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ODS Água potável e saneamento básico

GOVERNOS, SOCIEDADE E EMPRESAS EM BUSCA DE SUSTENTABILIDADE

Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODSs) norteiam Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) em prol do meio ambiente

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GIULIA CASTRO ISABELLA TIEZZI LETÍCIA DENONI

»»»Em 2012, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) para substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) que estavam em vigor desde o começo do século XXI. Durante uma cúpula histórica, em 2015, esses objetivos foram detalhados na Agenda 2030. Eles focavam em três tipos de desenvolvimento: o econômico, o social e o ambiental.

Cerca de 38% dos brasileiros, de acordo com uma pesquisa do Ibope, já ouviram falar sobre os ODSs, mas não sabem dizer ao certo o que são e o motivo da sua criação. Em suma, eles são como uma lista de tarefas a serem cumpridas tanto pelos governos quanto pela própria sociedade civil e setores privados. Além dos 17 objetivos e das 169 metas, temos também os cinco Ps, as áreas de maior importância para a humanidade, que servem como base da agenda de 2030, sendo estes: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias.

Segundo Carlo Pereira, responsável pelo Brasil, América Latina e Caribe na secretaria geral da ONU, há diferenças importantes da agenda de 2000 a 2015 para a de agora. “Um dos grandes diferenciais da agenda atual é o fato de não olharem só para as questões sociais, como os ODMs eram muito focados, como a questão da pobreza extrema e a falta de acesso a recursos básicos. A agenda atual consegue trazer mais equilíbrio, olhando para a questão da sustentabilidade que, consequentemente, também olha a questão social, ambiental e econômica como coisas que são parte de um todo e não coisas separadas”, afirma.

O lema é não deixar ninguém para trás, por isso a Agenda 2030 foi feita com a finalidade de ser bastante inclusiva para que pudessem ser atendidos os problemas de qualquer pessoa. Na área “Planeta”, a mais voltada para sustentabilidade e meio ambiente, estão as ODS 6, 7, 12, 13, 14 e 15. (veja na página 6 o que elas representam e seus principais objetivos).

Apesar de sermos a 13ª economia do mundo, o Brasil ainda é um dos países mais desiguais do planeta. E com a pandemia acabamos retrocedendo, desfavorecendo o cumprimento de ODSs como o 1 e o 2: erradicação da pobreza e fome zero, respectivamente. “Em um sentido evolutivo, ainda estamos em um laranja, o que significa que estamos em um caminho”, comenta Pereira.

No entanto, segundo dados do Relatório Luz 2021, que envolveu mais de cem pessoas de 60 organizações, pesquisadoras e peritas nos assuntos tratados pela Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e foi apresentado à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, o Brasil não evoluiu em nenhuma das 169 metas propostas na Agenda 2030 no último ano. Dentro dessas, 54,4% estão em retrocesso, 16% estagnadas, 12,4% ameaçadas, 7,7% mostram progresso insuficiente, 8,9% estão sem dados e 0,6% não se aplicam.

Assim, percebe-se uma falta de preocupação do governo federal com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No caso, por exemplo, do ODS 15, que visa conservar e proteger os ecossistemas terrestres, existem 12 metas. Dentre essas 12, metade está em situação de retrocesso, duas estão estagnadas, duas insuficientes e duas ameaçadas. Uma das metas estabelecia que, até 2020, deveria ser assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial florestas, zonas úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacio-

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