Pecuária Brasil #48

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OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 1
REALIZAÇÃO EDIÇÃO 48 - ANO X - OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 FECHAMENTO AUTORIZADO PODERÁ SER ABERTO PELA ECT
O GRANDE ENCONTRO DAS RAÇAS LEITEIRAS
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EDIÇÃO

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A 1a ExpoLeite chega para figurar entre os principais eventos da cadeia do leite, contemplando todas as etapas do processo produtivo, do campo à mostra de animais. É o grande encontro das raças leiteiras.

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CAPA #pecBR O GRANDE ENCONTRO DAS RAÇAS LEITEIRAS REALIZAÇÃO EDIÇÃO 48 ANO OUTUBRO/NOVEMBRO 2023
NOSSA

APRESENTAÇÃO

Enquanto 2023 já começa a se preparar para dar adeus, afinal estamos no último trimestre do ano, a pecuária segue seu ritmo de produção. Como anunciou o IBGE recentemente, o Brasil alcançou novo recorde, chegando a um rebanho bovino de 234,4 milhões de animais, em 2022, com alta de 4,3% em relação ao ano anterior. É mais boi que gente nesse “Brasilzão”, ou seja, isso significa uma maior possibilidade de gerar riquezas para o país e alimento para o mundo, além das inúmeras matérias-primas que gera para vários setores da economia.

Tudo bem que 2023 não está “alisando” ninguém. Os preços da arroba e do leite continuam abaixo do esperado, mas, olhando mais à frente, a pecuária está construindo agora seu futuro, com os criadores mantendo os investimentos em genética, nutrição e sanidade.

Um exemplo de visão no futuro é a realização da nova exposição de raças leiteiras, a Expoleite, que a ABCZ está realizando pela primeira vez, agora em outubro. O evento une a cadeia produtiva do leite para mostrar que, apesar dos problemas causados pela entrada desenfreada de lácteos no país, é preciso continuar realizando bons projetos. Este é o tema da capa desta edição da revista Pecuária Brasil.

Aliás, falando em visão de futuro, entrevistamos o “Doutor Agro” Marcos Fava Neves, um otimista em relação ao agronegócio. Ele acredita que se não fosse pelo Brasil muitos países não teriam condições de suprir suas demandas por alimentos.

E falando em produção de carne, a conclusão do Programa Zebu Carne de Qualidade, que avaliou cruzamentos entre zebuínos, mostrou que composições como o Guzonel (Guzerá x Nelore) são altamente recomendadas para produção de carne macia, saborosa e sustentável.

E mesmo na reta final de 2023, os eventos não param. A raça Nelore traz para sua Nacional mudanças importantes no regulamento, algumas polêmicas, como o jurado único. Guzerá e Brahman também terão suas Nacionais realizadas conjuntamente em Uberaba/MG. No Sindi e no Gir Leiteiro, as exposições nacionais encerraram os Rankings.

Esta edição ainda abre espaço para falar dos cuidados com os animais em tempos de altas temperaturas, as melhores estratégias nutricionais para bovinos leiteiros em sistemas a pasto, como a evolução genética e econômica caminham lado a lado. Conversamos com Irineu Gonçalves Filho, que já atuou como jurado e hoje comanda o programa de seleção da Santa Marina (do grupo da Agro Mata Velha), sobre sua trajetória na pecuária zebuína e seus projetos de trabalho aos 81 anos de idade.

Temos ainda uma matéria especial sobre a participação das mulheres e do grupo ABCZ Mulher, que este ano me concedeu homenagem da qual fiquei extremamente honrada em receber. O Mérito ABCZ Mulher coroa todo um trabalho que fazemos por toda uma década, aqui, com a revista Pecuária Brasil.

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CLÁUDIA MONTEIRO redacaopecuariabrasil@gmail.com RAÇA CAPA CARNE

UMA DAS EMPRESAS MAIS CONCEITUADAS DA AGROPECUÁRIA NACIONAL

HERINGER MISSIL (FHGNA1981)

Truck da Alô Brasil x Heringer Malia (Heringer Pagador)

O Nelore Heringer traz em seu DNA a excelência na seleção da raça que é carro-chefe da pecuária de corte do Brasil. Com uma visão pioneira, o criatório tem utilizado as mais modernas tecnologias e avaliações genéticas rigorosas, para identificar animais de genética excepcional.

O rebanho da Heringer é formado por animais Nelore Puros de Origem (PO), incluindo machos, fêmeas, reprodutores e matrizes, avaliados por renomados programas de melhoramento genético do Brasil.

Todos os exemplares são acompanhados e avaliados em cada etapa de vida, com o propósito de identificar aqueles de melhor rendimento, garantindo, assim, a alta qualidade genética do plantel.

Para que o Nelore possa expressar toda a superioridade genética, a Heringer investe constantemente em nutrição. Os animais são manejados a campo, em áreas de pastagens 100% adubadas, o que garante grande parte dos nutrientes necessários ao desenvolvimento dos bovinos. Nos meses de estiagem, é utilizada a suplementação animal estratégica de silagem de milho ou cana de açúcar.

A sanidade também é priorizada, garantindo condições ideais para o máximo desempenho de seu rebanho. A Heringer conta com uma equipe muito bem treina-

da para fazer o manejo adequado do rebanho em suas fazendas, permitindo atingir excelentes índices de produtividade.

Todo esse criterioso trabalho vem confirmando sua excelência em eventos técnicos de todo o Brasil, como o Circuito Nelore de Qualidade – o mais prestigiado torneio de avaliação de carcaças.

Com todos esses esforços, a genética Heringer está chegando aos mais diversos locais do Brasil, com um importante “selo de qualidade”. Os remates do criatório levam a chancela de Leilões Oficiais da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). Essa oficialização demonstra a sua visão e comprometimento com o avanço da entidade, colaborando para o fortalecimento e a valorização da raça Nelore e de seu próprio negócio. Os recursos arrecadados com a oficialização de leilões são integralmente aplicados pela ACNB e pelas Associações Regionais do Nelore conveniadas em ações de promoção da genética e da carne Nelore.

Para o pecuarista que busca qualidade e funcionalidade, a genética Heringer, aliada à chancela da ACNB, é a garantia de negócios confiáveis.

Com tudo isso, o Nelore Heringer cumpre sua missão de contribuir para a evolução da pecuária de corte nacional.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 10 Expocruz 2023 PG. 44 28 1ª ExpoLeite SUMÁRIO
OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 11
104 12 . PECUÁRIA EM REDE 16 . PECUÁRIA INDICA 19 . AGRO NO PRATO 22 . PORTEIRA ABERTA 33 . ENTREVISTA 38 . PECUÁRIA 360 43 . RAÇA 67 . CARNE 83 . LEITE 95 . ZONA RURAL 103 . GENTE 115 . SOCIAIS 120 . PONTO DE VISTA 122 . OPINIÃO 125 . EM FOCO
SEMPRE NA PECUÁRIA BRASIL Criadores PG.
23ª Expogil PG. 84 Perfil PG. 108
Ranking Nelore PG. 58

PECUÁRIA

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 12
a hashtag #pecBR e apareça aqui!
EM REDE Use
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PECUÁRIA DE ONDE

Municípios que aparecem nessa edição

Expocruz

DESTINOS INTERNACIONAIS

Alegrete (RS)

Aparecida do Rio Doce (GO)

Araçatuba (SP)

Arapongas (PR)

Avaré (SP)

Barretos (SP)

Bauru (SP)

Bela Vista (MS)

Belo Horizonte (MG)

Birigui (SP)

Bocaiúva (MG)

Bom Jesus (PI)

Botucatu (SP)

Britânia (GO)

Brotas (SP)

Campinas (SP)

Campo Grande (MS)

Conceição das Alagoas (MG)

Conceição de Macabu (RJ)

Coromandel (MG)

Cuiabá (MT)

Curvelo (MG)

Curitiba (PR)

Dourado (MS)

Fortaleza (CE)

Franca (SP)

Frutal (MG)

Funilândia (MG)

Goiânia (GO)

Governador Valadares (MG)

Gurupi (TO)

Guará (SP)

Ibitiúva (SP)

Ilha Solteira (SP)

Inhaúmas (MG)

Itapetinga (BA)

Itaquirai (MS)

Jaboticabal (SP)

Ji-Paraná (RO)

Lençóis Paulista (SP)

Londrina (PR)

Luís Eduardo Magalhães (BA)

Maracaju (MS)

Maceió (AL)

Marília (SP)

Maringá (PR)

Medianeira (PR)

Morrinhos (GO)

Natal (RN)

Nova Crixás (GO)

Passos (MG)

Paulo de Faria (SP)

Patos de Minas (MG)

Piracicaba (SP)

Pompéu (MG)

Ponta Porã (MS)

Porangatu (GO)

Expogil GOIÂNIA - GO

Porto Murtinho (MS)

Quirinópolis (GO)

Ribeirão Preto (SP)

Rio de Janeiro (RJ)

Rio Pardo (RS)

Rio Preto (SP)

Rio Verde (GO)

Sacramento (MG)

Santa Maria da Serra (SP)

São Gotardo (MG)

São Paulo (SP)

Soledade (RS)

Salvador (BA)

Terenos (MS)

Três Passos (RS)

Uberaba (MG)

Uberlândia (MG)

Vale do Paraíba (SP)

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 14
SANTA CRUZ DE LA SIERRA - BO
Bolívia Guatemala Índia Japão México Senegal

CEDRO MPERBONI MPER140

KAYAK TE MAFRA x BEGONIA FIV DA PERBONI (BIG BEN DA SN)

NASC.: 22/04/2021

Cedro MPerboni é um touro que carrega em sua expressão a beleza da raça Nelore, com comprimento de grande volume de carcaça. É filho do Kayak x Big Ben x Lacre Kubera, portanto descendente da tri-campeã do Ranking Nacional,na categoria Melhor Matriz, Tajayama MJ da Sabiá. Cedro foi premiado em todas as pistas em que passou, sendo Campeão, Reservado Grande Campeão, Grande Campeão e Medalha de Ouro no Ranking Nacional 2022/2033.

Campeão Baby - Expoinel Goiás 2021

Reservado Campeão Júnior Menor - Expozebu 2022

Reservado Grande Campeão - Fernandópolis 2022

Reservado Júnior Menor - Expoinel Avaré 2022

Reservado Júnior Menor - Palmeiras de Goiás 2022

Campeão Júnior Menor - Exposição de Goiânia 2022

Reservado Grande Campeão - Camaru 2022

Campeão Júnior Maior - ExpoAbra 2022

Reservado Grande Campeão - Rio Verde 2022

Reservado Grande Campeão - Expoinel Minas 2023

Campeão Touro Jovem - Exposição Rio Verde 2023

Reservado Grande Campeão - Expoinel Ouro Vila Velha 2023

Reservado Grande Campeão - Expoinel Avaré 2023

Grande Campeão - Expo Abra 2023

MÃE

PECUÁRIA INDICA

QUEM PENSA ENRIQUECE: O LEGADO

Um dos livros mais vendido de todos os tempos, que influencia líderes e empreendedores em todo o mundo, em uma edição especial atualizada para o século XXI.

“Quem pensa enriquece: o legado” fala sobre sucesso e traz exemplos modernos, comprovando que a filosofia da realização pessoal de Napoleon Hill permanece atual e ainda orienta aqueles que são bem-sucedidos. Um livro que vai mudar não só o que você pensa, vai mudar o modo como você pensa.

Autor: Napoleon Hill | Editora: Citadel

368 páginas | De R$ 17,17 a R$ 43,29

MIX CERRADÃO

O Grupo Matsuda acaba de lançar o Mix Cerradão, o consórcio das Brachiárias Brizanthas Marandu, MG 4 e MG13 Braúna, que é a combinação dessas diferentes cultivares em uma mesma pastagem. Suas características juntas formam uma pastagem com maior produção de forragem, de 12 a 15 toneladas de matéria seca por hectare, por ano, além disso apresenta excelente qualidade nutricional, de 9 a 12% de proteína. O Mix Cerradão é indicado para solos de média a alta fertilidade, é tolerante às cigarrinhas das pastagens e vem com toda a tecnologia Gold Mais, a evolução da tecnologia Série Gold, alta pureza, maior fluidez, mais resistência aos impactos, maior plantabilidade, e mais eficiência no campo. Elas são escarificadas quimicamente, tratadas com fungicida, film coating e com a opção do inseticida, além da mais nova tecnologia de revestimento com menor liberação de pó, com a qualidade, segurança, confiabilidade e tradição da marca Matsuda.

DORAGOLD: CONTROLE DE PARASITAS

A JA Saúde Animal disponibilizou ao mercado o Doragold, endectocida à base de Doramectina 1%. O produto é indicado para o controle das verminoses e dos ectoparasitas em bovinos, como nematódeos gastrintestinais, bernes e miíases. A Doramectina presente em sua fórmula também age no combate de outros parasitas como: carrapatos, piolhos, ácaros da sarna e como auxiliar no controle da população da mosca-dos-chifres. Doragold é composto por uma molécula extremamente segura, versátil, com excelente eficácia e deve ser administrado por via subcutânea, na dose de 1 mL/50 kg, sob orientação de um médico-veterinário. O produto chegará ao mercado em duas apresentações: 50 e 500 mL.

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ROBÔ PARA TESTAR LEITE

A Lely, empresa que oferece soluções em automação para pecuária leiteira, lança no Brasil o MQC-C, equipamento que acoplado aos robôs já instalados ou novos, proporciona ao produtor a possibilidade de testar o leite diariamente, visando a saúde do úbere e a prevenção da mastite, principal doença que acomete o rebanho leiteiro. O MQC-C faz a coleta de uma amostra de leite e adiciona o líquido indicador reagente. Com base na viscosidade dessa amostra, o robô faz a leitura e uma indicação de contagem de células (CCS) será gerada. O MQC-C realiza um teste a cada três ordenhas, por meio do recurso Smart Sampler. Porém, quando o teste apresenta variação e alta CCS (>250.000 células/ml), o dispositivo passa a coletar uma amostra em cada ordenha, permitindo a atuação do produtor rapidamente, até que os valores retornem aos níveis normais, avaliando a qualidade do tratamento aplicado.

HIGIENIZADOR PARA ORDENHA

A Área de Negócios Leite da Castrolanda lançou a linha de higiene para ordenha. Foram lançados o Blue Dip e o Green Barrier, condicionadores e higienizadores de tetos para uso pós-ordenha, e a Espuma Pré-Ordenha, voltada a higienização de tetos, em embalagens de 5, 20, 50 e 200 litros. A linha é fruto de um estudo de mais de dois anos de assistência técnica na validação e escolha dos produtos, com objetivo de auxiliar o cooperado Castrolanda e produtores no seu trabalho diário de fornecer leite com a máxima qualidade. Os produtos foram desenvolvidos em parceria com a DeLaval, empresa que fornece soluções voltadas à produção de leite, saúde animal e qualidade de vida.

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 17

Calor pede vinho

Está muito quente e dizem os meteorologistas, que vai piorar! Embora ainda nem estejamos no verão, a tendência é que o clima não dê sossego e atinja todos os recantos de nosso país.

Sabemos todos que o calor pede bebidas, de preferência, geladas e refrescantes. Muita água e sucos de frutas naturais são os mais recomendados! Mas para um relax na varanda, à beira da piscina e nas noites quentes de luar, um bom vinho é o que melhor combina! Assim sendo, o primeiro passo é colocar em sua geladeira, ou em um balde de gelo, uma (ou mais) garrafa de vinho branco, rosé, verde ou espumante.

Sim! Estes vinhos são ideais para o calor e para o clima tropical de nosso país. Pode ser um vinho branco de variedade Sauvignon Blanc, Chardonnay e Riesling; um rosé de casta Malbec, Cabernet Sauvignon ou Merlot, ou um vinho português da D.O.C Verde, de cepas Alvarinho, Loureiro, Arinto, Avesso ou Trajadura.

Mas tem ainda o espumante nacional de excelente qualidade, feito no método charmat ou uma tradicional Champagne francesa, feita no método champenoise, com viníferas como Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier!

Afinal, vinho branco, espumante, vinho rosé ou vinho verde são ótimas opções para quem gosta da bebida e querem degustá-la em dias de calor intenso. Eles são leves, refrescantes, têm baixo teor alcoólico e uma menor estrutura e corpo.

São ótimos para harmonizar com petiscos variados, culinária japonesa, frutos do mar, carnes brancas e ainda com carne bovina, como um Filet Mignon salteado de legumes e feito na grelha!

Portanto, não tem desculpa. Vinho tem para todos os climas. É só não ter preconceito e se permitir! Salute!

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 18 PECUÁRIA INDICA VINHOS
CARLOS ALBERTO PEREIRA Jornalista, enólogo e tecnólogo em Hotelaria e Turismo mktcap@gmail.com

RECEITAS AGRO NO PRATO

BISCOITO FRITO

Esta receita é uma tradição da família do criatório Sindi Azevedo. O criador Fábio lembra que sua mãe, a dona Aneuza Pereira de Azevedo, já falecida, costumava fazer biscoito frito para toda a família e amigos. Hoje, a tradição na casa do casal Fábio e Blhenda Azevedo permanece e quem segue reproduzindo a receita da dona Aneuza é a prima Alzira, para alegria de todos. Afinal, um biscoito frito acompanhado de um cafezinho não tem igual!

INGREDIENTES:

700 gramas de goma

Sal a gosto -sugestão de meia colher de sopa

100ml de água fervendo

2 ovos

300g de muçarela

MODO DE PREPARO:

Misturar em um recipiente a goma, sal e a água fervendo. Acrescentar os ovos e misturar bem a massa. Por último, acrescentar o queijo e amassar novamente.

Enrolar a massa em tiras finas e modelar os biscoitos.

Colocar para fritar no óleo quente, em fogo baixo.

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 19
BLHENDA E FÁBIO AZEVEDO Sindi Azevedo

CALENDÁRIO

EXPOINEL

NACIONAL

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) nelore.org.br

EXPOLEITE 2023

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) abcz.org.br/

NACIONAL GUZERÁ

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) guzera.org.br/

EXPOBRAHMAN

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) brahman.com.br

FESTA DO BOI

07 a 14 de outubro Cândido Mota (SP) anorc.com.br/

EXPOAPI

03 a 10 de dezembro Teresina (PI) (86) 3226-8364

SHOW RURAL COOPAVEL

05 a 09 de fevereiro Cascavel (PR) showrural.com.br

INTERESTADUAL DO GIROLANDO

Campo Grande (MS)

10 a 15 de abril girolando.com.br

EXPOZEBU

27 de abril a 10 de maio Uberaba (MG) abcz.org.br

SHOWTEC

21 a 23 de maio Maracaju (MS) portalshowtec.com.br

NELORE FEST

11 de dezembro

São Paulo (SP) nelore.org.br

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 20

PORTEIRA ABERTA

GRUPO LÍBANO

O touro Lúdico FIV WAD, que por 17 vezes foi Grande Campeão, integra o condomínio formado pelo Grupo Líbano e a Fazenda Quilombo do Brasil. Com uma trajetória espetacular e imbatível nas pistas de julgamento desde bezerro, ele conquistou Medalha de Bronze no Ranking Nacional 2022/2023 - categoria Melhor Macho. Ele já tem sêmen convencional e sexado disponíveis na CRV Lagoa e, em breve, terá a oferta de sêmen na Bolívia. Após o falecimento do criador Selim Maluf, quem comanda o Grupo Líbano é seu irmão, Sharbel Majluf Antelo, cabendo a ele e à Quilombo a responsabilidade de cuidar desse grande touro Gir Leiteiro Lúdico.

CONGRESSO DE SIMENTAL E SIMBRASIL

A Associação Brasileira de Criadores de Simental e Simbrasil comemora, ao longo de 2023, os 60 anos da sua fundação. Como parte das comemorações, a entidade promoverá o Congresso Nacional da raça entre os dias 28 de novembro e 3 de dezembro, durante a Emapa, em Avaré, no interior do estado de São Paulo. A programação prevê palestras técnicas sobre o Simental e o Simbrasil, julgamento de animais, leilão, confraternização e a entrega oficial dos prêmios aos vencedores da Exposição Nacional de 2023, cuja final ocorrerá entre os dias 24 e 27 de outubro, no canal da associação no Youtube.

SUMÁRIO GENÔMICO

HEREFORD E BRAFORD

A Conexão Delta G lançou o Sumário de Touros 2023/2024, durante a 46ª Expointer. O documento traz informações com bastante assertividade em relação ao valor genético dos animais, porque ele tem como base um conjunto de dados bastante robusto, com mais de 30 anos de coleta e isso significa quase meio milhão de dados acumulados. A base de dados é robusta, com mais de 450 mil animais avaliados. Os criadores e produtores podem acessar diversas características que levam a um tipo bovino precoce, musculoso e de acordo com o interesse específico.

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CONGRESSO MARKETING RURAL

Mais de 420 pessoas acompanharam a 15ª edição do Congresso de Marketing do Agro ABMRA, realizado no dia 13 de setembro, em São Paulo. O dia de atividades reuniu debates e trocas de conhecimento prático sobre as melhores estratégias da comunicação para os profissionais que atuam no Agro e foi marcado por uma série de novidades para associados e entusiastas do setor. Durante o debate entre os painelistas, os participantes pontuaram que o Agro, em algumas situações, é resistente à mudança e à inovação, sendo necessário um equilíbrio entre o respeito pela tradição e o entendimento sobre o atual momento e as projeções que podem ser feitas sobre o futuro. Uma das novidades anunciadas foi a criação do curso “Marketing Estratégico Para o Agro” pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA) em parceria com a ESPM.

EMPREENDELAS

As mulheres agora contam com mais um espaço exclusivo para divulgar seus projetos de empreendedorismo para todo o país. O programa “EmpreenDelas”, comandado pela especialista em Marketing Estratégico e Agro Marketing, Consuelo Mansur, traz a história de empreendedoras de vários setores. Na estreia, recebeu a pecuarista Renata Camargos, que integra o grupo ABCZ Mulher, e é selecionadora de Nelore e Brahman, e a empresária, Ângela Toledo Ma, sócia-diretora da NHD FOODS, empresa de alimentos free from, da família Ma Shou Tao que atua na pecuária leiteira. O programa EmpreenDelas é transmitido ao vivo, quinzenalmente, sempre às terças-feiras, a partir das 19h, pelo Canal Zebu para o Mundo, no Youtube, e conta com o apoio institucional da ABCZ Mulher e da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

45 ANOS DE INOVAÇÃO

Fundada em 1978 em Patrocínio Paulista/SP, a Premix comemora 45 anos de história, se consolidando como uma das principais referências em nutrição animal bovina no Brasil e na América Latina. A empresa atende desde pequenos criadores até grandes fazendas, contando com um time de 400 colaboradores diretos e 250 representantes comerciais em todo o País. Seu centro de pesquisa e inovação, em Patrocínio Paulista (SP), desenvolve produtos de alta qualidade para bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Para produção e distribuição, a empresa conta com fábricas próprias nos estados de SP, TO, MT e GO, centros de distribuição no PR, MT, MS, ES, MA e RO, além de seu escritório central em Ribeirão Preto (SP).

CONFINAMENTO BA E MG

O Confina Brasil promoveu pesquisas em confinamentos localizados nos estados da Bahia e Minas Gerais, abrangendo um total de seis fazendas que praticam produção intensiva e/ou semi-intensiva de gado de corte. Durante essas visitas, ocorridas durante o período de 4 a 8 de setembro, destacaram-se investimentos em infraestrutura, gestão de pessoas, compromisso com a sustentabilidade e produção de carne premium. Encerrando assim, a terceira rota da expedição. Em São Desidério/BA, a Fazenda Santo Inácio realiza uma “terceira safra”, que seria o boi. Eles levantam um confinamento temporário quando a terra não está sendo usada para o plantio, onde são alojados os bovinos até o momento do abate, depois a estrutura é desfeita para dar lugar à lavoura novamente. Já em Luís Eduardo Magalhães/BA, a expedição visitou o confinamento da Frilem, que é detentora de uma linha de carne especial chamada “Boi Premium”. A Frilem adquire bezerras destinadas a recria e engorda em sistema de confinamento, elas são abatidas até os 18 meses de idade com foco na produção de uma carne de qualidade superior. Essa carne é classificada como premium e comercializadas em churrascarias e boutiques de carnes da região.

