Revista O Zebu no Brasil (Edição 210)

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FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela E.C.T.

REVISTA Especial 43 Anos

Sindi Castilho,

a genĂŠtica consistente na Carne e no Leite 1


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Foto: JMMATOS

EDITORIAL Olá leitor, nesta edição estamos em festa, a revista O Zebu no Brasil comemora 43 anos de circulação. Sempre levando até o pecuarista e o homem do campo um conteúdo diferenciado, com artigos técnicos, entrevistas, reportagens, agendas de leilões, enfim, tudo o que a classe, que é o pilar da economia deste país, precisa saber para ficar bem informado do que acontece na pecuária brasileira. Durante essas quatro décadas, a revista O Zebu no Brasil, fundada e dirigida por longos anos, pelo saudoso Adib Miguel, foi testemunha ocular de vários momentos vividos pela pecuária nacional. Neste período, o país passou por muitas crises e dificuldades e o pecuarista teve que lutar e superar, muitas vezes sem o apoio do Governo que deveria ajudar quem produz e desenvolve o país. O leitor encontrará ainda nesta edição comemorativa, o que acontece durante a ExpoZebu, realizada em Uberaba/MG, entre os dias 03 e 10 de maio. A maior feira de gado zebu tem como tema este ano a produtividade, norteando todas as atividades realizadas durante a exposição. Para essa edição estão programados 34 leilões e 4 shopping de animais, eventos técnicos, reuniões de trabalho, palestras e julgamentos dos melhores animais zebuínos do país, além do lançamento do Centro de Referência da Pecuária Brasileira – Zebu (CRPB – Zebu), e a estreia da Vitrine da Carne Zebuína. A ExpoZebu promete! Boa Leitura!

Anna Keila Miguel Matos 4


ÍNDICE

OZEBU

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AGROPECUÁRIA TAJ MAHAL

Especial 43 Anos TAJ MAHAL

20

GUZERÁ

42

GIR LEITEIRO SUSTENTÁVEL

46

BRAHMAN ARAGUAIA

60

PERSISTÊNCIA ZEBUÍNA

70

ABCB SENEPOL

88

43 ANOS O ZEBU NO BRASIL

116

SUSTENTABILIDADE

122

NOVIDADES EXPOZEBU 2015

124

60

BRAHMAN ARAGUAIA

116

43 ANOS O ZEBU NO BRASIL

124 NOVIDADES EXPOZEBU 2015

76 5


REVISTA O ZEBU NO BRASIL Fundador: Adib Miguel (1946-2013) O Zebu no Brasil é uma marca registrada sob o nº 815672454, junto INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial)

Foto: JMMATOS

EXPEDIENTE

Diretores: Anna Keila Miguel Matos annakeila@revistaozebunobrasil.com.br José Maria de Matos Filho josemaria@revistaozebunobrasil.com.br Jornalista Responsável: Fany Michel MTB SP 70.026 Departamento Jurídico: Demick Ferreira OAB/MG – 105407 Direção comercial: Liliane Franklin liliane@ozebunobrasil.com.br [34] 9804-2113 / 9244-8979 Dep. comercial: Lidiane Cantone lidiane@ozebunobrasil.com.br [34] 9936-3211 Direção de Arte: Frederico Miguel fredmiguel@revistaozebunobrasil.com.br Revisão de texto: Lislei Carrilo MTB SP 29.245 Publicação periódica de José Maria de Matos Filho ME CNPJ : 86.553.070/0001-92 Redação, Publicidade e Administração: Rua Engenheiro Gomide, nº 222 - Bairro Boa Vista Uberaba/MG - CEP 38017-140 / Reclamações e sugestões: ozebunobrasil@gmail.com (34) 3336-6300 Tiragem: 6.000 unidades

Há quase 80 anos a Faz. Reunidas Castilho, em Novo Horizonte/SP cria, seleciona, promove, divulga e mostra para o mercado as múltiplas funções da raça Sindi na dupla aptidão. Foto: JMMATOS

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ESPN JAVANESA

Fotos: JM Matos

Basco da SM x Javanesa Guadalupe (Big Ben da SN) RGD: ESPN 2777 // Nasc.: 02/09/2012

A excelência se expressa aqui: GRANDE CAMPEÃ NACIONAL Grande Campeã ExpoZebu 2014 Grande Campeã Exposição Avaré 2015 Grande Campeã Expo Cerrado (Goiânia-GO) 2015

Av. 21 de Abril // Qd. 31 Casa 18 // Caixa Postal 10 CEP 73920-000 // Iaciara-GO (62) 3473 1440 // (62) 3473 1669

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GERAL

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Agronegócio será fiscalizado em Minas

Crea-Minas implementa, a partir de 2015, especialização de fiscalização no estado nas áreas que incluem desde plantio até agroindústria A fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas) será complementada com ações no setor de agronegócio em 2015. Em uma iniciativa pioneira no Brasil, a fiscalização do segmento vai se tornar uma área específica na autarquia, com estrutura, análise e acompanhamento especiais. “O setor já era fiscalizado, mas agora será acompanhado mais de perto, com análises mais profundas que envolvem questões alimentares, ambientais e hídricas”, conta o diretor Técnico e de Fiscalização do Crea-Minas, o engenheiro civil e segurança do trabalho Marcos Gervásio. A criação do setor surgiu a partir da demanda dos profissionais da área tecnológica, que sentiam carência na fiscalização dessa área.

“Fiscalizar o agronegócio é garantir à sociedade que nos empreendimentos, que vão desde um imóvel rural até uma agroindústria, tenha a presença de um responsável técnico. Isso significa segurança para a população, que terá certeza, entre outros benefícios, da proveniência do alimento que chega à sua mesa”, afirma o presidente do Crea-Minas, o engenheiro civil Jobson Andrade. De acordo com o supervisor de Fiscalização do Agronegócio no Crea-Minas, o engenheiro agrônomo Emílio Mouchrek, nesta primeira fase os fiscais do Conselho vão receber treinamento especial para realizar esse tipo de atividade e acertar a metodologia de trabalho. A fiscalização contemplará, inclusive, cooperativas e sindicatos dos produtores rurais.

“A atividade realizada pelo Crea-Minas tem caráter educativo e o nosso objetivo é mostrar para a sociedade a importância e a necessidade do responsável técnico à frente do agronegócio”, explica o supervisor. Essa iniciativa, segundo ele, amplia ainda o mercado de trabalho para os profissionais do setor, como os engenheiros agrônomos, agrícolas, florestais, técnicos agrícolas, entre outros. A experiência pioneira da fiscalização específica no agronegócio do Crea-Minas será apresentada ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e aos demais Creas do Brasil que manifestarem interesse em implantar o novo sistema. www.crea-mg.org.br

América Latina seguirá sendo o maior exportador de carne para a Rússia em 2015 Brasil, Paraguai, Argentina e outros países latino-americanos continuam a liderar as exportações de carne para a Rússia em 2015, segundo informações do Instituto Russo de Pesquisa sobre Conjuntura do Mercado Agrário. Segundo a instituição, “é óbvio que estes países continuam a serem os principais parceiros da Rússia no fornecimento de carne bovina”.

Um fator que favorece esta cooperação é a baixa queda do rublo em relação às moedas locais em oposição à forte desvalorização da moeda russa em relação ao dólar e ao euro. No ano passado, o embargo russo às importações agrícolas de países ocidentais aumentou o número de exportadores de carne da América Latina. 8

No final de 2014, os exportadores do Brasil, Paraguai e Argentina foram responsáveis por 64% do mercado de carne da Rússia. Esta tendência foi preservada em janeiro de 2015: a Rússia importou 23 mil toneladas de carne desses países no primeiro mês do ano. http://www.beefpoint.com.br


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GERAL

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Faturamento da produção agropecuária brasileira

deve crescer 2% em 2015 O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuário, que calcula o faturamento das atividades “dentro da porteira”, deve crescer 2% em 2015, em relação ao ano passado, chegando a R$ 460,5 bilhões, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O resultado é impulsionado, entre outros motivos, pela safra de grãos e fibras, que deve chegar a 198,5 milhões de toneladas, e pelo desempenho do setor de carne bovina. Deste total do VBP, o fatura-

mento do setor agrícola está projetado em R$ 286,4 bilhões, 1,5% a mais do que em 2014. O ritmo menor de crescimento da agricultura está atribuído, segundo o estudo, a fatores como o clima, greve dos caminhoneiros e elevação dos custos de produção. Em relação à pecuária brasileira, o VBP deve crescer 2,8% neste ano, em relação a 2014, chegando a R$ 174,1 bilhões. O segmento de carne bovina deve faturar neste ano R$ 87,2 bilhões, 11% a mais do que em

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2014. O resultado é reflexo da valorização do preço da arroba, diante da menor oferta para abate. A elevação dos preços também vai favorecer a suinocultura, com alta de 5,6% no VBP (R$ 14,6 bilhões). A estimativa da Confederação aponta, ainda, recuo de 1% no VBP da produção de aves, e de 12,2% por conta do aumento da produção este ano, o que resultou no aumento de oferta e queda dos preços. http://www.beefpoint.com.br


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PANORAMA

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O agronegócio envolve várias cadeias produtivas, integra muitas atividades e por isso é tão importante vê-lo crescer. E estamos vivendo um momento diferente, em que o câmbio ajuda os preços de algumas coisas”. Ministro da Fazenda Joaquim Levy (Valor Econômico)

Mesmo com todo o avanço conquistado pelos programas de melhoramento genético, especialmente o PMGZ (Programa de Melhoramento Genético Zebuíno), a avaliação visual continua sendo um instrumento importante. Este procedimento vem sendo aprimorado ao longo dos tempos e a ExpoZebu é fundamental nesse processo”. Luiz Claudio Paranhas - Presidente da ABCZ

Hoje a procura por animais da raça para atividades de serviço e lazer vem crescendo bastante. O crioulo por ser um animal com uma rusticidade absurda e a habilidade com trabalho tem ajudado bastante o crescimento”. Beatriz Biagi, Beabisa/Criatório Equitana

Estou otimista com as perspectivas do agronegócio brasileiro. Ao contrário do pessimismo, tenho recebido os empresários sempre querendo ampliar, querendo investir, modelar situações que não estão adequadas para a sua produção. Nunca recebi nenhum setor que usasse uma palavra forte, negativa, que estivesse quebrando, que estivesse em dificuldades”, destacou a ministra ao comentar a situação do agronegócio no momento em que a economia brasileira passa por ajustes”. Kátia Abreu Ministra da Agricultura (Exame) 12


Foto: JM Matos

CADERNO

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NELORE

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GERAL

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Segurança alimentar é um dos focos do programa

sanitário Voss, da Ourofino Saúde Animal A Ourofino Saúde Animal, indústria brasileira de produtos veterinários, tem entre os principais focos de seu programa sanitário Voss a possibilidade de incremento na produtividade e a manutenção da segurança alimentar na pecuária. Lançado no segundo semestre do ano passado, o Voss tem como objetivo proporcionar o uso racional e estratégico do portfólio da empresa, por meio de soluções que protegem os animais em todas as etapas do ciclo de produção, com produtos específicos para ­­­­­­­­­nascimento, cria, desmama, recria, reprodução e engorda. “Um programa sanitário racional e inteligente é uma das ferramentas para propiciar melhorias à produtividade e auxiliar na garantia da qualidade da carne, levando segurança alimentar ao prato do consumidor e rentabilidade ao produtor. Por isso, é muito importante que seja dada atenção adequada à escolha e ao uso dos produtos no campo”, afirma Marcus Buso, gerente de produtos da Ourofino Saúde Animal. “Os endectocidas Voss Produce e Voss Vital, e os endoparasiticidas Voss Rico e Voss Rico Oral são grandes aliados para o pecuarista atingir resultados excelentes em suas fazendas”, explica. Com o slogan “Seu rebanho em ótima fase”, a Ourofino criou um con-

ceito unificado para identificação dos produtos. “Voss é um nome forte, fácil de ser lembrado, que acompanha o trabalho do produtor em todas as fases da criação, dando voz para as soluções mais adequadas para a pecuária”, conta Buso.

mas adultas e imaturas de parasitos. Deve ser aplicado por via subcutânea, de preferência na tábua do pescoço, em dose única, com o auxílio de uma pistola dosificadora, de acordo com o peso do animal. É indicado para a fase de engorda e acabamento dos animais.

Conheça a linha Voss Voss Produce Voss Vital É um endectocida com amplo espectro de ação que combate os nematódeos gastrintestinais e pulmonares. É bernicida, sarnicida e piolhicida e ajuda no controle dos carrapatos nos bovinos. Indicado do nascimento à desmama, é comercializado em frascos com 20 ml, 50 ml, 200 ml, 500 ml e 1 litro.

Voss Rico Oral Como o próprio nome diz, este endoparasiticida é aplicado via oral e indicado para a fase de cria. É comercializado em frascos de 250 ml e 1 litro.

Voss Rico É um endoparasiticida injetável comercializado em frascos de 250 ml. Este antihelmíntico atua na esterilização dos ovos e no combate às for14

Indicado para o tratamento e controle de parasitas internos e externos em bovinos, é aplicado de forma subcutânea. É um endectocida de amplo espectro de ação e atua como bernicida, sarnicida e auxilia no controle da miíase cutânea (bicheira) e do carrapato nos bovinos. Pode ser encontrado em frascos de 1 litro. É indicado para a fase de produção (reprodução) e engorda.


Voss Seu rebanho em ótima fase.

Do nascimento ao abate ou reprodução, o programa sanitário Voss é uma opção de tratamento do seu rebanho. Voss respeita cada fase do animal com as soluções adequadas para controle parasitário. Voss fala mais alto quando o assunto é manejo racional e uso inteligente.

Programa sanitário agora tem marca: Voss

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NELORE

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Fotos: JMMATOS

Pecuária intensiva da Géo Participações

Um caso de sucesso na busca por aumento de produtividade Por Fany Michel / Fotos: JMMATOS

De família tradicional do setor do agronegócio, João Géo Filho sempre esteve envolvido com a pecuária, além da agricultura. São mais de 30 anos dedicados ao setor. Tendo em vista o aumento do rebanho, e com os preços elevados para a aquisição de mais terras, a opção foi a pecuária intensiva. A conta foi simples, para uma lotação de 1000 UA (unidade animal) na pecuária extensiva é necessário ter, aproximadamente, 1500 ha (hectares) de terra, enquanto que na intensiva é possível

trabalhar com o mesmo número de animais em 150 ha, sendo 100 ha irrigados. “A fazenda Caraíbas está localizada no município de Jequitaí/ MG, região onde o clima, a temperatura e a altitude são favoráveis ao cultivo das gramíneas utilizadas, foi mais um dos motivos que nos levou à irrigação. Mas para irrigar uma pastagem temos que obedecer várias questões ambientais, como obter a outorga da água (licença de uso) e a conservação de APP’s e reservas florestais”, relata o diretor do 16

setor agropecuário da Geo Participações, Rogério Araújo. A pastagem formada por 80% de Tifton e 20% de Mombaça e MG5 são irrigados por dez pivôs centrais. Rogério ainda ressalta que é de extrema necessidade a adubação das pastagens. “Temos o acompanhamento técnico especializado do consultor Athila Martins da Silva e seguimos rigorosamente todo o procedimento indicado de acordo com a análise de solo”. “Em uma pastagem normal coloca-se 1 UA/ha e nós estamos


colocando 10 UA/ha. Para conseguir isso, tem que irrigar a pastagem e fazer a adubação, além da suplementação mineral”, reforça Rodrigo Araújo, gerente geral da empresa. O pastejo rotacionado é feito, primeiramente, com o rebanho Nelore e depois é repassado pela tropa de equinos das raças Mangalarga e Quarto de Milha. A produção

de equinos é destinada à comercialização na região. “Temos a experiência que um bovino em pastagem normal ganha em torno de 5@ por ano, enquanto que no pastejo irrigado intensivo rotacionado, cada animal está ganhando 9@/ano. O ganho médio diário é de 750g por dia. Temos uma área infinitamente menor com a pro-

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dução de arroba por hectare muito maior”, afirma Rodrigo. Os números registrados pela fazenda comprovam que o custo benefício, somados ao trabalho gerenciado por Rodrigo Araújo e pelos encarregados Willian Costa e Carlos Sergio, somados à mão-de-obra treinada de todos os envolvidos é a receita que dá certo.


NELORE

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Julgamentos e leilões reúnem os neloristas durante a ExpoZebu Os criadores de Nelore terão uma grande participação na ExpoZebu 2015. Leilões, julgamentos de animais da raça e a participação em eventos que acontecem durante a feira fazem parte da programação dos criadores de Nelore. De 02 a 05 de maio a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) participa da Vitrine da Carne, uma ação para promover e informar o público sobre os cortes de carne e a melhor forma de preparo. Nesta vitrine, um profissional especializado fará uma desossa interativa de carcaça de animal zebuíno em tempo real, em um estande de vidro com estrutura refrigerada. No dia 03, data da abertura oficial da ExpoZebu, têm início os julgamentos da raça, a partir das 15h.

Os animais da raça Nelore passam pelo crivo dos jurados Otávio Batista O. Vilas Boas, Horácio Alves Ferreira Neto, Fábio Eduardo Ferreira. O Nelore Mocho será avaliado por Fabiano Rodrigues da Cunha Araújo.

