Revista Novacer Edição 67 Novembro 2015

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Entrevista com o engenheiro cerâmico e do vidro, Vitor Salvado Frutuoso da Costa

Ano 6

Novembro/2015

Edição 67

www.novacer.com.br

Ceramitec Feira realizada na Alemanha tem ampla participação internacional

Feicon registra R$110 milhões em volume de negócios

Casa cerâmica é construída em feira de Alagoas

Tijolos são compostos por 70% de cinzas de caldeiras


O forno pode ser construído nos tamanhos de: 18,0m x 3,0m x 2,8m / 18 ,0m x 4,0m x 2,8m / 20,0m x 3,0m x 2,8m 20 ,0m x 4,0m x 2,8m / 24,0m x 3,0m x 2,8m / 24 ,0m x 4,0m x 2,8m

Comparando o custo final com os demais fornos do mercado o forno vagão metálico fica em torno de 40% a 60% mais barato e construído aproximadamente 60 dias.

O sistema de isolamento térmico em fibra cerâmica nas paredes, aplicados em módulos de 2m de comprimento eliminando propagação e fuga de calor, proporcionando uma economia de até 50% no combustível (madeira, cavaco e serragem, entre outros). Outra vantagem é o fantastico resultado da queima, tijolos queimados uniformimentes, tanto na parte superior da carga como na parte inferior da carga nao tendo tijojos requeimados ou sem queimar. Economia de mão de obra devido a facilidade no carregamento do tijolo para plataforma do vagão para queima e facilidade do descarregamento do tijolo depois de queimado diretamente no caminhão. Este forno esta totalmente em conformidade com as exigência do Ministério do Trabalho, ele evita que o funcionário entre dentro do forno com temperatura elevada. Após retirada do vagão os tijolos estão resfriados após 2 horas.

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SUMÁRIO

FEIRAS

14: Ceramitec 2015 tem ampla propagação internacional

Fotos da capa: Messe München International

EDITORIAL

ARQUITETURA CERÂMICA DESENVOLVIMENTO

12: Carta ao Ceramista

24: Tijolos são compostos por 70% de cinzas de caldeiras

direcao@novacer.com.br

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Comercial Moara Espindola Salvador

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Administrativo Financeiro Felipe Souza

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Jornalista Responsável Juliana Nunes - SC04239-JP

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Diagramação & Arte Jefferson Salvador Juliana Nunes

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Redação Juliana Nunes

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30: Qualidade e produtividade em tempos de crise

26: Casa cerâmica é construída na Feira do Empreendedor

Diretor Geraldo Salvador Junior

revista@novacer.com.br Av. Centenário, 3773, Sala 804, Cep: 88801-000 - Criciúma - SC Centro Executivo Iceberg

ENTREVISTA

Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados


(Rubinson Toebe, proprietário da cerâmica Toebe, de Santa Helena, Paraná).

Novembro 2015 MEIO AMBIENTE

ARTIGO TÉCNICO

36: Pendência de R$ 600 mil ‘freia’ pesquisa que estuda capim Elefante

38: Caracterização química e microestrutural de argilas utilizadas na indústria de cerâmica vermelha no estado do Piauí

SUMÁRIO

“É bom saber que podemos contar com a revista para nos expressar. Gosto muito da revista, meu filho de oito anos já tem grande interesse nela. Quando eu leio, ele me pergunta muitas coisas, afinal ele irá continuar meu trabalho no futuro”

FEIRAS 22: Feicon Nordeste registra R$110 milhões em volume de negócios

DESENVOLVIMENTO 28: Sindicer realiza reunião com Grupo da Qualidade no PR

MEIO AMBIENTE 37: Sebrae lança nova edição de cartilhas sobre sustentabilidade

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Comentários, sugestões de pauta, críticas ou dúvidas podem ser encaminhadas para os e-mails redacao@novacer.com.br ou direcao@novacer.com.br Na internet Todas as edições podem ser visualizadas no site www.novacer.com.br Anuncie na NovaCer Divulgue sua marca. Atendimento pelo e-mail comercial@novacer.com.br Assinaturas: +55 48 3045.7865

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EDITORIAL

Carta ao Ceramista A NovaCer deste mês traz uma reportagem especial sobre feira Ceramitec, uma das maiores feiras mundiais da construção civil. Realizada de 20 a 23 de outubro, em Munique, na Alemanha, reuniu mais de 15 mil participantes de 93 países. Neste ano, a Ceramitec foi um dos eventos da Messe München com a mais ampla disseminação internacional de participação. Um total de 617 expositores de 37 países exibiram seus produtos e soluções. Destes, cerca de 60% eram expositores internacionais. Os temas principais abordados na feira foram cerâmica técnica, metalurgia do pó, indústria 4.0 e impressão 3D. Confira ainda nesta edição como foi a Feicon Batimat Nordeste. O evento ocorreu de 21 a 23 de outubro, em Pernambuco. O evento reuniu nos três dias 9.677 visitantes específicos do setor da construção, formado por profissionais como arquitetos, construtores, engenheiros, lojistas e designers.

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Leia ainda a entrevista especial deste mês com o engenheiro cerâmico e do vidro e mestre em engenharia de materiais, pela Universidade de Aveiro, Portugal, Vitor Salvado Frutuoso da Costa. Nesta entrevista, ele fala sobre como melhorar a produtividade e tornar-se mais competitivo. O artigo técnico deste mês é o intitulado Caracterização química e microestrutural de argilas utilizadas na indústria de cerâmica vermelha no estado do Piauí. O trabalho foi apresentado no 59º Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 17 a 20 de maio de 2015, em Barra dos Coqueiros, Aracaju (SE). Aproveite a leitura!

A Direção



FEIRAS Foto: Messe München International

Ceramitec 2015 tem ampla propagação internacional Feira ocorreu de 20 a 23 de outubro, no Centro de Exposições da Messe München, na Alemanha

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Mais de 15 mil participantes de 93 países participaram da Ceramitec 2015, uma das maiores feiras mundiais da construção civil, realizada de 20 a 23 de outubro, em Munique, na Alemanha. Em um espaço de 40 mil metros quadrados, o evento ocorreu no Centro de Exposições da Messe München. Um total de 617 expositores de 37 países exibiram seus produtos e soluções. Destes, cerca de 60% eram expositores internacionais. Os temas principais abordados no evento deste ano foram cerâmica técnica, metalurgia do pó, indústria 4.0 e impressão 3D. O vice-diretor da Messe München, Gerhard Gerritzen, avaliou a grandiosidade do evento. Para ele, a Ceramitec 2015 foi um dos eventos da Messe München com a mais ampla disseminação internacional de


FEIRAS participação. “Com uma quota de participantes do exterior superior a 60%, a Ceramitec é considerada uma feira líder do setor em todo o mundo. Expositores e visitantes apreciaram a ampla gama de produtos e serviços oferecidos na feira", disse. Para o presidente do Conselho Consultivo da Ceramitec, Paul Eirich, a Ceramitec deu uma demonstração impressionante da sua reputação como um encontro do setor de primeira classe para todas as áreas da indústria cerâmica. “A Ceramitec desenvolveu de forma eficiente a sua reputação como uma feira de referência em 2015. Ao apresentar temas-chave, como a indústria 4.0 e cerâmica técnica, a feira poderia atrair novos e importantes grupos de visitantes. Tivemos um público comercial de nível superior da região asiática, como por exemplo da Índia, Coréia, Tailândia e Indonésia, e também da América do Sul, como por exemplo a partir da Colômbia, Argentina e Brasil. Gostaria ainda de mencionar a Europa e o Oriente Médio. Nós encontramos novos clientes com ideias de produtos específicos e um vivo interesse. A Ceramitec é

Foto: Messe München International

Foto: Messe München International NovaCer • Ano 6 • Novembro • Edição 67

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Foto: Messe München International

FEIRAS

Foto: Messe München International

insubstituível para nós", relatou. Uma pesquisa, realizada pela empresa alemã TNS Infratest, constatou que 93% das empresas expositoras elogiou a qualidade dos participantes, e 96% afirmaram que participarão novamente na próxima Ceramitec. Mais de 94% classificaram a feira como bom para excelente. O número de expositores, a presença internacional e a presença de líderes de mercado foram des-

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tacados pelos visitantes. Cerca de 4 mil visitantes participaram das 65 palestras ministradas durante os dias de realização da feira. Houve discussões intensas, especialmente sobre os temas da digitalização, indústria 4.0 e metalurgia do pó. No Dia do Irã, os visitantes puderam conhecer melhor as oportunidades e tendências do mercado de cerâmica iraniano. Organizado pela primeira vez, recebeu boas classificações dos visitantes e deu ao público de comércio a chance de encontrar interessantes pontos de contato com o Irã, um país repleto de tradição cerâmica. Por sua vez, cerca de 200 visitantes provenientes do Irã aproveitaram a oportunidade para saber mais sobre as inovações na indústria de cerâmica na Ceramitec. Para o mundo da cerâmica e da metalurgia do pó, a feira Ceramitec é a mais bem sucedida feira internacional de fornecedores para todos os segmentos da indústria e um ponto de encontro para os principais fabricantes, usuários e cientistas. Ela cobre todo o espectro da indústria cerâmica - que vão desde cerâmicas clássicas e matérias-primas sobre metalurgia do pó até cerâmicas técnicas.


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FEIRAS

Foto: Messe München International

Mais de 600 expositores mostram seus produtos e soluções na feira

Foto: Divulgação / Direxa

Na foto: Murray Anderson (Direxa Austrália), Christophe Aubertot (Direxa EUA) e Clement Cadier (Direxa Brasil)

Os 617 expositores desta edição mostraram seus produtos e soluções em quatro salas de exposições da Messe München. Entre os expositores internacionais, a Itália teve a maior exibição, seguida pela França, Espanha, China, Grécia, Grã-Bretanha, Áustria, Turquia e República Checa. Nesta edição, os cinco principais países de ori-

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gem do público que compareceu à feira foram, excluindo a Alemanha, Itália, Turquia, França, Áustria e Espanha. A empresa italiana Tecnofiliere foi uma das expositoras do evento que comemorou a ampla participação de visitantes na feira. "A Ceramitec correu muito bem para nós e estamos muito satisfeitos com ela. Para nós, a feira é o principal evento para a indústria cerâmica inteira em um alto nível internacional. A qualidade dos visitantes é muito alta e eles vêm de todo o mundo, principalmente do Oriente Próximo, Médio e Extremo Oriente, bem como da zona de Maghreb", contou a doutora Daniela Tosi, responsável pelo Departamento de Vendas da empresa. Também ficaram satisfeitos com o evento de 2015 a empresa alemã Netzsch. “Em comparação com a última Ceramitec, nós nos encontramos com 30% a mais de clientes da Europa, e também do Próximo e do Médio Oriente. A frequência de visitantes em nosso estande foi muito boa. Além disso, iniciamos muitos novos projetos específicos e sérios porque estávamos represen-


FEIRAS

tados com novos produtos na Ceramitec", enfatizou o diretor de vendas, aplicação e marketing, doutor Jürgen Blumm. Não foi diferente para o diretor da empresa francesa Cerinnov, Claude Schneider. "Estamos muito satisfeitos. Nós nos encontramos com muitos visitantes aqui e até assinamos contratos", revelou. Para a Direxa, empresa que faz a engenharia de fábricas completas, especificamente de fornos e secadores, o evento deste ano foi a oportunidade para lançar um novo forno túnel sem vagões (o “Skate Kiln”). A empresa estava em um dos maiores estandes do galpão de cerâmica vermelha junto com o grupo de empresa Steele. “Faz três anos que trabalhamos em desenhos e testes desse novo conceito patenteado. Tivemos muitos clientes que mostraram interesse e muitos contatos bons. O forno túnel existe há mais de 60 anos e esse conceito de forno túnel sem vagão é a primeira inovação de verdade desde então em fornos para cerâmica vermelha (e branca)”, disse o diretor da Direxa do Brasil, Clement Cadier. Responsável pelo setor de pesquisa e desenvolvimento da Ceramifor, em Portugal, Ricardo Bras destacou a importância da Ceramitec. "Esta é a feira mais importante para nós. Encontramos muitos clientes novos aqui e discutimos sobre novos projetos. Recebemos um feedback positivo nesta feira", relatou. Na opinião do diretor geral da Bongioanni Macchine, na Itália, Gianni Barucco, a Ceramitec deste ano foi muito melhor do que a feira realizada em 2012. “Tivemos mais visitantes e, acima de tudo, eles vieram de todo o mundo. A qualidade dos visitantes foi muito elevada. As expectativas foram supridas completamente", comemorou. O diretor administrativo da Händle ZMB Braun, na Alemanha, Gerhard Fischer confirmou que a Ceramitec 2015 foi melhor que a edição realizada em 2012. “Esta Ceramitec foi muito melhor do que a edição passada. Nós sentimos um clima positivo entre os visitantes. Muitos tomadores de decisão estavam na feira. O elevado nível de internacionalidade foi notável. Tivemos, especialmente, muitos visitantes do Médio

Foto: Messe München International

Foto: Messe München International

Foto: Messe München International NovaCer • Ano 6 • Novembro • Edição 67

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Foto: Messe München International

FEIRAS

Oriente. A Ceramitec é, indiscutivelmente, feira de comércio principal da nossa indústria”, acrescentou. A Komage Gellner, da Alemanha, que também considera a Ceramitec a principal feira de negócios, avaliou o evento mais uma vez muito bem sucedido. “Fizemos novos contatos importantes e encontramos clientes que querem investir”, disse o gerente de operações, Jörg Lindemans. Não faltaram clientes também no estande da Talleres Felipe Verdes, S.A. Segundo o gerente de vendas da empresa Salim Nouayhid, o estande estava sempre cheio. “O mundo inteiro estava na Ceramitec. Isso se aplica para os visitantes, mas também para os expositores. A boa qualidade dos clientes faz a Ceramitec o comércio justo para nós. Vamos estar de volta na próxima vez", falou. "A feira sempre teve excepcionalmente elevado grau de internacionalismo, que é tremendamente importante para nós, como

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uma empresa internacional. A qualidade de visitantes aumentou mais uma vez. Só os decisores estavam presentes. O dia do Irã foi um evento de alto índice. Veio apenas no momento certo”, acrescentou Stephan Schmidt, sócio-gerente da Stephan Schmidt KG, na Alemanha. O diretor administrativo da Schunk Ingenieurkeramik, na Alemanha, Joachim Heym, também aprovou a feira. “Nós estamos felizes, porque estivemos capacitados a trabalhar duro durante os dias comerciais da feira. Tivemos discussões intensivas com os visitantes de diversas indústrias e de todo o mundo. Muitos visitantes vieram com ideias específicas para novos projetos”, relatou. A Ceramitec 2015, em Munique, foi o local de encontro para toda a indústria cerâmica, que vai desde fabricantes a ciência. Durante os dias do evento, os mais de 600 expositores mostraram o que está conduzindo a indústria para a frente. Em 2018, a feira ocorrerá de 10 a 13 de abril.


equipamentos e ao atendimento às normas de segurança”. Os empresários da delegação da Anicer puderam ainda conhecer Munique e todas as suas particularidades. A cidade é uma das mais avançadas da Europa e proporciona ampla diversidade cultural. “Fomos também à cidade de Salzburg, na Áustria, onde, além de conhecermos esta cidade única, visitamos a região dos Lagos Austríacos (Lake District), um dos cenários mais belos do mundo. O grupo todo ficou bastante encantado com o que viu”, finalizou o presidente.

Foto: divulgação / Anicer

A Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer) organizou um grupo de empresários para conhecer a tecnologia utilizada na Europa. No total, foram 42 pessoas. “Vimos visitantes do mundo todo, expositores de todos os continentes, máquinas e equipamentos de ponta, novidades em automação e robótica, além da oportunidade incrível de entender os rumos da indústria cerâmica e as ferramentas que nos ajudarão nesse processo. Vale ressaltar ainda a organização primorosa da MMI, que recebeu nossa delegação com muito carinho e atenção. Além disso, também fomos muito bem recebidos pelos vários fabricantes de equipamentos, alguns que já executam operações no Brasil e outros que estão pretendendo investir em nosso país”, relatou o presidente da Anicer, Cesar Gonçalves. A delegação de empresários brasileiros visitou também duas cerâmicas que estão entre as melhores do mundo: a fábrica de telhas Erlus e a de blocos Wienerberger. Ambas, com avançado sistema de automação e desenvolvimento. "Verdadeiros exemplos para a nossa indústria, que ainda tem muito a avançar. Destaque especial para o cuidado que os fabricantes de blocos e telhas direcionam para todo o processo de fabricação do produto, deixando sempre a qualidade em primeiro lugar. Da mesma forma, os fabricantes de máquinas primam pela qualidade de seus

FEIRAS

Participação brasileira

A Messe München Messe München é uma das principais empresas de comércio-show do mundo. Ela organiza cerca de 40 feiras para o capital e bens de consumo e principais indústrias de alta tecnologia, em Munique. Destes eventos, 14 são o número um do mundo em suas respectivas indústrias. A cada ano, mais de 30 mil expositores e cerca de dois milhões de visitantes participam em eventos realizados

no centro de feiras Messe München, o ICM - Internationales Congress Center München e o MOC Veranstaltungscenter München. Além disso, a Messe München organiza feiras na China, Índia, Turquia e África do Sul. Messe München tem uma presença global de negócios com afiliadas na Europa, Ásia e África e mais de 60 representantes estrangeiros que servem mais de 100 países. NC

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FEIRAS Fotos: Feicon Batimat Nordeste

Feicon Nordeste registra R$110 milhões em volume de negócios De 21 a 23 de outubro, Pernambuco sediou o maior Salão da Construção Civil no Nordeste. A 3ª Feicon Batimat Nordeste reuniu nos três dias 9.677 visitantes específicos do setor da construção, formado por profissionais como arquitetos, construtores, engenheiros, lojistas e designers. O evento ainda ofereceu aos visitantes acesso gratuito a mais de 30 palestras em Simpósios, realizados pelas principais entidades do setor, e Fórum com debates de temas atuais. O evento, realizado no Centro de Convenções de Pernambuco, superou a expectativa dos organizadores e confirmou as pesquisas da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que tem constatado um bom desempenho em categorias voltadas para reformas e pequenas construções.

