EDIÇÃO 208 • ANO 43 • JANEIRO/FEVEREIRO 2015
REVISTA B R A S I L
FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela E.C.T.
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LANDAU DA DI GENIO
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Foto: JMMATOS
EDITORIAL Foto: JM Matos
Olá amigo leitor, o ano de 2015 começa com mais uma edição quentinha da revista O Zebu no Brasil, que sai da gráfica direto para sua casa. Na vanguarda da comunicação agropecuária brasileira desde a sua fundação, nós não poderíamos deixar de inovar novamente. O nosso aplicativo para tablets e smartphones, que já é um sucesso no setor, conta com mais uma ferramenta para os leitores e anunciantes. Agora, o aplicativo da revista O Zebu no Brasil disponibiliza publicidade em vídeo. Trata-se de mais um canal de vendas para o criador mostrar os animais, não só em foto, mas também nos vídeos que poderão ser acessados de qualquer lugar do mundo através do aplicativo. Se você ainda não o conhece, baixe agora mesmo e tenha acesso ao conteúdo da Revista sempre que precisar. Você pecuarista poderá mostrar o seu animal sempre que quiser, com a qualidade que você já conhece. Tenham todos uma ótima leitura e um ano de 2015 de muito sucesso e realizações!
Anna Keila Miguel Matos (Diretora de Redação) annakeila@revistaozebunobrasil.com.br
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ÍNDICE
OZEBU ANTÔNIO JOSAHKIAN
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CRITÉRIOS PARA CONTRATAÇÃO DE TOUROS
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RESULTADOS DO RANKING NACIONAL
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GIR LEITEIRO EM NÚMEROS
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GENÉTICA + MANEJO = R$
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SINDI, O QUERIDINHO DA VEZ
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INDUBRASIL GANHA FORÇA NO MERCADO ESTRANGEIRO
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A EVOLUÇÃO DO SENEPOL
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GRAMÍNEA FORRAGEIRA PARA FORMAÇÃO DE PASTAGEM
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ARTIGO JURÍDICO - VALOR PAGO PELA COMPRA DA FAZENDA
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ENTREVUSTA COM JOSAHKIAN
CONTRIBUINDO EXPRESSIVAMENTE NA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE
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A EVOLUÇÃO DO SENEPOL
120 MANEJO DE PASTAGENS
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REVISTA O ZEBU NO BRASIL Fundador: Adib Miguel (1946-2013) O Zebu no Brasil é uma marca registrada sob o nº 815672454, junto INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial)
Foto: JMMATOS
EXPEDIENTE
Diretores: Anna Keila Miguel Matos annakeila@revistaozebunobrasil.com.br José Maria de Matos Filho josemaria@revistaozebunobrasil.com.br Jornalista Responsável: Fany Michel MTB SP 70.026 Departamento Jurídico: Demick Ferreira OAB/MG – 105407 Diretora Comercial: Liliane Franklin [34] 9804-2113 / 9244-8979 liliane@revistaozebunobrasil.com.br Dep. comercial: Flávia Marzabal flavia@revistaozebunobrasil.com.br [34] 9919-3399 / [17] 99785-6072 Lidiane Cantone [34] 9936-3211 Direção de Arte: Frederico Miguel arte@revistaozebunobrasil.com.br Revisão de texto: Lislei Carrilo MTB SP 29.245 Jornalista: Viviane Santana MTB SP 42.784 Publicação periódica de José Maria de Matos Filho ME CNPJ : 86.553.070/0001-92 Redação, Publicidade e Administração: Rua Engenheiro Gomide, nº 222 - Bairro Boa Vista Uberaba/MG - CEP 38017-140 / Reclamações e sugestões: ozebunobrasil@gmail.com (34) 3336-6300 Tiragem: 6.000 unidades
Nesta primeira edição do ano, a Fazenda Di Genio, de João Carlos Di Genio, traz na capa Landau da Di Genio, filho do Brado da SM em vaca Fajardo. Touro detentor do título de Reservado Junior Maior na Expoinel 2014, bem avaliado pelo PMGZ e candidato ao PNAT 2015. Foto da capa: JMMATOS
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É muito bom ver o nosso Zebu se destacando no cenário global como um bovino eficiente e sustentável em todos os níveis. Precisamos agora divulgar dentro e fora do país tudo o que ele é de fato.” Fábio Fatori
Ser honesto não é virtude, é obrigação!”
O Zebu é a raça mãe, já é líder na produção de carne de zebu ou de zebu com cruzamento.”
Claudio Totó
Maria De Lamare
Zootecnista, mestre em Produção Animal (DeLamare Consultoria)
Sempre pense em seu cliente. Ele, mais que ninguém, precisa de lucro máximo. Inove. Faça diferente, principalmente o que está dando certo.”
Foto: ZZN Peres
Heverardo Rezende Carvalho
O Nelore, criado com tecnologia, pode ter carne tão macia quanto a de angus. Isso é fato. Além disso, sua carne é magra, como o mundo está buscando.” Pedro Novis
Presidente da ACNB
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Foto: Fábio Fatori
PANORAMA
Foto: JMMATOS
Para mim é importante que a raça Senepol ainda esteja crescendo no país, porque não entraria jamais num negócio que está firmado, comprovado e estourado. Prefiro ser pioneiro numa história.” Leo Chaves (Senepol Paraíso)
Foto: Tomás Arthuzzi
ZEBU NO BRASIL
Alguma dificuldade que eu passo na fazenda, eu passo uma vez só, na próxima vez aquilo já não é problema pra mim mais.”. Lázaro Prudente Filho Lazinho, casqueador
Acredito que a raça Nelore, por meio desse jovem reprodutor da Fazenda Di Genio, tem a oportunidade de mostrar, além da beleza racial, sua carga genética. Landau da Di Genio é bem avaliado pelos programas de melhoramento genéticos e premiado em todas as pistas que participou. É filho do Brado da SM em vaca Fajardo com Ganhoso do IZ na linha baixa, oferecendo ótimo rendimento de carcaça, que é o que buscamos em qualquer raça de corte. Com certeza é um dos touros do momento no Nelore!”
Marcelo Moura
Assessor Pecuário 9
ZEBU Josahkian
A importância dos marcadores moleculares, do Registro Genealógico, a genética zebuína no Brasil e
no exterior, dentre outros assuntos, Por Fany Michel
na opinião de Luiz Antônio Josahkian, superintendente técnico da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu)
Fotos: JMMATOS
O Zebu no Brasil: Como você analisa a importância do registro genealógico como ferramenta de melhoramento animal? Josahkian: O registro sempre foi e será fundamental no melhoramento das espécies domésticas. Isso por dois aspectos: primeiro, porque ele é o mecanismo pelo qual se identifica um animal e sua ascendência com a menor margem de erros possível. Somente depois de identificado um animal é válido atribuir a ele algum valor genético. Em segundo lugar, é preciso entender a concessão de registro a um animal de uma forma mais ampla: toda raça tem um padrão, um standard que precisa ser seguido. Esse padrão não é aleatório; ele é construído de forma a buscar animais funcionais e belos, belos do ponto de vista zootécnico. Detalhes como formato de cabeça, orelhas e chifres, assim como pelagem, dentre outros, se tornam relevantes por permitir que seja inferido que determinado grupo de ani-
Luiz Antônio Josahkian
registro sempre foi “Oe será fundamental no
mais compartilham um maior número de genes entre si por serem semelhantes, e isso leva, finalmente, a uma maior garantia de repetibilidade de desempenho em gerações futuras. O Zebu no Brasil: Que analise pode ser feita relacionando pista de julgamento, melhoramento animal e programa de melhoramento?
melhoramento das espécies domésticas”
Josahkian: É de natureza humana exacerbar a 10
REVISTA O ZEBU NO BRASIL
tecnologia que está na moda e, num passe de mágica, desvalorizar todo o resto. Facilmente nos esquecemos de que o conhecimento é construído degrau por degrau e que para se chegar ao topo temos que passar por todos eles. Não dá para queimar etapas na seleção. Nesse contexto é preciso lembrar que o Zebu que temos hoje é, em quase toda sua totalidade, oriundo do sistema de melhoramento chamado pista. A questão é que simplesmente, ainda não deu tempo para que as tecnologias mais atuais tenham contribuído para modificar toda uma população de animais. Sem dúvida estamos em curso para um novo estágio, mas reforço que os critérios elementares das pistas de julgamento precisam ser incorporados nas novas tecnologias. As pistas trazem para o sistema questões importantes tais como funcionalidade, qualidade estrutural, aprumos, correção de regiões críticas como umbigo, bainha, prepúcio ou tetas. Aspectos que não são possíveis de serem medidos por instrumentos.
derem aos propósitos econômicos para os quais são criados, muito mais do que somente ganhar peso ou ultrapassar uma tonelada de peso vivo. O Zebu no Brasil: Que visão você tem da valorização pontual das DEPS? Josahkian: As avaliações genéticas, comumente traduzidas para os usuários como DEPs, são confundidas, infelizmente, com melhoramento
O Zebu no Brasil: Com relação às raças de corte zebuínas, podemos considerar que os animais maiores e mais pesados devem ser considerados os melhores? Josahkian: Considero esta a questão mais difícil de ser respondida. Isso porque não existe uma única resposta à medida que não existe animal ideal. O que existe é animal ideal para um determinado sistema de seleção. Se sua população de vacas for de porte muito pequeno, pode ser que animais maiores e mais pesados sejam uma solução temporária até que se atinja um porte ideal. Ao contrário, com vacas de frame muito grande, o melhor talvez seja buscar o equilíbrio e touros muito grandes e pesados podem não ser a solução. De qualquer forma, a seleção, de uma forma geral, deve caminhar para animais equilibrados – o caminho do meio. Nós requeremos dos animais, para serem produtivos e aten11
ZEBU Josahkian genético, talvez em função do marketing descontextualizado que vem sendo feito. Uma DEP é uma informação e se você não sabe usar uma informação ou a usa errado o resultado pode ser pior do que não usar. O uso pontual de DEP, especialmente valorizando uma única característica, pode ser um tiro pela culatra. Você melhora um aspecto e descuida de outros, às vezes até mais importantes do que o que está sendo trabalhado individualmente. Melhoramento genético aplicado é algo bem mais amplo e basicamente o criador deve saber responder algumas perguntas antes de colocar o pé na estrada: onde eu vou produzir? Como é meu sistema de produção, minha fazenda? Qual é o meu mercado? O que os clientes esperam de mim? Com quem eu vou produzir? Qual é minha população?. Se o criador conseguir responder essas perguntas em toda a sua extensão, aí sim ela saberá estabelecer um programa de melhoramento e poderá responder a outras duas questões que são sempre antecipadas: onde quero chegar (qual será o meu produto) e como eu vou chegar lá (quais os critérios de seleção eu vou usar). As DEPs entram nesse momento, com o criador consciente de onde quer chegar. Mas está se criando um conceito errado de que as DEPs, por elas mesmas, serão capazes de alavancar o rebanho para o próximo nível, e isso sem contar com os exageros das classificações sumárias como os Top 0,1 – um dos rótulos mais complexos que nós mesmos criamos.
mas razões anteriormente enunciadas – cada sistema tem suas deficiências. Entretanto, é possível que já tenhamos caminhado bem no aspecto de peso vivo dos animais. Talvez seja hora de se buscar combinar o peso elevado com eficiência alimentar, precocidade sexual e precocidade de acabamento. O Zebu no Brasil: Qual é a importância, no presente e no futuro, dos marcadores moleculares. Josahkian: Eu diria que a genômica aplicada à seleção dos bovinos entrou em uma segunda fase. Deixamos para trás aquele conceito errôneo, mas muito atrativo, de que poderíamos abandonar as medições fenotípicas dos animais (pesar, medir perímetro escrotal, anotar datas de parto, pesar o leite, medir a gordura etc.) e estamos aplicando a genômica juntamente com as avaliações genéticas mais clássicas. Neste sentido, trabalhando conjuntamente com os dados fenotípicos, ela tem sido muito útil para aumentar a acurácia (confiabilidade) da estimativa de valores genéticos de animais jovens. Só isso já tem um grande impacto na seleção. Imagine poder selecionar um bezerro com a confiança que você teria se ele já fosse um touro adulto e com filhos? É um passo enorme. Mas seguramente no futuro, a genômica poderá contribuir muito mais. Tudo vai depender de pesquisas feitas com nosso material genético zebuíno e deixarmos de usar painéis originados em taurinos.
O Zebu no Brasil: No quadro atual da pecuária brasileira, quais características deverão ser mais valorizadas nos programas de melhoramento?
O Zebu no Brasil: Para o zebu de corte, quais as características morfológicas e funcionais que devem ser mais trabalhadas? Josahkian: Eu diria que os zebuínos ainda estão na adolescência se comparados as raças com
Josahkian: Mais uma pergunta difícil pelas mes-
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séculos de seleção. Sendo assim, tudo ainda está por se definir por completo, o que é uma vantagem, pois podemos conduzir a seleção para atender as demandas do terceiro milênio. Neste contexto, eu destacaria nas características morfológicas uma pressão de seleção para aumento de massa muscular sem perda de gordura subcutânea e de estrutura óssea. Na parte funcional, eu chamaria atenção à preservação do dimorfismo sexual, algo que vem se reduzindo ligeiramente com o foco de seleção para altas taxas de ganho em peso e peso final.
O Zebu no Brasil: Qual contribuição os animais importados (embriões) devem trazer para o zebu brasileiro? Josahkian: Ainda é muito cedo para saber. Eles mal começaram a ter sua genética disseminada através de sêmen, que será a forma mais efetiva de contribuição. A grande vantagem esperada é o estabelecimento de linhagens alternativas,
O Zebu no Brasil: Como se entende o momento do zebu no Brasil e no mundo? Josahkian: A genética zebuína poderia ser explorada de forma muito mais acentuada. Infelizmente o Brasil ainda não é um país com a agressividade comercial externa que precisávamos ter – e isto se aplica a todos os setores e não somente à pecuária. Restritos a poucos mercados de genética, seja por razões comerciais ou sanitárias, o potencial do zebu fica muito aquém do possível. A produção de heterose, por exemplo, via cruzamentos, é quase que uma via de mão única: nós a produzimos usando a genética de raças taurinas importadas, o mesmo não acontece no hemisfério norte, que simplesmente desconhece essa vantagem. Para o Brasil, o zebu se consolidou como a gigantesca base genética adaptada, produtiva e sustentável. Ele sempre será imprescindível para a nossa produção de carne e leite, a não ser que um dia deixemos de ser um país tropical.
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ZEBU Josahkian tanto para a nelore, como para a guzerá e gir.
ciente, por conter uma visão holística de seleção. Economicamente viável para o criador, por não ter fins lucrativos. Por fim, o maior programa de zebuínos em operação no mundo todo.
O Zebu no Brasil: Sobre “beleza racial”: qual sua importância no melhoramento animal e o peso de sua valorização?
O Zebu no Brasil: Você acredita que a pecuária brasileira está caminhando na direção certa?
Josahkian: Beleza racial deve ser vista do ponto de vista de beleza zootécnica e, sob este aspecto, até mesmo o formato de orelhas, do crânio e a pelagem são importantes porque nos autorizam a generalizar alguns atributos. Só entendemos isso com exemplos extremos: ninguém espera que um animal preto e branco, com pouca musculatura, úbere muito desenvolvido e sem deposição de gordura seja um bom produtor de carne. Essa é uma descrição sucinta do gado holandês, uma máquina de fazer leite em determinadas condições. Em suma, os padrões raciais não descrevem animais bonitos, descrevem animais funcionais e, por isso, são belos.
Josahkian: Na verdade, ela está passando por uma grande mudança onde a palavra de ordem é produzir com eficiência. Isso se dá por circunstâncias de mercado, de ambiente e de competição. Talvez tenhamos que admitir que ela está sendo colocada na direção correta. O Zebu no Brasil: O selecionador brasileiro é adepto a novas tecnologias? Josahkian: Eu arriscaria dizer que até demais. O principal, e talvez único entrave, para que o criador brasileiro introduza uma nova tecnologia é o seu custo. Muitas vezes seria melhor se o custo x benefício (não só econômico, mas também de comprometimento do sistema no longo prazo) fosse melhor avaliado antes de determinadas tecnologias se tornarem um padrão de mercado.
O Zebu no Brasil: Qual análise você faz dos programas CEIP? Estariam supervalorizados? Josahkian: Não creio que estejam supervalorizados. Estão tendo reconhecimento pelo trabalho que desenvolveram sob a égide do MAPA. A única questão é que eles formam uma classe de produtos diferente – não são uma raça, na legítima acepção da palavra. Formam um grupo genético com outro propósito. Eles mesmos fizeram essa opção ao adentrarem no CEIP e isso precisa ser esclarecido ao consumidor.
“
Uma DEP é uma informação e se você não sabe usar uma informação ou a usa errado o resultado pode ser pior do que não usar.”
O Zebu no Brasil: Como você dimensiona o P.M.G.Z.? Josahkian: Democrático, pois permite o acesso de todos os níveis de criadores. Modular, dando condições que criadores em diferentes estágios tecnológicos possam usufruir de benefícios. Efi14
REVISTA O ZEBU NO BRASIL
Foto: JM Matos
NELORE
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NELORE
Foto: JMMATOS
Expoinel Minas abre o calendário de exposições
Será realizada entre os ra dos Criadores de Nelore, os No ano passado 869 Será realizada entre os dias 01 e 09 de fevereiro, no Parque Fernando Costa em Uberaba dias 01 e 09 de fevereiro, no julgamentos acontecem entre animais foram inscritos na (MG), a Expoinel Minas 2015, exposição de participação obrigatória para criadores e expositores que Parque Fernando Costa em os dias 2 e 8 de fevereiro, com feira. Para esta edição ainda disputam o Ranking Regional Mineiro. Uberaba (MG), a Expoinel Mia saída dos animais prevista não é possível afirmar a quan De acordo com informações da Associação Mineira dos Criadores de Nelore, os julgamentos nas 2015, exposição de participara o dia 9. Os juízes que estidade, já que as inscrições esacontecem entre os dias 2 e 8 de fevereiro, com a saída dos animais prevista para o dia 9. Os juízes pação obrigatória para criadotarão trabalhando nas pistas tarão abertas até o dia 02 de que estarão trabalhando nas pistas da Expoinel Minas serão: Jose Augusto da Silva Barros, Izarico res e expositores que disputam da Expoinel Minas serão: Jose fevereiro. Durante a feira serão Camilo Neto e Daniel Botelho Ulhôa. o Ranking Regional Mineiro. Augusto da Silva Barros, Izarirealizados cinco leilões ofi No ano passado 869 animais foram inscritos na feira. Para esta edição ainda não é possível De acordo com inforco Camilo Neto e Daniel Boteciais. Veja a agenda de leilões afirmar a quantidade, já que as inscrições estarão abertas até o dia 02 de fevereiro. Durante a feira mações da Associação Mineilho Ulhôa. abaixo: serão realizados cinco leilões oficiais. Veja a agenda de leilões abaixo: Local: Churrascaria Cupim Grill Assessoria: Carvalho Promotor: Rima Agropecuária e Nelore Cristal
1º LEILÃO VIRTUAL EAO EXPOINEL MINAS 2015 Data: 05 de Fevereiro – Quinta-Feira Horário: 21:00 horas Ponto de Encontro: Fazendas Reunidas Uberaba Assessoria: Premier e Marcelo Moura Promotor: EAO Empreendimentos
LEILÃO NOVA TRINDADE ELITE E CONVIDADOS Data: 07 de Fevereiro – Sábado Horário: 20:00 horas Local: Tattersal Rubico Carvalho - ABCZ Assessoria: Avanti Promotor: Fazenda Nova Trindade
LEILÃO MINAS DE OURO Data: 06 de Fevereiro – Sexta-Feira Horário: 21:00 horas Local: Tattersal Rubico Carvalho - ABCZ Assessoria: SAP Promotores: Fazenda Baluarte / Nelore Integral / Fazenda do Sabiá / Nelore Colorado / Nelore Mafra
12º LEILÃO MATRIZES INTEGRAL / OURO FINO Data: 08 de Fevereiro - Domingo Horário: 13:00 horas Local: Stand Ouro Fino Assessoria: Ipê Ouro e Quality Promotor: Nelore Integral / Ouro Fino Agronegócios
IV EXCLUSIVE Data: 07 de Fevereiro - Sábado Horário: 13:00 horas 16
17 Fotos: JMMATOS
NELORE
Segredo da genética cobiçada
Critérios rigorosos garantem o sucesso da bateria de uma das mais importantes centrais do país Olho no animal. Olho na família. Olho no mercado. Olho no desempenho. É o olhar atento e rigoroso dos gerentes de produtos da ABS Pecplan que garante a qualidade das baterias Corte e Leite que a central apresenta aos clientes. São centenas de touros que para serem contratados precisam atender a vários quesitos. No caso dos zebuínos, a responsabilidade da escolha dos touros é de Gustavo Morales, gerente de Produto Corte Zebu. “Utilizamos um conjunto de critérios. Entre eles, fenotipo, avaliação genética, fertilidade e genealogia. Em caso dos mais erados, também é importante que o animal
apresente produção comprovada”, explica. O especialista ressalta ainda que outra preocupação é quanto aos resultados em pistas de julgamento, sendo que uma das recentes contratações feitas pela ABS Pecplan foi a do Kayak TE Mafra, bicampeão da raça nelore. No caso do Kayak TE Mafra, os prêmios conquistados em 2014 (Grande Campeonato da 80ª ExpoZebu e da 43ª Expoinel) serviram para reafirmar a superioridade do touro que já chamava atenção pela sua família (filho de Basco em matriz Helíaco da Java) e pelo padrão racial. “É um touro que alia raça e biotipo moderno, com costelas 18
compridas e muito arqueadas, além de ótima musculatura e aprumos corretos. Sem dúvida, é uma excelente opção de melhoramento genético na atualidade. É isso que a gente procura”, destaca Morales. Para que um touro passe a integrar a bateria Corte Zebu da ABS Pecplan, apesar da rigidez dos critérios, o gerente observa que não é regra o cumprimento de todos os requisitos. “Não é uma necessidade. Mas acreditamos que quanto mais características dessas o touro possua, mais chances de sucesso terá a genética nas fazendas dos nossos clientes e, consequentemente, no mercado”, afirma,
KAYAK TE MAFRA (bicampeão da raça nelore)
Foto: Divulgação ABS
acrescentando que o principal objetivo da ABS é contribuir para o avanço da pecuária e, para isso, é preciso que o material genético ofertado nos catálogos corresponda a realidade e a necessidade do campo. “Queremos que o pecuarista acelere o processo de melhoramento genético e conquiste rentabilidade investindo na inseminação artificial com os nossos produtos”, garante. Para cumprir esse objetivo, a ABS Pecplan oferece diversidade para todos os segmentos e plantéis. “Hoje, sem dúvida, estamos com a bateria mais completa do mercado”, comenta Gustavo Morales. Entre as opções disponíveis, touros com avaliação nos três principais sumários do país: PMGZ (ABCZ), Nelore Brasil (ANCP) e Geneplus (Embrapa). Os interessados em conhecer mais detalhes sobre a bateria Corte Zebu da ABS Pecplan, podem procurar uma regional ABS, onde além de informações técnicas, estão disponíveis gratuitamente exemplares do catálogo de bolso 2015. A versão atualizada com as mais recentes contratações conta com mais de 200 páginas. Também é possível fazer download (em pdf) do material pelo site da ABS Pecplan. www.abspecplan.com.br
Gustavo Morales (ABS Pecplan) 19
NELORE
Resultados oficiais do Ranking Nacional
ano-calendário 2013/2014
O Ranking Nacional é o grande instrumento de consulta indispensável para o mercado de gado de elite Nelore, pois, além de ser uma ferramenta de valorização mostra a predominância do maior rebanho de gado comercial do País. No ano-calendário 2013/2014 o Ranking Nacional contabilizou 115 exposições, nas quais foram submetidos e julgados 17.854 animais de expositores, em 18 estados do País. Em 22 anos de realização de campeonatos e competições oficiais já passaram pelas pistas de julgamentos mais de 500 mil animais. Configurado sob a forma de um campeonato, o Ranking contabiliza as pontuações obtidas através da competição de animais nas exposições agropecuárias oficializadas pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) em todo país. O fechamento do calendário sempre acontece durante a Expoinel, a maior exposição do Nelore no Brasil, durante a segunda quinzena de setembro em Uberaba (MG).
Categoria Melhor Novo Criador 1º lugar: FAZENDA VILA REAL LTDA 2º lugar: GILSON ALVES DOURADO E OUT 3º lugar: LUIZ APARECIDO DE ANDRADE OUT COND. Categoria Melhor Novo Expositor 1º lugar: MARIA FERNANDA CHIMENTÃO SARAIVA 2º lugar: ANTONIO CELSO CHAVES GAIOTTO 3º lugar: JOSE PEDRO DE SOUZA BUDIB Categoria Melhor Matriz 1º lugar: Animal HALINA FIV DO MURA / Proprietário JATOBÁ AGRICULTURA E PECUÁRIA S/A 2º lugar: Animal FATHINA TE PORT / Proprietário DORIVAL ANTONIO BIANCHI
Categoria Melhor Criador – Liga dos Campeões 1º lugar: Rima Agropecuária 2º lugar: Fazenda do Sabiá 3º lugar: Marcelo R. Mendonça/Irmãos Cond Categoria Melhor Expositor – Liga dos Campeões 1º lugar: Agropecuária Vila dos Pinheiros
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Foto: JMMATOS
2º lugar: Rima Agropecuária 3º lugar: Fazenda do Sabiá Categoria Melhor Criador – Super Copa 1º lugar: FAZENDA VILA REAL LTDA 2º lugar: PEDRO VENANCIO BARBOSA 3º lugar: CÍCERO ANTÔNIO DE SOUZA Categoria Melhor Expositor – Super Copa 1º lugar: DORIVAL ANTONIO BIANCHI 2º lugar: BEATRIZ C.GARCIA CID E FILHOS-COND. 3º lugar: FAZENDA VILA REAL LTDA
REVISTA O ZEBU NO BRASIL
3º lugar: Animal FLAGRA TE SJ COCAL/ Proprietário CASSIANO TERRA SIMÃO
prietário AGROPEC. VILA DOS PINHEIROS LTDA 3º lugar: Animal GHYJARY FIV DA 3R / Proprietário AGROPEC. VILA DOS PINHEIROS LTDA Ranking Nacional 2013/2014 - Categoria Nelore Mocho Categoria Melhor Criador e Melhor Expositor 1º lugar: DALILA CLEOPATH C.B.M TOLEDO 2º lugar: PAULO PEREIRA CUNHA 3º lugar: LOURIVAL LOUZA JUNIOR Melhor novo Criador / Melhor novo expositor LIMIRIO ANTONIO DA COSTA FILHO
Categoria Melhor Reprodutor 1º lugar: Animal BASCO DA SM / Proprietário AGROPECUARIA NAVIRAÍ LTDA 2º lugar: Animal BITELO DA SS/ Proprietário MARCIO DE REZENDE ANDRADE 3º lugar: Animal JERU FIV DO BRUMADO / Proprietário FAZENDA BRUMADO Categoria Melhor Reprodutor Nova Geração 1º lugar: Animal GUINCHO TE DA NAVIRAÍ / Proprietário AGROPECUARIA NAVIRAÍ LTDA 2º lugar: Animal MISSONI GUADALUPE / Proprietário PEDRO AUGUSTO RIBEIRO NOVIS 3º lugar: Animal HEROICO TE NAVIRAÍ / Proprietário AGROPECUARIA NAVIRAÍ LTDA
Categoria Melhor Matriz 1º lugar: Animal FORMIGA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 2º lugar: Animal ILARA DA ARARAS / Proprietário PAULO PEREIRA CUNHA 3º lugar: Animal HANNAH DA LOUZ / Proprietário LOURIVAL LOUZA JUNIOR
Categoria Melhor Fêmea Jovem 1º lugar: Animal MERCEDITA I FIV GGOL / Proprietário AGROPEC. VILA DOS PINHEIROS LTDA 2º lugar: Animal LAWA 3 TE PORTO SEGURO / Proprietário AGROPEC. VILA DOS PINHEIROS LTDA 3º lugar: Animal ESPN JAVANESA / Proprietário PEDRO AUGUSTO RIBEIRO NOVIS Categoria Melhor Macho Jovem 1º lugar: Animal SERENO FIV DO BONY / Proprietário AGROPEC. VILA DOS PINHEIROS LTDA 2º lugar: Animal TIRAMISSU 1 TE GUADALUPE / Proprietário AGROPEC. VILA DOS PINHEIROS LTDA 3º lugar: Animal DETROID COLORADO / Proprietário MARCELO R. MENDONCA/IRMAOS-COND.
Categoria Melhor Reprodutor 1º lugar: Animal BASCO DA SM / Proprietário AGROPECUARIA NAVIRAÍ LTDA 2º lugar: Animal NAPOLEAO DE NAVIRAI / Proprietário AGROPECUARIA NAVIRAÍ LTDA 3º lugar: Animal VOLTAIRE II JR DA RS / Proprietário JULIO ROBERTO MACEDO BERNARDES Categoria Melhor Fêmea Jovem 1º lugar: Animal PRIMADONA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 2º lugar: Animal BAETA FIV DA LOUZ / Proprietário LOURIVAL LOUZA JUNIOR 3º lugar: Animal TARSILA FIV DA FS PEDRO / Proprietário PAULO PEREIRA CUNHA Categoria Melhor Macho Jovem 1º lugar: Animal EGAN FIV ANGICO / Proprietário UDELSON NUNES FRANCO 2º lugar: Animal TALISMA FIV DA FSPEDRO / Proprietário PAULO PEREIRA CUNHA 3º lugar: Animal DESVIO FIV ANGICO / Proprietário UDELSON NUNES FRANCO
Categoria Melhor Fêmea Adulta 1º lugar: Animal RIMA FIV GLORIA / Proprietário MIGUEL PINTO DE SANTANA FILHO 2º lugar: Animal COLUMBIA FIV DA SABIA / Proprietário FAZENDA DO SABIA 3º lugar: Animal MALTINA DA CRISTAL / Proprietário PEDRO VENANCIO BARBOSA Categoria Melhor Macho Adulto 1º lugar: Animal KAYAK TE MAFRA / Proprietário RIMA AGROPECUARIA 2º lugar: Animal JANKO 2 TE PORTO SEGURO / Pro21
prietário PAULO PEREIRA CUNHA 3º lugar: Animal DESVIO FIV ANGICO / Proprietário UDELSON NUNES FRANCO
Categoria Melhor Fêmea Adulta 1º lugar: Animal OFERENDA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 2º lugar: Animal PARCEIRA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 3º lugar: Animal POLIANA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO Categoria Melhor Macho Adulto 1º lugar: Animal ONIX DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 2º lugar: Animal LODUCA FIV DA FSPEDRO / Proprietário PAULO PEREIRA CUNHA 3º lugar: Animal DAKAH FIV ANGICO / Proprietário UDELSON NUNES FRANCO Ranking Regional Além do Ranking Nacional existem 13 rankings regionais (MS, Paulista, Mineiro, Goiano, Paraná, Rio de Janeiro, Norte do Brasil, Tocantins, Nordeste, MT, Distrito Federal, Capixaba Baiano) e agora a Copa do Atlântico, que realizou a primeira edição das Copas Inter-Regionais e também tem por finalidade fomentar ainda mais a raça Nelore. Fonte: ACNB Proprietário PAULO PEREIRA CUNHA Categoria Melhor Macho Jovem 1º lugar: Animal EGAN FIV ANGICO / Proprietário UDELSON NUNES FRANCO 2º lugar: Animal TALISMA FIV DA FSPEDRO / Pro-
Categoria Melhor Fêmea Adulta 1º lugar: Animal OFERENDA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 2º lugar: Animal PARCEIRA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 3º lugar: Animal POLIANA DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO Categoria Melhor Macho Adulto 1º lugar: Animal ONIX DA CAR / Proprietário DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO 2º lugar: Animal LODUCA FIV DA FSPEDRO / Proprietário PAULO PEREIRA CUNHA 3º lugar: Animal DAKAH FIV ANGICO / Proprietário UDELSON NUNES FRANCO Ranking Regional Além do Ranking Nacional existem 13 rankings regionais (MS, Paulista, Mineiro, Goiano, Paraná, Rio de Janeiro, Norte do Brasil, Tocantins, Nordeste, MT, Distrito Federal, Capixaba Baiano) e agora a Copa do Atlântico, que realizou a primeira edição das Copas Inter-Regionais e também tem por finalidade fomentar ainda mais a raça Nelore. Fonte: ACNB Foto: JMMATOS
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NELORE
Leilões da Fenagro se destacam no final de 2014
Por: Fany Michel Fotos: JMMATOS
O ano de 2014 teve o calendário de exposições encerrado com a 27ª edição da Feira Internacional da Agropecuária - FENAGRO, realizada entre os dias 29 de novembro e 7 dezembro em Salvador. Durante a feira foram realizados vários leilões, três deles chamaram a atenção pela qualidade dos animais ofertados.
A 6ª edição do Leilão Axé Nelore promovida pelos criadores Miguel Pinto de Santana Filho, da Nelore Jacuricy; Tony Tarzan, da Nova Dheli Genética; e Léo Barros, da Nelore Caraíbas, realizado dia 06 de dezembro, movimentou R$ 1,7 milhão. O remate ofertou 21 lotes de fêmeas e prenhezes elite, comercializados à média de R$ 85.451,00. Fo-
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ram negociadas cotas de participação de 19 animais, entre bezerras, novilhas e doadoras, totalizando R$ 1,4 milhão, com média de R$ 80.350,00. Outro destaque da feira foi o Leilão Ouro Bahia promovido pelo criador Wilson Marques, iniciou as vendas de bovinos de corte da mostra. Foram vendidos 27 lotes à média geral de R$ 30.294,
movimentando o total de R$ 802.800. Dezesseis fêmeas saíram por R$ 471.600, média de R$ 30.425. Também foram ofertados 10 lotes de prenhezes das principais doadoras de Wilson Marques e de convidados especiais, registrando média de R$ 30.109, arrecadando o total de R$ 331.200, além de uma aspiração vendi-
da por R$ 36.000. O 3º Leilão Noite das Estrelas promovido por Wilson Marques, da Agropecuária Ouro Bahia, e Paulo Brandão, da Nelore EDAP, também movimentou Salvador durante a Fenagro. O remate comercializou 32 lotes de Nelore elite, movimentando R$ 897.600. Entre as prenhezes, 24 produ-
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tos foram negociados à média de R$ 24.700. Das cotas de participação foram vendidas 7,50 lotes de bezerras, novilhas e doadoras a R$ 40.640. O destawue da noite foi Mogiana FIV da EAP, que teve 50% arrematada pela Agropecuária Mafra e Nelore Hipopo pelo valor de R$ 64.800.
NELORE
Novas tecnologias em nutrição animal
ajudam a aumentar o lucro dos pecuaristas A cada dia surgem no mercado novas marcas e produtos diferentes que prometem solucionar a vida dos produtores rurais. Muitos deles não conseguem entregar aos pecuaristas os resultados e a rentabilidade divulgados e o que seria um investimento converte-se em custos elevados frente ao desempenho. Pensando nisso, a Produquímica procura se reinventar a cada dia. No mercado desde 1965, produzindo e fornecendo soluções e tecnologias para o setor do Agronegócio a empresa investiu, recentemente, 50 milhões de reais em uma nova fábrica; com tecnologia exclusiva, esta planta, situada em Jacareí – SP, produz nutrientes de liberação controlada e fornece esta inovação para os mercados de nutrição animal e vegetal. A última novidade a chegar ao mercado é a Linha Polyblen, um fertilizante de liberação controlada, produzido pela Produquímica, com produtos para todas as culturas. No caso da pecuária, a Linha Polyblen traz uma série de opções para adubação de pastagens e produção de silagem e está disponível ao mercado através da equipe de Negócios Pecuários da empresa. Numa fertilização comum, a planta recebe maciçamente os nutrientes no momento de sua aplicação e, com o tempo, pode acarretar diversas perdas. Já com o Polyblen isso não acontece. “Esse fertilizante tem a liberação gradativa dos nutrientes para plantas de acordo com a disponibilidade de água no solo.
Isso faz com que planta utilize esses nutrientes de forma contínua e permanente de acordo com a necessidade dela”, é o que explica Rodrigo Silva Miguel, Gerente de Negócios Pecuários da Produquímica.
Esse produto promove o crescimento uniforme da planta, um capim com teor nutricional e uma produção de massa verde mais constante diante das adversidades climáticas, o que proporciona maior lotação dos pastos por mais tempo. Também há um ganho operacional muito importante; o fato dos nutrientes de liberação controlada não estarem sujeitos a perda por lixiviação ou volatilização (comuns nos fertilizantes 26
convencionais, principalmente aqueles a base de nitrogênio), faz com o número de aplicações seja reduzido sensivelmente; reduzindo custos com mão de obra e maquinário. Tudo vai depender da estratégia de adubação, mas, se o produtor faz isso na propriedade a cada 3 meses, fará apenas uma. Se faz 5 vezes no ano, fará duas adubações. É possível fazer apenas uma vez por ano. O que promove isso é a duração desse fertilizante no solo e a liberação controlada dele”, ensina Rodrigo. Com isso, o animal que se alimentar desse capim terá maior ganho de peso e se desenvolverá melhor. A Divisão de Negócios Pecuários, criou um pacote de soluções para o campo. A proposta é ser parceiro do produtor para que ele possa maximizar os lucros e a produtividade da propriedade. E todo pecuarista que se preze, sabe bem que boa nutrição é o que distingue um gado do outro e esta é mais uma preocupação da Produquímica. “Nossa proposta é ajudar o pecuarista nesta nova fase da produção bovina do país. O setor está em plena expansão. Observamos nos últimos anos um avanço sem precedentes no desempenho e na qualidade da carne dos animais e os produtos para a nutrição devem proporcionar as condições para o plantel expressar ao máximo seu potencial genético diante das diferentes técnicas de manejo e modelos de produção; isto é dinâmico e para isso desenhamos as Linhas Produbeef e Produmilk” - salienta Rodrigo.
dução. São Suplementos minerais, proteinados, proteico-energéticos, produtos para confinamento e para animais de elite, enfim, soluções para todas as categorias animais e sistemas de produção, com desenho moderno e equilíbrio nutricional para os animais de hoje. A linha ProduMilk, proporciona ao gado leiteiro uma maior produção, bem como uma melhor qualidade do leite produzido; também conta com fórmulas modernas e alinhadas à genética atual e lança mão de todas as tecnologias em aditivos e minerais disponíveis no mercado e produzidas pela própria Produquímica. Toda essa tecnologia exclusiva desenvolvida para atender os produtores, está aliada ao atendimento especializado dado pela Produquímica, que possui consultores especializados em pecuária e que entendem do assunto. Todas as dúvidas são respondidas e todas as necessidades dos produtores rurais atendidas. “Nós oferecemos a melhor assessoria através do PROGRAMA LADO A LADO®, porque o objetivo é, através dos resultados e da rentabilidade, seguirmos ajudando o pecuarista e o mercado crescerem. Para nós, os resultados são mostrados no campo, e graças a muito trabalho, capacidade do time e investimentos, eles já apareceram”, finaliza.
A linha ProduBeef, que proporciona aos pecuaristas, abater animais mais novos, com melhor rendimento e padronização de carcaça de seus animais e ainda atender as exigências dos mercados internacionais, traz uma série de produtos para as diferentes estratégias de pro27
NELORE
Marca 42 encerra ano com chave de ouro Leilão de Cícero de Souza movimentou R$ 4,9 milhões com a venda de 22 animais de elite Por Alisson Freitas - Portal DBO Na noite de 19 de novembro, o pecuarista Cícero de Souza recebeu neloristas de todo o Brasil no Buffet Golden Class, em Campo Grande, MS, para realização de mais um Leilão da Nelore 42 Elite. O pregão fez parte da agenda da Expo Nelore MS, sendo o evento de maior faturamento da feira.
lha de Rhenno FIV Kubera emHamina FIV da MV, levada pelo Grupo Camargo e Fazenda do Sabiá. O novo sócio dos criatórios é Beto Conade, que desembolsou R$ 312.000 para arrematar 33% do animal. O único macho da oferta teve metade de sua propriedade negociada por R$ 216.000, valorizando-o em R$ 432.000. A organização do evento foi da Programa Leilões e a transmissão do Canal Rural. O martelo foi comandado pelo leiloeiro João Antônio Gabriel, com pagamentos fixados em 24 parcelas.
A venda de 22 animais de genética apurada movimentou o total de R$ 4,9 milhões, com média geral de R$ 226.931. O remate foi exclusivo de fêmeas, com espaço para venda de metade da propriedade de um único macho. Entre cotas de participação de bezerras, novilhas e doadoras, foram vendidos 21 animais por R$ 4,7 milhões, média de R$ 222.087. Entre elas estava Juíza FIV da MV, uma bezerra de 11 meses, fi-
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LEILÃO CÍCERO DE SOUZA ELITE FOTO: Divulgação ACNB
MOMENTOS FOTOS: DINHO COSTA
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Com dezoito anos no Brasil, Alta bate novo recorde com quatro milhões de doses de sêmen bovino comercializadas em 2014
Foto: JMMATOS
Equipe treinada e criador assistido é a fórmula do sucesso A Alta bate novo recorde com a venda de quatro milhões de doses de sêmen bovino em 2014. Um crescimento em média de 8% com relação a 2013. “Trabalhar aqui é uma experiência única. Desde o início, construímos uma Empresa com os pés no chão. Temos uma equipe fantástica que nos ajudou a erguer este ícone. Não foi fácil alcançar quase 30% de market share (participação de mercado), mas o que mais nos surpreende são o foco e a garra de todos para mantermos esse percentual.
