Revista Novacer Edição 11 Março 2011

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NovaCer Nova Cer

Entrevista com o engenheiro mecânico, do INT, Marcelo Rousseau Valença Schwob

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Ano I /Março/2011 - Edição 11

Visão

Como em um quebra-cabeça, na cerâmica Paraíso, em Goiás, cada funcionário é fundamental para o crescimento da empresa

Robôs otimizam transporte Destaque para novas tecnologias na 4ª Expocer Silos de cerâmica qualificam produtos




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SUMÁRIO

EDITORIAL

10: Carta ao Ceramista

FEIRAS

14 à 16: Expocer terá destaque para novas tecnologias do setor cerâmico

GESTÃO

20 à 24: Exemplo na busca por melhorias

GESTÃO

24 e 25: Robotização otimiza transporte

ENTREVISTA

28 à 32: O gás natural e a cerâmica vermelha

DESENVOLVIMENTO

34 e 35: Modernização em dois níveis

GESTÃO

36: PSQ muda rotina de cerâmicas do nordeste

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Conselho Editorial: Agenor de Noni Junior, Dr. Antônio Cubano Rissone, Engª Celina Oliveira Monteiro, Engº Joaquim Canha, Geol.Luciano Cordeiro Loyola, Harald Blaselbauer, Jamil Duailibi Filho, José Octavio Armani Paschoal, Luis Carlos Barbosa Lima, Paulo Henrique Manzini, Prof. Adriano Michael Bernardin, Prof. Edgard Más, Prof. Sérgio Lanza, Sérgio Pagnan e Stefano Merlin.

Diretor: Geraldo Salvador Junior direcao@novacer.com.br

Comercial: Moara / Espindola comercial@novacer.com.br

Administrativo Financeiro: Wanessa Maciel financeiro@novacer.com.br

Jornalista Responsável: Aline Ventura - SC01781-JP redacao@novacer.com.br

Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados 6

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

Diagramação & Arte: Jefferson Salvador André Alves Gil arte@novacer.com.br Edição e textos: Aline Ventura Juliana Nunes

Eng.ª Ambiental: Marina Salvador Impressão: Gráfica Coan Tiragem: 5000 exemplares


SUMÁRIO

DESENVOLVIMENTO

40 e 41: Ceramista sai do Pará em busca de formação em Santa Catarina

GESTÃO

42 e 43: Produtores rurais têm mais qualidade com silos cerâmicos

DESENVOLVIMENTO

MEIO AMBIENTE

46 e 47: Empresário Fernando Camargo morre aos 54 anos

48: Guia brasileiro em estratégia de baixo carbono é lançado

DESENVOLVIMENTO

50 à 52: Setores da indústria começam a sentir impacto da desindustrialização GESTÃO

56: Alternativas para utilização do ponto eletrônico

MEIO AMBIENTE

58: Ceusa é premiada por reaproveitar resíduos

CONSTRUÇÃO CIVIL

60: Nível de atividade da construção civil cai

DESENVOLVIMENTO

DESENVOLVIMENTO

ARTIGO TÉCNICO

64: Índice Nacional da Construção Civil variou 0,27% em janeiro

64: Novo Presidente do Sindicer (MS)

66 à 72 Estudo avalia aproveitamento de cacos na produção de telhas cerâmicas

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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EDITORIAL

Centro Executivo Jiaye International, Nanjing, China Edifício finalizado com fachadas ventiladas de terracota Foto: Terreal, França

A

história da cerâmica Paraíso, de Goiás,

engenheiro prova que o setor não está parado

que você verá a partir da página 20,

e busca profissionalização.

traduz um momento importante

No artigo técnico desta edição conheça o

para o setor. A Paraíso é apenas uma de

estudo que avalia o aproveitamento de cacos

muitas fabricantes de cerâmica vermelha

na produção de telhas cerâmicas do município

que se norteiam pela modernização de suas

de Boa Vista, em Roraima. Na entrevista

plantas. O que chama a atenção no exemplo

deste mês o engenheiro mecânico Marcelo

goiano é o empenho dos proprietários em

Rousseau Valença Schwob dá detalhes sobre

investir em melhorias. Passo a passo, eles vão

sua dissertação “Perspectivas de difusão do

se atualizando e se tornando competitivos. O

gás natural na indústria cerâmica vermelha”

exemplo da cerâmica vai mais longe. Mostra

defendida em 2007.

uma preocupação social. Acostumada a

Conheça os benefícios do uso dos silos

receber mão de obra descartada por outros

cerâmicos, utilizados por produtores rurais

mercados, pelo trabalho em cerâmica ser em

no Rio Grande do Sul. Uma matéria especial

grande parte ainda braçal, os proprietários não

mostra os preparativos da 4ª Expocer marcada

passaram o problema adiante. Ao perceber

para 13 a 16 de abril, em Curitiba, no Paraná.

que cinco funcionários eram analfabetos,

Automatismo industrial promete dominar a

trataram de alfabetizar os trabalhadores no

pauta do evento, que neste ano deve aumentar

próprio local de trabalho. Iniciativa elogiável.

o público visitante e expositor. Na página 46

Outra história que merece destaque é a

conheça um pouco da trajetória do empresário

protagonizada pelo paraense Cid Vieira. O

José Fernando Camargo, falecido no dia 7 de

jovem viajou quase 3 mil quilômetros para

fevereiro, vítima de câncer e acompanhe a

estudar Engenharia Cerâmica, único curso do

homenagem da família ao mecânico. Boa

Brasil, no pequeno município de Cocal, no sul

leitura!

de Santa Catarina. A determinação do futuro 10

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Carta ao Ceramista

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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FEIRAS

Expocer terá destaque p tecnologias do s A quarta edição da Feira de Fornecedores para a

sitores para aproveitar o bom momento da econo-

Indústria Cerâmica (Expocer) acontecerá de 13 a 16

mia, em especial do setor da construção civil, gran-

de abril, em Curitiba, no pavilhão de exposições São

de consumidor dos produtos da indústria cerâmica

Pedro, bairro do Umbará. O evento tem como obje-

e mineral.

tivo atualizar as tecnologias e aperfeiçoar os proces-

O público-alvo da feira são ceramistas, adminis-

sos de produção com a apresentação de máquinas,

tradores e gestores de empresas ligadas à extração

de equipamentos, de serviços e de tecnologias,

de argila e minerais, construtores, compradores, lo-

além de estimular a formalização do segmento para

jistas e revendedores de materiais de construção e

criar mais acesso aos recursos econômicos e sociais.

cerâmico, distribuidores, representantes, engenhei-

“A principal intenção da Expocer é trazer solu-

ros, arquitetos, profissionais, autônomos e estudan-

ções tecnológicas para a automação das indústrias

Expectativa é que a feira deste ano seja maior que a anterior

14

tes do setor.

cerâmicas e, consequentemente, melhorar o pro-

“O evento é direcionado ao público profissional

cesso de produção e garantir qualidade no produto,

atuante no setor de cerâmica, mineral e construção

objetivando a completa satisfação do consumidor

civil, entre outros, mas temos recebido visitantes de

final”, disse o diretor da MonteBello Eventos, Valdir

outros segmentos industriais, pois, de alguma for-

Bello.

ma, todos são consumidores do setor mineral e o

Para este ano, são esperados mais de 80 expo-

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

interesse se estende a outros segmentos abrangen-


FEIRAS

e para novas o setor cerâmico tes”, relatou Bello. Durante os quatro dias do evento, os visitantes terão a oportunidade de trocar experiências, adqui-

gerará uma sintonia perfeita entre o fornecedor e comprador destes produtos que serão expostos no evento”.

rir informações e realizar negócios das mais variadas

Para 2011, o público esperado é de aproximada-

dimensões. Além disso, segundo Bello, a feira traz

mente 12 mil visitantes. Destes, pelo menos 2,5 mil

aos ceramistas a possibilidade de visualizar equi-

são ceramistas. O horário de visitação da feira será

pamentos, tecnologias e serviços que são usados

das 13 às 21 horas. A programação ainda contará

no dia a dia das olarias. “É um momento único que

com visitas técnicas a empresas da região.

Programação inclui palestras A Expocer é uma feira técnica direcionada ao

paranaense.

público profissional atuante no setor cerâmico. O

Uma das inovações que serão tratadas durante

evento visa a atender as expectativas e facilitar que

o evento sobre cerâmica vermelha é o automatismo

o produtor de cerâmica do Paraná possa conferir as

industrial. “Sem dúvida, a cerâmica vermelha é um

últimas novidades e opções completas de máquinas,

dos mais importantes insumos para a construção

equipamentos e insumos tecnológicos para as indús-

civil, uma vez que contribui com mais de 90% dos

trias cerâmicas bem como demais serviços que antes

materiais de paredes e coberturas, proporcionando

vinham de outros centros do país e até mesmo do

uma redução de até 35% no custo da obra e 50% no

exterior.

tempo de construção. Ocorre que as indústrias de

A feira, que já é um evento consolidado e cons-

cerâmica vermelha nacional, em sua maioria, ainda

tante no calendário anual dos grandes eventos de

operam com um sistema de produção carente de

negócios direcionados ao setor cerâmico nacional,

tecnologia. Sendo assim, a inovação deste ano será

ainda contará com palestras. São elas “A correta ma-

justamente o automatismo industrial que, com cer-

nutenção dos equipamentos cerâmicos economiza

teza, traz maior rentabilidade ao setor”, relatou Bello.

energia, gerando impacto positivo na relação das indústrias com o meio ambiente e, consequentemente, evita a não conformidade dos produtos cerâmicos” e “Normativa legal na construção dos fornos bem como seu correto funcionamento e operalização”. Além disso, a Expocer deste ano ainda trará novidades. Um dos destaques será a área externa de equipamentos pesados, destinado a exposição de caminhões e máquinas para extração mineral. Além das tecnologias apresentadas na feira, os ceramistas farão visitas técnicas a indústrias da região, com o objetivo de destacar as melhores práticas do setor produtivo NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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FEIRAS

Evento ocorre a cada dois anos no Paraná

Mais expositores e visitantes De acordo com a MonteBello Eventos, empresa organizadora e o Sindicato da Indústria Cerâmica do Paraná (Sindicer/PR), nesta edição, a expectativa é aumentar a estrutura do evento e gerar ainda mais negócios. “Aguardamos um crescimento exponencial no número de expositores e visitantes. Além disso, a feira é realizada em um espaço privilegiado da região metropolitana de Curitiba cercada de indústrias do setor, o que favorece que um público específico e qualificado prestigie e participe da Expocer. Com certeza, teremos uma edição com muitos negócios gerados e realizados aqui”, garante o diretor da empresa, Valdir Bello. “Esse ano a feira será melhor que a anterior. A cada ano que passa a Expocer vem crescendo e ficando mais robusta, para atrair mais ceramistas”, destacou o presidente do Sindicer/PR, José Raimundo Bonato. O evento ganhou destaque na região de Curitiba e continuará tecnologias, produtos e serviços expostos na Expocer, temos a cidade como um fator estimulante para que o evento receba visitantes de todo o Brasil e da América do Sul, que aproveitam o evento para realizarem negócios e também para lazer nos mais diversos pontos turísticos que Curitiba oferece”, finalizou Bello. 16