FAZENDA DE ENERGIA SOLAR

Uma fazenda sem produção agrícola, mas que produz energia solar em João Pinheiro, região Noroeste do Estado, é a proposta da Empresa Brasileira de Energia Solar (Ebes). Ela comercializa cotas, como se fosse uma assinatura, para o consumidor comercial, como se o consumidor comercial alugasse uma parte da usina. A energia é conduzida normalmente pela distribuidora, que no caso é a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e entregue aos contratantes do modelo. A conta de energia vai chegar normalmente, só que vai ser abatida a cota contratada, da mesma forma como acontece com quem tem uma usina de geração de energia solar em casa atualmente.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 24 PORTEIRA
ABERTA

TEMPLE GRANDIN

Lançado em 2021 como um documentário, o projeto “Quando Ouvi a Voz da Terra” chega em nova fase com o lançamento do filme “Um outro olhar – Uma jornada pelo bem-estar animal e sustentabilidade”, que terá o primeiro teaser divulgado durante o 8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio – CNMA, que ocorrerá nos dias 25 e 26 de outubro, no Transamérica Expo Center, na capital paulista. O filme conta com a pecuarista Carmen Perez como principal interlocutora das vivências de pessoas do campo. Um dos destaques da obra é o encontro entre Carmen Perez e Temple Grandin, grande inspiração da protagonista da história.

GIROLANDO FAZ DOAÇÃO

A APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Lagoa da Prata, em Minas Gerais, é a nova entidade beneficiada pelo projeto “Leite é Vida”. Um cheque no valor de R$16.146,63 foi entregue no dia 14 de setembro, à APAE pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Alvoar Lácteos e Reafrio. O valor doado é oriundo da venda do leite captado durante a Megaleite 2023, principal exposição de pecuária leiteira da América Latina que aconteceu em junho. Mais de 70 mil litros de leite foram captados. O projeto ocorre há vários anos e já beneficiou entidades de várias cidades.

NOVAS DEPS GENÔMICAS DE EFICIÊNCIA ALIMENTAR

A raça Angus acaba de ganhar as DEPGs (diferença esperada na progênie aprimorada pela genômica) de Eficiência

Alimentar, lançada durante a Expointer 2023. A avaliação genômica é baseada em três novas DEPGs que estão inter-relacionadas: Consumo de Matéria Seca (CMS), Consumo Alimentar Residual (CAR) e Ganho Médio Diário Residual (GMDR). A iniciativa é uma parceria da Associação Brasileira de Angus, Embrapa Pecuária Sul, Associação Nacional de Criadores Herdbook Collares (ANC) e Biodata Ciência de Dados, para uma nova avaliação genômica que prediz a capacidade de transmissão dessa característica pelos progenitores. As características possuem herdabilidade de média a alta e a seleção com base nessas DEPGs possibilitará que o pecuarista comece a introduzir nos seus rebanhos animais mais eficientes na conversão dos alimentos em carne.

PORTEIRA ABERTA

VIOLÃO LEILOADO

O leilão Genética Reconquista, da Agropecuária Reconquista, de José Paulo Dornelles Cairoli, de Alegrete (RS), ocorrido no dia 23 de setembro, arrecadou R$ 65 mil em doações para as vítimas das enchentes em Encantado, Muçum e Roca Sales. O valor foi obtido graças à campanha que reuniu amigos e pecuaristas e à doação de um violão autografado pelo cantor sertanejo Leonardo. O instrumento foi arrematado por R$ 20 mil pelo criador Paulo de Castro Marques, da Casa Branca Agropastoril, de Silvianópolis/MG. A disputa foi tão acirrada que o leiloeiro Fábio Crespo, da Parceria Leilões, acabou negociando pelo mesmo valor um segundo violão autografado pelo ídolo para Caio Rocha e Ibaneis Rocha, do Distrito Federal. As demais doações foram feitas de forma espontânea ao longo do remate.

RESULTADO DA PROVA MACHOS SENEPOL

A Associação Brasileira dos Criadores de Senepol divulgou o resultado da Prova de Machos, ocorrida de maio a agosto, na Vitrine Tecnológica VT-Feed, em Araçatuba/SP. Dos 55 animais participantes de 20 criatórios de MG, SP, GO, MT e MS, dois foram contratados por centrais e outros dois, selecionados para o ATJ, da Embrapa. O campeão do Grupo 1 foi o reprodutor CD0452. No Grupo 2, o campeão foi MMM1028. O touro ZT6106 foi contratado pela central CRV Lagoa e indicado para o programa de Touros Jovens da Embrapa, junto com o contemporâneo CONQ2466. Já o animal BARA0958 foi contratado pela Alta Genetics. Todos os animais da prova tiveram material coletado para avaliação genômica pelo Geneplus-Embrapa, passaram por avaliação de carcaça por ultrassonografia e de eficiência alimentar em cochos eletrônicos. O Índice Final ainda contemplou Peso Final, Ganho de Peso, Conformação Frigorífica, CE e Epmuras.

6º MONDIAL DU FROMAGE

O leite de Zebu mostrou o seu valor durante a sexta edição do Mondial du Fromage, concurso internacional de queijos artesanais promovido em Tours, na França. O criador de Guzerá e produtor de queijo, João Campos, da Queijaria e Fazenda Licurizal, voltou para casa com a primeira premiação do queijo artesanal baiano no exterior – uma medalha de bronze concedida ao queijo Coração do Massapê. Na raça Gir Leiteiro, a queijaria Pardinho Artesanal, do empresário e diretor da ABCZ, Bento Mineiro, conquistou quatro premiações com seus produtos elaborados com leite zebuíno. Os queijos Mandala e Cuesta Azul receberam medalhas de prata; já o queijo Cuesta conquistou duas medalhas de bronze – uma para a versão com oito meses de maturação e outra, para a versão com 10 meses.

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DOAÇÃO DE SÊMEN NO MS

O Novilho Precoce MS assinou termo de intenção com Embrapa e SEBRAE MS para difusão de tecnologias na pecuária, no dia 25 de setembro. A mediação desse acordo foi realizada pelo Governo do Estado, por meio da Semadesc. O objetivo dessa parceria é a doação de doses do banco de sêmen de reprodutores que fazem parte de programas de pesquisa e desenvolvimento genético, como o Embrapa Geneplus. O presidente da Novilho Precoce MS, Rafael Gratão, mencionou que a Embrapa se aproximou da associação para disponibilizar seu banco de sêmen, que contém informações genéticas valiosas. Eles planejam doar 5 mil doses aos associados da Novilho Precoce.

ANCP LANÇA SUMÁRIOS

A ANCP lançou o Sumário de Touros das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã – edição de agosto de 2023 durante o 27º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores, realizado durante a ExpoGenética, em Uberaba/MG. Além de apresentar todas as características dos animais das quatro raças, o material conta com uma novidade: a Seção Informativa (Conceitos e Conhecimentos). Atendendo às solicitações dos associados, a seção oferece um importante material de estudo, com artigos e pesquisas, onde o criador irá encontrar dicas importantes para o avanço do melhoramento genético em sua propriedade.

TECA EM ILPF

Produtores rurais contam agora com um pacote completo de técnicas de manejo para usar a teca (Tectona grandis) como componente arbóreo em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). As experiências em campo e as pesquisas realizadas pela Embrapa Agrossilvipastoril (MT) estão reunidas em um capítulo dedicado ao uso da teca em sistemas ILPF que acaba de ser publicado no livro “Teca no Brasil”. A publicação reúne, pela primeira vez, recomendações que vão desde o preparo da área para plantio das mudas até a condução das árvores com desbastes e desramas (podas), passando pela definição de espaçamentos e configuração dos renques de árvores. O trabalho feito pelos pesquisadores da Embrapa Maurel Behling e Flávio Wruck mostra que, ao planejar seu sistema ILPF, o produtor deve definir se utilizará o componente arbóreo como adição ou substituição de renda. O livro pode ser baixado gratuitamente no site da Embrapa.

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Bem-vindos à

1ª ExpoLeite: o grande encontro das raças leiteiras

ABCZ realiza sua primeira exposição totalmente voltada para a cadeia do leite

Prestes a completar 105 anos de contribuição para a pecuária, dentro e fora do país, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) realiza a sua primeira exposição totalmente voltada para a pecuária leiteira. A ExpoLeite chega para figurar entre os principais eventos da cadeia do leite, contemplando todas as

etapas do processo produtivo, do campo à mostra de animais. “Nossa missão é congregar as raças leiteiras – não só as puras, mas também seus cruzamentos. O evento foi planejado como uma verdadeira vitrine da cadeia do leite brasileiro, não se restringindo à pecuária zebuína”, destaca o diretor de Pecuária Leiteira da ABCZ, Rodrigo Simões.

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ÉLCIO FONSECA

O grande encontro das raças leiteiras reúne exemplares Gir Leiteiro, Guzerá, Sindi, Girolando, Holandês e Jersey. A programação inclui julgamentos, torneio leiteiro, leilões e shoppings, curso de Doma de Novilhas e Adaptação à Sala de Ordenha, curso de Avaliação Morfológica de Raças Zebuínas Leiteiras, circuito de palestras BR Leite, assinatura do Acordo Nacional do Controle Leiteiro entre ABCZ, Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, entre outros.

Os eventos terão transmissão ao vivo na ABCZ TV, canal da ABCZ no YouTube. “O Brasil é o terceiro maior produtor de leite no mundo – são mais de 34 bilhões de litros por ano – e a ExpoLeite é uma grande oportunidade para os produtores de leite mostrarem seu trabalho, fazerem novos negócios e discutirem estratégias para ampliar sua lucratividade e buscar soluções para toda cadeia pro-

dutiva que está presente em 98% dos municípios brasileiros”, ressalta o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

EVENTO INDOOR

Grande parte dos eventos da ExpoLeite, incluindo os julgamentos, acontece no Pavilhão Multiuso, espaço coberto com mais de 4 mil metros quadrados, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. “Especialmente, as raças taurinas são pouco tolerantes ao calor. Por isso, habitualmente, os eventos de raças leiteiras acontecem indoor. Nesta primeira edição, as raças Holandesa e Jersey ainda não vão participar dos julgamentos, apenas das mostras, mas já concebemos o evento dessa maneira, já que também pode chover no período e queremos garantir o máximo conforto para os animais e o público”, explica Rodrigo Simões.

Além da pista de julgamentos montada dentro do Pavilhão Multiuso, o espaço abriga estandes comerciais para criadores, empresas agropecuárias e de alimentação. “Além de ser indoor, o evento é totalmente integrado. As pessoas podem acompanhar os julgamentos e realizar negócios no mesmo ambiente. Vale destacar que todos os espaços disponíveis foram comercializados em apenas uma semana, já demonstrando o sucesso da 1ª ExpoLeite”, salienta o gerente Comercial da ABCZ, João Gilberto Bento.

DESTAQUES DA EXPOLEITE

Curso de Doma de Novilhas e Adaptação à Sala de Ordenha: As aulas serão ministradas pelo professor Nilson

Dornellas de Oliveira, técnico em Agropecuária e Administração, com vasta experiência em gerência de gado comercial e leiteiro. Já ministrou mais de 340 cursos e é criador do curso ‘Descomplicando o Manejo de Bovinos Leiteiros’.

Curso de Avaliação Morfológica de Raças Zebuínas Leiteiras: A parte teórica será aplicada por Carlos Henrique Cavallari Machado, Superintendente Técnico Adjunto de Fomento da ABCZ, e Rafael Vizoná, Coordenador de Melhoramento Genético de Leite. Já a parte prática ficará a cargo dos membros do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas, André Rabelo Fernandes, Lucyana Queiroz Malossi e Márcio Diniz Júnior.

CAPA

Circuito de Palestras BR Leite: As palestras serão ministradas pelas pesquisadoras Ana Luiza da Costa Cruz Borges e Helena Ferreira Lage, que abordarão temas como manejo nutricional de raças zebuínas leiteiras e seus cruzamentos. O evento é gratuito.

Assinatura do Acordo Nacional do Controle Leiteiro entre ABCZ, ABCBRH e Girolando: O objetivo é viabilizar um quadro unificado de técnicos de campo que auxiliam no controle leiteiro nas fazendas, gerando economia para criadores e fortalecimento do controle leiteiro no país. O processo ajuda a mensurar componentes quantitativos e qualitativos do leite, como gordura e proteína, além de identificar os animais com maior potencial genético e capacidade de adaptação, melhorando a eficiência produtiva do leite nacional.

Julgamento da Vaca Suprema: Seguindo uma tradição

das grandes exposições leiteiras, a ExpoLeite terá o julgamento da Vaca Suprema, o melhor animal de todo o evento. Após os julgamentos independentes, por raça, as grandes campeãs em cada raça concorrerão entre si ao título, que representa o melhor biotipo leiteiro da exposição.

Atrações culturais e Feira da Agricultura Familiar: Durante a ExpoLeite, no pavilhão 24, será realizada a Feira da Agricultura Familiar, com apoio da Emater – MG, para a comercialização de produtos típicos da região.

Quatro atrações musicais estão confirmadas: Joy Aves se apresenta no dia 11; Lopez & Garatti, no dia 12; Luccas & Rodrigo, no dia 13 e, no dia 14, a música ficará por conta de Fernando Pila. As apresentações começam a partir das 19h, com entrada gratuita.

Confira a programação completa da ExpoLeite:

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não fosse pelo Brasil, onde estaríamos agora?”

U

m dos palestrantes mais requisitados do agronegó cio por suas profundas análises econômicas sobre o setor, o engenheiro agrônomo Marcos Fava Neves abriu um espaço na sua agenda para falar com a revista Pecuária Brasil. Ele é um otimista em relação ao futuro do agro, mas sabe que o país precisa fazer bem o dever de casa, espe cialmente em relação à logística e armazenamento. Por outro lado, atribui ao Brasil o fato dos preços internacionais dos alimentos da FAO não estarem em uma posição pior. Contribuiu para isso a aposta dos brasileiros, mesmo em tempos de alta nos custos, na ampliação da área de grãos plantada, que passou de 63,26 milhões de hectares em 2018-2019 para 78,13 mi lhões em 2022-2023. Professor de ca deias agroalimentares na Universidade de São Paulo (USP) e na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Fava Neves, o “Doutor Agro”, como se intitula, acaba de fundar uma faculdade para formar profissio nais para o setor e acredita que o Brasil tem potencial para ser ex portador na área da educação. Neste bate-papo, ele fala sobre guerra, governo federal, ar mazenamento, exportações para a China, educação e a felicidade de atuar no agro.

ENTREVISTA MARCOS FAVA NEVES
“Se

Antigamente, o Brasil era apontado como o futuro celeiro do mundo. Esse futuro já chegou?

Marcos Fava Neves - Em abril e maio do ano passado, o mundo enfrentou uma das piores situações no fornecimento global de alimentos. O índice de preços dos alimentos da FAO, que mede o preço das commodities alimentares mais importantes, atingiu o nível mais alto já registrado. Sempre que esse evento ocorre, a inflação alimentar afeta principalmente as populações mais pobres, obrigando a mudanças na dieta em direção a alternativas mais baratas e levando parte da população a uma situação de fome. Mas um ponto que merece destaque é o que tem acontecido nos últimos quatro anos e que ajudou a evitar que a situação piorasse ainda mais. O Brasil adicionou quase 15 milhões de hectares para grãos. Foi um investimento muito arriscado feito pelos agricultores em um momento em que os custos dos insumos dispararam, os custos das terras aumentaram, a falta de mão de obra, capacidade de armazenamento e até mesmo questões logísticas atingiram o setor. Provavelmente, esse foi o maior crescimento já visto em um país agrícola em nosso planeta, e os agricultores brasileiros merecem reconhecimento por essa contribuição. Se não fosse pelo Brasil, onde estaríamos agora?

brasileiros continuará. No início da guerra, fui um dos que achei que ela acabaria logo. Estava enganado, infelizmente, e gosto de assumir quando erro. Já está indo para o segundo ano e talvez dure mais tempo, pois, aparentemente, agora não tem uma solução à vista. Temos de torcer, como planeta, para que haja um acordo entre eles para que a produção de alimento seja preservada, mas não sabemos se isso está ocorrendo.

Há quem critique o fato de o Brasil depender bastante do mercado chinês, em relação às exportações de alimentos, já que hoje a China é um grande importador. Como vê o mercado chinês?

Marcos Fava Neves - Certamente o Brasil precisa fazer esforços para diversificar mercados. Mas esta é uma dependência bilateral, o que me tranquiliza um pouco. A China não tem muitas opções de compra além do Brasil, e nós não temos uma alternativa melhor para exportar, que não seja a China. Por outro lado, precisamos priorizar os países com grandes populações e que não têm muitos recursos produtivos, tais como: Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Vietnã e Coreia. Todos eles estão aumentando muito as compras do Brasil e é importante o país focar nesses mercados para reduzir um pouco essa dependência em relação à China. A demanda chinesa tente a ser ampliada também, mas em outros mercados, além da carne e soja, um crescimento muito importante para o Brasil.

Apesar da previsão de aumento da produção de grãos para este ano, o Brasil sofre com problemas com armazenagem. Como resolver a questão?

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que no início afetou o agro brasileiro, pode voltar a afetar o setor?

Marcos Fava Neves - O impacto para o Brasil já foi maior, mas tende a ficar neutralizado porque, aos poucos, a produção de alimentos deles está sendo substituída e nós tivemos oportunidades com isso. Além do mais, o fato de sermos grandes produtores de comida nos deixa em uma situação melhor. Se tudo ficar como está, não traz grandes impactos para o nosso agro. Afinal, mesmo com guerra todo mundo precisa comer e a demanda pelos produtos

Marcos Fava Neves - Este é um problema que cresceu drasticamente no Brasil e tende a piorar se investimentos não forem feitos. Estamos com grande corrosão de imagem por causa do problema de logística. Temos excesso de frete na mesma hora, dificuldade de negociação, produtos estragando, ineficiência de horário de trabalho, ou seja, um sistema completamente sufocado. Vamos aumentar a produção em 75 milhões de toneladas em quatro anos. Só este ano já são cerca de 50 milhões de toneladas a mais que ano passado. A área de plantio está aumentando, mas a capacidade de armazenagem não está acompanhando nem de perto. Tínhamos que ter um PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] da armazenagem no Brasil, envolvendo estados, a busca de recursos internacionais mais baratos, ampliação da capacidade de

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ENTREVISTA
Estamos vivendo um momento muito melhor em relação à gestão dos negócios agropecuários.

instalação produtiva dessas empresas. Além da questão da armazenagem, precisamos de novas ferrovias e hidrovias, de destravar a questão ambiental que impede os investimentos, de previsibilidade dos contratos, de acelerar concessões e de atrair investimentos internacionais em trens para transporte não só de cargas, mas de pessoas.

Dentro da pecuária, a gestão profissional da atividade era um ponto que ainda precisava avançar. Como vê a situação hoje?

Marcos Fava Neves - Avançou-se muito. Com a juventude chegando no campo, o processo de gestão tem se modernizado consideravelmente. Tenho visto isso em muitas fazendas. O digital também ajudou bastante os produtores a avançarem. Estou muito animado com todo esse cenário e com a propensão das pessoas em aprenderem mais, em mudar. A presença das associações e das cooperativas junto aos produtores, oferecendo serviços e tecnologias, é outro ponto a favor. Estamos vivendo um momento muito melhor em relação à gestão dos negócios agropecuários.

O que esperar das eleições para presidente na Argentina e nos Estados Unidos, ou seja, como elas podem afetar o agro do Brasil?

Marcos Fava Neves - Até o momento [início de outubro], é tudo muito complexo. Não serão eleições simples, está tudo ultrapolarizado e as definições podem ser bem apertadas, como foi a eleição passada entre Trump e Biden, que devem se enfrentar novamente. Já na Argentina tem uma direita emergindo que tem dificuldade de lidar com o sistema político. De forma imediata não acredito que essas duas eleições interfiram significativamente no agronegócio brasileiro em termos econômicos até porque não são nossos principais destinos de produtos. Agora, no caso da Argentina, os novos rumos políticos podem contribuir para uma recuperação econômica, o que seria interessante para o Brasil em termos de comércio bilateral. Essa não é a mesma realidade dos Estados Unidos, onde o resultado da eleição não terá tanta interferência na economia do país. Neste caso, nossa preocupação maior deve ser em abrir mercado lá, colocando os produtos brasileiros de forma competitiva.

Que análise faz do atual governo brasileiro?

Marcos Fava Neves - O governo tem uma agenda interna muito desafiadora e não deveria ficar perdendo

tempo com declarações desnecessárias. Na minha leitura, começou muito mal, com uma postura agressiva e de perseguição, mas aparentemente deu uma suavizada no tom nos últimos meses. E é disso que precisamos, de equilíbrio. Não votei nele, mas sou brasileiro e quero que o atual governo dê certo. Ele precisa melhorar o comportamento político, vir mais para o centro, e entender que tem de governar para todos. Em relação ao agro, o presidente começou mal, dando declarações muito infelizes, porém parou, ou porque está melhor “brifado” ou porque percebeu que sem geração de caixa não conseguirá fazer um governo. Ele precisa do agro para dar orçamento ao governo. Agora, temos de ficar de olho na área ambiental, mas o Brasil tem uma bancada forte do agro no Congresso Nacional que deve trabalhar para impedir possíveis desvios.

O senhor fundou recentemente a faculdade Harven Agribusiness School. Faltam profissionais qualificados para o agro?

Marcos Fava Neves - O mundo tem de vir estudar no Brasil, afinal temos a melhor agricultura do mercado tropical e nada mais natural que receber pessoas do mundo todo para se capacitarem aqui. Optamos por um nome em inglês para a faculdade justamente para que o mundo transforme o Brasil também em grande exportador de mensalidades escolares. Estamos começando com os cursos de Engenharia de Produção, Administração e Direito, que são três áreas onde há grande espaço para crescimento. No Direito até já existe uma movimentação das escolas em atuar no agro, mas nas duas outras áreas ainda faltam profissionais para atuar nas questões técnicas. Há grandes oportunidades para quem deseja trabalhar no agro.

O senhor tem longa carreira no agro. Como tem sido essa trajetória?

Marcos Fava Neves - A família da minha mãe é de produtores rurais. Já meu pai é do setor educacional. Então, uni esses dois mundos em minha carreira. Tenho muita sorte de ser agrônomo no Brasil nos últimos 32 anos. Fiz o curso influenciado pelo meu pai, que é professor da Esalq até hoje, aos 82 anos. Eu cresci dentro da Esalq, de Piracicaba, e estudar lá para mim foi um orgulho. Dei sorte de pegar essas três últimas décadas do agro no Brasil, foram fantásticas, um crescimento chinês. Quem viveu esse período é privilegiado.

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Um apaixonado pela raça Nelore

Aciole Castelo Branco com a Sonya FIV Taj e a nova geração, progênie da Sonia x Kayak Kayak TE Mafra Doadoras Destaque Taj Mahal

Há 25 anos nascia a Agropecuária Taj Mahal, uma empresa que mistura a paixão por criação do selecionador Aciole Castelo Branco com seu compromisso com o melhoramento genético da raça Nelore. Aciole comemora a consolidação e o sucesso absoluto do criatório e apresenta:

SÔNYA FIV TAJ

Filha de Landau di Gênio e Itália IV FIV II Taj (Bitelo SS). Sua mãe é a matriz de confiança da seleção Taj Mahal, descendendo da principal linha da seleção J. Galera, a família Itália IV. Sônya apresenta aqui sua progênie com o touro Kayak TE Mafra, que chama atenção pela padronização e caracterização racial, ela é irmã própria da Savana FIV TAJ, consagrada Campeã Vaca Jovem em Barretos 2019 e um dos recordes de valorização no Leilão Elo de Raça de 2019.

@agropec_tajmahal
ACBM 1805 Uberaba MG
FOTOS GUSTAVO MIGUEL E CARLOS LOPES

EXPOGENÉTICA 2023

Realizada de 19 a 27 de agosto, a 16ª ExpoGenética teve uma programação diversificada com lançamento de Sumários, divulgação dos resultados do Programa Zebu Carne de Qualidade, final do PNAT, leilões, palestras e eventos de degustação de carne. Este ano, o PNAT teve 20 touros classificados, entre os 181 participantes. O grande destaque desta edição foi a variabilidade genética, com cada touro classificado sendo de pai diferente, e a inclusão de mais práticas de bem-estar, como o enriquecimento ambiental, para melhorar o desempenho dos animais.

LEILÕES EXPOGENÉTICA

A feira contou com 20 remates, promovidos entre os dias 18 e 27 de agosto, que venderam 913 animais de diferentes raças zebuínas, com faturamento de R$ 52.280.016,00, valor 11,2% superior à edição de 2022. A média foi de R$ 57.261,79 por cabeça, 30,4% a mais que o ano passado. O animal mais valorizado da exposição foi Galática MAT, comercializada por R$ 1.020.000,00. Ela foi adquirida pelos criadores Francisco Hueb e Marco Defanti. A venda aconteceu no Leilão Nelore Paranã.

EXPOABRA BRASÍLIA

De 3 a 17 de setembro, aconteceu a 31ª Exposição Agropecuária de Brasília (Expoabra), em Brasília/DF, contou com a participação de várias raças, como Guzerá, Gir Leiteiro, Tabapuã e Nelore. A Grande Campeã Nelore foi Laica FIV GLDJ, do expositor Gilmar Luiz de Jorge, e o Grande Campeão foi Cedro Mperboni, do expositor Paulo de Castro Marques. No Guzerá, a Grande Campeã foi Juma Pai e Filho, do expositor José Nelson dos Santos, e o Grande Campeão foi Jacarei LBN, do mesmo expositor. No Gir Leiteiro, a Grande Campeã foi Hebe Milk Center, do expositor Luiz Eduardo Branquinho, e o Grande Campeão foi Teorico FIV F Mutum, do expositor Leo Machado.

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No Tabapuã, a Grande Campeã foi Fennix 03 FIV Daga, do expositor Gustavo Daga, e Grande Campeão foi Fantástico 01 FIV Daga, do mesmo expositor.

LEILÃO ESSÊNCIA DA RAÇA SINDI

Entre os dias 21 e 23 de setembro, o criador Adaudio Castilho realizou seus remates de genética da raça Sindi. Os eventos contaram com compradores de 16 estados brasileiros e de outros três países, Angola, Bolívia e Venezuela. A média das prenhezes ficou em R$60.533,73. No segundo evento, as médias das fêmeas ficaram em R$266.184,27. Já no leilão de touros a média saiu por R$27.383,23. O lote mais valorizado foi da fêmea Isolada FIV da Estiva, comercializada (75% de sua posse) por R$847.800,00.

HOMENAGENS

Criadores e técnicos receberam homenagem durante a ExpoGenética. Este ano, o Mérito ExpoGenética foi entregue aos criadores Eduardo Folley Coelho (Genética Aditiva Agropecuária), João Cruz Reis Filho (Fazenda Sumaúma), Shiro Nishimura (presidente da Confraria da Carcaça Nelore), ao chefe da unidade técnica regional do Ministério da Agricultura em Uberaba, Fernando Augusto S. Santos, ao professor da UFMG, Fábio Luiz Buranelo Toral, ao assessor pecuário e técnico habilitado do PMGZ, Fernando J. Garcia de Carvalho, e à responsável técnica do Escritório Técnico Regional da ABCZ em Goiânia, Vanessa Barbosa.

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LEILÃO SAUSALITO

O 32º Remate Sausalito Produtividad ocorreu no dia 23 de setembro, na Bolívia, durante a Expocruz 2023. O evento comercializou fêmeas, touros e prenhezes Nelore do tradicional criatório boliviano e teve a participação de criadores de vários países. Com grande liquidez, o leilão também teve a oferta de genética brasileira. Entre as fazendas convidadas, estavam algumas brasileiras, como o Nelore Paranã. Para a Sausalito, a presença de amigos de tantos países coroa o trabalho de seleção do criatório.

LEILÃO SINDI CERRADO

O Sindi Cerrado, do criador Juliano Almeida, realizou dois dias de venda de sua genética no mês de setembro e comercializou aspirações, prenhezes, bezerras, novilhas, matrizes e reprodutores da raça. O 4º Leilão Sindi Cerrado & Amigos aconteceu nos dias 1º e 2 de setembro. No primeiro dia, o faturamento ficou em R$1.543.200,00, média de R$51.440,00. No dia 2, a movimentação financeira total foi de R$663.060,00, média de R$14.414,35.

CAMARU 2023

A 59ª Exposição Agropecuária de Uberlândia – Camaru 2023 foi realizada no período de 31 de agosto a 9 de setembro, no parque de Exposições Camaru. O evento sediou a 15ª Exposição Especializada do Gir Leiteiro de Uberlândia. No torneio leiteiro, a grande campeã foi Hipoteca Alto Estiva, do expositor Paulo Roberto Andrade Cunha, com média produzida de 62,773 kg/leite. a vaca Dalila I FIV da Ype sagrou-se a Grande Campeã do Camaru 2023. Em pista, a Grande Campeã foi a vaca Dalila I FIV da Ype, da ACN Agropecuária. Ela ainda levou os títulos de Melhor Úbere Vaca Adulta e Melhor Úbere do Torneio Leiteiro. O Grande Campeão foi Teórico FIV F.Mutum, do expositor Leo Machado Ferreira.

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EXPO RIO PRETO

O primeiro turno da 60ª EXPO Rio Preto aconteceu de 27 de setembro a 1 de outubro, em São José do Rio Preto. Mais de mil animais passaram pela pista de julgamento de diversas raças, tais como Nelore, Nelore Mocho, Tabapuã, Guzerá e Sindi. Durante o evento, os organizadores homenagearam criadores que vêm contribuindo para a pecuária seletiva no país. A criadora Dalila Botelho de Moraes Toledo, do Nelore DACAR, Eduardo Biagi, da Carpa Serrana, e Beto Mendes, da Fazenda Sabiá, foram os agraciados.

GRANDES CAMPEÕES

A Expo Rio Preto teve a participação de várias raças zebuínas competindo em pista. No Guzerá, a Grande Campeã foi Niviah da El Giza e o Grande Campeão foi Netuno da El Giza, ambos do expositor Douglas Brandão Costa. No Tabapuã, a Grande Campeã foi Favorecida FIV da Gê 05, do expositor Tabapuã da Gê, e o Grande Campeão foi Galardão FIV da Pouso Alto, do expositor Edgard Martins. No Nelore, a Grande Campeã foi Beatriz FIV JMEN, do expositor José Ribeiro de Mendonça, e o Grande Campeão foi Eros FIV BRUN, do expositor Paulo de Castro Marques. No Nelore Mocho, a Grande Campeã foi Estrelada FIV DACAR, do expositor Dalton Dias Heringer, e o Grande Campeão Athol FIV DACAR, da expositora Dalida Toledo.

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2° FESTIVAL ADIR

O 34°Leilão Reserva Genética Adir, ocorrido no dia 15 de setembro, uniu informação e bons negócios. Antecedendo a apresentação dos animais do remate, aconteceu uma aula prática ministrada por Adir do Carmo Leonel e Chico Carvalho sobre as características de um animal ideal. Com presença de comitivas de vários países, o evento teve a comercialização de 15 lotes, gerando faturamento total de R$ 2.161.800,00, com média de R$144.120,00. O destaque foi o touro Bombaim, fechado em genética PO. O leilão teve 27 compradores dos estados de Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. O remate fez parte das atividades do 2° Festival Adir, que também teve em sua programação o 2° Meeting Internacional Adir, com palestrantes reconhecidos, como a senadora e ex-ministra Tereza Cristina, o ex-ministro da Agricultura do Panamá, Jorge Arango Arias e a zootecnista Icce Gaberlinni.

2º LEILÃO NELORE KADO

No dia 09 de setembro, o criador Kado Benato recebeu a família Nelorista na Fazenda Pé da Serra, em Piracicaba/SP, para mais um grande evento da raça Nelore. Com uma recepção calorosa e um ambiente de muita confraternização, os convidados puderam conhecer o criterioso trabalho genético que vem sendo realizado no plantel. Foram ofertados animais 100% da marca KADO, além de lotes especialmente escolhidos por criadores convidados. Um dos grandes destaques do leilão foi a venda de 50% da bezerra Monalisa FIV Kado (KADO 2042), com apenas 15 dias de vida, por R$ 456.000,00, uma valorização recorde (quase R$ 1 milhão) dentro da raça para um animal tão jovem. O faturamento desta 2ª edição alcançou os R$ 5.587.000,00, crescimento de 39% em relação ao 1º leilão, confirmando a confiança do mercado na qualidade e excelência dos animais ofertados.

PECUÁRIA 360O

RAÇA

Expocruz 2023

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#pecBR NELORE RANKING NACIONAL TRAZ MUDANÇAS POLÊMICAS
SELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES
FEIRA TORNA-SE VITRINE INTERNACIONAL DO ZEBU

Expocruz 2023:

Novos recordes e muita qualidade genética

Feira registrou crescimento no número de animais, expositores, negócios, além de celebrar duas novas recordistas de produção nacional no torneio leiteiro

ma unanimidade entre os visitantes da 47ª Expocruz, considerada a feira multisetorial mais completa da América Latina, foi o rápido avanço genético das raças bovinas selecionadas no país. A feira teve um número expressivo de animais inscritos,

registrando um crescimento de 25% em relação ao anterior, e 121 expositores. Estiveram expostos 1003 exemplares das raças Brahman, Brangus, Gir, Girolando, Jersey, Holandês, Pardo-suíço, Nelore, Nelore Mocho, Senepol, e Sindi, além de equinos, ovinos, caprinos e outras espécies.

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U RAÇA LARISSA VIEIRA

Realizada de 22 de setembro a 1º de outubro, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, a ExpoCruz recebeu quase 465 mil visitantes de 33 países que puderam acompanhar as inovações do setor e fazer negócios. Com 14 remates ofertando genética de ponta e 2.428 marcas expositoras de diversos setores da economia, a feira teve faturamento estimado em US$ 209 milhões.

Um dos integrantes da grande comitiva brasileira, o pecuarista Ney Pereira, da Agropecuária Napemo, ficou impressionado com a qualidade dos animais da Expocruz.

“A Bolívia tem excelentes criatórios de Nelore, alguns deles até já concorreram na ExpoZebu, mas fiquei surpreso com tudo o que vi por lá. Foi a primeira vez que participei da feira e ficou claro que os criadores bolivianos estão desenvolvendo um trabalho excelente na seleção de zebu”, destaca Ney, que fez bons negócios nos leilões da Expocruz.

A vaca Nelore mais valorizada da atualidade, Viatina 19 FIV Mara Móveis, que tem entre seus proprietários a Agropecuária Napemo, teve duas aspirações leiloadas durante o Gran Remate Internacional Nelore de Ouro. Os lotes foram vendidos por R$1.600.000,00, cada um. Foi a primeira comercialização internacional de uma aspiração da Viatina 19.

À frente da Cabaña Santiago, a criadora boliviana Yesmine Ribera foi uma das compradoras da aspiração e acredita que essa genética permitirá ao rebanho de seu país dar novos saltos de qualidade. “Estamos sempre procurando desenvolver uma seleção de excelência e investir em uma vaca como Viatina, a melhor do mundo na raça Nelore, certamente trará ganhos para a genética boliviana”, comemora Yesmine, que realizou o primeiro remate de seu criatório na Expocruz, registrando liquidez total e boas médias. Ela já confirmou uma segunda edição para 2024.

A Cabaña Esterlina também comemora a parceria com brasileiros. De propriedade de Andres Nacif, o criatório comercializou animais Gir Leiteiro e Girolando durante seu 9º Remate Pinturas, na Expocruz. Metade da posse da fêmea Fabiana FIV Esterlina, que acumula premiações em vários eventos, foi adquirida pela Estância K. Já nas pistas a Esterlina teve várias conquistas com seus animais Gir Leiteiro. Entre as premiações, está o Grande Campeonato do torneio leiteiro. Columbia FIV Esterlina venceu a competição ao produzir 115,760 kg/leite, média de 38, 58 kg/leite, tornando-se a nova recordista nacional de produção de leite.

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Melhor Criador e Melhor Expositor Gir Leiteiro da Expocruz 2023, o criatório ainda conquistou os títulos de Campeã Terneira e Melhor Fêmea Jovem, com Acuarela Esterlina, Grande Campeã e Melhor Úbere Adulto, com Asai FIV Esterlina, Grande Campeão, com Elio FIV Esterlina.

Outro recorde batido durante a Expocruz foi na raça Girolando. A vaca Ángel FIV de Las Maras bateu o recorde nacional de produção do torneio leiteiro, sagrando-se Grande Campeã com uma produção total de 227 kg/leite em 10 ordenhas, média de 75 kg/leite. Na pista de julgamento, Ángel FIV de Las Maras voltou a mostrar seu potencial, sagrando-se Grande Campeã Girolando. A competição teve a participação de 70 animais e foi conduzida pelo jurado Fábio Miziara.

No Nelore Mocho, Pavani FIV Sausalito foi a Grande Campeã. No Nelore, Quimera FIV Sausalito foi a Grande Campeã Nelore e Konan FIV de El Trabol foi o Grande Campeão. Osvaldo Monasterio Rek, da Sausalito, foi o Melhor Expositor do Nelore e Nelore Mocho. É o 11º ano consecutivo que a Cabaña Sausalito conquista o primeiro lugar do Ranking Nacional boliviano.

Na raça Brahman, o Melhor Expositor foi o Condomínio Zafiro. A Grande Campeã foi Lady Nala FIV de Tabari, do expositor Juan Sebastian Narvaez Roa, e o Grande Campeão, Mr Bruno FIV Condomínio Zafiro, do expositor Condomínio Zafiro. A raça teve julgamento conduzido pelo jurado americano Brandon Cutrer. “Acompanhei a atuação do Cutrer na Expocruz e percebi que ele foi muito criterioso na avaliação e muito objetivo. Essa participação de jurados estrangeiros é muito importante porque permite um intercâmbio de informações tanto com outros jurados quanto com criadores. Nossos jurados brasileiros têm tantas oportunidades de atuar fora e certamente teremos muito a ganhar com a participação de profissionais de outros países em nossos eventos. A Associação de Brahman tem feito isso muito bem na ExpoBrahman, que ano passado teve um jurado americano e este ano será um colombiano. Já sugeri aos demais diretores da ABCZ que, na ExpoZebu de 2024, possamos contar com jurados internacionais, pois teremos o Congresso Mundial de Zebu”, diz Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, vice-presidente da ABCZ e diretor Técnico do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas.

Depois de 12 dias de julgamento, a Expocruz foi encerrada com uma grande festa promovida pela Asocebu para entrega da premiação aos melhores do Ranking Nacional das Raças Zebuínas 2022-2023 e da homenagem “Cebu

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RAÇA

Referência na seleção de Nelore e Nelore Mocho na Bolívia, a Cabaña Ledezma vem trabalhando pelo melhoramento genético da raça. Produz animais eficientes, de grande adaptabilidade e excelente morfologia e beleza racial.

Na ExpoCruz 2023, conquistou a premiação de Campeã Novilha Maior com a fêmea Diore FIV de Ledezma, de apenas 12 meses de idade. Ela tem em sua linha alta do pedigree Carandah Mat. e, na linha baixa, traz Basco de Naviraí.

Outro destaque do criatório na feira foi a bezerra Denzel FIV Ledezma, de 12 meses de idade, um dos grandes destaques do leilão Internacional Nelore de Oro. Ela chamou a atenção dos criadores presentes por sua conformação homogênea, feminilidade e, sobretudo, por sua beleza racial.

A família Ledezma Villarroel vem trabalhando para consolidar sua genética em nível nacional e internacional, incluindo a exportação de embriões.

DENZEL FIV LEDEZMA - GLA 745

Contato: (+591) 7600-7886 | (+591) 7761-1050 | (+591) 6914-3454 @cabanaledezma | CABAÑA LEDEZMA
Kayak TE Mafra x Jhanette FIV LS (Landau Di Genio) Rodrigo, Hector, Luis, Lucas Dagis, Angélica e Veronica Ledezma DIORE FIV DE LEDEZMA Carandah Mat. x Colônia FIV de El Tordo (Basco de Nav.)

de Oro”. Um dos homenageados foi o criador Fernando Roca, das Cabañas Chorobi e Parabanó, criatório que fez o primeiro grande campeão Nelore da Expocruz, em 1973. “Com muita dedicação, estamos trabalhando para evolução da raça. Estou contente em contribuir com a pecuária, que é um setor que amo trabalhar. Aprendi isso com meus pais, que também foram homenageados com o Cebu de Oro, e espero passar todos esses conhecimentos para meus filhos”, finaliza Roca.

O Cebu de Oro também foi entregue ao brasileiro André Rabelo Fernandes. “Os trabalhos junto a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro em prol da raça me possibilitaram conhecer pessoas fantásticas em outros países. Meus sinceros agradecimentos a Asocebu Bolívia. Hoje tenho plena convicção que os amigos é que são de ouro”, declara Fernandes.

MERCADO INTERNACIONAL

Segundo Yamil Nacif, presidente da Asocebu, os julgamentos da Expocruz 2023 mostraram ao mundo a qualidade superior da genética boliviana, que vem cruzando as fronteiras. “Tivemos a presença de inúmeros países, dentre eles o Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México, Panamá, Paraguai e Peru. Além disso, produtores bolivianos que estavam afastados voltaram a frequentar a feira”, informa. Segundo ele, a entidade está trabalhando para ampliar o número de criadores participantes do PMGZ, programa que já mostra resultados positivos no país.

Fernando Baldomar, gerente da Asocebu, credita a grande participação de estrangeiros na Expocruz ao trabalho realizado no ano anterior, durante o Congresso Internacional de Zebu. “O Comcebu permitiu à Bolívia

RAÇA

KALILA FIV DE LA FRANCISCA MÃE

Tetra Grande Campeã Nacional

EYMEN FIV DE LA FRANCISCA

FUSN 1531

Kalila FIV de la Francisca x Major Camparino

Reser vado Grande Campeão Nacional ExpoCr uz/2023

Grande Campeão Nacional AgropeCr uz/2023

Grande Campeão Nacional FexpoSiv/2023

Reser vado Grande Campeão Nacional ExpoCr uz/2022

CABAÑA LA FRANCISCA

NELORE , NELORE MOCHO E BRAHMAN

Matrizes, Reprodutores, Embriões e Sêmen

cel : (591) 773 91669 (591) 760 00745

lafrancisca douglasulloa@hotmail.com

SANTA CRUZ - BOLÍVIA

Juan

Carlos Sorich

Medalha de Ouro ranking 2022/2023 A yala
Medalha de Ouro pelo ranking Nacional 2022 - 2023

mostrar ao mundo que nosso zebu é internacional. Há uma grande procura por sêmen zebuínos”, assegura.

Em 2024, o Brasil sediará o Comcebu, dentro da programação da ExpoZebu. Durante a Expocruz, o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, fez o lançamento do congresso. “A realização de um evento com tanta relevância internacional na capital brasileira do Zebu é uma honra para a ABCZ. Uberaba é o coração mundial da pecuária zebuína e estamos preparando uma edição inesquecível do Comcebu, que irá demonstrar mais uma vez a importância das raças zebuínas para a produção de carne e leite de qualidade e de forma sustentável”, comemora Gabriel.

Segundo ele, a Expocruz foi um momento político internacional importante, pois os países integrantes da Federação Internacional de Criadores de Zebu (Ficebu) puderam buscar soluções para a ampliação do mercado externo. Durante a reunião, foi assinada uma carta de intenção da ABCZ e Ficebu visando a implantação do serviço de registro genealógico das raças zebuínas na Guatemala.

De acordo com o presidente da Ficebu, José Santia-

go Molina, durante a reunião a entidade, também foram definidos os novos países que sediarão o Comcebu. “Em 2025, será no México. Em 2027, será no Equador e em 2029 na Colômbia”, informa. Em sua segunda participação na Expocruz, ele ficou impressionado com a qualidade e importância do evento organizado pela Ascebu e o grande número de delegações estrangeiras. número de visitantes internacionais e notou a presença de um número maior de visitantes brasileiros nesta edição.

O presidente da Asocebu acrescenta que a Bolívia vem firmando protocolo sanitário com vários países para exportação da genética nacional. “Já temos oito países com protocolo firmado: Argentina, Cuba, Colômbia, Brasil, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela. Estamos negociando a abertura de novos protocolos com Costa Rica, Guatemala, Honduras e Panamá. Ainda estamos tentando formas de futuramente conseguirmos abrir o mercado para México e Estados Unidos, pois são países que contam com exigências diferentes”, finaliza Yamil Nacif.

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RAÇA

A Melhor ExpoCruz dos últimos tempos!

A família Nacif comemora todos os resultados na Expocruz 2023.

O 9º Remate Pinturas foi mais uma grande noite de muito êxito ao lado de pessoas queridas que acompanham o trabalho do criatório. Como todos os anos, foram vendidos somente animais de extrema qualidade, ou seja, uma genética que a própria cabaña gostaria de estar comprando. O evento foi um grande sucesso e os preparativos o 10º Remate Pinturas Gyr 2024 já começaram!

A Cabaña Esterlina também comemora o sucesso nas pistas, com a conquista de várias premiações durante a Expocruz: Novo recorde Nacional no Concurso Leiteiro da raça Gir Leiteiro, Melhor Novilha, Grande Campeão e Grande Campeã da raça Gir Leiteiro. No fechamento do Ranking Nacional 2022-2023, conquistou pelo décimo ano consecutivo os títulos de Melhor Criador e Melhor Expositor Gir Leiteiro! É a genética da Cabaña Esterlina mostrando que é sucesso sempre!

Nelore... Não é coleção, é paixão!

MELHOR CRIADOR E MELHOR EXPOSITOR DO RANKING NACIONAL ASOCEBU BOLÍVIA POR ONZE ANOS CONSECUTIVOS MELHOR CRIADOR E MELHOR EXPOSITOR DA EXPOCRUZ 2023

O melhor leilão de toda a história da Sausalito. Recebemos muitos amigos de vários países, como Brasil, México, Guatemala, Equador e Bolívia, para esta 32ª edição, que foi um sucesso. Um remate de muita qualidade feito de criador para criador. Agradecemos a todos pela participação e por acreditarem na genética selecionada há 57 anos pela Sausalito. A presença de tantos criadores só comprova que estamos no caminho certo da seleção do rebanho. Obrigado a todos e nos vemos em 2024!

