ÍNDICE E TEMAS
DESAFIOS DA INDÚSTRIA
CARTA DO EDITOR
Caro leitor,
É com grande prazer que apresentamos nesta edição um mergulho profundo no resiliente setor de varejo de materiais de construção Contra as adversidades enfrentadas pela indústria, este segmento não apenas se sustentou, mas também prosperou, registrando um crescimento notável em 2022.
Nossa reportagem especial traz uma análise detalhada deste fenômeno, incluindo perspectivas de especialistas e um olhar sobre as estratégias que as lojas adotaram para navegar por um período econômico tão complexo Abordamos, ainda, as expectativas futuras, em um momento em que a economia brasileira se encontra em um ponto de inflexão
Estamos entusiasmados em compartilhar estas descobertas, que refletem não apenas a dinâmica de um setor, mas a resiliência e a criatividade do empresariado brasileiro Esperamos que a leitura seja tanto informativa quanto inspiradora
GeraldoSalvadorJúnior EDITOR CHEFEDESTAQUES
OSLO,
Zagreb, conhecida por seu dinamismo arquitetônico, mistura edifícios vitorianos com modernas construções de vidro e aço. A cidade investe em edificações sustentáveis e infraestrutura inovadora para acomodar seu crescimento populacional Destacam-se projetos que incorporam espaços verdes e tecnologias ecoeficientes, refletindo um compromisso com o desenvolvimento urbano sustentável
A arquitetura de Oslo é uma fusão encantadora de história e modernidade. Ao passear pelas ruas, você se depara com designs escandinavos minimalistas e inovações ecológicas. O horizonte é marcado pelo icônico Ópera House, refletindo a paixão da cidade por linhas limpas e funcionalidade, enquanto as áreas revitalizadas, como o Barcode Project, exibem a vanguarda arquitetônica. Oslo é, verdadeiramente, um espetáculo de inovação.
DUBLIN, IRLANDA
Dublin mescla o charme do velho mundo com o moderno em sua arquitetura Estruturas georgianas com portas coloridas coexistem com construções contemporâneas e vidro. O espírito da cidade reflete-se em edifícios históricos e espaços urbanos inovadores.
ZAGREB, CROÁCIAO SURPREENDENTE
CRESCIMENTO
DO VAREJO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Resiliência e Adaptação: O Varejo de Construção
Diante dos Desafios da Indústria
A indústria brasileira de construção tem navegado em águas turbulentas nos últimos anos, com variáveis econômicas desafiadoras, incluindo flutuações cambiais, política fiscal e incerteza global.
No entanto, um setor mostrou notável elasticidade e capacidade de navegar pela tempestade: o varejo de materiais de construção Em um estudo detalhado conduzido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) em parceria com a Anamaco, revela-se que 2022 foi um ano de progresso notável para esses comerciantes. Com um aumento de 2,5% em faturamento em comparação ao ano anterior, o setor demonstrou não apenas uma sobrevivência, mas um crescimento na adversidade.
A ASCENSÃO DO VAREJO EM NÚMEROS
A análise do Ibre/Anamaco revela que o setor de varejo de material de construção elevou seu faturamento para R$ 207,4 bilhões em 2022 Esse incremento ocorreu apesar de uma retração de 7% da indústria de materiais, relatada pela Abramat.
Semelhantemente, outros pilares da indústria, como a Anfacer e o Snic, relataram quedas significativas de 13% e 2,8%, respectivamente.
Estratégias de Sucesso e Resposta às Mudanças de Mercado
Para entender as razões por trás desse sucesso, é necessário observar as estratégias adotadas pelo varejo O presidente da Anamaco, Geraldo Defalco, destaca o papel crítico da gestão de estoques e da superação das dificuldades de fornecimento enfrentadas em 2021. A pandemia de COVID-19 e suas subsequentes restrições impulsionaram muitos proprietários a empreender reformas e melhorias em seus lares, uma tendência que o varejo soube capitalizar.
Ao explorar o cenário macroeconômico, percebe-se que a gestão do presidente Lula poderia ter implicações significativas para o setor em 2023, com a promessa de investimentos em infraestrutura e obras paradas Defalco pondera que tais estímulos poderiam ser benéficos, desde que equilibrados para evitar pressões inflacionárias adicionais.