Leilões No dia 01 de maio, às 20h, na Fazenda Perboni, será realizado o primeiro remate da feira, o Leilão Perboni e Convidados. No dia 02 de maio será realizado o primeiro leilão oficial, o 2º Leilão Nelore Beka Nova Importação, a partir das 20h, no Tatersal Rubico Carvalho. No dia 04 de maio, os neloristas participam de dois remates oficiais. Ao meio dia, Leilão Ipê Ouro Edição Especial 35 anos, que será re18

alizado no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos. A noite será realizado na Fazenda Mata Velha o Leilão Elo de Raça 2015. No dia 05, às 13h, o 26º Leilão Naviraí irá atrair os pecuaristas para a Chácara Naviraí. Às 20h, acontece o 26º Leilão Noite do Nelore Nacional, na Chácara Nelore Nacional. No dia 06, o único remate é o 31º Leilão Noite dos Campeões, na Fazenda São Geraldo. No Tatersal da Fazenda Índia será realizado o 13º Leilão Nelore MAAB, no dia 07, a partir das 13h. No Tatersal Rubico Carvalho, às 20h, acontece o Leilão Raça Forte. No dia 08, no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos, às 20h, o Leilão Pérolas do Nelore encerra a agenda de leilões da raça.


O Nelore é o nosso Amor! Londrina 9 Terramata BIG BEN DA SN x LONDRINA TE KUBERA

"Produzir animais de excelência e genética melhoradora é uma arte, e isso deve ser feito com Amor!"

Marani JS da BJ TE FAJARDO DA GB x DAYANA TE DA SABIÁ

Elegance 9 Paraguaçu HELÍACO DA JAVA x ELEGANCE V TE UNIMAR

Jupiá III Ouro Fino RANCHI IPÊ OURO x JUPIÁ DA GUADALUPE

Nacilana FIV Unimar ENLEVO DA MORUNG. x MAHARASH II TE J. GALERA

Estrela da Zeus BIG BEN DA SN x PAINEIRA TE CTJ

Bucareste BFSA JAMBO TE VII J. GALERA x ISANGHA DA RVM

Idealização

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NELORE

Taj Mahal

Movida pela paixão e por grandes aquisições

Por Fany Michel / Fotos: JMMATOS

Branco e verde são as cores que se destacam na Taj Mahal. O branco do gado Nelore e o verde da natureza. com uma pincelada amarela do sol no fundo azul do céu. Uma verdadeira obra de arte! Os olhos do amazonense Aciole Castelo Branco, pecuarista, construtor e piscicultor, brilham ao falar do lugar. “Aqui é meu chão, minha paixão. É aqui que recarrego minhas baterias”. A cada quinze dias, ele e a esposa, Zenilda Castelo Branco, viajam de Manaus rumo à Ube-

raba para descansar e acompanhar o trabalho pecuário e de jardinagem da fazenda, além do plantio de 12 mil árvores de reflorestamento. Há quinze anos, Aciole foi levado para o Nelore pelas mãos de Angelus Cruz Figueira, quando arrematou mais de dez animais do Leilão Terras de Kubera, o que deu início à base genética da Taj Mahal. “Nossa região no Amazonas é mais focada na piscicultura. Imagina sair de Manaus vir aqui (Uberaba) e ver um negócio daquele, um leilão, tudo 20

novo, um circo belíssimo, com todos os atrativos, com todo glamour, aquilo ali pra gente era novo. Tudo encantou, a genética, o gado... O gado então... Eu vim para o leilão que era do tricampeão nacional, era o melhor gado no Brasil. Então, é motivo de orgulho para qualquer pessoa que possa participar de um leilão desse e ter oportunidade de entrar, através de um criatório tão famoso para o Brasil”, lembra Aciole. A Agropecuária Taj Mahal é


VITRINE DO NELORE RANCHO

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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

um marco no Nelore pelos animais adquiridos e ofertados. Atualmente o plantel conta com 140 matrizes PO, 60 delas são doadoras, e 100 machos, todos filhos das vacas por FIV e TE. Nos dois últimos anos fez várias aquisições importantes para o plantel. Adquiriu embriões de doadoras campeãs nacionais, renomadas e provadas, dentre elas estão Mercedita, Lakota 17, Zuara, Rani, Drica, Ariana e Javanesa. “Eu gosto muito de campeã nacional. Porque você não vai atirar no escuro, já sabe que a mãe é uma campeã nacional,

então a filha pode não ser uma boa bezerra de pista, mas vai ser uma boa doadora”, complementa o pecuarista. Pelo segundo ano consecutivo, Aciole será o promotor do evento Encontros, que será realizado em setembro, em Manaus. Ele faz questão de explicar o motivo do nome,” encontro das águas com o encontro dos neloristas, por isso é Encontros. Neloristas com encontro das águas.” São três dias de negócios em diferentes locais. No primeiro dia, um barco levará os convidados para um 22

passeio pelas águas do Amazonas; no segundo, um jantar na casa do anfitrião e no terceiro dia, animais da genética Taj Mahal desfilam no tatersal do 8º Leilão Taj Mahal Agropecuária. E não para por aí, no Gir Leiteiro, o projeto é promover um leilão só de bezerras, todas filhas da Profana com Radar, com as receptoras ao pé. “Seria feito no ano passado (2014), mas foi cancelado”, diz Aciole. Não deu tempo de chegar ao tatersal, porque o criador Ronaldo Leite, de Manaus, arrematou as 25


• Acasalamento Genético • Assistência Técnica • Escrita Zootécnica

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bezerras no curral. “Todas. Quando eu mostrei a foto das bezerrinhas todas no cabresto, ele falou: que que é isso aí, Aciole? Eu falei, são 25 bezerras para fazer o leilão, aqui na foto só tem 12. Tudo bezerrinha nascida de uma vez só”. Em 2016 vai acontecer o 1º. Leilão Gir Leiteiro Taj Mahal, “esse é meu sonho. Ninguém nunca fez isso. E todas Profana com Radar”. Além de bovinos, Aciole também é criador de equinos há cinco anos. O Paint Horse é sua outra paixão. Com animais adquiridos do Texas, Estados Unidos, o criatório tem, aproximadamente, 40 animais entre garanhões e éguas, 12 deles são produtos da Taj Mahal. Ainda não tem programação de leilões de equinos na agenda do criatório. “O Paint é lazer, eu gosto, eu acho bonito. Quero fazer um leilão com calma, tranquilo. E eu não quero vender o que eu comprei”, declara o criador. O trabalho de referência genética da Taj Mahal estará presente nos tatersais e nas pistas da ExpoZebu 2015, com a participação de 10 animais da raça Nelore em julgamento. “Eu serei hipócrita em não querer ganhar dinheiro com Nelore mas existe uma grande paixão. Se eu fizer uma campeã e ganhar 3, 4, 5 milhões eu vou ficar muito feliz, mas se eu não fizer, a minha paixão vai continuar”, finaliza Aciole.

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NELORE

ACNB firma compromisso com o PMGZ A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil assinou, junto à ABCZ, um termo de cooperação que estabelece o PMGZ como seu programa de melhoramento genético oficial

Na última quinta-feira, dia 9 de abril, aconteceu o lançamento da 81ª ExpoZebu e o Circuito 100% PMGZ, em São Paulo. Na ocasião, o Presidente da ACNB Pedro Gustavo de Britto Novis e o Vice-presidente, José Luiz Niemeyer dos Santos, assinaram um termo de adesão ao PMGZ, com objetivo de promover o melhoramento genético e a difusão da raça Nelore em nível nacional e internacional. A partir deste momen-

to a ACNB passa a contribuir para a expansão do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). O programa é promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e tem como principal objetivo levar ferramentas qualificadas ao maior número de criadores, para disseminar os conhecimentos e as tecnologias que estão acessíveis para serem aplicados na 26

seleção dos animais de propriedades, em todo o Brasil. Com mais de 9 milhões de animais avaliados, o PMGZ atualmente auxilia os criadores no processo de seleção da fazenda. De acordo com o compromisso firmado no dia 9 de abril, a ACNB indicará dois representantes para atuar nos procedimentos operacionais, técnicos ou científicos do PMGZ, junto à área técnica da ABCZ.


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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Segundo o presidente da ACNB, Pedro Gustavo de Britto Novis: “Temos atualmente no país, alguns programas de melhoramento genético que desenvolvem bons trabalhos. A adesão ao PMGZ é fruto do trabalho de três gestões da ACNB”. E completa: “A partir de agora, esperamos que os técnicos da ABCZ estejam cada vez mais próximos dos criadores de nelore para auxiliá-los no processo de melhoramento genético de seus rebanhos”. A expectativa da associação

com a oficialização do programa é de que a raça Nelore obtenha ganhos cada vez mais significativos, principalmente nas características maternais, de precocidade reprodutiva e de terminação. “Notamos claramente que a seleção de nelore passou por várias fases: uma em que se preconizava um animal mais alto, outra em que se preferia um animal extremamente pesado e mais baixo e, mais recentemente, percebemos a busca por um animal mais equilibrado,

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de frame médio. Acredito que hoje precisamos avançar nas características de funcionalidade da raça, bem como na precocidade e peso de carcaça. Precisamos atender a indústria frigorífica que espera especialmente por carcaças pesadas, bem acabadas e com menor idade possível para abate”, destaca o presidente. Por Danyella Alves Ferreira (Imprensa ACNB)


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NELORE

ACCN divulga os resultados da 10ª Expoinel ES Os julgamentos aconteceram até o dia 15 de março, no Parque de Exposições de Aracruz, no Espírito Santo

A Associação Capixaba dos Criadores de Nelore realizou a décima exposição internacional do Espírito Santo, entre os dias 10 e 15 de março. O evento contou com 140 animais inscritos de 13 expositores da raça Nelore. Além dos julgamentos da raça, aconteceu um Ciclo de Palestras organizado pela Nelore Capixaba, no dia 13 de março. Na programação aconteceram palestras sobre os temas: castração de animais e técnicas no manejo de pastagens, aumento da produtivida-

de no ES, cruzamento industrial para produção de carne bovina, produção de leite e cetose/acidose ruminal. Nas pistas da cidade de Aracruz, o campeonato recebeu 82 fêmeas e 58 machos da raça Nelore. A Grande Campeã da exposição foi a TAIGA FIV M. VERDE do expositor AGROBILARA COM. E PART. LTDA e o título de Reservada Grande Campeã ficou com aSAVAS FIV M. VERDE também daAGROBILARA. Já no campeonato de machos o Grande Campeão da X Expoinel ES foi o SE30

LETO FIV MONTE VERDE do expositor AGROBILARA COM. E PART. LTDA. E o título de Reservado Grande Campeão ficou com o macho TALBER FIV DA EDWIGESda FAZ. N. MOD.STA. EDWIGES C.R.LTDA. Confira todos os resultados da exposição abaixo:


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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Campeonato de Fêmeas GRANDE CAMPEÃ TAIGA FIV M. VERDE Expositor: AGROBILARA RESERVADA GRANDE CAMPEÃ SAVAS FIV M. VERDE Expositor: AGROBILARA CAMPEÃ FÊMEA ADULTA SAVAS FIV M. VERDE Expositor: AGROBILARA CAMPEÃ FÊMEA JOVEM TIFFANY FIV DA EDWIGES Expositor: FAZENDA N. MOD.SANTA EDWIGES CAMPEÃ NOVILHA MAIOR MAHARASH V FIV DA EDWIGES Expositor: FAZENDA N. MOD.SANTA EDWIGES

CAMPEÃ NOVILHA MENOR TAIGA FIV M. VERDE Expositor: AGROBILARA CAMPEÃ BEZERRA TERNURA FIV MONTE VERDE Expositor: AGROBILARA

Campeonato de Machos GRANDE CAMPEÃO SELETO FIV MONTE VERDE Expositor: AGROBILARA RESERVADO GRANDE CAMPEÃO TALBER FIV DA EDWIGES Expositor: FAZENDA N. MOD.SANTA EDWIGES CAMPEÃO TOURO SÊNIOR SELETO FIV MONTE VERDE Expositor: AGROBILARA

Fotos: JMMATOS e Divulgação

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CAMPEÃO TOURO JOVEM URUGUAI FIV M.VERDE Expositor: AGROBILARA CAMPEÃO JÚNIOR MAIOR TALBER FIV DA EDWIGES Expositor: FAZENDA N. MOD.SANTA EDWIGES CAMPEÃO JÚNIOR MENOR VHANDER FIV DA EDWIGES Expositor: FAZENDA N. MOD.SANTA EDWIGES CAMPEÃO BEZERRO HERINGER CESAR FIV Expositor: DALTON DIAS HERINGER Fonte: Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN)


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NELORE

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Programa Novilho Precoce

Alta rentabilidade com a pecuária de ciclo curto com animais zebuínos Por Fany Michel / Fotos: Arquivo Floresteca

Na região sul do Pará a Floresteca Brasil iniciou, em 2007, suas atividades de florestamento com Tectona grandis, popularmente conhecida por Teca - uma árvore de grande porte, rústica, de rápido crescimento e resistente ao calor, dentre outras características. Três anos depois a atividade de corte foi introduzida com cria e terminação de bovinos, utilizando o manejo integrado com a floresta plantada nos municípios de Redenção e Santa Maria das Barreiras. A atividade de cria está

concentrada na Fazenda Santa Marta, em Santa Maria das Barreiras. Utilizando as mais modernas ferramentas disponíveis neste segmento, como manejo rotacionado de pastagens com fertilização e investindo em tecnologias de reprodução, IATF com uso de sêmen de animais provados, além do manejo correto das pastagens e do rebanho, nutrição e genética de qualidade e principalmente equipe de colaboradores treinada e comprometida, alcançam excelentes índices de produtividade. A partir de 2012, a empresa 36

multinacional Floresteca implantou o programa novilho precoce e tem obtido bons resultados. Por meio de IATF, 25% das matrizes aneloradas são inseminadas e as fêmeas produzidas, são destinadas para reposição e também no aumento do plantel. Os machos, por ocasião da desmama, são transportados para a Fazenda Pau D’Arco, em Redenção, para serem terminados até os 18 meses de idade, em manejo de pastagem rotacionada distribuídos em módulos de 20 ha cada com quatro pastos de 5 ha.


Os piquetes são adubados durante a estação das chuvas, conforme recomendação do profissional da área e de acordo com o resultado da análise de solo. Estes animais, entram em média com 240 kg de peso vivo (PV) no processo e ficam por 300 dias. Com suplementação de concentrado, ganham aproximadamente 270 kg, a base média de 0,65% do peso vivo ao dia. Aos 18 meses de idade, são abatidos com 510 kg de peso vivo, ou 18,1 arrobas líquidas. De acordo com os registros da fazenda o ganho médio diário, GMD, é de 0,90 kg por dia por ani-

mal. A taxa de lotação dos módulos de 4,5 UA/ha na época das águas e 2,5 UA/ha na seca, resultam em uma média de 3,83 UA/ha. Quanto a produção de carne em 1 ha/ano, atinge a marca de 1.034 kg de peso vivo, o equivalente a 36,88@ líquidas. De acordo com José Maria Goldschmidt Filho, engenheiro agrônomo e consultor técnico de pecuária da fazenda, os números mostram que é possível fazer uma pecuária de ciclo curto com animais Nelore, obtendo alta rentabilidade e 100% adaptados ao sistema brasileiro de produção.

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“A empresa também trabalha com cruzamento industrial, mas o que nos chama a atenção é o grande salto de produtividade da raça Nelore nos últimos anos, brigando de igual para igual no desempenho com animais ½ sangue, que trazem o benefício da heterose. Acreditamos que hoje o grande desafio é melhorarmos no quesito maciez da carne do Nelore, mas sabemos que muita coisa tem sido feita neste sentido e que em breve vamos colher bons frutos”, conclui José Maria Filho.


