Pecuária Brasil #47

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19 A 27 DE AGOSTO 2023 • UBERABA-MG • BRASIL ORGANIZAÇÃO GENÉTICA • FENÓTIPO • AVALIAÇÃO FECHAMENTO AUTORIZADO PODERÁ SER ABERTO PELA ECT EDIÇÃO 47 - ANO X - AGOSTO/SETEMBRO 2023

EDIÇÃO

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COLABORAÇÃO

ABCZ, ACNB, ABMRA, ABS, Attuale, Bruna Monteiro, Comunicação, Daniel Smith, Breno Cordeiro, Texto Assessoria, Epamig, FAEMG, Embrapa, Jardine Comunicação, Marci

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JURÍDICO

Cláudio Batista Andrade

Renato Mendonça Costa

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DIAGRAMAÇÃO

Bruno Vaz Amancio (34) 9 9686-6999

FOTÓGRAFOS PARCEIROS

Ana Clark (82) 9 8150-2220

Boy (17) 9 8115-8087

Carlos Lopes (34) 9 8814-0800

Celeiro (34) 9 9223 3305

Clecinho (34) 9 9912 1370

Chico (34) 9 9842 4444

Douglas Nascente (17) 9 8174-0202

Fábio Fatori (13) 9 8121-0011

Fausto (16) 9 8133 9554

Flávio Venâncio (67) 9 8143-0131

Gustavo Miguel (34) 9 9142-5081

Jadir Bison (34) 9 9960-4810

JM Matos (34) 99107-9381

Marcelo Cordeiro (31) 9 9946 9697

Maurício Farias (34) 9 9994 1949

Ney Braga (34) 9 9960-9610

Patrick Vitoriano (34) 9 9710 6609

Pecuária em Foco (67) 3383-5533

Piaza (34) 9 9108 6153

Pitty (34) 9 9978-1205

Roberto Mattos (67) 9245-2040

Rubens Ferreira (11) 3609-1562

Thiago Galdiano (11) 9 9364-1398

Wellington Valeriano (34) 9 9173-1487

Zzn Peres (21) 9 8094-1977

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CIRCULAÇÃO GRATUITA

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores. As matérias publicadas podem ser reproduzidas desde que citadas a fonte.

A ExpoGenética, a maior feira de animais avaliados do Brasil, traz em sua 16a edição uma programação diversificada, com palestras, leilões, exposição de máquinas, lançamentos e homenagens. A feira é o destaque da nossa capa e a expectativa é de que reúna participantes de vários países.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 4
19 A 27 DE AGOSTO 2023 • UBERABA-MG • BRASIL GENÉTICA • FENÓTIPO • AVALIAÇÃO FECHAMENTO AUTORIZADO PODERÁ SER ABERTO PELA ECT EDIÇÃO 47 ANO IX AGOSTO/SETEMBRO 2023
NOSSA CAPA

DESCUBRA OS SEGREDOS POR TRÁS DA TRADIÇÃO E EXCELÊNCIA

NO MELHORAMENTO GENÉTICO DO ZEBU QUE PAGA A CONTA.

Desde 1963, a propriedade do Sr. José Humberto e Dona Edilza, localizada em Cáceres, no Mato Grosso, vem se destacando na criação de Nelore, Sindi e Gir.

O amor pela pecuária e o trabalho minucioso de Zé Humberto fizeram da Camparino uma referência nacional em melhoramento genético, há mais de 60 anos.

E agora, com a sucessão familiar em andamento, seus netos, Natalia e Matheus, estão seguindo seus passos na fazenda.

Acreditando em produzir e entregar ao mercado um produto geneticamente superior que irá contribuir de forma positiva com a atividade de quem adquirir a genética Camparino, seja qual for a raça, o foco sempre será o mesmo: produzir e entregar uma semente melhoradora.

@fazcamparino
:: +55 65 999892908 :: MT 388, S/N - ZONA RURAL - CÁCERES, MT, BRASIL
FOTOS FLÁVIO VENÂNCIO/TERRA PECUÁRIA

APRESENTAÇÃO

Sem limites para a inovação. É assim a pecuária brasileira. Quem conhece o setor sabe que a velocidade de mudança é cada vez maior graças às inúmeras tecnologias disponíveis atualmente. Por outro lado, os desafios são muitos, vindos de políticas públicas que pouco contribuem para o andamento do agro, das incertezas jurídicas e das mudanças no perfil do consumidor, com alguns deixando de ingerir carne e leite baseados em ideologia. Mas no final, temos de ter o olhar do “copo meio cheio”.

Afinal, há um avanço palpável no campo e as avaliações genéticas e morfológicas estão aí para comprovar isso. Nesta edição da revista Pecuária Brasil, não poderíamos deixar de trazer alguns fatores que colaboraram para isso. A nossa matéria de capa traz a ExpoGenética, que em sua 16ª edição continua na defesa do melhoramento genético, mas também abrindo espaço para outras pautas importantes, como a participação feminina, tecnologias para produção de carne de qualidade e de pastagem, dentre outras.

E dentro dessa “pegada”, o nosso entrevistado principal é o zootecnista William Koury Filho, idealizador do método EPMURAS que revolucionou a avaliação morfológica no país. Em um bate-papo sincero, ele fala sobre os rumos da seleção de Nelore para as pistas, dos desafios do produtor brasileiro para melhorar os índices zootécnicos e de seu trabalho de orientação em fazendas de todo o país.

E como genética está diretamente ligada à qualidade de carne, fomos conhecer o trabalho da Associação Confraria da Carcaça Nelore. Eles atuam com foco no consumidor final, ou seja, querem identificar animais dentro da raça capazes de produzir carne macia e saborosa. Ainda dentro do Nelore, entrevistamos o novo presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, Victor Miranda, que também assumiu a Associação dos Criadores Capixabas de Nelore. Uma dupla responsabilidade que ele pretende contar com o apoio de todos os neloristas.

Na raça Sindi, vem aí mais uma Exposição Nacional e desta vez o evento desembarca na cidade de São José do Rio Preto/SP. A 20ª ExpoSindi Brasil será realizada de 26 de setembro a 1º de outubro. Já a 3ª Prova de Eficiência e Performance Brahman/BoicomBula mostrou que a raça está no caminho certo para a produção de carne de qualidade.

Na pecuária leiteira, o assunto do momento é a importação predatória de lácteos. As importações, principalmente da Argentina e Uruguai, chegaram a volumes nunca vistos e as entidades pedem maior fiscalização. O risco é de abalar a cadeia, inclusive na geração de empregos. Por outro lado, Colômbia e Brasil estão buscando a abertura do mercado para animais vivos e o fim das burocracias para o comércio de material genético.

E ainda temos informações sobre pastagem, sanidade, mercado internacional e muito mais. Confira nas páginas a seguir.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 6
CLÁUDIA MONTEIRO redacaopecuariabrasil@gmail.com RAÇA CAPA CARNE
SUMÁRIO Eleição ACNB PG. 50 30 16ª ExpoGenética

SEMPRE NA PECUÁRIA BRASIL

Criadores

PG. 94 12 . PECUÁRIA EM REDE 16 . PECUÁRIA INDICA 20 . AGRO NO PRATO 22 . PORTEIRA ABERTA 34 . ENTREVISTA 39 . PECUÁRIA 360 43 . RAÇA 53 . CARNE 65 . LEITE 75 . ZONA RURAL 93 . GENTE 102 . SOCIAIS 104 . PONTO DE VISTA 106 . OPINIÃO 111 . EM FOCO
Tributária
Perfil
ExpoSindi
Reforma
PG. 80
PG. 100 20ª
PG. 44
#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 12
Use a hashtag #pecBR e apareça aqui! @angelotibery @atonioindicus @connectleiloes @alicespotilho #pecBR @ademirjovanini @crlagropecuaria @fazenda.agrogir @daniabrandao @estela_garcia_machado @estrelasdonelore @euricovelasco @acervonelore
PECUÁRIA EM REDE
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PECUÁRIA DE ONDE

Municípios brasileiros que aparecem nessa edição

DESTINOS INTERNACIONAIS

Alegrete (RS)

Aparecida do Rio Doce (GO)

Araçatuba (SP)

Arapongas (PR)

Avaré (SP)

Barretos (SP)

Bauru (SP)

Bela Vista (MS)

Belo Horizonte (MG)

Birigui (SP)

Bocaiúva (MG)

Bom Jesus (PI)

Botucatu (SP)

Britânia (GO)

Brotas (SP)

Campinas (SP)

Campo Grande (MS)

Conceição das Alagoas (MG)

Conceição de Macabu (RJ)

Coromandel (MG)

Cuiabá (MT)

Curvelo (MG)

Curitiba (PR)

Dourado (MS)

Fortaleza (CE)

Franca (SP)

Frutal (MG)

Funilândia (MG)

Goiânia (GO)

Governador Valadares (MG)

Gurupi (TO)

Guará (SP)

Ibitiúva (SP)

Ilha Solteira (SP)

Inhaúmas (MG)

Itapetinga (BA)

Itaquirai (MS)

Jaboticabal (SP)

Ji-Paraná (RO)

Lençóis Paulista (SP)

Londrina (PR)

Luís Eduardo Magalhães (BA)

Maracaju (MS)

Maceió (AL)

Marília (SP)

Maringá (PR)

Medianeira (PR)

Morrinhos (GO)

Natal (RN)

Nova Crixás (GO)

Passos (MG)

Paulo de Faria (SP)

Patos de Minas (MG)

Piracicaba (SP)

Pompéu (MG)

Ponta Porã (MS)

Porangatu (GO)

UBERABA-MG

ExpoGenética

Porto Murtinho (MS)

Quirinópolis (GO)

Ribeirão Preto (SP)

Rio de Janeiro (RJ)

Rio Pardo (RS)

Rio Preto (SP)

Rio Verde (GO)

Sacramento (MG)

Santa Maria da Serra (SP)

São Gotardo (MG)

São Paulo (SP)

Soledade (RS)

Salvador (BA)

Terenos (MS)

Três Passos (RS)

Uberaba (MG)

Uberlândia (MG)

Vale do Paraíba (SP)

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 14
Exponel Vila Velha VILA VELHA – ES Bolívia Guatemala Índia Japão México Senegal

NO TEMPO DE SEO CELSO

Olivro “No Tempo de Seo Celso - Não existe impossível” é uma biografia do pioneiro Celso Garcia Cid. Um homem que deixou sua marca na história do Brasil por transformar a pecuária nacional quando foi à Índia buscar zebu. De natureza empreendedora e visionária, além de pragmatismo imensurável, Celso Garcia Cid iniciou sua vitoriosa vida na pecuária paranaense.

Autor: Domingos Pellegrini | 3ª edição

270 páginas | R$41,19 na Amazon

VENDAS ONLINE DE SÊMEN

A ABS acaba de lançar as vendas online de sêmen convencional e sêmen sexado em todo o território nacional. No ambiente virtual, o produtor pode comprar pacotes de doses, combinando vários touros da bateria ABS no mesmo pacote, atendendo a uma quantidade mínima de 60 doses para Leite, 100 doses para Corte, ou de 20 doses para o Sexcel. A venda é direcionada para o representante ABS mais próximo do produtor, para que ele retire o produto na regional de vendas ou negocie a entrega na fazenda. A iniciativa visa permitir que cada vez mais criadores, incluindo as novas gerações, tenham acesso à genética, de forma fácil e rápida. Para acessar, o link é https://loja.absglobal.com/semens.

LINHA DE INOCULANTES

O uso de inoculantes contribuem para a conservação da silagem. Uma dica para o produtor que pode precisar abrir seu silo mais cedo devido a alguma necessidade iminente de alimento, a formulação mista do produto MAGNIVA PLATINUM 1 permite com exclusividade abertura antecipada do silo com 15 dias após o fechamento e com garantia de estabilidade aeróbia. Já para silagens de capins que possuem características bem distintas de matéria seca elevada, a indicação é o inoculante MAGNIVA DRY. Comercializada pela Biogénesis Bagó, toda a linha MAGNIVA possui a exclusiva tecnologia HC (High Concentration) que foi desenvolvida pela Lallemand e que permite uma diluição totalmente homogênea, sem formação de corpo de fundo.

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PECUÁRIA INDICA

PECUÁRIA

LOJA NELORE CAMBIRA

O Canal do Campo, plataforma de negócios do agronegócio da Superbid Exchange, anuncia a Loja Nelore Cambira, renomada por seu gado de alta qualidade, com uma seleção exclusiva de novilhas Puras por Avaliação (PA) disponíveis para produtores de todo o Brasil. As novilhas disponíveis são registradas na ABCZ e possuem alto valor genético com qualidade comprovada. A Loja Nelore Cambira oferece opções de pagamento flexíveis, e não cobra comissão de compra de seus clientes. Os clientes podem aproveitar a facilidade de pagamento em até 30 parcelas, divididas em 5 parcelas duplas e 20 parcelas simples. A loja está disponível pelo site www.nelorecambira.com.br.

NUTRIÇÃO

PARA EQUINOS

Para atender às diferentes necessidades nutricionais dos cavalos em cada etapa do seu desenvolvimento, a Guabi conta com uma linha completa. Um dos destaques é a ração Guabitech Beet, à base de polpa de beterraba, que melhora a hidratação e o aproveitamento dos nutrientes, favorece a resistência e a recuperação muscular no pós-exercício físico, entre outros benefícios. Outros produtos indicados para a raça são: Equitage Fibra (ideal para cavalos com limitação de forragem), Guabitech Equiturbo (que melhora o aporte energético) e Energy Pro (proteico energético com 100% de microminerais orgânicos, pré e probióticos).

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 17
INDICA

World’s Best Vineyards 2023

O evento que elege as 50 melhores vinícolas do mundo, o World’s Best Vineyards consagrou neste ano de 2023 a Bodega Catena Zapata, da Argentina, como a melhor. Tradicional produtora, fundada em 1902, situada na região de Mendoza, aos pés da Cordilheira das Andes, é também umas das bodegas mais visitadas do mundo. Ela se destaca pelos vinhos de uva Malbec. Já como destino enoturístico, a DOCa Rioja, na Espanha, foi a vencedora. Aliás, quatro vinícolas desta região se destacaram entre as melhores do mundo, como a Herederos del Marqués de Riscal, que ficou em segundo lugar.

Rioja lidera o enoturismo em todo o país e tem como meta superar 1,2 milhão de visitantes até 2025. Só no ano passado, recebeu a visita de 748.345 pessoas, o que representa um aumento de 62,64% face a 2021. Estima-se que o impacto econômico destas visitas na região ultrapasse os 155,5 milhões de euros.

Das 50 melhores vinícolas destacamos aqui as 10 primeiras colocadas, dentre ela, estão representadas algumas da América Latina, Uruguai, Chile e Argentina. Confira:

1. Catena Zapata - Argentina (Melhor Vinhedo da América do Sul)

2. Bodegas de los Herederos del Marqués de Riscal - Espanha (Melhor Vinhedo da Europa)

3. VIK - Chile

4. Creation - África do Sul (Melhor Vinha de África)

5. Château Smith Haut Lafitte - França

6. Vinícola Garzón - Uruguai

7. Montes - Chile

8. Domäne Schloss Johannisberg - Alemanha

9. Bodegas Salentein - Argentina

10. Vinhos El Enemigo - Argentina

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 18 PECUÁRIA INDICA VINHOS
CARLOS ALBERTO PEREIRA Jornalista, enólogo e tecnólogo em Hotelaria e Turismo mktcap@gmail.com

RECEITAS AGRO NO PRATO

FILÉ AU POIVRE

Ofilé au poivre é uma receita francesa criada, tradicionalmente, na região da Normandia. Conta a lenda que um chef da região ia empanar o filé mignon e acabou empanando na pimenta. A carne teria ficado tão saborosa que a receita passou a ser conhecida no mundo todo. O criador de Nelore, Dado Francisco, do Nelore DF, apresenta aqui sua versão do Filé au poivre. Confira:

INGREDIENTES:

Filé mignon cortado em medalhões de aproximadamente dois dedos de diâmetro.

Sal

Conhaque

Creme de leite fresco

Pimenta verde

MODO DE PREPARO:

Sele os medalhões, sem salgar, de todos os lados, em uma frigideira.

Feito isto salgue de ambos os lados.

Posteriormente flambe com conhaque. Retire os medalhões e reserve.

Na mesma frigideira, sem lavar, coloque o creme de leite e deixe encorpar, acrescentando a pimenta verde.

Veja o ponto do creme que gosta (mais líquido ou cremoso)

Pegue os medalhões reservados e coloque o molho por cima, sempre quente.

Coloque em cima umas folhinhas de manjericão e um raminho de salsinha.

Sirva-se e bom apetite

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 20
DADO FRANCISCO Proprietário do Nelore DF

PORTEIRA ABERTA

QUEIJO NO E-COMMERCE

Já reconhecido como iguaria pelo consumidor que frequenta os empórios de Minas, Rio e São Paulo, o queijo artesanal produzido em Alagoa/MG, chegou à era do marketplace. Graças ao apoio da pesquisa científica, o queijo e a região produtora foram caracterizados e, recentemente, receberam apoio técnico para ser vendido pela internet. Os queijeiros estão prestes a lançar a sua plataforma de e-commerce. A expectativa é que a produção local venha a dobrar com a nova ferramenta de comércio. A Embrapa Gado de Leite e a Emater-MG atuam em conjunto há cerca de uma década para que o queijo de Alagoa siga para além das montanhas da Serra da Mantiqueira.

SOLUÇÕES FINANCEIRAS

O Congresso Andav 2023 apresentou entre os dias 8 e 10 de agosto, em São Paulo/SP as inovações do mercado de Distribuição de Insumos Agropecuários. A edição deste ano reuniu mais de 160 marcas nacionais e internacionais e contou com 10 mil visitantes. Entre as inovações apresentadas, estavam as soluções financeiras para custear o agro que hoje são disponibilizadas por empresas, como a Ceres Agrobank. Entre as opções estão os fundos exclusivos e operações estruturadas que podem ser desenhados de forma personalizada para atender as necessidades de cada revenda ou agroindústria. Outras opções bastante procuradas pelo setor são antecipação de recebíveis, Certificado de Recebimento do Agronegócio (CRA), Cédula de Crédito Bancário (CCB) e Cédula do Produtor Rural (CPR). O Congresso Andav 2023 foi uma realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários.

TIME REFORÇADO

O zootecnista Carlos Henrique Cavallari Machado está de volta à ABCZ. Agora, ele ocupa o cargo de superintendente Técnico Adjunto de Fomento do Leite. Segundo ele, esta é uma oportunidade de colaborar com o departamento técnico da ABCZ. Ike, como é conhecido, é mestre em Sanidade e Produção de Bovinos nos Trópicos e membro do Conselho Deliberativo Técnico (CDT).

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 22

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL NOS EUA

A Conferência Internacional da Sociedade Americana de Ciência Animal, realizada entre os dias 16 e 20 de julho, na cidade de Albuquerque, Novo México (EUA), contou com a participação de especialistas brasileiros. O analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Premix, Luis Eduardo Ferreira, apresentou dois trabalhos que trazem resultados importantes sobre o aditivo 100% natural Fator P. O primeiro deles, com o tema “Avaliação de Ácidos Graxos de Cadeia Curta em bovinos tratados com o aditivo natural Fator P”, apresentou dados zootécnicos sobre os ganhos metabólicos que o produto promove quando consumido pelo animal, como o aumento de 15,2% na produção de ácidos graxos totais; 13,3% na síntese de acetato; 14,7% de propionato e 18,4% de butirato. Já no outro trabalho, “Avaliação da população de microrganismos metanogênicos em bovinos tratados com o aditivo natural Fator P”, os resultados mostram redução de 29,9% da população de microrganismos metanogênicos em animais tratados com o aditivo ao longo de um ano de experimento.

REGISTROS EM ALTA

O Setor de Registro Genealógico da Associação Brasileira de Hereford e Braford contabilizou mais de 18,4 mil animais inscritos no primeiro semestre deste ano. O número supera o ano de 2022 em aproximadamente 7 mil animais, o que representa um aumento de 39% segundo a entidade. Essa crescente só corrobora a eficácia da união e empenho do serviço prestado pela ABHB e dos criadores, através do setor do Registro Genealógico que, com maior agilidade no desenvolvimento do trabalho, possibilitou essa evolução. A tendência é que este número aumente ao decorrer do ano, superando o ano de 2022, em virtude da busca por animais com origem conhecida e controle nas propriedades.

MONI 5786

BAHADUR DA MÔNICA

Bronze Camparino x Janine da Mônica (Brado S. Marina)

EXPOZEBU 2022:

3 GRANDE CAMPEÃO NACIONAL

3 CAMPEÃO JÚNIOR MAIOR

3 CAMPEÃO MODELO FRIGORÍFICO

MONI 5508

ARAMIS DA MÔNICA

Rafi de Naviraí x Janine da Mônica (Brado S. Marina)

CONTRATADO AOS 15 MESES

MONI B 548

Ornado da Leblon x Luminar FIV Sausalito (Fassam TE Sausalito)

AGROPECRUZ 2023: 3 RES. GRANDE CAMPEÃO NELORE MOCHO

(66) 9 9659-8722

adm.grupomonica@gmail.com | financeiro@grupomonica.com.br

www.agropecuariamonica.com.br

ORNADO DA MONICA
RONDONÓPOLIS-MT E SANTA CRUZ DE LA SIERRA BOLÍVIA
+55
+55 (66) 9 9984-5711

PORTEIRA ABERTA

ANGUS INVESTE EM SUSTENTABILIDADE

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de Angus. O Programa Carne Angus Certificada completa 20 anos em 2023, e agora também é impulsionado pelos programas Angus Sustentabilidade e Angus Varejo. De acordo com Guilherme Beil Amado, Coordenador de Operações da TÜV Rheinland Brasil, esses protocolos são personalizados para atender às necessidades específicas de cada cliente, considerando sempre as orientações e melhores práticas definidas por critérios nacionais e internacionais, a fim de garantir aplicabilidade, aderência e confiabilidade. A Associação faz todo um trabalho de consultoria e preparo das propriedades que se interessam pelo Programa, que é voluntário, e os auditores da TÜV Rheinland executam a auditoria e emitem um Certificado de Conformidade. Já o Programa Angus Varejo, também customizado, rastreia o produto desde a sua saída do frigorífico como meia-carcaça até o porcionamento, embalado, classificado e expostos nas gôndolas, disponíveis para o consumidor final. Os auditores vão ao varejo e, a partir do controle documentos preenchidos durante cada etapa do processo de porcionamento, realizam uma rastreabilidade reversa, avaliando se aquela picanha, bife de contrafilé, mignon, são realmente oriundos da carcaça certificada enviada para aquele varejista.