Por LN Comunicações e Fany Michel
É uma história gratificante”, ressalta o presidente da Alta, Heverardo Rezende Carvalho. Há seis anos a Alta tornou-se líder de mercado, mas há muito caminho para trilhar. “O segmento é promissor e a nossa meta é ousada. O objetivo é crescer em torno de 12% (por ano) nos próximos cinco anos. Mercado tem de sobra para desenvolver. Somente 10% ou 11% das mais de 90 milhões de fêmeas em idade reprodutiva no Brasil são inseminadas. Precisamos conscientizar melhor o criador. Mas com toda certeza afirmo que, quem não adotar este sistema em sua propriedade, num futuro muito próximo, deixará de ser competitivo e estará fora 32
do mercado”, alerta. Para Heverardo, o país tem sérios problemas de gestão. “Os criadores ainda são meio desconfiados. Precisamos mostrar, de forma eficiente e com dados comprobatórios, de como a inseminação é importante para a produção de qualidade. Somos o maior exportador mundial de carne e podemos ser, sem dúvida, de leite também”, frisa. Por questões estratégicas, não são divulgados o faturamento da Alta no Brasil. O Estado que adquiriu mais doses de sêmen da empresa em 2014 foi Minas Gerais por ser o maior consumidor do país. “Mas em torno de 65% das vendas de sêmen são de corte
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e 35% de leite. Em faturamento, 40% vêm do leite e 60% do corte”, explica Heverardo. Alcançar estes resultados só foi possível, porque a Alta conta com uma equipe extremamente capacitada. “No ano passado, treinamos 2,4 mil pessoas. Nossos investimentos em treinamento são fortes, tanto presenciais quanto à distância. Enquanto a equipe de vendas de uma empresa não estiver preparada para atender os pecuaristas, não adianta, ela está quebrada. Além destas capacitações, todo ano fazemos uma reunião, que acontece sempre em fevereiro. Agrupamos todos os gerentes dos mais de 80 escritórios espalhados pelo país. Neste encontro, discutimos o mercado passado e o futuro. É uma troca muito importante entre o time, ou seja, é a hora que colocamos os pingos nos “is” e traçamos as metas para os próximos anos. E para disseminar de forma correta a realização da inseminação artificial, a Alta dispõe de 19 cursos em todo o Brasil. E afirmo, necessitamos disseminar muito mais. O criador precisa contar com esta extraordinária ferramenta. A rentabilidade e a produtividade estão aí, e precisamos aproveitar ao máximo”, pontua. Para 2015, as expectativas são boas, “O mercado de gado de corte continuará aquecido como o de leite, mas
o de corte será mais agressivo. Há um mercado muito vasto e importante para ser explorado. Espero que o Ministério da Agricultura seja mais ativo no sentido de resolver problemas e não criar mais. Enxergar a pecuária como um segmento de alto nível e importantíssimo para nossa economia. Há diversas tecnologias disponíveis, que podem e devem ser utilizadas para dobrar ou triplicar a produtividade deste segmento sem utilizar nenhum metro quadrado a mais de terra. Precisamos de ações efetivas do Governo, para que o mercado tenha mais desempenho, seja sustentável e rentável para o criador e para a economia do Brasil como um todo”, comenta Heverardo. A Alta Genetics foi fundada em 1968, em Alberta, Canadá e está presente em 90 países. As centrais de coletadas estão localizadas no Canadá, Estados Unidos, Holanda, China, Argentina e Brasil. Inaugurada em 2005, a central do Brasil, localizada em Uberaba/MG – Rodovia 050, KM 164, têm 110 hectares de área total, sendo 40 destinados à produção de milho (silo). A central de coleta tem 60 hectares construídos em aérea isolada e estão distribuídos em cinco hectares destinados à produção de forrageira (capineiras), 267 piquetes com 1.200 m2 cada um e estrutura de coleta e pro33
dução de sêmen. Atualmente, além da Central em Uberaba com 130 colaboradores diretos a Alta conta tem 82 escritórios regionais, totalizando, aproximadamente, 700 profissionais. A pecuária se fortaleceu e investiu em novas tecnologias e a Alta faz parte deste importante crescimento. “Somos uma empresa que cria valores, constrói confiança e entrega resultados”, ressalta Heverardo Rezende. Nos últimos anos foram investidos R$ 5 milhões em laboratórios, ampliação de piquetes, novas técnicas de inseminação, compra de equipamentos e em cursos em todo território nacional. Foto:Divulgação
NELORE
Luxo, requinte e genética de ponta Vila dos Pinheiros abre os portões pela primeira vez. Melhor Expositor do Brasil por dois anos seguidos, Jaime Pinheiro Filho emplaca R$ 9 milhões com dupla de leilões Desde 2009 a Agropecuária Vila dos Pinheiros investe na raça nelore com dedicação e seriedade. O trabalho com a pecuária extensiva e de elite trouxe reconhecimento do empenho de uma equipe técnica e gerencial de alta competência. Francisco Jaime Nogueira Pinheiro Filho, iniciou a seleção HVP adquirindo doadoras consagradas de criatórios renomados. Dentre as estrelas nacionais do plantel estão Parla AJJ, Elegance II TE da Unimar, Javanesa TE Guadalupe, Zura II TE da Pontal e Soviética da Sabiá. Nestes 6 anos de seleção foram conquistados os títulos de Melhor Novo Criador do Ranking, Melhor Novo Expositor e Melhor Exposi-
tor Geral do ranking ACNB 2012/2013 e Melhor Expositor da Raça Nelore do Ranking Nacional 2013/2014. A Vila dos Pinheiros abriu os portões pela primeira vez nos dias 7 e 8 de novembro, em Indaiatuba, São Paulo, para realização dos primeiros leilões do criatório. As vendas tiveram foco nas fêmeas e prenhezes com a genética das principais famílias do Nelore brasileiro, que renderam o Bi Campeonato do Ranking Nacional de Melhor Expositor (2012/13 e 2013/14), da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). As prenhezes deram início as vendas, na noite de sexta-feira, 7 de novembro. Passaram
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Fonte: ACNB (Assoc. dos Criadores de Nelore do Brasil) www.nelore.org.br 35
LEILÃOVILADOSPINHEIROS MOMENTOS ZZN PERES
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pelo martelo 18 lotes por R$ 1,9 milhão, média geral de R$ 103.341. Embora o foco fossem os acasalamentos, que saíram em 17 lotes a média de R$ 103.341, foi do único animal do catálogo a maior cotação do pregão. Empa FIV HVP teve 50% de sua propriedade arrematada por R$ 228.000 pela Nelore Colorado, de Marcelo Ribeiro Mendonça e irmãos. A bezerra de 11 meses é filha de Helíaco da Java em J.E.N. Ilara TE e conquistou o título de Reservada Campeã Bezerra da Expoinel de 2014. No dia seguinte, sábado, 8 de novembro, as bezerras, novilhas e doadoras dominaram a pista. A venda de 14 lotes movimentou R$ 7 milhões, média geral de R$ 518.038. Na abertura dos negócios, a Grande Campeã da Expoinel 2014 atraiu os holofotes. Lawa 3 TE PORT foi levada à pista pela parceria entre Agropecuária Vila dos Pinheiros e Fazenda Porto Seguro, de Dorival Antônio Bianchi. A novilha de 20 meses é filha de Basco de Naviraí em Fathina TE PORT. O anfitrião Jaime Pinheiro desembolsou R$ 1,6 milhão para tornar sócio majoritário na propriedade do animal, adquirindo 50% do lote. A média para os 13 lotes de fêmeas ficou em R$ 461.706,00. Também foi ofertado um super pacote de prenhez que foi adquirido pelo criador Jonas Barcelos pelo valor de R$ 1,2 milhão. Na somatória dos dois dias de vendas, a fatura total foi de R$ 9 milhões por 32 lotes à média de R$ 283.162,00.
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NELORE FEST GOIÁS MOMENTOS
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FOTOS: MAYSA CARVALHO
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Um leilão começa na escolha do canal, negociação com a leiloeira, apartação dos animais e se estende pelos acasalamentos, escore corporal, toalete e muito capricho em todos os detalhes.
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GUZERÁ
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GUZERÁ
Fazenda Palestina, uma história de sucesso e dedicação Fotos: JMMATOS
As matrizes e reprodutores produzidos pelo criatório são reconhecidos no mercado nacional e internacional como sinônimo de qualidade genética A paixão de Paulo Emílio de A. Carneiro pelo Guzerá tem início 1995. Desde então a Fazenda Palestina, localizada em Unaí/MG, abriga a criteriosa e bem sucedida criação do gado de chifres em forma
de lira, naturalmente superior em carne e leite e que tem a “cor do céu que vem chuva”, nas palavras de João Guimarães Rosa... A história de sucesso do Guzerá na Fazenda Pales-
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tina começou com a marca “PEAC” em 1995 com animais adquiridos nas regiões dos municípios de Curvelo e Governador Valadares, em Minas Gerais. Já em 1998, foi adquirido no estado da Paraíba, o rebanho e série “JAR” criado em 1895, sucessor do internacionalmente conhecido “JA” de João de Abreu (Cantagalo/ RJ). Ao longo dos 20 anos de trabalhos com o Guzerá, Paulo Emílio é reconhecido por alguns feitos históricos. Foram de suas mãos que Signo AM e Abaeté S ganharam o mercado e, posteriormente, o reconhecimento como divisores de águas na raça. Ambos vendidos por cifras recordes pela Fazenda Palestina nos concorridos leilões que pro-
movia em Brasília juntamente com Geraldo Melo e Leizer Valadão. O criatório conta com 100% dos animais com exame de DNA que qualificam pai e mãe da criação própria e aquisições. “É um compromisso com nossos clientes: entregar a qualidade e seriedade que buscam”, conta Paulo Emílio. “Além disso, há muito mais segurança na hora de planejar os acasalamentos”, completa o consultor pecuário Eros Gazzinelli, que há dois anos acompanha e assessora a Fazenda Palestina na criação de Guzerá “O ano que se passou foi de muitas conquistas. Em 2015 comemoramos 20 da marca PEAC e 120 anos da marca JAR. Desejamos elevar ainda mais a qualidade e reconhecimento do trabalho”, relata Paulo Emílio. Em 2014, a Fazenda Palestina participou da Expozebu em Uberaba com quatro animais e conquistou dois Campeonatos e dois Res. Campeonatos. “Foi a melhor performance de toda a ExpoZebu”, relata Eros. Também foi durante a ExpoZebu o lançamento do Sumário de Leite 2014 - PMGZ e Embrapa, no qual o touro Cravo TE PEAC é o primeiro dentre os 300 reprodutores avaliados. O atual Ranking Nacional vigora desde a Exposi-
ção de Curvelo, Regional MG - 2014, onde foi conquistado o Grande Campeonato da Raça com Guru PEAC, que também faturou o Campeonato Progênie de Mãe (com Nut PEAC) da Matriz Encantada PEAC, repetindo o feito da ExpoZebu. “Encantada consagra o trabalho do Paulo Emílio na raça Guzerá. Filha do Res. Grande Campeão Nacional - Advento TE JA com a Grande Campeã Nacional - Bondade FIV PEAC . Não basta ter pais famosos, premiados ou provados... Tem que se provar. E Encantada faz isso bem, liderando o Ranking de Melhor Matriz”, comenta Eros. Em Julho de 2014, Paulo Emílio organizou com o amigo Omar Resende Peres o I Leilão Guzerá Vale do Café, na emblemática Fazenda Guaritá, de propriedade do Omar “Catito” em Rio das Flores – RJ. O evento foi um espetáculo com direito a buffet espanhol, queima de fogos, muita festa, amigos e o recinto do leilão era a sala de artes do Catito, na fazenda do séc. XIX. Estava disponível o top da genética moderna, conquistamos quatro novos criadores e valorização por animal superior a quarenta mil reais, em média.” conta
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Eros Gazzinelli que foi o assessor técnico do Leilão. Os planos para 2015, conta Paulo Emílio, vão além de conquistar campeonatos e lideranças em rankings ou sumários. A prioridade é divulgar as virtudes da raça Guzerá, que merece ser reconhecida como uma ferramenta eficaz da pecuária brasileira pela sua capacidade de produzir mais carne e mais leite com menos custos ao fazendeiro. Para isso é importante a cooperação de cada criador, fazendo seu trabalho e divulgação. Assim conquistaremos novos e maiores mercados.
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Foto: JM Matos
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Foto: JMMATOS
Exemplo de sucesso!
Produtor de Gir Leiteiro investe em melhoramento genético para aumentar a lucratividade da fazenda
O
primeiro colocado na última edição da Fenagro e também o 4º melhor expositor nacional da raça Gir Leiteiro (parcial 2014-2015), o criador José Geraldo Vaz Almeida, da Fazenda Belo Horizonte, de Amargosa – BA é um apaixonado pelo Gir Leiteiro de boa procedência e qualidade. Defensor do melhoramento genético, na fazenda dele só permanece as vacas que conseguem produzir uma boa quantidade de leite e ainda
Por Viviane Santana
são bonitas e, a qualidade necessária para ganhar campeonatos nas exposições por onde passam. Agrônomo por formação, curioso por vocação, Geraldo Vaz, como é conhecido, pesquisou e buscou formas de transformar o criatório dele em uma propriedade lucrativa. “Sempre gostei muito de animais. Estudo bastante e estudei muito sobre a raça para chegar aos bons animais que temos hoje. Buscamos sempre fazer um trabalho de 48
acasalamento muito bem feito e, assim, acabamos tendo um desenvolvimento genético dentro da Belo Horizonte” explica o produtor rural. Em 2015, ele comemora os 10 anos da criação de Gir Leiteiro, satisfeito e orgulhoso de ser pecuarista e sobreviver do campo. Geraldo Vaz acredita que ao exibir animais melhorados geneticamente nas exposições agropecuárias, o criador mostra seu trabalho e compara se o que tem feito na
Foto: Divulgação
“
Tem muita gente que entrou pela janela do Gir Leiteiro para ganhar dinheiro e ganhou, mas não estão dando mais conta de continuar e estão abandonando o gado de leite. Agora quem faz o melhoramento genético, estuda a raça e realiza um trabalho sério, esse vai pra frente.” José Geraldo de Vaz de Almeida Criador, da Fazenda Belo Horizonte
fazenda, está sendo bem realizado. Mas, para ele as regras deveriam mudar. “Eu acredito que no Gir Leiteiro, as vacas que participam das pistas de julgamento deveriam ser obrigadas a participarem dos campeonatos leiteiros. Assim não teríamos `bonequinhas de pista` que não sabemos se são produtivas ou não. Além de bonita, a vaca tem que ser leiteira”, enfatiza. Para ilustrar a situação Vaz conta a história de uma novilha que ganhou melhor fêmea jovem em campeonatos por dois anos consecutivos, depois de parir não conseguiu produzir leite o bastante para alimentar o bezerro, “Foi isso que me fez participar de torneiro leiteiro. Não adianta você ter um plantel que não te dá rentabilidade” afirma. Homem de boa prosa relata outros casos e se mostra sabedor da pecuária nacional. Entende que é preciso transformar as proprie-
dades em empresas rurais e administrá-las como tal. “Tem muita gente que entrou pela janela do Gir Leiteiro para ganhar dinheiro e ganhou, mas não estão dando mais conta de continuar e estão abandonando a gado de leite. Agora quem faz o melhoramento genético, estuda a raça e realiza um trabalho sério, esse vai pra frente”, ressalta o criador. Criadores como seu Geraldo Vaz acabam sendo reconhecidas ao ganhar títulos em grandes exposições agropecuárias. Desta forma demonstram o trabalho desenvolvido nas fazendas. São as feiras, “mesmo que muito caras”, segundo Vaz, que “eternizam os nomes de quem ama e luta diariamente pela pecuária do país”. 27ª Fenagro A revista O Zebu no Brasil não poderia deixar de falar da 27ª edição da Feira 49
Internacional da Agropecuária – Fenagro. Com resultados expressivos, a última grande festa agropecuária do país contagiou produtores e público presente. Ao registrar o maior número de visitantes desde o primeiro ano de sua realização, a Feira Internacional da Agropecuária superou as expectativas de seus organizadores. O evento foi realizado entre os dias 29 de novembro e 7 de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador. Com números significativos, houve um aumento de 10% em relação à bilheteria do ano passado e a movimentação financeira alcançou a marca de 100 milhões de reais. Em 2014 aconteceram 16 leilões que garantiram cerca de 20% do total faturado. Ainda sobre números, a última edição da Fenagro registrou 800 expositores com seis mil animais, entre bovinos, equinos, caprinos, ovinos
ano”, afirmou. Salão Internacional – Segundo a Assessoria de Imprensa da Feira, o Salão Internacional da Fenagro terminou suas atividades com um saldo positivo após nove dias recebendo empresários, autoridades e representantes de da Holanda, Portugal, Cuba, França, Grécia, Alemanha, Finlândia, Uruguai e Espanha. Durante o evento, diálogos foram iniciados e propostas levantadas, aumentando as possibilidades de novas parcerias e acordos comerciais, sejam no agronegócio ou no turismo da Bahia. Segundo Wilson Andrade, cônsul da Finlândia na Bahia, um dos destaques do Salão foi o início das conversações com o país para facilitar o acesso dos exportadores
Foto: JMMATOS
e outros pequenos animais, e a feira tem ganhado cada vez mais visitante. Foram registrados mais de 30 mil estudantes das redes pública e particular de ensino que conheceram as 27 cadeias produtivas do segmento agropecuário da Bahia. Para o coordenador da Fenagro 2014, Anderson Leal, a qualidade genética dos animais expostos e a diversidade de atrações oferecidas justificam o sucesso da feira. “A Fenagro é um evento que agrada a toda a família, pois oferece programação diferenciada para todas as idades. Tenho certeza que o público saiu tão satisfeito quanto os expositores, que já nos ligam para confirmar que fizeram bons negócios e que desejam estarem presentes no próximo
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baianos no mercado do Leste Europeu. Os finlandeses atuariam como intermediários e, também, financiadores dos importadores europeus. O secretário Jairo Carneiro ressaltou a importância do Salão Internacional como um espaço que abriu possibilidades de novos negócios. “As conversações entre brasileiros e representantes dos países, que nos visitaram durante a feira, têm sido uma referência no que diz respeito à concretização de missões empresariais futuras, tanto saindo da Bahia quanto chegando. Conversamos com eles e avançamos neste sentido. O Salão deu uma dimensão internacional à Fenagro, e ele foi construído com este propósito”, afirmou.
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Contribuindo expressivamente na cadeia produtiva do leite Fotos: JMMATOS
As perspectivas da cadeia produtiva do leite no Brasil são positivas para 2015. As principais lideranças no setor afirmam que a cadeia leiteira avançou muito nos últimos anos, mas ainda será preciso novos avanços para o país se tornar um grande exportador de leite no futuro. O país saiu de uma produção de 7,3 bilhões de litros de leite na década de 1970, para atuais 35 bilhões de litros. A expectativa é de que o país assuma a terceira colocação em produção mundial de leite, embora a produtividade ainda seja considerada baixa, em torno de 1.471 litros/vaca/ano (IBGE, 2013). As estatísticas oficiais apontam que atualmente no Brasil 8,5% dos estabelecimentos de produção (cerca de 115.000 produtores de leite) são responsáveis por 53,1% do leite produzido no país. Ou seja, a grande maioria dos produtores de leite (91,5%) possuem rebanhos
que produzem apenas 46,9% do leite brasileiro. As principais razões para essa baixa produtividade incluem a utilização de animais sem aptidão para produção de leite ou com potencial genético inapropriado; manejo alimentar, reprodutivo e sanitário inadequado; baixo nível de instrução dos produtores (57% dos produtores tem pouca instrução), dificultando a utilização adequada do estoque de tecnologias disponíveis e falta de assistência técnica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo médio de 200 litros de leite e derivados por pessoa por ano. Hoje no mundo são produzidos 700 bilhões de litros de leite, para uma população de pouco mais de 7 bilhões de pessoas, o que resulta numa oferta de 100 litros por habitante por ano, a metade do recomendado pela OMS. Temos assim um mercado com grande potencial de crescimento mundial.
