Revista Novacer Edição 55 Novembro 2014

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Entrevista com o gerente geral da Incerpaz, Ing. David Paz Rojas

Ano 5

Novembro/2014

Edição 55

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9ª Convenção Nordeste Evento destaca a sustentabilidade e promove o intercâmbio do conhecimento acadêmico com o setor

Bonfanti: mais de 100 anos de história

Cerâmica de AL realiza plantio para resgate de carbono

Setor participa da Feira CasaPronta em SC


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SUMÁRIO

FEIRAS 16:

Encontro do Nordeste destaca a sustentabilidade da indústria

EDITORIAL

DESENVOLVIMENTO

MEIO AMBIENTE

ENTREVISTA

12: Carta ao Ceramista

22: Mais de 100 anos de história

26: Cerâmica de AL realiza plantio para resgate de carbono

30: O setor na Bolívia

Diretor Geraldo Salvador Junior

direcao@novacer.com.br

revista@novacer.com.br Av. Centenário, 3773, Sala 804, Cep: 88801-000 - Criciúma - SC Centro Executivo Iceberg Fone/Fax: +55 (48) 3045-7865 +55 (48) 3045-7869

Comercial Moara Espindola Salvador

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Administrativo Financeiro Wanessa Maciel

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Jornalista Responsável Juliana Nunes - SC04239-JP

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Diagramação & Arte Jefferson Salvador Juliana Nunes

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Redação Juliana Nunes

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Fotografia & Marketing Digital Natanael Knabben revista@novacer.com.br

Impressão Gráfica Coan Tiragem 3500 exemplares

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Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados


FEIRAS

ARTIGO TÉCNICO

34: Setor participa da Feira CasaPronta em SC

42 : Pré-caracterização físicoquímica e mineralógica das argilas da indústria de cerâmica vermelha – Inhangapí – Pará

SUMÁRIO

Novembro 2014 DESENVOLVIMENTO 29: Encontro setorial acontecerá em dezembro no estado de SP

DESENVOLVIMENTO 36: Cerâmica Vermelha no Triângulo Mineiro em MG

DESENVOLVIMENTO 38: Empresa de Minas Gerais lança forno vagão metálico

ARQUITETURA CERÂMICA 49: Projeto reaproveita cacos de telhas em sobrado de SP

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Comentários, sugestões de pauta, críticas ou dúvidas podem ser encaminhadas para os e-mails redacao@novacer.com.br ou direcao@novacer.com.br Na internet Todas as edições podem ser visualizadas no site www.novacer.com.br Anuncie na NovaCer Divulgue sua marca. Atendimento pelo e-mail comercial@novacer.com.br Assinaturas: +55 48 3045.7865

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Carta ao Ceramista De 23 a 25 de outubro Pernambuco sediou a 9ª Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 19º Encontro dos Sindicatos de Cerâmica Vermelha do Nordeste. Com foco na sustentabilidade, o evento ocorreu no Golden Tulip Hotel Palace, em Recife, e reuniu cerca de 250 pessoas, entre visitantes, palestrantes e expositores. Neste ano, o encontro contou com dez palestras, exposição de equipamentos, lançamento do livro “Cerâmica Vermelha Para Construção: Pesquisas e Inovações” e visita técnica . Outro diferencial da feira foi o 1º Desafio Cientista Ceramista, que proporcionou novas discussões como empresariado, poder público e instituição de ensino. Acompanhe a cobertura completa a partir da página 16. Leia ainda nesta edição uma reportagem sobre o projeto da cerâmica Esperança, de Alagoas. A empresa realizou o plantio de 1 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e Ciliar. O plantio foi realizado por aproximadamente 60 crianças matriculadas no ensino fundamental

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de Matriz de Camaragibe. Um dos objetivos da ação foi resgatar a consciência ambiental em cada integrante da sociedade alagoana. Neste mês, conheça a história da Mecânica Bonfanti, de Leme (SP). A empresa completou 110 anos em novembro. Conheça a fundação da empresa, como era no começo e como evoluiu e se consolidou no mercado, sendo uma das principais empresas especializadas em soluções tecnológicas para a indústria cerâmica. A entrevista especial deste mês é com o diretor geral da empresa Incerpaz, David Paz Rojas. Reconhecida como uma das maiores empresas da Bolívia no setor cerâmico, a Incerpaz é uma empresa familiar que conta com 34 sócios, todos da família Paz-Rojas e filhos. Saiba sobre o setor na Bolívia e sobre a produção de tijolos à vista e pavimentos cerâmicos da Incerpaz. Aproveite a leitura!

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FEIRAS

Encontro do Nordeste destaca a sustentabilidade da indústria Evento ocorreu de 23 a 25 de outubro no Golden Tulip Hotel Palace, em Recife, Pernambuco De 23 a 25 de outubro deste ano, a cidade de Recife, em Pernambuco, sediou a 9ª Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 19º Encontro dos Sindicatos de Cerâmica Vermelha do Nordeste. Promovido pelo Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção no Estado de Pernambuco (Sindicer/PE), o evento ocorreu no Golden Tulip Hotel Palace. Com o intuito de proporcionar um intercâmbio entre sindicatos, associados, empresas do setor e parceiros, viabilizando o acesso à informação e às novas

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tecnologias, a convenção e o encontro de ceramistas apresentou aos visitantes e participantes práticas sustentáveis bem sucedidas já usadas por empreendimentos pernambucanos. O encontro reuniu 250 pessoas entre palestrantes, expositores e visitantes da feira. O maior número de participantes foi dos estados do Nordeste, entre eles Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Ceará, Piauí, Maranhão e Sergipe. O evento também recebeu representantes de estados de outras regiões, como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Mato Grosso. Neste ano, a convenção ofereceu aos participantes dez palestras, além da exposição de de máquinas e equipamentos. Foram 21 expositores, vindos dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Ceará, para apresentar as mais variadas tecnologias e inova-


FEIRAS

ções relacionadas ao setor. Além disso, a feira contou com assinatura do Convênio - UFRPE x SINDICER/PE, lançamento do livro “Cerâmica Vermelha Para Construção: Pesquisas e Inovações” e visita técnica a uma cerâmica da região. Outro diferencial do evento foi o 1º Desafio Cientista Ceramista que, segundo o professor adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Romildo Morant de Holanda, proporcionou novas discussões como empresariado, poder público e instituição de ensino. Para Holanda, “o evento supriu as expectativas por conseguir reunir um público significativo que participou ativamente das discussões nas palestras e agregou valor ao evento”. “Além disso, trouxe algo inovador que foi o lançamento do 1º Desafio Cientista Ceramista, conseguindo aproximar um pouco mais a academia do setor produtivo. A avaliação do evento foi realizada pelos participantes e o retorno foi muito positivo em relação ao local, programação e organização”. Na avaliação do presidente da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), Cesar Vergílio Oliveira Gonçalves, foi um excelente evento, com palestras muito interessantes. “Tivemos a participação da Caixa Econômica Federal e da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que trouxeram temas atuais e esclarecedores aos participantes, como a Norma de Desempenho. Também foi ótimo, tanto para

as entidades da cerâmica como para os ceramistas, conhecermos melhor o que vem sendo desenvolvido pelo Sindicer/PE junto à academia”, disse. A Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha é um evento itinerante e, para este ano, a cidade escolhida para sediar o evento foi Recife, em Pernambuco. O estado conta com cerca de 150 cerâmicas, que geram em torno de 12 mil empregos diretos e 36 mil empregos indiretos. Deste total, 60 são associadas ao sindicato. O maior número de indústrias do setor fica em Paudalho, onde existem 26 unidades fabris. Neste ano, o evento contou com apoio da Anicer, Fiepe, Sebrae/PE, UFRPE, Sesi e Senai.

