Revista Novacer Edição 59 Março 2015

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Entrevista com o presidente do IDS, o PhD Antônio Luís Aulicino

Ano 5

Março/2015

Edição 59

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Certifiquei meu produto, e agora?

Saiba como manter o padrão de qualidade e investir na divulgação dos produtos IFG certificará 25 trabalhadores na área de cerâmica

Recursos Humanos nas empresas do setor

Setor questiona e tenta reverter exigências na NR-12


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Comparando o custo final com os demais fornos do mercado o forno vagão metálico fica em torno de 40% a 60% mais barato e construído aproximadamente 60 dias.

O sistema de isolamento térmico em fibra cerâmica nas paredes, aplicados em módulos de 2m de comprimento eliminando propagação e fuga de calor, proporcionando uma economia de até 50% no combustível (madeira, cavaco e serragem, entre outros). Outra vantagem é o fantastico resultado da queima, tijolos queimados uniformimentes, tanto na parte superior da carga como na parte inferior da carga nao tendo tijojos requeimados ou sem queimar. Economia de mão de obra devido a facilidade no carregamento do tijolo para plataforma do vagão para queima e facilidade do descarregamento do tijolo depois de queimado diretamente no caminhão. Este forno esta totalmente em conformidade com as exigência do Ministério do Trabalho, ele evita que o funcionário entre dentro do forno com temperatura elevada. Após retirada do vagão os tijolos estão resfriados após 2 horas.

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As fornalhas são projetadas com chamas no alto, evitando requeima do tijolo na lateral da fornalha. Sistema de vedação da fornalha com porta emantada, revestimento externo com manta aluminizada, tendo o teto totalmente emantado onde o conjunto diminui a propagação do calor para meio externo aumentando a economia. A fornalha é construída com tijolos feitos de chamote sendo queimado a 1200 graus, proporcionado assim uma maior resistência conta impactos sofridos por lenha ou outro material na queima.

O Forno Rogesesi conta com teto plano onde proporciona uma maior mistura do calor fazendo com que este calor desça uniformemente fazendo a queima e equilibrando a temperatura superior com a inferior. O forno, teto e portas são construídos com vigas “U”, “W” e chapa expandida para fixação da manta de fibra cerâmica.

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SUMÁRIO

DESENVOLVIMENTO 16: Certifiquei meu produto, e agora?

EDITORIAL

DESENVOLVIMENTO

GESTÃO

ENTREVISTA

12: Carta ao Ceramista

20: IFG certificará 25 rabalhadores na área de cerâmica

24: Recursos Humanos nas empresas do setor

30: Planejamento a longo prazo

Diretor Geraldo Salvador Junior

direcao@novacer.com.br

revista@novacer.com.br Av. Centenário, 3773, Sala 804, Cep: 88801-000 - Criciúma - SC Centro Executivo Iceberg Fone/Fax: +55 (48) 3045-7865 +55 (48) 3045-7869

Comercial Moara Espindola Salvador

comercial@novacer.com.br

Administrativo Financeiro Wanessa Maciel

financeiro@novacer.com.br

Jornalista Responsável Juliana Nunes - SC04239-JP

redacao@novacer.com.br

Diagramação & Arte Jefferson Salvador Juliana Nunes

arte@novacer.com.br

Redação Juliana Nunes

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Fotografia & Marketing Digital Natanael Knabben revista@novacer.com.br

Impressão Gráfica Coan Tiragem 3500 exemplares

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Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados


SEGURANÇA

ARTIGO TÉCNICO

36: Setor questiona e tenta reverter exigências na NR-12

38 : Incorporação de resíduo de cerâmica vermelha em argamassas de múltiplo uso

SUMÁRIO

Março 2015

Fale com a NovaCer www.novacer.com.br @revistanovacer RevistaNovaCer RevistaNovaCer @revistanovacer

Comentários, sugestões de pauta, críticas ou dúvidas podem ser encaminhadas para os e-mails redacao@novacer.com.br ou direcao@novacer.com.br Na internet Todas as edições podem ser visualizadas no site www.novacer.com.br Anuncie na NovaCer Divulgue sua marca. Atendimento pelo e-mail comercial@novacer.com.br Assinaturas: +55 48 3045.7865

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EDITORIAL

Carta ao Ceramista A certificação de produtos é um dos diversos fatores que levam a empresa a alcançar a execelência. Porém, o trabalho não termina no momento em que a indústria recebe a qualificação. Na verdade, é a partir daí que o trabalho mais árduo começa, pois é preciso manter o sistema de gestão da qualidade, tarefa esta que exige dedicação. Pensando nisso, a reportagem principal da edição deste mês da NovaCer abordou o que fazer após receber o certificado. Confira dicas de especialistas sobre o que fazer depois de receber o selo de qualidade. Nesta edição, a NovaCer traz também uma reportagem especial sobre como gerenciar umas das áreas mais importantes de uma empresa: a de Recursos Humanos. Saiba como motivar seus funcionários, a importância desta área numa indústria de cerâmica vermelha e exemplos de sucesso, entre outros. Também foi destaque na edição deste mês a capacitação na área de cerâmica oferecida pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e

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Tecnologia de Goiás (IFG), campus Uruaçu. Em julho deste ano, 25 trabalhadores concluirão o primeiro curso Técnico em Cerâmica da instituição de ensino. Saiba mais informações a partir da página 20. Planejamento a longo prazo foi o tema da entrevista especial. O entrevistado foi o presidente do Instituto para o Desenvolvimento Sustentável (IDS), o PhD Antônio Luís Aulicino. Ele falou sobre Processo Prospectivo, utilizado para construção do futuro estratégico de longo prazo. Leia ainda o artigo técnico Incorporação de resíduo de cerâmica vermelha em argamassas de múltiplo uso. O trabalho foi apresentado no 57º Congresso Brasileiro de Cerâmica, que ocorreu de 19 a 22 de maio de 2013, em Natal, no Rio Grande do Norte. Aproveite a leitura!

A Direção





D E S E N VO LV I M E N T O

Certifiquei meu produto, e agora? Após certificar, é preciso investir na manuntenção do sistema de gestão da qualidade da empresa

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É certo que a certificação de produtos, mesmo sendo voluntária para materiais cerâmicos, é o que vai garantir a permanência de empresas no mercado daqui para frente. A qualificação é um processo de avaliação da conformidade que consiste em atestar que determinado produto, processo, serviço ou profissional atende a requisitos mínimos pré-definidos em normas, especificação ou regulamentos técnicos, nacional ou internacional. Para obter a qualificação, muitos empresários passam vários meses dedicando grande parte do seu tempo na implementação de novos métodos de trabalho até a chegada da certificação. Mas depois de receber o selo de qualidade, o sistema de gestão fica esquecido. O certificado vai para um quadro, fixado em locais de acesso da empresa, publicado no site, impresso no cartão de visita e, às vezes, até


ABNT é uma forma da empresa garantir seu atendimento”, relatou o coordenador de certificação de produtos da ABNT. Conforme o tecnólogo em qualidade e MBA em gestão da qualidade e processos, Emerson Dias, treinamento de pessoal também fundamental para o processo de continuidade e para fortalecimento da cultura da qualidade. “Hoje em muitas empresas que realizei o processo de implantação e implementação, solicitam o aumento das horas de consultoria para realização do processo de manutenção, pois creditam um benefício enorme para fortalecimentos dos objetivos conquistados”, acrescentou. A certificação pode auxiliar ainda a promover o marketing da cerâmica. Segundo Dias, a

