10 minute read

OPINIÃO

Next Article
PECUÁRIA 360

PECUÁRIA 360

MERCADO

Novos desenhos geopolíticos no mundo requer um Agro de lideranças

Advertisement

ivemos um caos mundial. A pandemia, e agora a guerra na Ucrânia, escancaram as desigualdades e redesenham o mapa geopolítico do planeta. Uma nova V ordem mundial surge. A pecuária brasileira segue a banda, dançando conforme a música. Mas toda crise gera oportunidades! A pandemia vinda da China fez cair grandes potências mundiais que arrastam dois anos de PIB negativos e dificuldades para se reerguerem na política do “fique em casa”, queimando suas reservas. Crise, desemprego, fome, famílias desestruturadas, milhões de órfãos, empresas tradicionais que desapareceram. O legado da pandemia é enorme e demoraremos a recuperar a economia do período pré-Coronavírus. Somado a essa catástrofe sanitária, vivenciamos agora a Guerra da Ucrânia/Rússia, também vinda do Oriente, despertando o que há de mais amargo na espécie humana. Vidas ceifando vidas. Junta-se um país de tradição bélica com uma potência econômica que se diz “neutra” e temos um cenário desolador de mortes de civis, ataques a hospitais, bairros residenciais etc. É um país destruído com sua gente e sua história magnífica.

Uma nova ordem mundial está surgindo. O Oriente vai se fortalecendo, militarmente e economicamente enquanto a economia e a soberba do Ocidente vão se ruindo. As economias mundiais estão interligadas, mas pendendo para o lado do “Sol nascente”. As criptomoedas vão ocupando o espaço de um dólar sem lastro, ferindo a soberania dos países e enfraquecendo os Bancos Centrais do mundo todo. É caminho sem volta!

As fontes de energia, minérios, insumos estão mudando para novas fontes e mãos diferentes. A verdade é que tem muito “caroço neste angu” que ainda não sabemos, mas o mapa geopolítico do nosso planeta está mudando.

E o Brasil, para que lado penderá? Historicamente, não temos tradição bélica, somos anões neste quesito. Mas no setor de

Médico veterinário especialista em Produção de Ruminantes, MBA em Gestão Empresarial, MasterMind Aliança Agrotalento e diretor da Central de Receptoras Minerembryo

diretoria@minerembryo.com.br

abastecimento de alimento mundial somos líderes e altamente estratégicos e hoje todos querem estar juntos de nós. De um lado, um Estados Unidos inoperante e uma Europa sem líderes e enfraquecida. De outro, um Oriente fortalecido e extremamente comprador de nossas commodities. Chegou a hora de mostrarmos ao mundo o poder estratégico dos alimentos e que finalmente o Gigante acordou.

Nossa pecuária vai nesta linha, vendendo cada vez mais para a China, Rússia e Oriente Médio, pendendo o prato da balança para o Oriente até com uma boa independência dos EUA. “Porteira adentro” ainda temos a preocupação do abismo criado entre a arroba interna e a que vai ao mercado externo, forçando a busca da qualidade e precocidade e isto é muito bom, mas penaliza as indústrias focadas no Brasil, que vê suas margens derreterem.

O mercado é soberano, temos que respeitá-lo, mas não seria a hora de batermos a mão na mesa e nos proclamarmos realmente como líderes mundiais no quesito alimentação!!! Definir os preços de grãos e proteínas animais mundialmente através de nossas bolsas e órgãos regulatórios sérios? Redesenhar estrategicamente as distribuições destes alimentos, inclusive internamente ao nosso povo tão sofrido? E que tal investirmos nossos lucros do Agro em educação e, só assim, nos tornarmos realmente uma Grande Nação? Onde estão os líderes nacionais do Agro?

Acredito cegamente que, ao final, irá sobreviver quem tiver alimento e educação, e não fuzil...

OPINIÃO

SANIDADE

Médico-veterinário, consultor em sanidade bovina

Gestão e sanidade na pecuária de corte

a pecuária de corte, trabalha-se com excelência nas áreas de reprodução e nutrição, sempre buscando os melhores protocolos de inseminação artificial e formas de diminuir o custo da dieta. Porém, um ponto ainda pouco N percebido pelos pecuaristas e que vem ganhando força é o trabalho na sanidade. O custo da sanidade no sistema de produção de bovinos gira em torno de 1% a 3%, onde estão incluídas as compras de medicamentos, vermífugos, calendário vacinal e tratamentos de rotina. Quando o animal adoece, existe um comprometimento no ganho de peso, diminui a possibilidade de mostrar o seu potencial genético e tem a produtividade comprometida. Imagine uma situação em que o preço de venda para abate dos animais é de R$4000,00/cabeça e que, durante a terminação, houvesse um óbito. O produtor, com a ideia de tentar recuperar esse valor perdido, consegue abater seus animais por R $4100,00 reais (cem reais a mais do que previsto), ou seja, diretamente seria necessário a quantidade 40 animais para repor aquele animal perdido. Observando o prejuízo que o óbito na fazenda gera, temos a certeza de que a gestão sanitária vai muito além de promover a saúde, é garantir que o produtor tenha o lucro esperado e que a propriedade seja perene. A sanidade é extremamente importante em todo ciclo da pecuária, desde a cria até o abate ou venda dos animais, e exige o uso de ferramentas para avaliar e acompanhar o rebanho, obtendo, assim, o controle necessário da situação. Ao ter dados diários, podemos observar brechas e gargalos na saúde dos animais, possibilitando ações corretivas e preventivas. Podemos trabalhar com indicadores de mortalidade, morbidade, eficiência de tratamento e vários outros.

O indicador de morbidade está relacionado diretamente às doenças no rebanho e pode ser introduzido em todas as fases.

Na cria, por exemplo, a primeira porta de entrada dos microrganismos é através do umbigo, portanto, ter um indicador nessa fase possibilita saber se a cura de umbigo deve ser melhorada ou está sendo feita adequadamente.

Quando se fala de recria, em um sistema de produção a pasto, vemos os ectoparasitas sendo os principais desafios, de forma que o complexo Tristeza Parasitária Bovina é uma doença de grande impacto. Assim, é necessário um planejamento de vermífugo para esses animais, para que o contato com o parasito seja de baixo impacto para a saúde. Na terminação em confinamento, um grande número de animais apresenta a Doença Respiratória Bovina, relacionada à múltiplos fatores, desde o estresse do ambiente, poeira, quantidade de animais juntos e peso. Avaliar os indicadores na terminação, é o ponto-chave para a lucratividade do sistema.

Nenhuma medida de correção será efetiva se não houver formas de mensurar a evolução, por isso, os indicadores sanitários são de extremo valor.

Claro que, devemos lembrar que para o gado demonstrar todo o seu potencial, sanidade, nutrição e reprodução devem estar alinhadas, e isso só será possível com um gerenciamento sanitário efetivo.

OPINIÃO

INVESTIMENTOS

Consultora de Negócios - CRECI-MG 43506

karla@investingday.com.br

Investing Day – Um novo olhar para aquisições de imóveis rurais

arla Alessandra é a nova CEO da Investing Day, uma empresa especializada em intermediações de ativos imobiliários. Ela explica que a aquisição de áreas rurais envolve uma série de cuidados, chamando atenção para a necessidade de submeter o ativo a um rigoroso processo de Due Diligence. Isso significa uma análise prévia K de informações sobre o imóvel e seus negociadores, adquirentes e vendedores. O processo é cauteloso, mas essencial. Antes de concretizar qualquer bom negócio, as partes devem ser submetidas ao diagnóstico, só assim é possível avaliar e mitigar os riscos de se envolver em possíveis fraudes e irregularidades. Karla destaca que o risco não está ligado apenas com aquele que adquire, mas o negócio pode afetar também aquele que aliena (vende). Ela cita um exemplo, onde o interessado pelo imóvel esteve envolvido em grandes escândalos fraudulentos. Neste caso, o alienante quase trocou um ativo limpo por um capital sujo, o que só não ocorreu por conta da Investing Day. “Nem sempre o melhor pagador é o melhor comprador”, assegura. O agronegócio tem chamado atenção de forma geral, o que acaba atraindo para a atividade pessoas com pouca experiência no setor. Ela afirma que existem diversos critérios que precisam ser observados pelos negociadores. O imóvel rural, pelas suas características, não passa pelos mesmos critérios do imóvel urbano. O imóvel rural depende de sua aptidão, exemplificando que o Valuation muitas vezes depende da produção estimada pelo período de anos, não é simplesmente multiplicar os hectares. O grande desafio frente a Investing Day é entregar o melhor produto (imóvel) aos seus parceiros, criando um ambiente de segurança, credibilidade e conforto entre as partes.

Para isso, o primeiro passo é submeter o ativo à equipe interna de análise de risco. Somente após de uma prévia avaliação, o ativo é apresentado ao mercado. Segundo a CEO da Investing Day, não quer dizer que uma eventual crítica possa inviabilizar o negócio, mas o processo vai proporcionar que as partes tenham real conhecimento do tipo de negócio que pretendem realizar. Outro cuidado que a Investing Day toma é em relação à confiabilidade, ou seja, não veicular a informação sem critérios. Isso significa dizer que a empresa cumpre todas as regras de Compliance e boas práticas, bem como os termos de confidencialidade através dos “NDAs”. “Nosso perfil é apresentar ativos com alto valor agregado para pessoas sérias e que sejam sinérgicas com aquele tipo de mercado. Fugimos dos aventureiros, papeleiros, fila de intermediários, sobretudo dos especuladores que acabam depreciando o ativo”, garante a CEO. Assim, estando tudo certo, o ativo ganha a dinâmica necessária para o mercado. A Investing Day também está antenada na Tokenização dos ativos. “Este é o outro lado mais tecnológico da empresa, depois eu volto para contar mais para vocês”, finaliza Karla.

UMA PLATAFORMA PARA FAZER INVESTIMENTOS FÉRTEIS, E CONEXÕES SEGURAS.

E N C O N T R E S E U P R Ó X I M O I N V E S T I M E N T O

OPINIÃO

JURÍDICO

Advogada, pós-graduada em Direito do Trabalho pela PUC-MG

gabriella@fraadvogados.com.br

Advocacia preventiva e Compliance trabalhista no Agro

Aimportância do agronegócio para a economia brasileira é inquestionável. Com o seu crescimento exponencial, o agronegócio tornou-se o setor mais importante da nossa economia. Diante da dinâmica do mercado e das inúmeras particularidades próprias do setor, é imprescindível que o produtor rural e a agroindústria sejam assessorados por equipe jurídica especializada, que conheça a fundo as minúcias do agronegócio, bem como as diferenças entre suas diversas espécies de produtores, tais como fabricantes de defensivos agrícolas, de commodities, de HF e também os pecuaristas. Isso porque o agro traz consigo singularidades em todos os ramos do Direito, a exemplo de relevantes repercussões no Direito Trabalhista, Direito Tributário, Direito Civil, como se vê quando da elaboração de um contrato de safra, da emissão de títulos de crédito, da tutela do meio ambiente e da constituição de uma holding rural. O produtor rural hoje não é visto somente como um homem do campo, mas principalmente como verdadeiro empresário rural. Com a inegável evolução na forma de trabalhar do produtor rural, passou-se a exigir maior rigor e profissionalismo nas diversas cadeias de produção, na gestão administrativa do setor, no cumprimento da legislação e de suas regulamentações específicas, por exemplo, a NR 31, que trata da saúde e segurança do trabalho no agro. Sabe-se que um dos maiores desafios do produtor rural é a área trabalhista, pois, muitas vezes, o produtor cumpre todas as exigências legais, mas seus empregados não. Os desafios aparecem, pois o agro depende de mão de obra de outras regiões (safristas), que trabalham de modo temporário naquela propriedade e o produtor acaba por ter dificuldade em fazer valer o uso correto de EPIs, o uso adequado do banheiro, dos alojamentos e da área de vivência.

Hoje, o produtor se preocupa em trabalhar em conformidade com a lei, de modo a evitar os mais diversos passivos, desde autuações do Ministério do Trabalho a ações judiciais. Logo, não é por acaso que algumas relações comerciais e emissão de certificações do agro passaram a exigir a implementação de programas de compliance no meio rural.

Compliance nada mais é do que agir em conformidade com as normas legais e regulamentares, cuja função é proporcionar segurança jurídica e minimizar riscos, garantindo o cumprimento dos atos, regimentos, normas e leis estabelecidos interna e externamente.

Estamos acostumados a remediar e não a prevenir, mas sabemos que a prevenção é o melhor e mais econômico caminho, pois minimiza os problemas, melhora as relações e aumenta o valor de mercado da própria empresa.

A agropecuária empresarial traz consigo a particularidade de ser uma empresa a céu aberto. Assim, é indispensável a realização de cuidadosa gestão de riscos, aliadas a ganhos de eficiência, com a exploração da agricultura e pecuária de precisão, lançando mão de atuação estratégica na elaboração de contratos e implementação de programas de compliance.

Portanto, no atual cenário, não existem dúvidas sobre a absoluta necessidade de um suporte jurídico que seja multidisciplinar e especializado, capaz de atender o agronegócio nas suas mais variadas demandas, sejam elas administrativas, trabalhistas, cíveis, tributárias e/ou ambientais, aspecto que exige do advogado desta área não apenas conhecimento profundo das normas jurídicas que regulam as relações agrárias, mas, sobretudo, a completa compreensão das dores e do dia a dia do produtor rural, a fim de que possa atuar com efetividade para minimizar riscos e gerar melhores resultados.

This article is from: