Revista Novacer Edição 53 Setembro 2014

Page 1

Entrevista especial com o empresário Airton Carlini

Ano 5

Setembro/2014

Edição 53

Otimização

www.novacer.com.br

Gerenciar o consumo de combustíveis no processo de queima rende economia para indústrias do setor

Tijolos para revestir paredes

Cerâmica do norte de Goiás amplia fábrica

Recife sediará Encontro do Nordeste em outubro


R EALI DADE! CONHEÇA ALGUMAS DAS INÚMERAS VANTAGENS DO NOSSO

FORNO VAGÃO

Fornos em construçao em vários estados do país: Pará, Espírito Santo, Ceará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais

Vagao reforçado todo em viga

(37)

3237-4000


O

01

Porta móvel emantada

03

Receba seu forno vagao sem custo de frete

04

Locomoçao dos vagoes através de redutores

Baixo custo com investimento Reduçao no ciclo de queima Carregamento e descarregamento direto no vagao Resfriamento de 3 a 4 horas Entrega do forno com acompanhamento técnico até a terceira queima Acompanhamento técnico na construçao da alvenaria Baixo consumo de combustível para queima Reduçao de mao de obra Entrega dos vagoes montados dentro da empresa Facilidade na instalaçao, limpeza e manutençao Queima com vários tipos de combustíveis

Rua Dilson Christo Rosemburg,120 Bairro Joao Paulo II - Pará de Minas MG - CEP. 35661-059

Celular: (37) 9971-1074

NC Design - (48) 3045-7865

Vedaçao emantada

02

email rogesesi@rogesesi.com.br email sergio@rogesesi.com.br website www. rogesesi.com.br


INOVAÇÃO EM QUEIMA

2

EFICIÊNCIA TÉRMICA REAL

3

ALTA ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL

4

MENOR TEMPO DE QUEIMA

5

RÁPIDO RESFRIAMENTO

6

AJUSTÁVEL PARA SUA DEMANDA

7

IDENTIDADE PRÓPRIA

NC Design - (48) 3045-7865

1

NC Design - (48) 3045-7865

FORNO METÁLICO MÓVEL

WWW.TEXFIBER.COM texfiber@texfiber.com.br

WWW.TEXFORNOS.COM.BR -

fornos@texfiber.com.br

MBR Isolantes Térmicos Tel.: (55 47) 3437-0600 MATRIZ: SÃO PAULO - SP Tel.: (55 11) 2028-2871 | 2028-2880

FILIAL: PORTO ALEGRE - RS Tel.: (55 51) 3328-0770

FILIAL: CAMPINAS - SP Tel.: (55 19) 9819-6906

FILIAL: BELO HORIZONTE - MG Tel.: (55 31) 3451-8586

A


QUALIDADE QUE FAZ A

DIFERENÇA

G

NC Design - (48) 3045-7865

NC Design - (48) 3045-7865

NC Design - (48) 3045-7865

L

A BOQCER BOQUILHA FAZ A DIFERENÇA NO MERCADO POR FABRICAR PRODUTOS DE ALTA DURABILIDADE

AÇO RÁPIDO | CROMO DURO | ALUMINA ZIRCÔNIA

M a c h o s

e

m o l d u r a s

www.boqcerboquilhas.com.br ceramica@boqcerboquilhas.com.br

(19) 3878-3483 | (19) 3878-3474

Est. Francisco Pagotto, 60 - Ipiranga - Louveira - SP - CEP: 13290-000 - Caixa Postal 170


Referência Referência em CORTADORES EE AUTOMATISMO AUTOMATISMO Referênciaem emCORTADORES CORTADORES E AUTOMATISMO Mod. Mod. CML 400 Mod. CML CML 400

CORTADORES CORTADORES Alta Altaprodução produção

AUTOMATISMO AUTOMATISMO Carregador Carregadoree Descarregador Descarregador Descarregador Parcelamento ;;; Parcelamentopróprio próprioou ou Parcelamento próprio ou Cláusula Cláusulade decompromisso compromissopara paraentrega entregado do equipamento; equipamento; Cláusula de compromisso para entrega do equipamento; Cortador Cortadoreeautomatismo automatismocom comprecisão precisãoeealta alta produção; produção; Cortador e automatismo com precisão e alta produção; Suporte Suportetécnico técnicoeepós pósvendas; vendas; Suporte técnico e pós vendas; Garantia Garantiaespecial especialpara paratodos todosos osequipamentos; equipamentos; Garantia especial para todos os equipamentos; Instalação Instalaçãoprogramada. programada. Instalação programada. 19 19

3876-2205 3876-2205

19 3876-2205 contato@maquinasunimac.com.br contato@maquinasunimac.com.br

contato@maquinasunimac.com.br www.maquinasunimac.com.br www.maquinasunimac.com.br www.maquinasunimac.com.br


NC Design - (48) 3045-7865


SUMÁRIO

DESENVOLVIMENTO 16: Melhor aproveitamento de combustíveis na cerâmica

EDITORIAL

DESENVOLVIMENTO

12: Carta ao Ceramista

24: Cerâmicas do Amazonas e Pará recebem certificado do PSQ

ENTREVISTA

ARQUITETURA CERÂMICA

30: Empreendedorismo

34: Tijolos para revestir paredes

Diretor Geraldo Salvador Junior

direcao@novacer.com.br

revista@novacer.com.br Av. Centenário, 3773, Sala 804, Cep: 88801-000 - Criciúma - SC Centro Executivo Iceberg Fone/Fax: +55 (48) 3045-7865 +55 (48) 3045-7869

Comercial Moara Espindola Salvador

comercial@novacer.com.br

Administrativo Financeiro Wanessa Maciel

financeiro@novacer.com.br

Jornalista Responsável Juliana Nunes - SC04239-JP

redacao@novacer.com.br

Diagramação & Arte Jefferson Salvador Juliana Nunes

arte@novacer.com.br

Redação Juliana Nunes

redacao@novacer.com.br

Fotografia & Marketing Digital Natanael Knabben revista@novacer.com.br

Impressão Gráfica Coan Tiragem 3500 exemplares

Jesus Cristo, O Messias

8

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

Não nos responsabilizamos pelos artigos assinados


ARTIGO TÉCNICO

FEIRAS

42: Determinação e avaliação das propriedades de massas e de blocos cerâmicos provenientes de olarias do estado da Paraíba

48: Recife sediará Encontro do Nordeste em outubro

SUMÁRIO

Setembro 2014 DESENVOLVIMENTO 22: Certificação

DESENVOLVIMENTO 23: Mostra apresenta tecnologias para a produção sustentável

DESENVOLVIMENTO 26: Cerâmica Guarezi: 40 anos de história

DESENVOLVIMENTO 28: Incoesp e Senai-SP oferecem curso na área de cerâmica

DESENVOLVIMENTO 29: Sincervale realiza Encontro Ceramista em Santa Catarina

DESENVOLVIMENTO 38: Cerâmica do norte de Goiás amplia fábrica

Fale com a NovaCer www.novacer.com.br @revistanovacer RevistaNovaCer RevistaNovaCer @revistanovacer

Comentários, sugestões de pauta, críticas ou dúvidas podem ser encaminhadas para os e-mails redacao@novacer.com.br ou direcao@novacer.com.br Na internet Todas as edições podem ser visualizadas no site www.novacer.com.br Anuncie na NovaCer Divulgue sua marca. Atendimento pelo e-mail comercial@novacer.com.br Assinaturas: +55 48 3045.7865

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

9


A MÁQUINAS MAN ESTÁ SE RENOVANDO Nova Diretoria Nova Engenharia de Projetos Novo Setor de Vendas Novas Máquinas e Automações

- O QUE JÁ É BOM, FICARÁ MELHOR -

www.man.com.br



EDITORIAL Um dos edifícios de tijolos na antiga confeitaria Red October, no Centro de Moscou, na Rússia

Carta ao Ceramista Como melhorar o aproveitamento de combustíveis no processo de queima ganhou a capa desta edição. Entenda na reportagem como evitar desperdícios e como calcular o poder calorífico do seu combustível: gás, óleo ou biomassa. Além disso, confira dicas dos profissionais sobre o que avaliar na hora de comprar o combustível e aprenda a comparar soluções técnicas de secagem e de queima quando for fazer um investimento. Cerâmicas do Amazonas e do Pará receberam certificado do Programa Setorial de Qualidade (PSQ) no mês de julho. Ao todo, foram nove empresas destes dois estados. Para receber a qualificação, estas indústrias passaram por consultorias para adequações de processos e produtos, bem como implantação de programas motivacionais e sistema de gestão da qualidade. Saiba nesta edição o que significa a qualificação para estas empresas que entenderam a importância de se reestruturar e buscar a competitividade. Neste mês, a NovaCer conversou com o empresário Airton Carlini. Consultor associado

12

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

da Empreenda, o atual CEO da Pritchett no Brasil fala sobre empreendedorismo. Saiba como obter uma gestão empreendedora, como aumentar a competitividade e alcançar novos mercados, entre outros assuntos. Apaixonados pelas fachadas de tijolos europeias, os paulistas Nelson de Oliveira, engenheiro de produção, e Antonio de Oliveira, engenheiro químico, lançaram no Brasil tijolos para revestir paredes. As placas cerâmicas são peças inovadoras que entrelaçam modernas tecnologias de produção à milenar arte de fabricação de tijolos. As peças, fabricadas pela Brick Studio, em São Paulo, trazem novas possibilidades aos profissionais de arquitetura e decoração. Com foco na sustentabilidade, a 9ª Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 19º Encontro dos Sindicatos de Cerâmica Vermelha do Nordeste será realizado de 23 a 25 de outubro, no Recife. Saiba a partir da página 48 o que a organização está preparando para o visitantes do encontro deste ano. Aproveite a leitura! A Direção


MÁQUINAS PARA MOAGEM

A RG MAQ é a melhor opção em máquinas e acessórios para moagem de matéria-prima. Mais de 30 anos de experiência no segmento.

Funcionalidade e Durabilidade com Qualidade

RG MAQ na II Expocever em Rio do Sul - SC

A RG MAQ agradece a todos que visitaram nosso stand na II Expocever em Rio do Sul.