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nas embalagens dos produtos. Pronto! Todos acreditam que o trabalho acabou. Errado. Na verdade, é a partir deste momento que o trabalho mais árduo começa, pois a manutenção do sistema de gestão da qualidade é uma tarefa que exige dedicação. Segundo o tecnólogo em qualidade e MBA em gestão da qualidade e processos, Emerson Dias, o primeiro cuidado é com o comodismo. “Consegui a qualificação e pronto, nada mais a fazer. Nesta frase, estão os maiores erros de todo empresário. Muito pelo contrário, após a qualificação, há um início de um ciclo que é tão ou mais importante do que o ciclo concluído. ‘É hora de mostrar o sorriso lindo’, ‘é chegada a hora de apresentar o produto e esta nova consciência ao mercado consumidor’", relatou. Para Dias, após certificar o produto, é preciso investir na manutenção de seu sistema de gestão da qualidade, em treinamento de pessoal, na manutenção dos parâmetros e requisitos do processo e sobretudo em uma política de marketing. “É preciso realizar ações de cunho de manutenção, é necessário acompanhar os dados coletados diariamente e propor as ações para manutenção/correção de modo a garantir a confiabilidade do processo e a conformidade do produto”, informou. Depois de receber a certificação, a empresa deve manter as condições que deram origem a qualificação, conforme o coordenador de certificação de produtos da ABNT, Felipe Dytz. Segundo ele, é preciso investir na divulgação da certificação dos seus produtos, de forma a sensibilizar os clientes. Para isso, Dytz acrescentou que a ABNT disponibiliza para o fabricante a Marca de Conformidade para que a empresa possa utilizar em seus produtos e veículos de comunicação. Além disso, a empresa e os produtos certificados passam a ser visualizados no site da ABNT. “A Marca de Conformidade ABNT possui uma credibilidade muito grande no mercado, sendo um referencial de qualidade para os mais diversos produtos e serviços. Garantir o atendimento a uma norma técnica é uma obrigação, conforme o artigo 39 do CDC, e a certificação

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qualificação atua como embasamento técnico para divulgação das informações e apresentação do produto ao mercado. Entre as estratégias de marketing para a cerâmica, o tecnólogo citou criação de um site ativo, folders técnicos, realização de seminários de aplicação de seu produto e participação em feiras especializadas, entre outras. Outra dica de Dias é controlar o processo e implementar filosofia de melhoria contínua, para manter a empresa certificada. “Acredito que assim a empresa tem grandes chances de alcançar novos objetivos e manter os já conquistados. Após receber a qualificação, pode-se implementar um sistema de gestão da qualidade capaz de definir políticas, sistemáticas, metodologia e controle operacional”, complementou. No caso do PSQ, segundo o presidente da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), Cesar Vergílio Oliveira Gonçalves, a cerâmica também deve manter a qualificação. "É preciso cuidar do processo produtivo:

qualidade da matéria-prima, manutenção dos equipamentos, boquilhas em dia e controle. A cerâmica deverá manter seus produtos em conformidade com a norma, se descuidar, perde a qualificação. Após três ensaios consecutivos em conformidade com a norma, realizados por laboratórios do programa, seus produtos são qualificados, e, posteriormente, passam a ser avaliados trimestralmente”, explicou. A cerâmica que tem seus produtos qualificados pelo Programa Setorial de Qualidade, conforme Gonçalves, pode fornecer materiais cerâmicos para as obras financiadas pelos governos, além de ter seu nome divulgado no site do PBQP-H e da entidade mantenedora do programa, que é a Anicer, no âmbito de blocos e telhas cerâmicas. “Cada vez mais as construtoras exigem produtos com PSQ e o trabalho que o setor tem feito de caracterização contribui positivamente. O PBQP-H divulgará uma cartilha com as características dos produtos e o que garante essas características é a cerâmica estar qualificada”, relatou.

Por que certificar? A certificação serve para que a empresa apresente ao mercado a sua filosofia de cumprir as normas estabelecidas no país, respeito ao cliente e atender ao código de defesa ao consumidor que é muito explicito em um de seus artigos, que diz: ser vedado fabricar e comercializar qualquer produto em desacordo com as normas vigentes. “De forma resumida, significa ser reconhecidamente uma empresa focada ao respeito com o cliente”, acrescentou Dias. “O objetivo de qualquer qualificação será o de demonstrar que a cerâmica está produzindo um produto 100% adequado às normas ABNT, diferentemente de uma certificação ISO que destaca que o sistema de gestão da qualidade atende a uma norma e o produto a um pa-

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drão de qualidade atende determinado cliente”, disse. Para o coordenador de certificação de produtos da ABNT, Felipe Dytz, certificar os produtos é a comprovação para os cliente e sociedade que aquele produto atende a norma técnica em vigor, garantindo um desempenho que os demais concorrentes não certificados não podem garantir. “Quando falamos em certificação o selo Inmetro poderá ser impresso em baixo ou alto-relevo em cada peça fabricada, para tanto a empresa deverá implementar/adequar o seu sistema de gestão de qualidade, adequar seus produtos aos parâmetros normativos e solicitar junto ao organismos certificadores a realização de auditoria de conformidade. Após estas etapas, são realizados ensaios de conformidades e, depois disso, este processo é concedido à empresa o benefício do uso da marca Inmetro como produto certificado. Às empresas qualificadas ao PSQ não lhe são concedidos o benefício do uso da marca no produto”, explicou o tecnólogo.


Após mais de 20 anos no mercado atuando na implementação de sistema de gestão da qualidade, Dias afirmou que em sua grande maioria as empresas possuem pessoas qualificadas a atuarem na implementação do sistema. “Mas se fosse definir como necessário a contratação de um profissional, este seria o técnico em cerâmica. Sou um entusiasta na introdução deste profissional nas cerâmicas estabelecidas em nosso país, por acreditar nos benefícios gerados com a existência deste. Sempre recomendo às empresas em que atuo, e demonstro os benefícios deste profissional como figura central do sistema de gestão da qualidade. Um jovem recém formado, que seja bem orientado, tem totais condições de ser o gerente de amanhã. Possuo exemplos de jovens que estiveram atuando comigo no início e, após uma orientação, são gerentes de laboratórios, gerentes de plantas ou coordenam laboratórios de processo em algumas das mais renomadas cerâmicas neste país”, contou.

Quanto ao custo deste profissional, Dias afirmou que será sempre menor do que o benefício. “O mais importante é termos a consciência de que este profissional "Se Paga", e fiquem certo que isso acontece. Basta entender que ele atuará no controle de perdas e, em muitos casos que vemos no país, isso supera 30% facilmente”, complementou.

D E S E N VO LV I M E N T O

Implantação do sistema de gestão da qualidade

Promoção dos produtos Para promover o produto cerâmico frente aos concorrentes, Dias orientou que é preciso adequar dois setores fundamentais para disseminação da filosofia da qualidade, que são os setores comercial e de assistência técnica. “Ter vendedores técnicos que possam apresentar os produtos com nível técnico de conhecimento capaz de orientar o cliente a tomar as melhores decisões antes, durante e depois da obra é o segredo do sucesso de muitas organizações”. Conforme Dias, possuir um programa de assistência técnica devidamente estabelecido é a certeza de conquista e fidelizar seus clientes. “Hoje vejo um potencial enor-

me para o jovem que sai do curso de Técnico em Cerâmica em atuar nestes setores para que assim se tornem formadores de opinião, pois este profissional aliaria o conhecimento no processo produtivo com a aplicação do produto, tornando-o um profissional completo para o setor de vendas e assistência técnica”, finalizou. NC

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D E S E N VO LV I M E N T O

IFG certificará 25 trabalhadores na área de cerâmica Capacitação é ofertada no IFG, campus Uruaçu, no Norte Goiano, e alia prática à teoria

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Em julho deste ano, 25 trabalhadores vinculados a empresas ceramistas do Norte de Goiás irão concluir o primeiro curso Técnico em Cerâmica oferecido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), campus Uruaçu. Conforme o coordenador do curso, Luciano Alves, a capacitação começou no segundo semestre de 2013. “Preparamos os alunos para o mercado de trabalho por lhes oferecer disciplinas práticas e teóricas ligadas à realidade do mercado”, disse. Regina Cabral Mendonça da Silva é uma das estudantes que receberá o certificado em julho. Para ela, o mercado exige muito essa especialização na área, já que hoje em dia é necessário pessoas qualificadas para se obter um trabalho mais seguro. O curso a ajudou a ter mais conhecimento sobre o


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setor. Para o trabalhador Fabio Ribeiro Ferreira não foi diferente. Conforme ele, o curso auxiliou a adquirir mais experiência na área de cerâmica. Se para Regina e Fábio a capacitação tem ajudado a adquirir mais experiência na área, para Jorge Possidônio dos Santos e David Cardoso de Moura a especialização auxiliou a ter chances de crescer na empresa em que trabalham e a exercerem cargos melhores. “O curso também valeu a pena para obter mais conhecimento sobre setor. Além da prática, conseguimos um conhe-

cimento teórico mais aprofundado”, acrescentou Moura. Regina, Fábio, Jorge e David são funcionários da cerâmica Estrela, localizada no Norte Goiano. Para eles, um técnico em cerâmica é muito importante dentro de uma fábrica, pois ajuda a melhorar o controle do processo produtivo, a qualidade do produto, reduzir perdas e a criar melhores condições para se conseguir a certificação do produto. Para o secretário da Associação dos Ceramistas do Norte de Goiás (Asceno), Joni Lúcio da Costa, a certificação destes trabalhadores é um sucesso para a atividade da indústria da região. “O curso vai permitir que o ceramista saia da situação de oleiro, comece a trabalhar com técnica e caminhe para ser empreendedor, empresário”, disse ele. A formação, conforme Joni, integra o planejamento estratégico do Arranjo Produtivo Local (APL), firmado entre a Asceno e as esferas de governo estadual e dos municípios do Norte Goiano, que tem vigência até 2034.

A criação do curso

Foto: divulgação

A criação do curso, que começou em agosto de 2013, partiu de um pedido da Asceno, entidade que representa 42 empresas do setor. De acordo com o professor Luciano Alves, coordenador do curso, o norte de Goiás e o Vale do São Patrício constituem um polo considerável de produção cerâmica, importante campo de trabalho para jovens e adultos, mas carente de

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qualificação técnica, além de enfrentar o problema da dispersão dos trabalhadores num grande território. Foi em função destes fatores que o IFG acolheu o pedido da associação e estudou o tipo de curso que seria mais adequado aos trabalhadores com prática no ramo. Como os candidatos trabalham em indústrias ceramistas distribuídas na parte norte do estado, o campus decidiu oferecer um curso técnico pós-ensino médio na modalidade à distância. A carga horária é de 1,4 mil horas, sendo 60% à distância, 40% presencial e mais um estágio de 120 horas a ser feito na indústria onde o aluno já trabalha. Conforme o coordenador do curso, Luciano Alves, o objetivo é capacitar os profissionais que estão inseridos no mercado de trabalho, bem como os demais que tem interesse nessa área do conhecimento.


Durante um ano e meio, o curso aborda 24 disciplinas, entre práticas e teóricas, onde se destaca o estudo da cerâmica tradicional, cerâmica branca (piso e revestimento), vermelha (tijolo, bloco vazado, telha, lajota), cerâmica artística (porcelana), pintura; além de conteúdos sobre gestão ambiental, empreendedorismo, administração industrial, venda, ética, cidadania,

química aplicada, redação técnica e língua portuguesa. Os 25 trabalhadores que iniciaram o curso em 2013 concluirão estas disciplinas em março de 2015. O estágio será realizado de abril a julho. Neste período, o estudante será supervisionado na indústria por um professor do campus Uruaçu e por um profissional da empresa.

Perfil profissional

Estimativas O secretário da associação estima que as 42 indústrias de cerâmica do Norte Goiano e do Vale do São Patrício empreguem 1,3 mil trabalhadores. Ele explica que existem empresas grandes, sendo que apenas uma é certificada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), mas que a maioria é de médias e pequenas. Com os trabalhadores certificados pelo curso técnico, a expectativa da associação é que esse quadro se modifique. Segundo Joni, há campo de trabalho para técnicos formados e certificados na área. A associação espera que, ao concluir o curso em 2015, o campus Uruaçu abra uma nova turma.

e laboratorial (pesquisa e inovação). Deste modo, o curso prepara um profissional apto para atuar nas indústrias fabricantes de materiais cerâmicos, como blocos cerâmicos, telhas, placas cerâmicas para revestimento e refratários, entre outros.

Foto: Cerâmica Gatto

Os técnicos em cerâmica serão preparados para compreender e atuar no processo de fabricação e desenvolvimento de materiais cerâmicos, a fim de desempenhar funções técnicas relacionadas com às transformações físicas e químicas das matérias-primas em nível industrial

D E S E N VO LV I M E N T O

Grade curricular

Com informações do Ministério da Educação. NC

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GESTÃO 24

Recursos Humanos nas empresas do setor Ser proprietário de um negócio não é tão simples quanto parece. Para muitos, ser dono de uma empresa é apenas estar à frente dos negócios, dar ordens e só. Porém, além desta atividade, o empreendedor precisa estar atento a todas as áreas que envolvem sua empresa. Uma delas é a de Recursos Humanos, que desenvolve e gerencia planos de carreira nas empresas, elabora planos de recrutamento, seleção, avaliação e treinamento de pessoal. Para o especialista em gestão de projetos, Danilo Castro Oliveira, a gestão de Recursos Humanos de uma cerâmica deve ser norteada por um prévio planejamento estratégico. “O ideal é que a empresa faça ações que vão além das implicações legais ou do suprimento das necessidades individuais, assegurando para o lado dos gestores a certeza de recursos humanos suficientes, aptos para as tarefas e, do lado das pessoas, a confiabilidade necessária para o desenvolvimento de suas carreiras. Ainda segundo ele o gerenciamento das pessoas dentro da fábrica é muito importante para o sucesso empresarial. “Conceitos de administração de recursos humanos devem ser aplicados em todos os níveis e dentro da fábri-

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ca. As pessoas, muito além das necessidades básicas, devem sentir-se motivadas e ainda participantes da organização. Somente assim os gestores conseguirão potencializar as habilidades individuais em prol do todo organizacional”, relatou. Para uma gestão ideal na área de Recursos Humanos, de acordo com Oliveira, três palavras fundamentais devem ser lembradas: conceitos, criatividade, conhecimento (prático). “Conceitos porque sem a fundamentação teórica necessária fica impossível a criação de planos táticos e operacionais eficazes. Criatividade porque as questões de custos e de recursos disponíveis, dentre eles pessoas disponíveis para trabalhar no ramo de cerâmica vermelha. Conhecimento (prática), este talvez o diferencial de gerenciamento, dado às peculiaridades do ramo de cerâmica, conhecimento das necessidades de cada função, setor ou tarefas são fundamentais para uma administração de recursos humanos eficaz”, disse. No setor de cerâmica vermelha, onde os custos são muito altos e o valor agregado dos produtos é baixo, manter uma área específica de Recursos Humanos é praticamente impossível, conforme Oliveira. “Porém é de vital importância administrar profissionalmente os recursos humanos. Para viabilizar as ações, os administradores podem recorrer às universidades, nestas instituições, há uma gama enorme de conhecimento que pode ser utilizado, através de pessoas que estão se formando, de projetos que possam ser aplicados às empresas de cerâmica; ou recorrer a outros órgãos apoiadores de empresas como Sebrae e Senai, estas organizações existem em função das necessidades das empresas e na maioria dos casos não são utilizadas”. Outra dica do especialista em gestão de projetos é recorrer a consultores autônomos. “Estes realizam um papel importante de intercâmbio de experiências trabalhadas em outras empresas, vão muito além da parte teórica, sabem o que dá certo e o que pode dar errado nas ações de gerenciamento de pessoas”, complementou.


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Principais erros das cerâmicas quanto à gestão de RH Inexistência de política de administração de cargos e salários é um dos principais erros cometidos por empresas cerâmicas, segundo o especialista em gestão de projetos. “As pessoas têm necessidades, anseios, sonhos, vontades, valores que culminam em ações, estas ações se gerenciadas com eficiência colaboram para o desenvolvimento da empresa. Uma política de cargos e salários é importante porque fica formalizada e deve ser clara a todos os colaboradores”, esclareceu. Conforme Oliveira, sobrecarga de tarefas, baixa remuneração, falta de comunicação com líderes, desorganização de atividades e

até função inadequada são razões apontadas para a desmotivação e para a improdutividade de uma equipe ou de um colaborador. Outro ponto que o ceramista precisa cuidar é com a alta rotatividade. “Além dos custos com desligamentos e admissões, o alto índice de rotatividade está diretamente ligado à queda de produção e ao desgaste do clima organizacional, pois os funcionários sentem que não possuem desafios ou chances de crescimento. A alta rotatividade influencia na imagem da empresa no mercado e entre funcionários na propaganda boca a boca”, contou.

Ações para motivar seus funcionários

As funções realizadas pelos funcionários no ramo de cerâmica geralmente são rotineiras, levando ao costume e posterior desmotivação. “Por experiência, é preciso atividades que mudam a rotina e que busquem o envolvimento das pessoas em de-

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cisões, mesmo que pequenas, os exemplos são vários, porém quase todos são baseados em ações grupais de interação entre as pessoas e do grupo com a empresa”. Os administradores também devem buscar ações educativas. “É comum os funcionários optarem erroneamente por créditos bancários, sobre serviços e benefícios oferecidos por instituições de apoio às indústrias. Dicas de prevenção de saúde também são sempre bem-vindas. No mesmo sentido, algumas ações culturais podem ser aplicadas e, sem custo, as instituições de apoio às indústrias mantêm em suas agendas atividades culturais de baixíssimo custo”. “A ideia é que a empresa se “envolva”, muito indiretamente, nos mais diversos assuntos da vida das pessoas, não como solidária e, muito menos trazer para si as funções sociais dos governos, como saúde, educação e cultura. Os administradores devem entender, ou seja, estudar o grupo de colaboradores e seus familiares e tentar interagir na busca de uma qualidade de vida melhor para os seus funcionários”, explicou.


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GESTÃO

Outras práticas comuns - Lembrança de datas comemorativas oficiais do calendário: Páscoa, Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Dia do Amigo, entre outros. - Nunca se esquecer do aniversário do colaborador: uma data importantíssima de ser lembrada; - Compartilhar com a equipe momentos especiais de um funcionário, tais como: nascimento do filho de um colaborador, casamento, formatura; - Lembrar-se das datas que fazem parte da história da empresa: aniversário da empresa, mudança de sede, aumento da equipe; - Realizar alguma ação diferente no início ou final de encontros e reuniões diversas; - Café da manhã especial, almoço diferenciado ou jantar comemorativo; - Presentes personalizados como adesivo, caneca, canetas, agendas e cadernos, entre outros; - Cartões grandes ou pequenos, marcadores de página homenageando de acordo com a data ou evento; - Fazer uma camiseta que registre algum momento festivo ou ação que a empresa está realizando; - Sorteio de alguma viagem ou vale presente.

Bons exemplos No panorama atual é possível exemplificar algumas práticas de sucesso na administração de Recursos Humanos em empresas do setor de cerâmica vermelha. Um dos exemplos é a cerâmica Waldow, em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. A indústria mantém moradias nos arredores da empresa e proporciona às pessoas que lá trabalham todas as condições necessárias aos familiares de todos os colaboradores. “Este trabalho é feito ao longo da vida profissional das pessoas. Sendo que vários colaboradores quando de lá saem, ou seja, deixam de morar nas propriedades da empresa, vão para casas que conseguiram adquirir ao longo da vida profissional. Além das condições para as famílias das pessoas, a Waldow tem vários sistemas de ganhos individuais, assegurando a quem tem disposição para o trabalho remunerações relativamente satisfatórias”, contou Oliveira. A cerâmica Pasquali, em São Mateus do Sul, no Paraná, é outra empresa que investe em RH. “O administrador Edmir Pasquali realiza um

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trabalho de premiação individual por atingimento de metas de produção mensais, onde as pessoas têm aportes monetários que fazem a diferença em seus salários”, relatou Oliveira. Além de premiações mensais, os colaboradores têm participações nos resultados, divididos com critérios previamente determinados nas comemorações de final de ano. Além da Waldow e da Pasquali, a cerâmica Corrêa, em Pelotas, no Rio Grande Sul, também valoriza a área de RH. O proprietário Roberto Corrêa proporciona a seus colaboradores carreiras sólidas e, em muitos casos, proporciona a aquisição de caminhões e máquinas pelos colaboradores, através de acertos de tempo de serviço. “O administrador encoraja as pessoas que lá trabalham em seguir carreiras com seus próprios recursos. Basicamente o que o governo federal está tentado fazer, beneficiando as pessoas através de apoios a Micro Empresários Individuais, a figura do ceramista Roberto Corrêa já o faz há muitos anos”, disse Oliveira. NC


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ENTREVISTA

Planejamento a longo prazo A entrevista especial deste mês é com o presidente do Instituto para o Desenvolvimento Sustentável (IDS), o PhD Antônio Luís Aulicino. O tema abordado é Processo Prospectivo, utilizado para construção do futuro estratégico de longo prazo, que proporciona a predisposição para fazer mudanças, rupturas/ inovações, preparar as pessoas e adaptar os recursos para enfrentar possíveis adversidades e aproveitar melhor as possíveis oportunidades NC - O que é a Metodologia do Processo Prospectivo? Antônio Luís Aulicino - O Processo Prospectivo é utilizado para elaborar um planejamento de longo prazo que proporciona para a organização a antecipação para orientar as ações com apropriação dos diversos participantes. As situações em que podem ser elaborados os processos prospectivos são para: Organizações (empresas, associações sem fins lucrativos, fundações, cooperativas, e outros tipos organizações públicas e privadas), territórios (municípios, conjunto de municípios, estados, conjunto de estado, países), organizações e território (APLs, implantação de: grandes complexos industriais, universidades, polo turístico, hidroelétrica e o respectivo território em que está envolvido, ou outras combinações entre organizações e território), temas (Recursos Hídricos, Sistema Energético Territorial, Sistema Tributário, Sistema Político e outros temas que envolvem diversos tipos de stakeholders – agentes sociais). NC - Para que serve a Metodologia do Processo Prospectivo? ALA - O Processo Prospectivo deve ser utilizado para elaborar planejamentos de longo prazo, acima de dez anos, podendo ser utilizado para menos, por exemplo: cinco ou mais anos. Ele proporciona construir a visão estratégica do futuro da organização e nes-

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se horizonte administrar as incertezas do futuro e mitigar os possíveis riscos. O Processo Prospectivo tem como objetivo encontrar os fatores-chave que serão os motores para construir a visão estratégica do futuro da organização, se for o caso. O grande problema em países em desenvolvimento é que os mesmos não possuem essa cultura. Por essa razão, que atualmente estamos passando por várias crises, tais como: crise da água, crise da energia elétrica, crise do sistema político e vários outros problemas que surgem por falta de planejamento de longo prazo. Nas organizações, esse problema ocorre em razão dos planejamentos serem realizados somente para o curto prazo, e nesse caso para no máximo um ano. Há necessidade de fixar metas e elas só podem ser efetuadas para o curto prazo. Para o longo prazo, há necessidade de analisar como executar as ações estratégicas para que ocorram os fatores-chave motores identificados e atendam as diversas dimensões em que a organização está inserida. Isso significa que é um sistema complexo e deve ser encarado como tal.

NC - Porque é importante o Processo Prospectivo? ALA - A importância do Processo Prospectivo está em proporcionar a construção da visão estratégica do futuro com os diversos repre-


ENTREVISTA

sentantes das várias áreas da organização, além de integrar e propiciar a interação entre elas, podendo deixar a organização predisposta a fazer mudanças. E o fato de compartilhar com as pessoas, que é o conceito “empoderamento”, faz com que as pessoas adquiram informações e aprendam, se preparando para construir a visão estratégica do futuro da organização. NC - De que forma a metodologia auxilia às organizações? ALA - A metodologia auxilia as organizações tanto durante a elaboração do processo quanto na identificação dos fatores motores que propiciarão a construção da visão estratégica do futuro da organização. No que se refere durante a elaboração do processo prospectivo, as pessoas da organização estarão tendo um aprendizado sobre a organização e gerando um interrelacionamento entre as diversas áreas, que propicia a estrutura de gestão interdepartamental e proporciona à organização desenvolver um time, diferente de equipe ou de grupo, e com isso buscar melhores resultados. Essa experiência eu tive quando fui presidente do Grupo Eternit. A estrutura interdepartamental proporciona à organização ter uma visão conjunta e as pessoas aprendem a trabalhar juntas, formando um time, onde um cobre o outro sem gerar uma competitividade interna que prejudica os resultados da organização. NC - Por que as organizações devem aplicar esta metodologia? ALA - Porque, além de construir uma visão estratégica do futuro da organização em conjunto com as pessoas que nela trabalham, proporcionará uma integração e interação entre elas, resolvendo muitos problemas, reduzindo freios e inércias, que prejudicam o desenvolvimento da organização, e eliminando as barreiras para efetivar as mudanças e rupturas (inovações de gestão) necessárias para a organização se desenvolver de forma sustentável e manter sua perenidade, apresentando ótimos resultados. NC - Qual a diferença entre Projeção e Prospectiva?

ALA - Projeção é o prolongamento ou inflexão no futuro de tendências passadas e atuais. Enquanto, prospectiva é a antecipação para orientar a ação, que constrói a visão estratégica do futuro, com apropriação das pessoas. Implica em ver: longe, com amplitude, com profundidade; com ousadia e tomar riscos; pensar no ser humano; de maneira diferente (caçar ideias); juntos (apropriação); e utilizar técnicas e métodos rigorosos e participativos. NC - Quais os erros mais comuns das empresas quando o assunto é planejar o futuro? ALA - O erro mais comum ocorre, quando a organização ao invés de planejar a construção de seu futuro, quer adivinhar seu futuro. O futuro é a administração das incertezas e minimizar os riscos possíveis que podem ocorrer na construção de seu futuro. Isso não as impedem de fixar metas no curto prazo para suas áreas de vendas e de produção, que é diferente de adivinhar o futuro e querer que ocorram as metas fixadas. Quantas organizações conseguem atingir as metas fixadas, com desvio zero, isto é, sem que ocorram os desvios normais em relação à meta fixada, em

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ENTREVISTA

esse conjunto de organizações e depois cada uma das empresas desse APL elaboraria seu Plano de Longo Prazo, se adaptando às novas tecnologias, à preparação das pessoas para essas novas tecnologias e à nova gestão da empresa. Esse planejamento contribuirá para o desenvolvimento do APL e fornecerá subsídios para o planejamento de longo prazo das empresas que o compõem, fortalecendo todo o APL. NC - Como funciona esta metodologia? O que é preciso para aplicar a metodologia? ALA - O Processo Prospectivo possui etapas que são encadeadas e se complementam. Para aplicar o Processo Prospectivo é necessário, inicialmente, criar uma Governança do processo que é composta por dois comitês, um de direção e outro técnico. As pessoas que participam dessa governança no caso de organizações são Comitê de Direção e Comitê Técnico Prospectivo. razão das incertezas do futuro, mesmo de curto prazo. As metas são fixadas para motivar o desempenho das equipes, e para que elas se motivem a encontrar formas de atingir as metas fixadas, ou poderia dizer construir essas formas por meio de ações que poderão atingir os resultados esperados, mas o ambiente poderá gerar fatores que poderão interferir nos resultados, tanto para melhor quanto para pior. Exemplo de inundações, crise financeira mundial, crise econômica num determinado país que terá influências fortes no desempenho do nosso país e assim por diante. NC - De que forma esta Metodologia de Processo Prospectivo pode contribuir para empresas do setor de Cerâmica Vermelha? ALA - O Processo Prospectivo pode contribuir na construção da visão estratégica do futuro das empresas do setor de cerâmica vermelha. Em razão da sua característica, que necessita da matéria-prima para produção dos produtos de cerâmica vermelha, seria importante elaborar o processo para o setor, no caso de haver um Arranjo Produtivo Territorial, que é chamado de APL. Dessa forma, o planejamento de longo prazo seria elaborado para o APL que mostraria o cenário futuro mais adequado para

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NC - Como funciona no caso da elaboração do Processo Prospectivo de um APL da Indústria Cerâmica? ALA - Nesse caso, há necessidade de criar a governança da mesma forma que foi explicado para a organização, porém deverá ser acrescentado os diversos representantes dos diversos tipos de Agentes Sociais (Stakeholders) que integram o APL, tais como: fornecedores, clientes, governo federal, estadual, municipal, representantes / especialistas de universidade e/ou institutos de pesquisa, da sociedade do território em que o APL está inserido, dos trabalhadores das indústrias e outros agentes sociais que poderão contribuir na construção da visão estratégica do futuro do APL, onde, posteriormente, cada indústria que participa desse APL terá subsídios para elaborar seu planejamento de longo prazo. Depois de criada a Governança, as pessoas que participarão do Comitê Técnico Prospectivo devem ser preparadas para as funções que irão exercer e para que o processo possa produzir os resultados esperados. Essa preparação propiciará essas pessoas se preparem para realizar os levantamentos das informações necessárias para suportar a elaboração do Processo Prospectivo, como também de sensibilizar e


dos possíveis riscos e crises, minimizando os problemas, ressaltando que o futuro é gerir as incertezas.

NC - É importante as empresas se prepararem para o futuro? Como devem fazer? ALA - É muito importante que as organizações e/ou APL se preparem para o futuro, principalmente, as pessoas que nela trabalham, se integrem e interajam, propiciando à organização a efetuar as mudanças necessárias, como algumas rupturas (inovação de gestão e/ou tecnológica) e esse compartilhamento com as pessoas proporciona a preparação delas para enfrentar o futuro. Com isso, as organizações obterão melhores resultados e minimizarão os riscos.

NC - Esta metodologia pode evitar uma crise no futuro? Por quê? ALA - O Processo Prospectivo pode minimizar os riscos e como consequência minimizar as possibilidades de crises. Como foi explicado anteriormente, o Processo Prospectivo é elaborado considerando as diversas dimensões, que consideramos nove. Dessa forma, estamos considerando os problemas econômicos possíveis, como os sociais, os do meio ambiente, só aqui já consideramos a sustentabilidade. Além dessas, são consideradas as outras dimensões: os problemas legais, os culturais, os políticos, os de segurança e defesa, os de crescimento ou redução demográfica, e quais as tecnologias que poderão contribuir com o futuro e minimizar alguns dos possíveis problemas. Com isso, a organização minimiza as possíveis crises futuras, mas deve ser alertada que o futuro possui só incertezas. Por essa razão, a organização deve monitorar o seu ambiente, tanto presente, como seu ambiente futuro.

NC - Em um de seus artigos você diz que a organização está inserida num ambiente que recebe influência de várias dimensões. Quais são estas dimensões? ALA - As dimensões são importantes para que a organização e/ou APL não analise somente sob um ou dois pontos de vistas, ou seja, a dimensão econômica e financeira, como normalmente é efetuado, e/ou a social, sendo que a organização e/ou APL estão inseridos num ambiente multidimensional. Quando se analisa uma organização e/ou APL numa só dimensão, a probabilidade de ocorrência de problemas e crises são grandes, no médio e longo prazo. No Processo Prospectivo são consideradas nove dimensões: social, econômica, meio ambiente, estas três dimensões que compõem o desenvolvimento sustentável, mais as dimensões: demográfica, segurança e defesa, política, cultural, legal e tecnológica. Ao efetuar a combinação dos diversos fatores-chave motores entre as diversas dimensões, surgirão ações de mitigação

NC - Quais os tipos de futuro? ALA - O futuro ele é construído e, para isso, há necessidade de verificar qual cenário é desejável, verificar se ele é possível e se é realizável. Os cenários podem ser: de tendência – é elaborado a partir das evoluções passadas e do conhecimento sobre as próximas mudanças, um retrato futuro ainda não implantado, que, as vezes, é necessário, tais como: urbanização, demografia (aumento da população), porém, as vezes, prejudicial como a urbanização sem um planejamento, o aumento da população num determinado território e outras tendências; de ruptura – uma mudança radical de orientação, às vezes brutal, que necessita inovar, isto é, fazer totalmente diferente do que vinha sendo realizado; e de tendência e de ruptura – é um cenário que considera algumas evoluções do passado e procura romper de forma radical em algumas evoluções. Esta opção atende melhor a construção da visão estratégica do futuro, porque haverá necessidade de utilizar a tendência para alguns

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ENTREVISTA

conscientizar as pessoas da organização e/ou do APL, com a finalidade de mobilizá-las para a realização do Processo Prospectivo, sabendo que a mobilização dessas pessoas propiciará a condução das mudanças necessárias para construir a visão estratégica do futuro da organização e/ou do APL. Essas pessoas foram preparadas para realizar seis etapas. São elas Análise Conjuntural, Análise Estrutural, Relembrar a oficina Árvores de Competência, Análise Morfológica, Construção de Cenários ou Maquetes e Avaliação do Processo Prospectivo por meio dos Resultados e Impactos.

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ENTREVISTA

fatores-chave motrizes e de utilizar a ruptura para efetuar uma mudança radical de orientação, proporcionando as possíveis inovações. NC - Porque cada uma das nove dimensões são importantes? ALA - As dimensões são importantes porque a organização e/ou APL estão inseridos num ambiente cuja realidade tem múltiplas dimensões. Isto significa que o Processo Prospectivo deve levar em consideração a ideia de um sistema complexo, devendo ter uma preocupação maior com: todas as dimensões que envolvem a organização e/ou o APL; os agentes sociais que interferem na organização e/ou no APL, como também são influenciados; e o dinamismo do ambiente em que a organização e/ou APL estão inseridos. Essa preocupação propiciará à organização avaliar suas ações nas diversas dimensões ao mesmo tempo, minimizando as possíveis consequências de análise de uma única dimensão, que geralmente é a econômica, e em decorrências poderá haver problemas sociais, no meio ambiente, legais de regulamentações, tecnológicos, de segurança e defesa e outros problemas que podemos verificar nos últimos anos, tanto mundiais (crise econômico/financeira), a seca, a falta de água, quanto locais e nas organizações como consequência de considerar somente uma ou duas dimensões, sem verificar as consequências nas demais dimensões. NC - Nesta velocidade em que ocorrem as inovações, como o empresário deve agir? ALA - O empresário diante do futuro pode ter cinco atitudes: Inativo: esperar, ser contemplativo e seguir sem destino com passividade; Ser ativo: agir conforme as regras do jogo; Ser reativo: reagir por estímulos exteriores e se adaptar

"O Processo Prospectivo pode minimizar os riscos e como consequência minimizar as possibilidades de crises"

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às situações; Ser pré-ativo: se preparar para mudanças previsíveis; Ser pró-ativo: antecipar as mudanças, isto é, provocá-las. Portanto, o empresário deve procurar sempre ser pró-ativo, porque com esta atitude encontrará as mudanças necessárias para inovar em sua organização, gerando rupturas necessárias, que tornarão sua organização de vanguarda. NC - O que é inovação e porque inovar é preciso? ALA - Inovação é uma atividade complexa, que se inicia com a concepção de uma nova ideia, passa pela solução de problemas e vai até a real utilização de um novo item de valor. Isso significa fazer de forma diferente, quando há uma ruptura (rompimento) em relação ao que vinha sendo efetuado e começa a ser realizado de forma diferente, com inovação de valor, criando valor para o cliente com um baixo custo. Além disso, a organização para inovar deve ser pró-ativa, isto significa que ela deve antecipar as mudanças e se possível provocar as mudanças, sendo empreendedora. O Processo Prospectivo contribui para provocar as mudanças, ser inovador, quando identifica as possíveis rupturas. NC - As organizações estão preparadas para perceber o que ocorre no seu ambiente? ALA - No Brasil, as organizações não estão preparadas para monitorar seu ambiente, porque a maioria é departamentalizada, o que significa que cada departamento tem o seu objetivo, para atender o objetivo maior que é o da organização. No entanto, esta estrutura está mais focada em atender a sua atividade do que ficar preocupada com o que ocorre na organização como um todo, que impossibilita ela ser transdepartamental, isto é, estar preparada para lidar além dos muros da organização, com o seu ambiente, que possui as nove dimensões e diversos tipos de agentes sociais (stakeholders). Para ser transdepartamental, a organização deve ter uma gestão interdepartamental, em que cada departamento além de estar preocupado em atender os seus propósitos, procura integrar com os demais departamentos, de maneira conjunta, com apropriação, isto significa, com conhecimento, dedicação e comprometimento de todos, de tal forma a atender os objetivos da organização. NC


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Setor questiona e tenta reverter exigências na NR-12 A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) apresentará, junto com a CNI, algumas alternativas para flexibilizar da NR-12, norma que regulamenta o uso de máquinas, e principalmente acabar com a exigência que prevê o enquadramento da lei, sancionada em 2010, de todas as máquinas, independentemente da data de sua fabricação. Segundo o coordenador do Conselho Temático de Relações do Trabalho da Fiep, Carlos Walter Pedro, a norma brasileira tem aspecto positivo, como o seu rigor. Mas, ao mesmo tempo, pune empresas que investiram anteriormente em equipamentos e precisam fazer adaptações que elevam os custos da produção. “O que nós precisamos conseguir é que a NR-12 não atinja as máquinas do passado. Não existe uma lei que retroaja e essa norma está retroagindo. A luta da Fiep, e que nós estamos travando, é para que essa lei valha para as máquinas fabricadas da edição da norma para adiante”, disse. Para Walter Pedro, essa ruptura com o tempo seria um grande avanço, mas essa possibilidade será possível, segundo ele, com uma ação conjunta com a CNI. “Há reuniões constantes com a CNI, mas temos que considerar que a norma já existe e já estão fiscalizando as empresas. O que nós pleiteamos é uma mudança para que tenha um corte temporal na norma, que ela valha na data que foi editada em diante e não retroaja no tempo”, comentou. O rigor da NR-12, segundo ele, é grande e esse aspecto pode ser preservado nas supostas alterações. “A NR-12 é mais rigorosa que a norma europeia, por exemplo. Uma máquina alemã, que é uma das mais avançadas do mundo, não passaria pelas nossas normas internas daqui da NR-12, mas tudo bem. Precisamos avançar e proteger a questão da integridade física dos nossos trabalhadores”, concluiu. Segundo o engenheiro de Segurança e Consultor do Senai para a Construção Civil,

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Bruno Caruso Bilbao Adad, existem problemas técnicos também e que podem atrapalhar o processo de adaptação à norma. “Pela nova norma, as máquinas precisam ser adaptadas, alinhadas e isso, muitas vezes, tecnicamente, é muito difícil de conseguir. Me parece que desse ponto de vista técnico é boa, mas do ponto de vista da aplicabilidade para as máquinas antigas ela criou de fato um problema para quem adquiriu as máquinas, ou seja, se transferiu a responsabilidade da adequação dessas máquinas para quem comprou”, comentou. Adad destacou o sentimento que ocorre nas empresas em relação a isso. “O que sentimos nas empresas é que elas têm reclamado bastante sobre a temporalidade disso. O segundo problema é que se colocou aos empresários a necessidade de que eles têm que investir nessa nova norma para suas empresas. O problema são os recursos. Estamos falando de pequenas empresas que precisariam de aportes financeiros, e de que forma poderia ser equacionado isso de maneira que não impacte fortemente na saúde financeira das empresas”, ressaltou. O consultor relata também que a maior divulgação da NR-12 pela mídia fez com que ela fosse mais conhecida e que alguns pontos passassem a ser mais considerados. “Desde dezembro de 2010, a norma entrou em vigor e tomou um vulto maior agora, talvez a divulgação (na época) não tenha sido efetiva, mas agora com ela aprovada é que se viu as dificuldades. Com três anos ela está sendo questionada inclusive judicialmente do ponto de vista de sua pertinência”, avaliou. A norma é aplicada a todas as máquinas. “Ela se aplica a uma máquina, a um motor. Se você tem alguém que faça um suco de cana, ela deve ser aplicada. Há um movimento nacional em que todos os sindicatos e federações acordaram ideias para uma nova proposta, que foi encaminhada ao ministério recentemente e em breve deveremos ter uma resposta”, finalizou. Fonte: Sindicer/PR