Osvaldo e Osvaldinho Monasterio

Carlos, Gilson, Bruno, Fabiana, João e Gerson Osvaldo, Felipe e Osvaldinho Carlos, Juan Manuel, Osvaldinho, José Santiago e Arnaldinho Irene, Teresa, Alessandra e Sofia Antônio Vasconcellos, Rafael Deheza e Miriam Yamil, Murilo e Rodolfo Beto e Osvaldinho Carlos, Ezequiel, Reinaldo Gutierrez, Reinaldo Justianiano, Osvaldinho e Reinaldo Mercado Carlos, Manoel, Gabriel, Arnaldinho, Osvaldinho, Rodrigo e Plínio Carolina, Júnior, Osvaldinho, Osvaldo e Negro Chavez Julico, Carlos, Osvaldinho, Fernando, Quiqui, Marcelo, Arnaldinho e Maurício Luiz, Carlos, Miguel, Jimmy, Osvaldinho e Rafael Orlandinho, Flavinho, Cadu, Bruno, Osvaldinho, Jean, Ernesto e Allan Osvaldo, Osvaldinho, Derek, Arnaldinho, Paul e João Marcos Dari, Flávinho, Maurício, Mário e Hélio Júnior, Mafra, Osvaldo e Osvaldinho Luiz, Osvaldo, Cleiton, Ney e Gislene Oscar, Neyberth, Gabriel, Celsa, Osvaldinho, Abel e Carlos Silvio, Osvaldinho, Tatiana, Carlos e Sergio Jorge, Nadia, Osvaldinho e Alessandra José Leonardo, Leonardo e Dari Mônica, Pedro e Fernando Osvaldinho, Bavaresco e Osvaldo

DHELI FIV DE EL TRÉBOL

Landau Di Genio x Mulata Sonhada RLC (Donato Naviraí)

TRE-8364

Uma das mais importantes doadoras da atualidade na Bolívia

Matriz mais valorizada de todos os tempos na Bolívia, Dheli FIV de El Trébol agora reforça o plantel da Cabaña Santiago e da Agropecuária Mônica.

Sucesso total nas exposições, conquistou o título de campeã desde a categoria Bezerra até os Campeonatos Adultos, tornando-se Grande Campeã Nacional em 2021.

Com um biotipo moderno ela é a expressão de um Nelore produtivo, mediano, de costelas largas, com um nobre revestimento de musculatura, Dheli traz uma nobreza em sua caracterização racial.

Matriz de extraordinária fertilidade, alcançou média de 85 ovócitos em suas coletas, emprenhou em cio natural aos 13 meses, parindo aos 22 meses, e teve seu segundo parto antes dos 34 meses.

Pedro Marchett, Yesmine e Janaína Ribera e Mônica Marchett

Nelore em pista com novas regras

Expoinel dá início ao Ranking Nelore 2023/2024, que vem regido por novo regulamento. Agora, as exposições oficiais da raça serão julgadas por jurado único.

ORanking Nacional da Raça Nelore completou 30 anos em 2023 e o ano-calendário 2023/2024 chega com novidades e mudanças importantes. Regido pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), a competição mais acirrada da pecuária brasileira está com novas regras no regulamento. Entre elas, mudança na tabela de peso máximo, instituição do jurado único, mudanças de categorias e a desobrigação de contabilizar a pontuação da Expoinel estadual do estado de cada expositor.

A ACNB, que está com nova diretoria, conduziu um criterioso trabalho de comunicação com técnicos, criadores e expositores ao longo dos últimos meses para chegar a um formato que favorecesse o maior número de pessoas possíveis. “A discussão que originou a mudança no regulamento foi muito democrática e feita com bastante antecedência, ouvindo a todos. Começamos conversando com os assessores técnicos, porque eles vivem da raça Nelore. Fizemos quatro reuniões, e depois convidamos os criadores para participar da conversa. Ninguém ficou de fora. Debatemos ponto a ponto as opiniões dos assessores e

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RAÇA
NATÁLIA ESCOBAR

criadores e, através dessas conversas, fizemos uma grande avaliação, considerando todas as opiniões para repensar o julgamento”, conta Victor Paulo Silva Miranda, presidente da ACNB. “Agradeço, inclusive, a todos que participaram dessa discussão e dessa construção coletiva. Além do grande interesse conjunto em melhorar o Ranking, me surpreendeu muito positivamente a dedicação e a cordialidade dentro do Conselho Técnico”, acrescenta.

Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), concorda que o trabalho foi conduzido com a devida calma e ouvindo a opinião de todos. “Antes mesmo de assumir a presidência, o Victor criou um grupo com técnicos, assessores e criadores que participam do Ranking. As mudanças foram positivas e feitas a partir da sugestão deles”, afirma.

O Ranking Nacional foi criado em 1993 pela ACNB e, ao longo dos anos, se consolidou como uma ferramenta de valorização da raça, tornando-se um instrumento de consulta indispensável ao mercado. Entre seus objetivos estão: fomentar a raça Nelore em todo território nacional; promover a confrontação de animais e criatórios das diversas regiões, a fim de avaliar e evidenciar o desenvolvimento da raça; premiar e valorizar criadores que se destacam no trabalho de melhoramento e divulgação da raça; proporcionar o intercâmbio de ideias, experiências e informações entre técnicos e criadores, incentivando adoção de métodos racionais de manejo e criação; dar conhecimento ao público das características raciais e produtivas do Nelore e incentivar o contínuo melhoramento genético da raça.

O pecuarista e presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, também vê com bons olhos as mudanças e como foram conduzidas. “A nova diretoria do Victor fez algo importante, com antecedência. Já tínhamos conversado sobre

o regulamento da ExpoZebu 2024, pedindo que as sugestões sejam feitas com antecedência, o que ele fez escutando os expositores e criadores. O Ranking é dinâmico, tem que ir se aperfeiçoando, se adaptando aos novos tempos. O mais importante é que a ACNB, conversou e escutou os associados, e essa é uma inovação importante da diretoria do Victor. O Ranking é uma ferramenta de marketing e de seleção, e o objetivo maior em toda melhoria é sempre valorizar a raça, sempre pensando muito em reforçar a credibilidade do julgamento. Tem o nosso apoio”, declara Gabriel.

Felipe Carneiro Picciani, nelorista que hoje ocupa o cargo de diretor do Conselho Técnico da ACNB, e já foi o presidente mais jovem da entidade, de 2010 a 2012, relembra a história. “Estamos fazendo 30 anos de Ranking. Ao longo desse tempo, o papel da ACNB sempre foi o de promover e divulgar a raça. De tempos em tempos, existem mudanças necessárias para que ele fique mais competitivo e equilibre as forças dos criatórios, sempre buscando fomentar o Nelore. Estamos antenados com o que está acontecendo de mais moderno na criação da raça. Com essas mudanças, a pista vai se tornar mais competitiva e vai voltar a crescer”, afirma.

O NOVO REGULAMENTO

Disponível na íntegra no site da ACNB, o novo regulamento tem alguns pontos mais comentados entre os expositores e entusiastas da raça. Entre eles, um dos principais é a não obrigatoriedade de computar a pontuação da Expoinel estadual do estado natal de cada expositor. Para a ACNB, essa foi uma das mudanças mais importantes, porque vai dar mais dinamismo e competitivida-

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As discrepâncias estavam ficando tão escandalosas que estavam colocando o futuro do Nelore em pista em risco
Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges

de para o Ranking. “Até então era obrigatório computar a pontuação da Expoinel estadual do estado do criatório. Essa regra foi criada para incentivar a participação nas estaduais, porém, a pontuação dos menores estados era muito desigual. Enquanto a estadual do Espírito Santo, por exemplo, tem 100 animais, a de Minas Gerais tem 250. Então, se na Expoinel estadual de um estado pequeno o expositor conseguia fazer 500 pontos, na de Minas Gerais, que é a maior do país, os expositores faziam 2.500 pontos. Ficava desproporcional. O criador do estado pequeno já era prejudicado na largada. A estadual deixa então de ser obrigatória. Todas as mudanças foram importantes, mas essa foi a que mais nivelou a condição de disputar o Ranking Nacional”, explica Victor.

Na contabilização do Ranking Nacional serão considerados, então, sete resultados, desprezando-se os demais. São eles: os três melhores resultados alcançados nas Exposições Ouro, os três melhores resultados alcançados em exposições de livre escolha, e o resultado alcançado na Expoinel Nacional.

Mudou também as tabelas de peso máximo e de idade para cada categoria, deixando a competição ainda mais acirrada e coerente com a realidade. Victor é sincero e direto quanto a essa questão. “A tabela de peso só existe porque há roubo de idade. Então, a tabela se faz necessária. Apertamos mais ainda, e levamos mais categorias para frente. As discrepâncias estavam ficando tão escandalosas que estavam colocando o futuro do Nelore em pista em risco. Após debater bastante sobre isso, decidimos por essas mudanças. Fizemos modificações pensando em melhorar a pista do Nelore”.

Beto Mendes, nelorista da tradicional Fazenda do Sabiá, concorda que as mudanças na tabela de peso foram para o bem da pista. “Qualquer negócio vive de credibilidade. Então, qualquer medida que venha fomentar a credibilidade é

válida. Concordo plenamente com a tabela”, afirma. Entre outras mudanças que valem a pena serem citadas: nas exposições oficiais, deixarão de existir os Campeonatos Conjunto Progênie Jovem de Pai e Conjunto Progênie Jovem de Mãe. E mais: o número máximo de animais por categoria de julgamento passa a ser de 12 animais, ao invés dos 15 de anteriormente. “Esse julgamento de 12 animais na categoria já foi praticado e deu muito certo”, afirma Arnaldo.

Para Beto, essa alteração também foi positiva. “Diminuir o número de animais em pista por categoria é uma decisão acertada, porque hoje as categorias são muito parelhas, muito disputadas. Isso vai dar mais oportunidade, tanto para os animais quanto para o jurado fazer uma avaliação mais criteriosa. Já o campeonato de Progênie Jovem

Fizemos modificações pensando em melhorar a pista do Nelore
Beto Mendes

RAÇA

eu retomaria, porque não vejo sentido em tirar uma premiação, já que todas são válidas do ponto de vista comercial”, opina.

JURADO ÚNICO

Outra questão que gerou divergência de opiniões é a dos jurados. Até então, o julgamento era comandado por uma comissão tríplice, que incluía profissionais com diferentes níveis de experiência, separados em categorias. A tarefa é julgar campeonatos que incluem três ou quatro categorias, separadas por idade. O campeão de cada categoria concorre no campeonato e, posteriormente, os vencedores dos campeonatos concorrem aos Grandes Campeonatos, separados em fêmea e macho. Ao final do julgamento de cada categoria, um dos jurados faz comentários técnicos sobre a decisão.

Agora, nas Exposições Ouro e na Expoinel Nacional, a modalidade de julgamentos será obrigatoriamente de Jurado Único. Para Beto, a questão é polêmica. “Eu fico dividido entre a modalidade de jurado único e a tríplice de jurados, pois cada uma tem suas vantagens e desvantagens. A vantagem do único é que faz o jurado ter um comprometimento muito grande com aquele julgamento, porque tanto o erro quanto o acerto são de responsabilidade exclusiva dele. Mas, ao mesmo tempo, também gosto dos jurados tríplices, porque eles conversam entre si e podem discutir, além de dar oportunidade para novos jurados”, pondera.

O renomado pecuarista Francisco José de Carvalho Neto, conhecido por todos como Chico Carvalho, recentemente deu uma declaração a respeito do tema, na 34ª edição do tradicional Leilão Adir, em Ribeirão Preto (SP). “Eu parei de fazer pista por conta de como eram conduzidos os julgamentos. Colocavam ali três jurados, um com experiência e outros dois iniciantes, e eles não podiam nem conversar entre si. Tudo que eu aprendi na minha vida foi escutando outras pessoas. Conversar é sempre bom que você aprenda o que deve e o que não deve fazer pelo exemplo. Eu até julguei algumas vezes, e aprendi muito com Dr. Fausto, Jorge Wilson Franco, Nenê Bota, Torres Homem, Brasiliano, Gastão Borges, essa turma toda. Agora, atualmente, tem muita gente boa para julgar. Mas, se não estiver lá na pista, não adianta. Ainda tem bons jurados, das antigas, como o Dr. Fausto, Arnaldinho, Irineu, Valdecir e o Carlos Marino, por exemplo. Tem que pegar esses aí para ensinar os outros. Na vida aprendemos com os mais velhos, ou pelo menos era o que deveríamos fazer. Começamos a aprender quando nascemos, aprendemos a vida inteira, e ainda morremos sem saber nada”, disse o pecuarista, que recebeu uma salva de palmas dos presentes. Mas, por que jurado único? Para Arnaldo, que é membro do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas (CJRZ) da ABCZ desde 1983 e já julgou mais de 55 mil animais no Brasil e exterior, o jurado único proporciona melhor qualidade e maior uniformidade nas avaliações. “Essa questão do jurado único já foi praticada antes, e agora está sendo

felizmente resgatada. Na nossa gestão adotamos jurados únicos, através de sugestão dos criadores das associações de raças. Já participei como jurado único, em trio e até em grupo de cinco jurados. Sou jurado da ABCZ desde a década de 1980, e afirmo com tranquilidade: o julgamento de jurado único é o que traz melhor resultado, sempre. Digo isso porque é o que é praticado com todas as raças bovinas no mundo”, afirma Arnaldo, que é a terceira geração da família à frente da Fazenda Ipê Ouro, em Uberaba/MG, criatório que fez o primeiro Grande Campeão da ExpoZebu, em 1935.

Bruno Furtado, da seleção Nelore RFA, concorda com a mudança. “O jurado único é uma modalidade que exige enorme responsabilidade do escolhido. Então, o profissional escolhido por votação vai ter consciência da necessidade de um trabalho feito com muita atenção e responsabilidade. É um ponto importante para os criadores. Fica mais fácil de balizar nosso trabalho”, afirma o titular do criatório, que sempre participa do Ranking e disputa colocação entre os melhores.

Victor complementa. “Quando são três jurados, se um comete um erro, acaba culpabilizando os outros dois.

Então, o jurado único também é para melhorar a credibilidade da pista. Porque sendo apenas um, ele é obrigado a assumir toda responsabilidade. E só vai julgar exposições quem se sentir capaz, porque ele vai estar sozinho. Isso foi um grande passo não só da ACNB, mas de todos envolvidos no Ranking. Foi uma decisão tomada para melhorar a credibilidade e dar conforto para os pequenos, médios e novos criatórios participarem também”, afirma o presidente da ACNB.

Os profissionais que julgarão cada exposição deverão ser escolhidos por votação dos expositores participantes, como já vinha acontecendo. Mas o número de votos por animais inscritos mudou. “A questão da escolha dos jurados por votação foi corrigida. No passado, o pessoal levava um time completo de 15 animais e outros 30 animais, cada um no nome de um expositor diferente, o que fazia com que um criatório tivesse 31 votos. Agora o regulamento prevê que cada criatório tem um voto a cada time de 15 animais inscritos”, explica Victor.

MAIS EXPOSIÇÕES NO INTERIOR

A modalidade de jurado único também favorece um dos grandes objetivos da ACNB: fortalecer as exposições no interior do país. Isso porque existem custos para levar o jurado, e eles são arcados pela organização do evento. Então, é mais uma forma de democratizar o acesso aos pequenos, médios e novos expositores, inclusive em cidades menores.

“Já no início da conversa com a ACNB falei que era importante criar um regulamento que viabilizasse as exposições no interior a participarem do Ranking, como era antigamente. Eu já cheguei a julgar 11 exposições em um mês do Mato Grosso. É essencial criar regulamentações

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realizáveis em cidades menores. E para que isso aconteça, tem a questão financeira, que precisa ser observada. Para uma exposição do interior assumir economicamente a contratação, deslocamento e hospedagem de três jurados é caro, dificulta”, afirma Arnaldo.

mais equilibrado, com chance de todos os criadores participarem e mostrarem seu trabalho. Tudo de uma forma que passa mais segurança para os expositores”, diz.

E O FUTURO DO NELORE EM PISTA?

A pista é inegavelmente uma importante ferramenta de seleção, divulgação e fomento da raça. Ela representa a insubstituível avaliação do olho humano, além de ser um espaço de troca de conhecimento e um grande termômetro do mercado da raça. Por isso, sua relevância e seu futuro estão sempre entre os debates mais acalorados dos neloristas, profissionais do setor e entusiastas.

Victor afirma que todas as modificações na regulamentação do Ranking foram feitas pensando justamente em incentivar os pequenos e médios criadores a participarem (ou voltarem a participar) da competição. “Nossa intenção é igualar os animais em julgamento e as chances de todos. Então, prevemos um crescimento da pista e dos números de expositores. Tudo foi feito pensando em colocar todo mundo para competir de igual para igual. E nós vamos fomentar as exposições e associações dos estados, apoiar mais as regionais. Trazer o máximo de neloristas para ACNB, mostrando a importância desta que é a maior e mais importante associação de raça do mundo”, garante.

Bruno, do Nelore RFA, concorda que é necessário dar as mesmas chances para todos. “Na nova formulação do Ranking foram definidos itens importantes para deixá-lo

“A pista é muito importante. Do contrário, não seria feita no mundo todo com diversas espécies. É um momento para o criador apresentar seu trabalho, observar e comparar com o que tem sido feito. É importante também na formação de novos criadores, novos jurados e outros tantos profissionais. Eu mesmo aprendo sempre”, afirma Arnaldo.

“O julgamento em pista é uma importante ferramenta de seleção, junto com todas as outras. A avaliação visual é essencial, tanto que já estamos a incorporando a outras ferramentas de seleção, como o PNAT e o PMGZ. Temos que unir as ferramentas”, afiança Gabriel.

E para o futuro do Nelore em pista, o que esperar? “A raça Nelore é extraordinária porque se adapta a diversas realidades, e a pista precisa mostrar isso. Não se pode falar em um modelo ideal de Nelore. O que temos são vários modelos de seleção, e a raça se adapta muito bem a todos. Não precisamos ficar perseguindo um modelo ideal. O

O julgamento de jurado único é o que traz melhor resultado, sempre
RAÇA

PROVA DE GANHO DE PESO DESTACA EVOLUÇÃO GENÉTICA NO TOCANTINS

Os animais da Fazenda Mato Verde, do pecuarista Antônio Carlos Corrêa levaram o 1º e 2º lugares

MTVD 2261

CABULOSO DA MATO VERDE

TNT x B3704 TG (Uapiti AT)

iABCZ 21,93 :: DECA 1

“Queremos exportar essa genética
esse marco reforça
qualidade
melhoramento
Nelore
estado”, destaca o produtor NELORE MATO VERDE Tocantins Nelore PO com genética e rusticidade. Cria e recria de Touros e Matrizes PO Danilo (34) 9 9166-6114 :: Joana (11) 9 9992-8081 :: @nelorematoverde (34) 3318-7777
e
a
do
do
no

modelo ideal é aquele que se adapta à realidade do criador, que é muito diversa no Brasil”, acrescenta o presidente da ABCZ.

Beto conta que vive as pistas há muito tempo e o que o motiva a continuar é a paixão. “Em 2024, faremos 55 anos de seleção na Fazenda do Sabiá. Já vimos de tudo, momentos maravilhosos, momentos difíceis. Mas, a raça Nelore é maior que tudo e todos. É maior que qualquer criatório, maior que qualquer leiloeira, qualquer entidade, qualquer jurado. Ela é a maior raça de corte do mundo e o mundo precisa de proteína animal. O céu é o limite, tanto para raça Nelore quanto para pista”.

Para Bruno, a pista é fundamental e merece ser avaliada levando em consideração o que é importante para a raça como um todo. “Manter a credibilidade dos julgamentos e o entusiasmo dos criadores é o ponto principal para fortalecer a raça. A pista é onde fazemos uma autoavaliação do nosso trabalho. Ao sermos analisados ao lado de vários colegas, conseguimos entender melhor se o trabalho está sendo bem conduzido, onde podemos melhorar. É um balizamento que dá norte para gente seguir um caminho cada vez mais produtivo, mais real. A pista é fundamental para quem busca um gado dentro dos padrões da raça. Além disso, acaba sendo um local para divulgarmos nossa marca e nosso trabalho para o Brasil inteiro, nos valorizando e abrindo portas para fazer negócios”, afirma o titular do Nelore RFA.

Victor lembra que toda melhoria é construção coletiva e democrática, e na pista não seria diferente. “Nada é tão bom que não possa ser melhorado. Mesmo porque não existe nada perfeito. Durante o jogo não se muda as regras, obviamente. Mas, no momento apropriado, é sempre bom pensar em melhorias. Juntos, podemos continuar a elevar o padrão genético da raça, aumentar sua valorização e contribuir para a crescente demanda por carne de qualidade no Brasil e no mundo”, finaliza o presidente da ACNB.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 66
RAÇA
Victor Miranda
OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 67
PRODUÇÃO . MERCADO . ARROBA #pecBR GUZONEL PROVA CONFIRMA EFICIÊNCIA DO CRUZAMENTO NA PRODUÇÃO DE CARNE DE QUALIDADE
CARNE
APONTA GANHO FINANCEIRO DE UM REBANHO COMERCIAL DE ACORDO COM O GANHO GENÉTICO
Evolução genética e econômica EXPERIMENTO

Evolução genética e econômica caminhando lado a lado

Ao realizarmos uma retrospectiva nos últimos anos, é possível atestar que a carne bovina ocupou posição de destaque nas análises setoriais agrícolas, mesmo diante de um mercado interno repleto de grandes desafios nos mais variados contextos.

No ano de 2022, segundo dados do United States Department of Agriculture (USDA), o Brasil produziu 10,79 milhões de toneladas de carcaça, sendo 3,02 milhões de toneladas voltadas ao mercado externo (27,96%) e 7,78 milhões de toneladas ao mercado interno (71,48%), colocando o país em segundo lugar na produção de carne bovina mundial. Com isso, o setor teve participação em 41,6% do PIB total (Produto Interno Bruto) com geração de R$2,5 trilhões, registrando um aumento na receita em relação ao ano anterior.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 68
e Inovações
Iasmin Midian – suporte@dstak.com - Pesquisas
- Dstak Assessoria Pecuária Rafael Mazão - rafaelmazao@dstak.com - Diretor Técnico - Dstak Assessoria Pecuária
Rafael Mazão

Sendo assim, ao realizarmos o processo de seleção nos rebanhos, desde a base das matrizes ao foco genético em ganhos econômicos, podemos avaliar a importância financeira das características biológicas dentro de um rebanho e determinar quais auxiliaram para alcançar o objetivo.

Dimensionado, de modo mais detalhado, o potencial produtivo do país, em 2022, o rebanho nacional somou 202,78 milhões de cabeças, distribuídos em 153,79 milhões de hectares de pasto, ou seja, 1,32/cabeça/ha. No que tange à origem de nossa produção, em nível estadual, a COMEX STAT verificou que, em termos de faturamento, o estado de São Paulo responsabilizou-se pelo equivalente a US$3 bilhões. Posteriormente, aparecem os estados do Mato Grosso com US$2,4 bilhão, Goiás com US$1,3 bilhão, Minas Gerais com US$1,2 bilhões, Mato Grosso do Sul e Rondônia com cerca de US$867 milhões para cada um.

Levando em consideração o quão importante, economicamente, é a pecuária de corte no Brasil e a necessidade de um aumento da produção de qualidade da carne, buscamos esclarecimentos sobre a implicância do ganho financeiro de um rebanho comercial, de acordo com o ganho genético das características de interesse no decorrer dos anos. Isso ocorreu por meio de trabalho experimental realizado em uma propriedade localizada no município de Caseara, no Tocantins, pela Dstak Assessoria Pecuária em parceria com as Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU.

Para tal, foram analisadas informações de 2.155 machos e fêmeas Puros de Origem (PO) da raça Nelore, nascidos de maio de 2017 a janeiro de 2022. Buscou-se uma padronização do número de animais produzidos, eliminando os extremos. Portanto, o número total de animais avaliados foi de 431 por safra.

Observou-se a evolução de características de Mérito Genético Total Econômico (MGTe - %), Peso à Desmama (P210 – kg), e Área de Olho de Lombo (AOL – cm²), Stayability (STAY - %) e Probabilidade de Parto Precoce (3P – %), esses coletados no banco de dados da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores – ANCP. Foi feita uma correlação com indicadores financeiros de ganhos e custos por safra.

Para correlacionar aos índices econômicos e obter o valor da diferença e da estimativa entre os anos avaliados, foram utilizados os dados do CEPEA – TO na data de 31/03/2022 como referência, sendo eles, R$288,50 a @ do boi gordo; R$2.900,00 Bezerro com 7,5@ e 55% de rendimento de carcaça.

Para os cálculos das características avaliadas, foi utilizada uma equação para cada DEP, sendo elas:

MGTe:

A equação 1 determina a diferença do primeiro ano avaliado em relação ao último ano avaliado.

ano f – ano i ano f= ano final; ano i= ano inicial

DP210:

A equação 2 determina o valor em reais (R$) da diferença entre o ano final e o ano inicial avaliados.

[(ano f – ano i) x VKB] x N ano f= ano final; ano i= ano inicial; VKB= valor do kilo do bezerro; N= número de indivíduos avaliados.

DAOL:

A equação 3 determina a diferença do valor da DEP do ano inicial da avaliação em relação ao ano final.

[(ano i – ano f) /2] x -1 ano i= ano inicial; ano f= ano final

A equação 4 determina o rendimento econômico da população avaliada.

[(PB x RC/30) x V@] x N

PB= peso do boi em Kg; RC= rendimento de carcaça; V@= valor da arroba do boi; N= número de indivíduos avaliados.

DSTAY:

A equação 5 determina a diferença do primeiro ano avaliado em relação ao último ano avaliado.

ano f – ano i ano f= ano final; ano i= ano inicial

D3P:

A equação 6 determina a diferença do primeiro ano avaliado em relação ao último ano avaliado.

ano f – ano i ano f= ano final; ano i= ano inicial

Iasmin Midian

Posteriormente, o resultado da equação 3 realizada com os valores referentes ao animal do primeiro ano avaliado, é subtraído do resultado da equação 3 realizada com os valores do ano final e, assim, obtemos a diferença entre as safras avaliadas. Essas equações geraram os valores em reais (R$) do rendimento em cada ano, e assim obtivemos a diferença dos anos em relação ao melhoramento genético aplicado nos animais.

Ao avaliarmos os 2.155 animais das safras de 2017 a 2021, obtivemos uma grande diferença entre os números de DEPs desses animais, subindo os padrões a cada ano da safra e, assim, gerando os seguintes resultados.

Para a DEP de Peso à Desmama (DP120-kg), inicialmente no ano de 2017, tinha-se o número de 7,111. Já no ano de 2021 tivemos o valor de 10,654 (p ≤ 0,05) em relação a todos os anos avaliados (Gráfico 2).

Gráfico 2. Evolução genética da DP210 ao longo dos anos das safras avaliadas.

Avaliando o MGTe das safras, observamos o valor de 11,18 no ano de 2017, no ano de 2021 obtivemos o valor de 18,964, sendo assim, em 2021 p ≤ 0,05 em relação a todos os outros anos avaliados.

(Gráfico 1). Evolução genética do MGTe ao longo dos anos das safras avaliadas.

Já na DEP de Área de Olho de Lombo (AOL – cm²) observamos um crescimento exponencial durante os anos, obtendo o p ≤ 0,05 em relação aos outros anos, no de 2020, atingindo o valor de 1,006; iniciando em 2017 com o valor de -0,8 e terminando no ano de 2021 com o valor de 1,03 (Gráfico 3).

Gráfico 3. Evolução genética da DAOL ao longo dos anos das safras avaliadas.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 70
ANO MGTe DP210 DAOL DSTAY D3P 2017 11,18 a1 7,111 a1 -0,8 a1 67,337 a1 62,630 a1 2018 15,28 a2 8,158 a2 0,409 a2 75,734 a2 69,689 a2 2019 17,21 a3 10,524 a3 a4 0,595 a2 76,716 a2 a3 71,114 a3 2020 18,608 a4* 9,947 a3 1,006 a3* 79,444 a4* 72,556 a4* 2021 18,964 a4* 10,654 a4* 1,03 a3* 77,956 a3 73,524 a4*
Tabela 1. Resultado da comparação entre médias do Teste Tukey.
MGTe 24,000 22,000 20,000 18,000 16,000 14,000 12,000 10,000 2017 2018 2019 2020 2021 11,180 11,180 15,280 15,280 17,210 17,210 18,608 18,608 18,964 18,964 MGTe DP210 12,000 11,000 10,000 9,000 8,000 7,000 6,000 2017 2018 2019 2020 2021 7,111 7,111 8,158 8,158 10,524 10,524 9,947 9,947 10,654 10,654 DP210
DAOL 1 1,5 2 0,5 0 -0,5 -1 -1,5 -2 2017 2018 2019 2020 2021 -0,8 -0,8 0,409 0,409 0,595 0,595 1,006 1,006 1,030 1,030 DAOL

Na DEP Stayability tivemos o p ≤ 0,05 no ano de 2020, com o valor de 79,444, onde iniciamos o ano de 2017 com o valor de 67,337 e terminamos o ano de 2021 com o valor de 77,956 (Gráfico 4).

Gráfico 4. Evolução genética da DSTAY ao longo dos anos das safras avaliadas.

Utilizando da equação referente a DP210 com os valores de referências do CEPEA – TO citados anteriormente, na DP210 obtivemos uma diferença R$45,59 a mais por bezerro no ano de 2021 em relação ao ano de 2017, multiplicando esse valor para a população avaliada observa-se uma diferença de R$19.649,29.

Para a DAOL, estimando que a diferença das DEP entre 2021 e 2017 seja de 5,46 Kg a mais no ano de 2021 em relação ao boi do ano de 2017, multiplicando esse valor para a população avaliada estima-se uma diferença de 2.353,26 Kg a mais na safra de 2021 em relação a de 2017. Trazendo essa diferença estimada para o econômico, seria um valor de R$22.630,51 a mais no ano de 2021 em relação ao ano de 2017.

Boi 2017 com 20@

600 Kg x 55 % = 330 Kg

Já na DEP de Probabilidade de Parto Precoce (3P-%) obtivemos uma crescente e significativa elevação nos valores avaliados, onde no ano de 2017 era de 62,630; alcançando o p ≤ 0,05 em relação aos anos avaliados no ano de 2020 com o valor de 72,556 e terminando o ano de 2021 com o valor de 73,524; sendo crescente e sem nenhuma queda durante os anos avaliados (Gráfico 5).

Gráfico 5. Evolução genética da D3P ao longo dos anos das safras avaliadas.

Boi 2021 com 20@ 600 Kg x 55,91 % = 335,46 Kg

Diferença por animal

335,46 Kg – 330,00 Kg = 5,46 Kg

Diferença estimada para o ganho econômico

5,46 Kg x R$9,61 = R$52,75/cab

Com isso, entendemos que programas de melhoramento genético são ferramentas eficientes que geram efeitos positivos no ganho econômico dos rebanhos. Sendo assim, o progresso genético observado, direciona grande correlação com o crescimento econômico de selecionadores que fazem bom uso dos programas em sistemas de produção adequados aos objetivos de seleção.

Portanto, fazendas que produzem com eficiência, ou seja, mais produtividade e com custos viabilizados, com rebanho selecionado através de matrizes funcionais e com suporte dos programas de melhoramento genético, são mais rentáveis, trazendo mais retorno financeiro ao produtor e auxiliando na crescente do mercado nacional.

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 71
DSTAY 85,000 80,000 75,000 70,000 65,000 60,000 2017 2018 2019 2020 2021 67,337 67,337 75,734 75,734 76,716 76,716 79,444 79,444 77,956 77,956 DSTAY D3P 80,000 75,000 70,000 65,000 60,000 55,000 2017 2018 2019 2020 2021 62,630 62,630 69,689 69,689 71,114 71,114 72,556 72,556 73,524 73,524 D3P

Nelore ATALLA. Caracterização racial aliada à produtividade.

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Trabalhando incansavelmente em busca do Nelore moderno, sem abrir mão da qualidade genética, padrão racial, rusticidade, funcionalidade e principalmente produtivo!

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Guzonel comprova alta eficiência na produção de carne

Cruzamento apresentou os melhores resultados em várias características avaliadas pelo Programa Zebu Carne de Qualidade

Em tempos tão desafiadores para a pecuária de corte, acertar no cruzamento industrial para produção de carne faz toda a diferença para o produtor que deseja atingir uma produtividade a baixo custo. É o que comprova o resultado do Programa Zebu Carne de Qualidade da ABCZ, cuja edição 2023 avaliou da recria até o abate o desempenho de animais oriundos de quatro diferentes cruzamentos entre raças zebuínas, dentre eles o Guzonel (Guzerá/Nelore).

Trinta e dois exemplares Guzonel do criador Rodrigo Canabrava e da Companhia Mate Larangeira participaram da prova, ocorrida entre junho de 2022 e julho de 2023,

passando por prova de ganho em peso a pasto, teste de eficiência alimentar, confinamento e abate técnico. Os bezerros Guzonel apresentaram o maior peso inicial (263 kg) e final (415 kg) de todos os grupamentos, com ganho médio diário de 680 gramas. Esse resultado foi alcançado com um manejo a pasto, em área de capim BRS Paiaguás, com oferta de suplemento proteico energético com 12% de proteína bruta. No período da seca, receberam também silagem de milho e a suplementação foi reforçada para 24% de proteína bruta. “O Guzonel teve a melhor performance na recria, com peso calculado aos 550 dias de 425 kg, e o melhor Índice Prova Ganho em Peso, finalizando em 0,9”, destaca o criador Rodrigo Canabrava.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 74
LARISSA VIEIRA

LANCHA NF - FNF A2286

Plebeu NF x Benzina NF (Patrono NF)

Lactação 6021 kg leite em 311 dias.

MENINA NF - FNF A2741

Hum Sonho Abdon x Guanduense NF (Neofito Maia)

Lactação 5652 kg leite em 299 dias.

INTERFACE FIV NF - FNF A1605

Juazeiro JA x Uba NF (ABC S)

Lactação 5648,33 kg leite em 356 dias.

NANDA NF - FNF A2914

Hortêncio FIV NF x Dalila TE NF (Guzerá da Barra 2)

Lactação 5111 kg leite em 346 dias.

TAFONA NF - FNF A4572

Hidrante FIV NF x Lucila NF (Notável TE JF)

Lactação 4146,97 kg leite em 284 dias.

SOLANGE NF - FNF A4335

Gráfico FIV NF x Jafa FIV NF (Cancun JA)

Lactação 4050,57 kg leite em 303 dias.

TAQUARA NF - FNF A4629

Gráfico FIV NF x Inspetora FIV NF (Remanso TE Tabo)

Lactação 3836,34 kg leite em 344 dias.

IRMÃ NF - FNF A1388

Nova Seita D x segurança NF (Califa JP)

Lactação 3667,39 kg leite em 284 dias.

Segundo o criador, a prova só confirmou o que ele constata há décadas na Fazenda Villa Canabrava, em Bocaiúva/MG. “Nosso trabalho na pecuária de corte sempre teve a eficiência como foco. Optamos, desde o início, pelo Guzonel, como rebanho base, para cria, recria e engorda. Temos, atualmente, cerca de 4 mil matrizes, em cruzamento rotacionado. Trabalhamos sempre medindo e avaliando resultados e o Guzonel tem nos oferecido retorno e lucratividade, com manejo simples e de custo viável. Por tudo isso, sempre digo que rejeitar os ganhos pela heterose no cruzamento Zebu x Zebu, propiciados pelo Guzonel, nestes tempos tão desafiadores para a pecuária de corte é abrir mão de produtividade a baixo custo”, diz Canabrava.

No teste de eficiência alimentar (CAR), o Guzonel também teve o melhor índice final (0,7). Ao final desta

fase da prova, o ganho médio diário foi de 1.691 gramas e 571 kg de peso final. O consumo de matéria seca (MS) ficou 2,30% do peso corporal (12,04 kg de MS); conversão alimentar de 7,7 kg de MS/kg de ganho de peso; eficiência alimentar bruta de 0,135 kg de ganho de peso/kg de MS ingerida e consumo de água de 33,7 litros/animal/dia. Além disso as avaliações da carcaça por ultrassonografia identificaram área de olho de lobo de 92,61cm2; 4,77mm de espessura de gordura subcutânea e 7,56mm de espessura de gordura na picanha, enfatizando a qualidade da carcaça do cruzamento Guzonel.

Com esta eficiência, atingiu o melhor peso calculado aos 619 dias, com 571 kg. Segundo o pesquisador da Epamig, Leonardo de Oliveira Fernandes, entre os animais com menor e maior consumo, houve uma diferença expressiva de 3,414 kg de consumo alimentar residual. “Os

dados apresentados de eficiência alimentar dos animais Guzonel são expressivos, enfatizando que este cruzamento tem um potencial fantástico para potencializar a lucratividade de sistemas de produção de carne”, ressalta.

QUALIDADE DA CARNE

Na última etapa da prova, o Guzonel apresentou resultados que o qualificam tanto para produção de carne para o mercado interno quanto externo. Os dados do abate técnico apontaram que o Guzonel teve o maior peso vivo entre os grupamentos (593 kg) e maior espessura de gordura (4,9 mm). O peso de carcaça quente ficou em 22,02@, rendimento de abate de 55,7%, subindo para 57% entre os 25% animais superiores, e 86 de AOL (Área de Olho de Lombo), chegando a 103 entre os melhores desempenhos. No geral, 84% da carne avaliada foi considerada macia.

“Tivemos a oportunidade de degustar essa carne de Guzonel, que é muito saborosa e macia. Agora, precisamos mostrar isso ao público em geral, intensificando a divulgação desse cruzamento”, orienta Lauro Fraga, gerente de Melhoramento Genético da ABCZ.

De acordo com ele, o programa comprovou que, quando se utiliza touros superiores, o resultado é muito bom, produzindo animais de maior ganho de peso e boa cobertura de gordura. “Os dois criatórios que participaram do Programa Carne de Qualidade trabalham há décadas com melhoramento genético, participam do PMGZ e usam touros superiores em seus rebanhos comerciais. Por isso, não foi surpresa o desempenho de seus animais na prova, com ganhos de peso excelentes em todas as etapas”, diz Lauro Fraga.

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 77

Para a Cia Mate Larangeira, quem quer produzir carne com eficiência tem de investir em touros melhoradores. “Ficamos muito satisfeitos em saber que os exemplares Guzonel foram os mais pesados da prova. Um de nossos animais foi o que mais deixou carne disponível, de todos os cruzamentos da prova. Ele é filho de Globo FIV da CM, que é Tri Campeão Nacional e duas vezes Grande Campeão da ExpoZebu”, afirma Raul Prates, diretor da Cia Mate Larangeira.

Segundo ele, o Guzonel é uma realidade há mais de 20 anos na Fazenda Santa Virgínia, localizada em Ponta Porã/MS. “A heterose obtida neste cruzamento zebuíno é bem evidenciada para nós. As fêmeas se transformam em matrizes que têm uma excepcional habilidade materna, sempre desmamam bezerros pesados. Hoje as fêmeas são desafiadas a emprenharem aos 14 meses, buscando cada vez mais a precocidade dos animais. Os machos são direcionados ao corte, passam por uma super recria em áreas de pastagens de inverno (safrinha), em seguida vão para o confinamento”, declara Prates.

Para Lauro Fraga, a qualidade das fêmeas Guzonel precisa ser amplamente divulgada, pois são excelentes mães. “São animais que não precisam de alteração do manejo da fazenda, incluindo o sanitário, mansos e altamente econômicos, resultando em ótimo custo-benefício por serem altamente produtivos em relação ao peso de bezerro/peso de matriz a desmama. As matrizes ficam no rebanho por muitos e muitos anos, gerando lucro”, explica. Segundo ele, a raça Guzerá tem como ampliar consideravelmente o número de doses produzidas nos próximos cinco anos, chegando a 500 mil doses. “Será bom para toda a cadeia produtiva, mas, principalmente, para os produtores que utilizarem o sêmen dos touros Guzerá superiores nos programas de melhoramento genético oficiais”, acrescenta.

Lauro Fraga, gerente de Melhoramento da ABCZ
CAMPEÕES EM PISTA! GÉNETICA CIA MATE LARANGEIRA OCTÓGONO FIV DA CM GLOBO FIV DA CM x MARIMBA DA ICIL (BEIJIM S) GRANDE CAMPEÃO - EXPOZEBU 2022 CMLG 1356 PONTEIRO FIV DA CM ESPIAO S x JAMAICA FIV DA CM (GLOBO FIV DA CM) CAMPEÃO JÚNIOR MAIOR - EXPO RIO PRETO 2023 RES. GRANDE CAMPEÃO - EXPO RIO PRETO 2023 CMLG 1581 Fazenda Santa Virgínia Rod. MS 164, KM 31,5 – Caixa Postal 261 CEP: 79.904.970 – Ponta Porã/MS fazenda@santavirginia.com.br (67)3010-0040 / (67)3010-0041 @ciamatelarangeira GLOBO-VII FIV DA CM x GINETA DA CM (CONJUNTO FIV ORIGEM) RES. CAMPEÃO TOURO SÊNIOR - EXPOZEBU 2023 GRANDE CAMPEÃO - EXPO RIO PRETO 2022 OPUS FIV DA CM CMLG 1462 ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GUZERÁ E GUZOLANDO DO BRASIL ASSOCIADO

Quebra de recorde na Nacional do Sindi

O local da edição 2024 do evento já foi definido, marcando o retorno ao Nordeste

Ozebu vermelho chamou a atenção do público que participou da 60ª Expo Rio Preto, em São José do Rio Preto/ SP, entre os dias 28 de setembro e 1° de outubro. Pela primeira vez, o evento sediou a 20ª ExpoSindi Brasil. Cerca de 200 animais, de 17 criadores das regiões Sudeste e Centro-oeste, participaram da competição nacional da raça.

A feira terminou com uma quebra de recorde mundial

no torneio leiteiro. A vaca Belga FIV AJCF superou seu próprio feito, alcançando uma média de 49.250 kg/leite. De propriedade do pecuarista Adaldio José Castilho Filho, de Novo Horizonte/SP, a recordista, de 13 anos de idade, tornou-se tetra recordista mundial e penta grande campeã em julgamentos da raça Sindi. O título de Reservada Grande Campeã também ficou para uma vaca do plantel de Castilho Filho: Gilda FIV AJCF, que obteve a média de 24,713kg/leite.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 80

Já nas pistas de julgamento os trabalhos foram conduzidos pelo trio de jurados Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, Marcelo Toledo e Rodrigo Coutinho Madruga. “Fui jurado na primeira Nacional do Sindi, julguei em alguns outros anos também, e fiquei surpreso com a qualidade dos animais este ano. Um gado muito bem preparado, que teve grande evolução em quesitos como a carcaça, apresentando melhor conformação e volume corporal. Porém, deixou uma preocupação com os aprumos, pois está tendo um sobrepeso dos animais. Isso incomoda porque o Sindi é funcional e não pode perder essa característica”, alerta Rodrigo Coutinho Madruga.

Segundo ele, outro ponto favorável da feira é o caráter itinerante. “Realizar a Nacional em cidades importantes para a pecuária como é São José do Rio Preto só valoriza a raça e ajuda em sua promoção”, assegura o jurado.

Entre as fêmeas, Glória FIV OT-2 foi a Grande Campeã. Ela pertence aos criatórios de Ângelo Tibery e Sindi Don. Já o Grande Campeão foi Nashville da Estiva, do criatório Sindi Castilho. O título de Melhor Criador ficou com Adaldio Castilho e o de Melhor Expositor ficou com Ângelo Tibery.

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores

Nacional evidenciou o avanço da raça e agradeceu a participação dos associados. “Minha gratidão e agradecimentos a todos os criadores/expositores que abrilhantaram o evento; a todos os criadores e admiradores da raça Sindi que se fizeram presentes ao parque de exposição. Parabéns aos ganhadores dos títulos de Melhor Criador e Melhor Expositor. Que venha a Nacional de 2024 , em Natal, durante a Festa do Boi”, anuncia o presidente.

MELHORAMENTO DA RAÇA

Na programação da Nacional de Sindi foram contemplados eventos de confraternização, leilões e uma reunião técnica coordenada pela ABCSindi com a equipe do Geneplus/Embrapa e Melhora+. Foram abordadas as vantagens e importância dos programas de melhoramento genético na seleção dos rebanhos e como as ferramentas tecnológicas de avaliação podem ser aproveitadas de forma particular em cada plantel para potencializar valores genéticos relacionados a ganhos econômicos e zootécnicos. “A raça Sindi precisa fortalecer a geração de informações zootécnicas e expandir as avaliações, bem como a genômica”, diz Orlando Procópio.

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 83 LEITE
#pecBR ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS CONHEÇA AS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DO GADO PARA PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO Os melhores do Gir Leiteiro EXPOGIL 2023 ENCERRA O RANKING NACIONAL DA RAÇA
NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA

23ª Expogil encerra o Ranking 2022/2023

Ainda não está definida a cidade que sediará a Nacional do Gir Leiteiro em 2024

Acapital goiana foi o cenário escolhido para o encerramento do Ranking Nacional 2022/2023 da raça Gir Leiteiro. Com pouco mais de 200 animais em pista de julgamento e com 34 vacas em torneio leiteiro, a 23ª Exposição Nacional do Gir Leiteiro - Expogil 2023 aconteceu de 24 a 30 de setembro no Parque de Exposição de Goiânia, dentro da programação da Goiás Genética 2023. “A Nacional é a copa do mundo do Gir Leiteiro. As vacas participantes do torneio leiteiro deram um show de produção com várias fêmeas ultrapassando os 24 kg/leite por ordenha. Foram julgados em pista animais de grande qualidade de 26 expositores”, des-

taca o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) Evandro Guimarães.

Sob o crivo do trio de jurados Alysson Ricardo Sampaio, Fábio Miziara e José Jacinto Júnior, as competições em pista foram acirradas. Entre as fêmeas, quem levou o título de Grande Campeã foi Hebe Milk Center, do expositor Luiz Eduardo Branquinho. Já o touro Teorico FIV F Mutum sagrou-se Grande Campeão. Ele pertence ao expositor Leo Machado Ferreira.

Já no torneio leiteiro a Grande Campeã foi Vigília FIV 2B, do expositor Tiago Moreira Freitas. Ela produziu 213,30 kg/leite, com média de 71,1 kg.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 84
LEITE
LARISSA VIEIRA

Com os resultados da Nacional, a ABCGIL anunciou a classificação final do Ranking Nacional 2022/2023 e dos Rankings Estaduais de Goiás/Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Leo Machado Ferreira, que conquistou várias premiações na Expogil 2023, foi o Melhor Criador Nacional e Melhor Criador DF/GO. Além disso, o touro de sua propriedade, Teorico FIV F Mutum, foi o Melhor Macho. Já sua fêmea Intuitiva FIV AFFU ficou com o título de Maior Produção em Concurso Leiteiro do Ranking Nacional.

Já o Melhor Expositor Nacional foi Luiz Eduardo Branquinho, que ainda finalizou como Melhor Expositor DF/GO. “Tem apenas quatro anos que participamos das pistas de Gir Leiteiro e já ter conquistado o mais alto lugar no Ranking é muito gratificante, pois fazemos tudo com muita dedicação e amor. Fizemos a Grande Campeã da ExpoZebu, a Grande Campeã Nacional, dentre outras conquistas ao longo da temporada. Foram seis exposições muito bem disputadas e com vitórias. Um trabalho feito com o total empenho de todos os colaboradores da Es-

tância K, que perseguiram os objetivos traçados e estão de parabéns pelo resultado. Certamente, continuaremos trabalhando com dedicação para que possamos vencer novamente o Ranking Nacional no próximo ano”, anima-se Fred Machado, diretor Comercial da Estância K.