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No mercado doméstico, o Brasil já dispõe de 35 bilhões de litros de leite por ano, o que representa uma oferta de 175 litros por brasileiro por ano. Em breve nossa produção vai ofertar 200 litros/habitante/ano e então para crescer, teremos que estar prontos para exportar. Enquanto a inflação cresceu 358% nesses 20 anos de Plano Real, o preço do leite teve elevação de 256%, ou seja, o produto ficou mais barato, permitindo que o consumo interno fosse beneficiado. O Gir Leiteiro é a raça zebuína com aptidão leiteira que mais de destacou no Brasil nos últimos anos. O mercado aquecido de sêmen, embriões e animais possibilitou a ampla utilização das Biotecnologias da reprodução, como IA, TE e PIV, e dessa forma a multiplicação intensa contribuiu sobremaneira na própria evolução como raça pura, e também na formação da raça Girolando, raça sintética que se beneficiou dos avanços da raça Gir, e que atualmente é responsável por mais de 80% da produção de leite do nosso país, com a versatilidade de inúmeras possibilidades de frações raciais.
e para trás, na própria região do Kathiavar, na Índia, dessa forma pode se pensar em um ancestral comum com essas subespécies, há milhares de anos atrás. Por ser uma raça zebuína, de origem Indiana, a raça Gir se enquadra na subespécie Bos taurus indicus. Bovinos que possuem cupim, e notoriamente rusticidade, resistência a endo e ectoparasitas, longevidade produtiva e adaptação a climas tropicais. A raça chegou ao Brasil desde 1906, depois em 1911, mas foi no final da primeira Guerra Mundial que, de fato se estabeleceu. Os registros disponíveis apontam para o inicio do século XX – 1906, as primeiras importações de destaque de animais vivos da raça Gir desde sua origem, na Índia, para o Brasil. Essas importações continuaram até o ano de 1962, com a vinda de animais vivos. Em um primeiro momento no Brasil foi destinada e utilizada erroneamente para produção de carne, quase até a segunda metade do século XX – anos 1950/60, bem como pela maioria dos pecuaristas até o início dos anos 1970. No entanto um pequeno grupo de selecionadores iniciou um trabalho diferenciado buscando produção de leite, e na década de 1930 realizaram as primeiras pesagens de leite, dando início ao controle leiteiro. No início da década de 1970 ocorreu a intensa multiplicação da raça, e em 1973 foi o apogeu da Raça Gir com um total de 28.570 registros de nascimento, recorde que permaneceu durante muitas décadas. Depois desse momento histórico, durante as décadas de 1980
Origem e história da Raça A raça Gir é originária da Índia, e segundo sugestões da literatura sagrada hinduísta, talvez seja a raça zebuína mais antiga. A conformação craniana é uma característica peculiar da raça, pois se trata da única raça bovina com chifres voltados para baixo e para trás, e de crânio ultraconvexo, no mundo. Embora ainda existam bubalinos e ovinos de chifres voltados para baixo 52
A raça Gir é originária da Índia, e segundo sugestões da literatura sagrada hinduísta, talvez seja a raça zebuína mais antiga. A conformação craniana é uma característica peculiar da raça, pois se trata da única raça bovina com chifres voltados para baixo e para trás, e de crânio ultraconvexo, no mundo. Embora ainda existam bubalinos e ovinos de chifres voltados para baixo e para trás, na própria região do Kathiavar, na Índia, dessa forma pode se pensar em um ancestral comum com essas subespécies, há milhares de anos atrás. Por ser uma raça zebuína, de origem Indiana, a raça Gir se enquadra na subespécie Bos taurus indicus. Bovinos que possuem cupim, e notoriamente rusticidade, resistência a endo e ectoparasitas, longevidade produtiva e adaptação a climas tropicais. A raça chegou ao Brasil desde 1906, depois em 1911, mas foi no final da primeira Guerra Mundial que, de fato se estabeleceu. Os registros disponíveis apontam para o inicio do século XX – 1906, as primeiras importações de destaque de animais vivos da raça Gir desde sua origem, na Índia, para o Brasil. Essas importações continuaram até o ano de 1962, com a vinda de animais vivos. Em um primeiro momento no Brasil foi destinada e utilizada erroneamente para produção de carne, quase até a segunda metade do século XX – anos 1950/60, bem como pela maioria dos pecuaristas até o início dos anos 1970. No entanto um pequeno grupo de selecionadores iniciou um trabalho diferenciado buscando produção de leite, e na década de 1930 realizaram as primeiras pesagens de leite, dando início ao controle leiteiro. No início da década de 1970 ocorreu a intensa multiplicação da raça, e em 1973 foi o apogeu da Raça Gir com um total de 28.570 registros de nascimento, recorde que permaneceu durante muitas décadas. Depois desse momento histórico, durante as décadas de 1980 e 1990, veio o reduzido número de RGN´s, por volta de 6.000 Registros por ano, e a raça se aproximou da extinção. No ano de 1999 foram
registrados somente 5.652 animais. Somente em 2004-2005 a raça voltou a crescer e aceleradamente a partir de 2007-2008, e somente no ano de 2011 foi superado o recorde de 1973, alcançando 29.827 Registros, e em 2012, mais de 30.000 registros de nascimento. A consolidação do Gir Leiteiro foi confirmada pela divulgação dos números de registros genealógicos de nascimentos (RGN´s), durante o ano de 2012, realizados pela ABCZ. Em toda história do Serviço de Registro Genealógico das raças Zebuínas (SRGRZ) nunca se registrou tanto Gir Leiteiro como neste período, 30.031 registros, superando o recorde de 2011. Esses números mostram que o Gir Leiteiro mantém seu crescimento de forma sustentável, se consolidando como a segunda Raça Zebuína com maior número de nascimentos. Em 2013 totalizou 25.962 RGN´s pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). A seleção voltada para a produção de leite iniciou-se nos anos 1930. Desde então se tem notícias de animais com aptidão leiteira e desenvolvendo-se assim biótipos leiteiros. Como, estatisticamente, a herdabilidade da característica para produção de leite é considerada baixa, os ganhos genéticos são relativamente lentos. Dessa forma os poucos selecionadores que permaneceram nesta atividade decidiram, em 1980, pela criação da ABCGIL (Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro), e em 1985 um seleto grupo de Criadores buscou a EMBRAPA Gado de Leite para se iniciarem em conjunto o Teste de progênie, ou seja, semelhante às raças europeias, maior agilidade e melhores resultados para os seus trabalhos de seleção. Iniciaram assim os primeiros trabalhos do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro – PNMGL, cujos resultados são conhecidos mundialmente com o grande sucesso no auxilio ao selecionador de Gir Leiteiro e aos produtores de leite em países tropicais. Os ganhos de produção obtidos com o trabalho do PNMGL são notórios atualmente, e o programa completará 30 anos em 2015. 53
O Gir Leiteiro é uma raça zebuína em ascensão nas últimas décadas, quer seja quantitativamente, quer seja qualitativamente. Utilizada como raça pura e também amplamente em Cruzamentos, o Gir Leiteiro é realidade de Norte a Sul no Brasil. Fruto de um rigoroso e persistente trabalho de seleção genética que se iniciou na década de 1930 com os primeiros controles leiteiros, o Gir Leiteiro vem alcançando resultados surpreendentes na pecuária do século XXI. Nos últimos cinco anos, estima-se que a raça cresceu 15%, e o rebanho puro já tem aproximadamente 400 mil cabeças. Os programas de melhoramento genético da raça que garantem que ela tenha produtividade, longevidade e apresente bons resultados a campo. Atualmente são disponibilizados dois Sumários de Touros no mercado, o Sumário de Touros do PNMGL EMBRAPA/ABCGIL, resultado do Teste de progênie com filhas puras e mestiças dos Touros; e o Sumário da ABCZ/UNESP, somente com resultado das filhas puras em controle leiteiro oficial pelo PMGZ – ABCZ. Ambos são utilizados nos acasalamentos dirigidos e direcionamentos de rebanhos puros e mestiços. Uma importante conquista da Raça é a
maior persistência do período de lactação com uma duração média atual de 281 dias. O leite tem, em média, a seguinte composição: gordura – 4,08%; proteína – 3,18%; sólidos totais – 12,02%. O PNMGL conta com mais de 34.000 vacas avaliadas, mais de 12.000 filhas de Touros em TP, mais de 22.000 Companheiras contemporâneas, um Total de 334 Touros em TP incluídos, 296 Touros Provados com resultado para PTA Leite, e 131 Touros com resultado para linear.
Médias fenotípicas e base genética para leite
Fonte: PNMGL EMBRAPA/ABCGIL – Sumário de Touros, 2014.
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3. Machos de qualquer idade: a mãe deverá apresentar uma lactação com produção superior a 3.500 kg de leite em até 305 dias; 4. Será designada como “Lactação Especial”, a matriz de aptidão leiteira que apresentar após o termino da lactação um novo parto com um produto viável, registrado pela ABCZ, cujo intervalo entre partos não seja superior a 426 dias. A matriz que obtiver três lactações especiais sucessivas, ou em cinco anos alternados, receberá o título de “Reprodutora Emérita”.
Dados de produção de leite A média de produção de leite em 305 dias de primíparas filhas de Touros do PNMGL é de 2.985 Kg de leite. O controle Leiteiro é uma das provas zootécnicas existentes do PMGZ- Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos da ABCZ. De acordo com a ABCZ, esta prova zootécnica tem como finalidade aferir a produção de leite em um período de 24 horas, visando a identificação de indivíduos, famílias e linhagens de aptidão leiteira, dentro do rebanho e dentro das raças zebuínas. As informações coletadas também são utilizadas no processamento do Sumário de Touros, o que permite a identificação de genótipos superiores, seja na forma de animais, sêmen ou embriões. O que comprova a lactação do animal é a emissão do Certificado de Produção, denominado Relatório Individual de Lactação Oficial-RIL, onde constam as informações de genealogia, produção real, e ajustada à idade adulta naquela lactação, além do gráfico indicando a produção mensal da lactação; porém esta RIL somente é emitida para animais cuja lactação tenha mais de 4 pesagens oficiais. Para o criador acompanhar o desempenho de todo o rebanho, ou de um animal específico, fica a sua disposição o Relatório de desempenho geral ou individual respectivamente. Estes dados estão disponíveis para consulta on-line através do site da ABCZ via página das comunicações eletrônicas e também no site do PMGZ. Será considerado como Aptidão Leiteira, o animal que satisfazer as seguintes exigências: 1. Fêmeas com idade até 48 meses: que ela própria ou sua mãe apresente uma lactação oficial com produção maior que 2.500 kg de leite em até 305 dias. A produção própria sobrepõe a da mãe; 2. Fêmeas com idade acima de 48 meses: apresentar uma lactação oficial com produção maior que 2.500 kg de leite em até 305 dias;
Análise de Qualitativa do Leite (Gordura, Proteína e Células Somáticas) A análise de gordura, proteínas e contagem de células somáticas são opcionais no controle leiteiro. Usualmente realiza-se somente e análise de gordura, por ser um método de obtenção mais acessível. A amostra para análise de gordura deve ser colhida imediatamente após o leite ter sido pesado. O leite ainda contido no balde deve ser agitado para homogeneizar, pois a gordura tende-se a concentra na superfície. No caso das analises de contagem de células somáticas e proteína as mesmas deverão ser analisadas por laboratório credenciado a Rede Brasileira de Qualidade de Leite. Relatório de Pesagens de Leite (RPL) a. Deverá ser utilizado para anotação dos dados exigidos no Controle Leiteiro; b. Os animais adquiridos que por ventura ainda não tenham sido transferidos, apareceram no RPL, porém com a observação que se aguarda transferência e o acesso das informações fica restrito ao proprietário; c. Neste relatório encontra-se também uma página destinada à informação quanto ao tipo de alimento que as matrizes estão recebendo e o Regime Alimentar (RA) ao qual estão submetidas: RA 1= pasto; RA 2= pasto + suplementação (volumoso e ou concentrado); RA 3= confinamento; RA 4= RA2 + substancias galactogênicas; RA 5= RA3 + substancias galactogênicas; 55
nacha. Os pelos devem ser finos, curtos e sedosos, vermelho e amarelo e suas variações, à exceção de totalmente brancos e pretos. A pele deve ser preta ou escura, o que lhe proporciona tolerância a incidência solar, devendo ser ainda solta, fina e flexível, macia e oleosa, sendo que no úbere e região inguinal deve apresentar cor rósea. A região dorso-lombar deve apresentar-se longilínea, tendendo a retilínea, ampla e forte. A linha dorso-lombar deve ser proporcional ao conjunto do animal, equilibrada quanto à horizontalidade e largura, comprida no dorso (correspondente às vértebras torácicas e sustentação do costado, abrigando pulmões e coração), larga no lombo (correspondente às vértebras lombares, abrigando o aparelho digestivo e útero gestante), seguindo com a bacia comprida e ancas largas e aparentes. A garupa vem reunir vários aspectos: largura, comprimento e nivelamento, que irão refletir numa melhor ou pior conformação de pernas, pés e do úbere, bem como à facilidade de parto. Os íleos e ísqueos devem ser largos e espaçados, guardando as devidas proporções. Deve possuir um bom nivelamento de garupa, com inclinação entre íleos e ísquios (ângulo da garupa) de 200 a 300. O osso sacro não deve ser saliente. O tórax deve ser amplo e profundo, devendo apresentar costelas largas e longas, oblíquas e chatas, bem arqueadas, afastadas entre si, sem acúmulo de gordura, indicando grande capacidade cardio-respiratória. O abdômen deve ser longo, largo, limpo e alto. Deve ser volumoso permitindo visualizar a forma de “barril”, indicando grande capacidade digestiva. A vaca Gir Leiteiro deve ter altura e comprimento compatível com sua idade. O ideal são animais de tamanho mediano, pois são os mais eficientes em um sistema de produção a pasto. Os flancos (vazio) devem ter pele fina e evidente e apresentar ligeira concavidade. O Úbere deve ser amplo, comprido, largo e profundo, apresentando grande capacidade de
Dados de conformação Características de Conformação e Biótipo do Gir Leiteiro O PNMGL EMBRAPA/ABCGIL disponibiliza no Sumário, um total de 131 Touros com resultado para linear. Através dessas informações é possível se realizar acasalamentos dirigidos e corretivos, direcionamentos através objetivos de seleção para rebanhos, e assim se obter ganhos em conformação funcional. O sistema mamário de fêmeas Gir Leiteiro teve ampla evolução nas últimas duas décadas, principalmente nas características: tetos (comprimento e diâmetro), ligamento anterior, ligamento central, profundidade e largura de úbere posterior. O Gir Leiteiro também participa de pista de julgamento, onde o jurado avalia o conjunto do animal e através da avaliação comparativa fenotípica direciona as colocações das categorias e campeonatos. Com 34 Exposições ranqueadas pela ABCGIL em 2014, o Gir Leiteiro está presente em feiras agropecuárias de norte a sul no Brasil e com inúmeras exposições internacionais com a presença e atuação de jurados Brasileiros, como Colômbia, Equador, Bolívia, Costa Rica, Panamá, República Dominicana, Guatemala, Honduras, e México. Modelo ideal preconizado pela ABCGIL para Fêmeas: A vaca Gir Leiteiro deve apresentar ossatura forte e limpa. Quanto a angulosidade o animal deve ter formato triangular, visto de lado, de frente e por cima, com grande capacidade respiratória, cardíaca e digestiva, com garupa ampla. O Pescoço deve ser médio, leve, oblíquo, alto e bem inserido à cabeça e harmoniosamente implantado ao tronco, com musculatura pouco evidente, descarnado, no entanto, no bordo superior, a musculatura apresenta-se mais desenvolvida. A barbela deve ser média, enrugada, solta e flexível, começando bífida debaixo da ga56
armazenagem de leite, volume compatível com a idade e estádio da lactação, fazendo pregas quando vazio. A consistência deve ser macia e elástica (glanduloso) e não fibroso (carnudo). Seu piso deve ser nivelado e não ultrapassar a linha do jarrete. Deve apresentar ainda proporcionalidade entre a parte anterior e posterior. Os quartos anteriores devem se apresentar avançados para frente e aderidos ao ventre e os quartos posteriores bem projetados para trás e para cima. O ligamento central deve ser forte e bem evidente, pois irá garantir a sustentação e integridade do úbere que deve estar bem aderido à região inguinal. Quando visto por trás, evidencia-se o sulco do ligamento suspensor central. Está diretamente ligado a longevidade do úbere e permanência do animal no rebanho. O quarto anterior do Úbere deve ser amplo e volumoso, com ligamentos fortes e bem aderidos na região iguinal. O quarto anterior do Úbere deve ser amplo e volumoso, com inserção suave no abdômen, possuindo ligamentos fortes e bem aderidos. Os Tetos devem se apresentar íntegros e simétricos, ter comprimento de 5 a 7 cm, diâmetro de ±
3,3 cm, espassadas entre si, centradas no quarto, verticais e paralelas, perpendiculares ao solo. A vascularização do Úbere deve ser bem conformada e com bastante drenagem através de diversas veias aparentes, tortuosas, de preferência ramificadas e penetrando por dois ou mais orifícios, além de possuir, no abdome, veia mamária de grosso calibre. Os membros anteriores devem ser de tamanho médio com ossatura forte; espáduas compridas e oblíquas, inserindo harmoniosamente ao tórax, o braço e antebraço com musculatura pouco evidente, com joelhos e mãos bem posicionados. O ângulo dos pés deve ser de aproximadamente 45o. Os membros posteriores devem ser limpos, mas com boa cobertura muscular, não devendo apresentar culote pronunciado, com tendões e ligamentos evidentes. Vistos por trás, os membros posteriores devem ser bem afastados um do outro para dar lugar a um úbere volumoso. Deve possuir aprumos íntegros, com articulações fortes, angulação correta e jarretes bem posicionados. O ângulo das quartelas nos cascos deve ser de aproximadamente 45o. 57
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cativos para corte. A linha dorso-lombar deve ser proporcional ao conjunto de anterior, procurando-se maior largura e correção quanto ao seu nivelamento. Sua maior largura permite uma boa implantação das costelas, o que vai interferir diretamente no volume e forma do tronco. A garupa deve ser ampla, comprida e com bom nivelamento entre os íleos e ísquios. Numa visão posterior, o reprodutor Gir Leiteiro deve apresentar membros de volume muscular médio e delgado. Seus aprumos devem ser corretos com estrutura óssea limpa e de qualidade. Os testículos devem ser normais quanto à forma, desenvolvimento e simetria, com bolsa escrotal constituída de pele fina, bem pigmentada. O conjunto umbigo-bainha-prepúcio deve apresentar-se corrigido, bem direcionado e sem prolapso de prepúcio.
Modelo ideal preconizado pela ABCGIL para Machos: A cabeça deve apresentar chanfro mais largos e curtos que nas fêmeas. O pescoço deve ser proporcional à cabeça quanto ao seu comprimento. O cupim deve ter a forma tradicional e volume proporcional à idade, bem implantado sobre a cernelha, em forma de rim ou castanha de caju, apoiado sobre o dorso. As espáduas devem apresentar uma cobertura muscular proporcional a idade, porém sem excessos, pois este é um indicativo de força leiteira. O peito deve ser bem amplo, largo, com cobertura muscular intermediária, porém, sem acúmulo de gordura. O tronco deve apresentar abdômen volumoso e o costado apresentar costelas longas, chatas, bem espaçadas e evidentes, descaracterizando o animal cilíndrico, que tem predi-
Tatiane A. Drummond Tetzner
Médica Veterinária D.Sc., Mestre e Doutora em Reprodução Animal UNESP Especialista em Julgamento das Raças Zebuínas FAZU/ABCZ Jurada Efetiva ABCZ (ACNB, ABCGIL, ACGB) e Girolando Gerente de Produto Leite CRV LAGOA tatianevet@hotmail.com 58
REVISTA O ZEBU NO BRASIL
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TABAPUÃ
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TABAPUÃ
Uma raça puramente brasileira
As vantagens do Tabapuã para reprodução se destacam entre os zebuínos O Tabapuã tem sido aperfeiçoado durante décadas no Brasil, sempre buscando aumentar os índices de produtividade. É um gado de excelente conformação para corte, notável aptidão maternal, docilidade e seletividade. A raça se destaca pela precocidade sexual e fertilidade, com pouca idade no primeiro parto; lactação constante e abundante que garante o alimento adequado para o crescimento da cria; boa qualidade da carne, de fácil adaptação em regiões climáticas diferentes e por sua homogenei-
dade morfológica e racial. Outra característica própria desta raça é o bom ganho de peso. Tanto a pasto como em confinamento, demonstrando grande potencial em rendimento de carcaça. Os animais são campeões de peso aos 205 dias e chegam a ser abatidos com 30 meses. O Tabapuã é muito utilizado nos cruzamentos entre raças, seja em gado de leite ou de corte. O Tabanel, fruto do cruzamento com Nelore, tem produzido grandes resultados. Já o Tabolando, cruzamento com o gado holan60
dês, gera animais fortes, dóceis e com melhor desempenho produtivo. Também tem sido utilizada em cruzamento com outras raças, para melhoria do gado europeu e, tem participação importante em experimentos com Hereford, reduzindo a taxa de mortalidade e de boa produtividade e gerando animais rústicos. Com mais de 21.000 animais registrados em 2014, é um rebanho crescente e reconhecido pelo trabalho dos criadores nos pastos e nas pistas de julgamento.
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BRAHMAN
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BRAHMAN
Genética + Manejo = R$
Com foco no manejo da pastagem e genética de boa procedência, criador de Brahman consegue aumentar os lucros da propriedade Fotos: JMMATOS
Por Viviane Santana A busca incansável pelo melhoramento genético do Brahman é o que tem movido os criadores desta raça. Com características produtivas e reprodutivas bem desenvolvidas, formidável adaptabilidade e resistência ao calor e a doenças, eles são considerados um dos melhores exemplares de gado bovino para ter nas propriedades que buscam desempenho na produção de carne. E não poderiam ser diferentes, afinal, esses animais são frutos dos cruzamentos entre o Nelore, Gir, Guzerá e Krishna Valley, pura genética. E ela conta muito, mas, se os produtores não se preocuparem como o plantel será conduzido, é certo que no final do mês ou vai sobrar muito
pouco dinheiro ou o criador vai estar no vermelho. Para que isso não aconteça, é preciso unir eficiência do rebanho + eficiência no manejo. O resultado: lucratividade. A Fazenda Braúnas Imagine ter uma fêmea que pari um bezerro por ano, e essa cria é desmamada aos seis meses, com seis arrobas. Parece impossível, mas não é. A 80 km de Belo Horizonte, em Funilândia, fica a Fazenda Braúnas. Atualmente, podem ser vistos na propriedade que trabalha com animais de elite e para confinamento, cerca de 1000 exemplares entre Brahman e meio sangue. Destes, pelo menos 50% deles são totalmente produtivos, com 100% de avaliação positiva 62
e esta é a razão para permanecerem no plantel. A cada dia, Adalberto Cardoso, um apaixonado e propagador da raça, trabalha para melhorar a genética e a forma de manejo implantada na Fazenda Braúnas. Mesmo contente com os resultados ele busca sempre o aperfeiçoamento. Para fazer a seleção do plantel, Adalberto explica que é comum nas propriedades rurais as fêmeas parirem a cada 18 meses e que, em uma fazenda com manejo eficiente, o tempo é reduzido em três meses, mas ele quer mais. “Você ter um bezerro a cada 15 meses não é muito difícil. Agora quando você busca um bezerro por ano, no seu rebanho o gado tem que ser fé-
rtil acima da média. Aqui - na Fazenda Braúnas - as fêmeas tem que ficar prenhas em até 60 dias, depois do começo da estação de monta, senão, elas são descartadas e vendidas”, esclarece. Outro fator considerado importante para as vacas permanecerem plantel é a questão da habilidade materna. Na propriedade de Adalberto, elas têm que conseguir alimentar e engordar os bezerros apenas com o leite que produzem. “Se as vacas não conseguirem criar bem os seus filhos, esse é mais um motivo para tirá-las do rebanho. Nós precisamos desmamar os animais com 6 arrobas em 6 meses, ou seja, ganhando um quilo por dia”, enfatiza. Para chegar a esses resultados, o criador de Brah-
man segue os índices do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos, da ABCZ) e assim consegue medir a eficiência do rebanho. O assunto é levado tão a sério que dos machos BR 77 Braúnas, apenas 50% deles recebem o carimbo de 100% avaliado. Mesmo passando por todo esse processo de eficiência genética, muitos deles esbarram em uma série de itens que o impedem de receber o título de eficácia. Os outros 50% vão para o confinamento e, segundo Cardoso, “as crias de Brahman são muito mais eficientes na engorda que as outras raças do mercado”. O resultado disso, maior lucratividade na comercialização desses animais que recebem uma valorização melhor. “Quando o produtor 63
chega à fazenda e vê os dados, os resultados, e mostramos quem é a mãe, que ela pari todo ano e que o touro participa de todas essas condições, o cliente analisa a situação e tem coragem de pagar um pouco mais pelo produto que está adquirindo”, afirma. Outro diferencial da Fazenda Braúnas é que ela garante a venda de seus animais. Caso o produtor não esteja satisfeito, pode haver uma renegociação. Um touro, por exemplo, pode ser devolvido e trocado. “Pra mim, essa é a primeira condição, o cliente tem que estar contente com o animal que comprou. Um cliente satisfeito volta, já um descontente tira 10 criadores que poderiam fazer negócio conosco”, diz Adalberto. E porque o trabalho de
melhoramento genético só se torna eficaz com o manejo eficiente? É isso que você vai descobrir agora. Pequena, com apenas 400 hectares, destes 90 hectares são reserva, 30 destinados ao plantio de eucalipto, o restante é divido entre lavoura, área para fazer a alimentação do gado e outra para rotação destes animais. Em média, a propriedade possui cerca de quatro animais por hectare. “Se você comparar com a média nacional, que e de ½ animal por hectare, a Fazenda Braúnas é toda produtiva. Trabalhamos no sistema integrado/rotacionado e é isso que achamos importante manter para chegar à qualidade de genética que um criatório precisa”, explica. Todos os fatores se re-
sumem a um motivo, chegar ao final do ano com dinheiro no bolso. O produtor rural ao fazer o balanço de fim de ano tem que chegar a conclusão que teve rentabilidade. Se isso não acontece, alguma coisa está errada. Por isso é tão importante transformar as propriedades em “empresas rurais”. No caso de Adalberto, o gado de elite ainda não é rentável o bastante e ele acaba tirando o complemento da fazenda com os animais confinados. “Normalmente, o animal é abatido no Brasil com 24/25 meses e 17/18 arrobas. Nós abatemos animais em torno de 16 meses e 16 arrobas, são considerados superprecoces. Isso significa que, no mesmo espaço de tempo, nós ganhamos o dobro e assim, acabo tendo mais rentabilidade”, en-
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fatiza. E esse trabalho de qualidade é incansável e incessante. Para que o dinheiro apareça, o ditado cai muito bem: “É o olho do dono que engorda os porcos”. Adalberto está toda semana na fazenda e tem uma equipe capacitada para fazer todos os trabalhos realizados na Braúnas. Além disso, investe em pastagem, em bons animais, em medicamentos e tudo mais para trazer a eficiência ao plantel. “Eu estou muito satisfeito. Tenho pouca disponibilidade de animais pra vender e a minha fazenda vai muito bem. Eu estou dando minha contribuição pra raça e todos os criadores deveriam fazer isso. Sou criador de Brahman e estou muito feliz”, finaliza.
BRAHMAN
Com investimento certo, raça traz Foto: JMMATOS
bons resultados a criadores
Por Viviane Santana Satisfação - essa é a palavra que define o pecuarista Olídio Blanc, em relação ao criatório de animais Brahman. Desde 2009 a Fazenda do Arrojo, em Esmeraldas-MG, se dedica à criação da raça com responsabilidade e foco permanente no melhoramento genético da raça, mas não esquece jamais de como cuidar do plantel. Seu braço direito, o diretor agropecuário, João Cervoni explica que uma propriedade sem manejo eficiente não se sustenta. “Nós que trabalhamos com a genética temos que nos preocupar com a interação com o ambiente, ou seja, um manejo eficiente, com etapas identificadas e
uma equipe bem treinada. Se não for assim, não se consegue ter os parâmetros para avaliar a genética e os resultados não aparecem”, esclarece. Buscando sempre melhorar os resultados, há dois anos o produtor mudou a forma de manejo. Desde 2013, todos os animais são criados no sistema extensivo (a campo). A ideia é que para alcançar a excelência em melhoramento genético, um criatório deve oferecer a mesma condição de criação para todos os animais e deste modo é possível identificar animais geneticamente superiores. Depois da mudança está ainda mais feliz em criar a Raça Brahman. Os resultados 65
apareceram. “No ano passado meu planejamento de vendas, que era pra ser fechado em 11 meses, foi fechado em 8 meses. Em 2015, a ano promete ser muito produtivo. A arroba está valendo mais, nós esperamos fechar ótimos negócios, iremos repetir os 2 leilões que realizamos e continuar a trabalhar para aumentar o plantel com toda essa qualidade que temos. Eu acredito muito na raça Brahman e neste ano, que já começou promissor acreditamos muito no potencial na raça devido a suas ótimas características econômicas - precocidade, acabamento de carcaça e docilidade”, complementa João.
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REVISTA O ZEBU NO BRASIL
Foto: JM Matos
SINDI
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SINDI
A Exposição Nacional da raça Sindi 2014
Por: Luiz Mendez
Fotos: Divulgação
A 73ª Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados aconteceu de 16 a 23 de novembro de 2014, no Parque de Exposição Professor Antônio Coelho, em Recife/PE. Foram inscritos 172 animais de 16 criadores e expositores dos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e São Paulo. Bem apresentados e de elevada caracterização e pureza racial os animais atrairam os olhares de criadores e visitantes da Feira. Foram comercializados R$ 800.000,00
entre leilão e argolas. O diferencial foi à Casa do Sindi, um local climatizado e aconchegante para receber os visitantes, rever os amigos. O ponto de encontro onde a troca de informação foi um dos pontos fortes. A Casa do Sindi recebeu criadores de todas as raças que não deram trégua aos tratadores com questionamentos. Segundo a organização da Feira as metas foram superadas, triplicando as vendas. O Leilão Zebu Milenar, promovido por Sérgio Rezende, Cornélio Brennand e Ma68
nassés Rodrigues, vendeu 23 lotes, distribuídos entre 18 compradores, com faturamento de R$ 285.000,00, média de R$ 12.840,00. O destaque ficou por conta da Capitu da Igapo, comercializada por R$ 48.000,00, vendida por Rodrigo Vasconcelos e Cornélio Brennand e arrematado por Adáldio Castilho, José Eduardo e Felipe Curi. O criador Sérgio Rezende ressalta que “esta exposição representou um grande triunfo da verdade zootécnica da raça Sindi ao demonstrar que, apesar da severa estia-
gem que aflinge o Nordeste há quase 5 anos, a pior dos últimos 80 anos, o zebuíno Sindi é o organismo animal mais adequado à criação e exploração ecônomica no semiárido, por suas virtudes milenares de rusticidade, habilidade materna e principalmente por sua comprovada capacidade de produção de leite e carne, em condições bioclimatológicas adversas”. Justamente por essas virtudes zootécnicas a raça Sindi, passa por um momento especial na sua trajetória no Brasil, com uma forte demanda tanto para a criação em estado de pureza racial, como para uso em cruzamentos inter-raciais, para produção de bovinos rústicos leiteiros ou de corte. O julgamento ficou a cargo do trio José Eduardo, Fausto Siqueira e João de Fa-
ria, que fizeram um belo trabalho. Foram consagrados como melhor expositor Cornélio Brennand e melhor criador Pompeu Borba. O Grande Campeão – Divino FIV CARIRI, do Criador Josemar França e a Grande Campeã – Babilônia da Porangaba de Felipe Curi. No torneio leiteiro a campeã vaca jovem foi Castonhola, de propriedade da Caroatá Agronegócios, Fa-
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zenda Lagoa do Cavalo, Gravatá/PE, com média diária de 17,443kg. A campeã vaca adulta, também de propriedade da Caroatá, foi o animal Duquesa, com média diária de 18,771kg. A Exposição Nacional contou com o apoio da Sociedade Nordestina dos Criadores, da ABC Sindi e foi coordenada pelo Núcleo dos Criadores de Sindi de Pernambuco.
SINDI
O queridinho da vez Fotos: JMMATOS
Dupla aptidão que agrada os criadores da raça Por Viviane Santana Até podemos dizer que o Sindi tem feito muitos criadores brilharem os olhos. Afinal, o gado vermelho é considerado autossustentável, produtivos e financeiramente rentáveis. Mais todas essas qualidades tiveram início há mais de meio século. Desde que chegou ao Brasil, em meados da década de 1950, importado pelo cientista e o primeiro diretor do Instituto Agronômico do Norte (IAN), Felisberto Camargo, tem ganhado cada vez mais espaço nas fazendas de todo país. História que começa com o fretamento de um avião
cargueiro inglês e a aquisição de 31 animais da raça, sendo 28 fêmeas e 3 reprodutores. O que parecia ser fácil acabou virando um drama. Como o Governo Federal, departamentos e os EUA não queriam a chegada de mais uma raça, na região norte do país, o que deveria ser 40 dias de espera se transformou em 15 meses para que o gado chegasse aos pastos brasileiros. Prazo em que foi liberado da “quarentena”, da ilha de Fernando de Noronha. De lá pra cá, foram cerca de três décadas entre expansão e pesquisas e até quase extinção da raça. His-
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tória que recomeça, segundo o site da Associação do Sindi no Brasil com “o paulista José Cezário de Castilho (único criador que insistiu no registro do rebanho). Numa parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 1980, Castilho disponibilizou animais para serem avaliados na ocupação do semiárido nordestino, especificamente na região de Patos”. E foi aí que o queridinho do momento retornou ao cenário da pecuária nacional. Situação confirmada, quando em 2001 a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, a ABCZ voltou a regis-
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trar a raça na categoria Puro de Origem (PO), após a aprovação do registro genealógico dos animais da Emepa e da Embrapa-CPTAU, por parte do Ministério da Agricultura, através de seu Departamento de Fiscalização e Fomento da Produção Animal. E todas as conquistas, não só para a raça, como também para a pecuária brasileira fizeram o Sindi ganhar espaço no mercado. Também, não poderia ser diferente, afinal, existem características que agradam aos produtores. São animais de dupla aptidão e este já é um dos diferenciais, além disso, em geral são pequenos, com boa aparência e adaptam-se facilmente a diversos tipos de
condições de clima e solo, principalmente onde existam poucos recursos alimentares. Com ótimo desempenho na produção de leite são considerados excelentes para o abate. Características comprovadas pelos criadores. “O Sindi é provado na produção de carne pelo rendimento de carcaça, e vem mostrando novos recordes na produção de leite, a mansidão, a fertilidade e prolificidade. Na raça tem matrizes que já ultrapassaram os 30 litros e isso nos dá a possibilidade de fazer a seleção voltada para leite ou carne, o criador direciona seu trabalho.”, a declaração é do produtor rural Sérgio Malta de Resende, da Fazenda São Pedro, de São José do Egito – PE. Criador da raça há 7 anos
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é um divulgador apaixonado pelo Sindi. Acredita que esses animais têm muito a mostrar aos criadores brasileiros e que eles por si só demonstram, a cada dia, que são excepcionais para fazer parte do plantel. “Criamos o que é produtivo, poderia ser qualquer raça, desde que nos de renda e nos permita fazer investimentos, esse é o principal motivo. Tudo que falamos do Sindi vem sendo provado no campo, assim, acabam as dúvidas”, explica Sérgio. A cada dia essas qualidades se evidenciam com o melhoramento genético e, foram esses investimentos que chamaram a atenção na 11ª Exposição Nacional da Raça Sindi.
Em 2015 Atualmente, o mercado está em ascensão para os pequenos notáveis. 2014 foi considerado um ano excelente para a raça, que ganhou espaço na comercialização de animais de elite e de produção. A abertura das fronteiras do nordeste, com o reconhecimento de Zona Livre com Vacinação, proporcionou a grande integração com o resto do Brasil. Além disso, o setor de leite do Sindi a cada dia ganha mais vigor, é o que explica o produtor Adáldio José de Castilho Filho. No ano passado, durante a Expozebu 80 anos, foi implantado o Campeonato Persistência para premiar uma fêmea, independente
da categoria, que consiga manter boa produção de leite depois de seis meses de parida e já carregando outro produto no ventre, e a grande campeã foi a vaca Paz da Estiva, um exemplar do Sindi. Resumindo, as fêmeas desta raça produzem e produzem muito. Para 2015 algumas novidades. A ABCSindi estará de casa nova em Uberaba e pretende firmar e ampliar a parceria com a ABCZ. Com ela ficará mais fácil continuar a desenvolver projetos de cruzamento entre ao Sindi e o Holandês (Sindolando), já realizado há pelo menos cinco anos. Outra novidade é que a Associação tem novo presidente, Ronaldo Andrade Bichuette, empresário e criador de Sindi, foi eleito no
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dia 31 de janeiro para a gestão 2015/2017. À frente da ABCSindi terá entre os desafios: fazer a divulgação da raça, para que ela se consolide ainda mais, realizar um trabalho institucional com os próprios criadores e associados. “Acredito que devemos procurar as instancias superiores como: Ministério da Agricultura, Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, o Prefeito de Uberaba - Paulo Piau, que conhece o agronegócio, porque temos que abrir um canal para receber mais apoio desses setores. Eu e os criadores acreditamos muito no Sindi para somar junto a pecuária nacional, tanto no leite como no corte” - finaliza Bichuette.
Foto: JM Matos
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INDUBRASIL
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INDUBRASIL
Indubrasil ganha força no mercado estrangeiro Fotos: JMMATOS
O Indubrasil é a única raça zebuína genuinamente criada e desenvolvida no Brasil. Dentro das muitas características o animal é conhecido pela sua docilidade, rusticidade, excelente ganho em peso, tanto a pasto como em confinamento. Talvez isso justifica tamanho sucesso da raça no mundo. Segundo o pecuarista Djenal Tavares Queiroz Neto estima-se que existam apenas 10% do total de matrizes Indubrasil no Brasil e a grande quantidade restante está no exterior. “A raça Indubrasil está muito bem posicionada no exterior, sendo admirada e criada por ter qualidades econômicas que credenciam o seu crescimento”, destaca. Djenal comenta que o melhoramento genético do Indubrasil está aperfeiçoando a raça, que apresenta um
animal equilibrado, produtivo e eficiente, respondendo aos desafios da pecuária moderna e competitiva. Justamente suas qualidades fazem com que exista uma boa aceitação e um crescimento da raça em todo o mundo. “Podemos destacar ainda como atrativo da raça, a precocidade de acabamento de carcaça, sua boa conformação frigorífica, excelente habilidade materna, boa conversão alimentar, além da fertilidade e adaptação a todos os sistemas de manejo e em todas as regiões”, garante. Ele aponta a percepção que o estrangeiro observa sobre o Indubrasil. “Conforme a cultura 74
e as características próprias de cada país, a raça vai ganhando espaço de uma forma particular. Sobretudo os pecuaristas do mundo admiram o Indubrasil pela docilidade, rusticidade e por ser um animal que apresenta um desempe-
nho individual excelente, fator importante em pequenas e médias propriedades de criação intensiva. Tanto quanto raça pura, mas especialmente nos cruzamentos o Indubrasil é aprovado mundo afora.”, garante. Atualmente, o Indubrasil está em países como Estados Unidos, México, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Tailândia, Indonésia, Austrália, e em alguns países africanos, em torno de 20 países criando e desenvolvendo o Indubrasil como raça pura. Djenal destaca que a adaptação e o desempenho econômico da raça nesses países foram o que garantiram a permanência e o crescimento do Indubrasil no mundo. “Muitas exportações de Indubrasil aconteceram desde a década de 1940 e até nos dias de hoje acontecem negócios com genética de Indubrasil para a Ásia, África e EUA. Atualmente este mercado está sendo dominado pelos mexicanos”, completa. Djenal afirma que é na Tailândia que se encontra o maior número de criadores
e exposições da raça, bem como um grande comercio de sêmen. Para crescer a raça nesses mercados, as associações de criadores de zebu realizam exposições que reúnem muitos animais e um grande público para ver os melhores exemplares. “É impressionante a força da raça na Tailândia, as exposições aglomeram centenas de pessoas que prestigiam o Indubrasil e querem ver e conhecer os grandes campeões”, diz. De acordo com o pecuarista, a raça já é uma realidade incontestável em todo o mundo, inclusive em países com pecuária muito competitiva como no caso dos EUA. O pecuarista procura o Indubrasil pelo seu desempenho produtivo e principalmente para cruzamentos. Muitos criadores de Indubrasil vêm ao Brasil em busca de informações sobre a raça. “O intercâmbio de informações acontece também através das redes sociais, e-mail, enfim por todo os mecanismos que existem hoje. Todos os anos, recebemos visitantes que desejam conhe-
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O ZEBU NO BRASIL cer a raça no BrasilREVISTA e também adquirir material genético”, acrescenta. Em contra partida, para melhorar ainda mais a boa imagem do Indubrasil, nos países exportadores e conquistar novos mercados, os pecuarista brasileiros continuam trabalhando no desenvolvimento da raça. “Somente melhorando o gado no Brasil, pode-se ajudar no crescimento da raça no mundo. Este é o papel que os brasileiros buscam desempenhar e a responsabilidade é do Brasil. Felizmente, a seleção da raça está sendo muito boa e o Indubrasil está sempre melhor”, destaca. Djenal conclui afirmando que existe a necessidade de uma maior atenção dos brasileiros para com a raça Indubrasil, e buscar conhecer o sucesso que ela conquistou no exterior. “Uma descoberta do Indubrasil moderno que é desenvolvido no Brasil e que todos os países que criam a raça sempre vão necessitar deste material genético, bebendo na fonte para ser cada vez mais forte e eficiente”, finaliza.
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Foto: JM Matos
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EQUINOS
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CRIOULO
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EQUINOS
Cavalo Crioulo:
parceiro para toda hora
Fotos: Divulgação e JMMATOS
Um companheiro nas pistas, na lida campeira e nos momentos de lazer. Assim pode ser definido o cavalo Crioulo. Por esta multifuncionalidade, a raça tem sido cada vez mais requisitada e vem ganhando espaços em criatórios de todo o país. Apesar da beleza e do temperamento dócil, sua rusticidade, facilidade de adaptação e resistência são algumas das características mais marcantes. O cavalo Crioulo é um animal de coragem, ativo, bondoso, inteligente, longevo, e hoje comprovadamente versátil, pois se destaca em todas as exigências que lhe são impostas. O cavalo Crioulo tem sua origem nos equinos Andaluz e Jacas espanhóis, trazidos da península ibérica no século
XVI pelos colonizadores. Estabelecidos na América, principalmente na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, muitos desses animais passaram a viver livres, formando manadas selvagens que, durante cerca de quatro séculos, enfrentaram temperaturas extremas e condições adversas de alimentação. Essas adversidades imprimiram nestes animais algumas de suas características mais marcantes: rusticidade e resistência. Conhecido como “o pequeno grande cavalo das Américas”, o Crioulo é um equino caracterizado pela silhueta harmônica e pelo equilíbrio perfeito. Seu padrão racial admite praticamente todos os tipos de pelagens, exceto pintada e albina total. O peso va84
ria entre 400 e 450 quilos e a altura mínima admitida para as fêmeas é de 1,38 metro e nos machos de 1,40 metro, já a máxima para fêmeas é 1,48 metro e para machos é de 1,50 metro. Desde que passaram a selecionar seus cavalos Crioulos, os criadores da raça sempre foram norteados por um princípio básico: estes animais precisariam ser bons para o serviço. A faina com o gado e as lides cotidianas do campo fazem parte da essência da raça e consolidaram no cerne de sua origem a chamada “vocação vaqueira”, complementada mais tarde pela triagem instituída por ferramentas de seleção, que ainda hoje contribuem para o constante aperfeiçoamento dessa virtude. Somadas a esta predisposição
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estão algumas características naturais do Crioulo como a sua rusticidade e resistência. Tais particularidades distinguem esse animal como um incansável trabalhador e tornam ainda mais simples e menos onerosa a sua manutenção, sem a necessidade de cuidados excessivos. Atualmente, o Crioulo se mostra competente para o trabalho nas mais diversas condições e se adapta facilmente a diferentes exi-
gências como o pastoreio de gado zebuíno no sudeste e norte do país. A estatura mediana, o trote cômodo, o temperamento dócil e a estrutura harmoniosamente bela fazem do cavalo Crioulo um bom animal de sela dedicado ao lazer e tem conquistado cada vez mais usuários de animais de cavalgadas, carruagem atrelada ou simplesmente de passeios e trilhas a cavalo.