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Em uma área de 10 mil metros quadrados, participaram da edição 2015 mais de 150 marcas nacionais e internacionais, vindo de países como Estados Unidos, Canadá, Emirados Árabes e Portugal, entre outros. “A 3ª Feicon Batimat Nordeste superou nossas expectativas com relação à geração de negócios. Tivemos um crescimento de 10% no volume com relação à edição anterior, quando o movimento chegou a 100 milhões de reais em negócios fechados durante e ao longo do primeiro semestre pós-evento”, comentou Alexandre Brown, diretor da feira. Um dos eventos que estimulou estes números foi a segunda edição do Encontro de Negócios, promovendo 150 encontros entre expositores e compradores qualificados. No ano passado, foram 52 reuniões, um aumento de 288%. Na última edição, o Encontro de


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Negócios resultou em R$ 1,9 milhão enquanto este ano saltou para R$ 7,5 milhões, um crescimento de 395%. Para os expositores, a Feicon deste ano oportunizou boas vendas. De acordo com o gerente de produto da Portodesign, Marcos Vieira, o evento foi muito produtivo, com uma movimentação intensa de clientes em potenciais. “Nossa expectativa é atingir nos próximos 12 meses, o incremento de 30 a 40% das vendas aqui na região Nordeste. Pretendemos voltar no próximo ano”, disse. Para o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Claúdio Conz, com apenas três anos, a Feicon Batimat Nordeste já está consolidada como evento de negócios. “Para um ano de dificuldades, a feira foi muito boa e com um grande aumento de público qualificado”, reforçou.

Palestra aborda alvenaria estrutural e Norma de Desempenho Durante a 3º edição da Feicon Nordeste o consultor em Tecnologia Cerâmica, Antônio Carlos Pimenta Araújo ministrou a palestra Produtos cerâmicos para alvenaria estrutural e Norma de Desempenho. “Apresentei resumidamente os dois temas buscando interligá-los, ou seja, mostrando que a alvenaria estrutural com blocos cerâmicos é um processo de racionalização da obra e pode ajudar aos construtores a atender a norma de desempenho, tão importante e obrigatório para a construção de habitações”, disse ele. Segundo Pimenta, os participantes mostraram grande interesse pelo tema. “A Norma de Desempenho, vigente desde 2013, tem despertado muito a atenção dos construtores, que precisam adequar seus projetos às exigências de desempenho dos imóveis. Após a palestra, diversos coordenadores de cursos de engenharia, arquitetura, edificações e outras da área da construção civil

nos solicitaram apresentar com maior profundidade estes temas em suas escolas e faculdades, o que será planejado para 2016 junto aos sindicatos dos estados de PE, PB e RN”, contou o consultor. NC

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Fotos: MIT/Tata Center for Technology and Design

ARQUITETURA CERÂMICA

Tijolos são compostos por 70% de cinzas de caldeiras

Uma equipe de alunos do MIT, na Índia, desenvolveu um tijolo ecológico que não requer emissões de CO2. O material composto por 70% de cinzas de caldeiras de fábricas de papel misturadas com hidróxido de sódio, cal e uma pequena quantidade de argila. Batizado de "Eco Blac", o tijolo cura-se à temperatura ambiente, com base em “tecnologia alcalino-ativação” para dar-lhe resistência. Atualmente o tijolo é testado em parceria com uma fábrica de papel em Muzaffarnagar, uma cidade ao nordeste de Nova Deli, na Índia. O produto é mais barato do que um tijolo

convencional, porém é preciso provar sua durabilidade em longo prazo. A equipe espera, caso logre êxito, abrir uma fábrica de tijolos na fábrica de papel, de modo que os resíduos possam ser convertidos imediatamente. A indústria de tijolos da Índia conta com mais de 100 mil fornos e produz até 2 milhões de tijolos por ano, o que também representa uma grande fonte de poluição. Além das más condições de trabalho, os fornos liberam grandes quantidades de carvão e diesel na atmosfera, contribuindo com as emissões de gases de efeito estufa. "Tijolos de argila precisam de 1.000 graus Celsius", lembra ao portal Fast Company Michael Laracy, um dos estudantes envolvidos no projeto. "Eles consomem uma quantidade enorme de energia a partir do carvão e há também a questão de que esses tijolos são feitos completamente do solo superficial, então eles estão esgotando a quantidade de terras cultiváveis". NC Fonte: Portal EcoD. http://www.ecodesenvolvimento.org

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D E S E N VO LV I M E N T O

Setor cerâmico do ES ganhará laboratório cém-aprovado Polo de Inovação Embrapii, uma grande conquista para os capixabas”, disse. O diretor-geral do campus Santa Teresa, Moacyr Antonio Serafini, comemorou a conquista. “Esse é apenas o primeiro. Ainda há outros acordos encaminhados, que celebraremos em breve, com setores produtivos locais”, anunciou, referindo-se aos entendimentos de cooperação com os setores de beneficiamento de leite e de produção de aguardente, que estão em gestação no campus. A construção da parceria com o setor ceramista teve a participação de uma comissão formada pelos professores Valdi Antônio Rodrigues Jr., Vilácio Caldara e Júlio César Netto, sob coordenação do professor José Júlio Garcia de Freitas. Durante dois anos, foram realizadas visitas técnicas, reuniões e outros trâmites para criação de uma proposta que atendesse às demandas da cadeia produtiva cerâmica regional e formatação do Acordo de Cooperação e do Plano de Trabalho. NC Fonte: Findes e Ifes. Fotos: Findes e Ifes

O setor cerâmico do Espírito Santo ganhará Laboratório de Tecnologia Cerâmica (Teccer), o primeiro do estado. Para a construção do laboratório, um acordo de cooperação foi assinado entre Senai-ES, Ifes e Sindicer-ES em agosto durante a reunião do Conselho de Representantes da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Para a compra dos equipamentos, o Senai-ES vai investir R$ 1,2 milhões para o laboratório, que realizará análises e prestará outros serviços tecnológicos para o ramo ceramista no Espírito Santo. A parceria prevê a construção das instalações físicas laboratoriais e doação dos equipamentos eletrônico-analíticos, móveis e acessórios. O laboratório servirá para o desenvolvimento de estudos físicos e químicos de cerâmicas. Pelo acordo, o campus Santa Teresa do Ifes cederá o terreno e cuidará da manutenção do Teccer, garantindo o custeio administrativo e a gestão técnica. Para isso, disponibilizará seu corpo de mestres e doutores, além de organizar a participação dos alunos nas pesquisas e análises realizadas. Já o Senai-ES, além de investir na compra de equipamentos e instrumentos mecânicos, eletroanalíticos e metrológicos, equipará o laboratório com mobiliário, softwares, EPI’s, normas e insumos iniciais. O Sindicer-ES construirá o laboratório e garantirá pessoal e insumos, além de cuidar da gestão administrativa. A previsão é que a obra seja entregue em março de 2016. Para o reitor do Ifes, Denio Rebello Arantes, a parceria tem importância estratégica para a instituição, pois ajuda no cumprimento de sua missão. “Um dos nossos objetivos é o de realizar pesquisas aplicadas, ou seja, aquelas que geram produtos e serviços para contribuir com a melhoria das condições de vida das pessoas”. Segundo o reitor, a assinatura na reunião da Findes tem um simbolismo especial, pois as duas organizações passam por um momento de grande sinergia. “Somos parceiros no re-

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Casa cerâmica é construída na Feira do Empreendedor Evento ocorreu de 14 a 17 de outubro, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió

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Uma casa feita em cerâmica foi construída na Feira do Empreendedor, realizada de 14 a 17 de outubro, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió, Alagoas. O imóvel foi uma iniciativa do gerente da Unidade da Indústria do Sebrae/AL, Everaldo Figueiredo, pelo Projeto da Cadeia Produtiva da Construção Civil, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do setor através do sistema construtivo com alvenaria estrutural em cerâmica. A casa, de 42 metros quadrados, no padrão Minha Casa Minha Vida, foi construída em cinco dias pelos alunos do curso