No Ranking MG, o Melhor Criador e Melhor Expositor foi Winston Frederico A. Drumond. No Ranking RJ, o vencedor nas duas categorias foi Marcus Silveira de Moraes. No Ranking SP, quem levou os dois títulos foi Carlos Alberto Damasceno. Este ano, ele subiu uma posição no Ranking Nacional, ficando com a vice-liderança entre os Melhores Criadores. “Nossa participação nas exposições começou justamente em Goiânia, em novembro de 2020, quando concorremos com algumas bezerras e novilhas. No ano seguinte, em 2021 conquistamos o quarto Melhor Criador Nacional, com um ano de pista. Já em 2022 subimos mais uma posição, ocupando o terceiro lugar na categoria Melhor Criador do Ranking Nacional. Agora, novamente evoluímos, subindo mais um degrau na categoria Nacional. Somos o segundo Melhor Criador do Ranking Nacional. Um título com a nossa marca é muito gratificante porque coroa o trabalho que realizamos em equipe na fazenda. É uma honra estar entre os cinco melhores de 2023”, comemora Damasceno.

Outro expositor que celebra os resultados da Expogil e do Ranking Nacional é Anderson Carlos do Nascimen-

to. A fêmea de seu criatório, Dalila I FIV da YPE, ficou com o título de Melhor Fêmea do Ranking Nacional. Durante o 3º Leilão Gir Leiteiro Seleções do Cerrado, ocorrido na Expogil, ela teve 50% de sua posse vendida para a Estância K e para a Ganaderia El Cristal, da Colômbia. “Dalila é uma vaca que já conquistou várias premiações em exposições importantes do ano, tanto em pista quanto em torneios leiteiros, sendo grande campeã em cinco campeonatos. Por onde passou ainda se destacou como melhor úbere e agora alcançou essa importante premiação de Melhor Fêmea do Ranking Nacional. É uma grande vitória para nós que, agora, dividiremos com os dois criatórios que adquiriram metade de sua posse”, assegura o titular da ACN Agropecuária. Dalila está valorizada em R$1.482.000,00.

SUMÁRIO DE FÊMEAS – A ABCGIL, em parceria com a Embrapa, prepara para o dia 13 de novembro a divulgação do 6° Sumário de Avaliação Genômica de Fêmeas Gir Leiteiro. O documento trará as relações de fêmeas jovens e adultas classificadas entre TOP 10% para GTPA Leite. A entidade ainda prepara a 15ª Prova de Pré-Seleção de Touros para o Teste de Progênie. A partir de 13 de novembro, cada criador receberá uma planilha com as informações dos machos de seus rebanhos para que possam definir sobre quais animais inscrever.

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LEITE
DACG & amigos GIR LEITEIRO PRIME 28 DE OUT SÁBADO| 14H SAVE THE DATE TRANSMISSÃO ASSESSORIAS

17x GRANDE CAMPEÃO

Medalha de Bronze como Melhor

Macho do ranking Nacional

ABCGIL - 2022/2023

EXPO ITUIUTABA/MG - 2023

EXPO UBERLÂNDIA/2023

POMPÉU/MG - 2023

PASSOS/MG - 2023

EXPO CAPINÓPOLIS/MG - 2023

MEGALEITE/2023

EXPO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP - 2022

EXPO ITUIUTABA/MG - 2022

EXPOGIL/2022

LÚDICO FIV WAD

EXPO POMPÉU/MG - 2022

MEGALEITE/2022

EXPO FRANCA/SP - 2022

EXPO GOIÂNIA/2021

EXPO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP - 2021

EXPO LUZIÂNIA/GO - 2019

EXPO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP - 2019

EXPO UBERLÂNDIA/2019

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Estratégias nutricionais para produção de leite em sistema a pasto

Os pastos são bases nutricionais de recursos que possuem grande complexidade, uma vez que sua capacidade de fornecer alimento para a produção animal altera qualitativa e quantitativamente ao longo do ano, de acordo com a influência do clima. Entretanto, a produção animal, principalmente a de bovinos de leite, deve ser contínua ao longo do ano, o que exige tecnologias nutricionais e recursos para superar as deficiências dos pastos.

Diversas regiões do Brasil possuem seu clima delimitado pela estação da seca e estação das águas. A estação da seca é caracterizada por falta ou baixa pluviometria,

menor radiação solar e temperaturas mais baixas. Dependendo da região, ela pode se prolongar por um período de 3 a 5 meses, implicando na falta de rebrota e redução do valor nutricional dos pastos que não recebem irrigação.

A necessidade de realizar complementação nutricional por meio de estratégias alimentares capazes de suprir as deficiências de nutrientes do pasto deve ser pré-definida antes da estação da seca, com a utilização de planejamento para plantio, armazenagem e oferta de volumosos. Dentre estas estratégias nutricionais podemos citar o aumento da oferta e densidade energética e proteica de concentrados, silagens, capineiras e diferimento de pastagens.

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LEITE

AUMENTO NA DENSIDADE ENERGÉTICA E PROTEICA DAS DIETAS

Forragens submetidas a estresse hídrico prolongado, mais comum na época seca, podem paralisar seu crescimento vegetal e aumentar a proporção de tecidos estruturais e a espessura das paredes celulares, ocasionando elevação no teor de fibra bruta e, consequentemente, aumento do teor de fibra em detergente neutro (FDN), reduzindo sua digestibilidade. Além disso, essas forrageiras possuem baixo teor de proteína bruta (PB), redução da relação folha:colmo (caules) e aumento do material morto.

As limitações intrínsecas das forragens de baixa qualidade implicam no crescimento da microbiota ruminal. Estas forragens possuem alta relação carbono-nitrogênio, o que causa deficiência do nitrogênio que é composto para a síntese de enzimas microbianas. Estas, por sua vez, são responsáveis pela degradação de compostos da parede celular de forragens. Assim, a deficiência em nitrogênio resulta em menor degradação da fibra no rúmen.

A redução de alguns minerais na dieta também é observada conforme se reduz a qualidade da forrageira, o que pode afetar negativamente a saúde e reprodução dos animais, podendo ser facilmente evitado pelo uso de núcleos e suplementos minerais vitamínicos.

O alto teor de FDN das forragens de baixa qualidade resulta em rápido enchimento ruminal, baixa digestibilidade e lenta taxa de passagem ru-

minal, reduzindo a capacidade de consumo de alimento e a oferta total de nutrientes para o animal, limitando a expressão do seu potencial genético para a produção de leite. Quando se utiliza forragem com alto teor de FDN na dieta de vacas em lactação, maior é a necessidade de corrigir a energia líquida da dieta e maximizar o aporte de proteína microbiana que chega ao intestino delgado. Assim, se faz necessário aumentar a densidade energética e proteica da suplementação com concentrados para suprir as deficiências de energia, proteínas e minerais da dieta e manter a produção de leite.

Elissa Forgiarini Vizzotto

SILAGENS E CAPINEIRAS

A silagem de milho se destaca por estar entre as melhores estratégias alimentares utilizadas durante o período da seca. Por possuir alta quantidade de amido, contribui para o aumento da densidade energética da dieta, além de ser fonte de fibra de boa aceitabilidade pelos bovinos de leite. Atenção especial deve ser requerida no momento da ensilagem para o ponto ideal de colheita, corte da fibra e quebra do grão, além da compactação, vedação e abertura do silo, já que estes fatores impactam na qualidade e no consumo da silagem obtida, determinando os níveis de produtividade a serem alcançados e, consequentemente, nos resultados econômicos no sistema de produção de leite.

As silagens de capins também podem ser utilizadas como forma de estratégia alimentar no período da seca. Entre os cultivares mais utilizados para silagem estão os Panicum (Mombaça, Colonião e Tanzânia), Pennisetum (Capiaçu, Capim elefante, Cameroon, Napier, Milheto) e Brachiaria (decumbens, brizantha, ruziziensis). Apesar da grande produção de massa seca por hectare, a silagem desses capins apresenta limitações no valor nutritivo quando comparada à silagem de milho e sorgo.

A qualidade da fermentação e o valor nutritivo das silagens de capim depende da espécie, do estádio de maturação da planta (idade de corte e altura) e do processo

de ensilagem. Para cada cultivar existe uma idade (dias de rebrota) e altura de corte ideal, sendo este dependente da taxa de interceptação luminosa de cada região. O aumento no intervalo de corte resulta em incrementos na produção de matéria seca, entretanto, causa redução da PB e aumento na quantidade de colmos e, consequentemente, o aumento do FDN e a redução da qualidade da forrageira.

As gramíneas tropicais para ensilagem apresentam alto poder tampão, baixo teor de matéria seca e baixa concentração de carboidratos solúveis. Estas características dificultam a fermentação anaeróbica no silo, ocasionando fermentações secundárias, alta produção de efluentes e baixa qualidade fermentativa. O uso de aditivos está entre as alternativas para minimizar estes problemas. Podem ser utilizados aditivos estimulantes de fermentação, também conhecidos como inoculantes bacterianos, e aditivos nutritivos como o fubá de milho, que contribuem para elevar o teor de matéria seca da forragem ensilada e reduzir as perdas por efluentes no processo de fermentação.

Assim como ocorre para a silagem de capim, a altura de corte da planta altera o valor nutritivo das capineiras. Um dos principais erros na utilização das capineiras é acumular todo o material produzido durante o seu crescimento e desenvolvimento para ser utilizado na época seca do ano, não realizando corte durante o período das águas.

LEITE

Deixar as capineiras sem corte durante um longo período resulta no fornecimento de forragens ricas em fibras, pouco digestíveis e de baixa qualidade nutricional, podendo resultar em baixa produção de leite.

A cana-de-açúcar possui algumas características que têm justificado a sua escolha como recurso forrageiro, entre elas elevada produção por unidade de área cultivada e coincidência do período de sua maior disponibilidade com o período de escassez de pasto. Porém, a cana-de-açúcar, como alimento para bovinos apresenta limitações de ordem nutricional devido aos baixos teores de proteína e minerais, principalmente Ca, P e enxofre, alta quantidade de carboidratos solúveis (açucares), pequeno aporte pós-ruminal de aminoácidos e o alto teor de fibra de baixa digestibilidade ruminal.

Para minimizar essas deficiências nutricionais e a baixa digestibilidade, deve-se adicionar à cana-de-açúcar ingredientes para suprir estes nutrientes ou aumentar sua digestibilidade. Desta forma, a inclusão de ureia + enxofre à cana picada ou a adição de cal hidratada é utilizada como alternativa. O fornecimento de ureia misturada à cana de açúcar visa atender diretamente a necessidade da microbiota ruminal por nitrogênio e, juntamente com a adição de uma fonte de enxofre, melhora a síntese de proteína microbiana no rúmen, especialmente os aminoácidos sulfurados metionina, cistina e cisteína, aumentando o fluxo de proteína microbiana e o suprimento de aminoácidos no intestino delgado, repercutindo em melhor desempe-

Agentes alcalinizantes, como a cal hidratada, podem ser utilizados para aumentar a digestão da porção fibrosa da cana-de-açúcar, solubilizando parcialmente a hemicelulose e expandindo as moléculas de celulose, o que aumenta a digestibilidade desses carboidratos estruturais, tornando a cana de açúcar in natura mais digestível no rúmen.

DIFERIMENTO DE PASTAGENS

Trabalhar com diferimento de pastagem é uma forma de preservar o pasto para a época das secas. Para uso em pastejo diferido deve-se utilizar espécies forrageiras de porte baixo ou médio, com colmos finos e maior relação folha:colmo, e que tenham amadurecimento lento, para que floresçam o mais tarde possível. As pastagens devem ser diferidas depois de realizado o rebaixamento do pasto antes do final do período das chuvas, para que se tenha crescimento ideal. Ao utilizar esta técnica o produtor deve também fazer o uso de concentrados proteico-energéticos. Assim, para obter sustentabilidade no sistema de produção de leite durante a estação da seca, a utilização do planejamento estratégico nutricional se torna indispensável para aumentar a produtividade animal e manter o sistema economicamente viável.

As referências bibliográficas estão com a autora: elissa. forgiarini@premix.com.br

ZONA RURAL

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 95
GESTÃO . TECNOLOGIA . SUSTENTABILIDADE . MERCADO #pecBR PLANTAS INVASORAS DICAS PARA FAZER O CONTROLE EM PASTAGENS El Niño COMO DRIBLAR OS EFEITOS CLIMÁTICOS NO REBANHO

Como driblar os efeitos do El Niño no rebanho

Overão está distante, mas os primeiros dias da primavera já mostram como vai ser esse ano de El Niño. Mas você sabe o que é esse fenômeno e como ele pode impactar a pecuária e a agricultura?

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 96
Marcus Rezende Médico-veterinário, Mestre em Sanidade Animal Vetor UP – Consultoria e Treinamento
ZONA RURAL

O El Niño e a La Niña são partes de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial, e atmosfera adjacente. Chamamos de El Niño o aquecimento das águas do oceano Pacífico Equatorial frente sua média histórica. E chamamos de La Niña quando a situação é oposta, ou seja: quando o oceano Pacífico Equatorial está mais frio do que a média histórica. Esse fenômeno impactará diretamente na maneira como conduziremos as atividades agrícolas e pecuárias, devido a alterações na distribuição das chuvas e na elevação da temperatura em todo o país.

Neste ano, já no primeiro dia da primavera, os termômetros marcaram mais de 40ºC do extremo Sul ao Norte do Brasil, com muitos municípios em estado de alerta devido às altas temperaturas e sensação térmica.

Mas se nós sentimos os impactos das elevadas temperaturas, com os animais não é diferente. Bovinos estabulados, em instalações com aspersores e ventiladores devidamente regulados, têm o conforto térmico garantido pela troca de calor forçada pelas gotículas de água e ventilação. Mas e os que ficam estabulados sob o sol, sem sistema de refrescamento?

Os confinadores de vanguarda vêm implementando ano-a-ano sistemas de sombreamento, aspersão e refres-

camento dos animais. E isso não se faz simplesmente para atender às exigências do BEA (bem-estar animal). O desempenho dos bovinos mantidos em situação de conforto, tranquilidade e com suas necessidades de nutrição e hidratação devidamente atendidas é visivelmente superior aos bovinos submetidos ao estresse térmico.

A ciência vem apontando há anos que animais criados em pastos sombreados e com melhor conforto térmico têm melhores taxas reprodutivas, desmamam bezerros mais pesados, com desempenho produtivo superior que quando comparados àqueles criados em pastos sem sombreamento natural ou artificial.

Convido aqueles que têm pastos sombreados para observarem o gado durante um dia e poderão ver que eles passam mais tempo pastando e respiram de maneira mais tranquila que os submetidos a pastos sem ou com pouca sombra.

“Ah, mas a sombra acaba com o capim!”. Quem nunca ouviu essa afirmação, do tempo que o diabo era moleque?

O que acaba com o capim não é a sombra, mas o pisoteio dos animais ao redor da “única” árvore que dá sombra para eles na pastagem. Quando o pasto é devidamente sombreado, eles caminham e pastam mesmo nos momentos mais quentes do dia, pois a sombra está em todo lugar.

“Ah, mas os zebuínos não são adaptados ao calor?”.

ZONA RURAL

Sim, são adaptados, mas respondem muito melhor quando as condições de bem-estar lhes são favoráveis, com temperaturas mais amenas, os pastos são sombreados, com água fresca acessível, limpa e abundante. Se no deserto até camelo procura sombra, por qual motivo não devemos providenciar isso aos nossos animais de produção?

Para 2023 e 2024 as previsões climáticas têm apontado temperaturas mais elevadas em todo o Brasil. Essas previsões, no passado ignoradas, começam a ser levadas a sério, pois nos dão uma visão das janelas de oportunidades para as correções e adaptações no manejo dos bovinos e lavouras. Já se foi o tempo em que víamos a previsão e duvidávamos dela. A tecnologia avançou, os riscos aumentaram e os meteorologistas se tornaram importantes também para a pecuária.

IMPACTOS NAS PASTAGENS

As elevadas temperaturas e a irregularidade nas chuvas exigirão do pecuarista mais agilidade no manejo de pastagem e do rebanho. Manter a qualidade e o volume de forragem vai exigir a antecipação nos tratos culturais, no combate às plantas daninhas e um cuidado extremo para evitar o sobre pastejo e a compactação por pisoteio das áreas.

O ESTRESSE DOS ANIMAIS

Vem se tornando comum, notícias da morte de bovinos em decorrência de temperaturas extremas. Tanto o frio como o calor podem gerar desconforto, choque e até a morte.

O calor excessivo gera estresse e leva à liberação de cortisol, conhecido como hormônio do estresse, e pode desencadear perdas reprodutivas, perda de massa muscular, queda na imunidade, predisposição a microrganismos oportunistas e doenças.

CALOR EXTREMO PODE LEVAR A PERDA DE SAIS MINERAIS

O calor extremo induz os animais a ingerirem mais água para regular a temperatura por meio de troca de calor. Com isso, eles podem desenvolver uma condição que os faz liberar sais minerais por meio da transpiração. Se isso não for contemplado na suplementação, poderão ter perdas produtivas severas e até mesmo alterações metabólicas e predisposição a doenças.

Alguns sinais facilmente perceptíveis pelo pecuarista mais atento são a diminuição na produção leiteira, alteração no padrão respiratório, maior número de vacas com dificuldade para emprenhar, maior dificuldade na hora do parto e bezerros com desenvolvimento atrasado. Sinais que, por si só, já mostram os impactos econômicos do estresse térmico na pecuária.

REBANHO PODE PERDER O APETITE

O estresse causado pelo calor pode ainda influenciar a menor ingestão de alimentos por parte dos animais. Em bovinos confinados isso pode ser facilmente corrigido por meio do aumento dos níveis nutricionais na ração, mas no gado a pasto a situação é um pouco mais complexa e o desempenho pode ser prejudicado.

Por mecanismo de autorregulação metabólica, nos dias mais quentes, eles tendem a ingerir menos alimento e a consequência de uma série de dias excessivamente quentes pode ser o menor desempenho produtivo de todo o rebanho.

Mas o que adianta entender que o calor excessivo pode ser prejudicial se não tivermos alternativas para minimizar seus impactos.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 98

DICA 1: FORNEÇA ÁGUA LIMPA, FRESCA E ACESSÍVEL

Muito além da hidratação, nos dias mais quentes a água tem função de auxiliar no mecanismo de regulação térmica dos animais. Assim, o fornecimento de água fresca ajuda na troca de calor e no conforto térmico. A limpeza da água e dos bebedouros é de conhecimento de todos nós, mas muitos ignoram que a água também deve ser acessível a todo o gado, com bebedouros com boa vazão e boa área de acesso para que vários deles bebam à vontade e, ao mesmo tempo.

Lembre-se que os bovinos têm comportamento gregário, andam em grupo e, se os últimos não tiverem acesso ao bebedouro até a maioria começar a retornar para o pasto, esses vão preferir seguir a boiada a beber água. Assim, o prejuízo estará instalado.

DICA 2: SOMBREAMENTO DE PASTOS

O sombreamento natural é sempre preferível e tenho isso como regra quando assessoro aberturas ou reforma de áreas. Devemos preservar, sem moderação, as árvores mais copadas, com boa área de sombra. Além de embelezarem os pastos, elas mantêm um ecossistema muito particular, com melhoria na retenção de umidade, da temperatura do solo e até mesmo na qualidade da forragem disponível. Vale lembrar que pastos naturalmente sombreados são mais resistentes a longos períodos de estiagem. Para fazendas sem sombreamento natural, mas que desejam proporcionar esse conforto a seus animais durante a ocorrência do El Niño, a solução é o sombreamento artificial por meio de sombrites. Essas estruturas são baratas, fáceis de serem instaladas e existem diversos modelos disponíveis. Independente do modelo, destaca-se que o pé-direito mínimo deve ser de 3,5 metros, para garantir a ventilação mínima no local. A orientação deve ser Norte-Sul, para que a “sombra se movimente” ao longo do dia e evite a morte do capim por pisoteio.

DICA 3: NÃO FAÇA O MANEJO NOS HORÁRIOS MAIS QUENTES DO DIA

Se o dia está quente, por qual motivo manejar o gado nos horários de temperaturas mais altas do dia ou deixá-lo de castigo no curral enquanto os vaqueiros descansam? Prefira manejá-los nas primeiras horas da manhã ou ao final da tarde. Jamais, mas jamais mesmo, deixe-os presos no curral nos horários mais quentes do dia. Lembre-se que são eles que pagam a conta da fazenda, e não merecem ser castigados por isso!

DICA 4: AJUSTE A SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL PARA O PERÍODO

Trabalhamos de sol a sol para fazer nossos animais expressarem seu máximo potencial genético. Para isso, garantimos a sanidade do rebanho por meio de vacinas e endectocidas, mas também devemos estar atentos às exigências nutricionais das diferentes categorias nos diferentes momentos do ano.

Devemos garantir que recebam todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, produção, reprodução, engorda e crescimento. Converse com seu fornecedor de nutrição, com seu nutricionista e faça os ajustes necessários. Em ano de El Niño, um bom nutricionista vai ser tão ou mais importante que uma bela sombra!

DICA 4: ABUSE DA TECNOLOGIA

Hoje, temos à disposição diversas tecnologias de gestão, de suplementação nutricional, de manejo dos animais, de bem-estar e até mesmo de monitoramento em tempo real. Use todas as que estiverem ao seu alcance! Elas vão permitir o melhor gerenciamento da atividade e fornecer dados importantes para a tomada de decisão. Lembro que dados são importantes, mas, uma vez o problema identificado e solução encontrada, a ação deve ser imediata!

Controle de plantas invasoras em pastagens

Estamos próximos do início do período chuvoso para várias regiões do país e muitos produtores já estão planejando qual estratégia será adotada para o combate das plantas invasoras em sua propriedade, bem como, os produtos que serão utilizados e a forma de aplicação dos defensivos, correto!?

Bom, infelizmente, não é o que acontece na maioria dos projetos pecuários, mas bem que poderia ser diferente. As plantas invasoras ou ervas daninhas ou “juqui ra” são definidas como aquelas plantas indesejáveis em uma cultura específica, isto é, da mesma forma que o mata-pasto é uma planta indesejável na pas tagem, a braquiária também é uma planta indesejável na lavoura de soja.

É importante também ressaltar que, salvo exceções, a grande maioria das plantas que infestam pastagens são plantas nativas, ou seja, é o conjunto da vegetação que, ao longo da história, se adaptou a diferentes condições de solo, clima e disponibilidade de água

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 100
ZONA RURAL

encontrados nos diferentes biomas brasileiros e, por isso, existe o grande desafio de controlá-las, já que são extremamente adaptadas ao ambiente que estão inseridas.

Dentre as principais causas da infestação de plantas daninhas em pastagens, temos, o plantio de forrageiras não adaptadas às condições edafoclimáticas da região; o uso de sementes com baixo teor de pureza durante o estabelecimento do pasto trazendo para a propriedade sementes de plantas invasoras que as vezes nem existia lá; o plantio incorreto da pastagem com preparos de solo inadequados ou falhas na semeadura; o manejo incorreto durante o estabelecimento e condução do pastejo ocasionando super ou subpastejo; a queima frequente, pois o fogo favorece a quebra de dormência de sementes de algumas espécies; a falta de diversificação das pastagens na propriedade; o cultivo de forrageiras exigentes em solos de baixa fertilidade sem a devida nutrição, o que compromete a perenidade das plantas; e a falta de jejum em animais recém adquiridos.

Em consequência dessas infestações temos reduções na produção e na qualidade das pastagens devido à competição imposta pelas invasoras pelos fatores luz, água, nutrientes, espaço e pela inibição química causada por substâncias alelopáticas.

