Revista O Zebu no Brasil (Edição 209)

Page 1

EDIÇÃO 210 • ANO 43 • MARÇO/ABRIL 2015

REVISTA B R A S I L

FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela E.C.T.

N O

CACIQUE FVC

Bi Campeão de Vendas ABS Pecplan 2013 e 2014

1

1


CONHECENDO A VERA CRUZ

2


Fotos: JM Matos

neloreveracruz.com.br (62) 3941-2092 | (62) 9972-5454

3


Foto: JMMATOS

EDITORIAL Foto: JM Matos

Diante de um cenário econômico ruim, crise elétrica e hídrica e tantos outros acontecimentos não podemos desanimar. Quem vive da terra e pela terra conhece bem as dificuldades da lida diária e não se deixa abater. O setor do agronegócio representa quase um quarto do PIB nacional, ultrapassa as fronteiras das propriedades agrícolas e pecuária e envolve todos os participantes do processo de fornecer alimentos aos consumidores. Somos muitos e somos fortes. Com o pensamento positivo de que tudo dará certo, estamos nos preparando para o maior evento da pecuária que está por acontecer em maio, a ExpoZebu 2015. Em breve teremos os melhores exemplares das raças zebuínas desfilando nas pistas, tatersais e torneios, bem como outros eventos que incorporam as inovações científicas e técnicas no agronegócio brasileiro. O Zebu no Brasil quer estreitar mais os laços com você, leitor. Envie um e-mail para leitor@ozebunobrasil.com.br e nos conte sua história, suas experiências, seus desafios, seus sucessos e também suas dúvidas e sugestões. Contamos com sua colaboração. Uma ótima leitura e nos encontramos em breve!

Anna Keila Miguel Matos

4


ÍNDICE

OZEBU

08

ENTREVUSTA SENADOR RONALDO CAIADO

SENADOR RONALDO CAIADO

08

EXPOINEL MINAS 2015

14

SELEÇÃO GUZERÁ

24

LEITE A2: O PRAZER DE VOLTAR A BEBER LEITE

28

JULGAMENTO BRAHMAN BABY

36

HARAS LAGOINHA

46

GRAMA SENEPOL

64

RECUPERAÇÃO DE NASCENTES

76

O PESO ATRAPALHA O LUCRO?

82

EXPOINEL MINAS 2015

14

64

GRAMA SENEPOL

RECUPERAÇÃO DE NASCENTES

76 5


REVISTA O ZEBU NO BRASIL Fundador: Adib Miguel (1946-2013) O Zebu no Brasil é uma marca registrada sob o nº 815672454, junto INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial)

Foto: JMMATOS

EXPEDIENTE

Diretores: Anna Keila Miguel Matos annakeila@revistaozebunobrasil.com.br José Maria de Matos Filho josemaria@revistaozebunobrasil.com.br Jornalista Responsável: Fany Michel MTB SP 70.026 Departamento Jurídico: Demick Ferreira OAB/MG – 105407 Dep. comercial: Liliane Franklin liliane@revistaozebunobrasil.com.br [34] 9804-2113 / 9244-8979 Lidiane Cantone lidiane@ozebunobrasil.com.br [34] 9936-3211 Direção de Arte: Frederico Miguel arte@revistaozebunobrasil.com.br Revisão de texto: Lislei Carrilo MTB SP 29.245 Jornalista: Viviane Santana MTB SP 42.784 Publicação periódica de Miguel Editora e Marcas ME CNPJ : 21.977.220/0001-40 Redação, Publicidade e Administração: Rua Engenheiro Gomide, nº 222 - Bairro Boa Vista Uberaba/MG - CEP 38017-140 / Reclamações e sugestões: ozebunobrasil@gmail.com (34) 3336-6300 Tiragem: 6.000 unidades

EDIÇÃO 210 • ANO 43 • MARÇO/ABRIL 2015

REVISTA

CACIQUE FVC

Bi Campeão de Vendas ABS Pecplan 2013 e 2014

Nesta capa trazemos Cacique FIV, bi-campeão de vendas na ABS Pecplan de propiedade da Fazenda Vera Cruz, uma pecuária voltada ao melhoramento genético. Produção: Nativa Propaganda Foto: JMMATOS

1

6


03 A 10 MAIO 2015 . UBERABA-MG . BRASIL

ZEBU: PRODUTIVO & SUSTENTÁVEL.

APOIO

PATROCÍNIO

7


ZEBU Senador Ronaldo Caiado

De família tradicional de Goiás, o Senador Ronaldo Caiado jamais negou suas origens e a defesa do setor produtivo primário A redação

Fotos: Divulgação e Assessoria

Senador Ronaldo Caiado

Nascido em Anápolis/GO, produtor rural e neto de Antônio Ramos Caiado, tradicional político goiano, é médico ortopedista há mais de 30 anos. Foi eleito deputado federal 5 vezes e uma das suas grandes bandeiras dentro da Câmara foi a agricultura e pecuária. Atual líder dos ruralistas no Senado, Caiado conversa com a O Zebu no Brasil.

ta”, o setor como um todo é muito bem organizado com frentes parlamentares, federações e sindicatos por todo o país. Sou um homem do campo que exerço um mandato político em favor de meu estado de Goiás e das bandeiras que defendo. Como sou muito ligado ao setor agropecuário desde a fundação da União Democrática Ruralista, o setor rural é uma das minhas principais preocupações. Já fui presidente da Comissão de Agricultura na Câmara e sei da importância em estar presente em todas as instâncias onde se debate projetos relacionados ao setor. Por isso minha preocupação em fazer parte da Comissão de Agricultura do Senado logo no primeiro ano. Aqui não temos

O Zebu no Brasil: Nos fale da sua posição de maior liderança ruralista do país, ocupando uma cadeira no senado hoje. Ronaldo Caiado: Não existe “maior liderança ruralis8


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

restal, demorou muito para ser implantando, colocando vários fazendeiros na ilegalidade. É uma política que está sendo feita no escritório, sem pisar na terra, sem conversar com o agricultor. Lutamos muito para que o Código Florestal Brasileiro fosse refeito aqui no Congresso porque o que veio do governo federal foi uma coisa absurda. Depois de aprovado já veio Medida Provisória, decreto, tudo feito de forma que quebrou o acordo firmado no Congresso. Não dá para confiar em um governo que não dá a mínima segurança ao produtor. Não pode simplesmente baixar de cima pra baixo uma norma decretando tudo, isso gera instabilidade.

uma frente parlamentar da agricultura tão grande e estruturada quando na Câmara, por isso a importância em sermos zelosos quanto ao que está sendo tramitado. Posso garantir que nada do setor agropecuário vai passar por essa Casa sem minha atuação baseada em um minucioso estudo de minha parte e de minha assessoria.

O Zebu no Brasil: Na sua opinião , como o Estado vê o produtor rural? Ronaldo Caiado: O Estado está mal acostumado por conta do histórico de superação do produtor rural que, mesmo com todo o abandono e falta de preparo do poder público com o setor, tem se superado ano após ano. Hoje se o país não entrou em colapso econômico, temos que agradecer ao produtor rural que ainda traz algum equilíbrio em nossa balança comercial. O perfil empreendedor, criativo e corajoso do homem do campo dribla os gargalos da logística de escoamento para se manter forte. Talvez por isso, nos últimos anos o Estado tem se envolvido com cada vez menos competência e disposição em resolver os problemas históricos do país. Por que as grandes obras de ferrovias não ficaram prontas até hoje? Falta vontade política e competência gerencial ao governo com o setor rural. Como sabem que nossa capacidade de superação é imensa, acham que não precisam fazer mais nada. É um erro grave e perigoso, porque nenhum setor agropecuário no mundo pode sobreviver sem que o governo dê garantias de competitividade no mercado externo. E o que vemos é o governo agindo no sentido contrário. Temos hoje o Código Florestal mais rigoroso do mundo para o campo, enquanto não há controle quase nenhum sobre as zonas urbanas. É um contrassenso.

O Zebu no Brasil: Nos fale da sua preocupação com a segurança jurídica no campo. Ronaldo Caiado: O governo precisa oferecer amparo legal ao homem do campo que quer desenvolver suas terras e otimizar sua produção. Não dá para querer investir e fazer projeções de desenvolvimento se não há uma certeza legal em relação ao setor. Agora em maio mesmo terminaria o prazo para o Cadastro Ambiental Rural sendo que nem 30% dos agricultores foram inscritos. O Programa de Regularização Ambiental, também previsto no Código Flo9

O governo precisa oferecer amparo legal ao homem do campo que quer desenvolver suas terras e otimizar sua produção.”


ZEBU Senador Ronaldo Caiado

rou para ouvir o produtor. Conseguimos chegar a um consenso que, mesmo com o Código Florestal mais rígido do mundo, o texto ainda possibilitaria a produção no campo brasileiro. O que aconteceu depois de sua aprovação em 2012 só mostra o quanto que o homem do campo não pode confiar nesse governo. Colocaram uma medida provisória para ser votada em Congresso e depois ainda modificaram via decreto presidencial. Ou seja, descumpriram o acordo e agora agem para penalizar o setor produtivo. A consequência disso vai ser sentida em breve. Se não houve uma atitude podemos já nos próximos anos sentir a redução das áreas cultivadas e a inviabilização da produção em diversas regiões do país.

Organize-se. Essa tem sido a melhor forma do setor agropecuário sobreviver e continuar crescendo mesmo com toda a falta de amparo do governo e de desenvolvimento de nossa logística de escoamento.

O Zebu no Brasil: Agricultura familiar, pequeno, médio e grande produtor, como devem ser tratados cada um destes segmentos? Ronaldo Caiado: Agricultura familiar e grande produ-

O Zebu no Brasil: A ação dos movimentos sociais (quilombolas, índios e sem terra) podem ser considerados a maior ameaça à expansão do agronegócio brasileiro? Ronaldo Caiado: Não são os movimentos sociais. O gran-

tor não são rivais. Não se trata de competição e sim de complementação. Tanto o agricultor familiar que contribui para a economia de subsistência local e regional, quanto o grande produtor do agronegócio possuem papéis importantes no desenvolvimento nacional. Querer só enxergar um lado, ou querer politizar com uma visão antagônica onde, desenvolver o agronegócio é prejudicar o pequeno agricultor é uma falácia que serviu para que muita gente se promovesse politicamente. Quem vive do campo, quem trabalha no campo sabe que não é preciso acabar com um para desenvolver o outro. O pequeno e médio agricultor precisa de linhas de crédito, facilidade na compra de materiais, agências de aprimoramento genético e a proteção do Estado no escoamento de sua produção. O mesmo vale para o agronegócio. O que falta ao governo é diálogo com o setor, talvez porque muita gente ligada ao PT se beneficia com essa falsa polarização.

de problema do agronegócio são pessoas que se valem da promoção de conflitos agrários para se beneficiar politicamente. Como já falei anteriormente, tem muita gente que se beneficia desse clima de instabilidade no campo. Não se trata de criminalizar minorias, mas de separar o que é causa social de politicagem. Oportunistas têm usado dessas causas para fazer política, para se criar instabilidade, para prejudicar o setor do agronegócio. Essas pessoas, que inclusive hoje ocupam espaços dentro governo federal, são as principais ameaças para o setor agropecuário brasileiro junto à ignorância do Palácio do Planalto.