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Atento ao crescente número de adeptos dessas modalidades assim como de interessados em adotar alguma dessas práticas, o mercado vem se moldando para atender às demandas exigentes deste novo público do cavalo. Os usuários representam hoje uma das parcelas mais crescentes entre os novos clientes, responsável por absorver significativa quantidade da produção. Já para quem quer
competir, ao crioulista está disponível uma vasta gama de modalidades. No total são 12 oficializadas pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) sendo, dessas, três utilizadas como ferramentas de seleção: O Freio de Ouro, a Morfologia e a Marcha de Resistência. Recentemente lançada, a Tríplice Coroa é uma premiação especial que congrega as três ferramentas em favor da promoção de um cavalo completo. Além das modalidades seletivas, há ainda opções de esporte voltadas a atender os adeptos da competição. Algumas delas requerem treinamento e relativa experiência na montaria, como a Paleteada, a Rédeas, o Crioulaço e o Movimiento a La Rienda, mas também existem outras menos exigentes tecnicamente como a Campereada (Team
Penning) e o Enduro, que podem ser facilmente praticadas por iniciantes. Para os fãs do Freio de Ouro, há ainda as modalidades criadas nos mesmos moldes da seletiva, porém, direcionadas à públicos específicos como o Freio Jovem – disputado nas categorias Infantil, Juvenil e Aspirante, Masculino e Feminino - e o Freio do Proprietário, que estimula o próprio expositor a montar, nas categorias Amador e Amador Master. As competições da raça, além de promover um constante melhoramento, tanto em termos de resistência física quanto de conformação morfológica e performance funcional, são também responsáveis pela valorização dos cavalos no mercado. A comprovação do bom desempenho em pista habilita os animais ao mérito, o que garante
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a eles uma projeção diferenciada e, consequentemente, maior interesse comercial. Para quem quer começar na criação, o mais importante é ter a consultoria de um dos técnicos credenciados à ABCCC. Estes são profissionais autônomos das áreas de Zootecnia, Medicina Veterinária e Engenharia Agronômica, igualmente habilitados a assessorar o criador desde o momento da seleção, compra de seus exemplares, passando pelo manejo, reprodução e treinamento dos mesmos. Eles são indispensáveis nos processos cartoriais como resenhas de potrancos, confirmação de fêmeas, concentração de machos e revisões coletivas. Atualmente são 29 os habilitados a prestar esse serviço. Os técnicos deslocam-se permanentemente por todo o território nacional, a
fim de atender a todos os criadores. Expansão movida por ações Com o crescimento do interesse pelo cavalo Crioulo em todo o país, o desafio da ABCCC neste ano é aproximar os produtos e serviços da entidade dos criadores do Centro e do Norte do Brasil. Uma das primeiras iniciativas será a abertura de uma subsede da associação em São Paulo, mais precisamente no Parque da Água Branca, na capital paulista. Além disso, eventos de modalidades tradicionais da raça serão realizados em alguns estados brasileiros. Assim como em 2014, este
ano será marcado por etapas de passaporte da Morfologia em algumas regiões do Brasil. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul receberão eventos classificatórios para a grande final que ocorre durante a Expointer, em Esteio (RS). No Freio de Ouro, principal competição da raça Crioula e que movimenta um grande número de criadores, também terão eliminatórias em São Paulo e no Distrito Federal. E o Rédeas de Ouro, que teve suas duas primeiras edições realizadas em Porto Alegre (RS), neste ano será realizada no estado de São Paulo. A Fazenda Barrinha, no município de Espírito Santo do Pinhal, que fica a 190 quilômetros da
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capital paulista, será a sede do evento nos próximos dois anos. Os números econômicos da raça Crioula também são animadores. Segundo estudo da Esalq, o movimento financeiro do cavalo Crioulo gira em torno de R$ 1,28 bilhão por ano gerando 240 mil empregos diretos e indiretos. Em 2013 o faturamento em vendas de animais da raça foi de R$ 183 milhões, recorde que tem sido batido ano após ano. Os interessados em criar cavalo Crioulo podem acessar o site www.querocriarcavalocrioulo.com.br e conhecer a raça. Outras atividades como eventos e serviços podem ser encontradas no site www. abccc.com.br.
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SENEPOL
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SENEPOL
A evolução do Senepol caminha lado a lado do desenvolvimento pecuário
Após várias tentativas de criar um animal que produzisse carne de qualidade em regiões tropicais, nasce, em meados do século XIX, no Caribe, um taurino apto para revolucionar a pecuária de corte A raça que se consagra por onde passa e conquista a admiração dos produtores pelas vantagens que apresenta é fruto do cruzamento realizado, em meados do século XIX, através da utilização de duas raças taurinas: de um lado, a britânica Red Poll; de outro, a africana N’Dama. O Senepol foi concebido a partir do anseio de possibilitar a produção eficiente de animais de corte em Saint Croix, pequena ilha americana no Caribe.
Domiciliada no centro da Ilha, a família Nelthropp fornecia para a população, a partir da fazenda Granard States, proteína oriunda de bovinos, cruzados de várias experiências com raças diversificadas. Isso aconteceu até 1889, ano em que o patriarca da família, Henry Nelthropp, investiu no taurino N’Dama, originário do Oeste da África, de regiões da Guiné-Bissau, do Sul do Senegal, Mali, Serra Leoa e Costa do Marfim. De-
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vido às características, ela se espalhou, também, por Congo e Zaire. O que se esperava com a aquisição da raça N’Dama é que essa conseguisse produzir carne com valores nutricionais eficientes, nas condições que a ilha proporcionava. A raça, não bastasse, apresentou boa conversão alimentar – transformando o alimento de baixo valor agregado em proteína de qualidade e com pouca gordura –, resistente a para-
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sitas, tendo o porte médio de um metro na altura da paleta, para as fêmeas, e 1m20 para os machos. Apesar da eficiência produtiva, a N’Dama fornecia pouco leite – cerca de 3 kg/dia.
tagem e com extensos períodos de seca. A inquietação da família fez com que o responsável pelo rebanho, Henry Nethropp, o filho mais velho, fechasse a seleção em busca de animais mais produtivos. Embora fosse o primogênito o responsável pelo criatório, foi o irmão Bromley que encontrou solução para o plantel. Assim, em uma viagem para Trindad, ilha ao sul do Atlântico que, em 1918, Bromley buscou pontualmente alternativas de melhorar a
De acordo com estudos realizados pela Universidade Estadual de Oklahoma (EUA), os resultados em escores dos bezerros N’Dama eram bons, mas ainda não atendiam as expectativas de Nelthropp.
Com um rebanho de 250 cabeças, buscava produzir um animal que fornecesse mais leite para as crias e, além disso, que estivesse pronto para suportar as altas temperaturas do Caribe, carente em pas-
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Acredito que o aumento do número de sócios ocorreu pela ampla divulgação dos conceitos da raça e, com as provas realizadas com o Senepol, houve a comprovação que efetivamente os animais proporcionam aos criadores aquilo que divulgamos nos últimos anos em termos de qualidade” 91
Gilmar Goudard Presidente da ABCB Senepol
SENEPOL qualidade do rebanho. O herdeiro adquiriu o touro Captain Kidd, renomeado Douglas ou Sultan, designação que não fica claro, uma vez que existem duas versões para a aquisição do animal. Uma, de 1953, e outra relatada em 1972. O que se sabe é que esse reprodutor foi comercializado por 2 mil dólares, junto ao Ministério da Agricultura de Trindad, que possuía parceria com a Estação Britânica de Pesquisas. A intenção de Bromley era a de desenvolver um rebanho mocho, resistente ao calor e às doenças, desmamando os bezerros com maior peso e, além disso, formando um plantel com animais dóceis, mas sem perder as propriedades positivas da carne. O fato de o touro adquirido não apresentar características de pureza inquietava Bromley, que continuou as experiências
com outras raças, até mesmo a Brahman e a Devon. As tentativas não cessaram. Em 1942, o resultado que encontramos hoje no Senepol foi concluído. Bromley adquiriu na ilha vizinha, denominada Saint Thomas, na fazenda State Tutu, o primeiro touro Red Poll puro, chamado Doctor. Com o cruzamento entre o taurino adquirido e a vacada que possuía na Granard State, ele formou o peculiar rebanho que atualmente conquista apreciadores por onde passa, o Senepol – “Sene”, originado a partir do local que tem o maior rebanho N’Dama na África, Senegal, e “pol”, do nome Red Poll. O cruzamento deu certo, visto que os animais procedentes dessa experiência eram touros extremamente adaptados. As características predominantes que apareceram na tentativa foram: tem-
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peramento dócil, mocho, boa habilidade materna, pelo zero, de tonalidade vermelha, precocidade sexual, alta libido, resistência a ecto/endoparasitas e, para que todas as vantagens fizessem verdadeiro sentido, o Senepol produziu carne extremamente macia, saborosa e suculenta, vantagens essas que não se perderam com o tempo e são atualmente o diferencial da raça. A saga do gado vermelho continuava, com o Senepol difundindo-se pela ilha e gerando interesse nos pecuaristas vizinhos, que adquiriam o animal criado na fazenda de Nelthropp, o que gerou boa movimentação financeira. Mesmo com o sucesso da raça, a família substituiu o rebanho produtor de carne, embrenhando na criação de bovinos de leite. Com isso, o plantel criado foi vendido para o presidente da Willy’s Jeep,
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Ward Canady, que conservou Frits Lawaetz como gerente de sua nova fazenda, a Annaly Farms. Com a mudança de criador e da gestão da fazenda, foi realizado na Annaly Farms o registro da base genética do rebanho, que possibilitou o acontecimento de um fato histórico para a raça: a oficialização do Senepol, em 1954, pelos Estados Unidos, como raça criada e desenvolvida na Ilha de Saint Croix. O Senepol se consolidou como raça registrada, e seu futuro promissor foi consequência dos atributos que apresentou logo nos primeiros anos. A Annaly Farm foi levada por Canady para o lado oeste da Ilha e batizada com as iniciais WC, que usualmente é utilizada também para desig-
nar linhagens do Senepol ao redor do mundo. Seguindo a sucessão de grandes criadores, em 1950 Howard Wall adquiriu a propriedade Castle Nugent, e em 1957, junto com sua filha Caroline, que mais tarde desposou Mario Gasperi, adquiriram os primeiros exemplares Senepol. No ano de 1963, Gasperi mudou-se com Carolina para a Saint Croix, e então iniciaram a seleção do Senepol CN (Castle Nugent). Passado alguns anos, com o falecimento de Gasperi, em 1989 Caroline enviou uma carta ao departamento de turismo da Ilha, relatando a história da Fazenda. Em 2006, a propriedade foi doada para a Universidade das Ilhas Virgens – Virgin Islands College (VIC)–, onde seguiu-se com os estu-
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dos da raça. Os atrativos do Senepol, adaptado e responsável por produzir proteína com valores nutricionais memoráveis, levaram ao estudo aprofundado do taurino, para . A primeira parte, efetivamente para conhecer de maneira científica as particularidades da raça, aconteceu em VIC, que passou a se chamar, em 1986, University of Virgin Islands. No local foram realizados os primeiros estudos a respeito da estrutura. O Senepol, além de conquistar criadores por onde passava, cativou a atenção de renomados cientistas, que se dedicaram a conhecer os predicados que faziam da raça um sucesso nos criatórios. Estudiosos, como os doutores Harold H. Culm, John E. Rouse
e um grupo de quatro cientistas, convidados por Oscar Henry, da VIC, avaliaram as condições da raça e, em 1977, os primeiros 22 animais foram levados para os Estados Unidos, onde foram pesquisados com maior proximidade por parte dos estudiosos. Com as pesquisas o rebanho que se formava era avaliado, mas, por falta de um número de indivíduos expressivo, não havia uma associação estabelecida. Por isso, em muitas regiões ele foi perfilhado por outras associações, o que não aconteceu apenas nos EUA, já que em países outros países foi conduzido da mesma forma. Embarcando nos Estados norte americanos, o Senepol tinha o registro na Virgin Islands Senepol Association (VISA), fundada em 1977. O trajeto da raça até os EUA a fez conhecida por vários pecuaristas. No ano de 1984, o Senepol participou da primeira exposição agropecuária – a North American Livestock Expo, em Louisville, Kentucky, quando a United States Departament of Agriculture (USDA) consentiu na nacionalização da raça e criou a American Internacional Senepol Association (AISA), tornando-se, em 1990, a Senepol Cattle Breeders Association (SCBA). Mantendo o mesmo nome desde então, ela obteve o primeiro
local de registro de animais e coordena o avanço em nível mundial. Desse momento em diante, o Senepol se espalhou por várias localidades, conquistando espaços onde outras raças não apresentavam produtividade, devido ao estresse térmico, dentre outras particularidades. O taurino chegou ao Brasil em 2000, onde encontrou muita receptividade e conquistou muitos criatórios. Os caminhos que trouxeram o Senepol ao País não foram delicados, uma vez que a inovação de uma raça desconhecida trazia dúvidas aos criadores, que, até o momento, visualizavam em raças zebuínas a forma certeira de produzir carne. Com isso, torna-se relevante mensurar que as primeiras importações do Senepol para a América do Sul tiveram como destino o Paraguai. A estreita relação da raça no país sul americano começou quando Don Carlos, titular da marca Granadera 63, solicitou que o seu filho, José Pereira Benza, melhorasse a genética que possuíam com a importação de bases melhoradas dos EUA. Embora negue, em primeiro momento José Pedro não se interessou pelo material genético do Senepol quando o conceituado criador Robert Alexandre Brown
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Júnior, de Throckmorton, no norte do Texas, ofereceu-lhe o produto. Ao adquirir doses de Brahman e Simbra, Brown presenteou José Pereira com 50 doses de sêmen do maior touro de seu plantel Senepol. A atitude ousada do pecuarista norte americano justificou-se pela relevância que a Ganadeira 63 possuía no país e, se porventura a experiência funcionasse, eles seriam grande disseminadores da raça pela região. Embora apenas uma possibilidade, José Pereira, em nível de teste, inseminou algumas doses em vacas Santa Gertrudis. O inesperado aconteceu. As três crias que nasceram a partir do material genético Senepol com as matrizes Santa Gertrudis se diferenciaram dos demais bezerros da safra. Outros cruzamentos foram feitos com base em sêmen Senepol buscado nos EUA, mas os resultados auferidos despertaram em Don Carlos a vontade sem tamanho de produzir na fazenda o Senepol PO, fato que se concretizou em 1998. A partir disso, a confiança já semeada nos pecuaristas das terras vizinhas dava certeza de que o Senepol chegaria ao Brasil. Mas, por ser uma raça nova, as únicas comercializações em que a Ganadera 63 conseguia era
de algumas doses de sêmen, muito aquém do esperado pela família. Por isso, a trilha para o crescimento da raça era o Brasil. Seguidamente, o que trouxe a raça para o País partiu da parceria entre a Ganadera 63 e a Fazenda Nova Vida – gestão de Neto e Ricardo Arantes, filhos de João Arantes Júnior. Os primeiros animais chegaram em novembro de 2000, na propriedade localizada em Ariquemes (RO), passando por multiplicações através de fertilização in vitro (FIV). Concomitante a esse fato, os criadores da Fazenda da Grama, Fazenda Santa Fé e Agropecuária Stéfani importam embriões para a formação de criatórios formados por
Senepol puro. Para completar a formação de um plantel sólido, chegam ao Brasil os primeiros touros da raça, em 2001. São eles: Profit, Rusty, Redemeer, Nocona e All Around. A partir de sua inserção no País, o Senepol foi ganhando espaço e novos apreciadores. Em 2002, com o nascimento dos primeiros bezerros da raça, acontece em abril do mesmo ano a primeira reunião da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), que apresenta crescimento vertiginoso, desde então. Todos os experimentos que aconteceram, da formação da raça na ilha de Saint Croix até os cruzamentos entre Senepol PO feitos em várias
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localidades no mundo, foram conduzidos por pecuaristas que objetivavam com seriedade formar um rebanho sólido, de um taurino que atendesse as especificidades das regiões em que animais adaptados ao clima frio não produziam com eficiência. Assim, com o desvelo na seleção da raça, o Senepol se tornou o que é: um taurino eficiente e pronto para produzir com qualidade em regiões tropicais. *”Dados coletados no livro: Feito para o Brasil”
A evolução do Senepol caminha lado a lado do desenvolvimento pecuário
A raça, criada especialmente para atender as neces-
SENEPOL A marca ITA SENEPOL iniciou em 2006 na Fazenda Bom Jardim localizada no município de PORTEIRÃO - GO com a produção de animais POI 100% DE SANGUE SENEPOL, prima, sobretudo pela qualidade genética e fenotípica de nossos animais que são produzidos através de um prévio acasalamento técnico evitando a consangüinidade, permitindo-nos produzir animais com excelência racial, proporcionando a continuidade crescente ao melhoramento constante desta grande raça.
Produção de sêmen Dispomos de dois Touros, PEDRA DO ITA filho de SOL 206 , e SPARTACUS filho de HERCULES 6801, ambos em franca produção de sêmen na Central Bela Vista, cuja produção e venda de sêmen já ultrapassaram a marca de 20.000 doses, inclusive na produção de sêmen sexado macho.
PEDRA DO ITA
SPARTACUS
Cruzamento industrial
O SENEPOL em cruzamento com a raça Nelore atesta sua precocidade no peso ao desmame dos bezerros macho em média de 230kg, e quando tratados para engorda em regime de confinamento terminam aos 16 meses com peso médio de 18 arrobas. Em regime natural de pastagem para engorda, os machos S1 cruzados possuem grande poder de conversão alimentar alcançando o peso de 18 arrobas aos 24 meses de idade apenas com suplemento de sal mineral.
CONTATO ITA SENEPOL – E-mail: itasenepol@itasenepol.com.br FONES: (34)3236-4689 – (34)97 9976-0184 / (64) 9252-4949 WWW.ITASENEPOL.COM.BR
sidades dos locais de temperatura elevada, adequou-se perfeitamente ao Brasil e, embora há apenas 15 anos ornando os pastos do País, encontra-se em terras brasileiras o maior rebanho Senepol. Os predicados da raça fazem dela uma opção certeira para o País, e isso não se restringe à adaptabilidade ao calor. Neste ano, com as perspectivas positivas para a comercialização de carne, tanto no mercado interno como para exportação, o Senepol alavanca as comercializações
de bovinos de corte por todas as características supracitadas, o que mostra claramente sua magnificência no setor. As vantagens da raça, aliadas à precocidade, contribuem efetivamente para a produção moderna – a pecuária de ciclo curto. O mercado aquecido para a comercialização de carne impactou positivamente no cenário da raça Senepol no Brasil. Essa comprovação é evidente nos números relatados pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Se-
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nepol (ABCB Senepol), que registrou em 2013 o total de 48 novos associados e, em 2014, comprovando a confiança dos pecuaristas em investir na raça, foram relatados outros 61 novos criadores. “Acredito que o aumento do número de sócios ocorreu pela ampla divulgação dos conceitos da raça, e, com as provas realizadas com o Senepol, houve a comprovação que efetivamente os animais proporcionam aos criadores aquilo que divulgamos nos últimos anos em termos de qualida-
de”, declara Gilmar Goudard, presidente da ABCB Senepol. A maior parte dos novos criadores começou com a raça através de aquisição de animais em leilões, por isso seu crescimento impetuoso é evidente também nesses eventos. De aproximadamente 38 remates realizados no último ano, a maioria deles obteve liquidez de 100%. O número de animais registrados também superou o de outros anos. Em 2013 contabilizou-se na Associação
o registro definitivo de 2.199 animais PO; já no último ano (2014), houve o aumento de aproximadamente 25% – um total de 2.764 registros de animais Senepol PO. “A quantidade de animais registrados da raça é cada vez maior, pois o Senepol se prova, desempenhando o papel que em algum momento comentávamos que a raça possuía, mas não tínhamos muita evidência. Agora, a divulgação está se tornando mais eficiente junto aos pecuaristas, visto que já temos
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exemplo prático no campo”, acrescenta Goudard. O crescimento surpreendente da raça é marcado, além de suas especificidades, pelo desvelo dos criadores em aprimorar o rebanho do País com testes de performance e eficiência dos animais. Além disso, a comprovação de seus atributos fez do Senepol o melhor investimento para produzir em curto espaço de tempo, sem perder, de manira alguma, a qualidade do produto final.
