26 minute read

RAÇA

Next Article
LEITE

LEITE

RAÇASELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES

Ano de vacas gordas

Advertisement

RECORDE HISTÓRICO NO PREÇO DA ARROBA E VALORIZAÇÃO DE BEZERROS

RAÇA

Ano de vacas gordas

Com recorde histórico no preço da arroba e valorização de bezerros, 2020 deve fechar como o melhor ano pecuário dos últimos tempos

LARISSA VIEIRA DIVULGAÇÃO

ora de fazer a conta final do ano e ver se houve lucro ou prejuízo em 2020. Quem fez o dever de casa, gerenciando bem o negócio, provavelmente vai ter muito o que comemorar. Basta ver o preço da arroba H no final de 2019, que já sinalizava uma retomada das cotações e fechou em R$200,00. Comparando com novembro de 2020, a alta foi de 39,95%, fechando em R$ 279,90, valor registrado em 5 de novembro. Por outro lado, os custos também subiram. Quem trabalha com cria viu os preços do bezerro crescerem, atingindo os recordes reais. Conforme análise do Cepea referente a outubro, esse cenário é resultado da restrição de oferta de animais desde o segundo semestre de 2019 e da demanda aquecida por reposição, devido aos valores recordes do boi gordo. E agentes do mercado consultados pelo Cepea acreditam que o movimento de avanço nos valores da reposição deve seguir firme, fundamentados no baixo volume de chuva nos últimos meses, que tende a atrasar a estação de monta. Então, essa conta realmente vai fechar no azul? Para o presidente Comissão Nacional de Bovinocultura de

Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do

Brasil (CNA), Antônio Pitangui de Salvo, 2020 certamente será um ano de alta lucratividade. “O invernista que está matando boi agora comprou bezerro ou boi magro bem mais barato lá atrás, o que vai garantir uma melhora da rentabilidade este ano. E mesmo com o aumento de custo dos insumos, que está na ordem de 20 a 25%, vamos ter uma lucratividade bastante satisfatória”, destaca o presidente da Comissão, que é criador de Guzerá PO e também atua na pecuária de corte comercial. Segundo ele, não só o invernista terá maior rentabilidade em 2020. Quem trabalha com a cria também não tem do que reclamar. “O custo do bezerro em 2017 era por volta de R$950,00 a R$ 1 mil. De lá para cá, houve um aumento de 20%, com esse custo ficando em torno de R$1,2 mil, isso para quem tem eficiência em termos de fertilidade e peso à desmama. Agora, esse bezerro está sendo vendido por mais R$2,3 mil, ou seja, esse produtor também terá um ganho muito bom”, explica o presidente da Comissão de Carne. Em outubro, o bezerro (nelore, de 8 a 12 meses) negociado em Mato Grosso do Sul (representado pelo Indicador ESALQ/BM&FBovespa) registrou média de R$ 2.305,90/cabeça, sendo 44% superior à verificada em outubro de 2019, em termos reais (valores mensais foram deflacionados pelo IGP-DI de

Presidente Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Pitangui de Salvo

RAÇA

setembro/2020), segundo o Cepea. “Vejo com bons olhos essa correção da arroba porque isso tirou um desconforto que vinha a tempos na pecuária. Era uma situação de baixíssima rentabilidade ou praticamente uma rentabilidade inexistente que agora está trazendo toda a cadeia para um patamar melhor. Sabemos que temos um longo caminho a percorrer pela frente, mas as perspectivas são muito boas, desde que o produtor não descuide porteira adentro”, diz Salvo. De acordo com ele, será preciso ter uma gestão eficiente, investir em genética, em melhoramento de solo e de pastagens para manter a rentabilidade nos próximos anos.

Alta nos insumos

Se por um lado os pecuaristas comemoram essa equação positiva, sabe-se que a indústria de nutrição sobre o impacto da alta do dólar, que tornou mais caro produzir suplementos e rações. Ao divulgar em novembro o balanço da produção no primeiro semestre de 2020, o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) ponderou que, apesar do segmento ter mantido um bom desempenho, houve um exercício hercúleo para equilibrar os custos. “É de se alertar para o eventual aumento da carga tributária, o encarecimento das formulações nutricionais, o desinvestimento e os impactos no bolso do consumidor final ao longo da pandemia. Esse conjunto de fatores preocupa toda a cadeia de alimentação animal e aponta para um grande desafio em manter o ritmo de crescimento para o segundo semestre. É imprescindível que se pense numa reformulação dos impostos, cuja carga sufocante e burocracia fiscal permanecem atormentando as empresas e desviando seu foco da atividade produtiva”, avalia Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.