(19) 3424-4358 (19) 3414-2390

www.rgmaq.com.br rgmaq@rgmaq.com.br Av. Santa Cruz do Rio Pardo, 4450 - Taquaral - CEP: 13400-970 Piracicaba / SP | Cx Postal 603


NC Design - (48) 3045-7865

Forno Metal BER A solução para sua queima

40% de Economia

NC Design - (48) 3045-7865

Excelência no desempenho dos equipamentos através de inovações tecnológicas para a modernização da indústria cerâmica vermelha

Email: rogefran@rogefran.com.br

Fone: +55 (19)

3886-5660 Fax: +55 (19) 3836-2628


NC Design - (48) 3045-7865

CILINDROS UNICER PARA LAMINADORES

BOMBAS DE VÁCUO

w w w . u n i c e r. c o m . b r

Fone: (19) 3572-9292

r

0 8

EMBREAGEM PNEUMÁTICA

EQUIPAMENTOS PARA CERÂMICA

v e n d a s @ u n i c e r. c o m . b r

Rua Luis de Moraes Rego, 213 - C.C. Bosque Caixa Postal 167 - CEP 13.610-970 - Leme/SP

NC Design - (48) 3045-7865

Aqui sua empresa pode contar com o mais completo estoque de peças de reposição, com a mais alta qualidade e distribuição nacional e internacional


D E S E N VO LV I M E N T O A Casca de arroz é uma das principais fontes de biomassa

Melhor aproveitamento de combustíveis na cerâmica O uso de combustíveis para fornos e secadores como óleo, lenha e gás, por exemplo, entram na lista dos custos consideráveis para o processo produtivo das indústrias do setor de cerâmica vermelha. Desta forma, otimizar o consumo de combustíveis é fundamental, pois além de trazer economia, em alguns casos, pode trazer ainda aumento de qualidade do produto. Para aproveitar melhor os combustíveis, a dica do técnico em cerâmica Emerson Dias é controlar todas as etapas que antecedem o processo de queima, como umidade de enforna, umidade do combustível, resíduo da matéria-prima e quantidade de material dentro do forno. “É necessário ainda controles durante a fase de queima, como temperatura e tempo de queima. Destaco ainda que definir procedimentos para este processo é fundamental para

16

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

maximizar a eficiência operacional”, explicou Dias. Para o setor de cerâmica vermelha, existe uma diversidade de combustíveis. No mundo, o combustível mais utilizado, conforme o engenheiro ceramista Clement Cadier, é o gás natural. Mas também existem outros, como biomassa, óleo, carvão, petcoke, gás pobre e GLP, entre outros. “No Brasil, a biomassa é a mais utilizada em todas as suas formas: toras, cavaco, maravalha, pó de serra e resíduos, entre outros”, acrescentou. “Hoje a matriz energética do setor cerâmico, além de ser muito diversificada, podemos considerá-la como a mais sustentável dentro da cadeia da indústria, pois observamos que ela é constituída basicamente de resíduo, seja do agronegócio (bagaço do açaí, coco do babaçu, palha de café), da indústria mo-


A lenha é muito utilizada para produção de energia por biomassa Foto: Natanael Knabben

Cálculo do poder calorífico do material queimado um volume conhecido de biomassa. Para o pó de serra, por exemplo, basta pesar um balde de 10 litros cheio de pó de serra. A densidade será o peso medido divido por 0.01. Já a umidade aparente é o mesmo teste que geralmente se faz para medir a umidade residual de tijolo ou telha. Basta pesar uma quantidade de biomassa do jeito que chega na cerâmica, secar ela (idealmente numa estufa de laboratório) e pesar novamente. A umidade sobre peso seco = (peso

Foto: Natanael Knabben

Segundo o técnico em cerâmica Emerson Dias, o mais importante seria calcular a quantidade em metros cúbicos por milheiro queimado. “Assim o ceramista saberá exatamente seu consumo em cada forno (isso quando nos referenciamos a fornos intermitentes). Este cálculo é muito simples: basta dividir o consumo de combustível pela quantidade de peças colocadas em determinado forno”, esclareceu. Para o engenheiro ceramista Clement Cadier, somente um laboratório com conhecimento e equipamento necessário pode medir o poder calorífico de um combustível. “Mas, de modo geral, pode-se considerar aproximadamente: Gás natural: 8,5 mil kcal/ Nm3; Óleo diesel: 9,5 mil kcal/kg; Biomassa seca: 4 mil kcal/kg. Mas pode variar muito para madeiras com óleos (casca de açaí, por exemplo) ou resíduos de MDF com cola”, explicou. “No Brasil, o ceramista compra madeira por metro cúbico. Para isso, o mínimo que ele precisa controlar é a densidade aparente (kg/m3) e a umidade da madeira comprada”, disse Cadier. Conforme ele, são testes simples e que requerem pouco material. “Para densidade aparente, basta pesar

D E S E N VO LV I M E N T O

veleira (serragem e cavaco), indústria siderúrgica e demais segmentos. Ainda podemos destacar os combustíveis oriundos de áreas de reflorestamentos”, complementou Dias. Segundo Cadier, geralmente, se considera que o combustível mais fácil de ser usado e mais “limpo” é o gás natural. “Ele é mais fácil para regulagem, não tem cinzas e geralmente tem baixo índice de enxofres”, relatou. Para Dias, como há diversas alternativas em combustíveis, não há um único combustível capaz de trazer benefícios aos ceramistas. “Há sim aquele que mais se adequa ao processo em face ao seu custo de aquisição, poder calorífico e facilidade de automação do processo de queima”.

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

17


D E S E N VO LV I M E N T O

úmido – peso seco) / (peso seco)”, explanou. Com o controle de densidade e de umidade da biomassa, conforme Cadier, o ceramista poderá calcular o consumo em quilograma de biomassa seco por quilograma de

argila queimada. “Esse número é o parâmetro de base que permitirá medir qualquer melhoria no processo em termos de controle, homogeneidade de queima e minimização de vazamento”, contou.

Exemplos O poder calorífico ou energia que contém o combustível é diretamente ligado ao peso e a umidade, conforme o engenheiro ceramista Clement Cadier. Para elucidar, o engenheiro cita dois exemplos abaixo: • Exemplo 1: Um ceramista compra um metro cúbico de cavaco por R$ 40. O cavaco, neste exemplo, tem uma densidade de 450 quilograma por metro cúbico e uma umidade de 10%. Com essa umidade, podemos estimar que a madeira tem um poder calorífico de 3,9 mil kcal/kg. Neste caso, o poder calorífico de um metro cúbico é de 450 quilograma x 3,9 mil quilocaloria = 1.755 milhão de quilocaloria. O ceramista está pagando R$ 22,8 para 1Mo de kcal. • Exemplo 2: Um ceramista compra um metro cúbico de cavaco por R$ 20. O cavaco, neste exemplo, tem uma densidade de 300 quilograma por metro cúbico e uma umidade de 60%. Com essa umidade, podemos estimar que a madeira tem um poder calorífico de 2 mil kcal/kg. Neste caso, o poder calorífico de um metro cúbico é de 300 kg x 2 mil kcal = 600 mil kcal. O ceramista está pagando R$ 33,3 para 1Mo de kcal. “Com esses dois exemplos vemos que o ceramista 1 paga um metro cúbico de biomassa mais caro que o ceramista 2, porém, o custo de secagem e queima da cerâmica 1 é menor que a ceramica 2”, esclareceu Cadier.

Vantagens do uso da biomassa A principal vantagem da biomassa no Brasil, conforme o engenheiro ceramista Clement Cadier, é o baixo custo. Além disso, é acessível e fácil de armazenar, segundo ele. Outra vantagem conforme o técnico em cerâmica Emerson Dias, é a contribuição com o meio

18

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

Foto: Rural Centro

Capim-elefante é opção de biomassa renovável e vem ganhando espaço como combustível em cerâmicas do país

ambiente através da sustentabilidade. Entre as principais fontes de biomassa estão a cana-de-açúcar, serragem (ou serrim, ou ainda serradura); papel já utilizado; galhos e folhas decorrentes da poda de árvores em cidades ou casas; embalagens de papelão descartadas após a aquisição de diversos eletrodomésticos ou outros produtos; casca de arroz; capim-elefante; e lenha. “A lenha é muito utilizada para produção de energia por biomassa - no Brasil, já representou 40% da produção energética primária. A grande desvantagem é o desmatamento das florestas, lembrando que existe a possibilidade de utilizar a floresta plantada para evitar a utilização de florestas nativas”, disse o técnico em cerâmica Emerson Dias.


®

DOSITEC

BOMBAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS LTDA.

Potência de 7,5 à 40 HP

CARACTERÍSTICAS

CARACTERÍSTICAS

• Pressão de trabalho: até 30 Torr mmhg-abs). Até 3 Torr, montadas com booster de ar atmosférico. • Materiais de construção: ferro fundido, aço inoxidável, bronze e outros sob consulta. • Vedação por selo mecânico simples.

• Pressão de trabalho: Até 25 Torr. Com booster de ar atmosférico até 1,0 Torr. • Capacidade até 960 m3/h. • Vedação por selo mecânico. • Construídas em ferro fundido e aço inoxidável.

Potência de 0,25 à 7,5 HP

Alto Vácuo Duplo Estágio. Potência de 7,5 à 50HP

FILTRO SCRUBBER Impede o arraste de pó da maromba para a bomba, aumentando a vida útil da bomba fazendo com que a água fique mais limpa. Válvula quebra vácuo

SISTEMA DE VÁCUO PARA AUTOMATIZAÇÃO DE PRENSAS Dimensionados de acordo com o processo do cliente.

Torre de resfriamento

Filtro Scrubber

Sistema de vácuo para automatização de prensas

w w w.d o site c.com.br

Tel: +55 19 3426.0018

NC Design - (48) 3045-7865

.com.br

Sua empresa tem um bom motivo para crescer diariamente com apenas um clique

r

c z a f e u q o ã ç a m r o f n I

e c s re


D E S E N VO LV I M E N T O

Saiba o que avaliar antes de comprar o combustível Na hora de comprar um combustível, de acordo com o engenheiro ceramista Clement Cadier, o ceramista precisa avaliar o custo por quilocaloria posto na fábrica, a possibilidade de armazenamento, a regularidade e a capacidade de entrega do fornecedor e as consequências no meio ambiente do combustível. “No caso da biomassa, geralmente, é comprada por metro cúbico. O poder calorífico é proporcional ao quilograma seco. Portanto, o ceramista tem que avaliar a densidade aparente e a umidade da biomassa”, explicou. Segundo Cadier, o ceramista deve ainda pedir aos fornecedores uma garantia de consumo em kcal/kg queimado. “Somente assim poderá comparar soluções técnicas de secagem e queima quando for fazer um investimento”. Para o técnico em cerâmica Emerson Dias, o ceramista precisa obter o devido conhecimento a respeito de cada solução ofer-

tada no mercado. “Observa-se no dia de hoje uma gama de opções que devem ser criteriosamente analisadas por pessoal habilitado, por isso, contar com um especialista nestas horas é ver reduzido o percentual de erros”. Depois da análise do combustível e do fornecedor, conforme o engenheiro ceramista, o cliente tem que testar industrialmente o combustível e ganhar experiência com ele para achar o melhor. “No Brasil, geralmente, é bom trabalhar com duas biomassas diferentes para se precaver de qualquer problema com o fornecedor ou variação alta de custo”. “Não devemos crer que um combustível seja melhor ou pior do que o outro, por isso, o ceramista deve se preocupar com o fato de qual combustível melhor se adequa à sua realidade. E esta análise passa pelo custo e disponibilidade e quantidade de fornecedores”, complementou Dias.

Da compra ao preparo: como evitar desperdícios dos combustíveis O ceramista vai evitar desperdícios otimizando o processo de queima e de secagem, conforme o engenheiro ceramista Clement Cadier. Para isso, segundo ele, é preciso evitar vazamento de ar no secador e no forno, otimizar a recuperação de calor do forno para o secador, evitar requeima do material, otimizar a isolação térmica do forno e do secador e escolher tecnologias contínuas, como o forno túnel. “Antes de tudo, o ceramista tem que ter um bom controle de produção. É preciso controle das horas trabalhadas na maromba; controle do peso do bloco em verde (controle de boquilha); controle de perdas de secador e controle de perdas de queima. Com esses valores, o ceramista poderá calcular e controlar o consumo por quilograma de argila queimada”, contou

20

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

Cadier. Segundo o técnico em cerâmica Emerson Dias, outra maneira de evitar desperdícios é treinando pessoal, mantendo seus fornos em condições de trabalho (manutenção adequada), definindo e cumprindo procedimentos e controlando umidade (do material e do combustível). “Além disso, reduzir o índice de umidade das peças que são introduzidas no forno, manter bocas dos fornos sempre fechadas, utilizar termopares e pirômetros como ferramenta de controle de queima, realizar a limpeza dos canais de exaustão dos gazes, quando se utilizava fornos tipo abóboda, são alguns dos muitos procedimentos que deve-se adotar para racionalizar os custos operacionais de fornos”, complementou.


O controle da queima é primordial, conforme o engenheiro ceramista Clement Cadier. “Dele decorre a qualidade do produto (dimensional, porosidade, resistência mecânica e cor), a economia de combustível e a minimização de emissão de partículas na atmosfera. Cada cerâmica, dependendo da tecnologia e do combustível utilizado, tem que desenvolver o melhor controle possível. Os principais recursos são o controle de qualidade, o controle dos parâmetros do processo e o treinamento dos operadores”. Conforme Cadier, a queima é conseguida pelo controle dos parâmetros do processo, como velocidade de queima, temperatura, volumes de ar e qualidade de combustível. “A tecnologia de forno túnel com queima com pó de serra é a tecnologia mais indicada para obter a melhor homogeneidade possível”. “Já passou o tempo de queimar tendo como único recurso a experiência do queimador, adquirida ao longo dos anos de prática. Assim, recomendo a todas as empresas adquirem sistemas automáticos e digitais de controle de temperatura”, recomendou o técnico em cerâmica Emerson Dias. A otimização da recuperação de calor do forno para o secador é outro ponto importante e que, segundo Cadier, se consegue pela organização do processo de produção durante a semana. “O resfriamento do forno sempre tem que ser acompanhado pela

secagem. Os processos contínuos de forno túnel e secador túnel facilitam essa otimização”, acrescentou. Evitar vazamento de ar no secador e no forno também é preciso. “Nos secadores e forno túneis é preciso instalar portas automáticas. Todas as fissuras de forno e secador tem que ser detectadas e tampadas. Poucas pessoas sabem, mas a maioria das perdas térmicas de forno e de secador são devidos a vazamentos (que seja de saída de ar quente ou entrada de ar frio). Por isso que evitar vazamento é essencial. Claro que a isolação térmica com materiais adequados (mantas cerâmicas, vermiculita...) é muito importante também”, completou Cadier.

Problema de requeima

D E S E N VO LV I M E N T O

Controle de queima

Comportamento das argilas durante o processo de secagem Primeira fase: a velocidade de evaporação é constante, a água da superfície evapora e a água interna migra para a superfície, mantendo a periferia úmida; Segunda fase: a taxa de evaporação diminui, a evaporação aproxima as micelas de argila e a água livre não tem mais força para chegar a superfície; Terceira fase: a taxa de evaporação se torna nula e esta água está em equilíbrio com a atmosfera úmida do ambiente e a sua quantidade depende do grau higrometrico existente no ambiente.NC

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

21


D E S E N VO LV I M E N T O

Certificação Garantir a qualidade dos produtos cerâmicos nem sempre é tarefa fácil. Com o mercado cada vez mais exigente, o ceramista precisa se reestruturar e buscar a competitividade para sobreviver. Para isso, um dos caminhos é a busca pela certificação. Conforme o técnico cerâmico especializado na área de cerâmica vermelha e mineração, Sandro Tavares Santos, a certificação não garante que o produto seja de qualidade, “mas, se a empresa tem um certificado, indica que ela possui alguns controles e, havendo controle, a possibilidade de que esta empresa produza com qualidade é grande”. “Como os produtos são certificados, necessariamente são efetuados testes trimestrais em laboratório acreditado, e estes por sua vez devem indicar se as empresas estão cumprindo as normas. Desta forma, a tendência é que os

produtos das cerâmicas que possuem certificado estão dentro das normas”, explicou Santos. Atualmente, conforme o técnico cerâmico, a certificação mais usual e escolhida pela maioria dos ceramistas é o PSQ. “É a certificação mais barata que as demais e que os órgãos governamentais (Caixa) aceitam, pois a Anicer concede um certificado que a empresa passa a constar na relação do BNDS como empresa habilitada”. Para buscar este certificado, segundo Santos, basta inscrição junto à Anicer e efetuar três testes dos produtos. “Após isso, havendo a confirmação que os produtos atendem às normas, a empresa recebe o certificado de participante do PSQ”, explicou. “Quero deixar claro de que este certificado não efetua qualquer controle de processo, por este motivo os produtos estarão mais vulneráveis a ocorrência de defeitos durante o processo, podendo ser reprovados quando da efetivação dos testes laboratoriais”. Para controle de processo, existem outros tipos de certificação. São elas a certificação de processo ISO 9001 que, segundo Santos, é reconhecida internacionalmente, e a certificação de produto com controle de processo, que é o certificado CCB/ INMETRO.

Passo a passo da certificação do PSQ • 1º - Inicia com Termo de Adesão (relatório simples sobre dados da empresa) acompanhado de taxa de adesão, que é anual. • 2º - Escolha de laboratório credenciado pela Anicer e mais próximo possível da empresa para coleta das amostras. (As amostras são efetuadas representativas dos lotes produzidos). • 3º - Após a terceira amostragem, constatando que os lotes atenderam às normas, a empresa recebe o certificado. • 4º - Acompanhamento por amostragem dos produtos em períodos trimestrais.

Custo médio por ano das certificações - Anicer - PSQ – Taxa Anicer + custos laboratoriais = em torno de R$ 6,3 mil por ano; - CCB - Processo e produto – Taxa CCB + custos laboratoriais = em torno de R$ 10 mil por ano; - CCB, BVQI ou outras - ISO 9001 - Taxa CCB + custos laboratoriais = em torno de R$ 13 mil por ano.NC

22

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53


e da desertificação”, afirmou. Para o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, o desmatamento para fim energético é um dos principais causadores do processo de desertificação. A solução para o problema é buscada por meio de parcerias do governo com entidades da sociedade civil e a iniciativa privada. Os programas envolvem produtores e assentamentos da reforma agrária, ofertando biomassa florestal nativa (lenha) legalizada, inclusiva e sustentável, fruto de manejo florestal. Fonte: Ministério do Meio Ambiente.

Foto: INSA

O estado da Paraíba sediou no dia 21 de agosto a 'Mostra de Tecnologia de Fornos para Cerâmica Vermelha'. O evento foi realizado no Centro de Inovação e Tecnologia Telmo de Araújo (CITTA), em Bodocongó, Campina Grande. O objetivo principal foi destacar as iniciativas mais eficientes da produção e consumo sustentáveis da cerâmica usadas pela construção civil. A mostra foi direcionada às empresas do setor cerâmico da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte e buscou agregar elementos de decisão nas ações para melhoria no setor das cerâmicas vermelha no nordeste. O evento foi promovido pela Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, por intermédio do Centro de Produção Industrial Sustentável (CEPIS), e a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, por meio do seu Departamento de Combate à Desertificação. Segundo o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Guilherme Cabral, “para manter as características ambientais da Caatinga, é preciso desenvolver tecnologias que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, especialmente da vegetação nativa. “A ausência da cobertura vegetal fragiliza severamente esse ambiente, sendo a porta de entrada para os processos de degradação do solo

D E S E N VO LV I M E N T O

Mostra apresenta tecnologias para a produção sustentável

Fogões ecoeficientes Outro projeto importante para a convivência saudável com o semiárido envolve fogões ecoeficientes. “Existe um uso intenso da lenha para o preparo dos alimentos pelas famílias rurais, sem uso de tecnologias adequadas, trazendo consequências para a saúde das famílias, em especial das mulhe-

res”, lembrou Campello. O projeto promove a coleta sustentável de lenha doméstica, além de fogões de alta eficiência sem fumaça nas casas. Também o polo gesseiro, outro produto usado na construção civil, é alvo de projetos de sustentabilidade.

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

23


D E S E N VO LV I M E N T O 24

Cerâmicas do Amazonas e Pará recebem certificado do PSQ Empresas receberam a qualificação durante o 0 43 Encontro Nacional de Cerâmica Vermelha O mês de julho deste ano marcou a entrega do certificado do Programa Setorial da Qualidade (PSQ) para nove cerâmicas do Amazonas e do Pará. Para receber a qualificação, estas indústrias passaram por consultorias para adequações de processos e produtos, bem como implantação de programas motivacionais e sistema de gestão da qualidade. No Amazonas, foram 72 horas de consultorias divididas em nove meses de trabalho. Já no Pará começaram em abril deste ano e se estenderão até dezembro. As consultorias foram ministradas pelo técnico em cerâmica Emerson Dias. Já a

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

entrega dos certificados ocorreu durante o 43º Encontro Nacional de Cerâmica Vermelha, realizado de 30 de julho a 1º de agosto, na capital do Pará, a cidade de Belém. A cerâmica CuruaUna, de Santarém, no Pará, foi uma das empresas que conquistou o certificado do Programa Setorial de Qualidade (PSQ). Para Gilliarde Gomes de Oliveira, um dos sócios da empresa, a adesão ao PSQ significa oferecer peças de qualidade, ou seja, produtos de acordo com as normas da ABNT. Além disso, segundo ele, a certificação agrega valor ao produto frente aos concorrentes. "Como em nossa região está entrando muitos produtos de concreto, foi necessário adequações de processos e produtos para ser um diferencial frente a outros concorrentes. Além disso, o programa “Minha Casa, Minha Vida” tem exigido das construtoras que comprem materiais de cerâmicas que tenham qualificação. Portanto, o PSQ nos dá esse respaldo de que oferecemos produtos de qualidade", disse o sócio da empresa produtora de cerca de 300 mil peças por mês de blocos e telhas. A cerâmica Asteka, também de Santarém, foi outra empresa do setor a receber o certificado. Segundo o proprietário Marcelino Gomes de Oliveira, a adesão ao PSQ significa que a empresa deu um passo à frente. “Atualmente sem o PSQ fica mais difícil sobreviver em um mercado que cada vez mais exige produtos qualificados. Além disso, as consultorias para nos tornar aptos a receber o certificado nos proporcionou mais conhecimento e nos deixou mais qualificado frente à concorrência”, acrescentou o ceramista. A empresa de Marcelino é fabricante de telhas. A indústria produz cerca de 250 mil peças por mês. “Vale destacar o esforço das empresas que só contaram com recursos próprios, pois entenderam a importância do trabalho e os benefícios da qualificação. As cerâmicas do Pará alcançaram a qualificação em quatro meses, o que requer um esforço e dedicação enorme para o alcance do objetivo proposto”, relatou o técnico em cerâmica Emerson Dias.


Cerâmica Praiano, do Amazonas, conquista o certificado

D E S E N VO LV I M E N T O

a moralização do setor como um todo. Com um número maior de empresas qualificadas, o setor demonstra respeito ao cliente e sua preocupação em demonstrar suas vantagens sobre os produtos substitutos inseridos na cadeia da construção civil. Ao longo dos anos, temos visto um crescente número de empresas qualificadas e se qualificando, mas nossos índices, devido a pulverização de nosso setor e o número de empresas ser elevado, continua baixo, o que reforça a necessidade de uma política de investimento e de divulgação específica para o nosso setor”, comentou Dias. NC

Fotos: Rafael Araújo / Anicer

Segundo o presidente do Sindicer Tapajós (PA), Francisco Elieldo Macedo de Souza, o sindicato buscou parceria com o Sebrae para que a certificação se tornasse realidade nas indústrias do Pará. “Buscamos parceria com o Sebrae para trazer um técnico em cerâmica para prestar consultorias nas cerâmicas e, assim, conquistar o certificado. Penso que hoje quem não buscar certificação, vai ficar fora do mercado. É importante as empresas se qualificarem tanto por exigência do mercado quanto pela qualidade dos produtos”, acrescentou. No Amazonas, uma das empresas que conquistou o certificado do PSQ foi a cerâmica Praiano. A indústria buscava a qualificação há dois anos. Segundo o proprietário da indústria, Áureo Praiano Martins, a primeira tentativa ocorreu em 2013. “Tentamos em 2013, mas faltaram alguns ajustes para que a empresa atendesse os requisitos para receber a certificação, mas, em 2014, conseguimos deixar a empresa dentro do padrão de qualidade para receber a qualificação”, contou. Para ele, esta certificação significa um avanço grande na indústria. “Significa que conseguimos alcançar nossos objetivos e agora estamos prontos para novos objetivos. Nosso desafio agora é manter o padrão de qualidade e melhorar ainda mais a qualificação profissional de nossos colaboradores, além de mostrar confiabilidade aos nossos clientes”. A Montemar foi outra empresa do Amazonas que recebeu a qualificação. Segundo o diretor da empresa produtora de blocos, Sandro Santos, o certificado do PSQ é um diferencial para a empresa. O ceramista reconhece a importância do PSQ. “É importante não só para obter um produto de qualidade, mas para ter economia, pois os processos passam a ser monitorados, diminuindo perdas”, contou. A Montemar fabrica em torno de 1,2 mil toneladas de peças por mês. Além da Asteka, da CuruaUna, da Praiano e da Montemar, também receberam o certificado as cerâmicas Cerama (Santarém/PA); Dois Rios (Santarém/PA); Gisenara (Manacapuru/ AM); Macedo (Santarém/PA); e Vale do Tapajós (Santarém/PA). “A qualificação destas empresas demonstra a necessidade de se diferenciar em um mercado cada vez mais competitivo e buscar, através das normas técnicas, a satisfação dos clientes e a diferenciação no mercado”, disse o técnico em cerâmica Emerson Dias. “Tenho comigo que a qualificação propicia

Cerâmica Curua Una, de Santarém, no Pará, recebe certificado

Cerâmica Asteka, de Santarém, no Pará, com o certificado do PSQ

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

25


D E S E N VO LV I M E N T O

Cerâmica Guarezi: 40 anos de história Empresa familiar fica localizada na cidade Treze de Maio, no estado de Santa Catarina Há 40 anos no mercado, a cerâmica Guarezi foi fundada por Anibal Guarezi. Localizada em Treze de Maio, em Santa Catarina, a empresa familiar está na terceira geração. Depois de Anibal, segue no comando da indústria o empresário Gelson Rechia Guarezi. Porém, a terceira geração já segue os passos dos dois donos – pai e avô – para dar continuidade aos trabalhos da cerâmica. Atualmente, Júnior Guarezi é gerente de produção na empresa e a irmã

26

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

Juliana Guarezi trabalha no financeiro. Conforme Júnior, o começo foi difícil, com poucos recursos e pouco conhecimento, além da argila de má qualidade, onde as perdas eram inevitáveis. “Meu avô sempre teve o espírito empreendedor, já trabalhou com seu pai e meu bisavô com uma pequena olaria fabricando tijolos à mão, no entanto, desistiram e deram início a um engenho para produção de farinha de mandioca, prática muito comum na época. Com o passar dos anos, meu avô resolveu iniciar com a cerâmica”, contou. A ideia deu tão certo que, com o passar das décadas, a empresa evoluiu e, conforme o mercado, a demanda foi aumentando e a empresa crescendo e se modernizando. “Em 2001, construímos o primeiro forno túnel. Nessa época, muitos problemas e pou-


custos e despesas, otimizando a produção”, comentou. Segundo Júnior, outra meta da empresa é conquistar a certificação. No mês de outubro, conforme ele, a empresa começará a receber consultoria para qualificação no PSQ/PBQP-H por meio do projeto Cerâmica Sustentável é + Vida, da Anicer. A cerâmica receberá treinamentos e cursos para implantação das ferramentas de controle de processos e gestão da qualidade para, assim, obter o certificado do PSQ. Apesar de ainda não ser certificada, a indústria já implantou 5S, além de outros programas de qualidade oferecidos pelo Sebrae. “Também temos controle interno de produção para podermos rastrear nossos produtos”, finalizou Júnior. NC

D E S E N VO LV I M E N T O

co conhecimento nos levaram a situações difíceis, mas conseguimos contornar e quatro anos depois construímos nosso segundo forno túnel”, relatou Júnior. Já em 2013 e 2014 a empresa foi mais além e instalou automação de carga de vagonetas e de descarga de vagonetas, respectivamente. A busca por melhorias foi constante na cerâmica Guarezi. Atualmente, a empresa conta com dois secadores, sazonamento de argila no pátio da fábrica com um tempo médio de descanso de um ano, frota própria para transporte de matéria-prima e produto acabado, trator de esteira, escavadeira e pás-carregadeira. A próxima etapa, conforme o gerente de produção, será automatizar a carga e descarga de vagões. “Estamos incansavelmente tentando melhorar sempre”, disse o gerente de produção. Além disso, a empresa que hoje produz tijolos para vedação e tavelas pretende em breve oferecer uma linha de blocos estruturais. Em uma área de 35 mil metros quadrados, sendo 10 mil de área coberta, a empresa fabrica atualmente aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de materiais queimados por mês. O objetivo da Guarezi, de acordo com Júnior, é fornecer soluções em cerâmica vermelha para a construção civil com sustentabilidade, obtendo retorno do capital investido e dando oportunidade de crescimento profissional para os colaboradores. Ao todo, são 35 funcionários, incluindo motoristas e administrativo. “Nossa meta também é aumentar a rentabilidade, diminuindo

Frota de caminhões para transporte da cerâmica Guarezi, em Santa Catarina

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

27


D E S E N VO LV I M E N T O

Incoesp e Senai-SP oferecem curso na área de cerâmica Por: Alex Barreto Portal Regional

A Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista (Incoesp), em parceria com Senai-SP, iniciou no dia 11 de agosto um curso de cerâmica vermelha nas áreas de extrusão, preparação de massa e regulagem de boquilhas. O treinamento, com duração de 160 horas divididas em módulos, terá a participação de 48 alunos. Com o objetivo de atender a todos os empresários do setor oleiro-cerâmico cooperados à Incoesp, este curso segundo informação do instrutor do Senai-SP, José Ferreira Diniz Filho, busca capacitar cada um desses trabalhadores matriculados no curso para que desenvolvam seu papel dentro da indústria como um profissional com qualificação proporcionada pelo Senai-SP na área de cerâmica vermelha. Com advento do surgimento de normas reguladoras do setor e exigências do mercado, algumas empresas buscam se orientar através desses cursos para alavancar suas produções no quesito qualidade. “Inclusive existem empresas nos procurando no sentido de seguir até para uma certificação”, disse o instrutor.

Laboratório Somada a preocupação de oferecer produtos cerâmicos com alta qualidade no mercado, a Incoesp mantém parceria com Senai-SP na montagem de um laboratório considerado pelos especialistas da área como o mais completo ‘tecnologicamente’ no estado de São Paulo. Neste espaço ainda em construção na sede da cooperativa, será

28

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

realizado ensaio em argila e com produtos fabricados pela matéria-prima dentro do polo ceramista. Essa será uma oportunidade para esses trabalhadores em fase de qualificação que poderão também fazer assistência para empresas que pretendem abrir seus próprios laboratórios para controle de qualidade interno.


O Sindicato das Indústrias de Olaria e de Cerâmica para a Construção do Vale do Rio Tijucas (Sincervale) realizou no dia 5 de setembro um encontro com ceramistas. O evento ocorreu no Centro Recreativo e Esportivo Galeão, no Centro do município de Canelinha, em Santa Catarina. Participaram da confraternização em torno de 150 pessoas. O objetivo do encontro, segundo o presidente do sindicato, Aloir Alécio Dias, foi oferecer aos associados um momento de confraternização e conhecimento sobre a atividade cerâmica. Um dos destaques do encontro deste ano foram as visitas técnicas às empresas Cerâmica ZLS e Cerâmica Reis. A ZLS, do empresário Zilton Lino De Simas, fica no bairro Porto da Galera, em Canelinha. Já a Reis, do empresário Perci Reis, fica em Nova Descoberta, em Tijucas. As duas empresas são fabricantes de tijolos. Durante estas visitas técnicas, os participantes do encontro conheceram o que há de mais moderno em equipamentos nas empresas, como marombas e fornos. “As empresas visitadas são bem organizadas e, independentemente do porte, conseguem trabalhar com bons equipamentos, que resultam em bons produtos”, contou o presidente do Sincervale. Dias ainda comentou que o Sincervale busca a união dos empresários associados, “assim, com o passar dos encontros, todos devem ser visitados. Cada empresa possui sua forma de trabalho e seu diferencial, mas de momento, para o sindicato, o mais importante é a união da classe e o quanto os empresários conseguem conversar ao visitarem-se”. Além das visitas técnicas, a programação do evento contou com exposição de equipamentos das empresas Grupo Gelenski, Madal e Mecânica Costa e explica-

ção sobre o novo carimbo que os produtos cerâmicos devem ter até novembro, com data e CNPJ. Ainda durante o encontro a equipe do Laboratório do Senai de Tijucas (LCET) conversou com os participantes sobre a importância da realização dos ensaios físicos e os gerentes do banco Itaú apresentaram linhas de crédito para o setor. O Encontro Ceramista é promovido há tempos pelo Sincervale a fim de os ceramistas trocarem experiências e conhecimento. A cada ano, conforme Dias, o evento vem suprindo as expectativas tanto dos ceramistas participantes quanto da organização. “Para este ano, mudamos o local do evento, dando mais comodidade aos participantes que, desta vez, foram em grande número, nos deixando muito felizes”, acrescentou o presidente do Sincervale. NC

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

D E S E N VO LV I M E N T O

Sincervale realiza Encontro Ceramista em Santa Catarina

29


ENTREVISTA

Empreendedorismo Neste mês, a NovaCer entrevistou o empresário Airton Carlini. Consultor associado da Empreenda, autor e palestrante, o atual CEO da Pritchett no Brasil é expert no tema Change Management, Network, Marketing e Inovação. Além de ministrar palestras em congressos nacionais e internacionais, já treinou milhares de profissionais em empresas como Avon, Dupont, Philips, Pamcary e Souza Cruz, entre outras. Nesta entrevista, ele fala sobre empreendedorismo. Saiba como obter uma gestão empreendedora, como empreender, como aumentar a competitividade e alcançar novos mercados, entre outros assuntos. Revista NovaCer - O que é o empreendedorismo? E ser empreendedor? Airton Carlini - Ser empreendedor é administrar um negócio, assumindo seus riscos, planejando, supervisionando e direcionando um empreendimento. Um líder empreendedor mobiliza pessoas em torno de objetivos e propósitos. Como não se obtém resultados sozinhos, a capacidade de mobilizar é fundamental para se chegar ao sucesso. Ser empreendedor é ter atitudes positivas. NC - Porque o empreendedorismo é importante? AC - É a atitude empreendedora que possibilita a inovação, sem ela é muito difícil conseguir resultados surpreendentes. O empreendedorismo é fator de crescimento. NC - Como ter uma gestão empreendedora de sucesso no mercado de cerâmica vermelha? AC - Como em qualquer outro mercado, deve-se analisar com profundidade o cliente, sempre é possível descobrir necessidades não atendidas. A empresa que pratica a Clientividade, ou seja, coloca o cliente no centro do organograma, consegue imple-

30

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

mentar uma cultura organizacional voltada ao cliente e não ao concorrente, tornando mais fácil identificar novas oportunidades. NC - Que tipo de fundamentos e conhecimentos o empreendedor deve ter para conduzir melhor a sua empresa? AC - Deve conhecer profundamente o mercado, seus concorrentes, os fornecedores, partes interessadas e, principalmente, os clientes. Montar um time com competências complementares e comprometido. Manter o foco e dar exemplos é fundamental. NC - Que lições sobre empreendedorismo você pode passar aos empresários do setor de cerâmica vermelha? AC - As empresas normalmente anulam a caraterística pessoal mais importante para desenvolver o espírito empreendedor: a criatividade. Esta é a chave para o desenvolvimento autossustentável de qualquer empresa. Isto vale para todos os segmentos, inclusive para o setor da cerâmica vermelha. NC - O que garante sucesso empresarial?


ENTREVISTA AC - Nada pode garantir o sucesso. O que se pode fazer é minimizar a possibilidade de não ser bem sucedido. Com certeza ter um foco bem definido, trabalhar muito, liderar com confiança e sabedoria, ajuda muito. NC - Quais os pilares do empreendedorismo? AC - Os pilares são as pessoas. E as empresas devem incentivar no desenvolvimento de um NeoLíder. Este novo tipo de líder, como apregoa o meu parceiro, autor e consultor Cesar Souza em seu livro NeoEmpresa, deve ser capaz de gerir sete disciplinas: pessoas, clientes, processos, parceiros, resultados, estratégia e a autogestão. NC - É possível aprender a ser um empreendedor? Ou é necessário possuir algumas características específicas? AC - Tudo pode ser aprendido, óbvio que algumas características pessoais ajudam, como carisma e raciocínio lógico, entre outras. Mas isto pode ser superado. Existem inúmeros exemplos de empreendedores de sucesso que não tinham carisma. O importante é se preparar e também desenvolver hábitos que ajudam a inovação, como

a observação, o networking com pessoas diferentes de você, a leitura e a experimentação. NC - Se tivesse que dar um conselho aos empresários brasileiros quanto à empreendedorismo, qual seria? AC - Implemente uma cultura empreendedora em suas empresas. Empreender não está ligado apenas a abrir um novo negócio. É possível desenvolver uma cultura empreendedora dentro das organizações. Inclusive esta é a única forma de atrair grandes talentos. NC - O que o pequeno empreendedor deve ter

"É a atitude empreendedora que possibilita a inovação, sem ela é muito difícil conseguir resultados surpreendentes"

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

31


ENTREVISTA

como prioridade em seu negócio? AC - Gerir clientes e pessoas. Sem pessoas não se empreende.

temos muito para crescer e existem muitas necessidades não atendidas. O Brasil precisa de pessoas com espírito empreendedor.

NC - Quais as principais características de um empreendedor? AC - Deve ter a ousadia e o ímpeto de um pirata, e a disciplina e o preparo de um marinheiro. Trabalhar duro e com muita confiança.

NC - Reconhecer os próprios erros e se dispor a receber críticas ajudam na evolução pessoal do empresário? De que forma? AC - Uma das principais características dos grandes líderes empresariais é a humildade. Quando se estuda as organizações que decaem se observa a ausência de um diálogo franco entre líderes e liderados, principalmente sobre os erros. Onde existe arrogância impera o medo e ninguém se sente à vontade em discutir o que está errado.

NC - O Brasil é um país que oferece oportunidades para quem quer empreender? AC - Independente do momento econômico, o Brasil ainda será um país de grandes oportunidades por um bom tempo. Ainda

NC - Qual a sua experiência sobre empreendedorismo? AC - Sempre empreendi na minha carreira. Sou advogado, pós-graduado em marketing e especialista em serviços. Toda a minha vida profissional empreendi em vários negócios tanto como “patrão” como “funcionário”. Empreender está na minha alma. O importante quando se empreende é ser flexível e buscar sempre melhorar em todas as áreas e principalmente na gestão de pessoas em todos os níveis. NC - Em sua opinião, existe uma relação entre vocação e empreendedorismo? Qual a importância de aliar empresa com o que se gosta de fazer (ter amor pelo que faz - que proporciona realização profissional e pessoal)? AC - Certamente existem pessoas que tem maior predisposição para empreender, de qualquer modo, atualmente, é importantíssimo que todas as pessoas tenham o espírito de empreender. Isto faz toda a diferença no desenvolvimento pessoal e profissional. NC - Que cuidados são necessários quando se escolhe empreender em tempo de crise? AC - Em condições normais já se deve buscar o preparo, em tempos de crise isto é ainda mais importante, ou seja, é preciso estar bem preparado e focado. NC - Como empresas do setor podem aumentar sua competitividade e conquistarem no-

32

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53


ENTREVISTA

vos mercados? AC - As empresas modernas devem se preparar para novos tempos e priorizar pelo menos 12 “trabalhos” para construir a NeoEmpresa: construir um “Mapa de Geração de Valor”; criar uma Fábrica de Líderes; criar um “Modelo de Governança Saudável; praticar a Clientividade; inspirar mais e melhor as pessoas; montar um poderoso hub de parceiros; desenvolver a cultura da paixão pela inovação; valorizar o intangível; garantir a excelência na execução; incorporar a sustentabilidade e a diversidade ao modelo de negócios; juntar o injuntável; e investir no autoempresariamento. NC - Como o empresário pode minimizar as hipóteses de fracasso e mortalidade dos negócios? AC - Planejar e tomar medidas rápidas. O mundo mudou e tudo está muito mais rápido. Não podemos apenas planejar. Temos que planejar e ao mesmo tempo ter atitude. Costumo dizer que: “não podemos esperar a tempestade passar. Temos que aprender a trabalhar na chuva”. NC - Como deve ser efetuada a gestão empresarial diante da globalização e do aumento da concorrência? AC - Manter-se o mais atualizado possível e agir com rapidez frente às ameaças. NC - Como tornar a empresa mais eficiente e lucrativa? AC - Conhecer cada vez mais todas as variáveis e manter os custos sempre muito equilibrados em relação às receitas. NC - Como organizar a equipe para o crescimento da empresa? Qual a importância de escolher bem quem fará parte da equipe? AC - É fundamental criar NeoLíderes dentro de uma empresa. Este novo líder possui as seguintes características: constrói causas; forma outros líderes; constrói pontes; faz mais que o combinado; inspira pelos valores. NC - Motivar a equipe é fundamental para o crescimento da empresa. Explique por quê.

AC - Simples. Sem pessoas motivadas e comprometidas não se faz uma empresa de sucesso. Não existe empresa que cresce se os seus profissionais e colaboradores não estiverem motivados, engajados e comprometidos. Sem motivação não se atinge o sucesso. Pode acreditar. NC - Quais as principais causas de fracasso de empresas? AC - Existem muitas, todas relacionadas a ignorar os aspectos e fatores que são essenciais no negócio, como pessoas comprometidas, informações relevantes sobre o mercado, tecnologia envolvida, foco em resultados e persistência. A principal é quando o comportamento – o que se faz – é diferente do discurso – o que se fala. O mau exemplo é fatal. NC

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

33


ARQUITETURA CERÂMICA

Tijolos para revestir paredes Idênticas às usadas nas fachadas londrinas, peças são fabricadas na Brick Studio, em São Paulo

34

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

Apaixonados pelas fachadas de tijolo europeias, os paulistas Nelson de Oliveira, engenheiro de produção, e Antonio Sergio de Oliveira Carvalho, engenheiro químico, lançaram no Brasil tijolos para revestir paredes. Idênticas às utilizadas nas fachadas londrinas, as peças inovadoras são fabricadas na Brick Studio, em São Paulo, e trazem novas possibilidades aos profissionais de arquitetura e decoração. Além disso, conferem efeito estético e funcional com um produto leve e fácil de ser aplicado em qualquer parede. Ao sentirem que havia carência deste tipo de produto no Brasil, Nelson e Antonio decidiram partir para um ousado projeto de desenvolvimento, que entrelaça modernas tecnologias de produção à milenar arte de fabricação de tijolos. Depois de aproximadamente dois anos de pesquisa e desenvolvi-



ARQUITETURA CERÂMICA 36

mento, o projeto foi concluído. “O resultado são peças capazes de traduzir imaginação em matéria, tornando realidade os mais diversos projetos de arquitetura, design e decoração. E tudo isso feito com tecnologia de ponta, com produção limpa, de alta performance e voltada à preservação do meio ambiente”, explicou Nelson. “Os Tijolos Brick Studio são produtos cerâmicos de alta qualidade e foram desenvolvidos de maneira a permitir que o aspecto de produto artesanal e rústico dos antigos tijolos londrinos ficasse evidenciado, mesmo sendo fabricados com um processo produtivo de última tecnologia e altíssima produtividade. Para conseguir isso, uma técnica exclusiva e inédita foi desenvolvida para assegurar que cada peça seja única” esclareceu Antonio. Para ele, as principais vantagens das peças são a beleza, a estética e a opção de trazer aos ambientes a tradição da arquitetura

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

europeia e a possibilidade de fazer paginações diversas. Outros benefícios, conforme o engenheiro químico, são o comprimento e a altura padronizadas, o que permite sua aplicação com junta seca ou qualquer outra largura de junta sem a necessidade de retificar as peças como acontece com os tijolos de revestimento convencionais. “Como as peças são finas, a aplicação é simples e rápida com uso de argamassa colante e desempenadeira dentada, como estão acostumados os profissionais de aplicação de azulejos”, elucidou. De acordo com Nelson, os tijolos de revestimentos fabricados pela Brick Studio são “reais”, e não meras imitações de tijolos. “Por isso, cada uma de nossas peças é única, com relevos e nuances de cores que não se repetem. Tudo isso disponível em uma grande variedade de cores, que mantém o mesmo padrão, mesmo em diferentes lotes”, contou.


A Brick Studio nasceu da paixão de dois experimentados ceramistas brasileiros pelas clássicas fachadas de tijolos europeus. Como no Brasil os volumosos tijolos tradicionais são pouco práticos na sua aplicação, surgiu a ideia de se criar as placas cerâmicas, produto leve e de fácil aplicação, segundo o engenheiro químico Antonio Sergio de Oliveira Carvalho. A empresa iniciou a produção no começo de 2014 e entrou no mercado a partir de março deste mesmo ano. Em um espaço de 500 metros quadrados de área construída e 100 metros quadrados de área externa para o armazenamento das matérias-primas, a Brick Studio fica localizada no bairro do Jacaré, no município de Cabreúva, em São Paulo. A planta de produção foi idealizada de

maneira modular para permitir o crescimento da produção de acordo com a demanda do mercado. “Na etapa atual, estamos preparados para produzir 12 mil metros quadrados de tijolos Brick Studio por mês”, relatou o engenheiro de produção Nelson de Oliveira.

À esquerda, Antonio Sérgio; à direita, Nelson de Oliveira

ARQUITETURA CERÂMICA

Inspiração europeia

As peças Utilizadas para revestimento de paredes tanto internas quanto externas, as placas cerâmicas da Brick Studio têm 24,8 centímetros de comprimento e 6,2 centímetros de altura. Além disso, a espessura média dos tijolos é de 1,4 centímetros, conforme o engenheiro químico Antonio Sergio de Oliveira Carvalho. “Digo ‘média’ porquê, propositadamente, há uma diferenciação mínima nas espessuras, para proporcionar o efeito 3D após a aplicação na parede. Com isso, garantimos o aspecto artesanal do produto”. Ainda conforme Antonio, a fabricação dos tijolos é feita por meio de prensagem de misturas de matérias-primas naturais e de corantes inorgânicos especiais, formuladas para produzir as cores das peças. “Os tijolos são, depois de secos, queimados em um forno contínuo em temperatura superior a 1000°C.

Ao longo deste processo, cada peça recebe, individualmente, um tratamento especial que lhe dá características únicas de relevo e nuances de cores”, explicou o engenheiro químico. O portfólio atual conta com dez cores. São elas Off-White, Moonlight, Jerusalem Stone, Grand Canyon, Morocco, Nut Brown, London Brick, Dark Brown, Ebony e Burgundy.NC

Tijolos prontos para a queima

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

37


D E S E N VO LV I M E N T O

Cerâmica do norte de Goiás amplia fábrica Empresa investiu em forno túnel, automatismos e implantação de preparo de massa, entre outros

38

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

Após um ano de investimentos, a empresa Telhas Estrela, indústria cerâmica localizada na região Norte de Goiás, concluiu o projeto de expansão de sua fábrica. A empresa passou de 6,9 mil metros quadrados para 11,5 mil metros quadrados de cobertura. Com a ampliação, a indústria também aumentou a produção, passando de 2 mil toneladas de peças queimadas para 4 mil toneladas. Entre as mudanças realizadas na empresa, conforme o proprietário da cerâmica, Belmonte Amado Rosa Cavalcante, está a implantação de preparo de massa, automatismo de prensa (duas linhas, sendo uma linha com quatro prensas de telha dupla, e cinco prensas de telha plan), automatismo do secador e construção de um forno túnel. O investimento na ampliação foi de R$ 6,5


Fornecemos nas versões mecânica e automatizada CAIXA ALIMENTADORA DE SERRAGEM

Com acionamento mecânico Caixa alimentadora de serragem com exaustor de dupla saída. A queima tem melhor qualidade e uniformidade de cor dos tijolos, apresentando um baixo consumo de combustível e energia elétrica. O exaustor de dupla saída tem quatro velocidades, permitindo que se faça do esquete até a queima. Os fornos ficam lacrados, diminuindo perca do calor do lado de fora.

cosmo@eliteventiladores.com.br

EXAUSTOR PARA ESTUFA Secagem de tijolos em 20 horas; Faça sua estufa, nós fornecemos o projeto com 15cv no exaustor; Você seca 30 milheiros por vez; Não precisa de ventiladores internos neste modelo de estufa e, com isso, você economiza energia elétrica em 50%. Consulte-nos.

SOPRADOR

VENTILADOR Modelo; comercial 02 Indicado para área de fabricação da industria Alcance de ventilação 15 a 35 metros Baixo nível de ruídos 55dbs

www.camargomaquinas.com

camargo.maquinas@terra.com.br

Rua Salvador Tomazeto, 120, Bairro Traviú Jundiaí - SP - CEP: 13213-260

(69) 3421-4676

(11) 4492-1049

VENTILADOR DE RESFRIAMENTO Modelo; V.R.C FABRICADO NAS SEGUINTES POTÊNCIAS 0.5cv, 1cv, 2cv, 3cv, 5cv e 7,5cv Tamanhos maiores, consulte-nos

PRINCIPAIS PRODUTOS • Carregadores Automáticos; • Descarregadores Automáticos; • Pinças; • Transportadores de vagonetas manuais, semiautomáticos; • Auto Viajantes para secador com hélice de 2 metros de diâmetro; • Painéis elétricos em geral; • Fornos tipo plataforma e vagonetas para tijolos;

NC Design - (48) 3045-7865

NC Design - (48) 3045-7865

www.eliteventiladores.com.br


D E S E N VO LV I M E N T O

milhões. Destes, R$ 4 milhões foram com recursos bancários e R$ 2,5 milhões com capital próprio. “O que nos motivou a ampliar a fábrica foi o desejo de continuar atendendo no mercado com produtos de alta qualidade. O investimento possibilitará a melhoria da qualidade, o ganho da produtividade e a capacidade Preparação de Massa: de expansão do mercado. Além dis- Dois dosadores so, a empresa demandará uma gestão - Um desintegrador mais profissional, já que o processo se - Um laminador torna mais racional e contínuo”, disse - Um misturador Belmonte. Criada em 1982, a Telhas Estrela Processo de Massa: tem sido exemplo na busca de melho- Um dosador - Um misturador - Uma extrusora Monobloco 450

Equipamentos adquiridos

Prensagem - Duas prensas - Automatismo de alimentação para nove prensas - Automatismo de extração para nove prensas Secagem - Ampliação - 18 carros autoviajantes - Três trabalhadores automáticos - 130 vagonetas Queima - Um forno túnel com capacidade de queima de 2 mil toneladas por mês - Um picador de lenha robusto 330 cv – capacidade 50 m³/ horas

40

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

rias. A empresa foi fundada pelo empresário Odir Meireles e adquirida em 1992 pelos irmãos Belmonte Amado Rosa Cavalcante e Júlio Solimar Rosa Cavalcante. O início, segundo Belmonte, foi marcado por dificuldades, mas nada que superasse o desejo de vencer. E uma dessas dificuldades era que a cerâmica não tinha capital de giro. “Na aquisição da cerâmica, ficamos devendo praticamente 50%, com obrigação de pagamento em produto durante um ano. Tínhamos somente a vontade de vencer”, contou o ceramista. Atualmente, o foco principal de produção da empresa é voltado para telhas tipo americana, portuguesa, plan e cumeeira, entre outras. A cerâmica é líder no mercado do norte de Goiás, sul do Pará, sudeste do Tocantins e nordeste do estado de Mato Grosso. De acordo com o ceramista Belmonte Amado Rosa Cavalcante, a indústria ainda tem projetos de certificação de produtos, certificação de gestão de processos, desenvolvimento de novos produtos e inserção de processos automatizados. NC


www.farbboquilhas.com CONCEITO EM MOLDES PARA BLOCOS ESTRUTURAIS E APARENTES

NC Design - (48) 3045-7865

FABRICAÇÃO E REFORMA DE BOQUILHAS

Fone/Fax:

(11) 4582-9469 / 4581-1319 farb.b@terra.com.br Rua Aristides Mariotti, 322 - Gramadão - Retiro - CEP: 13211-740 - Jundiaí - São Paulo

www.jcaindustria.com.br VAGONETAS COM GALVANIZAÇÃO A FOGO

Vagoneta para telhas

Vagoneta para telhas

Vagoneta com planos de madeira

Fone: (11)

4024-1920

Vagoneta para tijolos / blocos

Vagoneta para tijolos / blocos

Vagoneta para automatismo de telhas

Av. Laroy S. Starret, 820 Bairro Rancho Grande - CEP 13.306-300 – Itu/SP Fax: (11) 4025-9072 Cel.: (11) 99753-4808 E-mail: jca-carvalho@superig.com.br

NC Design - (48) 3045-7865

Proteção garantida contra oxidação das vagonetas, aumentando a durabilidade


ARTIGO TÉCNICO 42

Determinação e avaliação das propriedades de massas e de blocos cerâmicos provenientes de olarias do estado da Paraíba Trabalho apresentado no 54º Congresso Brasileiro de Cerâmica, de 30 de maio a 2 de junho, em Foz do Iguaçu, no Paraná

Santana, L. N. L; Macedo, R. S; Silva B. J.;.Fonsêca, F. A. S.; Neves, G. A, Gonçalves, W. P. , Ferreira, H. C. Departamento de Engenharia de Materiais, Universidade Federal de Campina Grande.

Resumo

Introdução

A caracterização das matérias-primas, da massa e do produto final é de grande importância, pois através desta é possível obter informações que contribuem para a obtenção de produtos que apresentem propriedades em conformidade com as normas técnicas. Este trabalho tem como finalidade determinar e avaliar as propriedades de massas e de blocos cerâmicos provenientes de olarias do estado da Paraíba. Inicialmente, as massas foram beneficiadas e posteriormente submetidas às caracterizações química, granulométrica e de plasticidade. Para os blocos coletados nas olarias, foram determinadas a absorção de água e a resistência à compressão de acordo com a norma ABNT NBR 15270-1. As massas apresentaram composição típica para cerâmica vermelha, com predominância de SiO2 e AI2O3 e altos teores de Fe2O3. Os blocos apresentaram valores de absorção de água de acordo com os especificados pela norma e de resistência mecânica um pouco abaixo dos estabelecidos pela norma supracitada.

Para a utilização das argilas em processos industriais, é importante e indispensável uma identificação completa do tipo de argila e suas propriedades, uma vez que as propriedades do produto final estão interligadas à característica inicial da matéria-prima (1). Para se obter um produto com propriedades desejadas, muitas vezes, é necessário a formulação de uma massa cerâmica, que é constituída de duas ou mais argilas que irão se complementar em termos de características física, química e mineralógica, e a massa formulada irá adquirir característica de plasticidade adequada ao processo de conformação a ser utilizado. No Brasil, existem aproximadamente 5.500 empresas de cerâmica vermelha, segundo dados oficiais, gerando cerca de 400 mil empregos diretos e com um faturamento anual da ordem de 6 bilhões de reais(2). Entretanto, a maioria dessas empresas apresenta uma organização simples e familiar e enfrenta uma série de problemas ambientais, econômicos e de qualidade de produtos fabricados, entre os quais podem ser destacados os seguintes: desconhecimento das propriedades das argilas e de técnicas modernas de produção de material cerâmico; desconhecimento de normas técnicas sobre a qualidade do produto ce-

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53



ARTIGO TÉCNICO

râmico; dificuldade de obtenção de assistência técnica qualificada; gerenciamento da produção; desperdício de matérias-primas; desperdício de energia e inexistência de controle de qualidade racional(3). Para mudar esse quadro, é necessário um conhecimento detalhado das características das massas cerâmicas e das propriedades do produto, com dados concisos de suas características físicas e mecânicas, na qual se possam estabelecer modificações necessárias(4). Este trabalho tem como objetivo avaliar as propriedades de massas e de blocos cerâmicos provenientes de olarias da Paraíba.

Materiais e métodos Massas cerâmicas e tijolos de oito furos queimados, coletados em quatro olarias localizadas no estado da Paraíba, foram os materiais utilizados para o desenvolvimento deste trabalho. As massas serão designadas de M-1, M-2, M-3 e M-4. Inicialmente as massas foram secas, beneficiadas em moinho de galga e passadas em peneiras ABNT 80 (0,177 mm) e 200 (0,074mm). Posteriormente foram submetidas às seguintes caracterizações: química, mineralógica, granulométrica e de determinação do índice de plasticidade.

Tabela 1 – Composição química das massas cerâmicas Matériasprimas / óxidos (%) SiO2

Massa 1

Massa 2

Massa 3

Massa 4

57,17

55,81

56,41

55,70

Al2O3

24,49

27,67

24,37

28,79

Fe2O3

8,74

8,73

10,15

8,23

K2O

3,17

2,56

1,75

2,68

MgO

2,75

2,37

2,16

1,73

CaO

1,93

1,12

2,05

0,92

TiO2

1,19

1,40

1,47

1,49

_____

____

0,97

____

0,56

0,34

0,67

0,46

100

100

100

100

Na2O Outros óxidos Total

44

Análise química A análise semiquantitativa dos elementos presentes nas amostras foi determinada por fluorescência de raios-X por energia disper-

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

siva, utilizando um equipamento da marca Shimadzu, modelo EDX-720. Análise granulométrica A análise granulométrica foi realizada pela técnica de dispersão de laser, em um granulômetro da marca Cilas, modelo 1064 LD. Índice de plasticidade O índice de plasticidade foi determinado pelo método de Pfefferkorn. O método de Pfefferkorn avalia a plasticidade, de uma massa ou de uma argila, medindo o grau de deformação sofrido por um corpo de prova cilíndrico, sujeito à queda de um punção de uma altura constante e com um peso bem definido (1,192 kg). O coeficiente de plasticidade determinado por este método corresponde à percentagem de água presente, para a qual o corpo de prova apresenta uma deformação de 30%, em relação à sua dimensão inicial. Determinação da absorção de água e da resistência à compressão. Os ensaios de absorção de água e de resistência mecânica à compressão foram realizados de acordo com a norma NBR 15.270/2005(5). Para a avaliação da absorção de água, foi utilizado um tanque de fervura da marca Servitech, mod. CT – 306/B e uma máquina universal de ensaios mecânicos da Shimadzu, modelo AG-X-100kN, foi utilizada para determinar a resistência à compressão dos blocos, para regularizar as faces dos blocos foram utilizadas placas de borracha de 3,0 mm de espessura.

Resultado e discussões A tabela 1 apresenta as composições químicas das massas analisadas. Pode-se observar que todas as massas apresentam composições típicas das utilizadas para a fabricação de produtos da cerâmica vermelha, com predominância de SiO2 e Al2O3 e altos teores de óxidos corantes, Fe2O3, e TiO2 sendo estes suficientes para garantir a


Massas

SiO2/Al2O3

Na2O + K2O

CaO + MgO

Total de fundentes

1

2,33

3,17

4,68

7,85

2

2,02

2,56

3,49

6,05

3

2,31

2,72

4,21

6,93

4

1,93

2,68

2,65

5,33

Tabela 2 - relação entre os óxidos presentes nas massas Concentração/ Massa M-1 M-2 M-3 M-4

Diâmetro a 10% :

Diâmetro a 50% :

Diâmetro a 90% :

Diâmetro médio

1,54 1,21 0,65 2,46

15,27 5,03 4,35 11,80

70,96 16,05 24,05 45,30

26,72 7,2 9,33 18,27

Tabela 3 - Distribuição granulométrica das massas analisadas de tijolos furados, no entanto, as frações de silte (2 - 20 µm) e areia (> 20 µm) encontram na faixa aceitável. A massa 3 apresenta teor de argila dentro dos valores recomendados pelo diagrama de Winkler, a fração acima de 20 µm ficou abaixo do recomendado. Observa-se que nenhuma das massas apresentou composição granulométrica dentro da faixa ideal para a produção de tijolos furados, o que provavelmente terá influência sobre as propriedades do produto final. Este problema pode ser solucionado com a formulação de massas com quantidades de argila, silte e areia dentro das faixas recomendadas para a produção de tijolos furados(8). Quanto ao índice de plasticidade, a massa 3 apresentou maior plasticidade, o que já era esperado, pois essa apresentou menor diâmetro médio

Massa

Índice de Plasticidade

1 2 3 4

20,16 25,34 28,73 26,00

Amostras 01 02 03 04

< 2µm 12,00 19,62 30,00 7,30

Tabela 4 Índice de plasticidade e distribuição de tamanho de partícula das amostras

Composição granulométrica (%) 2 - 20 µm 45,09 74,65 57,39 59,42

Valor médio de AA (%) 12,0 10,0 11,0 11,0

ARTIGO TÉCNICO

cor vermelha após a queima. Esses resultados estão de acordo com os observados em outros trabalhos utilizando argilas para cerâmica vermelha(6, 7). A tabela 2 apresenta a relação entre os óxidos presentes nas massas. Pode-se observar que a massa 1 apresenta uma maior relação SiO2/Al2O3, devido ao maior teor de SiO2 e maior quantidade de fundentes. A massa 4 apresenta menor relação SiO2/Al2O3 e menor teor de fundentes. Provavelmente haverá uma correlação entre estes percentuais de óxidos apresentados pelas diferentes massas e a plasticidade apresentada pelas mesmas, assim como, com o comportamento das peças durante a etapa de queima. As massas apresentam teores de álcalis (K2O, MgO, CaO e Na2O) variando de 5,3 a 7,9, estes óxidos irão auxiliar o processo de queima, estes agem como fundentes, favorecem na redução do ponto de fusão da massa e na obtenção de peças com maior densidade. O maior teor de SiO2 diminui a plasticidade da massa, melhora a permeabilidade e a estabilidade dimensional das peças cerâmicas. As tabelas 3 e 4 apresentam os resultados da análise granulométrica das amostras estudadas. A tabela 3 contém os resultados das análises granulométricas, representados pelas frações acumuladas em D10, D50, D90 e pelo diâmetro médio. A tabela 4 contém os resultados de diâmetro (um) abaixo de 2 µm, entre 2 e 20µm e acima de 20µm. O maior diâmetro médio e a maior heterogeneidade com relação à distribuição de tamanho de partícula foi observado para a massa 1, que apresentou maior relação SiO2/Al2O3 e maior teor de fundentes. O SiO2 e os óxidos fundentes apresentam granulometria maior do que os argilominerais, provavelmente essa massa possui maior quantidade de argila menos plástica. Comparando os resultados apresentados na tabela 4 com as composições granulométricas dos produtos da cerâmica vermelha, de acordo com o diagrama de Winkler(8), observa-se que as amostras 1, 2 e 4 apresentam baixos percentuais de argila (2µm) para serem utilizadas na fabricação

> 20 µm 42,91 5,73 12,61 33,28

Valor médio de RC (MPa) 0,9 1,0 1,3 1,0

Tabela 5 – Valores de absorção de água (AA) e resistência à compressão (RC) dos blocos coletados nas olarias

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

45


ARTIGO TÉCNICO

(tabela 3), maior quantidade de finos e menor quantidade de material apresentando diâmetro acima de 20µm (tabela 4). A tabela 5 apresenta os valores de absorção de água (AA) e de resistência à compressão (RC) dos blocos coletados nas olarias, confeccionados com as massas caracterizadas anteriormente e denominadas de M-1, M-2, M-3 e M-4. Os blocos apresentaram valores de absorção de água entre 10,0 e 12,0%, estando dentro dos valores especificados pela norma supracitada, entretanto, os valores médio de

resistência à compressão variaram de 0,9 a 1,3 MPa ficando abaixo do valor mínimo (1,5MPa) estabelecido pela norma NBR 15.270/2005(5). Os valores de resistência à compressão para os blocos obtidos com a massa M-3, que apresentou distribuição granulométrica com valores mais próximos aos recomendados para tijolos furados, foram os que mais se aproximaram do valor mínimo recomendado, comprovando a influência da distribuição granulométrica na composição de massas para cerâmica vermelha.

Conclusão Todas as massas apresentaram composição química adequada para a produção de peças da cerâmica vermelha, nenhuma apresentou composição granulométrica dentro da faixa ideal para a produção de tijolos furados. Os valores de absorção de água estão dentro da faixa recomendada pela norma NBR

15.270/2005, mas a resistência à compressão ficou abaixo do valor mínimo estabelecido pela norma supracitada. Os blocos produzidos com a massa que apresentou distribuição granulométrica mais próxima à recomendada para tijolos furados apresentaram maior resistência à compressão.

Referências (1) DUTRA, R. P. S.; VARELA, M. L.; NASCIMENTO, R. M.; GOMES, U. U.; PASKOCIMAS, C. A.; MELO, P. T.. Avaliação da Potencialidade de Argilas do Rio Grande do Norte – Brasil. Cerâmica Industrial. Março/Abril, 2006. (2) Dados oficiais. Disponível em: www.anicer.com.br. Acesso em: 23/04/2010. (3)PÉREZ, C. A. S.; PADUANI, C.; ARDISSON, J. D.; GOBBI, D.; THOMÉ, A.. Caracterização de Massas Cerâmicas Utilizadas na Indústria de Cerâmica Vermelha em São Domingos do Sul – RS. Cerâmica Industrial. Janeiro/Fevereiro, 2010. (4) ZAUBERAS, R. T.; BOSCHI, A. O.. Avaliação de uma Metodologia para a Formulação de Massas para Produtos Cerâmicos – Parte I. Cerâmica Industrial. Setembro/Dezembro, 2004. (5) Associação Brasileira de Normas Técnicas. Componentes cerâmicos- Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação – NBR 15270 -1. Rio de Janeiro, 2005. (6) VICENZI, J.; BERGMANN, C. P.. Adição de Chamota em uma Massa Cerâmica à Base de Argila Vermelha: Efeito na Secagem Pré-Queima. Cerâmica Industrial, 14 (2) Março/Abril, 2009. (7) VIEIRA, C. M. F.; HOLANDA, J. N. F. E PINATT,I D. G..Caracterização de massa cerâmica vermelha utilizada na fabricação de tijolos na região de Campos dos Goytacazes–RJ. Cerâmica, vol.46, n.297, 2000. (8) PRACIDELLI S.; MELCHIADES F. G.. Importância da composição granulométrica de massas para cerâmica vermelha. Cerâmica industrial, 02 (01/02), Janeiro/Abril, pp. 31-35, 1997. NC NC

46

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53


C R E AT I N G T O M O R R O W ’ S S O L U T I O N S

SILICONES HIDROFUGANTES PARA TELHAS E BLOCOS CERÂMICOS

Para mais informações, visite www.wacker.com/silres Wacker Química do Brasil Ltda, Rua Municipal, 325 - Jd. Alvorada - Jandira - SP - Brasil - 06612-060 Tel. +55 (11) 4789-8300, Fax +55 (11) 4789-8345, info.brazil@wacker.com Distribuidor: quantiQ Tintas, Adesivos e Construção Civil Sudeste: 0800 0109 468, 0800 0109 386, 0800 771 2122, 0800 0701 7716 Sul: 0800 0101 7727,0800 701 7709, 0800 721 7720, 0800 0109 458 Norte e nordeste: 0800 729 9993 E 0800 729 9994 E-mail: tintas@quantiq.com.br, adesivos@quantiq.com.br e construcao.civil@quantiq.com.br

Anúncio Silres.indd 1

24/06/2014 08:15:34

www.bruca.com.br

A Prensa Rotativa "BRUCA" 6F-2004 foi projetada de acordo com a mais avançada tecnologia. É composta de um monobloco totalmente blindado, que impede a penetração de poeira. Sendo de estrutura super resistente, não apresenta problemas de vibrações e oscilação nas laterais. Dotada dos mais modernos recursos técnicos, a Prensa Rotativa 6F-2004 é de regulagem simples, possibilitando também fácil substituição das formas, quando necessário. A lubrificação é automática, sendo que a bomba de óleo está localizada no próprio reservatório, evitando-se com isso qualquer problema de interrupção.

NC Design - (48) 3045-7865

E S TA M P O PA R A T E L H A S

Av. Dr. Octaviano Pereira Mendes, 1254 - Itu/SP Fone: (11) 4023-1890 / 4023-0115 - Fax: (11) 4023-1049 e-mail: adm.bruca@uol.com.br


FEIRAS

Recife sediará Encontro do Nordeste em outubro Nona edição do evento será realizada nos dias 23, 24 e 25, no Golden Tulip Hotel Palace

Última edição ocorreu em Natal, no Rio Grande do Norte

Cerca de 300 pessoas participaram da última edição, em Natal De 23 a 25 de outubro deste ano, Recife (PE) sediará a 9ª Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha e o 19º Encontro dos Sindicatos de Cerâmica Vermelha do Nordeste. O evento ocorrerá no Golden Tulip Hotel Palace. O valor da inscrição para associados aos Sindicer’s é R$ 160. Para não sócios, o investimento é de R$ 200. Já para estudantes e profissionais sai por R$

48

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

80 e R$ 160, respectivamente. Para este ano, são esperados aproximadamente 200 participantes, entre empresários do setor cerâmico e profissionais e estudantes da construção civil. Com foco na sustentabilidade, o evento contará com quatro palestras e com exposição de máquinas e equipamentos para a cerâmica. Serão 23 expositores para apresentar as mais variadas tecnologias e inovações relacionadas ao setor cerâmico. Além disso, fará parte da programação o lançamento do 1º Desafio Cientista Ceramista para profissionais e estudantes de engenharia e arquitetura. As visitas técnicas neste ano ocorrerão nas cerâmicas Chã de Capoeira e Buenos Aires. Conforme o presidente do Sindicato de Cerâmica de Pernambuco (Sindicer/PE), Otiniel Gerôncio Barbosa, estas empresas receberão os participantes do encontro, porque reúnem melhores condições em termos de sustentabilidade (inovação tecnológica e automação). Segundo Barbosa, o evento se destaca pela troca de experiências entre empresários e sindicatos da região, atualização e aquisição de novos conhecimentos, atualização quanto à legislação vigente e acesso a novas práticas empresariais. “Além disso, o evento nos proporciona acesso a novas práticas industriais, fortalecimento dos sindicatos do nordeste, de empresas e empresários”, acrescentou. A Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha é um evento itinerante e, para este ano, a cidade escolhida para sediar o evento foi Recife, em Pernambuco. O estado conta com cerca de 150 cerâmicas, que geram em torno de 12 mil empregos diretos e 36 mil empregos indiretos. Deste total, 60 são associadas ao sindicato. O maior número de indústrias do setor fica no município de Paudalho, onde existem 26 unidades fabris.


FEIRAS

10 Desafio Cientista Ceramista Com o objetivo de disseminar boas práticas para a indústria cerâmica e promover a integração e o intercâmbio do conhecimento acadêmico com o setor produtivo, o Sindicer/ PE lançou o 1º Desafio Cientista Ceramista, com o tema “Desenvolvimento Sustentável na Indústria de Cerâmica Vermelha”. Os inscritos concorrem às categorias Profissional (consultores, empresários, funcionários de cerâmica e professores) e Acadêmico (estudantes de nível técnico, graduação e

pós-graduação). Os temas abordados podem ser Gestão Ambiental, Gestão da Produção e da Qualidade, Inovação Tecnológica e Ergonomia e Segurança do Trabalho. Os trabalhos aprovados irão compor um livro, que será distribuído em instituições de ensino Pernambuco e indústrias de cerâmica vermelha. Os melhores trabalhos receberão o prêmio na 9ª Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha e 19º Encontro dos Sindicatos de Cerâmica Vermelha do Nordeste. NC

C E R Tudo ÂMI sob CO re o EST R Adquira já o seu! U Boleto – Depósito – Cartão de Crédito via PagSeguro

Ligue para (48) 3045-7865 / (48) 9945-0048 Ou solicite pelo e-mail: revista@novacer.com.br

CARIMBO DATADOR Prático e Econômico

set or

nc

e!

INOVABILIDADE

Produto Patenteado

(51) 3723 6569

Saiba por que: (48) 3045-7865

PUBLICIDADE

datador@uol.com.br

AL.

Significa credibilidade, liderança e retorno certo.

Atende Nova Portaria do INMETRO Marcação no formato 31 AGO 2014 Troca fácil de data Simples encaixe Sem uso de parafusos Acompanha dispositivo para guardar os números NÃO ADERENTE NÃO SUJA NO USO GRAVACÃO LEGÍVEL

TUR

sob A m re ai a i or nd ob úst ra ria de de lite r ao Cerâmatura seu ica Ve est alc ermeudos a lha

NovaCer • Ano 5 • Setembro • Edição 53

49


Linha MSM

,,

,,




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.