Zebu edição 220

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Edição 220 . Ano 45 . Março/Abril 2017

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Jovem da Di Genio Top 1% iABCZ

Nordeste O agronegócio produtivo, mesmo com tantos anos de seca Revista O Zebu - Edição 220 Piloto.indd 1

Leite A2 Um novo mercado para as raças zebuínas leiteiras

Genética Animais melhoradores e formadores da cadeia produtiva

Expoinel MG Estreia com julgamento a campo

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E D I T O R I A L

2017 promete!

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romete ser como todos os anos: repleto de desafios, conquistas, perseverança, dilemas, incertezas e convicções… Lamentar sobre crise, governo, alta disso, baixa daquilo, não resolve a situação. O que muda é encontrar soluções para continuar trabalhando, produzindo e negociando. E isso, o empresário pecuarista, seja pequeno, médio ou grande, sabe fazer com competência. Um profissional que não desanima, e que está sempre disposto a acordar cedo, calçar suas botas, arregaçar as mangas, e ir para a lida! Um apaixonado pelo que faz, e que se debruça sobre suas planilhas de produção; que está sempre

atento ao seu fluxo de caixa; um olho no pasto, outro na tela do computador, nos relatórios diários e, no preço da arroba; sempre atento ao compromisso de entregar uma carne saudável e de qualidade. Para vocês o nosso sincero agradecimento e respeito. Esta edição mostra a força da pecuária no Nordeste brasileiro e a expansão da raça Sindi no Centro-Oeste. Nas páginas da Entrevista o Presidente da ABCZ - Arnaldo Borges Machado e diretoria, nos oferece uma prévia da maior feira da pecuária - a ExpoZebu. Nas páginas que se seguem, você acompanha a posse da nova diretoria da ABCT; as novidades da ACGB

Foto: Eduardo Maluf

para a pista de julgamento; a implantação do controle leiteiro na Bolívia, e um resumo da Expoinel Mineira. Tudo isso e muito mais, produzido com a mesma dedicação e carinho que você, pecuarista, tem pela revista. Boa leitura!

ANNA KEILA M. MATOS

diretora geral

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Í N D I C E

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LEITE A2: UM NOVO MERCADO PARA AS RAÇAS ZEBUÍNAS LEITEIRAS E SEUS CRUZAMENTOS

GENÉTICA NELORE SELECIONADA A CAMPO

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COMPROMETIMENTO COM O CRESCIMENTO DA RAÇA BRAHMAN

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A EXPANSÃO DA RAÇA SINDI NO CENTRO-OESTE BRASILEIRO

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79 NORDESTE DE ENCANTOS, BELEZAS E PRODUTIVIDADES

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E X P E D I E N T E

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Fundador: Adib Miguel (1946-2013) O Zebu no Brasil é uma marca registrada sob o nº 815672454, junto INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) Diretora Geral Anna Keila Miguel Matos ozebunobrasil@ozebunobrasil.com.br Diretor de Fotografia José Maria de Matos Filho josemaria@ozebunobrasil.com.br Jornalista Responsável Fany Michel MTB 70.026/SP fanymichel@gmail.com Departamento Comercial (34) 9 9817-7972 (34) 9 9942-6309 Direção de Arte Eurípedes Antôino Campos jexpressoura@gmail.com Revisão de Texto Lislei Carrilo Departamento Jurídico Demick Ferreira OAB/MG – 105407 Publicação periódica de José Maria de Matos Filho ME CNPJ : 86.553.070/0001-92 Redação, Publicidade e Administração: Rua Engenheiro Gomide, nº 222 Bairro Boa Vista - Uberaba/MG - CEP 38017-160 Reclamações e sugestões: ozebunobrasil@ozebunobrasil.com.br (34) 3336-6300

Nossa Capa: JOVEM DA DI GENIO - JCDG 4117 De excelente qualidade zootécnica e destaque na ExopGenética 2016, Jovem é vencedor de Provas de Ganho de Peso da Nelore Di Genio. Foto: JM Matos Arte: O Zebu no Brasil

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P A N O R A M A

Sempre digo que o Brasil como país não compra e não vende nada, quem faz isso são as empresas, os agricultores e os pecuaristas, mas nós precisamos criar as condições para que isso aconteça” Blairo Maggi - Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Segundo Bonsma, renomado zootecnista sul-africano, a fertilidade, tanto quanto adaptação ao ambiente, são fundamentais no melhoramento genético. A vaca deve ser dócil, fértil (não falhar) e boa criadeira (crias saudáveis). O touro, além de bom temperamento, deve ter mãe, irmãs e filhas de idênticas características”. Fernando Penteado Cardoso, Fazenda Mundo Novo

A eficiência dentro da fazenda depende não só do quanto ele (o pecuarista) recebe pelo boi, mas também de como ele consegue fazer o processo e garantir o equilíbrio entre o custo e o que ele vai receber”. Liège Nogueira, Diretora Executiva da Assoc. Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), em entrevista para o Canal do Boi.

O agronegócio tem sido uma contribuição bastante significativa para a balança comercial e outras frentes que o Brasil precisa. Estou extremamente otimista que vamos ter uma boa safra, que vamos aumentar nossa produtividade e que vamos fornecer, cada vez mais, alimentos para o Brasil e para o mundo”. Tarcísio Hubner, Vice-presidente Agronegócio do Banco do Brasil, em entrevista para o Canal Rural.

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OS DESAFIOS DA NOVA GESTÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE ZEBU (ABCZ)

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ntes mesmo de toda equipe colaboradora da ABCZ retornar das férias coletivas, o presidente Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges e parte da equipe já estavam no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), acompanhando o andamento das obras, que foram iniciadas no final do ano de 2016, dando continuidade ao planejamento de gestão. Arnaldinho, como é conhecido por todos, fez questão de envolver toda a diretoria nessa entrevista. “Mas isso que é bom, a participação de todos e cada um tem seu conhecimento. Estamos dando trabalho para todos”, declara o presidente. O Zebu no Brasil: Quais obras estão sendo realizadas no parque? Arnaldo Borges: Uma das obras mais importantes é a do dormitório para os tratadores. Uma construção planejada para acomodar, confortavelmente, 320 pessoas. Todos os quartos serão

Por: Fany Michel / Fotos: Wellington Valeriano e Divulgação

equipados com ar condicionado. Além disso, estamos construindo um restaurante com arquitetura bonita, para atender aos tratadores e o público geral. A intenção

é oferecer comida de qualidade e baixo custo. Também estão na lista de obras: dois sanitários próximos ao estacionamento e uma nova rede de esgoto. A previsão é

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terminar tudo até o mês de maio para a ExpoZebu. E, para o futuro temos outros projetos, como a construção de uma padaria e a criação de uma área de lazer. Outro detalhe é que, durante esses primeiros meses de gestão, plantamos mais de 700 mudas no Parque Fernando Costa, principalmente de árvores frutíferas. O Zebu no Brasil: Alguma novidade no regulamento da 83ª ExpoZebu? Arnaldo Borges: Nós resgatamos eventos e formatos que já fizeram parte de exposições anteriores. Nos julgamentos, volta o modelo de jurado único, que será acompanhado pelo assistente. Ambos serão indicados pelos expositores. Além disso, vamos retornar com o modelo de ficha de julgamento da década de 1980, ou seja, incluir informações como comprimento de carcaça, perímetro torácico, área de olho de lombo, circunferência escrotal, ganho de peso diário e idade ao primeiro parto. Falo sempre que não é uma pista de julgamento, é um recinto de avaliação dos animais. Então é muito importante que o animal represente sua geração não só no fenótipo, mas também nas características funcionais e produtivas. Esse ano, teremos uma campeã de cada raça no Campeonato Matriz Modelo, que também serão avaliadas as informações de funcionalidade das matrizes. Vamos convidar um jurado especializado em carcaça para avaliar os animais do Campeonato Modelo Frigorífico, outra modalidade que nós resgatamos de edições ante-

riores da ExpoZebu. Mudamos também o Mérito ABCZ, que homenageia todos os anos personalidades que desenvolvem trabalhos em prol do crescimento da pecuária zebuína. Em 2017, os homenageados serão indicados pelos próprios associados. O Zebu no Brasil: Os shows retornam na ExpoZebu 2017? Arnaldo Borges: É impressionante a repercussão desse tema. Me perguntam no supermercado, no posto de combustível, e aqui mesmo, no Parque Fernando Costa. Sim, vai ter show. Dois diretores são responsáveis por esta área: Arnaldo Prata e Fabiano Mendonça. Queremos show de artistas conhecidos nacionalmente e também dar oportunidade para nossos talentos regionais. Fabiano Mendonça (Dir. Relações Públicas): Luan Santana abre a agenda de shows no dia 28; Simone & Simaria se apresentam no dia 29; e para encerrar, a dupla Zezé Di Camargo &

Luciano sobem ao palco no dia 30. O Zebu no Brasil: Como está o andamento do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta)? Claudio Fontoura (Procurador Jurídico): Não existe

qualquer ordem judicial impedindo que os shows aconteçam. Entretanto, preferimos atuar em sintonia com a Promotoria de Justiça de Uberaba, para dar sequência ao retorno de um evento musical destinado ao entretenimento da população Uberabense. A volta dos shows é uma vontade política do presidente Arnaldo e sua atual diretoria e, é esperada por toda a cidade. A ABCZ pretende cumprir todas as ações preventivas possíveis para não atrapalhar a tranquilidade da população do entorno, e com isso garantir a compatibilidade entre os direitos da comunidade: lazer e descanso. O Zebu no Brasil: Este ano, além da Vitrine da Carne, a 83ª ExpoZebu terá a Vitrine do Leite. Como será a apresentação?

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Eduardo Falcão (Diretor): Entre as atrações está a possibilidade de acompanhar, ao vivo, a fabricação de queijos. Além disso, a intenção é reunir uma variedade de queijos frescos e maturados, em especial uma linha gourmet, produzidos com leite de diferentes raças zebuínas em criatórios de diversas regiões do país. Queremos ressaltar os diferenciais mercadológicos do produto com selo Zebu, como o queijo produzido apenas com leite A2A2, que não é alergênico. Quem passar pela feira poderá experimentar e adquirir os queijos. O Zebu no Brasil: A ExpoZebu Dinâmica não vai acontecer durante feira na Estância Orestes Prata Tibery Junior? João Gilberto Bento (Consultor da ABCZ): Como este ano o evento coincide com a Agrishow o que inviabiliza a vinda das empresas, a diretoria de forma conservadora decidiu não lançar em 2017 a Expozebu Dinâmica, pelo menos no formato conhecido. A proposta é realizar um evento em

forma de dia de campo focado principalmente em lançamentos de forrageiras e sistemas de integração, o que obviamente não impedirá às empresas de máquinas e equipamentos de participarem. Com a parceria com a Embrapa e uma plataforma bem constituída dos sistemas de Integração ILP e ILPF, considerada uma das melhores do Brasil, devido às diversidades silvícolas, são várias espécies de árvores com 5 ou 6 anos de plantio, a Estância OT, tem uma base com infraestrutura e diversidade adequadas a vários tipos de eventos. A ABCZ esta defendendo o conceito de Sistemas de Integração ILP e ILPF, como uma das principais soluções para a recuperação da grande quantidade de pastagens degradadas no Brasil. Isso é vital para a sustentabilidade da pecuária a médio e longo

prazo, tanto no sentido ambiental quanto econômico. Embora a genética seja uma ferramenta fundamental para construirmos uma pecuária sustentável para as próximas décadas, isso só será possível se, junto com a genética, somarmos uma base nutricional, principalmente através das de pastagens. Muitos pesquisadores defendem que os sistemas integrados (ILP ou ILPF), tema da Expozebu 2017, são praticamente obrigatórios para qualquer modelo de produção agrícola e pecuária que deseja ser eficiente e sustentável para o futuro. O Zebu no Brasil: Haverá participação de equinos durante a feira? Claudia Irene Tosta Junqueira (Dir. Marketing da ABCZ): A ExpoZebu contará

com uma Vila Hípica, espaço para os criadores de equinos com área para stands comerciais - empresas de equipamentos de montaria, botas, mantas, freios e todos acessórios desenvolvidos para prática de esportes equestres

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e, o trabalho de campo, além de ração, fármacos, vitaminas e tudo que é necessário para as tropas de campo ou cavalos de esporte. Teremos uma boa pista de areia para competição, demonstração e julgamento com todas as especificações técnicas que visam a segurança e o bem-estar dos animais. Nossa intenção é trazer de volta a tradição de uma feira, onde criadores de gado e de cavalo se reúnam como antigamente. A pecuária nunca existiu sem os cavalos e com a presença das raças equinas as feiras se tornam mais prazerosas e movimentadas. O criador de zebu vai ter a oportunidade de ver a evolução e o potencial das raças Quarto de Milha, Mangalarga Marchador e Crioulo, além de apreciar exemplares da raça Fresian, que chegaram ao Brasil recentemente e já estiveram no parque no ano passado com muito sucesso. Esse evento vai criar oportunidades para nosso associado adquirir bons cavalos e também promover seu trabalho de seleção com raças zebuínas junto a esse grande público da equideocultura. Esta integração, sem duvida é necessária na ExpoZebu 2017, para reforçar o convívio maravilhoso entre os criadores de gado e de cavalos. O Zebu no Brasil: Como a entidade está trabalhando para o sucesso das suas propostas de campanha, como por exemplo, inovação, menos burocracia e mais transparência? Arnaldo Borges: Já tomamos algumas providências. Uma delas foi a instalação da procuradoria

jurídica para atender às solicitações dos criadores, gerir os processos legais e esclarecer dúvidas em menor tempo. Na área técnica, a Gleida também está estabelecendo ações para que isso aconteça. Gleida Marques (Superint. Adjunta de Genealogia): Conceitos de agilidade e eficiência

no atendimento, bem como de qualidade dos serviços prestados, devem ser sempre observados no âmbito corporativo e com a ABCZ não é diferente. A diretoria solicitou que a área técnica priorize a atenção para a melhoria da gestão e para a satisfação do criador, de forma que o movimento de desburocratização dos processos internos e externos seja contínuo. Entre as ações já viabilizadas podemos citar a consulta das comunicações de coberturas CDCs realizadas online; o envio de carta de empréstimo e coleta de sêmen por e-mail, antes era aceito somente o original, a atualização de endereço também pelo site na

área de comunicações, agora disponível para consulta as possíveis CDCs, com o prazo de gestação da matriz que teve o acasalamento informado pelo associado. Além disso, permitimos a inclusão automática no Sigennet, que é o sistema interno usado pelos técnicos de campo, dos animais que já possuam resenha e coleta técnica, sem a necessidade de solicitação pelo criador. O sistema também permite que o médico veterinário faça a carta de coleta de sêmen pelo site de biotecnologias, que o criador altere a fazenda dos animais comunicados, e que o técnico produza a resenha da matriz que consta morta com o registro dos produtos oriundos dessas matrizes em uma única visita. O Zebu no Brasil: Haverá abertura de novos escritórios da ABCZ em outras regiões do país? Arnaldo Borges: O atendimento ao criador é muito mais eficiente onde a ABCZ tem o seu escritório. Para o fomento e conquista de mais criadores é importante que tenhamos esses escritórios regionais. Estamos fazendo um estudo de cada regional e também de mudanças na prestação do serviço, minimizando os custos para o criador. Uma das prioridades da nossa gestão é melhorar o atendimento ao criador e isso envolve a presença física da ABCZ em todas as regiões. Na região Nordeste, observamos uma diminuição no número de registros de animais e, por isso, estamos estudando formas para amparar os associados da região.

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GENÉTICA NELORE SELECIONADA A CAMPO O criterioso trabalho da Nelore Di Genio na busca por animais superiores e funcionais

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Por: Fany Michel / Fotos: JM Matos

om propriedades em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia, a Nelore Di Genio, desde a década de 1970, se dedica à seleção de animais superiores, melhoradores e funcionais, com características fundamentais da raça. Fazendo uso de ferramentas valiosas para o melhoramento genético, mensurando a evolução do plantel em números, e com uma pressão de seleção muito forte, a Nelore Di Genio não poupa esforços para produzir animais de qualidade. Com este trabalho dedicado, o criatório é tricampeão na categoria Melhor Criador da Raça Nelore no Estado do Mato Grosso do Sul. Os títulos foram conquistados nos anos de 2011, 2012 e 2013. Atualmente, o plantel da Di Ge-

A FAZENDA DE PEREIRA BARRETO/ SP PRODUZ MAIS 450 EMBRIÕES POR ANO.