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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a-feira, 30 de novembro de 2010 16:29:28


GESTÃO

Exemplo na busca por melhorias Em mais de 20 anos de atuação no mercado, a

do produto final passou a fazer parte do dia a dia

cerâmica Paraíso, do município de Ouvidor, no es-

da empresa. Trabalham no laboratório dois funcio-

tado de Goiás, é um exemplo de empresa em trans-

nários. O responsável pelos gráficos e o executor do

formação na busca por qualidade. Com produção

ensaio, responsável por medir o material.

mensal de 800 mil blocos de vedação, a cerâmica é

O processo para a conquista durou 12 meses e

a única de Goiás qualificada no Programa Setorial

passou pela qualificação da mão de obra, implan-

de Qualidade (PSQ) de blocos cerâmicos pela Ani-

tação do programa 5S, que incentiva os sensos de

cer. O título foi conquistado em julho de 2010.

seleção, de ordenação, de limpeza, de saúde e de

O laboratório, montado no início do programa,

autodisciplina no ambiente de trabalho, desen-

mudou a cara da cerâmica e transformou a rotina

volvimento de um programa motivacional para os

dos funcionários. Desde então, os colaboradores

colaboradores, além da compra de diferentes equi-

se deram conta das mudanças que estavam por vir.

pamentos e melhoria da estrutura do aumento do

Procedimentos como a elaboração de documentos

estoque de matéria-prima.

com registros sobre o preparo da argila até a saída

A implantação das melhorias passou pelo esforço conjunto de todos os funcionários, que somam 55 homens na fábrica e quatro mulheres no escritório. A meta da empresa é chegar a 2015 com a cerâmica totalmente automatizada. Isso inclui um novo secador, em fase de construção, e a substituição do atual forno abóboda pelo modelo túnel. De acordo com a diretora, Rosineyde Francisca De Matos Rodovalho, a iniciativa para as mudanças partiram da vontade de melhorar o produto, qualificar a mão de obra com a meta de chegar à fase de automatização da empresa. “Trabalhamos com o controle do material fabricado seguindo a norma da ABNT 15270-1 e dessa forma aumentamos nossa credibilidade com os clientes”, diz ela, que administra a empresa ao lado do companheiro Hélio Marcos Rodovalho, sócio do irmão Daniel Rodovalho desde 2009. A previsão é passar de 800 mil blocos fabricados atualmente para a produção de 1,5 milhão de peças. A cerâmica Paraíso fabrica tijolos 9x14x29 cm, 11,5x19x19 cm, 11,5x19x24 cm, 10x15x25 cm (aparente), 9x19x19 cm e 9x19x24 cm. Além de atender o estado de Goiás, a Paraíso atua nos estados de Minas Gerais e Bahia.

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NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


GESTÃO

Funcionários são motivados com programas As modificações na cerâmica Paraíso não mu-

Vera Evangelista, caso o trabalhador não use o EPI

daram apenas a rotina de trabalho da empresa.

leva uma advertência e suspensão. “Diariamente

Uma das etapas do PSQ incluiu a alfabetização dos

eles fazem exercícios, em seguida oramos e oferece-

colaboradores. Cinco funcionários tiveram aulas

mos o café da manhã”, diz Vera.

com uma professora especializada em alfabetizar

A Paraíso oferece plano de saúde e convênios

adultos. Ela foi contratada especialmente para alfa-

com farmácias para todos os trabalhadores, como

betizar os operários. O exemplo do mecânico João

forma de atrair a mão de obra cada vez mais escassa.

Luís Ferreira Lima, de 39 anos, chamou a atenção de

“E mesmo assim é difícil encontrar mão de obra, por

Rosineyde que não sabia da situação. “Descobri que

isso vamos automatizar”, revela Rosineyde.

De acordo com a empresa, em alguns setores não é obrigatório o uso de EPI

o João não sabia ler e escrever porque ele precisava preencher formulários e nunca mandava preenchidos e quando precisava ler manuais, levava até o escritório. Foi quando perguntei se não sabia ler e ele confirmou. Não falou antes por vergonha”, lembra Rosineyde. A partir daí cinco funcionários passaram a ter aulas na própria empresa durante um período de trabalho. Lima conta que não estudou porque os pais não o incentivaram. “Naquela época meus pais não se importavam com o estudo dos filhos”, recorda ao destacar o que mudou depois da alfabetização. “Minha vida melhorou, pois tenho mais facilidade em escrever e ler os documentos. Não leio e escrevo bem, mas agora conheço as letras”, diz orgulhoso. O programa de incentivos da empresa inclui ainda um prêmio para os funcionários que não faltarem durante o mês e no dia do aniversário o trabalhador ganha um presente.

Tradição familiar O setor de cerâmica vermelha parece estar “no sangue” da família Rodovalho. A tradição familiar começou há mais de 20 anos. Com duas

Palestras sobre segurança e saúde e cursos es-

cerâmicas em Goiás, a Catalão, localizada na cidade de mesmo nome e a São

pecíficos também passaram a fazer parte das ativi-

Bento, no município de Davinópolis, o empresário Osmar Rodovalho, sócio

dades da cerâmica. Entre os equipamentos de pro-

desta última de seu pai, Sudário Rodovalho, fundou a cerâmica Paraíso com

teção individual os trabalhadores são obrigados a

Eterno Vieira, no dia 15 de julho de 1989.

usar, dependendo do setor, respirador facial, luvas,

No ano 2000, a parte de Osmar passou para sua esposa, Carmem Suely

protetores auditivos, óculos, macacão de solda e

Rodovalho e em 2001 o sócio Eterno vende sua parte ficando a empresa na

botinas de bico de aço, entre outros que são substi-

mãos de Carmem e seu filho, Hélio Marcos Rodovalho.

tuídos por novos com frequência. Em 2010, foi regis-

Desde julho de 2009, a cerâmica Paraíso está sob o comando de Hélio

trado um acidente na empresa. Já em 2009 não hou-

Marcos Rodovalho e seu irmão Daniel Rodovalho. O sócio Hélio administra a

ve registro. De acordo com a técnica em segurança,

empresa ao lado da companheira Rosineyde Francisca De Matos Rodovalho. NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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GESTÃO

Certificação Primeiro passo foi a qualificação no PSQ. Agora a cerâmica busca a certificação de produto por meio do CCB

22

Como parte do projeto de modernização, a ce-

diretora.

râmica Paraíso iniciou a implantação de certificação

A orientação de Collado prevê que a cerâmica

de produto reconhecido pelo Inmetro. De acordo

primeiro domine a ferramenta, invista em novos

com o consultor Wilson Roberto Collado, a audi-

equipamentos e nos clientes. “Após a auditoria de

toria inicial está prevista para o segundo semestre

recertificação, a ideia é que a empresa inicie a im-

deste ano e será realizada pelo Centro Cerâmico do

plantação de certificação de sistemas”, direciona.

Brasil (CCB). “Este tipo de certificação é uma impor-

Collado afirma que poucas empresas brasileiras

tante ferramenta de gestão para os proprietários

ainda estão buscando a modernização de suas má-

que estão demonstrando dedicação e interesse na

quinas, equipamentos, processos e informações, o

implantação do sistema”, diz o consultor.

que faz da cerâmica Paraíso um exemplo. “Existem

Entre os benefícios do certificado estão maior

iniciativas isoladas e muitas empresas que buscam

conhecimento das matérias-primas utilizadas, da

estas informações, no momento de colocar em prá-

mistura, do processo de fabricação e do produto,

tica, deixam de lado por diversos motivos. Com cer-

“gerando assim uma significativa redução de cus-

teza, a cerâmica Paraíso pode ser considerada um

tos de processo”. Maior conhecimento dos forne-

modelo de empresa, não pelos seus equipamentos,

cedores, maior conhecimento dos clientes, maior

que são os mesmos de outras cerâmicas, mas sim

credibilidade do produto no mercado e melhor

pela coragem de sua direção de inovar, buscar con-

divulgação da marca são outras consequências do

ceitos novos, estar aberta e disposta a novas ideias

processo.

e informações”, elogia.

“Estamos no início da certificação com a revisão

Cabe ao consultor facilitar a vida da empresa na

e a modificação de alguns documentos. A certifica-

elaboração da documentação, no treinamento dos

ção nos dará a garantia de que o produto atende às

funcionários, no processo produtivo, na montagem

normas vigentes no país. Teremos condições para

do laboratório interno, no treinamento do respon-

exportar, as perdas serão reduzidas e a satisfação e

sável pelo laboratório, na adequação do produto às

credibilidade dos clientes serão maiores”, pontua a

normas vigentes, entre outras questões.

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


GESTÃO

PSQ eleva qualidade dos produtos cerâmicos Garantir a qualidade do produto tendo como

custos.

finalidade o controle de todos os processos, vi-

“O primeiro benefício quando se investe em

sando diminuir perdas e buscando uma conformi-

qualidade é a redução de custos, atrelado a isso

dade contínua da produção. Esse é o objetivo do

podemos destacar a facilidade de acesso a linhas

Programa Setorial de Qualidade (PSQ). O progra-

de crédito junto à Caixa Econômica Federal e ao-

ma faz parte do Programa Brasileiro de Qualidade

Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BN-

e Produtividade no Habitat (PBQP-H), do Ministé-

DES)”, diz Dias.

rio das Cidades, do Governo Federal.

O programa garante ao consumidor que ele-

Segundo o gestor técnico e da qualidade da

está adquirindo um produto que atende às nor-

Anicer, Emerson Dias, a intenção do PSQ é elevar o

mas vigentes no país e que, portanto, atende aos

padrão de qualidade dos produtos cerâmicos em

requisitos de qualidade exigidos por lei.

conformidade com as normas técnicas e, deste

As empresas interessadas em aderir ao pro-

modo, alinhar a imagem do setor à ideia de eficá-

grama devem entrar em contato com a Anicer

cia e de qualidade que são exigidos pelo mercado.

para assinar o termo de adesão. Após a assinatura,

Entre os benefícios que uma indústria pode

inicia-se a fase de realização de ensaios compro-

ter com a adesão ao programa é possível destacar

batórios de atendimento à norma em laboratórios

a melhora no processo, evitando retrabalho, mo-

acreditados pelo Inmetro. Após três resultados

tivação dos colaboradores, diminuição da perda

conformes, a empresa é qualificada e passa a rea-

na produção e melhora na imagem da empresa.

lizar ensaios com periodicidade trimestral. NC

De acordo com Dias, esta qualificação para as indústrias é importante para demonstração clara e objetiva de que a empresa fabrica produto em atendimento às normas da ABNT, o que para o

mercado consumidor é a garantia da modularização da construção e consequente redução de NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

23


GESTÃO

Robotização otimiza tr Atender às necessidades dos clientes requer tratá-los de forma igual sem colocá-los em categorias

de paletes com filme stretch (esticável) são uma alternativa econômica para as empresas.

distintas como exigentes e não exigentes. O esforço

“A economia na aplicação do filme esticável

das empresas em satisfazer o comprador deve ser

acontece na unitização da carga, que é feita com se-

focado no bom atendimento, indiferente das carac-

gurança e com menor quantidade de filme em com-

terísticas de quem compra. A tarefa de entregar o

paração à aplicação manual”, explica Paulo Viotto, da

produto, dentro do prazo combinado, de forma a cor-

Koretech Sistemas, de São Paulo. A diferença de filme

responder à expectativa do cliente, requer práticas

utilizado entre os dois métodos pode chegar a 500

que cada vez se aperfeiçoam mais. Uma delas é a uni-

gramas. “Há casos que pode ser usado 100 gramas de

tização que tem o objetivo de otimizar o transporte.

filme por palete no sistema automático, já no sistema manual a mesma carga requer 600 gramas por pale-

a entrega de cargas não corra riscos e não traga pre-

te e sem aproveitamento mecânico do filme, além

juízos tanto ao cliente quanto ao fabricante. Essa re-

de proporcionar insegurança total na contenção da

alidade é comum para empresas dos mais diferentes

carga. É aí que o valor do investimento compensa”.

portes e segmentos industriais. Robôs envolvedores

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O mercado já oferece diversas opções para que


GESTÃO

a transporte investido retorna em dois meses após a implantação

poucas empresas do setor de cerâmica vermelha a

do processo”.

usar a envolvedora Jolly. Há quatro meses utilizando

No ramo há dez anos, a Koretech Sistemas, de São

o equipamento a empresa só viu vantagens. A geren-

Paulo, atende o mercado de fechamento de caixas,

te de qualidade e RH, Cinara Pinter Pereira, enumera

envolvimento de paletes com filme stretch e máqui-

os benefícios. “Tecnologia, agilidade, segurança no

nas especiais para final de linha com fabricação de

transporte, estética e qualidade na embalagem”.

fitas adesivas para empacotamento, seladoras auto-

Toda a produção da Icetec é embalada pela en-

máticas e fitas de papel gomado, produtos utilizados

volvedora Jolly. Além de ser econômica, a máquina

nas indústrias alimentícia, farmacêutica, calçadista,

diminui a perda de produtos. “Com a envolvedora a

têxtil, cerâmica e moveleira, entre outras. O forte da

embalagem é mais rápida e também fica mais resis-

Koretech é a linha de robôs envolvedores de paletes

tente e mais firme evitando que os paletes fiquem

para unitização de cargas.

frouxos podendo gerar quebra de produto”.

NC

Foto: Revista Tempo Cerâmico

O custo de uma envolvedora, segundo Viotto, varia de acordo com a necessidade de cada cliente. “A partir de R$ 8,8 mil o cliente pode obter um excelente fechamento de palete com economia e sem nenhuma força física ou ergonômica na operação”, destaca. As perdas decorrentes do mau embalamento das cargas causam prejuízos às empresas. Fatores como estabilização da carga, tamanho da carga correspondente ao do palete e qualidade no filme stretch são fundamentais para evitar danos por deslocamento, rasgo ou perda da embalagem, amassamento, danos por água ou infestação. “Há uma necessidade de unitização das indústrias brasileiras. É preciso conscientizar a todos sobre o ganho que terão nessa operação como agilização na produção e também no carregamento e o descarregamento, segurança total no transporte, evitando desperdícios e acidentes que tanto vemos nas estradas”. Entre as vantagens do filme stretch estão a resistência à perfuração e ao rasgo, estiramento, alta resistência mecânica – retenção e proteção da carga, produtividade, rendimento, brilho e transparência, melhor acondicionamento e proteção de diversos tipos de cargas. A cerâmica Icetec, de Sangão (SC), é uma das NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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ENTREVISTA

O gás natural e a c Mestre em Ciências em Planejamento Energético pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de pós-graduação e pesquisa de engenharia do Rio de Janeiro, (Coppe), o engenheiro mecânico Marcelo Rousseau Valença Schwob defendeu em 2007 a dissertação “Perspectivas de difusão do gás natural na indústria cerâmica vermelha”. Schwob é chefe do laboratório de energia da Divisão de Energia do Instituto Nacional de Tecnologia, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, onde trabalha há 30 anos. Nesta entrevista o engenheiro dá detalhes sobre sua tese e apresenta dados sobre a cerâmica vermelha e o gás natural no Brasil.

NovaCer - Por que escolheu o tema Perspectivas de difusão do gás natural na indústria brasileira de cerâmica vermelha? E por que especificamente cerâmica vermelha? Marcelo Rousseau Valença Schwob - Por ter expe-

técnicas, etc. O trabalho durou cerca de dois anos, incluindo viagens.

riência com os dois assuntos (processo de cerâmica

NC - Teve dificuldades para encontrar dados referentes à cerâmica vermelha?

vermelha e gás natural), pela expansão do mercado

MRVS - Em parte, sim, por causa da imprecisão de

de distribuição de gás natural no país e pela necessi-

alguns dados e pela divergência de algumas fontes

dade de investigação do processo de modernização

e pela desatualização, em alguns casos.

gradual pelo qual passa o setor de cerâmica vermelha no Brasil, a exemplo do que ocorreu em outros países. NC - Como foi desenvolvido o trabalho? Quanto tempo durou? MRVS - A partir de dados e informações de mercado 28

obtidas junto aos ceramistas, associações, revistas

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

NC - Quantas viagens de campo realizou para desenvolver o projeto? MRVS - No Brasil, foram três viagens: uma a Santa Catarina, outra ao interior da Bahia e uma terceira ao interior de São Paulo.


ENTREVISTA

a cerâmica vermelha elevado que outras alternativas que nesse caso seriam mais indicadas pela maior disponibilidade e menor custo. NC - As jazidas de gás natural foram descobertas no Brasil nas décadas de 80 e 90. De lá pra cá o que mudou? MRVS - A oferta aumentou muito, mas de forma desigual, pela carência de redes de transporte e distribuição de gás natural. E também pelas incertezas geradas pelas oscilações da oferta. De todo modo, diversos setores da economia se beneficiaram do fato, como o de transporte automotivo, geração de eletricidade, comércio, residências e indústria, onde se destacaram os setores de cerâmica branca, química, alimentos e metalúgico. NC - Quais as vantagens e desvantagens da utilização de gás natural pelas cerâmicas vermelhas? MRVS - Vantagens: queima mais homogênea e controlável, refletindo-se na qualidade final do produto, não necessidade de armazenamento de combustível, pagamento somente pelo consumo, sem demandar capital na aquisição prévia, redução das emissões de carbono em relação a outros combustíveis fósseis, possibilidades de recuperação de calor NC - Qual sua relação com a cerâmica vermelha? MRVS - Desde a década de 1980 realizei diversos trabalhos de estudo de eficiência energética neste setor.

sem problemas de corrosão pela ausência de enxofre nos gases de exaustão e outras. Desvantagens: custo elevado em relação ao valor

NC - Quantas cerâmicas vermelhas utilizam gás natural no Brasil?

agregado do produto, exceção feita às telhas

MRVS - Não passam de dez unidades, quase todas

gerando incertezas de fornecimento, combustível

situadas no sul do Brasil e São Paulo, e operando

fóssil que gera mais impacto ambiental que os

com material cerâmico de alto valor agregado.

resíduos industriais (cepilho, cavaco e serragem)

NC - Vale a pena investir em gás natural? MRVS - Se o forno cerâmico é de baixa eficiência térmica e processa produtos de baixo valor agregado, não vale a pena insistir no uso de gás natural, um combustível nobre, mas de custo mais

esmaltadas e blocos estruturais, limitação da oferta,

e agrícolas (casca de arroz, casca de babaçu, coco etc.), elevado custo de implantação de gasodutos de distribuição, dentre outras. NC - Em sua opinião, por que o gás natural não se difundiu na cerâmica vermelha tanto quanto em outro setores industriais? NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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ENTREVISTA

Deve-se destacar o crescente aumento de valor do produto na indústria de cerâmica vermelha

MRVS - Por causa do valor agregado ainda baixo do

dução drástica da emissão de poluentes gasosos e

produto final. Porém, deve-se destacar o crescente

material particulado.

aumento de valor do produto na indústria de cerâmica vermelha em função das demandas de quali-

NC - Quais os principais estados brasileiros com maior potencial de consumo de gás natural?

dade (normas e exigências de compradores), assim

MRVS - São os estados que contam com maior ex-

como pelo processo de lenta concentração do setor em menor número de indústrias de maior escala de produção e maior capacidade de investimento, que tendem a adotar tecnologia mais avançada de processos e equipamentos (maior controle de processo, automatização etc)., fato que ocorreu em outros mercados produtores, como na Europa. NC - O gás natural é um combustível limpo? Por quê? MRVS - Por praticamente não conter enxofre, por emitir menos carbono por energia térmica produzida e por permitir queima mais controlada por ser um

Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina) e aqueles que contam com maior densidade de indústrias cerâmicas ou polos produtivos de grau tecnológico mais elevado (São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro). Mas, como disse, a situação só é propícia para tanto em poucos pólos de produção, ainda que se possa admitir que o gás natural tem a propriedade de induzir mudanças tecnológicas nos pólos produtivos.

combustível gasoso, o gás natural pode ser encara-

NC - Quais países foram visitados na Europa para a realização do trabalho?

do como um combustível mais limpo que os deriva-

MRVS - Alemanha e Espanha.

dos líquidos do petróleo, mas não podemos dizer que é um combustível plenamente limpo. Ao permi-

NC - O que o senhor viu nas cerâmicas visitadas na Europa que chamaram sua atenção?

tir uma queima mais controlada, ele pode permitir,

MRVS - Vi muitas plantas de produção com adição

por exemplo, a redução das perdas de produção, o

de resíduos industriais à massa do produto e a gran-

que não deixa de ser uma importante redução de

de participação dos blocos estruturais de diversas

perda térmica, o que o faz mais limpo. Todavia nunca

dimensões. E a automatização extrema. Em algumas

podemos esquecer que ele também causa impactos

indústrias alemãs e espanholas, vi o envolvimento

ambientais.

de uma dezena de empregados em plantas com

NC - Quais os principais impactos que a difusão do gás natural no setor de cerâmica vermelha ocasiona?

30

tensão de redes de distribuição de gás natural (São

capacidade que exigiria no Brasil dez a quinze vezes mais pessoas. O controle de processo é quase perfeito, mas o desemprego gerado é flagrante. O

MRVS - De início, a possibilidade de investimento

Brasil não precisa disso, até porque o maquinário é

em equipamentos e processos cerâmicos mais mo-

extremamente caro na aquisição e na manutenção.

dernos e eficientes, que poderão extrair vantagens

Penso que neste caso a virtude está na média. Ou-

competitivas de um combustível nobre. Outra van-

tro aspecto que me impressionou foi a boa gerência

tagem seria a eliminação ou pelo menos a redução

das jazidas, que em boa parte não são cativas dos

de problemas das empresas com órgãos locais e

fabricantes, mas fornecedoras de diversas plantas

regionais de controle da poluição ambiental, tanto

de produção cerâmica. Isto porque não é fácil ob-

pela não extração de lenha nativa, quanto pela re-

ter licença de exploração de jazidas em qualquer

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


ENTREVISTA

região. É tudo muito bem analisado e concatenado.

análise de ciclo de vida.

Em muitas plantas de produção se adiciona vapor à massa para um melhor desempenho na extrusão e na pré-secagem da massa.

NC - O custo do gás natural varia muito nos países europeus? MRVS - Logicamente, nos poucos países produtores,

NC - Qual o combustível mais utilizado pelas cerâmicas européias?

como a Rússia, o custo do gás natural é baixo. Mes-

MRVS - Grande diversidade: de finos de carvão a

o mesmo também ocorre. Devemos lembrar que a

óleo combustível, de gás natural a resíduos orgâni-

maior parte dos países europeus consumidores de

cos adicionados à massa cerâmica.

gás natural depende do fornecimento da Rússia, da

NC - Como é vista a questão da certificação dos produtos nos países em que visitou?

mo na Ucrânia que recebe o gás natural da Rússia

Argélia ou dos fornecedores de GNL por via marítima, o que faz com que imponham ao mercado in-

MRVS - É levada a sério em função da concorrência,

terno de cada um políticas de preço elevado para o

que se dá não só dentro de cada país, mas entre pa-

gás natural. Todavia, nos países de grande mercado

íses, considerando que produtos de elevado valor

de consumo, como Alemanha, França e Grã Breta-

agregado podem viajar e concorrer em mercados

nha, há uma proximidade de preços. Na Espanha é

distantes, o que faz com que produtos feitos na Fran-

um pouco mais barato e na Holanda e Itália onde há

ça possam ser comercializados sem barreiras técni-

uma certa tradição e estímulo ao uso do gás natural,

cas ou comerciais na Itália ou Alemanha e vice-versa.

os preços são ainda menores que na Espanha. Tudo isso também tem a ver com o custo de transporte

NC - Como avalia a mão de obra nos países os quais visitou? É qualificada? É escassa? MRVS - Não há falta de mão de obra especializada nesses países. Mesmo os imigrantes são bem preparados para trabalhar no setor cerâmico. NC - Como funcionam as cotas de emissão de gases de efeito estufa em Portugal e Espanha?

nos gasodutos e a origem desse gás natural. NC - Em sua tese, o senhor fala em restrição ambiental para legalização de jazidas na Alemanha. Aqui no Brasil, ceramistas reclamam da demora para a liberação da extração em jazidas. Como é na Europa? MRVS - Na Europa a, questão costuma ser tratada de

MRVS - É um sistema complicado, que confesso não

forma conjunta. Uma jazida, quando liberada para

conhecer em profundidade sob o aspecto fiscal, mas

extração, deve atender se possível a mais de um pro-

sei que gera polêmicas e conflitos de interpretação

dutor e portanto tende a ser de maiores proporções

e competição no campo da política industrial dos

para que os impactos ambientais não se multipli-

dois países. Ela estaria gerando custos extras de pro-

quem por diversas regiões. O investimento em con-

dução para algumas plantas de produção, que des-

trole desse impacto deve ser concentrado na locali-

se modo perdem competitividade, abrindo espaço

dade mais propícia, daí a importância da escolha do

para a penetração de produtos estrangeiros. Esses

local da jazida, que será aquele de mínimo impacto.

casos de emissão de gases de efeito estufa devem

A jazida também não pode ser exclusiva e deve ser

ser analisados com cuidado e num prisma mais am-

aproveitada da maneira mais racional e otimizada,

plo envolvendo a cadeia produtiva antes e depois

dentro dos limites ambientais. O material da jazida

da planta de produção, ou seja, tendendo para uma

é visto como um patrimônio do país, e deve ser ex-

Não há falta de mão de obra especializada nesses países (Alemanha e Espanha)

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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ENTREVISTA

plorado para gerar riqueza para a sociedade e não apenas para uma empresa em particular. NC - O gás natural é caro na Europa? MRVS - Comparando com os preços em vigor no mercado distribuidor brasileiro (preço ao consumidor), eu diria que se colocam em nível semelhante os preços praticados do gás natural em países como a Polônia, Holanda, Itália, Portugal e Noruega, todos eles em posição intermediária dentro da Europa. Acima dos preços praticados no Brasil se encontram a Alemanha, Eslováquia, Finlândia, França, Suécia, República Tcheca e Turquia. Na parte inferior da tabela de preços, encontram-se a Bielorússia, Armênia, Croácia e principalmente Rússia e Ucrânia, onde os preços finais ficam na metade ou abaixo dos valores do grupo intermediário e cerca de quatro vezes mais barato que nos países onde o gás natural apresenta os preços finais mais elevados.

O material da jazida é visto como um patrimônio do país (na Europa)

NC

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NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


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DESENVOLVIMENTO

Modernização e uma fábrica de tijolos de parede fechada foi transformada em uma fábrica de tijolos moldados altamente Uma instalação de tijolos de paredes fechada foi recuperada para uma instalação de acessórios de telhas.

flexível. Com a modernização, a empresa Polet passou a atender o mercado com acessórios de telhas e telhas de cauda de castor. A linha de produtos da fábrica abrange desde a gama completa de telhas moldadas que inclui telhas

Telhas moldadas prensadas (prensa de mesa giratória) ou telhas extrudadas (estampadora de telhas Keller) são armazenadas em estruturas reversíveis empilháveis.

de acabamento de arestas e telhas de cumeeria até diferentes modelos de telhas planas e diferentes produtos de telhas e tijolos extrudados. Para extensa a linha de produtos, a Keller desenvolveu um maquinário sob medida especialmente nos lados úmidos e secos, bem como suportes/carregadores de produtos secos especiais.

Dispositivo de transferência por sucção para telhas de cauda de castor para carregamento dos suportes de produtos secos.

Com a instalação de máquinas no lado úmido, os blocos pré-moldados são cortados primeiramente na cortadora, depois são empurrados para um caminho de condução de blocos e passam à inspeção da prensa de acessórios. Na produção de telhas e tijolos extrudados, como de cauda de castor, a mesa de corte da cortadora é trocada. Com isto, as telhas de cauda de castor

Dispositivos de transferência empilham e desempilham as camadas do carro do secador.

cortadas são duplicadas sobre um interruptor de distribuição e então são conduzidas em pares ao dispositivo de sucção, com o qual os produtos moldados são assentados sobre suportes/carregadores de produtos

Duas fabricantes de tijolos de Novi Becej, no noro-

34

secos para garantir a proteção do produto.

este da atual Sérvia, passaram por uma reforma com-

Maquinário - A Keller forcenceu as máquinas de

pleta realizada em duas etapas. A região é considerada

corte e transporte dos blocos para estampar e trans-

um polo cerâmico tradicional. O resultado são duas

portar as telhas e tijolos extrudados, bem como todas

fábricas de telhas modernas e de alta produtividade.

as instalações para o transporte dos suportes/carrega-

As instalações aconteceram na Industrija Gradevinske

dores de produtos secos, dos produtos moldados se-

Keramike Polet, do Grupo Nexe. Os equipamentos e

cos e das cassetes em U, incluindo os dispositivos para

as máquinas foram fornecidos pela Keller HCW, de

a carga e descarga dos carros do secador e os carros

Ibbenbüren-Laggenbeck, na Alemanha.

do forno.

No primeiro estágio de construção, foi desenvolvi-

Para a descarga dos suportes/carregadores de pro-

do um equipamento para telhas de telhado plano com

dutos secos, é utilizado um moderno robô industrial,

prensa dobradora. Nesta instalação, a produção anual

equipado com dispositivos de agarre e de sucção. Com

é de 24 milhões de telhas. Na segunda fase do projeto

o transporte para a instalação de montagem dos car-

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


DESENVOLVIMENTO

o em dois níveis ros do forno, os produtos moldados secos passam por

les, bem como com nova tecnologia de queimadores e

uma estação de engobe com trajeto seco adjacente.

de procedimento. No trilho externo, junto à estação de

Secador - O secador de túnel disponível foi arqui-

carregamento e descarregamento dos carros do forno

tetonicamente aperfeiçoado e remontado. O intervalo

foi construído um novo pré-aquecedor. O transporte

de colocação foi equipado com uma parede de ven-

e as superestruturas dos carros do forno foram reno-

tilação com 100% de rendimento do equipamento

vados.

acessório.

A fábrica pode ser totalmente automatizada em

A alimentação do secador e a colocação do carro

estágios adicionais de ampliação. O secador, o forno

do secador estão sincronizados entre si. O carro do

e o maquinário permitem uma produção flexível de

secador consiste em um chassi montado nos trilhos,

produtos de telhas de argila da mais alta qualidade.

sobre o qual são assentados suportes de produtos se-

Com isto, a instalação e os prédios existentes foram

cos empilháveis. Um novo equipamento de transporte

incorporados e, desta forma, aproveitados de forma

do carro do secador e o controle do secador também

econômica. NC

foram instalados. Para o controle do secador, foi produzida uma versão sofisticada com a instalação nos primeiros equipamentos. Com isto, todas as funcionalidades da conhecida série K-matic foram aplicadas a estes novos

Carga e descarga dos carros do forno.

sistemas. O acesso e a utilização destes sistemas são facilitados ainda mais, através de estruturas de menu simplificadas mas iguais, em princípio. Em virtude de possibilidades de configuração ampliadas, o computador de gestão do processo pode ser utilizado como substituto para sistemas de computação mais antigos. É evidente que, hoje em dia, o sistema de computação

Chassis dos carros do forno com estruturas reversíveis empilháveis na saída do secador.

pode ser adaptado de ponta a ponta para uma forma multilíngue, e, desta forma, pode ser utilizado em todo o mundo. Por meio da conexão do computador de processo a sistemas de telecomunicações, a operação dos equipamentos pode ser supervisionada independente do local em que ocorra.

Os computadores de processo para o secador e o forno são ativados no centro de controle.

A decisão pelo conceito de secador da Keller cresceu plenamente, devido às características técnicas e dos resultados da secagem convincentes. Forno - O forno túnel está disponível para o cozimento de diversos produtos. O corpo principal disponível do equipamento de tijolos de parede antigo foi

O forno túnel foi equipado com nova tecnologia de procedimento, instalação de queimadores e controle K-matic.

melhorado e equipado com os mais modernos controNovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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GESTÃO

PSQ muda rotina de cerâmicas do nordeste As empresas Kitambar, de Caruaru (PE)

sos, implantação de instruções de trabalho

e Santana, de Alagoinhas (BA), devem rece-

dentro dos processos e construção de la-

ber em breve a qualificação do Programa

boratório na empresa foram algumas mu-

Setorial da Qualidade (PSQ). De acordo

danças pelas quais a empresa passou.

com o gestor técnico e da qualidade da

“Nossa iniciativa de aderir ao PSQ par-

Anicer, Emerson Dias, estas empresas en-

tiu da necessidade de buscar meios com-

contram-se em fase de adequação de seus

petitivos não por preço e sim por qualidade

produtos e processos e poderão alcançar

que agregue valor e confiança ao produto

a qualificação de telhas e blocos após a

em sua aquisição”, disse o proprietário da

realização dos ensaios comprobatórios de

Santana, Ailton Cruz Alves.

conformidade. A qualificação está prevista

Para o proprietário da cerâmica Kitam-

para ser entregue durante o 16° Encontro

bar, Antônio Marcos Tavares Barbosa, a in-

dos Sindicatos de Indústria de Cerâmica

tenção da empresa com a adesão ao PSQ

Vermelha, que ocorrerá entre os dias 17 e

é ser reconhecida pela sociedade pernam-

19 de março, em Salvador (BA).

bucana como a marca de liderança no seg-

Segundo o proprietário da Santana,

mento cerâmico e estar sempre apoiados

Ailton Cruz Alves, a empresa busca essa

pelo tripé da qualidade, da produtividade

qualificação há um ano. “Quando vimos

e da competitividade.

nossa produção diminuir por motivos de

“O maior ganho com isso, sem dúvida,

adequações dos processos, nos preocupa-

é a certeza de estarmos produzindo um

mos, pois ninguém quer perder produção.

produto conforme, atendendo requisitos

Porém, hoje, conseguimos fazer produtos

mínimos de responsabilidade socioam-

com mais qualidade e diminuímos o per-

biental e a responsabilidade de mantermos

centual de perda de produtos. Atualmente,

esse reconhecimento perante a sociedade

nossa produção está igual ao número de

industrial e consumidora”, revelou.

peças anterior, com um grande diferencial

“Atualmente, estas empresas se empe-

na padronização dos produtos em todas as

nham em demonstrar ao mercado o com-

suas etapas”, disse.

promisso em fornecer produtos de quali-

Alves relatou que a adesão ao PSQ,

dade e que propiciem economia”, disse o

significará para a empresa qualidade dos

gestor técnico e da qualidade da Anicer,

processos desenvolvidos desde extração

Emerson Dias.

ao produto final, garantindo a oferta de produtos com conformidade.

36

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

De acordo com ele, as empresas devem manter o padrão de qualidade dos seus

Para conseguir aderir ao PSQ a cerâ-

produtos e ensaiá-los periodicamente, a

mica Santana relatou que foram tomadas

fim de que possa se comprovar que seus

algumas decisões quanto aos procedimen-

produtos se mantém conformes. “O con-

tos da empresa. Criação de formulários de

trole de processo voltado para a melhoria

controle e acompanhamento de proces-

contínua é essencial”, informou.

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DESENVOLVIMENTO

Ceramista sai do Pará e formação e

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Buscar inovações para o setor tem sido cada vez mais comum. A maioria das indústrias no Brasil tem Jovem iniciou o curso em fevereiro

investido em novos equipamentos automatizados para se manter no mercado. Porém, não é só isso que tem preocupado as empresas. Além de novas tecnologias, as indústrias estão buscando ampliar seus conhecimentos em cursos voltados para o setor cerâmico. É o caso de Cyd Montelo Vieira, da Cerâmica Ciframa, em Santarém (PA). Filho do proprietário da empresa, o ceramista Francisco Araújo Vieira, Cyd percorreu quase 4 mil quilômetros do Pará até Santa Catarina, para cursar Engenharia Cerâmica. A busca pela graduação, segundo ele, ocorreu com o intuito de ajudar nos negócios da família. “Por isso que decidi pesquisar sobre o curso e me aprofundar mais no assunto. Após terminar, é provável que eu toque os negócios da minha família. Fiquei muito animado com isso, pois moro em uma região que está em fase de desenvolvimento e por isso posso crescer ainda mais com uma ferramenta como esta na mão”, relatou.

Futuro engenheiro cerâmico pretende co

40

Cyd Montelo Vieira trabalha no setor desde que

revestimento e tijolos maciços, entre outros produ-

terminou o ensino médio e começou a cursar Enge-

tos ornamentais. Em relação às novas tecnologias, a

nharia Civil e desistiu. “Mas desde pequeno eu sem-

Ciframa conta com três prensas automáticas, uma

pre estava no meio e é o que mais me anima, pois é

estufa semicontínua e um maquinário subdividido

o que eu mais gosto de fazer”.

em duas linhas de produção.

Um dos objetivos do futuro engenheiro cerâmi-

A variedade de coisas que podemos fazer com

co após terminar a graduação é dar continuidade

cerâmica foi o que mais chamou a atenção de Mon-

ao trabalho desenvolvido pela família. “Minha in-

telo em relação à graduação. “Hoje a sociedade não

tenção é alavancar os negócios da cerâmica Cifra-

vê as cerâmicas como indústria e isso me revolta.

ma, para que ela se torne uma empresa exemplo de

Por isso, minha grande vontade é mostrar que nós

indústria sustentável”, revelou.

ceramistas podemos ser tão grandes quanto in-

A empresa, que está no mercado há 19 anos, fa-

dústrias mineradoras e se hoje não conseguimos

brica telhas como principal produto, mas também

mostrar isso é porque temos pouco conhecimento”,

produz alguns produtos paralelos como lajotas de

afirmou.

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


DESENVOLVIMENTO

á em busca de o em Santa Catarina Segundo o professor Celso de Oliveira Souza, é

Vieira, teve forte influência na escolha do curso. “Ele

importante ceramistas buscarem se especializar na

é a pessoa que mais me inspira, pois ele começou

área para melhorar a qualificação de quem trabalha

do zero e hoje é considerado um grande empresário

com cerâmica, iniciar a formação de um grupo que

do ramo na minha cidade”, contou. O pai acredita

possa organizar a pesquisa para o setor deixar de ser

que com o aprendizado do filho a produtividade de

dependente e aniquilado no campo da inovação,

sua cerâmica melhorará. “No mercado de hoje, as

além de melhorar a competitividade.

cerâmicas como qualquer outra empresa que não

“Eu estava querendo fazer um curso que pudes-

buscam se especializar no ramo ficam limitadas,

se atender a minha necessidade, já que sou filho de

consequentemente não tem crescimento”, relatou

um ceramista. Até então eu não sabia que existia o

o ceramista.

curso de Engenharia Cerâmica. Eu fiquei sabendo

De acordo com Souza, o ceramista tem muito a

do curso por meio de uma revista que me chamou

ganhar com os conhecimentos adquiridos com uma

a atenção para o assunto. Nela estava escrito que

graduação em cerâmica. Prova disso é a competiti-

o setor cerâmico no país estava enfrentando uma

vidade adquirida. O curso, segundo o professor, ofe-

grande dificuldade com a falta de mão de obra es-

rece a possibilidade de o ceramista ser mais compe-

pecializada e que muitos filhos de ceramistas esta-

titivo, mostrar a evolução das ideias. “O engenheiro

vam fazendo o curso de Engenharia Cerâmica para

é o profissional preparado para planejar e pesquisar

ajudar nos negócios da família. Foi então que decidi

e dar ao operador, quem executa, posturas adequa-

pesquisar sobre o curso e me aprofundar mais no

das para extrair um produto de qualidade”, acres-

assunto”, disse Montelo.

centou.

Além disso, o pai de Montelo, Francisco Araújo

de continuar negócios da família Foi a partir disso que Montelo teve disposição

O professor Celso Olivei-

de sair do Pará para fazer o curso em Santa Catarina.

ra de Souza complementou

“Foi por meio da vontade de sair e ver o que o mun-

que as indústrias que não in-

do tem a me oferecer. E trazer de tudo o que há de

vestem e não buscam novas

melhor para a Ciframa. Hoje o mercado de cerâmi-

tecnologias aceitam o ani-

cas em Santarém é muito concorrido e quero ser o

quilamento

grande diferencial para a empresa e região”.

“Ninguém vive sem aprender

Cerâmica Ciframa está há 19 anos no mercado

passivamente.

Para ele, é essencial que outros ceramistas bus-

modos adequados aos tem-

quem especialização na área. “Hoje o mercado já é

pos. O ceramista precisa en-

bem competitivo com novos produtos entrando e

tender isto. O ser humano é

roubando o espaço da cerâmica, quem não come-

cultural. Por isso, sempre tem

çar a criar essa cultura eu só tenho a lamentar, pois

alguém mudando a ordem

no futuro só vai crescer quem possuir conhecimen-

das coisas e quem não tiver

to”.

esta percepção aniquila”.

NC

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

41


GESTÃO

Produtores rurais têm m com silos c menta as economias das regiões bem como o recolhimento de impostos. A construção cilíndrica de alvenaria armada como os demais silos (madeira, metálicos e concreto), quando bem projetados e manejados, conservam os grãos tanto quantitativa quanto qualitativamente, e podem estes grãos então serem utilizados como rações para animais (bovinos, suínos e equinos) ou também para consumo humano. Um silo de alvenaria armada, dependendo da capacidade de armazenagem, é construído somente com paredes de alvenaria ou misto, com paredes de alvenaria e vigas de concreto, ou ainda, com paredes de alvenaria, vigas e pilares de concreto. Atualmente, os tipos de silos mais utilizados são os metálicos. “Esta tecnologia foi importada de países de clima frio e, portanto, carece de uma maior adaptação em países de clima tropical e sub-tropical como o Brasil, principalmente quanto ao seu isolamento térmico e impermeabilização, tanto a gases como a água”, revelou Martins. O engenheiro ainda complementa que os silos metálicos além de custarem mais que os silos de alvenaria armada, apresentam maior custo de conservação e também tem menor durabilidade. De acordo com Martins, os silos de alvenaria armada já trouxeram benefícios. Um exemplo disso é o caso da família Damo, no município de Casca (RS), que cria em ciclo completo suínos com um

42

Pequenos, médios e grandes produtores já po-

plantel de 350 matrizes. A família produz cerca de

dem contar com silos de alvenaria armada em suas

20 mil sacos de milho por safra. “Como eles não

indústrias. De acordo com o engenheiro Ricardo

possuiam sistema de secagem e armazenagem na

Martins, entre as vantagens dos silos de alvenaria

propriedade eram obrigados a levar o produto para

armada é possível destacar menor custo de implan-

um cerealista que secava em secador contínuo de

tação; não condensa umidade nas paredes por ter

100 t/h e armazenava em silos de 60 mil sacos de

maior isolamento térmico e os tijolos absorvem pe-

capacidade, sendo o milho deles misturado com

quenas quantidades de umidade quando formadas;

o de outros produtores. Eles buscavam o milho ao

utiliza mão de obra e materiais locais, o que movi-

longo do ano conforme a necessidade do plantel”,

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


GESTÃO

m mais qualidade s cerâmicos explicou Martins. Conforme o engenheiro, o produto perdia em qualidade e a conversão alimentar dos suínos na fase crescimento/terminação era de 2,74 quilos de ração para cada quilo de peso adquirido pelos animais. “Quando a família construiu secadores solares e silos de alvenaria armada com pequena capacidade, passaram a ter um milho de alta qualidade, o que fez com que a conversão dos suínos passasse para 2,3 quilos de ração, ou seja, uma economia de 440 gramas por quilo de suíno produzido nas fases de crescimento/terminação. Em armazenagem de qualidade, vale o ditado, quanto menores os silos melhor a qualidade, ou seja, em armazenagem qualitativa o bonito é ser pequeno”.

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NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

43


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DESENVOLVIMENTO

Empresário Fernando Camargo morre aos 54 anos Proprietário

da

Camargo

Máquinas

e

Fernando contam que o mecânico era muito

Equipamentos para Cerâmica, de Jundiaí, em São

querido no meio cerâmico. “No dia do enterro,

Paulo, José Fernando Camargo, morreu no dia

vários ceramistas fizeram questão de trazer uma

7 de fevereiro, vítima de câncer. O falecimento

palavra de conforto para a nossa família. Muitos

chocou familiares e amigos pela velocidade com

amigos foram na cerimônia. A turma da ‘gaiola’

que a doença agiu. No final do ano passado,

estava toda lá”, diz Rodrigo, ao revelar uma das

Fernando adoeceu com problemas no pulmão,

paixões do pai que era gaioleiro nas horas vagas.

sendo diagnosticado como pneumonia. Depois

O ceramista Cristóvão Catão, de Jaguariúna

de um tratamento sem sucesso e exames mais

(SP), era amigo de Fernando e viu a empresa

avançados, foram descobertos quatro tumores

Camargo

em estado grave e avançado. Fernando chegou

profissional, um ótimo amigo, uma pessoa

a fazer uma sessão de quimioterapia, mas não

excelente. Acompanhei toda a trajetória da

resistiu e faleceu.

empresa, fazia 30 anos que o conhecia”. A maioria

Fernando

era

muito

O empresário nasceu em Campinas (SP).

dos equipamentos da cerâmica de Cristóvão foi

Ao completar o segundo grau, fez um curso

fabricada por Camargo. “Sempre apostei nele pelo

de torneiro mecânico no Senai dando início à

caráter”, elogia. Os amigos costumavam participar

carreira no ramo de automação numa pequena

de feiras juntos.

empresa de Valinhos (SP). Com o tempo e muita

A primeira sede da empresa foi num prédio

experiência, cresceu profissionalmente e realizou

alugado de 250 metros quadrados, no município

o sonho de ter o próprio negócio. Em 1997,

de Valinhos. Hoje, a Camargo ocupa 700 metros

fundou a Camargo Máquinas, com forte atuação

quadrados numa área de 15 mil metros quadrados,

na área de automação para cerâmica vermelha.

na cidade vizinha, Judiaí, com a produção de

“Muito batalhador e guerreiro, meu pai foi

carregadores e descarregadores automáticos;

aos poucos conquistando o mercado de trabalho

pinças; transportadores de vagonetas manuais,

e concretizando seus sonhos, sempre muito

semiautomáticos e automáticos; autoviajantes

feliz, alegre e irradiante”, elogia o filho Rodrigo

para secador com hélice de dois metros de

Camargo, que cresceu junto com a empresa

diâmetro; painéis elétricos; fornos tipo plataforma

e agora aos 25 anos assumiu o lugar do pai.

e vagonetas para tijolos, telhas e blocos.

“Aprendi tudo o que sei com ele, não tenho curso

Além dos dois filhos, Fernando deixou a esposa

de nada, aprendi na raça mesmo”, lembra Rodrigo,

Neusa Borges da Silva Camargo e as netas Giulia

que iniciou na empresa como ajudante geral até

Cristina Camargo Rossi e Maria Heloisa Camargo

chegar a encarregado. O jovem também cuidava

Omenas. Os planos de Fernando, segundo o filho,

da parte de manutenção. Na nova etapa, Rodrigo

era aumentar o negócio. “Nossa família pretende

vai acumular a função que já exercia e comandar

seguir firme para continuar o grande sonho do

a empresa ao lado da irmã Adriana que junta-se

meu pai, de ampliar a empresa”. Confira ao lado

à equipe.

a homenagem que a família de Fernando fez ao

Empresário, pai e amigo, os familiares de

46

crescer. “O

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

empresário.

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NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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MEIO AMBIENTE

Guia brasileiro em estratégia de baixo carbono é lançado As indústrias brasileiras já perceberam a

Somavilla, a economia de baixo carbono “é, hoje, de

necessidade de atuar na economia de baixo carbono,

longe, a questão mais importante” para as empresas

emitindo menos Gases do Efeito Estufa (GEE),

e a sociedade. “Temos de repensar a sociedade, nosso

aumentando a eficiência energética e consumindo

consumo, e promover um novo desenvolvimento,

menos recursos naturais. Mas chegar a esse ponto não

com um crescimento econômico diferente, que use

é fácil e a maior parte das empresas ainda não sabe

melhor os recursos naturais”, salientou.

como fazê-lo.

a empresa tem atuado intensamente na eficiência

Confederação Nacional da Indústria (CNI), José

energética, apostando em energias mais limpas, como

Augusto Fernandes. “É a ferramenta para que as

o biodiesel, e na recuperação de áreas desmatadas, por

indústrias coloquem a questão do baixo carbono

meio de replantio. “A Vale Florestal tem mais de 450 mil

no seu planejamento estratégico”, disse. O guia,

hectares na Amazônia, sendo um terço de eucaliptos

idealizado pela CNI e pela embaixada do Reino

que geram renda para poder sustentar os outros dois

Unido, foi elaborado pela CNI em parceria com a ICF

terços de reflorestamento”, explicou.

Consultoria do Brasil.

O diretor de desenvolvimento sustentável da

O guia, único no país, ensina aos empresários

Braskem, Jorge Soto, ressaltou ser necessário, para as

as três fases para o planejamento estratégico de

empresas, fazer mais com menos recursos naturais.

baixo carbono: diagnóstico das emissões, que inclui

Para tanto, na sua opinião, é preciso apostar na

a análise de riscos e oportunidades; implementação

melhoria dos processos e em inovação. Lembrou que a

dos projetos e programas para diminuir as emissões e

Braskem desenvolveu o chamado plástico verde, feito

divulgação das ações e engajamento da empresa.

a partir do eteno retirado da cana-de-açúcar.

A partir do lançamento da publicação, a CNI vai

A consultora de mudanças climáticas da Suzano,

realizar cursos para as empresas que pretendem

Marina Carlini, assinalou que a presença internacional

mudar ou adaptar sua estratégia rumo à economia

da empresa, que exporta 52% de tudo o que produz,

de baixo carbono. O segmento das micro e pequenas

exige que a Suzano esteja sempre na dianteira na

empresas será o foco dos cursos.

preservação ambiental e na redução da pegada de

Na apresentação do guia de referência, o embaixador britânico no Brasil, Alan Charlton,

carbono. “O mercado lá fora já tem essa demanda”, afirmou.

ressaltou que a economia do baixo carbono é o futuro

Explicou as diferenças entre fazer um inventário de

da indústria mundial. “Temos de continuar investindo

emissões de GEE e de calcular a pegada de carbono. “A

em inovação e na eficiência energética, no menor uso

pegada de carbono acompanha todo o ciclo de vida

de recursos, para fazer mais com menos”, ressaltou

do produto, enquanto que o inventário de emissões

Charlton.

se restringe basicamente ao que é emitido para a

Casos de sucesso - O evento de lançamento do

confecção daquele produto”, disse. Segundo ela, os

guia de “Estratégias corporativas de baixo carbono:

programas da Suzano são direcionados para reduzir

gestão de riscos e oportunidades” teve a apresentação

a pegada de carbono e conscientizar os fornecedores,

de três grandes empresas: Suzano, Vale e Braskem.

clientes e consumidores da empresa.

Para a diretora de meio ambiente da Vale, Vania 48

Segundo a diretora de meio ambiente da Vale,

A avaliação foi feita pelo diretor executivo da

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

Fonte: CNI

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DESENVOLVIMENTO

Fotos: Fernando Willadino

Setores da indústria começam a sentir impacto da desindustrialização Apesar de a indústria brasileira ser afetada nos últimos anos por fatores como câmbio,

internacionais,

concorrência internacional e Custo Brasil, o

indústria brasileira”, de André Luiz Sacconato e

processo de desindustrialização não é um fato

“Brasil: Desindustrialização ou estagnação da

consumado no Brasil, de acordo com o economista

industrialização?”, de José Augusto de Castro.

riscos

e

tendências

para

a

da CNI, Flávio Castelo Branco, no seminário “Riscos

Para o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, o

da Desindustrialização”, realizado em Florianópolis

desafio implica questões externas às empresas, ou

(SC), no dia 24 de fevereiro. Contudo, para uma série

seja, o custo Brasil, e uma série de aspectos que

de setores, o sinal amarelo está aceso para o futuro,

devem ser enfrentados pelas próprias indústrias,

especialmente, nos intensivos em mão de obra,

que precisam inovar e reduzir custos para serem

que deixou de ser um fator de competitividade da

competitivas.

indústria brasileira.

A reprimarização da indústria foi uma das

“Desindustrialização no Brasil: fato ou ameaça?”

principais

preocupações

dos

três

painelistas

foi o tema da palestra do economista, que abriu a

participantes do seminário, já que os setores com

programação do evento.

O seminário debateu

melhor desempenho hoje são os intensivos em

a entrada de produtos importados no mercado

recursos naturais: alimentos e bebidas e papel e

nacional, impulsionada pela taxa cambial, pelo

celulose. Enquanto isso, perdem espaço setores

avanço da China no mercado global e em função

como têxtil, vestuário e acessórios e couros e

dos elevados custos de produção no Brasil.

calçados, em que a concorrência por preço e custos

O evento contou também com as palestras 50

“Desindustrialização: conceituação, comparações

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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DESENVOLVIMENTO

Fonte: Sistema Fiesc

de comunicação é outro setor que vem sofrendo

devido à exportação de commodities e isso

com a concorrência internacional. “O problema não

depende principalmente do cenário internacional.

é exportar produtos primários. Mas exportar só isso”,

Já os produtos manufaturados dependem de não

disse o painelista José Augusto Castro, especialista

interromper a atuação no mercado externo, pois

em comércio internacional.

sempre existe o risco de não conseguir voltar, já

Por enquanto, o Brasil passa por um momento

que um concorrente externo pode tomar o lugar.

de estagnação industrial, conforme Castro, mas

Então, o esforço tem que ser constante. Na avaliação

corre sério risco de entrar em um processo de

de Flávio Castelo Branco, a indústria foi perdendo

desindustrialização.

do

atratividade e gradativamente deixando de olhar

problema, mas ele não apareceu efetivamente.

para o mercado externo. “Não há sinais claros de

Porém, é uma ameaça concreta”, disse. A carga

desindustrialização, mas temos lacunas como essas

tributária elevada, a falta de investimento em

que enfraquecem a indústria brasileira”, disse.

“Temos

os

sintomas

infraestrutura, a taxa de câmbio desfavorável e a

Para André Luiz Sacconato, mestre e doutor

alta das importações são fatores apontados como

em Teoria Econômica pelo IPE-USP, o gargalo está

principais causadores do problema. “A tendência

também em uma mão de obra qualificada. “É muito

hoje é as empresas continuarem importando e

difícil competir com a China, pois o crescimento do

assim começarem a ter uma queda efetiva na

país é em cima da qualidade de vida dos chineses”,

produção industrial. É visível que existem todos os

diz. “Não temos sinais claros de desindustrialização,

fatores para que a desindustrialização se concretize”.

mas pode ser um problema sério nos próximos

A balança comercial brasileira tem superávit

52

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

anos”.

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GESTÃO

Alternativas para utilização do ponto eletrônico O Diário Oficial da União (DOU) publicou no dia 28 de fevereiro a Portaria nº 373, que explica sobre

com o consentimento de ambas as partes”, explica.

a possibilidade de adoção de sistemas alternativos

De acordo com a Relação Anual de Informações

de controle de jornada de trabalho pelos emprega-

Sociais (RAIS), cerca de 700 mil empresas em todo

dores. Em seu artigo 1º, a Portaria explica que deve

Brasil utilizam sistema de ponto eletrônico. “Fizemos

haver autorização por convenção ou acordo coleti-

uma medição e vimos que menos da metade das

vo de trabalho para a utilização destes sistemas. O

empresas que utilizam o ponto eletrônico compra-

prazo para as empresas se adaptarem a nova regu-

ram o novo equipamento. A nova portaria não irá

lamentação (previsto na Portaria n º 1.510) passou

prejudicar essas empresas, só ampliar as possibilida-

de 1º de março para 1º de setembro deste ano. Ne-

des de negociação”, ressalta o ministro.

nhuma empresa é obrigada a utilizar o ponto eletrô-

Portaria nº 1.510 - A Portaria nº 1.510, que dis-

nico, podendo optar também pelo registro manual

ciplina o uso do Ponto Eletrônico e a utilização do

ou mecânico.

Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP),

Segundo a Portaria nº 373, os sistemas alterna-

continua em vigor. Composto por 31 artigos, o do-

tivos não devem admitir restrições à marcação do

cumento enumera itens importantes que trazem

ponto, marcação automática, exigência de auto-

eficiência, confiança e segurança ao empregador e

rização prévia para marcação de sobrejornada e a

ao trabalhador.

alteração ou eliminação dos dados registrados pelo

Com o novo equipamento de ponto eletrônico,

empregado. Para fins de fiscalização, os sistemas al-

previsto na Portaria nº 1.510, os trabalhadores terão

ternativos eletrônicos deverão estar disponíveis no

um comprovante impresso toda vez que houver re-

local de trabalho, permitir a identificação de empre-

gistro de entrada e saída, possibilitando, desta for-

gador e empregado e possibilitar, através da central

ma, maior controle do trabalhador no final do mês

de dados, a extração eletrônica e impressa do regis-

sobre suas horas trabalhadas. O sistema também

tro fiel das marcações realizadas pelo empregado.

garante mais segurança no registro das informa-

Conforme o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, a nova portaria atende pedidos feitos pelas centrais sindicais, trabalhadores e empresas. “Não queremos radicalizar com a portaria nº 1.510. Por isso, atendemos ao pedido das centrais e das empresas

possibilitando

que fossem adotados os

56

acordos ou convenções coletivas, que só são feitos

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

ções, com sua inviolabilidade baseada em múltiplas garantias, como cadastro e certificação. Fonte: MTE

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MEIO AMBIENTE

Ceusa é premiada por reaproveitar resíduos O reaproveitamento de resíduos sólidos na fa-

adequadas a eles, a fim de proporcionar a estabili-

bricação da Massima Telha Gres, produto da Ceusa

dade necessária ao processo de queima, garantindo

lançado em 2010, rendeu à empresa o 18º Prêmio

assim um range de trabalho entre 1.100 e 1.140°C e

Expressão de Ecologia 2011 na categoria Conserva-

a qualidade do produto final.

ção de Insumos de Produção - Recursos Minerais,

Segundo o responsável pelo projeto, o coorde-

com o projeto Reaproveitamento de Resíduos Sóli-

nador técnico André Bez Batti, sua implantação re-

dos na Indústria Cerâmica X Meio Ambiente.

sultou em economia com os custos de transporte e

Como forma de solucionar um dos problemas

deposição de materiais nos aterros sanitários, “o que

enfrentados pela indústria cerâmica, que é a ge-

não é a forma correta de tratar os problemas am-

ração de resíduos sólidos oriundos dos processos

bientais”. Além disso, a empresa está deixando de

de tratamento de seus efluentes, em 2006 a Ceusa

extrair oito quilos de matérias-primas para a produ-

iniciou estudos para o desenvolvimento da massa

ção de um metro quadrado de telha, contribuindo

para a obtenção da telha gres. Esses resíduos são

também com o meio ambiente.

constituídos a partir de dois processos: tratamento

Já a telha gres produzida, além de ser referência

de efluentes de esmaltes e tratamento de efluentes

de produto e de responsabilidade ambiental, está

dos processos de retífica (esquadrejamento) e poli-

disponibilizada no mercado com grande valor esté-

mento superficial de peças cerâmicas.

tico a partir de um projeto inovador de produção de

Para a composição da massa são reaproveitados 4% de rejeitos de esmalte e 18% de rejeitos de polimento e retífica, utilizando-se matérias-primas

telhas esmaltadas derivadas da moagem de massa via úmida. O desenvolvimento do produto ainda resultou em três linhas de complementos, a cumeeira, a meia telha e os terminais (terceirizados), hoje em seis tonalidades diferentes. Entre os diferenciais pode-se dizer também que a telha gres não encarde, não envelhece e é resistente ao gelo e degelo. Também é isenta de gretagem, trincas mecânicas, empeno e variação de tamanho, apresentando ainda pouca absorção de água, abaixo de 3%, enquanto que telhas comuns oferecem absorção entre 10% e 18% e telhas similares entre 7% e 10%. Certificado pelo Ministério do Meio Ambiente como a maior premiação ambiental do sul do País, o 18º Prêmio Expressão de Ecologia contou com a participação de 153 cases. Os cases vencedores, além de serem destacados no Anuário Expressão de Sustentabilidade, que circulará em junho, receberão o troféu Onda Verde no Fórum de Gestão Sustentável, que acontecerá no mês de julho

58

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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Nível de atividade da construção civil cai

Fonte: Agência Brasil

O nível de atividade da construção civil diminuiu

está desaquecida. A avaliação leva em consideração

em janeiro, ficando em 47,2 pontos. É a primeira

uma escala de 0 a 100, em que valores acima de 50

redução mensal desde que o indicador foi criado,

indicam crescimento da atividade.

há um ano. Em comparação a dezembro de 2010

Por porte de empresas, as pequenas registraram

(51 pontos), o recuo foi de 3,8 pontos e, em relação a

a maior retração. Depois, vêm as médias e, por

janeiro de 2010 (50,5 pontos), de 3,3 pontos. Mesmo

último, as grandes. O maior declínio ocorreu entre

assim, o setor mostra-se mais otimista, de acordo

as empresas de obras de infraestrutura, seguidas por

com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

aquelas de serviços especializados e de construção

Na pesquisa, foram ouvidas, entre 31 de janeiro e 14 de fevereiro, 390 empresas, sendo 190 pequenas,

60

de edifícios. O número de empregados no setor ficou praticamente estável em janeiro.

148 médias e 52 grandes. Mesmo com a queda, a

Para os próximos seis meses, os empresários da

CNI avaliou que ainda é cedo para concluir que há

construção civil esperam que o nível de atividade

problemas no setor, já que fatores sazonais podem

atinja 63 pontos ante os 61,9 pontos da pesquisa

ter influenciado a sondagem.

de janeiro. Sobre a expectativa em relação a novos

O nível de atividade efetiva em relação ao

empreendimentos e serviços do setor, o indicador

usual (que mostra se a atividade apresentou

apresentou uma melhora, ao passar de 62,8 pontos

comportamento diferente do esperado para o

para 63,3 pontos. No que se refere à compra

período) situou-se em 51,6 pontos em janeiro, acima

de insumos e matérias-primas, também houve

dos 50 pontos, o que mostra que a atividade não

aumento, de 59,9 pontos para 61,5 pontos.

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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desde a maromba até o enfornamento. As telhas são retiradas da prensa pelo extrator a vácuo e colocadas na vagoneta sem sofrer um único arranhão ou empenamento. São 40 telhas por minuto produzidas com uma única prensa dupla. É possível fabricar 50 mil telhas em três turnos.


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Cerâmica Hobus abre caminho para outras cerâmicas automatizarem Da mesma forma que o carregamento, as telhas são retiradas das vagonetas automaticamente e colocadas em um transportador seguindo até o enfornamento. A tecnologia brasileira desenvolvida pela Man é mais avançada do que os sistemas europeus. O sistema Man não necessita de milhares de bandejas e utiliza somente 60% das vagonetas e 60% do espaço no secador, porque já coloca a telha uma dentro da outra, di-

ferente do método europeu. Em 2010, 40 ceramistas de todo o Brasil participaram da segunda visita técnica na cerâmica Hobus para conhecer o primeiro carregamento e descarregamento automático de telhas fabricado pela Man. Peça o DVD na Man e veja toda a visita técnica com os equipamentos funcionando.


DESENVOLVIMENTO

Índice Nacional da Construção Novo Presidente Civil variou 0,27% em janeiro do Sindicer (MS)

Fonte: IBGE

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O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE em convênio com a Caixa, iniciou o ano de 2011 com variação praticamente igual a registrada em dezembro de 2010 (0,26%), avançando ape-

64

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

nas 0,01 ponto percentual. O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em dezembro havia sido R$ 769,06, em janeiro passou para R$ 768,44, sendo R$ 436,29 relativos aos materiais e R$ 332,15 à mão de obra. A parcela dos materiais apresentou variação de 0,32%, recuando 0,11 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,43%), enquanto a mão de obra registrou aceleração de 0,15 ponto percentual, passando de 0,05% em dezembro para 0,20% em janeiro. Estes resultados foram calculados com uma nova estrutura de ponderação das áreas geográficas. NC

O novo presidente do Sindicer/ MS é Natel Henrique Farias de Moraes que assumiu o mandato de 20112014.Ao lado de Moraes está o vice-presidente Luiz Cláudio Sabedotti Fornari e a primeira secretária Cláudia Pinedo Zottos Volpini. A atuação de Natel estará focada em suprir a demanda da indústria da construção civil do estado e elevar o número de empresas filiadas ao sindicato dando continuidade ao trabalho já desenvolvido pela gestão anterior. NC Fonte: Anicer


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ARTIGO TÉCNICO

Efeitos da incorporação de resíduos de cerâmica vermelha na produção de telhas cerâmicas, no município de Boa Vista, Roraima Trabalho apresentado no 54º Congresso Brasileiro de Cerâmica, realizado de 30 de maio a 2 de junho de 2010, em Foz do Iguaçu, no Paraná T. N. S. Cruz1; D. M. Morais2; R. R. Medeiros3 1,2,3 Universidade Federal de Roraima

Resumo

significativamente

facilitando

o

processo

de

A argila é a matéria-prima básica da cerâmica

secagem dos produtos cerâmicos, devido à

vermelha. As principais razões são boa plasticidade

morfologia de suas partículas. Entretanto, o teor de

quando úmida; aumento da resistência mecânica

incorporação de chamote e a sua granulometria são

após

fatores determinantes para o produto final.

tratamentos

térmicos

e

técnica

de

processamento simples. Entretanto, encontram-

De acordo com o autor referido anteriormente,

se produtos de cerâmica vermelha com diferente

durante o processo de queima, até alcançar

desempenho, visto que há vários tipos de argila e

temperaturas não superiores a sua sinterização,

cada fabricante define o que produzir, a partir de

o chamote comporta-se como material inerte.

seu processamento industrial e da matéria-prima

Em temperaturas superiores à qual foi obtido,

disponíveis. Em Boa Vista, Roraima há necessidade

possibilitará

de solucionar problemas na produção de telhas

químicas. Assim sendo, a menor perda de massa do

cerâmicas, visto que alguns requisitos prescritos

chamote, em comparação com as argilas, favorece a

na norma brasileira em vigor não são cumpridos.

aceleração da secagem e contribui para redução da

Este trabalho tem por objetivo determinar o

retração dos produtos de cerâmica vermelha.

o

desenvolvimento

de

reações

percentual de chamote, resíduos de cerâmica

É visível o descarte de peças de cerâmica

vermelha, a ser incorporado na produção de

vermelha em lugares impróprios, tais como, em

telhas cerâmicas. A metodologia envolveu quatro

logradouros, nos pátios das próprias indústrias ou

percentuais de adições, onde foram investigadas

até nas margens de rios. Na tentativa de reaproveitar

a argila e o procedimento de fabricação das telhas

este subproduto fez-se um estudo experimental, da

da indústria de cerâmica vermelha em estudo. Por

incorporação do chamote em massas cerâmicas,

fim, apresenta-se o percentual ideal de chamote

cujos corpos de prova foram conformados por

incorporado à massa cerâmica.

extrusão, nas seguintes proporções, em peso: 1,5%, 4,5%, 6% e 7,5%, comparados com um corpo de

Introdução

prova referencial, sem chamote.

O chamote é considerado um subproduto

Após a fase de secagem os corpos de prova,

proveniente de rejeitos da indústria de cerâmica

com incorporação de chamote, foram submetidos

vermelha, após a fase de queima. É uma das

à queima na indústria de cerâmica vermelha

matérias-primas

participante deste estudo e, em seguida, efetuou-se

não

plásticas

eventualmente

incorporadas em massas cerâmicas. Na sua obtenção

o ensaio de resistência à compressão.

há, inicialmente, a necessidade da fragmentação das peças descartadas. Alguns estudos revelam que sua aplicação na indústria de cerâmica vermelha

O objeto principal deste estudo foi o chamote,

tem reflexos positivos, sobretudo no processo

obtido

produtivo, inclusive para o controle da retração.

descartados na indústria de cerâmica vermelha

Segundo ,

apresentar

trituração

de

blocos

cerâmicos

participante deste trabalho. A indústria de cerâmica

mais grossa que a argila, o chamote melhora

vermelha selecionada opera há 14 anos em Boa

o grau de empacotamento, além de contribuir

Vista (RR), fabricando telhas cerâmicas coloniais,

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

por

da

granulometria

(1)

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ARTIGO TÉCNICO

bem como blocos cerâmicos. No seu processamento

recipiente, mantidas totalmente imersas em água, à

industrial o equipamento de queima é um forno

temperatura ambiente, durante 24 horas. A massa

periódico e o principal combustível empregado é a

úmida, expressa em gramas, foi determinada pela

lenha nativa.

pesagem de cada telha saturada.

Com as amostras da argila, foram realizados

O índice de absorção de água das amostras de

os ensaios de granulometria, determinação dos

telhas foi determinado pela Equação (A), a seguir,

limites de Atterberg, representados pelos Limites

conforme (5).

de Plasticidade (LP) e Limite de Liquidez (LL) e a composição mineralógica da argila analisada por

AA(%) =

difração de raio-X.

(A)

Na análise granulométrica da argila foi utilizado

Onde mu e ms representam a massa úmida e a

o método de ensaio normatizado pela norma . Os

massa seca de cada corpo de prova, respectivamente,

procedimentos de ensaios para determinação dos

expressas em grama. A impermeabilização das

limites de Atterberg, representados pelo Limite

amostras de telha foi examinada pela observação

de Plasticidade (LP) e Limite de Liquidez (LL)

da passagem ou não de água, através da espessura

(2)

, respectivamente.

da telha, quando a sua superfície superior foi

Em seguida, procedeu-se à análise mineralógica,

submetida, por um determinado tempo, a uma

por meio do ensaio de difração de raio-X, para

pressão constante de água. As telhas foram imersas

determinar quantitativamente os argilominerais

em água à temperatura ambiente durante 24 horas.

presentes na amostra de argila, tais como: caulinita,

Em seguida, foram secas a uma temperatura de

montmorilonita, ilita entre outros.

105ºC. Foi colada uma moldura de resina acrílica

foram normatizados pela

(3)

e

(4)

O produto cerâmico analisado foi a telha

na superfície superior das telhas. Em seguida a

cerâmica tipo plan. Com as amostras de telha foram

parte interna da moldura foi preenchida com água,

executados os ensaios de massa seca (ms), massa

suficiente para que a coluna de água atendesse as

úmida (mu), determinação do índice de absorção

especificações da

de água (AA), determinação da impermeabilização

constante durante o ensaio por meio da reposição

e das características dimensionais, sintetizados a

da água. As telhas foram submetidas à pressão da

seguir.

coluna de água por 24 horas.

Para a determinação da massa seca e da massa

(5).

O nível de água foi mantido

Quanto às caracterizações visuais e geométricas , prescreve que as telhas

úmida, as telhas foram recebidas, identificadas

da telha cerâmica a

e limpas, colocadas em ambiente protegido que

devem trazer a identificação do fabricante e outros

preservou suas características originais. Cada corpo

dados gravados em relevo ou reentrância, com

de prova foi constituído por uma telha, íntegra e

caracteres de no mínimo cinco milímetros de altura,

. As telhas foram

sem que prejudique o seu uso. Nessa inscrição deve

submetidas à secagem em estufa a 105ºC e após a

constar no mínimo identificação do fabricante, do

estabilização das pesagens, foi determinada a massa

município e do Estado da Federação, modelo da

seca, expressa em gramas. Após a determinação

telha, rendimento médio da telha, expresso em

da massa seca as telhas foram colocadas em um

telhas por metro quadrado, com uma casa decimal,

isenta de defeitos, conforme

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NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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ARTIGO TÉCNICO

sendo obrigatória a gravação T/m². As telhas podem apresentar ocorrência como esfoliações, quebras, lascados e rebarbas que não prejudiquem o seu desempenho. Igualmente, são admissíveis eventuais riscos, escoriações e raspagens causadas por atrito feitas nas telhas durante sua fabricação,

Tabela 1 - Limite de Liquidez (LL), Limite de Plasticidade (LP) e Índice de Plasticidade (IP), da argila em estudo.

AMOSTRA DE ARGILA LL (%) LP(%) 41 29 IP = 12

embalagem, manutenção ou transporte. Quanto ao ensaio de dimensões, as telhas cerâmicas devem apresentar medidas conforme (5).

Segundo

, índice de plasticidade entre 7%

(7)

e 17%, classifica a argila como moderadamente

Para o ensaio de resistência mecânica foram

plástica. Deste modo, a argila em estudo é

moldados quatro corpos de prova cilíndricos, com

moderadamente plástica, portanto não apresenta

dez centímetros de altura e cinco de diâmetro, para

plasticidade ideal para conformação via extrusão.

as proporções de chamote, a saber, 1,5%; 4,5%; 6% e 7,5%, conforme a Figura 1.

A Tabela 2, a seguir, apresenta os minerais Tabela 2 - Dados da análise mineralógica da argila MINERAIS Quartzo Caulinita Ilita Argila utilizada nas telhas M m Tr cerâmicas M = constituinte maior; m = constituinte menor e tr = constituinte traço. AMOSTRAS

constituintes na argila investigada. Conforme a Tabela 2, na argila foi identificada: quartzo, como constituinte maior; caolinita, como constituinte menor (m) e traços de ilita. De acordo com esta análise, para que os produtos cerâmicos Figura 1. Corpos de prova utilizados no ensaio de resistência mecânica.

em estudo sejam bem sinterizados, recomendase uma temperatura mínima de queima superior

A característica mecânica dos corpos de prova

a 1200ºC, o que não é cumprido na prática, pois

foi representada pela resistência à compressão

segundo dados da cerâmica em questão, sua

individual, conforme prescrito pela (6).

temperatura média máxima de queima varia entre 800ºC e 1000ºC.

Resultados e discussão

70

Nos ensaios de massa seca e massa úmida os

Na composição granulométrica constatou-se

valores oscilaram entre 2370 e 2470 gramas e entre

que a amostra analisada possuía porcentagens de

2740 e 2850 gramas, respectivamente, assinalando

argila, areia e silte, de 50%, 0,49% e 0,1%, portanto,

que a telha em estudo possui significativo peso,

não muito fina. As argilas de granulometria grossa

necessitando de uma estrutura de apoio reforçada

não apresentam boa plasticidade.

no telhado.

A Tabela 1, a seguir, apresenta os valores de

No que se refere ao índice de absorção de água

Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade para a

este requisito apresentou um valor médio de 15%,

argila analisada.

considerado apropriado, pois o limite máximo

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11


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ARTIGO TÉCNICO

admissível prescrito na norma em vigor é 20%. Na

determinação

da

impermeabilização

os resultados dos ensaios foram qualitativos

produtos de boa qualidade, contribuindo para reduzir os impactos ambientais causados com a extração da argila.

considerando apenas duas possibilidades para cada corpo de prova: o status de impermeável ou permeável à água. Neste ensaio não foi visível a presença de marcas de água na superfície do espelho indicando a impermeabilidade da telha. De acordo com os dados dos ensaios de retilineidade e planaridade as amostras de telhas em estudo não atenderam aos requisitos prescritos na norma em vigor. O corpo de prova com 6% de resíduo apresentou

REFERÊNCIAS (1) Santos, O C. Influência da adição de rejeitos cerâmicos nas propriedades de cerâmica vermelha da região do recôncavo baiano. 2007. 94 f. Dissertação (Mestrado) Programa de pós-graduação em engenharia mecânica. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007. (2) Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7181: Solo - Análise granulométrica: Mé-

o melhor resultado de resistência à compressão,

todo de ensaio. Rio de Janeiro, 1984. 13 p.

seguida pelo corpo de prova de 1,5%. Contudo os

(3) _________ NBR 6459: Solo - Determinação

corpos de prova de 4,5% e 7,5% não apresentaram

do limite de liquidez: Método de ensaio. Rio de

resultados significativos em relação à incorporação

Janeiro, 1984. 6 p.

de chamote, comparado com o corpo de prova sem

(4) _________ NBR 7180: Solo - Determinação

adição de chamote.

do limite de plasticidade: Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1984. 3 p.

Conclusões Constatou-se que a incorporação de chamote à massa cerâmica minimizou a retração na secagem e, consequentemente, retração na queima. A adição de 6% apresentou melhores resultados em quase todas as propriedades, inclusive, elevados valores para

micos - Telhas - Terminologia, requisitos e métodos de ensaio, Rio de Janeiro, R.J., 2005. 47 p. (6) _________ NBR 7215: Cimento Portland Determinação da resistência à compressão, Rio de Janeiro, R. J., 1996. 8p. (7) FIORI, A. P. Fundamentos de mecânica dos

resistência mecânica. Em relação à composição de

solos e das rochas: aplicações na estabilidade

4,5% e 7,5%, não obtiveram valores tão expressivos

de taludes. Curitiba: Editora da Universidade

para efeito de comparação com o corpo de prova

Federal do Paraná, 2001, 550 p.

isento de resíduo. A partir deste estudo, verificou-se que a incorporação do chamote em massa cerâmica, na indústria participante desta pesquisa é possível, preferivelmente, para o teor de 6% de adição. Por outro lado, o estímulo do seu uso contribuirá para a consciência mais sustentável do setor. Verificou-se, também, que a adição de chamote à massa cerâmica permite o aproveitamento desse tipo de resíduo da indústria de cerâmica vermelha resultando em 72

(5) _________ NBR 15310: Componentes cerâ-

NovaCer ● Março 2011 ● Edição 11

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