Na foto: presidente do FIEA (Jose Carlos Lira); presidente do SEBRAE/AL (Marcos Vieira); diretor Regional do Senai (Marbson Loureiro); alunos do Senai; empresários ceramistas; representantes do Sindicer (Frederico Gondim, Gustavo Amorim); parceiros fornecedores de materiais da casa; gerentes; gestores; e consultores

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de Construção Civil do Senai. “A ideia da construção da Casa Cerâmica na 7ª edição da Feira do Empreendedor em Alagoas, com o tema “Liderança Transformadora”, contemplou a oportunidade de apresentar ao mercado consumidor da cadeia produtiva da construção civil e ao público geral, as vantagens da utilização do sistema construtivo racionalizado com alvenaria estrutural em cerâmica”, relatou a consultora técnica em cerâmica Maura Núcia. Conforme ela, a alvenaria estrutural em cerâmica representa uma economia na obra de 30 a 40% considerando aspectos técnicos e econômicos, como possibilidade de dispensar estruturas de concreto armado (dispensa o uso de vigas e pilares até quatro pavimentos); redução de materiais: concreto, madeira para formas e ferragem; praticidade e agilidade na construção: utilização de componentes pré-moldados promovendo a ausência de cortes nas peças e da geração de resíduos sólidos); redução


Na foto: representantes do Sindicer/AL: Gustavo Amorim, Maura Franco e Frederico Gondim

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da mão de obra nos serviços de carpintaria e ferreiro; facilidade de supervisão da obra; e maior produtividade da obra. Os materiais para construção da casa, que apresenta vantagens como conforto térmico, racionalidade e construção sustentável, foram doados pelas empresas: cerâmica Capelli, cerâmica Bandeira LTDA, Madeiras do Brasil e Santtafé. O projeto arquitetônico foi assinado pela Produção Engenharia LDTA. Ao final da feira, a casa foi reutilizada. O imóvel foi desconstruído em seis horas e doado para uma família carente de Maceió, por meio da ONG Nosso Lar. Segundo Maura, a casa cerâmica destacou-se no evento como um dos estantes mais visitados. “Registrou-se intensa visitação durante os quatro dias e grande interesse pelo modelo construtivo inovador, com foco na sustentabilidade. Mesmo neste cenário de crise econômica, o público manifestou grande interesse pela construção civil de moradia, reconhecendo os diferenciais da alvenaria estrutural em cerâmica". Além disso, registrou-se algumas demandas para o Projeto da Cadeia Produtiva da Construção Civil: Capacitação: Pedreiro de alvenaria estrutural; Capacitação: Tecnologia da produção da argamassa estabilizada; Curso: Projetista de alvenaria estrutural; Curso: Telhadista; e Preparação do setor cerâmico para o atendimento à NBR 15575-Norma de Desempenho”, relatou.

Sobre a Feira do Empreendedor Uma iniciativa do Sebrae Nacional, é realizada desde 1992 nos estados brasileiros, de forma bianual. Em Alagoas, desde a sua primeira edição, mais de 60 mil pessoas já visitaram o evento, que reuniu 400 expositores de todo o país. Este ano, sob o tema "Liderança Transformadora", a missão foi difundir o empreendedorismo, apresentar novas oportunidades

e facilitar o acesso à orientação e capacitação, com vistas ao desenvolvimento de novos negócios, ao fortalecimento e à excelência das empresas alagoanas, com ênfase na inovação, sustentabilidade e inclusão produtiva. A Feira do Empreendedor 2015 foi realizada de 14 a 17 de outubro, no Centro de Convenções de Maceió. NC

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Sindicer realiza reunião com Grupo da Qualidade no PR Encontro ocorreu na tarde do dia 27 de outubro, no auditório da Prefeitura de Itaipulândia, no Paraná

O Grupo da Qualidade do Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olarias do Oeste do Paraná (Sindicer/Oeste-Paraná) realizou reunião na tarde do dia 27 de outubro, no auditório da Prefeitura Municipal de Itaipulândia, no Paraná. O objetivo da reunião foi o estudo da Norma de Desempenho, esta que impacta diretamente na produção de cerâmica vermelha para a construção civil. Durante a reunião, o assessor técnico e da qualidade da Associação Nacional de Cerâmica Vermelha (Anicer), Antônio Carlos Pimenta, ressaltou a importância de adequação a esta norma e o que ela representa no dia a dia da indústria cerâmica. O Grupo da Qualidade do Sindicer/Oeste-Paraná é composto por 13 indústrias cerâmicas que possuem a certificação Inmetro ou o PSQ (Programa Setorial da Qualidade) nos seus produtos. “Ceramistas unidos e com visão no futuro, assim nossa classe ou setor mostra força e qualidade para dar aos nossos produtos. A arte de transformar argila em produtos de qualidade", comentou o proprietário de uma das empresas do grupo, a Indústria Cerâmica Toebe (ICT), de Santa Helena, Rubinson Toebe. O empresário ainda acrescentou que é necessário unir forças para superar o momento que a categoria vem passando. “Já pudemos desfrutar de épocas de "vacas gordas" e agora podemos provar para nos mesmos que, além de ceramistas, somos empresários, que com todo nosso conhecimento, técnica associada à qualidade e ainda visão empreendedora e com mais visão ainda de futuro, vamos passar por essa fase e voltar a colher os belos frutos que nossa atividade já nos proporcionou”, acrescentou Toebe. NC Com informações do Sindicer/Oeste-Paraná.

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ENTREVISTA

Qualidade e produtividade em tempos de crise A entrevista especial deste mês é com o engenheiro cerâmico e do vidro e mestre em engenharia de materiais, pela Universidade de Aveiro, Portugal, Vitor Salvado Frutuoso da Costa. Nesta entrevista, ele fala sobre como melhorar a produtividade e tornar-se mais competitivo. Vitor já trabalhou em vários setores desde a indústria cerâmica de sanitários e porcelanas até a do barro vermelho, onde atua há 12 anos. O engenheiro, que já atuou em países como Itália, Colômbia e Equador, atualmente está no Brasil, onde dá assistência técnica às empresas de cerâmica NC - Como o ceramista pode melhorar a produtividade e tornar-se mais competitivo? Vitor Salvado Frutuoso da Costa - Produtividade é um parâmetro de gestão muito útil, mas nem sempre é o que melhor ilustra ou caracteriza uma apreciação. Produtividade é o trabalho desenvolvido atribuível a cada operário. Ou seja, quanto maior for o trabalho realizado, maior será a produtividade, para um mesmo número de trabalhadores. Normalmente, quando se automatiza uma produção, a produtividade aumenta, porque se reduz o número de operários, e em princípio a produção aumenta. Porém, há outras formas de se obter uma melhor produtividade, que são melhorando e facilitando as tarefas produtivas e sobretudo diminuindo a percentagem de produtos não conformes (caco). Este é de fato um tema muito vasto e com imensos graus de liberdade que torna apaixonante a gestão de produção. Portanto, quando a produtividade aumenta, normalmente, a competitividade da empresa aumenta também. No entanto, isso nem sempre significa sucesso, caso não se associe aqui também o conceito de qualidade. NC - Cite algumas maneiras para melhorar a produtividade? VSFdC - Em termos práticos, a produtividade pode ser conseguida de imensas maneiras.

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Algumas delas são melhoria das matérias-primas e sua preparação (o que é que isto tem a ver com produtividade? Melhor mistura, menos rejeição do produto final); resolução de problemas sistemáticos de produção; diminuição do número de paragens e avarias; análise funcional, como uma possível redução do número de trabalhadores; promover melhor desempenho dos trabalhadores para reduzir o número de acidentes, paragens, avarias, melhorar a trabalhabilidade e "expertise" de cada um, facilitando as operações e diminuindo o esforço das tarefas; formação profissional no posto de trabalho; melhorias tecnológicas, desde pequenos ajustes locais nas máquinas até automatização local ou geral. Porém, nem sempre a mais aplicável, pois muitas vezes a fábrica não tem condições técnicas para que essa automatização seja feita, como por exemplo automatizar a carga por robô quando os vagões estão com bases muito irregulares, ou quando o tijolo não tem resistência mecânica (em cru) necessária para realização dessa operação ou ainda mesmo quando a cortadeira não corta direito. Em resumo, o aumento de produtividade normalmente tem impacto numa maior competitividade, mas acho que a produtividade


ENTREVISTA deverá ser aumentada com criatividade. NC - É possível ser tornar mais competitivo em um ano de crise como o que o país vive em 2015? De que forma? VSFdC - O ano de 2015 não tem sido muito positivo para todos e por isso oportunidades de negócios não se multiplicam. Esta situação infelizmente é cíclica e não se pode prever; por isso acho que o empresário deve aproveitar estas alturas para refinar a sua fábrica e reforçar a sua capacidade técnica e tecnológica. Não quero com isto afirmar que deva fazer uma corrida aos investimentos em novas máquinas. Não. Pelo contrário. A meu ver deverá aproveitar uma certa desaceleração para reforçar equipamentos, reparar e fazer manutenção dos existentes em geral, onde não consegue fazer com a fábrica em velocidade cruzeiro, e “refinar” a sua equipe de trabalho. NC - O que o empresário deve fazer em períodos de maior dificuldade? VSFdC - Estes períodos de maior dificuldade fazem com que a empresa tenha que olhar para dentro, tentando eliminar “gorduras”, melhorando e racionalizando a sua atividade. Isso muitas vezes consegue-se com redução da cadeia produtiva e fazendo uma ou outra para-

gem bem projetada para resolver problemas de funcionamento. Como, em geral, são períodos de apreensão há necessidade de pensar sobre melhoria de métodos e resolução de problemas sistemáticos. Isto obriga a um reforço competitivo e, em geral, as empresas que fazem esta revolução interna, saem destes períodos com maior vitalidade. Podem ser aproveitados estes períodos de menor cadeia produtiva para fazer desenvolvimento de novos produtos e gamas e/ou projetar melhor a atividade comercial e de marketing, para reforço do potencial das peças fabricadas e aumento de “mais valias”. Estes períodos podem reforçar a empresa, mas há que ser corajoso e criativo. NC - O que acredita ser o maior desafio dos ceramistas nesse momento de crise? VSFdC - Penso que o maior desafio do ceramista é conseguir tornear as dificuldades do mercado, mantendo a empresa em funcionamento, produzindo artigos que tenham um preço competitivo e que apresentem níveis de qualidade superior. Claro que é mais fácil dizer que fazer, mas acho que no horizonte fabril brasileiro há ainda muito para fazer neste âmbito. NC - Neste momento de crise, o que o empresário deve fazer?

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ENTREVISTA

VSFdC - Não se deve fazer generalizações, pois os problemas dos fabricantes de um estado não são idênticos aos do outro estado. Até mesmo de região para região os problemas divergem. No entanto, há um problema que, em geral, verifico existir que é o baixo nível de qualidade dos produtos e que deverá ser aumentado. Ou seja, o que acho é que o termo qualidade deverá ser a bandeira a estiar. Não é preciso comprar máquinas para aumentar a qualidade, basta perceber os problemas de produção que surgem e tentar resolvê-los ou eliminá-los. Se para aumentar a qualidade, é preciso reduzir o ritmo da produção, então, que o façam. Resolve o problema e melhora a qualidade, pois depois progressivamente a produtividade poderá ser aumentada. Depois de uma crise, em geral, ocorre uma retomada e num setor vital à economia de um País, como é o da construção, os níveis de qualidade serão impostos com fasquias mais altas e mais exigentes. Por isso, quem não tiver essa prerrogativa, ficará de fora. NC - Que tipos de iniciativas os ceramistas podem tomar para alavancar seu negócio? VSFdC - Acho que as empresas devem reforçar a sua capacidade competitiva e tentar resolver problemas que afetam o seu funcionamento. Nestas alturas isso é mais fácil, pois, em minha opinião, deverá ser feita uma redução drástica da produção com intervenções ao nível da manutenção preventiva e curativa. São momentos ótimos para fazer desenvolvimento de novos produtos com intervenção dos ativos comerciais e de marketing da empresa. É nestes períodos que a massa crítica da empresa é chamada a participar com maior criatividade. A necessidade de desenvolver soluções de racionalização geral faz realçar pontos de fraqueza que quando solucionados fazem a empresa ficar mais leve e mais capaz. Assim a intervenção deverá ser focalizada em duas direções: melhoria da “saúde” tecnológica da fábrica, com eventuais adaptações e melhorias locais de equipamentos e operação e desenvolvimento de produto em paralelo com desenvolvimento de ações comerciais e planificação centralizada e racional de atividade comercial e marketing – pouco usado este argumento na maioria das empresas do setor, sobretudo na área do tijolo. Sempre que possível a massa laboral deverá ser refinada e qualificada (formação profissional interna e no posto de trabalho). Reduzir gorduras e qualificar.

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Gerar cultura de grupo e introduzir conceitos de produtividade, objetivos e metas com prêmios à vista. NC - Nesta fase em que o mercado está recessivo, o empresário deve investir em automações? VSFdC - Numa fase em que o mercado está recessivo, não me parece muito interessante implementar grandes projetos, uma vez que o nível da qualidade e da técnica em geral é problemático. Melhorar o nível de qualidade da produção é mais importante, antes de haver uma corrida aos equipamentos e à automação. Nem sempre a automação vai resolver problemas de qualidade da empresa. NC - Para o senhor o que caracteriza uma empresa ser competitiva? VSFdC - O mercado está cada vez mais exigente e este panorama é só o início, pois os níveis de qualidade não estão de acordo com a normalização já em vigor. Tenho verificado que há um maior número de reclamações mais ou menos fundamentadas por parte dos clientes das fábricas em geral, o que mostra um maior nível de exigência. A meu ver, muito positivo, pois obriga a fábrica a reforçar a sua qualidade de produto e serviço. A fábrica tem que começar a conhecer melhor suas obrigações no que diz respeito às características de produto (Norma de Desempenho e Normalização aplicável) e a escutar os clientes quanto ao grau de satisfação. Não serão apenas os construtores mais organizados a solicitar informação do produto e qualidade das embalagens, mas serão também os depósitos que serão obrigados a ter normas e condições de estocagem, pois os pequenos construtores começam a percorrer as estradas para o interior e iniciam obras mesmo nas cidades mais interiores dos estados, que trazem um modo de atuar mais exigente e organizado. O produto terá que ter níveis de reconhecimento de qualidade de um modo geral. A sua apresentação e armazenagem na obra ou no depósito terá que ser melhorado por exigências de segurança e acondicionamento ao tempo. As empresas terão que ser competentes e ter produtos de qualidade reconhecida e adaptados ao tipo de construção a que se destinam. NC - O que é necessário para uma empresa ser competitiva? VSFdC - Para que uma empresa seja competitiva


NC - Qual a relação entre produtividade e qualidade? VSFdC - A relação entre produtividade e qualidade significa o objetivo a atingir, pois só assim se pode conseguir o que todos pretendem que é competitividade. Todos estes termos são muito tecnicistas e eu prefiro tratar de aspectos mais práticos e mais aplicados sem grandes chavões e postulados. Acho que no caso da setor do barro vermelho há na verdade muito a fazer em todos os sentidos. Não há receitas nem genéricos, pois cada caso tem um tratamento muito próprio e aplicado. Todos tem uma solução, nem que por muito duro se conclua que a melhor solução para certos casos será fechar as portas. NC - Onde deve estar o diferencial de uma empresa cerâmica? VSFdC - O diferencial de uma empresa de sucesso está na sua capacidade de gestão do negócio e no domínio da técnica. Sendo terra a terra saber gerir o dinheiro que se tem e se faz e saber como se deve produzir os produtos que se quer vender. Para isso, terá que haver matéria-prima por perto. NC - O que poderia ser melhor em termos de produtividade? VSFdC - A produtividade é um parâmetro métrico e o melhor é fazer muito com pouca gente. Porém, existem situações que baralham

este conceito. Acho importante pensar em produtos diferenciados e com valor acrescentado majorado, que poderá ser um argumento importante nos períodos de crise. Com argilas vermelhas, pode fazer-se imensos tipos de produtos, que podem trazer valias muito interessantes, com produções pequenas. Num período de crise a produtividade deve aumentar sobretudo pela diminuição da carga laboral e pelo refinamento e otimização do processo de produção. Muitas vezes, é nestes períodos que as empresas encontram faixas de trabalho muito mais rentável e até acabam por ganhar muito mais que nas situações tradicionais do mercado. Nestes períodos é interessante promover o rigor e a racionalização de custos. Aproveitar para promover reuniões para escutação dos quadros da empresa e outros intervenientes (fornecedores, clientes, consultores) que possam trazer opiniões e ideias inovadoras úteis para a empresa, por vezes, é assim que se lança um serviço ou produto inovador.

ENTREVISTA

necessita ter gestão de produção racionalizada (software ou análise de dados): fazer gestão de matérias-primas e seu controle, fazer análise de paragens (tecnologia), fazer análise de caco (material não conforme), fazer gestão da qualidade e fazer gestão de pessoal e operacionalidade. É preciso ainda uma ação integrada entre produção, estoques e vendas; ter um setor comercial e marketing centralizado e coordenado com os interesses da empresa; e ter uma administração financeira que coordene os vários setores e cultive um rigor de equilíbrio financeiro. Não significa que para isso tenha que ter uma grande quantidade de gente para fazer tudo isto de um modo independente. Muitas destas tarefas podem ser acumuladas por uma ou duas pessoas (dependendo da dimensão da empresa), mas tem que organizar o trabalho deste modo para que não percam a linhagem que foi traçada em termos de equilíbrio e interesse central da empresa.

NC - Cite estratégias para maximizar a produtividade na indústria cerâmica? VSFdC - No contexto atual da economia do País, a ideia será ter uma maior produtividade à custa de laborar com a empresa mais “enxuta”, ou seja, a empresa deve fazer uma análise muito séria e mesmo até agressiva de tudo quanto seja custo de produção que possa ser racionalizado. Os custos têm que ser analisados de modo a que não se gaste demais para conseguir o mesmo resultado que antes. Com este objetivo, o empresário deverá começar por fazer uma análise funcional, ou seja, tentar produzir o mesmo com menos pessoas, sem reduzir a qualidade. Por vezes, é necessário criar artifícios produtivos, criar prêmios, introduzir objetivos e metas, dar formação específica e treinamento, tornando o posto de trabalho mais eficiente. Por outro lado, é indispensável reduzir as quebras em toda a linha da produção, até no consumo de matérias-primas e se possível fazer racionalização energética para fazer baixar a conta da energia. Também é necessário promover uma ou outra modificação tecnológica que permita facilitar o trabalho e/ou ritmo produtivo. Estas são as principais armas baratas para aumentar a produtividade sem aumentar os custos financeiros. Num período de incertezas, a ges-

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tão deve ser de “navegação à vista”, reagindo mais e tendo menos impulsos aventureiros. NC - 2016 será um ano de incertezas para os investimentos? VSFdC - Os mercados irão mover-se de um modo diferencial ao longo do Grande Brasil. 2016 será um ano importante para vários setores no âmbito comercial e turismo, mas não tanto para o setor da construção. Por isso, imagino que as principais empresas do setor do barro vermelho devam continuar nesta toada de contenção e muito rigor orçamental, sem que se descapitalizem e coloquem em risco a sua independência financeira. NC - De que forma a crise influencia os ceramistas fabricantes de tijolos e telhas brasileiros? VSFdC - O empresário do setor deve manter-se bastante atento aos sinais do mercado e ir agindo à medida que se verifiquem sinais de relançamento do setor da construção. Nestas fases de dificuldade, deve ser exercido “lobby” nas instituições centrais para promover imagem do setor usando sempre a boa opinião que a sociedade tem da cerâmica (naturalismo, amiga do ambiente e experiência de longos anos, entre outros), para conseguir benefícios setoriais e sobretudo imagem preferencial, frente aos setores concorrentes. Acho que há muito trabalho a este nível por fazer, seja no poder político, legislativo e sobretudo técnico, junto das principais construtoras e até mesmo nos meios de comunicação social que tanto poderão ajudar a promover essa imagem de preferencial. Há construtores que ainda hoje não conhecem o tijolo estrutural. Os investimentos que acho útil nesta fase devem ser nesse âmbito, ou seja, devem ser feitos mais de dentro para fora do que dentro da própria fábrica. NC - Como transformar uma crise em oportunidade? VSFdC - As crises naturalmente não beneficiam ninguém em nenhum setor de atividade (no sentido geral, claro). Porém, podem tirar-se dividendos das crises e o mais importante é sem dúvida a necessidade de manter um maior controle, necessário impor para se sobreviver. Além do rigor financeiro, há outros aspectos que também acho interessantes e que ocorrem normalmente nas empresas que saem reforçadas das crises; é a sua reinvenção, ou seja, a possibilidade que

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a empresa tem de criar ou desenvolver outros produtos ou novas linhas de produção e/ou processos de produção, técnicas, que lhe venham a dar maiores rentabilidades e uma melhor imagem no mercado. Com o emagrecimento natural dos corpos técnicos da empresa, gera-se muitas vezes a possibilidade de formar profissionalmente os que ficam e reforçar assim a capacidade técnica da empresa que naturalmente se traduzirá em maior capacidade de produção e controle; aumentando a massa crítica da empresa que, por sua vez, ajuda a sua projeção no futuro próximo. Sem esta etapa de desaceleração, muitas vezes, é impossível esta atitude, face às obrigações a que todos ficam sujeitos nesse período de maior “buzy”. NC - A quais riscos os empresários devem estar atentos? VSFdC - Os maiores riscos em tempos de desaceleração do setor da construção e da atividade econômica em geral é o descontrole financeiro das empresas. Neste período que nunca se sabe a sua longevidade tem que haver de imediato uma reação de controle orçamental e uma progressiva racionalização de despesas. Tudo quanto é custo deve ser revisto e analisado. Há empresas que criam mesmo um departamento de análise de custos para procurar alternativas e propor soluções, muitas vezes, impensáveis, mas que podem trazer imensa saúde financeira à empresa. Às vezes, olhar para o que o “vizinho” está a fazer, mesmo que seja de outro setor de atividade, pode ser muito útil (Benchmarketing). A empresa deve adequar-se progressivamente até ao ponto onde a sua capacidade financeira consegue funcionar. Não pode haver sentimentalismos, o que muitas vezes ocorre no setor do barro vermelho por serem geralmente empresas de âmbito familiar. Neste período, o setor comercial deve ser recriado e as metodologias e a planificação deverão ser levadas muito a sério. Deve ser feita uma gestão centralizada e orientada por especialistas (comercial e marketing). Acho que a este nível muito há para fazer e a profissionalização do corpo comercial das empresas deverá ser maior. Falta em muitos casos a capacitação técnica para vender produtos que têm especificidades diversas e que os comerciais não sabem fazer a eloquência devida ou a apresentação de características técnicas que estão na base dos produtos. Por isso, seria bom que o pessoal da área comercial


NC - Como está o setor de cerâmica vermelha no Brasil atualmente quando à competitividade? VSFdC - Não tenho uma opinião formada que me permita fazer uma análise global do País, mas na verdade conheço vários cenários de diferenças assinaláveis de região para região e até dentro da mesma região. Se há fábricas muito bem equipadas, há também outras completamente desleixadas e a produzir artigos de muita baixa qualidade. A pressão da competitividade e a exigência do mercado fará o seu trabalho em termos de seleção natural. Acho que falta muita técnica ceramista (conhecimento de cerâmica) e sobra empirismo. Há empresas que procuram qualidade (com reconhecimento pelo PSQ) e empresas que procuram um “desenrasca” para fazer um dinheirinho e que no final dificultam e baralham o mercado. A necessidade de elevação do nível técnico fará clarificar muito a diferença entre produtores, valorizando quem procura produzir com qualidade e com características constantes, ter PSQ. Na verdade, acho que muita fábrica não atua como empresa e sim como meio de sobrevivência de seus proprietários. O que ofusca a noção de que o setor da cerâmica deve ser de “capital intensivo”, ou seja de imposição de investimento constante. NC - Como o senhor vê a cerâmica vermelha brasileira daqui a dez anos? VSFdC - Como o Brasil tem argilas vermelhas muito boas e em grande quantidade é natural que em pouco tempo (10 anos) se faça um refinamento tecnológico e se proliferem fábricas muito bem equipadas e com um ní-

vel de produto bastante bom. NC - Como deve ser encarada a competitividade, no caso dos tijolos? VSFdC - No caso do tijolo, a competitividade tem a ver com impactos entre fabricantes num raio de 50 a 100 km e por isso haverá um equilíbrio local que se tem imposto. Por exemplo se numa região onde os fabricantes usam fornos circulares houver alguém que implemente uma fábrica com capacidade equivalente queimando com um forno túnel, claro que os pequenos produtores terão muita dificuldade em competir com esse. Mesmo assim, haverá solução se cada um se especializar em algo diferente e que tenha mercado. Acho que a competitividade tem que ser recriada. Há muito fabricante que tem potencial competitivo, mas que terá que inverter a produção e fazer produtos com maior valor acrescentado para fazer face a uma menor capacidade competitiva e maior incidência de mão de obra. No caso dos produtos de concorrentes, como o bloco de concreto, logo que haja melhoria tecnológica e empresarial dos fabricantes de barro vermelho, os produtos de concreto perderão muito terreno ficando relegados a aplicações específicas, caso de muros e suportes de taludes, mas muito menos como elementos estruturais e/ou de vedação. O problema tem sido a falta de soluções de qualidade e quantidade em certas regiões, que levam os empresários da construção a usar outras soluções que não sejam as de barro vermelho. Tem havido ainda casos de empreiteiros que desconhecem a existência dos blocos estruturais em barro vermelho.