Um estudo de caso de uma loja líder no varejo de materiais de construção em São Paulo ilustra como a adaptação rápida às preferências dos consumidores e a digitalização dos serviços ajudaram a manter um fluxo de receita estável
Tendências e Inovações
O artigo continua explorando tendências emergentes no setor, como sustentabilidade, comércio eletrônico e automação. Especialistas são entrevistados, oferecendo suas visões sobre a importância da inovação tecnológica e a crescente demanda por materiais eco-friendly.
Perspectivas Futuras
Por fim, a matéria examina o panorama
futuro do varejo de materiais de construção, tecendo projeções com base em dados econômicos e tendências do mercado A discussão conclui com uma reflexão sobre o papel vital do varejo de construção na economia e como ele serve como um indicador do vigor econômico brasileiro
A performance do varejo ainda foi contrária à relatada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), que teve recuo de 7%, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer), que apontou queda de 13%, e pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), com vendas 2,8% menores do que em 2021
QUEDA DE DESEMPENHO DA INDÚSTRIA NÃO
FREOU O PROGRESSO DO SEGMENTO
Crescimento fora da curva
AMETAESTÁALINHADAÀSPREVISÕESDAABRAMAT,QUEACREDITAEM ELEVAÇÃODE2%NOFATURAMENTODOSETOR.
A performance do varejo ainda foi contrária à relatada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), que teve recuo de 7%, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer), que apontou queda de 13%, e pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), com vendas 2,8% menores do que em 2021 Para 2023, a Anamaco projeta um faturamento igualmente positivo, entre 1% e 3% a mais que no ano passado. A meta está alinhada às previsões da Abramat, que acredita em elevação de 2% no faturamento do setor Segundo o presidente da Anamaco, Geraldo Defalco, essa disparidade entre varejo e indústria não é incompatível Ele cita diferenças como o fato de os lojistas terem que manter estoque, e as dificuldades com o fornecimento de produtos pelas quais o setor passou em 2021 “Nós fazíamos pedidos para a indústria e demorávamos quatro meses para receber O cliente espera e o mercado vai se acomodando”, afirma Isso se normalizou em 2022, o que ajudou nas vendas.
Defalco afirmou, ainda, que as reformas e obras iniciadas durante a pandemia resgataram as vendas nas lojas de construção “Ainda é resultado das pessoas em casa, você começa uma obra e vai quatro anos para terminar”, diz Ele também contou que possui expectativas positivas para este ano, apesar de algumas ressalvas. “A gestão do presidente Lula deve colocar mais dinheiro na economia, especialmente na construção civil Já teve várias posições de que vão investir muito em obras paradas Por outro lado, estímulos além da conta podem levar a aumento da inflação, o que acabaria prejudicando a economia e o setor Se vier equilibrado, pode dar certo”, diz.
O setor de varejo de material de construção faturou R$ 207,4 bilhões em 2022, crescimento de 2,5% ante 2021, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, em parceria com a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)
Os varejistas vinham de um crescimento de 4,4% em 2021 e conseguiram manter os números em alta, enquanto a indústria dos materiais se retraiu A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) reportou recuo de 7% no faturamento no ano e a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer) apontava queda de 13%
O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) divulgou vendas 2,8% menores do que em 2021. Para Geraldo Defalco, presidente da Anamaco, essa disparidade entre varejo e indústria não é incompatível Ele cita diferenças como o fato dos lojistas terem que manter estoque, e as dificuldades com o fornecimento de produtos pelas quais o setor passou em 2021 “Nós fazíamos pedidos para a indústria e demorávamos quatro meses para receber.
O cliente espera e o mercado vai se acomodando”, afirma. Isso se normalizou em 2022, o que ajudou nas vendas.