Convênio - UFRPE x SINDICER/PE Durante a solenidade de abertura da Convenção do Nordeste, foi assinado um convênio entre a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Sindicato de Cerâmica de Pernambuco (Sindicer/PE). A parceria foi firmada a fim de dar continuidade ao projeto da Agenda Positiva para a cerâmica vermelha no estado de Pernambuco, visando o incentivo e a divulgação das pesquisas (graduação, extensão e pós-graduação) para o setor da cerâmica vermelha, sob a coordenação de professores da disciplina de Materiais de Construção. “O objetivo deste convênio é atender a demanda criada no setor cerâmico de Pernambuco, para realizar atividades de interesses comuns, no campo social, ambiental, econômico

e de pesquisa; aproximando a academia do setor cerâmico e desenvolvendo estudos que possibilitem a discussão de temas de interesse da sociedade, poder público e empresariado”, disse o professor adjunto da UFRPE, Romildo Morant de Holanda. Segundo o professor, modificar a imagem da indústria perante os consumidores, pesquisadores e projetistas; incentivar ao consumo dos produtos cerâmicos, retirando o mito dos impactos negativos do setor cerâmico; conseguir manter o setor em mídias positivas e alavancar políticas públicas para o setor; divulgar os resultados positivos encontrados e possibilitar a replicação dos trabalhos em outras localidades são alguns dos benefícios deste convênio. NovaCer • Ano 5 • Novembro • Edição 55

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FEIRAS

1º Desafio Cientista Ceramista

Trabalhos premiados ficaram expostos em painéis durante o evento

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Com o objetivo de disseminar boas práticas para a indústria cerâmica e promover a integração e o intercâmbio do conhecimento acadêmico com o setor produtivo, o Sindicer/PE lançou o 1º Desafio Cientista Ceramista. O tema foi “Desenvolvimento Sustentável na Indústria de Cerâmica Vermelha”. A entrega dos prêmios ocorreu durante a Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha. Na categoria Acadêmica, o primeiro co-

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locado foi Zalmon Almeida. Ele inscreveu o trabalho intitulado “Incorporação de vidro em pó reciclado em uma argila da Amazônia para melhorias das propriedades físicas e viabilidade técnica para a produção de peças cerâmicas”. O segundo lugar foi para o artigo “Caracterização de argilas bentoníticas”, de autoria dos estudantes Bartira Brandão da Cunha e Tomás Jeferson Alves de Mélo. Já Fabiana Kelly de Medeiros e Heber Sivini Ferreira ficaram em terceiro lugar, com o trabalho “Produção de tijolos maciços e placas cerâmicas de revestimento com adição de óleos lubrificantes usados”. Na categoria Profissional, André Luiz Santos Patriota e Andreza Vera Pyrrho de Araújo foram os primeiros colocados. Eles inscreveram o artigo “Correlação entre brilho superficial e resistência à compressão de blocos cerâmicos de vedação”. Em segundo lugar, os vencedores foram Olimpio José Torres Mendonça e Fábio William Correia Diniz. O artigo produzido por eles foi “Produção de tijolo maciço reciclado a partir de resíduos provenientes de ensaios destrutivos realizados em blocos cerâmicos 9 cm x 19 cm x 19 cm”. Levaram a terceira colocação desta categoria Flávio de Oliveira Cavalcanti e Fábio William Correia Diniz, com o trabalho “Identificação da exposição aos riscos físicos em uma indústria de cerâmica vermelha do estado de Pernambuco”. O 1º lugar profissional recebeu uma TV 40’’ da Sony, troféu e quatro exemplares do livro. Já o primeiro colocado na categoria acadêmico recebeu um smartphone Z ultra da Sony, troféu e quatro exemplares do livro. O segundo lugar acadêmico e profissional recebeu um Galaxy Tab 4, troféu e quatro exemplares da obra. Já o terceiro lugar acadêmico e profissional recebeu troféu e quatro exemplares do livro. Os seis trabalhos premiados ficaram expostos em painéis durante o evento. “A apresentação dos trabalhos objetivou mostrar ao público as pesquisas realizadas e as possibilidades de replicação dos estudos”, disse Holanda.


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FEIRAS

Livro sobre pesquisas e inovações do setor é lançado no encontro O livro “Cerâmica Vermelha Para Construção: Pesquisas e Inovações. Coleção Sindicer/PE – Ano 2014” foi lançado durante o encontro do nordeste deste ano. A obra é um conjunto de pesquisas desenvolvidas por pessoas da academia e profissionais atuantes no setor cerâmico, que submeteram seus trabalhos para a participação no 1º Desafio Cientista Ceramista. Organizado pelo prof. Dr. Romildo Morant de Holanda e pelas engenheiras Yenê Medeiros Paz e Maria Monize de Morais da UFRPE, o livro conta com capítulos de autorias de pesquisadores e profissionais do estado de Pernambuco, Paraíba e Santa Catarina.

O objetivo do livro, segundo Holanda, é ampliar as discussões e os conhecimentos de todos os envolvidos no setor, sendo um dos produtos alcançados com o Projeto Agenda Positiva. “A obra será distribuída entre os associados do Sindicer de Pernambuco e destinado principalmente para as bibliotecas das instituições de ensino superior do estado de Pernambuco e do nordeste que tiverem cursos com temáticas correlatas”, disse o professor. Interessados em adquirir o livro, devem entrar em contato com a organização do 1º Desafio Cientista Ceramista pelo e-mail cientistaceramista@gmail.com. O investimento é de R$ 50.

Palestras O evento deste ano contou ainda com dez palestras voltadas para o setor cerâmico. São elas Potencial do uso da utilização da vegetação nativa na matriz energética do setor cerâmico; Propriedades mecânicas e demanda energética da madeira para combustão; Projeto Agenda Positiva Pernambuco e Rede Nordeste de Tecnologia para a indústria de cerâmica vermelha; Cenário da cerâmica vermelha no

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estado de Pernambuco; Racionalização da alvenaria – Teoria e estudo de caso; Adequação dos produtos cerâmicos às normas prescritivas para financiamento habitacional; Estudo de caso do APL Russas - Montagem de Arranjos Produtivos Locais – Importância, dificuldades e oportunidades; Gestão da qualidade na indústria de cerâmica vermelha; e Certificação de produtos via OCP – Organismo Certificador de Produto. “As palestras tiveram um foco e discussões com base nos problemas enfrentados pelas empresas cerâmicas. Começamos sobre a biomassa e os problemas de eficiência energética e com os órgãos de controle ambiental, cada vez mais exigentes e punitivos para aqueles que não cumprem as determinações dos órgãos controladores e a importância da sustentabilidade futura com utilização de biomassa e manejos adequados”, contou o professor adjunto da UFRPE, Romildo Morant de Holanda. As palestras também destacaram a importância da academia nas empresas e no incentivo e divulgação destas pesquisas, “pois estes jovens serão os formadores de opiniões e o conhecimento técnico hoje permitirá a sobrevivência do setor no futuro”.


FEIRAS

Um estudo sobre o setor cerâmico em Pernambuco, um trabalho fruto de sete meses de pesquisa e coordenado pelo Governo do Estado de Pernambuco também foi apresentado. Conforme Holanda, este diagnóstico está servindo de base para uma série de negociações com o Governo, baseado agora em fatos e dados objetivos, facilitando e embasando futuras políticas públicas voltadas para o setor. Também fez parte do cronograma de palestras a mesa redonda sobre a adequação dos produtos cerâmicos às normas prescritivas para financiamento público de obras. “Durante a mesa redonda, foi apresentado aos ceramistas as visões dos empresários e engenheiros de projetos e de gestão de obras, sobre os produtos cerâmicos, mostrando aos empresários que ou eles se adequam quanto à qualidade dos produtos e vendas técnicas ou estarão fora do mercado, cada vez mais exigente e competitivo”, contou o professor. Outro assunto discutido foi sobre a importância do associativismo e dos Arranjos Produtivos Locais (APL), para aumentar o fomento de novos investimentos e incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação. “Diversos estudos de casos foram apresentados e os resultados impressionaram e empolgaram a plateia, que concordou que a saída é conviver harmonicamente com os sindicatos, cooperativas e associações, pois, cada um com o seu papel e independentes, fazem o crescimento do setor”, relatou Holanda. A última palestra foi sobre sistemas de ges-

tão da qualidade e a importância da certificação dos produtos. “O fechamento foi um belo arremate de todas as palestras anteriores, mostrando que a indústria da cerâmica vermelha para ser produtiva tem que ter uma gestão adequada, para conviver com os seus empregados, com a sociedade, atender as expectativas dos clientes, estar atenta às mudanças, investir em novas tecnologias e enfrentar a concorrência de outros segmentos”, afirmou. Segundo o professor da UFRPE, todas as palestras foram bastantes prestigiadas e descontraídas, com as sessões de debates com muitas perguntas, depoimentos, interação e trocas de conhecimentos entre todos os presentes que se estenderam para os coffee-breaks dos intervalos e nos estandes dos expositores.

Visita técnica A programação da 9ª Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha ainda contou com visita técnica à cerâmica Buenos Aires, localizada no município de Buenos Aires. Os participantes do evento puderam conhecer o processo produtivo em estágio avançado de automação e construção de laboratórios para ensaios físicos e tecnológicos de argila e produtos cerâmicos. “A Buenos Aires vem

se destacando no cenário pernambucano pelos seus investimentos em automação para manter-se competitiva no mercado, além de alcançar a satisfação de seus clientes”, disse Holanda. Durante o evento, os participantes ainda visitaram o município de Tracunhaém, para conhecer o trabalho de diversos artistas que trabalham com cerâmica artesanal. NC

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D E S E N VO LV I M E N T O

Especializada em soluções tecnológicas para a indústria cerâmica, borracha e plástico, a Mecânica Bonfanti S/A completa 110 anos de história neste mês de novembro. Com sede na cidade de Leme, em São Paulo, a empresa foi fundada pelo imigrante italiano Carlo Bonfanti em 1904. Na época, fabricava veículos de transporte. Com o passar dos anos, a empresa foi se aperfeiçoando e, em 1924, já tinha uma fundição e mais de 30 funcionários. Na década de 40 a empresa começa a fabricar equipamentos

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para cerâmica vermelha, já que Leme era um forte polo cerâmico. Neste ramo, a empresa se destacou na década de 50, com a fabricação das primeiras extrusoras a vácuo, atividade que consagra a empresa até os dias de hoje com a liderança de mercado. Já nos anos 70 a Bonfanti dá mais um passo e investe em um ramo diferenciado, fabricando também máquinas e equipamentos para as indústrias produtoras de plástico e borracha. Ao longo de sua história, a Bonfanti expandiu e modernizou suas instalações industriais criando, em 1990, uma nova fábrica, onde se encontra instalada uma moderna fundição e uma área industrial contígua, que abriga a usinagem pesada de precisão e a montagem de equipamentos. Sob a direção da família Bonfanti, a empresa brasileira possui hoje um parque industrial moderno, contando com uma equipe técnica especializada nas áreas em que atua. “Contamos com uma equipe de engenheiros e projetistas que estão em contato permanente

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D E S E N VO LV I M E N T O

com novas tecnologias, estão atentos às solicitações dos clientes e também preocupados com a produtividade na indústria cerâmica”, relatou a arquiteta e urbanista Rachel Fernanda Michielin Bonfanti. Conforme ela, para desenvolver um produto que atenda o mercado, a Bonfanti conta com ferramentas como Cad-Cam e Inventor, que permitem projetar em 3D facilitando a visualização e também verificando o funcionamento da máquina. “Também temos um laboratório cerâmico que nos permite fazer ensaios que orientam no desempenho de novas máquinas, sempre buscando produtividade no processo de fabricação do produto cerâmico”. Ainda conforme Rachel a empresa firmou acordos de join venture com empresas europeias. A ideia é proporcionar uma troca de experiências entre estes mercados, permitindo aprimoramento tecnológico, com a devida adequação do produto ao mercado nacional e América Latina. Na área da cerâmica, a Bonfanti atua na sala de preparação, mistura e extrusão do produto

cerâmico, com máquinas como dosadores, misturadores, laminadores, marombas e prensas para telhas. Também atua na área de automatismo de carga e descarga dos produtos cerâmicos úmidos, secos e queimados; secadores, fornos túneis e paletizadores automáticos. “Tudo isto é realizada pela Bonfanti Marcheluzzo Instalações Cerâmicas com a Empresa coligada a Marchelluzo Impianti – Itália”, disse Rachel. No setor cerâmico, a Bonfani tem aproximadamente 7,5 mil máquinas no mercado. Já na área de borracha atua na sala de preparação, mistura e extrusão da borracha, com máquinas como misturadores intensivo, calandras, resfriadores de manta de borracha e prensas vulcanizadoras. O objetivo principal da empresa é a interação com o cliente de forma a atender suas necessidades, com o desenvolvimento de soluções técnicas específicas, desenvolvendo tecnologia voltada às necessidades do cliente. Atualmente, a Bonfanti atende todos os estados da Federação, com um corpo de vendedores por estado e também com vendedores e gerentes na matriz. “Atendemos todo o mercado nacional, e mercado da América do Sul – Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru e Uruguai – e Angola, Argélia e Congo”, disse a arquiteta e urbanista da empresa. Nesses anos de atuação, conforme Rachel, os maiores desafios da Bonfanti foi sempre atender bem o cliente e honrar com seus compromissos. “Temos 110 anos de trabalho sempre com esta visão”, finalizou.

Palestras e feiras A empresa ainda conta com um programa de palestras técnicas. “Fazemos palestras técnicas para grupos de ceramistas que nos procuram, como também quando analisamos que nossos clientes em determinada região ou país, estejam com alguma dificuldade, propomos ao grupo a palestra para que possamos auxiliá-los em suas dúvidas e treinamentos”, contou Rachel. Além de oferecer palestras, a empresa

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procura manter o cliente atualizado com a participação em feiras do setor. “Participamos no mercado de cerâmica nas feiras da Anicer, feiras regionais e, no mercado externo, participamos das feiras da América Latina. “As feiras nacionais e internacionais são importantes porque fazem a ligação entre a empresa e seus clientes e também futuros clientes. Também possibilitam a geração de negócios e novos contatos com o mercado”, relatou a arquiteta e urbanista.


Ao longo dos anos, a Bonfanti foi agraciada com diversos prêmios. Entre eles, o João de Barro, que prestigia personalidades e empresas que mais se destacaram ao longo do ano no setor de cerâmica vermelha. A empresa já conquistou a premiação por seis vezes. Em 2003, a Bonfanti foi Destaque Anicer; em 2009 ganhou de Melhor Estande; em 2011, recebeu o troféu de Melhor Fornecedor e Melhor Estande; já em 2012 e 2014 foi vencedora do prêmio João de Barro na categoria Melhor Fornecedor. “Estes prêmios nos honraram, pois é o reconhecimento de um trabalho contínuo de 110 anos em busca de aprimoramento. Mostra também que, ao ouvirmos nossos clientes e amigos, estamos orientando nosso trabalho para o atendimento de suas necessidades e melhorando nossa qualidade”, contou Rachel. Na área de cerâmica, a empresa também conquistou o Prêmio Mundo Cerâmico. A empresa foi vencedora em 2008 na categoria Equipamentos de Prensagem e Extrusão e em 2009 na categoria Equipamentos – Extrusão. Já nos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 conquistou a premia-

ção na categoria Fornecedor do Ano. Já na área de borracha a empresa conquistou o Prêmio Top Rubber, sendo vencedora na categoria Máquinas e Equipamentos em 2003, 2004, 2011 e 2013. Na área institucional, conquistou o Prêmio Abimaq: Tradição Empresarial – segunda Empresa da Associação Brasileira de Máquinas, no Brasil, a completar o seu centenário.

D E S E N VO LV I M E N T O

Prêmios

Fundição própria Além de projetos e fabricação de instalações completas para a indústria cerâmica vermelha e de borracha e plástico, a Bonfanti tem fundição própria em ferro cinzento, nodular, coquilhado e aço fundido desde 1924. Atualmente, a fundição conta com dois fornos de indução, permitindo a produção de 300 toneladas de peça limpa/mês. Além disso, conta com moderno laboratório metalográfico, espectrômetro, Itaca, microscópio eletrônico e laboratório de areia que garante a qualidade do produto fundido que

compõe as máquinas cerâmicas. A empresa mantém ainda convênios com instituições de ensino, como IPT e USP, que auxiliam a unidade da fundição no aprimoramento do processo de fabricação. Atualmente, de acordo com a arquiteta e urbanista da empresa, esta unidade também atende a clientes que usam os produtos da Bonfanti em suas máquinas e que exigem rigoroso controle de qualidade atendendo normas internacionais, exportando para os Estados Unidos e Europa. NC

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MEIO AMBIENTE

Cerâmica de AL realiza plantio para resgate de carbono Empresa realizou o plantio de 1 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e Ciliar

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A cerâmica Esperança, de Alagoas, em parceria com o Instituto para Preservação da Mata Atlântica, realizou o plantio de 1 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e Ciliar, nas dependências de sua sede, localizada em Matriz de Camaragibe, na Fazenda Boa Esperança. Os responsáveis pelo plantio, realizado em setembro, foram aproximadamente 60 crianças matriculadas no ensino fundamental de Matriz de Camaragibe. Empresários ceramistas, autoridades políticas e representantes das instituições parceiras também estiveram presentes na ocasião. O objetivo da ação foi resgatar a consciência ambiental em cada integrante da sociedade alagoana, bem como a compensação de carbono, proveniente do uso de equipamentos, energia elétrica e papel utili-