Animais Elite

HILARE DA UNIMAR

BIG BEN DA SN x LINFA TE DA TERRA BOA ( PANAGPUR AL DA PAUL. )

VITÓRIA DA BALUARTE

KAREN TE DA SN

BIG BEN DA SN x SARITANA DA BAL. ( ILUSTRE NF DA ELD. )

AMETISTA TE OTNACER

FAJARDO DA GB x COMPORTA DA SN ( INCA POI DA 3 COX. )

BIG BEN DA SN x AEROXIA DA SN ( 1646 DA MN )

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DAIANE DA ZEB. VR

VULCAR TE DA ZEB. VR x JOEIRA DA ZEB.VR ( AGASALHO DA ZEB.VR )


CRÔNICA FIV AMOD

BELA FIV AMOD

RHENNO FIV KUBERA x GAVINA 2 CRISTAL ( BASCO DA SM )

MISSONI GUADALUPE x TAFFIA TE QG ARATAU ( RANCHI IPÊ OURO )

CARTA AMOD

COMPORTA FIV AMOD

BITELO DS x JACARTA FIV W.F.DIZ ( BITELO DA SS )

BASCO DA SM x J.E.N ILARA TE ( BITELO DA SS )

CEREJEIRA FIV AMOD

BONITA FIV AMOD

INDUZIDO DO REC. x DAMARIS TE S. THOMAS ( BITELO DA SS )

BIANCA FIV AMOD

BITELO DA SS x TONICA FIV DA PALMA ( BASCO DA SM )

JERU FIV DO BRUM. x PINAH III TE DA HRO ( HELÍACO DA JAVA )

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BALI FIV AMOD

BITELO DA SS x BIG SALSA TE ( BIG BEN DA SN )


CARNAVAL FIV AMOD

CORRENTE FIV AMOD

RIMA FIV CAPOLAVORO 2 x GAVINA 2 CRISTAL ( BASCO DA SM )

BIG BEN DA SN x TELLA 18 FIV COMAPI ( POSTHER DA COMAPI )

DEUSA ANJO VR

ÓPERA 15 DA PARAGUAÇU

BITELO DA SS x ATHINA ( NOBRE TE DA PRIM. )

ENLEVO DA MORUNG. x OPERA TE DA PONTAL ( NOBRE TE DA PRIM. )

UCRÂNIA DA PARAGUAÇU

INDONESIA B2

BASCO DA SM x ITÁLIA IV TE J. GALERA ( FAJARDO DA GB )

BIG BEN DA SN x ATLANTA DA S. JOSÉ ( LUDY DE GARÇA )

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Foto: JM Matos

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GUZERÁ

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GUZERÁ

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

A raça Guzerá se prepara para dois grandes eventos neste primeiro semestre As cidades de Uberaba e Curvelo, em Minas Gerais, serão os palcos para o desfile destes animais rústicos, mansos e de dupla aptidão Fotos: JMMATOS

A maior vitrine zebuína do mundo, a 81º ExpoZebu fecha o circuito de exposições do Ranking 2014/2015 e na seqüencia, entre os dias 11 e 17 de maio, acontece a 72º Expo Curvelo e sediará a 12º Exposição Nacional do Guzerá, dando a largada para o circuito 2015/2016 do Ranking. As expectativas para estes eventos são grandes, pois serão as primeiras exposições após a queda da barreira de aftosa, que dividia a pecuária do Brasil e pela primeira vez, em muitos anos, as pistas mais concorridas da raça contarão com os reforços dos guzeratistas do Norte e Nordeste do país. Curvelo sediará pela primeira vez uma Nacional do Guzerá, a região

de cerrado com ricas reservas de cristais e quartzo abriga marcas de grande reconhecimento em todo o território nacional como: Aconchego, Guzerá da Vic, Guzerá Origen, Guzerá Santa Claramar, Marca S, Rancho Maia, Suaçuí, Xarqueada, dentre outros. Gustavo Pitangui de Salvo, Presidente da Associação Mineira dos Criadores de Zebu, salienta que ”Curvelo é a cidade mãe de criatórios que, por décadas, mediram e avaliaram sistematicamente seus rebanhos na busca pelo aprimoramento do Guzerá na produção sustentável de carne e leite. De difícil compreensão para alguns, mas comprovado por quem usa e cria, os ganhos espetaculares em cruza42

mentos, precocidade, fertilidade, mansidão e extrema rusticidade, fazem do Guzerá a ferramenta indispensável para produção de lucro na pecuária moderna. Assim é o Guzerá: uma dádiva que além de tudo isso, ainda gera alegria, une pessoas e cria amizades. Venha, comprove, e festeje conosco a melhor mostra da raça Guzerá e seus cruzamentos. E prepare-se, você irá se apaixonar!” Será uma semana toda dedicada ao Guzerá e às suas virtudes para carne e leite, nas escalas elite e comercial. O evento contará com a participação dos amigos entusiastas da raça de todos os cantos do Brasil. De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil, ACGB, Adriano Varela Galvão,


“na 12ª Nacional do Guzerá, vamos a um dos berços da raça no Brasil, Curvelo, uma terra de tradições, mas que sempre busca a modernidade. Será um passeio pelo Guzerá e seus cruzamentos, mostrando o que é bonito, mas principalmente funcional e que dá lucro, seja produzindo carne ou leite. Guzerá, o caminho mais seguro para a pecuária lucrativa do futuro.” A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, dentre as várias políticas para a pecuária bovina, vem promovendo a adoção, em larga escala, de touros e fêmeas geneticamente melhorados de diversas raças adaptadas para a produção de carne e leite por meio do Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino de Minas Gerais, o Pró Genética, em parceria com a Associação

Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). “O melhoramento genético de bovinos é extremamente importante para a pecuária e uma tradição em nosso estado, que possui atualmente um rebanho efetivo da ordem de 24,2 milhões de cabeças, o que confere a Minas Gerais a segunda posição no ranking nacional. A introdução de animais melhoradores da raça Guzerá pode trazer ganhos espetaculares em precocidade, fertilidade e rusticidade, atributos essenciais em uma gestão eficiente de uma propriedade rural, uma vez que impactam de forma significativa nos índices zootécnicos. No ano de 2014, o Produto Interno Bruto do Agronegócio Mineiro (PIB Agro) resultou em um ganho de R$ 162,9 bilhões, deste valor 23% é proveniente da venda de leite e de bovinos. Este 43

percentual confere à pecuária bovina a maior geração de renda ‘dentro da porteira’, em relação a todas as outras atividades agropecuárias. Concernente às exportações, em 2014, o setor contribuiu com a pauta do agronegócio em US$ 480 milhões, o que representou 5,9% dos valores obtidos com os produtos do agronegócio de Minas Gerais. Estes ganhos evidenciam a necessidade de ações entre o setor público e privado para fortalecer a cadeia produtiva da cadeia bovina. A raça Guzerá é uma das alternativas para o salto da pecuária em Minas Gerais” relata João Cruz Reis Filho, Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais. A 12ª Nacional conta com diversas atividades comerciais voltadas para as aptidões do Guzerá, mostrando tudo que ele pode pro-


duzir em carne, leite e cruzamentos para ambas as aptidões, está sendo preparada para a Nacional. No dia 12 de maio, começa o Concurso leiteiro, com uma grande novidade, além das matrizes Guzerá serão ordenhadas também as imbatíveis Guzolandas, mostrando o trabalhado dos nossos criadores voltados para o leite.

No dia 13, acontecerá o Leilão Guzerá Claramar com mais de 1.000 bezerros cruzados Guzerá (Guzonel e Tricross). No dia 14 iniciam os trabalhos de Julgamento, juntamente com uma apresentação dos animais Guzolando em pista. A Fazenda Canoas abre suas porteiras, no dia 15, para seu tradicional Dia de Campo, encerrando as ativi-

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dades no dia 16 com 21º Leilão Guzerá Curvelo. “É a grande oportunidade para o mercado consumidor se atualizar sobre os trabalhos que desenvolvemos com o Guzerá muito além das pistas” finaliza Eros Gazzinelli, consultor em pecuária. Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil www.guzera.org.br


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GIR

Foto: JMMATOS

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Gir Leiteiro sustentável

Prova Nacional de Produção de Leite Características do Gir Leiteiro O Gir Leiteiro é reconhecidamente a raça zebuína de maior produtividade leiteira em clima tropical. A raça vive um momento de destaque por apresentar virtudes adequadas, oportunas e peculiares para alcançar crescentes níveis de progresso na pecuária leiteira mundial. Dentre suas principais características destacamos sua grande rusticidade, como a resistência a parasitas e sua tolerância a altas temperaturas. A raça tem grande capacidade de converter pastagens em leite, tornando o custo de produção da atividade mais baixo do que os animais confinados. Graças aos trabalhos dos criadores, norteados pelas ações do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro – PNMGL, a raça pode acumular ganhos genéticos com o passar dos anos se tornando na principal alternativa para produção de leite em sistemas economicamente sustentá-

veis. Para dar respaldo a todo o trabalho de seleção, o PNMGL trabalha na identificação de animais superiores que serão utilizados pelos criadores na busca da constante evolução do Gir Leiteiro. O interesse por animais ou sêmen da raça está em crescente expansão, não só no Brasil, como em todo o mundo. O Gir Leiteiro é utilizado cada vez mais para o cruzamento de animais com algum grau de sangue europeu com a finalidade de promover a heterose ou choque de sangue. Este cruzamento tem o objetivo de aumentar a produtividade, rusticidade e vigor dos animais para a produção leiteira. O Gir Leiteiro é extremamente adaptado às nossas condições climáticas e de manejo. A raça também se destaca pela grande produção de sólidos no leite com valores médios de 4,2% de Gordura e 3,1% de proteína e baixa contagem de Células 46

Somáticas (CCS).

Prova Nacional de Produção de Leite Com o objetivo de avaliar a produção e a composição do leite de novilhas Gir Leiteiro manejadas em um sistema de produção, o mais próximo possível da realidade do produtor e que seja economicamente sustentável, a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro – ABCGIL em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais – EPAMIG e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA Gado de Leite instituíram em junho de 2013 a Prova Nacional de Produção de Leite: Gir Leiteiro Sustentável em Uberaba-MG, integrando o portfólio de provas zootécnicas do PNMGL. Com a prova será possível avaliar a produtividade leiteira da


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raça de forma sustentável e economicamente viável. As novilhas serão manejadas em sistema de produção a pasto com suplementação volumosa na seca, normalmente utilizado pelos produtores de leite com o fornecimento de concentrado de forma racional, visando principalmente equilíbrio no custo de produção. Na prova serão avaliadas também outras características como desenvolvimento, comportamento, eficiência reprodutiva em produção, consumo e conversão alimentar e qualidade do leite (Gordura, Proteína, Lactose, Sólidos Totais e CCS), através de um índice econômico de produção. A Prova trabalha com uma estação de parição que vai de agosto a setembro de cada ano. Os criadores inseminam suas novilhas de novembro a dezembro para que possam chegar ao local da Prova no terço final da gestação. A prova tem duração de 14 meses, sendo dois meses de pré-parto e mais 12 meses de lactação. São fêmeas do Brasil inteiro, oriundas dos principais criatórios Gir Leiteiro dos associados da ABCGIL. Todas as novilhas receberão a mesma alimentação e manejo. Durante a prova todas as fêmeas terão condições de expressar o seu potencial dentro de um sistema de produção

economicamente sustentável. A prova conta com estratégias de alimentação diferenciadas para a época das águas e da seca. Dentre as avaliações, está também a de consumo de matéria seca e conversão alimentar. Outro ponto importante da prova é a não utilização de nenhum tipo de hormônio que estimule à produção e ejeção do leite. O ponto alto da prova será a produção de leite semelhante com uma fazenda que visa à sustentabilidade da atividade. As novilhas são alimentadas a pasto, e com suprimentos pontuais, de maneira que elas possam aproveitar ao máximo seu potencial. Dessa maneira, as novilhas tem que se pagar. Na pecuária moderna atual não se permite mais animais que produzam leite sem dar lucro para o produtor. Por isso a Prova é espelhada em um mercado economicamente sustentável. Com base nos dados obtidos, serão feita análises econômicas da atividade, levando em consideração os custos fixos (depreciação de instalações, máquinas, equipamentos, remuneração do capital investido etc.) e os custos variáveis (insumos, mão-de-obra, manutenção de máquinas e equipamentos, transporte e remuneração sobre o capital investido). Serão levantados os custos do leite, a renda bruta e a taxa de retorno sobre o capital investido. Serão identificados índices econômicos de produção por animal. Outras avaliações estão também em andamento, como trabalhos de Mestrado e pesquisas científicas relacionadas aos constituintes do leite e fisiologia dos animais. Além da EPAMIG e EMBRAPA Gado de Leite, outras instituições de pesquisa são também parceiras da ABCGIL com o Instituto de Zootecnia de Sertãozinho – IZ, a 48

universidade de Uberaba – UNIUBE e as Faculdade Associadas de Uberaba – FAZU. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu – ABCZ também é uma importante parceira da Prova na execução e oficialização do controle leiteiro oficial juntamente com apoio logístico e institucional. Os resultados da Prova Nacional de Produção de Leite: Gir Leiteiro Sustentável serão divulgados durante a Expogenética em Uberaba-MG. Os animais serão premiados pela produtividade, quantidade de sólidos e qualidade do leite, além da lucratividade que cada uma gerou ao final do processo. Estão previstas também demonstrações através de dias-de-campo, bem como visitas técnicas envolvendo produtores rurais, alunos e extensionistas, como forma de difusão e transferência de tecnologia. Os resultados obtidos serão apresentados em congressos e publicados em revistas e midias especializadas. Com a Prova Nacional de Produção de Leite: Gir Leiteiro Susutentável a ABCGIL, EPAMIG, EMBRAPA Gado de Leite e demais parceiros esperam estar contribuíndo com o desenvolvimento de novas tecnologias que possam ser aplicadas ao Gir Leiteiro e seus cruzamente, bem como validar algumas técnicas de manejo e alimentação já utilizadas em outros locais do Brasil e do Mundo. Além disso, é também objetivo da Prova divulgar o Gir Leiteiro como raça produtora de leite em ambiente economicamente sustenável.

André Rabelo Fernandes

Zootecnista – Coordenador Operacional do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro – PNMGL

Ranielly Da Silva Maciel

Médica Veterinária – Supervisora da Base de dados da ABCGIL


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GIR

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Lumiar, tradição que vem de gerações

Fotos: Wellington Valeriano

Com um rebanho de bovinos e equinos enxutos e de extrema qualidade a Lumiar Agropecuária, administrada por Pedro Passos, vem se destacando no cenário nacional, tanto na genética do Gir leiteiro, quanto no cavalo Mangalarga Machador. Situada na capital federal, a fazenda tem em torno de 600 bovinos e 300 equinos. “Nascem anualmente de

80 a 100 equinos e 200 a 250 bovinos. Comercializamos anualmente o mesmo número que nasce. Temos um plantel enxuto e estático, mas de altíssima qualidade”, comenta orgulhoso Passos. O pecuarista lembra que é filho, neto e bisneto de fazendeiros, nascido e criado no meio rural conta que,“aos 11 anos de idade, em

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1973, recebi do meu pai ainda em vida a doação de minha primeira fazenda no município de Buritis, Minas Gerais”. Já a fazenda Lumiar iniciou as atividades em 1990 com a criação de cavalos Mangalarga Marchador, criando assim o Haras Lumiar. Em 2009 deu início à criação de Gir Leiteiro, o Gir Lumiar. Hoje, a principal atividade da fazenda é a venda de


genética de alta qualidade tanto do cavalo Mangalarga Marchador, quanto do Gir Leiteiro e Girolando. Segundo Pedro, o gosto e o amor pelo Mangalarga Marchador e pelo Gir Leiteiro vêm desde a infância. “Meu pai manteve durante toda a vida atividades agropecuárias na Fazenda Bueno, no município de Ibiá, Minas Gerais, onde a atividade principal era a produção de leite com o gado Gir. Na lida da fazenda usava-se o cavalo Mangalarga Marchador genuíno, ambos sem registros nas Associações, mas um gado muito bom e uma tropa muito boa”, destaca. O criador relembra que desde a infância vive em meio a criação de animais. Porém, a seleção de genética veio somente com a filiação e registros de animais na Associação

Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Machador (ABCCMM) em agosto de 1992, e na Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) em novembro de 2009. Desde então a Agropecuária Lumiar participou de várias exposições nacionais, sempre com muito destaque nas pistas em que entrava com gado. Ainda de acordo com Pedro a filiação junto às associações foi fundamental. “Nosso objetivo e nosso trabalho são a produção e a criação de animais de alta qualidade genética e evidentemente registrados nas respectivas Associações”, afirma. O pecuarista acrescenta ainda que sua meta com o Gir “é a produção de genética de alta qualidade através de FIV com nossas princi-

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pais doadoras. A produção de leite é oriunda basicamente das vacas que estão em controle leiteiro oficial da ABCZ e nas vacas que estão sendo preparadas para torneios leiteiros em exposições”. E, complementa que atualmente, são produzidos cerca de 500 litros de leite por dia. Pedro finaliza afirmando que a Agropecuária Lumiar tem como foco a produção, criação e comercialização de cavalo Mangalarga Marchador, o Gir Leiteiro e Girolando de alta qualidade. “Para isso mantemos um controle super-rigoroso na seleção e criação das raças. Investimos muito em manejo e nutrição de nossos animais. Enfim, o objetivo é a produção, criação e comercialização de animais cada dia melhores”, conclui.


GIROLANDO

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Girolando e Asocebu firmam acordo

inédito na área de pecuária leiteira Acordo assinado ontem (19/04/15) na Bolívia entre duas associações de criadores deve projetar o Brasil como grande exportador de tecnologia e de genética bovina leiteira para países da América Latina e da África. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e a Associação Boliviana dos Criadores de Zebu (Asocebu) assinaram no último domingo um termo de cooperação técnico-científica para transferência de tecnologia na área de melhoramento genético e de registro genealógico. Assinaram o termo o presidente da Girolando, Jônadan Ma, e o presidente da Asocebu, Erwin Rek. A oficialização da parceria ocorreu durante feira agropecuária no parque de exposições da Fiacruz, em Santa Cruz de La Sierra, e contou também com a presença dos representantes da Asocebu, o vice-presidente Eduardo Eguez, o diretor Javier Landivar, o diretor técnico Fernando Baldonar. A próxima etapa da parceria será a capacitação dos técnicos bolivianos para o serviço de registro de animais e a aplicação das ferramentas do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). O treinamento será realizado no segundo semestre de 2015 e em duas etapas, sendo uma no Brasil e outra na Bolívia, com acompanhamento dos trabalhos por técnicos brasilei-

ros. Apenas os profissionais aprovados em teste serão habilitados para efetuar os registros na Bolívia. Em 2014, a associação brasileira realizou treinamento de 15 técnicos da Asocebu na Bolívia, com aulas sobre as características raciais dos animais Girolando. A expectativa é de que o convênio possibilite a melhoria da qualidade genética do rebanho local, refletindo no crescimento da produção de leite boliviana. Além disso, é esperada uma expansão dos planteis de Girolando na Bolívia, que hoje são em menor número naquele país. Para o Brasil, a medida representa a ampliação do mercado externo para a raça, que foi desenvolvida por criadores brasileiros por meio de cruzamento entre as raças Gir e Holandesa, a par-

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tir da década de 1940. Reconhecido oficialmente como raça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde 1996, o Girolando é responsável por 80% da produção nacional de leite no Brasil. “A meta é expandir esse termo de cooperação técnica para outros países interessados na genética da raça Girolando, tais como: Colômbia, Venezuela, Equador, República Dominicana, Costa Rica”, afirma Jônadan Ma, presidente da entidade brasileira, que atua como delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para execução do serviço de registro genealógico da raça e do programa de melhoramento genético. Por Larissa Vieira / Imprensa Girolando


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TABAPUÃ

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TABAPUÃ

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ABCT premia os melhores do ranking durante a ExpoZebu 2015

Foto: JMMATOS

A raça Tabapuã mais uma vez estará presente na ExpoZebu, que acontece de 03 a 10 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba. Este ano, além de três dias de julgamento da raça, três leilões farão parte do calendário oficial da feira. Durante a feira, os campeões do Ranking 2014 também serão premiados durante solenidade organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Tabapuã (ABCT). De acordo com a programação da 81ª ExpoZebu, os julgamentos da raça Tabapuã acontecem de 03 a 05 de maio, na pista Torres Homem Rodrigues da Cunha. Os profissionais que atuarão nos julgamentos dos animais da raça inscritos na feira são João Eudes Lafetá Queiroz, Russel Rocha Paiva, Lucyana Malossi Queiroz.

Segundo informações da ABCT, ainda não há um número estimado de animais inscritos na ExpoZebu 2015, pois as inscrições ainda não haviam se encerrado até o fechamento desta edição, mas em 2014 houve a participação de 165 animais na pista de julgamento. Os leilões também acontecem no mesmo período entre 03 e 05 de maio. Conforme a programação da feira, no dia 03 será realizado pela Fazenda Água Milagrosa, Rodeio Gaúcho e convidados o Leilão Essência do Tabapuã, às 20h, no Tatersal Rubico Carvalho. Dia 04 de maio, pelo Tabapuã RF, Rodeio Gaúcho e Grupo Cabo Verde, o Leilão Revelações do Tabapuã, às 20hs, no Tatersal Rubico Carvalho. E, dia 05, último dia de 56

remate da raça, acontecem o Leilão Peso Pesado e a entrega de prêmios aos campeões do Ranking 2014. O evento será realizado pela ABCT, no Tatersal Rubico Carvalho, com transmissão pelo Canal do Boi Segundo o presidente da ABCT, Marcelo Ártico, durante a ExpoZebu, “grandes marcas estarão unidas por uma grande paixão, o Tabapuã, o maior motivo mesmo é saber que estamos ajudando a realizar sonhos. Por isso, vestimos a camisa de cada parceiro, vibramos junto com suas realizações, brigamos pelo sucesso de cada um e nos orgulhamos de fazer parte de suas histórias. Somos líder porque cultivamos amigos e porque sonhamos sempre juntos. E, completa, “é a raça Tabapuã na presidência da ABCT”.


Foto: JM Matos

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BRAHMAN

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Arquivo

Fazendas do Lago

Conjunto de Touros da Fazendas do Lago.

Localizada na região sul de Minas Gerais, fazenda se destaca na criação do gado Brahman e Brahmolando Investimento de tempo, conhecimento, pesquisa e critério nas aquisições foram alguns dos motivos que elevaram a Fazendas do Lago ao patamar dos melhores planteis de gados da raça Brahman do Brasil. Para o início da criação em 2009, foram comprados embriões de selecionadas vacas doadoras do JD Hudgins, no Texas, reconhecido mundialmente pela sua qualidade e consistência de sua genética. Dentre as doadoras estão mães e avós dos principais touros Brahman da atualidade, em âmbito mundial.

Júnior, ao qual pertence a Fazendas do Lago. Atualmente, já com seis anos de existência, o plantel conta com mais de mil animais já nascidos com registro próprio, sendo reconhecidos pela série LAKO. O Brahman do Lago também se fortalece através dos prêmios já ganhos, sendo os mais recentes: Melhor Criador ExpoBrahman 2014, Melhor Expositor ExpoBrahman 2014, Grande Campeã Fêmea ExpoBrahman 2014, Reservado Grande Campeão Macho ExpoBrahman 2014, dentre outros. JM Matos Produções

O trabalho se desenvolveu e em 2011 foram adquiridas doadoras do Heart Bar Ranch, de propriedade da família Partin, que há mais de 80 anos seleciona gado Brahman por sua produtividade, funcionalidade e temperamento. “Buscamos produzir animais de ótima característica racial, com tamanho médio e tórax profundo, muito arqueados e com muita feminilidade entre as fêmeas e muita musculosidade entre os machos. Sabemos das necessidades da indústria da carne no Brasil e no mundo, e nosso compromisso é produzir animais de ótimo fenótipo e geneticamente superiores para atender a essas demandas”, afirma Fábio Camargos, um dos diretores do Grupo Camargos

MARIAH BR LAGO - LAKO 528 Grande Campeã Expobrahman 2014 58


Brahmolando

Holandeses provados, escolhidos por produzirem progênies com excelentes resultados em características como conformação de úbere e tamanho da teta”, explica o gerente de agronegócios da Fazendas do Lago, André Marri.

Após anos trabalhando com o Brahman do Lago e adquirido vasta experiência e conhecimento técnico sobre a raça, a Fazendas do Lago decidiu investir na produção do “Brahmolando”. Assim é conhecido comercialmente o cruzamento entre Brahman e Holandês, por meio do cruzamento de vacas Brahman puras, de excelentes úberes e de linhagens de alta habilidade materna, com touros holandeses provados para produção de leite e persistência de lactação.

Esse cruzamento já é amplamente utilizado e aprovado com muito sucesso para produção de leite a pasto em muitos países, tais como Colômbia, Venezuela, Paraguai, Bolívia, Panamá, Equador, Cuba. As vacas Brahmolando produzidas na Fazendas do Lago são extremamente dóceis, com ótima adaptabilidade, rusticidade e bastante produtivas a pasto. Tornam-se assim uma boa opção para produzir com custo baixo e consequentemente com maior lucratividade.

Arquivo

“Através de FIVs utilizando oócitos de doadoras Brahman selecionadas, focando como o principal critério desta seleção a sua produção leiteira, o Projeto Brahmolando utiliza para fertilização destes oócitos sêmen sexado de fêmea de touros

Serviço Fundada em 2008, a Fazendas do Lago é formada por um complexo de fazendas existentes ao longo do lago de Furnas, região sul de Minas Gerais, onde há o desenvolvimento de projetos de silvicultura de eucalipto; criação de gados das raças Brahman, Brahmolando, Wagyu e Longhorn; ovinos das raças Dorper, White Dorper e Santa Inês, além da criação de cavalos das raças Crioulo e Quarto de Milha. Fazendas do Lago • www.fazendasdolago.com.br André Marri • (31) 9654-9286 • andre.marri@fazendasdolago.com.br 59


BRAHMAN

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Brahman do Araguaia

O item de maior relevância em qualquer fazenda é o seu controle

Por Fany Michel / Fotos: JMMATOS

A Fazenda Santana de Goiás, de Charles Wanderley Maia, há 30 anos trabalha com gado comercial e, desde 2005, passou a se dedicar também à raça Brahman, com as aquisições de linhagens predominantes dos touros consagrados e campeões nas pistas americanas, Hudgins e V8. Ambos consagrados nos rebanhos dos mais de setenta países em que o Brahman é selecionado. Situada na região noroeste de Goiás, em Itapirapuã, a propriedade possui 3.135 hectares(ha) do Conjunto Santana de Goiás (Retiros Santana, Florença e Santa Maria) e conta com mais 3.500 ha de área arrendada, no município de Jussara,

totalizando uma área de 6.635 ha. Trabalhando constantemente na atividade de cria, a fazenda Santana de Goiás tem como principal meta, entregar ao mercado de recria/ terminação, um produto de maior valor agregado, e com muita qualidade: bezerros cruzados Brahman. Para alcançar este objetivo, utiliza genética Brahman selecionada em núcleo próprio e com auxílio do PMGZ-ABCZ, ferramenta para incrementar ao rebanho comercial, totalmente a campo, características de alto desempenho e produtividade. Com a média anual de 7.700 UA’s (unidade animal) e com a pluviosidade na casa dos 1.600 mm, a 60

Fazenda Santana possui o manejo de pastagem de média intensificação. Contando com 22 módulos e 110 subdivisões, com tamanho médio de 30 ha, consegue trabalhar com a lotação de 1,22 UA/ha/ano sem a utilização de adubo ou suplementação à campo. Ainda tem uma área de confinamento para 1000 cabeças, aproximadamente, com a finalidade de intensificar a terminação de machos e fêmeas de descartes, principalmente as fêmeas que falharam na estação de monta. “Nossa meta, em curto prazo, é trabalhar com a média anual de 2,0 UA/ ha/ano”, informa Divino Rodrigues, chefe de pecuária.


Para alcançar este objetivo, está em desenvolvimento um projeto de intensificação à pasto, com adubação de pequenas áreas de forrageiras de alto desempenho (Panicum maximum) e um programa de suplementação estratégica da recria e terminação, também à pasto, por meio do consumo de proteinados e energéticos para otimização do potencial genético. Atualmente o rebanho de cerca de 10.800 cabeças está dividi-

do em três grupos sanguíneos, onde 14% são animais PO/POI, 70% ½ sangue Brahman/Nelore e 16% Anelorado. Deste total, a fazenda conta com, aproximadamente, 55% de fêmeas em idade reprodutiva. “Nosso manejo reprodutivo é simples, porém tecnificado. Trabalhando com monta natural de touros Brahman em 100% das matrizes comerciais e utilizando técnicas mais avançadas como FIV, IATF e TETF no rebanho puro, alcançamos a média

de 80% de fertilidade na estação de monta entre os meses de novembro e fevereiro”, explica Thiago Camargo, gerente de agropecuária, e complementa, “Estamos a cada ano, aumentando entre 15% e 20% o número de matrizes e fazendo uma base comercial por absorção com retenção das fêmeas ½ e ¾ sangue Brahman produzidas. O objetivo final é formar esta base comercial com 100% das matrizes Brahman”.

Conforme informações do banco de dados oficial do PMGZ-ABCZ, do rebanho próprio POI e das

raças Brahman, Guzerá, Nelore e Tabapuã, as principais raças zebuínas de corte no Brasil, observa-se que o

Brahman do Araguaia possui desempenho superior a média das raças.

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A adição da genética Brahman no rebanho possibilitou um grande salto em produtividade. Os resultados de desempenho médio na desmama com 231 Kg nos machos e 216 Kg nas fêmeas aos 08 meses demonstram o potencial da raça para produzir animais de qualidade. A fazenda Santana de Goi-

ás consegue produzir cerca de 280 Kg/ha/ano de peso vivo animal com média de 37% de desfrute sobre o rebanho. Desfrute este que está ligado diretamente ao plano comercial da fazenda, que se subdivide da seguinte forma: - rebanho comercial, venda de 100% dos machos cruzados brahma-

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nel ao desmame (eventualmente parte das fêmeas) e a engorda/terminação de machos e fêmeas descarte. - rebanho puro, recria de 100% dos machos e fêmeas para sua reposição e venda futura como reprodutores


“Atualmente, com o mercado do boi transformado em commoditie, já não conseguimos mais trabalhar os valores dos nossos produtos muito acima da média do mercado. Temos um produto de qualidade, entregamos ao mercado a um preço justo e fazemos nosso dever de casa corretamente”, afirma o proprietário Charles Maia. Sobre esta afirmação, a fazenda Santana de Goiás se destaca. Sob a consultoria do Dr. Fernando Meirelles, da Agropllan, a equipe tra-

balha constantemente para melhorar os custos e métodos de produção. “Todo processo de produção, perde em rentabilidade quando sai da tríplice engrenagem: foco, disciplina e conferência. Daí vem o desperdício, o retrabalho e o desgaste pessoal, financeiro etc. A equipe deve estar totalmente direcionada no mesmo sentido dos objetivos da operação”, esclarece Meirelles. A fazenda utiliza algumas ferramentas de gestão de custos nos seus processos operacionais e tam63

bém lança mão de alternativas para redução destes custos possibilitando melhor rentabilidade final. A reforma de pastagens consorciada com agricultura de grãos (sorgo e milho) para utilização interna, o dinamismo e simplicidade no custo operacional (atualmente trabalham na relação colaborador/animal em 1/700), são exemplos destas alternativas. Na área de recursos humanos, a meta é a capacitação permanente de seus colaboradores e a introdução de sistema de meritocracia, buscando melhorar resultados e qualificar a mão-de-obra. “Na pecuária moderna não se admitem erros e o investidor e ou proprietário deve estar ligado diariamente ao processo de gestão. A agropecuária está se transformando cada vez mais em núcleos empresariais e a principal ferramenta de seu gestor é o computador, equipado com uma boa dose de controles, com geração de informações e análises”, finaliza Charles Maia.


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Visita à Embrapa Semiárido (CPATSA) Após conversa com o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi), Ronaldo Bichuette, entendemos a importância de provocar uma reflexão junto a ABCZ e Embrapa, no sentido de trabalharmos para retomarmos o processo de resgate do registro genealógico do rabanho Sindi sediado em Petrolina/PE. Em poucos dias a viagem foi organizada. Bichuette solicitou o apoio da ABCZ pelo superintende técnico Luiz Antonio Josahkian, que prontamente designou dois técnicos para compor a comissão: Júlio Mário Vieira (ETR-Recife) e Rodrigo Coutinho Madruga (ETR-Natal). Chegando em Petrolina, a comissão foi recebida pelo Chefe

Geral da EMBRAPA Semiárido, Dr. Pedro C. Gama da Silva, pela médica veterinária responsável pelo rebanho da raça Sindi, Dra. Rosângela Silveira Barbosa e pela Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da EMBRAPA Semiárido, Dra. Maria Auxiliadora Coelho de Lima. Durante a visita, a qualidade e o vigor do rebanho, ante condições climáticas, ambientais e de manejo alimentar tão adversas impressionou. Naquela condição de criação, onde os animais são mantidos tirando seu suporte nutricional exclusivamente da Caatinga. Os poucos campos de capim Buffel sucumbiram em função de quatro anos consecutivos de uma das mais severas secas que se tem 66

notícia, qualquer outra raça bovina caminharia fatalmente para sua erradicação. Ao contrário disso o gado apresenta um excelente escore corporal, com crias saudáveis e bem desenvolvidas para a idade. Ao observar as características raciais do lote, percebemos um perfeito enquadramento do padrão racial com animais muito expressivos, cuja qualidade causou uma grata surpresa. Não foram encontrados indivíduos com defeitos desclassificantes, como espelho nasal, mucosas e pele barrosas (vermelho). As matrizes, mesmo as mais eradas, tinham úberes bem conformados, com tetos pequenos e simetricamente distribuídos; carcaças convexas e ricamente revestidas


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pela importância genética e histórica para a raça. Esse núcleo de Petrolina é o remanescente direto da única importação oficial de gado feita pelo governo brasileiro por meio do Dr. Felisberto de Camargo. Foi uma verdadeira Odisseia para trazer 31 bovinos Sindi, sendo 28 matrizes e três reprodutores. Em 1952, esses animais foram embarcados em um avião no Paquistão para o Brasil para povoarem as novas fronteiras pecuárias, visando darem suporte produtivo de carne e leite para a colonização no front amazônico na Ilha do Marajó e Belterra, no Estado do Pará, para onde foram enviados em 1954 após uma longa quarentena na ilha de Fernando e Noronha. A recuperação desses registros representa um aporte genético de suma importância para o refrescamento e incremento de rusticidade superlativa no Sindi nacional. Consiste num valioso préstimo para o futuro da seleção da raça e para o fortalecimento da pecuária zebuína no Brasil, mediante o destaque e prestígio que o Sindi vem conquistando crescentemente em todas as

regiões do país. Outrossim, constitui o verdadeiro reconhecimento e homenagem ao esforço de um brasileiro ousado e tenaz que aceitou importar o último zebu produtivo da Ásia, vislumbrando agregar características zootécnicas valiosas. Esperamos, pois, sensibilizar a ABCZ e o MAPA do imprescindível valor desta empreitada para a raça Sindi, para as pesquisas no campo do melhoramento animal tropical, realizados pela Embrapa e pelos ganhos genéticos promovidos com a introdução de uma carga genética ímpar no rebanho nacional. Fotos: Divulgação

de musculatura, demonstrando todas as características perfeitamente enquadradas no conceito da dupla função. Naquele rebanho encontram-se duas subpopulações exclusivas, do total de doze existentes no Brasil. Apenas este fato já estabelece uma enorme importância e um diferencial relevante, o qual esse plantel representa para a raça, constitui um manancial genético de valor inestimável e distinto de tudo o que há no país. Tal levantamento foi realizado por testes de DNA mitocondrial por meio de um criterioso trabalho dos pesquisadores da Embrapa Gado de Leite Rui Verneck e João Cláudio Panetto. A responsável pelo rebanho, Dra. Rosângela Silveira Barbosa, reuniu um importante dossiê contendo preciosas informações da evolução dos animais desde a sua chegada na estação, em 1994, vindos da Embrapa CPATU, Capitão do Poço/PA. A comissão insistiu na intenção de viabilizar o resgate do registro do gado, tanto por suas qualidades zootécnicas notórias, quanto

Arthur Targino Criador e consultor técnico

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Persistência zebuína

A otimização dos recursos na atividade da pecuária leiteira, face aos custos de produção e preço do leite no mercado, torna-se premente a busca por uma genética cada vez mais produtiva e lucrativa Basicamente os custos fixos em uma fazenda de leite são os mesmos, diluindo-se um pouco à medida que se ganha escala. Contudo a base da bacia leiteira nacional é formada por pequenos e médios produtores. A margem de lucro é mínima, sofrendo significativas variações sazonais que dificultam um planejamento linear da atividade. Nesse diapasão, um dos principais custos fixos fica por conta da alimentação das vacas solteiras (secas), dessa forma aumentar o período de lactação seria uma forma de reduzir essa despesa e otimizar os demais recursos na propriedade, tais como mão-de-obra e equipamentos.

A produção de leite tornou-se uma atividade extremamente competitiva e alguns aspectos devem ser levados em conta, como a rusticidade do rebanho para evitar gastos desnecessários com tratamentos veterinários e/ou equipamentos que melhorem o bem estar animal com elevado grau de sangue taurino, uma vez que grande parte do país está localizada na zona tropical e o calor limita a produção dessas vacas. Além da rusticidade, deve ser observada a qualidade do leite, sobretudo com relação aos elevados teores de gordura e proteína, qualidades que são diferenciais e encontram melhor remuneração em 70

muitos laticínios, pois elevam substancialmente o rendimento lácteo na indústria; e finalmente o maior período de produção das vacas, encurtando o tempo de arraçoamento das matrizes secas. Com esse cenário definido, o produtor sabe que precisa de animais rústicos e produtivos, características até certo ponto contraditórias. Todavia o perspicaz pecuarista brasileiro encontrou nas raças zebuínas de dupla função a alternativa que preenche estes requisitos. Mas há um problema: a persistência das lactações. Durante décadas o foco dos selecionadores de genética zebuína leiteira foi uma expressiva lactação


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para demonstrar o potencial produtivo, agregando a isso o fato de naturalmente produzirem leite com elevados teores de sólidos totais. Com as dificuldades impostas pela reduzida margem de lucro e aumento gradativo dos custos de produção, a vaca Zebu, além de produzir leite rico em gordura, deve emprenhar no menor espaço de tempo para garantir uma cria ao ano e produzir pelo maior período possível, aproximando a seleção genética às necessidades das fazendas de produção. Acredita-se que a nova trincheira seletiva será uma vaca de lactação persistente, emprenhando o quanto antes para garantir sua próxima fase produtiva e permanecendo em lactação por um número maior de dias. Este processo abreviará o tempo de trato das vacas secas, gerando uma substancial economia com alimentação. Essa vem se tornando atualmente a principal e mais importante característica de seleção para o Zebu Leiteiro. Como é dito no curral, “não adianta criar vaca de tiro curto”, por ser antieconômica. A moderna vaca de leite deve ser de tiro longo, visando 305 dias de lactação padrão, referência no mundo inteiro. A raça Sindi partiu na fren-

te, demonstrando que isso é possível e propondo por meio do Diretor da Associação Brasileiras dos Criadores de Sindi, Adaldio Castilho, a criação da categoria persistência nos torneios leiteiros homologados pela ABCZ. Isto tem criado um ambiente favorável na avaliação da característica persistência também no PMGZ/Leite. Para concorrer na categoria persistência a matriz deve estar parida de 180 dias no mínimo e, já ter diagnóstico de prenhez positiva. Sabemos que fisiologicamente isso se traduz num desafio às vacas zebuínas, que normalmente vão diminuindo a produção de leite depois de emprenharem. Por isso, a importância de focar a moderna seleção leiteira em indivíduos produtivos, com longas lactações e que emprenham em menor espaço de tempo. Com a produção de 25,3kg de leite ao dia, prenhe de quatro e parida de seis meses a matriz Paz FIV da Estiva, da Reunidas Castilho,tornou-se a primeira e única vaca, dentre todas as raças, a estrear a categoria Persistência no Torneio Leiteiro na ExpoZebu 2014. O objetivo desta categoria é valorizar as fêmeas zebuínas que, mesmo após o pico de lactação, continuam registrando altas produções. Esta premiação

abriu caminho para outro grupo de matrizes da Fazenda de Adaldio Castilho para competir nesta categoria na ExpoZebu de 2015. O Sindi Castilho, de Novo Horizonte/SP, fornecedor de genética dos principais rebanhos nacionais para leite ou corte, já entrou na nova era do melhoramento. Atualmente seu principal critério de seleção está direcionado para a persistência das lactações de suas fêmeas. Na outra ponta da seleção para dupla função observamos que as vacas com esta característica, desmamam bezerros mais pesados, visto que alimentam melhor e por mais tempo as suas crias, sem ter dificuldade na reconcepção e garantido sua cria para o próximo ano sem muito esforço. A seleção para persistência traz aumento de lucratividade para a atividade leiteira e eleva a taxa de desfrute do gado de corte, permitindo ao produtor o aumento dos seus índices produtivos e reprodutivos ao mesmo tempo. A raça Sindi desponta como ferramenta indispensável para a evolução da pecuária produtiva brasileira, com lastro Zebu adequado ao mundo tropical, ampliando a competitividade do pecuarista do país na produção de alimentos de origem bovina.

Arthur Targino Criador e consultor técnico Fotos: JMMATOS

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Foto: JM Matos

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Foto: JMMATOS

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ABCI trabalha para revitalizar o Indubrasil Durante a Expozebu, realizada entre os dias 03 e 10 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba, os criadores de Indubrasil participarão de alguns eventos importantes da raça, entre eles a entrega da Comenda Indubrasil, que homenageará os criadores que mais se destacam no meio. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil (ABCI), Roberto Fontes de Goes, 2015 é um ano de muitas expectativas. “Ano passado a associação realizou um trabalho de revitalização da raça trazendo, inclusive, novos criadores e este ano os frutos serão colhidos em maio”, garante o presidente. Conforme a programação, no dia 02 de maio haverá o lançamento do site e da revista Indubrasil,

editada pela ABCI para promover a raça. No dia 05, a partir das 9h, será realizada uma reunião entre a diretoria e os criadores para discutirem assuntos pertinentes ao Indubrasil. O encontro acontece na sede da ABCI. No dia 06 será realizado o Simpósio Indubrasil Carne e Leite para os criadores da raça, na sala de reunião da diretoria da ABCZ. De acordo com o presidente da ABCI, neste simpósio haverá a participação de um técnico que discutirá junto com os presentes assuntos ligados à raça que serão posteriormente incluídos em um documento que será entregue à diretoria da ABCZ. No dia 07 de maio tem início o julgamento de animais Indubrasil, tendo como jurado Roberto 76

Winkler. Neste primeiro dia, o trabalho tem início às 14h, na pista Torres Homem Rodrigues da Cunha. No dia 08, o trabalho na pista ocorre no mesmo horário. Ainda no dia 08, acontece a entrega da Comenda Indubrasil para os criadores que vem se destacando e contribuindo para a promoção da raça. A relação dos homenageados não foi divulgada e será conhecida somente no dia. O evento será realizado na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil, no Parque Fernando Costa, a partir das 19h30. No dia 09 de maio, o julgamento de animais da raça terá início às 7h30. A festa de encerramento e entrega das premiações dos Grandes Campeões da ExpoZebu será realizada a partir das 11h30.


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Foto: JMMATOS

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Foto: JG Martini

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Criatório Equitana – BEABISA

Muito mais que um negócio, o amor e a dedicação ao trabalho com cavalos são a satisfação de Beatriz Biagi Por Fany Michel / Fotos: ZZN Peres

Desde pequena, Beatriz Biagi Becker é apaixonada por cavalos. Em 1975 iniciou a lida com o Mangalarga, quando ingressou na UNESP Jaboticabal e recebeu de presente do pai, Maurilo Biagi, exemplares da raça. Na década de 1980, em Esteio/RS, entrou em contato com criadores do Sul e aprendeu a admirar as qualidades da raça. “Além do padrão racial, o que diferencia o crioulo é sua resistência, rusticidade e temperamento de sela na lida do trabalho no campo, é muito versátil na lida do campo, todas as funções são desempenhadas com excelência, principalmente apartação”, declara Beatriz. Em 2005, motivada pela versatilidade e funcionalidade da raça, com grande potencial para tra-

balho e esporte, a Beabisa Agricultura investiu em alguns animais de origem BT, com objetivo de competirem em provas de Team Peanning e Tambor. Tais habilidades foram confirmadas e estes animais são ideais para os exigentes critérios que norteiam sua seleção. Um ano depois, foram adquiridas mais algumas éguas e o plantel do Crioulo da Equitana estavam formados. Beatriz é colaboradora do projeto social desenvolvido com a Fazenda Vassoural, a Associação de Equoterapia Vassoural (AVE), insti-

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tuição sem fins lucrativos sediada na cidade de Pontal/SP e seus animais Crioulos também participam. “Usamos o cavalo no projeto sim, eles são dóceis, sensíveis e capazes de interagir com o praticante de forma ímpar. O Cavalo Crioulo transmite estímulos importantes


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para uma boa adequação do tônus, devido a isso utilizamos o cavalo, preferencialmente, em praticantes hipotônicos (diminuição da contração muscular). O que ajuda ainda mais o cavalo em relação às outras raças seria o tamanho que favorece a intervenção dos terapeutas sem dificuldades”, declara Biagi. O foco do Criatório Equitana é a produção de animais aptos a participarem de provas de marcha, funcionais, lazer e trabalho, preservando a rusticidade e bom andamento. Com participação em várias competições, “a que mais marcou foi a premiação na prova de Team Penning do Rodeio de Barretos no ano de 2008, ficando à frente de diversos trios formados por outras raças específicas deste tipo de competição” lembra a criadora. Desde 2012 participou de exposições em algumas cidades do estado de São Paulo. Na cidade Santa Rita do Passa Quatro, na Estância Tamareira, ganhou o prêmio de Campeã Potranca Maior e Incentivo Fêmea no ano de 2013 e o segundo prêmio de Incentivo Macho no ano de 2013. Em 2014, em Campo Grande /MS, fez uma Campeã Égua menor. A região sul do país é a maior criadora de Crioulo, mas a raça está em pleno crescimento na região centro-oeste. “Hoje a procura por animais da raça para atividades de serviço e lazer vem crescendo bastante. O crioulo por ser um animal com uma rusticidade absurda e habilidade com trabalho tem ajudado bastante o crescimento”, finaliza Beatriz. 83


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Eventos no centro do país são passaporte para a integração

A série de eventos promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) nas regiões de fomento estão contribuindo de forma a difundir a raça Crioula nos mais diversos públicos. E uma das primeiras grandes etapas do passaporte Morfológico, que classifica animais para a grande final em Esteio (RS), durante a Expointer, ocorreu em um dos principais eventos promovidos pelos neloristas: a Expo Nelore, em Avaré (SP). A exposição no município reuniu 40 animais confirmados em pista, número que garantiu o pre-

enchimento de quatro vagas na decisão. Esse foi o segundo ano consecutivo em que o Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel se torna palco da abertura do ciclo de semifinais da modalidade. Também em mais uma oportunidade a seletiva foi realizada junto à Expo Nelore Avaré, iniciativa que novamente atraiu o olhar de públicos distintos ao cavalo da raça Crioula. Na avaliação do presidente do Núcleo Sem Fronteiras de Criadores de Cavalos Crioulos, Edmond Farhat Júnior, a prova repetiu o sucesso da edição anterior e vem 84

contribuindo com os objetivos de fomento na região. “É um evento que vem sendo construído, está só em seu segundo ano, mas que já pode ser visto de forma muito positiva para a região”. Ainda segundo Farhat, a coincidência de datas com outros importantes eventos de diferentes áreas também é estratégica para a expansão. “Nós procuramos fazer eventos visando o criador, não necessariamente o “consumidor”, e trazer essa movimentação para cá contribui com essa aproximação entre os criadores da própria raça e também com os demais repre-


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sentantes de destaque na pecuária regional, como é o caso do Nelore”, relata o gestor. Fahrat salienta o apoio da organização da Expo Nelore na difusão do cavalo Crioulo para os participantes do evento. “O Nelore é a raça do Brasil. Estamos em uma exposição onde vamos dividir pista com esta raça, sendo vista pelos grandes criadores. E o cavalo Crioulo é uma raça com habilidade, docilidade e rusticidade para trabalhar junto com o Nelore”, ressalta. Para o vice-presidente de comunicação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) Onécio Prado Junior, realizar o evento junto com a Expo Nelore foi uma grande oportunidade de divulgação junto aos principais criadores desta raça no país e a ideia é difundir o cavalo Crioulo com esse público. Muitos criadores já estão aderindo à raça Crioula para o trabalho no campo. “A criação do Nelore comercial é uma criação extensiva em grandes áreas. O Nelore é um animal mais rústico e isso faz

com que exista uma necessidade maior do cavalo como instrumento de trabalho. Temos certeza que teremos uma expansão muito grande no cavalo para trabalho. É um cavalo resistente e sentimos a satisfação do peão que ele está aceitando o Crioulo”, reforça. Recebendo expositores de cinco estados brasileiros - São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro - a exposição demonstrou ser um momento de integração e fomento da raça. Para Mariana Franco Tellechea, da Cabanha Basca, a investida em trazer animais a uma distância de 1,5 mil quilômetros provou-se novamente certa e o resultado premiou os esforços. A proprietária vinda de Uruguaiana (RS) e que no ano passado já havia passaporteado seus animais na pista de Avaré, desta vez viu garantida a presença de um exemplar do criatório. “Nós fomos muito bem recebidos pelos criadores locais e pelo núcleo, então não poderíamos deixar de vir novamente”, conta Mariana.

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E a ABCCC terá uma extensa agenda de atividades em quatro estados brasileiros e no Distrito Federal, gerando mais oportunidades para que os interessados conheçam a raça Crioula. Já em Maio, a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, recebe mais uma edição do passaporte morfológico para a Expointer nos dias 2 e 3. A cidade de Itu (SP) recebe credenciadora ao Freio de Ouro entre os dias 8 e 10. E o município de Sapucaia (RJ) será sede também de uma etapa morfológica que credencia para a Expointer, entre os dias 22 e 24. Em julho a programação inicia com a morfologia passaporte em Campo Verde (MS), nos dias 3 e 4. Itú, no interior de São Paulo, volta a receber um evento do cavalo Crioulo de 9 a 12, com a classificatória aberta ao Freio de Ouro. E a capital federal, Brasília, será o palco de um passaporte para a Expointer e uma classificatória ao Freio de Ouro entre os dias 15 e 19. A agenda completa pode ser conferida no site www. abccc.com.br


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SENEPOL

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SENEPOL

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Com apenas 15 anos no Brasil, a

raça Senepol caminha a passos largos Uma das ferramentas mais eficazes para atingir heterose a pasto, o taurino mostra os seus benefícios na quantidade e qualidade da carne produzida

A raça Senepol apresenta crescimento acelerado no mercado nacional, suas características excepcionais fortalecem a comercialização do taurino que, a cada ano, conquista novos criatórios e se expande pelo território nacional. Os animais puros da raça adornam os pastos de 17 Estados do Brasil e o Distrito

Federal, que juntos somam 35 mil animais registrados na Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol). Na premissa pontuamos que o Senepol ornamenta as pastagens do Brasil, de fato a assertiva é comprovada na prática. “A raça demonstra que, para o pecuarista 88

produzir carne com qualidade, não é necessário mudar o manejo, pois uma das grandes vantagens do touro Senepol é a capacidade de cobrir vaca a campo”, afirma Gilmar Goudard, presidente da ABCB Senepol. A raça é ideal para o cruzamento a pasto pelas características adaptativas. Apresenta, nos resul-


tados observados, a heterose (vigor híbrido ou choque sanguíneo), que consiste na capacidade de melhorar o desempenho dos animais oriundos do cruzamento entre Senepol e outras raças, em que as progênies contam com maior produtividade, resistência e precocidade. Proveniente do cruzamento industrial, a heterose, apresenta resultados promissores quando se utiliza, por exemplo, o Senepol com raças zebuínas. Essa ferramenta oferece benefícios econômicos, pois melhora em até 30% o desempenho de características produtivas – peso

ao desmame e antecipação de abate. “A heterose é um fenômeno que acontece no cruzamento entre taurino e zebuíno, principalmente com Senepol e Nelore. Os produtos originários desse acasalamento são muito rústicos, produtivos e com velocidade de ganho de peso maior. Além da heterose, muitas vezes o Senepol entra com o caráter mocho, pelo zero, docilidade, e outros fatores que agregam valor ao produto final”, acrescenta o superintendente técnico da ABCB Senepol, Celso Menezes.

O taurino Senepol puro, ou o animal proveniente do cruzamento entre Senepol e Zebu, é capaz de atingir 18 arrobas no período de 22 a 24 meses, expressando alto rendimento de carcaça e um produto de qualidade – a carne de Senepol não apresenta marmoreio, mas conta com uma cobertura de gordura capaz de garantir maciez ao alimento. Ademais, as condições de adaptabilidade corroboram para que o taurino apresente os resultados visualizados — a expansão expressiva no território nacional.

A raça demonstra que, para o pecuarista produzir carne com qualidade, não é necessário mudar o manejo, pois uma das grandes vantagens do touro Senepol é a capacidade de cobrir vaca a campo” Gilmar Goudard, presidente da ABCB Senepol 89


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GO MG

MS SP

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PR SC RS

Criadores de Senepol estão presentes em 17 estados + DF. Fonte: ABCB Senepol 2015.

Os dados comprovam, Senepol cresce vertiginosamente O Senepol cresce em média 35% ao ano. Atualmente os criadores conseguem observar os benefícios que o taurino proporciona ao plantel, com base nos resultados alcançados. “O Senepol é uma raça extremamente nova, mas que já demonstrou o seu potencial para contribuir com a melhoria e quantidade da carne produzida no cenário na-

cional. Com 15 anos, a raça proporciona grande eficiência produtiva”, aponta Goudard. Além das verificações realizadas por pecuaristas, os dados comprovam que a procura por animais da raça aumentou, o Senepol atingiu em 2014, segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), o ranking de terceiro lugar em volume de sêmen produzido, alcançando a marca de 240.591

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doses – crescimento de 277% se comparado a 2013. Os touros nacionais Senepol se destacam como ótimas ferramentas para a realização de IA, IATF e FIV, resultando, no último ano, na comercialização de 143.567 doses. A confirmação das qualidades da raça é expressa nos remates, no último ano a movimentação foi de R$ 33,6 milhões, valor que aponta para um crescimento de 107% se comparado a 2013, que atingiu no ano R$ 16,2 milhões, com base em dados apontados pela DBO. Dessa forma, houve em 2014 a negociação de 2.650 lotes, em 29 remates. De toda comercialização realizada no último ano, 20 delas contaram com ponto de apoio em Uberlândia (MG). Consequentemente, é possível pontuar, com os registros da ABCB Senepol, que Minas Gerais é a vitrine da raça Senepol, contando com 10.665 animais registrados, seguido por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Goiás. O número de criadores no Estado mineiro somam 97, do total de 273 pecuaristas em todo o País. Por Karina Mamede Berrante Comunicação


O SENEPOL COMEMORA 15 ANOS NO BRASIL. E QUEM CRIA SENEPOL, ESTÁ HÁ 15 ANOS COMEMORANDO!!! Uma verdadeira ferramenta eficaz da pecuária moderna capaz de entregar resultados de forma; Simples e Lucrativa. Simples: sem exigência de novos hábitos no seu rebanho, na sua metodologia de criação, um animal de alta adaptabilidade e resistência. Lucrativa: pecuária de alta performance, provado no cruzamento industrial, aprovado no aprimoramento genético, singular nos resultados. Conheça mais sobre o Senepol, este é um convite para você também comemorar.

www.senepol.org.br Rua: Tupaciguara, nº 296, Bairro Aparecida CEP: 38400-618 - Uberlândia-MG Fone: (34) 3210-2324 | (34) 9962-4357 senepol@senepol.org.br e91marketing@senepol.org.br


SENEPOL

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Por DEP Propaganda / Fotos: DEP Propaganda

Senepol 3G

Nasceu grande e cresceu maior ainda Nada além da perfeição, é com esse lema que a família Garcia evolui no agronegócio. É nessa linha de pensamento comum que a empresa procura o que há de melhor para oferecer ao mercado. A história da Agropecuária 3G começa com a imigração do patriarca da família, o espanhol André Garcia Camacho, para o Brasil. Instalado em uma fazenda próxima a Jaboticabal/ SP, constituiu uma família com o que

obteve em seu trabalho na lavoura. Seu filho, Sebastião, foi seu sucessor e o neto, Paulo Eduardo Garcia, fundou com seus filhos a Agropecuária 3G, uma referência às três gerações que desenvolveram as propriedades que a constituem. Com as fazendas voltadas para a produção de cana-de-açúcar e gado de corte, os agricultores e pecuaristas iniciaram a prática de confinamento, além da produção de genética 92

bovina com o Senepol. O primeiro contato com a raça foi em 2007, quando o médico veterinário Sebastião Garcia Neto foi para os Estados Unidos para fazer um estágio na fazenda Sacramento Farms. Há quatro anos, depois de voltar ao Brasil, na fazenda Santa Inês, localizada em Barretos/SP, começou a investir no Senepol. Para a família, a escolha foi a melhor possível, pois além da raça ter sido provada extre-


mamente resistente e adaptada, ela é pura e está em plena expansão no Brasil. Um dos melhores atributos da raça é o fato dos animais nascerem pequenos e sem problemas nos partos, além de terem um desenvolvimento extraordinário. Os machos possuem alta performance em ganho de peso e as fêmeas apresentam alta

precocidade sexual, sendo destinados ao mercado por bons preços. A empresa testa sua produtividade em programas para seleção de novilhas com genética de ponta. A 3G termina animais meio sangue frutos de Senepol puro e com alto rigor de seleção, onde até animais puros são abatidos por detalhes de avaliação que não se encaixam no padrão de qualidade exi-

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gido para o mercado de genética. É com pressão de seleção, organização, tecnologia bem aplicada, planejamento e responsabilidade técnica que toda a família 3G se apronta para fornecer ao mercado o melhor Senepol que pode produzir. Senepol 3G nasceu grande e cresceu maior ainda, para oferecer a você somente o melhor.


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Testes de eficiência alimentar busca aperfeiçoar a seleção de Senepol A fim de realizar avaliações de eficiência alimentar, a Senepol 3G firmou uma parceria com o Instituto de Zootecnia e o Centro APTA - Bovinos de Corte, localizado no município de Sertãozinho. Segundo o zootecnista André Lasmar Guimarães, o objetivo do teste de eficiência alimentar é identificar os animais mais eficientes em relação ao aproveitamento dos nutrientes dos alimentos utilizando o Consumo Alimentar Residual (CAR), que é uma medida de eficiência alimentar baseada na diferença entre o consumo de matéria seca (CMS) observado e o CMS predito com base no peso vivo metabólico e ganho médio diário. Para o proprietário do Sene-

pol 3G, Neto Garcia, é de suma importância para os criadores a realização de provas e testes de avaliação dos animais. “Para nós da Senepol 3G que sempre buscamos o melhor é muito importante a prova do Instituto de Zootecnia, pois trabalhamos desde os acasalamentos das melhores doadoras com os melhores reprodutores sempre em busca da perfeição e para completar e nos garantir de que fizemos um trabalho bem feito, enviamos esses animais para a avaliação para saírem chancelados com uma certeza de quais realmente são os indivíduos melhoradores do rebanho, para então disponibilizarmos ao mercado e à pecuária nacional somente os animais destaque dentro 96

das avaliações. Com isso fazemos sempre o melhoramento genético dentro de nosso criatório, fornecendo embasamento técnico para que possamos caminhar sempre para o melhor da raça.” Lasmar explica a primeira etapa do teste de eficiência alimentar deu início em dezembro de 2014 e finalizou em fevereiro de 2015, com 70 animais, sendo 40 machos e 30 fêmeas, com idade inicial de 10 a 12 meses. De acordo com o zootecnista, durante o teste, 20 dias foram destinados para adaptação dos animais à dieta, instalação e sistema de alimentação e 70 dias de avaliações. Na determinação do CAR foi obtido o peso dos animais através de pesa-


gens quinzenais e o consumo diário individual de alimento. “Buscando animal de alta eficiência econômica, não devemos priorizar somente a eficiência alimentar, por isso, outras avaliações de grande interesse foram realizadas no período do teste, como a avaliação de carcaça por ultrassonografia, relacionando área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e espessura de gordura da garupa com as características de eficiência alimentar”, garante. O zootecnista acrescenta que avaliações de características morfológicas também são primordiais para identificar animais equilibrados e harmônicos e que tenham alta correlação com o ganho de peso, assim, foram realizadas as medidas de altura da garupa, perímetro torácico e comprimento corporal. Características de fertilidade e precocidade também foram determinadas nos machos através do perímetro escrotal, a fim de se obter e complementar

informações pra raça Senepol. Já nas fêmeas, foram realizadas duas avaliações de ultrassonografia do trato reprodutivo com intervalo de 15 dias, com o objetivo de quantificar a população folicular e verificar a ciclicidade das novilhas. Os machos estão sendo reavaliados em um segundo teste de eficiência alimentar e será finalizado agora no mês de maio, com mais de 70 dias de avaliação. “O objetivo desta reavaliação, denominada “reranking”, será a reclassificação dos machos quanto ao CAR nas mesmas condições do primeiro teste. Informações sobre “reranking” vão aumentar a compreensão e consistência sobre o CAR em animais da raça, podendo oferecer uma oportunidade para a seleção de animais que mantêm a eficiência alimentar em idade mais avançada”, afirma Lasmar. Para Garcia, a expectativa a respeito do reranking é, mais uma vez, buscar o melhor. “Temos sempre

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que inovar com as tecnologias de avaliação dos animais. Esperamos que a reavaliação dos animais nos tragam bons resultados para que possamos ter mais uma ferramenta para selecionar os ícones do grupo, para melhorar cada vez mais nossa produção de carne de forma mais econômica, nos tornando cada vez mais competitivos no cenário mundial. Acreditamos muito nos pesquisadores do IZ, que nos apoiaram para fazer esse teste, e creio que dependendo dos resultados podemos ter muitas mudanças nas técnicas de avaliação de eficiência alimentar. Lasmar conta ainda que sendo a alimentação um dos maiores custos na atividade de bovinocultura de corte intensiva, buscar animais mais eficientes na utilização dos nutrientes ajuda a reduzir os custos de produção. “Estudos realizados no Brasil têm sido direcionados, principalmente, em animais da raça Nelore e seus cruzamentos, e tendo em vista


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o crescimento e o mercado em que a raça Senepol está atingindo no país, pecuaristas com visão empreendedora estão buscando ferramentas a fim de avaliar e selecionar animais que são realmente eficientes, valorizando e promovendo o crescimento da raça”, garante. Após a conclusão do teste, os animais serão ranqueados individualmente a fim de selecionar os que foram superiores ao grupo de contemporâneos. Estes animais selecionados serão futuros reprodutores e matrizes, e vão disseminar a genética e o potencial que a raça Senepol vem apresentando no cenário atual da pecuária de corte, tanto para eficiência alimentar (CAR), quanto para características de carcaça e reprodutivas. Lasmar explica a importância do teste para a raça. “A raça Senepol desde sua formação inicial teve como princípio obter animais funcionais, sob as mais diferentes condições de manejo, pastagem e clima. Com isto, pecuaristas estão buscando ferramentas para selecionar os

animais individualmente dentre as características de maior interesse econômico garantindo maior rentabilidade a atividade. O teste de eficiência alimentar visa à seleção de reprodutores e matrizes superiores, no que diz respeito ao aproveitamento de alimentos, ganho de peso e, consequentemente, maiores produtividades em carcaça e produção de carne. Esta é a forma que Neto Garcia escolheu para demonstrar aos interessados na raça Senepol o caminho que deve ser dado ao melhoramento dos animais, diante do crescimento da raça no país, da necessidade futura do mercado e da grande demanda de touros e matrizes. Desta forma, o teste de eficiência alimentar aliado às diversas avaliações realizadas com precisão nos animais irá contribuir com o desenvolvimento e aprimoramento da raça no Brasil”, finaliza Lasmar. Para o futuro, Garcia espera que, com os dados obtidos em mãos, poderá utilizar as informações no melhoramento genético desses animais, direcionando os acasalamentos corretos para corrigir algumas falhas caso

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tenham e, sempre buscar melhorar os indivíduos. E, complementa “com a realização deste teste e de outros futuros que continuaremos a realizar esperamos buscar sempre o animal melhorado e termos a garantia e a certeza de que estamos produzindo, reproduzindo e aumentando somente o que temos de melhor. E assim quando disponibilizarmos esses animais para venda termos a garantia de que estamos oferecendo ao comprador o que temos de melhor dentro da Senepol 3G”. A exemplo disso, a Senepol 3G realizará o 3G Weekend, de 13 a 16 de maio, disponibilizando somente os animais melhores avaliados nesse teste do IZ e destaques da raça que a Senepol 3G tem no plantel. “Estaremos disponibilizando, dia 13 de maio, 45 touros avaliados pelo IZ, dia 14 de maio 600 embriões das doadoras Top Master da 3G e dia 15 de maio, doadoras e futuras doadoras que serão ofertadas no 2º Leilão Estrelas do Senepol 3G”, completa Garcia.


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As safiras da Genetropic Fêmeas qualificadas em programas específicos de avaliação se tornam joias valiosas no Senepol da Fazenda Gratidão Quando o cientista inglês William Bateson (1861-1926), pai da genética, iniciou seus estudos sobre hereditariedade e variações de genes, não podia imaginar que pouco mais de 110 anos depois suas descobertas se encaixariam com tanto esplendor numa fazenda na cidade do Prata/MG. Pois lincando a ciência de Bateson com a exigência climática

da maior pecuária do mundo nasceu a Genetropic, uma marca referência na produção do taurino adaptado aos trópicos que está conquistando criadores em todo o Brasil. A Genetropic volta ao mercado este ano com animais que carregam um currículo que prova a importância de selecionar com o foco em produção de carne a campo em maior quantidade, mais qualidade e 100

menos tempo. A marca fundada em 2005 por Jairo Ferreira Lima se tornou reconhecidamente uma das mais importantes do Senepol brasileiro, graças à busca constante por animais melhores e melhoradores, para multiplicação através de biotecnologias de reprodução, como FIV e TE. Convencido do poder de heterose, adaptação e precocidade se-


xual e de acabamento de um touro Senepol, percebeu que a demanda teria um crescimento vertiginoso. No mesmo tamanho dessa oportunidade comercial vinha a responsabilidade de qualificar cada indivíduo. Foi então que a Genetropic assinou embaixo a implantação em 2009 do programa Safiras do Senepol, em Pirajuí/SP, pelo grupo Parceiros do Senepol, que a Genetropic também ajudou a fundar dois anos

antes, ao lado de Grama Senepol e Santa Helena Senepol. Já passaram pela prova até março deste ano 1.200 fêmeas jovens. As mais bem classificadas foram transformadas em doadoras de embriões, para dar volume a essa qualidade toda. E isso combinou a ciência descoberta por Wiliam Bateson com o slogan que Jairo ligou à sua empresa pecuária: uma seleção de resultados, que a Genetropic es-

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banja no papel e, principalmente, no campo. Safiras – Tem sido comum observar nos grandes leilões da raça Senepol, no Brasil dos últimos cinco anos, um interesse muito grande pelos lotes ofertados pela Genetropic. A razão é um critério rigoroso de seleção imposto por Jairo nas discussões com os principais técnicos da raça. “Dedico muito do meu tempo estudando os acasalamentos, para que cada geração de bezerros tenha chance de revelar animais melhores e mais funcionais”, comenta Jairo Ferreira Lima. A Genetropic ainda foi em 2011 com Grama e Santa Helena aumentar a variabilidade genética do seu rebanho, adquirindo animais de ponta na Ilha de Saint Croix, berço da raça, no Caribe. “Trouxemos os melhores animais WC e CN, para ter a chance de formar aqui um Senepol comple-


to, com as distintas características dos dois lados da ilha”, afirma. Essas ações deram base para o crescimento do programa Safiras. São sete as características morfológicas e fisiológicas que classificam um grupo contemporâneo de fêmeas inscritas no programa com idades entre 13 e 14 meses. As 10% de melhor ranking na avaliação recebem, após 100 dias de prova, a classificação de Safiras Top 10. As novilhas que formam o grosso da pirâmide são denominadas Safiras Elite e Superior. E as demais viram matrizes, futuras mães de touros de repasse. A soberania da Genetropic está nas estatísticas desse programa. Volume – Todos os anos, desde 2010, o grupo Parceiros organiza uma semana de distribuição de genética, que foi batizada de Vitrine do Senepol, com leilões dos principais touros produzidos pelos integrantes do núcleo – hoje são 43 fazendas – e com doadoras qualificadas no programa Safiras. Só as mais bem ranqueadas podem fornecer os embriões procurados pelo mercado para multiplicar rebanho. A Genetropic, sempre em virtude de tanto rigor na seleção, é a primeira com permissão e condição técnica para elaborar um leilão

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denominado Safiras do Senepol fora do Vitrine, graças à demanda de mercado e ao volume considerável em seu plantel de fêmeas muito bem qualificadas, das mais recentes ou das primeiras Safiras chanceladas e cada vez mais produtivas. “Isso representa o diferencial da qualificação, aliado à consistência genética comprovada pelos resultados alcançados aqui”, define o titular da Genetropic. Pódios – Foi ficando, com isso, cada vez mais comum a Genetropic revelar indivíduos credenciados como melhoradores, não só entre as fêmeas, mas também machos como Tropical 12, Vale 15, Canal 365 e Caribe 35, um dos ícones da raça morto em outubro de 2014, até jovens reprodutores que fornecem sêmen depois de passar por crivos importantes em avaliações modernas que incluem eficiência alimentar, casos de GENE Igapó 590 e GENE Vale 616, destaques em prova de CAR no IZ. A Genetropic submete 100% dos seus machos a avaliações e muitos deles ocupam as primeiras páginas do sumário Geneplus, da Embrapa. A grande maioria está cobrindo a campo na pecuária comercial e/ou repassando vacas puras para formação de rebanho.


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Fôrmas – Só grandes

mães podem fabricar esses touros, que garantem, estatisticamente, rendimento médio 30% superior a campo, com sustentabilidade e qualidade de carne. Aí reside a importância da qualificação de fêmeas e das Safiras já identificadas pela Genetropic, inclusive para formar o

primeiro compromisso comercial, o Leilão Virtual Safiras Genetropic, dia 29 de maio – veja anuncio nesta edição. Se só os números convencem, então são incontestáveis as 5 das últimas 9 melhores Safiras ranqueadas pelo programa. Desde 2013, a prova tem duas edições

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anuais e, com a implantação do sistema Intergado de medição de eficiência alimentar das fêmeas, os coordenadores criaram para o programa um pódio que o desempenho delas no teste determina, baseado em conversão alimentar, peso, carcaça e escore do trato reprodutivo – inclusive população folicular.


do, pois o crescimento do Senepol no Brasil – média de 30% ao ano – passa por esse processo de qualificação de doadoras. E o interesse do mercado virou cobiça pelos melhores indivíduos, muitos deles com a tatuagem GENE, o que explica a liquidez da marca e sua natural valorização. Só para citar as mais recentes, GENE Montanha 1119, vice em março, foi vendida em abril, no Leilão Grama 16 Anos, para o criador Paulo Kehdi,

Pois foram da Genetropic as duas primeiras campeãs, ambas filhas de Caribe 35, sendo que na segunda edição, encerrada em agosto de 2014, as três melhores tinham o sobrenome Genetropic – na anterior, foram campeã e vice e, na que terminou em março último, a segunda melhor. Foram premiadas no meio de 288 fêmeas classificadas Safiras. Entre as Top 10 da chamada “Era Moderna” (duas avaliações anuais

e o sistema Intergado), a Genetropic classificou 12 entre as 50 (24%). Foram 56 as Safiras Elite ou Superior, de um total de 229 novilhas assim classificadas. Se somarmos as seis edições anteriores às três já mencionadas, essa conta sobe para 60 Safiras Top 10 e 135 Safiras Elite/ Superior. Uma predominância que o mercado tem reconhecido. Desprendimento – A qualidade desse histórico não passaria incólume por nenhum merca-

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que pagou R$ 69 mil por 50% dela. GENE Rima 900, campeã em agosto’14, foi arrematada pelo Senepol JMO, de Rio Verde/GO, no leilão Genética Parceiros, em setembro, por R$ 144 mil. Para quem perguntar de onde vem essa valorização toda, a resposta foi encontrada em janeiro deste ano. Na primeira aspiração, aos 20 meses, GENE Rima 900 forneceu 56 oócitos e validou 23 embriões. “Esse é o objetivo da qualificação e ela já está perto de se pagar na primeira coleta”, ressalta o técnico Alex Marconato, da S+, que presenciou o trabalho na fazenda, em Rio Verde. Jairo ressalta que essas contas não perfazem uma ciência exata, mas uma biologia muito próxima de cumprir os objetivos em pecuária. “Esse valor não é regra para todas as doadoras, claro, mas se colocamos à venda é porque elas têm capacidade de produzir igual e o mercado sabe disso”, alerta.

Garantia – Esse histórico acaba se tornando uma garantia de


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procedência, a credibilidade que a Genetropic sempre buscou. “O Jairo jamais levaria em leilão um animal que não fosse de sua extrema confiança”, atesta Júnior Fernandes, da S+ e da Grama Senepol. “E olha que ele é exigente”. A S+ é a empresa que coordena o grupo Parceiros do Senepol e presta assistência técnica e comercial aos criadores através de Júnior Fernandes, Alex Marconato e o também médico veterinário Luciano Aranha.

Dá para imaginar, então, o que vem aí no leilão do dia 29. A Genetropic selecionou algumas de suas doadoras que formaram o padrão genético da fazenda Gratidão e agora vão produzir em outros criatórios. “São muito produtivas e o processo de melhoramento genético exige essa renovação no rebanho”, justifica. Como o Senepol ainda é, com 15 anos no Brasil, uma raça com poucas gerações, a Genetropic quer dar a outros criadores a chance

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de fazer volume com essa mesma genética. As Safiras selecionadas, antes mesmo dos seis anos de vida, também terão no leilão filhas chanceladas Safiras. “Elas já estão pertinho de se tornarem avós e deixam descendentes aqui na fazenda de muita consistência, algumas levam bezerros ao pé, todas amamentam bem e mantém no campo a mesma funcionalidade e prolificidade que as credenciou Safiras”.


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Grama reforça sua história no Leilão 16 Anos

O Leilão Grama 16 Anos e Convocados entrou para a história por ter superado o recorde de valorização que era da própria Grama. O reconhecimento do mercado à genética desenvolvida pelo criatório que introduziu no ano 2.000 a raça no País na forma de embriões elevou a média dos lotes ofertados no dia 8 de abril, em Lins/SP, a R$ 71.040,00, acima dos R$ 70.034,00 de 2014. A diferença é que em 2014 foram 29 lotes, sete a menos que o deste mês de abril. O faturamento total do Leilão Grama 16 Anos ultrapassou R$ 2,5 milhões, graças à

diversidade de categorias ofertadas. De cara, um botijão especialmente decorado com 160 doses de 64 raçadores consagrados do Senepol mundial foi arrematado por Pedro Crosara (Santa Luzia) e Marcello Carvalho Toledo pelo valor de R$ 73.500,00. O lote 02, com 30 embriões (dois pacotes de 15) de GENE Rima 900, campeã do Safiras 2014.1 em agosto de 2014, foi ofertado pela JMO Senepol e arrematado por André Sanchez, Fernando Marangon e a parceria Ivo Reich/Roberto Coelho, pelo valor total de R$ 103.500,00. A prenhez de fêmea da doadora 108

Grama 243 com opção de acasalamento com Chesterfield ou Blondie, ofertada pela Grama no lote 03, foi arrematada por R$ 45 mil por Camilo Gomes Leal (Senepol Água Comprida). Outros três destaques foram as jovens doadoras classificadas no Safiras do Senepol, no final de março de 2015. A campeã do teste, Excelente da Goud, teve 50% arrematada junto à parceria Grama/Santa Helena pelo Senepol JJ, da dupla Jads & Jadson. A segunda melhor, GENE Montanha 1119 FIV, ofertada pela Genetropic, também teve 50% comprada pelo selecionador Paulo


Fotos: Grecco Fotografia

Kehdi. E a terceira melhor, Graz 16, da parceria Grama/ZB Senepol, teve 33% vendida ao criatório de Juraci Martins de Oliveira (JMO Senpeol). Juntas, as três Safiras representaram R$ 612 mil de faturamento no leilão. “Outras jovens doadoras ranqueadas no programa Safiras também já tinham recebido valorização condizente com o que elas podem oferecer”, comemora Júnior Fernandes.

Outras Safiras Top 10 vendidas no leilão pela Grama e por convidados obtiveram média de faturamento de R$ 102.250,00. “Elas vão retornar a esses investidores mais rápido que eles mesmos esperam, porque tem sido assim em virtude da seriedade dessa qualificação”, explica. A estratégia de reunir os criadores num resort em Lins deu certo e muitas famílias participaram do leilão. Foram 300 pessoas que 109

desfrutaram de um ambiente festivo em que se respirou Senepol por alguns dias. Ao final do leilão, um show da dupla Jads & Jadson selou o evento. “Ficamos muito honrados com a presença de tanta gente e outros tantos acompanhando pelo Canal do Boi. Isso é um indicativo de que vamos continuar promovendo a raça com essa mesma filosofia que mistura responsabilidade e festa”, concluiu Júnior Fernandes.


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Quarenta e três anos de muita história na pecuária nacional Nestes 43 anos a revista O Zebu no Brasil é testemunha dos principais fatos da pecuária nacional. Desde o início os pecuaristas ficam por dentro de todos os assuntos discutidos na época, tomam conhecimento do que acontece nas principais feiras agropecuárias e têm notícias dos animais que mais se destacam. Para colocar um periódico circulando em nível nacional, o fundador da revista O Zebu no Brasil, Adib Miguel e sua equipe, encontram

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muitas dificuldades, pois na época as informações e notícias não tinham a velocidade de hoje. Nos primeiros anos, a revista O Zebu no Brasil foi o órgão oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, publicando informativos e a opinião dos presidentes da ABCZ, depois passou a seguir um caminho próprio e independente, sem deixar de abordar os principais temas das raças zebuínas.

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As equipes de jornalismo da revista sempre frequentaram exposições e leilões de norte a sul do Brasil, e estiveram presentes nos eventos mais importantes das raças zebuínas. Pelas páginas da revista até hoje é possível saber o que acontece nas feiras agropecuárias do país, onde muitos talvez não possam frequentar devido ao deslocamento. A revista marca presença nos principais eventos das raças zebuínas em âmbito nacional.

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As notícias em evidência No campo político, noticiou a presença de presidentes do Brasil, deputados federais e estaduais de várias regiões, bem como outras lideranças políticas nas aberturas oficiais da ExpoZebu. A entidade também facilitou reuniões entre a instituição e criadores de gado zebu, sempre lutando em prol da pecuária ao longo de mais de quatro décadas. Em todos esses anos a revista publicou reportagens sobre crises econômicas enfrentadas pelo país, como estas influenciaram a pecuária e, como os pecuaristas conseguiram superar os problemas. A revista noticiou também o auge das raças zebuínas e os períodos em que algumas estiveram em baixa. Na edição número

07, em maio de 1973, por exemplo, a raça Indubrasil estava em destaque e, a Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil programou a exposição nacional da raça. Em 1994, acompanhou e publicou matérias relacionadas ao Brahman, quando oficialmente, a raça iniciou no Brasil, com a chegada da primeira importação vinda dos Estados Unidos, sob a vigília do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na década de 1990, a revista foi testemunha da crise vivida pela pecuária leiteira no Brasil, e se manteve ativa ao divulgar a nova ascensão do Gir no início dos anos 2000. No acervo, que hoje conta com mais de 200 edições, é possí-

Fundador: Adib Miguel

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vel encontrar também imagens de animais consagrados que marcam a história do Zebu. Chumak e Deemak, animais de Torres Homem Rodrigues da Cunha, por exemplo, já eram notícia na segunda edição da revista, em novembro de 1972. Estes animais foram consagrados Grande Campeão e Grande Campeão Nelore durante a 1ª Exposição Internacional de Nelore, em Goiânia. Rubi, o grande raçador Indubrasil, premiado em diversas exposições, por exemplo, foi capa da edição nº 89, de maio/junho de 1982. O destaque na revista era também para os filhos de Rubi que fizeram todos os campeonatos da raça durante a exposição em Uberaba naquele ano, entre


ZEBU eles o Deston que foi Campeão Sênior e Grande Campeão Nacional. Na edição de nº 94, de maio/ junho de 1983, o touro Berílio, da Organização Ovídio Miranda Brito, foi o animal de capa. Ele foi consagrado Grande Campeão na Expoinel/83. Em 1889, na edição nº 133, de maio/ junho, o Grande Campeão da Exposição de Campo Grande e recordista nacional de preço no 3º Leilão Nova Índia, Thagard da NI, apresentou sua progênie, que havia recebido o 1º prêmio em Campo Grande naquele

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ano. Gardi POI da Zeb. VR foi capa da edição n 139, de janeiro/fevereiro de 1991, Faraó G da Marathaí, outro belo exemplar da raça Nelore também esteve nas páginas da revista, na edição 144, de abril/maio de 2002. Da raça Gir, Balsa TE Kubera foi capa da edição nº 163, de junho/julho de 2005, e Nefrita, então considerada a melhor mãe viva do Brasil, foi capa da edição nº 165, de setembro/outubro de 2005. Com tantas edições fica impossível citar todos os nomes de ani-

mais consagrados que estamparam as páginas da revista O Zebu no Brasil durante todos estes anos. Entre vários fatos marcantes na história das capas da revista, um ocorreu na edição nº 159, de novembro/dezembro de 2004, pela primeira vez, a revista trouxe um pecuarista. O feito foi de Angelus Cruz Figueira, junto com um dos animais premiados de seu plantel. Na época ele comemorava o título de Melhor Expositor e Melhor Criador da raça Nelore pelo terceiro ano consecutivo.

nho realizado, lutando dia-a-dia, permanecendo ausente da família para frequentar as exposições e feiras agropecuárias por todo o país. Dr. Adib conhecedor das raças zebuínas, fez amigos por onde passou. Deixou um legado para todos os apaixonados pela raça, mas,

especialmente para a esposa Glória Miguel, seus filhos e netos que continuam atuantes no trabalho de Adib. A equipe da revista O Zebu no Brasil deixa registrado o respeito e o agradecimento a este homem que fez história e deixou saudade aos amantes do segmento.

O timoneiro Por quase quatro décadas, Adib Miguel, um defensor da pecuária zebuína, esteve à frente da revista, conseguindo fazer com que ela se tornasse um dos maiores veículos de comunicação especializados nas raças zebuínas. Homem íntegro que não mediu esforços para ver seu so-

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Invasões de terras e como fica o ITR? No Brasil, país de dimensões continentais, é grande e sempre presente o problema da distribuição de terras. Todos os dias, nos deparamos com notícias indicando invasões de propriedades rurais, produtivas ou não, como forma de coagir o governo a promover a reforma agrária. Recentemente, houve um o julgamento do Supremo Tribunal Federal que merece debate. O julgado declarou inválido Decreto Presidencial sobre área de interesse social para a reforma agrária de proprietário de terra no estado de São Paulo. O que chama a atenção na decisão é a fundamentação apresentada para justificar a invalidação. O fundamento principal apresentado se baseou na situação do imóvel e nas condições que se deram a expropriação. Anterior à data da edição do

Decreto, o bem foi alvo de diversos atos de esbulho possessório, invasões engendradas por movimentos sociais organizados, que comprometeram inclusive a exploração e cumprimento de sua função social, com um único e claro fim, fazer com que referido bem fosse utilizado para a dita reforma agrária de forma totalmente arbitrária. Além desse fundamento, e diga-se muito bem destacado, como forma de garantir a proteção do direito de propriedade, foi declarada a impossibilidade de se chancelar medidas expropriatórias à margem da lei, que ofendem a ordem jurídica e princípios consagrados pela Constituição Federal. Há de se comemorar tal precedente, e louvar a coragem, acerto e justiça com que fora tratado o direito 120

do cidadão prejudicado, justamente por garantir o cumprimento integral da ordem jurídica, a proteção da propriedade, e dos direitos daqueles que se veem prejudicados pelo uso arbitrário da força e ocupação ilícita de imóveis rurais visando constranger e obrigar o Poder Público a promover expropriações ilegais . Não se pode justificar, com base em um direito legítimo, o desrespeito aos demais especialmente ao ordenamento jurídico da forma como fora realizado. Privilegiando tal conduta certamente o caos se instalará de vez no país, legitimando indevidamente atitudes fora da lei. Mas de tudo isto, e comemorando o total acerto com que a Corte Suprema tratou a questão, como lhe é de costume, faz surgir outra questão que também deve ser repensada quando se fala


em esbulho possessório de propriedades rurais. A questão é simples, mas seu resultado nem tanto. A dúvida que surge para aqueles que veem sua propriedade invadida, e destruída muitas das vezes, se refere à obrigatoriedade, legítima ou não, do dever legal de arcar com o pagamento do ITR quando o imóvel for expropriado de forma sumária, decorrente de invasão por movimentos ditos sociais? Aqui não se pode perder de vista a extensão de todo o direito de propriedade. Aquele que possui um bem como seu tem o direito pleno de usar, gozar e usufruir da coisa, sem qualquer oposição injusta ou indevida, e em contrapartida deve arcar com os custos inerentes da propriedade, e dentre eles o dever de pagar o imposto territorial rural - ITR. Entretanto, no momento em que o imóvel é invadido e seu proprietário tolhido de forma indevida do direito de propriedade, claramente está sendo obstado no direito de usar gozar e usufruir da coisa, impedido de exercer em sua plenitude do direito de propriedade. Por tudo isso, e como o ITR é um tributo cujo fato gerador está diretamente ligado à condição de possuidor/proprietário de imóvel rural, fica fácil concluir que o contribuinte esbulhado, quem de forma ilícita teve seu bem expropriado de forma sumá-

ria, ou impedido de usufruir da posse plena, não estará mais no rol dos contribuintes que devem providenciar seu pagamento anualmente. A questão não é nova, mas infelizmente ainda gera autuações. Contribuintes que deixam de promover seu pagamento, especialmente agora que o imposto vem passando por grande modificação, pois o dever de fiscalizar e cobrar o ITR pode ser transferido aos Municípios de localização, mediante convênios formalizados com a União Federal, são alvo das Prefeituras. Bom, mas voltando a questão da obrigação do pagamento, em sendo o bem imóvel invadido, e comprovado o esbulho possessório, fica caracterizada a ilegitimidade do contribuinte proprietário em promover o recolhimento do imposto. É claro que não basta deixar de promover o pagamento, devem ser tomados todos os cuidados legais para comprovar a condição do imóvel, como por exemplo, elaboração de boletins de ocorrência noticiando a invasão, e elaboração de defesa com fotos e laudos de constatação para demonstrar a impossibilidade de fruição do direito de propriedade. O Conselho Administrativo Fiscal já julgou inúmeros casos, e concluiu que realmente por faltar o requisito da posse e da fruição do direito de propriedade, não pode o contribuinte 121

esbulhado ser compelido a pagar o tributo, reconhecendo também que não seria razoável exigir a comprovação da função social, a exploração do bem e o cumprimento das normas legais em vigor, especialmente o Código Ambiental. Apesar do transtorno causado pela invasão de terras, e os prejuízos que advém da impossibilidade de se proteger a propriedade contra os danos impostos, há um alento para aqueles que se veem esbulhados na posse, garantindo pelo menos a suspensão do dever de pagar o imposto rural, o que deve ser perseguido e exigido para se minimizar os prejuízos causados.

Jessica Garcia Batista Especialista em Direito Tributário pelo Mackenzie, Bacharel em Ciências Contábeis pela FECAP e advogada do escritório PELUSO, STUPP E GUARITÁ ADVOGADOS.


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Produção e Sustentabilidade

O mundo está preocupado com o aquecimento global e tenta encontrar formas de reverter – ou, ao menos, estancar – a elevação de temperatura. Afinal, sustentabilidade é um assunto sério, pois se trata de preservar o planeta para as próximas gerações. E nessa tentativa de garantir uma atividade humana mais sustentável, todas as forças se dirigem para a redução das emissões de carbono. Essa batalha, no entanto, parece estar mal enfocada. O desmatamento e os bovinos foram escolhidos – arbitrariamente, como se procurará demonstrar – como os principais inimigos da sustentabilidade. A solução proposta seria reduzir drasticamente as áreas dedicadas à produção extensiva de gado de corte, adotando-se a verticalização da produção.

Em primeiro lugar, analisar a emissão de gás carbono na produção de gado de corte olhando apenas os bovinos é um grande equívoco. Deve ser analisado o seu contexto global de criação. Por exemplo, como demonstraram os estudos da Sustainable Food Trust, as pastagens absorvem naturalmente o carbono emitido pelos bovinos. Ou seja, a conta do metano dos bovinos é equilibrada pelo efeito do crescimento das gramíneas. Aqui está um ponto crucial ao pensar em sustentabilidade: equilíbrio. Como se pode dizer que a produção de bovinos em sistemas intensivos – por exigir menor área e, teoricamente, menos desmatamentos – é mais benéfica à sustentabilidade do que a produção a pasto menos intensiva? 122

Verticalizar a produção – produzir mais carne em menos área – exige insumos e mais insumos, que na sua produção emitem também enorme quantidade de carbono. Por exemplo, a fabricação de uma tonelada de nitrogênio joga na atmosfera quase sete toneladas de dióxido de carbono. Ou seja, é preciso um olhar sobre o contexto global, e não apenas detectar isoladamente emissores de carbono. Sustentabilidade exige um olhar amplo isento e não uma visão estreita enviesada. Caso contrário, não se está batalhando por uma vida mais saudável no planeta. Ao contrário, estará se utilizando da bandeira da sustentabilidade simplesmente para uma causa meramente comercial, por exemplo, venda de mais insumos.


É óbvio que a atividade humana transforma o meio ambiente. Não há como fugir desse fato. O grande desafio não está em opor o ser humano ao meio ambiente e sim encontrar formas equilibradas de convivência e transformação, isto é, o uso racional (e sustentável) dos recursos naturais. Nesse sentido, é interessante a reflexão sobre o conceito de produtividade máxima com alto uso de fertilizantes (maior quantidade de produto com menor margem de lucro) pelo conceito da produtividade ótima: a produção a pasto, com baixa utilização de insumos, aliando genética eficiente e uso racional dos recursos naturais. Este pode ser um bom caminho para uma produção com sustentabilidade aliado a uma melhor margem de lucro por unidade produzida.

José da Rocha Cavalcanti

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Engenheiro Agrônomo - Selecionador do Nelore IRCA Quarta geração de uma família que cria nelore desde 1916 São Miguel do Araguaia - Goiás


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As novidades da 81ª edição da maior exposição das raças zebuínas do mundo

Por Fany Michel / Fotos: Márcia Benevenuto

Entre os dias 03 e 10 de maio, o Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG recebe mais de 2.500 animais com participações em 34 leilões confirmados, 4 shoppings e julgamentos em pista. Com o tema: Zebu: Produtivo & Sustentável, a feira terá painéis dispostos na Alameda central do parque, mostrando um pouco de cada pilar de produtividade em pecuária, como gestão, sanidade, nutrição, genética e manejo. Em entrevista coletiva à imprensa, no dia 06 de abril, o presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores do Zebu), Luiz Claudio Paranhos, apresentou a programação da mostra e as novidades para o ano

2015. A primeira delas é o lançamento do Centro de Referência da Pecuária Brasileira, no dia 02 de maio. Um portal na Internet que reúne informações zootécnicas, históricas e

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científicas sobre a cadeia da carne bovina de corte e leite, além de receitas culinárias. Há mais de um ano a ABCZ vem trabalhando neste projeto que será uma importante e moderna ferramenta para coleta de dados da zebuinocultura brasileira. Mais uma novidade é a Vitrine da Carne Zebuína, que vai mostrar e interagir com o público o processo desde a desossa da carne até a degustação. Dentro de um estande climatizado, um profissional fará a apresentação das peças retiradas da carcaça, falando sobre as particularidades de cada uma. Na sequência, as peças


serão encaminhadas para um chef de cozinha, responsável pela preparação das carnes e servidos para as pessoas presentes. Com duas apresentações diárias, o estande estará localizado em frente à pista de julgamento, próximo aos mastros das bandeiras dos dias 02 a 05 de maio. “O que a gente vai ver aqui é que todas as peças do animal têm a sua forma de fazer e fica espetacular”, relata Paranhos. Outra novidade é o Visita Guiada. Adultos e crianças que queiram conhecer um pouco mais da história da ABCZ e do Zebu e pela primeira vez, em um espaço reservado, os participantes poderão entrar na pista de julgamento no intuito de entender o processo em si. Em volta da pista, painéis explicativos estarão expostos para que o público possa compreender melhor sobre esta parte fenotípi-

ca e o que contribui para a seleção dos animais. “Décadas atrás, o olho do juiz, do selecionador ou do criador era a única ferramenta que tinha e, pela competência dessa equipe que trabalhou durante todos esses anos, nós temos uma das pecuárias mais competitivas do mundo, por essa seleção através do olho. De alguns anos pra cá, outras ferramentas surgiram, o melhoramento genético está dando suporte para a escolha dos animais, mas nada substitui o olho. O computador não enxerga um defeito de aprumo, uma má formação de carcaça. Então, têm coisas que o computador não vai identificar daí a importância do julgamento”, declara o presidente da ABCZ, e complementa, “vamos propor uma aula de exterior, qual aprumo ideal, quais os defeitos mais

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vistos, assim, o público que vem para o parque pode entender mais o trabalho do juiz dentro da pista”. E pelo terceiro ano consecutivo, a ExpoZebu Dinâmica vai apresentar áreas de novos cultivares, lançamento de maquinários, equipamentos, serviços e tecnologias de adubação e sementes. Essa vitrine tecnológica estará aberta ao público de 06 a 08, na Estância Orestes Prata Tibery Júnior, localizada na MG 427, km 2. A entrada é gratuita e com translado direto do Parque Fernando Costa durante todo o dia. “A ideia é mostrar para a sociedade todas as etapas, o que acontece em cada uma delas, na prática também, e interagir essa sociedade com esse meio rural”, finaliza Luiz Claudio Paranhos.


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O Zebu dos Sertões

Por Luiz do Berro / Fotos: Luiz do Berro

Nos sertões da Bahia, localizam-se dois importantes e tradicionais rebanhos de zebuínos: Guzerá e Sindi

O núcleo de seleção do Guzerá PO está em Conceição do Jacuípe, num bioma de transição de Mata Atlântica/Agreste/Caatinga, com índice pluviométrico histórico secular de 1200 mm/ano, em regime de criação extensiva e de reprodução intensivo, com uso de Inseminação Artificial (IA) com sincronização de cios e Transferência de Embriões (TE). Já o núcleo de seleção do gado Sindi do Condomínio dos Sertões (Marcos Euzébio, Yuri Andrade e Walterney Nunes), encontra-se em pleno semi-árido baiano, no Território do Sisal em Campo Formoso/BA, com índices pluviométricos históricos e seculares de 600 mm/ano, em criação extensiva em campos de Caatinga e regime reprodutivo de IA e TE, com repasses de touros PO.

O titular do Condomínio dos Sertões (Sindi) e do Guzerá dos Sertões, o pecuarista Marcos Euzébio Menezes (38), é a 4ª geração de uma tradicional família de criadores, que se notabilizaram por, em tempos idos, tangerem por até 150 dias, gado zebuíno, de predominância Guzerá desde os Sertões de Goiás e Minas Gerais até a Bahia, onde eram muito disputados, por criadores da região nordestina. Em 1995, com 18 anos então, ao assumir junto com seu pai o comando das Fazendas Novo Paraíso e decididos a resgatar o antigo perfil do gado guzeratado de seus ancestrais, o bisavô Coronel Cícero Alencar e o avô José Euzébio de Oliveira, após muitas andanças adquiriram em Senhor do Bonfim/BA, um gado Guzerá 126

JA, de origem da célebre seleção de Cantagalo/RJ. Este gado veio resgatar a capacidade leiteira, a rusticidade e os chifres de lira do gado, como estava registrado em antigas fotografias dos álbuns de família. Mesmo sem a continuidade do registro genealógico, junto a ABCZ, este rebanho continuou fechado até 2010, quando ocorreram algumas introduções de gado europeu no gado leiteiro comercial, para atender o mercado francamente comprador dessa época. A partir de 2014 foram feitas novas aquisições, com animais oriundos das seleções da UNIUBE, VILEFORTE, Guzerá S e Guzerá D, fundando novo rebanho PO e formalizando o registro junto a ABCZ com marca “Dos Sertões”.


O gado Sindi do “Condomínio dos Sertões” surge então como excelente opção para completar o ambicioso projeto de formação de um gado rústico, longevo, de alta capacidade de produção leiteira à campo e grande adaptabilidade. Visando a próxima ocupação de 23 mil hectares de campos de Cerrado, ainda em procedimentos de manejo florestal, formação de estoques hídricos e forrageiros em Buritirama, no Além São

Francisco da Bahia, que deverão hospedar os rebanhos bovinos de corte e leite ( Guzerá e Sindi) e os rebanhos ovinos e caprino de corte e leite, que tradicionalmente criam nas fazendas das Caatingas. O pai de Marcos Euzébio, o advogado Rizodalvo Menezes, foi o primeiro criador a registrar ovinos Santa Inês na Bahia. Devido à grande procura por parte de pecuaristas de todo o Nordeste, a Fazenda Novo Paraíso, o Gu-

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zerá dos Sertões, o Condomínio dos Sertões e associados planejam o 1º leilão de produtos Guzerá, Sindi, Caprinos, Ovinos e muares de trabalho, em 16 de junho de 2015. “Este é um trabalho árduo e demorado, pretendo resgatar as virtudes zootécnicas de dupla aptidão desse gado zebu, à semelhança do que existe na Índia”, afirma confiante e determinado o pecuarista Marcos Euzébio.


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A Índia é logo ali!

Representante brasileiro no Simpósio Internacional relata mais uma de suas experiências no berço do Zebu Por Fany Michel e Fernando Borges / Fotos: JOL

“Quase dois dias de viagem para chegar à Índia”, é o que nos conta o zootecnista, jurado e conselheiro técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Otávio Lemos. Ele representou a entidade no Simpósio Internancional ‘Sustainable Management of Animal Genetic Resources for Livelihood Security in Developing Countries,Manejo sustentável dos recursos genéticos dos animais para a segurança da subsistência nos países em desenvolvimento”, que ocorreu na Universidade de Ma-

dras, na cidade de Chennai, estado de Tamil Nadu, entre os dias 13 e 14 de fevereiro. Com a presença de 250 participantes de nove países da América, Ásia, Europa e África, o assunto foi à importância das raças zebuínas e a contribuição das mesmas para a segurança de subsistência nos países em desenvolvimento. Em sua apresentação, José Otávio traçou um paralelo entre a evolução da espécie zebuína, especialmente das raças criadas no Brasil, com a filosofia 128

hinduísta. Chegando à conclusão do quanto é importante o gado zebu para a atualidade e o futuro na alimentação humana e em outras áreas, como a medicina e saúde. Durante a conferência, a notícia que trouxe bastante euforia entre os participantes do evento foi a chegada, na Índia, do primeiro lote de sêmen de touros Gir Leiteiro provados e bem positivos no Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro – PNMGL (ABCGIL/Embrapa), exportados oficialmente pela ABS Pecplan.


Castelo de Kubera e Diamante TE de Brasília são os touros brasileiros com sêmen em comércio no país originário do Zebu. A Índia tem o consumo 10 vezes maior que o Brasil na utilização de sêmen. Pode ter sido aberta uma porta de grande valia para os produtores de genética zebuína no Brasil. José Otávio explica que “tanto as raças zebuínas de corte como as de leite tem campo na Índia, mesmo que grande fatia da população não coma carne bovina. Querem machos fortes, com força física, e para tal, boa musculatura é primordial”. No roteiro de visitações às fazendas consta a propriedade de Jayavardhan Reddy Salkuti, próxima de Karnool, antiga capital de Andhra Pradesh, estado onde a raça Ongole, o Nelore, é

nativa com outras como o Punganor, o Nelore em miniatura. Jayavardhan é dono dos atuais campeões de arraste das competições dos touros puxadores de pedra, que mostram a força da raça. “Jayavardhan tem em Bima, nome dado ao touro em homenagem a outro igualmente nomeado e que veio para o Brasil na importação de 1962, o tipo de Nelore moderno e equilibrado. Bima tem a pelagem manchada de vermelho. Isso não desmerece o animal para os indianos. A história de que o Nelore é somente branco-cinza não é verdadeira. Desde a antiguidade, muitos selecionadores criavam rebanhos inteiros manchados de vermelho. Inclusive um importante rei da Índia”, comenta o zootecnista. Em vários lugares, observan-

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do o gado nas ruas, rodovias, fazendas de pequenos e médios criadores, José Otávio encontrou boas vacas Nelore, de pelagem cinza ou branca, paridas de crias escuras ou negras, já separadas para as exposições indianas. Animais pintados de preto nos rebanhos são tratados com a mesma valorização que os de cor cinza uniforme, inclusive em centros de preservação de raças, mantidos pelo governo, com animais Nelore totalmente negros. O centro de preservação em Tirupati, também no estado de Andhra Pradesh, mantém animais de várias raças, incluindo as que o Brasil não possui, como a Hariana, Tharparkar e Hallikar. “A cor escura é conhecida por ‘karra’ ou ‘kapilla’, e não pense que ela é um privilégio somente do


Nelore”, pondera José Otávio, “Ela está presente no Gir, no Guzerá e em outras raças indianas”. Autor de vários livros sobre o Zebu, o zootecnista brasileiro, observou que as raças zebuínas “puras” como a Hallikar não têm pele preta e sim clara, não são despigmentadas e até possuem espelhos nasais róseos. “Muitos animais já considerados despigmentados não o são. Existem algumas regiões do corpo com área de melanina clara e se adaptam ao clima tropical. Não fosse assim, animais como Hallikar não aguentariam o sol de verão na Índia, aonde a temperatura chega até 50º C. Ludy de Garça, por exemplo, um Campeão Sênior ExpoZebu, raçador reconhecido, tinha uma enorme área rosada no seu costado. Não era despigmentado. A pele despigmentada é branca, como na maioria dos taurinos.” Curiosidades da Viagem Durante a visita em Tirupati, José Otávio presenciou o desfile em homenagem à Ganesha, o Deus filho de Shiva, que tem cabeça de Elefante. Segundo ele, foi uma das melhores sensações vividas durante sua vida e passou horas, até a madrugada, em conversa sobre as diversas raças indianas, com exemplos vivos à sua frente e especialistas daquele país.

“Vi a montaria do Deus Shiva em pedra única, enorme, três vezes maior que um touro de verdade e com as características raciais do Nelore moderno. Tudo isso balança muito com a cabeça de qualquer um que tenha o mínimo de sensibilidade para entender que não há outra espécie que acompanhou o homem na evolução como o gado bovino, especialmente, o zebuíno, do qual é a vaca mais antiga do mundo, comprovado pela ciência moderna e dita pelo Hinduísmo há muitos mil anos”. Todas as vacas são veneradas no Hinduísmo como a encarnação terrena de Kamadhenu. Dentre as perguntas feitas ao representante brasileiro, questionam: “Primeira vaca do mundo? Como é isso”? “Kamadhenu. Descrita na religião hindu como a

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mãe de todas as vacas. Ela é a vaca da abundância, milagrosa, que fornece ao seu proprietário tudo o que ele deseja e é, muitas vezes, retratada como a mãe de outros bovinos. Na iconografia, uma vaca branca com uma cabeça, tronco e braços de mulher sobre um corpo bovino; ou como uma vaca branca contendo várias divindades dentro de seu corpo. A ciência fez descobertas surpreendentes. O biólogo britânico Richard Dawkins faz uma pergunta muito significativa: ‘Que historiador poderia ter ousado esperar por um mundo no qual cada indivíduo de cada espécie traz, em seu corpo, um texto longo e detalhado – um documento escrito passado de geração a geração através das eras?’ No início da década de 1990, os cientistas fizeram descobertas que, simplesmente,


com os olhos e um grupo de fósseis não se conseguiria apurar. Entraram no mais íntimo dos seres, no DNA, com utilização da biologia molecular. Baseados na análise das sequências do DNA mitocondrial de seis raças bovinas europeias, três indianas e quatro africanas, cientistas anexaram as africanas e as europeias em um mesmo grupo, separando-as das indianas. Assim, descreveram a possibilidade de ter ocorrido dois processos distintos de domesticação. Sim, porque os três grupos (indiano, europeu e africano) descendem de um mesmo ancestral comum, o Uro ou Auroque. Com exceção do gado de Bali e de Mithan, todos os Bos têm o Bos primigenius, o Uro, como ascendente inicial. Os estudos indicam que o centro de evolução do Bos primigenius foi na Ásia, o continente da Índia. Mas que o primeiro grupo domesticado foi o da Europa, cerca de 10 mil anos atrás. Por religião ou mitologia, ou pela ciência, a primeira vaca, mãe de todas as outras, é indiana”, explica José Otávio. Questionado sobre a sua mensagem ao final da conferência em Chennai, o zootecnista respondeu

que “é bem possível que essa extraordinária plasticidade das zebuínas em tão distintos ambientes se ligue à variedade de condições em que se formaram os seus patrimônios hereditários, na sucessão de milênios. Isso só foi possível graças a dois tipos de seleção que a raça teve sobre ela: a natural e a artificial. Charles Darwin, com ótica na evolução das espécies, não falava, na sua época, em valor adaptativo como é usado hoje, mas toda a sua teoria é baseada no mesmo conceito: adaptação máxima em um ambiente específico e preservação da população. Valor adaptativo, também denominado ‘fitness’ ou aptidão, a habilidade do animal de sobreviver e reproduzir. Ele se manifesta através do fenótipo. Este é resultado

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do genótipo, do meio ambiente e da interação genótipo-ambiente sobre o indivíduo. Por isso, é importante que todos os países utilizadores de tais genéticas tenham os olhos voltados para a continuada preservação e valorização dos melhores indivíduos de cada raça para a continuada progressão, o melhoramento animal, que fará com que a humanidade usufrua bem das espécies, com o respeito que merecem por fazerem parte do conjunto da vida, continuada em cada ser, por minúsculo que seja. Verdade simples: nada há de permanente num Universo mutante, num ensinamento forte de Buddha, com o qual começou o sua peregrinação e pregação à boa gente que encontrava no seu caminho”.


ALTERNATIVAS INTELIGENTES PARA A PÉCUARIA MODERNA

COCHOS

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