O Zebu no Brasil: Quais ações do Governo estimulariam a expansão do agronegócio no Brasil? Ronaldo Caiado: Primeiro o governo precisa oferecer a segurança jurídica que já falei. Não dá para investir, empreender, crescer sem saber como vai ficar a regulação do setor agropecuário. O governo precisa botar o pé na terra, sair de Brasília, dialogar com o produtor, desenvolver linhas de créditos ajustadas para cada tipo de produção, otimizar o amparo técnico e a cobertura de agências como a Embrapa, acompanhar a produção durante todas as fases e não só no início e no final. O que acontece hoje é que o governo só aparece para oferecer o crédito e volta meses depois como credor. O homem do campo precisa

O Zebu no Brasil: A implantação do Código Florestal trará benefícios ao meio rural ou implicará em redução das áreas cultivadas, diminuindo a produção? Ronaldo Caiado: O Código Florestal quando modelado da forma que o governo queria era um absurdo que inviabilizaria o setor agropecuário. Nós que representamos os homens do campo lutamos muito na Câmara por mais de cinco anos para adaptá-lo ao cenário real. Fizemos o trabalho do governo que nunca pôs o pé no campo e pa10


governo tem tomado atitudes muito prejudiciais ao setor. A vida nos ensina que não são os nossos opositores os nossos maiores adversários, nossos maiores adversários vêm do fogo amigo. E já percebemos isso na fala de outros ministros. O governo hoje já deu sinais que vai continuar de costas para o setor, principalmente na questão da insegurança jurídica que hoje nos afeta.

de um parceiro, não de mais um credor. E por último, há a questão da logística, o grande e histórico entrave à produção rural. Temos um potencial imenso de escoamento, seja por rodovias, por ferrovias ou por hidrovias. O que precisamos é ser prioridade aos olhos da presidente. Infelizmente o país não se aproveitou do crédito farto e do momento internacional favorável ao desenvolvimento estrutural do país e nada ficou pronto. Agora estamos em recessão. Perdemos uma oportunidade imensa de amenizar o déficit logístico para o campo.

O Zebu no Brasil: Qual mensagem gostaria de transmitir para o produtor brasileiro? Ronaldo Caiado: Organize-se. Essa tem sido a melhor

O Zebu no Brasil: A presença da Senadora Kátia Abreu à frente do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é uma sinalização de maior atenção por parte do Governo Federal ao setor rural? Ronaldo Caiado: Não. Não está em questão o mérito

forma do setor agropecuário sobreviver e continuar crescendo mesmo com toda a falta de amparo do governo e de desenvolvimento de nossa logística de escoamento. Os homens do campo precisam permanecer unidos contra a ameaça política que tenta desestabilizar o setor. É preciso criar lideranças, sindicatos, ter representantes, pressionar o Congresso, as assembleias, as câmaras municipais. Nós, mais do que ninguém, sabemos o que representa e do que precisa o setor agrário brasileiro. Não podemos deixar que outras vozes assumam um espaço que deve de forma legítima ser nosso.

dela para tomar decisões, mas ela sabe muito bem que a estrutura dentro do ministério e dentro da base do governo hoje impede que seja feita qualquer alavancagem ou mudança substantiva em relação ao setor rural. Fora que estamos passando por um momento econômico em que o

11


PANORAMA

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Se tirarmos o DNA do Brasil, com certeza será agronegócio.” Paulo Horto - Programa leilões

O mercado começou a entender, de fato, o que a gente vem fazendo, o que fizemos e a nossa capacidade em gerir um negócio do tamanho do que temos hoje” Wesley Batista - CEO da JBS (Dinheiro Rural)

Para 2015 estamos esperando R$ 750 milhões de orçamento para o seguro, vou lutar muito para o seguro rural não recuar” Katia Abreu, Ministra da Agricultura (Globo Rural)

O Arrependimento da Rima é não ter entrado antes na raça. Somos felizes, é uma forma de unir a família na criação.” Bruno Bello Vicintin Rima Agropecuária 12


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

NELORE

13


NELORE

Expoinel Minas 2015 fecha com ótimos resultados Anunciados os primeiros grandes campeões do ano e finalizados os primeiros leilões oficiais de 2015 A primeira exposição do ano para o Nelore organizada pela Associação Mineira dos Criadores de Nelore (AMCN), ocorreu entre os dias 01 e 08 de fevereiro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. Foram inscritos 852 animais de 96 expositores da raça Nelore. Além dos julgamentos, aconteceram cinco leilões oficiais com faturamento total de R$ 4.511.120,00. Nas pistas da capital do Zebu, o campeonato recebeu 541 fêmeas e 311 machos. A Grande Campeã da Expoinel Minas 2015 foi a GENOVA GIBERTONI do expositor Rima

Agropecuária e o título de Reservada Grande Campeã ficou com a BOLIVIA FIV AMOD da Agropecuária Vila dos Pinheiros. Já no campeonato de machos o Grande Campeão da Expoinel Minas 2015 foi o VOLVERINE FIV DA CARPA do expositor Agropecuária Vila dos Pinheiros, que levou o campeonato de touro sênior. E o título de Reservado Grande Campeão ficou com o RIMA FIV IRENIO 5 da Rima Agropecuária. O primeiro remate do evento aconteceu no dia 05 de fevereiro. O Leilão Virtual EAO foi palco das mais atualizadas amostras de machos,

14

fêmeas e prenhezes do Nelore de Elite, com faturamento total de R$ 863.040,00. Na sexta-feira, 06 de fevereiro, foi a vez do Leilão Minas de Ouro. O segundo leilão oficial de 2015 obteve um total de R$ 906.800,00 em vendas, com a comercialização de 22 lotes, entre fêmeas e prenhezes de elite Nelore. Destaque para a fêmea de 106 meses, INDONÉZIA 25 MPSI, que teve 66% de sua posse arrematada por R$ 99.200,00. Os lances continuaram no sábado, dia 07, com leilões Exclusive e Fazenda Nova Trindade e Convidados. Com o maior faturamento da


Expoinel Minas 2015, o leilão Exclusive totalizou R$ 1.046.520,00 em vendas na tarde de sábado, com a média de R$ 9.470,77 por lote, entre fêmeas e prenhezes. À noite, o leilão Fazenda Nova Trindade somou R$ 728.640,00.

Finalizando os remates da Expoinel regional mineira, no domingo, 8 de fevereiro, o leilão Matrizes Nelore Integral & Ourofino teve o faturamento de R$ 966.120,00, com a média de R$ 7.812,08 por lote. O lote

15

mais valorizado foi a fêmea OCLUSA FIV INTEGRAL, arrematada por R$ 91.200,00. Todos os leilões da Expoinel Minas 2015 foram oficializados pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).


16


17


18


19


NELORE

Landau da Di Gênio é contratado

O campeão touro jovem da Expoinel 2015 vai reforçar a bateria Corte Zebu da ABS Pecplan

Foto: JMMATOS

Durante a Expoinel 2015, a equipe ABS Pecplan contratou um dos campeões da feira para reforçar a bateria Corte Zebu da empresa. Landau da Di Gênio, premiado como o melhor Touro Jovem irá para a central em Uberaba (MG) para a produção de sêmen. Para o gerente do departamento Corte Zebu ABS, Gustavo Morales, a contratação representa uma grande conquista para os clientes, já que o Landau apresenta todas as características idealizadas pela pecuária atual. “É um touro diferenciado, com biotipo extremamente moderno, e tem muito a contribuir com a raça Nelore. Ele veio para desmistificar a separação criada entre prova e pista. Sem dúvida é o animal que colocará isso no passado”, afirma. Landau, do expositor e criador João Carlos Di Genio, é filho do touro Brado da SM em vaca Fajardo com Ganhoso do IZ na linha baixa, genealogia que chama atenção do mercado. Vale destacar que perto de completar dois anos, o touro já acumula outros prêmios como o de reservado Júnior Maior na Expoinel nacional, conquistado em setembro de 2014. A expectativa é que o material genético de Landau seja disponibilizado ao mercado ainda este ano.

20


NELORE

Centro de Referência do Zebu é destaque da exposição A principal exposição de gado zebuíno do Brasil, que acontece de 03 a 10 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG, terá o lançamento do Centro de Referência da Pecuária Brasileira – Zebu (CRPB – Zebu). Esta iniciativa pioneira vai reunir informações zootécnicas, históricas e científicas sobre o tema, facilitando a consulta pública. Além de

aperfeiçoar o acesso aos dados, ao arquivar virtualmente todo esse conteúdo, o Centro será uma importante e moderna ferramenta para a disponibilização de dados zootécnicos, preservando a história e o futuro da zebuinocultura brasileira. Com textos, números e fotos, o Centro contará com um Canal de TV via internet com programação 24 ho21

ras, com a disponibilização de cursos na área técnica e transmissão ao vivo de seminários, congressos, exposições e os mais variados conteúdos relacionados à pecuária nacional, entre eles, programas de culinária, cultura regional e música, e a Vitrine do Zebu, programa de entrevistas que abordará a importância do consumo de carne e leite.


NELORE

2ª Expo Nelore Avaré premia os grandes campeões da raça Os julgamentos aconteceram até o dia 7 de março, quando foram conhecidos os grandes campeões

A segunda exposição do Nelore em Avaré aconteceu entre os dias 1 e 8 de março, no Recinto de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel, em Avaré (SP). O evento contou com 441 animais inscritos de 55 expositores da raça Nelore. Além dos julgamentos da raça aconteceram leilões do Nelore de Elite. Nas pistas da cidade de Avaré, o campeonato recebeu 292 fêmeas e 149 machos da raça Nelore. A Grande Campeã da exposição foi a ESPN JAVANESA do expositor AGUINALDO GOMES RAMOS e o título de Reservada Grande Campeã ficou com a LAWA 3 TE PORTO SEGURO da AGROPECUÁRIA VILA DOS PINHEIROS. Já no campeonato de machos o Grande Campeão da 2ª Expo Nelore Avaré foi o OBJUAN FIV DO MURA do expositor JATOBÁ AGRICULTURA E PECUÁRIA. E o título de Reservado Grande Campeão ficou com o machoTALENTO FIV DO BONY da AGROPECUÁRIA VILA DOS PINHEIROS. Por: Danyella Alves Ferreira - Comunicação ACNB

22


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

GUZERÁ

23


GUZERÁ

Criadores de Guzerá traçam estratégias para fortalecer a raça Fotos: JMMATOS

Seleção Guzerá, um projeto que une pioneirismo, tecnologia e respeito no desenvolvimento desse zebuíno A cada dia surge no mercado projetos que visam agregar valor às propriedades rurais, melhorar os índices da produtividade, e superar a genética existente. Atitudes que transformaram o Brasil no maior exportador de carne bovina do mundo, liderando do ranking desde 2008, segundo dado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Entre os projetos lançados nos últimos anos, o Seleção Guzerá chama atenção pela estratégia com que foi projetado por seus integrantes. O objetivo: transformar a realidade e criar um futuro especial para criadores e para esse zebuíno. Com a missão de fazer do Guzerá uma raça que gera valor agregado, e intensificar o seu potencial gené-

tico, melhorando a produtividade e a qualidade dos produtos, com mão de obra qualificada, infraestrutura adequada, plantel altamente selecionado, modernas técnicas de Fertilização in Vitro (FIV) e rigoroso padrão de qualidade. Os Idealizadores do projeto são: a Marca ‘S’, de Antônio P. Salvo e Gustavo P. Salvo, Guzerá EG, de Geraldo Melo Filho, Agropecuária Jacarandá de José Augusto e Guzerá Martino de Joaquim Martino Ferreira e Túlio Costa Martino Ferreira. O primeiro zebuíno a chegar ao Brasil, tem toda pureza, resistência e eficácia nos cruzamentos que um Zebu precisa ter. É considerado um rebanho eficiente, economicamente viável, ecologicamente viá24

vel, além de sua versatilidade. Com todas essas qualidades, faltava no mercado um produto para ajudar os criadores a ter maior rentabilidade. E assim, o Seleção Guzerá oferece uma série de produtos de melhoramento genético para os pecuaristas aumentarem seus rendimentos. São eles: machos, fêmeas, prenhezes, sêmen e embriões, tudo com o uso de tecnologias avançadas, e com a segurança da melhor genética de um rebanho capaz de atender com tranquilidade a demanda em todo território nacional. O programa Seleção Guzerá trabalha com um criterioso processo de seleção zootécnica dos seus animais Guzerá, nele estão incluídos: análise, novas características e a


valorizando os animais de duplo propósito. Esse processo se divide em: produção de leite, ganho de peso, caracterização racial, fertilidade e temperamento. Ao preencher todos esses requisitos o animal está pronto para fazer parte do projeto e assim, levar o que há de melhor do Guzerá para o mundo. No caso da seleção das receptoras, o programa Seleção Guzerá estabelece uma a parceria com a Cenatte Embriões, que assegura um plantel de receptoras funcionais e sadias. O sucesso da gestação e do parto dos embriões está diretamente relacionado com a qualidade das receptoras. Elas precisam ter estrutura de carcaça capaz de gestar e parir bem seus bezerros, além da capacidade materna de amamentá-los para que recebam a nutrição ne-

cessária para seu desenvolvimento. Outro requisito importante adotado na escolha das receptoras é a docilidade e facilidade de manejo. Todo esse profissionalismo empregado no projeto ajuda ainda mais a pecuária a se transformar em um cenário de oportunidades que é hoje, e aqueles que o procuram, vão acabar por melhorar tanto a produção de carne como de leite

25

em seu plantel e assim, gerar mais lucro à propriedade. O Seleção Guzerá é exatamente isso, pioneirismo, inovação, respeito e eficiência. Portanto, é uma ótima resposta para os criadores interessados na evolução ou formação de um plantel com qualidades que serão observadas em pista e nas produções de carne e leite pelo mundo afora.