Gerente de Categoria Confinamento DSM, Marcos Sampaio Baruselli

Apesar do alerta, o balanço mostrou que a produção de rações foi de 37,2 milhões de toneladas entre janeiro e junho, registrando um incremento de 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é de que até o final de 2020 esse montante, quando somado à produção de sal mineral, salte para mais de 81 milhões de toneladas, representando um crescimento de até 4,5%, se comparado às estimativas de 2019. Somando bovinos de corte e de leite, a produção de rações foi de 5,1 milhões de toneladas, com o corte crescendo 2,3% e o leite 2,8%.

Confinamentos cheios e exportações em alta

Esses são dois outros pontos que confirmam que 2020 será um ano de boa rentabilidade na pecuária de corte. Segundo dados da Secex, em outubro, as exportações de carne bovina in natura somaram 162,7 mil toneladas, 14,28% a mais que em setembro. De janeiro a outubro, as vendas externas somam 1,414 milhão de toneladas, 15,17% acima do volume registrado no mesmo período de 2019 e um recorde para os 10 primeiros meses de um ano.

Quanto à receita, atingiu em outubro o segundo melhor desempenho deste ano, somando US$ 690,51 milhões, 18,41% superior ao de setembro. Essa receita em reais em outubro superou em 23% a do mês anterior e em 36,4% a de outubro/19. No acumulado de janeiro a outubro de 2020, a receita totaliza US$6,091 bilhões e R$31,49 bilhões, sendo respectivos 24,16% e 65% acima do observado no mesmo período de 2019 e ambos recordes.

Já o Censo de Confinamento DSM 2020, realizado de março a setembro, em todo o Brasil, apontou um aumento de 6% no número de bois confinados este ano, passando de 5,856 milhões de cabeças para 6,189 milhões.

Confinamentos em todo o Brasil estão mais cheios este ano. Em pontos percentuais, o Nordeste foi o que mais cresceu 17%, seguido do Sul que subiu 10,8%, o Centro-Oeste em 8%, o Sudeste em 1,6% e o Norte está 0,6% maior. Nos confinamentos deste ano, os machos inteiros são maioria, sendo mais de 90% deles de origem zebuína. As fêmeas correspondem a apenas 10%, confirmando que a retenção continua firme este ano.

A expectativa é de fechar 2020 com 4% de lucro ao mês. Dependendo da propriedade, esse índice pode chegar a 6%. No período de 2015 a 2019, a média de lucro foi de 3,08% ao mês. De acordo com o gerente de Categoria

RAÇA

Confinamento DSM, Marcos Sampaio Baruselli, o pecuarista está vivendo um ano muito favorável. “Se a arroba subir até dezembro, o lucro pode ser ainda maior. Um dos fatores que favoreceu esse aumento do número de animais confinados é o fortalecimento da agricultura em regiões como o Nordeste, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso, dentre outras. A seca deste ano também levou os produtores a confinarem mais”, acredita.

O Confina Brasil, movimento organizado pela Scot Consultoria para mapear 1 milhão de bois criados no sistema intensivo nas principais regiões produtoras do país, trouxe algumas particularidades dos confinamentos este ano em várias regiões. No Mato Grosso, por exemplo, os produtores de genética estão utilizando o confinamento de forma estratégica. Diferente de outros estados em que o confinamento era destinado apenas para produzir carne, dessa vez também está sendo fundamental a produção de bezerros e animais precoces. Outro ponto observado no Mato Grosso foi o avanço que a agropecuária trouxe à região de Nova Xavantina, graças aos investimentos dos produtores. O município e seu entorno, nos últimos 15 anos, deram um salto de produtividade. Os grãos chegaram forte e a pecuária está cada vez mais intensiva.

Segundo o presidente da Comissão de Corte da CNA, Antônio Pitangui de Salvo, o produtor brasileiro sabe muito bem que pode transformar milho e soja em carne bovina, suína e aves de qualidade. A agricultura já aprendeu a produzir com eficiência e a pecuária está indo na mesma direção. “Tem muito pecuarista que está vendendo boi de 20 meses, com 22 arrobas, e temos genética para garantir esse avanço. Os pecuaristas que estão mais próximos aos centros produtores de grão vão levar uma vantagem enorme em relação aos que estão mais distantes. A tendência desse mercado é se firmar, sem dúvida nenhuma, para o produtor profissional que tiver uma gestão e um trabalho, enxergando a sua produção como a produção de uma empresa que é uma fazenda de pecuária hoje”, finaliza o presidente da Comissão de Corte da CNA.