MEIO AMBIENTE

zado pela empresa. “Há dois anos trabalhamos nesse projeto, a cerâmica Esperança concretiza a primeira parte de um trabalho árduo de conscientização verde. Não podemos visar somente produção e lucro, des-

ta forma sensibilizamos as novas gerações para a importância da preservação de um recurso não-renovável”, disse o proprietário da empresa, Gustavo Henrique Oliveira. O empresário ainda informou que o setor já testa alternativas menos impactantes ao ambiente. “Algumas empresas já executam uma produção ‘limpa’, ou seja, utilizam fontes de energia naturais, como: casca de coco, bambu, palete quebrado, restos de materiais de construção. Medidas que aumentam a produtividade e o lucro da empresa”. Fonte: Ascom Unidade Sindical

Palestra sobre o meio ambiente é promovida pelo Sindicer/AL

Ações em prol do meio ambiente tem sido realizadas constantemente em Alagoas. Uma delas foi o curso com o tema “Como prevenir problemas ambientais?”. A ideia foi apresentar soluções viáveis para a área ambiental nas empresas do Estado. O treinaO Sindicer/AL também apoia o Plano de mento foi ministrado pela Ação Nacional para Conservação do Mutum consultora Ana Barbosa, Alagoas. A iniciativa tem o objetivo de promestra em Gestão do piciar a reintrodução da espécie nos remaDesenvolvimento Local nescentes florestais dentro da sua área de Sustentável, pela Univerdistribuição natural. Atualmente, aproximadasidade de Pernambuco mente 45 hectares é o espaço que compreen(UPE). Durante o curso, de a Reserva Particular de Patrimônio Natural ela impulsionou os alunos (RPPN) do setor cerâmico. a refletirem sobre a com-

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plexidade da legislação ambiental e a necessidade de conhecê-la para evitar futuros problemas legais. O evento, promovido pelo Sindicato da Indústria de Produtos Cerâmicos do Estado de Alagoas (Sindicer) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), aconteceu no Núcleo Integrado Sesi/Senai, no município de Arapiraca. O objetivo do treinamento foi de detalhar os procedimentos relacionados ao licenciamento ambiental - outorga de uso dos recursos hídricos, autorização para supressão de vegetação, necessária para operação das empresas industriais, além de ratificar a importância da incorporação dos empresários às estratégias coletivas. De acordo com Ana, é de grande importância para os empreendedores o amplo conhecimento referente às possibilidades de atuação do Sistema de Representação da Indústria quanto à questão ambiental, para que tais mudanças possam ser pleiteadas de forma coletiva e estimular os empresários no processo de promoção e defesa de interesses. NC Fonte: Ascom Unidade Sindical


O Encontro de Diretores e Gestores da Construção sobre Inovação, Sustentabilidade e Produtividade será realizado no dia 3 de dezembro, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. Promovido pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE/ EnRedes), com apoio da CBIC, o evento debaterá as tendências e soluções inovadoras e sustentáveis que alavancam a produtividade da construção. O encontro será das 8h às 18 horas. Dentre os temas de destaque deste encontro estão: “Empreendedorismo e Inovação como indutores do desenvolvimento empresarial”; “Gestão da inovação como posicionamento competitivo na cadeia produtiva da construção”; “Cultura empresarial e gestão da inovação na construção”; “Tecnologias inovadoras em projetos e construção sustentável: panorama brasileiro”; “Tendências inovadoras em desenvolvimento urbano sustentável”; “A inovação como indutora do aumento da produtividade na construção”; entre outros. A fraca expansão e a perda de produtividade do setor da construção nos últimos períodos apontam para novos desafios nos próximos anos em diversas esferas, e o futuro da construção estará fortemente vinculado à inovação, industrialização e sustentabilidade. As empresas do setor precisarão investir em novos modelos de produção, fazer uso de novas tecnologias e de sistemas industrializados, medir e reduzir os impactos de suas ações na sociedade, nas pessoas e na natureza, inovar em seus processos para obter melhores resultados em seus empreendimentos e negócios. O foco deste encontro é apontar tanto as tendências em inovação e sustentabilidade, como apresentar casos e práticas de profissionais renomados e empresas líderes da construção que estão empenhados em desenvolver soluções diferenciadas para

aumentar a produtividade da construção, alinhando suas empresas, empreendimentos e obras às novas necessidades e exigências do mercado e sociedade. Podem participar deste evento investidores, diretores e gestores de incorporadoras, construtoras, arquitetos, projetistas, fornecedores de materiais, equipamentos e serviços, consultorias, gerenciadoras, imobiliárias, fundos de investimentos, professores e pesquisadores. Para mais informações, acesse www. eventoscte.com.br. NC

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D E S E N VO LV I M E N T O

Encontro setorial acontecerá em dezembro no estado de SP

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ENTREVISTA

O setor na Bolívia A entrevista especial deste mês é com o diretor geral da empresa Incerpaz, David Paz Rojas. Reconhecida como uma das maiores empresas da Bolívia no setor cerâmico, a Incerpaz é uma empresa familiar que atualmente conta com 34 sócios, todos da mesma família Paz-Rojas e filhos. A fábrica está no mercado desde o ano de 1978. Nesta entrevista, Rojas fala sobre o setor na Bolívia e sobre a produção de tijolos à vista e pavimentos cerâmicos da Incerpaz. Saiba como é o uso destas peças no país e como está o mercado para estes produtos na Bolívia

NC - O que produz a cerâmica Incerpaz? David Paz Rojas - A Incerpaz produz tijolos furados, tijolos aparentes, telhas, pavimentos cerâmicos. Este ano também estamos produzindo tijolos estruturais. NC - Que tipo de peças são fabricadas pela Incerpaz? DRP - Nos produzimos tijolos de seis furos, 10X15X24. Este produto é o maior produto usado na Bolívia para construir. Também produzimos uma boa quantidade de pavimentos cerâmicos (pavic). Também produzimos telhas. Apesar da produção ser menor, dá para satisfazer o mercado. NC - Como está o setor na Bolívia? DRP - Nos últimos 10 anos o mercado construtor explodiu. A Bolívia tem um altíssimo déficit de vivenda (déficit habitacional). O governo do Evo Morales está impulsionando a construção de vivendas econômicas, com as políticas creditícias dos bancos. Agora uma pessoa pode aceder a um crédito bancário com taxas não maiores a 8% ao ano. Este tipo do política deu um apoio ao crescimento do setor construtor. Além dis-

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so, existe um grande déficit de infraestrutura pública, como escolas, hospitais e outros prédios que impulsionam as instituições públicas. NC - Há quanto tempo a empresa está no mercado? DRP - A Incerpaz é uma empresa familiar que vem trabalhando há mais de 35 anos no mercado. NC - Como funciona o processo produtivo da empresa? O processo é todo automatizado? Explique como funciona. DRP - Temos seis plantas produtivas na Bolívia, localizadas nas maiores cidades do país. Nestas plantas, contamos com mais de 24 linhas de extrusão e 20 fornos túneis. Também trabalhamos com fornos Hoffman e, no final do 2013, arrancamos a mais moderna planta, totalmente automatizada, produzindo tijolos furados com robô. NC - Quantas peças por mês são fabricadas pela cerâmica? DRP - Nas seis plantas, nós produzimos mensalmente 35 milhões do tijolos por mês


ENTREVISTA NC - A cerâmica tem investido na produção de pavimentos cerâmicos? Por quê? DRP - Acreditamos que um país pobre como a Bolívia precisa dos pavimentos nas ruas das cidades. É preciso ter alternativas além do concreto rígido e o asfalto, nós apresentamos uma alternativa mais econômica e também mais estética, que pouco a pouco está sendo aceita no país. NC - Que tipo de tecnologias a empresa usa para fabricação de pavimentos cerâmicos? DRP - Usamos a extrusão dura, com marombas americanas, pois a pressão que a massa faz é muito alta, uma maromba normal não poderia aguentar. Um tijolo para pavimento deve ter mais argila que um tijolo comum, extrusão com uma umidade menor a 14%. NC - O que mais é utilizado nas ruas do país, pavimentos cerâmicos ou de concreto? DRP - Atualmente, o maior uso é o pavimento de concreto, a produção dos tijolos para pavimento ainda não impacta de maneira forte. No entanto, nós estamos crescendo a uma taxa muito alta.

NC - O que a empresa oferece em relação a pavimentos cerâmicos? DRP - Nós garantimos um uso prolongado sem desgaste, prévia revisão dela, execução e instalação. Garantimos a entrega dos produtos no local do uso, produtos certificados com processos de qualidade ISO 9001:2008, ensaios de laboratório com resistência a compressão não menor a 450 Kg/cm2. Em outras palavras, qualidade total. NC - Como é o uso de pavimentos cerâmicos, na Bolívia? Há uma valorização destes produtos no país?

Atualmente, na Bolívia, os pavimentos cerâmicos estão sendo valorizados por ser uma alternativa econômica em relação a outros pavimentos

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ENTREVISTA

DPR - Atualmente, na Bolívia, os pavimentos cerâmicos estão sendo valorizados porque é uma alternativa econômica a outros pavimentos, com uma economia de 25% em relação a outro mais econômico (pavimento rígido) e de 60% em relação ao asfalto. O uso mais popular é para calçadas pedestres, mas também é usado nas ruas. Porém, ainda não em avenidas. NC - Como é visto o pavimento cerâmico na Bolívia? Onde é mais comum o uso do destas peças no país? DRP - Atualmente é um produto que foi introduzido no mercado e agora se encontra em fase de crescimento. A população aceitou bem o produto. Acreditamos que estes produtos deverão crescer muito mais nos próximos anos. Santa Cruz da Serra é a cidade onde é usado mais pavimento cerâmico na atualidade. No ano passado, instalamos 750 mil metros quadrados de pavimento cerâmico apenas em Santa Cruz. NC - Quais as vantagens da pavimentação com tijolos? DRP - A maior vantagem é o custo, muito

mais econômico que qualquer outra solução. Comparando com as diferentes alternativas de pavimentação, o Pavic tem um custo 30% menor que o pavimento rígido ou de concreto. Na Bolívia, pavimentar com pavimento rígido custa 50 $us/m2, enquanto que com o Pavic o custo desce para 35 $us/m2. Outra coisa importante é que 30% do custo da pavimentação com Pavic e a mão da obra, em muitos casos, para a mão de obra local, os próprios moradores podem ser contratados pela empresa construtora para pavimentação, retornando ao bairro 10 $us aproximadamente. NC - Fale um pouco sobre o tijolo à vista. O que mais chama sua atenção no tijolo à vista? Qual a principal característica e potencial desta peça fabricada na Bolívia? DRP - Os tijolos à vista são usados para reduzir custos de reboco. Além disso, dá aos prédios um acabamento mais uniforme e belo. Também ingressamos em paredes interiores, não com tijolo à vista, nós temos revestimento cerâmico rústico que valoriza os prédios a um custo razoável. Temos uma grande variedade deles, o que permite ao arquiteto melhorar seu design. NC - Como fazem para divulgar o produto cerâmico, a fim de serem usados sem revestimentos em residências e edifícios? DRP - Nós fazemos palestras gratuitas para profissionais, também palestramos nas universidades para orientar os arquitetos mais novos. Além disso, damos capacitação aos pedreiros para melhorar sua performance, é um trabalho pesado, mas muito útil. NC - Como é a cultura de utilização de produtos cerâmicos, como tijolos à vista e pavimento cerâmico, na Bolívia? A utilização da cerâmica vermelha é cultural em suas construções? DPR - A Bolívia não tem muita história cerâmica. Depois da década de 70 eu comecei a produção massiva do tijolos para construir. E, no ano de 2010, 99% das construções na Bolívia se construíam com tijolo cerâmico. Além disso, a população aceitou muito bem as propostas do setor cerâmi-

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ENTREVISTA

co, temos muita variedade de produtos, designers muito variados, agora a arquitetura geral está trocando com o uso do tijolo cerâmico. NC - O que sugere aos fabricantes brasileiros no sentido de que eles estimulem os arquitetos brasileiros a usarem tijolos à vista em seus projetos? DRP - O maior desafio dos ceramistas para favorecer o mercado é mostrar as vantagens do uso dos tijolos à vista. Além disso, o ceramista deve ter uma grande variedade destas peças como lisos, rústicos, arenados, fumes, golpeados e irregulares, entre outros. NC - Como está o mercado na Bolívia para produtos de cerâmica, como tijolos à vista e pavimentos cerâmicos? DPR - Atualmente, os tijolos aparentes estão sendo mais valorizados. Todas as edificações públicas são feitas com tijolos à vista, a população está gostando do tijolo aparente. Quanto aos pavimentos cerâmicos, inicialmente, não eram muito bem recebidos, mas agora estão sendo aceitos com muito gosto. NC - Cite algumas obras em que foram aplicados produtos fabricados pela Incerpaz? DRP – Na cidade de Buena Vista, a 100 quilômetros de Santa Cruz, fizemos mais do 30 mil metros quadrados do pavimento cerâmico. Em Santa Cruz da Serra, os parques “Los Mangales”, “Parque Urbano Central”, “Urbanizacion Urubo norte” e muitas outras. Na cidade de Tiquipaya, a 10 quilômetros de Cochabamba, fizemos mais do 16 mil metros quadrados de pavimento cerâmico. NC - Como vê a indústria de cerâmica vermelha brasileira? DRP - Hoje a cerâmica no Brasil está mudando. Os processos ultrapassados estão sendo melhorados com secadores automatizados de alta performance, fornos túneis auto administrados, robôs e preparação do massa mais cuidadosa. Os produtos também estão trocando de tijolos baianos passando para produtos de vedação de maior

tamanho. As cerâmicas mais velhas serão fechadas, pois não poderão competir com a tecnologia automatizada, os custos serão muito altos para eles. No Brasil, ainda não é desenvolvido produtos como o Pavic. Ainda não se conhece esse produto em forma massiva, penso que este mercado deve ser desenvolvido, mas com processos muito automatizados. Mas acredito que a cerâmica tem um futuro muito longe ainda, porque os produtos alternativos ainda são muito caros, é por isso que o setor cerâmico deve desenvolver processos melhores para manter a competitividade. NC - Que dicas o senhor pode dar aos empresários brasileiros quanto a fabricação de produtos cerâmicos? DRP - O setor cerâmico deve passar das cerâmicas pequenas a cerâmicas de maior porte, com automação e custos mais baixos. O ceramista deve investir mais, associar-se para não morrer, deve explorar processos mais eficientes, a única saída que temos é manter preços e baixar custos, que apenas é possível com maiores volumes de produção e plantas modernas do século 21. NC

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FEIRAS

Setor participa da Feira CasaPronta em SC Sindicer-MF construiu uma casa de cerca de 60 metros quadrados para servir de estande no evento

Foto: Ápice Comunicação

Foto: Gabriela Recco / Sindicer/MF

O Sindicato da Indústria da Cerâmica Vermelha (Sindicer) de Morro da Fumaça, em Santa Catarina, mais uma vez marca presença na 12ª edição da Feira CasaPronta. Como nos anos anteriores, o sindicato construiu uma casa de aproximadamente

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60 metros quadrados para servir de estande dentro do evento. O estande lembra uma casa em processo de construção, pois tem a finalidade de mostrar ao público que os produtos cerâmicos (tijolos e telhas) oferecem rapidez na execução da obra, resistência, segurança e economia. Para o presidente do Sindicer, Sergio Pagnan, a feira é um evento importante para divulgação dos produtos cerâmicos. “A feira CasaPronta é o maior evento do setor do estado e para o ceramista é uma grande oportunidade de venda e negócios”, destacou. A CasaPronta, feira da construção civil, da decoração e mobiliário, ocorreu de 15 a 19 de outubro, no Pavilhão de Exposições José Ijair Conti, em Criciúma. O evento recebeu mais de 60 mil visitantes durante os cinco dias. Para o engenheiro mecânico Roger Daló Simões, que visitou a feira neste domingo, a CasaPronta é uma excelente alternativa para aqueles que buscam ter a própria casa ou apartamento. “São inúmeras opções. Vim com a minha esposa conhecer as novidades e lançamentos, além de conferir os novos formatos de móveis. Aproveitamos uma promoção especial e compramos, inclusive, um jogo de sofás para a sala. Valeu muito a pena”, destacou. A próxima edição da feira já tem data definida. Ela ocorre entre os dias 14 e 18 de outubro de 2015. No entanto, de acordo com Willi Backes, organizador do evento, há chances de este período ser estendido. “Por solicitação de expositores e visitantes, abre-se a possibilidade de a CasaPronta ser realizada durante 10 dias. Para isso, no entanto, precisamos conversar e analisar as implicações e facilidades da possível mudança”, comentou ele. Colaboração: Gabriela Recco / Sindicer-MF e Rosi Mizeeski / Ápice Comunicação