O crescimento do faturamento foi até maior do que a entidade previa no início do ano, de 1,5%. De acordo com Defalco, as reformas e construções iniciadas na pandemia foram motor de venda para as lojas. “Ainda é resultado das pessoas em casa, você começa uma obra e vai quatro anos para terminar”, diz
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Para 2023, a entidade projeta um faturamento entre 1% e 3% maior. Dessa vez, a meta está em linha com a Abramat, que espera alta de 2% no faturamento. Defalco analisa que a gestão do presidente Lula deve colocar mais dinheiro na economia, e especialmente na construção civil “Já teve várias posições de que vão investir muito em obras paradas”, afirma Essas medidas ajudariam o setor atingir a meta do ano. Por outro lado, ele ressalta que estímulos além da conta podem levar a aumento da inflação, o que acabaria prejudicando a economia e o setor. “Se vier equilibrado, pode dar certo, mas ficamos preocupados com a inflação que pode gerar”, diz.
A Anamaco divulgou também dado inédito de 2021, que aponta crescimento de 4,85% no número de lojas de materiais de construção no país. Naquele ano, elas somaram 136 106 estabelecimentos Foi a primeira alta desde 2015. No entanto, Defalco é realista sobre as dificuldades em manter os negócios abertos - segundo a entidade, entre 60% e 70% do setor é formado por micro, pequenas ou médias empresas. Na visão dele, o direcionamento de recursos para a construção civil durante a pandemia, devido à dificuldade de se gastar em outros setores, tornou a área atrativa para quem queria ter seu negócio, o que ajuda a explicar o aumento.
MÃO DE OBRA
É um ciclo Por isso, não o surpreenderia se 2022 tiver registrado uma nova queda na quantidade de lojas, mesmo com a elevação do faturamento geral “Uma coisa é abrir uma loja, outra, mais difícil, é mantê-la, depende muito da economia”
A vitalidade do setor de varejo de materiais de construção em 2022 é um testemunho de adaptabilidade e estratégia Em um contexto onde a indústria mais ampla de materiais de construção enfrentou retração, os varejistas viram o cenário não como um obstáculo, mas como um campo fértil para crescimento e inovação.
O resultado foi um faturamento que não só desafiou as tendências de queda mas superou as previsões com um acréscimo de 2,5%
A história de sucesso deste ano passa pelas cifras impressionantes divulgadas pelo Ibre em parceria com a Anamaco O crescimento para R$ 207,4 bilhões é especialmente significativo considerando a queda paralela de 7% reportada pela Abramat e os números igualmente desanimadores de outras associações da indústria. O desempenho do varejo reflete uma combinação de fatores, incluindo um movimento robusto de reformas domésticas e uma gestão eficiente de recursos e estoques.
Os comerciantes de materiais de construção mostraram uma sagacidade notável ao adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado. Diante de um suprimento limitado e atrasos nos pedidos em 2021, muitos varejistas investiram na diversificação de fornecedores e no aumento de estoques para garantir a satisfação do cliente e a continuidade das vendas Quando os fornecimentos se estabilizaram em 2022, esses lojistas já estavam bem posicionados para atender à demanda reprimida.
O Impacto da Pandemia e o Papel das Reformas Domésticas
A pandemia da COVID-19 serviu como catalisador para muitas das mudanças observadas Com as pessoas passando mais tempo em casa, houve um aumento significativo na demanda por materiais de construção, uma vez que projetos de renovação e melhorias domésticas tornaram-se uma prioridade para muitos Fatores Macroeconômicos e o Futuro do Setor
O olhar também se volta para o governo atual e seu impacto potencial no setor para 2023. A promessa de injetar recursos na economia, especialmente na construção civil, poderia dar continuidade ao bom momento vivido pelo varejo No entanto, há uma linha tênue entre estimular o crescimento e alimentar a inflação, um balanço que o setor observa com cautela
Descubra como as características das matérias-primas determinam a qualidade e uso na indústria cerâmica.
RELEVÂNCIA PARA O MERCADO
A despeito do cenário otimista, desafios persistem, especialmente para lojas físicas. O crescimento de 4,85% no número de lojas em 2021 foi uma reversão de tendência, mas o presidente da Anamaco alerta para a dificuldade em manter lojas abertas a longo prazo. Além disso, a digitalização do mercado e a crescente competição online requerem uma atenção renovada para a inovação no atendimento e na experiência do cliente.
As lições de 2022 mostram que o setor de varejo de materiais de construção não apenas sobreviveu a um período economicamente tumultuado mas também encontrou caminhos para prosperar. Esta edição da nossa revista celebra essa trajetória de sucesso e explora as estratégias, tendências e perspectivas que moldarão o futuro deste setor vital para a economia brasileira.
O desempenho da construção continua surpreendendo e contribuindo para a melhora da atividade. No segundo trimestre, houve aceleração do PIB setorial, que alcançou, em 12 meses, variação de 10,5%, superando assim a taxa alcançada em 2021.
A vitalidade do setor de varejo de materiais de construção em 2022 é um testemunho de adaptabilidade e estratégia. Em um contexto onde a indústria mais ampla de materiais de construção enfrentou retração, os varejistas viram o cenário não como um obstáculo, mas como um campo fértil para crescimento e inovação. O resultado foi um faturamento que não só desafiou as tendências de queda mas superou as previsões com um acréscimo de 2,5%.
A história de sucesso deste ano passa pelas cifras impressionantes divulgadas pelo Ibre em parceria com a Anamaco O crescimento para R$ 207,4 bilhões é especialmente significativo considerando a queda paralela de 7% reportada pela Abramat e os números igualmente desanimadores de outras associações da indústria O desempenho do varejo reflete uma combinação de fatores, incluindo um movimento robusto de reformas domésticas e uma gestão eficiente de recursos e estoques
Os comerciantes de materiais de construção mostraram uma sagacidade notável ao adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado. Diante de um suprimento limitado e atrasos nos pedidos em 2021, muitos varejistas investiram na diversificação de fornecedores e no aumento de estoques para garantir a satisfação do cliente e a continuidade das vendas Quando os fornecimentos se estabilizaram em 2022, esses lojistas já estavam bem posicionados para atender à demanda reprimida.
Mas o que salta aos olhos hoje é o desempenho do mercado imobiliário como força propulsora do setor Como tem sido amplamente destacado, a construção está sob o efeito do ciclo de negócios iniciado ainda em 2019 e intensificado com a queda das taxas de juros do crédito imobiliário em 2020
Tanto a PNAD quanto o Caged confirmam a contribuição do mercado imobiliário para os resultados alcançados nesse primeiro semestre de 2022. Vale lembrar que Edificações tem a maior participação tanto no PIB quanto na ocupação dentro da construção.
Em julho, o Caged apontou que o emprego teve alta de 10,5% em 12 meses, sendo que o segmento de Edificações comandou as contratações, com variação de 13,2%, enquanto em Serviços Especializados o emprego aumentou 13,4% e em infraestrutura, 4%, na mesma comparação.
A Sondagem da Construção do FGV IBRE confirma o cenário de crescimento, mas traz algumas qualificações importantes para que se possa entender o que ocorre no setor.
A percepção empresarial que prevalece é de que a atividade segue aquecida em 2022: em agosto, 27,2% das empresas disseram que a atividade aumentou contra 16,9% que mencionaram queda. Na comparação com agosto de 2021, há maior percentual de empresas com aumento da atividade, mas as assinalações de queda também cresceram, de tal modo que nessa comparação, o Indicador de Evolução Recente da Atividade teve ligeira queda Também vale observar que, ao longo do ano, houve redução no ritmo de alta –entre dezembro de 2021 e agosto, o Índice de Evolução da Atividade registra pequeno recuo (-0,5 ponto).
Outro destaque é que o desempenho entre os segmentos é bastante distinto Os empresários sinalizaram que, em Edificações Residenciais, a melhora na atividade entre dezembro e agosto foi muito pequena – o indicador subiu 0,3 ponto
Por outro lado, em Preparação de Terrenos, que representa o início do ciclo de produção, ocorreu alta de 2,3 pontos e é o segmento com melhor percepção relativa da atividade setorial (ver gráfico a seguir)
Também se sobressai o segmento de Obras Viárias, que apresenta a maior alta em pontos do indicador entre dezembro e agosto (8,8 pontos), refletindo o ciclo de obras do ano de eleições Em contrapartida, em Obras de Acabamento houve uma inflexão muito forte. Esse segmento está associado às reformas, mas também representa a parte final do ciclo produtivo, assim é possível que volte a se recuperar
De todo modo, intriga ver que o segmento de Edificações, que comanda a geração de empregos, tem Índice de Confiança e de percepção de atividade abaixo da média do setor.