Asocebu celebra 45 anos de conquistas

A associação vem alcançando resultados expressivos na Bolívia graças às ações desenvolvidas para melhorar geneticamente o rebanho de corte e de leite

LARISSA VIEIRA CLÁUDIA MONTEIRO E RUBENS FERREIRA

ABolívia vem se consolidando no mercado pecuário latino-americano, tanto como fornecedor de genética quanto de carne bovina. Assim como no Brasil, o agro é um setor de impacto na economia do país. O rebanho é estimado em 9.752.158 cabeças, sendo cerca de 85% de gado de corte, com a predominância das raças zebuínas. As exportações de carne para a China vêm crescendo desde 2019 e hoje o total enviado para o exterior chega a 40 mil toneladas. Um cenário promissor que reflete os investimentos feitos pelos criadores locais em genética de ponta. “É uma simbiose entre o esforço, a perseverança e o espírito empreendedor dos criadores. Ao longo das últimas décadas tivemos uma evolução da produtividade, do peso de carcaça, da qualidade da carne, assim como a redução da idade de abate graças a uma seleção focada nas características de maior interesse econômico. O zebu leiteiro também avançou bastante”, explica o presidente da Associação dos Criadores de Zebu da Bolívia (Asocebu), Mario Ignacio Anglarill Serrate. A entidade está comemorando em 2020 seus 45 anos de existência. Segundo o presidente, desde o início, a Asocebu teve a visão de investir em melhoramento genético, visando a produção de matrizes e touros melhoradores. Investiram em tecnologias de ponta e em genética zebuína selecionada por tradicionais criatórios, inclusive do Brasil. Hoje, é a maior associação de gado puro do país, atuando como delegada do Ministério da Agricultura da Bolívia para a execução do serviço de Registro Genealógico de zebuínas e de Girolando e para a realização de provas zootécnicas e do programa de melhoramento. “Tive o privilégio de ser o primeiro gerente da Asocebu, assim como o primeiro técnico a registrar animais zebuínos. O primeiro rebanho que registrei pertencia a Osvaldo Monastério, da Cabaña Sausalito, em Portachuelo. Já o primeiro registro oficial ocorreu durante a exposição, com a presença do ministro da época, Natush Bucsh. Outros criatórios pioneiros no registro foram Guayaba, de Rafael Suárez, Chorobi, de Carlos Roca. Todos eles iniciaram um sonho que hoje é uma realidade palpável e de impacto na pecuária boliviana”, lembra Juan Alberto Vasquez Escalante, técnico responsável pelos primeiros registros em 1984. Naquele período, a entidade tinha como presidente Jorge Aguilera Palma.

De acordo com a Asocebu, os números de animais registrados vêm crescendo. Já são mais de 40 mil exemplares zebuínos registrados. Além do registro das raças Nelore, Nelore Mocho, Brahman, Gir Leiteiro, Tabapuã e Guzerá, registra desde 2015 a raça Girolando. O gerente geral da associação, Fernando Baldomar, destaca que o zebu é líder de mercado no país, assim como tem maior representatividade nas exposições. “Esse espaço tende a ampliar já que as raças zebuínas leiteiras vêm ganhando espaço nos últimos cinco anos, especialmente em Santa Cruz, Beni e no Chaco boliviano com a intro-

Presidente da Associação dos Criadores de Zebu da Bolívia (Asocebu), Mario Ignacio Anglarill Serrate Gerente geral da associação, Fernando Baldomar

dução do Gir Leiteiro. Outra raça que está em expansão é o Girolando”, informa Baldomar.

Os criadores estão buscando animais que se adaptem melhor ao clima e condições geográficas do país para melhorar a produtividade do rebanho nacional. A Bolívia tem regiões de características bem diferentes, mas o zebu se adaptou muito bem a todas elas, desde as áreas inundadas de Beni até Chaco, que é uma área de pouca chuva. “São animais que apresentam alta taxa de fertilidade, diferente de outras raças. Temos 4,3 milhões de cabeças de fêmeas em idade fértil. A inseminação tem crescido, mas o uso de touros para monta natural ainda é maioria, o que garante um grande mercado para os selecionadores de zebu”, acrescenta o gerente da Asocebu.