Estudos avaliando a influência da infestação de plantas invasoras durante o estabelecimento de pastagens mostrou redução de 119% na produção forrageira aos 97 dias após a

semeadura em área infestada quando comparada com área onde foi aplicado herbicida no momento correto.

Em outro trabalho que avaliou o impacto de diferentes níveis de infestação em pastagens adubadas, mostrou reduções de 35%, 28% e 8% para alta, média e baixa infestação, respectivamente. A estrutura das plantas forrageiras também é comprometida. Em um experimento utilizando o capim Massai, a relação folha:colmo passou de 3 para 1,43 em áreas infestadas, uma redução de 52%. Essa diminuição quantitativa e qualitativa impacta diretamente na produtividade animal e no aumento das despesas inerentes ao combate de plantas invasoras.

OPÇÕES DE CONTROLE DAS

PLANTAS DANINHAS

Existem diferentes métodos de controle de plantas daninhas e a estratégia a ser adotada deve ser bem planejada, de acordo com a realidade e objetivos de cada propriedade. Vamos a eles:

Método de controle preventivo - Consiste em estratégias de prevenção, como, a aquisição de sementes de forrageiras certificadas e com altas taxas de pureza, já que sementes com baixo teor de pureza apresentam materiais inertes como sujeiras e sementes de outras plantas. É recomendado ainda fazer o jejum de animais comprados, já que pode ocorrer desses bovinos trazerem no sistema digestivo

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 101

ZONA RURAL

sementes de invasoras. Outro cuidado é a limpeza de máquinas e implementos, por exemplo, roçadeiras que fazem o serviço em área infestada e depois vão para outro pasto, podendo transferir sementes de um local para o outro.

Método de controle cultural - Consiste em adotar estratégias de manejo que minimizem os riscos de infestação, como, o plantio de forrageiras adaptadas às condições de solo e clima da região. Faça o plantio correto da pastagem com preparo de solo adequado, correção e adubação de plantio, plantio no momento correto e cobrimento das sementes. Adote um manejo do pastejo correto durante a condução do projeto, diversificando as espécies forrageiras na propriedade e fazendo a correção e adubação dos solos quando necessário.

A queimada também é uma estratégia considerada como método de controle. Entretanto, é recomendado evitá-la devido às questões ambientais, risco do incêndio se espalhar para outros locais, além de ser um fator que estimula a germinação de sementes de muitas plantas invasoras, como por exemplo, a gramínea sporobolus indicus (conhecido como capim-capeta, capim-barba-de-paca ou capim-duro).

Método de controle mecânico – Este deve ser um dos mais adotados até hoje em muitos projetos de pecuária no país. Ainda é comum encontrar propriedades que tem como rotina operacional o uso de roçadeiras mecânicas para controle de invasoras ao longo do ano. No entanto, muitas vezes, essa prática acaba sendo paliativa, pois não resolve o problema de fato.

A roçada funciona mais como uma poda das plantas invasoras, já que a grande maioria rebrota após o corte. Essa roçada constante ainda favorece o desenvolvimento de mecanismos de adaptação das plantas, tornando-as mais tolerantes aos cortes e controles químicos.

Dentre os métodos mecânicos, temos também o arranquio das plantas que pode ser realizado com ferramentas, como, enxada ou enxadão. No entanto, tem o inconveniente de ser mais lento e mais oneroso em muitos casos.

Método de controle químico - Tem sido o mais eficaz para o combate de plantas daninhas, independente da região em que estamos. Os primeiros produtos lançados no país foram o Graslan, na década de 80, e o Tordon, na década de 90. De lá para cá, diversos produtos com diferentes ingredientes ativos foram lançados no mercado. Junto com esses produtos, também foram lançados implementos para facilitar a aplicação em pastagens, como o jatão, lançado em 1980 e, em seguida, o CondorPec, que sofreu modificações em 2000.

Atualmente, já é comum em várias regiões do país empresas especializadas em aplicação aérea. O método químico conta com diferentes modalidades de aplicação, sendo, aplicação foliar em área total ou localizada, aplicação no caule e aplicação no toco. Com exceção do Metsulfuronmetil - que é um inibidor de ALS, interferindo na síntese de aminoácidos -, todos os outros princípios ativos registrados atualmente são mimetizadores de auxinas, isto é, atuam nos pontos de crescimento das plantas causando a multiplicação exacerbada de células que interrompem o fluxo de seiva.

Várias pesquisas já foram conduzidas mostrando a eficácia da estratégia de uso de herbicidas quando comparada com as outras opções de combate de plantas daninhas. E o produtor tem entendido isso. Para se ter uma ideia, o uso de herbicidas saltou de 375 mil hectares na década de 70, para mais de 10 milhões de hectares nos últimos anos.

PLANEJAMENTO É FUNDAMENTAL

Como puderam observar, existem vários métodos de controle de plantas invasoras na propriedade, mas cabe ressaltar que a estratégia adotada para isso deve ser bem planejada. Devem ser levados em conta alguns fatos, como: a capacidade operacional ou de contratação de serviço de cada projeto e a situação de infestação de plantas daninhas de cada local da fazenda, bem como, o tipo de plantas que estão infestando, o nível de infestação e o estágio de desenvolvimento dessas plantas.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 102

GENTE

PECUARISTAS . ESPECIALISTAS . CRIADORES

Cebú de Oro

TRÊS GERAÇÕES DE OURO

PERFIL: IRINEU GONÇALVES FILHO

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 103
#pecBR

CRIADORES

Trabalho

Oano de 2023 ficará marcado na história do pecuarista boliviano Luis Fernando Roca Peña e de sua família. Seu criterioso trabalho de seleção com as raças Nelore e Nelore Mocho acaba de ser reconhecido pela Associação Boliviana de Criadores de Zebu (Asocebu). Durante a Expocruz 2023, ocorrida de 22 de setembro a 1º de outubro, Fernando Roca foi condecorado com o “Cebú de Oro”, uma homenagem a personalidades que contribuíram para o avanço da pecuária boliviana.

O reconhecimento coroa duas gerações da família, já que o pai, Carlos Roca Aguilera, e a mãe, Nancy Peña de

Roca, também receberam o Cebú de Oro, sendo ele em 1998 (homenagem póstuma) e ela em 2008. “É uma honra ter nosso trabalho reconhecido por uma entidade de tamanho prestígio, como a Asocebu. Estamos há mais de cinco décadas atuando na pecuária, sempre priorizando em nossa seleção um Nelore dócil, equilibrado e de ótima performance zootécnica”, destaca Fernando Roca.

Com o Cebu de Oro concedido a ele, a Cabaña Chorobi é a única propriedade da Bolívia a receber três vezes o prêmio que é fruto de um trabalho honesto, profissional e perseverante.

O criador investe nas mais modernas tecnologias para impulsionar o projeto de melhoramento genético do reba-

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 104
de seleção conduzido pela família Roca na Bolívia alcança reconhecimento máximo no país e no mercado internacional
Com o “Cebu de Oro”
concedido a Fernando Roca, a Cabaña Chorobi é a única propriedade a conquistar a premiação pela terceira vez

nho iniciado pelos pais. Já são mais de 50 anos selecionando as raças Nelore e Nelore Mocho. A primeira propriedade adquirida pela família foi a Santa Anita. De lá, onde havia um rebanho de 1200 matrizes à época, saíram as primeiras vacas para compor o rebanho da Chorobi. Foram apartadas 45 matrizes, além de dois touros descendentes de Vijaya Nayarama e Karvadi e 16 vacas puras da raça Guzerá. No ano de 1969, aconteceu a primeira importação de genética brasileira para a Cabaña Chorobi. Foi quando o patriarca Carlos Roca adquiriu um gado provindo da Fazenda Cachoeira 2C, da família Garcia Cid. Posteriormente, outras linhagens foram incorporadas ao rebanho da Cabaña Chorobi, tais como do genearca Taj Mahal, e animais de importantes criatórios brasileiros de Nelore e Nelore Mocho, dentre eles Naviraí e OB.

Localizada a 29 quilômetros de Santa Cruz de la Sierra, a propriedade conta hoje com um rebanho de 300 matrizes PO e 120 receptoras. A variedade mocha representa aproximadamente 10% de todo o plantel. O primeiro registro genealógico da raça Nelore, feito pela Asocebu, é de uma animal Chorobi: a vaca Chita, em 1987.

O criatório participa, desde a sua fundação, do Controle de Desenvolvimento Ponderal (CDP) da Asocebu. Desde 2006, integra o programa de melhoramento genético da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP). “Todos esses investimentos nos permitiram formar um plantel de eficiência comprovada e reconhecido pelo mercado. Hoje, exportamos material genético para países como Colômbia e Equador e temos expectativa de ampliar ainda mais as exportações visto que, para atender a

grande demanda por carne bovina no mundo, será preciso investir em genética de qualidade”, explica Roca.

Uma das pioneiras no uso de biotecnologias de reprodução, a fazenda utiliza a inseminação artificial desde 1985 e começou a transferir embriões em 1987. “Somos a única propriedade do país que desde essa época tem um vínculo formativo de profissionais em medicina veterinária pela Universidad Gabriel René Moreno (UGRM), sendo seu primeiro praticante o Dr. Javir Ortiz Terceiro. Desde então, essa prática se mantém na Parabanó. Atualmente, temos 47 profissionais graduados a experimentar novas formas de trabalho”, assegura o criador.

Nas exposições, a genética das Cabaña Chorobi vem sendo premiada desde o início da seleção e entrou para a história da Expocruz. O primeiro touro Nelore campeão oficial da exposição era do rebanho do criatório. Em 1976, o reprodutor Mankal conquistou a premiação inédita e pesou 612 kg, aos 72 meses.

CABAÑA PARABANÓ

O mesmo rigor de seleção é adotado na Cabaña Parabanó. Tudo é muito controlado e medido para que o criatório alcance, ao final do processo, uma genética conforme as exigências do mercado, sempre respeitando o bem-estar dos animais e a sustentabilidade.

A propriedade era um sonho antigo de Fernando Roca, que a adquiriu em 2012 em sociedade com Hugo Spechia. O Nelore Parabanó tinha uma história de 24 anos de rigor acadêmico, localizada numa região privilegiada, a 110 km a sudoeste de Santa Cruz.

CRIADORES

O trabalho de seleção genética teve como base o rebanho adquirido juntamente com as terras. Atualmente, o plantel conta com 1600 matrizes Nelore PO, descendentes de 85 touros bolivianos e brasileiros, usados em inseminação ou na transferência de embriões, além das adquiridas em leilões.

Na Parabanó, a funcionalidade é um quesito básico na seleção. “Na minha assessoria, orientei e foi acatado que a maioria do rebanho fosse composto por animais classificados como Top ou Elite, descartando bezerros e matrizes não funcionais e problemáticas”, lembra Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, vice-presidente da ABCZ, que há anos presta assessora para a família Roca.

HISTÓRIA COM SUCESSÃO

GARANTIDA

Arnaldo teve a oportunidade de trabalhar diretamente com as duas gerações da família.

“Lembro que a dona Nancy gostava de participar de todo o processo e de entender por que determinados animais estavam sendo utilizados nos acasalamentos. Assim como o marido, era apaixonada pelo zebu e trabalhou incansavelmente para a evolução da raça na Bolívia”, assegura Arnaldo.

Além de fundarem a Cabaña Chorobi, Carlos

e Nancy Roca tiveram forte atuação em defesa dos direitos dos criadores bolivianos. Ele foi sócio fundador da Asocebu e presidiu a entidade entre os anos de 1988 e 1990.

Já Nancy foi uma liderança feminina pioneira em seu país. Em 1994, foi a primeira mulher a associar-se à Asocebu e até hoje figura como a única mulher no mundo a ser premiada por três vezes por seu trabalho em prol da raça Nelore. Além do Cebu de Oro, recebeu homenagens internacionais, sendo elas o Mérito ABCZ, em 2012 (Brasil), e o Glorius Nandi, em 2016 (Índia). “Minha mãe é a única mulher no mundo a ter as três maiores honrarias que existem na pecuária zebuína”, assegura o criador.

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Fernando Roca e sua mãe Nancy Peña

Fernando, seguindo o exemplo de sua mãe, é exímio defensor da valorização da mulher e crê firmemente que elas são seres superiores. “Sou plenamente consciente da responsabilidade que significa ser filho de dois criadores distintos, que receberam as maiores homenagens dentro da pecuária zebuína mundial. Tenho a honra de dar sequência ao legado de meus pais desde 2018. Pretendo continuar sendo sempre atuante na pecuária, com o mesmo amor que meus pais tinham pelo Nelore”, garante Fernando.

Diretor da Asocebu por 12 anos (1998 a 2010), assumindo cargos como tesoureiro, vice-presidente e presidente na gestão 2006/2008, Fernando crê firmemente na educação e formação das pessoas por suas experiencias educativas em países como Estados Unidos, Alemanha e Brasil.

Formado em Economia e mestre em Finanças, tem investido constantemente em sua capacitação profissional, tendo participado de mais de 50 cursos em universidades de diversos países, dentre elas Harvard e Chicago.

Um aprendizado que não vem só dos livros. Viaja em família ao redor do mundo para ensinar a seus filhos valores perduráveis que não se perderão jamais, com aprendizados e experiencias próprias. Além do Nelore, outra paixão do

Além da pecuária, atua há quase três décadas na indústria exportadora de oleaginosos Granos, localizada em Santa Cruz de la Sierra, como Gestor de Qualidade ISO 9001. Graças à sua atuação, novos investimentos para indústria boliviana foram alcançados. A empresa é de propriedade de Hugo Spechar Gonzales.

Casado com Susana Rubi, que conheceu no colégio, Fernando espera que o compromisso e amor à pecuária boliviana herdados dos pais continuem vivos na próxima geração da família: seus filhos Márcia (in memoriam), Fernando, Sebastian e Isabella. Uma sucessão que vem sendo trabalhada para garantir o futuro das Cabañas Chorobi e Parabanó.

Para isso, mantém as ideologias defendidas por seus pais: simplicidade, ética e trabalho, muito trabalho, sobretudo, em equipe.

Gabriel Garcia Cid, Fernando Roca, Marcelo Muñoz, Isabella Roca, Susana Rubi e Dr Arnaldo Manuel

“Seleção não tolera mentira”

dia de acasalamento na Fazenda Santa Marina, localizada à beira do rio Tietê, em Santo Antônio do Aracanguá/SP, e o agrônomo Irineu Gonçalves Filho reúne todos os dados coletados, tanto nas avaliações intra rebanho quanto pelos programas de melhoramento, para basear os rumos da seleção do gado Nelore e Nelore Mocho, voltado para produção de carne de qualidade. Um trabalho que ele faz questão de realizar a várias mãos, em conjunto com um time de especialistas em melhoramento: Dr. Luiz Fernando Lot Canelas (ge-

rente geral da Santa Marina), Jean Luc Garcia Lê Bourlegeat (Geneplus) e Dr. Fernando Barros (diretor da Agro Mata Velha). “Quando o assunto é melhoramento genético, a confiabilidade dos dados do rebanho faz toda a diferença. Tudo precisa ser feito com muito critério, com informações corretas, sem mascarar nada, senão, no futuro, a própria seleção será castigada. Depois para consertar o estrago é difícil”, garante Irineu do alto de seus 81 anos de idade, que emenda: “Sou crítico de quem faz gado só no computador. O olho treinado do técnico é essencial na seleção”, acrescenta.

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É

Só na Santa Marina, de propriedade do criador Jonas Barcellos Corrêa Filho, que é um dos maiores investidores da raça Nelore das últimas décadas e proprietário da Agro Mata Velha, Irineu já atua há 25 anos. A fazenda carrega em sua história de origem a seleção de Nelore Mocho, iniciada pelo pioneiro da raça, o saudoso selecionador Ovídio Miranda de Brito. “A Santa Marina sempre foi uma referência no Nelore Mocho. Quando iniciei as atividades na fazenda, profissionais importantes ajudaram nesse trabalho de seleção, como os técnicos Otávio Vilas Boas e Luiz Sérgio Junqueira do Amaral”, lembra Irineu. Hoje, a fazenda tem 250 matrizes mochas.

O foco do trabalho na Santa Marina é a produção de uma genética para produção de carne de qualidade, atuando em conjunto com a Confraria da Carcaça Nelore. A entidade conta com prova de desempenho para identificar linhagens com destaque em qualidade de carne e, em sua edição 2023, teve entre os 10 melhores classificados dois animais da Santa Marina. “Eles foram os campeões na etapa de eficiência alimentar e tiveram bom desempenho nos demais quesitos avaliados. Agora, estão em coleta de sêmen para o teste de progênie da prova”, conta Irineu.

Seu olhar treinado para selecionar os melhores exemplares da raça Nelore também contribuiu para a fazenda alcançar, logo na primeira vez que participou do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT), neste ano de 2023, a classificação final, com o reprodutor

C3800 J FIV Mata Velha, filho de REM Armador. “Estamos utilizando esses três touros classificados nas provas nos acasalamentos do rebanho destinado a gerar produtos para a Confraria. A partir das avaliações intra rebanho, destinamos 15% dos melhores animais do rebanho para a Confraria”, explica.

Atualmente, Irineu dedica-se inteiramente ao programa de seleção da Santa Marina e nem pensa em parar. Formado em Agronomia, pela Esalq, no ano de 1968, sempre vivenciou a vida no campo. Cresceu ajudando o pai a cuidar do rebanho Nelore da família, em Santo Inácio, interior do Paraná, trabalho que deu sequência após a formatura.

Sua família, junto com um grupo de criadores, ajudou a fundar em 1974, na cidade de Presidente Prudente/SP, a Central Tairana, hoje de propriedade do Grupo Semex. Na época, os pecuaristas montaram a empresa para contribuir com a multiplicação do rebanho brasileiro, por meio do melhoramento genético de bovinos. “Sempre defendi o uso de novas tecnologias. Na década de 1970 já inseminávamos nosso rebanho, depois adotamos a transferência de embrião e seguimos investindo na melhoria genética do gado até quando deixamos de criar Nelore”,

destaca Irineu, que já integrou a diretoria da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA).

Logo depois de formado, Irineu decidiu aprimorar seus conhecimentos em raças zebuínas no curso de julgamento da ABCZ. Isso o credenciou para atuar em exposições do Brasil e do exterior, trabalho que executou por longos anos. “Um fato marcante nessa minha trajetória nas pistas foi o julgamento realizado por mim e pelo Dr. Pedro Ribeiro, na exposição de Avaré, a de maior número de animais Nelore que se tem conhecimento. Foram 1450 exemplares”, recorda.

Como, paralelo ao trabalho de pista, atuava como assessor pecuário de diversos criatórios, Irineu optou por não participar mais do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas. Seguiu atuando nas fazendas e leilões. Em 1999, recebeu o convite do criador Jonas Barcellos para conduzir a seleção da Santa Marina. “Na época, ele decidiu que precisava ampliar os investimentos em melhoramento e me deu carta branca para tocar o trabalho de seleção da Santa Marina. Tivemos um grande apoio da Embrapa nesse processo, especialmente do saudoso pesquisador Luiz Otávio Campos Silva, do Paulo Nobre, do Geneplus, e do Antônio do Nascimento Rosa, que atualmente é chefe-geral da Embrapa Gado de Corte. O rebanho passou a ser avaliado por programas de melhoramento de renomadas entidades como a Embrapa e a ABCZ. Hoje, participamos do PMGZ”, diz Irineu, que já trabalha de forma harmoniosa com a segunda geração do grupo Agro Mata Velha, hoje comandado pelo pecuarista Renato Barcellos. Em 2016, teve seu trabalho reconhecido pela ABCZ ao ser agraciado com o Mérito ABCZ. Ele faz questão de reverenciar os pioneiros do zebu, desde os que foram buscar os primeiros animais na Índia até tantos outros que se dedicaram a melhorar a genética importada e que teve o prazer de conviver, tais como Rubico Carvalho, Chico Ventania, Tetente, Paulo Ernesto de Menezes (Fazenda Indiana), Paulo Lemgruber, Nenê Costa, Hiroshi Yoshio, Dico, Torres Homem Rodrigues da Cunha e vários outros. Com a experiência de quem aprendeu a valorizar cada minuto da vida, afinal passou 11 dias em coma após ter alergia a um material utilizado em uma cirurgia, Irineu segue na lida, certo de que ainda tem muito a contribuir. Em sua trajetória de vida também acumula diversas conquistas pessoais ao lado da esposa Yara, dos três filhos Gabriel, Juliana e Tiago, e dos quatro netos João Pedro, João Gabriel, Maria Antônia e Manuela. Conformados, eles sabem que terão de continuar dividindo Irineu com sua outra paixão: o Nelore.

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ABCZ Mulher celebra a competência feminina no agro

Comissão que trabalha para promover e reconhecer as mulheres do agronegócio entregou o Mérito ABCZ Mulher para um seleto time, que inclui a Diretora Comercial da Revista Pecuária Brasil

ão faltam no agronegócio nomes de grandes mulheres, excelentes profissionais que se destacam por meio de muita competência e trabalho de excelência. Mas, até muito pouco tempo atrás, muitas delas não tinham o devido reconhecimento. E quantas mais até hoje não tem, e não chegamos nem a conhecê-las?

Pensando nisso, em 2018, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) criou a comissão ABCZ Mulher, com intuito de promover a visibilidade, sucessão familiar, empreendedorismo e saúde da mulher rural. “Nosso objetivo é contribuir para que a mulher ocupe um espaço que já é dela, ressaltando a sua importância no agronegócio”, destaca a pecuarista Iara Maria Vieira Marques, uma

das fundadoras da comissão.

No Brasil, em 2003, apenas 10% dos profissionais em postos de comando no meio rural eram mulheres. O número saltou para 31% em 2017. Atualmente, um terço das propriedades rurais têm mulheres no gerenciamento, de acordo com dados da ABCZ. A presença da mulher cresceu não apenas nas fazendas, mas em outros segmentos como empresas de máquinas e insumos, indústrias de alimentos, tradings e consultorias. Assim, cresceu também os desafios e as lutas por direitos iguais e de respeito à mulher no seu local de trabalho e fora dele. “Antigamente, poucas mulheres administravam fazendas, e quando administravam, geralmente, era por sucessão, depois do falecimento do pai ou do marido. Hoje, é cada vez mais comum ter fazendas que contratam mulheres para administrar. A mulher

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GENTE
N
A diretora Comercial da revista Cláudia Monteiro recebe a premiação do Presidente da ABCZ Gabriel Garcia Cid e da Presidente da ABCZ Mulher Paula Paoliello Garcia Cid NATÁLIA ESCOBAR

tem conhecimento, qualificação, humanidade, delicadeza e um jeito todo especial de lidar com o trabalho”, afirma Iara.

Ela conta que o propósito é dar destaque para mulheres que estão no setor e não são vistas como referência, embora sejam. “Não apenas na pecuária, mas em todos os setores do agronegócio, o espaço está aí para ser preenchido, não pelo gênero, mas pela capacidade. Para ser ministro, por exemplo, não deveria importar se você é homem ou mulher e, sim, sua capacidade, como foi provado pela ministra Tereza Cristina, que realizou um excelente trabalho frente ao Ministério da Agricultura. E as mulheres do agronegócio têm capacidade de sobra”, garante.

importante mandato, trabalho com muita determinação e resiliência, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da pecuária zebuína, inspirar e incentivar as mulheres a participarem ativamente do agronegócio. Assim como o projeto ABCZ Mulher tem como princípio proporcionar ações que favoreçam o desenvolvimento e a maior participação das interessadas em atuar em favor do desenvolvimento do zebu”, conta.