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nio conta com mais de mil matrizes PO a campo, mais de 300 embriões nascidos dentro da estação de monta (quatro meses de nascimento). Anualmente, são produzidos mais de 450 embriões na propriedade de Pereira Barreto, em São Paulo, onde está sediado o rebanho Nelore PO Elite. A seleção é voltada a pasto, gado rústico e produtivo, agregando importantes características da raça Nelore, não só ao processo de seleção de animais de elite, como também ao rebanho de produção na cria, recria e

engorda. O processo na escolha dos animais vai desde a inseminação e acompanhamento do parto, até todo o ciclo que envolve o nascimento, o desenvolvimento de cada indivíduo, o ganho de peso e a precocidade. “Outra característica que a gente considera é a docilidade do gado. Esta parte de temperamento, também é um critério de seleção e descarte quando o animal não está dentro do padrão desejado”, explica Antônio Aurico Flores, gerente da

Nelore Di Genio. Aliada ao olho humano, o criatório utiliza uma importante ferramenta para identificar jovens reprodutores com potencial para coleta de sêmen, a Prova de Ganho de Peso a Pasto, da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). Logo após o desmame, os animais de um grupo contemporâneo entram na prova, exclusivamente a pasto na propriedade, e são avaliados por oito meses. Esses animais são utilizados dentro do plantel e também oferecidos ao mercado. Um dos casos de sucesso foi o touro Efeito de Di Genio, que produziu vários filhos, comercializados na fazenda e em leilões; e, mais recentemente, o touro Jovem da Di Genio, que já está produzindo progênies com sua genética avaliada. Frutos de um trabalho de seleção criterioso para fertilidade, peso e habilidade materna, esses touros são animais rústicos e aptos a cobrir a vacada a campo. Jovem da Di Genio Filho do reprodutor mais que provado, Brado S. Marina; com Gamayana TE Pontal, filha direta do Ganhoso do IZ, o touro Jovem da Di Genio é exemplo de padrão de eficiência genética. Sua mãe é uma das

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GADO PROVADO, RÚSTICO E DÓCIL.

doadoras mais produtivas da Nelore Di Genio, com progênie uniforme, acima da média, e já produziu touros de central e doadoras de embrião. Destaque na ExpoGenética 2016, Jovem foi um dos touros mais visitados por técnicos, criadores e juízes da raça. Ganhador de provas de ganho de peso da Di Genio no Mato Grosso do Sul, foi muito utilizado dentro do plantel para a produção de nova geração. Jovem apresenta altos índices na sua avaliação genética, é TOP 1% no PGMZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos), e possui 23,61 no iABCZ.

Progênie do touro Efeito da Di Genio

Além de bonito, é um reprodutor de musculatura evidente desde o costado, posterior e linha de dorso lombo; de muito arqueamento de costelas; extremamente equilibrado; com muita qualidade na carcaça;

de aprumos corretos e bem caracterizado. “Sua régua de DEP deve melhorar ainda mais em função dos produtos que estão nascendo, sua progênie está mostrando isso”, finaliza Aurico Flores.

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A M A M O S :

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Foto: JM Matos 19

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EXPOINEL MINAS 2017 A primeira feira do ano mostra o desempenho da raça Nelore em pista e a campo Por: Fany Michel / Fotos:Wellingtom Valeriano

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Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG, foi palco da Expoinel Minas, de 13 a 17 de fevereiro, com a participação de 81 expositores e 778 animais inscritos. Organizada pela Associação Mineira dos Criadores de Nelore (AMCN), com apoio da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), e da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a etapa dos julgamentos é obrigatória no Ranking Nacional Nelore. O presidente da AMCN, Frederico Henriques Lima e Silva, ressalta que o número de animais inscritos se aproximou ao esperado pela associação, que tinha como meta 800 animais. “Esse número reflete apenas os animais de elite, participantes do julgamento em pista”, concluiu. A novidade desta edição foi a estreia do julgamento a campo. Além do desfile de genética dentro e fora da pista, a mostra também recebeu os participantes do 1º En-

contro anual dos criadores da raça Nelore. Julgamento em pista Desde o início do Ranking Nacional 2016/2017, em outubro, as subcategorias passaram a ser ordenadas por peso e não por idade, deixando-as mais homogêneas em pista. Sob a ava-

liação de Otávio Batista O. Vilas Boas (jurado titular) e José Augusto da Silva Barros (jurado assistente), a pista foi bastante concorrida. “Os animais estavam muito bons, mostrando bem todo o trabalho feito pelos criadores, que estão se empenhando muito na qualidade. Gostaria de enaltecer o trabalho dos tratadores e apresentadores, peças fundamentais, pela dedicação e cuidado no manejo dos animais, pela alegria e emoção, e pela apresentação em pista”, declarou Otávio Vilas Boas. Julgamento a campo Fora da pista principal, em uma área reservada, o julgamento a campo contou com a participação de quatro criatórios com 21 animais inscritos. A nova modalidade é uma ferramenta de avaliação visual de animais Nelore e Nelore Mocho geneticamente superiores, mantidos em condições de criação a campo. Participa-

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O Zebu Nelore ram machos PO e fêmeas PO e LA, respeitando os pesos máximos definidos por idade e classificados entre os TOP 40%. “Como ocorre em todo início de projeto, a modalidade recebeu pouca adesão, mas os criadores nos disseram que ficaram satisfeitos e voltarão a participar”, relatou Frederico Henriques. Avaliados individualmente, os animais foram colocados lado a lado em currais e sob o crivo dos jurados Rafael Mazão, consultor técnico da Alta Genetics; Alexandre Lima, gerente comercial da ABCZ PecPlan; e Robinson Carreira, supervisor técnico da CRV Lagoa, foram atribuídas notas de 01 a 05 nos quesitos carcaça (conformação e musculatura); funcionalidade (aprumo, precocidade sexual e sexualidade); e características raciais. Para o criador Gabriel Belli, do Grupo Carthago, premiado como a Melhor Bezerra no primeiro julgamento a campo, a modalidade é um grande avanço em prol do Nelore, que busca a excelência da raça. “Acreditamos que o Nelore é um só, a seleção dos animais é de suma importância tanto para o gado de pista quanto para pasto”, relatou Gabriel. O zootecnista da Agropecuária Diamantino, Cristiano Farah, acredita que a modalidade identifica e valoriza os animais funcionais dentro dos padrões raciais, criados a pasto com equilíbrio entre nutrição, genética e manejo. “Com certeza estaremos nas próximas etapas. Respeitamos todos os tipos de criação, e apostamos nos avaliados e criados a pasto”, ressaltou Farah.

Além de promover a união entre os criadores da raça Nelore em seus mais diversos segmentos, o objetivo do encontro foi interligar os elos da cadeia produtiva, para obtenção de benefícios, equilíbrio financeiro e produção da carne. Os seis temas abordados sobre exposições; programa de avaliação genética; comercialização; marketing; frigoríficos e resultados, foram apresentados pelos criadores Maurício Iani e Rafael Zoller, com a participação do superintende Técnico-adjunto de Melhoramento Genético da ABCZ, Henrique Ventura, que falou sobre a importância do registro genealógico e das avaliações genéticas para o avanço da raça; e, do gerente executivo da ACNB, André Locateli, que fez uma análise sobre a carne Nelore; sobretudo da Carne Nelore Natural, abordando a trajetória, valorização do produto, perfil dos animais e premiação aos pecuaristas participantes.

Renato Barcellos considerou positivo esse primeiro encontro, e ressaltou que a ACNB está aberta aos associados que quiserem levar ideias e tentar fazer mudanças possíveis em prol da raça. Frederico Henriques declarou que “foram esclarecidos alguns equívocos; apresentadas e avaliadas as sugestões que tinham como objetivo a união dos criadores por causa em comum”. Em um balanço geral, a AMCN considerou que a feira teve um bom resultado, mesmo com a ausência dos tradicionais remates. “No momento de apreensão que estamos vivendo, os investidores estão muito reticentes, o que certamente ocasionou a desistência em realizar os leilões. Creio que teremos boas exposições, até melhores do que as que aconteceram no ano passado, com base no sucesso que alcançamos na Expoinel Minas 2017, que sempre foi um indicador consistente do que serão as exposições seguintes”, finaliza Frederico Henriques.

1º Encontro Anual dos Criadores da Raça Nelore No dia 16, pecuaristas e pessoas ligadas ao setor se reuniram no salão Nobre da ABCZ para o encontro organizado por criadores. Também estiveram presentes os presidentes Arnaldo Manuel Borges (ABCZ) e Renato Diniz Barcellos Corrêa (ACNB).

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O Zebu Nelore

AGROPECUÁRIA TAJ MAHAL TRABALHA COM AFINCO E MUITO OTIMISMO EM 2017 Por: Fany Michel / Foto: JM Matos

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alavras de lamentações nos negócios não são pronunciadas pelo empresário e pecuarista Aciole Castelo Branco. O entusiasmo desse amazonense é contagiante. Ele se dedica inteiramente ao que se compromete a fazer. Prova disso, está na sua dedicação à pecuária. Desde 2010, quando adquiriu a propriedade em Uberaba (MG), e iniciou seu plantel de gado Nelore, Aciole se envolve em todas as atividades. A fazenda é um colírio para os olhos, as construções centenárias foram restauradas detalhadamente, cercada de muita área verde, árvores e espécies diversificadas de plantas. No pasto bem cuidado, a beleza dos animais bovinos e equinos é encantadora. “Eu sou muito perfeccio-

nista. Gosto de fazer as coisas bem-feitas. Quando venho para cá (fazenda) eu me desligo de tudo e isso aqui se torna o meu lazer, a minha paixão, a minha vida”, declara Aciole. Antes mesmo de iniciar os preparativos para o último leilão de 2016 promovido pela Taj Mahal, em Manaus (AM), o planejamento para os remates de 2017 já estava finalizado. Com muito otimismo, o criador revela que “2017 vai ser muito bom. Eu acredito no agronegócio, no crescimento econômico da pecuária e do Brasil”. Os dois leilões confirmados vão acontecer no decorrer do ano com oferta de animais de alto valor genético e embriões. O primeiro será realizado na capital de São Paulo e o segundo em Uberaba (MG).

O 2º Leilão Encontros, reuniu a família nelorista em torno da beleza amazonense. O evento aconteceu entre os dias 19 e 21 de novembro com um roteiro repleto de atrações. Além de apresentar aos convidados a cultura e gastronomia local, Aciole e sua esposa Zenilda, ofereceram um passeio de barco para a apreciação de um dos espetáculos da natureza, o encontro dos rios Negro e Solimões. Com muito requinte, charme e com oferta da genética Nelore, o remate foi um sucesso. O titular da Agropecuária Taj Mahal relata que esse evento “permite um momento entre amigos, onde criadores de lugares distantes se reúnem, desfrutam de momentos de lazer e fazem negócios em um lugar belíssimo”.

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GUZERÁ

Foto: JM Matos

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O Zebu Guzerá

NOVIDADES NAS PISTAS DE JULGAMENTO

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esde que foram criadas as disputas nas pistas de julgamento, as regras foram sempre alteradas e alinhadas para que esse tipo de avaliação estivesse em sintonia com o que é produzido no campo. Afinal, a pecuária é uma só, o que muda é o objetivo principal da seleção. O julgamento é uma vitrine, são avaliados e expostos os melhores exemplares da raça, mostrando o potencial máximo que os indivíduos podem chegar. Dentro desse contexto, a raça Guzerá fará alterações nas regras das Exposições Oficiais da ACGB. CAMPEONATO

Subdivisão de categorias Atualmente, o número máximo de animais por categoria julgada é 24, esse número foi reduzido para 15 animais. Essa regra já valerá a partir da ExpoZebu 2017. Regras na pista Aptidão Leiteira A exigência quanto ao pai dos animais que disputam a pista de Aptidão Leiteira voltam ao regulamento. A idade mínima de julgamento de 08 meses, tanto para machos quanto para fêmeas, também volta a valer e fica mantido o campeonato Vaca Seca. CATEGORIA

Guzolando na ExpoZebu Em 2017 o Guzolando participa novamente do Concurso Leiteiro da ExpoZebu. Redução da idade de julgamento na pista de corte (Ranking 2017/2018) Lembramos que, conforme decidido em 2015, a pista da ExpoZebu 2017 será a última a ser julgada com idade limite de 36 meses. O Ranking 2017/2018 que abre em Curvelo, já começa com a nova regra que reduz a idade limite para 30 meses. Alterando também as idades de categorias e campeonatos. Que passam a vigorar conforme a tabela abaixo: IDADE

Bezerro e Bezerra (Não sofre modificação)

1 2 3 4

08 meses e 0 dia a 09 meses e 0 dia 09 meses e 1 dia a 10 meses e 0 dia 10 meses e 1 dia a 11 meses e 0 dia 11 meses e 1 dia a 12 meses e 0 dia

Júnior Menor e Novilha Menor

1 2 3

12 meses e 1 dia a 13 meses e 0 dia 13 meses e 1 dia a 14 meses e 0 dia 14 meses e 1 dia a 15 meses e 0 dia

Júnior Maior e Novilha Maior

1 2 3

15 meses e 1 dia a 16 meses e 0 dia 16 meses e 1 dia a 17 meses e 0 dia 17 meses e 1 dia a 18 meses e 0 dia

Touro Jovem e Fêmea Jovem

1 2 3

18 meses e 1 dia a 20 meses e 0 dia 20 meses e 1 dia a 22 meses e 0 dia 22 meses e 1 dia a 24 meses e 0 dia

Touro Sênior e Fêmea Adulta

1 2 3

24 meses e 1 dia a 26 meses e 0 dia 26 meses e 1 dia a 28 meses e 0 dia 28 meses e 1 dia a 30 meses e 0 dia

Disputa do Ranking (Ranking 2017/2018) O número mínimo de exposições oficializadas para que ocorra a contabilização do Ranking, tanto da pista tradicional quanto para a pista aptidão leiteira, será de três exposições oficiais, mais a ExpoZebu e a Nacional, quando houver.

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Foto: Zzn Perez

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Rebanho Guzerá PO da Teotônio

CEARÁ DE PECUÁRIA EXCELENTE Fazenda Teotônio, produzindo gerações de animais de valor zootécnico

U

m dos melhores exemplos de fazenda de seleção e produção com Zebu do Brasil está no Ceará, no município de Madalena. No livro “O Guzerá de todos nós”, o zootecnista José Otávio Lemos dedicou um capítulo à Fazenda Teotônio,

Fotos: Divulgação

que está entre as 10 maiores em produção no Brasil, segundo o levantamento TOP 100 do site Milk Point, com média de 30.000 litros por dia. Igor Queiroz Barros, diretor do Grupo Edson Queiroz, proprietário da Fazenda Teotônio, fazendo referência à

raça Guzerá, base da produção leiteira alcançada, afirma que “ao longo de três gerações, mantivemos este tesouro milenar intocado na sua beleza e aprimorado na sua função produtiva. É como uma herança de família”. O rebanho fazenda, com forte lastro

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no touro Ghallor, importado da Índia, também utiliza o refrescamento de sangue com Urutu NF, Barbante, Humaitá da Taboquinha e Acaso S (que surpreendeu com a produção de leite das filhas). Desde 1973 é feita a seleção de parte das matrizes para a produção de Guzerá PO, e outra para a produção de Guzolando, que recebe a rusticidade da raça e potencializa a capacidade leiteira. As matrizes de destaque na produção de leite são: Ximbica da Teotônio, com 7.208,36 kg; Maricota da Teotônio, com 6.732,76 kg (recordista mundial da raça); Xelma da Teotônio, com 6.370,50 kg; Objetiva da Teotônio, com 6.370,32 kg; Sanidade da Teotônio, com 6.269,14 kg; Eletoni da Teotônio, com 5.803,86 kg; Xaxim da Teotônio, com 5.660,81 kg; Jogada da Teotônio, com 5.445,14 kg; Dalha da Teotônio, com 5.426,34 kg; Urga da Teotônio, com 5.053 kg; Zi-

ririca da Teotônio, com 5.042 kg; Laranjinha da Teotônio, com 5.033 kg; Talha da Teotônio, com 5.012 kg; Falange da Teotônio, com 4.873,13 kg; Alteza da Teotônio, com 4.871,96 kg; Jaboticaba da Teotônio, com 4.796,48 kg; Inatura

da Teotônio, com 4.697,83 kg; Heirarca da Teotônio, com 4.530,81 kg; Hora da Teotônio, com 4.416,06 kg; Luziada da Teotônio, com 4.370,99 kg; Biguá da Teotônio, com 4.234,11 kg; Violada da Teotônio, com 4.066,43 kg; e Lâmina da

Guzolando sendo ordenhado

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O Zebu Guzerá

A equipe da Fazenda Teotônio comemora os primeiros clones do rebanho

Teotônio, com 4.033,26 kg. O Guzerá da Teotônio tem se destacado nas provas de ganho em peso da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). Bom exemplo disso é Rinha - TAL 7354, agraciado com o Certificado Especial na categoria “Platina“, na qual se enquadram os animais TOP 0,5%, entre os melhores avaliados geneticamente da raça Guzerá. A fazenda ainda conta com importantes raçadores como Ghallor IV, Sumor da Teotônio; Jaspeo da Teotônio; Inalador da Teotônio; Mandrake da Teotônio e Va-

lor da Teotônio, tanto para conformação racial quanto para produção de leite. Atualmente uma família se evidencia no Guzerá da Teotônio. São seis gerações de animais de valor zootécnico comprovado. Por isso, foram feitos três clones de matriarcas desse grupo. Um da Violada da Teotônio, e dois da Dalha da Teotônio, mãe e filha, respectivamente. A Fazenda Teotônio participa de leilões e exposições, principalmente regionais, divulgando seu modelo de trabalho e vendendo animais adaptados, propiciando a expansão da genética Guzerá de alta

qualidade. Para garantir o melhoramento genético são utilizadas várias técnicas de biotecnologias de reprodução, como inseminação artificial, transferência de embriões, fecundação in vitro (FIV) e clonagem (em nível experimental, parceria com o Laboratório de Biotecnologia da Universidade de Fortaleza – UNIFOR, mantida pela Fundação Edson Queiroz). Como complemento ao processo, a Fazenda Teotônio participa do Programa de Melhoramento PMGZ de Corte e Leite da ABCZ, que permite acompanhar

Macho e fêmea Guzerá bem do tipo buscado na Fazenda Teotônio

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A vacada Guzerá Teotõnio com bom porte e ótimos úberss

a evolução do rebanho por meio de relatórios e dados genealógicos, produtivos e reprodutivos. A raça Guzerá tem como características a estrutura forte e equilibrada; fortes

ligamentos de úbere; rusticidade frente aos parasitas e desconfortos climáticos; e, uma extraordinária habilidade materna. O médico veterinário Xico Barbosa, responsável pelo rebanho da Fazenda

Teotônio, esclarece que “não existe a melhor raça de bovinos, existe a raça adequada para cada criatório. E a Guzerá parece ter sido idealizada e plasmada para o nosso solo do Sertão Cearense”.

O Guzolando da Teotônio é feito com as melhores vacas Guzerá e touros da raça Holandesa realmetne provados para leite

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R A Ç A S

REVISTA

Q U E

A M A M O S :

GIR

Foto: JM Matos

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O Zebu Gir Fotos: Divulgação

ANDRÉ RABELO e JOVITA EGUEZ VALVERDE com grupo de criadores bolivianos

ABCGIL E ASOCEBU IMPLANTAM EM PARCERIA, O CONTROLE LEITEIRO NA BOLÍVIA

A

Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro - ABCGIL dá um importante passo rumo à internacionalização do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro - PNMGL. No dia 4 de maio de 2016, foi assinado um convênio entre ABCGIL e a Asociación Boliviana de Criadores de Cebu – ASOCEBU, para a implantação do controle leiteiro e

avaliação genética dos rebanhos Gir Leiteiro e seus cruzamentos na Bolívia. A ABCGIL irá instruir os técnicos da ASOCEBU a respeito do presente termo, assessorando na confecção do regulamento e dos procedimentos do controle leiteiro, bem como disponibilizar os modelos de planilhas e demais dados zootécnicos. Os trabalhos irão contemplar ainda o auxílio na confecção e implantação de software.

A identificação das propriedades participantes do controle leiteiro; registrar e acompanhar os animais; e enviar os dados para a ABCGIL será de responsabilidade da ASOCEBU. Ao término do processo, a ABCGIL enviará à ASOCEBU a avaliação genética dos animais participantes do programa, e também os relatórios de lactação e demais índices zootécnicos. O superintendente técnico da

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O Zebu Gir

Fernando Baldomar - gerente geral da Asocecu, Ranielly Maciel - ABCGIL, José Afonso Bicalho - ABCGIL, Erwin Rek Lopes - presidente Asocebu e André Rabelo - ABCGIL

ABCGIL, André Rabelo Fernandes, esteve na Bolívia entre os dias 13 e 17/12/2016, acompanhando a técnica da Asocebu, Dra. Jovita Eguez Valverde, nos trabalhos iniciais de controle leiteiro nas primeiras fazendas bolivianas participantes. Juntamente com o

gerente geral da Asocebu, Dr. Fernando Baldomar Salgueiro, ministraram palestras para motivar os criadores a aderirem ao programa. Inicialmente serão 12 rebanhos de criadores de Gir Leiteiro, usuários de genética brasileira que começaram a ter

seus rebanhos controlados. As pesagens de leite coletadas mensalmente irão compor a base de dados do Teste de Progênie. Os controles leiteiros são processados no Brasil pela Superintendente Técnica Adjunta de Melhoramento Genético Dra. Ranielly Maciel desde o início de 2017, já emitindo relatórios individuais de lactação ABCGIL – ASOCEBU. Com esta importante ferramenta de seleção, ganham os criadores bolivianos e também o Teste de Progênie, que irá aumentar sua variabilidade de dados rumo a sua internacionalização. ABCGIL - Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro Praça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110 Caixa Postal 6040 - Parque Fernando Costa 38040-971 - Uberaba/MG (34) 3331-8400 www.girleiteiro.org.br

Glovert Esteban Eguez e Jovita Eguez Valverde

girleiteiro@girleiteiro.org.br

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LEITE A2: UM NOVO MERCADO PARA AS RAÇAS ZEBUÍNAS LEITEIRAS E SEUS CRUZAMENTOS

O

Atualmente a qualidade e a segurança do alimento são uma das maiores preocupações mundiais, tanto que países e blocos comerciais tem criado legislações especiais para proteger os consumidores, que, a cada dia, desejam saber o que compram e de quem, onde e como se produziu o alimento. Os consumidores do mundo moderno demandam por alimentos mais saudáveis, naturais e ecologicamente corretos. Além da qualidade do leite em si, no que se refere à CCS (Contagem de células somáticas), CBT (Contagem bacteriana total), proteína, gordura, sólidos totais, diversos estudos atuais mostram que as raças zebuínas oferecem, predominantemente, leite A2, não sendo afetadas pela mutação genética (leite A1). As beta-caseínas representam, aproximadamente, 30% do total de proteínas

do leite de vaca, e podem estar presentes em duas variantes: A1 ou A2. No processo digestivo do leite, a ação das enzimas intestinais sobre a beta-caseína A1 libera o BCM-7, o que não ocorre no processo digestivo da beta-caseína A2. As caseínas respondem por 80% das proteínas do leite de vaca, e a beta caseína tem sido muito estudada. O alelo A1 é uma mutação do alelo A2, e segundo vários autores, as betas caseínas A1 e seu peptídeo, estão implicadas em uma série de reações alérgicas, e essa proteína, ao atravessar a mucosa intestinal e chegar até a corrente sanguínea, causa reações indesejáveis: dependendo do organismo de cada um pode causar reações alérgicas, além de estimular o desenvolvimento de doenças crônicas. O papel da beta-caseína A1, por meio da BCM-7, vem sendo investigado desde meados dos anos 2000. Aventou-se, inclusive, a hipótese de que o BCM-

7 poderia estar também envolvido na ocorrência de diabetes tipo 1, doenças coronárias e desordens do espectro autista. Essa hipótese foi completamente refutada em uma revisão publicada no European Journal of Clinical Nutrition, em 2005. Mas, a relação do BCM-7 com os quadros de intolerância à lactose parece ser verdadeira, embora mais estudos sejam necessários para que se tenha uma comprovação científica. Um fato que conta a favor dessa hipótese é que muitas pessoas que têm intolerância ao leite de vaca, não apresentam os sintomas característicos quando consomem leite de cabra ou ovelha, que não contém a beta-caseína A1, apenas a A2. A intolerância ao leite é um problema complexo, tanto em relação à saúde pública, como para o indivíduo intolerante. De acordo com a literatura, o alelo A2 era a única beta-caseína presente na

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população de bovinos há milhares de anos, mas uma mutação ocorrida cerca de 5 a 10 mil anos atrás fez surgir o alelo A1, o qual está relacionado com uma série de reações alérgicas e outras doenças. O alelo A1 está presente com maior frequência nos bovinos de raças europeias. Segundo a literatura, cientistas afirmaram que uma mutação genética ocorreu nas vacas do norte da Europa e que a proteína A1 começou a aparecer no leite que até então continha somente a proteína A2, disse o professor da Universidade Lincoln da Nova Zelândia e consultor do leite A2, Keith Woodford. As vacas Holstein-Friesians, as famosas vacas brancas e pretas das fazendas modernas que se originaram nos campos do norte da Alemanha e da Holanda, tipicamente produzem leite que tem cerca de 50% de proteína A1, de acordo com Woodford. Segundo Woodford, a proteína A1 forma um fragmento quando digerido que pode desencadear inflamação no corpo, potencialmente elevando a doenças de síndrome do intestino irritável, eczema, esquizofrenia e autismo. A A2 Milk, empresa Australiana fez uma pesquisa sobre os supostos efeitos deletérios da A1 e promoveu a ideia de que as pessoas que bebem o leite da companhia “apenas se sentem melhor”. A companhia disse que um quarto dos consumidores nos países ocidentais reportaram algum tipo de desconforto após beber leite comum, citando um documento de 2010 do Innovation Center para U.S. Dairy, um grupo de pesquisa da indústria. De acordo com estudos científicos, as raças zebuínas não foram afetadas por essa mutação genética e, ainda, produz predominantemente leite A2, ou seja, o leite não alergênico. Estudos analisaram as associações da beta caseína A2 com a produção de leite. Uma das conclusões deste experimento foi que o alelo varian-

te da proteína A2 é um marcador efetivo para rendimento de proteína no leite (Nilsen et al., 2009). Estudos realizados com animais Gir Leiteiro apontaram que a raça apresenta uma maior frequência do alelo A2, em torno de 90%, em comparação com outras raças leiteiras. A Embrapa Gado de Leite realizou a genotipagem dos touros provados e touros em teste de progênie, com previsão de resultados para os próximos anos pelo PNMGL Embrapa/ABCGIL e os resultados foram publicados no Sumário de Touros Gir Leiteiro 2016. O ideal são os animais homozigotos para o alelo A2. As amostras genotipadas de machos e fêmeas Gir Leiteiro nos mostraram que o alelo A2 se encontra em uma frequência bastante superior ao do alelo A1. O Gir Leiteiro, Guzerá e Sindi podem ser utilizados como recursos genéticos apropriados para a produção de leite apenas com a proteína beta-caseína A2, que, segundo dados da literatura agrega valor ao leite bovino por não estar associado a uma série de problemas de saúde humana. A seleção de touros e matrizes genotipados beta caseína A2A2 irá garantir a melhor utilização nos acasalamentos em rebanhos que visam a produção de leite com valor agregado. Acredita-se que quando iniciarem a produção de leite A2

e derivados lácteos para o mercado, seus consumidores serão, em geral, pessoas bem informadas, exigentes, e que possuem consciência de sustentabilidade e buscam a qualidade dos alimentos. Multiplicar a genética de matrizes genotipadas homozigotas para o alelo A2 fará a diferença nos rebanhos no futuro, bem como a genética de touros genotipados homozigotos para o alelo A2. Os produtores de leite juntamente às indústrias poderão disponibilizar ao mercado leite e derivados lácteos A2 beneficiando as pessoas que sofrem com os efeitos e sintomas do leite que contém a proteína A1. *Texto extraído do Livro Gir Leiteiro: a nossa Raça / Gyr Lechero: la nuestra Raza, 2016.

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

Médica Veterinária - Mestre e Doutora em Reprodução Animal Jurada Efetiva da ABCZ e Girolando Consultora Técnica tatianevet@hotmail.com

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PROJETO DO REBANHO GIR LEITEIRO DO INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO (IFTM) O rebanho do IFTM, Campus Uberaba, se encontrava sem perspectivas de melhora no 2º Semestre do ano de 2012; quatro anos depois a realidade é outra Por: Fany Michel

O

s médicos veterinários Bruno Balduíno Berber Freitas e o então recém-chegado Prof. Dr. Cleber Barbosa de Oliveira, em 2012, se uniram na idealização de um projeto acadêmico Bezerras produtos de FIV IFTM

com exemplares da raça Gir Leiteiro do Instituto. Os animais estavam com a documentação dos registros atrasados, sem comunicação e até mesmo perdidos. Desta forma, foi feita uma seleção dos

que se enquadravam nas características produtivas para o leite e, que poderiam ser registradas na Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) como LA, e os que possuíam comunicação e árvore genealógica conhecida foram Foto: Cleber Barbosa

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Foto: Divulgação

TNT - Campeão Bezerro Megaleite 2015

registrados como PO. Depois de quatro anos de trabalho, a realidade é outra. Por meio da ajuda de algumas fazendas, o rebanho ainda em formação está sendo reformulado. Criatórios das cidades de Uberlândia e Uberaba, reconhecidos pela excelência genética leiteira em seus plantéis são colaboradoras desse processo. A contribuição veio por meio de doação de material genético, proveniente das melhores matrizes de cada fazenda. Outros criadores também colaboraram com o projeto por com doação de embriões e sêmen sexado de fêmea dos touros Jaguar TE do Gavião e Vale Ouro da Silvânia, utilizados na técnica de Fecundação In Vitro (FIV). A Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL),

também é colaboradora no apoio técnico ao rebanho. Atualmente, os animais do IFTM fazem parte do rebanho colaborador do teste de progênie da ABCGIL. Os primeiros animais estão em controle de lactação, no regime de pastejo extensivo com complementação de 1kg de ração por vaca, sem bst e sem o uso de ocitocina. O processo de melhoramento genético do rebanho visa a melhoria da raça para resgatar a base genética do rebanho Girolando. Rebanho Girolando do IFTM, Campus Uberaba Com maior número de exemplares,

esta raça já está estabelecida no Campus Uberaba, sendo que 65% do rebanho é composto de animais 5/8 ou PS. Na nova fase do projeto, todos os animais estão em processo de genotipagem para identificação do gene para beta-caseína. Posteriormente, para kappa-caseína e beta-lactoglobulina. Paralelamente, começaram os estudos para identificar os animais mais resistentes à ectoparasitas, além de seleção para contagem de células somáticas (CCS) e resistência à mastite. O objetivo do projeto é pesquisar mais sobre a raça e poder contribuir com animais mais produtivos, resistentes e aumento na qualidade e produção de leite e queijos. Ainda em expansão, o rebanho conta com seis vacas, cinco delas com prenhezes por meio de FIV; 13 novilhas; cinco bezerras; dois bezerros e dois touros, totalizando 28 cabeças. Trabalho reconhecido Os resultados na pista de julgamento já vieram em 2015, na ExpoGil, comprovando que o trabalho da equipe envolvida no projeto, entre professores e alunos, foi reconhecido. O touro TNT do IFTM recebeu o título de 1º lugar na categoria Campeonato Bezerro, com 11 meses de idade. No mesmo ano, a fêmea Girolando 5/8 Lucena do CEFET, com nove anos de idade, sagrou-se Campeã Vaca Vitalícia na MegaLeite. “Estamos felizes e parcialmente realizados com o nosso projeto de melhoramento genético do Gir Leiteiro. Felizes por já termos reconhecimento do que foi feito. E parcialmente realizados, porque ainda temos muito a fazer pela raça e, consequentemente, contribuir com a renovação da genética dos animais Girolando”, finaliza Dr. Cleber.

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O Zebu Gir

GIROLANDO ELEVA PRODUÇÃO COM INVESTIMENTOS EM MELHORAMENTO GENÉTICO Fotos: Divulgação

O

s resultados das avaliações genéticas de animais Girolando, vêm confirmando a evolução da raça nos últimos anos. Um levantamento feito pela Embrapa Gado de Leite apontou que as propriedades que utilizam touros provados pelo Teste de Progênie, conseguem elevar significativamente a produção

leiteira do rebanho. No ano 2000, a média de produção das filhas de touros Girolando, era de 3.703Kg de leite em 305 dias, hoje superam 5.220Kg em 305 dias, com duração média da lactação de 285 dias. Outro dado importante é o intervalo de partos médio de 14,2 meses e a idade ao primeiro parto de 35,8 meses.

Quando comparado com as médias de todos os graus de sangue formadores do Girolando, inclusive com os animais Puro sintético, é observada a superioridade das filhas de touros Girolando, conforme tabela: Estes resultados podem ser sentidos no campo, com o aumento do número de registros genealógicos ano a ano, ficando em torno de 100.000 animais certifica-

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O Zebu Gir dos por ano, destes, 40% são de nascimento com genealogia conhecida. Outro termômetro da grande utilização do touro Girolando no país é a evolução na produção de sêmen, que segundo a ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), foi da ordem de mais de 774.000 doses de sêmen de Girolando no ano de 2014, divulgados em 2015. “Se está ocorrendo aumento da produção de sêmen, é porque com certeza está havendo o aumento na procura e na comercialização e, isto ocorre devido aos resultados obtidos em aumento da produtividade, aliado aos baixos custos de produção proporcionados pela raça Girolando, produzindo leite barato com sustentabilidade”, destaca Marcello Cembranelli, coordenador Operacional do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). Tudo isso vem a comprovar a superioridade e adaptabilidade da raça Girolando para produção de leite em países tropicais, o que já foi descoberto por nossos vizinhos da América do Sul e Central, os quais já levam material genético de Girolando para desenvolver a pecuária leiteira em seus países. 20 anos de Teste de Progênie Os primeiros trabalhos direcionados

de cruzamento para formação da raça Girolando ocorreram em 1989, com a criação do Programa Girolando, e apenas sete anos depois o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), reconheceu o Girolando como raça leiteira. A raça Girolando, por meio dos cruzamentos do Holandês com o Gir Leiteiro, busca a fixação no Puro sintético, através do cruzamento entre dois indivíduos 5/8 Hol + 3/8 Gir, que é o grau de sangue que apresenta uma maior complementariedade das características produtivas e de saúde, com grande capacidade de transmissão as gerações seguintes. Paralelo a esse trabalho, visando auxiliar e fornecer subsídios à formação da raça, existe o Programa de Melhoramento Genético do Girolando (PMGG), que desde 1997 em parceria com a Embrapa Gado de Leite, realiza o Teste de Progênie. “Essa prova zootécnica avalia os reprodutores da raça por meio do acompanhamento e análise das lactações de suas filhas. Buscamos a seleção para produção de leite, sólidos, idade ao primeiro parto, intervalo de partos, conformação e marcadores moleculares para doenças hereditárias e de produção. Hoje já contamos com 88 touros

provados para produção de leite, e mais 176 ainda estão em fase de teste e terão seus resultados divulgados nos próximos anos”, explica Cembranelli. Para aumentar ainda mais a pressão de seleção, desde 2013, os tourinhos jovens candidatos ao Teste de Progênie precisam passar pela prova de pré-seleção, realizada no Centro de Performance Girolando, em uma área de 20 ha cedida em parceria com o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), onde os futuros reprodutores permanecem por seis meses, e são avaliados para produção e congelamento de sêmen, resistência à endo e ectoparasitos, temperamento em parceria com o grupo Etco, e a Termo tolerância. A cada ano novas avaliações são incorporadas. Outro trabalho do PMGG é o Serviço de Controle Leiteiro, que se baseia na mensuração da produção de leite das fêmeas Girolando, fornecendo dados para gerar as avaliações genéticas das mesmas. “Essas avaliações são disponibilizadas aos criadores anualmente, constituindo uma importante ferramenta de seleção para os rebanhos, pois permitem a comparação dos animais por meio do Valor Genético”, finaliza o coordenador do PMGG.

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NOVO PRESIDENTE DA GIROLANDO DIZ QUE DEFENDERÁ OS DIREITOS DOS PRODUTORES DE LEITE

A

nova diretoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando tomou posse em fevereiro, em Uberaba (MG). A solenidade contou com a presença de centenas de criadores, lideranças do setor e autoridades políticas mineiras, entre elas o deputado federal Marcos Montes; o secretário de Agricultura de Minas Gerais Pedro Leitão; o secretário da Fazenda de Minas Gerais José Afonso Bicalho; os deputados estaduais por Minas Gerais, Emidinho Madeira, Antônio Lerin, Tony Carlos e Felipe Attiê; o prefeito de Uberaba Paulo Piau e o presidente da Câmara de Uberaba Luiz Dutra. O presidente da Girolando, Luiz Carlos Rodrigues, destacou em seu discurso de posse que trabalhará para defender os direitos dos produtores rurais e sugeriu a criação de Conselhos Estaduais do Leite, além de políticas públicas para limitar a importação de leite, considerada um dos graves problemas do mercado interno. “Minha maior expectativa é alcançar o pequeno produtor de leite, fazendo com que ele também tenha acesso à genética de ponta da raça Girolando. Para isso, vamos trabalhar junto aos órgãos responsáveis para consolidar o Pró-Fêmeas, e apoiar os núcleos de criadores para o fomento da raça nas mais diversas regiões. Precisamos ainda fortalecer as condições de produção e comercialização do leite para que o produtor possa viabilizar o negócio e se manter na atividade. Já, no mercado internacional, existe uma demanda muito forte pela raça, que tende a aumentar em decorrência da implantação da seleção genômica pelo Programa de Melhoramento Genético da raça Girolando. Vamos firmar acordo com países da América do Sul e Central para fomentar a raça nessas regiões”, disse Rodrigues. Com quase quatro mil associados, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, comemora duas décadas do Teste de Progênie, prova zootécnica para avaliar

Foto: Divulgação

a qualidade dos touros que anualmente distribuiu milhares de doses de sêmen sem qualquer custo para os produtores rurais em todo o país. A raça Girolando está presente em grande parte das propriedades rurais, sendo responsável por 80% da produção de leite no Brasil. Em seu discurso para transferência de cargo, o pecuarista Jônadan Ma destacou esse crescimento da raça e falou das conquistas da entidade nos últimos três anos, entre eles o projeto de internacionalização; que já está em andamento em vários países, e o programa Pró-Fêmeas, cujo objetivo é democratizar o uso da genética de alta qualidade por pequenos e médios reprodutores, elevando a produtividade dos rebanhos. O secretário de Agricultura, Pedro Leitão, informou que o governo de Minas está desenvolvendo uma série de ações para oferecer aos produtores melhores condições de produção, como, por exemplo, o programa Pró-Fêmeas. Já o prefeito de Uberaba, Paulo Piau, destacou em seu discurso o fato de a cidade ser uma referência nacional no agronegócio, e que a pecuária leiteira terá total apoio em seu governo.

O deputado federal Marcos Montes citou a importância do agronegócio para a economia do país, bem como o trabalho desenvolvido pela associação, promovendo a evolução do rebanho nacional. O deputado estadual Emidinho Madeira destacou que os produtores mineiros vêm sendo beneficiados com a adoção de programas de melhoria do rebanho leiteiro, como a distribuição gratuita de doses de sêmen de touros de qualidade genética comprovada pela Girolando. Durante a solenidade de posse, também compuseram a mesa de autoridades o presidente da ABCZ, Arnaldo Manoel de Souza Machado Borges; o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária-MG, Nivaldo da Silva; o vice-presidente da FAEMG, Rivaldo Machado Borges Júnior; o superintendente Regional do Banco do Brasil, José Carlos Vasconcelos; e, o chefe-adjunto de Pesquisa da Embrapa Gado de Leite, Pedro Braga Arcure. Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 Vila São Cristóvão – Uberaba/MG Fone: (34) 3331-6000 girolando@girolando.com.br

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BRAHMAN

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MISSÃO DO PANAMÁ REVISA PROTOCOLO SANITÁRIO COM O BRASIL, INSPECIONA CENTRAIS DE MATERIAL GENÉTICO E VISITA AGROPECUÁRIA W2R

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departamento internacional da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e o projeto Brazilian Cattle, acompanharam a comitiva formada por veterinários do Panamá, durante o período que estiveram em solo brasileiro, de 21 a 27 de novembro de 2016. No primeiro dia, o grupo se reuniu com representantes do Ministé-

Por: Fany Michel / Fotos: JM Matos rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para a revisão do protocolo sanitário entre os dois países. O último firmado com o Panamá foi em 2008. “Com o novo status sanitário do Brasil, que vem melhorando a cada ano, mostramos que alguns itens poderiam ser melhorados ou retirados, e eles concordaram com o que foi proposto. Então, isso facilita para

as centrais de sêmen e para quem está produzindo embriões. Tanto para as fazendas quanto para as centrais”, relata Mário Karpinskas, gerente técnico internacional da ABCZ. Oito anos são mais de duas gerações em bovinocultura e o Brasil deu um grande salto no aspecto sanitário, graças à evolução da ciência e, principalmente, dos esforços e com-

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prometimento dos produtores rurais. Os estados visitados foram Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Além das centrais de inseminação, propriedades rurais também foram inspecionadas, avaliando não só o melhoramento genético, mas também estrutura, manejo e sistema de produção. Entre os criatórios está a Agropecuária W2R, localizada em Pardinho, interior de São Paulo, de Wilson Roberto Rodrigues e filhos. A comitiva panamenha chegou na W2R no dia 25 de novembro, data que o MAPA concedeu a certificação sanitária para a propriedade.

“Queriam ver de perto uma fazenda em funcionamento e com resultados em melhoramento genético. Temos animais que a fama ultrapassou nossas fronteiras, como exemplo, nosso touro MR. WRS115 e nossas vacas MISS. WRRB404 e MISS. WRRB447, campeões em pistas e em gerações de filhos já confirmados na qualidade”, informa Wilson Rodrigues. Agropecuária W2R Desde 2004, a W2R se dedica à criação da raça Brahman a pasto e disponibiliza silagem para o período seco do ano. De acordo com Wilson

Rodrigues, não há produtividade sem uma boa alimentação, pois o animal é uma indústria viva de produção. E acrescenta, “o Brahman é uma raça com qualidades importantes para a pecuária nacional. Ela entrou na fazenda depois que decidimos parar com a criação de Girolando. Atualmente, também temos um pequeno plantel de Gir e, recentemente, fizemos algumas aquisições, visando melhorar nosso plantel”. Todas as tecnologias são utilizadas no sistema de produção. Na reprodução, faz uso de Inseminação Artificial (IA) e, principalmente

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Fertilização In Vitro (FIV). Em parceria com Sr. Luiz Carlos Monteiro, da Fazenda Imperial, foi produzido o primeiro clone da raça, em 2012. Os procedimentos exigidos para coleta e utilização de material genético são rigorosamente executados por profissionais qualificados. “Nós temos um laboratório com acesso restrito para manipulação dos oócitos coletados; um local específico para armazenamento do material genético em botijões, controle de manipulação e recarga de nitrogênio; além de condição higiênico-sanitária adequada”, declara o proprietário. A propriedade vem sendo

utilizada como um campus avançado da UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) de Botucatu. Há 11 anos, alunos e professores fazem visitas. A comitiva panamenha inspecionou a fazenda em sua totalidade: baias, curral, laboratório, escritório e alguns piquetes. “Pelo que pudemos notar gostaram muito do nosso controle sanitário e escrituração zootécnica, além dos animais que viram”, conta Wilson Rodrigues. Ele ainda declara que ficou demasiadamente contente e satisfeito com a visita do grupo à fazenda, pois “está se abrindo uma oportunidade

da genética W2R e de outras seleções serem adquiridas pelo Panamá, que é uma porta aberta para a América Central e outros cantos do planeta. Afinal, o Panamá é isento de enfermidades que cerram os caminhos para exportação por várias décadas”. Produto tipo exportação O rebanho bovino brasileiro está em contínua melhoria genética e dos índices zootécnicos, tornando-se

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cada vez mais produtivo, eficiente, sustentável e referência no mundo inteiro. O Brasil é uma excelente fonte de genética zebuína, isto pensando em uma bovinocultura de autodesempenho. Segundo a coordenadora de Trânsito e Quarentena Animal do MAPA, Judi Maria da Nóbrega, o interesse panamenho revela reconhecimento do alto padrão sanitário no Brasil. Além disso, o potencial genético e zootécnico do rebanho brasileiro,

contribui na melhoria dos rebanhos estrangeiros para produção de carne e leite. A previsão é de uma considerável ampliação nas exportações, tanto pela necessidade do produto por parte dos panamenhos, quanto pela simplificação do acordo sanitário. Wilson Rodrigues ressalta que o melhoramento genético no Brasil é marcante e reconhecido, pois as ferramentas disponíveis facilitam e asseguram o trabalho dos geneticistas. “Além do avanço tecnológico, o pecuarista brasileiro tem o dom natural de selecionar gado e, quando se fala em Zebu, estamos na cabeceira, pois não existe país no mundo que possua um trabalho tão efetivo quanto o nosso,

louva-se o trabalho e apoio da ABCZ aos programas de melhoramento genético, onde temos o maior banco de dados do mundo e que, a cada geração, veem-se os índices desejáveis bem próximos de serem alcançados”. “Nós da W2R, pelo rigor nos controles sanitários bem como nosso criterioso processo de seleção pelos quais passam nossos animais, com certeza seremos uma boa opção para fornecimento de genética a outros países que tenham protocolo com o Brasil. Não deixando de ressaltar que o estreitamento dos laços comerciais entre Brasil e Panamá trará grandes benefícios para nossa pecuária”, finaliza Wilson Rodrigues.

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FAZENDA BRAÚNAS É REFERÊNCIA EM SISTEMA DE MANEJO E AUMENTO DE PRODUTIVIDADE Experiência em seleção genética de alta qualidade, avaliada e certificada, aliada ao bom manejo, traz excelentes resultados comerciais e nas pistas de julgamento

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econhecida pela qualidade de seu rebanho da raça Brahman, a Fazenda Braúnas, possui habilidade e experiência na criação de gado de corte. Localizada em Funilândia (MG), a propriedade possui 400ha de área total, 90ha de reserva ambiental e plantação de eucalipto e, 280ha destinados à criação e manejo de animais. Selecionadora da raça desde 2005, Braúnas atingiu o número de 1500 animais com registro AMRO até novembro de 2016, representando a quantidade de nascimentos e registros na fazenda. Atraída pela docilidade e habilidade materna do Brahman, a Braúnas acredita no potencial de produção oferecido pela raça, presente em mais de 70 países. A produtividade e a qualidade da carne, carcaça, volume de posteriores e, adaptabilidade ao clima brasileiro, foram características determinantes na escolha da raça. O projeto da Fazenda Braúnas investe no manejo da pastagem e na evolução genética do Brahman.

Por: Fany Michel / Fotos: JM Matos e Patrick Vitoriano

Objetivando resultados, tanto em pista quanto em avaliação e certificação dos animais a pasto, o criatório trabalha com um manejo nutricional eficiente e estrutura de preparo de animais adequados. Utiliza o sistema rotacionado, em que cada grupo de animais permanece, no máximo, quatro dias em cada piquete. Além de dois módulos de

60 hectares (ha), divididos em oito piquetes com 7,5 ha cada, de gramínea brachiaria; a Braúnas possui tifton irrigado em cinco piquetes, medindo 3 ha cada. Em 12 anos, o criatório conquistou os títulos de Grandes Campeões Nacionais, Reservadas Grandes Campeãs Nacionais e várias campeãs em diversas exposições.

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XII ExpoBrahman A seleção Braúnas recebeu os títulos de Reservada Grande Campeã e Reservado Grande Campeão de pista em 2016. Mais quatro títulos de Reservados Campeões Machos e Fêmeas no julgamento à campo, além de três campeonatos e uma Reservada Grande Campeã. No julgamento em pista, foi detentora dos títulos de quatro Campeões, três Reservados Campeões (machos e fêmeas) e, também venceu o campeonato de Conjunto Progênie de Pai. Os resultados obtidos pela Fazenda Braúnas foram determinados por uma equipe dedicada, pela estrutura de manejo adequada e, pelo bom relacionamento com outros criadores. A grande conquista do criatório é conseguir o reconhecimento de criadores e técnicos pelo comprometimento do trabalho da Fazenda Braúnas com a raça Brahman. O zootecnista e assessor pecuário Fábio Miziara enfatiza que “a combinação de conformação somada à nutrição e ao manejo, é a fórmula do sucesso da Braúnas”.

Atualmente, os animas da Fazenda são os mais bem avaliados e certificados da raça Brahman no Brasil, de acordo com os índices da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu).

Melhor Criador e Expositor da XII ExpoBrahman A exposição de 2016 foi marcante para a Fazenda Braúnas. Foram diversas vitórias no julgamento tradicional em pista e também no julgamento a campo.

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A conquista do Campeonato Bezerra no primeiro dia de julgamento na Expobrahman 2016, foi o anúncio daquela que seria a mais expressiva participação da Braúnas nas exposições nacionais da raça Brahman. A fazenda também foi detentora dos títulos de Melhor Criador e Melhor Expositor de 2016. A consagração do criatório veio ao encontro dos resultados de um trabalho consistente de seleção e melhoramento genético. Ser eleito o Melhor Criador e Melhor Expositor Nacional da raça Brahman exige que uma fazenda tenha um trabalho exímio de preparação dos animais, dedicação dos profissionais envolvidos e, um plantel de altíssima qualidade capaz de se destacar em um ambiente onde estão reunidos os melhores exemplares da raça. A Equipe Braúnas comemora os títulos e vê as conquistas de 2016 como resultados de um longo e constante trabalho com objetivos definidos, desenvolvidos sob a orientação técnica de Fábio Miziara. “A propriedade utiliza tecnologia de ponta, é sem dúvida, uma das fazendas mais eficientes da

raça Brahman. Nosso trabalho foi auxiliar nos acasalamentos, na identificação e classificação dos melhores indivíduos, das melhores matrizes; identificação de novas doadoras e auxílio no melhoramento genético. A seleção Braúnas vem produzindo regularmente, reprodutores que estão entre os líderes de sumário”, esclarece Miziara. Entre os animais vencedores, Miss

BR 77 1230 e Mister BR77 1186, Reservados Grandes Campeões fêmea e macho, respectivamente. “São animais que representam o que a Braúnas procura na conformação: estrutura corporal eficiente e produtiva, com muita musculatura e bom acabamento de carcaça, associados aos aspectos reprodutivos íntegros e funcionais”, declara Miziara.

Adalberto Cardoso e Lauro Fraga Almeida (ABCZ) Adalberto Cardoso e Filho recebendo premiação Brahman a Campo

Além dos títulos destacados, a Fazenda Braúnas conquistou vários prêmios em diversas categorias, como o de Campeã Bezerra, com a Miss BR 77 1274; Campeã Novilha Menor, com a Miss BR 77 1230; Reservada Campeã Fêmea Jovem, com a Miss BR 77 1090; Reservado Campeã Bezerro, com o Mister BR 77 1270; e, Campeão Júnior Maior, com o Mister BR 77 1186. Conhecida pela qualidade e consistência dos animais selecionados, a fazenda tem como lema “produzir animais funcionais, com a máxima

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Adalberto Cardoso e Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges (Pres. ABCZ)

qualidade e expressão genéticas”. Para atingir os padrões desejáveis, participa dos programas da ANCP (Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores), e do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos – PMGZ/ABCZ. “Desde os primeiros nascimentos, a Braúnas sempre avaliou a conformação dos animais, identificando as melhores matrizes, os melhores acasalamentos e, principalmente, só incorporando as melhores fêmeas oriundas dos melhores acasalamentos e de melhor conformação ao rebanho”, conclui o assessor pecuário.

É consenso na Fazenda Braúnas que se deve trabalhar avaliando o rebanho, selecionando a mais proeminente genética e fazendo o melhor possível, assim o resultado é consequência de um trabalho consistente, acompanhado por bons profissionais, sempre abertos a evolução e foco no projeto Braúnas. Projetos de parcerias A Fazenda Braúnas acredita em parcerias de gado, desde que o resultado dela seja mais benéfico para quem está investindo no negócio. O investidor, tendo certeza de que ao

iniciar um novo negócio com menos investimento, estará minimizando o seu risco e, portanto, se sentirá mais seguro para entrar na nova atividade. É com base nesse princípio que a Fazenda Braúnas disponibiliza seu rebanho para a escolha das doadoras a serem coletadas, sêmen de grandes raçadores, além de animais provados e consagrados. Vale a pena agendar uma visita e conhecer o projeto. Na Braúnas os criadores encontram qualidade, orientação e segurança com baixo custo.

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COMPROMETIMENTO COM O CRESCIMENTO DA RAÇA BRAHMAN A Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), em 2017, reitera sua missão de divulgação e promoção da raça

A

primeira reunião do Conselho Administrativo foi realizada no dia 25 de janeiro na sede da associação, em Uberaba (MG), para discutir as ações da ACBB desse ano. Um dos temas abordados foi a reeleição do criador Adalberto Cardoso à presidência.

Por: Fany Michel / Fotos: Divulgação De acordo com o estatuto da instituição a eleição pode ser anual, sendo assim, Cardoso, que assumiu a função em março de 2016, terá mais 12 meses para dar continuidade aos projetos da ACBB. “Em nossa gestão todas as boas iniciativas dos grandes criadores serão apoiadas sem restrição, porém,

conduzir, amparar, cooperar, motivar e desenvolver os criadores menores (em número de registros) será nossa principal bandeira. Esses criadores são a maioria em nossa entidade e colaboram fundamentalmente com a capilaridade da nossa raça. Inclusive, muitos são clientes dos grandes criatórios, ajudan-

Paulo Marques, José Lamounier, Charles Maia, Carlos Borges, Edgar Ramos, WIlson Rodriges e Adalberto Cardoso

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O Zebu Brahman do a mantê-los”, declara o presidente. O Conselho também definiu o tema “A valorização do Brahman na pecuária nacional” que será amplamente trabalhada. “É uma raça nova, ainda está em expansão, está há um pouco mais de 20 anos no Brasil. Temos, aproximadamente, quatro gerações de genética. Vamos fazer um trabalho de divulgação do crescimento da raça, continuar verificando onde precisamos melhorar ainda mais o Brahman brasileiro. Utilizando os programas de melhoramento da ANCP e o PMGZ/ABCZ, conseguimos ter o Brahman nacional, com genética brasileira, então precisamos divulgar isso e o quanto a raça agrega na produção de carne em cruzamentos industriais”, explica a gerente técnica executiva da ACBB, Maria Delamare. O Brahman é o zebuíno mais utilizado no mundo como uma raça cruzante. Participa do cruzamento que deu origem às raças: Brangus (³⁄₈ Brahman X ⁵⁄₈ Angus), Braford (³⁄₈ Brahman X ⁵⁄₈ He-reford), Greyman (³⁄₈ Brahman X ⁵⁄₈ Murray Grey), Santa Gertrudis (³⁄₈ Brahman X ⁵⁄₈ Shorthorn), Simbrah (³⁄₈ Brahman X ⁵⁄₈ Simental), Charbray (³⁄₈ Brahman X ⁵⁄₈ Charolês), Beefmaster (50% Brahman X 25% Hereford X 25% Shorthorn), Brahmolando (com Holandês). Onde existe produção em larga escala como Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, têm sangue zebuíno no rebanho. Em países como Colômbia, México, Austrália e África do Sul, têm muitos animais da raça Brahman. “É uma raça que tem muito a acrescentar pelas suas qualidades, como habilidade materna, ganho de peso com facilidade e precocidade. É esse trabalho que nós fazemos há algum tempo, mostrando para o pecuarista do Brasil o que essa raça pode trazer

de benefício para a pecuária”, afirma o diretor Wilson Rodrigues. A agenda de eventos também foi definida na reunião. A primeira exposição com a participação da associação foi a Show Rural Coopavel, de 02 a 10 de fevereiro, em Cascavel (PR). A ACBB levou ao produtor rural, informações sobre a produtividade e a criação da raça Brahman. Com o objetivo de difundir a raça na região sul do Brasil, a associação ofertou exemplares provados pelo Programa de Melhoramento Genético Zebuíno (PMGZ/ABCZ). Na cidade de Uberaba (MG), entre os dias 29 de abril a 07 de maio, durante a 83ª ExpoZebu, as atividades da ACBB estarão voltadas para o atendimento ao criador na sede da associação, para o projeto Crescendo com o Brahman e para o Julgamento Brahman a Campo. A associação foi pioneira na realização do julgamento a campo. De acordo com as informações da ACBB, o presidente da ABCZ, Arnaldo Machado Borges, atendeu a solicitação do presidente Adalberto Cardoso e será destinado pelo menos, seis currais para o Julgamento do Brahman a Campo durante a ExpoZebu. Além do julgamento de argola, os criadores podem se preparar para participarem das duas edições do julgamento a campo em 2017, a terceira edição acontece durante a ExpoZebu, e a quarta será na ExpoBrahman. Durante o mês de junho, a ACBB marca presença na BeefExpo, na Capital de São Paulo e em exposições em Belo Horizonte (MG). Em agosto, participa da ExpoGenética, em Uberaba (MG) e Expointer, em Esteio (RS); de 21 de setembro a 01 de outubro, a associação promove a XIII ExpoBrahman. “Nesse ínterim, temos algumas atividades que são inerentes às associações estaduais e, de alguma forma, poderemos dar apoio.

Embora a gente tenha pouco recurso, somos criativos ao realizar essas atividades, obtendo bons resultados”, relata Adalberto Cardoso. Para a ExpoBrahman 2017, além dos julgamentos em pista e a campo, a ACBB também vai promover o projeto Crescendo com o Brahman. “O Crescendo com o Brahman é uma adaptação de um evento que tem na Colômbia e nos Estados Unidos, em que os filhos de criadores ingressam no trabalho de seleção. Lá, eles vão para a pista e apresentam os animais. No formato brasileiro, nós temos um instrutor que prepara os participantes. Ele ministra uma aula teórica sobre a raça, pecuária e a bovinocultura; depois vão para a pista aprender o manejo dos animais. É voltado às crianças e jovens, filhos de criadores, técnicos, tratadores e escolas”, explica Maria Delamare. Para participar do projeto Crescendo com o Brahman, é necessário fazer a inscrição na associação. Em 2016 o Julgamento Brahman a Campo teve a participação de aproximadamente 100 animais inscritos. A associação espera que esse número aumente para 200 animais em 2017. Ainda é prevista a realização de dois leilões da raça, entre eles o II Leilão Brahman Brasil. A associação continua priorizando o pequeno criador para que, cada vez mais, a raça cresça e mostre todo seu potencial. Estudantes de todo território nacional, criadores sócios e não sócios, buscam por informações sobre a raça, localização de criatórios e procuram por venda de tourinhos. Para acelerar esse atendimento, a ACBB está em processo da criação de um banco de informações, e a reformulação do site, onde haverá links de cada criatório do associado para divulgação de rebanho, vendas, informações etc. “Queremos colaborar com o criador,

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O Zebu Brahman ele precisa falar o que está precisando, para que possamos atender ao máximo a solicitação dele. Tem criador novo, que está entrando na raça, por exemplo, que precisa de apoio técnico e esclarecimentos. Então, é esse o trabalho que a ACBB está disposta a exercer; desde o fornecimento de informações sobre escrituração zootécnica até melhoramento genético”, informa a gerência. A associação é sem fins lucrativos, mas é uma entidade que precisa se manter para poder prestar seus serviços e promover a raça, o que acontece por meio das anuidades dos sócios. Um dos

benefícios que a ACBB oferece ao associado, por exemplo, é a oficialização de leilões. “Nós ajudamos a divulgar; temos parcerias com programa de televisão. Estamos finalizando um contrato com um canal segmentado para transmissões de leilões. Somos empenhados em fazer parcerias que serão transferidas para os sócios”, informa Delamare. “O que é importante frisar também é que esse trabalho é de equipe. Não é de uma ou duas pessoas. O conselho tem sido muito atuante e participado das decisões. A equipe está entusiasmada com os resultados que temos conseguido. Os

criadores que participaram das atividades em 2016 estão satisfeitos e comprometidos a se en-volverem novamente com a mesma intensidade. Então, é importante deixar claro que não é um trabalho de uma diretoria, é trabalho de uma equipe”, finaliza o presidente Adalberto Cardoso.

ACBB – Associação dos Criadores de Brahman do Brasil Praça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110, Parque Fernando Costa, Uberaba/MG (34) 3336-7326 e 3336-1228 brahman@brahman.com.br

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ABCT GANHA NOVA PRESIDÊNCIA Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã empossa nova diretoria para gestão 2017-2019

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advogado e pecuarista Júlio Christian Laure, pela primeira vez, foi eleito à presidência em chapa única, no dia 09 de dezembro de 2016. A solenidade de posse aconteceu no dia 15 de fevereiro, no salão Nobre da ABCZ, com a presença dos convidados, associados, e do presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) Arnaldo Borges. Sucessor de Marcelo Ártico, Júlio Laure e toda diretoria da ABCT tem definidas as ações para divulgação da raça. Entre elas, estar presente na maioria das feiras que a ABCZ realiza, como por exemplo, o Pró-Genética; participação em exposições regionais e nacionais; realização de Dia de Campo, com palestras sobre temas inerentes ao setor; e, o desenvolvimento de programas de pesquisas em parceria com Universidades e entidades especializadas, mostrando as características, qualidades e credibilidade do Tabapuã e, principalmente, comprovando cientifi-

Por: Fany Michel/ Fotos Wellington Valeriano

camente o que já é conhecido na prática pelos criadores da raça. “Pretendemos trabalhar fortemente para expandir ainda mais, dentro do País, as qualidades do

Tabapuã, e iniciar um projeto de internacionalização deste Zebu genuinamente brasileiro”, conclui o presidente. Apaixonado pela raça, Laure acredita que nos próximos anos haverá um surpreendente crescimento do Tabapuã, trazendo maior reconhecimento nacional e internacional. A 83ª ExpoZebu está chegando e as expectativas são grandes para a nova diretoria. “Falar da ExpoZebu nos deixa muito envaidecidos, pois nesses últimos anos de crise, a raça Tabapuã foi a única que se manteve em quantidade de animais na exposição”, declara Laure. Finalizando, o novo presidente afirma que “nesses anos de convivência com a família Tabapuã, aprendi a ter muito respeito e carinho por todos. É um ambiente onde qualquer um se sente bem em ser e estar, é algo mágico, que nos traz tranquilidade e paz de espírito, muito parecido com um piquete com centenas de Tabapuã. A nossa ABCT também é esse lugar”.

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O Zebu Tabapuã

TABAPUÃ PARTICIPA DO SHOW RURAL COOPAVEL O sucesso da raça no evento em Cascavel (PR)

Foto: Marcos Germano

Marcos Germano, Otto Laure, Julio Laure, Henrique Stofela e Sério Germano

P

elo segundo ano consecutivo, a raça Tabapuã, por meio da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT), participou do evento realizado entre os dias 6 a 10 de fevereiro, e, mais uma vez a participação da raça foi um sucesso. Participaram da feira os criadores Julio Laure, atual presidente da associação; Otto Laure; Marcos Germano; Sergio Germano; Edson Ribeiro; Marcelo Ártico; Márcio Gregg; Bruno Cantú; Valmor Stofela e, Henrique Stofela. O pavilhão onde os animais permaneceram ficou movimentado diariamente. Os criadores apresentaram o gado e informaram ao público presente sobre as qualidades e

características da raça Tabapuã, o que rendeu bons resultados no programa Pró-Genética, realizado pela primeira vez na feira. Dez animais foram levados para comercialização no Pró-Genética e todos foram vendidos. O organizador da exposição, Rogério Rizzardi, adquiriu um touro da raça para presentear a filha Kelle, que está grávida, à espera de Rian. “Com certeza, esse touro representa o meu amor em deixar para o meu neto um estímulo para vencer na vida”, disse o pecuarista. O evento registrou recorde histórico de público: 63.248 visitantes em um único dia. “Tudo que sabemos hoje, amanhã já pertence ao passado,

e temos que estar preparados para o amanhã”, disse o diretor Presidente da Cooperativa Coopavel, Dilvo Grolli. “No que depender da raça Tabapuã, o Show Rural Coopavel já faz parte do calendário anual de eventos da ABCT, estamos orgulhos em poder participar mais uma vez de uma feira tão grandiosa como esta”, declarou Marcelo Ártico, presidente da ABCT, na época do evento, e diretor da ABCZ.

ABCT – Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã Praça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110 - Uberaba/MG (34) 3336-2410 contato@tabapua.org.br

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Foto: JM Matos

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O Zebu Sindi Foto: JM Matos

ABCSINDI EM AÇÃO Núcleo dos criadores de Sindi/MS Durante a 79ª ExpoGrande, foi inaugurado o Núcleo Sul Mato-grossense dos criadores de Sindi, com o apoio irrestrito da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso

do Sul) por seu presidente Jonatan Pereira Barbosa. Estiveram presentes ao evento o presidente da ABCSindi, Ronaldo Bichuette e o vice-presidente,

Adaldio Castilho. O núcleo atenderá os criadores nas dependências da Acrissul, sob o comando das criadoras Emeline Lionardi e Milena Palhares Correia.

guia da raça. O material com rico apelo visual e de leitura objetiva, traz informações produtivas, características

zootécnicas, e qualidades econômicas do gado vermelho, que ganham espaço dentro dos criatórios brasileiros.

Guia da raça Durante a 83ª ExpoZebu, em Uberaba/MG, a Associação Brasileira dos Criadores de Sindi vai lançar um

Exposição Nacional da Raça Durante a Paraíba Agronegócio 2017, em João Pessoa, a ABCSindi promove a XV Exposição Nacional da Raça. A mostra acontece de 17 a 24 de setembro no Parque de Exposições

Henrique Vieira de Melo, e conta com o apoio da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu); SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural); CNA (Confederação

da Agricultura e Pecuária); FAEPA (Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba); SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas); e Governo da Paraíba.

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O Zebu Sindi

A EXPANSÃO DA RAÇA SINDI NO CENTRO-OESTE BRASILEIRO Sinônimo de produtividade, fertilidade e resistência, o Sindi vai ampliando seu espaço na pecuária Por: Fany Michel / Fotos: Divulgação

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riunda de regiões desérticas, a raça Sindi se expandiu no semiárido brasileiro, graças à sua rusticidade e tolerância ao calor. Em geral são animais medianos e robustos; ossatura delicada quanto à espessura, porém efetivamente resistentes. Sua musculatura compacta é bem distribuída por todo o corpo. A pelagem de cor avermelhada é ideal para as regiões tropicais e subtropicais. O Sindi possui boa eficiência reprodutiva; dupla aptidão; boa capacidade em produzir leite, tanto em qualidade quanto em quantidade; precocidade sexual e acabamento de carcaça; e, excelente adaptabilidade às condições adversas de clima e manejo. No Nordeste, a vaca Sindi é tida como o milagre biológico, porque fornece a riqueza para o pecuarista por suas crias; pela carne e leite; precocidade; e sobrevivência. Sua funcionalidade, resistência e desenvolvimento, estão abrindo novos caminhos e, se espalhando para outras regiões do Brasil e do mundo. As regiões nordeste e sudeste ocupam os primeiros lugares em quantidade de criatórios, e os estados do Rio Grande do Norte, São Paulo e Paraíba, possuem maior número de animais registrados. O ‘gado vermelho’ tem se expandido, e criadores de outras raças e outras regiões estão investindo no Sindi. Muitos pecuaristas apostaram na raça e iniciaram seus plantéis na região Centro-Oeste, entre eles, Walvevan Oliveira e Eduardo Henrique. Eles adquiriram exemplares do criatório de Pompeu Borba, e os levaram para o município da Cidade Ocidental (GO); também em Goiás, Marcos Rodrigues da Cunha, iniciou seu plantel na cidade de Jataí e, José

Sindi Fazenda Camparino

Eduardo dos Anjos, filho de José Maria Sindi. Em Jataí (GO), em um período dos Anjos, introduziu o Sindi na cidade longe sem chuva, o criador observou de Luziania. o gado comendo raiz de capim e ficou No Mato Grosso, os criadores Rene impressionado como estavam gordos. Barbour e José Humberto Vilela, estão Trinta dias depois, entre os anos de conseguindo excelentes resultados com 2010 e 2011, adquiriu mais de 100 a raça. Com pouca exigência nutricional cabeças de criatórios diferentes e e com alta capacidade de ganho de peso, introduziu os animais em sua proprieo Sindi colabora com uma pecuária mais dade em Cáceres/MT. De acordo com rentável. José Humberto, o Sindi é o vermelho Peque paga a cuarista conta. Atutradialmente, o cional e plantel da criterioFazenda so, José CampariHumberno conta to Vilela com mais Martins de 800 se apaianimais xonou Rene Barbour, José Humberto Vilela e Arthur Targino pelo

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O Zebu Sindi

UMA ALTERNATIVA IMPORTANTE E PROMISSORA PARA REBANHO PO E SEUS CRUZAMENTOS registrados sob seu afixo. À frente de um dos maiores projetos agropecuários do Mato Grosso, está o criador Rene Barbour, que começou a criação de Sindi para produzir touros. Esses reprodutores vêm sendo utilizados para produção de matrizes F1 com Nelore, visando maior rusticidade, habilidade materna e precocidade sexual; além de machos meio sangue com excelente ganho de peso e conversão a pasto. Entre os criatórios do Estado do Mato Grosso do Sul, podemos citar a Seleção OT, o criador Cícero de Souza e a família Correia. Cícero de Souza iniciou no Sindi por meio de sua amizade com a família Castilho, com 80 anos de seleção da raça. Atualmente, o criador é sócio de Adaldio Castilho, no animal Jangada da Estiva, uma das principais e mais provada matriz da raça. Na cidade de Campo Grande, York e sua esposa Milena Correia, não só estão investindo no gado Sindi, como também já participaram de exposições. O casal levou seus animais para a ExpoGrande 2017. Já, na Seleção OT, na cidade de Três Lagoas, os irmãos Angelo Prata Tibery e seu irmão Orestes Tibery Neto (Bibo), iniciaram o criatório de Sindi em 2013, quando foram adquiridas três fêmeas no leilão da raça em Uberaba/MG. “Meu primo Mario Marcio da Costa Moura, nos levou para conhecermos o gado Sindi na ExpoZebu. Naquele momento conhecemos o Adaldio Castilho, um criador apaixonado pela raça, que nos apresentou animais excepcionais”, conta Angelo Tibery. Atualmente, o plantel conta com aproximadamente 70 animais, entre bezerras, novilhas e doadoras. “Enxer-

gamos no Sindi fatores importantíssimos para pecuária de corte e leite, fertilidade, rusticidade, precocidade aliada à funcionalidade. Já abatemos uma boiada meio sangue Sindi com Nelore, com rendimento de carcaça de 58,5%, resultados que nos dão certeza que essa raça é a ideal para pecuária de corte e seus cruzamentos”, relata Tibery. Para o consultor e diretor da ABCSindi, Arthur Abdon Targino, os criadores do Centro-Oeste, que já experimentaram várias raças, tanto zebuínas quanto taurinas, estão vendo no Sindi um material genético diferenciado, plenamente adaptado às condições da região com calor extremo. “Um animal só consegue ser realmente produtivo no cerrado se for plenamente Angelo Prata Tibery - Seleção OT adaptado àquelas condições de altas temperaturas e pastagem cruzamentos, pois sua preponderância fibrosa. Portanto, o Sindi se torna uma genética assegura a transmissão das quaalternativa importante e promissora, lidades econômicas, e zootécnicas aos tanto para o rebanho PO, quanto para seus produtos”, finaliza Targino. Sindi com Nelore - boiada que rendeu 58,5% de rendimento de carcaça

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INDUBRASIL

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O Indubrasil foi o pilar inicial na propagação do zebuíno puro como o ideal para a pecuária tropical (Fotos: José Luís)

O INDUBRASIL FEZ O MARKETING PARA O AVANÇO DAS RAÇAS ZEBUÍNAS Por: José Otávio Lemos

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Zebu era um bicho para zoológico ou circo. Isso mesmo. Os primeiros animais Bos indicus que vieram para o Brasil chegaram de forma não intencional. Pelo que se tem notícia, a primeira entrada de zebuínos no nosso país foi no ano de 1813. Era um casal de zebuínos oriundo da costa ocidental da Índia e, que deu origem a um tipo cruzado nomeado por Malabar. No Nordeste do Brasil se escutava até música exaltando o aparecimento do Malabar, cantada pelos vaqueiros do São Francisco: “Um dia se encontraram / O Turino e o Malabá / um, o cupim no

cangote / o outro na volta da pá”… Em 1822, chegaram outros animais com cupim nas costas, em Salvador (BA), e desses, um novo tipo tauríndico surgiu o Guademar. Um terceiro tipo - o China, foi formado com a infusão da genética oriunda da primeira importação intencional de Zebu para o Brasil. E não era Zebu indiano. Era africano, da região do Rio Nilo. Tal gado do Nilo, de pelagem escura, foi importado por Dom Pedro I para a Fazenda Imperial de Santa Cruz, na capital Rio de Janeiro. O gado chamou por demais a atenção dos que viram os cruzados dele, e o imperador presenteava

amigos com esses animais, batizados de tipo China (olhos puxados, elípticos). Os três tipos formados com a infusão de genética zebuína, China, Malabar e Guademar, tinham mais resistência a doenças e parasitas, maior aclimatação ao meio ambiente tropical e melhor conversão alimentar. Fora as características na morfologia, bem diferentes do então único conhecido bovino taurino. Os tipos se misturaram e sumiram através de cruzamentos absorventes com zebus na primeira metade do século XX. O Zebu, de várias raças, passou a chegar ao Brasil com importações oficiais, desejadas por criadores que viram naquele

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O Zebu Indubrasil gado a possibilidade de melhor resultado econômico, o que não estavam tendo com o taurino, presente nas fazendas brasileiras desde 1532. Como não havia muito conhecimento sobre raças, tendo cupim, era Zebu. Assim, além do uso dos touros para fazer cruzados com vistas à formação de gado zebuíno por absorção, machos e fêmeas de raças zebuínas diferentes foram cruzadas entre elas. A orelha também era um indicativo de pureza. O gado zebuíno a tinha bem maior que o taurino. Uma seleção pelas orelhas levou ao aparecimento de um tipo com elas pendentes, preferencialmente longas ou, no mínimo, médias, com a face interna do pavilhão tendendo para frente, com as extremidades curvando-se para dentro. Existiu até uma régua própria para medição das orelhas. O tipo Indubrasil foi sendo formado sem uma receita de x% de Gir, y% de Guzerá e z% de Nelore. A proporção de genética de cada raça era indefinida. O selecionador, a cada geração, punha um reprodutor que pudesse dar bezerros mais próximos da morfologia “imaginada” de “puro Zebu”. Então, se fizermos colheita de material para exame de DNA de grupos separados de animais das raças zebuínas, com certeza, o que dará maior porcentagem de 100% Bos índicus será da Indubrasil. Os primeiros registros de Zebu no mundo foram realizados pela Associação do Herd Book da Raça Zebu, que iniciou as atividades em 16/02/1919; e, com documentos expedidos por ela aconteceu exportações para o México, e de lá, o gado seguiu para os Estados Unidos. Inclusive, merece destaque um depoimento do cientista americano, A. O. Rhoad, na época diretor da New Iberia Livestock Experiment Station na Louisiana: “Antes dessa importação de 1924, não víamos interesse em serem adotados os tipos ordinários (referindo-se ao gado que estava em formação com genética zebuína nos Estados Unidos). O Brahman não tinha deslanchado. Existia apenas um punhado de devotos e o efetivo era pequeno. A importação do Brasil aumentou o interesse pelo Brahman devido à excelente qualida-

Cabeças típicas de fêmeas da raça Indubrasil (Foto José Luís)

de dos animais brasileiros. Eram grandes, musculosos, indivíduos sólidos, embora fossem uma mistura de sangue indiano, com nítida preferência de Guzerá, com alguma evidência de Gir e Nelore”. Era o Indubrasil, sem o qual o Brahman cinza e vermelho não teria sido formado. Depois, os sócios da Associação do Herd Book da Raça Zebu, fundaram a Sociedade Rural do Triângulo Mineiro – SRTM, 18/06/1934. Essa entidade recebeu o registro dos zebuínos no Brasil em uma delegação do Ministério da Agricultura, pois o Brasil é signatário do Tratado de Roma e o registro de cada raça pertence ao ministério, porém entregue a uma associação de criadores. Antes de registrar, fez-se o Padrão Racial do Tipo Indubrasil, em 1938.

Ao mesmo tempo em que os do Gir, do Guzerá e do Nelore. Durante a VII Exposição Nacional de Animais e Produtos Derivados, em Belo Horizonte (MG), no Parque da Gameleira, em 17/07/1938, foram registrados (marcados) os primeiros animais de cada raça, machos e fêmeas. Do tipo Indubrasil, ambos pertencentes ao criador João Machado Borges. O touro Torneio e a vaca Selecionada. O primeiro, marcado pelo presidente da república Getúlio Vargas, e a vaca, pelo governador de Minas Gerais, Benedito Valadares. Ou seja, o grupamento era o majoritário na época, merecia o destaque no início dos trabalhos de registro. Não devemos esquecer a anotação sobre a escolha do nome Indubrasil. Foi

No aspecto reprodutivo, o Indubrasil tem todas as boas características de gado tropica (Foto JM Matos)

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O Zebu Indubrasil

O dimorfismo sexual no Indubrasil é marcante (Foto JM Matos)

uma proposição do criador araxaense Thiers Botelho aprovada pela diretoria da SRTM. Anteriormente, devido aos núcleos de formação e criação da raça, três nomes: Induberaba (de Uberaba, Conquista e região), Induaraxá (de Araxá, Pratinha, Ibiá, Campos Altos) e Indubahia (da Bahia, e que tinha uma “pitada” a mais de genética Nelore que os outros dois). A SRTM, que estabeleceu como marca o “caranguejo” (junção da figura geométrica do triângulo e a letra M, de mineiro), usava-o também na logomarca da entidade acoplado com a imagem de um macho Indubrasil. Depois, em 25 de março de 1967, a SRTM muda o nome para Associa-

Vacas Indubrasil produzindo leite na ordenha mecânica

ção Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Adequação correta, já que era, desde então, uma entidade nacional e com repercussão internacional. O Indubrasil foi, sem dúvida, o grande “relações públicas” do Zebu. Ele abriu fronteiras pelo seu biotipo tropical. Está presente em vários países e usado na pecuária de corte e de leite em diferentes sistemas de criação. Continua como uma raça definida e com força genética nos produtos puros ou cruzados. O cruzamento com o gado Holandês gera o Indolando, que tem se provado muito bem na produção de leite. De norte a sul do Brasil, encontramos fazendas que se dedicam à seleção do Indubrasil. Até em regiões de muita

Repucho, importante touro Indubrasil exportado para os Estados Unidos e que se tornou um dos priincipais formadores do Brahman Vermelho

seca, como no Nordeste brasileiro, a raça está mostrando competência não de sobrevivência, mas de resultado econômico. No México e na Tailândia, criatórios de Indubrasil atraem clientes para as produções de machos e fêmeas. O maior dos zebuínos se fez grande na pecuária internacional. *José Otávio Lemos é graduado em zootecnia e com várias pós-graduações. Jurado efetivo do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas com atuações nacionais e internacionais. Conselheiro técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu. Tem vários trabalhos e livros publicados sobre raças zebuínas. Também apresentou muitas conferências e cursos sobre o Zebu em vários países. Recebeu honrarias de associações de criadores e de governos pelo trabalho na agropecuária.

Rio Negro, outro Indubrasil de destaque na formação do Brahman americano

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BRASIL MARCA PRESENÇA PELO QUARTO ANO CONSECUTIVO, NA EQUITANA EQUESTRIAN SPORTS WORLD FAIR Essen, Alemanha, se transforma na capital mundial do cavalo no mês de março com os mais diversos segmentos da indústria do cavalo Por: Fany Michel

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onsiderada a maior feira mundial equestre, a Equitana Fair é realizada em Essen no mês de março. Em um espaço de 90 mil m², com 15 pavilhões, a mostra recebe visitantes do mundo inteiro. O evento

que acontece a cada dois anos, reúne mais de 750 expositores de 30 países e conta com a participação de mais de 1000 animais de 40 raças diferentes. A representante da feira no Brasil, Patrícia Opik, em parceria com

uma agência de viagens, proporciona a participação de mais de 200 brasileiros. “Conseguimos driblar a crise econômica, além das incertezas governamentais no Brasil e consideramos o trabalho feito para a Equitana 2017 superpositivo. Foto: Raphael Macek

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O Zebu Equinos Acreditamos que a feira já se firmou no calendário dos brasileiros que trabalham e são apaixonados por cavalos e, com isto, conseguimos mostrar nossa grandiosidade para o mundo”, afirma Opik. Entre os estandes brasileiros participantes estão empresas de joias com design exclusivo para o mundo equestre, e também produtos temáticos de cavalos, como chinelos e bolsas; e, a exposição de animais da raça Mangalarga Marchador. Foto: Divulgação

Além da ampla área comercial e de exposição de produtos e animais, a feira ainda oferece shows noturnos diferenciados, com destaque para o Hop Top Show, intitulado este ano “Passepartout”, com a participação dos melhores artistas equestres do cenário internacional. As estrelas da comunidade do cavalo fazem o debut de suas atuações na feira, e são convidados para se apresentarem neste show. Entre os nomes com maior frequência estão Lorenzo, Saint Serra, Alizée Froment e os irmãos Brusewitz, que encantam o público com suas performances. Segundo pesquisas da Equitana Fair, 97% de seus visitantes possuem intenções de compras; 73% Patricia Opik e o cavaleiro olimpico João Victor são proprietários de animais; 83% M Oliva avaliam a feira como muito boa; e 89% dos expositores têm a intenção seus realizadores estiveram em Essen de voltar na próxima feira. Em 2017, para o lançamento oficial, e fecha-ram mais de 35 mil pessoas visitaram a contrato com Patrícia Opik, que tamfeira. A próxima edição da Equitana na bém passa a ser a representante exclusiva Alemanha já tem data marcada, de 09 a da Equitana USA no Brasil. 17 de março de 2019. Informações: contatoequitanabrasil@gmail.com Equitana USA Antes de mais uma edição da feira na Alemanha, os Estados Unidos será Foto: Raphael Macek sede da primeira Equitana USA, entre os dias 04 a 07 de outubro de 2018, em Atlanta, Georgia. Trabalhando com uma série de eventos para divulgação da exposição na América,

Brasileiros na Equitana

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Fotos: Divulgação

CENTRO DE REFERÊNCIA DA EQUINOCULTURA RACIONAL É CRIADO NA FAZU

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FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba) conta a partir de 2017, com o Centro de Referência da Equinocultura Racional (CRER), sendo responsável pelo projeto o engenheiro agrônomo, juiz e inspetor oficial das raças de cavalo Quarto de Milha e Paint Horse, Mário Márcio Souza da Costa Moura. O objetivo do CRER é orientar os criadores de todas as raças de equinos, asininos e muares, em qualquer que sejam suas

necessidades relacionas à equinocultura em geral. Os alunos da FAZU poderão ter acesso direto aos principais criadores de cavalo de várias raças da região com ofertas de estágios, além da participação em palestras sobre a criação de cavalos, modalidades de provas funcionais, entre outros assuntos. “É uma parceria interessante e forte com a FAZU e seus professores, para o desenvolvimento de trabalhos científicos com empresas, bem

como colaborar com os futuros profissionais da equinocultura em geral”, declara o engenheiro agrônomo. Mário Márcio é inspetor oficial de registro na Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) há 30 anos, e na Associação Brasileira do Cavalo Paint (ABC Paint) há 12 anos. Mário Márcio realizará um curso para se tornar inspetor de registro para cavalos das raças, Bretão e Percheron. Com mais de 200 potros Quarto de

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Milha registrados por ano, o engenheiro possui contato com pessoas ligadas às diversas raças de equinos. Com mais de três décadas dedicadas às atividades relacionadas à equinocultura e, durante oito anos como coordenador do Colégio de Jurados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Mário Márcio percebeu que os criadores de cavalos demonstravam uma carência grande de informações. “A criação de cavalos, em

É UMA PARCERIA INTERESSANTE E FORTE COM A FAZU E SEUS PROFESSORES, PARA O DESENVOLVIMENTO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS COM EMPRESAS, BEM COMO COLABORAR COM OS FUTUROS PROFISSIONAIS DA EQUINOCULTURA EM GERAL Mário Márcio | CRER

geral, é uma atividade muito sensível, pois envolve paixão e muito dinheiro. Com isso, muitas pessoas que gostariam de adquirir cavalos não conseguem ter uma visão racional do que realmente precisam. O CRER vem para orientar o pequeno, médio e grande criador na montagem da estrutura para a criação de cavalos, na compra e venda de seus animais de qualquer raça”, afirma o inspetor de registro. Engenheiro agrônomo graduado na Unesp/Jaboticabal (1983), Mário Márcio participou como juiz em mais de 600 eventos durante sua carreira, sendo nos principais rodeios do Brasil

e provas de cavalos Quarto de Milha e Paint Horse. Por 13 anos consecutivos, participou do Rodeio de Barretos, e no Rodeio de Jaguariúna são 10 anos julgando as provas funcionais, que sempre acontecem junto às montarias de rodeio. O inspetor oficial das Raças Quarto de Milha e Paint Horse afirma que já registrou mais de 3 mil animais. Contato CRER Mário Márcio (34) 9 9329-2222 | (34) 9 99218598 | (34) 3314-8048 projetocrer2016@gmail.com mmarciomoura@mednet.com.br

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ABCB SENEPOL APOSTA EM TRABALHO CONJUNTO COM OUTROS SEGMENTOS PARA VALORIZAR A RAÇA

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iante da perspectiva de uma recuperação modesta da pecuária em 2017, com a retomada do consumo interno e, com o aumento das exportações até o final do ano, o pecuarista precisa aprimorar seu sistema de produção para garantir maiores ganhos por eficiência. “Vivemos uma grande oportunidade de transformação no mercado e no jeito de fazer as coisas para o pecuarista sobreviver. Diante do cenário atual do país ser desafiador, resta ao produtor gerenciar o negócio na ponta do lápis, mas sem deixar de investir. A raça Senepol posiciona-se como uma ferramenta genética importante para aumentar o ganho por eficiência, valorizar a desma-

ma e a qualidade de carcaça entregue ao mercado.”, explica o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), Pedro Crosara, que assumiu o comando da entidade em fevereiro. Segundo ele, a raça já é uma realidade de uso na pecuária moderna e vem comprovando, tanto em provas de eficiência, quanto em abates, ser ideal para a prática da pecuária de ciclo curto. O Senepol está há 17 anos no Brasil - considerado atualmente o maior polo de genética da raça no mundo. Sua ascensão na pecuária de corte brasileira está relacionada à sua grande capacidade de manter boa produtividade nos mais variados climas do país. “No

início dos anos 2000, precisávamos ser conhecidos e demonstrar o que era a raça. Meados de 2005 a 2010 ganhamos espaço em diferentes regiões do país, mais atualmente, já fomos reconhecidos pelo mercado como uma raça que veio para ficar e que traz muitos benefícios para a pecuária nacional. Quando o produtor faz as contas, logo percebe as vantagens econômicas da raça e que ela é imprescindível para os projetos exitosos da pecuária nacional.”, assegura Crosara. Para os próximos três anos de gestão, a expectativa do presidente é a de realizar projetos, envolvendo toda a cadeia produtiva da carne e também o consumidor final, ou seja, do pasto ao

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prato. Segundo Crosara, serão elaborados projetos em quatro frentes de trabalho: Desenvolver pesquisas para demonstrar cientificamente as qualidades do Senepol; Promover o desenvolvimento sustentável e contínuo do Senepol; Otimizar sistemas, processos e atendimento aos associados; e, Proporcionar maior intercâmbio entre associados e diretoria. “Precisamos de uma maior participação junto a outros players do agronegócio, demonstrando a toda a cadeia de valores da pecuária, ou seja, criador, frigoríficos, varejo e o consumidor, quais são os benefícios do Senepol para a produção de carne nutritiva, saudável e saborosa. Também teremos um foco direcionado ao estudo científico do Senepol e suas cruzas.”, completou o presidente, que estará à frente da associação até janeiro de 2020. A expectativa é de que a entidade continue registrando crescimento anual superior a 20%. O rebanho de animais registrados pela ABCB Senepol cresceu 27% no ano passado em comparação a 2015, chegando a 55.892 exemplares com registro genealógico. O número de associados da ABCB Senepol também aumentou nos últimos anos, ultrapassando a quantidade de 500 criadores. A ABCB Senepol pretende ainda desenvolver parcerias com os meios acadêmicos e de pesquisa, para gerar novas tecnologias capazes de aprimorar o processo de seleção da raça. “O Senepol veio para revolucionar os resultados da pecuária nacional de forma simples e muito adaptada ao nosso clima tropical.”, garante o presidente. Marketing da raça Divulgar, ainda este ano, o potencial produtivo do Senepol em eventos pecuários é uma das ações já em processo de desenvolvimento pela associa-

ção. Segundo o diretor de Marketing Rick Arantes, a proposta é fincar a bandeira da raça em espaços pouco explorados, incluindo desde a pecuária comercial até o consumidor final. Para isso, foi criada a nova campanha institucional “Senepol - Do início ao fim, Simples e Lucrativo”. “Queremos mostrar que a raça permite ao produtor ter uma lucratividade maior nos negócios e, de forma simples, devido ao fato de ser altamente eficiente, tanto em cruzamentos, permitindo o desmame de bezerros mais pesados, redução da idade de abate, precocidade e bom acabamento de carcaça, quanto em rebanhos puros.”, assegura Arantes. A nova campanha institucional foi lançada na primeira etapa da InterCorte 2017, ocorrida em Cuiabá/MT, nos dias 8 e 9 de março. O evento, que ainda terá etapas em Ji-Paraná (RO), Campo Grande (MS), Araguaína (TO) e São Paulo (SP), tem como tema central “Entender para Atender”, e contou na programação com palestras e debates focados em quatro pontos: Sustentabilidade, Cria, Intensificação e Carne. As tecnologias utilizadas na seleção da raça Senepol foram apresentadas no

estande da ABCB Senepol. De acordo com o diretor de Eventos da entidade Camillo Gomes Leal, os visitantes receberam informações sobre a raça e sobre os projetos de fomento desenvolvidos pela Associação em todo o país. Um dos diferenciais do Senepol é o menor tempo de permanência no confinamento para atingir o ponto ideal de abate. No caso do meio sangue Senepol, não apenas a maciez da carne chama atenção, mas também a precocidade e acabamento de carcaça. O público da InterCorte pode provar a maciez e sabor da carne Senepol, em uma degustação realizada no último dia e, comandada pelo diretor de Relações Internacionais da entidade Fábio Luiz de Mello Oliveira. A carne é proveniente do criatório Belo Brasil, localizado no Mato Grosso. Esta é a segunda edição da InterCorte que a ABCB Senepol participa. Expogrande – Na vasta programação da 79ª edição da Expogrande – considerada a maior feira agropecuária do Mato Grosso do Sul, haverá um evento exclusivo para as criadoras da raça Senepol. O “Encontro das Divas” deve reunir mulheres pecuaristas de

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Pedro Crosara Gustin discursando

todo o país no dia 5 de abril, a partir das 9h, para apresentar os projetos da ABCB Senepol para 2017, negócios, beleza e sucesso no setor. A reunião acontecerá no Espaço Gourmet do Canal do Boi, em Campo Grande. A diretora da ABCB Senepol, Vera Reich, abordará as ações da entidade este ano para fomentar a raça em todo o país. A proposta da diretoria é desenvolver projetos que contemplem todos os envolvidos na cadeia produtiva, desde o pasto até o prato, garantindo a produção de carne de Senepol com qualidade e de forma sustentável. Vera é a primeira mulher a integrar a diretoria da entidade, sendo responsável pela área de “Relação com o Associado”. A entidade realizará alguns eventos durante a “Semana Sou Senepol”, que acontecerá de 30 de março a 6 de abril, e faz parte da programação da 79ª da Expogrande. A semana contará com cursos, encontros, dia de campo, provas de avaliação de desempenho, além de leilões e o lançamento da carne de Senepol para o mercado local. No dia 3 de abril, às 14h30, ocorrerá a 1ª reunião presencial da Diretoria da ABCB Senepol no auditório da Acrissul, dentro do Parque de Exposições Laucídio Coelho. No dia 4 de abril, a entidade promoverá uma Assembleia, no auditório da Acrissul, para que os criadores de Senepol e interessados na raça possam conhecer

mais sobre o trabalho da entidade promovendo o Senepol no país. Nos dias 5 e 6 de abril, acontecerá o “Curso Intensivo sobre a Raça Senepol para Novos Criadores” no auditório da Acrissul, em Campo Grande. Serão aulas teóricas e práticas sobre assuntos relacionados ao melhoramento genético, registro genealógico, sumário de touros, origem da raça e suas características para a pecuária eficiente, avaliação genotípica, portal do criador e novo sistema de informatização do registro, dentre outros assuntos. Quanto a inscrição, os interessados deverão entrar em contato através; (34) 3210-2324 (34) 9 9962-4357 e-mail: marketing@senepol.org.br Curso cortes de carne- O 27º Congresso Brasileiro de Zootecnia (ZOOTEC 2017), que acontecerá de 22 a 24 de maio, em Santos/SP, terá dois eventos em sua programação para falar sobre qualidade de carne. Um deles é o “Curso de Cortes nobres”. Os participantes poderão acompanhar as técnicas de cortes nobres a partir de uma carcaça meio sangue de Senepol. Serão oferecidas três turmas, com 150

Vera Lúcia Marcon Reich - Diretora de Relação com o Associado

Ricardo Arantes - Diretor de Marketing

vagas em cada dia. No encerramento, haverá degustação de carne Senepol. As inscrições estarão disponíveis no site do evento (http://abz.org.br/zootec2017). Outro evento sobre qualidade da carne dentro do ZOOTEC 2017 será o Workshop “Carnes de qualidade diferenciada”, agendado para o dia 22 de maio, que tem a ABCB Senepol como patrocinadora oficial. Três palestras e um debate final estão programados para ocorrerem entre as 13h30 e 18h30. A primeira delas será “Novo posicionamento da gestão em qualidade da carne: aspectos relevantes da produção à mesa”, tendo como palestrante Marcelo Shimbo, da PrimeCater. O professor da Unicamp Pedro De Felício falará sobre “Certificação de carnes de qualidade diferenciada.” Já o tema “Carne de qualidade: sabemos o que devemos produzir e desejamos consumir?”, ficará a cargo de Roberto Barcellos, da Beef & Veal Consultoria. As inscrições também são pelo site do evento. O ZOOTEC 2017 ainda terá simpósios, além do XLV Fórum de Entidades de Zootecnistas, do XII Fórum de Coordenadores de Cursos de Zootecnia, do VII Seminário Nacional de Ensino em Zootecnia, da V Reunião Nacional de Sindicatos de Zootecnia, do V Fórum de Empresas Jr. de Zootecnia, do XIII Fórum de Estudantes de Zootecnia e das Assembleias da Associação Brasileira de Zootecnistas.

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EXPORTAÇÃO DE SÊMEN BOVINO DEVE DOBRAR NOS PRÓXIMOS ANOS

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expectativa de crescimento do setor pecuário em 2017 também deve se concretizar no segmento de genética bovina, que trabalha com a previsão de 20% de aumento nas exportações de sêmen. Para os próximos cinco anos, a tendência continuará sendo de alta. O presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), Sergio Saud, acredita que as exportações devem dobrar nesse período. “Este é um momento emblemático do avanço da genética brasileira. Os criadores brasileiros souberam fazer o dever de casa, a partir de bons programas de seleção e aumento da produção, e hoje conseguem exportar para países que antes eram a nossa fonte de importação, como é o caso da Índia. O que os indianos buscam hoje é esse pacote tecnológico que o produtor brasileiro aplicou nas raças zebuínas.”, garante Saud. A abertura de novos mercados deve contribuir para o crescimento das exportações de sêmen este ano. O foco maior em 2017 será o México. O Brasil reforçou as negociações com o governo mexicano desde o ano passado e aguarda os trâmites finais. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que atua no mercado internacional por meio do projeto Brazilian Cattle, autoridades

mexicanas reconheceram a importância da genética brasileira zebuína para o melhoramento do gado daquele país, e firmaram no final de 2016 o compromisso de acelerar a abertura do comércio bilateral. Foi solicitada uma análise de risco relativa à parte sanitária do Brasil e, finalizada esta etapa, Sergio Saud - Pres. ASBIA ocorrerá a assinatura genética brasileira são os países da do protocolo. “A ABCZ vem realiAmérica Latina, como: Colômbia, zando, em parceria com a ASBIA, e Paraguai, Costa Rica, Bolívia e com as centrais produtoras de sêmen, Equador. Segundo dados do Minisum intenso trabalho de divulgação tério da Indústria, Comércio, Exdos benefícios do uso da genética terior e Serviços, a exportações em brasileira em países de clima tropical 2016 chegaram a uma movimentaque está resultando no aumento das ção financeira de US$1.495.530. exportações”, esclarece Saud. Já, a quantidade de doses de sêUm ponto a favor do Brasil men comercializadas pelas centrais no exterior é o fato de a pecuária de inseminação, tanto no mercado nacional ser reconhecida por sua interno quanto externo, em 2016, excelência em produzir material será anunciada pela ASBIA ainda genético bovino de alta qualidaneste primeiro trimestre de 2017. de. E, Saud garante, “as missões estrangeiras que visitam centrais Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) de inseminação e fazendas no Pça. Vicentino Rodrigues da Cunha, 110 – Brasil sempre voltam surpresas e Quadra 11/Lote 4 extremamente satisfeitas com o Parque Fernando Costa – Bairro São Beneque viram por aqui”. dito/Uberaba-MG (34) 3333-1403 Os maiores importadores da asbia@asbia.org.br

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EM APRUMOS DE IGUALDADE Desempenho de clones na pista e na comercialização desperta mercado internacional Por: Márcia Benevenuto

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m uma das mais importantes pistas da raça Nelore, a da Expoinel Minas, realizada entre os dias 13 e 19 de fevereiro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba-MG, um clone se destacou entre quase 900 animais, e chamou a atenção do mercado em geral para a excelência e a evolução das tecnologias voltadas à reprodução assistida. O touro Astor I TN da Sabiá, que tem genética do Innsbruck da Guadalupe e Beluga TE da Sabiá, foi apresentado ao jurado Otávio Vilas Boas com peso de 1.130 quilos aos 2 anos de idade, e obteve dele mais que o campeonato Touro Sênior entre 262 machos. “Na pista nós sabemos que é um clone por conta da marcação, mas independente disso julgamos as características individuais. O touro é excepcional, tanto que terminou como Reservado do Grande Campeão. Não acredito no resgate de genética de animais muito antigos, mas considero relevante a ferramenta da clonagem em outras situações como a do caso do Astor. A genética que estava perdida com a morte do animal original foi restabelecida para o plantel da raça. Isso dá margem até de pensarmos em clones para provar, mais de uma vez, a genética de um animal melhorador”, analisa Vilas Boas. Em uma operação conjunta que reuniu em parceria, as Fazendas Mata Velha e do Sabiá, o clone teve as células de origem coletadas imediatamente após a morte precoce do animal original Astor FIV da Sabiá, uma das apostas da Fazenda do Sabiá e que vinha conquistando vitórias consecutivamente, e premiado em todos os julgamentos nos quais era inscrito. Astor I TN da Sabiá praticamente substituiu o seu doador de material genético no ranking da ACNB, e deu

sequência à trajetória campeã do animal. “Fiquei super satisfeito com o desempenho do animal. Fazer um Res.Grande Campeão em uma exposição como a Expoinel Mineira, com quase 800 animais em pista, é muito gratificante. O

próximo passo será disputar o Campeonato Touro Jovem e o Grande Campeonato na ExpoZebu, que é a premiação máxima na raça Nelore!”, conta o criador Beto Mendes, da Fazenda do Sabiá.

Tecnologia dominada pelo Brasil é referência mundial Foto: Ana Lucia Magela

Adriana Cassia de Oliveira do MAPA (ao centro) liberou o material. Equipe Geneal, com diretor Rodolf Rumpf (à direita), acompanhou. A metodologia para produzir clones tem evoluído muito, e o mercado da pecuária seletiva das raças zebuínas, é o que mais se vale da tecnologia para resguardar banco genético, resgatar potenciais de animais diferenciados e, garantir o aproveitamento máximo de indivíduos superiores. No Brasil, os neloristas são os que mais aceitam a clonagem e os que mais investem na multiplicação de seus animais. Como os países sul-americanos têm em nossos modelos pecuários sua principal referência, os estrangeiros já fizeram as primeiras encomendas. Recentemente o laboratório Geneal, com sede em Uberaba-MG, recebeu um botijão com biópsias de pele de 11 matrizes da raça Nelore, provenientes

do rebanho do criador Luis Saavedra, da Fazenda Nelori, da Bolívia. “Eu e minha família estamos orgulhosos por sermos os pioneiros nesse procedimento, porque isso terá um efeito positivo sobre a cadeia produtiva de carne no país. O país tem um status sanitário reconhecido como de primeiro nível. Isso é uma herança da nação, e foi alcançada em um esforço conjunto entre o setor público e os criadores que trabalham unidos há mais de 20 anos”, disse o nelorista Saavedra, que conduz o rebanho há 32 anos. O protocolo sanitário para o comércio bilateral de biotecnologias foi assinado há pouco mais de quatro meses, e já possibilitou o intercâmbio de produtos de origem animal utilizados

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Astor I TN da Sabiá - Res. Grande Campeão Expoinel Minas 2017

para reprodução e uso laboratorial. A iniciativa inédita executada pelos Serviços Veterinários do Brasil e da Bolívia, com aval do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e, do Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária e Inocuidade Alimentar da Bolívia (SENASAG), abre caminho para ações de cooperação semelhantes com outros países da região, que demonstram interesse em contar com o serviço dos laboratórios brasileiros reconhecidos internacionalmente. Os últimos relatórios anuais da

SBTE (Sociedade Brasileira de Tecnologias de Embriões) apresentam um volume de 300 mil embriões, que, por estimativa do setor, deve representar até metade do total global. “As biotecnologias têm objetivos muito claros de servirem como ferramenta para o melhoramento genético animal e obviamente, a clonagem se destaca como solução de multiplicação, resgate e conservação de recursos genéticos animais. A Geneal atende dezenas de criadores brasileiros, seguindo todas as especificações técnicas do MAPA. Agora os bolivianos tam-

bém podem contar com nossos serviços para acessar essas tecnologias, e assim melhorar ainda mais os rebanhos deles. Os clones dos animais estrangeiros serão entregues ao proprietário da Fazenda Nelori quando atingirem a idade adequada, por volta de 6 a 8 meses”, explica o diretor executivo da Geneal Genética, Rodolfo Rumpf. Geneal Genética e Biotecnologia Animal Rodovia BR-050, Km 184 Uberaba/MG www.geneticaanimal.com.br (34) 3334-5100

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NORDESTE DE ENCANTOS, BELEZAS E PRODUTIVIDADES O agronegócio em meio ao cenário semiárido

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alar do Nordeste nos remete às belas imagens de sol e mar da Praia do Amor, na Praia da Pipa (RN), Praia dos Carneiros; em Tamandaré (PE); Ponta Grossa, em Icapuí (CE); Tambaba, em João Pessoa (PB); entre tantas outras. As praias não são os únicos pontos turísticos, as atrações culturais e históricas também. Na capital Natal (RN), além de muitas aventuras nas dunas, o Forte dos Reis Magos tem muita história para contar. Em Fortaleza (CE), as riquezas de detalhes do Theatro José de Alencar, vão além da fachada, e chama a atenção por sua estrutura metálica, vitrais coloridos e pinturas no teto. O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, também conhecido apenas como “Dragão”, abriga salas de cinema, teatro, o Museu de Arte Contemporânea e, um planetário. Considerado Patrimônio Mundial

Por: Fany Michel / Fotos: Prof. Rodrigo Gregório da UNESCO, o arquipélago Fernando de Noronha (PE), é um verdadeiro paraíso; em Recife, para adquirir mais conhecimentos históricos, a dica é visitar o Instituto Ricardo Brennand. Na capital paraibana, o Centro Cultural São Francisco, é um dos principais pontos turísticos da cidade. Mas, não só de turismo vive o Nordeste; o agronegócio também se mantém ativo e reconhecido, mesmo com tantos anos de seca. Os munícipios campeões em produção agrícola individual no Brasil e em produção de frutas estão situados no Nordeste, segundo pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM) – Culturas temporárias, e permanentes, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este estudo, realizado no final de 2016, aponta 9,5 milhões de toneladas em produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região.

De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a região passa por uma situação difícil devido ao fator climático, desde o ano de 2012, com chuvas bem abaixo da média, gerando escassez na produção agrícola, forragens e no armazenado de água potável. Dados de institutos de meteorologia apontam que as precipitações pluviométricas, no período de 2012 a 2015 ficaram abaixo da média histórica, comprometendo as lavouras e o volume hídrico dos reservatórios. O informativo sobre a estiagem no Nordeste – nº 104, de 31/01/2017, publicado no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), revela que, ao observar o histórico dos reservatórios, constata-se que seus níveis aumentaram 12%, em dezembro de 2016, quando comparados com o mesmo

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A VERSATILIDADE DO ZEBU FOI FUNDAMENTAL PARA QUE A PECUÁRIA SE MANTIVESSE PRODUZINDO

período de 2015. Porém, ainda são menores do que a maior parte dos meses de dezembro da série histórica desde o ano 2000, com níveis acima de 30%. Para o primeiro semestre de 2017, a meteorologista Desirée Brandt, da Somar Meteorologia, informa que a previsão de chuvas, em relação aos últimos cinco anos, em alguns municípios será muito melhor. Na faixa do Maranhão até o Ceará, a previsão é de mais de 100mm de chuva para os meses de março e abril. Em maio, esse número diminui para 20mm, aproximadamente. “O volume não será extraordinário, talvez ainda não seja uma condição ideal, mas, sem dúvida, é uma situação bem mais favorável do que nos últimos anos”. Os três últimos foram os piores devido à seca e ao fenômeno El Niño. “Agora, temos neutralidade climática. Isso não garante a chuva no Nordeste, mas diminui o risco de seca”, conclui. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia, 88,5% da média de chuvas, na pré-estação chuvosa, foram alcançadas no mês de fevereiro no Estado do Ceará. A estação chuvosa compreende entre os meses de março a maio.

Isso renova a esperança de haver recarga satisfatória dos reservatórios. Recentemente, a CONAB divulgou a projeção de recorde na safra (2016/2017) de milho e soja. Com a expectativa de redução dos preços desses grãos, em todo território nacional, espera-se que o setor pecuário da região Nordeste, tanto de leite quanto de carne, seja beneficiado, principalmente os sistemas mais intensivos de produção baseados em confinamento. A safra agrícola no Estado do Ceará foi fortemente prejudicada, acumulando perdas acentuadas na produção. Alterações significativas em relação à redução dos rebanhos, em detrimento aos anos de estiagem de 2012 a 2014, não foram registradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de acordo com o levantamento da CONAB. Dados do IBGE apontam os números efetivos de animais (por cabeça) em 2015. Bovinos: 2.516.197; suínos: 1.268.342; caprinos: 1.115.888; e, ovinos: 2.304.996. Outro importante efetivo no Estado é o de galináceos, que atingiu um número de 28.258.791 cabeças no citado ano. A produção de leite foi de 489.257 mil litros e 548.158 vacas ordenhadas. É importante salientar que no semiárido da região nordeste o gado permaneceu produtivo, onde somente os mais fortes resistiram. Exemplares das raças Guzerá, Sindi e Gir, têm contribuído de forma efetiva na formação de animais mestiços e, estes garantem a produção de carne e, principalmente, de leite. “A versatilidade do Zebu foi fundamental para que a pecuária se mantivesse produzindo e contribuiu efetivamente para que, no caso do Ceará, o leite se tornasse um produto de grande importância econômica para o Estado”, relata o Prof. Dr. João Paulo Arcelino do Rêgo, Zootecnista e Diretor do Instituto Federal do Ceará, Campus Boa Viagem. Em meio às dificuldades da pior crise hídrica dos últi-

mos 50 anos, surgiram novas concepções para continuar a produzir. Enquanto a transposição das águas do rio São Francisco não é finalizada, o produtor aposta na perfuração de poços profundos que proporciona a manutenção da atividade pecuária em diversas áreas da região. O Ministério da Integração Nacional estima que faltam 9,2% para a conclusão da maior obra de infraestrutura hídrica do País. A estimativa é que a integração do Rio São Francisco beneficie mais de 12 milhões de pessoas nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. A integração da agricultura a pecuária favoreceu o sistema de produção com o aumento de forragem por área. Mesmo com pouca chuva, houve produção de silagem com espécies forrageiras mais resistes à seca, como o milheto e o sorgo. Com novas técnicas de plantio adensado, consorciado com outras forrageiras, irrigado por gotejamento, e com utilização de água de reuso, as áreas de palmas forrageiras cresceram de forma surpreendente. Outras ações surgiram em meio às necessidades do setor, como a disponibilização de milho subsidiado pela CONAB; a adoção da tecnologia do milho reidratado; e, o acesso ao crédito para investimento em infraestrutura das propriedades. “Os técnicos das Ciências Agrárias precisam raciocinar de modo a construir um arcabouço onde o clima; o solo; a planta; o animal e, principalmente, o homem, em sua cultura, sejam entendidos como um sistema integrado de produção. O objetivo é entender cada elemento para que o conjunto da obra seja resiliente. E, é a capacidade de ser resiliente que define quem continua produzindo no Nordeste brasileiro”, finaliza Professor João Paulo.

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O EQUILIBRISTA, SELEÇÃO E MELHORAMENTO GENÉTICO Para atender a demanda do mercado da carne, em volume e qualidade, é necessário produzir animais melhoradores e formadores da cadeia produtiva Colaboração de Rafael Mazão (zootecnista, esp. melhoramento genético, esp. julgamento das raças zebuínas e consultor técnico Depto. Corte da Alta Genetics e dir. técnico da Dstak Assessoria Pecuária)

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equilíbrio para selecionar e produzir reprodutores e matrizes com beleza racial e perfil morfológico produtivo, com avaliações genéticas consistentes, altas DEP’s e acurácias, para as características de interesse econômico, é uma tarefa do pecuarista moderno, que precisa constantemente se aperfeiçoar para produzir com eficiência e baixo custo de produção. A competitividade do mercado e a demanda por produtos diferenciados, faz com que a pecuária seja mais profissional na produção de animais fornecedores de genética. Os criadores que não se adequarem à produção de animais com qualidade e eficiência, automaticamente perderão espaço no mercado. Devido ao valor da terra e os custos de produção, a pecuária moderna exige alta produtividade com qualidade e viabilidade econômica. A pecuária deve ser de precisão, e sinônimo de precisão na pecuária é seleção e melhoramento genético. Atualmente os criadores têm à sua disposição ferramentas que podem auxiliar no processo de evolução na seleção dos rebanhos, com informações para todas as características produtivas de interesse seletiva e econômica. Os programas de melhoramento genético, desenvolvidos por associações de criadores ou pesquisadores, com a finalidade de mapear todo o histórico genético de determinada raça, analisa pontos fortes e fracos dos animais para

potencializar as novas gerações por meio dos acasalamentos direcionados. Convencionalmente, a escolha dos reprodutores ainda é realizada, muitas vezes, somente pelo critério visual, com particularidades regionais, altura, pelagem, e análise da genética paterna em raras exceções. É válido saber que a morfologia é um ótimo indicador do perfil produtivo dos animais, sendo assim, escolher um reprodutor com biotipo produtivo moderno contribui muito para os resultados finais, aliando as características mais próximas aos ideais do padrão da raça desejada. A produção de animais zebuínos melhoradores é vital para a pecuária nacional, desde o topo da cadeia com os rebanhos puros, até a base que representa o grande volume com o rebanho comercial para produção de bezerro e carne. Por isso, existe a necessidade de que, todos os envolvidos na pecuária tenham informações precisas sobre seleção e melhoramento genético, e saibam identificar os melhores indivíduos morfologicamente e geneticamente, tendo equilíbrio para todas as características que a pecuária moderna necessita: raça e genética, estrutura, desempenho e eficiência alimentar, precocidade (peso/sexual), rendimento e acabamento da carcaça. Conhecendo estas técnicas os pecuaristas estarão aptos à concorrência do mercado, que busca animais com ciclo de produção menor, alta qualidade e

baixo custo de produção. SELEÇÃO POR PERFIL PRODUTIVO A morfologia (biótipo) é o resultado da interação da genética + meio ambiente, o que analisamos em um animal é proveniente da herança genética de seus pais, juntamente com as condições de manejo e regime alimentar, os quais o mesmo foi submetido. Várias características morfológicas nos ajudam a identificar o perfil produtivo de um animal ou grupo de animais. Essas características nos predizem o que determinado reprodutor ou matriz poderá transmitir quanto à sua morfologia, uma vez que, geralmente, são de baixa a média herdabilidade, ou seja, podem ou não serem transmitidas para suas progênies todas as características desejáveis. Portanto, a experiência de um técnico na condução da avaliação entre matrizes e reprodutores, para determinar as características produtivas desejáveis e indesejáveis, é fundamental. O comparativo sempre deve ser entre animais contemporâneos (nascidos no mesmo ano e submetidos ao mesmo manejo e regime alimentares), a fim de estabelecer os melhores acasalamentos e resultados na produção. Primeiramente, o importante é analisar o perfil do rebanho. Nessa primeira etapa deve-se “separar o joio do trigo”, mesmo que seja somente no visual, para melhor

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O Zebu Em Foco identificação do rebanho como um todo. Posteriormente, verificar cada animal individualmente, quanto ao seu perfil produtivo com análise comparativa no rebanho ao qual pertence e ao rebanho regional/nacional, e principalmente de acordo com o objetivo de seleção do criador. O importante é sempre identificar o perfil da média do grupo, após conhecer o perfil dos animais que produzem bem mais do que a média, e daqueles ineficientes que deverão ser eliminados do rebanho. Matrizes improdutivas geram custo aproximado às produtivas, e não produzem receita, portanto, devem ser eliminadas rapidamente. A variabilidade de descarte de um rebanho é muito grande, será em maior ou menor proporção de acordo com o plano genético, dimensionamento do rebanho, e escala de produção determinada para a seleção.

Foto: Divulgação

AVALIAÇÕES GENÉTICAS As avaliações genéticas trazem para a pecuária uma enorme contribuição, ajudando nas informações precisas quanto à produção dos touros e matrizes. Avaliar a qualidade genética de um animal nada mais é do que estimar o seu valor genético aditivo. Infelizmente, é impossível conhecer com precisão o valor genético dos animais. O problema é muito simples: o desempenho dos animais, também denominado de fenótipo, é resultado do patrimônio genético que aquele animal possui (genótipo), somado aos efeitos de meio ambiente, existindo ainda uma interação entre os efeitos de genótipo e do meio ambiente, já que alguns animais são superiores a outros em alguns ambientes, mas se tornam inferiores àqueles em meios diferentes. O valor genético dos animais depende da herdabilidade do caráter (quanto maior a herdabilidade maior a concordância entre o genótipo e o fenótipo); do número de informações (quanto maior este número, melhor a estimativa do valor genético); do parentesco entre o animal avaliado e as fontes de informação (quanto mais próximo o parentesco, maior a ênfase que a informação deve ter); e, do grau de semelhança fenotípica entre o animal avaliado e as fontes de informação (uma forma de avaliar os efeitos de ambiente que são comuns a diferentes fontes de informação, os chamados efeitos permanentes de ambiente). O valor genético aditivo é o que os rebanhos selecionadores vendem, pois expressa o potencial genético dos animais negociados. Este valor mostra o quanto os filhos de um animal seriam desviados em relação à média de todos os reprodutores em utilização, ou seja, produziriam “a mais” ou “a menos” que a média

dos filhos dos outros reprodutores, que tenham sido utilizados na mesma população de animais onde estivemos estimando os valores genéticos. As DEP’s (Diferenças Esperadas de Progênie) são por definição a fração de uma superioridade de progênie devidas aos efeitos dos genes do reprodutor. Como metade do patrimônio genético dos filhos vem da mãe e metade do pai, assim, comprando-se um tourinho A com DEP = +13,0 kg para peso aos 365 dias, com o tourinho B que tenha uma DEP de +3,0 kg, significa que os filhos do tourinho A teriam 10 Kg de peso aos 365 dias a mais do que os filhos do tourinho B, se acasalados com vacas escolhidas ao acaso. A acurácia (do inglês accuracy, também conhecida como repetibilidade da avaliação) informa quanto o valor estimado é “bom”, ou seja, o quanto o valor estimado é próximo do valor real e nos dá a confiabilidade daquela estimativa ou valor. Quanto mais informações tiver a respeito de um touro, mais confiável a estimativa. A acurácia, no entanto, não depende somente do número de filhos de um reprodutor que foram medidos, mas principalmente do número de parentes medidos que esse reprodutor teve. Assim, é comum touros com menor número de filhos do que outros terem acurácias maiores, devido à contribuição de maior número de parentes na estimativa de seu valor genético. Este conceito de acurácia é muito importante para as decisões de um criador, pois indica o “risco” da decisão. Se o criador tiver um pequeno rebanho de alto valor genético, fica muito difícil utilizar um reprodutor cujo valor genético (DEP) tenha baixa acurácia, pois o valor estimado não é muito confiável, e quando aumentarem as informações a respeito daquele reprodutor, por exemplo, na próxima avaliação ou no próximo ano, aquele valor genético previsto poderá diminuir, e o pequeno criador terá à venda filhos de um touro inferior ao que ele achava que teria. Mas, aquele valor poderá também subir e então o criador terá filhos de um bom touro. A acurácia informa em última análise a segurança de que aquele valor estimado vá mudar ou não.

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