Na área de melhoramento genético, as avaliações genéticas dos animais são feitas pelo PMGZ e os dados são auditados pela Asocebu. Já são mais de 47 mil animais Nelore avaliados, volume considerado significativo pelo superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian. Esse volume, associado aos 95 mil genótipos da ABCZ, permitiu estruturar uma avaliação genômica.

O trabalho de seleção vem dando resultado dentro e fora do país. Hoje, a genética boliviana é exportada para Equador, Brasil, Colômbia e Peru, dentre outros. A proposta agora é consolidar esse mercado externo com a abertura de novos protocolos sanitários com outras nações.

A Asocebu foi fundada em 1974 por um grupo de criadores durante um congresso realizado em Reyes Beni. Seu primeiro presidente foi Guillermo Tineo Leigue, cuja gestão, por meio da Resolução Suprema Nº 178218, de 23 de setembro de 1975 se conseguiu reconhecer a Associação como pessoa jurídica. A entidade funcionou em Beni até 1983 quando transferiu sua sede para Santa Cruz. Com a organização da primeira Exposição Pecuária da Bolívia, hoje conhecida como Agropecruz, as atividades da Asocebu ganham um novo impulso. Dali, em diante a associação passou a ter participação em importantes feiras do setor.

Também tem organizado simpósios e congressos, com a presença de profissionais de vários países, sempre com foco em levar mais tecnologia e conhecimento aos produtores bolivianos. “Assim nossos associados poderão conseguir altos índices de produtividade que lhes permitirão serem cada vez mais competitivos”, finaliza o presidente da Asocebu.

Imagens da Cabaña Parabanó de Fernando Roca Peña / Crédito Rubens Ferreira

RAÇA

MUITA QUALIDADE NA

pista da ExpoBrahman 2020

O evento reuniu pecuaristas de várias regiões do país, marcando a retomada dos eventos da raça este ano

LARISSA VIEIRA CARLOS LOPES

cidade paulista de Araçatuba sediou pela primeira vez uma edição da Exposição Internacional da Raça Brahman (ExpoBrahman). Ocorrido de 28 a 31 de outubro, o evento contou com a participação de expositores de vários estados, dentre eles Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro. No total, 152 animais competiram. A As disputas foram abertas no dia 29 de outubro com o julgamento do Brahman a Campo, modalidade que avalia os melhores animais com foco na pecuária extensiva de corte. Participaram 57 exemplares. A Grande Campeã foi Miss Terra Verde 7/60, de propriedade de Clodoaldo Sérgio Bendilatti, da Fazenda Terra Verde, em Marília/SP. A Reservada Campeã foi MISS Vitória 5488, do expositor Alexandre C. Ferreira/Outros-Cond., Fazenda Brahman Vitória, em Araçatuba. Já o Grande Campeão foi Mister Vitória 5494, também de propriedade do Brahman Vitória. Pela sexta vez, ele levou para casa o troféu de Melhor Expositor e Melhor Criador do Brahman a Campo “Foi uma retomada às exposições da raça muito importante para todos os criadores, que compareceram em peso à ExpoBrahman. Agora, já estamos planejando a participação na ExpoZebu 2021, em maio”, diz Alexandre C. Ferreira. O Reservado Grande Campeão foi Mister Nova Pousada POI 5661, de propriedade de Wilson Lemos de Moraes Júnior, Fazenda Nova Pousada, em Aparecida Rio Doce/GO. No tradicional julgamento de pista, participaram 95 animais. Paulo de Castro Marques, da Casa Branca Agropastoril, em Fama/MG, ficou com os títulos de Melhor Criador e Melhor Expositor. É de seu criatório a Grande Campeã CABR Rainha 2821. “É muito bom voltar às pistas e, especialmente, participar de um julgamento de alta qualidade proporcionado pelos criadores participantes da ExpoBrahman. É um exemplo da força do Brahman brasileiro, que não deve nada a ninguém. Inclusive a Casa Branca e vários criadores já exportam essa genética vitoriosa”, declara Paulo de Castro Marques. A Reservada Grande Campeã foi CABR RIVA 2731, também do criatório Casa Branca. O Grande Campeão de pista foi MR Hanover ASSU 922, do expositor Edgar Silva Ramos, Fazenda

Julgamento do Brahman a Campo, modalidade que avalia os melhores animais com foco na pecuária extensiva de corte

Grande Campeã CABR Rainha 2821 Grande Campeão de pista foi MR Hanover ASSU 922

Recreio, em Rio das Flores/RJ. O Reservado Grande Campeão foi MISTER W2R POI 1271, do expositor Wilson Roberto Rodrigues, Agropecuária W2R, em Pardinho/SP.

Quem comandou a escolha dos campeões foi o jurado Gilmar Siqueira de Miranda. O evento contou com o apoio institucional da ABCZ. “Fiquei impressionado pela qualidade dos animais em pista, em especial pelo trabalho que os criadores brasileiros estão realizando em seus rebanhos, em termos de qualidade de carcaça, aprumos e umbigo. Gado de excelente nível na pista. Quero parabenizar o presidente Paulo Scatolin e toda equipe da ACBB pela bela e muito bem organizada ExpoBrahman 2020”, diz o diretor da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, que representou a entidade no evento.

Os julgamentos tiveram transmissão ao vivo pela ZRTV, Remate Web e Lance Rural e canal da ACBB no Youtube. O resultado completo da ExpoBrahman está disponível no site da associação (www.brahman. com.br).

Para o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), Paulo Scatolin, o evento superou as expectativas. “Foi um grande sucesso. Todos os criadores e expositores se uniram para superar as dificuldades da pandemia, assim como os diretores da ACBB e colaboradores, e conseguiram fazer um evento de extrema importância para a raça. Isso só confirma que juntos somos mais fortes”, assegura Scatolin, que foi reeleito e permanecerá à frente da entidade até 2022. Também foram eleitos para o Conselho Administrativo da ACBB os criadores Paulo de Castro Marques; Wilson Roberto Rodrigues; Edgar da Silva Ramos; Charles Wanderley Maia; Carlos Jardim Borges; Clodoaldo Sergio Bendilatti e Ericka Lauermann.

RAÇA

Expoinel Nacional

em edição histórica no Espírito Santo

Fazenda Paraíso sediou pela primeira vez a Expoinel Nacional, que apresentou em pista o melhor das raças Nelore e Nelore Mocho

LARISSA VIEIRA CLÁUDIA MONTEIRO

49º edição da Exposição Nacional de Nelore (Expoinel) movimentou as terras capixabas entre os dias 14 e 20 de setembro. O evento, ocorrido na Fazenda Paraíso, em Vila Velha/ES, marcou o encerramento do Ranking Nacional promovido pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). A Nelore Heringer foi a anfitriã do grandioso evento, garantindo a realização da Expoinel mesmo em um ano em que a pandemia do Covid-19 inviabilizou a maior parte das A exposições pecuárias. Na pista da Fazenda Paraíso, concorreram 274 animais de vários criatórios brasileiros, sendo 227 Nelore e 47 Nelore Mocho. O julgamento ficou

Victor e Eny Heringer, recebem de Leonardo Matsuda a premiação conquistada de Medalha de Ouro pelo lote com a MELHOR CARCAÇA DE MACHO da etapa Colatina ES do Circuito Nelore de Qualidade a cargo do jurado Ricardo Gomes de Lima. O título de Grande Campeã Nelore da Expoinel 2020 foi conquistado por Rima FIV Prairie, da Rima Agropecuária. A Reservada Grande Campeã foi Viatina-19 FIV Mara Moveis, do expositor Irmãos Bonfiglioli. O Grande Campeão Nelore foi Roque FIV Giber, de Eduardo R. Lucente e outros cond. O Reservado Grande Campeão foi Asttuto FIV Brun, da CRL Agropecuária.

Os Grandes Campeões da raça Nelore Mocho foram Ipanema FIV Angico e Jong FIV Angico. Os reservados de Grande foi a Linda FIV Angico, e o Reservado de Grande foi o Leon FIV Angico, todos de propriedade da Fazenda Angico, de Udelson Nunes Franco.

A CRL Agropecuária levou para casa o título de Melhor Expositor Nelore e Campeão Supremo. Já o Melhor Criador Nelore foi a Rima Agropecuária. Na categoria Melhor Expositor e Criador Nelore Mocho, os prêmios ficaram também com o Sr. Udelson Nunes Franco.

Os julgamentos foram transmitidos ao vivo e online pelo Facebook e Youtube da ACNB e também pelo Lance Rural. Já os Grandes Campeonatos foram transmitidos pelo Canal do Criador. “O público, desta vez, não esteve presente, mas, pode acompanhar virtualmente, em tempo real, no conforto e segurança das suas residências. O evento foi muito bem organizado e seguiu todas as recomendações sanitárias exigidas. Estamos felizes com o resultado. Afinal de contas, o agro não pode parar e a pecuária também não”, afirma o presidente da ACNB, Nabih Amin El Aouar.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ressaltou a importância para o estado sediar um grande evento pecuário, como a Expoinel. “Sabemos da importância de uma feira como essa para o melhoramento genético da raça, além de promover geração de emprego e renda que é um dos principais papeis do agronegócio”, ressalta o governador. Já Victor Miranda, da Nelore Heringer e atual diretor da ACNB, destacou que foi gratificante contribuir com a raça e com a realização da Expoinel Nacional no Espírito Santo “Sempre que precisar estaremos a disposição para recebê-los novamente”, afirma.

Realizada pela ACNB em parceria com a Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN), a Expoinel teve o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Fertilizantes Heringer, DSM Tortuga e Matsuda Sementes e Nutrição Animal, Governo do Estado do Espírito Santo e Prefeitura de Vila Velha.

Circuito Nelore de Qualidade

Paralelo aos eventos da Expoinel, a ACNB e a Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN) anunciam os vencedores da 16ª etapa do Circuito Nelore de Qualidade, realizada nos dias 3 e 4 de setembro, no frigorífico Frisa, em Colatina (ES). “Avaliamos 486 animais, sendo 456 machos e 30 fêmeas. Entre os machos, o destaque foi a precocidade e a cobertura de gordura dos animais, sendo que 96,7% dos animais tinham até 2 dentes incisivos permanentes (em torno de dois anos de idade) e 96,5% tinham cobertura de gordura mediana ou uniforme. Além disso, 99% dos animais pesaram mais de 18 arrobas, sendo a média geral de 21,8 arrobas”, informa Gustavo Callejon, assessor técnico da ACNB, responsável pela avaliação.

Os animais da Heringer mais uma vez foram destaque do Circuito. O Melhor Lote de Carcaças de Machos da etapa foi de Dalton Dias Heringer, da Fazenda Horizonte (Pinheiro/ES), que recebeu a Medalha de Ouro, e assumiu a liderança parcial do Campeonato Nacional de Melhor Lote de Carcaças de Machos. “Participamos do Circuito há mais de 10 anos. Ganhamos a maioria das etapas no Espírito Santo e trabalhamos com o objetivo de estar em primeiro lugar em nível nacional. O Circuito demonstra qualidade, acabamento de carcaça e qualidade da carne para exportar para a União Europeia ou qualquer país do mundo. Além de saber que estamos contribuindo para valorizar o Nelore, mostrando sua maciez, cobertura de gordura e carne saborosa, e comprovar que é possível fazer animais com 20 meses e com 23 arrobas, como foi o caso do nosso lote, em Colatina”, avalia o pecuarista Victor Miranda, do Nelore Heringer.

Batida do martelo

Outro evento que movimentou os criadores de Nelore foi o IX Leilão Nelore Heringer de Touros Provados, ocorrido de forma virtual no dia 3 de outubro e sob a organização da Fazenda Paraíso, do Nelore Heringer. A transmissão foi do Canal do Boi e Remate Web.

Foram ofertados 140 touros Nelore PO provados CEP e CEIP; 160 fêmeas Nelore PO prenhes 100% IA; 600 bezerros e 500 bezerras Nelore “cara limpa” e meio-sangue Aberdeen Angus, além de 200 novilhas cara limpa prenhes e inseminadas IA e 10 touros Tabapuã PO provados. “Foi um leilão maravilhoso, com médias expressivas e lances ofertados de todo o Brasil. Obtivemos uma média de R$16 mil com os touros e com as fêmeas de R$10,5 mil. O leilão teve 100% liquidez e superou todas as expectativas”, destaca o gerente pecuário do Nelore Heringer, Victor Paulo Silva Miranda.

Segundo ele, os touros colocados à venda no leilão são filhos dos principais líderes do sumário, ou seja, genética Deca 1, todos bem avaliados e vistoriados por dois programas de melhoramento genético (PMGZ e Cia de Melhoramento/CEIP). As novilhas ofertadas prenhas dos touros líderes de sumário, muito bem avaliadas, com alta avaliação genética e índice ABCZ que comprova o comprometimento da Nelore Heringer com seus clientes.

Bem vinda

“Casa do Sindi”

Com apoio integral da ABCZ os criadores terão um ponto de apoio em Uberaba/MG e a ABCSindi uma sede exclusiva para fomentar a raça que mais cresce nas estatística do registro genealógico

MÁRCIA BENEVENUTO MÁRCIA BENEVENUTO

No último ano a ABCSindi praticamente dobrou de tamanho em número de sócios, a raça sustenta um crescimento médio de 13% ao ano desde 2014 e já é uma das mais representativas na ExpoZebu.

Os sindistas possuem uma sede de fundação na Paraíba com muito espaço e conforto, mas a organização de um local exclusivo tornou-se uma demanda urgente e um pleito constante da diretoria do presidente Ronaldo Andrade Bichuette.

“Somos muito gratos por todo suporte que sempre recebemos da ABCZ com os serviços técnicos e cartorial, bem como na missão de promover a raça. Compartilhar a sede com a raça Indubrasil por um período também foi importante para evoluir nossos projetos e sonhos. Estou muito satisfeito por ter sido atendido pelo presidente Rivaldo Junior e sua diretoria, especialmente o diretor de promocionais Marcelo Ártico, que se sensibilizaram com nossa reivindicação e com sentimento de missão cumprida para promover a sucessão harmoniosa na nossa entidade”, diz Ronaldo.

A nova Casa do Sindi vai ter mais de 80m² de área construída, divididos em dois pavimentos, no antigo estande do criatório Maab, na esquina da Rua Evaristo Soares com João Severiano Rodrigues da Cunha, de frente para o pavilhão 31. O projeto do arquiteto Demilton Dib, bem como toda a obras estão sendo custeadas pela ABCZ e a ABCSindi está empenhada nas ações para angariar recursos destinados a aquisição de equipamentos, mobiliário e a criação de peças decorativas temáticas que estão sendo pesquisadas e produzidas pelo arquiteto Cristiano Marzolla.

“Teremos uma casa nossa. Estamos fazendo tudo com muito carinho para ter uma sede bonita, porém com identidade, conforto e funcionalidade para receber todos os associados durante o ano e nas exposições. A área toda foi projetada para a realização de reuniões de trabalho, eventos técnicos e comerciais, além de confraternização dos criadores e parceiros”, conta a Diretora Cláudia Fraga Leonel.

Um projeto que tem chamado a atenção de muitos associados é o do mural da raça. Um grande painel vai ser montado com placas de metal intercalados com quadros em madeira de peroba rosa, com as marcas em relevo e os nomes dos criatórios que estão contribuindo com cotas de R$ 2.500,00. O valor arrecadado será destinado a compra de todos os itens necessários para equipar a sede.

“Esse painel marca uma época e destaca todo o trabalho dos criadores até aqui. É pelo esforço individual de cada selecionador que o Sindi chegou no lugar onde está e vai evoluir ainda mais. Esse mural não é apenas uma vitrine publicitária, mas um marco da história da nossa raça em que os sindistas estarão eternizados”, avalia o Vice Presidente da ABCSindi, Orlando Procópio.

A eleição para a nova diretoria da ABCSindi, que ficará a frente da entidade no triênio 2021/2023, será no dia 11 de dezembro e tem o titular do Sindi OCP, Orlando Cláudio Gadelha Simas Procópio, criador do Rio Grande do Norte, como candidato a presidente em chapa única intitulada “Unidos pela Raça”. A nova diretoria terá Álvaro Lins Borba, Adaldio José de Castilho Filho, Angelo Mario de Souza Prata Tibery, Manassés de Melo Rodrigues, Gilberto Browne de Paula, Cláudia Fraga Leonel, Arthur Abdon Targino e Eduardo Henrique M. de Oliveira.

Ronaldo Andrade Bichuette, de Uberaba/MG, termina sua segunda gestão neste mês de dezembro. A diretoria composta por selecionadores de diversas regiões do Brasil entrega a entidade sanada, com caixa positivo, sem nenhum tipo de questão jurídica pendente, estimulada e revigorada em número de sócios e qualidade do plantel da raça de dupla aptidão que vem sendo selecionada e melhorada geneticamente por seus criadores.

“Somos muito gratos por todo suporte que sempre recebemos da ABCZ”, Ronaldo Bichuette

This article is from: