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PECUÁRIA 360

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NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA

Nacional do Gir Leiteiro

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AGORA É ITINERANTE

Nacional do Gir Leiteiro agora é itinerante

Pela primeira vez, o evento aconteceu fora do Circuito Uberaba e teve a maior participação de animais até o momento

Aretomada da Exposição Nacional do Gir Leiteiro (Expogil) marca uma nova fase na história do evento, que, a partir deste ano, passa a ser itinerante. Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foi a cidade escolhi-

da para sediar a 22ª edição da Expogil, ocorrida entre os dias 26 de agosto e 7 de setembro, figurando dentro da programação da 58ª Exposição Agropecuária de Uberlândia - Camaru 2022.

O evento contou com 268 animais inscritos, a maior quantidade registrada nas exposições da raça até o momento, neste ano de 2022. “A Expogil evidenciou a melhor genética da raça. O julgamento foi bastante concorrido, com exemplares de extrema qualidade, encerrando com louvor o Ranking Nacional 2021/2022”, assegura o superintendente Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL). Os julgamentos foram conduzidos pelo jurado Adriano Vaz de Lima. A Grande Campeã foi a fêmea Magda Jirasol Gensis Khan N.T, do expositor José Antônio da Silveira. Já a

Reservada Grande Campeã foi Jaima FIV JMMA, da expositora Roberta Bertin Barros. Entre os machos, o Grande Campeão foi Ludico FIV WAD, do expositor Winston Frederico A. Drumond. O Reservado Grande Campeão foi ICH Robe Dollar, do expositor Paulo César Chiari.

A Expogil encerrou o Ranking Nacional de Gir Leiteiro 2021/2022, cujo resultado engloba eventos realizados entre 26 de setembro de 2021 e 3 de setembro de 2022. O pecuarista Léo Machado Ferreira fez a dobradinha do Ranking, levando o título de Melhor Expositor e de Melhor Criador. “Não é fácil ganhar um Ranking, pois as exposições da raça contam com a participação de animais de extrema qualidade. Por isso, é uma grande alegria conquistar o Ranking, principalmente após esse período de parada dos eventos por conta da pandemia. Poder rever a todos foi uma alegria. Além disso, a qualidade da raça nas pistas tem refletido no mercado, que vem demandando cada vez mais pelo Gir Leiteiro. Os leilões realizados em 2022 vêm apresentando boas médias”, destaca Léo Machado Ferreira.

O Ranking Nacional de Gir Leiteiro 2021/2022 ainda premiou os melhores animais do período, tanto da pista quanto do torneio leiteiro. Na categoria Melhores Fêmeas do Ranking, a vencedora foi Miss FIV WAD, do expositor Winston Frederico A. Drumond. Ele também venceu na categoria Melhores Machos do Ranking, com o touro Ludico FIV WAD. O Ranking Nacional ainda premiou as maiores produções em Concurso Leiteiro. Na categoria até 36 meses, venceu Gessiana FIV Cabo Verde, do expositor José Coelho

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Vitor. Floripa FIV Cabo Verde, do mesmo expositor, venceu na categoria 36 até 48 meses. Iluminada Teatro FIV do Fundão, do expositor José Ricardo Fiuza Horta, foi a primeira colocada do Ranking Nacional, na categoria acima de 48 meses.

Torneio Leiteiro

Com 48 animais participantes, o Torneio Leiteiro da Expogil teve disputa acirrada entre as concorrentes. A vaca Tâmara 2B, de propriedade da Estância K, do expositor Luís Eduardo Branquinho, atingiu 210,86 kg/leite, com média de 70,286 kg/leite, consagrando-se como Grande Campeã Nacional. O expositor também levou para casa o troféu de Reservada Grande Campeã Nacional, com a fêmea Jerusa F. Recreio. Ela teve produção total de 198,780 kg/leite e média de 66,260 kg/leite.

LEILÃO

A procura intensificada por animais Gir Leiteiro também foi verificada na Nacional. Pregão oficial da Expogil, o Leilão 60 anos da Fazenda Calciolândia reuniu criadores de todo o país no parque de exposições de Uberlândia. A média de preço por lote ficou em R$ 76.941,00, com 100% de vendas. “Abrimos as celebrações dos 60 anos da Fazenda Calciolândia em grande estilo. Uma das principais médias do ano da raça Gir Leiteiro, em um leilão abrilhantado pela presença de grandes amigos. Toda a família Calciolândia sente orgulho e gratidão por esse momento compartilhado na 22ª Exposição Nacional do Gir Leiteiro”, declarou a Fazenda Calciolândia.

O impacto silencioso da mastite subclínica

Não é só por meio da literatura e livros que é possível constatar que a mastite subclínica impacta negativamente em vários aspectos nas fazendas leiteiras. A própria prática prova isso, ainda mais, quando o produtor é adepto e utiliza os dados, índices zootécnicos e outras ferramentas como aliados na rotina e na resolução de conflitos. Vale lembrar que ela é prevalente entre os quadros de mastite nas fazendas, de 90 a 95% dos casos, e os agentes causadores podem ser divididos em contagiosos e ambientais.

Segundo o banco de dados da OnFarm, uma em cada três vacas com mastite subclínica apresentam um patógeno contagioso e eles têm grande importância na ocorrência da doença.

Por via de curiosidade, informações extraídas de 1178 rebanhos de OnFarmers (produtores que utilizam o sistema OnFarm de cultura na fazenda) apontam que os patógenos contagiosos representam 34% dos casos positivos da doença. É interessante destacar que esses produtores estão distribuídos em 20 estados brasileiros e o número de amostras de mastite subclínica analisadas totalizou 50 mil.

Em um quadro da doença, as células somáticas, que são compostas por leucócitos, migram do sangue ao úbere para auxiliar no combate da infecção, situação que permite que a sua contagem (CCS) seja ponto-chave no monitoramento do processo inflamatório da glândula mamária.

Alta CCS e perdas na produção de leite Impacto na reprodução das vacas leiteiras

Como a infecção estimula o sistema imunológico da vaca, a doença também acaba acarretando piora no desempenho reprodutivo e são inúmeros os estudos que observaram que - em comparação com vacas não infectadas - a probabilidade de concepção

Em um experimento realizado nos Estados Unidos a redução na produção de leite na lactação total foi de 155 kg para primíparas e 455 kg para multíparas. Vale pontuar que uma pior saúde do úbere é esperada em multíparas no decorrer da lactação e isso ocorre pela exposição prévia aos patógenos causadores de mastite que podem resultar em danos permanentes na glândula mamária das vacas. Isso faz com que as perdas de produção também sejam sentidas nas lactações seguintes, comprometendo a produção total dos animais.

Hand e colaboradores (2012) ao estudarem 2.835 rebanhos observaram que quanto maior era a contagem de células somáticas dos animais, maior era a perda de produção de leite. Vacas primíparas com CCS individual de 200 mil cel/mL deixaram de produzir 1,8% de leite/dia e vacas multíparas com a mesma contagem de células somáticas deixaram de produzir 2,5% de leite/dia. Já as vacas primíparas e multíparas com CCS individual de 2 milhões cél/mL deixaram de produzir 7,6 e 10,9% de leite/dia, respectivamente.

Além da perda na produção de leite, os prejuízos advêm do risco da evolução da mastite subclínica para quadros clínicos; comprometimento permanente do tecido mamário; penalidades sofridas no pagamento do leite; descarte prematuro de vacas; despesas com médico veterinário e tratamentos, entre outros.

A forma e a frequência de realização e a organização dos dados provenientes da CCS e do California Mastitis Test (CMT) são fundamentais para gerar informações úteis aos técnicos e proprietários no intuito de inferir sobre a real situação da fazenda. Esses dados, de acordo com o Índice Ideagri de Leite Brasileiro (IILB), referência sobre qualidade e eficiência produtiva da pecuária leiteira nacional, por consequência, podem auxiliar na correta tomada de decisão e na resolução dos problemas, eventualmente, enfrentados.

das fêmeas foi reduzida quando elas foram diagnosticadas com mastite subclínica, principalmente quando os casos são crônicos.

Já foi demonstrado, por exemplo, que a elevação de CCS antes e depois da inseminação artificial (IA) está associada à piora no desempenho reprodutivo e a probabilidade da IA resultar em prenhez pode ser reduzida em 18% em vacas com CCS entre 200.000 e 399.000 células/ml. Essa probabilidade de prenhez é reduzida mais ainda - em quase 26% - quando a CCS supera 399.000 células/ml. Isso comprova que a intensidade da inflamação está associada a maior redução da fertilidade.

Os mecanismos pelos quais a mastite subclínica pode afetar a fertilidade de vacas leiteiras ainda não estão bem elucidados. Entre os possíveis fatores são descritos: falha na ovulação e menor produção de estradiol, menor manifestação de estro, maior produção de prostaglandina (PGF2α), aumento da temperatura corporal e liberação de moléculas que podem afetar o óvulo e o embrião.

Foi possível concluir em uma outra pesquisa que os agentes causadores de mastite e a alta CCS exercem efeito deletério sobre a fertilidade de vacas leiteiras receptoras de embrião. Diferente de outros trabalhos, neste, a mastite subclínica foi avaliada também com base no isolamento dos patógenos por meio da cultura microbiológica, assim a presença das bactérias causadoras da doença reduziu a prenhez por transferência de embrião (P/TE).

Animais com isolamento positivo de agentes causadores de mastite tiveram menor prenhez por transferência de embrião aos 31 e aos 66 dias em relação ao controle. O presente estudo mostrou também que a CCS alta tem impacto negativo sobre a fertilidade, pois as vacas que apresentaram CCS maior que 400.000 cel/ml tiveram a P/TE reduzida em 25,5%.

Cultura microbiológica na fazenda

A cultura microbiológica na fazenda pode ser uma grande aliada no combate e controle da mastite na fazenda, pois ela é capaz de identificar as fontes de infecção das bactérias e selecionar as vacas que realmente necessitam de tratamento. Um dos intuitos da cultura é fazer com que as bactérias responsáveis pela mastite subclínica não passem despercebidas, não sirvam de veículo e não comprometam os animais saudáveis.

Para o melhor entendimento do potencial problema das bactérias causadoras de mastite subclínica é recomendado o exame de cultura microbiológica do leite em animais que apresentarem CCS > 200 mil células/ml, e de todos novos casos de infecções subclínicas (CCS <200 mil na análise anterior e > 200 mil na análise atual), dos animais pós-parto (principalmente novilhas) e de mastite clínica.

De acordo com informações da OnFarm, quanto aos benefícios da cultura, vários projetos sobre a avaliação da tecnologia apontam para uma relação custo-benefício acima de 1:5; ou seja, a cada R$1,00 investido na tecnologia, o retorno é de R$5,00. Considerando que o aumento da CCS acarreta grandes prejuízos ao produtor de leite e à indústria láctea, a cultura se torna uma ferramenta indispensável para a produção leiteira (ainda mais que hoje há opções para que o pecuarista adote um sistema de cultura com zero de investimentos em estrutura ou equipamentos).

São pelos motivos apresentados nesse texto que fica evidente a importância da adoção de estratégias para o monitoramento e controle da mastite subclínica no rebanho. Os prejuízos acarretados pela doença podem ser substanciais e irreversíveis, fato que deve direcionar ainda mais os produtores para o caminho da prevenção.

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