reduzem a porosidade do material promovendo uma melhor consolidação das partículas. Estatisticamente não ocorre variação da resistência mecânica da massa cerâmica com a incorporação da fibra para as temperaturas de 700 e 900ºC. Entretanto, considerando o valor médio, observa-se tendência de redução da resistência mecânica com o aumento do teor de fibra de bananeira incorporada, devido à porosidade supracitada.
Referências ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Determinação do Limite de Plasticidade, NBR – 7180, Rio de Janeiro, 1984a. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Determinação do Limite de Liquidez, NBR – 6459, Rio de Janeiro, 1984b. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Determinação da Análise Granulométrica dos Solos, NBR-7181.. Rio de Janeiro, 1984c. ASTM – American Society for Testing and Materials. Water Absorptin, Bulk Density, Apparent Porosity and Apparent Specific Gravity of Fired Whiteware Products, C373-72 (reapproved 1977), USA, 1972. ASTM – American Society for Testing and Materials. Flexural Properties of Ceramic Whiteware Materials, C674-77, USA, 1977. E. Más. Qualidade e Tecnologia em Cerâmica, Editor J. L. Francisco, Brasil (2002) p. 27. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananaAmazonas/adubacao.htm. Acessado 1003-2013. M. F. Abajo. Manual Sobre Fabricación de Baldosas, Tejas y Ladrillos, Ed. Beralmar S.A., Espanha, 2000. VIEIRA, C. M. F.; HOLANDA, J. N. F. de; PINATTI, D. G.. Caracterização de massa cerâmica vermelha utilizada na fabricação de tijolos na região de Campos dos Goytacazes – RJ. Cerâmica 46 (2000). NC
Este trabalho teve como objetivo caracterizar a massa cerâmica utilizada e estudar a influência da incorporação de fibra de bananeira nas propriedades tecnológicas de uma cerâmica extrudada e, com isso, verificar se há disponibilização de potássio pela fibra. Os resultados permitem as seguintes conclusões: • A massa cerâmica utilizada apresenta alta plasticidade e composição química e granulometria típicas de argilas cauliníticas, utilizadas na fabricação de cerâmica vermelha. • A adição de fibra de bananeira diminuiu a densificação dos corpos de prova em função do teor incorporado. • A incorporação de fibra de bananeira acarretou no aumento da retração linear de queima, absorção de água e redução da resistência mecânica. • A fibra de bananeira aparentemente não disponibilizou potássio e atuou somente como matéria orgânica, consequentemente deixando porosidade no material cerâmico.
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