PESQUISA COM NELORE F1

A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) participa de um projeto que avalia a qualidade de carnes de animais F1 Nelore Angus, conduzido pela Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Associação Brasileira de Angus, @Tech Tecnologia para Agropecuária, VPJ Alimentos, entre outros. Intitulado “Influência do biotipo maternal e do touro sobre o desempenho, produtividade e qualidade da carne de progênies F1 Angus x Nelore para a produção de carne com alto valor agregado”, o estudo tem o objetivo de avaliar progênies de touros e o impacto da matriz Nelore na geração de animais F1 Nelore Angus para produção de carne de qualidade. Trata-se de um projeto inovador que permitirá a geração de informações relevantes para a produção de carne de qualidade, desde o período que se obtém o sêmen, passando pela avaliação do perfil maternal, a recria dessas progênies, o ponto ótimo de negociação ao abate, o processamento das carcaças e a qualidade da carne de forma geral, além da rastreabilidade de toda a cadeia e sua valorização. O projeto está em desenvolvimento no Laboratório de Pesquisa em Gado de Corte (LPGC) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ-USP).

RECORDES NO AGRO

A produção de grãos no Brasil deverá aumentar 24,1% nos próximos dez anos, chegando perto de 390 milhões de toneladas na safra 2032/2033, com acréscimo de 75,5 milhões de toneladas. Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. A produção de carnes (bovina, suína e frango deverá ter alta de 6,6 milhões de toneladas entre 2022/23 e 2032/33, representando 22,4% de aumento. Saindo dos atuais 29,6 milhões de toneladas para 36,2 milhões de toneladas de carnes. As carnes de frango e suínas são as que devem apresentar maiores índices de crescimento nos próximos anos: frango, 28,1% e suína, 23,2%. A produção de carne bovina deve crescer 12,4%, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do produto, suprindo 28,5% do consumo mundial. Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura (Mapa) e pela Embrapa.

EXPOLEITE EM UBERABA

A ABCZ lançou durante a Agroleite, em Castro/PR, a ExpoLeite, primeira feira totalmente voltada para o setor leiteiro. A feira está programada para o período de 9 a 15 de outubro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. Segundo o diretor de Pecuária Leiteira da ABCZ, Rodrigo Simões, pela primeira vez, em quase 105 anos de história, a entidade organizará uma feira híbrida, contemplando todas as etapas da cadeia produtiva, do campo à mostra de animais. O evento foi pensado como uma verdadeira vitrine da cadeia produtiva do leite brasileiro, não se restringindo à pecuária zebuína. Assim, o evento também deixará em evidência outras raças bovinas e, ainda, raças bubalinas, compondo uma feira completa. Julgamentos, concursos leiteiros e palestras farão parte da programação, que será anunciada em breve pela ABCZ.

FACULDADE DO AGRO

Mais uma faculdade voltada para o agro será aberta no Brasil em 2024. A Harven Agribusiness School funcionará em Ribeirão Preto/SP. O projeto é conduzido por Roberto Fava Scare, Marcos Fava Neves e Chaim Zaher. A faculdade vai oferecer cursos focados exclusivamente no setor, em um formato diferenciado onde os alunos terão contato direto com fazendas e empresas do agro. A proposta é formar lideranças e profissionais que tenham uma visão ampla e global do setor para fomentar soluções inovadoras. As primeiras turmas serão dos cursos de administração e engenharia de produção, direito, todos com ênfase em agronegócio. A entidade ainda vai oferecer pós-graduação e MBAs.

AVALIAÇÃO BRAHMAN

A 3ª Prova Eficiência e Performance Brahman/BoicomBula confirmou a capacidade da raça zebuína para produzir carne de qualidade com sustentabilidade. A final, ocorrida no dia 4 de agosto, no Centro Humberto de Freitas Tavares, em Botucatu/SP, reuniu criadores de todo o país e representantes de entidades que acompanharam o julgamento de morfologia, última etapa de avaliação da prova que acontece desde maio. Sob o comando do jurado da ABCZ Izarico Camilo, 36 touros foram julgados. O presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), Gustavo Rodrigues, destacou que a prova comprovou que a raça está no caminho certo, agregando valor à pecuária de corte. brasileira.

VENCEDORES

Os animais campões da 3ª Prova Eficiência e Performance Brahman/BoicomBula foram os melhores em eficiência alimentar, fertilidade, ganho de peso e morfologia. O Grande Campeão Julgamento de Morfologia foi o touro MR Esau, do Rancho Domm. Na prova 1, venceram MR N POUS. POI 6353 (Campeão Gourmet), da Fazenda Nova Pousada; MR Assu 1359 FIV (Campeão Desempenho), do Brahman Assu; R. W2R POI 1456 (Campeão Eficiência), da Agropecuária W2R. Na prova 2, venceram MR 880 do Amir (Campeão Julgamento de Morfologia e Campeão Gourmet), do Brahman Fada; MR Assu 1399 (Campeão Desempenho), do Brahman Assu.

EXPANSÃO PELO BRASIL

A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando está reforçando sua equipe técnica em Rondônia. O coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior, esteve em agosto no estado para uma visita de fomento em propriedades locais e para conduzir o treinamento da médica-veterinária Janaína Ferreira Peixoto Batista. Ela atuava como controladora do Serviço de Controle Leiteiro Oficial e, agora, passa também a realizar a inspeção e registro genealógico dos rebanhos locais, juntamente com o técnico que já atende na região, Willian de Oliveira Santos. De acordo com informações da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril –Idaron, o rebanho destinado à produção leiteira chega a 2,8 milhões de cabeças. Rondônia ocupa a 9ª posição no Brasil com 1,6 milhão de litros/dia.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 28
PORTEIRA ABERTA

CRÉDITOS DE ICMS

A Associação Nacional da Pecuária de Corte (Assocon) apresentou à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo o projeto Proboi, que prevê a utilização de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em investimentos na cadeia produtiva de carne bovina. O projeto foi desenvolvido nos mesmos moldes do Proavi, criado e sancionado em 2012 com o objetivo de recuperar a avicultura. De acordo com a proposta, os pecuaristas paulistas poderiam usar os créditos do ICMS na linha Desenvolve SP, retidos na Secretaria da Fazenda, como garantia em operações de capital de giro, incluindo aquisição de insumos, equipamentos e outros itens utilizados diretamente na atividade.

NOVO MERCADO PARA CARNES

Singapura está entre os mercados internacionais que estão abrindo as portas para a carne bovina brasileira. Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. é mais uma importante conquista para a agropecuária brasileira, ampliamos as relações comerciais com um mercado relevante e exportando produtos de maior valor agregado. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Singapura foi o sétimo destino das exportações brasileiras em 2022. Já o mercado da Coreia do Sul pode ser aberto em 2024. O ministro confirmou que uma comitiva sul-coreana virá ao Brasil em novembro de 2023 para auditoria. Questionado sobre o Japão, Fávaro disse que as negociações envolvendo a carne bovina brasileira não avançaram e não há previsão para a abertura deste mercado.

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 29

16ª ExpoGenética

Maior feira de zebuínos avaliados do país destaca genética, fenótipo e avaliação

Informação correta leva a um dos caminhos para mais produtividade e mais rentabilidade. A 16ª ExpoGenética, marcada para 19 a 27 de agosto, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG, entregará as melhores ferramentas para que os criadores possam tomar decisões assertivas no descarte e seleção de seus rebanhos.

Com o tema “Genética. Fenótipo. Avaliação”, a feira valoriza ainda mais o PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos), um programa para quem busca confiabilidade para fazer a gestão dos criatórios.

Vitrine, a 16ª edição da ExpoGenética também reunirá

os touros que se destacam nas centrais de genética, nos sumários do PMGZ e no PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens). Um intercâmbio de conhecimento genético, subsidiado por tecnologia de ponta.

Ponto de encontro, a programação da ExpoGenética inclui palestras técnicas com a presença de especialistas renomados, lançamento das avaliações genéticas dos programas PMGZ/Geneplus e outros, fechamento do PNAT 2023, rodadas de negócios internacionais, leilões e shoppings, Encontro ABCZ Mulher, Mérito ABCZ, e muitas outras atrações.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 30 CAPA
ÉLCIO FONSECA THAÍS FERREIRA
BRENO CORDEIRO

LEILÕES

Dezoito leilões movimentam o mercado de pecuária durante a feira. Às vésperas da estação de monta, criadores terão oportunidades de adquirir genética comprovadamente superior, melhorando os rebanhos e os resultados em suas propriedades.

ENCONTRO ABCZ MULHER

O “6º Encontro ABCZ Mulher” e a Entrega do “Mérito ABCZ Mulher” acontecem no dia 23 de agosto, das 9h às 11h, no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos. Confira as homenageadas do Mérito ABCZ Mulher 2023: Cláudia Helena Monteiro

Giovana Alcantara Maciel

Maria do Carmo dos Mares Guia Dias

Milena Menezes Palhares Corrêa

Sônia Maria de Paula Rezende

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

Valéria Cunha Campos Guimarães

3º ENCONTRO NACIONAL DE CRIADORES DO PMGZ

Exclusivo para os criadores que aderiram ao programa, o 3º Encontro Nacional de Criadores do PMGZ promove grande debate durante a ExpoGenética. O encontro acontece no dia 24 de agosto, das 13h30 às 18h, no Centro de Eventos RKC.

INTERNACIONAL

O público internacional também tem programação especial durante a ExpoGenética. Entre os destaques estão as rodadas de negócios virtuais e presenciais com empresas e compradores participantes do Brazilian Cattle e o projeto Imagem, que tem objetivo de fortalecer a genética zebuína brasileira em todo mundo e, nesta edição, foca em países africanos.

ABCZ JOVEM

Durante a 16ª ExpoGenética, a ABCZ Jovem promoverá um curso de noções básicas de morfologia de raças zebuínas. O conteúdo, que será ministrado no dia 23 de agosto, será direcionado especificamente para jovens criadores e público universitário, interessados em aprimorar seus conhecimentos sobre seleção de zebuínos. Os conteúdos serão aplicados em aulas teóricas e práticas.

LANÇAMENTO SUMÁRIO DE TOUROS

ABCZ/EMBRAPA GENEPLUS; PAINT; ANCP; IZ

O lançamento da nova edição da Avaliação Genética Nacional das Raças Zebuínas PMGZ/Geneplus ocorrerá no dia 21 de agosto, a partir de 13h30, logo após a abertura oficial da ExpoGenética, no Tatersal Rubico Carvalho.

APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS DO PZCQ

A terceira edição do programa Zebu: Carne de Qualidade (PZCQ) testou a eficiência de animais meio-sangue, produtos de cruzamentos entre raças zebuínas. O PZCQ reuniu 143 animais dos grupos genéticos Brahmanel, Guzonel, Sindinel e Tabanel. A apresentação dos resultados acontece no dia 22 de agosto, a partir das 8h, no Pavilhão Multiuso.

MÉRITO EXPOGENÉTICA

A homenagem é concedida em reconhecimento ao trabalho e contribuição para o desenvolvimento das raças zebuínas e da pecuária nacional. O Mérito 2023 acontece no dia 24 de agosto, a partir das 8h30, no Pavilhão Multiuso.

Veja a lista de homenageados do Mérito ExpoGenética 2023:

Categoria Criador:

1. Eduardo Folley Coelho

2. João Cruz Reis Filho

3. Shiro Nishimura

Categoria Especial:

4. Fernando Augusto Silva Santos

Categoria Pesquisador:

5. Fábio Luiz Buranelo Toral

Categoria Técnico:

6. Fernando J. Garcia de Carvalho

7. Vanessa Barbosa

AVALIAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS DO PNAT

O Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) apresenta, na ExpoGenética, os melhores touros da edição 2023.

Confira as datas do PNAT 2023:

19/8 - A partir das 8h30

Recepção dos touros no Pavilhão Multiuso

23/8 - 8h às 12h

Avaliação dos touros por criadores e técnicos

23/8 - 13h30 às 17h

Avaliação dos touros por técnicos da ABCZ

24/8 - 9h30 às 12h

Divulgação dos resultados PNAT 2023

25/8 - A partir das 13h (sujeito a alteração)

Leilão de Touros PNAT 2023

CAPA

19 A 27 DE AGOSTO 2023 • UBERABA-MG • BRASIL

15/08 - TERÇA-FEIRA

20h - Leilão Virtual Fêmeas Fazenda

Geny - Canal do Criador

18/08 - SEXTA-FEIRA

20h30 - Leilão JBJ GENETICS

ExpoGenética - Virtual Canal Rural

19/08 - SÁBADO

10h - Leilão Terra Brava

Agropecuária ExpoGenéticaTatersal Rubico Carvalho

Canal Rural

20h - Leilão de Touros Fazenda

Araras - ExpoGenética - Virtual Canal Rural

20/08 - DOMINGO

09h - Leilão Matinha ExpoGenética

Rancho da Matinha - Canal Rural

21/08 - SEGUNDA-FEIRA

De 21 a 25/08 - 7h30 às 12h e 13h30 às 17h - 21ª Edição Projeto

Zebu na Escola e Projeto Zebu na Universidade

9h - Desfile de Touros ABS

Central ABS

13h30 - Abertura Oficial

16ª ExpoGenética e Lançamento

Avaliações Genéticas das Raças

Zebuínas ABCZ PMGZ/Embrapa

Geneplus; Consolidado PAINT; ANCP;

IZ - Tatersal Rubico Carvalho

16h - Palestra Leite A2

Trajetória e o Mercado Atual

Dra. Flavia Fontes, Médica Veterinária, CEO do Grupo Integral Tatersal Rubico Carvalho

18h30 - Apresentação da Avaliação de Touros Jovens do Programa Embrapa Geneplus (ATJPLUS)

Pavilhão 11

20h30 - Leilão Touros Premium

Katispera - Tatersal Rubico Carvalho

Canal Rural

22/08 - TERÇA-FEIRA

08h - Apresentação resultados 3ª Edição do Programa Zebu: Carne de Qualidade - Pavilhão Multiuso

9h - Entrega Prêmio Criadores de Eficiência - Ponta 9h30 - Palestra: Eficiência Alimentar, Genética da SustentabilidadeDra Giovanna Moraes, médica veterinária, especialista em genética e eficiência alimentar da Ponta Pavilhão Multiuso

12h às 17h - 10º Workshop de Genômica Aplicada Neogen Tatersal Rubico Carvalho

13h - Leilão Gran Reserva - Tatersal Rubico Carvalho - Canal Rural

19h - 10º Leilão Genética Provada HoRa - Tatersal Rubico CarvalhoCanal do Boi

23/08 - QUARTA-FEIRA

08h às 12h - Avaliação dos Touros PNAT - Fase 1: Criadores e Técnicos Pavilhão Multiuso

9h às 11h - 6º Encontro ABCZ Mulher e Entrega do Mérito ABCZ Mulher 2023Centro de Eventos RKC

13h - 6º Leilão Genética Aditiva ExpoGenética - Tatersal Rubico Carvalho - Canal do Criador

13h30 às 17h - Avaliação dos Touros PNAT - Fase 2: Técnicos ABCZPavilhão Multiuso

20h - Leilão Reserva ExpoGenética Virtual - Canal Rural

20h30 - Leilão O Gado de Leite na ExpoGenética - Fazendas do BasaVirtual - Canal Terraviva

24/08 - QUINTA-FEIRA

8h30 às 12h - Entrega do Mérito ExpoGenética e Divulgação dos resultados do PNAT 2023 Pavilhão Multiuso

13h - Leilão Nelore Paranã

ExpoGenética - Tatersal Rubico Carvalho - Canal Rural

13h30 às 18h - 3º Encontro Nacional dos Participantes do PMGZ - Híbrido Salão Nobre

20h30 - Leilão TOP CEN

ExpoGenética - Virtual Canal Terraviva

25/08 - SEXTA-FEIRA

10h30 - Palestra: Mercado de Carbono - Guilherme Ferraudo, Diretor da MyCarbon Pavilhão Multiuso

13h - 6º Leilão Touros PNAT ABCZ Pavilhão Multiuso - Canal Rural

20h - 9º Leilão Noite Nacional Matrizes Premium - Tatersal Rubico Carvalho - Canal Rural

26/08 - SÁBADO

13h - 1º Leilão Pepitas Colonial e Convidados - Tatersal Rubico Carvalho

20h - Leilão Mata Velha - Edição Especial ExpoGenética - Virtual Canal Rural

27/08 - DOMINGO

9h - Leilão Naviraí Camparino

Leilopec - Canal Rural

*Sujeita a alterações.

Consulte a programação completa no QR Code abaixo!

ORGANIZAÇÃO

Doutor EPMURAS

Ozootecnista e diretor da empresa de consultoria BrasilcomZ, William Koury Filho, criou o método baseado nessas sete letras, que simbolizam uma pecuária produtiva e eficiente. Utilizada em todo o Brasil para identificar animais melhoradores, a ferramenta descreve o animal com base em sua Estrutura corporal, Precocidade, Musculosidade, Umbigo, expressão Racial, Aprumos e Sexualidade. Também desenvolveu as provas de performance BoicomBula, que vêm sendo adotadas por vá rias raças, dentre elas, o Brahman. Paralelo a seu trabalho de consultoria pelo país, Willinho, como é conhecido por todos, tem longa atuação nas pistas de julgamento e defende uma maior sinergia entre ex posições e campo. Herdou do pai, o pecuarista William Koury, que há mais de 50 anos seleciona Nelore, a pai xão pela pecuária. Em entrevista à revista Pecuária Brasil, ele fala, sem rodeios, dos modismos na seleção genética, da necessidade de produzir touros sem artificialismos, dos desafios como jurado e das oportunidades para a pecuária brasileira.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 34 ENTREVISTA
LARISSA VIEIRA

Apesar de o Brasil ser referência em genética zebuína, certos índices zootécnicos da pecuária nacional ainda estão muito abaixo da média mundial. Por quê?

William Koury Filho - O Brasil é a grande referência em genética zebuína no mundo, porém temos uma diferença muito grande entre as melhores e as piores fazendas. O país tem uma média de taxa de desmame de 65%, o que realmente é muito baixa. Temos condições de evoluir esse índice. Agora, quando olhamos os dados das fazendas cabeceiras, os índices são comparáveis a qualquer país com forte atuação na pecuária. Isso mostra que podemos e devemos melhorar as médias de produção como um todo. Uma das respostas para esse baixo índice reprodutivo é a utilização do boi de boiada. O touro é a grande semente da pecuária e o certo seria não utilizar qualquer semente, que chamo de “milho de paiol”. É preciso utilizar somente sementes certificadas, pois, quando o touro tem certificação, seja o registro genealógico ou CEIP, avaliação genética e passa por um crivo morfológico, temos uma semente com mais garantia de resultado. Infelizmente, na prática, tem muita gente usando o “milho de paiol”, o boi de boiada. E aí não dá para esperar grandes resultados. Além disso, a nutrição melhorou muito, mas ainda falta subir um pouco o sarrafo em termos de manejo de pastagem e suplementação adequada. Daí para a frente é definir melhores estratégias e objetivos de seleção, com acompanhamento técnico para que esses índices possam melhorar.

Como equilibrar avaliações genéticas e morfológicas em um sistema de seleção? Como definir o peso de cada um?

William Koury Filho - Isso vai depender dos objetivos da propriedade. Há criadores que selecionam os melhores animais pela avaliação genética seguido de um crivo morfológico. Outros fazem o inverso. Dentro do projeto BoicomBula, desenvolvemos uma metodologia onde ponderamos avaliações genética, fenotípica e morfológica, em que o método EPMURAS faz parte. O peso de cada avaliação será de acordo com os objetivos que o criador pretende atingir, variando entre 50% e 80% para cada uma delas. Nas minhas visitas às fazendas, tenho percebido que eles buscam um peso maior na parte fenotípica. E, nessa parte, por exemplo, se for para seleção de reprodutores, levamos em conta desempenho ponderal, peso, perímetro escrotal e EPMURAS, que tem um peso maior nesse índice fenotípico.

“Turbinar” os animais para a venda em leilão pode trazer reflexos negativos para a pecuária?

William Koury Filho - Tenho visto um preparo excessivo dos animais, muito touro obeso sendo ofertado em leilão. O problema é que o mercado valoriza esse tipo de animal ao mesmo tempo que busca um gado rústico, adaptado ao sistema de produção praticado no Brasil. É importante lembrar que esse excesso de preparo é só uma embalagem, não passa para a progênie. Quando esse touro chega na fa-

zenda é como desembrulhar um presente, que estava em um embrulho caro que será jogado fora. O produtor de touro gastou, o comprador também, todo mundo perde com isso. Deveria ter uma conscientização em relação a isso. O maior complicador é que esse tipo de preparo pressupõe também um sistema de produção exagerado. Se você trabalhar uma seleção dentro de um sistema exagerado pode incorrer em erro por conta da interação genótipo/ambiente, pois a genética que desempenha bem em um sistema de produção não necessariamente vai desempenhar em outro.

Na história da pecuária, os modismos sempre ocorreram. Qual o modismo atual que o pecuarista deve evitar?

William Koury Filho - Desde o início da minha carreira venho preconizando que a avaliação genética é de suma importância e continuo trabalhando nessa linha, afinal não tem como vender um animal sem avaliação. O problema é que, quando isso cai no mercado, pode, às vezes, haver distorções. A avaliação genética explica apenas uma parte do que se vê no fenótipo. Não se deve ter uma obsessão pelo Top 0,1%, pois corre-se o risco de evoluir para uma genética muito exigente em termos ambientais, que não é condizente com o sistema de produção praticado no país. Em grande parte do país o touro precisa ter rusticidade e adaptabilidade para cobrir a vacada a campo e vai produzir filhas que devem ser adaptadas ao sistema a pasto. Se forem animais muito exigentes, a coisa pode complicar. Uma seleção focada somente em números pode levar à busca do desempenho a qualquer preço. Claro que é preciso buscar um animal bem avaliado, mas ele deve ser, principalmente, equilibrado na régua de DEP, tudo isso em sintonia com o biotipo e com a morfologia produtiva e funcional.

Existe um tamanho ideal do gado de corte no Brasil, pensando em aliar produtividade e rentabilidade?

William Koury Filho - O Brasil é um país de dimensões continentais, então é difícil falar de um único tamanho ideal de animal para todos os sistemas de produção existentes do país. Porém, sabemos que o exagerado, o grandão, não serve, basta ver o que aconteceu com as raças continentais taurinas no Brasil. Mesmo as taurinas em outras partes do mundo baixaram seu frame. Por outro lado, também não queremos um animal pequenininho. Temos de trabalhar com mediano, que no EPMURAS, seria um animal 4 ou 5. Obviamente não adianta ter de 4 ou 5 de estrutura corporal e não ter bons escores, precocidade, musculosidade, umbigo funcional, raça, aprumos e sexualidade.

Há quem critique certos direcionamentos na seleção dos zebuínos para a pista. Como jurado de várias raças, como avalia a qualidade dos animais nas exposições?

William Koury Filho - A pista na raça Nelore no Brasil descolou muito do padrão dos animais que apresentam bom desempenho na produção, podendo observar isso pelas linhagens utilizadas. Embora se tenha um discurso que estamos julgando frame mediano, esse animal mediano está sen-

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 35

ENTREVISTA

do jogado em uma terra de gigantes. Então, é preciso definir o que é mediano. Na minha opinião, os animais ainda estão muito grandes em pista. É só olhar a idade e o peso para constatar isso. Se não mudarmos o critério de julgamento, que hoje considera demais o desempenho, fica complicado. A única maneira de aproximar a pista do sistema de produção é trabalhar os critérios de julgamento, buscando identificar os animais funcionais e que atendem melhor às necessidades da pecuária brasileira. Em outros países da América Latina, já se busca nas exposições um Nelore mais parecido com o selecionado para o campo. Nas outras raças zebuínas, essa relação entre pista e campo caminha bem mais perto, assim como também nas raças taurinas e sintéticas.

Você desenvolveu o método EPMURAS. Fale um pouco sobre sua aplicação e os resultados alcançados até o momento.

William Koury Filho - O EPMURAS é uma excelente ferramenta para que técnicos, criadores e mercado passem a falar a mesma língua, não ficando aquela confusão do que é bom para um às vezes não é bom para outro. Ele funciona como um retrato falado do animal. Na prática, já encontramos DEPs morfológicas para as características de estrutura, musculosidade e precocidade. Além disso, finalizamos a descrição do animal para raça, sexualidade e umbigo. Hoje, para emitir o registro genealógico do reprodutor, o técnico da ABCZ faz a descrição pelo EPMURAS. O método tem sido usado por muitos criadores como critério de seleção e por várias associações. Apesar de ser uma metodologia bastante difundida, gostaria que houvesse uma capacitação maior dos profissionais que trabalham com o EPMURAS, visando uma aplicação ainda mais eficiente. Vale ressaltar que a metodologia teve validação científica, foi publicada em congresso mundial de genética. É uma ferramenta que funciona demais no processo de seleção do biotipo e da morfologia produtiva e funcional para identificar animais eficien-

tes e para obter maior aproveitamento de touros e matrizes dentro da pecuária seletiva, isso quando utilizado desde o acasalamento dirigido.

O Brasil continua com um grande déficit de touros. Além disso, a maior parte utilizada não tem avaliação genética. Acredita que esse cenário pode ser revertido em médio prazo?

William Koury Filho - Infelizmente, ainda é muito utilizado o boi de boiada. Estamos aumentando a produção de touros certificados, melhoradores de fato, mas é preciso ter uma conscientização do mercado e quem sabe surjam mais programas de governo que possam estimular a utilização de animais superiores. E aí a pecuária ganha como um todo. Acredito que gradativamente o uso de touros melhoradores ganhará corpo até porque quem não for eficiente vai sair da atividade. Sou otimista em relação a isso. Lembrando que temos de chegar a um custo de produção mais racional, menos oneroso, o que facilitará a aquisição desses reprodutores pelos pecuaristas que ainda hoje usam o boi de boiada.

Você critica a falta de padrão de touros, inclusive em centrais. Quais características são primordiais na seleção de um touro melhorador?

William Koury Filho - Existem touros com números fortes em centrais, mas que apresentam defeitos morfológicos acentuados, não só em relação à parte de caracterização racial, mas muito pela parte funcional. Outro receio é que existem muitos touros de raça de corte em central que não apresentam uma boa conformação frigorífica, mas, mesmo assim, tem bons números. Se ele está na central é porque o mercado ainda está comprando números e não está avaliando o conjunto da obra. Isso é uma moda que está passando e, em breve, devemos encaminhar para algo mais equilibrado entre a morfologia produtiva e funcional e as avaliações genéticas.

Três gerações: William Koury, William Koury Filho e Tiago Meister Koury

CALENDÁRIO

49° EXPONORTE

18 a 27 agosto

Porangatu (GO) www.nelore.org.br/

GOIÁS GENÉTICA

25 a 30 de setembro

Goiânia (GO) agczgoiania@hotmail.com

19° EXPO NACIONAL DA RAÇA SINDI

27 a 30 de setembro

São José do Rio Preto (SP) abcsindiuberaba@gmail.com

CAMARU

31 de agosto a 09 de setembro

Uberlândia (MG)

+55 (17) 9 98174-0202

EXPÔ RIO PRETO

27 de setembro a 15 de outubro

São José do Rio Preto (SP) (17) 9 8148-9610

NACIONAL DO GIR

LEITEIRO - EXPOGIL

24 a 30 de setembro

Uberlândia (MG) girleiteiro.org.br/

EXPOABRA

03 a 09 de setembro

Brasília (DF) parquegranjadotorto.com.br

63ª EXPOEMA

03 a 10 de setembro

São Luís do Maranhão (MA) expoemaoficial@gmail.com

EXPO REGIONAL BURITIZAL

04 a 09 de setembro

Buritizal (SP) girleiteiro.org.br/

EXPO GIR LEITEIRO DE BRASÍLIA

03 a 09 de setembro

Brasília (DF) girleiteiro.org.br/

EXPOVEL

20 a 24 de setembro

Cascavel (PR) expovel.com.br

CBM CAMPEONATO BRASILEIRO DE MARCHA BATIDA

07 a 11 de novembro

Campo dos Goytacazes abccmm.org.br

EXPOINEL NACIONAL

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) nelore.org.br

EXPOLEITE 2023

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) abcz.org.br/

NACIONAL GUZERÁ

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) guzera.org.br/

EXPOBRAHMAN

09 a 15 de outubro

Uberaba (MG) brahman.com.br

EXPOINTER

26 de agosto a 03 de setembro

Esteio (RS) (51) 3458-8500

EXPOCRUZ

19 a 24 de setembro

Santa Cruz (Bolívia) expocruz.com.br

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 38

360

LEILÃO SINDI OT

O 6º Leilão Sindi OT - Etapa Elite foi marcado por muita qualidade genética e emoção. A família Tibery recebeu criadores de todo o Brasil durante dois dias, 21 e 22 de julho, em Três Lagoas/MS. No primeiro dia, foram ofertadas 64 fêmeas, entre novilhas, vacas, prenhezes, aspiração. Além da qualidade dos animais, a noite foi marcada por uma emocionante homenagem ao criador ngelo Prata Tibery, prestada pelos filhos Giovana e ngelo Prata Tibery, conhecido por todos como Tutu. O evento aconteceu no belíssimo Hotel Taj. A etapa de fêmeas terminou com grandes médias: As fêmeas saíram a uma média de R$211.395,61; aspiração por R$63 mil; e prenhezes por R$ 87.800,00. Em relação à edição passada, houve crescimento de 16,44%. Já o segundo dia aconteceu na Fazenda São João, onde o público pôde conhecer toda a estrutura do local e os animais enquanto degustavam uma deliciosa carne, assada pelos especialistas em churrasco rústico, os Brutus. Foram ofertados 66 lotes de garrotes. Durante o leilão, a família Tibery prestou homenagem à sua equipe pela dedicação e comprometimento.

EXPOPASS

A 18ª Exposição Especializada do Gir Leiteiro de Passos aconteceu de 26 de junho a 1º de julho dentro da programação da Expass Agro 2023. O evento prestou uma bela homenagem ao criador José Coelho Vitor, falecido este ano, que por toda a sua vida foi um grande defensor da pecuária leiteira. Maurício Silveira Coelho ressaltou que seu pai deixa um legado importante para todos, sempre atuando no avanço das raças zebuínas e do Girolando. Quem acompanhou a Expass ainda viu uma pista concorrida, com o julgamento comandado pelo jurado Antônio Garcia. A Grande Campeã foi Dalila I FIV da Ype, do expositor Anderson Carlos do Nascimento. O Grande Campeão foi Ludico FIV WAD, do expositor Winston Frederico A. Drumond. Já no concurso leiteiro a Grande Campeã foi União FIV FIB.Grande, do expositor Miller e Winston Condomínio. Ela teve média de 61.656 kg/leite.

PECUÁRIA
O

LEILÃO TABAPUÃ DA GÊ 05

O 1º Leilão Especial Tabapuã da GÊ 05, realizado no dia 24 de junho, em São Gabriel do Oeste/MS, dentro da programação da exposição 3° AGRIPESI, foi um sucesso e atraiu criadores de todo o Brasil. Três matrizes foram destaque e o evento registrou um novo recorde mundial de preço da raça Tabapuã. Humildade FIV da Gê 05 foi vendida por R$ 1 milhão. Outro grande destaque foi a Grande Campeã da ExpoZebu 2023, Tigresa FIV Rougee GiS, valorizada em cerca de R$ 700 mil. Já a fêmea Favorecida FIV da Gê 05, Campeã Vaca Adulta ExpoZebu 2023, foi vendida por R$ 400 mil.

LEILÃO ESPECIAL ELITE LUCENTE AGROPECUÁRIA

A Fazenda Boa Esperança, em Barretos/SP, abriu suas porteiras para mais um grande evento que reuniu grandes criadores da família nelorista, para o remate de Cássio, Eduardo e Vinicius Lucente. O leilão Especial Elite Lucente Agropecuária foi uma rodada dupla no fim de semana de 9 e 10 de junho. O destaque foi a bezerra KYT Alexia FIV, filha de Thahiti TE Guadalupe X Kayak. O pecuarista Marcello Adriano Correia de Mesquita foi quem arrematou o animal, valorizado em R$ 552.000,00. As aquisições envolveram 38 exemplares de fêmeas entre aspirações, bezerras e prenhezes. A média geral foi R$ 179.473,68, já as 2,5 fêmeas foram negociadas a valor médio de R$ 379.200,00; 26,5 prenhezes à média de R$ 179.358,49 e 9 aspirações a R$ 124.333,33.

2° LEILÃO IMPÉRIO LEILÕES – PO

Com mercado aquecido, criadores de Nelore de Uberaba/MG fizeram uma mega oferta de genética no dia 9 de agosto. O 2° Leilão Império Leilões – PO a Campo ofertou 400 animais Nelore, entre machos e fêmeas, de tradicionais criadores do Brasil, dentre eles a Ipê Ouro, Fazenda Amar, Fazenda Maab, Fazenda Matinha e Rancho RKC. O evento teve grande liquidez, atingindo 92,6% em vendas, e foi organizado pela Império Leilões, que recolocou Uberaba como uma praça nacional de megapregões de gado de corte. A Império está preparando outro grande evento para este ano. Será o “Leilão da Independência”, que ocorrerá no dia 6 de setembro, com oferta de 6 mil animais de corte.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 40 PECUÁRIA 360O

EXPO RIO VERDE

A 63ª Exposição Agropecuária de Rio Verde aconteceu de 6 a 16 de julho, e contou com julgamento da raça Nelore e Nelore Mocho. Este ano, mais de 290 animais entraram em pista e foram julgados pelos jurados Izarico Camilo Neto, Lourenço de Almeida Botelho e José Ferreira Pankowski. O evento sediou a terceira Exposição Ouro da raça Nelore, novidade da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) para o Ranking Nelore 2022/2023.

EXPOSIÇÃO DE MORRINHOS

A 9ª Exposição Regional Gir Leiteiro aconteceu entre os dias 4 e 10 de junho, dentro da programação da Expo Morrinhos 2023. O jurado Adriano Vaz de Lima foi o responsável pela escolha dos campeões. A Grande Campeã foi Hebe Milk Center, do expositor Luiz Eduardo Branquinho. Já o Grande Campeão foi Teorico FIV F Mutum, do expositor Leo Machado Ferreira. No Concurso Leiteiro, a vitória ficou com Esperança FIV Estância K. ela produziu 164,120 kg/leite, com média de 54,706 kg/leite. O animal pertence a Eduardo Branquinho.

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 41

MEGALEITE 2023

Considerada a maior exposição de pecuária leiteira da América Latina, a Exposição Brasileira dos Agronegócio do Leite (Megaleite) quebrou recordes em sua 18ª edição e foi palco de debates importantes para o setor, como a importação de leite, concretizou acordos que beneficiarão os produtores do Brasil e de outros países. O evento aconteceu no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte/MG, entre os dias 7 e 10 de junho. A feira sinalizou uma forte demanda por animais de genética superior e por soluções tecnológicas. Com a participação de cerca de 100 empresas e a realização de oito leilões e um shopping de bovinos, a movimentação financeira ficou em R$210 milhões, montante R$10 milhões acima do valor de 2022. Outro crescimento registrado foi no número de animais inscritos, 1500 exemplares das raças Girolando, Gir Leiteiro, Holandês, Guzerá, Jersey, Simental e búfalos, 15% acima da edição anterior. A quantidade de países participantes também cresceu, com a presença de representantes de 13 países contra sete do ano anterior. No total, 70 mil visitantes passaram pelo Parque da Gameleira.

NACIONAL DO MANGALARGA MARCHADOR

Entre os dias 17 e 29 de julho de 2023, o Parque da Gameleira, em Belo Horizonte/MG, recebeu a 40ª Exposição Nacional do Mangalarga Marchador, maior evento de equinos da América Latina. Nos 13 dias de competição, cerca de 200 mil pessoas estiveram no parque para apreciar os 1.595 animais presentes no evento. O evento contou com cerca de 500 expositores de 18 estados. Inciativa da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), realizada anualmente, desde 1982, a Nacional comemorou Bodas de Esmeralda em 2023. Para a presidente da ABCCMM, Cristiana Gutierrez, o evento foi finalizado com sentimento de missão cumprida.

CONGRESSO DAS MULHERES

O 8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) está agendado para o período de 25 a 26 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP).

O tema desta edição é “Dobrar o Agro de tamanho com sustentabilidade: A Marca Brasileira”. A programação diversificada contará com oito mesas-redondas ao longo dos dois dias de evento. Cada uma delas tem como objetivo proporcionar reflexões, trocas e inspiração para as congressistas, por meio de debates com representantes de grandes marcas, empresas e instituições ligadas direta e indiretamente ao agronegócio. Também haverá um hub técnico, com palestras que vão desde condução da genética animal e vegetal, até administração de irrigação e mecanização. As inscrições para o CNMA podem ser realizadas pelo site do evento (www.mulheresdoagro.com.br).

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RAÇA

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#pecBR NOVA LIDERANÇA VICTOR MIRANDA TEM NOVOS PROJETOS PARA A ACNB ExpoSindi Brasil EVENTO SERÁ EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
SELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES

20ª ExpoSindi Brasil de casa nova

Com inscrições abertas, o evento será realizado em setembro durante a Expo Rio Preto e promete muita qualidade em pista

ma das raças zebuínas que mais cresce no Brasil, o Sindi tem conquistado cada vez mais criadores, ganhando espaço nos pastos das mais diversas regiões do país. Dentro desse novo cenário da raça, as exposições também ganharam força, o que levou a Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi) a tornar itinerante a Exposição Nacional da Raça Sindi.

Em 2023, a cidade escolhida para sediar o evento foi São José do Rio Preto/SP. A 20ª ExpoSindi Brasil será realizada de 26 de setembro a 1º de outubro, no recinto Alberto Bertelli Lucatto, integrando a programação da 60ª Expo Rio Preto. A expectativa é superar o número de inscritos da edição passada, quando 244 participaram das competições ocorridas em Goiânia/GO.

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U RAÇA

O presidente da ABCSindi, Orlando Procópio, destaca que a região paulista é bastante tradicional na pecuária seletiva e a expectativa é de pista cheia. “A ABCSindi foi convidada para realizar a sua Nacional na cidade de São José do Rio Preto. A gestão executiva municipal, que tem muita atenção com a pasta do Agro, está ainda mais empenhada em realizar um evento de grandes proporções para comemorar os 60 anos da Expo Rio Preto. E para atingir esse objetivo não tem poupado esforços. Nós, da ABCSindi estamos empenhados em contribuir para que esta seja uma bela comemoração”, diz o presidente.

A expectativa é receber cerca de 250 animais, superando a última edição. Estão programadas várias competições

para o Sindi, como o julgamento em pista, concurso matriz modelo e modelo frigorífico, além do torneio leiteiro. Para comandar as disputas, a ABCSindi convidou um trio de jurados renomados: Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, Marcelo Ricardo de Toledo e Rodrigo Coutinho Madruga. “Meu primeiro contato com a raça Sindi foi nos anos 80, como jurado nas exposições do Nordeste e agora como criador, estou mais próximo da raça. Nos julgamentos, sempre procuramos avaliar os animais de desenvolvimento equilibrado, tanto na dupla aptidão, que é uma característica forte da raça, quanto no quesito corporal.

Pela mostra que tivemos na ExpoZebu, tenho certeza de que encontraremos na Nacional do Sindi animais de alto

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nível de qualidade”, pontua Arnaldo Manuel, que, além de jurado, é vice-presidente da ABCZ.

A ExpoSindi Brasil também terá reuniões de diretoria e associados para definição da adesão da raça a mais ferramentas de seleção e melhoramento genético do rebanho para fomentar o controle leiteiro, avaliações de carcaça e genômica. A associação está promovendo o evento entre os associados para que a estreia da Nacional do Sindi na Expo Rio Preto seja marcada por uma forte presença da raça. “Esperamos fomentar a raça Sindi entre criadores e pecuaristas que frequentam as exposições regionais do Noroeste paulista, além disso também apresentar o Sindi e seus potenciais vantajosos na produção de carne e leite

de qualidade para a população urbana”, atesta o diretor de Marketing da ABCSindi, Eduardo Oliveira.

CALENDÁRIO- As inscrições para a 20ª ExpoSindi Brasil continuam abertas e podem ser feitas na entidade. O valor das argolas é de R$ 350,00 por animal.

INFORMAÇÕES: abcsindiuberaba@gmail.com ou Whatsapp (34)998636126 - Falar com Ana Lucia Magela.

Entrada dos animais: a partir de 26 de setembro. Pesagem es ultrassonografia: 27 de setembro.

Julgamento: 28, 29 e 30 de setembro

Saída dos animais: 1º de outubro

RAÇA

Nós costumamos dizer que o Sindi possui tripla aptidão: carne, leite e UNIÃO! Assim foi mais uma edição mega bem-sucedida do 6º leilão Sindi OT. Somos gratos do início ao fim à família que construímos dentro da raça. Sem vocês, nada estaria sendo possível. Estamos fazendo história! Queremos agradecer a cada pessoa que acompanhou, de casa ou conosco presencialmente. Desejamos que continuem acreditando na raça e em um futuro próspero da pecuária nacional. O Sindi OT continuará trabalhando com todas as forças para entregar os melhores padrões de produtividade, fertilidade e genética ao mercado, dentro dessa raça incrível que é recordista em crescimento em nosso país. Angelo, Giovanna e Tutu Tibery (Sindi OT)

Almir, Ricardo, Sergio, Eder, Enio, Mônica, Josemar, Angelo e Adriano Família Tibery Amigos do Sindi no Recanto OT Bitão, Adaldio, Angelo e Moises Neia, Eder, Almir, Tutu, Hélio, Angelo, Giovanna e Gaby SINDI MULHER: Unidas para o avanço da raça Caroline, Enio e Linda Cicinho e Adir Geraldo e Geraldo Filho Sandra, Geraldo, Helio, Silvinho, Bitão, Josemar, Eder, Paulo, Pimpa e Iza José Eduardo, Rubiquinho, Cláudio Totó, Lara, Ledir e Vick Maria Eduarda, Denner, Angelo e Karen Isabela, Victor e João Luis Jade, Flávio, Giovanna e Angelo Jander, Angelo e Renato Neider, Glauber e Ilnahra Orlando e Adriano Angelo, Eva e Papito
FOTOS ZZN PERES
Silvio, Luisa e Maju Thaís, Herique, Janiel e Paula Tutu, Flávio, Paulo Horto, Carol, Angelo, Giovanna, Paulo Brasil e Arley

Na liderança do avanço do Nelore

O novo presidente da ACNB, Victor Paulo Silva Miranda, já prepara a Expoinel 2023 e espera somar forças com todos os que desejam o fortalecimento da raça

Assim como ficou impressionado, há 30 anos, com o desempenho dos animais Nelore na fase de engorda, o capixaba Victor Paulo Silva Miranda continua acreditando na capacidade da raça de impulsionar a pecuária de corte nacional. Porém, agora, ele tem um desafio bem diferente do vivido na época em que comprou os primeiros garrotes zebuínos para engorda na fazenda Paraíso, em Vila Velha/ES.

Desde julho, Victor Miranda preside a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), cargo que ocu-

pará até 2025. “Integração e diálogo são as palavras que melhor definem a proposta da nova diretoria da ACNB. O trabalho seguirá em ritmo intenso, seguindo os mesmos princípios da gestão passada, ampliando ainda mais a participação dos criadores, trabalhando em conjunto com outras entidades, além de outros fóruns. Vamos ouvir muito e implementar medidas que fortaleçam as entidades regionais, contribuindo para atrair novos associados. Da mesma forma, queremos ampliar a prestação de serviços aos associados e assim também contribuir para ampliar o quadro associativo. E somar forças com todos os que desejam o

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RAÇA
LARISSA VIEIRA

fortalecimento da raça e da pecuária como um todo”, assinala Victor Miranda.

Segundo ele, a raça tem evoluído com sustentabilidade. “O melhoramento genético do Nelore tem sido muito significativo nos últimos anos, e continuará avançando. Vinte ou 30 anos atrás, um animal chegava ao ponto para ir para o frigorífico com 4 ou 5 anos de idade, pesando cerca de 400kg de peso vivo. Agora, segundo os dados apurados nas avaliações de mais de 20.000 animais Nelore no Circuito Nelore de Qualidade 2022, iniciativa promovida pela ACNB, em torno de 70% dos animais foram para o frigorífico com até 2 dentes incisivos permanentes, ou seja, com até 2 anos de idade, com um peso médio para os machos de mais de 600kg de peso vivo. De uma forma rápida e simplista, acho que isso resume o grau de evolução genético nos últimos anos.”, pontua.

Na visão do presidente da ACNB, esse melhoramento foi impulsionado pelo trabalho desenvolvido por técnicos, pesquisadores, pelo uso de pastagens e insumos de qualidade, e, principalmente, pelo trabalho e investimento dos criadores. “A redução da idade de abate dos animais e o aumento da produtividade por área, seja no segmento da cria ou de terminação, traz benefícios para toda a cadeia produtiva da pecuária bovina de corte, e para a economia do país. Com o aumento da produção, gera mais empregos, receitas e alimento, melhora a balança comercial e o PIB brasileiro, enfim, todos ganham. E o mais importante: de maneira sustentável”, destaca Miranda.

Este ano, a raça tem apresentado uma maior valorização dos animais em leilões, batendo recordes de preços. Um cenário bem distinto do vivido pela pecuária comercial, cuja base é a vaca Nelore, que tem apresentado cotações mais baixas da arroba. “Esta supervalorização dos animais de genética superior é fruto do trabalho e investimento feito pelos criadores ao longo dos anos. Por outro lado, passamos por um momento de baixa dos históricos ciclos pecuários, o que tem provocado a baixa valorização das matrizes e bezerros comerciais, e da arroba do boi gordo. Mas este aparente antagonismo se justifica exatamente pelo fato de que os momentos de crises, trazem a necessidade de ganhos de eficiência e oportunidades de melhorias. Além disso, há indícios de que estamos no momento de depressão máxima do ciclo de baixa, ou seja, devemos ter tempos melhores pela frente”, avalia.

Para o presidente da ACNB, o momento é de investir em genética melhoradora, insumos de qualidade, para garantir bons resultados no futuro. “Aliás, é muito oportuno

lembrar que já estamos nos encaminhando para a próxima estação de monta, na maioria das regiões pecuárias do país. É hora de se municiar de material genético de qualidade”, orienta.

Miranda sabe bem como a genética pode alavancar a rentabilidade de um rebanho. Há anos à frente da parte de pecuária da Heringer, acompanhou desde o início as transformações que o Nelore proporcionou à empresa. Atualmente, o plantel é composto por quatro mil matrizes PO. A Heringer também é selecionadora de Nelore Mocho. “Há 30 anos, trabalhávamos somente com engorda e decidimos adquirir garrotes Nelore. Os resultados foram muito bons e nos apaixonamos pela raça. Cinco anos depois, decidimos iniciar o criatório Nelore Heringer. Hoje, estamos entre os seis maiores vendedores de touro do Brasil, estamos entre os dez mais bem colocados do Circuito Nelore de Qualidade, somos o Melhor Criador e Expositor dos últimos seis anos da Copa do Atlântico, que envolve uma competição direta entre expositores do Rio de Janeiro e Bahia, conquistamos o segundo lugar ano passado na Supercopa e estamos entre os melhores criadores e expositores do Brasil. Tudo isso nos honra muito”, assegura Miranda.

RAÇA

O primeiro grande evento da sua gestão será a Expoinel 2023. A expectativa é de superar a edição passada em número de animais inscritos. A feira ocorrerá no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. “Já iniciamos a mobilização dos criadores para buscarmos o crescimento no número de expositores e animais, em relação à edição anterior. O calendário de leilões oficiais da exposição vai crescer muito. Finalizaremos a edição comemorativa de 30 anos do Ranking Nacional em grande estilo, mostrando a vitalidade deste segmento de seleção, com grande participação e muita valorização dos criatórios e animais”, adianta o presidente da ACNB.

BALANÇO POSITIVO

Nabih Amin El Aouar, novo vice-presidente da ACNB, que liderou a entidade desde fevereiro de 2018, disse estar extremamente satisfeito com o trabalho feito nos últimos anos para reestruturar a entidade, fomentar e valorizar a raça. “Foi um trabalho difícil e intenso, cujos resultados beneficiam todos os criadores de Nelore e a pecuária bra-

sileira como um todo. Agradeço aos meus companheiros de diretoria que deram muito de si em prol de um objetivo maior”, diz Nabih.

Ele destaca a ampliação do Circuito Nelore de Qualidade, que saiu de 11 etapas (2018) para 41 já definidas para este ano – incluindo no Paraguai e na Bolívia – e duas (México e Equador) a definir, o que o consolida como o maior concurso de avaliação de carcaças no mundo.

A carne bovina também mereceu destaque no trabalho da ACNB, com campanhas em prol do aumento do consumo e esclarecimento sobre sua qualidade. Da mesma forma, a participação nas reuniões da Câmara Setorial do MAPA e da Comissão de Bovinocultura de Corte da CNA. “Considero que cumprimos nosso papel, entregamos o que prometemos e estamos muito felizes em ver o Nelore em um novo patamar de divulgação e valorização. Feliz também pela nova gestão que está começando. Certamente faremos ainda muito mais pelo Nelore”, assinala Nabih Amin El Aouar.

NOVA DIRETORIA DA ACNB (2023 - 2025)

• Presidente - Victor Paulo Silva Miranda

• 1º Vice-Presidente - Nabih Amin El Aouar

• 2º Vice-Presidente - Paulo de Castro Marques

• 3º Vice-Presidente - Felipe Carneiro Monteiro Picciani

• Diretor - Adilton Boff Cardoso

• Diretor - André Ribeiro Bartocci

• Diretor - Bruno Abreu Leão

• Diretor - Gilson de Sousa Kyt

• Diretor - João Leopoldino Neto

• Diretor - Luiz Carlos Marino

• Diretor - Raphael Zoller

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CARNE

Pré e pós-parto

CUIDADOS COM MANEJO DE VACAS E NOVILHAS

CARNE DE QUALIDADE CRIADORES FOCAM SELEÇÃO EM MARMOREIO

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#pecBR
PRODUÇÃO . MERCADO . ARROBA

Manejo de vacas e novilhas no pré e pós-parto imediato

Nossos avós já diziam que o “bezerro do cedo” é o melhor, e a ciência vêm comprovando que esse “conhecimento campeiro” é correto. Bezerros das vacas que emprenharam no início da estação de monta nascem no meio da estação seca, período de menor desafio sanitário e, quando passam a ingerir alimento seco em quantidade, as primeiras chuvas já ocorreram e o pasto viçoso e abundante permite o melhor desenvolvimento do bezerro.

Mas se por um lado a estação seca favorece o manejo sanitário dos bezerros, o pasto escasso e de menor qualidade pode sacrificar a vaca se ela não for adequadamente suplementada, principalmente as fêmeas que passam da primeira para a segunda cria. Nesse artigo discorro sobre esse e outros cuidados que venho recomendando aos pecuaristas que atendo e que têm aproveitado essas dicas para melhorarem seus resultados.

PARIDOUROS

O termo “pré-parto” dispensa explicações, mas destaco os 45 a 30 dias antes do parto previsto como período de grande importância para o manejo sanitário dos animais. Esse é o momento no qual as vacas devem ser conduzidas para os “paridouros”, que nada mais são que pastos acessíveis aos vaqueiros, com capim de média altura, livres de plantas daninhas e armadilhas como buracos e cercas caídas e, preferencialmente, sombreados para conferir maior bem-estar animal à vacada e aos bezerros recém-nascidos. Destaco ainda a importância desses pastos não estarem na borda de matas, para evitar o ataque de predadores.

VACAS DOULAS

Outra “observação campeira” comprovada pela ciência é a importância de colocarmos vacas experientes no lote de fêmeas que vão para a primeira cria. Estudos mostram que quando introduzimos fêmeas com duas ou mais crias

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no lote de novilhas de primeira cria, essas têm o comportamento mais tranquilo, o número de bezerros enjeitados é menor e até mesmo o ataque de predadores é reduzido. Isso demonstra que de alguma forma as vacas experientes transmitem segurança às fêmeas jovens.

O PARTO

Este é o momento de maior risco da vida de um mamífero, tanto para o que nasce quanto para o que dá à luz. Uma dúvida muito frequente é em relação a ajudar ou não a vaca parir. E a minha resposta é: NÃO! A intervenção só deverá acontecer quando comprovado o risco de morte para a vaca ou bezerro, caso contrário devemos deixar que a natureza cumpra seu papel.

Apesar do momento maravilhoso, há de se convir que o parto é uma fase bastante exaustiva e estressante para a fêmea, e qualquer ser humano será visto como um predador, aumentando o estresse da vaca e os riscos de ela rejeitar o bezerro.

Se a intervenção for realmente necessária, o veterinário é o profissional habilitado para auxiliar com segurança para a vaca e o bezerro.

CURA DE UMBIGO

Já está consagrada a necessidade de se fazer a queima do umbigo logo nas primeiras horas pós-nascimento. No entanto, muitos pecuaristas insistem em utilizar produtos com pouca ou nenhuma eficácia para esse fim. Mata-bicheiras e cicatrizantes são bons para repelir moscas, desa-

lojar larvas e até marcar os animais, mas tem eficácia quase nula na cura de umbigo.

O umbigo é a principal via de comunicação entre a vaca e o feto, que é rompida no momento do parto. No entanto, esse canal pode permanecer aberto por dias até que aconteça a mumificação completa do coto umbilical. A “queima do umbigo” é o manejo que visa acelerar o processo de mumificação do coto, interrompendo, assim, essa via de acesso que se contaminada, poderá levar sérias doenças ao bezerro já nos seus primeiros dias de vida.

Após o nascimento é crucial que a queima do umbigo seja feita com solução de iodo ou alcatrão o mais rapidamente possível, acelerando o processo de mumificação do coto umbilical e interrompendo o acesso de patógenos via umbilical. Devemos utilizar soluções de iodo 5 ou 10%, bem como produtos comerciais próprios para a função, como o Curumbi ou Umbicura. Tenho indicado o primeiro, que por conter alcatrão, me dá muita confiança em usá-lo puro. O segundo eu também indico, porém, em solução com iodo 10% para acelerar o processo de mumificação do coto umbilical.

NUTRIÇÃO PRÉ-PARTO

Vacas prenhes não devem ser jogadas no fundo da propriedade como se fosse um castigo por estarem prenhas. Não, isso jamais; pois elas carregam no ventre o futuro da propriedade. As vacas prenhes devem ter acesso a pasto abundante e de qualidade, com suplementação

Marcus Rezende Médico-veterinário e consultor de empresas para o agronegócio.

nutricional adequada para seu estado de gestação e, assim, poderem gerar um bezerro de qualidade e ainda assim se desenvolverem. Devemos ter em mente que a vaca deve receber nutrição suficiente para a sua mantença e para a sua gestação, por isso o ajuste nutricional é fundamental para não prejudicar o desenvolvimento do feto, tampouco comprometer a vaca para a próxima concepção.

É muito comum pecuaristas reclamarem da dificuldade de emprenhar as fêmeas que estão indo para a segunda cria. Essa dificuldade só acontece porque há falha na suplementação nutricional, que geralmente não é suficiente para permitir que a novilha gere o bezerro sem prejudicar seu desenvolvimento corporal. Quando essa falha nutricional acontece, a cobrança vem em forma de atraso para a próxima concepção. A solução para isso é simples; basta fazer um aporte nutricional adequado e que permite à novilha ganhar peso e ganhe escore corporal mesmo durante a gestação.

NUTRIÇÃO PÓS-PARTO

Não se engane achando que a missão da vaca acaba com o parto. Ela terá que proteger e amamentar um bezerro por mais alguns meses, e isso demanda muita energia. Vaca boa não é vaca grande e bonita, mas aquela que desmama um bezerro pesado e sadio, mesmo que isso custe peso e escore corporal. E para evitar sacrificar boas matrizes por falhas nutricionais, é mandatório o ajuste na suplementação nutricional para garantir que a vaca tenha condições de mantença, de produzir muito leite para o bezerro e ainda se preparar para a próxima concepção.

Em cada momento de sua vida a vaca tem uma exigência nutricional distinta, e no pós-parto ela tem uma elevada demanda energética, exigindo do nutricionista o ajuste fino

na dieta para garantir bezerros pesados na desmama sem predicar o desempenho reprodutivo das fêmeas.

MANEJO ANTIPARASITÁRIO

As vacas são bastante tolerantes a parasitos internos e trabalhos apontam que elas suportam infestações de até 2000 OPG (ovos por gramas de fezes) sem prejuízo produtivo, no entanto; devemos considerar que embora as vacas sejam resistentes, quem anda ao pé delas, os bezerros, já sentem os sinais de um décimo dessa carga parasitária. Dessa forma é recomendável manter as vacas livres dos parasitos internos por meio de endectocidas concentrados ou nutracêuticos adicionados à dieta.

Além dos parasitos internos, devemos estar alerta para os parasitos externos, e dentre esses os carrapatos ganham destaque, pois além de espoliar os animais, eles podem transmitir doenças como a tristeza parasitária bovina, que acomete animais de todas as idades, principalmente bezerros em fase de amamentação.

Já as moscas-dos-chifres, a qual o prejuízo causado à pecuária já é bem conhecido, espoliam os bovinos, transmitem doenças, estressam os animais e o resultado de tudo isso é o menor desenvolvimento dos animais, menos vaca emprenhadas, menos leite produzido e bezerros mais leves. Ou seja: o prejuízo é grande!

Mas tudo isso provocado por um mosquitinho miudinho? Um só não, vários e o desconforto causado pela mosca-dos-chifres é facilmente notado quando observamos um rebanho infestado. A parte boa é que esse é um parasito facilmente repelido por meio do uso de bons brincos mosquicidas ou mesmo eliminadas por meio do uso contínuo de nutracêuticos a base de diflubenzuron técnico na dieta.

OS DEZ MANDAMENTOS DA CRIA LUCRATIVA

1. Tenha pastos paridouros adequados;

2. Tenha vacas doulas (experientes) em meio a novilhas;

3. Deixe a natureza agir - só intervenha quando estritamente necessário;

4. Proteja suas vacas de curiosos;

5. Proteja suas vacas de predadores;

6. Cure umbigo com produtos adequados;

7. Estabeleça um calendário de vacinas reprodutivas;

8. Reforce a suplementação de novilhas recém-paridas;

9. Ajuste a dieta de fêmeas prenhes;

10. Elimine as moscas-dos-chifres das suas vacas.

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C M Y CM MY CY CMY K
AGOSTO/SETEMBRO 2023

Os efeitos do “boi China” na pecuária brasileira

As exigências do mercado externo estão contribuindo para melhorar os índices de desempenho do rebanho nacional

OBrasil nunca mais foi o mesmo depois da China “dominar” as compras de carne bovina. Eles respondem por mais de 65% das exportações da proteína, exercendo influência sobre os sistemas de produção de gado de corte. “Devido às rígidas exigências sanitárias e de padrão de qualidade do mercado chinês, o pecuarista brasileiro precisou se adequar. Foi preciso produzir animais cada vez mais precoces, com até 30 meses de idade, e com padronização de acabamento de carcaça referente à cobertura de gordura. Tais exigências têm impulsionado a intensificação da pecuária brasileira, estimulando investimentos em tecnologias, gestão, nutrição, sanidade etc.”, explica a médica-veterinária Julia Zenatti, analista de mercado e coordenadora do Confina Brasil.

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Julia Zenatti Analista de mercado e coordenadora do Confina Brasil LARISSA VIEIRA

A busca pelo abate cada vez mais precoce refletiu positivamente em índices como GMD (ganho médio diário) e na eficiência de conversão alimentar. Para isso, os produtores tiveram de fazer uso de estratégias capazes de possibilitar um ganho de peso mais acelerado em menor tempo. A avaliação feita em 2022 pela DSM em confinamentos de todo o país mostrou que, em média, os bovinos ganharam 9 arrobas em 122 dias, entrando com média de peso vivo inicial de 12,7 arrobas e saindo com 21,77 arrobas. “Com o estímulo para atender o mercado com animais mais jovens, o produtor investiu mais em nutrição e, com isso, reduziu a idade de abate dos bovinos. Isso trouxe um ganho de produtividade para a nossa pecuária, pois permitiu a diminuição do ciclo, ao mesmo tempo em que aumentou o desfrute”, esclarece Juliano Sabella, diretor de Marketing da DSM-Firmenich e presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram).

O “boi China” ainda levou a uma maior ênfase na segurança dos alimentos. Para atender a esses requisitos, entre outros benefícios, os produtores brasileiros têm aderido cada vez mais a sistemas de rastreabilidade animal. Segundo Julia, essa prática impacta positivamente nos padrões produtivos além de permitir um acompanhamento muito mais criterioso da origem e desempenho produtivo do rebanho, possibilitando maior rentabilidade dentro da atividade.

Os especialistas acreditam que houve ganhos também na parte ambiental. “Um ciclo mais rápido dos bovinos, traz uma menor emissão dos chamados gases de efeito estufa, além do benefício econômico, mantendo bovinos com eficiência alimentar maior dentro do plantel”, assegura a coordenadora do Confina Brasil.

O presidente da Asbram concorda. “Percebemos que houve e está havendo uma mudança considerável e cada vez maior em relação a questões que impactam diretamente o meio ambiente. O investimento em tecnologias e ferramentas que contribuem com a diminuição das emissões do seu rebanho estão na pauta desses pecuaristas brasileiros, que sabem que um setor mais sustentável é benéfico para toda a sociedade”, pontua Sabella.

Para a coordenadora do Confina Brasil, de certa forma, as demandas do mercado chinês tiveram influência na intensificação da produção e, portanto, na popularização do sistema de confinamento. “Além de possibilitar a aceleração do giro, o sistema possibilita produzir mais em um espaço menor, disponibilizando área para outras finalidades, além do pastejo, como o cultivo de lavouras e produção de silagem”, diz Julia.

Ela explica que, apesar de atrativo, o sistema tem um custo mais elevado e exige infraestrutura. “Temos acompanhado, neste ano de 2023, produtores mais cautelosos após um 21/22 difícil, apesar dos maiores patamares de preços para a arroba. A pressão sobre a arroba do boi gordo, estoques caros e prejuízos ainda não realizados, têm feito muitos confinadores de pequeno e médio porte, recuarem, principalmente nesse primeiro giro, que pode sentir um pouco mais a pressão baixista. Em contraste, vimos grandes unidades confinadoras, apostando em um desempenho ao menos páreo com o ano anterior, e aproveitando oportunidades no mercado para investirem em ampliações, sistemas integrados e até mesmo na compra

Juliano Sabella Diretor de Marketing da DSM-Firmenich e presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram)

to no Brasil vem da implementação de tecnologia nas fazendas. Nos últimos anos, o país saltou de 3,8 milhões de cabeças, em 2016, para 7 milhões em 2022. A estimativa do Censo DSM de Confinamento é de esse número fique em 6,995 milhões de cabeças este ano. Mato Grosso, São Paulo, Goiás e Minas Gerais lideram o ranking de confinadores.

Atualmente, há uma concentração dos grandes confinadores (acima de 10 mil animais), com as operações respondendo por 52% do total de cabeças confinadas no país. Em 2021, esse percentual era de 46%.

MERCADO CHINÊS É VANTAJOSO?

A decisão de investir ou não em operações mais intensivas de terminação depende de diversos fatores, mas o diferencial de preço (ágio) pago pelo chamado “boi China”, definitivamente, foi um fator influente na adesão a esse sistema. O prêmio pelo animal padrão exportação serve de incentivo em meio a um cenário de preços pressionados. No entanto, o ágio que já chegou a ser 20, até 30, $/@ mais elevados que o gado destinado ao mercado interno, hoje vem estreitando cada vez mais. “O momento do ciclo pecuário em que vivemos, com maior descarte de fêmeas, demanda mais comedida e, portanto, boa oferta, tem derrubado os preços da arroba. Além disso, no mercado ex-

avaliar cuidadosamente os demais fatores relevantes antes de tomar a decisão de qual sistema é o ideal para sua operação e objetivos”, orienta Julia.

Nos levantamentos realizados pela equipe do Confina Brasil, a grande maioria das propriedades estão preocupadas em terminar animais até 4 dentes, como é exigido pelo mercado chinês. Para acelerar o ganho de peso, a dieta foi impactada, com os produtores apostando em formulações mais quentes, com cada vez menor proporção de volumoso, uso de aditivos, investimentos em tecnologias, desde a mistura e distribuição do trato até a precisão no momento da leitura de cocho. “Práticas de bem-estar animal visando maior produtividade também são frequentes nos confinamentos visitados: irrigação e aspersão para a redução de poeira nos currais de engorda, sistemas de sombreamento, aplicação de manejo racional e até mesmo investimentos em enriquecimento ambiental como estratégia para reduzir o estresse foram identificadas”, diz a coordenadora do Confina Brasil.

E os pecuaristas estão investindo não só na qualidade dos animais, mas também na melhoria de máquinas, das estruturas de curral/piquetes, no conceito de “Nutrição de Precisão”, adotando uma gestão por indicadores, dietas mais desafiadoras e manejo de cocho limpo. Outros investimentos têm sido feitos para adequação às leis ambientais

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vigentes, garantir a sustentabilidade e o bem-estar animal. “O que o Censo de Confinamento da DSM-Firmenich mostra é que, cada vez mais, os confinadores estão enxergando que existem ferramentas disponíveis para travar os custos e preços de vendas, reduzindo muito o risco da atividade. Dessa forma, entendemos que há investimentos para aumento da capacidade e, principalmente, crescimento das operações mais profissionalizadas”, diz Sabella.

Para o diretor de Marketing da DSM, os avanços provocados pelas exigências chinesas é um caminho sem volta dentro dos confinamentos. “Hoje em dia, o pecuarista que sobe um degrau na escada da tecnologia, dificilmente retrocede. Esse produtor que investe em novas ferramentas para aprimorar o manejo da sua propriedade e influenciar na dieta de seus animais influencia outros pecuaristas a adotarem mais tecnologias para a gestão da sua propriedade. Então, eu acredito que os impactos positivos de qualquer exigência de mercado ficam incorporados na atividade, fazendo com que tenhamos um novo patamar médio do mercado”, finaliza Juliano Sabella.

OUTROS MERCADOS EXTERNOS

Outros dois novos mercados exigentes que estão sendo prospectados para a carne brasileira são a Coreia do Sul e o Japão. Ambos podem acabar sendo conquistados a partir da não necessidade de vacinação da febre aftosa, e devem ter exigências semelhantes ao vizinho.

Países do Oriente Médio como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito, também têm sido importantes importadores de carne bovina e gado vivo brasileiro.

Outro exemplo são empresas interessadas em servir ao consumidor islâmico, que precisam obter a certificação halal, obrigatória aos exportadores, que envolve uma série de mudanças na produção, abate e processamento da carne. “O mercado agropecuário brasileiro é adaptável! Somos um país extenso e diverso, com grande potencial de crescimento, o que nos permite produzir em quantidade e qualidade, atendendo diferentes mercados”, finaliza a coordenadora do Confina Brasil.

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Na mira da carne de qualidade

A seleção para marmoreio ganha impulso no país com trabalhos desenvolvidos pelos criatórios integrantes da Confraria da Carcaça Nelore, que vem identificando animais de excelência para produção de carne de qualidade.

Pioneiro na utilização de biotecnologias, como a Transferência de Embrião e a Fecundação in Vitro, o criatório VRJO vem incorporando, com maior intensidade, em seu sistema de seleção as características ligadas à qualidade de carcaça. Nos últimos anos, todas as fêmeas e os machos ao sobreano passam pela ultrassonografia de carcaça, tecnologia que antes era aplicada somente nos touros para venda e nas fêmeas que seriam submetidas à transferência de embrião. “Atualmente, ao final da nossa prova de ganho em peso, os touros passam pela ultrassonografia de carcaça. Esses dados são enviados ao PMGZ, contribuindo para ampliar a base de dados do programa”, explica o médico-veterinário Frederico Cunha Mendes, que comanda a seleção VRJO juntamente com o pai José Olavo Borges Mendes e os irmãos José Olavo Júnior e Rafael. O criatório completa 55 anos em 2023.

Dentro desse novo direcionamento de seleção, a VRJO passou, há dois anos, a integrar a Associação Confraria da Carcaça Nelore. A entidade reúne mais de 60 membros, entre criadores, produtores rurais e técnicos, e tem como objetivo fomentar a ultrassonografia de carcaça como principal ferramenta de aceleração para a genética da carne de qualidade. “Já tínhamos iniciado a identificação de linhagens com destaque em qualidade de carne, como área de olho de lombo e espessura de gordura, mas quando entramos para a Confraria, passamos a dar um direcionamento ainda maior para essas características, inclusive para marmoreio, dentro da nossa seleção”, diz Frederico.

Dois touros da fazenda participaram da 2ª Prova de Eficiência Alimentar Confraria da Carcaça Nelore, finalizada em julho de 2023, no Centro de Performance Humberto de Freitas Tavares, na central Bela Vista, em Botucatu/SP. Com quatro etapas de seleção, a prova teve a participação de 130 animais de 43 rebanhos. Eles foram pré-seleciona-

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LARISSA VIEIRA BRUNO DIAS

dos dentro de mais de 10.000 animais avaliados ao sobreano com base nos dados de ultrassonografia de carcaça.

Ao longo da prova, os animais passaram por teste de eficiência alimentar, ganho de peso médio residual e ultrassonografia para medição de AOL, EGS e marmoreio. Os touros são ranqueados a partir de um índice, que é composto por: 15% consumo alimentar residual (CAR), 15% ganho de peso médio residual, 30% área de olho-de-lombo, 30% marmoreio, 10% espessura de gordura subcutânea por ultrassonografia de carcaça. Além disso, devem apresentar marmoreio mínimo de 3% comprovado pela ultrassonografia de carcaça, sendo um critério eliminatório.

Na sequência, os aprovados seguem para outras duas fases, ambas excludentes. Vinte e dois animais passaram pelo crivo dos jurados da ABCZ Célio Arantes Heim, Luiz Bonilha, Irineu Gonçalves e Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges. Durante o julgamento de padrão, conformação, caracterização e método EPMURAS, foram aprovados 15 touros. “Eles ainda passaram por exame andrológico e os aprovados tiveram sêmen coletado para o teste de progênie. Essas doses serão distribuídas para rebanhos participantes da Confraria e outras propriedades interessadas. Considero essa prova a mais rigorosa dentro da raça Nelore, pois conta com muitas peneiras e critérios científicos para identificar touros que irão contribuir para produção de carne de qualidade”, explica Liliane Suguisawa, diretora da DGT Brasil, empresa responsável pelas avaliações de ultrassonografia.

Entre os touros vencedores da prova, está o exemplar da VRJO. “É mais um indicativo de que estamos na direção certa. Em 2021, tivemos outro reprodutor jovem bem classificado no Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens, que apresentou 18,9 mm de espessura de gordura, além disso foi o primeiro em Área de Olho de Lombo em sua categoria”, lembra Frederico.

FOCO NO CONSUMIDOR

A associação não tem trabalhado somente a parte técnica da seleção para qualidade de carcaça. “Nosso foco de ação não é exclusivamente o animal, mas, sim, a carne. O consumidor é extremamente importante

nesse processo. O produto Nelore tem de se mostrar na gôndola do supermercado. Com nosso trabalho, pretendemos atender essa demanda por carne de qualidade, que hoje não consegue ser suprida somente pelos produtores brasileiros”, explica o presidente da Confraria da Carcaça Nelore, Shiro Nishimura.

Segundo ele, não adianta falar sobre maciez de carne e marmoreio somente para o setor. É preciso conquistar os consumidores se a raça quiser se consolidar no mercado como uma alternativa de produção de carne de qualidade. “Estamos realizando degustações com carne Nelore em diversos eventos e o público tem aprovado nosso produto. Isso é relevante, pois quando eles forem comprar carne para o churrasco ou para o dia a dia vão buscar um produto dentro daquele padrão”, diz Nishimura.

O presidente destaca que a produção de carne macia e saborosa está ligada à idade do animal, que precisa ser de até dois anos, e ao índice de marmoreio, passando de 3. “Além da genética, é preciso investir em um manejo diferenciado, desde a cria até a engorda. É preciso também investir na qualidade das vacas, pois elas contribuem para a produção de carne dentro de altos padrões”, acrescenta o presidente da Confraria.

Criador de Nelore desde 1988, Nishimura passou um

Shiro Nishimura, Presidente da Confraria

tempo sem atuar na pecuária seletiva, mas decidiu retomar as atividades na última década. Em seu retorno, percebeu que as diversas tecnologias existentes poderiam contribuir para focar sua seleção dentro dos conceitos defendidos pela Confraria. Na Fazenda Araponga, em Jaciara/MT, Nishimura concentra seu rebanho PO.

Assim como ele, mais de 60 fazendas participam da Confraria. Uma delas é o Nelore Beka, do criador paranaense Abelardo Lupion. “Quando importamos gado da Índia, não sabíamos o que encontraríamos em termos de produtividade já que o foco era o refrescamento de sangue. Felizmente, os animais comprovaram ser muito precoces, muito produtivos e com alto nível de marmoreio”, lembra Lupion.

A fazenda decidiu há sete anos utilizar a ultrassonografia de carcaça para identificar os animais superiores para qualidade de carcaça. Os resultados mostraram que existia uma possibilidade real de fazer uma carne dentro dos mais altos padrões do mercado. “Enquanto a média nacional de marmoreio fica em 1, temos hoje uma média 3,8 de marmoreio nas fêmeas. Além disso, temos dois touros com marmoreio acima de 5. É uma preciosidade para a raça”, assegura o criador.

O criatório ainda realizou um abate técnico de uma novilha de 20 meses, cujo rendimento de carcaça ficou em 62%. No macho abatido, o índice ficou em 63%. “O Nelore é a solução efetiva para a pecuária do Brasil porque aguenta qualquer clima e região. A identificação de animais com maior índice de marmoreio contribuirá ainda mais para o avanço da raça. Temos um material diferenciado na mão. Agora, é importante que os frigoríficos bonifiquem os produtores que entregam animais de carcaça superior”, cobra Lupion.

Os participantes da Confraria da Carcaça reforçam que o Nelore já é peça fundamental na produção de carne de qualidade, já que os produtos vendidos no mercado são de animais meio-sangue Nelore. “Hoje, vivemos um processo de entendimento sobre a seleção para marmoreiro. Todos entenderam que o Nelore tem potencial para atender essa demanda. Já existem no mercado indivíduos com média maior que outras raças, o que até algum tempo era impensado. Precisamos multiplicar essa genética e difundi-la pelo país. E o Nelore ainda tem grande vantagem em relação ao custo de produção, que é muito menor, além de ser mais saudável e sustentável”, pontua Frederico, da VRJO. Segundo ele, a carne de qualidade precisa ser mais acessível para os brasileiros, afinal 75% do total produzido são destinados ao mercado interno. “Nada mais justo que o povo brasileiro tenha condições de comprar uma carne macia e saborosa. Esperamos que isso ocorra em um futuro breve”, finaliza Frederico Mendes.

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Confrades reunidos em evento da entidade José Olavo Jr, José Olavo e Fred

Demanda pelas

raças leiteiras

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#pecBR IMPORTAÇÕES PREOCUPAM ENTIDADES ALERTAM PARA OS RISCOS DA ENTRADA DE LEITE NO BRASIL
LEITE NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA
INTERNACIONAL ESTÁ DE OLHO NA GENÉTICA BRASILEIRA
MERCADO

Importações de leite sem freio

Produtores rurais cobram do governo medidas para impedir a entrada em grandes volumes de leite, pois estariam prejudicando o setor

Não é de hoje que os produtores brasileiros reclamam das importações de leite, mas a situação de 2023 fez ligar o alerta vermelho do setor, que sofre com o aumento dos custos de produção. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que, entre janeiro e junho deste ano, as importações de leite aumentaram em 198%, comparado ao mesmo período de 2022. A maior parte dos embarques vem da Argentina e do Uruguai, a preços inferiores aos produzidos localmente.

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LEITE
LARISSA VIEIRA
Jônadan Ma, Presidente da Comissão de Leite do Sistema Faemg/Senar e vicepresidente da Comissão de Leite da CNA

Dados da Secex mostram que, em junho, as importações somaram mais de 212,1 milhões de litros em equivalente leite, elevando o déficit da balança comercial a patamares recordes. Este é um processo que começou a ganhar mais força ainda em setembro do ano passado, quando os preços do leite aqui no Brasil haviam atingido um pico em agosto. “É uma situação extremamente preocupante. São 12 meses de importações predatórias e desleais, pois os custos de produção brasileiros são muito mais elevados do que dos países que estão enviando leite para cá. Nunca se importou tanto leite no país”, protesta Jônadan Ma, presidente da Comissão de Leite do Sistema Faemg/Senar e vice-presidente da Comissão de Leite da CNA.

Segundo ele, as importações de julho devem ter superado as 27 mil toneladas, mais da metade do registrado no mesmo período do ano passado. A quantidade importada no primeiro semestre de 2023, quase três vezes acima do registrado no ano passado, representa aproximadamente

9,5% da captação formal de leite cru. Vale destacar que, no mesmo período do ano passado, as importações representaram apenas 3,2% da captação nacional. “Quando apresentamos esse dado ao vice-presidente e ministro Geraldo

Alckmin [Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço], ele ficou impressionado, pois não sabia que o percentual sobre o leite inspecionado era tão elevado. O governo ficou de verificar o que poderá ser feito, mas nada de concreto ainda foi feito”, diz Ma. O vice-presidente recebeu os secretários de Agricultura do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) e outras lideranças do setor em julho. Já no dia 1º de agosto, o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) reuniu-se também com Alckmin. Uma das medidas sugeridas foi a taxação da importação de derivados de leite não incluídos no acordo do Mercosul ou procedentes de países que não fazem parte do bloco.

Também foi solicitado ao governo federal que investigue uma suposta prática de dumping pelos produtores uruguaios já que os volumes exportados não estariam condizentes com sua capacidade produtiva. Outra reivindicação apresentada pelo deputado foi a inspeção sanitária da produção de leite uruguaia, que seriam inferiores à brasileira. “Estamos sofrendo um ataque desleal, que é a importação de leite em pó, muitas vezes subsidiado nos países de origem, entrando aqui de forma desleal para o nosso produtor e isso afeta, principalmente, o pequeno produtor.

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Estamos trabalhando fortemente este tema, não só com a CNA, mas junto com as cooperativas, Ocemg, Girolando, ABRALEITE e OCB, para que a gente impeça esse comércio predatório”, explicou o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio Pitangui de Salvo.

Segundo Jônadan Ma, o setor não quer a proibição das importações, nem uma taxação fora dos regulamentos do Mercosul. “Estão tentando junto ao governo um controle mais rigoroso do leite que está sendo importado. É preciso aferir a procedência e a qualidade, além de ter um nível de equivalência nas exigências de mercado”, pontua.

Além de alto volume importado no primeiro semestre de 2023, a pecuária leiteira no Brasil sofre com os preços mais competitivos no mercado externo que os nacionais –o que pressiona as cotações domésticas ao longo de toda a cadeia. Os custos brasileiros não são competitivos, como os do Uruguai e Argentina. Estão pesando na conta itens como energia elétrica, frete, mão de obra, combustível, além dos impostos mais altos do sistema brasileiro.

Redução no setor - Outro problema da pecuária leiteira no Brasil é a dificuldade de elevar a produção, que

está em torno de 35 bilhões de litros nos últimos anos. O número de fazendas produtoras vem caindo e a tendência é de concentração em grandes e médias propriedades. Em 2002, eram mais de 1,6 milhão de estabelecimentos e agora são 1,1 milhão, segundo dados do IBGE.

AÇÃO JUDICIAL

As importações desenfreadas de leite foram parar na justiça. A Associação de Criadores de Girolando Sem Fronteiras (ACGSF), que atua na região mineira de Leopoldina, protocolou ação judicial perante a 6ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal.

A liminar pede que a União Federal comprove que pratica com os exportadores as mesmas exigências legais de natureza trabalhista, tributária, sanitária, ambiental, de medicina e de segurança do trabalho que são impostas ao produtor de leite nacional. A entidade pedi a paridade de condições e exigências legais entre os produtores nacionais e os estrangeiros. Segundo o advogado José Eduardo Junqueira Ferraz, caso não haja essa paridade, a associação reivindica a suspensão das importações.

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LEITE
Antônio Pitangui de Salvo, Presidente do Sistema Faemg Senar

Novos mercados para a genética leiteira do Brasil

Colômbia está entre os países com maior interesse por Gir Leiteiro, Guzerá e Girolando. O país quer a revisão do protocolo sanitário para facilitar as exportações

Aampliação do protocolo sanitário na área de genética bovina entre Brasil e Colômbia está entre as propostas que serão apresentadas aos governos dos dois países pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e pela Federação Nacional de Departamentos da Colômbia, que reúne governadores dos 32 departamentos (estados) daquele país. O assunto foi tratado durante reunião ocorrida 24ª Agroexpo, em Bogotá, com a presença do gerente do projeto internacional Brazilian Girolando, Marcello Cembranelli, e dos representantes da Federação, o diretor-executivo, Didier Tavera, a subdiretora de Governo e Regiões, Carolina Franco, e o

chefe do Programa Anticontrabando, David Jaramillo.

A Colômbia é o principal país importador da genética Girolando na América Latina. Como o Brasil é o berço da raça e referência em sua seleção, muitos criadores colombianos têm interesse em levar touros e matrizes de genética superior para acelerar o melhoramento genético do rebanho local. Apesar dessa forte demanda, o atual protocolo sanitário entre os dois países não permite a comercialização de animais vivos. “Além da inclusão de animais vivos, é urgente rever as exigências atuais para o comércio de sêmen e embriões, pois o excesso de burocracia tem tornado o processo muito complicado, desestimulando novos negócios”, explica Cembranelli.

LEITE
Raça Guzerá está entre as mais procuradas no mercado externo

As duas entidades fizeram um memorando solicitando a revisão do protocolo e enviarão às embaixadas dos dois países. Outra medida será uma visita técnica neste mês de agosto de representantes da federação colombiana ao Brasil para tratar do assunto com Ministérios e órgãos responsáveis. “Nosso interesse com essa missão é promover o intercâmbio de tecnologias entre os dois países”, diz o gerente do Brazilian Girolando.

De acordo com diretor-executivo da Federação Nacional de Departamentos da Colômbia, a ida ao Brasil será uma oportunidade para tomar decisões importantes sobre o assunto. “Nosso objetivo é avançar no aprimoramento dos protocolos, minimizando o tempo e os procedimentos para o intercâmbio de produtos, conhecimento, tecnologia e genética bovina do Brasil para a Colômbia, e da Colômbia para o Brasil”, assegura Didier Tavera.

A comitiva ainda visitará duas propriedades referência na seleção de Girolando, localizadas no estado de Goiás, a Estância K e a ICH Agropastoril. O grupo também conhecerá sistemas de produção de cana-de-açúcar e de energia em outras regiões do Brasil. “Estamos agradecidos pelo convite da Girolando para visitarmos essas propriedades, pois poderemos conhecer pessoalmente o trabalho de melhoramento genético da raça”, diz Didier Tavera.

DEMANDA PELO ZEBU LEITEIRO

Não é só a raça Girolando que está na mira dos mercados externos. As raças Gir Leiteiro e Guzerá têm forte demanda na América Latina, África e Ásia. “Vimos isso in loco, durante nossa participação na Agroexpo 2023, em Bogotá, que o país tem grande no zebu leiteiro. Mas não podemos deixar de mencionar o imenso potencial de mercado que a Índia representa para as raças leiteiras. Nossa expectativa é que os protocolos sejam aperfeiçoados com consequente incremento das exportações de genética leiteira para aquele país”, assegura a supervisora de Relações Internacionais da ABCZ, Raquel Dal Secco Borges.

Segundo ela, o projeto Brazilian Cattle está trabalhando em várias frentes para abertura de mercado, seja para animais vivos ou para material genético. “Na Ásia, estamos atuando junto ao governo do Paquistão. Na África, com a Namíbia, Quênia e Tanzânia. Já na América Latina as negociações são com El Salvador, Guiana e México”, diz Raquel.

Países da África subsaariana e Ásia têm procurado regularmente pela genética zebuína para leite. Depois de exportar para o Senegal 310 touros, que desembarcaram em maio em terras africanas, a raça Guzerá continua registrando demanda crescente tanto no exterior quanto internamente. Em 2022, as exportações de doses de sêmen da

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raça cresceram 25% segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA). “A expectativa é de que 2023 seja ainda melhor, pois as vendas no primeiro trimestre ficaram acima das registradas no mesmo período do ano anterior. Observamos um forte crescimento, principalmente em países como Panamá, Colômbia e Costa Rica”, esclarece o gerente de Produto Leite Tropical Brasil da CRV, Antônio Garcia Silva Nascimento.

O avanço genético da raça e a melhor comunicação desses dados ao mercado estariam contribuindo para a crescente valorização do Guzerá. “Com a maior divulgação de dados das lactações, de persistência de lactação e qualidade do leite, os produtores que trabalham com cruzamentos leiteiros passaram a apostar mais no Guzerá. Nos países que se têm usado o Guzerá em cruzamentos com outras raças, os produtores estão conseguindo obter boas lactações, em torno de 4 mil kg/leite, mesmo em climas adversos e em condições de pasto ou comida não ideais justamente por conta da versatilidade e rusticidade da raça”, informa Garcia.

De acordo com ele, boa parte das vendas de sêmen Guzerá feitas pela CRV são

justamente para produtores de leite que fazem cruzamento com outras raças. “Como o Guzerá é dupla aptidão, possibilita a venda dos bezerros a preços melhores para a pecuária de corte”, explica. Entre os pontos mais valorizados nos touros Guzerá estão: consistência da família, ter mães, avós e bisavós com lactações aferidas, pedigree, participação no teste de progênie, avaliação fenotípica, controle leiteiro das mães.

Já a raça Gir Leiteiro lidera as exportações de sêmen nos últimos anos, sendo a Colômbia o maior mercado na América Latina. Em 2022, foram exportadas oficialmente 255.168 doses de sêmen para vários países contra 151.154 doses em 2020.

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LEITE
Didier Tavera, Marcello Cembranelli e Carolina Franco

DE 09 A 15 DE OUTUBRO • UBERABA-MG

O grande encontro das raças leiteiras.

ORGANIZAÇÃO
AGUARDE!

ZONA RURAL

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GESTÃO . TECNOLOGIA . SUSTENTABILIDADE . MERCADO #pecBR ZOOTECNIA DE PRECISÃO USO DE DRONES PARA LEITURA DE COCHO
sanitário
Dilema
FIM DA VACINAÇÃO CONTRA AFTOSA TRAZ OUTROS RISCOS?

Sanidade do rebanho corre risco sem vacinação contra aftosa?

A suspensão já reflete negativamente no manejo sanitário e na venda de medicamentos. Saiba como estabelecer de forma segura um calendário de imunização e de protocolos de tratamento

Aretirada da vacinação contra febre aftosa está impactando negativamente o manejo sanitário do rebanho. O alerta é do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) que vem registrando uma queda nas vendas de medicamentos para o segmento de ruminantes nas regiões onde a vacinação contra a febre aftosa já não é mais necessária. No primeiro trimestre de 2023, o mercado registrou um crescimento de apenas 2,2%, muito aquém dos 24% de 2022 e dos 30% de 2021.

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ZONA RURAL
LARISSA VIEIRA

De acordo com a médica-veterinária, doutora em Saúde Animal e professora da FAZU, Pollyanna Mafra Soares, era no momento da vacinação contra febre aftosa que muitos produtores aproveitavam para realizar outros tipos de protocolos sanitários no rebanho. “Eles aproveitavam o deslocamento dos animais para os currais de manejo para realizar outras vacinações, tais como brucelose, raiva, clostridioses, diarreias, leptospirose, Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) e Diarreia Viral Bovina (BVD). Também costumavam ser utilizadas para vermifugações, uso de produtos tópicos, controle de endo e ectoparasitas, tratamento de algumas lesões ou leves infecções”, explica Pollyana. O vice-presidente Executivo do Sindan, Emilio Salani, destaca que, após a suspensão, houve uma queda considerável no manejo sanitário dos ruminantes como um todo. “A adoção de boas práticas sanitárias é essencial para garantir tanto o bem-estar do rebanho quanto para manter o status sanitário da pecuária brasileira, garantindo a qualidade da nossa carne e a manutenção das exportações para mais de 100 países. Tão importante quanto manter a saúde dos animais em dia é seguir os protocolos de segurança para evitar a reintrodução da febre aftosa no Brasil”, afirma.

Como os estados que concentram o maior volume de bovinos no Brasil já não têm a obrigatoriedade de imunizar contra a doença, essa queda nas vendas de medicamentos preocupa. O Brasil iniciou a retirada gradual da vacinação em 2022 e espera se tornar livre da doença sem vacinação até 2026. Os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal, que concentram quase metade do rebanho bovino nacional, a vacinação foi suspensa este ano.

O vice-presidente Executivo do Sindan alerta que esta situação aconteceu na Argentina. Após cerca de dois anos após a retirada da vacinação, o país viu o vírus ser reintroduzido em seu território, fato que causou grandes prejuízos à pecuária local e à economia argentina. No caso do Brasil, a proximidade com países como Bolívia e Venezuela, que não possuem um status sanitário tão elevado, é visto como um fator de risco.

Em estados proibidos de vacinarem contra febre aftosa, os produtores devem seguir alguns protocolos de segurança para evitar a reintrodução da doença no Brasil, tais como: adoção de práticas de higiene adotadas regularmente, como a limpeza e desinfecção de instalações e

equipamentos que ficam em contato direto com os animais, e principalmente aqueles equipamentos compartilhados entre diferentes propriedades. Outros cuidados importantes são controle moscas e roedores, boa higiene pessoal de quem maneja os animais, controle de acesso de visitantes, veículos, equipamentos e animais de outras espécies. É recomendado ainda realizar a quarentena de animais recém-adquiridos ou que retornem de exposições, leilões ou outras propriedades.

PLANEJAR O MANEJO SANITÁRIO EVITA RISCOS

A professora da FAZU ressalta que, mesmo a vacinação contra febre aftosa sendo abolida em alguns estados brasileiros, os outros manejos sanitários não devem ser abolidos, pois proporcionam a prevenção de doenças nos bovinos, evitando futuras perdas produtivas que podem ser geradas pela introdução de doenças no rebanho. “Devem ser seguidas as legislações sanitárias estabelecidas pelos órgãos de defesa sanitária animal de cada estado. Além disso, é sempre recomendado que os produtores consultem um médico-veterinário para orientações específicas sobre os tratamentos preventivos a serem realizados em seus animais, bem como indicações de melhores práticas vacinais a serem conduzidas simultaneamente, uma vez que há possibilidade de uma vacina interferir na resposta imunológica da outra”, esclarece Pollyana.

Pollyanna Mafra Soares Médica-veterinária, doutora em Saúde Animal e professora da FAZU

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É essencial desenvolver um programa sanitário, por meio de um calendário de vacinação e protocolos de tratamentos, considerando os principais desafios sanitários da região. Para os estados brasileiros que não realizam mais a vacinação contra a febre aftosa, existem outras doenças que devem ser controladas obrigatoriamente pelo processo de vacinação, tais como a brucelose e a raiva, considerada obrigatória em regiões que possuem focos da doença. “Alguns manejos sanitários preventivos podem ser realizados em conjunto com esses protocolos vacinais, tais como, controle de parasitas, levando em consideração os ciclos de vida dos parasitas e as condições climáticas locais; vacinações não compulsórias para outras doenças relevantes para a região onde o rebanho está inserido; bem como o tratamento de algumas enfermidades e lesões. No caso de produções intensivas de leite, também se sugere a vacinação para prevenção de diarreias, principalmente de vacas prenhes para transmitir anticorpos colostrais para os bezerros”, orienta a médica-veterinária.

Ela explica que outro ponto extremamente válido a se considerar, buscando a eficácia dos protocolos sanitários vacinais em bovinos, é o uso das boas práticas de vacina-

ção. Uma das recomendações é utilizar vacinas em animais sadios para que não possa haver comprometimento da resposta imunológica. A administração dos imunógenos deve ser feita em locais e períodos apropriados, de acordo com fabricante, utilizando agulhas adequadas de acordo com recomendado. Faça a conservação adequada da vacina, para garantia de sua eficiência e evitar a redução das partículas antigênicas da vacina.

Com um mercado internacional crescente para a pecuária brasileira, o vice-presidente do Sindan reforça a necessidade do comprometimento de todos os pecuaristas com a sanidade do rebanho nacional. “Diversos estudos apontam que os controles de doenças trazem grandes benefícios para economia, para a sustentabilidade e a sociedade em geral. Isso inclui o aumento da produção de proteínas de qualidade, que contribui para a redução da fome no mundo, além de outros aspectos importantes como a intensificação da produção e a redução das emissões de gases de efeito estufa na pecuária. Por isso, é fundamental que os produtores não deixem de tratar os seus animais, ainda que a vacinação contra febre aftosa não seja mais obrigatória”, conclui Salani.

Emilio Salani Vice-presidente Executivo do Sindan

Reforma Tributária e os impactos para o agronegócio A

Reforma Tributária, que antes parecia uma utopia, depois de a Proposta de Emenda Constitucional 45/2019 ter sido aprovada às pressas pela Câmara dos Deputados, tornou-se algo iminente e, ao mesmo tempo, um dos assuntos mais discutidos nas últimas semanas. E não poderia ser diferente, a mudança de um sistema complexo, construído e reparado ao longo de anos e com regimes específicos, gera diversas incertezas, especialmente para o agronegócio.

Esse cenário de indefinição é muito impulsionado pelo fato de que o setor rural, que é uma das principais locomotivas da economia brasileira, por razões economicamente justificadas, se submete à um modelo diferenciado de tributação, com créditos de ICMS, isenções, reduções de alíquota e base de cálculo, entre outros. Por isso, invariavelmente a principal preocupação dos produtores se torna a retirada ou diminuição de incentivos fiscais, essenciais não só para baratear o custo dos alimentos, como também para viabilizar financeiramente a atividade e a competitividade com outros países produtores.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 80
Filipe Harzer Gomes Almeida e Manuel Eduardo Cruvinel Machado Borges, advogados tributaristas e integrantes do Peluso Stupp e Guaritá Advogados
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A PEC 45/2019 nos permite trazer um panorama muito introdutório daquilo que está começando a ser desenhado como um modelo de tributação para todos os setores, em especial o agronegócio, até porque muitas questões ficarão a cargo de futura Lei Complementar. De qualquer forma, alguns dos principais pontos que impactam diretamente o setor serão abordados através desse artigo.

CESTA BÁSICA NACIONAL DE ALIMENTOS

Depois de pressões causadas por cálculos de estimativa, que indicavam um aumento da carga tributária, o texto da PEC 45/2019 foi modificado. O enunciado votado e aprovado pela Câmara dos Deputados criou a chamada “Cesta Básica Nacional de Alimentos”. Por meio dessa medida, serão listados alguns produtos destinados à alimentação e sobre os quais as alíquotas do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) serão reduzidas a zero.

Por enquanto, não é possível precisar, contudo, quais serão os produtos beneficiados, já que a PEC delegou para a Lei Complementar a competência para definir os alimentos abrangidos. Assim, embora o texto preveja a instituição do programa, a definição de quais itens da cesta básica irão usufruir desse favorecimento fiscal ficará para um próximo momento.

REGIMES DIFERENCIADOS COM ALÍQUOTA ZERO OU REDUZIDA

A PEC dispõe, ainda, que a Lei Complementar poderá prever regimes diferenciados de tributação para o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), desde que uniformes em todo o território nacional. Na ocasião em que for instituído o regime, e se instituído, deverão ser definidas as hipóteses em que será concedida redução de 100% das alíquotas dos tributos para produtos hortícolas, frutas e ovos, bem como operações realizadas pelo produtor integrado, de que trata o art. 28, III, da Lei n°. 10.865/04.

O racional é basicamente o mesmo para operações com bens e serviços referentes à produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura, bem como insumos agropecuários e aquícolas, alimentos destinados ao consumo humano e produtos de higiene pessoal. Nessas hipóteses, contudo, a alíquota do IVA poderá ter redução de 60%.

Quanto aos regimes diferenciados, uma questão de ordem mais técnica tem ganhado espaço nos debates. E é justamente em razão dela que indicamos os regimes diferenciados de tributação como uma possibilidade futura e incerta, ao invés de algo certo e inconteste.

Isso porque, embora exista quem indique a instituição dos modelos favorecidos de tributação para as operações

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 81

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e grupos acima listados como ponto inconteste, a redação dada aos artigos acaba por não transferir essa certeza. Isso se dá pela utilização da expressão “A Lei Complementar (...) poderá prever os regimes diferenciados”, que tanto tem espaço para ser interpretada como uma atribuição/ dever do legislador, quanto uma faculdade, isto é, aquilo que pode ou não ocorrer.

E nunca é demais lembrar que a dubiedade do texto legal é hoje um dos principais fatores da elevada judicialização da matéria tributária. Exemplifica-se com o julgamento do Tema n°. 325 da Repercussão Geral, em que a palavra “poderão” contida no artigo 149, §2º, inciso III, da Constituição Federal, após anos de discussão entre fisco e contribuintes, foi interpretada pelo Supremo Tribunal Federal como uma faculdade do legislador, o que implicou no reconhecimento da constitucionalidade da incidência da contribuição ao SEBRAE sobre a folha de salários, que se trata de base de cálculo não prevista no dispositivo constitucional.

Ainda sem maiores definições, o que se pode dizer hoje é que a Lei Complementar pode ter a atribuição/dever ou a faculdade de instituir regimes diferenciados. São interpretações com consequências distintas e, por isso, deve ser um ponto de atenção para o agronegócio.

PEQUENO E MÉDIO PRODUTOR

O produtor rural, pessoa física ou jurídica, que obtiver receita anual inferior a R$3.600.000,00, atualizada anualmente pelo IPCA, contará com regime diferenciado de tributação, desde que instituído por Lei Complementar. Não sendo de adesão obrigatória, o produtor terá condições de optar pelo recolhimento comum da CBS e do IBS.

Fica autorizada a concessão de crédito ao contribuinte adquirente de bens e serviços de produtor rural pessoa física ou jurídica não contribuinte. O Poder Executivo da União e o Conselho Federativo do IBS poderão, contudo, revisar anualmente o valor do crédito presumido concedido, seguindo os critérios que serão estabelecidos em Lei Complementar.

REGRAS DE CREDITAMENTO

A CBS e o IBS (IVA DUAL) não serão cumulativos, compensando-se o imposto devido com o montante cobrado na aquisição de bem, material ou imaterial, inclusive

direito, ou serviço, exceto para uso e consumo pessoal. Apesar dessa garantia, também foi transferida para a Lei Complementar a competência para dispor sobre o regime de compensação, podendo estabelecer hipóteses em que o aproveitamento do crédito ficará condicionado à verificação do recolhimento do imposto incidente sobre a operação.

Aqui se viu um desvirtuamento da proposta original, que era de garantir uma não-cumulatividade plena e eficiente, sem resíduos tributários ao longo da cadeia. Atribuir para a Lei Complementar a possibilidade de condicionar o direito do crédito ao efetivo recolhimento do imposto incidente na operação parece ir na contramão desses preceitos.

O excesso de poderes da Lei Complementar, que tem sido alvo de críticas, abre espaço para que seja instituído, por vias indiretas, um novo regime complexo cheio de exceção das exceções, que impõe inúmeras condições e/ou restrições para o aproveitamento dos créditos do imposto e, por consequência, gera judicialização. Algo muito parecido com o que se vê hoje na disputa entre reconhecimento das validades dos créditos de ICMS.

E POR FALAR EM ICMS, COMO FICARÃO OS ATUAIS CRÉDITOS E BENEFÍCIOS FISCAIS?

Os créditos de ICMS existentes ao final de 2032, desde que homologados, expressa ou tacitamente, poderão ser compensados com o IBS em 240 parcelas mensais (20 anos). Se os créditos forem decorrentes da entrada de mercadorias destinadas ao ativo permanente, o prazo para compensação seguirá as regras da Lei Kandir.

Os incentivos de ICMS serão mantidos somente até 12/2032, com redução progressiva a partir de 2029. Depois da data limite, fica expressamente proibida sua prorrogação.

IMPOSTO SELETIVO

O Imposto Seletivo incidirá sobre a produção, comercialização ou importação dos bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente; não incide nas operações de exportação e sobre produtos e serviços que tenham a alíquota reduzida, dentre eles, insumos agropecuários, alimentos destinados ao consumo humano e produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura.

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BIOCOMBUSTÍVEIS

Como forma de garantir diferencial competitivo, incumbirá ao Poder Público manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis, na forma da Lei Complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior a incidente sobre os combustíveis fósseis, em relação a CBS e ao IBS.

FUNDOS ESTADUAIS P/ OBRAS DE INFRAESTRUTURA E HABITAÇÃO

Ao longo dos últimos anos, os produtores rurais de diversos estados se submeteram ao recolhimento de diversos fundos instituídos como condição para fruição de benefícios fiscais. Um Frankenstein que tem cheiro, aparência e gosto de tributo e, ao mesmo tempo, não se submete às limitações tributárias impostas pela Constituição Federal em razão de sua ‘suposta’ facultatividade.

A reforma tributária corrigirá esse problema, correto?

Errado!

No último minuto da votação, a PEC resolveu trazer a boa e velha conhecida jaboticaba, que, dessa vez, se resume à possibilidade de os Estados e o Distrito Federal instituírem contribuição sobre produtos primários e semie-

laborados produzidos nos respectivos territórios, para o financiamento de obras de infraestrutura e habitação, em substitução aos fundos estaduais hoje vigentes, recolhidos como condição para fruição do diferimento, regime especial ou outro tratamento diferenciado.

Ou seja, essa disposição, que será aplicada até 31 de dezembro de 2043, permite que os Estados, mesmo com a reforma, reinstituam a exigência de fundos atuais, como FETHAB, FUNDERSUL, FUNDEINDRA, entre outros.

Ou seja, mais um aspecto que acaba desvirtuando o objetivo da reforma tributária de alcançar a cumulatividade plena e deve ser atentamente acompanhado pelos produtores rurais, afinal de contas o custo desses fundos, à medida em que integrará o preço do produto, vai ser considerado na base de cálculo do IBS e da CBS.

São, portanto, diversas as questões que seguem pendentes de definição e nos trazem incertezas, tornando atualmente a Reforma Tributária um ‘salto no escuro’, demandando a todos os envolvidos no agronegócio máxima vigilância e coordenação para que seus interesses e direitos sejam ouvidos e respeitados.

O que fazer com a silagem em caso de seca ou geada?

Ocorrências de seca e geadas são condições que trazem perdas e dúvidas de como proceder na ensilagem, prática destinada à conservação de forragem. Tanto a seca quanto a geada ocasionam uma quebra de ciclo no desenvolvimento da planta, seja em estágio inicial, intermediário ou do terço final. Esse estresse na planta abre oportunidade para o aparecimento de microrganismos oportunistas como fungos e leveduras e uma modificação de perfil e desafios fermentativos do material para ensilagem. Entretanto, mais prejudicial do que o estresse da planta é o estresse causado no produtor de silagem, que é pego desprevenido e é levado a tomar decisões erradas que podem impactar ainda mais as perdas.

Nessas situações adversas, a primeira e principal recomendação é não tomar nenhuma decisão por dicas ou indicações que não tenham sido provindas de um técnico qualificado na área.

Decisões devem ser tomadas com base em informações do material e da propriedade em questão e nunca de forma generalizada.

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A melhor ação no momento do desafio ambiental, que consideramos ser a bússola que direciona o produtor nas melhores decisões, é imediatamente providenciar uma análise do teor de matéria seca (MS). Somente com base nos resultados desta técnica é possível diagnosticar os desafios e partir para o melhor plano de contenção de perdas.

Por exemplo, no caso de uma geada que ocorra em um momento no qual a planta ainda esteja muito nova, o teor de matéria seca será baixo, o que poderá levar muita água para o silo caso seja ensilada.

MATÉRIA SECA MUITO BAIXA

Numa condição de MS muito baixa, o excesso de água será o problema e uma ação aplicável seria apenas esperar mais tempo, acompanhar e deixar a lavoura “ganhar” mais matéria seca (5 a 10 dias extras antes do corte podem ser suficientes). Não se deve considerar ensilar um material com teor de MS inferior a 25%, sendo o ideal mirar entre 28% e 33%. A condição de menor teor de MS exige uma queda de pH rápido para uma fermentação desejável, o que evita a ocorrência de fermentação butírica, a qual prejudicará o consumo da silagem por parte dos animais.

Para esse cenário, recomenda-se o uso de inoculantes formulados com bactérias homofermentativas.

MATÉRIA SECA MUITO ALTA

Já quando o problema for um incidente ambiental como a geada em uma lavoura com estágio mais avançado de desenvolvimento ou até mesmo se a seca aparecer e elevar o teor de MS além do que era planejado, a estratégia de contenção de perdas será diferente.

Com um cenário de matéria seca muito alta, o maior desafio de fermentação em um contexto de menos água ou sendo mais específico, materiais com matéria seca superior a 33%, é, sem dúvida, a formação de fungos e leveduras. Plantas com teores de matéria seca mais altos têm características distintas e deve ser considerado o uso de inoculantes à base de L. buchneri. O alto teor de carboidratos solúveis (açúcares) e o alto teor de MS em materiais nesta condição podem resultar em um risco considerável de menor estabilidade após a abertura, o que se traduz, usualmente, em aquecimento da massa, que ocorre devido ao ingresso de oxigênio. Isso acontece porque os açúcares solúveis são usados como substrato por fungos e leveduras e levam à deterioração aeróbia. Graças à capacidade

de produzir ácido acético, o L. buchneri tem reconhecida ação de controlar fungos e leveduras ao produzir esse ácido. A recomendação de inoculantes nesta situação serão cepas heterofermentativas puras de Lactobacillus buchneri ou uma formulação heterofermentativa mista do Lentilactobacillus buchneri e Lentilactobacillus hilgardii, já existente no Brasil.

Uma dica para o produtor, já é possível abrir o silo mais cedo caso haja necessidade iminente de alimento, a formulação mista heterotálica anteriormente citada contendo permitiu ineditamente abertura antecipada do silo com 15 dias após o fechamento e com garantia de estabilidade aeróbia. Da mesma forma, esta formulação em estudo recente apresentou 9% maior degradabilidade do amido em silagens de grão úmido e snaplage (silagem da espiga do milho, com palha, sabugo e milho), fato que pode representar grande diferença econômica no valor nutricional final desse material.

Para silagens de capins que possuem características bem distintas de matéria seca elevada, existe também produtos no mercado que combinam cepas homofermentativas e heterofermentativas com uma grande concentração de enzimas que agem na quebra da fibra e proporcionam maior disponibilidade do açúcar para a fermentação e melhor qualidade da silagem final.

COMO SABER ENTÃO QUAL INOCULANTE UTILIZAR?

O primeiro ponto a se considerar em inoculantes é que a formulação precisa fazer sentido do ponto de vista de fermentação e queda de pH. Em avaliação da maior entidade de segurança alimentar Europeia (EFSA, 2013), nenhum inoculante que possua menos do que 100.000 UFC/g de inoculação final foi capaz de entregar a proteção e fermentação esperada desta tecnologia. Portanto, é preciso ter atenção quanto a formulações que possuem muitas cepas, porém em sua descrição não são específicas em informar a concentração de Unidades Formadoras de Colônia (UFC).

Outro ponto de atenção é o fator é o preço. Como já dizia o ditado popular, “quando a esmola é muita, todo santo desconfia”. Assim, desconfie de produtos apresentados como muito completos a preços muito abaixo da média do mercado.

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Um aspecto que não pode ser ignorado refere-se a condições de armazenamento e prazo de validade. Isso porque inoculantes são “bactérias vivas” e têm vida útil. Dessa forma, não adquira produtos vencidos, principalmente se não tiver a data confirmada da colheita definida, pois você poderá inocular grande parte do produto morto. Não armazene este produto em local que passa por temperaturas muito elevadas ou em contato direto com o sol. Após aberto é recomendada a sua utilização completa.

Durante a aplicação, em muitos casos, a inoculação não é homogênea, pois, após a diluição, há formação de corpo de fundo no tanque da automotriz. Isso ocasiona uma inoculação ineficiente em que parte do material recebe pouco produto e outra parte, muito. Uma ótima dica neste contexto é a tecnologia HC (High Concentration) que foi desenvolvida com exclusividade pela fabricante

Lallemand e permite uma diluição totalmente homogênea, sem formação de corpo de fundo. A regulagem de aplicação permite chegar até o mínimo de 300 mL por tonelada, ou seja, com um tanque de 200 L podemos inocular até 666 toneladas. Isso representaria 14,8 hectares, considerando 45 toneladas de massa/ha de produção.

Todo esse benefício traz economia de muito tempo de máquina, que vai parar menos para encher o tanque. Vale lembrar que a grande maioria dos produtos do mercado requer diluições de 1 L a 2 L por tonelada para não ter a aplicação comprometida.

Com esses cuidados, manejo estratégico e orientação correta, a chegada de eventos inesperados como geada e seca não será tão traumática e não trará tantos impactos na produção da silagem.

Programa para estabelecimento do pasto N

o artigo da edição passada, escrevi sobre a importância da elaboração do planejamento em empreendimentos agropecuários. Independente da atividade e tamanho do projeto, é o planeja mento em seus três níveis (curto, médio e longo prazo) que nor tearão cada processo necessário para o adequado andamento das operações e atingimento dos objetivos almejados pelo produtor. É comum encontrarmos nas propriedades situações em que há necessidade de reforma de pastagens degradadas ou em degradação ou áreas que serão abertas e plantadas. Os motivos que levam a pas tagem à degradação são vários, podendo ocorrer tanto na fase de estabelecimento da pastagem como também na fase de condução. Podemos falar sobre as formas que essa degradação se dá de forma mais detalhada e como evitá-las em outra oportunidade.

Lucas Castro - Zootecnista - Lancer Consultoria em Pecuária - lucascastroc@hotmail.com

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Agora, vamos abordar quais etapas fazem parte de um programa de estabelecimento de pasto. O primeiro passo é definir quais áreas da propriedade serão reformadas ou formadas. Para isso, é necessário que se faça o inventário da situação das pastagens. É recomendado que este inventário seja feito sempre no último mês chuvoso de cada região, pois assim, teremos tempo para executar cada procedimento na época correta.

Neste momento, uma pessoa treinada deve percorrer todos os pastos da fazenda para avaliar a condição geral das pastagens, como, stand de planta forrageira (nº de plantas/m²), vigor produtivo (histórico de lotações) e infestação de plantas invasoras (tipos encontrados e nível de infestação) de cada local. É com base neste inventário, que se define o que será executado na próxima safra.

Feita a seleção das áreas, seguimos com o mapeamento desses locais para apurar a demanda de serviço mecanizado e de insumos (sementes e fertilizantes). É importante definir uma área cujo tamanho e sua formação seja factível com a estrutura de máquinas, implementos, veículos e mão-de-obra, disponíveis na propriedade, além da “janela” de plantio imposta pelas condições climáticas da região. Sabendo qual área ou áreas serão estabelecidas, deve-se proceder com a amostragem dos solos – nesta mesma época – para analisar a fertilidade e, com isso, verificar se há necessidade de corretivos e adubos para o plantio. É importante que essa amostragem seja feita nas camadas de 0 a 20 e de 20 a 40 cm de profundidade para verificar tanto os níveis de nutrientes na camada superficial como também possíveis deficiências ou a presença de níveis tóxicos de algum elemento em subsuperfície, o que pode comprometer o crescimento normal das raízes e a perenidade do pasto.

O próximo passo é a escolha da espécie forrageira que será plantada. Esta é a etapa mais importante, pois um erro cometido neste momento compromete a possibilidade de se maximizar o potencial de produção com tecnologias ou técnicas que serão adotadas após o estabelecimento dela. Em outra oportunidade podemos falar em detalhes sobre quais são os critérios adotados para a escolha da forrageira.

Concluídas as etapas anteriores, faz-se o planejamento das operações necessárias, como, cotações, compra, transporte, armazenamento e aplicação dos insumos; e quantidade dos serviços de máquinas, implementos e veículos necessários. Definido essa primeira parte, vamos para a

execução do programa. Para o preparo do solo é recomendado que se dê início no período de transição águas-seca, pois o solo ainda está friável, o que facilita o corte e incorporação dos corretivos.

A forma que será executado este preparo depende da condição atual da área. Se ela ainda estiver com vegetação nativa, deve-se definir como será o trabalho de limpeza, podendo seguir da forma convencional (queima) ou mecânica (retirada da madeira). Quando é uma pastagem degradada, consegue-se entrar diretamente com a dessecação e os preparos do solo (grade pesada ou arado) logo em seguida. Em áreas que foram lavouras, pode-se proceder com o preparo do solo ou plantio direto.

Ainda sobre o preparo de solo, o tipo de implemento utilizado (grade ou arado) e número de vezes que será passado depende da condição da área, como, presença e tipos de plantas invasoras e características de solo. É durante os preparos do solo que aproveitamos também para aplicar os corretivos e incorporá-los ao terreno, por ser esta, talvez, a última oportunidade para executar este serviço, já que não se incorpora os corretivos quando a pastagem está estabelecida.

Cabe destacar que é importante fazer a aplicação dos corretivos até 90 dias antes do plantio para que dê tempo de eles reagirem até o momento da semeadura. Na adubação de plantio o nutriente mais importante é o fósforo. Este mineral é fundamental nessa fase para garantir o adequado crescimento inicial das plantas. Mesmo que a análise de solo apresente níveis altos de fósforo, é interessante aplicá-lo no estabelecimento da pastagem. Essa adubação de plantio pode ser feita de duas formas, imediatamente antes da semeadura ou no momento da semeadura, podendo, neste caso, misturá-lo junto a semente até 24 horas antes do plantio.

Durante a cotação e compra de sementes, o foco deve estar na qualidade do material, ou seja, no valor cultural (VC). O VC é o percentual de sementes da espécie ou cultivar desejada, contido no lote de sementes, com possibilidades de germinação e de estabelecer plantas normais em condições de campo. De forma geral, a semente deve apresentar rapidez e uniformidade no estabelecimento, fácil semeadura, ausência ou pequeno número de sementes de plantas invasoras comuns, ausência total de sementes de plantas tóxicas, pureza varietal.

O método de semeadura pode ser realizado tanto a lanço como também na linha com plantadeira. O plantio

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a lanço é o mais comum, podendo ser feito de forma tratorizada ou de avião. O plantio com plantadeira em linha apresenta vantagem na economia de sementes e de não haver necessidade de cobrir a semente em seguida. Quando o plantio é feito a lanço devemos cobrir as sementes imediatamente após a semeadura. O implemento utilizado para essa finalidade pode ser tanto a grade niveladora fechada (para sementes maiores, como as do gênero brachiaria) ou o rolo compactador (para sementes menores, como os panicum).

Este cobrimento das sementes tem como finalidades evitar que as sementes sejam levadas por pássaros, insetos, vento ou água das chuvas; evitar a exposição de sementes ao sol e sua consequente desidratação; garantir uma maior superfície de contato solo:semente, condição que favorece a absorção de água mesmo em condições de pouca umidade no solo.

Durante o estabelecimento da pastagem é comum a infestação de plantas invasoras que germinam junto ou

até mesmo antes das forrageiras. Neste caso, o controle químico deverá ser realizado na “janela” de aplicação que ocorre por volta de 45 dias após o início da germinação das sementes.

Por último, temos a definição do momento que os animais farão o primeiro pastejo. Apesar de até os dias de hoje muitos produtores insistirem no erro, desde o início da década de 70 já havia procedimento padronizado para que o primeiro uso da pastagem ocorresse 60 dias após o plantio. É importante destacar que os parâmetros para a tomada de decisão sobre o momento do primeiro pastejo deve ser o da cobertura do solo pela planta forrageira e a altura média do pasto, a qual varia de espécie para espécie e de cultivar para cultivar forrageiro. Os animais deverão pastejar em torno de 25% a 30% da altura do pasto e serem mudados para outro piquete, deixando o piquete pastejado em descanso. Após o segundo ciclo de pastejo, iniciar o uso padrão da pastagem de acordo com a espécie forrageira, a época do ano e o nível de intensificação do pastejo.

Zootecnia de precisão

Drones para leitura de cocho, monitoramento animal e processamento de imagens

U

m novo horizonte tecnológico abre-se para a Zootecnia, com drones trazendo soluções inovadoras para a leitura de cochos, monitoramento animal e processamento de imagens. Na busca constante por avanços tecnológicos e eficiência na produção agropecuária, a Zootecnia de Precisão emerge como uma ferramenta poderosa. Essa abordagem oferece aos pecuaristas e profissionais da área uma visão mais detalhada e precisa do rebanho, permitindo tomar decisões embasadas e aumentar a produtividade de forma sustentável.

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ZONA RURAL
Kécia Martins Bastos - Zootecnista e mestranda com ênfase em Zootecnia de Precisão na Universidade Estadual de Maringá kecia.bastos@gmail.com

Um dos principais desafios enfrentados pelos pecuaristas é garantir que cada animal receba a alimentação adequada. Com a tecnologia de drones, é possível realizar a leitura de cochos de forma automatizada e precisa. Eles são equipados com sensores que identificam a presença e comportamento dos animais, além de coletar informações sobre a quantidade e qualidade da alimentação. Esses dados são processados e analisados para fornecer aos pecuaristas um panorama completo da alimentação do rebanho, permitindo ajustes necessários e reduzindo desperdícios. O monitoramento constante dos animais é essencial para detectar problemas de saúde, comportamentais, de manejo ou ainda de estruturas dos currais. Os drones permitem que essa tarefa seja realizada de maneira ágil e precisa. Equipados com câmeras e sensores de alta resolução, sobrevoam as áreas de confinamento, registrando imagens e coletando dados relevantes. Aliado à tecnologia de visão computacional e inteligência artificial, sobrevoam as áreas dos piquetes, contando e identificando individualmente

os animais. Essas imagens são, então, processadas e analisadas, possibilitando identificar animais doentes, verificar o comportamento do rebanho e detectar áreas de estresse ou superlotação. Com base nessas informações, medidas corretivas podem ser tomadas rapidamente, melhorando o bem-estar animal e reduzindo perdas.

Além do monitoramento animal, através de câmeras de alta resolução, é possível capturar imagens aéreas detalhadas de toda a propriedade, identificando áreas com vegetação escassa, detectando falhas estruturais ou operacionais. Essas informações são essenciais para planejar o manejo adequado do rebanho, otimizando o uso de recursos e garantindo um ambiente saudável para os animais.

Um bom exemplo do uso das imagens quanto ao comportamento dos animais relacionado as condições e estruturas presentes nos currais, é o conceito de: “sombra pesa na balança”. Em sistemas intensivos de produção animal, onde os animais são mantidos em confinamento durante grande parte do tempo, a disponibilidade

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de sombra adequada desempenha um papel crucial no bem-estar e no desempenho dos bovinos. O estresse térmico causado pela exposição direta ao sol pode levar a uma série de problemas, como redução do consumo de alimentos, aumento da temperatura corporal e até mesmo problemas de saúde.

Garantir áreas sombreadas suficientes para os animais é fundamental para manter um ambiente confortável e saudável, e garantir a qualidade e a produtividade da produção do confinamento. “As perspectivas de uso da inteligência artificial, apoiadas pelo monitoramento e imagens por drones, é algo esplendido para a pecuária moderna e que busca precisão. Fizemos testes em projetos intensivos, nos confinamentos, o que concretizou que é de fundamental importância o uso dessa nova ferramenta, além de gerar resultados sólidos, agilizar processos, dimimuir mão-de-obra e reduzir o custo de produção pela maior eficiência no sistema”, atesta Rafael Mazão, diretor técnico da Dstak Assessoria Pecuária, empresa que desenvolve

um projeto de inteligência artificial agro, em parceria com a zootecnista Kécia Bastos.

A Zootecnia de Precisão, impulsionada pelos drones, representa uma revolução no setor agropecuário. Além dos benefícios diretos para os pecuaristas, como redução de custos, aumento da produtividade e melhor tomada de decisões, essa tecnologia também promove a sustentabilidade na produção. Ao permitir um manejo mais eficiente e consciente, os drones contribuem para a redução do impacto ambiental da atividade pecuária, melhorando a utilização dos recursos naturais.

Com a Zootecnia de Precisão e o uso de drones, a indústria agropecuária alcança um novo patamar de eficiência, precisão e sustentabilidade. Essa tecnologia avançada oferece uma abordagem inovadora para os pecuaristas, permitindo o monitoramento contínuo e detalhado do rebanho, aprimorando a qualidade da alimentação e o bem-estar animal, e impulsionando o sucesso e crescimento do setor.

GENTE

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. ESPECIALISTAS . CRIADORES #pecBR Nelore em terras capixabas FAZENDA PARAÍSO SEDIA 11a EXPONEL OURO DE VILA VELHA
PECUARISTAS
PERFIL: CARLOS MARINO FILHO

CRIADORES

Vila Velha sedia última etapa das

Exposições Ouro de Nelore

A 11 a Exponel Ouro de Vila Velha, no Espírito Santo, confirma o alto nível das competições do Ranking Nelore e Nelore Mocho 2022/2023

AFazenda Paraíso abriu as porteiras para mais uma edição da Exponel, principal exposição da raça Nelore do Espírito Santo. Em sua 11ª edição, o evento aconteceu de 31 de julho a 6 de agosto e sediou a etapa final da série obrigatória de exposições “Ouro” do Ranking Nelore e Nelore Mocho. Nas competições em pista, participaram 206 animais de 20 expositores. Foi a oportunidade de pecuaristas, técnicos, profissionais da área, estudantes e professores de Ciências Agrárias acompanharem de perto as inovações da raça.

De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) Victor Paulo Silva Miranda, a etapa do Espírito Santo tem um peso muito importante no fechamento do Ranking Nacional. “O resultado da Exponel acaba motivando os criatórios a bus-

carem premiações nas exposições seguintes, inclusive na Expoinel Nacional”, declara o presidente da ACNB.

Para contabilizar os campeonatos nacionais do Ranking, a associação leva em conta os três melhores resultados obtidos nas Exposições Ouro, além da pontuação nas duas exposições de livre escolha dos competidores, na Expoinel Regional da respectiva região do expositor e na Expoinel Nacional. Outros estados que receberam a série Ouro foram Minas Gerais, São Paulo e Goiás.

Na 11ª Exponel Ouro de Vila Velha, a escolha dos campeões ficou a cargo do trio de jurados Valdecir Marin Junior, José Barros e Cristiano Hueb. Na visão dos profissionais, a pista ressaltou o momento importante de valorização da raça. “Desde o primeiro dia até o final do julgamento, presenciamos uma grande participação dos visitantes que demonstraram interesse em conhecer de-

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talhadamente a raça. Cerca de 300 universitários acompanharam o julgamento como parte de um projeto que a Associação Capixabas dos Criadores de Nelore desenvolve na região, algo que nunca tinha visto no país. Uma visão de promoção da raça que rompe barreiras e conceitos e que merece todo o reconhecimento”, declara o jurado Valdecir Marin Júnior, que acaba de completar 36 anos de atuação como jurado da ABCZ.

De acordo com a professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Vila Velha, Andréa Tasses, a Exponel foi uma excelente oportunidade para os universitários entrarem em contato com profissionais da área. “Pela parte prática apresentada durante o evento, valeu muito a pena para os alunos saírem da sala de aula para verem o conteúdo teórico na prática, inclusive as visitas às estações de nutrição animal. Foi uma exposição grandiosa, como sempre. Felizmente, aqui no Espírito Santo temos essa oportunidade todos os anos”, diz a professora.

Já o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Ênio Bergoli, diz que a Exponel coloca o estado em destaque nacional ao receber visitantes de várias localidades. “Eu fico sempre feliz de estar nos eventos promovidos pela Nelore Heringer. O criatório contribuiu para colocar o Espírito Santo entre os sete primeiros do Ranking Nacional e sempre esteve entre os dez primeiros do circuito Nelore de Qualidade. Somos um estado muito pequeno, apenas 0,5% da área geográfica do Brasil, e não era para sermos destaque em âmbito nacional, mas felizmente o trabalho dos pecuaristas nos permite essa conquista. Parabéns à diretoria da ACCN pelo evento”, afirma o secretário. Ele lembra que, além da pecuária, o Espírito Santo destaca-se na produção de café, em ovos, com produção em torno de 17 milhões por dia, de gengibre, de pimenta do reino e de mamão. “As nossas exportações agrícolas chegam a mais de 100 países. Somos um estado muito competente. É a força do Espírito Santo na produção de genética bovina e de alimentos”, destaca Ênio.

Dalton Carlos Heringer, um dos integrantes da nova geração da família Heringer, vê na Exponel uma oportunidade de valorizar o trabalho dos criadores de Nelore capixabas. “É um evento que nos agrada muito, pois aqui na Fazenda Paraíso, está o nosso gado. Receber todos para

competir aqui conosco é muito interessante. Mais um ano, tivemos casa cheia, uma seleção de animais de alto nível, uma competição sadia que engrandece muito a raça. Queremos manter essa tradição de contribuir com o crescimento da raça, principalmente em nosso estado, pois a pecuária é realmente uma atividade muito competitiva e que gera muito emprego, renda, exportações e, ainda assim, o mercado interno é atendido totalmente”, diz Dalton Carlos Heringer. Victor Miranda, que, além de comandar a ACNB e a ACCN, também é gerente do Nelore Heringer, assegura que a Fazenda Paraíso continuará de portas abertas para os eventos da raça. “É um orgulho imenso receber essa quarta exposição da etapa Ouro. É a única exposição que acontece em uma propriedade particular e procuramos dar toda estrutura, conforto e uma boa recepção a todos. Quero agradecer aos criadores que compareceram e trouxeram o que havia de melhor em quantidade e qualidade. A sensação é de dever cumprido, pois foi uma exposição de grande público. As porteiras do Nelore Heringer estarão sempre abertas”, destaca Victor.

Criador capixaba e vice-presidente da ACNB e da ACCN, Nabih Amin El Aouar, também reforça a importância do agro capixaba. “O estado do Espírito Santo tem 1% da população bovina do país, somos muito competentes e qualificados e é isso que faz a diferença. Por isso conseguimos trazer para o estado uma das quatro exposições mais importantes do Ranking Nacional”, diz Aouar. Segundo ele, a contribuição da ACCN para a pecuária capixaba vai além da realização de importantes eventos. “A entidade oferece anualmente 200 vagas de estágios para estudantes locais, e dentre essas vagas, já inserimos no mercado de trabalho mais de 100 profissionais. No futuro, essa iniciativa trará um retorno importante para toda a cadeia produtiva. Este é um projeto que conta com o apoio dos pecuaristas locais, empresas e do governo estadual”, afirma Nabih.

RESULTADOS

A Exponel Vila Velha celebrou o trabalho de Paulo de Castro Marques, titular da Casa Branca, o Melhor Expositor do evento. Já o Melhor Criador foi a Rima Agropecu-

Nova diretoria empossada da ACCNAssoc Capixaba de Criadores de Nelore

ária, que também conquistou a Classificação Final Supremo. A Grande Campeã da Exponel foi Lamborghini FIV Paraná. Ela pertence à Casa Branca. A Reservada Grande Campeã foi Rima FIV Savana 7, de expositor Rima Agropecuária que também conquistou o título de Grande Campeão com o touro Rima FIV Sudão. O Reservado Grande Campeão foi Cedro Mperboni, da Casa Branca.

“A Exponel é um evento de peso para o fechamento do Ranking. Muitos criadores participaram com animais fortes, de extrema qualidade e que, no futuro, farão a diferença no cenário nacional para a produção de carne. Finalizamos a exposição com a conquista do Grande Campeonato pelo Sudão, que é o atual Grande Campeão Nacional. Fomos ainda o Melhor Criador. Uma vitória alcançada em um local tão especial, como a Fazenda Paraíso, onde fomos muito bem recepcionados, é de grande relevância para nós”, assegura Marcelo Bello, gerente da Rima Agropecuária.

POSSE ACCN

Durante a Exponel, ocorreu a cerimônia de posse da nova diretoria da Associação Capixabas dos Criadores de Nelore. “É uma responsabilidade muito grande assumir a ACCN ao mesmo tempo que assumi a ACNB. Temos que fortalecer nosso estado dentro da raça Nelore. Entre as ações para isso, vamos realizar durante a Expoinel Nacional um congresso, entre 9 e 15 de outubro, e outro no Espírito Santo, entre os dias 5 e 6 de outubro”, finaliza Victor.

A ACCN tem como vice-presidente Nabih Amin El Aouar e como diretores Carlos Alberto Macedo, Valnísio Hoffmann, Vitor Arantes Pazolini, Dailson Laranja, Raiany Resende Moura, Eduardo Bortolini, Diogo Vivacqua de Lima e Elvanio José Lopes Mozelli Filho.

REFERÊNCIA DO NELORE CAPIXABA

O Nelore Heringer vem conquistando premiações em várias exposições e provas. Uma das expectativas é alcançar uma classificação no Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) 2023. “Tivemos um animal classificado em primeiro lugar na prova de eficiência alimentar: Heringer A6204 FIV. No ano passado, classificamos Heringer Missil, que já está em coleta na central”, informa Victor. Segundo ele, importantes parcerias do criatório com a Monte Verde, Mara Móveis e Casa Branca, devem culminar na retomada de leilões de Nelore no Copacabana Palace.

Este ano, o Nelore Heringer já realizou quatro eventos e prepara-se para novas ofertas de animais melhoradores em leilões. No dia 16 de setembro, o criatório fará a comercialização de 200 novilhas prenhas PO, 80 bezerras PO e 100 touros PO. O leilão será a partir das 12h, com transmissão pelo Canal Rural. Outros dois pregões ocorrerão dentro da programação da Expoinel Nacional, em Uberaba/MG. O primeiro deles será o Jóias da Expoinel, no dia 13 de outubro, a partir das 20h, no Tatersal RKC. Já no dia 15 de outubro a Heringer realizará a oferta de 120 touros PO, 100 novilhas prenhas PO. O leilão será a partir das 14h, com transmissão pelo Canal do Boi. “É uma responsabilidade muito grande para o Nelore Heringer disponibilizar animais de qualidade para o Brasil. Atualmente, estamos entre os seis maiores vendedores de touros do país, com 700 exemplares vendidos no ano. Queremos muito em breve elevar essa quantidade para 1000 touros e 600 matrizes, disseminando a genética Heringer para novos criatórios e somando forças na raça. Temos o compromisso de vender o que há de melhor e investimos nos melhores animais”, conclui Victor.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 96
Comissão organizadora
HERINGER MISSIL (FHGNA1981)
Brasil
Heringer Malia
Pagador)
Truck da Alô
x
(Heringer
DECA 1
AGENDA
LEILÕES A MELHOR GENÉTICA NELORE AO SEU ALCANCE 15 DE OUTUBRO DOMINGO - 14H CANAL RURAL 16 DE SETEMBRO SÁBADO - 12H 200 NOVILHAS P.O PRENHES LEILÃO NELORE HERINGER 80 BEZERRAS P.O 100 TOUROS P.O CANAL RURAL 13 DE OUTUBRO SEXTA-FEIRA - 20H TATERSAL RKC LEILÃO JÓIAS DA EXPOINEL 2023 ANIMAIS E PRENHEZES DURANTE A EXPOINEL NACIONAL 120 TOUROS P.O 100 NOVILHAS P.O PRENHES LEILÃO NELORE HERINGER
NELORE HERINGER 2023
DE

CRIADORES

Geovana, Victor, Amanda, Araci e Kátia Anselmo, José Canal, Lelia, Najla e Nelzedino Anselmo, Victor, Nelzedino e Humberto Antônio, Miller, Victor, Osvaldo, Wilton e Welton Clara, Renato, Victor, Dede e Toninho Serrano Wallace, Nabih e Victor Fabio, Luiz Guilherme, Victor, Wanderson Bueno, Gabriela e Daltinho Felipe, Daltinho e Victor Victor, Toninho e Dede Varejão Gustavo, Amanda, Marcelo e Victor Victor, Arlindo e Daltinho Gustavo, Feliipe, Victor, Rafael e Erick Silva Machadinho e Gustavo Nabih, Luiz Adilson e Victor Juliana e Daltinho Rafael, Felipe, Victor e Erick Silva Raiany, Ana Luiza, Enio e Tarine Rodrigo e Marcus Ronaldo e Jane Cristiano, José Barros, Valdecir, Ricardo e Victor Valdecir, Luiz Adilson e Liz Victor, Sofia, Lilinha, Lilia e Nabih Premiação de Grande Campeão Premiação de Grande Campeã

Olho do técnico é essencial

Quem defende a avaliação morfológica como uma das mais importantes ferramentas de seleção é o engenheiro agrônomo e jurado Carlos Marino.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 100 PERFIL
LARISSA VIEIRA

Brasil não é só referência mundial em genética bovina. É conhecido também pelo alto nível de seus profissionais da área de Ciências Agrárias. Eles vêm contribuindo sobremaneira para a seleção zebuína seguir na direção certa, seja no campo ou nas pistas de julgamento. O engenheiro agrônomo, especializado em Zootecnia, Carlos Alberto Marino Filho, integra esse “time”. A pecuária faz parte de seu DNA, sendo a terceira geração de pecuaristas da família, paixão herdada tanto na parte materna quanto paterna. “Aprendi desde criança que a pecuária exige dedicação, pois é uma atividade complexa, principalmente quando se fala na seleção de raças puras. A busca pelo conhecimento e o trabalho de melhoramento do rebanho devem ser contínuos. Essa sempre foi uma verdade dentro da minha família e procuro seguir até hoje”, assegura Marino.

Sua trajetória como assessor pecuário começou logo após se formar em Engenharia Agronômica, em 2007. Desde então, vem atuando em fazendas de todo o país, incluindo tradicionais criatórios selecionadores de Nelore, e comanda a empresa Carlos Marino Assessoria. Segundo ele, o trabalho exige um aprendizado diário para que as novas tecnologias possam ser aliadas às ferramentas tradicionais visando a produção de genética de ponta e de carne de qualidade.

“Dentro desse processo, é essencial equilibrar as avaliações genéticas com as morfológicas. A avaliação morfológica é mais importante que qualquer outra ferramenta de seleção. É ela que ajudou a construir o gado brasileiro, a chegarmos nesse resultado extraordinário na genética bovina, hoje exportada para muitos países. E a avaliação genética é uma ferramenta complementar, muito útil para diminuir erros. Afinal, quando o assunto é seleção, acerta mais quem erra menos. Esse é um casamento que deu muito certo e nos permitiu fazer uma seleção muito acurada, tendo a morfologia como carro-chefe”, assegura Marino.

Com vasta experiência na seleção de raças zebuínas de corte, especialmente o Nelore, ele defende que os avanços genéticos devem mirar o aumento de produtividade, mas mantendo as características naturais. “A rusticidade

do Nelore deve ser preservada, pois contribui para que os animais suportem bem os mais variados sistemas de produção, de clima e de solo. Isso é um ponto forte da raça”, diz Marino.

Desde 2014, ele também comanda o criatório da família. Além da produção de genética, atua na pecuária comercial. Na opinião dele, as características de desempenho e funcionalidade do Nelore levaram a raça a ser a mais utilizada no país. “Seja em sistema a pasto, semi-intensivo ou confinamento, é uma raça que sempre apresenta ótimos resultados”, assegura.

Outro diferencial do Nelore seria sua variedade de linhagens, permitindo dar um direcionamento mais adequado para o rebanho, conforme o objetivo de seleção ou o momento do negócio. “A oferta de touros melhoradores no mercado é muito grande, o que nos permite corrigir algum ponto, seja na parte de desempenho ou no racial. É uma raça de corte cada vez mais completa por conta disso”, assegura.

E dentro do atual momento da pecuária comercial, que enfrenta um ciclo de baixa, essa versatilidade da genética Nelore contribui para melhorar a rentabilidade do negócio. Na visão de Marino, a grande valorização dos animais melhoradores, mesmo com a queda no preço da arroba e dos bezerros, confirma a importância da pecuária seletiva para o avanço do setor. “O Nelore sempre foi uma raça que sobreviveu a todas as fases de crise do mercado. E muito disso vem do trabalho ininterrupto que os criadores fazem para a produção de uma genética de ponta. Eles sabem que o selecionador precisa manter um nível altíssimo de seleção de seu rebanho, independente das crises que a pecuária passe, pois isso vai garantir que, quando os produtores voltarem a investir de forma mais intensa em genética, haverá produto de qualidade à disposição”, pontua Marino.

Jurado efetivo da ABCZ desde 2010, Carlos Marino acredita que as pistas também são importantes no direcionamento da seleção. Os critérios de julgamento têm contribuído para identificar animais superiores. “As pistas já revelaram incontáveis indivíduos de genética superior que contribuíram para o avanço dos rebanhos seletivos”, finaliza Carlos Marino Filho.

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 101
O

SOCIAL

Ademir e Ligia Cássio, Paulo, Beraldo, Vinicius, Elisabeth e Rodolfo Cleibe, Sandoval e Augusto Dari e Helio Eduardo e Cássio Lucente Garetti, Liseti, Mariane e Bruno Heitor, Guillermo e Marlon Henrique, Cássio e Miller Henrique, Vinicius e Thayanne Iara, Arnaldinho, Nilsão e Beto Ivana, Adrianno, Victoria, Gustavo e J.Faria Izarico, Bruno, Lourenço, João Maurício, Pankowski, Bené e Sebastião Jandovi, Paulo e João João, Garetti e Ricardo Kauê, Totô e Priscila Leonardo e Karina Leonardo, Luiz e Vanilton Luciane e Silvana Maria Eduarda, Dado, Laura e Maria Fernanda Neto, Artur e Lais Paulo, Marcelo, Ademir e Paulo Brasil Rene e Dante Sebastão, Bené e João Maurício Vinicius, Mariana, Silvana, Francisco, Cássio, Vinicius, Pedro e Paula

PONTO DE VISTA

“A pacificação no campo passa por políticas públicas de qualidade, mas também por ações sérias e contundentes, que se não surgirem do Executivo, surgirão do Legislativo e de quem defende, de fato, o território nacional e a propriedade privada no Brasil.”

Pedro Lupion Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária

Leonardo da Vinci

“O agro para Minas Gerais é importantíssimo. Tem batido recordes na exportação, na participação no PIB, e é grande gerador de empregos. O setor que vai continuar recebendo nosso total

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 105
apoio.”
Romeu Zema, Governador de Minas Gerais
“Saber não é suficiente; devemos aplicar. Estar disposto não é suficiente; devemos fazer”
“Ao longo da minha trajetória profissional, nunca pensei muito se era homem ou mulher, o que me ajudou a transitar com tranquilidade em áreas majoritariamente masculinas como a computação e a agronomia.”
Silvia Massruhá, primeira mulher a assumir a presidência da Embrapa

Fatos x Oportunidades Como lidarmos com a crise no Agro?

OBrasil encontra-se hoje sem um norte na economia. Temos um déficit primário estimado em R$145,4 bilhões para 2023, frente a um superávit de R$ 59,7 bilhões em 2022, uma “pequena” diferença de R$205 bilhões. A sucessão de desastres em suas ações, derrotas no Congresso, alíquotas de impostos baixando e voltando, reforma tributária passando a “toque de caixa” às nossas custas, aumento meteórico na importação de leite, preços das commodities agrícolas nacionais derretendo a troco de uma queda de inflação fabricada às custas de um setor inteiro. Quero aqui mostrar uma sucessão de fatos negativos e de crises gravíssimas que estamos passando hoje, mas que também devem ser vistas pela ótica do “copo meio cheio”, com as inúmeras oportunidades surgidas.

Fato: As Commodities Agrícolas nacionais baixaram os preços de maneira geral.

Oportunidades: Estudar ferramentas de travas de preço e de opções na Bolsa para ganhar nas oscilações de valores como vem ocorrendo sucessivamente, inclusive sendo utilizada por quem nem tem fazenda. Diversificar as atividades nas fazendas como a safrinha do boi, culturas perenes e culturas de mercados ainda inexplorados. Passou da hora de cada um melhorar ainda mais seus indicadores de produtividade e, principalmente, seus resultados financeiros por hectare/ano.

Fato: Nos seis primeiros meses de 2023, o novo Governo importou mais de 140 milhões de kg de leite ou derivados, aumento de 230% em relação a 2022. Já a soma dos últimos 4 anos totalizou 70 milhões de kg.

Oportunidade: Temos um mercado interno que consome mais do que produz e que dependendo do valor, pode comprar mais ainda, resumindo, nosso mercado interno é gigante e reage rápido com pequenos aumentos de renda. Portanto, deve ser mais bem explorado.

Fato: O valor da @ vem caindo desde o ano passado, de 350/@ chegou até a 200/@ em algumas praças do país.

Oportunidade: aumentar o estoque de @ no pasto, como no setor pecuário da cria, que permite comprar bezerras baratas agora, recriá-las e inseminá-las daqui 1 a 2 anos. Com isso, teria um bezerro daqui 2 a 3 anos com outro patamar de preços, já que a atividade é de longo prazo e estamos na baixa do ciclo pecuário. Outra oportunidade seria comprar produtos atrelados à @, como touros melhoradores de genética provada, receptoras prenhas de embrião, insumos travados em @ etc.

Fato: Por alguns meses tivemos a diminuição das exportações de carne vermelha em relação a anos anteriores devido à suspeita da doença da vaca louca.

Oportunidade: Mostrou que o mercado interno é gigante e capaz de absorver todo este excedente, consumindo mais carne à medida que o preço abaixa nas gôndolas dos açougues e supermercados. E cabe também a nós, produtores e técnicos, buscarmos mais eficiência nos custos de produção e aumentarmos o consumo per capita.

Fato: Adubos encareceram muito em 2022 com a guerra Rússia/Ucrânia e agora se adequam ao mercado de baixa dos produtos.

Oportunidade: Fazer análises de solo detalhadas e uma adubação adequada pensando em estruturação de solo e aumento da produtividade, como exemplo para estocar arrobas mais baratas que aquelas que temos na fazenda hoje ou aumentar produtividade de grãos.

Fato: Gripe Aviária em aves silvestres em Santa Catarina.

Oportunidade: Ter respostas sanitárias rápidas do setor produtivo e melhorarmos nossos processos de controle em uma emergência sanitária, vide a pandemia do coronavírus. Em um primeiro momento caem os preços, então mais mercados são alcançados e abertos pela nossa carne de frango, depois do susto, os preços retornam à normalidade.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 106 OPINIÃO
Eduardo de Lima (Mineiro) CEO da Minerembryo Central de Receptoras

Fato: Valor da soja baixa e com tendência de manutenção em 2024.

Oportunidade: Atingir novos mercados com a nossa soja de maior teor de proteína que a americana e cativar os novos clientes com qualidade e preços menores. O pecuarista interno pode comprar farelo de soja e outros insumos para o gado a um preço melhor e (re)iniciar pequenos confinamentos em pequenas propriedades de alta eficiência.

Fato: Valor de venda do milho abaixo do custo.

Oportunidade: O Brasil pode se tornar o grande “player” de exportação de milho no mundo com nossa superprodução, preço baixo e qualidade nutricional inigualável conquistando mercados nunca atingidos e abrindo a clientela. Os produtores devem pensar em diversificação de produção para mercados desabastecidos regionalmente.

Fato: Café baixando.

Oportunidade: Buscar cada vez mais sua descomoditização por meio de um trabalho de qualificação e venda diferenciada que pouco interfere com o preço spot praticado em larga escala nos grandes armazéns. Este trabalho vem sendo feito e incentivado pelo governo de Minas Gerais, também com os queijos artesanais e as cachaças.

Fato: Infraestrutura diminuindo o ritmo, mas tendo que atender uma demanda de logística crescente.

Oportunidade: Abrir o leque do empreendedorismo para a iniciativa privada e promover parcerias público-privadas de pavimentações e construções de vias alternativas de transporte como a fluvial, por exemplo, e a privatização dos portos.

Fato: Questões de desrespeitos ambientais amplamente divulgadas pela grande mídia e combatidas com pesadas multas.

Oportunidade: Estamos preservando sim, como comprova o relatório da Embrapa, ratificado pela Nasa, sendo o setor no mundo que mais preserva, mas devemos enfatizar a divulgação deste material e nos posicionarmos com visão e, principalmente, de ações de sustentabilidade e proteção ambiental. Preservar nosso percentual de mata nas propriedades e os mananciais de água para as próximas gerações é nosso dever e devemos usá-lo a nosso favor, esclarecendo a sociedade, às vezes míope neste aspecto.

Fato: Disputa desmedida entre Campo/Cidade

Oportunidade: A pandemia mostrou a importância

do campo no mundo inteiro para atender as necessidades básicas também das cidades, por pelo menos três vezes ao dia. É preciso realizar campanhas publicitárias enfatizando esta importância do campo e mostrando a pujança do setor agro no país como líder mundial. Certamente, todos devemos defender esta bandeira.

Fato: Movimentos sociais pela reforma agrária se aquecendo.

Oportunidade: Incentivarmos que se repitam exemplos que deram certo como o de Rondônia onde o governo vendeu terras do Estado de maneira barata e parcelada e financiou a produção. Só encarou o desafio quem realmente era do ramo e tinha competência para produzir e hoje é um estado exemplo de produtividade em nosso país. Dados da Embrapa mostram que o estado brasileiro é ainda o grande detentor de terras no país, e praticamente todas improdutivas.

Fato: Governo com critérios duvidosos de conduta e escolhas ministeriais.

Oportunidade: O Brasil, como um todo, deve estudar melhor, bem antes das eleições, um modelo de país com visão de futuro e ações no presente que queremos deixar para os nossos filhos. Precisamos fazer com que pessoas de bons valores encarem o desafio da política.

Fato: Setor agro apanhando muito ultimamente, política e economicamente.

Oportunidade: A união do setor agro nos últimos anos nos credencia a nos posicionarmos como o grande player mundial na produção e exportação de alimentos e a conquistar novos mercados e contratos conjuntos, independente de governo.

Fato: Situação caótica do país e crise de valores.

Oportunidade: Sabemos como nunca o que não queremos. A equipe econômica anterior provou que incentivos à produção e ao emprego são mais efetivos que programas de distribuição gratuita de renda. É nosso dever termos esta consciência e não desistirmos do Brasil! Sigo confiando que este é o país das OPORTUNIDADES!!!

Poderia seguir ainda com muito mais oportunidades frente aos desafios, mas deixo agora por conta de vocês leitores. E lhes pergunto: qual é o “cavalo arreado” que está passando em nossa porta agora e temos que nos apressar para não o perder?

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 107

OPINIÃO

O Papel da Inteligência Artificial no agro A

gricultura e tecnologia são dois conceitos intrinsecamente ligados ao longo da história. Desde os primeiros avanços na produção de alimentos até as técnicas modernas de cultivo, a inovação tem sido um fator chave para impulsionar a produtividade e o desenvolvimento no setor agrícola. E agora, com o advento da inteligência artificial (IA), estamos testemunhando uma revolução sem precedentes no campo.

A IA está transformando a agricultura em todos os aspectos, desde a análise de dados para otimizar o plantio até o monitoramento de culturas com drones. Essas tecnologias estão permitindo que os agricultores aumentem a eficiência, melhorem a produtividade e reduzam o desperdício, garantindo a sustentabilidade e a segurança alimentar em um mundo em constante crescimento populacional.

Uma das aplicações mais importantes da IA na agricultura é a análise de dados. Com a coleta de informações sobre solo, clima, nutrição de plantas e outros fatores relevantes, os agricultores podem tomar decisões mais informadas e precisas. Algoritmos de IA são capazes de processar grandes volumes de dados em tempo real, identificando padrões e fornecendo insights valiosos sobre o momento certo de plantar, irrigar e colher. Isso ajuda a otimizar o uso de recursos, reduzindo o consumo excessivo de água, fertilizantes e defensivos agrícolas, resultando em uma produção mais sustentável.

Além disso, a IA está revolucionando o monitoramento de culturas. Os drones equipados com câmeras avançadas e sensores são capazes de sobrevoar as plantações e coletar informações precisas sobre a saúde das plantas. Algoritmos de visão computacional e aprendizado de máquina podem identificar doenças, pragas, estresse hídrico e deficiências nutricionais com uma precisão impressionante. Essas tecnologias permitem que os agricultores ajam de forma proativa, adotando medidas corretivas antes que os problemas se tornem generalizados. Isso re-

sulta em uma melhor qualidade dos produtos, redução de perdas e aumento da lucratividade.

Outro campo promissor para a IA na agricultura é a automação. Máquinas autônomas e robôs equipados com sistemas de IA estão sendo desenvolvidos para realizar tarefas agrícolas complexas, como o plantio, a colheita e a pulverização de defensivos. Essa automatização reduz a dependência de mão de obra humana, que muitas vezes é escassa e cara, e aumenta a eficiência operacional. Além disso, a IA permite que essas máquinas ajam de forma adaptativa, ajustando-se a diferentes condições e respondendo às mudanças no ambiente, o que é essencial em um setor tão dinâmico quanto a agricultura.

É importante ressaltar que a implementação da IA na agricultura não substitui o papel fundamental do agricultor, mas sim o capacita e o torna mais eficiente. A expertise e o conhecimento humano continuam sendo essenciais para tomar decisões estratégicas e interpretar os resultados gerados pelas tecnologias de IA. A combinação da inteligência humana com a inteligência artificial é o caminho para a agricultura do futuro.

No entanto, apesar de todos os benefícios e avanços proporcionados pela IA na agricultura, é necessário um cuidadoso monitoramento e gerenciamento ético dos dados. A privacidade dos agricultores e a segurança das informações coletadas devem ser prioridades, evitando-se o uso indevido dos dados ou a concentração excessiva de poder nas mãos de poucas empresas.

Através da análise de dados, monitoramento de culturas e automação, a IA está transformando a forma como os agricultores produzem alimentos, aumentando a eficiência e a sustentabilidade. No entanto, é fundamental que a implementação da IA seja feita de forma responsável, garantindo a privacidade e a segurança dos agricultores. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa para impulsionar a inovação no campo, e seu potencial está apenas começando a ser explorado.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 108

Suplementação estratégica na seca

Aprodução de carne bovina brasileira acontece predominantemente a pasto, e o nosso sistema produtivo apresenta algumas vantagens em relação aos demais países. Entre elas, podemos destacar o menor custo de produção e a maior flexibilidade nos protocolos nutricionais, o que nos torna mais competitivos.

No entanto, a produção de bovinos a pasto também apresenta alguns desafios para o produtor, como, por exemplo, a dependência da sazonalidade na produção de forragem e o correto manuseio da forrageira, respeitando a sua altura de pastejo para evitar o subconsumo ou superconsumo, que pode resultar em perda de pasto ou degradação da pastagem.

De modo geral, as forrageiras necessitam de três fatores para o seu ótimo crescimento: luz, temperatura e umidade. Sendo assim, de acordo com as diferentes estações do ano, verificamos maior ou menor produção de forragem.

Durante o período de águas, é observado maior crescimento forrageiro com maior valor nutricional da planta. Com a mudança das estações de águas para a seca, percebemos a mudança nos pastos, caracterizada por crescimento mais lento, baixo teor proteico, aumento da fração dos carboidratos estruturais (fibra) e redução na digestibilidade, fatores estes que limitam o crescimento animal durante o período.

Os carboidratos estruturais das forrageiras atuam como uma energia potencialmente digestível para o animal. Porém, para que essa energia seja disponibilizada e aproveitada, é necessário que as condições ruminais estejam otimizadas, sendo importante então corrigir a deficiência proteica dos pastos e garantir o seu maior aproveitamento.

Com isso, temos então disponíveis algumas estratégias nutricionais para serem exploradas durante a seca: utilizar a linha de ureados e proteinados, com consumo mais baixo, até 1 g/kg de peso corporal do animal, ou utilizar suplementos com consumos maiores, como um proteico energético, com consumo previsto em torno de 3-5 g/kg de peso corporal.

Pensando em fazendas de cria, as vacas já maduras podem ser suplementadas com a linha de ureados, que tem por objetivo promover a manutenção do animal e o crescimento fetal por meio do maior aproveitamento da forragem seca.

Já os animais jovens e em crescimento podem ser recriados utilizando a linha de proteinados, com fornecimento de proteína verdadeira associada aos compostos nitrogenados não proteicos (ureia). Essa suplementação tem por objetivo fornecer aminoácidos para os microrganismos ruminais e promover um ganho mais eficiente do animal.

E para os produtores que almejam ganhos ainda maiores com uma produção mais intensiva, pode ser utilizada a linha de proteico energético, suplementos que, além de suprirem a deficiência proteica dos pastos, também fornecem energia para o animal.

Além dos diferentes tipos de suplementos disponíveis para o produtor, também é possível incrementar o desempenho do animal com a utilização de aditivos com função de modular a microbiota ruminal e intestinal, que podem ser indicados como substitutos de antibióticos e ionóforos, promotores de crescimento e melhoradores de desempenho.

Por fim, quando o assunto é suplementação de bovinos a pasto, é importante lembrar ao produtor que, de modo geral, os suplementos com consumos de até 5-6 g/ kg de peso corporal tem por objetivo estimular o crescimento microbiano dentro do rúmen e aumentar a digestibilidade e o consumo de pasto pelo animal.

Com isso, para o produtor obter bons resultados, é importante ter realizado um planejamento forrageiro e corrigido a taxa de lotação da fazenda no final do período de águas, para que tenha pastagem remanescente para ser utilizada no período de estiagem ou produzido um volumoso de qualidade.

As referências bibliográficas estão com a autora: josilaine.lima@premix.com.br

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 109
Josilaine Lima Zootecnista, doutora em Ciência Animal e consultora técnica da Premix

Exportação de commodities:

Novos mercados para a agropecuária

Historicamente, o Brasil estabeleceu-se como um dos maiores exportadores de commodities do mundo, o que se traduz tanto em termos econômicos quanto em sua relação com outros países. A agropecuária representa um dos maiores alicerces da economia brasileira, cujo crescimento é fortemente baseado no desenvolvimento desse setor, o que pode ser observado, por exemplo, pelo boom de commodities entre 2000 e 2014.

De acordo com o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da FGV, o mês de maio de 2023 fechou com uma balança comercial positiva, com as commodities representando 71,4% das exportações brasileiras. Dentre elas, vale destacar o papel da soja, que é caracterizada como a principal commodity exportada. Sua exportação chegou a representar mais de um terço das exportações do Brasil em 2022, totalizando US$ 60,95 bilhões e tendo a China como destino principal (US$ 5,39 bilhões). Além da soja, a carne bovina também apresenta destaque no comércio com a China, que, no ano passado, importou 1,1 milhão de toneladas desse produto do Brasil — o equivalente a US$ 7,5 bilhões.

Sob a perspectiva da internacionalização, a exportação de commodities brasileiras estimula uma maior integração do país no comércio global. Com a expansão da agropecuária mundo afora, o Brasil fortaleceu laços com parceiros comerciais através da conquista de novos mercados, reforçando suas relações econômicas com países como China e membros da União Europeia.

Essa consolidação é melhor observada através do estabelecimento dos 15 acordos entre os governos chinês e brasileiro em abril de 2023, com um foco específico para aqueles que facilitam a circulação e o despacho aduaneiro de bens, aprofundando a cooperação comercial bilateral entre os países.

OPINIÃO

O cenário é positivo tanto para as exportações brasileiras de carne bovina quanto as de soja no curto prazo, o que se dá, em grande parte, pelo contexto da China. Após o fim do embargo chinês à carne bovina frente à confirmação de um caso da “doença da vaca louca” no Pará, a aceleração dos envios desse produto para Pequim sinaliza

não apenas a retomada do comércio, como também um potencial de exportação recorde em 2023.

A conjuntura é semelhante para a soja. Com uma tendência de crescimento de 4,7% da demanda doméstica da soja entre 2023 e 2024, haverá mais espaço para que a China, que já importa mais de 90% dessa matéria-prima, se apoie no Brasil para suprir essa demanda. Isso porque, além de já estar estabelecido como um grande exportador de commodities, o Brasil também consolidou suas relações com o governo chinês através de acordos comerciais que facilitam o trânsito de mercadorias, o que, frente a um cenário próspero para exportadores dessas matérias-primas, beneficiará fornecedores brasileiros.

Contudo, vale ressaltar que é necessário ter cautela: a oscilação nos preços das commodities, aliada ao fato de que a China busca cada vez mais diminuir sua dependência das exportações, pode transpirar em dificuldades para o Brasil no longo prazo, especialmente no que tange a dependência da exportação de commodities para sustentar a economia.

CONSULTORIAS DE COMEX E EXPORTAÇÃO ESTRATÉGICA

O processo de exportação bem-sucedido também advém da superação de obstáculos logísticos e alfandegários, como barreiras comerciais não-tarifárias (licenciamentos e certificados, Acordos Antidumping, de Subsídios, Medidas Compensatórias e de Salvaguardas, entre outros) e tarifárias. Justamente devido aos obstáculos burocráticos envolvidos na internacionalização de produtos, o trabalho de consultorias de Comex, como a EXPORI Jr. FGV, auxilia no processo de exportação de forma estratégica. Isso porque, através de serviços como análises concorrenciais e de mercado, elas identificam oportunidades de crescimento e mapeiam tendências de consumo.

O estudo tanto de fatores geográficos e logísticos quanto de indicadores macroeconômicos e eventos políticos oferece segurança aos exportadores. Dessa forma, as adversidades no processo de exportação podem ser apontadas e contornadas através de análises feitas por consultorias especializadas, permitindo que fornecedores expandam suas atividades com maior confiança e maiores probabilidades de sucesso.

#pecBR | AGOSTO/SETEMBRO 2023 110 OPINIÃO
Juliana de Oliveira Yu Bacharelanda de Relações Internacionais na FGV e representante da empresa júnior EXPORI Jr. FGV - expori.jr@gmail.com

EM FOCO

“Daqui a vinte anos, você estará mais desapontado com as coisas que você não fez do que com aquelas que você fez, então desatraque e navegue para longe do porto seguro, aproveite os ventos da troca em seu caminho. Explore, sonhe, descubra.”.

Mark Twain, escritor e humorista americano (1835 - 1910)

AGOSTO/SETEMBRO 2023 | #pecBR 111
Foto: Jadir Bison
PAIXÃO E INVESTIMENTOS NO MELHORAMENTO GENÉTICO DA RAÇA NELORE EM ALAGOAS GENÉTICA FUNCIONAL E PRODUTIVIDADE A CAMPO AVALIAÇÃO | RAÇA | EQUILÍBRIO | CARCAÇA @neloresantanazare | santanazareagropecuaria@gmail.com Contato: (82) 9 8165-5005 / (82) 9 8205-1909
ALOK - CSCZ 1440
FOTOS GUSTAVO MIGUEL
REM Galo x Nerine de Naviraí (Naviraí Horário)
- CSCQ 310
FIV DE NAVIRAÍ
VENDAN
FIV DE NAVIRAÍ
DURANTE A EXPOGENÉTICA VENHAM NOS VISITAR NO PAVILHÃO H, AO LADO DO TATERSAL RUBICO CARVALHO
Calibre FIV Camparino x Nerine de Naviraí (Naviraí Horário)

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Exportação de commodities:

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Suplementação estratégica na seca

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O Papel da Inteligência Artificial no agro A

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Fatos x Oportunidades Como lidarmos com a crise no Agro?

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Olho do técnico é essencial

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Vila Velha sedia última etapa das Exposições Ouro de Nelore

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U

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pages 90-92

Programa para estabelecimento do pasto N

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O que fazer com a silagem em caso de seca ou geada?

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Reforma Tributária e os impactos para o agronegócio A

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Sanidade do rebanho corre risco sem vacinação contra aftosa?

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Novos mercados para a genética leiteira do Brasil

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Importações de leite sem freio

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pages 66-69

Na mira da carne de qualidade

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Os efeitos do “boi China” na pecuária brasileira

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Manejo de vacas e novilhas no pré e pós-parto imediato

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Na liderança do avanço do Nelore

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pages 50-52

20ª ExpoSindi Brasil de casa nova

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pages 44-49

CALENDÁRIO

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pages 38-42

ENTREVISTA

2min
pages 36-37

Doutor EPMURAS

4min
pages 34-35

16ª ExpoGenética

5min
pages 30-34

PORTEIRA ABERTA

5min
pages 26-29

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL NOS EUA

1min
pages 23-24

PORTEIRA ABERTA

1min
page 22

FILÉ AU POIVRE

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pages 20-21

APRESENTAÇÃO

1min
pages 6-8

DESCUBRA OS SEGREDOS POR TRÁS DA TRADIÇÃO E EXCELÊNCIA

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page 5
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