ENTREVISTA

fizesse formação interna na fábrica para terem um maior contato com o fabrico e mesmo com as características dos produtos. Nestas fases de desaceleração, a fábrica poderá parar a sua produção durante um período determinado, mas o setor comercial terá a seu cargo a função de promover as vendas de modo a baixar os estoques nos parques da fábrica e manter o equilíbrio financeiro da empresa. Claro que com este tipo de afirmações pode parecer que se trata de um modo de gestão simples e fácil, mas de modo algum o será, pois muitas vezes terão que ser tomadas decisões pouco simpáticas e mesmo adversas aos vários colaboradores da empresa para a manter equilibrada.

NC - Como deve ser encarada a competitividade, no caso dos tijolos? VSFdC - Acho que há fabricantes de bom nível com capacidades para exportar até para mercados muito exigentes com os USA e Canadá. É comum ver-se telhas fabricadas em Santa Catarina, Goiás ou Rio de Janeiro. Isto prova bem a competitividade do setor. Claro que haverá empresas menos apetrechadas e com menor competitividade, mas há um maior nivelamento neste setor. A concorrência com outros materiais é pequena e cada vez menor depois de se terem conhecido alguns casos de degradação rápida de telhas ou coberturas com concreto. NC

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Por: Alex Barreto Jornal Regional

Experimento aguarda governo Alckmin destinar a verba para conclusão do projeto no Oeste Paulista Um dos mais ousados projetos já desenvolvidos no país, voltado à pesquisa que estuda várias espécies de capim elefante para substituir o uso da madeira no processo de queima da indústria cerâmica na região Oeste Paulista, aguarda a gestão do governo Geraldo Alckmin destinar R$ 600 mil para conclusão do projeto que deverá amortizar o principal gasto das dezenas de empresas do setor. Segundo o diretor da Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista (Incoesp), Milton Salzedas, a compra de madeira de eucalipto, pó de serra e cavaco (cascalho de eucalipto) são a principal conta a pagar dentro de qualquer cerâmica, representando uma média de 35% a 40% das despesas. O projeto do plantio de capim elefante como fonte energética para indústria cerâmica vermelha testa quatro variedades de biomassa no campo experimental, localizado em uma área rural de propriedade da Incoesp, em Panorama. As espécies de capim elefante em

Alex Barreto / Jornal Regional

MEIO AMBIENTE

Pendência de R$ 600 mil ‘freia’ pesquisa que estuda capim elefante

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teste são: Cameroon, Carajás, Pennisetum, Purpureum Guaçu. Existem também três espécies de Cana Energia: CTC, E7 e Erianthus. Segundo o engenheiro metalurgista, Vicente Mazarella, coordenador da pesquisa pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, dentro das variedades plantadas, o Cameroon é a espécie que melhor se ambientou no clima local, tendo inclusive, produzido três vezes mais que o eucalipto, mesmo em período de pouca chuva. Conforme o pesquisador, o capim elefante pode ser colhido duas vezes ao ano. Diferente do prazo necessário de sete anos para colheita do eucalipto. A vantagem do uso do capim neste estágio do estudo revela uma redução de custo associado ao transporte e queima. É a primeira vez no Brasil que se compara o capim elefante com o eucalipto, segundo Mazarella. Espera-se que a pesquisa seja finalizada no fim de 2016 e meados de 2017. A soma de R$ 600 mil, solicitada ao governo paulista, será investida na ampliação do plantio das espécies. Depois desse período, serão colhidas e levadas ao processo de queima para conclusão do trabalho. Em nota encaminhada a reportagem do Jornal Regional (SP), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo esclarece que, já foram investidos no projeto de apoio ao capim elefante o valor de R$ 110,9 mil. O recurso foi disponibilizado por meio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem), em convênio com a Prefeitura de Panorama e suporte da Incoesp. O estudo foi executado em nove meses, por profissionais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e possibilitou o plantio de 9,17 hectares com a formação de 87 lotes. O pedido para a realização da segunda fase do projeto está em análise na Pasta e, de acordo com técnicos, necessita de informações complementares para melhor avaliação da viabilidade de atendimento do pleito. NC


O Sebrae disponibilizou no site do Centro Sebrae de Sustentabilidade a segunda edição da série “Sustentabilidade nos Pequenos Negócios”. A cartilha compõe uma série de oito volumes com temas fundamentais para você aprimorar seus conhecimentos sobre ações sustentáveis, gerar valor para a sua empresa e contribuir para o mundo a sua volta. Os temas são sustentabilidade, gestão sustentável, eficiência energética, gestão da água, gestão de resíduos sólidos, produção e consumo responsáveis, licenciamento ambiental e certificação. O lançamento do conteúdo ocorreu pela primeira vez em 2013. De lá para cá passou por revisão e atualização para a segunda versão. O objetivo desta nova edição, segundo a gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade, Suenia Sousa, é fornecer a visão do ambiente regulatório e da sustentabilidade como oportunidade de negócio. “Cada cartilha traz os conceitos, leis e normas que regem aquele tema. Ao mesmo tempo, são muito práticas, uma vez que explicam ações que podem ser adotadas pelos pequenos negócios”, afirmou. A cartilha traz informações sobre a necessidade de conciliar ganhos econômicos com a preservação ambiental e o bem-estar social. Conforme a cartilha, durante muito tempo se acreditou que "sustentabilidade custa caro", ou que "sustentabilidade é para grandes empresas". No entanto, estas são ideias ultrapassadas e devem ser abandonadas o mais rápido possível, sob o risco dos pequenos negócios perderem competitividade perante os concorrentes que estão cada dia mais preparados para atender às demandas dos mercados por uma produção mais limpa e socialmente justa. Além disso, mostra que a minimização do consumo de água, energia, matérias-primas e insumos são exemplos de redução de custos, pois podem aumentar o lucro e a competitividade, tornando as empresas

mais aptas para competir no mercado globalizado. Soma-se a isso, conforme a cartilha, o ganho que a empresa terá com a satisfação dos consumidores que cada vez mais procuram produtos ecológicos. Os caminhos que levam uma empresa em direção à sustentabilidade são muitos, segundo a cartilha do Sebrae, mas todos partem de um princípio – a sustentabilidade não é um discurso, e sim a transformação das práticas de gestão dentro da empresa. Há várias ferramentas disponíveis para se buscar esse objetivo, todas elas com potencial de fazer a empresa evoluir. As ferramentas servem também, de acordo com a cartilha, a diferentes objetivos, dependendo do grau de comprometimento da empresa com as ações de sustentabilidade. Para ter acesso a segunda edição dacartilha do Sebrae sobre sustentabilidade, acesse o site http://sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade

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MEIO AMBIENTE

Sebrae lança nova edição de cartilhas sobre sustentabilidade

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ARTIGO TÉCNICO

Caracterização química e microestrutural de argilas utilizadas na indústria de cerâmica vermelha no estado do Piauí Trabalho apresentado no 59º Congresso Brasileiro de Cerâmica,17 a 20 de maio de 2015, Barra dos Coqueiros, Aracaju (SE)

Resumo As pesquisas de matérias-primas argilosas empregadas nas indústrias de cerâmica vermelha estrutural têm como foco a obtenção de informações que possam aportar o desenvolvimento de produtos e processos. O resultado poderá ser refletido através da obtenção de produtos de melhor qualidade. O conhecimento da composição das argilas tem tanto valor acadêmico quanto interesse comercial. O presente estudo tem como objetivo a caracterização química e microestrutural de argilas utilizadas comercialmente na indústria de cerâmica vermelha. Para tal, as argilas foram caracterizadas por composição química e microestrutural através das análises de Difração de Raios-X (DRX), Fluorescência de Raios-X, Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS). Os resultados mostraram que as matérias-primas estudadas apresentaram semelhanças significativas quanto à composição química e microestrutural, mas, divergem em relação à propriedade de plasticidade que será tratada em trabalhos futuros.

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E. M. Brito1; J. K. L. Moura1; L.M. Ribeiro1; R.B. Souza2; R.A.L. Soares1; A.S. Brandim1 1 PPGEM - Instituto Federal do Piauí (IFPI); 2 SENAI-PI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Piauí

Introdução A indústria de cerâmica vermelha possui expressiva participação no mercado ceramista brasileiro, correspondendo a 40% de participação no ramo, que é responsável por cerca de 1% do PIB nacional. O setor de cerâmica vermelha consome cerca de 70 milhões de toneladas de matéria-prima por ano, através das 12 mil empresas distribuídas pelo país, a maioria de pequeno porte, gerando centenas de milhares de empregos(1). Apesar da grande importância econômica e social da cerâmica vermelha no País, a grande maioria dos jazimentos de argilas não é devidamente estudada, não havendo, em geral, dados técnico-científicos que orientem sua aplicação industrial da maneira mais racional e otimizada possível(3). O Piauí é referência regional no ramo de cerâmica vermelha, em especial na qualidade de seus produtos, formando um dos arranjos produtivos de maior rentabildade e gerador de empregos tanto diretos como indiretos. Seus produtos são exportados para estados vizinhos como Ceará, Maranhão e Pará(2). No Piauí assim como em todo o Brasil não existe estudos de caraterização das argilas utilizadas em cerâmica vermelha. As indústrias do Estado sofrem com elevados índices de perdas de produção e a não prática do uso sustentável da matéria-prima. O conhecimento da composição das argilas tem tanto valor acadêmico quanto interesse comercial(4).


Materiais e métodos Nessa pesquisa, foram estudadas duas argilas utilizadas industrialmente na produção de cerâmica vermelha na cidade de Teresina no Estado do Piauí, identificadas

como AT e AF. Na análise por DR-X, as amostras passaram por secagem a 36ºC, destorronamento manual com almofariz e pistolo, passadas em peneira em malha com abertura de 35 mesh e analisadas no equipamento DR-X modelo XRD-6000 Shimadzu com tubo de Cu (λ = 1,54056 A), pertencente ao laboratório interdisciplinar de materiais da Universidade Federal do Ceará - UFC. A avaliação das fases das argilas foi executada por comparação entre os picos gerados no difratograma com cartas padrões cadastradas no ICDD (Internacional Center for Difraction Data). Para as análises de MEV e EDS, as amostras foram secadas a temperatura de 36ºC, destorronadas manualmente com almofariz e pistolo, passadas em peneira em malha com abertura de 35 mesh, confeccionados corpos de prova e sinterizados a 950ºC. As amostras sinterizadas foram analisadas no microscópio eletrônico de varredura acoplado a EDS (modelo SSX-500, Shimadzu) pertencente ao Laboratório Interdisciplinar de Materiais do Instituto Federal do Piauí.

ARTIGO TÉCNICO

Em geral, as argilas são materiais muito heterogêneos, cuja as características dependem da formação geológica e da localização da extração. O Estado do Piauí possui uma geologia de potencialidades minerais diversificadas, que incluem minerais ferrosos e não ferrosos, minerais metálicos, gemológicos, e uma grande quantidade de jazidas de calcário, quartzito, ardósia, opala, minerais pesados, materiais de construção (areias, seixos, pedras para fundação, brita, etc.), argilas de queima branca e argilas para cerâmica vermelha(2). Tais características e particularidades propiciam um grande número de variabilidade composicional de argilas extraídas e utilizadas industrialmente. Para a utilização das argilas em processos industriais, é importante e indispensável uma identificação completa do tipo de argila e de suas propriedades, para estabelecer quais as formulações e condições de processamento são mais adequadas para se obter produtos com as propriedades finais desejadas(5). As propriedades do produto final estão estreitamente relacionadas às características iniciais das matérias-primas, como granulometria, plasticidade e composição mineralógica(5). O conhecimento das argilas utilizadas na fabricação de cerâmica vermelha contribui diretamente para a melhoria da qualidade e das propriedades do produto final possibilitando ao fabricante redução de custos de produção e aumento do valor agregado do produto. Essa preocupação com a adequada caracterização de argilas para aplicação em cerâmica vermelha e seu reflexo na produtividade e qualidade dos produtos finais se manifesta em todo o mundo(6). Assim sendo, este estudo tem por objetivo a caracterização química e microestrutural de argilas utilizadas na indústria de cerâmica vermelha no Piauí.

Resultados e discussão 3.1. Difração de raios X (DR-X) das amostras AT e AG As figuras 1 e 2 apresentam os difratogramas das amostras Taguá (AT) e Glória (AG). Os difratogramas apresentaram picos de difração de fases cristalinas referentes à Montmorilonita (Mg, Ca)O.Al2O3Si5O10.nH2O, Quartzo (SiO2) e Hematita (F2O3), em ambas as amostras. A Montmorilonita é um filossilicato composto por Silicato de alumínio, magnésio e cálcio hidratado, de estrutura lamelar e que exibe uma capacidade incomparável de expansão quando umedecidos, devido à capacidade de incorporar grande quantidade de água interlamelar(7). Este mineral é o responsável pelo desenvolvimento da plasticidade nas argilas estudadas. O quartzo se constitui como a principal impureza presente nas amostras, atuando como matéria-prima não plástica e inerte durante a queima. 3.2. MEV e EDS das amostras AT e AG NovaCer • Ano 6 • Novembro • Edição 67

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Figura 1 Difratograma da amostra Taguá (AT)

Figura 2 Difratograma da amostra Glória (AG) Figura 3: (a) Argila Glória Sinterizada a 950ºC com aumento de 500x e (b) Argila Taguá Sinterizada a 950 ºC com aumento de 500x

com os resultados apresentados pela análise de DR-X. As superfícies externas das amostras AT e AG apresentaram uma textura rugosa, a superfície interna apresenta maior quantidade de poros, o que configura a não ocorrência da interconectividade destes poros, a maior porosidade da superfície interna está relacionada ao surgimento de bolhas de gases originados no processo de confecção dos corpos de prova. Nos gráficos apresentados nas figuras 4(a) e 4(b) da técnica EDS verificou-se, no geral, que as amostras AT e AG apresentam grande incidência dos elementos Oxigênio (O), Silício (Si), Alumínio (Al) e Ferro (Fe), e que a amostra AT apresenta uma maior quantidade de Si do que a amostra AG, o que implica que a amostra AT possui menor plasticidade. Em relação à presença do elemento Fe, a amostra AG apresentou maior percentual. O elemento Fe é responsável pela coloração vermelha do produto cerâmico e sua concentração elevada pode acarretar aumento descontrolado da temperatura interna do material cerâmico no momento da queima, acarretando a perda da peça pelo aparecimento de trincas e consequentemente a diminuição da resistência do produto final. O alto teor do oxigênio pode ser explicado, pela presença deste elemento na estrutura cristalina dos óxidos e dos silicatos que compõem as amostras. O elemento químico Ouro (Au) tem sua presença explicada por o mesmo estar contido na fita utilizada para metalização da amostra.

Conclusão Figura 4: (a) EDS Argila Glória Sinterizada a 950ºC com aumento de 500x e (b) EDS Argila Taguá Sinterizada a 950ºC com aumento de 500x De acordo com as micrografias apresentadas nas figuras 3 (a) e 3 (b), obtidas através do MEV dos corpos de prova sinterizados das argilas padrão a 950ºC verificou-se que amostras apresentam estrutura lamelar, sendo consideradas argilas Montmorilonita, corroborando

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Conclui-se, diante dos resultados obtidos anteriormente, que as argilas analisadas apresentam características estruturais semelhantes, excesso de quartzo e hematita e que ambas as amostras são argilas esmectita do tipo montmorillonita, que por sua estrutura lamelar requer um cuidado maior no preparo para a conformação, devido à quantidade de água contida nas mesmas. Por sua vez as amostras trabalhadas possuem plenas condições de serem utilizadas na fabricação de telhas e tijolos na indústria de cerâmica vermelha, sendo aconselhado o uso de formulações para um melhor aproveitamento de suas características estruturais.


ARTIGO TÉCNICO

Referências 1. GESICKI, A. L. D.; BOGGIANI, P. C.; SALVATTI, A. R. Cerâmica Industrial 7 (2002) 44. 2. CEPRO – Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí. Diagnóstico e diretrizes para o setor mineral do estado do Piauí. Teresina – PI: Fundação CEPRO, 2005. 3. MENEZES, R. R.; NEVES, G. A.; FERREIRA, H. C. O estado da arte sobre o uso de resíduos como matérias-primas cerâmicas alternativas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 6, n. 2, p. 303-313, 2002. 4. MACEDO, R. S.; GALDINO G. A.; MORAIS, H.C. FERREIRA. Cerâmica 47 (1996) 259. 5. MORAIS, D. M.; SPOSTO R. M., Propriedades Tecnológicas e Mineralógicas das Argilas e suas Influências na Qualidade de Blocos Cerâmicos de Vedação que Abastecem o Mercado do Distrito Federal. Cerâmica industrial, São Paulo, v. 11, n. 5, p.35-38, 2006. 6. DONDI, M. Caracterização Tecnológica dos Materiais Argilosos: Métodos Experimentais e Interpretação dos Dados. Revista Cerâmica Industrial, v.11 nº3, Maio/Junho, pág. 36-40, 2006. 7. KLEIN, C.; DUTROW, B. Manual de Ciência dos Minerais. 23a ed., Porto Alegre, Artmed Editora S.A. 2012. 706 p. NC

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