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Cerâmica Vermelha no Triângulo Mineiro em MG Setor está em fase de modernização. A maioria das empresas está investindo em automação

Com produção mensal de cerca de 500 mil de peças (tijolos e telhas) por mês, o setor ceramista que envolve as cidades de Ituiutaba, Capinópolis, Ipiaçu e Araguari no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, geram aproximadamente 880 empregos diretos e outros 1760 empregos indiretos. Os números são das 16 indústrias filiadas ao Sindi-

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cato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Triângulo e Alto Paranaíba (Sincotap). As cerâmicas são empresas de pequeno porte. Para o presidente do sindicato, Ivan Abrão, o futuro da cerâmica vermelha é promissor, devido aos produtos (telhas ou tijolos) serem materiais que na fabricação não agridem o meio ambiente e não afetam a qualidade de vida. “O que falta é uma divulgação através dos meios informativos provando a viabilidade do produto cerâmico”, acrescentou. No Triângulo Mineiro, são ações do Sincotap em prol destas empresas defender os interesses gerais das indústrias e representá-las perante os poderes públicos Federal, Estadual e Municipal, colaborando no estudo e solução de todos os assuntos que,


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direta ou indiretamente, possam interessar as atividades da produção e a expansão da economia. Além disso, de uma forma geral, são ações do sindicato representar seus associados, individual e/ou coletivamente, judicial ou extrajudicialmente, propor consultorias, promover palestras e visitas técnicas, entre outros, além de promover as indústrias associadas. “Como presidente gostaria ainda de implantar o laboratório de ensaios de produtos cerâmicos voltado para as indústrias de cerâmica vermelha, que produzem telhas e tijolos, implementar novas consultorias, cursos e palestras voltados para o setor de cerâmica vermelha”, contou Abrão. Segundo ele, o setor no Triângulo Mineiro encontra-se em fase de modernização. Quase todas as empresas estão investindo em automação. Além disso, o sindicato tem estimulado as cerâmicas a padronizarem seus produtos através de cursos como a certificação de telhas e tijolos e o PSQ (Programa Setorial de Qualidade). “Atualmente temos sete cerâmicas certificadas e a maioria tem o PSQ. É importante as empresas aderirem ao PSQ, primeiramente, por ser a constatação da melhoria do produto final. Além disso, atualmente o cliente, como as construtoras, tem dado preferência àquelas indústrias que tenham PSQ, se a empresa não possuir o devido certificado, ela não é contratada”, disse. Como forma de se atualizar quanto ao que há de novo no mercado, os filiados ao Sincotap participam frequentemente de feiras. “Sempre com o apoio do Sebrae e da Fiemg. Nossos ceramistas já participaram das feiras nacionais no Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Recife, Alagoas e com participação de missões internacionais como a feira Ceramitec, em Munique, na Alemanha, e visita técnica às indústrias de Máquinas para Cerâmica Vermelha na cidade de Valença, na Espanha. Atualmente, estivemos na Itália na feira Tecnargilla, em Rimini, visitamos também indústrias cerâmicas em Bolonha, todas elas com visitas às cerâmicas daqueles países, inclusive uma visita também às instalações da Bedeschi”, disse o presidente. NC

Quanto às questões ambientais em Minas Gerais, Abrão contou que é bem complexa. “A legislação sofre seguidas modificações, impedindo o ceramista de conseguir se manter regularizado perante os órgãos ambientais, sem contar, a morosidade da tramitação dos processos administrativos nos órgãos ambientais, são poucos técnicos para análise e muitos processos em tramitação, levando às vezes anos a fio até obtenção da outorga”, explicou. Conforme Abrão, o processo de extração das indústrias filiadas não é cooperativo. Cada empresa faz sua extração de argila isoladamente, quase todas na mesma região extrativista.

Ceramistas de MG visitaram Tecnargilla, em Rimini, na Itália

Empresários de MG em visita a uma cerâmica da Alemanha

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Empresa de Minas Gerais lança forno vagão metálico As cerâmicas Visão e Cedro Minas foram as primeiras empresas a adquirir o forno em MG A Rogesesi, empresa fornecedora de máquinas e equipamentos para cerâmica, lançou este ano mais um produto para sua linha brasileira: o Forno Vagão Metálico. O principal diferencial do novo forno oferecido pela empresa de Minas Gerais é a economia de combustível. Conforme o responsável pela parte de projeto da empresa, Flávio Nogueira, se comparado aos demais fornos, é possível redução de até 50% no combustível (madeira, cavaco e serragem, entre outros).

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Além disso, rapidez na construção, praticidade no carregamento do tijolo na plataforma vagão para queima, praticidade do descarregamento do tijolo depois de queimado diretamente no caminhão, baixo custo de investimento em relação aos demais similares são outros diferenciais deste novo forno que é todo revestido em fibra cerâmica, conta com teto plano e fornalhas projetadas com chamas no alto, contendo portas para total vedação do vagão. A primeira cerâmica a adquirir o forno foi a cerâmica Visão, localizada em Torneiros, em Minas Gerais. Para o gerente geral da empresa, Dilermando José da Silva, o forno é prático e trouxe melhorias para a empresa. Há aproximadamente 50 dias funcionando na Visão, o gerente contou que já notou uma queima mais uniforme e redução no consumo de combustível. Outra cerâmica que adquiriu o Forno Vagão


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Metálico foi a cerâmica Cedro Minas, de Igaratinga, também em Minas Gerais. Há pouco mais de um mês funcionando na cerâmica, o forno já atendeu aos objetivos da empresa. Segundo o proprietário da indústria, Geraldo Lúcio Ferreira, o forno é muito mais prático e melhor que o convencional. “Umas das melhorias que notei é o melhor isolamento térmico nas paredes do forno em relação ao forno vagão tradicional. Como ele é metálico com manta, o calor não passa para fora. Já os fornos vagões tradicionais as paredes são feitas de tijolos maciços havendo perda de calor”. O ceramista ainda comentou que este é o primeiro forno a usar teto plano. “Os fornos tradicionais têm o teto oval, o que faz com que haja perda de carga nele. Já o forno vagão metálico não há perda de carga por ter o teto reto”, contou. Outra vantagem citada por Ferreira é a economia de combustível. Por ele ser emantado, consigo queimar com bem menos lenha

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que antes. Para mim, este forno é um grande avanço no mercado”, relatou. “O forno depois de colocado em funcionamento surpreendeu a todos, devido ao seu revestimento ser de manta de fibra cerâmica (módulos de aproximadamente 2m cada). Este tipo de revestimento não absorve calor como os demais fornos feitos de alvenaria, contendo canais pequenos no vagão e com acesso direto à chaminé (evitando galerias). Este sistema de sucção interno é extremamente eficiente. Um grande auxílio é também o teto plano e fornalhas que soltam o calor na parte superior do forno”, explicou o diretor comercial Sergio Antonio de Sousa. O forno pode ser confeccionado nos tamanhos de 18,0m x 3,0m x 2,8m / 18 ,0m x 4,0m x 2,8m / 20,0m x 3,0m x 2,8m / 20 ,0m x 4,0m x 2,8m / 24,0m x 3,0m x 2,8m / 24 ,0m x 4,0m x 2,8m. O investimento, conforme Nogueira, varia de acordo com o tamanho do forno. “Mas comparando o custo final com os demais fornos do mercado o forno vagão metálico fica em torno de 40% a 60% mais barato, sendo construído em aproximadamente 60 dias”, disse. Para desenvolver o novo forno, a Rogesesi levou aproximadamente um ano. “Como a Rogesesi faz fornos vagão há muitos anos e tem dezenas destes no mercado nacional, tivemos uma facilidade na parte inferior do forno. Porém, um grande desafio foi desenvolver a parte superior e, principalmente, as portas, pois queríamos fazer as mesmas com um funcionamento simples e prático com a vedação do forno com os vagões dentro do forno. Também levamos em consideração que tivemos ajuda de dois experientes ceramistas, como o sr. Dilermando e sr. Geraldo”, contou Nogueira. Conforme ele, o forno tem um funcionamento simples como qualquer forno, a diferença está no carregamento. “O carregamento não é feito nas plataformas no chão, ou tendo o funcionário entrando e saindo do mesmo enquanto está quente. No caso do forno, ele tem o carregamento e descarregamento sobre vagões e os vagões entram na câmara de queima. Enquanto um vagão entra para queima, o outro vagão sai queimado de dentro do forno acontecendo a troca de carga”, explicou Sousa. Além da cerâmica Visão e Cedro Minas, a Rogesesi deve dar início em mais cinco fornos vagões metálicos em cerâmicas de Mato Grosso, Pará e Minas Gerais. NC



ARTIGO TÉCNICO

Pré-caracterização físico-química e mineralógica das argilas da indústria de cerâmica vermelha – Inhangapí – Pará Trabalho apresentado no 54º Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 30 de maio a 2 de junho de 2010, em Foz do Iguaçu, PR

Introdução Resumo De forma a realizar melhorias na produção de materiais cerâmicos foi conduzida a pré-caracterização das argilas plásticas e laterita utilizadas na indústria de Cerâmica Vermelha – Inhangapí - Pará. Obtiveram-se amostras representativas coletadas aleatoriamente dos dois tipos de argilas e realizaram-se análises de granulometria, umidade, plasticidade, perda ao fogo, ensaios químicos e instrumentais para identificação das frações minerais. Observou-se que 82,28% da laterita e 46,65% de argila plástica são maiores que 0,177mm, a umidade e plasticidade das argilas são, respectivamente, 7,2% e 11,1% laterita e 16,8% e 21,7% plástica, entre os principais óxidos presentes estão SiO2, Al2O3, Fe2O3, CaO e MgO, encontrados nas frações minerais: Montmorilonita, Calcita, Goetita e Quartzo identificadas por difração de raio-X. A argila plástica apresenta maior quantidade de minerais, granulometria mais fina e maior plasticidade que a laterita tendo, portanto, reatividade térmica maior do que esta. Estes comportamentos distintos justificam a mistura entre as matérias-primas, no processamento cerâmico.

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Tapajos, N.S.; Amaral, A.P.M.; Neto, A.L.C.; Ferreira,L.B.O. Instituto Federal do Pará - IFPA /CMIN /Lab. Beneficiamento.

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De acordo com Gesicki e Boggiani, a indústria cerâmica brasileira tem participação de cerca de 1% no PIB nacional, sendo aproximadamente 40% desta participação representada pelo setor de cerâmica vermelha. Apesar de sua grande importância econômica e social no país, a maioria dos jazimentos de argilas, principal matéria-prima, não é devidamente estudada, não havendo, em geral, nenhum dado técnico-cientifico que oriente a aplicação industrial (24). No Pará, a maior parte das empresas de cerâmica vermelha aplica o conhecimento de forma empírica, devido à ausência de um estudo sistemático de caracterização mineralógica e tecnológica das matérias-primas, porém, é indispensável a identificação completa do tipo de argila e suas propriedades como granulometria, plasticidade, composição mineralógica e química para obter um produto final com qualidade além de possibilitar ao fabricante flexibilidade, redução de custos de produção e aumento no valor agregado. De forma geral, as argilas são constituídas essencialmente por partículas cristalinas extremamente pequenas de um número restrito de minerais conhecidos como argilominerais que são compostos formados por silicatos de alumínio e ferro, contendo ainda, geralmente, certo teor de elementos alcalinos e alcalinos terrosos. O termo argila também designa a fração granulométrica dos constituintes do solo com partículas menores que 2µm em diametro (3,6,7). A preocupação com a falta de dados con-


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sistentes, de laboratórios credenciados para análise e motivados ainda pelo 38º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha ocorrido no estado do Pará em agosto de 2009 foi essencial para a concepção desta pesquisa, uma vez que, o objetivo de estudo foi a pré-caracterização físico-química e mineralógica de amostras das argilas utilizadas para fabricação de tijolos e telhas pela indústria de cerâmica vermelha localizada em Inhangapi/ PA, Rod. PA 136, Km 77. Etapa inicial de um projeto que visa sistematizar as informações e alcançar ainda outras áreas produtoras do Estado, garantindo amplo desenvolvimento ao setor cerâmico. Este estudo envolve ainda a utilização de vários laboratórios do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA, e também permite avaliar a competência em gerar fontes de informações para o setor industrial, bem como de executar o controle de qualidade das argilas.

a massa da amostra inicial em um total de 15 Kg para cada fração de matéria-prima. Nas instalações do laboratório de beneficiamento LABEM – IFPA, as frações coletadas foram preparadas para análise granulométrica, determinação das propriedades físicas, química via úmida e difração de raio-X. A figura 1 mostra a sequência de ações desenvolvidas até a análise da composição química e difração de raio-X das argilas, que ocorreu nos laboratórios de química e caracterização tecnológica do IFPA, e que permitem avaliar usos específicos, bem como identificar os principais minerais constituintes. No entanto, essas informações devem ser usadas em combinações com as propriedades físicas para uma completa avaliação do tecnólogo em cerâmica ou engenheiro de materiais, buscando a aplicação industrial (8).

Resultado e discussões Materiais e métodos Figura 1 – Fluxograma do processo de preparação e caracterização das argilas plástica e laterita

As amostras coletadas aleatoriamente no pátio de sazonamento da empresa foram divididas em dois grupos: argila laterita e argila plástica. O número de incrementos não foi definido, porém, foi condicionada

AMOSTRAGEM

SECAGEM

BRITAGEM

MOAGEM

PENEIRAMENTO ENSAIO DE UMIDADE

CARACTERIZAÇÃO

PERDA AO FOGO

MÉTODOS CLÁSSICOS

DOSAGEM DA SÍLICA

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ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

HOMOGENEIZAÇÃO

DOSAGEM DO Al2O3

ÍNDICE DE PLASTICIDADE

MÉTODOS INSTRUMENTAIS

DOSAGEM Ca e Mg

ESPECTOFOTÔMETRO: Fe

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DIFRAÇÃO RAIO X

Umidade e perda ao fogo As análises de umidades foram realizadas em estufa a 120ºC até obtenção de massa constante, enquanto que a perda ao fogo foi feita com 1g de argila em mufla a 1200ºC. Os resultados destes experimentos são apresentados na tabela 1. Avaliando os percentuais de umidade, pode-se observar que a argila plástica apresenta um grau maior do que a laterita em torno de 9,6%. Sabe-se que para umidade acima de 10% há um incremento no período de secagem ocasionando defeitos ao bloco devido à retração. Em relação a perda ao fogo (determinação da água de cristalização, carbonatos, materiais orgânicos e carbonizados), em função das argilas plásticas possuírem quantidades de argilominerais maior do que as não plásticas, estas apresentam maior perda de massa e retração após queima. Com isso, ela deve possuir uma estabilidade térmica menor, sendo aconselhável misturar diferentes tipos de argilas a fim de obter uma formulação ideal.


A distribuição granulométrica foi conduzida de acordo com o procedimento operacional de laboratório do LABEM (POL – 002. Classificação granulométrica usando agitador mecânico) e o índice de plasticidade de acordo com a NBR 7180. A figura 2 representa a curva granulométrica das argilas plásticas e laterita. Estes resultados permitem estabelecer uma correlação entre a granulometria das argilas com seus respectivos índices de plasticidade encontrados por meio de elaboração de corpos cilíndricos que variam aproximadamente entre 3mm e 4mm de diâmetro e de 10 e 15cm de comprimento, as argilas que não formam esses cilindros com qualquer teor de água são consideradas não plásticas (5). De acordo com as curvas granulométricas, observa-se que 82,28% da laterita e 46,65% de argila plástica são maiores que 0,177mm, portanto, esta última apresenta menor diâmetro médio das partículas, conforme a literatura. Em relação à plasticidade, para Campos e Macedo (5), estabelecido como a propriedade que um sistema rígido possui de deformar-se, sem romper-se, pela aplicação de uma força (tensão) e de reter essa deformação quando a força aplicada é retirada. A argila plástica em estudo apresentou um limite de plasticidade de 38,26%, enquanto a laterita 0,8%, isso devido ao fato da plasticidade das argilas úmidas serem essencialmente resultante das forcas de atração entre as partículas lamelares de argilominerais carregadas eletricamente e a ação lubrificante da água que existe entre partículas lamelares. Como os argilominerais estão presentes em maior quantidade nas argilas plásticas do que na laterita, então a argila plástica em estudo apresenta um índice de plasticidade bem mais elevado. Observa-se também uma relação inversamente proporcional entre a granulometria da argila com o limite de