Identificando Senepol superior Avaliar, para distinguir os animais eficientes. Uma proposta desenvolvida pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), que possui como objetivo maior caminhar em direção à evolução da raça. A 1ª edição da Prova de Eficiência Alimentar de Touros Senepol será desenvolvida na Vitrine Tecnológica da Fazenda Capim Branco, e acontece a partir de 26 de janeiro, com término agendado para o dia 27 de abril de 2015. De caráter técnico e científico, a avaliação certamente terá um impacto positivo para a evolução do Senepol, auxiliando na identificação dos reprodutores que conseguem transformar menor quantidade de alimento de baixo valor econômico em produto final (carne) de qualidade, através do cálculo do Consumo Alimentar Residual (CAR). “A associação apoia essa prova, pois é uma forma de demonstrar aos produtores o caminho que deve ser dado à seleção genética e
ao melhoramento dos seus animais através da avaliação, que, somando o ganho de peso diário, contemplam duas características extremamente importantes em qualquer trabalho de seleção animal”, aponta Pedro Crosara, presidente do Conselho Deliberativo Técnico da ABCB Senepol.
Assessoria de Imprensa / Berrante Comunicação
FOTO: RICA COMUNICAÇÃO
Por Karina Mamede
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O touro Senepol é considerado a mais eficaz ferramenta para produção de carne de qualidade a pasto, de forma simples e lucrativa, por ser o único taurino puro dotado de precocidade de acabamento com qualidade de carcaça e de carne, totalmente adaptado ao clima tropical. Por ser portador destes atributos conjugados, o touro Senepol consegue acompanhar e cobrir a campo as fêmeas zebuínas gerando a chamada heterose máxima, capaz de incrementar em até 30% a produtividade do rebanho de corte. Utilize touros Senepol e se beneficie da verdadeira heterose a pasto, simples e lucrativa.
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ZEBU
Gramínea forrageira para formação de pastagens A escolha correta otimiza a produção animal Fotos: Claudio Fudimoto
No Brasil há diversas gramíneas forrageiras para formação de pastagens. No entanto, a escolha da espécie forrageira não é uma prática simples, visto que o estabelecimento, produtividade e a perenidade dos pastos dependem de interações que ocorrem entre plantas, clima, animais e solo; não se esquecendo da capacidade de investimento do produtor. A escolha da espécie forrageira deve ser realizada com o conhecimento prévio dos fatores climáticos, edáficos, ecológicos e socioeconômicos. Não existe uma
melhor espécie forrageira ou capim, mas existe um mais indicado para cada situação ou sistema de produção. O solo impõe limitações ao crescimento das forrageiras, dependendo da sua capacidade de suprir nutrientes e água para atender uma produção satisfatória da planta. Como todo solo tem uma potencialidade de uso, na escolha da espécie forrageira devem-se considerar a topografia e susceptibilidade à erosão, deficiência ou excesso de água, impedimento físicoquímicos, nível de fertilidade
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(pode ser corrigido com práticas de correção e adubação), profundidade e textura do solo. Outro ponto importante na escolha da planta forrageira é seu hábito de crescimento, que deve ser adequado à topografia da área. A utilização de forrageiras de hábito de crescimento cespitoso ou ereto, que tem formação de touceiras em áreas de declividade acentuada não é recomendada, visto que estas espécies não “fecham” bem o solo, possibilitando o escorrimento superficial da água e
REVISTA O ZEBU NO BRASIL
consequentemente. Nestas áreas são recomendadas espécies de crescimento decumbente, prostrado ou estolonífero. Os sistemas de produção animal são extremamente variáveis no país. Existe desde a pecuária extensiva, suportada por pastagens nativas e cultivadas de baixa produtividade e, pouco uso de insumos, até a pecuária intensiva, com aplicação de tecnologia nas pastagens, que apresentam alta produtividade, com a utilização de suplementação alimentar em pasto e confinamento. O sistema de produção em pastagens se relaciona com as características das plantas forrageiras, tais como produtividade e exigência nutricional, que as agrupam em níveis tecnológicos. Caracterizam-se como sistemas de alto nível tecnológico ou intensivos aqueles em que as pastagens são subdivididas em áreas menores, manejadas preferencialmente em lotação rotacionada, recebendo insumos (fertilizantes, calcário e água), possibilitando altas taxa de lotação. Em sistemas de nível tecnológico médio, a pastagem constitui
o principal alimento na dieta dos animais, e o investimento em insumos e as taxas de lotação são intermediárias. As espécies forrageiras indicadas neste caso devem ser mediamente exigentes em fertilidade do solo, o que possibilitará uma produtividade também mediana. Os sistemas de baixo nível tecnológico ou extensivos são caracterizados pelo manejo com taxas de lotações menores que 1 UA/ ha/ano (unidade animal/hectare), e não há baixa aplicação de tecnologia e utilização de insumos. Espécies rústicas e pouco exigentes em fertilidade do solo são as mais indicadas neste caso. A adubação de manutenção está relacionada com o nível de exploração e exportação de nutrientes da área via produto animal (carne, leite, lã etc), ou seja, quanto maior a produtividade por área esperada, maior deve ser a adubação para reposição dos nutrientes do solo. Portanto, não é recomendada a formação de pastagens com espécies de alta exigência nutricional em solos ácidos e de baixa fertilidade, a não ser que o produtor rural invista na correção (calagem) e adubação
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do solo. É importante o planejamento do técnico, juntamente com o produtor, de qual atividade será explorada (bovinocultura de corte ou de leite, ovinocultura etc.), o nível tecnológico adotado, a espécie, raça e as categorias animal utilizadas, produção e rentabilidade esperadas, a possibilidade de utilização de técnicas como irrigação e subdivisão de áreas, o método de lotação (lotação rotacionado ou contínua) e as estratégias para a suplementação volumosa no período de escassez (seca). Os componentes do clima, tais como temperatura, precipitação evaporação e radiação solar são determinantes do potencial de estabelecimento, produção e qualidade das espécies forrageiras. A tolerância ou susceptibilidade da espécie forragem às pragas e doenças também deve ser considerada na escolha da espécie forrageira, cujos prejuízos se caracterizam, inicialmente, por perda do valor nutritivo e produtividade de forragem e, numa etapa posterior pela morte das plantas. O aparecimento de pragas e doenças em áreas de pastagem se deve, em parte,
à substituição total e de forma desordenada das forrageiras nativas ou naturalizadas por outras espécies que, na maioria das vezes são semeadas em grandes monocultivos. Práticas como diversificação de espécies forrageiras na propriedade, manutenção de outras plantas (árvores, arbustos etc.) na área (desde que não prejudiquem a produtividade da pastagem) e a utilização de espécies tolerantes podem reduzir o aparecimento de pragas e doenças em plantas forrageiras. Conhecer as características das espécies forrageiras para
a escolha da que melhor se adeque às condições da área na qual será implantada a pastagem é importante. As espécies forrageiras mais utilizadas no Brasil são: - Capins gordura (Melinisminutiflora) e Jaraguá (Hyparrenyahufa) são espécies naturalizadas, rústicas e adaptadas a solos de baixa fertilidade, mas pouco produtivas. Atualmente estas espécies forrageiras têm sido substituídas por outras mais produtivas, não encontrando sementes no mercado. - Setaria anceps, conhecida vulgarmente como Setária, 104
tem as cultivares Narok, Kasungula e Kooper. É tolerante a solos úmidos, sendo mediamente exigente em fertilidade do solo. Sua utilização vem diminuindo, mas foi largamente utilizada para vacas de leite e recria de bezerros. - Brachiaria decumbens. Conhecida por capim-braquiária, braquiarinha, braquiária australiana e decumbens. É uma espécie bem rústica e adaptada a solos de baixa fertilidade e ácidos. Embora seja classificada como de baixa exigência em fertilidade do solo, responde bem a adubação e pode ser utilizada para sistemas com baixo e médio nível tecnológico. É mais recomendada para gado de corte e não é bem aceita por equinos. É muito susceptível à cigarrinhadas-pastagens. - B. brizantha. Destaca-se na pecuária nacional e atualmente várias cultivares são utilizadas como a Marandu, MG4, MG5, Piatã, Xaráes e Paiaguás, recomendadas para gado de leite e de corte. De modo geral são mediamente exigentes em fertilidade do solo, mais produtivas que a braquiarinha e recomendadas para sistemas de médio nível tecnológico. No entanto, também tem sido utilizada com níveis elevados de adubação e sob irrigação, principalmente para gado de leite. Não é adaptada a solos úmidos e alagados. Tem sido atacada pela cigarrinha das pastagens
em algumas regiões do Brasil. - Brachiaria humidicola, conhecida pelo seu nome científico, tem as cultivares comum, Tupi e Lhanero. É pouco exigente em fertilidade do solo, utilizada em sistemas de baixo nível tecnológico, principalmente em áreas úmidas e de fácil adaptação a solos ácidos e muito pobres em fósforo. É bem aceita pelos equinos, mas se utilizada como única forrageira e por longos períodos pode causar “cara inchada” nestes animais. Outra limitação é o lento desenvolvimento inicial, que resulta no longo período para o “fechamento” da pastagem. - Brachiariaruzizienses, tam-
bém conhecida pelo nome científico, foi pouco utilizada por um período de tempo. Atualmente é cultivada para formação de palhada na integração agricultura e pecuária. - Panicum maximum. As cultivares mais utilizadas deste gênero são: Colonião, Massai, Aruana, Tanzânia e Mombaça. O Colonião é utilizado desde a época do Império e se naturalizou no Brasil nas áreas de maior fertilidade. É uma das forrageiras com maior estacionalidade na produção de matéria seca e tem sido substituída por outras espécies na maioria das regiões brasileiras.
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Tanzânia e Mombaça são indicadas para áreas planas com pequena declividade e de boa fertilidade do solo. São consideradas umas das plantas forrageiras mais produtivas e têm sido utilizadas em sistemas com alto nível tecnológico, para gado de corte e de leite, com adubação e em áreas irrigadas. A forrageira Massai foi lançada no Mercado como um capim multifunctional, por ser bem aceita por grandes e pequenos ruminantes e também por equideos. Requer solos de textura moderada a argilosa e, níveis médios a altos de fertilidade do solo. Entretanto é a menos exigente em
adubação de manutenção e a mais tolerante ao alumínio do solo. Apresenta perfilhamento intenso, o que confere uma excelente cobertura do solo. A cultivar Aruna é de porte baixo e tem sido muito utilizada em sistemas de produção de ovinos e bem aceita por grandes ruminantes e equídeos. O capim-aruana é o mais resistente a sombreamento e tem sido muito recomendando para sistemas agrosilvipastoris em diversas regiões do país. É exigente em fertilidade, mas com excelente capacidade de uso do fósforo,
apresentando boa produção mesmo em solos com baixos níveis desse elemento. - Cynodon. Os capins deste gênero se dividem em dois grupos: as “gramas” ou “bermudas” e as “estrelas”. São pertencentes ao grupo das “bermudas” os capins Florakik, Coastcross e Tifton. Florico, Florona e Estrelas pertencem ao grupo das “estrelas”. São forrageiras exigentes em fertilidade do solo e com grande potencial de produção e não são indicadas para solos alagados. A maior limitação para o aumento da área culti-
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vada é o modo de propagação por mudas. Essas forrageiras podem ser utilizadas para a produção de feno ou silagem e em pastejo, tanto pelo manejo em lotação contínua como rotacionada. São indicadas para as diferentes categorias de bovinos, desde bezerras (os), novilhas (os), bois, até as vacas em lactação e é bastante apreciada por equídeos. - Pennisetum purpureum. Conhecida por capim-elefante é uma planta perene, formando grandes touceiras. Em função da grande diversidade da espécie, são divididos em cinco grupos bem definidos em relação aos tipos básicos: Cameroon, Napier, Mercker, Anão e, híbridos interespecíficos. O capim-elefante é considerado a gramínea forrageira com maior potencial produtivo, mas também é exigente em fertilidade do solo e em manejo do pastejo. Pode ser utilizado para formação de capineira, ensilagem e pastejo em sistema rotacionado. Seu plantio é feito por mudas, embora já exista algumas cultivares que podem ser estabelecidas por sementes. O cultivo é recomendado em solos bem drenados. Não existe um “capimmilagroso” que poderá ser utilizado em diversos sistemas de produção animal, o que existe são forrageiras que atenderão a determinadas especificidades e devem ser manejadas de forma que otimize sua produção, para que se possa
obter, consequentemente a maximização da produção animal. Antes da escolha da
melhor espécie forrageira, é necessário ter um diagnóstico que atenda às peculiaridades
ambientais quanto clima, solo e topografia, com o objetivo de formar uma pastagem sustentável.
Profa. Janaina Azevedo Martuscello é graduada em Zootecnia pela UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e doutora em Forragicultura pela UFV (Universidade Federal de Viçosa). É professora adjunta – Forragicultura e Pastagens do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) - janaina@ufsj.edu.br
Prof. Dr. Dawson José Guimarães Faria é graduado em Zootecnia pela UFLA (Universidade Federal de Lavras) e doutor em Forragicultura pela UFV (Univ. Federal de Viçosa). É professor do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) – campus Uberaba - dawson@iftm.edu.br
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ZEBU
Adeus, seca!
Em meio a maior estiagem dos últimos 60 anos, produtores cearenses, que investem em genética e pastejo irrigado, viram exemplo de produção leiteira para o país Fotos: JMMATOS
O sucesso conquistado por fazendas produtoras de leite no sertão nordestino foi o foco do Tour do Leite promovido pelo Departamento Leite Tropical da ABS Pecplan em novembro. Cerca de 30 produtores rurais e técnicos de 11 estados brasileiros, além de dois pecuaristas do Paraguai, participaram da comitiva que visitou quatro fazendas no Ceará. Fernando Rosa, gerente de produto Leite Tropical da ABS Pecplan, conta que foram escolhidas propriedades rurais consideradas referência, já que conseguem resultados impressionantes, mesmo enfrentando pouca incidência de chuva, em média de 700 mm/ano. “São locais com condições para receber 0,5 unidades de
animais por hectare, mas que depois da implantação do sistema de pastejo irrigado conseguiram até 17 unidades na mesma área”, explica o gerente. Os resultados podem ser notados até mesmo durante um dos períodos mais secos enfrentados pelo estado dos últimos 60 anos. Dos 184 municípios que compõem o Ceará, em 2014, 96% decretaram situação de emergência pela falta d’água. Crise que não atingiu as fazendas visitadas. “As águas de chuva são armazenadas em represas que chamamos de açudes ao longo do ano, perenizando esse recurso, assim durante a seca usamos no sistema de irrigação”, afirma o representante da ABS Pecplan em Fortaleza, Péricles Montezuma. Pelo roteiro, o grupo partiu da capital e passou por três cidades do interior do estado. As quatro propriedades visitadas têm como base a criação de girolando e utilizam de investimento em genética e no pastejo irrigado para driblar a baixa qualidade do solo e a seca. Na programação, estiveram: unidade do grupo Cialne (Companhia de Alimentos do Nordeste) no município de Umirim; a Fazenda Grangeiro, em Paraipaba; além de Flor da Serra e Cialne, ambas em Limo-
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A imagem que eu tinha do Ceará era de um deserto, de seca, de fome. E encontrei projetos de leite barato, a pasto, e em grande quantidade. É incrível, fantástico. Estou impressionado” Ramiz Bretas Propietário da Estância 4R’s
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eiro do Norte. Resultado que impressionou - “Foi interessante ver a surpresa dos produtores que vieram de outros estados. Quem vem de fora não acredita que conseguimos produzir leite, de qualidade, com gado a pasto, tendo água para irrigar e sabendo irrigar”, destacou Carolina Machado, coordenadora técnica do Senar-CE, que acompanhou o Tour. Foi o caso de Ramiz Bretas, proprietário da Estância 4 R’s, em Minas Gerais. “A imagem que eu tinha do Ceará era de um deserto, de seca, de fome. E encontrei projetos de leite barato, a pasto, e em grande quantidade. É incrível, fantástico. Estou impressionado”, avalia. Participante do Tour, o paraguaio, Carlos Gonzales, conta que não conhecia nem as técnicas nem a qualidade do gado especializado para trópicos. “É inacreditável o que os brasileiros estão fazendo nas pastagens tropical. Não conhecia os benefícios da irrigação, nem a eficiência da raça frisio. Foi uma ótima experiência”, comenta. Durante as visitas às propriedades, os participantes aproveitam para comparar informações como produtividade por hectare/ano, custo médio de produção, preço médio pago pelo leite, a importância da escolha dos touros e a evolução do rebanho. O que você pode conferir a seguir, com detalhes sobre as fazendas visitadas.
solo: 17 unidades de animais por hectare. “É uma lotação surpreendente. E quando lembramos que ali é tudo areia, um deserto, isso é ainda mais impressionante. Eles conseguem muito”, ressalta. Frederico Glaser, gerente de Mercados e Contas Chaves da ABS Pecplan, participou da excursão e conta que também ficou impressioFAZENDA CIALNE 18 Preciptação anual: 628 mm Área: 800ha Taxa de lotação: 17 ua/ha nas área irrigadas Nº de vacas em lactação: 600 Nº de vacas secas: 272 Nº de animais de recria: não faz recria na fazenda Sistema de irrigação: pivô central Produtividade: 8.348 litros/dia Meta: 18 mil litros/dia até dezembro de 2015 Custo médio de produção: R$0,77 Preço médio do leite recebido: R$1,26 Grupamento de sangue: ½ holandês/ gir leiteiro
POTÊNCIA ENTRE PIVÔS CENTRAIS A fazenda Cialne 18, da Companhia de Alimentos do Nordeste, no município de Umirim, abriu o roteiro do Tour do Leite. Na propriedade, de primeira formação, é utilizado pivô central para a irrigação das pastagens. O sistema é baseado em uma torre central capaz de irrigar uma área circular. “É muito vantajoso pelo custo para implantação que é em média de 10 mil reais/ por hectare, mais baixo em comparação com outros sistemas”, explica Fernando Rosa. O gerente do departamento Leite Tropical da ABS Pecplan conta que na área de pastejo irrigado, a fazenda mantém 600 vacas paridas, com uma impressionante taxa de ocupação de 109
pantes do Tour, Rodrigo Tenório, pecuarista no alto sertão sergipano, contou que sempre adotou o sistema de semiconfinamento e estudava uma mudança de perfil na fazenda. “Estava em dúvida se investiria no confinamento ou pastejo rotacionado. A viagem foi um divisor de águas para mim. Foi um momento de decisão. Vi na prática que o pastejo irrigado dá certo no Ceará, então, no Sergipe acredito que também dará certo”, compartilha o produtor.
nado com a realidade encontrada no região. “É muito interessante. Perto da linha do equador, local que enfrenta secas intensas, encontramos animais girolando extremamente produtivos”, destaca. TECNOLOGIA E RESULTADOS AO ALCANCE DE TODOS Na fazenda Grangeiro, o grupo foi recebido pelo casal de pecuaristas Rita e Fernando Grangeiro, pequenos produtores do município de Paraipaba que comprovam o fato de que a tecnologia está ao alcance de qualquer propriedade. Tudo é tão moderno por lá que com o celular eles controlam todo o sistema de irrigação, feito por malhas, ou seja, tubulação enterrada. “Com a tecnologia wi-fi, pelo celular, a Dona Rita aciona e desliga o sistema. Além disso, controla o quanto de água quer liberar”, detalha Fernando Rosa, explicando ainda que a fazenda também adota o sistema de fertirrigação para adubação. A família Grangeiro divide a propriedade entre pastagem para produção leiteira e a lavoura de coco. A organização dos pecuaristas ajuda a garantir os resultados. Ao ver a eficiência da fazenda, um dos partici-
FAZENDA GRANGEIRO Preciptação anual: 814 mm Área: 16,5ha (pecuária) Taxa de lotação: 14 ua/ha nas área irrigadas Nº de vacas em lactação: 76 Nº de vacas secas: 34 Nº de animais cria e recria: 81 Sistema de irrigação: aspersão em malha Produtividade: 40.555 litros/ano Meta: 1.800 mil litros/dia Custo médio de produção: R$0,96 Preço médio do leite recebido: R$1,20 Grupamento de sangue: utilizam touros holandês/ girolando / frísio ingês
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A IRRIGAÇÃO QUE TRAZ PESO A terceira fazenda do roteiro foi a Cialne 45, que reúne todos os animais de recria das quatro unidades de produção leiteira da Companhia de Alimentos do Nordeste. Na propriedade que fica no município de Limoeiro do Norte, são utilizados dois pivôs (um com alcance de 45 hectares e um com 50 hectares) para irrigação da pastagem utilizada apenas por gado jovem. “O resultado é um ganho de peso de 700g por dia, o ideal para gado de leite. Isso, basicamente, só a pasto. Apenas é feita suplementação mineral e energética no cocho. Ou seja, um custo de produção muito baixo”, descreve o gerente de produto Leite Tropical da ABS, Fernando Rosa. José Carnieli, presidente da Cooperativa Veneza, do Espírito Santo, relata que não tinha a dimensão da produção leiteira no Ceará. “Pensávamos que o nordeste era improdutivo e na prática encontramos investidores, grandes empreendedores que acreditam e trabalham com a atividade leiteira de forma lucrativa”, reforça.
FAZENDA CIALNE 45 Preciptação anual: 762 mm Área: 135ha Nº de animais de recria: 1505 Sistema de irrigação: pivô central Custo médio de diária por anima: R$1,79 Grupamento de sangue: ½, ¾ e 7/8 holandês/ gir leiteiro
leiteira por hectare e o planejamento é para que o grupo consiga produzir 40 mil litros de leite por dia em 2015. “Se adotássemos os sistemas de irrigação e investimento em genética como eles, conseguiríamos triplicar a produção na região sudeste brasileira”, garante o gerente da ABS Pecplan. Pensando nisso, Cristiano Poncio, que é consultor em produção de leite a pasto no estado de Minas Gerais, indicou o Tour a vários clientes. “Queria mostrar para eles que é possível fazer o que se faz no Ceará, com a mesma simplicidade e lucratividade, também no sudeste”, ressalta. No grupo mineiro que o especialista organizou estava Lúcio Oliveira Cunha. “O que a gente viu foi um ‘Ceará’ nascendo com um potencial que não se compara com nenhuma outra parte do Brasil, acredito que nem do mundo. É preciso realmente vir aqui para aprender como funciona esse manejo”, reforça.
LUCRO QUADRIPLICADO Na quarta e última parada do roteiro, na Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte, a comitiva presenciou além de muita produtividade leiteira, um sistema de administração diferente. O proprietário da Fazenda Flor da Serra, Luiz Prata Girão, também é dono de uma indústria de leite. E para administrar os negócios, resolveu arrendar o espaço irrigado para outros quatro produtores. “Deu tão certo, que eles vivem uma realidade, em plena época de seca, de excesso de produção de forragem”, conta Fernando Rosa. Na Flor da Serra, o foco é na alta produtividade 111
maior e as temperaturas mais altas. “Quando a gente fala de mundo tropical, exige-se mais dos animais. É preciso que eles possuam características para suportar essas condições climáticas, como maior quantidade de glândulas sudoríparas, para dissipar calor, transpirar e facilitar a adaptação”, descreve, acrescentando que outra característica importante para a genética tropical é a maior capacidade de locomoção. Por isso, uma tendência é a utilização de produtos da raça frísio inglês, que fenotipicamente é caracterizada por animais de menor estatura e maior resistência metabólica. “Os visitantes ficaram impressionados não só com a potencialidade da região, como o resultado do produto da genética ABS que nós temos. O frisio inglês tem como característica a rusticidade, tem essência voltada ao nosso sistema de pastejo”, detalha o representante da ABS Pecplan em Fortaleza, Péricles Montezuma. Segundo o organizador do Tour do Leite, durante as visitas, a comitiva conheceu de perto filhos de touros da bateria ABS das raças girolando (Porto Real, Brasão e Galáctico) e frísio (Rancher, Benloyal e Quentin), com consistência genética direcionada aos trópicos. “São acasalamentos planejados direcionados para essa realidade. É necessário o uso dessa genética para a conquista da lucratividade”, alerta Fernando Rosa.
FAZENDA FLOR DA SERRA Preciptação anual: 724,3mm Área: 414 ha (pecuária) Taxa de lotação: 12 ua/ha nas áreas irrigadas Nº de vacas em lactação: 1665 Nº de vacas secas: 450 Nº de animaid e recria: 2885 Sistema de irrigação: pivô central Produtividade: 30 mil litros/dia Meta: 40 mil litros/dia em 2015 Custo médio de produção: R$0,79 Preço médio do leite recebido: R$1,25 Grupamento de sangue: ¾, 7/8 e 5/8 girolando e ½ holandês e Jersey.
CONSISTÊNCIA GENÉTICA GARANTE OS RESULTADOS Para registrar altos índices de produção, além de investimentos em irrigação, produtor nordestino precisa usar animais especializados Não são somente as pastagens que exigem atenção no nordeste brasileiro. Para enfrentar as altas temperaturas e baixa umidade do sertão cearense, as quatro fazendas visitadas durante o Tour do Leite investem em genética especializada para as condições tropicais. Fernando Rosa, gerente de produto Leite Tropical da ABS Pecplan, conta que a região está situada a 3 graus latitude sul, onde a exposição à luz é
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EMPREENDEDOR
Casqueamento sobre rodas Por Fany Michel Fotos: JMMATOS
Lázaro Prudente Filho, o professor Pardal do casqueamento mostra algumas invenções que facilitam seu trabalho na lida diária.
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EMPREENDEDOR Engatar o tronco na caminhote, pegar todas as ferramentas e tralhas e sair estrada afora. Percorrer até um pouco mais de 1.200 km com atenção redobrada: um olho na estrada e outro no engate, enfrentar subidas íngremes que exigem mais força do 4X4, sol à pino, chuva, dia e noite nas estradas de asfalto e de terra, horas ao volante, paradas para descanso e, finalmente, chegar na fazenda. Hora de descansar um pouco? Que nada! Ainda precisa de meia hora para montar tudo e começar o trabalho: desengata o tronco da caminhonete, organiza as ferramentas, pede para um peão ajudar a puxar e empurrar o gado para dentro do tronco, as peias são amarradas nas patas do animal, gira o tronco e, aí sim, começar o serviço que veio prestar: casquear um tanto de bicho que chega a fazer fila. Até novembro de 2014 era assim que o Sr. Lazinho trabalhava. Casqueador há 29 anos, profissão que aprendeu com o pai, nos conta que antigamente, nada disso existia. “Quando eu comecei, o fazendeiro chamava, a gente punha as cordas num saco e ia. Chegava lá, a gente derrubava ele (o animal) e amarrava com os pés pra cima. Comecei do zero, comecei assim, na raça. Depois inventaram esse tronco e eu comprei. Trabalhei um pouco do jeito que ele veio, vi que precisava melhorar e fui melhorando cada dia mais”.
Mas ainda não estava bom para o mineiro de Candeias. Era chegada a hora de não só investir mais, mas também adaptar e inventar novas ferramentas e novos troncos. Que tal um caminhão-tronco? Ele montou um tronco de contenção em cima de um caminhão, comercialmente vendido como utilitário, com motor de 5cv e capacidade para até quatro toneladas. “Agora cheguei ao ponto de pôr em cima do caminhão, pra não precisar mais ir arrastando. Tem mais estabilidade”. Estabilidade e segurança, porque na estrada, o tronco se soltou do engate duas vezes, uma na cidade de Paraupebas/PA e outra em Caldas Novas/GO e, por sorte, foi parar dentro do mato sem dano algum às pessoas e aos carros. Para não ter mais problemas, inventou outro engate para a caminhonete, que é mais resistente e reforçado. Adquiriu um novo veículo, retirou a carroceria, desmontou o tronco que utilizava e começou a adaptar para encaixá-lo perfeitamente sobre o eixo do caminhão. Foram 16 dias de trabalho, das 6h às 20h. Dedicação e o máximo de atenção para atender às exigências do INMETRO e receber a autorização do emplacamento do caminhão. Cada peça, cada detalhe, cada ferramenta pensada e construída pelas próprias mãos. Ao fazer as contas do valor total do investimento, Sr. Lazinho não consegue contabilizar tudo. “Estou esquecendo também as outras adaptações. Tem os negócios elétricos de amarrar o boi e o guincho. E o material não é barato. Pra você ter uma ideia, ferro é muito pesado e a gente compra isso no quilo.” Faz uma conta rápida e arrisca dizer que foram R$ 160 mil, aproximadamente e complementa: “Às vezes, inventar uma ferramenta, você faz muita coisa que não dá certo. O pessoal fala: não, ficou baratinho, foi ele quem inventou. Aí é que fica mais caro”. Agora demora 5 minutos para iniciar o casqueamento: liga o caminhão a energia elétrica da propriedade e começa o apertar de botões. Aperta um para puxar o animal para dentro do tronco pela argola do cabresto por meio de um cabo de aço; aperta outro para acionar as peias, 114
Peia elétrica
Guincho elétrico (para facilitar o manejo)
Jato de água para higiene
Lixadeira com resfriador
uma em cada pata; outro botão deita o tronco com o animal dentro e aperta mais um para acionar um jato de água nos cascos. Pronto, é só colocar a mão na massa, ou melhor, nos cascos. “Eu trabalho sozinho, então programo minhas ferramentas, minhas coisas, para não precisar carregar muita gente comigo. Tem tudo ali pra trabalhar sozinho, não precisa de gente pra ajudar”. Com a praticidade e agilidade oferecidas pelo caminhão-tronco, Sr. Lazinho consegue casquear mais animais, aumentando assim sua renda mensal. Atualmente atende criatórios nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Tocantins e Bahia. Ao ser questionado sobre outras invenções e por quais motivos as criam, ele responde: “Inventei as facas elétricas e mais umas coisinhas que não lembro. Alguma dificuldade que eu passo na fazenda, eu passo uma vez só, na próxima aquilo já não é problema pra mim mais. Eu não sofro muito não, sofro uma vez só. Quando eu chego em casa, já dou um jeito de inventar uma ferramenta e melhorar.”
Para o início de 2016, novidades. Já tem um projeto para montar o segundo caminhão-tronco e garante que este vai demorar menos de 16 dias, porque já conhece todas as medidas das peças a serem fabricadas. “A gente tem vontade de estar sempre melhorando, então vou fazer o outro pra ficar melhor. Encosto esse ou vendo. Se a gente parar de melhorar, tem que parar de trabalhar. Tem que estar sempre procurando melhorar. No dia que eu parar de melhorar, é hora de parar de vez”, finaliza Sr. Lazinho.
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ZEBU
Niltinho, um visionário da publicidade no agronegócio O diminutivo do nome é somente pela estrutura física, porque se fosse pela competência, trajetória e carisma, deveria ser conhecido por Niltão Por Marcus Vinicius Silva e Fany Michel
Niltinho, o fotógrafo Amaral e Jarbas Venturolli Nascido em Borborema/SP, Nilton Candido, mais conhecido por Niltinho, completou 70 anos de muitas histórias para contar. Passou a infância no interior de São Paulo junto de seus quatro irmãos mais novos e uma vontade imensa de conhecer o mundo. Menino pobre, aos nove anos de idade já sabia o que era trabalhar: confeccionava pipas, alguns conhecem por arraia, outros por quadrado, essa mesmo que você está imaginando e que provavel-
mente brincou algum dia na vida. Papel de seda, varetas feitas de bambu e a mistura de água e farinha eram os ingredientes para a fabricação do brinquedo voador. Depois do horário da escola, saia pelo bairro vendendo o primeiro produto de sua primeira empreitada no ramo dos negócios. Depois disso nunca mais parou. Trabalhou com o padrasto, considerado como pai, na época pintor. Enquanto sua mãe cuidava dos irmãos e dos afazeres doméstico, ele o 116
“paidrasto” se responsabilizavam pelo sustento da casa. Mais tarde, ingressou no ramo de vendas de produtos de limpeza e passou a estudar no período noturno, pois estava ciente que sem conhecimento não haveria crescimento profissional. Logo passou a fazer parte do quadro de funcionários de uma empresa que fabricava tornos mecânico, que o permitiu conhecer o país inteiro realizando suas vendas. Foi nesta empresa que conheceu sua esposa, Sissa, e mãe de seus três filhos: Joyce Nara, Nicolas Daniel e Marcus Vinicius. Após um longo período de sucesso com as vendas de tornos, Niltinho passou a oferecer produtos de uma editora de livros jurídicos trabalhista, onde permaneceu por muitos anos e adquiriu experiência ímpar no contato com grandes
advogados do Brasil. Ainda na editora, passou a trabalhar também para a Revista dos Criadores.
O início
Em 1981, começou a trilhar seus caminhos no agronegócio realizando vendas de assinaturas da Revista dos Criadores, assumindo, mais tarde, o setor comercial. Junto com o amigo Jarbas, fundou a Disbrapel Edições Agropecuárias e adquiriu o direito de distribuição exclusiva da revista. Além de Jarbas, contava com o jornalista Carlos Alberto, o Carlão, e o fotográfo Fábio Fatori. Depois de três anos trabalhando em sociedade com Niltinho, Jarbas seguiu outros rumos.
A Publique
Niltinho, com seu faro apurado para os negócios, percebeu que o mercado tinha uma lacuna a ser preenchida na divulgação profissional de eventos pecuários. Então, junto com os dois parceiros de revista, Carlão e Fábio, ingressaram no ramo publicitário, fundando a Publique na capital de São Paulo, em 1988. Devido ao seu grande conhecimento no setor pecuário e sua seriedade com o trabalho, sempre teve fácil circulação entre grandes criadores e conquistou o carisma de todos. Logo começou um grande trabalho de criação de campanhas, institucionais de
Em uma de suas visitas nas fazendas do país à fora leilões e exposições, oferecendo produtos como folders, catálogos e comerciais para televisão. Sempre atento às necessidades do mercado, criou o primeiro catálogo de leilão com fotografias dos animais ofertados no remate. Esta ideia foi colocada em prática em um trabalho realizado para a Fazenda Indiana, no Rio de Janeiro e foi um grande marco na história dos leilões e no início de grandes campanhas publicitárias. Junto com seus sócios e equipe comandou campanhas e criações de grandes marcas
que perduram até os dias atuais, como o Elo da Raça, Noite do Nelore Nacional, Noite dos Campeões, Central Joia da Índia, Carpa, Grupo Camargo, Leilão OT, Leilão do Adir, dentre outros. Foram tantos trabalhos realizados para clientes, que Niltinho tem receio em deixar de citar todos. Entre eles estão Mendes Júnior, ABS Pecplan, Fazenda FB, Brumado, Fazenda Indiana, Corona, Quilombo, Carlos Viacava, Sete Estrelas, Lagoa da Serra, Fazenda Santa Edwiges, Fidélis Barreto, Reunidas Boi Gordo e JS da Bom Jesus. Estes são os neloristas, sem contar
No começo de 117sua carreira, Niltinho também fotografava
Niltinho, o veterinário Chico, o famoso e saudoso Dico(Grande amigo) e Raphael Coutinho da Fazenda Santa Edwiges
os criadores de outras raças, como o Limousin, Brahman e Gir Leiteiro, além de equinos. Após 14 anos na Publique, Niltinho se afastou da empresa para iniciar novos projetos.
A Nil Comunicação
Em 2002, sua nova empreitada foi criar, junto com sua esposa Sissa e seu filho Marcus Vinicius, a Nil Comunicação, uma agência que preza pelo atendimento personalizado e trabalhos exclusivos, voltados ao homem do campo. Um dos grandes incentivos para a nova agência foi a fidelidade de alguns clientes que o acampanharam neste novo desafio: Carlos Novaes Guimarães, Raphael Coutinho, Adir do Carmo Leonel,
Grupo Camargo, Fazenda Brasília, Fazenda Calciolândia e Agropastoril dos Poções entre muitos outros. A experiência adquirida com o passar dos anos aumentou, bem como o primor e critério no quesito qualidade e prazo de entrega. Atualmente, cuida da área de atendimento ao cliente e supervisiona, de perto, o comando da agência pelo filho, que não hesita em pedir os conselhos do pai. Niltinho, não transfere seus conhecimentos apenas para o filho, mas para todos que desejam aprimorar e unir o trabalho bem feito com qualidade impecável e rapidez, para a satisfação do cliente. Trabalho e negócios correm constantemente em suas veias e ele não parou por 118
aí.
A JM Matos
A demanda dos leilões virtuais de gado abriu outra lacuna a ser preenchida pelo mercado. Foi então que, em 2005, Niltinho e o fotógrafo José Maria Matos tiveram a ideia de abrir uma empresa de vídeos em Uberaba/MG. José Maria já trabalhava há alguns anos com fotografias de animais para inserções em catálogos, folders, arquivos pessoais dos criadores etc., mas eram poucas as empresas segmentadas no agronegócio que atendessem às emissoras de televisão com a devida atenção. Com o comprometimento de levar ao comprador/telespectador a imagem
mais próxima ao que o animal realmente é nos pastos dos criatórios, a JM Matos surgiu com este diferencial e expandiu para a produção de comerciais de leilões e vídeos institucionais. Pela distância entre São Vicente, cidade onde reside e Uberaba, onde está situada a JM Matos, Niltinho se desligou da empresa e continua, até hoje, amigo e um grande parceiro de José bem como de todo sua equipe. São 34 anos dedicados ao setor com trabalho fundamentado na seriedade e no bom atendimento às pessoas, procurando melhorar o modo de apresentar os produtos dos seus clientes ao público. Anos também dedicados à sua família, que sempre foi seu ponto de apoio e seu grande incentivo. O “multi-tarefas” Niltinho, lembra que uma vez, ficou um período muito longo em viagens a negócios e que ao voltar para casa, a filha ainda bem pequena não o reconheceu. Foram tempos difíceis, em que ele passava as noites pela estrada a fora sem ter, às vezes, uma cama para dormir. Era dentro do carro que descansava para continuar a visitar as fazendas no dia seguinte e fazer suas vendas “porta a porta”. O que seriam dos leilões pecuários se não fosse a
evolução da publicidade, não sabemos ao certo, mas temos a certeza que Niltinho contribuiu muito para isso ajudando a divulgá-los e a transformá-
-los em grandes eventos, tudo isso com honestidade, competência e sempre com um sorriso no rosto.
Niltinho com Rubico Carvalho
Bem no início da empreitada do Agronegócio, quando vendia assinatura da Revista dos Criadores 119
ZEBU
Valor pago pela fazenda pode ser usado para abater imposto
A
tributação do setor rural apresenta particularidades que, quando bem exploradas, podem resultar em boa economia ao produtor. Uma delas ocorre na aquisição de propriedades. Nessa hipótese, deve-se segregar o valor pago pela terra nua daquele incorrido pelas benfeitorias por dois principais motivos. O primeiro deles é a possibilidade de se valer do art. 19 da Lei 9.393/96 que determina o cálculo do ganho
de capital da terra nua das propriedades adquiridas após 1997 pelo DIAT (Documento de Informação e Apuração do ITR) que é parte integrante da DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) e não pelos valores das escrituras. Ou seja, a tributação poderá ocorrer considerando quantias diferentes daquelas consignadas nos documentos de compra e de venda. E o segundo, não menos importante, objeto do presente artigo, é apropriar-se do montante atribuído às benfeitorias para futuro desconto do imposto de renda que a atividade vai gerar. O benefício é evidente, resultado de uma
equação vantajosa: o investidor aumenta o patrimônio, produz mais e paga menos IR. O cidadão, em muitos casos, poderá ficar sem pagar imposto de renda por anos em decorrência do movimento que fez para aumentar sua capacidade produtiva. Boa parte do valor que pagou pela fazenda, por certo, é relativa às benfeitorias, aí considerados inclusive os pastos e as culturas. Fazenda aberta é infinitamente mais cara que fazenda fechada. Cabe ressaltar que o valor gasto com a rubrica das benfeitorias vai para a conta de prejuízo na parte rural da declaração de IR. E o prejuízo acumulado em razão dessa aquisição pode ser compensado integralmente, sem limites, além de ser imprescritível. São muitos os produtores que desconhecem a possibilidade de tratamento tribu-
Marcelo Guaritá Borges Bento Mestre em Direito do Estado pela PUC/SP. Integrante do Comitê de Leis e Regulamentos da Sociedade Rural Brasileira. Conselheiro Julgador do Conselho Municipal de Tributos de São Paulo/SP – CMT. Professor Convidado PECEGE ESALQ/USP. Advogado em São Paulo-SP. 120
tário e contábil distintos para a terra nua e as benfeitorias de suas fazendas. Tal questão, além de permitir o abatimento no IR, interfere diretamente também na tributação da venda da propriedade. Quando da alienação do imóvel rural, o valor recebido pelas benfeitorias tem tratamento tributário diferente da terra, sendo dois os possíveis. Caso os valores despendidos com as benfeitorias, tanto aqueles incorridos pelo contribuinte durante o período em que explorou o imóvel, como aqueles pagos pelos ativos quando da compra da propriedade, não tenham sido deduzidos como despesas de custeio da atividade rural pelo contribuinte, o montante deve integrar a base de cálculo
para a apuração do ganho de capital. Na situação inversa, isto é, se os valores dispendidos com as benfeitorias, incorridas ou adquiridas, tenham sido deduzidos como inerentes à atividade, o montante não deve integrar a base de cálculo para fins de apuração do ganho de capital, e o valor por elas recebido deve ser tributado como receita da atividade rural. Em outras palavras, se houve utilização do montante contra o custeio da atividade, a regra é uma, caso contrário, a tributação é outra, muito diferente e a conta a pagar também será distinta, o que deve ser estudado previamente, sob pena de se pagar muito mais, mesmo se tendo direito 121
a pagar menos. Portanto, é geralmente relevante separar as quantias pagas ou recebidas pela terra nua daquelas atribuídas às benfeitorias, posto que as consequências ecoem no bolso do proprietário. Recomenda-se que tal distinção conste da escritura de venda e compra e que a mesma, preferencialmente, esteja amparada em laudo técnico elaborado para tal finalidade, tudo com respaldo na escrituração contábil do contribuinte. O dinheiro que seria pago no imposto de renda pode, em alguma medida, ser revertido para a compra de propriedades. Melhor comprar fazenda a pagar imposto de renda.
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