AÇÕES DA ABCZ MULHER

Entre as várias ações da comissão estão cursos, palestras, ações de prevenção de doenças e promoção da saúde. Em outubro de 2023, por exemplo, serão realizadas várias ações em ocasião do mês da prevenção do câncer de mama, em parceria com o projeto Zebu do Bem da ABCZ, o Hospital Hélio Angotti e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater). “Vamos fazer um mutirão de exames preventivos para mulheres do campo, oferecer palestras sobre o tema. Vem muita coisa boa por aí”, conta Iara. Mais informações sobre os projetos da comissão estão disponíveis pelo telefone da ABCZ, (34) 3319-3900.

A pecuarista e vice-presidente da ABCZ, Ana Cláudia Mendes Souza, acredita que a importância da mulher no agronegócio pode ser comprovada pela própria equipe da entidade, que tanto no quadro da direção como no time técnico conta com a presença de grandes mulheres, profissionais que se destacam em seu trabalho. “Uma mulher ser conduzida à cadeira de vice-presidente da ABCZ é um fato histórico para a entidade. Ao receber dos associados esse

A comissão também promove anualmente o Encontro ABCZ Mulher, que esse ano comemorou sua 6ª edição. O evento é um momento de reunião para compartilhar conhecimento, trocar ideias e conhecer pessoas importantes do setor. Vários nomes de grande relevância para o setor são convidados para palestrar. Este ano, estiveram presentes no palco do Encontro ABCZ a gestora da Gerência da Mulher, do Jovem e de Inovação da Faemg/Senar, Silvana Novaes, a pesquisadora da Embrapa, Dra. Giovana Alcantara Maciel, a médica-veterinária, zootecnista e supervisora

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Paula, Cláudia, Iara e Letícia Valeria comemora a homenagem
Em todos os setores do agronegócio, o espaço está aí para ser preenchido, não pelo gênero, mas pela capacidade

de Provas Zootécnicas da ABCZ, Kayane Lage Cordeiro, o jornalista, escritor e político Aldo Rebelo, e o engenheiro agrônomo e professor, autointitulado “Doutor Agro”, Marcos Fava. “Preparamos uma agenda bem interessante e cheia de conteúdo. Foi um momento muito especial e uma oportunidade de ouvir e conhecer personalidades que têm feito muita diferença no nosso setor”, comenta a presidente da ABCZ Mulher, a pecuarista Paula Paoliello Garcia Cid.

Ela conta que o objetivo principal da sua gestão frente à comissão é atuar na capacitação e incentivar o empreendedorismo e a atuação da mulher na pecuária. “Minha ideia é que a ABCZ Mulher seja da mulher que trabalha de fato com a pecuária, com o zebu. Seja ela pequena, média ou grande produtora. Aquela que precisa de informação, tecnologia, conhecimento, capacitação. Queremos trazer essa mulher para dentro da ABCZ e mostrar tudo que a entidade tem para oferecer”, afirma.

Para o futuro, o projeto é expandir as ações para todo Brasil. “A nossa ideia é ampliar para outros estados. Estivemos recentemente em Maceió divulgando esse projeto, e queremos agregar o Brasil inteiro, juntamente com a ABCZ. O Brasil é muito grande e as realidades são diferentes, por isso a troca de conhecimento é tão importante. Nosso objetivo maior é dar oportunidade, divulgar conhecimento, capacitar cada vez mais todas as mulheres do agronegócio”, conta Iara.

MÉRITO ABCZ MULHER

Durante a ExpoGenética 2023, promovida em agosto, a ABCZ celebrou as personalidades que têm desempenhado papéis significativos no fomento da pecuária zebuína com

o Mérito ExpoGenética e Mérito ABCZ Mulher. “As homenageadas são escolhidas pela comissão e pela diretoria da ABCZ. É uma decisão conjunta em busca reconhecer o trabalho de mulheres que fazem a diferença efetivamente no agronegócio”, conta Paula.

Foi um momento muito especial para toda equipe da Revista Pecuária Brasil porque entre as homenageadas estava a nossa Diretora Comercial, Cláudia Helena Monteiro, que há 20 anos trabalha pela divulgação do setor. Ela iniciou sua trajetória na agropecuária na extinta revista O Zebu no Brasil. Em 2014, fundou, juntamente com seu marido, Gustavo Miguel, esta publicação especializada em pecuária com foco nas raças zebuínas. Cláudia conheceu e divulgou o trabalho de pecuaristas em todos os estados do Brasil, na Bolívia e no Paraguai. Em 2020, em plena pandemia, se reinventou ao idealizar, editar e publicar o livro Genética de Ouro – O DNA da Pecuária, obra biográfica de Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, que reúne a história dos mais importantes pecuaristas da história do Zebu na América do Sul. Isso tudo enquanto desempenha seu papel principal, de mãe de Arthur, Augusto e Matheus. Em síntese, uma mulher do agro, que muito se orgulha do seu trabalho em prol das raças zebuínas.

Cláudia conta que há exatos 20 anos foi convidada pelo seu saudoso sogro Adib Miguel para vender assinaturas da então revista O Zebu no Brasil durante a ExpoZebu de 2003. “Rapidamente, eu me identifiquei e me apaixonei por esse trabalho e logo entrei para o time comercial da revista. Com a nossa própria revista, fui assumindo novas funções e, com muito orgulho, hoje eu sou não somente a Diretora Comercial, mas também a Editora e muitas vezes até a

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GENTE
Tatiane Tetzner, Ana Cláudia Mendes e Cláudia Monteiro Homenageadas e diretoria da ABCZ

Repórter e a Fotógrafa. E amo muito tudo isso! Faço com muita paixão, e a cada edição que lançamos é como se nascesse mais um filho nosso”, afirma.

Apesar do reconhecimento e de ser uma pessoa conhecida pelo seu profissionalismo, competência, classe e simpatia, Cláudia não perde a humildade, e reconhece todos que colaboraram para o seu sucesso. “Não cheguei até aqui sozinha. Portanto, estendo essa homenagem a algumas pessoas que tornaram isso possível, como o meu saudoso sogro, Adib Miguel, o meu marido Gustavo Miguel, que está sempre do meu lado me apoiando. Nossos três filhos, Arthur, Augusto e Matheus, obrigada pela compreensão da ausência, e minha mãezinha Shirley, que tornou tudo isso possível, dando todo amor e carinho para eles enquanto cortamos estradas mundo afora. Agradeço também a nossa equipe, aos que já passaram pela Pecuária Brasil e aos que estão ao nosso lado até os dias de hoje”, comenta.

Ao lado de Gustavo e da equipe, Cláudia percorre o Brasil de Norte a Sul, cobrindo os leilões, exposições, visitando fazendas, entrevistando grandes nomes da pecuária e registrando o melhor do agro. “Buscamos incansavelmente novas maneiras de criar edições cada vez melhores, sempre atrás o que há de novo no mercado, abrangendo todas as raças zebuínas e valorizando esse setor que move o país. Sem medir esforços, atravessamos fronteiras e, além do Brasil, estamos nos principais eventos, também da Bolívia e do Paraguai. Com orgulho e com árduos esforços, podemos afirmar que impressa ou digitalmente a revista é lida no mundo inteiro. Esse trabalho nos proporcionou muita sabedoria e a oportunidade de estar ao lado de pessoas muito importantes que sempre nos acolheram muito bem. Confesso que nem na minha mais ousada pretensão de futuro imaginaria receber esse reconhecimento ao lado de outras mulheres tão importantes e que eu tanto admiro”, conta.

Juntamente com Cláudia foram homenageadas Giovana Alcantara Maciel, Maria do Carmo dos Mares Guia

Dias, Milena Menezes Palhares Corrêa, Sônia Maria de Paula Rezende, Tatiane Almeida Drummond Tetzner e Valéria Cunha Campos Guimarães. “Fiquei extremamente feliz com a homenagem do Mérito ABCZ Mulher 2023. A ABCZ sempre foi referência de entidade na minha vida profissional. Atualmente, participo como membro do Conselho Deliberativo Técnico, sou Jurada Efetiva do CJRZ da ABCZ desde 2005, com um número expressivo de animais zebuínos julgados ao longo desses 18 anos em atuações em pistas de julgamento no Brasil e no exterior. Foi uma honra participar desse grandioso evento durante a ExpoGenética. Me senti muito feliz por estar junto com mulheres que representam tanto em tantos setores do agro. É um reconhecimento que me engrandece não só no profissional, mas também no pessoal. Fiquei muito feliz de estar nesse time escolhido a dedo pela ABCZ, que são mulheres que eu admiro também”, comenta Tatiane Tetzner, médica-veterinária e diretora de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

É evidente que as mulheres do agronegócio não apenas desempenham papéis significativos na pecuária brasileira, mas também moldam o futuro do setor com competência, dedicação e paixão. A criação da comissão ABCZ Mulher foi um passo importante e tem desempenhado um papel fundamental na promoção da visibilidade e do reconhecimento dessas mulheres excepcionais.

É uma jornada de superação, dedicação e compromisso, que não apenas enriquece o setor pecuário, mas também inspira futuras gerações a trilharem caminhos igualmente grandiosos. As mulheres do agronegócio são verdadeiras protagonistas, contribuindo de forma inestimável para o desenvolvimento do Brasil.

Que suas histórias de sucesso continuem a brilhar e inspirar todos nós. Que a presença das mulheres no campo e continue a crescer e revolucionar o agronegócio.

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Comissão ABCZ Mulher com os palestrantes Aldo Rebelo e Marcos Fava

SOCIAL

Ana Paula, Jorge Sidney e Maja Andréa, Renata, Blhenda, Liliane e Isadora Angelica, Maria Esther, Gualberto Ledezma, Veronica e Lucas Bruno, Herlan, Isamu e Johan Buiú, Pedro, Cesar, Orlandiinho e Heitor Cláudia, Ana Cláudia e Luciane Delsique, Ianne, Chico Prata e Alex Cleitinho, Luciano, José Victor, Júnior, Boi, Saul, José Eduardo, Julianno, Winston e Flavão Diego e Silvinho Dr Luciano, Silvestre, Renato e Bia Fábio e Alexandre Gabriel e Wagner

SOCIAL

Gabriela, Julieta, Fernanda e Fernando Baldomar Garetti, Elisete, Eliane, João, Kiki e Renato Iara, Meire, Cláudia e Bruna Icce e Padú Isabella e Fernando Ivone e Lucho Jaiminho e Adir Joana, Aguinaldinho, Antônio Carlos e Denise João Gabriel e Paulo João Marcos, Gustavo, Kado e Ademir José Carlos, Chico Carvalho, Gaby, Calu e Neto José Leonardo, Ana Maria, Nicolly e Leonardo José Odemir, Mazão e José Eduardo Juan Carlos, Oscar, Mario Ignacio, Don Mario, Julio Enrique e Ricardo Juliana, Silvinho, Millena, Bitão, Lauro, Tutu e Angelo Juliano, Giovana e Fernanda Julico, Guillermo, Julio e Andres Júnior e Gustavo Leonardo, Ana Lucia, Mario Ignacio, Lauren e Mario Maria Antônia e Guto Mariane e Beatriz Mario, José Luis e Julio Matheus, Murilo, José Humberto, Guilherme e Natália Maurício, Mônica e Mario

SOCIAL

Maurício, Rodolfo, Aguinaldinho e Kado Miguel, Gary e Ramiro Miguel, Rodrigo e Lala Molina, Ana Cláudia, Baldomar, Madan, Alvim, Rodolfo e Yojan Paula, Iara, Yesmine e Mônica Raul, Karla, Maria do Carmo, Bite e Eros Renata, Kado, Maurício, Denise, Nei Brock e Arnaldo Ricardo, Attie e Marco Paulo Rogério, Lya, Javier, Carolina, Ivan e Lucas Samara, Graciela, Mariano e Quique Tatiane, Eurico, Maurício, Rivaldo e Júlio Viccenzo, Gian, Pietro, Pedro e Marrissa Victor e Carlos Marino Victor, Isabela e Renata Aciole e Adalberto Ana Luísa, Meire, Léo e Bruno Bento, Fred, Branquinho e Felipe Beraldo, Devair e Cássio Cristiano, Arthur, Daniel e Alexandre Dari e Alessandra Marilize e Luciane Rose e Mineiro Rodrigo, Ana, Tatiane, Cláudio, Roberta, Rodrigo e Carlos Timotheo, Mariana e João Cruz

PONTO DE VISTA

“Os brasileiros sempre dizem que os europeus querem proteger seu mercado, mas o fato é que a Europa precisa de alimentos importados e paga melhor que outros mercados. Ou seja, o Brasil precisa vender para o mercado europeu.”

Aidan Connoly Presidente da Associação Internacional de Gestão de Alimentos e Agronegócios

“O Brasil é um grande importador de produtos lácteos, o que não faz sentido em um país com tanto potencial para a produção de leite de alta qualidade.”

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 121
Francisco Turra, Ex-ministro da Agricultura
“As perspectivas da produção animal, dos biocombustíveis e da agricultura estão intimamente interligados, desta forma, os desafios e oportunidades precisam ser estudados de forma completa e não isolada.”
Everton Luís Krabbe, Chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves
“O fim do marco temporal pode expropriar milhares de famílias no campo, que há séculos ocupam suas terras, passando por várias gerações, que estão na rotina diária para garantir o alimento que chega à mesa da população brasileira e mundial.”
João Martins, Presidente da CNA

A força dos herdeiros para o negócio familiar

Falar sobre sucessão familiar parece um tema batido. Entretanto, levando em conta que mais de 67% das empresas familiares não sobrevivem à passagem da primeira para segunda geração e que, das remanescentes, apenas 86% chegam à terceira, precisamos continuar insistindo: Sim, os herdeiros representam força para a continuidade dos negócios!

Um dos problemas ainda é que grande parte dos comandantes das empresas olham para seus filhos como herdeiros naturais que lhes devem obediência. Delegam a eles papéis secundários, enquanto adiam o encaminhamento da sucessão. Com isso, costumam gerar conflitos que acabarão levando à divisão do patrimônio familiar e ao fim da empresa original.

“Uma posição pode ser herdada. As qualidades para exercê-la precisam ser cultivadas”. Gosto dessa frase porque mostra que é preciso tratar o tema com a importância e a seriedade que ele tem, afinal, sucessão familiar se trata de um processo contínuo, complexo e desafiador, que envolve a transferência de poder e controle de uma empresa ou propriedade de uma geração para uma mesma família.

A sucessão familiar ocorre em três esferas interligadas.

Na esfera da propriedade, os desafios envolvem a transferência de bens, como imóveis, ações e patrimônio. Na familiar, os desafios estão relacionados à dinâmica das relações entre os membros da família, incluindo questões emocionais, expectativas e conflitos. Já na esfera dos negócios, é fundamental garantir uma transição suave de liderança, a fim de manter a continuidade e o crescimento da empresa.

É possível reverter? Diversas empresas já enfrentaram dificuldades devido à falta de sucessão familiar. No Brasil, podemos citar casos como o Grupo Pão de Açúcar que passou por uma crise nesse sentido e acabou vendendo parte de seus ativos. No cenário mundial, a gigante dos móveis sueca IKEA passou por desafios similares até nomear um novo CEO externo.

Preservar o legado dos negócios da família impacta diretamente na economia global, já que eles representam um elemento essencial para a geração de empregos e a sustentabilidade em longo prazo (65% do PIB e 75% dos empregos gerados no Brasil - IBGE 2021). São caracterizadas pela propriedade e gestão familiar, que transmitem valores, tradições e conhecimentos de geração em geração.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 122 OPINIÃO

Nesse contexto, os herdeiros desempenham um papel fundamental ao trazer consigo não apenas a responsabilidade de preservar a tradição e os valores familiares, como a força necessária para impulsionar o negócio rumo ao futuro. Por isso, um dos principais benefícios dos herdeiros em um negócio familiar é o conhecimento adquirido ao longo dos anos, que mesclam princípios e vivências práticas.

Eles também costumam ter um forte senso de compromisso e lealdade com o negócio familiar, pois compreendem que a sua participação é essencial para a preservação da empresa e o bem-estar da família. Quando incentivados, desenvolvem forte visão empreendedora e a capacidade de inovação dos pais e/ou avós. Além disso, costumam observar as tendências do mercado, identificar lacunas e desenvolver soluções criativas.

Portanto, a sucessão bem planejada é crucial para a continuidade do negócio familiar. Assim, os herdeiros têm a oportunidade de se preparar e serem capacitados para assumir papéis de liderança. Através de programas de desenvolvimento de talentos, mentoria e aquisição de habilidades relevantes, eles podem se preparar para enfrentar os desafios e responsabilidades que acompanham a gestão da empresa.

A transmissão de conhecimento entre gerações pode inclusive promover uma cultura de aprendizado contínuo, em que os herdeiros se beneficiam da experiência acumulada pelos seus antecessores. Na Gerdau, maior multinacional brasileira produtora de aço, por exemplo, o pro-

cesso de sucessão foi meticuloso, ocorrendo entre 2000 e 2006, com o apoio de cinco consultorias internacionais.

O então presidente do grupo, Jorge Gerdau Johannpeter, exigiu um protocolo rigoroso, com cronograma escrito em documento e regras claras para a preparação dos candidatos. A empresa instituiu um conselho executivo e admitiu membros independentes em seu conselho de administração.

Apenas após avaliações sucessivas, a disputa ficou entre os primos André e Claudio Gerdau Johannpeter. O anúncio do vencedor, André, foi feito às vésperas de sua posse como CEO da organização. No mesmo momento, Jorge Gerdau assumiu a presidência do conselho de administração e Claudio se tomou diretor-geral de operações (CCO), o número dois da organização.

Existem vários outros exemplos bem-sucedidos no Brasil. Na lista, estão herdeiros que inovaram em suas empresas, trazendo novas ideias e abordagens de forma notável, entre eles estão Eduardo Saverin (Facebook), Jorge Paulo Lemann (AB InBev – Ambev), Guilherme Benchimol (XP Investimentos), Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza) e David Vélez (Nubank).

Tudo bem que não tem como a gente se comparar com os “gigantes” do mercado, mas, segundo o cientista Albert Einstein, “insanidade é fazer a mesma coisa várias vezes e esperar resultados diferentes”. Afinal, o que você está esperando para iniciar este processo na sua empresa familiar?

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 123
Cristhiane Brandão Conselheira de Administração, Consultora em Governança para Empresas Familiares e Coordenadora do Capítulo Brasília/Centro Oeste do IBGC

Como planejar a estação de monta do gado?

Mesmo que não seja utilizada em todas as propriedades brasileiras, a estação de monta bovina é essencial para obtermos um sistema eficiente e rentável. Vale ressaltar a importância do uso de touros melhoradores como insumo mais barato e permanente dentro da propriedade, que corresponde a 5% do custo do bezerro.

Além de garantir a utilização de touros melhoradores ou da inseminação a partir deles, garantindo assim uma colheita de bezerros de qualidade e o avanço do melhoramento genético do rebanho, é importante estar atento a fatores como condições fisiológicas da vaca, época de nascimento, de abate e descarte de matrizes.

A estação de monta consiste em uma estratégia de manejo em que as fêmeas em idade reprodutiva são expostas ao touro ou à inseminação artificial em uma época do ano pré-determinada. O objetivo é concentrar os partos e as demais estratégias de manejo: desmama, vacinação, vermifugação, dentre outros.

Geralmente, planejamos para o período de chuvas, que pode variar um pouco entre os estados brasileiros, mas, em termos gerais, acontece entre outubro e janeiro. Quem está começando a adotar o programa pode até estender o período de setembro a março para maior adaptação dos animais.

Por que esta é uma técnica importante? A estação de monta bovina (EM) ajuda a identificar as fêmeas de melhor desempenho reprodutivo, já que elas parem no início da estação de partos por terem ficado prenhas mais cedo dentro da EM. Outro bom motivo para utilizar esse manejo é que os bezerros costumam ser desmamados mais pesados.

As necessidades das vacas de corte podem ser divididas em quatro períodos, conforme com as fases reprodutivas ao longo do ano, que são pós-parto, gestação e lactação, meio da gestação e pré-parto. Portanto, a estação

de monta visa equilibrar a oferta de alimento ao longo do ano e com isso alcança maior eficiência.

É importante destacar que a EM deve coincidir com a época de melhor qualidade e disponibilidade de pastagens, pois isso vai proporcionar condições mais adequadas para a atividade reprodutiva das fêmeas e dos touros. Além disso, os bezerros nascidos nesse período terão um padrão mais uniforme, o que ajuda na sua venda/negociação.

A técnica de manejo possibilita ainda que as vacas iniciem a época da parição no período mais propício do ano, entre os meses de agosto a outubro, que é quando a incidência de doenças nos bezerros é mais baixa. Essa “concentração de partos” também facilita a sincronização de cio e a inseminação de matrizes.

Se por um lado identifica a fêmea mais reprodutiva, também consegue mostrar quais vacas têm baixa produção em relação à dificuldade de emprenhar e na produção de bezerros leves. Tudo isso facilita, para o produtor, o descarte de vacas vazias (abril a maio) antes do início da seca para liberar o pasto para as fêmeas prenhes.

Para que sua estratégia seja eficiente, é importante estar atento a questões básicas para que os cuidados nutricionais das vacas sejam cumpridos; a nutrição pós-parto garante que a fêmea esteja em boas condições para a próxima gestação; outro ponto é cobrir o maior número de vacas possíveis logo no início da estação; e fazer o diagnóstico gestacional precoce com auxílio de ultrassom veterinário para otimizar o tempo.

O Mato Grosso alcançou a marca de 34,3 milhões de bovinos, estabelecendo-se como o maior rebanho do país. Dentre os animais que compõem esse vasto rebanho mato-grossense, destaca-se a predominância da raça Nelore, que representa cerca de 80% do total brasileiro. Mas não adianta ser gigante em quantidade sem trabalhar para obter a melhor qualidade e rentabilidade.

#pecBR | OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 124 OPINIÃO
Alexandre El Hage Pecuarista, zootecnista e presidente da Associação dos Criadores de Nelore Mato Grosso (ACNMT)

EM FOCO

“Enquanto você sonha, você está fazendo o rascunho do seu futuro”.

OUTUBRO/NOVEMBRO 2023 | #pecBR 125
Foto: Rubens Ferreira

B204 - NCLM 204

EXPOGENÉTICA OURO!

Nossa primeira participação in loco na ExpoGenética, em Uberaba/MG, foi um marco! Conseguimos apresentar nossos certeiros investimentos com uma mostra especial de uma parte das nossas doadoras. Ficamos felizes em receber tantos amigos no nosso pavilhão. Participamos ainda de dois grandes leilões, um deles promovido pelos amigos e parceiros Tulipa Agropecuária e Fazenda Cabaçal e o segundo pela Katispera. Um evento com essa grandiosidade não poderia ser diferente. Vendemos o que queríamos estar comprando!

E, para nos dar ainda mais alegria, fizemos um Campeão no maior e melhor programa de touros jovens zebuínos do mundo: o PNAT 2023! Resultado de um trabalho sério, bem direcionado e com muitas mãos com o mesmo objetivo. A Agropecuária Santa Nazaré volta para casa grata a Deus e a todos que de alguma forma contribuíram para todo esse Sucesso!! Em 2024 seguiremos ainda mais forte e com grande propósito de produzir o que há de melhor para nossa pecuária.

PESO: 822 KG

CE: 41,5 cm

iABCZ: 24,40 | DECA: 1

MGTE: 22,63 | TOP: 4%

IQG: 33,85 | TOP: 0,5%

REPRODUTOR CLASSIFICADO

PAIXÃO E INVESTIMENTOS NO MELHORAMENTO GENÉTICO DA RAÇA NELORE GENÉTICA FUNCIONAL E PRODUTIVIDADE A CAMPO AVALIAÇÃO | RAÇA | EQUILÍBRIO | CARCAÇA @neloresantanazare | santanazareagropecuaria@gmail.com Contato: (82) 9 8165-5005 / (82) 9 8205-1909
Rem Fuscão x Akshat 42 (Rem USP) Leonardo e Luiz Carlos Macambira 2023

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