26


Foto: JM Matos

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

GIR LEITEIRO

27


GIR

Foto: JMMATOS

O prazer de voltar a beber leite

Além das características de rusticidade e resistência a parasitos externos o Gir Leiteiro produz leite A2 Por Fany Michel

Fonte de cálcio, proteínas, vitaminas e minerais, além de gordura e lactose, o leite é um alimento importante em nossa dieta diária, mas nem todos podem consumir esta bebida. Algumas pessoas confundem intolerância à lactose com alergia ao leite. A intolerância à lactose se deve a falta da enzima (lactase) que digere o açúcar do leite (lactose), ocasionando uma má digestão com alguns incômodos como gases, diarreia etc. Já a alergia é uma resposta do organismo contra algum agente nocivo, causando uma reação imunológica à determinada proteína que compõe o leite, neste caso a proteína Beta Caseína A1. A alergia pode ser branda, causando desconforto, vômitos ou severa, com quadros bastante graves.

Diferentes vacas podem produzir proteínas diferentes do leite, que se comportam de forma diversificada no corpo das pessoas. O leite A2 tem como atributo ser original, já que todas as fêmeas produziam este leite e, devido a uma mutação genética nas raças taurinas, ocorrida há mi-

lhares de anos, iniciou-se a produção do leite A1, que causa alergia nas pessoas sensíveis a esta proteína. Segundo o pesquisador do Instituto de Zootecnia do Estado de São Paulo, Anibal Eugênio Vercesi Filho, “a preocupação com respeito à saúde pública está mais ligada às

Aníbal Verseci Filho 28

Eduardo Falcão


doenças como diabetes e problemas coronários do que com a alergia propriamente dita”. Em pesquisa realizada em 2011 e 2012 por Anibal Vercesi Filho com a colaboração de pesquisadores da Unesp Jaboticabal, ABCGIL e APTA (Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio), ficou comprovada que as vacas Gir Leiteiro produzem leite com praticamente 100% do gene A2 (que não causa alergia). Aproximadamente 400 exemplares da raça foram submetidos ao exame de DNA, chamado genotipagem, para confirmação da presença do A2. Este exame é realizado por meio material coletado do animal (pêlo, sangue, sêmen etc.) realizado em laboratório credenciado para identificar os genes. Outra raça que produz 100% leite A2 é a Guernsey, as raças Holan-

desa e Jersey produzem 50% e 75% respectivamente e, o consumo não é indicado para quem tem alergia. Com um rebanho aproximado de 100 matrizes Gir Leiteiro para produção de leite A2, o criador Eduardo Falcão, está trabalhando há três anos no projeto Silvania A2. No portifólio de produtos, além do leite, também serão fabricados requeijão, queijo cottage, manteiga e bebida láctea. “Para isso montamos uma nova estrutura, com manejo e instalações adequadas, genotipamos nossos animais, buscamos desenvolver uma filosofia de produtor de leite de Gir Leiteiro A2, buscando uma atividade rentável e com foco muito bem definido”, nos conta Falcão. A previsão de comercialização dos produtos é para o início de 2016. O leite será produzido e enva29

zado diariamente, chegando ao consumidor com o prazo de validade de 7 dias. Sobre a divulgação do produto e seus benefícios Eduardo esclarece que inicialmente deverá ser na classe médica, que poderá ter no Leite A2 um aliado nutricional para seus pacientes com problemas de alergia e que hoje são obrigados a se privar do consumo de lácteos ou consumir leite de soja e leite de cabra. O pesquisador Anibal Vercesi Filho diz que “a Beta Caseína, não é a única proteína do leite e mesmo uma vaca que produza leite A2, pode provocar alergia, pois existem outras proteínas no leite”. Mais de 100 estudos independentes foram publicados em nível mundial, ainda precisamos de mais pesquisas para descobrir.


GIR

Zoneamento Ambiental Produtivo se torna modelo em Minas Metodologia é padrão para desenvolvimento de arranjos produtivos no estado

Por meio do Decreto Estadual nº 46.650, de 19 de novembro de 2014, a metodologia do ZAP se tornou, desde então, oficial do estado. Coordenado pela Seapa e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), as informações sistematizadas na metodologia permitem que empreendedores, em determinadas bacias hidrográficas, possam estabelecer seu potencial produtivo levando em consideração as limitações do uso dos recursos naturais. “Com o ZAP é possível ter uma visão holística da bacia hidrográfica. Assim, as decisões tomadas no âmbito da propriedade terão como base o diagnóstico da bacia, do qual o produtor utilizará para fazer a adequação socioeconômica e ambiental da propriedade, com foco na sustentabilidade”, explica o coordenador do ZAP, Amarildo Kalil, assessor especial da Seapa. Ao iniciar um empreendimento agrícola, o produtor é auxiliado com informações sobre o uso do solo, a disponibilidade hídrica, a caracterização do relevo, da geologia, da vegetação e, das potencialidades de manejo conservacionista na propriedade. De posse destas informações, o empreendedor é capaz de compreender as oscilações na disponibilidade dos recursos naturais e projetar sua capacidade de produção em uma determinada bacia hidrográfica. Além disso, o ZAP pode auxiliar os proprietários de imóveis rurais a realizarem o Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma vez que é possível quantificar e

qualificar as áreas de proteção permanente (APPs), áreas de florestas remanescentes, dentre outros. “A caracterização socioeconômica e ambiental é parte integrante de diversos estudos ambientais e contribuem para o planejamento de uso e ocupação do território, possibilitando racionalizar o desenvolvimento das atividades econômicas e a conservação dos recursos naturais. Nesse contexto o ZAP apresenta-se como poderosa ferramenta para aperfeiçoar a regularização ambiental de empreendimentos, aumentando a complexidade interpretativa das informações constantes nos estudos ambientais”, explica o coordenador do Núcleo de Gestão Ambiental Territorial da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Diogo Soares. Para colocar em prática a metodologia, os interessados podem utilizar softwares gratuitos de geoprocessamento e imagens para agrupamento das informações. Todos eles possuem interface com o Google Earth que é a plataforma utilizada para a publicação dos mapas. Para operá-los, são necessários conhecimentos básicos de geoprocessamento. Mais informações no site da Seapa (www.

agricultura.mg.gov.br), na guia Cidadão. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais – Assessoria de Comunicação Social 30


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

TABAPUÃ

31


TABAPUÃ

ABCT tem nova diretoria

Satisfeitos com os resultados do último ano, nova diretoria reúne nomes de peso para ajudar a alavancar a raça Tabapuã

Por Viviane Santana

Com um crescimento de 12%, o Tabapuã foi considerado a melhor raça em comercializações de leilões do ano passado, segundo dados de revistas especializadas, isso se deve especialmente, aos resultados obtidos com os animais na pecuária de corte de ciclo curto. Observa-se que este tipo de vertente tem sido encontrado, frequentemente, nos criatórios que escolheram o Tabapuã com melhor opção entre os Zebuínos. E, manter os bons resultados de 2014 é uma das preocupações dos novos representantes nacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã. Recém-empossada a diretoria da ABCT 2015/2017 vem, não só da pecuária, mas também da agricultura, do setor público, da engenharia, dos

segmentos da ordem e da justiça e, da saúde. Foram eleitos: presidente: Marcelo Ártico, vice-presidentes - Paulo Alexandre Cornélio de Oliveira Brom, Sabino Siqueira da Costa, Waldemar Antônio de Arimatéia, Fabiano Churchill Nepomuceno César e José Coelho Vitor, o diretor Administrativo Financeiro - João Trivelato Neto, o diretor de Marketing - Marcos de Oliveira Germano e o diretor Técnico - Marcio Henry Gregg. “Esses são homens que dedicam suas vidas e de suas famílias para o desenvolvimento econômico do nosso Brasil. A nova diretoria da ABCT, por sua vez, tem como objetivo principal alavancar a raça Tabapuã através das políticas estabelecidas de melhoria genética e da disseminação da raça por todo país, proporcionando

32

um gradiente vertical de produção e ganho ainda mais expressivo na sua comercialização”, explica o presidente Marcelo Ártico. Entre os pilares desta nova gestão, está a inovação permanente e eficiente, sempre a serviço do criador. A intenção é estabelecer canais de comunicação de qualidade entre os propósitos de gestão da ABCT e das Entidades do Agronegócio Brasileiro. E essa é uma ligação considerada “de mão dupla”. “Destaco a relevância de desenvolver projetos inovadores e eficientes que levarão a todos os Criadores o conjunto - genética Tabapuã e as políticas de qualidade da ABCZ. Temos, a nosso favor, um histórico do qual nos orgulhamos: transparência absoluta e a simplicidade.”, comenta Marcelo.


Para 2015, Marcelo Ártico é enfático em dizer que vai trabalhar com afinco para que os criadores continuem comemorando. “Em 2014, foram realizados ao longo do ano mais de 30 leilões com boas médias. O mercado ficou aquecido para a comercialização de machos e fêmeas nas fazendas e observamos um maior volume de animais nas pistas de julgamentos. Além disso, a atividade de inseminação artificial obteve ganhos expressivos, superando cento e dez mil doses comercializadas com emprego significativo nos cruzamentos industriais. A Raça Tabapuã pode avançar, e o mais brasileiro dos zebuínos tem dado mostras cabais disto, sem ferir os fundamentos zootécnicos de direito.”, finaliza Ártico.

Quem é o novo presidente da ABCT Marcelo Ártico é criador e engenheiro civil. Proprietário da Fazenda Terras da Ártico, localizada na cidade de Aparecida do Taboado – MS, tem sua história pautada na dedicação à raça Tabapuã desde 1994. Em 2012, adquiriu a Fazenda Terras da Ártico em Tabapuã - SP e iniciou o criatório PO, com a seleção de animais de Elite que levam a marca TTAR. O plantel da Fazenda Terras da Ártico é formado pelos principais berços da raça Tabapuã. O Grupo utiliza como critério a base de seleção, a avaliação do rebanho por desvios esperados da progênie (DEP’s) geradas pelo Programa de Melhoramento Genético PMGZ/ABCZ, dessa forma ,

33

as fazendas de Marcelo Ártico são dedicadas para criadores que desejam a melhoria genética do seu plantel, através de animais da raça Tabapuã com um investimento proporcional ao seu benefício.


34


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

BRAHMAN

35


BRAHMAN

Raça Brahman é referência no julgamento da categoria baby

Com foco no manejo da pastagem e genética de boa procedência, criador de Brahman consegue aumentar os lucros da propriedade Por Viviane Santana Tradicionais na ExpoZebu, os julgamentos de animais realizados no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG, em 2015 devem acontecer entre os dias 03 e 10 de maio. Na 81ª edição da feira, a novidade é a estreia da categoria baby. A raça Brahman era a única a contar com esse tipo de campeonato na exposição. Poderão ser inscritos nessa categoria animais machos e fêmeas com idade de 06 a 08 meses. “Não haverá premiação para essa categoria, somente o julgamento e mostra dos animais em pista. Os resultados desta categoria também não con-

tarão pontos para o Criador e/ou Expositor, assim como já acontece no campeonato Matriz Modelo”, explica o coordenador do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas, Mário Márcio Moura. O valor da inscrição individual para os animais inscritos na categoria baby será de R$ 350,00. Seguindo a iniciativa da raça Brahman, a Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil solicitou a inclusão do campeonato baby no julgamento da raça durante a ExpoZebu deste ano. A solicitação foi aprovada pela ABCZ e aberta às demais raças. “A ACGB fez a solicitação para 36

a categoria baby, porque muitas vezes o criador tem um animal que considera muito bom e por conta da idade, às vezes um ou dois meses, não pode levar o animal para Uberaba. A categoria baby é uma oportunidade para que os criadores comecem a apresentar mais cedo seus bons animais, naquela que é maior feira das raças zebuínas do país”, explica Adriano Varella, presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil. Além de Brahman e Guzerá, a ABCZ espera que outras raças também participem com animais da categoria.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

SINDI

37


SINDI

Novo presidente traça metas para ABCSindi Por Viviane Santana

Desde o último dia de janeiro, a Associação Brasileira de Criadores de Sindi (ABCSindi) tem nova diretoria. Foi eleito para presidir a associação o criador Ronaldo de Andrade Bichuette. Com chapa única intitulada “União do Sindi”, a eleição para o biênio 2015/17 aconteceu em João Pessoa, PB. Entre as metas, a primeira será a transferência da sede da associação para “a Casa do Sindi” dentro do Parque Fernando Costa, em Uberaba, MG. Faz parte também dos objetivos de Andrade Bichuette em sua gestão, o fomento a raça por meio de provas zootécnicas para incentivar o uso de touros no cruzamento industrial, e ainda estreitar o relacionamento entre os associados. “Precisamos divulgar o Sindi em todo território nacional. Queremos aproximar os criadores do Nor-

deste do restante do País e propagar as principais características da raça, como a rusticidade, o marmoreio e a habilidade maternal. O Sindi tem ganho a cada dia mais adeptos que estão satisfeitos com a raça. No caso da produção de leite, o objetivo é estimular Sindolando (Sindi x Holandês) e Sindijer (Sindi x Jersey)”, afirmou. Outro projeto da nova diretoria será aumentar o número de reprodutores em centrais de inseminação artificial, facilitando o acesso à genética de qualidade. O presidente da ABCSindi tem a consciência de que é preciso investir em melhoramento genético para raça ganhar mais admiradores que queiram criar o gado vermelho. “Ainda temos um número muito pequeno de touros em centrais e estamos trabalhando para aumentar essa oferta. A pró-

Nova diretoria da ABCSindi Presidente: Ronaldo Andrade Bichuette 1º Vice-presidente: Adaldio José Castilho Filho 2º Vice-presidente: Orlando Cláudio Simas Procópio 3º Vice-presidente: Felipe Miguel Roncaratti Curi 4º Vice-presidente: Manassés de Melo Rodrigues 1º Diretor Secretário: Arthur Abdon Targino, 2º Diretor Secretário: Gilberto Browne de Paula 3º Diretor Secretário: José Mousinho Teixeira 1º Diretor Financeiro: Claudia Leonel 2º Diretor Financeiro: Frederico Sander Nogueira Diretor de Relações Internacionais e Públicas: Gabriela D. Castilho Carvalho Diretor de Relações Institucionais: Ricardo Altévio de A. Lemos Diretor de Eventos: Sérgio Malta de Rezende

38

pria associação pode ser um canal de distribuição desse material”, revelou Bichuette. Com cerca de 70 associados em todo o País, sendo a maior concentração de criadores na Região Nordeste, a ABCSindi quer mais, e vai trabalhar para levar a raça para outras partes do país e do mundo e, vai aproveitar a ExpoZebu no mês de maio, para oficializar a posse da nova diretoria e fazer esse trabalho de divulgação. “A Expozebu é a melhor vitrine do gado zebuíno do mundo, e essa será uma ótima oportunidade para mostrar que temos animais competitivos, de dupla aptidão, fácil manejo e rentabilidade. E isso é o que os produtores buscam hoje. Vamos unir o `útil ao agradável`”, finaliza.


Foto: JM Matos

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

INDUBRASIL

39


INDUBRASIL

Recuperação de mercado: ABCI e ABCZ fecham parceria para fortalecer a raça Por Viviane Santana

Representantes da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil tem buscado melhorar a divulgação da raça no mercado nacional. Para isso, a ABCI elaborou um projeto que prevê diversas ações para incentivar a retomada do crescimento da raça no país. No documento entregue ao presidente da ABCZ, Luiz Claudio Paranhos, pelo presidente da ABCI, Roberto Fontes de Goes, foi destacado que apesar dos esforços dos atuais selecionadores da raça, do trabalho de divulgação realizado pela Associação e, dos apoios dados pela ABCZ, é preciso que haja uma grande mobilização para envolver criadores e novos pecuaristas, no sentido de retomar a seleção da raça e fazer com que ela ressurja no cenário nacional, e assim, corresponder o que o Indubrasil representa em todo o mundo. “Somente com a integração destas ações, a raça Indubrasil poderá ter a esperança de voltar ao

cenário nacional, ocupando o espaço que merece”, pondera Goes. Entre os fatores para retomada de mercado, foram destacadas ações que devem acontecer em breve. Entre elas: a divulgação da raça em nível nacional, a criação de um banco de sêmen, e a realização de pesquisas que mostrem a eficiência desta raça de dupla aptidão. No caso do Marketing, a ABCI usará meios de comunicação, como livros e revistas específicos para divulgar o Indubrasil. A associação observou que em várias regiões do Brasil já existem pecuaristas e, técnicos ligados à pecuária que não conhecem a raça e pensam que o Indubrasil não existe mais em terras brasileiras. Para dar suporte ao melhoramento genético da raça será criado um banco de sêmen. Segundo Roberto, “Esta é uma ação fundamental para preservar material genético existente e favorecer o desenvolvimento da raça, como também 40

resgatar algumas linhagens. A possibilidade de buscar doses de sêmen de touros que não estão mais no Brasil e guardadas em botijões no exterior deve ser considerada como importante”, explica ele. Outro fator colocado no documento diz respeito às pesquisas de melhoramento genético. Através do PMGZ, novos testes serão realizados para viabilizar informações confiáveis do rendimento de carcaça e da qualidade da carne produzida pelo Indubrasil. A pesquisa é essencial para que a raça ganhe confiança e força para enfrentar os desafios impostos na atualidade, além de comprovar as qualidades da raça e indicar novos caminhos na seleção do Indubrasil. O assunto ainda deve progredir, afinal os representantes definiram o PMGZ como programa de melhoramento genético oficial da raça, e novas reuniões específicas sobre a parceria ainda devem acontecer.


41


42


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

KIKO CATELLI FOTÓGRAFO

43

COTIDIANO


44


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

EQUINOS

45


EQUINOS

Haras Lagoinha Mangalarga e Pampa Fotos: Divulgação

O criatório do Haras Lagoinha iniciou em outubro de 1985, com o nascimento do primeiro produto da raça Mangalarga, a fêmea Asteca do PEC (Alicerce OB x Groselha AG), neta, pela linha baixa, do lendário garanhão Turbante JO. Esta é apenas a data cronológica do início do haras, pois, na verdade, seu nascimento se deu nos sonhos e

na mente de Marisa Iorio Corrêa da Costa que, já aos três anos era fascinada por cavalos. A paixão e a determinação levaram Marisa à concretização do seu sonho: proprietária do Haras Lagoinha, dando início ao criatório do sufixo PEC. Experiências, vivências, intuição, estudo e especialmente o

46

amor aos cavalos ajudaram a superar inúmeras dificuldades. Hoje, o Lagoinha é um dos maiores criatórios da Raça Mangalarga, especializado na criação de qualidade, unindo a esse fator morfológico as pelagens exóticas, principalmente a pelagem Pampa com todas as suas derivações. Nesses vinte anos de cria-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

ção, vários produtos do sufixo PEC foram responsáveis por manter o Lagoinha sempre na vanguarda da criação Mangalarga e Pampa. Atualmente o Haras Lagoinha é um dos principais centros de criação da raça Mangalarga e Pampa do Brasil, principalmente por sua responsabilidade de inovação com relação à inserção de pelagens diferenciadas no Mangalarga, bem como o sucesso na criação de cavalos Pampas. Com inúmeros produtos nascidos sobre sua responsabilida-

de, Marisa descobriu que para se ter cavalos e criá-los com perfeição, o segredo é manter uma estrutura eficaz, métodos preventivos, atenção constante e muita dedicação. “Meu maior desafio é difundir as raças, Pampa e Mangalarga, no mercado interno e principalmente externo, pois apesar de sermos o terceiro maior plantel do mundo, as raças nacionais não são conhecidas no exterior. Possuímos uma raça única, de andamento marchado, ainda não difundida corretamente”, finaliza Marisa. Marisa Iorio e Paulo Eduardo Corrêa da Costa

Monteblanco do PEC (Lili JL x Charles JO) Monteblanco do PEC - Único garanhão Mangalarga de pelagem Pampa, registrado com 98,5 pontos de registro , Melhor Reprodutor Pampa no Ranking da Raça, desde que instituiu essa premiação. Pai e avô de inúmeros Grandes Campeões Nacionais.

47


Um leilão começa na escolha do canal, negociação com a leiloeira, apartação dos animais e se estende pelos acasalamentos, escore corporal, toalete e muito capricho em todos os detalhes.

E para tudo ficar perfeito: JM Matos Produções Foto e vídeo. 48

Rua Engenheiro Gomide, 222 Boa Vista | Uberaba.MG CEP 38017-160

(34) 3325.4963 (34) 9107.9381 (34) 9168.0313

www.jmmatos.com.br


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

CRIOULO

49


EQUINOS

Unir para conquistar Conhecido durante muitos anos como o cavalo tipicamente do gaúcho, o Crioulo é a raça dominante no Sul do país, mas suas qualidades ultrapassam fronteiras e, cada vez mais, levam esta manada a uma única direção: o crescimento. E esse foi exatamente o desafio aceito entre os crioulistas que apostaram no potencial da raça assim como a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos. Nesta união de esforços as regiões Sudeste, Norte e Nordeste assumiram com a ABCCC as rédeas das estratégias focadas

na expansão em todo o território nacional. Se o momento é de grande expectativa, por outro lado, não é de agora que o desejo em ver a manada Crioula consolidada para além dos pampas chegou ao seu auge. Entretanto, a diferença vista hoje é a da mobilização de pessoas com um planejamento concreto e que a cada dia coloca mais ações importantes em prática. Na avaliação do presidente da ABCCC, José Luiz Lima Laitano, a união da entidade com os núcleos

50

é fundamental para alavancar esse crescimento mais rapidamente. Sob essa premissa, o gestor visitou vários estados fora do eixo Sul (RS/ SC/PR) para verificar de perto cada realidade e poder direcionar melhor o apoio institucional.

Empreender para avançar Entre as medidas adotadas estão mudanças no vínculo entre Associação e núcleos que passou a contar com mais capital no aporte financeiro, no reforço da realização de eventos - como a transferência do


REVISTA REVISTA OO ZEBU ZEBU NO NO BRASIL BRASIL

evento Rédeas de Ouro, que sai de Porto Alegre para ser realizado no estado de São Paulo - e no fortalecimento da presença e auxílio técnico nas provas promovidas em áreas de fomento. “Na nossa percepção quem faz a raça são os núcleos. Se essa locomotiva se mover, a Associação se move mais rápido”, salienta o gestor. Soma-se também a esse pacote de incentivos a ajuda na formação de mão de obra - grande preocupação entre os criadores dessas regiões - viabilizada através de cursos chancelados pela ABCCC com o objetivo de capacitar profissionais para abastecer o aquecimento desse mercado.

Outra peça-chave é a descentralização da ABCCC que está investindo na qualificação de seus serviços mais próximos desses estados. Prestes a implantar uma extensão mais próxima dos grandes e pequenos centros do país, a Associação terá em São Paulo um propulsor importante. Preparada para ser o coração da entidade fora da sede principal, localizada em Pelotas/RS, o encurtamento de distâncias para o atendimento especializado e acessível a todos promete ser um salto de qualidade a partir de abril, quando o atendimento itinerante passará a circular no estado.

51

Em perfeita sintonia Obviamente, os interesses dos crioulistas e envolvidos na expansão do Crioulo convergem para o mesmo rumo, com isso, muitas iniciativas se tornam semelhantes. Dentro desse conjunto positivo de denominadores comuns o destaque vai para o conhecimento de mercado dos criadores dessas regiões. A expectativa é essa união de esforços ser ideal na hora de elaborar e executar as melhores estratégias para fomentar o Crioulo com o apoio técnico e know-how da ABCCC. No hall em que os selecionadores de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Fede-


ral sabem como o público local se comporta e quais os seus interesses, apresentar e inserir o Crioulo em eventos fortes nessas regiões despontam no plano de vários núcleos.

Sem medo de se impor no mercado Responsáveis por reunir os crioulistas e colocarem-se na linha de frente das ações, os núcleos estão trabalhando diretamente na criação de suas próprias estratégias para promover o crescimento da raça em todo o Brasil. Na região de São Paulo, por exemplo, a proposta é apostar na realização de eventos diversificados para atrair a atenção dos admiradores de cavalos e convidá-los a conhecerem a raça Crioula. Segundo o presidente do Núcleo Sem Fronteiras de Criadores de Cavalos Crioulos, Edmond Farhat, há um nicho interessante no público que costuma sair da movimentação excessiva dos grandes centros em direção a cidades menores em busca de programações em que o cavalo é a atração. Assim, o foco determinado não é concentrar todo o poder de fogo unicamente nas provas tradicionalmente conhecidas do Crioulo. Sob a proposta de ir mais além, Farhat destaca que a ideia é inserir a raça nas provas conhecidas entre os paulistas, como o Ranch Sorting, a Vaquejada e as Rédeas. Em paralelo, o objetivo é ainda integrar os selecionadores de forma a reuni-los e torná-los uma comunidade crioulista forte e consolidada. “As credenciadoras são só um começo. Queremos estar nesse trabalho de formiguinha integrando todos”, enfatiza.

52


No galope do sucesso Mais uma vez os números do cavalo Crioulo comprovam que a raça consolida um crescimento em todo o país. Em 2014 a manada de animais cresceu 7,3% em relação ao ano de 2013, chegando a um plantel de 377.983 equinos em todo o território brasileiro. Mesmo com a predominância no número de animais no Sul do Brasil, percentualmente todas as regiões do país tiveram crescimento, algumas acima da média nacional, como o Centro Oeste, com 12,3%. O Nordeste teve uma alta de 8,1% enquanto o Sul teve os mesmos 7,3% da média do Brasil e o Sudeste fechou em 6,8%. A região Norte teve aumento de 3,9% na manada de cavalos Crioulos. Segundo José Laitano, presidente da ABCCC, esse crescimento se deve ao aumento da exposição da raça em eventos nas regiões de fomento, trabalho iniciado ainda na gestão anterior da entidade. “Nós começamos a realizar mais eventos,

como os passaportes da Morfologia, além da criação de novos núcleos de criadores. Isto vai mostrando o cavalo nestas regiões e atraindo novos interessados”, avalia. Este resultado também pode ser mensurado no incremento de 8,1% no faturamento no ano de 2014. Dados divulgados pela ABCCC mostram que as vendas no ano passado chegaram a R$ 198 milhões ante os 183,1 milhões de 2013 e atingiram novo recorde na raça Crioula. Deste total foram R$ 105,66 milhões em leilões e R$ 92,34 estimados em vendas particulares. “Foi um número excepcional. Ninguém no mercado conseguiu crescer 8% no ano passado. O mais importante foi a liquidez no ano, com o aumento no volume de vendas. Temos novos criadores e usuários acreditando na raça”, salienta Laitano. Para o vice-presidente de Comunicação e Marketing da ABCCC, Onécio Silveira Prado Júnior, mesmo com a retração na economia 53

brasileira em 2014 e eventos como a Copa do Mundo e as Eleições presidenciais, que mexeram com o cenário no país, o cavalo Crioulo mostrou números positivos. Destaca também que há um aumento no volume de aquisições de cavalos nas regiões de fomentos da raça. “O número de compradores do centro do país tem aumentado. Todos os leilões encontramos um volume bom de compras. Mesmo com a economia retraída, a informação que temos é que estamos vendendo todos os lotes, estamos tendo liquidez. O mercado está comprando e está concluindo a venda”, analisa. O dirigente lembra também que aumentou o número de eventos realizados fora da região Sul do Brasil, tanto em Passaportes Morfológicos quanto em credenciadoras ao Freio de Ouro.

A vitrine faz o negócio No ciclo de 2014, mais de 20,6 mil animais participaram de


624 eventos promovidos e incentivados pela ABCCC. O objetivo para 2015 é manter esse crescimento apostando na realização de eventos maiores. Algumas das principais provas da raça serão realizadas no estado de São Paulo como uma das classificatórias abertas ao Freio de Ouro e a final do Rédeas de Ouro. Também será foco a introdução de novas modalidades nos circuitos da raça, como o Ranch Sorting. “Já fizemos algumas demonstrações no Rio Grande do Sul e tivemos uma boa aceitação e já estamos programando três provas em São Paulo neste primeiro semestre. Talvez tenhamos uma prova aberta para outras raças, mas uma premiação diferenciada

para o Crioulo”, informa Prado Júnior.

Pisadas firmes no mercado Os leiloeiros que atuam na comercialização da raça Crioula também comemoraram os resultados positivos do ano passado. Conforme Gonçalo Silva, 2014 foi um ano importante de consolidação do cavalo Crioulo no cenário nacional. “Foi um ano que reverenciou o trabalho que a ABCCC tem feito nos últimos anos. Tivemos uma alta no número de animais vendidos.” E o ano de 2015, de acordo com Silva, já começou com uma grande quantidade de investidores na raça Crioula buscando animais nos lei-

54

lões, especialmente compradores de fora da região Sul. “Nós iniciamos o ano com esta tendência especialmente no que se refere aos animais que não são do topo da pirâmide e sim de um comprador que está começando a investir e não quer ainda um animal de muito valor agregado, mas um cavalo como ferramenta de trabalho”, reforça. Este movimento de mercado também é observado pelo leiloeiro Fábio Crespo. Informa que nos leilões que participou já pode ser observada uma grande diversidade de compradores. “Só no mês de janeiro vendemos para 15 estados diferentes da Federação. Tivemos muitos cadastros novos”, ressalta.


Para Crespo, 2015 deve repetir o que foi regra no ano de 2014, com novos criadores e investidores. Mesmo com a economia desestabilizada, acredita que o setor não deverá

sentir tanto os efeitos desta turbulência. “O ano de 2015 começou muito bem, apesar desta pseudocrise. Mas qualquer ativo da agropecu-

ária vai andar muito bem e o cavalo Crioulo está neste mesmo contexto. Estamos vendendo tudo e o mercado está aceitando”, conclui.

Dados de comercialização de cavalos Crioulos nos últimos 5 anos

* Valor estimado levando-se em conta o número de transferências excedentes às vendas em leilões, multiplicado por um valor correspondente a 30% da média dos valores unitários vendidos em remates.

Crescimento da Manada Raça Crioula em 2014

Fonte: ABCCC 55


56


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

SENEPOL

57


SENEPOL

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Unindo qualidades excepcionais, Senepol se destaca no mercado brasileiro

A raça é líder em heterose e adaptabilidade, com touros que representam inquestionável capacidade de cobrir a campo Pergunte aos produtores e zootecnistas os fatores indispensáveis para alcançar-se bons índices de produtividade, definidos em uma única palavra. Adaptabilidade, sem dúvida, será a resposta entre a maioria. A melhoria da genética, associada aos eventos ambientais como nutrição, temperatura e doenças, quando tratados de forma conjunta possuem um único resultado: animais capazes de produzir em todas as regiões do Brasil, com aumento na lucratividade dos produtores. Com 15 anos de atuação no mercado brasileiro, a raça Senepol

se consolida, ano após ano, pelos atributos genéticos dos animais. O touro, por sua vez, representa a padronização da produção, somado a características como: tolerância ao calor, baixos índices de disseminação de ecto e endoparasitas, alta capacidade de cobrir a campo, muita libido, excelente desempenho reprodutivo e, sobretudo, a garantia de alta heterose em cruzamentos industriais, fazem com que o Senepol seja um investimento seguro. O touro Senepol representa a produtividade na fazenda, uma vez que tende a reduzir o ciclo do reba-

58

nho. O reprodutor é uma ferramenta eficaz no cruzamento industrial através da monta natural, pois apresenta mais prenhezes e maior relação com a vacada nas propriedades. Além disso, produz em 18 meses a quantidade de carne que outros animais levariam mais de dois anos, concluindo um produto final que, por sua vez, possui maior índice de maciez (sem marmoreio). Fany dentre Michel Vale ressaltarPorque, essas vantagens, existem suas peculiaridades. A facilidade de cobrir a campo não influencia somente na sua difusão em qualquer região, mas também na redução de problemas relacionados a cria e recria de bezerros, facilitando o manejo e garantindo maior segurança aos criadores. Ademais, os touros Senepol são os únicos a garantir 100% de heterose nos cruzamentos, tanto com matrizes zebuínas como as F1, o que se faz necessário, tendo em vista que representa até 30% de precocidade na idade do abate – 8 a 12 meses antecipados - no desmame e no acabamento de carcaça.


A confirmação de que a raça veio para ficar provou-se nos pastos do Brasil com a padronização do rebanho, contendo animais rústicos – embora dóceis no pasto - adaptados, resistentes, de caráter mocho e, principalmente, bovinos com muita precocidade sexual. Todos esses aspectos reafirmam e reiteram o(s) porque(s) de o Senepol estar com o mercado tão aquecido. Em entrevista, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), Gilmar Goudard, relata que “o animal está demonstrando no campo tudo o que anteriormente era apenas uma teoria mercadológica”. Já a respeito do rebanho Senepol nacional como um todo, Goudard se mostra confiante: “Atualmente o Brasil é o celeiro do Senepol no mundo. Temos o maior plantel e o maior número de criadores, e provavelmente

o melhor gado. Isso faz com que tenhamos uma grande responsabilidade e importância nas decisões a serem tomadas na forma de conduzir a raça Senepol mundo afora”. Para garantir que tais requisitos genéticos sejam repassados com o máximo de confiabilidade, a ABCB Senepol conta com programas como o Geneplus, em vigor desde 2010, que consiste na avaliação dos

59

rebanhos de diversos criatórios, em um mesmo regime e período que possam mensurar as condições apresentadas por cada animal, em diversos quesitos. Como complemento aos programas desse porte, provas comuns e específicas à alguns criatórios ocorrem. Esses testes geralmente avaliam características como: peso e ganho, características de carcaça,


SENEPOL altura do posterior, biotipo animal, precocidade sexual e fertilidade em fêmeas e machos.

ABCB Senepol participa de reunião nos Estados Unidos O Brasil é o celeiro do Senepol mundial, uma vez que temos o maior plantel, o mais expressivo número de criadores, provavelmente, o melhor gado. “Discutiu-se a possibilidade de manter a SCBA como associação internacional, ou se criar uma confederação internacional dos criadores da raça Senepol”, declara

Goudard. Além das discussões supracitadas, outro tópico despertou a análise dos presidentes das 12 associações – de países que participaram da reunião -, no que diz respeito à necessidade de padronizar a raça. “Temos que ver o mesmo Senepol em todo o mundo, o mesmo conceito racial, as regras para absorção, a logo universalizada, enfim, dar cara e padrão à raça para que possa ser identificada em todo o planeta”. Sobre a atuação da ABCB Senepol na reunião e no desenvolvimento das decisões que serão

60

implantadas, Gilmar diz: “Foi criado um comitê para propor as mudanças estatutárias na SCBA, buscar o entendimento junto às associações acerca das necessidades e propostas para dar prosseguimento ao objetivo de se ter uma identidade internacional. Também ficou designaao, para elaborar esse trabalho, a Associação Brasileira, a Associação Venezuelana e a Associação de Porto Rico. Fazemos parte do comitê para demandar necessidades e mudanças na criação da confederação, ou transformar a SCBA em uma associação mundial, com as devidas


2014 Um ano marcado pelo reconhecimento nacional das qualidades excepcionais da raça e, pela crescente evolução do Senepol como ferramenta da pecuária de resultados. Um recorde com mais de 400 animais Senepol em exposição. Um sucesso, com palestras dos maiores nomes da pecuária nacional e internacional.

A relevância da raça virou livro. A literatura da pecuária está mais rica com a história do Senepol no Brasil contada em detalhes e em três linguas (Português, Inglês e Espanhol).

Um número crescente e representativo de novos criadores marcou 2014. São pessoas que acreditam na força do Senepol frente aos desafios da pecuária cada vez mais competitiva - Sejam bem vindos!

Uma família de criadores e colaboradores que não medem esforços para acompanhar e multiplicar de forma profissional o crescimento da raça no país. Pessoas que trabalham com prazer em prol de uma paixão.

2015 Quinze anos do Senepol no Brasil. A raça que carrega qualidades exclusivas e a certeza de que o futuro pode ser simples e lucrativo.

senepol.org.br

/abcbsenepol

(34) 3210-2324 | (34) 9962-4357

senepol@senepol.org.br | marketing@senepol.org.br 61


mudanças estatutárias que se fazem necessárias para tal”.

ABCB Senepol confirma presença na BEEFEXPO 2015 Foz do Iguaçu será o palco deste evento, de porte internacional no segmento de pecuária de corte. Com realização entre

62

os dias 21 e 22 de outubro, visa-se a difundir ainda mais o conhecimento a respeito da raça, por meio de palestras e participação de pecuaristas, analistas e gestores na cadeia produtiva de carne bovina. Por Karina Mamede


63


SENEPOL

64


GRAMA E SENEPOL: histórias que se confundem A história da Fazenda da Grama pode se dividir entre antes e depois do Senepol. Em comum nas duas eras, o resultado que sempre foi alcançado com muito trabalho, estudo e dedicação. Mas foi nos últimos 16 anos, a segunda era, que a marca se notabilizou como grande responsável pelo avanço da raça adaptada que mais cresceu no Brasil na última década, graças ao melhoramento genético promovido no criatório de José Antônio Fernandes Netto, com a coordenação técnica de Júnior Fernandes, cuja família

participou da introdução da raça no Brasil e nunca mais parou de investir em pesquisa e inovação. Se existisse uma dívida do Senepol com uma marca, ela seria com a Fazenda da Grama. Mas isso já foi pago ao longo dos anos com gratidão, reconhecimento e valorização. Desde a década de 1980 estabelecida em Pirajuí/SP, 414km da Capital, a Fazenda da Grama sempre diversificou sua atividade, mas foi na pecuária que se notabilizou com ações que contribuíram com o segmento no Brasil. Graças aos es65

tudos desenvolvidos pelo médico veterinário Júnior Fernandes desde sua época de acadêmico, até se tornar doutor em reprodução animal e melhoramento genético. E essa sempre foi a busca da família, quando decidiu criar e recriar animais para corte na fazenda. O objetivo era encontrar cada vez mais aptidões economicamente viáveis para agregar valor à sua produção, para abastecer a butique de carne criada pela família, em Jaboticabal/SP. Foram feitos vários testes, até a participação na forma-


SENEPOL ção de compostos para o cruzamento. Em 1999, o Senepol passou a existir na Grama, através do cruzamento industrial. Depois de muitas viagens e contatos com técnicos internacionais, Júnior Fernandes descobriu no Senepol um grande potencial genético, uma predominância decisiva para a adoção da raça caribenha no rebanho da Grama. “A gente já desconfiava dessa força da raça e fomos atrás de tudo o que havia disponível de informação para termos certeza, não demorou muito e decidimos pelo Senepol”, lembra Júnior Fernandes. “Muitos acreditavam que estávamos dando um passo perigoso, mas o que estamos vendo hoje na raça

aqui no Brasil mostra que estávamos certos”, orgulha-se o pai, José Antônio Fernandes Netto, conhecido por Zé Torneira, que passou a ser a identidade do Senepol da Grama, com a marca ZT. Antes disso, no entanto, foi preciso passar por uma verdadeira saga, contada no livro “Senepol, Feito para o Brasil”, lançado pela ABCB-Senepol durante o Congresso Mundial da raça, em setembro de 2014, em Uberlândia/MG. A Grama foi pioneira na importação de embriões de Senepol puro dos Estados Unidos, no ano 2000. Em parceria com outros dois criatórios, trouxe 700 embriões das melhores linhagens, que o próprio

Júnior Fernandes escolheu junto com técnicos e criadores de diversos estados americanos. Esse material genético deu origem ao rebanho ZT, único que nunca mais parou de selecionar, ano após ano, desde que a adotou. Assim que chegaram os embriões, em 2001, foram implantados nas receptoras também selecionadas e o resultado foi a evolução do rebanho próprio e de parceiros, que foram se unindo à Grama e se rendendo aos benefícios do Senepol. “A gente mostrou rapidamente que o Senepol era, mesmo, um animal extremamente indicado para a pecuária brasileira e o encantamento de outros criadores foi rápido e sólido”.

Da esquerda para direita Jairo Ferreira Lima – Mário Gasperi – Junior Fernandes em Saint Croix

Beleza racial e dois testículos exuberantes não fazem de um macho, um produtor de sêmen. Por que então seria diferente no caso de uma fêmea?” 66

Júnior Fernandes, Grama Senepol


Parceiros do Senepol

Safiras

Dois desses criatórios – Fazenda Santa Helena e Genetropic – fundaram em 2007 com a Grama o grupo Parceiros do Senepol, com o objetivo comum de promover a seleção, multiplicação e distribuição apenas de indivíduos comprovadamente superiores, para fortalecer a utilização da raça naquilo a que ela se propõe: produzir carne em maior volume, com mais qualidade e em menos tempo. “Foi ali que descobrimos que uma fêmea não pode ser doadora só porque tem dois ovários e um touro não pode ser reprodutor, melhorador só porque tem dois testículos”, define o técnico. Hoje, são 40 os criatórios que compõem o núcleo de vários Estados do Brasil e que se reúnem ao menos três vezes por ano para divulgação de resultados de programas e balanço do ano. Um desses programas foi um marco na criação de Senepol e para a pecuária do Brasil.

Com a expansão do grupo, a Grama passou a abrigar o programa Safiras do Senepol, maior teste de qualificação de fêmeas Senepol PO do mundo, que recebeu o prêmio “Mario Gasperi”, outorgado pela Associação Internacional dos Criadores de Senepol (SCBA, na sigla em inglês) às ações que contribuem para o desenvolvimento da raça em todos os continentes. Em março deste 2015, mais uma edição do teste terminou, registrando um total de 1.150 novilhas de diversos criatórios do Brasil qualificadas desde 2009, quando o programa começou. São avaliadas sete características zootécnicas, que envolvem reprodução, ganho de peso, eficiência alimentar e escore visual, feitas pelos técnicos de instituições como Universidade de Viçosa/MG, Unesp-Jaboticabal/SP, Instituto de Zootecnia (IZ), além de empresas como In

67

Vitro Brasil, S+, Aval, Coan Consultoria e Intergado, que em parceria com a fazenda introduziu em 2013 na fazenda, exclusivamente para o teste, cochos eletrônicos para medição em tempo real de consumo de alimento e água, além de peso, e se tornou também referência em avaliação com precisão (veja mais à frente). O programa também serviu de campo para descoberta do grande diferencial do Senepol para explicar sua adaptabilidade aos trópicos: a glândula sudorípara, que tem características que permitem ao animal uma sudorese que facilita a sua adaptação ao calor e aumento de produtividade. O estudo virou referência mundial e também consta do livro “Senepol, Feito para o Brasil”, que foi traduzido para o inglês e o espanhol.

Ilha de Saint Croix – Ilhas Virgens – Caribe – Origem do Senepol


Novilhas em avaliação no programa Safira

Responsabilidade comercial Cresceu o grupo, o programa e a responsabilidade dos criadores. Para incremento de um relacionamento técnico que promovesse a raça, foi criada a Senepol Mais (S+), que Júnior Fernandes fundou com os também veterinários Alex Marconatto e Luciano Aranha. É a empresa que assessora os criadores de Senepol por todo o Brasil, além de coordenar provas de performance para os touros jovens. “Só os melhores classificados em um ranking que nós criamos, com diversas premissas, é que podem ser vendidos nos eventos comerciais organizados pelo grupo ou fornecer embriões para compor lotes de leilões”, explica Alex Marconatto, também titular da Fazenda Santa Helena. Com esse processo, apareceram ícones da raça que foram se destacando no mercado, mesmo muito jovens. Doadoras desde cedo ciclam naturalmente e produzem

um grande número de oócitos, validando um grande número de embriões. A sequência disso ao longo dos anos promoveu o melhoramento genético hoje verificado nos criatórios integrantes do grupo e que tem uma procura muito grande do mercado por seus produtos, na fazenda ou em leilões.

Clone A identificação das melhores fêmeas da raça permitiu ainda outro pioneirismo ao criatório. É da Grama o primeiro clone do mundo, a TN01, fruto de transferência nuclear a partir da doadora “Loira da Grama”, que foi adquirida ainda bezerra pela fazenda e que ainda hoje, quase aos 12 anos, produz grandes doadoras da raça no Brasil. Outra delas é a Grama 904, que também já tem dois clones na fazenda. O mais importante é que esses produtos de proveta não são considerados de imediato superio68

res. Todas passam por testes, como o Safiras do Senepol. TN 01 passou pelo programa e foi qualificada Safira Top 10 na edição 2014.1, terminada em agosto passado. As duas filhas da 904 também passarão pelo referido teste. Como desde o início de sua existência, a parceria nessa e em outras questões também foi fundamental para o sucesso não só da marca, mas de todos os criatórios que comungam dessa filosofia.

Parcerias técnicas Como fica claro na história da Fazenda da Grama, um dos segredos de todo resultado alcançado foi andar de mãos dadas com quem comunga da filosofia de responsabilidade e compromisso com a produtividade. Uma dessas parcerias é com a Paraíso Nutrição Animal, de Jataí/GO, que abastece mensalmente com produtos específicos a Fazenda da Grama e os programas


ali desenvolvidos. Rafael Martins, diretor e técnico da empresa, conta que essa parceria começou em 2012, com a elaboração das fórmulas exclusivas de rações desenvolvidas pela Coan Consultoria para as diversas categorias de animais da Grama. “É um atendimento personalizado”, comenta Rafael. “Tudo que existe de tecnologia hoje disponível na área de nutrição, com viabilidade para um rebanho de gado de corte é utilizado na Grama”, emenda, enaltecendo o fato de essa estratégia beneficiar os programas de avaliação realizados dentro da fazenda, como o Safiras do Senepol. “Todo mundo acaba ganhando com isso”. É assim também com a Minerembryo, maior central de receptoras do Brasil. “Esse mercado com parcerias gera volume e qualidade e gera ganhos desde o processo básico até a venda e a entrega do produto”, declara Eduardo Muniz de Lima, o Mineiro, titular da empresa. Mineiro revela que não fica um mês sem transferir embriões para a Grama. “O percentual de FIV significa quanto a raça cresce. É muita coisa. Envolve mercado e por

Vacas ½ sangue paridas de Senepol – 1999

isso afirmo que o Júnior e os parceiros dele são grandes responsáveis pelo crescimento da raça no Brasil”. Esses embriões são produzidos pela In Vitro Brasil, outro parceiro comercial da Grama, que também atende muitos criadores. Em Pirajuí/SP, as visitas começaram há dois anos e o médico veterinário José Rodolfo Sabadin revela uma evolução muito nítida no rebanho da Grama, com fêmeas identificadas adequadamente como doadoras. “Essa identificação de indivíduos mais bem ranqueados num programa igual o Safiras possibilita iniciar mais cedo o processo de aspiração

Touros Senepol – Rigor no processo seletivo

69

delas”, define. “E elas validam cada vez mais embriões com esse melhoramento genético, que é critério de seleção”. O que ele se impressiona é com a contribuição que esse processo tem dado à raça. Isso tudo só é possível por causa do rigor de seleção que envolve muitas avaliações, entre elas a que atesta a condição corporal das fêmeas. A medição desses escores é feita pela Aval, parceira da Grama no programa Safiras do Senepol. Yuri Baldini Farjalla é o responsável pelo exame de ultrassom que constata que as fêmeas, ainda muito jovens, já apresentam uma característica muito voltada à produção. “Elas são muito precoces, com carcaças já condizentes com a função de serem grandes mães”, afirma. Uma das últimas parcerias firmadas pela Grama que seguiu essa linha de espalhar benefício para todos os participantes do Safiras foi com a Intergado, que instalou na fazenda os cochos eletrônicos que medem a eficiência alimentar. “Eles passaram a encarar essa avaliação como um parâmetro, não como um modismo e hoje o Safiras fornece dados para geração de DEPs


SENEPOL faturamento. “Mas o mais importante é que esses números são um reflexo do que o mercado reconhece do valor da seleção, não só da Grama, mas de todos que venderam nesse evento e em outros que a S+ coordenou e o grupo Parceiros realizou”, comenta Júnior Fernandes. Fo-

dos touros”, comenta. “O benefício que isso gera para a raça não é só para a Grama ou para os envolvidos, mas para toda a pecuária nacional”, conclui.

Liquidez e valor Depois de se cercar de todos os cuidados que permitissem encontrar animais melhores a cada geração, ficou mais fácil entender o crescimento da raça no País. Principalmente a sua liquidez e valorização nos leilões para atender uma demanda cada vez mais crescente. O sentimento de altruísmo da Grama foi tamanho que o seu primeiro leilão próprio só surgiu nos seus 15 anos de seleção. Foi em 2014. No evento, realizado de forma virtual para que os compradores tivessem a concentração ideal para decidir sobre seus investimentos, foram disponibilizadas doado-

ram 13 os criatórios que venderam lotes no primeiro leilão da Grama. A cada ano, o rebanho da Grama foi melhorando com Receptoras com bezerros Senepol PO ao pé esse rigor todo de ras qualificadas e jovens, algumas seleção, que contagiou outros seleque eram futuras doadoras e que cionadores do grupo. A própria raça hoje estão espalhando genética por se beneficiou disso. Prova maior da criatórios do Brasil. O leilão atingiu prolificidade do plantel de Senepol média recorde superior aos R$ 70 da Grama foram os últimos resultamil, com mais de R$ 2,1 milhões de dos de aspirações de suas fêmeas,

70


PROGRAMA SAFIRAS DO SENEPOL – cochos eletrônicos – medição de eficiência alimentar.

muitas delas novilhas qualificadas no programa Safiras. Em fevereiro deste ano, 40 doadoras foram aspiradas na Fazenda da Grama e produziram 1.585 oócitos, validando uma média de 39,62 oócitos por fêmea. Em 2014, a Grama produziu um total de 4 mil embriões (3.200 para FIV e 800 para TE), que implantou em suas receptoras, ou distribuiu em leilões com ótima valorização, graças às linhagens consagradas

que formou, ou também em parcerias espalhadas por todo o Brasil, para formação de indivíduos que vão formar touros para a pecuária de corte em grandes extensões. Teve também distribuição em doações. Isso porque a Grama também criou, através da S+ e do grupo Parceiros do Senepol, em parceria com o projeto Viola do Bem, de Jaboticabal/SP, um leilão beneficen-

“Grama 904” e seus clones

te em prol do Hospital de Câncer de Barretos, que em 2013 transferiu valor superior a R$ 1 milhão para a instituição. Este ano, outro evento do tipo vai acontecer em dezembro. Ações que pagariam uma dívida que o Senepol pudesse ter com uma marca, mas que fica quitada no sentimento da Grama, com a gratidão estampada em todos os negócios gerados por esses processos e histórias aqui contados.

“Loira da Grama” e seu clone

71


72


73


ZEBU

Superpasto: Adubação de pastagens Por Júlio Diehl e Fany Michel

O maior problema da produtividade das pastagens é devido à baixa fertilidade dos solos, e a falta de adubação e correção. Qualquer forrageira tem potencial de produzir mais MS (Matéria Seca) do que as culturas de soja, milho ou cana. A adubação sempre dá resultado, os melhores são sempre associados com o bom manejo do gado e do pasto. Com o aumento da lotação você ganha-se áreas para fazer mais silagem e cana, e economiza ração. A falta correção, adubação e manejo são os responsáveis pela baixa taxa de lotação e pastagens degradadas. Adubar é muito mais barato que ter pasto degradado, baixa lotação e gastar com mais ração. Quando compramos ração, estamos pagando o adubo que foi usado no milho ou na soja, o lucro do produtor, o lucro da fabrica de

ração, e três fretes de adubos. Sendo o adubo mais barato o que você usa no seu pasto. Para adubar corretamente, é necessário fazer um histórico da área, o que foi usado nos anos anteriores, a lotação, o manejo do pasto e do gado; coletar amostra de solo e com o resultado, procurar um profissional para fazer a recomendações. Provavelmente, a recomendação será de calagem, gessagem e adubação. Todos os nutrientes são importantes, mais o nitrogênio (N) é o que determina a quantidade de matéria seca – MS produzida. Quando o pasto está formado e corrigido, pode-se aumentar ou diminuir a produção de MS utilizando maior ou menor dose de nitrogênio, dependendo da situação do pasto, da lotação do manejo e da necessidade de forragem.

74

Adubar toda área, e não aumentar o numero de cabeças, vai sobrar pasto. O correto é começar pelas melhores áreas, e deixar as piores se recuperando. Se o pasto estiver ruim, mas cobrindo o solo, a recuperação é sempre a melhor decisão, sendo mais barata e mais rápida, pois quanto menos se mexer no solo melhor O pecuarista pode adubar em toda a estação das águas, de novembro a março. O ideal é no inicio das chuvas para aproveitar luz e calor; e no final das águas para o pasto avançar na seca. Antes de adubar você deve colocar o gado para rebaixar o pasto, não rapar, deixar um resíduo de acordo com a gramínea ± 15 – 20 cm. Após a adubação vedar o pasto por ± 30 dias até que a forragem atinja o ponto de corte. No manejo rotacionado, é necessário adubar toda vez que


o gado for retirado do pasto. Existem quatro produtos que fornecem Nitrogênio, sendo eles o Sulfato de Amônio: 20% de N e 24% de S (enxofre) – é mais caro por unidade de N, tem muito S em relação a N e acidifica muito o solo; Nitrato de Amônio: 34% de N – é mais barato que o sulfato e mais caro que a uréia; Uréia: 45% de N – é o que menos acidifica o solo, o mais econômico, mas pode sofrer perdas de até 80% quando aplicado na superfície do solo e nesse caso passa a ser mais caro, SUPER Pasto: 45% de N – custa em torno de 10%

mais que a uréia, mas reduz drasticamente as perdas sendo o mais econômico. As recomendações técnicas para uso de Uréia, indicam que para evitar perdas ela deve ser incorporada a no mínimo 5 cm de profundidade ou receber uma chuva após a aplicação de ± 20 mm, pois quando a uréia é aplicada, ela entra em contato com a água e a Uréase, que é uma enzima (fermento) que tem em todos os solos, a reação que ocorre libera um gás (amônia) que evapora (volatiliza). Estudos da EMBRAPA mostram que

75

em pastagem essa perda pode atingir até 80%. Como é impossível incorporar adubo em pastos formados, a solução é usar Super Pasto. Todos os produtos da linha Super Pasto, tem como base o Super N, que é o resultado do tratamento da Uréia com um aditivo (AGROTAIN), cuja finalidade é reduzir drasticamente as perdas. Esse é o único inibidor de uréase aprovado pelo Ministério da Agricultura e consta da etiqueta da sacaria. Esse aditivo é usado no mundo todo e tem mais de 1.300 trabalhos de pesquisa.


ZEBU

Recuperação de nascentes: o futuro dos recursos hídricos nas propriedades rurais

Preocupação com falta de chuva movimenta entidade do setor agropecuário no Triângulo Mineiro

Por: Viviane Santana

A chuva voltou a cair em todo país, mesmo assim, a estiagem ainda é assunto que ronda os produtores rurais, especialmente na região sudeste. Mesmo com o nível do Sistema da Cantareira subindo, ainda falta muito para alcançar os índices desejados. Nas últimas pesquisas do setor, analistas da GO Associados calculam que, se houver racionamento de água na região sudeste, o PIB da agropecuária nacional pode ter uma queda de 2% em um ano. Isso significa prejuízos de R$ 22,5 bilhões. O assunto é tão preocupante que entidades do setor estão se movimentando no que diz respeito à estiagem. E, foi pensando nas gerações futuras, no prejuízo vivido pelos produtores e, na ampliação de novos conhecimentos que o Sindicato dos

Produtores Rurais de Uberaba promoveu o Seminário das Águas. O evento reuniu durante três dias, mais de 400 pessoas interessadas na recuperação de nascentes. Dividido entre palestras e dias de campo, o Seminário das Águas alcançou as metas propostas. Para dar peso às atividades, o SRU trouxe de Matelândia, no Paraná, o agricultor Pedro Diesel. Com o título de “O Salvador das Nascentes”, o ambientalista desenvolveu há 18 anos uma forma prática, barata e eficaz de revitalizar as minas d’água. Usando materiais como pedra basalto, canos e massa de solo/ cimento ele restaura nascentes que após serem limpas, chegam a ampliar sua capacidade em mais de

76

40%, e dependendo da vazão, muitas delas conseguiriam atender a necessidades de dezenas de famílias. “A gente tem que se conscientizar que temos que fazer essa preservação. E foi muito bom que a gente viu in-loco, ao vivo. Aprendemos a fazer e podemos nos tornar multiplicadores dessa ideia”, explica a produtora Carmen Silva Siena Guillaumon. Uma semana após a realização do evento, técnicos da EMATER-MG voltaram a uma das minas revitalizadas e se surpreenderam. A vazão que era


pequena, entre 1.200 e 2 mil litros/ hora chegou a 6 mil litros por hora, e tem ajudado a aumentar o curso do Rio Uberaba. E, foi mostrando resultados que os participantes do Seminário das Águas foram levados a reflexão da importância de se restaurar um olho d’água. Aprenderam que com esse trabalho melhora-se a qualidade da água, o valor de suas propriedades, o aumento da produção e, consequentemente, a qualidade de vida dos produtores rurais. “Nós não conseguimos viver ser água. Eu defendo que cada um tem que fazer a sua parte e todos devem se unir. Só com solidariedade conseguiremos passar pelas dificuldades que já começaram a acontecer. Os homens destruíram a natureza e agora é hora de devolver a ela todos os benefícios que tem nos dado. Assim, todo mundo ganha”, argumenta Pedro Diesel. A iniciativa do Sindicato Rural vem quebrar alguns paradigmas. Há pouco tempo os produtores eram considerados um dos culpados pela degradação do meio ambiente, en-

tretanto esse pensamento está mudando. E esse é o papel de Sindicatos atuantes como o de Uberaba. A ação foi aprovada pelos participantes “O Sindicato está chamando os produtores para despertar para a preservação desse patrimônio da humanidade que é o solo e água. Esse é o papel do Sindicato, dar apoio aos produtores e fazer a coisa correta dentro da legalidade e despertar pra necessidade desse patrimônio”, argumenta Edno Cesar da Silveira, agrônomo do IEF. Além da recuperação de nascentes, a equipe da EMATER-MG ministrou palestra sobre a substituição de Fossas Negras por Fossas Sépticas. A Legislação Ambiental determina que os produtores façam essa mudança. No mercado é possível encontrar fossas sépticas de valores e benefícios variados mas, elas também podem ser construídas com materiais que estão descartados na propriedade e são reciclados, como pneus e entulhos de construção. São as chamadas Fossas Sépticas Econômicas – TEVAP (Tanque de Evapotranspiração).

77

O Coordenador Regional de Agro Ecologia e Meio Ambiente da EMATER-MG, Marco Aurélio Borba Moreira, responsável por passar as informações aos participantes, explica que “a importância dessa troca é fundamental. Quando uma fossa negra é substituída ela ajuda a eliminar surgimento de doenças e a contaminação do lençol freático, entre outros problemas. A EMATER-MG dá toda assistência que é necessária para essa troca das fossas”,esclarece Marco Aurélio. O Seminário das Águas mostrou a toda sociedade que é possível mudar diversos conceitos. “Fechamos esse evento muito felizes. As expectativas foram alcançadas e percebemos que muitos que estiveram aqui poderão ser multiplicadores desta ideia. Esse é um investimento barato que traz muitos resultados. Recuperar nascentes, trocar as fossas, plantar árvores. Ao cuidar do meio ambiente também cuidamos de nossas propriedades. O ditado é antigo e verdadeiro “a união faz a força” e o Seminário das Águas é prova disso”, finaliza o presidente do SRU, Romeu Borges de Araújo Júnior.


ZEBU

ABS Global anuncia compra de In Vitro Brasil

A aquisição inclui 51% das ações da empresa que é líder mundial em produção In Vitro de embriões bovinos

A ABS® Global, líder mundial em genética bovina, serviços de reprodução e tecnologia de inseminação artificial, anunciou hoje a compra de 51% da In Vitro Brasil S.A. (IVB®). A IVB é uma empresa de biotecnologia focada em produção de embriões bovinos por fertilização in vitro (FIV). Sediada no Brasil, a companhia opera em 13 países, incluindo Estados Unidos, Colômbia e Uruguai. O valor total do investimento é de R$ 20 milhões à vista, incluindo um acordo de prioridade para compra do restante das ações. O grupo Genus espera adquirir os restantes 49 % de ações da IVB no primeiro semestre de 2018. Para a futura negociação, existem certas condições de desempenho e o valor está limitado a R$49

milhões . A conclusão da transação está sujeita a uma série de condições, que deverão ser cumpridas no primeiro trimestre de 2015. Em 2014, a IVB faturou mais de R$17 milhões. A transação fortalece a liderança global da ABS no desenvolvimento e fornecimento de genética bovina diferenciada ao mercado, através da introdução da tecnologia de FIV. Já com o apoio e presença global da ABS, com atuação em mais de 70 países, a IVB estará estrategicamente posicionada para atender a crescente demanda por FIV das indústrias de corte e leite, possibilitando que os pecuaristas acelerem ainda mais o melhoramento genético dos seus rebanhos. “Esta parceria nos permite oferecer aos nossos clientes uma solução genética

78

abrangente com benefícios econômicos reais”, afirma Saskia Korink, CEO (Chief Operating Officer) da ABS. Karim Bitar, CEO da Genus (grupo controlador da ABS), também acredita que a aquisição da IVB concede a Genus uma grande oportunidade para aumentar e acelerar o avanço genético ofertado ao mercado. “O sucesso comprovado da IVB no fornecimento de soluções de fertilização in vitro para grandes empresas e produtores nas áreas de corte e leite nos permitirá oferecer aos clientes a capacidade de alavancar o melhoramento genético dos rebanhos de machos e fêmeas, através da elevada tecnologia própria”, comenta Bitar. A IVB foi fundada em 2002 por José Henrique F. Pontes, atual diretor


da empresa que vai continuar dirigindo a IVB dentro da ABS. A companhia foi criada para atender a necessidade de tecnologia de fertilização in vitro de pecuaristas brasileiros de leite e corte. Hoje, além de dominar o mercado no Brasil, que é o maior do mundo em termos de fertilização in vitro de bovinos, a IVB é líder mundial no fornecimento desses embriões, com presença crescente em países da América Latina e nos Estados Unidos. “Esta transação reúne a líder mundial na tecnologia de FIV de bovinos com a líder mundial em genética bovina. E nós compartilhamos também do mesmo forte foco que é traduzir capacidade técnica

em valores para nossos clientes” ressalta Jose Henrique. O diretor da ABS Pecplan, Márcio Nery, também comemorou a junção de forças. “Estamos muito felizes em poder anunciar essa aquisição, porque são duas empresas que compartilham dos mesmos valores de pioneirismo e inovação, ambas líderes em seus mercados. Quem sai ganhando é o cliente ABS In Vitro, que vai ter muito mais opções de melhoramento genético levadas até a sua fazenda”. www.abspecplan.com.br

79


ZEBU

Brasil inicia exportação de sêmen para Índia

ABS Pecplan é a primeira empresa a realizar o procedimento, enviando mil doses da genética brasileira para melhorar o rebanho do país berço do zebu

Depois de cinco anos de negociações de protocolos sanitários, a ABS Pecplan conseguiu autorização para exportar material genético para a Índia. Na primeira remessa, foram enviadas mil doses de sêmen de zebu brasileiro para o país que é o berço da espécie. O embarque do material foi feito no Aeroporto de Viracopos, de onde seguiu para Nova Deli, capital indiana. Os produtos foram enviados para a ABS Índia, que ficará responsável pela comercialização do sêmen por lá. “Foi um primeiro passo modesto, mas, com toda certeza, o mais importante foi a abertura de um mercado fantástico, muito promissor para a genética zebuína de nosso país. Logo após o primeiro embarque já tivemos solicitação para prepararmos novas remessas”, comenta o gerente de produção da ABS Pecplan , Fernando Vilela Vieira, ressaltando que a Ín-

dia tem um volume de inseminações cerca de 10 vezes maior que o Brasil, atingindo mais de 120 milhões de doses /ano. As mil doses enviadas são de dois dos principais touros provados da bateria Leite Tropical da ABS, Diamante de Brasília e Castelo TE Kubera, ambos da raça Gir leiteiro. “A Índia, apesar de ter sido o berço do zebu, não teve a mesma competência em fazer uma seleção como a que fizemos no Brasil, animais leiteiros foram cruzados com raças de corte e grande parte desta genética se perdeu ao longo do tempo. Para recuperar, seriam necessários muitos anos e gastos elevados. É muito mais simples, rápido e mais econômico buscarem nossa genética”, afirma Vilela, destacando a dedicação dos criadores brasileiros neste processo, especialmente os de Gir Leiteiro, que investiram em programas de seleção e melhoramento genético,

80

assim como em ferramentas como o teste de progênie da Embrapa- ABCGIL e os controles leiteiros. “Hoje temos um animal que funciona como uma máquina altamente eficiente de produção de leite a um baixo custo”, completa o gerente. De acordo com Vilela, a comprovação do impacto da genética brasileira no rebanho indiano aparecerá em três anos, quando as fêmeas estiverem paridas e produzindo leite. “Temos que nos preparar para esta época, porque, com certeza, vão demandar ainda mais material, já que um grande desafio do governo indiano é produzir alimento de qualidade para mais de um bilhão de habitantes”, ressalta. O início das exportações de sêmen marca um novo e importante capítulo da história do zebu brasileiro. Os primeiros animais da espécie chegaram ao Brasil há mais de 100 anos,


Castelo TE Kubera

importados da Índia, de onde foram trazidos até a década de 60, quando as importações foram proibidas. Recentemente, foi autorizada nova importação, desta vez de embriões. Quanto as exportações de sêmen bovino, foram necessários cinco anos entre negociações de protocolos e a realização de todos os testes sanitários que envolvem o processo. “Genética de qualidade, biossegurança e tecnologia de ponta foram fundamentais para alinharmos esta primeira exportação. Que venham as próximas”, comemora.

“Observamos que o Diamante tem não só a capacidade de transmissão de alta produção leiteira, como também é muito bem avaliado por outras características, como capacidade de locomoção, qualidade do úbere, estrutura corporal e temperamento. Isso vai ao encontro do que tudo o produtor busca e precisa”, descreve Fernan-

do Rosa, gerente de Produto Leite Tropical da ABS Pecplan. Castelo TE Kubera – Um dos líderes de venda da bateria Leite Tropical da ABS Pecplan. O animal, que morreu aos 13 anos em dezembro de 2014, apresenta PTAL de 530,6kg (ABCZ/Unesp). Castelo é pai de matriarcas como Calha Boa Fé, com lactação de 18.862kg; Bixia (17.025 kg) e Duda Kubera (10.353 kg). Segundo Fernando Rosa, as filhas do touro são conhecidas pela qualidade do úbere, facilidade de locomoção e temperamento.”Características diretamente econômicas”, garante. Castelo foi adquirido em 2001, ainda bezerro, pela ABS Pecplan, sendo toda sua vida produtiva dentro da Central em Uberaba (MG). www.abspecplan.com.br

Conheça mais sobre a genética brasileira que chegou a Índia: Diamante de Brasília – Uma das mais completas genéticas da bateria Leite Tropical da ABS Pecplan. Filho de Meteoro Bras x Luzíada (Fabuloso), Diamante de Brasília é o touro número 1 para Leite, com PTAL 699 Kg, pelo sumário Embrapa/ABCGil. Diamante de Brasília 81


ZEBU

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

O peso atrapalha o lucro? Ao listar os principais aspectos de uma seleção moderna de gado de corte, um amigo pesquisador iniciou a lista com o seguinte ponto: gerar lucro ao criador. Acho que ele estava coberto de razão. O lucro deve ser o primeiro objetivo da pecuária moderna, já que é condição indispensável para a sustentabilidade e desenvolvimento da produção. No entanto, o produtor de boi gordo – ao pensar no aumento do seu lucro – quase que imediatamente pensa em como aumentar o peso vivo dos seus animais. E isso pode ser um equívoco. Não raras vezes, o aumento do peso dos animais diminui a margem de lucro, ou até mesmo faz que a conta fique no vermelho.

Como primeiro passo, é preciso estar atento à “contabilidade da pecuária do lucro”. Caso contrário, podemos, com a melhor das intenções, ficar dando tiro no próprio pé. A contabilidade da pecuária do lucro passa por responder acertadamente a seguinte pergunta: o que é mais relevante para se obter lucro na produção de boi gordo? Arrobas por hectare ou peso vivo por cabeça? Ou ainda, peso vivo ou peso carcaça? Na “contabilidade do lucro”, o determinante é quantificar o quanto sobra (a margem líquida) ao produzir cada arroba a ser vendida. Ainda que essa análise possa parecer complexa, é a partir dela que podemos visualizar uma constatação bem simples: o aba-

82

te de animais muito pesados apresenta menor eficiência (kg de ganho / kg MS consumida), já que a produção de animais muito pesados implica maior consumo de alimento e, consequentemente, maiores custos. Um exemplo: para se produzir animais com 21 arrobas exige-se um tempo muito maior de permanência na pastagem do que se gastaria na produção de animais de 16-17 arrobas. Gerar esse peso excedente – as 4 arrobas – pode requerer um consumo muito maior de alimento. Em alguns casos, chega a exigir 80% a mais de alimento. Simplesmente a conta não fecha. O que se ganha com as 4 arrobas a mais não vale o custo exigido


para a sua produção. E então se chega à conclusão de que maior peso vivo individual por animal não gera mais lucro. Com o mesmo custo de alimentação, pode-se terminar dois animais de 16 arrobas ou um de 21 arrobas. O que vale mais a pena? O segredo para uma maior lucratividade pode estar em alojar mais unidades animais com biótipo mais eficiente (menor tamanho, menor custo, mais eficiência) do que ter grandes (e menos) animais no pasto. Na primeira opção, num mesmo ciclo de pastagens são produzidas mais

arrobas. E é isso afinal o que importa: mais arrobas por hectare, e não o peso vivo por boi. Recordemos o início. Na seleção de gado de corte, o primeiro objetivo deve ser a geração de lucro. E muito peso (por animal) pode significar prejuízos. Daí a importância de acertar na definição de qual biótipo estamos buscando com a nossa seleção. É preciso direcionar a seleção para um biótipo de animal eficiente na transformação de gramíneas em carne de qualidade – e um animal menor pode ser mais eficiente que

um animal maior. São grandes os desafios da pecuária de hoje, e ela não pode estar parada no tempo. É preciso que a seleção dos animais esteja sintonizada com os objetivos do produtor (geração de lucro). E isso se concretiza em selecionar animais que expressem harmonicamente as características da eficiência – tamanho adulto moderado, rendimento de peso no abate, habilidade da fêmea em desmamar bezerros saudáveis. Sem essa harmonia, o peso atrapalha – e muito – o lucro.

José da Rocha Cavalcanti Engenheiro Agrônomo - Selecionador do Nelore IRCA Quarta geração de uma família que cria nelore desde 1916 São Miguel do Araguaia - Goiás

83


GERAL

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

CAR – Cadastro Ambiental Rural

Prazo para declaração termina dia 06 de maio O CAR é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais. Ele tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente - APP, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e, das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. Criado pela Lei 12.651/2012 no âmbito do Sistema Nacional de

Informação sobre Meio Ambiente SINIMA, o CAR se constitui em base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais. Mais de 5 milhões de propriedades rurais devem ser registradas gratuitamente pelo site www.car. gov.br. Basta acessar o site na inter-

84

net e seguir as instruções para fazer a declaração. A inscrição no CAR é pré-requisito para acesso à emissão das Cotas de Reserva Ambiental e aos benefícios previstos nos Programas de Regularização Ambiental (PRA) e de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente, além de possibilitar o planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural.


85


86


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.