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ARTIGO TÉCNICO

Incorporação de resíduo de cerâmica vermelha em argamassas de múltiplo uso Trabalho apresentado no 57º Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 19 a 22 de maio de 2013, em Natal, no Rio Grande do Norte

Resumo A indústria de cerâmica vermelha é responsável pela produção de blocos, tijolos e telhas, gerando uma quantidade significativa de resíduos no seu processo de produção. O município de Campos dos Goytacazes é considerado um dos maiores produtores do Rio de Janeiro, onde os resíduos gerados não possuem destino apropriado. Neste âmbito, tal pesquisa tem como propósito caracterizá-lo para utilização em argamassa e múltiplo uso, e avaliar as propriedades das argamassas produzidas com o mesmo. Para isso foram analisados os seguintes parâmetros, de acordo com as normas da ABNT: índice de consistência padrão, teor de ar incorporado, retenção de água e resistência à compressão. Os resultados mostraram bom desempenho mecânico e foi satisfatório para as demais propriedades estudadas. A partir daí concluímos a viabilidade da incorporação do resíduo nas argamassas, reduzindo o seu custo.

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Alexandre, J. (1); Xavier, G.C. (1); Trindade, J.C. (1); Goliath, K.B. (1); Azevedo, A.R.G. (1) Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Introdução A indústria da construção civil foi uma das áreas que mais cresceu nos últimos anos. Esse fato pode ser interpretado como uma consequência do número de programas voltados especificamente para a habitação e a realização de grandes obras em prol do desenvolvimento do país. Neste cenário de intenso crescimento nos deparamos com a problemática da geração de resíduos, que em análise preliminar não possuem valor econômico e prejudicam o meio ambiente. Os principais problemas relacionados aos resíduos são a falta de locais apropriados para a deposição dos mesmos, além de problemas ambientais e de saneamento público. Em virtude disso, buscam-se alternativas que tenham por finalidade reduzir os prejuízos causados pelo assunto em questão. A incorporação de resíduos nos materiais de construção apresenta-se hoje como uma opção bastante relevante e com grande potencial de minimização de impactos ambientais, diminuindo o volume de rejeitos a serem descartados, uma vez que o resíduo de um processo se torna insumo de outro. Outra vantagem dessa incorporação se refere ao custo da produção que é reduzido devido, por exemplo, à economia de energia e à diminuição de gastos com matéria-prima. O município de Campos dos Goytacazes é um dos maiores polos produtores de cerâmica vermelha do país e consequentemente é um dos maiores geradores de resíduos sólidos de cerâmica. Os rejeitos produzidos


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ARTIGO TÉCNICO

por essas indústrias, em sua maioria, não possuem destinação apropriada, fato que se torna um agravante para a região. Outro ponto importante refere-se ao fato de que a incorporação de resíduos visando reduzir a quantidade de cimento para determinada finalidade possui o grande benefício de reduzir a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Este último é responsável por cerca de 7% da emissão anual, portanto qualquer redução nesse valor já pode ser interpretada como uma vantagem. Neste contexto, o presente trabalho tem como principal objetivo a substituição de parte do cimento por resíduo cerâmico proveniente das indústrias de Campos dos Goytacazes na produção de argamassas, verificando suas propriedades e seu desempenho. Para tanto, foram realizados ensaios de índice de consistência padrão, capacidade de retenção de água, teor de ar incorporado e testes de resistência à compressão, todos de acordo com as normas técnicas vigentes (ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Materiais e métodos Materiais: Para a confecção das argamassas foi utilizado, além dos produtos convencionais (cimento e areia), o resíduo de cerâmica moído. As características referentes a cada um desses materiais estão descritas a seguir. Cimento O cimento utilizado durante toda a pesquisa foi o cimento Portland conhecido como CP II E 32, composto com adição de escória de alto forno, da marca “Votoran”. Algumas de suas características físicas foram verificadas como, por exemplo, sua

massa específica teórica de 2,92 g/cm3 e superfície específica Blaine de 342 m2/ Kg. Uma caracterização química (tabela 1) também foi efetuada através do processo de análise de espectroscopia por fluorescência de raios-X de energia dispersiva (EDX), em um equipamento Shimadzu EDX-700. A tabela 1 apresenta os resultados dessa análise. Agregado Miúdo O agregado miúdo utilizado foi adquirido no próprio município de Campos dos Goytacazes, proveniente do Rio Paraíba do Sul. O material apresentou módulo de finura de 3,23, massa específica aparente de 1,39 g/cm3 e massa específica teórica de 2,65 g/cm3. Resíduo Cerâmico Moído O resíduo empregado na pesquisa é proveniente de indústrias de cerâmica do município de Campos dos Goytacazes, coletados dos próprios pátios de 6 fábricas distintas. Cada uma dessas indústrias utiliza uma temperatura de queima, estando todas na faixa entre 500°C e 1000°C. Essas temperaturas foram fornecidas pelos fabricantes e medidas no local com o auxílio de um Termopar. Após a coleta, o material foi submetido a uma moagem em um moinho de bolas, onde foi fragmentado até que alcançasse o tamanho desejado, sem gastos exagerados de energia no processo. Métodos: Caracterização Química do Material Foi realizada a análise de espectrometria por fluorescência de raios-X de energia dispersiva (EDX) para determinação de sua composição química, em um aparelho Shimadzu EDX-700. As amostras foram analisadas em pó, passando, anteriormente ao ensaio, por um processo de secagem em

E lem en tos

CaO

SiO2

Al2O3

SO3

Q uan tidade (%)

70,21

17,03

5,89

3,38

Fe2O3 K2O TiO2 Outros 1,82

0,86 0,44

0,38

Tabela 1: Constituição química do cimento

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ARTIGO TÉCNICO

estufa a 110°C e por um peneiramento na malha ABNT 200. Propriedades Físico-Mecânicas Para a determinação das características físico-mecânicas das argamassas, foram necessárias as seguintes normas: • NBR 13277 (2005) - Capacidade de retenção de água • NBR 13278 (2005) - Teor de ar incorporado e densidade de massa • NBR 13279 (2005) - Resistência à compressão Para a confecção das argamassas, foram obedecidas as especificações da ABNT 13276 (2005) – Preparo da mistura e determinação do índice de consistência. A cura dos corpos de prova foi natural, ocorrido no Laboratório de Engenharia civil da Universidade, com temperatura em torno de 23°C e umidade relativa do ar de aproximadamente 65°C. As argamassas confeccionadas com teores de resíduos cerâmicos tiveram suas propriedades avaliadas tendo como referência a ABNT 13281 (2005), onde são especificados os requisitos para argamassas de revestimento. Foram preparadas quatro misturas diferentes, sendo a primeira uma argamassa convencional, utilizada como referência. As três últimas continham 10%, 15% e 20% da massa de cimento substituída por resíduo cerâmico. O traço utilizado foi de 1:3 (material cimentício: areia) e a relação água/aglomerante foi de 0,52. Capacidade de retenção de água Para a determinação da capacidade de retenção de água, as argamassas foram preparadas e colocadas num molde cilíndrico de dimensões pré-estabelecidas e com massa conhecida. Após a colocação, a superfície foi regularizada com o auxílio de uma espátula e foi verificada a massa do molde contendo argamassa. Duas telas de gaze foram colocadas sobre sua superfície e doze discos de papel-filtro, de massa também conhecida, por cima foi adicionada uma placa metálica e um carregamento de 2Kg, durante 2 minutos.

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Após esse procedimento, determinou-se a massa dos discos de papel-filtro contendo certa quantidade de água retida. Feitos os devidos cálculos especificados em norma, a retenção de água foi determinada. Teor de ar incorporado e densidade de massa As argamassas foram preparadas e colocadas num recipiente cilíndrico de PVC de volume especificado em norma e massa conhecida. A mistura foi posta no molde segundo as determinações da ABNT 13278 (2005), e após a colocação o recipiente contendo argamassa foi pesado. A partir daí foram realizados os cálculos para a verificação da densidade de massa e posteriormente para a determinação do teor de ar incorporado. Resistência à compressão Após a confecção das argamassas, estas foram colocadas em moldes cilíndricos de 5 centímetros de diâmetro e 10 centímetros de altura. Foram moldados quatro corpos de prova para cada tipo de mistura e estes permaneceram 48h no molde sob as mesmas condições de cura. Nas idades de ensaio (7, 14, 28 dias) foi realizada a ruptura em máquina de ensaio à compressão, de acordo com as especificações da norma referente ao ensaio. Por fim, os cálculos foram feitos e o resultado obtido em MPa.

Resultado e discussões Caracterização química A análise química EDX do material foi feita com seis amostras cuja diferença entre elas estava na temperatura de queima. As temperaturas, como já foi dito, variavam de 500°C a 1000° (tabela 2). Capacidade de retenção de água Após a realização do ensaio e os respectivos cálculos feitos, os resultados encontrados são expostos nas figuras 1, 2 e 3.


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500°C

600°C

700°C

800°C

900°C

1000°C

Média

SiO2

46,3

45,9

45,9

46,4

57,2

47,7

48,23

Al2O3

39,1

38,3

38,0

37,9

33,1

37,4

37,30

Fe2O3

8,6

9,5

8,5

8,3

3,2

8,5

7,77

SO3

2,0

1,6

2,3

2,4

1,6

1,9

1,97

TiO2

1,7

1,7

1,7

1,6

1,3

1,6

1,60

K2O

1,7

2,4

2,5

2,7

2,7

2,3

2,38

Outros

0,6

0,6

1,1

0,7

0,9

0,6

0,75

Tabela 2: Caracterização química do resíduo

9 4

R eten ç ã o de Á g ua

ARTIGO TÉCNICO

Óxidos(%)

9 3 9 2 9 1 9 0 8 9 8 8 8 7 5 0 0

6 0 0

7 0 0

8 0 0

9 0 0

1 0 0 0

Tem p eratura

R eten ç ã o de Á g ua (%)

Figura 1: Gráfico da capacidade de retenção de água com 10% de substituição 9 4 9 3 9 2 9 1 9 0 8 9 8 8 8 7 5 0 0

6 0 0

7 0 0

8 0 0

9 0 0

1 0 0 0

Tem p eratura (°C)

R eten ç ã o de Á g ua (%)

Figura 2: Gráfico da capacidade de retenção de água com 15% de substituição 9 4 9 3 9 2 9 1 9 0 8 9 8 8 8 7 5 0 0

6 0 0

7 0 0

8 0 0

9 0 0

Figura 3: Gráfico da capacidade de retenção de água com 20% de substituição

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Teor de ar incorporado As figuras 4, 5 e 6 expressam os resultados deste ensaio. Devido ao grande desvio padrão apresentado pelos valores do gráfico acima, também não houve possibilidade de comparação. As temperaturas de 500°C, 600°C e 800°C mostraram resultados esperados, uma vez que o teor de ar incorporado foi menor nessas temperaturas devido ao melhor preenchimento de vazios pela incorporação do resíduo, porém os demais contrariaram esse conceito. Apesar de os resultados apresentados serem destoantes, todas as argamassas confeccionadas estão dentro do padrão exigido por norma.

1 0 0 0

Tem p eratura (°C)

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Apenas as argamassas com resíduos queimados nas temperaturas de 800°C e 1000°C não apresentaram retenção acima de 90%, sendo classificados, portanto, como retenção normal. Enquanto as outras argamassas foram identificadas como retenção alta. Com 15% de substituição, os resultados foram muito próximos, apresentando pequeno desvio padrão. Neste caso, todas as argamassas foram classificadas como retenção alta.

Resistência à compressão A razão entre a carga de ruptura e a área da seção do corpo de prova resulta na sua resistência (figura 7).


Figura 5: Gráfico do Teor de ar incorporado para 15% de substituição

Figura 6: Gráfico do Teor de ar incorporado para 20% de substituição

Figura 7: Gráfico da resistência à compressão com 10% de substituição

Figura 8: gráfico da resistência à compressão com 15% de substituição

Figura 9: Gráfico da resistência à compressão com 20% de substituição

Para este teor de substituição, todas as argamassas apresentaram resistência maior que a da argamassa de referência, sendo, portanto, verificado um ganho de resistência. As idades mais avançadas apresentaram maior resistência pois o efeito pozolânico do resíduo retarda a hidratação de compostos responsáveis por essa propriedade. O aumento nas primeiras idades

ARTIGO TÉCNICO

Figura 4: Gráfico do Teor de ar incorporado para 10% de substituição

pode ser explicado pelo efeito fíller do resíduo. Já para argamassas com 15% de substituição, os resultados não foram satisfatórios (figura 8), já que foram inferiores ao valor encontrado na mistura de referência. Sendo assim, conclui-se que este teor não é adequado, pois é maior do que a quantidade de hidróxido de cálcio livre para reagir, sobran-

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ARTIGO TÉCNICO

do material pozolânico e não produzindo quantidade suficiente de silicato de cálcio hidratado, composto responsável pela resistência.

De forma semelhante, porém mais acentuada, também ouve diminuição na resistência para o teor de 20% de substituição (figura 9).

Conclusões A análise química mostrou grande semelhança na composição das amostras, isso se deve ao fato de que os produtos cerâmicos fabricados nessa região utilizam o solo desta mesma região, portanto, com composições bem semelhantes. Quanto à capacidade de retenção de água e ao teor de ar incorporado, valores elevados e baixos foram encontrados, respectivamente. Esse fato comprova que ao adicionar finos à mistura das argamassas, estas se tornam mais densas, o que beneficia sua durabilidade. Em relação a resistência à compressão, teores superiores a 15% de substituição do cimento por resíduo cerâmico não apresenta-

ram valores satisfatórios. Apenas em misturas com 10% de substituição foram verificados ganhos de resistência. O melhor preenchimento dos vazios proporcionado pela incorporação do resíduo permitiu uma redução na porosidade e consequentemente na permeabilidade e tornou as argamassas mais plásticas e trabalháveis, fato observado durante a moldagem dos corpos de prova.esse modo, foi obtido sucesso na pesquisa, visto que misturas com 10% de substituição tiveram muitas de suas propriedades melhoradas, evitando o descarte desse resíduo no meio ambiente, reduzindo a emissão de CO2 na atmosfera e diminuindo os custos de produção das argamassas.

Referências ABNT - NBR 13277/2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Determinação da retenção de água. ABNT - NBR 13278/2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Teor de ar incorporado e densidade de massa. ABNT - NBR 13279/2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão. ABNT - NBR 13276/2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Preparo da mistura e determinação do índice de consistência. ABNT - NBR 13281/2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Requisitos. CORDEIRO, B. C. – Estudo da viabilidade técnica de incorporação de resíduos cerâmicos em argamassas, 2006. Tese (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, UENF/RJ, Campos dos Goytacazes. TEBALDI, A. A. – Estudo de parâmetros tecnológicos para qualificação de argamassas projetadas, 2009. Tese (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, UENF/RJ, Campos dos Goytacazes. MEHTA, P.K., MONTEIRO, P.J.M., “Concreto – Microestrutura, propriedades e materiais”, McGraw-Hill, 2006. NC

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