Matérias-primas

Grau de umidade

Perda ao fogo

Laterita

7,2%

11,1%

Plástica

16,8%

21,7%

Tabela 1: Resultados das análises de grau de umidade e perda ao fogo

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Análises granulométricas e índice de plasticidade (NBR-180)

Figura 2: Gráfico de distribuição granulométrica das argilas laterita e plástica plasticidade, ou seja, quanto menor o tamanho médio das partículas, maior será o limite de plasticidade. Análises químicas e difração de raio-X O resultado das analises: químicas viaúmida (1) e fluorescência das matérias-

Óxidos

Plástica

Tabela 2: Teor de óxido na argila plástica e laterita

Laterita

% em peso SiO2

51,43%

54,4%

Al2O3

29,1 %

24,48%

Fe2O3

4,93%

8,64%

CaO

2,26%

3,41%

MgO

1,59 %

2,25%

Outros

10,6 %

6,82%

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Figura 3: Difratograma da argila plástica

Figura 4: Difratograma da laterita

primas, está apresentado na tabela 2 com as suas proporções na forma de óxidos, enquanto, as figuras 3 e 4, mostram os difratogramas das argilas plásticas e laterita, respectivamente. Nesta etapa da caracterização, buscou-se conhecer a composição mineralógica das argilas e os teores de álcalis presentes. Analisando os difratogramas obtidos identificaram-se como possíveis minerais presentes na argila plástica: montimorilonita, caulinita e quartzo,

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e os minerais presentes na laterita: motmor ilonita[(Na,Ca)0,3(Al,Mg)2(Si4O10)(OH)2.nH2O], caulinita [Al2Si2O5(OH)4], goetita [FeO(OH)] e quartzo [SiO2] (9-10). Em ambas existem outros minerais presentes, porém, em quantidade pouco significativa. Devido à impossibilidade de executar a difração utilizando lâminas glicoladas e aquecidas, as quais garantiriam maior precisão dos resultados, optou-se por uma correlação entre as espécies minerais previstas por difração com a composição química estabelecida. Nas duas amostras estudadas, existe a predominância de quartzo, o qual é composto principalmente de dióxido de silício, sendo, portanto, coerente com os resultados obtidos nas análises químicas, de 51,43% de SiO2 na argila plásticas e 54,4% de SiO2 na laterita. A quantidade relativa de óxido de alumínio nas amostras também merece destaque, o qual pode ser atribuído a presença do argilomineral caulinita que é constituído de unidades lamenares, formadas por lâminas, uma de tetraedro de silício e outra de octraedro de alumínio. Verificou-se ainda que todas as argilas apresentaram um teor Fe2O3 superior a 3%, (tabela 2), o que caracteriza essas matériasprimas como sendo de queima vermelha, contudo sabe-se que teores de óxido de ferro inferiores a 5% podem resultar em produtos de queima clara, assim a coloração avermelhada dos blocos cerâmicos após queima advém da alta taxa de ferro na laterita que é justificado na figura 4 pela presença do mineral goetita (α-FeOOH). Outra característica é a baixa quantidade de óxidos alcalinos terrosos fundentes (CaO e MgO), nas argilas plásticas sendo próximo de 3,85%, enquanto da laterita próximo de 5,66%. Sabe-se que elevados teores de ferro divalente, elementos alcalinos e alcalinos terrosos são prejudiciais pelo fato de causar uma excessiva retração, reduzir a faixa de vitrificação e causar colorações indesejáveis, o que justifica a adição de pequena quantidade de laterita numa conformação ideal, por ela apresentar alto teor Fe+2 e óxidos alcalinos terrosos (8).


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Conclusão O aproveitamento de argilas laterita para cerâmica vermelha que tem menor plasticidade é possível tendo como base o conhecimento do comportamento individual das argilas e os procedimentos de formulação de massas, porém a quantidade em mistura deve ser menor do que a argila plástica, uma vez que em produtos que exigem maior resistência mecânica, como tijolos, é aconselhável argilas com maior quantidade de minerais argilosos e que suportem elevada temperatura de queima. As argilas plásticas apresentaram maior quantidade de minerais, granulometria mais fina e maior plasticidade, enquanto a argila laterita apresentou predominância de minerais acessórios, granulometria mais grosseira e menor plasticidade, por isso, a primeira possui reatividade térmica maior do que a segunda. Estes dois comportamentos distintos justificam a mistura entre as matérias-primas, melhorando o processamento cerâmico e as propriedades finais, bem como viabilizando a ex-

ploração das jazidas por períodos mais longos. Com relação ao teor de umidade, constata-se a importância do sazonamento no processo de fabricação cerâmico, pois a qualidade final do produto pode ficar comprometida quando a massa cerâmica passar pela extrusão ou sofrer retração. Os resultados obtidos indicaram que através da caracterização mineralógica, física e química das argilas é possível predizer a maior parte de suas propriedades comportamentais, pois, permitiram estudar os beneficiamentos que devem sofrer uma massa cerâmica para alterar uma ou várias propriedades do corpo cerâmico, e melhorar a qualidade do produto final. Sugere-se para maior controle de qualidade dos blocos cerâmicos realização de teste de conformação ideal entre a argila plástica e laterita para descobrir a proporção mais indicada entre ambas, além de formação de corpos de provas para testes de resistência mecânica a fim de garantir a qualidade do material cerâmico.

Referências 1. ADAD, J. M. T. Controle químico de qualidade. Ed. Guanabara dois. Rio de Janeiro, 1982. 2. A. L. D. Gesicki, P. C. Boggiani, A. R. Salvatti, Ceramica Industrial 7, 1 (2002) 44. 3. BARBA, A. ET AL. Materiais primas para La fabricación de soportes de baldosas cerâmicas, 1. Ed. Casteilon: Instituto de Tecnologia ceramica, 1997. 291 p. 4. BUSTAMANTE, G.M; BRESSIANE, J.C. A indústria cerâmica brasileira. Cerâmica industrial, v 5, n.3, p. 31-39, 2000. 5. CAMPOS, L. F. A; MACEDO R. S. DE; KIYOHARA, P. K. FERREIRA, H. C. Características de plasticidade de argilas para uso em cerâmica vermelha ou estrutura. Ceramica vol.45 n.295 Sao Paulo, Maio de 1999. 6. EMILIANI, G.P; CORBARA, F. Tecnologia Cerâmica. Faenza: Editoriale Faenza Editriee. V 1, p 63-65, 1999. 7. MAFRA, A.T. Proposta de indicadores de desempenho para a indústria de cerâmica vermelha. 2000. Dissertação (Mestrado em engenharia de Materiais) – Faculdade de engenharia, Universidade Federal de Santa Catarina. Santa Catarina, 2000. 8. OLIVEIRA, SM. Avaliação dos blocos e tijolos cerâmicos do estado de Santa Catarina. Florianópolis, 1993. 139 p. dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Universidade de Santa Catarina. Engenharia Civil. 9. RANKAMA, K. & SAHAMA, T. H. G. Geoquímica. Madrid. Aguilar, 1954. 862 p. 10. SANTOS, P. S. Ciências e Tecnologias de Argilas. 2 o Ed. Edgar Blucher, vol. 1, 2 e 3. Sao Paulo, 1989. NC

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ARQUITETURA CERÂMICA

Projeto reaproveita cacos de telhas em sobrado de SP Compactados no contrapiso, cacos de telhas antigas são reaproveitados durante a reforma de um sobrado paulistano. “A necessidade de um piso antiderrapante nos levou a ideia de utilizá-las desta maneira. Durante a execução do projeto, guardamos as telhas antigas buscando reutilizá-las em algum momento. Devido ao grande número de telhas quebradas da própria residência, optamos por usá-las em cacos”, explicou engenheiro civil e arquiteto do Superlimão Studio (escritório que assina o projeto), Lula Gouveia. O objetivo do uso das telhas no contrapiso do sobrado, que fica à Rua Marília,

pequena rua próxima a Avenida Paulista, foi de preservar a memória deste material que possui quase 100 anos. Além disso, garantir economia financeira em caçambas e compra de material para o piso. Sem contar o ganho para o meio ambiente, graças à reutilização do material. A ideia inicial, segundo Gouveia, era utilizar placas drenantes, um tipo de piso impermeável. “Porém, foi descartado, pois preferimos utilizar um material existente do que algo novo que geraria um consumo de energia e poluição, entre outros... Além disso, já possuíamos este material na obra”, finalizou o arquiteto. NC

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